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INVESTIGAÇÃO E

INSTRUMENTAÇÃO DO SUBSOLO
ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA GEOTÉCNICA,
FUNDAÇÕES E OBRAS DE TERRA

M.Sc. Alexandre R Schuler


Schuler@geotechnik.com.br
EMENTA:
• Amostras para Ensaios;
• Métodos Diretos de Investigação: Poço; Trincheira; Trado; Sondagem a
Percussão com Circulação de Água; Sondagem Rotativa; Sondagens
Especiais;
• Métodos Semidiretos de Investigação: Ensaio de Palheta; Pressiômetro;
“Cone Penetration Test”; Dilatômetro;
• Métodos Geofísicos: Resistividade Elétrica; “Down Hole”; “Cross Hole”;
“Ground Penetating Radar”;
• Princípios do Monitoramento;
• Piezômetros e Medidores de Nível d´água;
• Inclinômetros;
• Perfilômetro;
• Placas de recalque;
• Extensômetro magnético;
• Instrumentação em túneis.
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AVALIAÇÃO:

• Participação em aula;

• Teste.

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INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA
MÉTODOS DIRETOS

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INTRODUÇÃO
• O conhecimento das condições do subsolo é fundamental para
projetos de qualquer obra.

• A programação das investigações é tão importante quanto a


própria campanha de ensaios.

• O fator de segurança e custos de uma obra estão associados e


dependem do detalhamento das investigações.

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INTRODUÇÃO
• US Army Corps of Enginners (2001) sugere que a investigação
geotécnica insuficiente e interpretação inadequada de
resultados contribuem para erros de projeto, atrasos no
cronograma executivo, custos associados a alterações
construtivas, necessidade de jazidas adicionais para materiais
de empréstimo, impactos ambientais, gastos em remediação
pós-construtiva, além de risco de colapso da estrutura e litígio
subsequente.

• No Brasil, o custo envolvido na execução de sondagens de


reconhecimento normalmente varia entre 0,2% e 0,5% do custo
total de obras convencionais, podendo ser mais elevado em
obras especiais ou condições adversas de subsolo. (Schnaid &
Odebrecht, 2012).
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INTRODUÇÃO
• A abrangência de uma campanha de investigação depende de
fatores relacionados às características do meio físico, à
complexidade da obra e aos riscos envolvidos, que,
combinados, deverão determinar a estratégia adotada no
projeto. Orientações apresentadas por Peck (1969), de
categorizar os programas de investigação em três métodos,
servem de orientação preliminar:
a) Método I: executar uma investigação geotécnica limitada e
adotar uma abordagem conservativa no projeto, com altos
fatores de segurança.
b) Método II: executar uma investigação geotécnica limitada e
projetar com recomendações baseadas em prática regional.
c) Método III: executar uma investigação geotécnica detalhada.

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ABERTURA DE POÇO OU TRINCEIRA
• Permitem a observação da estratificação das camadas do solo;
• Permitem a tomada de amostras indeformadas para
caracterização do solo e determinação dos parâmetros de
resistência;
• Escavações manuais geralmente não escoradas;
• Até o encontro do nível d'água ou onde for estável.
• NBR 9604:2015 – Abertura de poço e trincheira de inspeção
em solo, com retirada de amostras deformadas e indeformadas
— Procedimento

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SONDAGEM À TRADO
• Sondagem a trado é um método de investigação de solos que
utiliza como instrumento o trado: um tipo de amostrador de solo
constituído por lâminas cortantes, que podem ser espiraladas
ou convexas. Tem por finalidade a coleta de amostras
deformadas, determinação da profundidade do nível d'água e
identificação dos horizontes do terreno.

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SONDAGEM À TRADO
• Perfurações executadas com trados manuais (existem boas
opções de trados mecânicos);
• Rápida e baratas;
• Não exige equipamentos e mão de obra especializada;
• Profundidade limitada à profundidade do nível d'água;
• Permite a retirada de amostras deformadas;
• NBR 9603:2015 – Sondagem a trado – Procedimento

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AMOSTRAGEM
Podem ser divididas em três tipos:
• Amostras não representativas: aquelas em que no processo de
extração há perda ou troca de constituintes minerais, além de
modificações da estrutura do solo. Não servem para ensaios de
laboratório, mas apenas para identificação expedita. EX.:
amostras lavadas, colhidas numa sondagem SPT (com circulação
de água);

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AMOSTRAGEM
• Amostras representativas ou amolgadas: aquelas em que no
processo de extração são preservadas os constituintes minerais,
porem perde sua estrutura devido a extração. Estas amostras
servem para ensaios de laboratório onde não é fundamental a
preservação da estrutura do solo. EX.: Amostras colhidas numa
sondagem SPT (amostrador Raymond);

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AMOSTRAGEM
• Amostras indeformadas: aquelas em que no processo de
extração são preservadas os constituintes minerais e, na medida
do possível, conservam a estrutura. São mantidos o peso
específico aparente e a umidade natural do solo. Cuidados
especiais são dados no manuseio e transporte. EX.: Amostra em
bloco indeformado 30x30x30cm;

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AMOSTRAGEM
Características do amostrador afetando a qualidade da amostra

• Distorção mecânica devido à inserção


do amostrador no solo;
• Amolgamento do solo devido à Podem ser
minimizadas
perfuração, antes da coleta ou pelo em função da
pistão na hora da coleta; qualidade da
amostragem/a
• Distorção mecânica e sução durante a mostrador

retirada da amostra do amostrador;


• Mudança no estado de tensão total. Inevitável
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AMOSTRAGEM
• Retiradas de amostras indeformadas com a execução de
pré-furo segundo a norma ABNT-NBR 9820/1997 – “Coleta
de amostras indeformadas de solos de baixa consistência
em furos de sondagem – Procedimento”;

• Amostrador do tipo tubo Shelby deve ser tenaz e resistente


à corrosão, aceitando-se o latão, bronze ou aço inoxidável;

• A extremidade inferior do tubo ser torneada em bisel com


ângulo a entre 5º e 10º, sendo “recomendável, para
proteção, um chanfro adicional b entre 20º e 30º. 17
AMOSTRAGEM – Pistão estacionário

cravado por pressão


hidráulica 18
AMOSTRAGEM – Pistão estacionário

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AMOSTRAGEM – Proteção e Vedação

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Sondagem de simples reconhecimento - SPT
Sondagem a percussão é um método de
investigação de solo cujo avanço da
perfuração por meio de trado ou de lavagem,
sendo utilizada a cravação de um amostrador
para a medida de índices de resistência à
penetração, obtenção de amostras,
determinação do nível d'água e execução de
vários ensaios in situ. É possível, ainda, no
final do ensaio à penetração, medir o torque
para ruptura da amostra.
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Sondagem de simples reconhecimento - SPT
• Ensaio de penetração SPT (Standard Penetration Test)  NBR
6484/2020 (Solo - Sondagens de simples reconhecimento com
SPT - Método de ensaio);

• NBR 8036 – Programação de Sondagem de Simples


Reconhecimento dos Solos para Fundações de Edifícios;
Área de
• Em de viabilidade técnica, o projeção da
Número mínimo
número de pontos a considerar construção (m²) de furos
não deve ultrapassar 100 m; < 200 m² 2
200 a 400m² 3
• a distância entre pontos não
até 1200 m² 1 a cada 200 m²
deve ultrapassar a 40 m e não
1200 a 2400 m² 1 a cada 400 m²
devem estar alinhados.
> 2400 m² critério do projetista
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Sondagem de simples reconhecimento - SPT
Equipamentos
Manual Mecanizado
•Torre com roldana, moitão e corda; •Perfuratriz rotativa;
•Tubos de revestimento; •Tubos de revestimento;
•Hastes de perfuração/cravação; •Haste de perfuração/cravação;
•Trado-concha ou cavadeira manual; •Trado oco;
•Trado helicoidal; •Trado helicoidal contínuo;
•Trépano/peça de lavagem; •Tricone;
•Amostrador-padrão; •Amostrador-padrão;
•Cabeça de bater; •Cabeça de bater;
•Martelo padronizado; •Martelo automático padronizado para
•Baldinho para esgotar o furo; cravação do amostrador;
•Medidor de nível de água; •Medidor de nível de água;
•Metro de balcão ou trena; •Metro de balcão ou trena;
•Recipientes para amostras; •Recipientes para amostras;
•Bomba d’água centrífuga motorizada; •Ferramentas gerais necessárias para
•Caixa d’água ou tambor com divisória operação da aparelhagem.
interna para decantação;
•Ferramentas gerais necessárias para a
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operação.
Sondagem de simples reconhecimento - SPT

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Sondagem de simples reconhecimento - SPT
• N: abreviatura do índice de resistência à penetração do
SPT, cuja determinação se dá pelo número de golpes
correspondente à cravação de 30 cm do amostrador
padrão, após a cravação dos 15 cm;

• Registro do número de golpes:


• Como geralmente não ocorre penetração exata de
45cm:
1. É registrada a penetração imediatamente superior a
15cm;
2. Conta-se o número de golpes adicionais para
30cm;
3. Em seguida, conta-se o adicional para o
amostrador atingir 45cm.
• Exemplo de Registro: 14/18 – 12/12 – 15/15.
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Sondagem de simples reconhecimento - SPT

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Sondagem de simples reconhecimento - SPT
• Critérios para paralisação da sondagem:
• avanço da sondagem até a profundidade na qual
tenham sido obtidos 10 metros de resultados
consecutivos indicando N iguais ou superiores a 25
golpes;
• avanço da sondagem até a profundidade na qual
tenham sido obtidos 8 metros de resultados
consecutivos indicando N iguais ou superiores a 30
golpes;
• avanço da sondagem até a profundidade na qual
tenham sido obtidos 6 metros de resultados
consecutivos indicando N iguais ou superiores a 35
golpes;

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Sondagem de simples reconhecimento - SPT
A cravação do amostrador-padrão é interrompida antes dos 45
cm de penetração sempre que ocorrer uma das seguintes
situações:
a) se em qualquer dos três segmentos de 15 cm, o número
de golpes ultrapassar 30;
b) se o amostrador-padrão não avançar durante a aplicação
de cinco golpes sucessivos do martelo.

A sondagem deve ser dada por encerrada quando, no ensaio


de avanço da perfuração por circulação de água, forem
obtidos avanços inferiores a 50 mm em cada período de 10
min. Quando da ocorrência destes casos, constar no relatório
a designação de impenetrável ao trépano/ peça de lavagem.

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Sondagem de simples reconhecimento - SPT

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Sondagem de simples reconhecimento - SPT

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Sondagem de simples reconhecimento - SPT
• De acordo com a norma, os sistemas manual e mecanizado,
não necessariamente fornecerão os mesmo resultados do
índice de resistência;

• Para avaliação da energia SPT tem-se a NBR 16796 –Método


padrão para avaliação de energia em SPT (28/10/20).

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Sondagem de simples reconhecimento - SPT
ENERGIA

• De acordo com Schnaid (2000), os ensaios manuais


realizados no Brasil fornecem uma energia da ordem de 66%
da energia teórica de queda livre. Neste contexto é aqui
sugerido adotar 70% edenominar NSPT por N70.
• Assim, para fazer a correção do N70 e N60 (padrão de energia
americano) faz-se simplesmente a relação 70/60 e aplica-se
sobre o valor de N70.

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Variabilidade nos ensaios

SPT
CPT-M
CPT
VST
DMT
PMT
SBPM
0 10 20 30 40 50 60

Coefficient of variation (%)


Kulhawy
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Sondagem de simples reconhecimento - SPT

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Sondagem de simples reconhecimento - SPT

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Sondagem de simples reconhecimento - SPT
São Paulo - SP

Croquí de Locação Boletim de Sondagem

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Sondagem de simples reconhecimento - SPT

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Sondagem com medida de SPT

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Sondagem de simples reconhecimento - SPT
Correlações:
“ As correlações baseadas no SPT são malditas,
porém necessárias. Ainda assim, pelo uso
indevido da metodologia, há ocasiões em que me
arrependo de tê-las publicado.”
Dirceu Velloso, 1998

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Sondagem de simples reconhecimento - SPT
– Estimativa de parâmetros com base no SPT – confiável?

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Sondagem de simples reconhecimento - SPT
Correlações:

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Sondagem de simples reconhecimento - SPT
Correlações:

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Sondagem de simples reconhecimento - SPT
Método estatístico de Aoki e Velloso (1975)
• Esse método foi originalmente concebido mediante
correlações entre os resultados dos ensaios de
penetração estática (cone) e dinâmica (SPT). A teoria
para a estimativa da capacidade de carga de estacas é
fundamentada no ensaio de penetração estática; porém,
por meio da utilização do coeficiente K, torna-se possível
o uso direto dos resultados de ensaios SPT em tal
abordagem (coeficiente K é o coeficiente de conversão
da resistência da ponta do cone para NSPT). O
coeficiente α expressa a relação entre as resistências de
ponta e lateral do ensaio de penetração estática,
segundo Vargas (1977).

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Sondagem de simples reconhecimento - SPT
Método estatístico de Aoki e Velloso (1975)

Onde:
• αp é a área de ponta da estaca;
• P, o perímetro da estaca;
• ΔL, a espessura de cada camada de solo (m);
• NSPT,P, o NSPT próximo à ponta da estaca;
• e NSPT,M, o NSPT médio para cada ΔL.
Os coeficientes K e α são variáveis dependentes do tipo de solo, assumindo diferentes valores
segundo suas características granulométricas (originalmente obtidos a partir de correlações
com resultados de ensaios de cone). Os valores são apresentados na Tab. 2.10. F1 e F2 são
os coeficientes de correção das resistências de ponta e lateral, respectivamente, levando-se
em conta os diferentes comportamentos entre a estaca (protótipo) e o cone estático (modelo),
cujos valores são apresentados na Tab. 2.11.

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Sondagem de simples reconhecimento - SPT
Método estatístico de Aoki e Velloso (1975)

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Sondagem de simples reconhecimento - SPT
Método estatístico de Aoki e Velloso (1975)

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Sondagem de simples reconhecimento - SPT
• Empresa confiável ?
• NA confiável ?
• O que fazer ?
• Fiscalização das sondagens
• Exigir guardar as amostras
• Reclassificação

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Sondagem de simples reconhecimento - SPT
Fatores que influenciam no valor do Nspt

• Fatores ligados ao equipamento


- forma, dimensões e estado de conservação do amostrador;
- peso e estado de conservação das hastes;
- martelo de bater e superfície de impacto fora de especificação;
- diâmetro do tubo de revestimento.

• Fatores ligados a execução da sondagem


- variação na energia de cravação (altura do martelo, atrito);
- procedimento de avanço da sondagem;
- má limpeza do furo;
- furo de diâmetro insuficiente a passagem do amostrador;
- excesso de lavagem para cravação do revestimento;
- erro na contagem do número de golpes. 48
Sondagem de simples reconhecimento - SPT
– Vantagens e desvantagens do ensaio SPT:

Vantagens do ensaio: Desvantagens do ensaio:


• Custo relativamente baixo.
• Influência do operador e do tipo e
• Facilidade de execução e
geometria do equipamento.
possibilidade de trabalho em locais
• Baixa sensibilidade em solos moles.
de difícil acesso.
• Índice (NSPT) muito grosseiro, que
• Fornece um índice de resistência a
dificulta análises mais refinadas.
penetração correlacionável com a
compacidade ou a consistência dos
solos;
• Amostra (deformada) de solo é
obtida.
• Permite a medida no nível freático.

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Sondagem rotativa
Consiste no uso de um conjunto motomecanizado projetado
para obtenção de amostras contínuas de materiais rochosos
através de ação perfurante dada for forças de penetração e
rotação.
Empregadas quando a sondagem de simples
reconhecimento atinge estrato rochoso, matacões ou solos
impenetráveis a percussão.
Obtenção de amostras  testemunhos de sondagem.
Ensaios de permeabilidade in situ  ensaios de perda
d’água.

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Sondagem rotativa
• Diâmetros das sondagens mais utilizados
Sistemas: padrão DCDMA ou padrão métrico

Nomenclatura Diâmetro (mm)

padrão métrico padrão DCDMA furo testemunho

- EW 37,71 21,46
- AW 48,00 30,10
- BW 59,94 42,04
- NW 75,64 54,73
86 mm 86,02 72,00
- HW 99,23 76,20

• Equipamentos
Principais componentes  sonda rotativa, bomba d’água, hastes, barriletes,
coroas e tubos de revestimento.
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Sondagem rotativa
Sonda rotativa  manual, mecânica ou hidráulica.
• Motor  diesel, a gasolina ou elétrico;
• Guincho  tambor onde á enrolado cabo de aço, dotado de embreagem e freio.
Usado no manejo das hastes e revestimento e na remoção dos testemunhos;
• Cabeçote de perfuração  faz girar a coluna de perfuração e exerce pressão sobre a
ferramenta de corte.
• Hastes  tubos (1,5 a 6 m) ligados por niples. Transmite movimentos de rotação e
penetração à ferramenta de corte. Conduz água para refrigeração e limpeza do furo.
• Barriletes  tubos destinados a receber o testemunho. Principais tipos:
- barrilete simples  um único tubo. O testemunho é sujeito a ação erosiva do fluído
de circulação. Uso: rochas brandas de excelente qualidade;
- barrilete duplo-rígido  dois tubos que tem igual movimento de giro. O fluído
circula entre os dois tubos. Uso: rochas de boa qualidade;
- barrilete duplo-livre  dois tubos. O tubo interno é estacionário. Uso: quando se
pretende recuperar também o material de preenchimento de fraturas;
- barrilete de tubo interno removível  o tubo interno é retirado por dentro da coluna
de perfuração (sem retira-la). Permite alta recuperação de material. Uso: sondagens
especiais profundas.
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Sondagem rotativa
• Coroas
• Componentes  matriz de aço, corpo da coroa, saídas d’água e diamantes (ou
vídia).
• matriz  elemento de fixação dos diamantes;
• corpo da coroa  elemento de ligação da coroa com os elementos superiores;
• saídas d’água  espaços deixados na coroa para saída da água de
refrigeração;
• diamantes (industriais)  cravados ou impregnados na coroa. Para rochas
brandas usam-se coroas de vídia (pastilhas de tungstênio impregnadas na
matriz).
• Revestimentos
• Quando as paredes do furo são instáveis. Resistentes tubos de aço de parede
fina;
• Sistema de circulação de água
• Destinado a refrigeração da coroa, expulsão dos detritos e adicional estabilidade
das paredes por pressão hidrostática.
Composição  conjunto motor bomba, tanque e mangueiras.
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Sondagem rotativa Coroa (vídia)

Caixa de testemunhos

Equipamento de sondagem rotativa


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Sondagem rotativa
Ferramenta de corte Sondagem rotativa

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Sondagem rotativa
• Operação de sondagem
- A sonda é instalada sobre plataforma ancorada no terreno;
- O conjunto (hastes, barrilete e coroa) é acionado junto com o sistema de
circulação d’água.
Operação de manobra  ciclos sucessivos de corte e retirada dos
testemunhos. O comprimento da manobra de perfuração é função do comprimento
do barrilete (1,5 a 5 m) e da qualidade do material perfurado.
Recomendação: comprimento da manobra > 95% do avanço.
- Ao final da manobra  o barrilete é retirado do furo e os testemunhos
cuidadosamente removidos;
- Os testemunhos são dispostos nas caixas de testemunhos e medidos após
arrumação que recomponha a disposição no barrilete.
- Devem ser destacados trechos de baixa recuperação, trechos com água ou
lama (rochas calcáreas e basálticas) e problemas com a operação do barrilete;
- Os furos quando não aproveitados como piezômetros  devem ser
totalmente preenchidos com calda de cimento e areia. 56
Sondagem rotativa
• Recuperação dos testemunhos

Recuperação  porcentagem do comprimento total de amostragem


recuperada pelo testemunho  f (fraturamento e alteração da rocha).

comprimento de fragmentos recuperados


recuperação =
comprimento total do barrilete

RQD (Rock Quality Designation) (Deere, 1967) - barriletes duplos ( >


76mm).

comprimento de fragmentos recuperados > 10cm


RQD =
comprimento total do barrilete

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Sondagem rotativa
• Recuperação dos testemunhos

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Sondagem rotativa
Qualificação do maciço rochoso em função do RQD:

RQD (%) Qualidade do maciço rochoso

0 - 25 muito fraco
25 - 50 fraco
50 - 75 regular
75 - 90 bom
90 - 100 excelente

• Apresentação dos resultados


- Registros sobre o tipo de sonda e diâmetros utilizados;
- Natureza dos terrenos perfurados;
- Nº de fragmentos em cada testemunho;
- Perfil geológico;
- Descrição detalhada dos testemunhos:
 classificação litológica;
 estado de alteração da rocha;
 grau de fraturamento (nº de fraturas/metro). 59
Sondagem rotativa
• Ensaio de perda d’água sob pressão
Ensaio de permeabilidade para maciços rochosos realizado nos furos de sondagem
rotativa.
Água é injetada sob pressão num certo trecho do furo de sondagem  mede-se a
quantidade de água absorvida pelo maciço rochoso durante certo tempo a uma dada pressão
de injeção.
Equipamentos: bomba d’água, hidrômetro, manômetros e transdutores de pressão,
canalizações e mangueiras e obturadores de borracha.

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Sondagem rotativa
• Sondagem rotativa com amostragem integral

Técnica  consiste em inicialmente executar um furo de pequeno diâmetro,


onde no seu interior é fixada uma haste com injeção de calda de cimento ou resina.
Após o endurecimento do aglutinante o material é sobreperfurado num diâmetro
maior.

Finalidades  determinação da disposição espacial de feições geológicas e


melhoria na qualidade da amostragem.

Emprego  amostragem integral de materiais rochosos de baixa coerência e/ou


bastante alterados.

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Vane Test ou Ensaio de Palheta
O ensaio de palheta (vane test) é tradicionalmente
empregado na determinação da resistência ao
cisalhamento não drenada (Su) de depósitos de argilas
moles. Esse ensaio, sendo passível de interpretação
analítica, assumindo-se a hipótese de superfície de
ruptura cilíndrica, serve de referência a outras técnicas e
metodologias cuja interpretação requer a adoção de
correlações semiempíricas. Complementarmente, busca-
se obter informações quanto à história de tensões do
solo indicada pelo perfil da razão de pré-adensamento
(OCR).
O ensaio de palheta foi desenvolvido na Suécia, em 1919, por John Olsson
(Flodin; Broms, 1981). No Brasil, o ensaio foi introduzido em 1949 pelo Instituto de
Pesquisa Tecnológica de São Paulo (IPT) e pela Geotécnica S. A., do Rio de
Janeiro, sendo que os primeiros estudos sistemáticos sobre o assunto datam das
décadas de 1970 e 1980 (Costa Filho; Werneck; Collet, 1977; Ortigão; Collet,
1987; Ortigão, 1988). Em outubro de 1989, o ensaio foi normalizado pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) – MB 3122: Solo - Ensaios de
palheta in situ - Método de ensaio – e registrado no INMETRO como NBR 10905. 62
Vane Test ou Ensaio de Palheta
O ensaio consiste na cravação de uma palheta de seção cruciforme que, quando
cravada em argilas saturadas de consistência mole a rija, é submetida a um torque
necessário para cisalhar o solo por rotação em condições não drenadas.
É necessário, portanto, o conhecimento prévio da natureza do solo onde será
realizado o ensaio, não só para avaliar sua aplicabilidade, como para,
posteriormente, interpretar adequadamente os resultados. Embora o ensaio possa
ser executado em argilas com resistências de até 200 kPa, a palheta especificada
na Norma Brasileira apresenta desempenho satisfatório em argilas com
resistências inferiores a 50 kPa.

Algumas das recomendações de natureza prática para definir a usabilidade do


ensaio são:
a) NSPT menor ou igual a 2, correspondendo a resistência de penetração (qc)
menor ou igual a 1.000 kPa;
b) matriz predominantemente argilosa (> 50% passando na peneira #200, LL >
25, IP > 4);
c) ausência de lentes de areia (a ser definida previamente por ensaios de
penetração);
d) Solo estar saturado; 63
Vane Test ou Ensaio de Palheta
1] A palheta é constituída de quatro aletas,
fabricadas em aço de alta resistência, com
diâmetro de 65 mm e altura de 130 mm (altura
igual ao dobro do diâmetro). Admite-se palheta
retangular menor (diâmetro de 50 mm e altura
de 100 mm) quando o ensaio for realizado em
argilas rijas (Su > 50 kPa).
2] A haste, fabricada em aço capaz de suportar
os torques aplicados, conduz a palheta até a
profundidade do ensaio. Denominada haste fina
(diâmetro de 13 ± 1 mm), é protegida por um
tubo (diâmetro externo de 20 ± 1 mm)
denominado tubo de proteção, que é mantido
estacionário durante o ensaio e tem a finalidade
de eliminar o atrito solo-haste. O espaço anelar
resultante entre a haste fina e o tubo de
proteção deve ser preenchido com graxa para
evitar ingresso de solo e reduzir eventuais
atritos mecânicos a valores desprezíveis.
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Vane Test ou Ensaio de Palheta
3] O equipamento de aplicação e medição do
torque, projetado para imprimir uma rotação
ao conjunto haste fina/palheta de 6 ±
0,6°/min, deve possuir um mecanismo de
coroa e pinhão, acionado por manivela ou por
motor elétrico, ou ainda um torquímetro.
Durante a realização do ensaio são feitas
leituras de rotação a cada 2 graus, para a
determinação da curva torque × rotação.

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Vane Test ou Ensaio de Palheta
• ASTM D2573/15 “Standard Test Method for Field Vane Shear
Test in Cohesive Soil”;
• ABNT NBR 10905/1989 – “Solo – Ensaios de palheta em situ”;
• Ensaios de palheta tipo A: Sem execução de pré-furo e resultam
em valores mais confiáveis.
• Ensaios de palheta tipo B: Executado no interior de uma
perfuração previa.
• Os ensaios devem ser realizados a cada metro em toda camada
argilosa.

66
Vane Test ou Ensaio de Palheta

Palheta Elétrica Palheta mecânica: Mesa, Palheta mecânica:


Célula de torque manivela e torquímetro Manual, torquímetro
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Vane Test ou Ensaio de Palheta
Vane test manual (Geonor)

Vane test mecanizado


e automatizado Vane test manual (Pagani)
com torquímetro analógico 68
Vane Test ou Ensaio de Palheta
Palheta Elétrica
Aplicação de Torque com
velocidade controlada Palheta

Haste

Sapata de proteção

69
Vane Test ou Ensaio de Palheta
Palheta Elétrica Palheta Manual

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Vane Test ou Ensaio de Palheta
Palheta é
cravada por Torquímetro
Hastes prensagem
no fundo
do pré-furo
Palheta é
descida no
fundo de
um pré-furo

H = altura
da palheta

B = diâmetro do furo d=4D

D = largura da palheta

e = espessura da palheta

2. A palheta é girada 3. Execução de 8 4. Mede-se o


1. Inserção da palheta à uma velocidade de a 10 revoluções torque residual Tres
6o/min. Mede-se o adicionais correspondente ao
torque de pico, Tmáx estado amolgado

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Vane Test ou Ensaio de Palheta
Cálculo do ensaio:

6 𝑇𝑚á𝑥 𝑆𝑢
𝑆𝑢 = 3 ; 𝑆𝑡 =
7 𝜋𝐷 𝑆𝑢𝑟
Principais hipóteses assumidas:
• Ensaio não drenado;
• Superfície de ruptura é um cilindro de mesmas
dimensões da palheta
• Solo isotrópico e distribuição uniforme de tensões;
• Desprezado o amolgamento no entorno da palheta. Tmáx= Tv+Th
72
Vane Test ou Ensaio de Palheta

20 Su (kPa)
18
0 5 10 15 20
2,0m 0
16 2,5m
Su intacto (kPa)

Profundidade (m)
14 3,0m
3,5m Su intacto
2
12 4,5m Su amolgado
10 5,0m 3
8,0m
8 4

6 5
4 6
2 7
0
8
0 10 20 30 40 50
9
Ângulo de rotação da palheta (graus)

Argila muito mole do Recreio, RJ


73
Vane Test ou Ensaio de Palheta
Turfas : matéria orgânica Argila : grandes quantidades
“mascarando” resultados de palheta de conchas em alguns sítios

Pode ser avaliado através das amostras retiradas com tubo shelby ou
do amostrador do SPT. Interessante avaliar o teor de matéria orgânica.
74
Vane Test ou Ensaio de Palheta
Resistência ao cisalhamento:
correção dos resultados do ensaio de palheta proposta por Bjerrum (1973):
1.2

1.1
 IP 
1.0   1  0,5  log 
 20  su (projeto)  su (palheta)  

0.9

0.8

0.7

0.6

0 20 40 60 80 100 120
Índice de Plasticidade, IP (%)

História de tensões: (Mayne e Mitchell, 1988)

OCR = s´vm/s´v0 OCR = a. (Su/s´vo) a = 22.(Ip)-0,48 75


Vane Test ou Ensaio de Palheta
Su (kPa)

Su (kPa)

Rio de Janeiro - RJ

Recife - PE 76
Vane Test ou Ensaio de Palheta

77
Vane Test ou Ensaio de Palheta

Vantagens do ensaio: Desvantagens do ensaio:

• Medida direta da resistência ao • Limitado a argilas e siltes com su < 200


cisalhamento não drenada (su). kPa.
• Medida da sensibilidade do solo • Custo relativamente alto.
(resistência residual). • Disponibilidade de equipamentos ainda
restrita aos grande centros;
• Velocidade do ensaio pode influenciar
muito nos resultados.

78
Ensaio pressiométrico
O termo pressiômetro foi usado
pioneiramente pelo engenheiro francês
Louis Ménard em 1955, para definir “um
elemento de forma cilíndrica projetado
para aplicar uma pressão uniforme nas
paredes de um furo de sondagem,
através de uma membrana flexível,
promovendo a consequente expansão
de uma cavidade cilíndrica na massa de
solo”. Modernamente, o equipamento é
reconhecido como ferramenta rotineira
de investigação geotécnica, sendo
particularmente útil na determinação do
comportamento tensão-deformação de
solos in situ.

79
Ensaio pressiométrico
Empregado na determinação “in situ” de características de deformabilidade e
resistência dos solos.
É executada uma prova de carga horizontal no solo através de uma sonda
dilatável introduzida num furo de sondagem de mesmo diâmetro. A sonda é dilatada
pela injeção d’água ou CO2 sob pressão crescente.
- Equipamento

Sistema de controle de pressões e


volumes  reservatório de CO2, reguladores
de pressão e manômetros;

Sonda  composta de três células


dilatáveis (uma central e duas extremas) que
garantem uniformes tensões radiais.
Diâmetros: 32 a 115 mm e comprimento total:
60 a 70 cm;

Tubulações

Pressiômetro tipo Menard 80


Ensaio pressiométrico
Ménard Texam
Rocha

81
Ensaio pressiométrico
É fundamental o controle da relação entre o diâmetro do furo (df) e o diâmetro
da sonda (ds) quando da realização do pré-furo. Recomendam-se valores de df/ds
inferiores a 1,15, por causa das limitações de expansão da sonda pressiométrica.

Onde:
a) reservatório de água;
b) piston rígido para aplicação de
pressão na água e controle de
volume injetado;
c) acionamento;
d) manômetro;
e) sonda pressiométrica com
célula única.

82
Ensaio pressiométrico
Autoperfurante - Selfboring pressuremeter SBPM

BOREMAC Pressuremeter
(volumetric, hydraulic, mono-cellular probe)

83
Ensaio pressiométrico
Autoperfurante - Selfboring pressuremeter SBPM

84
Ensaio pressiométrico
Autoperfurante - Selfboring pressuremeter SBPM

85
Ensaio pressiométrico
Autoperfurante - Selfboring pressuremeter SBPM

• Ménard ou Texam PMT: perfuração perturba o terreno;

• SBPM é muito caro e difícil;

86
Ensaio pressiométrico

Uso dos resultados:

• Comportamento lateral de estacas

• Modelagem numérica

• Modelagem numérica da curva de expansão

87
Ensaio pressiométrico
ASTM (2020). ASTM D4719 - 20 Standard Test Methods for Prebored
Pressuremeter Testing in Soils.

Cada resultado consta de uma curva de expansão de cavidade, pressão versus


deformação volumétrica 88
Ensaio pressiométrico
Este ensaio se aplica qualquer tipo de solo mais resistente e é uma ferramenta
muito interessante para terrenos com índice de resistência à penetração N entre
10 e 30.

89
Ensaio pressiométrico
Obtenção dos módulos de deformação para as análises numéricas

Nos solos reais o modulo de carregamento inicial (E) é da ordem de 4 a 5 vezes


menor que o modulo de descarregamento (Eur) (Vermeer, 1996) 90
Ensaio pressiométrico
Obtenção dos módulos de deformação para as análises numéricas
A faixa na qual os solos exibem comportamento elástico linear é relativamente
pequena, até deformações cisalhantes da ordem de 10-6, e a partir deste valor
ocorre uma redução gradativa em forma não linear com o aumento das
deformações e cuja forma qualitativa é apresentada na figura abaixo.

91
Ensaio pressiométrico
Obtenção dos módulos de deformação para as análises numéricas
A partir dos dados de pressão e volume da cavidade colhidos durante o
ensaio é possível plotar a curva de pressão vs deformação específica (εc),
onde:

Onde:

• Vo é o volume inicial da sonda


• ΔV é a variação de volume da sonda
referida ao inicio do ensaio

Durante os ensaios pressiométricos é comum que sejam realizados ciclos de


descarregamento e recarregamento antes do descarregamento total com o
objetivo de obter dados que permitam avaliar os módulos de deformação
durante processos de descarregamento a vários níveis de deformação.

92
Ensaio pressiométrico
Obtenção dos módulos de deformação para as análises numéricas

Pela teoria da elasticidade, a partir dos dados medidos, o módulo de


elasticidade de cisalhamento no processo de descarregamento e
recarregamento (Gur) é calculado como:

Onde ΔP é o valor da variação da pressão


na cavidade.
As deformações cisalhantes associadas
() ao processo de descarregamento são
calculadas como:

Com os valores de G conhecidos, a determinação dos módulos de elasticidade


correspondentes, E é possível mediante a expressão:

93
Ensaio pressiométrico
Obtenção dos módulos de deformação para as análises numéricas

G =272 MPa

15000

Gur =1470 MPa


Pressão p

10000
kPa

5000

e (%) 94
Ensaio pressiométrico
Obtenção de outros parâmetros como  e 

N º º G MPa
0 20 40 60 0 10 20 30 40 50 0 10 20
0 0 0 0 20 40
0

5 5 5 5

10 10 10 10
Prof (m)

15 15 15 15

20 20 20 20

25 25 25 25

30 30 30 30

O valor de Su pode ser estimado por meio de resultados de ensaios realizados


em condições não drenadas. 95
Ensaio pressiométrico
Obtenção dos módulos de deformação para as análises numéricas

96
Ensaio pressiométrico

Vantagens do ensaio: Desvantagens do ensaio:

• Consistente base teórica para • Execução do ensaio é


interpretação (teoria da expansão relativamente complicada - exige
de cavidades). treinamento específico.
• Mobilização de um extenso volume • Demorado.
de solo durante o ensaio. • Custo relativamente alto.
• Obtenção de uma curva tensão x • Disponibilidade de equipamentos
deformação in situ. ainda restrita aos grande centros.
• Medição direta de G e Gur.

97
Ensaio CPT ou CPTu
Os ensaios de cone e piezocone,
conhecidos pelas siglas CPT (cone
penetration test) e CPTU (piezocone
penetration test), respectivamente,
caracterizam-se internacionalmente
como uma das mais importantes
ferramentas de prospecção
geotécnica. Resultados de ensaios
podem ser utilizados para a
determinação estratigráfica de perfis
de solos, a determinação de
propriedades dos materiais
prospectados, particularmente em
depósitos de argilas moles, e a
previsão da capacidade de carga de
fundações.

98
Ensaio CPT ou CPTu

1931 Barentsen Simple mechanical cone


1946 Goudsche Mechanical cone
1947 Vermeiden Mantle cone
1964 Fugro Electric cone
1969 Begeman Sleeve friction cone
1975 Torstensson Piezocone
1984 UBC Seismic cone

No Brasil, o ensaio de cone vem sendo


empregado desde o final da década de
1950

99
Ensaio CPT ou CPTu
Equipamentos e procedimentos

O princípio do ensaio de cone é bastante simples, consistindo da cravação, no


terreno, de uma ponteira cônica (60° de ápice) a uma velocidade constante de 20
mm/s ± 5 mm/s. A seção transversal do cone é, em geral, de 10 cm2, podendo
atingir 15 cm2 ou mais para equipamentos mais robustos, de maior capacidade de
carga, e 5 cm2 ou menos para condições especiais.

Os procedimentos de ensaio são padronizados; os equipamentos, porém, podem


ser classificados em três categorias:

(a) cone mecânico, caracterizado pela medida, na superfície, via transferência


mecânica das hastes, dos esforços necessários para cravar a ponta cônica qc e do
atrito lateral ƒs;
(b) cone elétrico, cuja adaptação de células de carga instrumentadas eletricamente
permite a medida de qc e ƒs diretamente na ponteira; e
(c) piezocone, que, além das medidas elétricas de qc e ƒs, permite a contínua
monitoração das pressões neutras u geradas durante o processo de cravação.
100
Ensaio CPT ou CPTu
Equipamentos e procedimentos

Um exemplo da geometria típica


de um cone é mostrado na figura
ao lado. O piezocone desmontado
permite visualizar o elemento
poroso, o transdutor de pressão e
o conjunto de células de carga
referente à ponta cônica e à luva
de atrito.

101
Ensaio CPTu
Posição do elemento filtrante

Medida de poro- pressão


na face do cone
(u1)
Medida de poro- pressão
na base do cone
(u2)

102
Ensaio CPTu
Tipo do elemento filtrante

103
Ensaio CPTu

fs

u2

qc

104
Ensaio CPTu
Cone elétrico com 60º
Cabo para o
de ápice: computador
 = 36 mm (10 cm2) ou
 = 44 mm (15 cm2) 1. Saturação das cavidades da
ponta do cone e instalação do anel
poroso pré-saturado.
2. Leitura dos transdutores da
ponta, da luva de atrito, de poro-
pressão e do inclinômetro.

Cravação contínua por


prensa hidráulica a
2 cm/s; hastes são
adicionadas a cada 1 m.

Razão de atrito
Hastes (  = 36 mm)
= fs/qc
Inclinômetro

fs = atrito lateral Leituras realizadas a


cada 10 a 50 mm
u2 = poropressão
fs
a = razão de área
u2
qc = resistência (ou
tensão) de ponta medida qt
qt = resistência de ponta
corrigida = qc + (1-a) u2

105
Ensaio CPTu

106
Ensaio CPTu

107
Ensaio CPTu
Pagani TG63 -150 - 150kN

108
Ensaio CPTu
Correção da área de ponta
AN
qt = qc + (1-a). u2

a = AN / AT

AN

AT

109
Ensaio CPTu
Correção da área de ponta

1-a

AN
0.8
a=
AT 1-a

qc 1
0.4
(MPa)

0
0 0.4 0.8
u (MPa)
110
Ensaio CPTu
Tipos de cone
Subtração Células separadas

Subtração
Tração (fs)

Compressão

Compressão qt
Mais robusta
fs mais acurado 111
Ensaio CPTu

Correção da resistência de ponta


para o efeito da poro-pressão:
qt = qc + (1-a). u2

Razão de atrito

FR = fS / qc

Células de carga para


a = An / At
medição de qc e fs 112
Ensaio CPTu
Interpretação de resultados

Du positivo em argilas
(mas negativo em
argilas muito
sobreadensadas)
Profundidade (m)

Du = 0 - u = uo
(hidrostática) em areia
pura (pode haver algum
Du em areia siltosa)
}
Argila
mole

Prof. Dr. Diego Fagundes 113


Ensaio CPTu
Interpretação de resultados
Ensaio de piezocone + Ábacos de Robertson (1990)

114
Ensaio CPTu
Interpretação de resultados
Tipo de solo: gráficos de Robertson e Campanella

Resistência de ponta qt (MPa)


Resistência de ponta qt (MPa)

Parâmetro de poro-pressão Bq Razão de atrito (%)

Zona: Comportamento do solo:

1. Solo fino sensível 5. Silte argiloso – argila siltosa 9. Areia


2. Material orgânico 6. Silte arenoso – silte argiloso 10. Areia grossa – areia
3. Argila 7. Areia siltosa – silte arenoso 11. Solo fino duro (*)
4. Argila siltosa – argila 8. Areia – areia siltosa 12. Areia – areia argilosa (*)
(*) Sobre-adensado ou cimentado 115
Ensaio CPTu
Interpretação de resultados

Resistência não drenada

Su =(qt-svo) / Nkt

Nkt = um fator de capacidade


de carga, obtido por
comparação com ensaios de
palheta. Brasil: 8 a 18.

Nkt = 10,50+7.log(Fr); Danziger e Schnaid, (2000)


116
Ensaio CPTu
Interpretação de resultados

117
Ensaio CPTu
Interpretação de resultados

118
Caso 1 – Resultados de CPTu e Vane
Resultados das Ilhas de investigações geotécnicas
CPTu Vane
Su(proj) x Profundidade
Su x Profundidade
10 0 500 1000 1500 2000 2500 0 20 40 60 0 0200 400
10 600 20 800 1000
30 40 0 10 20 30 40
0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
prof. X u1_Ilha 1 Ilha 1_Nkt=15 Ilha 1_Nkt=15
1.0 prof. X qT_Ilha 1 1.0 prof. X fs_Ilha 1 1.0 1.0 1.0
prof. X u2_Ilha 1 Ilha 1_Su_Vane Ilha 1_Su(proj)_Vane

2.0 2.0 2.0 2.0 2.0


prof. X u0_Ilha 1
3.0 3.0 3.0 3.0 3.0

4.0 4.0 4.0 4.0 4.0

5.0
Profundidade (m)
5.0 5.0 5.0 5.0
Su ~ 22 kPa Su(proj) ~ 15 kPa
6.0 6.0 6.0 6.0 6.0

7.0 7.0 7.0 7.0 7.0

8.0 8.0 8.0 8.0 Su(proj) ~ 20 kPa


8.0 Su ~ 30 kPa
9.0 9.0 9.0 9.0 9.0

10.0 10.0 10.0 10.0 Su ~ 24 kPa 10.0


Su(proj) ~ 15 kPa
11.0 11.0 11.0
11.0 11.0

12.0 12.0 12.0


12.0 12.0 Su(proj) ~ 20 kPa
13.0 13.0 13.0
13.0 13.0 Su ~ 30 kPa
14.0 14.0 14.0
14.0 14.0

Prof. Dr. Diego Fagundes 119


Ensaio CPTu
Interpretação de resultados

História de tensões: Chen e Mayne (1996)

O CR  0,305  q t  s v 0  / s v0
'

qt  u2
OCR  0,53 
sv0
'

 
Módulo oedométrico: Kulhawy e Mayne (1990)
E oed  8,25  q t  s v 0
120
Ensaio CPTu
Interpretação de resultados – ensaio de dissipação

Cálculo de ch – ensaio de
dissipação na Barra da Tijuca

121
Ensaio CPTu
Interpretação de resultados – ensaio de dissipação
s1
Dilatação
DV

Du

s3

Contração
s1
DV

s3
Du

122
Ensaio CPTu
Interpretação de resultados – ensaio de dissipação
Cálculo de ch – ensaio de dissipação, RJ

123
Ensaio CPTu
Interpretação de resultados – ensaio de dissipação

T *
 rc
2
 Ir
Ch 
t
Obtenção
ch → t50
rc = raio do piezocone;
Ir = índice de rigidez da argila Robertson et al. (1992)
Ir = G/ Su = 3Eu/ Su
124
Ensaio CPTu
Interpretação de resultados – ensaio de dissipação

Rio de Janeiro - RJ Ortigão (2007)


ch (m2/ano)

1 10 100 1000 10000

Belém

Aracajú

Rio de Janeiro

Santos

Santa Catarina

125
Ensaio CPTu
Interpretação de resultados – ensaio de dissipação
Vários autores discutem uma correção que serve para trazer os valores para a argila
normalmente adensada e também considerar fluxo vertical.
(e.g. Campanella & Robertson , 1988, Campanella & Howie, 2008, Schnaid 2002).
Recomendações de Campanella e Howie (2008) recomendam reduzir os valores de
ch do ensaio em cerca de seis vezes.

Recomendações de Campanella & Howie (2008)

126
Ensaio CPTu
Interpretação de resultados – ensaio de dissipação
Finalmente, os valores medidos de Ch (NA) podem ser convertidos em Cv (NA),
para fins de comparação com ensaios de adensamento, por meio da expressão:

sendo a anisotropia de permeabilidade vertical e horizontal (kv/kh) apresentada


na Tabela a seguir. Por exemplo, previsões do tempo de recalque de aterros
assentes em depósitos de argilas moles normalmente adensadas ou ligeiramente
pré-adensadas são realizadas com base nos valores previstos de Cv, cuja
magnitude é similar a valores medidos em laboratório por meio de ensaios de
adensamento (p. ex., Robertson et al., 1986; Schnaid et al., 1997).

127
Ensaio CPTu
Interpretação de resultados – ensaio de dissipação

128
Ensaio CPTu
Interpretação de resultados

Os resultados do ensaio CPTu permitem estimar os recalques primários através da


seguinte equação:
𝜟𝝈𝒗
𝝆= 𝑯
𝑴

Onde:
 = recalque (m);
M = Módulo unidimensional (kPa);
H = espessura da camada (m);
Dsv = sobrecarga (kPa);

129
Ensaio CPTu
Interpretação de resultados
Em relação aos parâmetros de deformabilidade da argila mole, o módulo oedométrico
pode ser obtido através da seguinte equação:
𝑀𝐶𝑃𝑇 = 𝑎. (𝑞𝑡 − 𝜎𝑣 ) para Ic>2.20
ou
𝑀𝐶𝑃𝑇 = 𝑞𝑡 − 𝜎𝑣 . 0.0188 . 100.55𝐼𝑐+1.68 para Ic≤2.20

Onde:
Ic = índice de classificação SBT (Robertson, 2010);
a = 14 para Qtn > 14;
a = Qtn para Qtn ≤ 14;
qt – Resistência de ponta corrigida;
𝜎𝑣 – Tensão vertical.
130
Ensaio CPTu
Interpretação de resultados
Variação de qc e fs com a profundidade;
Identificação do tipo de solo:
Tipo de solo Variação de qc e fs com a profundidade
solos homogêneos qc constante e fs 
areia compacta qc e resistência total  rapidamente
Argila de consist. média qc  lentamente e resistência total  rapidamente
aterro solto qc e fs baixas
solos com pedregulhos variações erráticas e bruscas de qc e fs
Segundo Begeman (1965) desde ensaios com cone com camisa de atrito
Tipo de solo fs/qc (%)
areia fina a grossa 1,2 - 1,6
areia siltosa 1,6 - 2,2
areia silto-argilosa 2,2 - 4,0
argila > 4,0
Relações entre qc e o Nspt: (Costa Nunes)
Tipo de solo qc/Nspt
argila a silte argiloso 3,5
argila arenosa e silto-arenosa 2,0
silte arenoso 3,5
Areia argilosa 6,0
areia 10,0 131
Ensaio CPTu
Software para interpretação - CPeT-IT

132
Ensaio CPTu
Software para interpretação - CPeT-IT

133
Ensaio CPTu
Software para interpretação - CPeT-IT

134
Ensaio CPTu
Software para interpretação - CPeT-IT

135
Ensaio CPTu
Software para interpretação - CPeT-IT – normalização de parâmetros

Ponta 𝑞𝑡 −𝜎𝑣0
𝑄𝑡 =
𝜎′𝑣0

𝑓𝑠 −𝜎𝑣0
Atrito
𝐹𝑟 = %
𝑞𝑡 −𝜎𝑣0

Du
Poropressão Bq 
qt  s v 0

136
Ensaio CPTu
Software para interpretação - CPeT-IT – normalização de parâmetros
Normalized Classification Chart
1000

7 8

Zone Normailzed Soil Behavior Type


qt - svo

j' 9
vo

1 sensitive fine grained


s'

100
2 organic material
6
3 clay to silty clay
4 clayey silt to silty clay
Normalized Cone Resistance

5 silty sand to sandy silt


5
6 clean sands to silty sands
7 gravelly sand to sand
10
4
8 very stiff sand to clayey sand
9 very stiff fine grained

1
3
2
1 Robertson (2009)
0.1 1 10
fs
Normalized Friction Ratio q-t s x 100%
137
vo
Ensaio CPTu
Software para interpretação - CPeT-IT – normalização de parâmetros

138
Ensaio CPTu
Software para interpretação - CPeT-IT – normalização de parâmetros

Ponta Qtn = [(qt - sv)/pa] (pa/s'vo) n

Atrito Fr = [(fs/(qt - svo)] 100%

n = 0.381 (Ic) + 0.05 (s'vo/pa) - 0.15

n≤1 Argilas n = 1
Areias 0.5 > n < 1

Ic = [(3.47 - log Qtn)2 + (log Fr + 1.22)2]0.5

139
Ensaio CPTu
Software para interpretação - CPeT-IT

140
Ensaio CPTu
Problemas comuns em ensaios - cavitação

Cavitação

141
Ensaio CPTu

Vantagens do ensaio: Desvantagens do ensaio:


• Permite caracterização contínua
do perfil do subsolo. • Não há coleta de amostras de solo.
• Sensibilidade na medida de • Custo relativamente alto.
resistência de solos moles. • Disponibilidade de equipamentos
• Existe base teórica para ainda restrita aos grande centros.
interpretação. • Necessidade de sistema adequado
• Eliminação da influência do de reação.
operador.

142
Ensaio CPTu
– Cones equipados com outros sensores:

• Equipamento padrão CPTU mede forças (qs, fs) e poro-pressão (Du)


• Piezocone sísmico inclui geofones para medida de Vs
• Cone resistivo: inclui sensor para determinação da resistividade elétrica do
solo
• Mede na realidade a resistividade dos fluidos nos poros do solo – pode
detectar a presença de contaminantes (baixa resistividade) ou
hidrocarbonetos (alta resistividade)
• Outros sensores:
• Câmera de vídeo
• Cone de fluorescência induzido a laser (varios contaminantes têm um
sinal característico de fluorescência)
• Cone-pressiômetro
• Muitos tipos novos – várias pesquisas em andamento

143
Ensaio CPTu
– Piezocone sísmico:
Mede o tempo de deslocamento, e a partir deste, a velocidade de propagação da onda de
cisalhamento Vs:

Osciloscópio
Disparador
Carga estática
Go = .(Vs)2
Martelo
Placa de aço

Ondas
de
Geofones 1m
cisalha-
mento

Cone de "1- Cone de "2-


ponto" pontos"
144
Dilatômetro
O dilatômetro constitui-se de uma lâmina de aço inoxidável dotada de uma
membrana de aço muito fina em uma de suas faces, similar a um instrumento tipo
célula de pressão total. O ensaio dilatométrico (DilatoMeter Test - DMT) consiste
na cravação da lâmina dilatométrica no terreno, medindo-se o esforço necessário
à penetração para, em seguida, usar a pressão de gás para expandir a
membrana circular de aço (diafragma) no interior da massa de solo. O
equipamento é portátil e de fácil manuseio, e a operação é simples e
relativamente econômica.
O ensaio dilatométrico foi desenvolvido na Itália pelo professor Silvano Marchetti,
- pesquisador responsável não só pela concepção e construção do equipamento,
como também pela formulação dos conceitos básicos associados à sua
interpretação (Marchetti, 1975, 1980, 1997).
145
Dilatômetro
História

• 1980: ASCE paper by S Marchetti


• 1986: ASTM suggested method
• 1984: Eurocode
• 1989: Lunne et al, Rio de Janeiro
• 1992: US DOT, Briaud and Miran

146
Dilatômetro

147
Dilatômetro
Aplicações
• Resistência (Su) e deformabilidade (M);
• Cálculo de recalques;
• Controle de compactação;
• Controle de melhoria solo;
• Estratigrafia;
• História de tensões.

• Resultados primários: ID, Su, M, KD

• Resultados secundários: , E, G

148
Dilatômetro

Cable
14 mm

P0

Flexible
membrane Flexible
membrane
95 mm

149
Dilatômetro
Cravação

DMT

Pré-furo

150
Dilatômetro
Calibração Fio terra

DMT

151
Dilatômetro
Execução
É executada a expansão de uma membrana circular de aço muito fino
situada lateralmente a uma lâmina de aço inoxidável.

- Equipamento
• Lâmina dilatométrica;
• Sistema de cravação;
• Unidade de controle de pressão;
• Cabo elétrico/pneumático;
• Sistema de calibração;
• Unidade de pressão.

152
Dilatômetro
Execução
a) Cravação da lâmina dilatométrica verticalmente no interior da massa
de solo (sistema hidráulico de cravação) à velocidade de 2 a 4 cm/s;
b) A cada 20 cm é interrompida a penetração e expandida membrana;
c) Registra-se:
Po = pressão necessária para deslocamento de 0,05mm da membrana
– correspondente a tensão horizontal in situ
P1 = Pressão necessária para deslocamento de 1,10mm da
membrana – (P1 – Po) é relacionado ao módulo de elasticidade do solo;
P2 = pressão interna durante a despressurização quando a membrana
retorna a posição de Po – relacionado ao excesso de poropressão pela
cravação da lâmina.
obs: são necessárias correções aos registros.

ASTM D6635 - 15 Standard Test Method for Performing the Flat Plate
Dilatometer

153
Dilatômetro
Execução

154
Dilatômetro
Execução

155
Dilatômetro
Partes da lâmina
Membrana de aço
Cilindro

Disco sensor

Cilindro de fibra

+ -

gas
156
Dilatômetro
Execução

157
Dilatômetro
Execução
Índices dilatométricos:
- Módulo dilatométrico:

ED = 34,7 (P1 – Po)

Módulo drenado em areias e não drenado em argilas

- Índice de material:

ID = (P1 – Po)/(Po – uo)

Indicador do tipo de solo

- Índice de tensão horizontal:

KD = (Po – uo)/s´v

Permite a estimativa de Ko e OCR do solo

158
Dilatômetro
Resultados típicos
p p

p1
p1
p0 p0
z
z

Areia
p1  p0 Argila
ID 
p0  u 0
159
Dilatômetro
Resultado típico – Argila Mole São Luis-MA

ID KD S u (kP a) M (MP a)
0.1 1.0 10.0 0 5 10 15 20 25 30 0 10 20 30 0 2 4 6 8 10
0 0 0 0

2 2 2 2
Depth (m)

4 4 4 4

6 6 6 6

8 8 8 8
KD = 2
C lay S ilt
10 10 10 10

0.6 1.8

160
Dilatômetro
Resultado típico – Argila porosa Brasília - DF
ID KD Su (kPa) ’ M (MPa)
0.1 1 10 0 2 4 6 0 10 20 30 40 50 20 25 30 35 40 45 20 40 60 80 100

0
2
4
6
8
10
12
14
16
Clay Silt Sand

161
Dilatômetro
Dúvidas de interpretação

• Como prever M a partir de ED, pois:


• ED é horizontal
• M é vertical e drenado ?

• Posso usar as correlações italianas ?

162
Dilatômetro
Dúvidas de interpretação

163
Dilatômetro
Dúvidas de interpretação

164
Dilatômetro
Dúvidas de interpretação
• Pode-se estimar módulos a partir de ED ?
• Não, a recomendação é

E   0.8 M

165
Dilatômetro
Vantagens do ensaio: Desvantagens do ensaio:

• Equipamento simples e robusto.


• Dificuldade de penetração em
• Rápido e econômico. materiais muito compactos ou rijos.
• Elimina a influência do operador. • Parâmetros obtidos principalmente
• Boas correlações - CPTU x DMT através de correlações.
• Necessidade de calibração para a
geologia local.

166
Interpretação de ensaios em ilhas de investigação
Exemplo
s'v0 (kPa) CLASSIFI- wn (%) Su (kPa) qT , u (kPa) ENSAIOS DE ADENSAMENTO
SP 9B 0 20 40 60 0
80 CAÇÃO 0 100 200 300 400 500 5 10 15 20 0 500 1000 s'vm cv x 10-8
e0 (kPa) Cc (m 2/s)
0.3 m camada vegetal
166
Silte areno 11.30 11 5.58 1.46
P/45 argiloso

P/7m

Argila siltosa, Silte areno 78


orgânica, com argiloso 4.96 7 2.00 1.54
fragmentos
de conchas,
muito mole

Silte areno 174


5m 4.35 20 2.54 3.09
argiloso

Silte areno 49
2.24 30 1.16 3.41
argiloso

48
2/35 Silte areno 1.95 30 0.86 1.71
argiloso
10m
2/35
Argila siltosa
muito mole
5 a mole

Areia argilosa, com


pedregulhos,
muito compacta.
Fim de Ensaio de piezo-
Sondagem Ensaio de piezocone
cone, Nkt = 15
12.14 m IP qT
SHELBY wP wL Ensaios UU
 = 4" wn Ensaios de palheta u
15m
167
Interpretação de ensaios em ilhas de investigação
Exemplo
s'v0 (kPa) CLASSIFI- w n (%) Su (kPa) qT , u (kPa) ENSAIO DE ADENSAMENTO
SP 36 0 20 40 CAÇÃO 0 200 400 600 0 5 10 15 20 -100
25 400 900 e0 Cc/(1+e0) Cvx 10-8
alagado (m 2/s)

P/90 310
argila turfosa turfa 15.18 0.494 2.20
muito mole
cinza escura
P/80
ch = 1.82 x 10-7 m2/s
P/80 69
Argila muito
argila orgânica 5.77 0.473 0.5
mole cinza
escura
P/70

Argila muito ch = 7.60 x 10-6 m2/s


P/70 mole com
5m areia fina
59
argila orgânica 3.05 0.259 3.41
P/70

ch = 4.88 x 10-7 m2/s


P/80
90
argila orgânica 2.67 0.221 2.09
P/75
argila muito
P/50 mole a mole 101
cinza escura argila orgânica 3.401 0.307 2.57

2
10m

16 Piezocone
Nkt = 12.7
areia fina e
21 média wn Palheta
argilosa Sondagens
medte Turfa
compacta Ensaios
13 de laboratório
PZ36
argila arenosa
6 média a dura IP qT
cinza SHELBY wP wL
 = 4" wn ucone
22 168
15m
Geofísica
- Métodos geofísicos
Permitem determinar a distribuição em profundidade de parâmetros físicos
dos terrenos: velocidade de propagação de ondas acústicas, resistividade elétrica,
contrastes de densidade e campo magnético da Terra  guardam estreitas
relações com algumas características geológico-geotécnicas do subsolo.

Principais métodos geofísicos:


• Métodos geoelétricos
- eletrorresistividade (sondagem elétrica vertical e caminhamento elétrico);
- polarização induzida;
- potencial espontâneo;
- eletromagnéticos (EM - domínio do tempo, VLF - very low frequency, GPR -
Ground Penetration Radar ou georadar).

169
Geofísica
Métodos geoelétricos
Os materiais apresentam de conduzir corrente
elétrica; condutividade elétrica, ou seu inverso,
resistividade elétrica. Diferentes solos e rochas
apresentam valores contrastantes nos valores
das resistividades e, apesar da grande
variabilidade desta capacidade, os diferentes
materiais podem ser identificados por esta
propriedade que fundamenta o método
eletrorresistivo.
O principal mecanismo de condução elétrica pelos materiais da subsuperfície é,
sem dúvida, a condução iônica, ou eletrolítica. Neste mecanismo, o fluxo da
corrente ocorre através de íons presentes nos fluidos intersticiais nos poros dos
solos e rochas.

170
Geofísica
Métodos geoelétricos
A resistividade aparente é o parâmetro físico fornecido pelo método da
eletrorresistividade. Seu princípio é baseado na passagem pelo solo de uma
corrente elétrica contínua de intensidade I, transmitida por um par de eletrodos
denominados A e B, ligado a um emissor E (baterias ou grupo-gerador). Mede-
se a diferença de potencial V entre outros dois eletrodos denominados M e N,
conforme ilustra a Figura abaixo.

171
Geofísica
Métodos geoelétricos
A resistividade aparente (ρa) é dada pela seguinte equação:

onde K é um coeficiente que depende das dimensões do arranjo do


quadripolo AMNB.

172
Geofísica
Métodos geoelétricos
Sondagem Elétrica Vertical (SEV)
Esta técnica consiste na execução de uma série de medidas de resistividade aparentes
efetuadas com o mesmo tipo de arranjo eletródico, porém com separação crescente
entre eletrodos de emissão e de recepção.
À medida que se incrementa a distância entre os eletrodos de corrente A e B, o volume
total da subsuperfície incluída na medida também aumenta, o que permite se atingir
profundidades maiores. Desta forma, os resultados obtidos com as medidas estarão
estritamente ligados às variações da resistividade com a profundidade.

173
Geofísica
Métodos geoelétricos
Sondagem Elétrica Vertical (SEV)
Esta técnica consiste na execução de uma série de medidas de resistividade aparentes
efetuadas com o mesmo tipo de arranjo eletródico, porém com separação crescente
entre eletrodos de emissão e de recepção.
À medida que se incrementa a distância entre os eletrodos de corrente A e B, o volume
total da subsuperfície incluída na medida também aumenta, o que permite se atingir
profundidades maiores. Desta forma, os resultados obtidos com as medidas estarão
estritamente ligados às variações da resistividade com a profundidade.

174
Geofísica
Métodos geoelétricos

175
Geofísica
Métodos sísmicos

- refração;
- reflexão;
- crosshole e tomografia;
- perfilagem sísmica contínua, sonografia e ecobatimetria  para áreas
submersas.

176
Geofísica
Métodos sísmicos

•Mede VP e VS Mede VP e VS •Mede VP e VS


•Muito preciso •Menos preciso (do •Menos utilizado (do que o
•Mais caro que o crosshole) downhole)
•Menos caro (um furo •Pode ser utilizado com SPT
apenas)

177
Geofísica
Métodos sísmicos
MASW (Multichannel Analysis of Surface Waves)
O uso de MASW possibilita a obteção do módulo de distorção inicial do solo (G0 ou
Gmax), considerado o parâmetro mais importante na caracterização dinâmica de solos e
rochas.
Os ensaios que se baseiam na propagação das ondas volumétricas têm tido vasta
utilização na caracterização preliminar do subsolo, sendo que, entre as técnicas de uso
deondas superficiais, o MASW apresenta-se como a mais empregada para fins
geotécnicos.

178
Geofísica
Métodos sísmicos
MASW (Multichannel Analysis of Surface Waves)
Após tratamento usando um algoritmo de inversão, obtém-se a velocidade da onda de
corte (Vs) em função da profundidade, isto é, o perfil sísmico do solo. A partir de Vs
obtém-se G0 através da relação simples: G0=ρVs2. (ρ = massa específica do material
dada em kg/m³).

onde:
Vp = velocidade de propagação da onda longitudinal
(m/s);
Vs = velocidade de propagação da onda transversal
(m/s);
= massa específica do material (kg/m3);
n= coeficiente de Poisson (adimensional);
G= módulo de cisalhamento ou módulo de rigidez (Pa);
E = módulo de elasticidade ou módulo de Young (Pa).
179
Geofísica
Métodos sísmicos
MASW (Multichannel Analysis of Surface Waves)

180
Geofísica
Métodos sísmicos
MASW (Multichannel Analysis of Surface Waves)

181
Geofísica
Métodos sísmicos
GPR - Ground Penetrating Radar GEORADAR

Investigação a poucos metros da superfície


Introduzido no Brasil nos anos 90 - método não
destrutivo
• Localização de tubulações
• avaliação de pavimentos e estruturas de
concreto

182
DÚVIDAS?

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