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AULA 02

Investigação geotécnica
SUMÁRIO
1. Conceito, objetivos e fases de uma
investigação geotécnica;
2. Programação de sondagens de simples
reconhecimento: aspectos da norma NBR
8036:1983;
3. Sondagem SPT – NBR 6484:2001;
4. Leitura e interpretação de boletins de
sondagem SPT;
5. Sondagem rotativa
6. Ensaio de Cone (CPT e CPTu);
7. Outros ensaios: Sondagem a trado, Ensaio de
palheta, Ensaio Pressiométrico, etc
INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA

• Custo das sondagens de reconhecimento, no Brasil,


normalmente varia entre 0,2% a 0,5% do custo total de
obras convencionais (SCHNAID, ODEBRECHT, 2012)
• Causa mais frequente de problemas de fundações.

O conhecimento geotécnico e o controle de execução


são mais importantes para satisfazer os requisitos
fundamentais de um projeto do que a precisão dos
modelos de cálculo e os coeficientes de segurança
considerados.
INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA

• Conjunto de métodos (ensaios


de campo ou laboratório) que
proporcionam a investigação do solo
ou rocha.
• Fornece informações sobre as
camadas do subsolo com as quais é
possível definir as corretas soluções de
engenharia
INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA

• Um campanha de sondagem deve ser planejada


ponderando custos e as características da obra, bem
como a complexidade geológica e geotécnica do local de
implantação.

Tamanho, cargas, Geomorfologia,


topografia, escavações, hidrogeologia, sismicidade,
rebaixamento de lençol presença de solos moles,
freático, obras vizinhas, colapsíveis ou expansíveis,
canalizações....etc cavidades subterrâneas....etc.
INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA

OBJETIVOS:
1. Adequação da área
2. Projeto econômico e adequado;
3. Propriedades mecânicas e físicas do solos;
4. Águas subterrâneas;
5. Revelar e prever dificuldades;
6. Materiais adequados ou não.
INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA

FASE 1 – Coleta de todas as informações disponíveis.

FASE 2 – Reconhecimento preliminar da área por meio de


visita técnica.

FASE 3 – Exploração da área detalhada: Sondagens, coletas


de amostras para ensaios de laboratório.

FASE 4 – Ensaios de laboratório

FASE 5 – Elaboração do relatório.


INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA

Ensaios de campo destrutivos:


Trincheiras
Sondagens a trado manual
Sondagens a trado mecânico
Sondagem SPT
Ensaio de palheta
Pressiômetro Ensaios de campo não-destrutivos:
Radar de penetração do solo (GPR)
Levantamento Sísmico
Levantamento eletromagnético (EMS)
INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA
ENSAIOS DE CAMPO ENSAIOS DE LABORATÓRIO

ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS (GEOFÍSICOS)


PROPRIEDADES FÍSICAS
• GPR
• Caracterização (peso específico,
• Levantamentos sísmicos
granulometria, limites de
• Levantamentos eletromagnéticos
consistência, umidade, etc);
• Compactação;
ENSAIOS DESTRUTIVOS
• Permeabilidade;
• Trincheiras
• Etc..
• Trado manual ou mecânico
• Sondagem a percussão (SPT)
PROPRIEDADES MECÂNICAS
• Ensaio de penetração de cone (CPT)
• Cisalhamento direto;
• Ensaio de palheta (Vane test)
• Triaxial;
• Ensaio dilatométrico de placa (DMT)
• Adensamento.
• Ensaio pressiométrico (PMT)
POÇOS E SONDAGENS A TRADO
✓POÇOS: São escavações manuais feitas até encontrar o nível
d’água ou até onde o solo permitir sem desmoronamento.
Normalizado pela NBR 9604.

✓SONDAGEM A TRADO:
Perfurações executadas com um
dos tipos de trados manuais ao
lado. Profundidade limitada ao
nível d’água e à estabilização do
furo.

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POÇOS E SONDAGENS A TRADO

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SONDAGEM SPT
✓São perfurações capazes de atravessar o nível d’água e solos
relativamente compactos ou duros;
✓A perfuração é interrompida a cada metro para realização do
ensaio de penetração dinâmica Standard Penetration Test – SPT.

A determinação dos tipos de solo em suas respectivas


profundidades de ocorrência;

A posição do nível d’água;

Os índices de resistência à penetração (N) a cada metro


PROCEDIMENTOS
1) Locação dos furos com cravação dos piquetes identificados na obra;
2) Com trado-concha ou cavadeira manual até a profundidade de
1m, seguindo-se a instalação do primeiro segmento do tubo de
revestimento;
PROCEDIMENTOS
3) Instala-se o amostrador-padrão (bipartido), conectado a composição
de cravação;
4) Coloca-se a cabeça de bater e marca-se na haste 03 segmentos de
15cm com um giz;
PROCEDIMENTOS
5) Posiciona-se o martelo de 65kg (padrão) sobre a cabeça de bater;
6) Levanta-se o martelo até uma altura de 75cm, com o auxilio da
roldana, e deixa-o cair em queda livre. Conta-se o numero de golpes
necessários para cravar cada um dos 03 segmentos de 15cm e anota-se
na folha do ensaio. O chamado Nspt é a soma dos golpes para cravação
dos dois últimos segmentos de 15 cm (isto é, os 30cm finais).
PROCEDIMENTOS
7) Terminada a cravação dos 45cm, retira-se o amostrador-padrão
e o sistema de cravação;
8) Abre-se o amostrador-padrão e coleta-se a amostra de solo;
9) Coloca-se amostra dentro de um saco plástico, fecha e identifica
com uma etiqueta o local da obra, o número do furo de sondagem, a
profundidade e número NSPT.
PROCEDIMENTOS
10) Instala-se novamente o conjunto de hastes e dá-se continuidade ao processo
de perfuração até a próxima cota de amostragem;
• Observações:
a) Essa perfuração deve ser feita com trado concha ou cavadeira manual
até encontrar o nível d’água ou até onde o solo permitir a perfuração
manual;
b) Ao encontrar o nível d’água, é paralisada a perfuração e aguarda-se
a estabilização e faça-se a medida do nível d’água;
c) A partir de então a perfuração até a próxima cota de amostragem é feita com
o auxilio de circulação de água (para limpeza do furo) e trépano de lavagem
como ferramenta para escavação;
d) Para o furo não fechar, pode ser prevista a utilização de tubo de revestimento
ou lama estabilizante na água de circulação.
11) Atingida a cota de amostragem, retira-se a composição de perfuração e instala-
se novamente o amostrador-padrão e sistema de cravação, repetindo-se o
processo de cravação dos 45cm.
PROCEDIMENTOS
PROCEDIMENTOS
12) Finalizado o dia, as amostras coletadas deve ser encaminhadas ao
laboratorista de solos (geralmente um técnico de edificações, com experiência)
para a classificação dos solos encontrados.
NOÇÕES DE PROSPECÇÃO DO SUBSOLO

Métodos de Prospecção: Métodos Diretos


Planta de locação dos furos de sondagem

770
SP 03
1200
Ca sa
de
800 forç a

Rua Y
SP 02

4500
Ce ntra l 1000
te le fô nic a

SP 01
1950

N
1480

2600 3500

Rua X

Planta de locação dos furos de sondagem

PERFIL DE SONDA GEM G EOLÓG ICA - Ensa io d e p e ne tra ç ã o p a d rã o SPT


id a d e
tro s

Co ta Dia g ra m a
(RN)
NOÇÕES DE PROSPECÇÃO DO SUBSOLO

Métodos de Prospecção: Métodos Diretos


Sondagem de simples reconhecimento com SPT – Método de ensaio
NBR 6484 (ABNT, 2001)

1 unidade para
Planta de edifício
Locação dos furos e até 1.200m²
cada 200m² de
quantidades projeção

• Dependem do tipo de Planta de edifício 1 unid. p/ c/ 400m²


estrutura, de suas entre 1.200m² e que excederem
características especiais e 2.400m² 1.200m²
das condições geotécnicas
do subsolo; De acordo com o
Planta de edifício
• Locação: cada furo deve ser plano particular da
marcado com um piquete de acima de 2.400m²
construção
madeira;
Em quaisquer circunstâncias o nº mín. de sondagens
deve ser:
a) 2 p/ área de projeção em planta do edifício até 200m²
b) 3 p/ área entre 200m² e 400m².
NOÇÕES DE PROSPECÇÃO DO SUBSOLO

Métodos de Prospecção: Métodos Diretos


Sondagem de simples reconhecimento com SPT – Método de ensaio
NBR 6484 (ABNT, 2001)

Regra prática:

• Execute duas sondagens até o impenetrável para verificar a homogeneidade do


perfil;
• Com base nessas sondagens iniciais projete preliminarmente a fundação;
• Programe as sondagens restantes, baseada na norma, e verifique a necessidade
de sondagens além das quantidades mínimas de norma;
• Calcule a fundação numa versão “definitiva”;
• Durante a execução, pode ser necessário uma “campanha de sondagens
adicionais”.
PARTICULARIDADES
Nem sempre é possível cravar o amostrador exatamente os 45cm;
Em todos os casos deve ser anotados o número de golpes;

Exemplos: SOMA

15cm 15cm 15cm Nspt


12 10 11

15cm 15cm 15cm Nspt


12 10 11/5

15cm 15cm 15cm Nspt


12 10/5

15cm 15cm 15cm Nspt


PP/90

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CRITÉRIOS DE PARALISAÇÃO DE SONDAGEM
a) quando, em 3 m sucessivos, se obtiver 30 golpes para penetração dos 15 cm iniciais
do amostrador-padrão;

b) quando, em 4 m sucessivos, se obtiver 50 golpes para penetração dos 30 cm iniciais


do amostrador-padrão; e

c) quando, em 5 m sucessivos, se obtiver 50 golpes para a penetração dos 45 cm do


amostrador-padrão

Nos casos a, b e c, deve ser registrado no boletim “Paralisado conforme NBR 6484”.

A sondagem deve ser dada por encerrada quando, no ensaio de avanço da perfuração
por circulação de água, forem obtidos avanços inferiores a 50 mm em cada período de
10min. Neste caso, deve ser registrado no boletim “Impenetrável ao trépano”.
BOLETIM DE SONDAGEM
SONDAGEM ROTATIVA

✓Sondagem capaz de perfurar rochas ou matacões;


✓Extrai testemunhos de rocha a partir dos quais é possível
classificar a rocha e seu estado de intemperismo;
✓A perfuração é feita com uma ferramenta chamada barrilete, dotada
de uma coroa de wídia ou diamante.

SONDAGEM SPT
+
ROTATIVA
=
SONDAGEM
MISTA
SONDAGEM ROTATIVA
SONDAGEM ROTATIVA
SONDAGEM ROTATIVA
SONDAGEM ROTATIVA
SONDAGEM ROTATIVA
SONDAGEM ROTATIVA
SONDAGEM ROTATIVA
SONDAGEM ROTATIVA

RQD – Índice de qualidade da rocha. É usado como um parâmetro


padrão na exploração de núcleo de perfuração, e forma um valor de
elemento básico dos principais sistemas de classificação de massas:
Sistema de classificação de massa da rocha (RMR) e sistema Q

𝑆𝑜𝑚𝑎 𝑑𝑒 𝑡𝑜𝑑𝑜𝑠 𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑜𝑠 𝑓𝑟𝑎𝑔𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 ≥ 10𝑐𝑚


𝑅𝑄𝐷 = × 100
𝑆𝑜𝑚𝑎 𝑑𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑡𝑜𝑑𝑜𝑠 𝑜𝑠 𝑓𝑟𝑎𝑔𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠
SONDAGEM ROTATIVA

Exemplo:
SONDAGEM ROTATIVA
SONDAGEM ROTATIVA
ENSAIO DE CONE (CPT e CPTu)
✓Cravação lenta (2cm/s) e constante de uma haste com ponta cônica,
medindo-se a resistência encontrada com a ponta (qc) e a resistência
por atrito lateral (fs) ;
✓Quando a ponteira cônica possui um transdutor de pressão associado,
pode-se medir a poro-pressão (ensaio assim chamado de CPTu).

Multivix - Nova Venécia Mecânica dos Solos II -


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Profª Morgana Moreschi
ENSAIO DE CONE (CPT e CPTu)
✓VANTAGENS: Registro contínuo de todas as camadas do solo;
fornece a descrição detalhada da estratigrafia do solo; e elimina o
fator humano dos resultados do ensaio.

✓DESVANTAGENS: Relativamente pouco difundido no Brasil,


destinado apenas a obras de maior porte; incertezas quanto a
influencia da rugosidade da superfície do cone nos resultados do
ensaio; não coleta amostras do solo (deve ser associado a
sondagem do tipo SPT); custo relativamente alto.
ENSAIO DE PALHETA

✓Também conhecido por ensaio de palheta. O aparelho do


ensaio é um conjunto formado por um torquímetro acoplado em
hastes cilíndricas rígidas, tendo na sua outra extremidade uma
palheta composta de duas laminas retangulares.
Esse conjunto de hastes e palheta é
instalado estaticamente no solo até
profundidade do ensaio, quando então é
impressa ao conjunto uma rotação até a
ruptura do solo. Este ensaio é indicado
para solos moles ou muito moles e serve
para estimar a resistência não drenada.
ENSAIOS GEOFÍSICOS

✓São métodos não destrutivos utilizados para fornecer


informações para caracterização não só dos solos e rochas, bem
como das condições hidrológicas e ambientais da área. Os
métodos geofísicos são também usados para a inspeção e
detecção de condições anômalas, tais como espaços vazios
subjacentes às fundações, tubulações enterradas, etc.

✓Radar de penetração no
solo (GPR);
✓Levantamentos sísmicos
(reflexão sísmica, refração
sísmica, crosshole e
downhole);
✓Levantamento
eletromagnético
ENSAIOS DE LABORATÓRIO

✓São divididos em duas categorias:


✓Ensaios para das características físicas do solo (Classe I);
✓Ensaios para determinação das características mecânicas
(Classe II).

✓PROPRIEDADES FÍSICAS
✓Caracterização (peso
específico, granulometria,
limites de consistência,
umidade);
✓Compactação;
✓Permeabilidade.

✓PROPRIEDADES MECÂNICAS
✓Cisalhamento direto;
✓Triaxial;
✓Adensamento.

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