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MECÂNICA DOS SOLOS / VALDIR A.

GALIANO / JOSÉ LAVRADOR FILHO

AULA 02 – SONDAGENS PARA RECONHECIMENTO DO SOLO


 A investigação das propriedades mecânicas dos solos é fundamental para que sobre ele se assente uma
edificação com a segurança necessária. O conhecimento do solo é condição necessária para a elaboração de
um projeto racional e seguro.
 Sondagem é o conjunto de operações executadas com o objetivo de se obter simultaneamente os quatro
requisitos básicos para a investigação do solo. Compreende: Perfuração, Amostragem, Relatório.

1 Sondagem de simples reconhecimento – SPT


 Referências normativas: NBR6502/19951: Rochas e solos. NBR8036/19832: Programação de sondagens de
simples reconhecimento dos solos para fundações de edifícios. NBR6484/20013: Sondagens de simples
reconhecimento com SPT - Método de ensaio.

1.1 Itens básicos de uma investigação de sondagem


 Número mínimo de sondagens: Para áreas de edificação em planta menores do que 200 m 2, no mínimo 2
furos e para áreas entre 200 e 400 m2, no mínimo 3 furos. Deve ser feito um furo a cada 200 m 2 de edificação
em planta de até 1200 m2 e um furo a cada 400 m2 de edificação em planta para áreas entre 1200 e 2400 m 2.
Para áreas superiores a 2400 m2, deve ser realizado plano específico.
 Localização dos furos de sondagem: Distância máxima de 100 m entre furos. Adota-se, normalmente, de 15
a 20 m. Priorizar as posições relevantes na obra e pontos de maior carga: escadas, elevadores e
reservatórios. Caso o projeto arquitetônico não esteja definido ainda, podem surgir pontos de sondagem a
analisar após a definição do projeto. As sondagens não devem estar alinhadas
 Profundidade a ser atingida na sondagem: é normalmente até a camada impenetrável, a partir de ensaios
de campo usuais. Também se pode definir a profundidade, em alguns tipos de fundação, com consulta ao
projetista.

1.2 Procedimento e Equipamentos 4

1
http://edificios.eng.br/Solos%201a%20ABNT_NBR06502.pdf
2
http://pt.scribd.com/doc/53557272/nbr-8036-1983
3
http://professor.ucg.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/16538/material/SPT-Metodo_de_Ensaio_NBR_6484.pdf
4
MOURA, Paulo Ricardo Monteiro. Fundações, CAHL, 2014, p. 3,4,5.
MECÂNICA DOS SOLOS / VALDIR A. GALIANO / JOSÉ LAVRADOR FILHO

 Um amostrador é cravado por percussão com energia padronizada;


 a contagem do número de golpes necessários à introdução de um comprimento do amostrador fornece um
“Índice de Resistência à Penetração”, que pode ser correlacionado com diversas propriedades dos solos
(resistência, deformabilidade, permeabilidade).
 O ensaio permite a extração de amostras e a detecção do nível d’água. Está normalizado pela NBR 6484.

1.3 Amostragem e revestimento


 Amostragem: Sempre que a perfuração atinge uma nova camada de solo, registra-se no relatório de campo
a profundidade e recolhe-se uma amostra da nova camada. A cada metro de profundidade coleta-se uma
amostra com o amostrador. Assim, é feita pelo menos uma amostra a cada metro de profundidade (camadas
espessas) e no mínimo uma amostragem de cada camada (camadas pouco espessas). As amostras são
recolhidas não só com o amostrador, mas também da ferramenta de escavação (trado) ou da bica
(escavação por circulação de água). As amostras recolhidas são embaladas em frascos plásticos, que
recebem etiquetas de identificação e são remetidos ao laboratório da firma. No relatório de campo deve ser
feito o registro de cada amostra, com a identificação tátil-visual do solo. No laboratório cada amostra será
analisada por um técnico, que fará uma identificação tátil visual mais acurada.
 Revestimento: O primeiro metro da sondagem é sempre revestido, e o topo do tubo de revestimento serve
de referência para a medição da profundidade do fundo do furo e para a marcação dos três segmentos de 15
cm na haste da composição. Se as paredes do furo forem estáveis, não há necessidade de revestimento.
Entretanto, ao perceber que o furo se fecha ou que suas paredes desbarrancam, o sondador deverá cravar
tubos de revestimento até a profundidade necessária.
 Escavação: Até a profundidade do lençol freático, a escavação entre dois ensaios de penetração
consecutivos tem que ser feita com o trado cavadeira ou o trado espiral. Depois de atingido o lençol freático,
a escavação pode ser feita por circulação de água (lavagem). A água é introduzida sob pressão na haste, em
cuja extremidade inferior se conecta a ferramenta de lavagem (bico); saindo do bico sob pressão, a água
ajuda a desagregar o solo, e, ao ascender pelo espaço entre a haste e as paredes do furo (ou o
revestimento), transporta o material escavado para a superfície do terreno. O bico, com o qual se fazem
movimentos sucessivos para cima e para baixo e rotacionais, funciona também como trépano. Ao atingir a
superfície, a água cai pela bica num reservatório, de onde é novamente bombeada para a haste. O solo
escavado se deposita no reservatório.
 Lençol freático: Assim que perceba haver atingido o lençol freático, o sondador registra a profundidade no
relatório de campo. Novas medições da profundidade do nível d’água são feitas com o pio elétrico logo após
o fim da sondagem. Faz-se então o esgotamento do furo e, após um intervalo de pelo menos12 horas, nova
leitura da profundidade do NA.

1.4 Relatório:
 O relatório de sondagem pode ser apresentado na forma de perfis individuais (um para cada sondagem) ou
como um perfil único, no qual aparecem todas as sondagens (nesse caso, as posições presumíveis das
fronteiras entre camadas são interpoladas). O relatório deve conter informações sobre:
o todas as camadas interceptadas, com identificação tátil-visual do solo constituinte de cada uma;
o a posição de todas as fronteiras entre camadas;
o a profundidade do NA e data de sua detecção;
o valores do índice de resistência à penetração;
o a cota do terreno em cada ponto de sondagem em relação a um RN imutável e facilmente
identificável (guia da sarjeta, por exemplo);
o emprego de revestimento;
o escavação por circulação de água.
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EXERCÍCIO:
• São fornecidos perfis geológicos das regiões:
• Itaquera, Santo Amaro, Morumbi.
• Escolha uma região, pede-se:
– a partir dos resultados das sondagens, comentar sobre as resistências de cada horizonte,
considerando a tabela da ABNT NBR 6484.
– avaliar as alternativas de fundação para estas regiões, comentando em qual profundidade a
fundação deve ser apoiada em cada terreno apresentado

Estados de compacidade e de consistência5

5
NBR6484. Solo - Sondagens de simples reconhecimento com SPT - Método de ensaio, 2001.

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