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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 2

2 O QUE É ANÁLISE REAL................................................................................ 3

3 HISTÓRIA DA ANÁLISE REAL........................................................................ 4

4 TEOREMA FUNDAMENTAL DO CÁLCULO ................................................... 9

5 CONJUNTO DOS NÚMEROS NATURAIS AO COMPLEXOS ...................... 15

5.1 História do Conjunto Numérico ................................................................ 15

5.2 Conjunto dos Números Naturais ao Números Complexos ...................... 20

6 SÍMBOLOS DE PERTINÊNCIA ..................................................................... 21

7 NÚMEROS INFINITO .................................................................................... 24

8 CONJUNTOS ABERTOS, CONJUNTOS FECHADOS, UNIÃO E


INTERCÇÃO DE INTERVALOS..................................................................................... 27

8.1 Intervalo Limitado .................................................................................... 27

8.2 Intervalos Llimitados ................................................................................ 29

9 INTERVALOS REAIS - UNIÃO E INTERSECÇÃO ........................................ 31

10 CONJUNTOS COMPACTOS – HISTÓRIA DE GEORG CANTOR ............ 32

11 EQUAÇÃO EXPONENCIAL ....................................................................... 34

11.1 Resolução de Equações Exponenciais ................................................ 34

12 LOGARITMO .............................................................................................. 37

13 BIBLIOGRAFIA ........................................................................................... 42

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1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!

O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao


da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno
se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para
que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça
a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço
virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser
direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe
convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida
e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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2 O QUE É ANÁLISE REAL

Fonte: //juaresdutra.blogspot.com/

Análise é o ramo da matemática que lida com os conceitos introduzidos pelo


cálculo diferencial e integral, tendo surgido justamente da necessidade de prover
formulações rigorosas às ideias intuitivas do cálculo. Sendo hoje uma disciplina muito
mais ampla, tais tópicos são tratados em uma subdivisão chamada análise real.
Se a Análise surgiu do estudo dos números e funções reais, sua abrangência
cresceu de forma a estudar os números complexos, bem como espaços mais gerais,
tais como os espaços métricos, espaços formados e os espaços lineares topológicos.
Embora seja difícil definir exatamente o que seja análise matemática e delinear
precisamente seu objeto de estudo, pode-se dizer grosseiramente que a análise se
dedica ao estudo das propriedades topológicas em estruturas algébricas.
Em matemática, o conceito de sucessão (português europeu) ou sequência (português

brasileiro) tem significado similar ao uso comum da palavra, mas recebe uma definição
precisa. Formalmente falando, uma sequência é uma função cujo domínio é um
conjunto contável totalmente ordenado. Define-se o tamanho de uma sequência pelo
número de elementos que esta possuí, podendo existir sequências infinitas ou finitas.
Análise consiste no exame detalhado sobre determinada matéria ou assunto,
observando todos os pormenores que formam cada parte de um todo.

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Uma análise é o mesmo que um estudo detalhado sobre algo, podendo ser
aplicada em diferentes áreas do conhecimento como forma de observar
minuciosamente determinado tema.

Fonte: www.abrilexame.files.wordpress.com

Do ponto de vista sociológico e artístico, por exemplo, a análise corresponde ao


comentário crítico e avaliativo que alguém faz sobre certa obra, como filme, livro, peça
teatral e etc. O objetivo dessa análise é esmiuçar o conteúdo, interpretando as
informações contidas nas entrelinhas do trabalho.

3 HISTÓRIA DA ANÁLISE REAL

Concebemos a análise matemática "não apenas como uma tentativa de fornecer


rigor e fundamento ao cálculo, mas como um conjunto de objetos histórico-matemáticos
que criaram necessidades que não existiam, e para elas dispensaram esforços que
culminaram em uma crise de fundamentos e no estabelecimento de novas concepções.
A histórico da matemática mostra que as ideias, dúvidas e críticas que foram
surgindo não devem ser ignoradas diante de uma organização linear da matemática.

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Ele revela que esse tipo de organização axiomática surge apenas após as disciplinas
adquirirem maturidade, de forma que a matemática está em constante reorganização. A
história pode evidenciar que a matemática não se limita a um sistema de regras e
verdades rígidas, mas é algo humano e envolvente.
Enquanto dois séculos atrás funções eram pensadas como fórmulas que
descreviam relações entre duas variáveis envolvendo expressões algébricas (na visão
de Euler), a definição moderna de função não é tão limitada. Na educação matemática
é frequente esquecer que o conceito de função foi o resultado de um longo
encadeamento do pensamento matemático desenvolvido vagarosamente. Ao contrário,
na escola básica esse conceito é em geral introduzido muito cedo como uma base para
a introdução de outros conceitos.
É claro que com essa grande variedade de significados técnicos [infinito
potencial, infinito atual, infinito ordinal, infinitésimo], que frequentemente possuem
propriedades diferentes, e mesmo conflitantes, os possíveis significados intuitivos que
emergem em vários contextos também são variados e conflitantes. De fato, é bastante
frequente encontrarmos ao longo de pesquisas de natureza cognitiva imagens
conceituais associadas com infinito. Elas são geralmente transitórias, instáveis e
conflitantes.
O conceito matemático de limite é uma noção particularmente difícil, típica da
natureza de pensamento matemático avançado. Ele ocupa uma posição central que
permeia a análise matemática toda.

Fonte: www.images.comunidades.net
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Uma das maiores dificuldades no ensino e aprendizagem está não somente em
sua riqueza e complexidade, mas também na extensão para a qual os aspectos
cognitivos não podem ser produzidos puramente a partir da definição matemática. A
diferença entre a definição e o próprio conceito é didaticamente muito importante.
Ainda, se pensarmos que o ensino não se resume ao acúmulo de conteúdos e
regras, mas a um conjunto de atitudes críticas em relação ao conhecimento, a história
se manifesta como um dos mais importantes desafios para professores e alunos de
matemática.
Uma análise histórica e epistemológica permite que professores compreendam
porque determinado conceito é difícil para o estudante (como, por exemplo, o conceito
de função, o conceito de limite, mas também frações, operações com zero etc.) e pode
ajudar na abordagem e desenvolvimento didático.
Com as seguintes palavras, Poincaré (1908) começou sua palestra no
quarto Congresso Internacional de Matemática em Roma: "Para prever o futuro
da matemática, o verdadeiro método é estudar a sua história e o seu estado
presente".

Fonte: www.4.bp.blogspot.com

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Embora ele próprio nunca tenha se dedicado à história da matemática, a
partir de sua observação, tanto historiadores quanto pesquisadores puderam
obter uma orientação metodológica valiosa, nem tanto para satisfazer uma
profecia improvável sobre o estado futuro da matemática, mas, sobretudo, para
encontrar na história as origens e motivações das teorias contemporâneas, e
para achar no presente a exposição mais proveitosa possível dessas teorias.
Já Félix Klein fez, em sua própria casa, seminários sobre a história da
matemática para um seleto grupo de participantes. Esses seminários foram publicados
posteriormente por Courant e Neugebauer são considerados até hoje como uma das
mais valiosas e compreensíveis a respeito da história da matemática no último século.
A concepção de história que Poincaré e Klein tinham não é, evidentemente, a
mesma contida neste texto, que, ao tentar valorizar um aspecto
histórico/epistemológico, poderia se aproximar de uma abordagem típica da história
conceitual. No entanto, é importante destacar que, dentro dessa abordagem, temos
consciência das fragilidades inerentes a ela, muitas delas decorrentes da
impossibilidade de se recuperar tanto a totalidade dos acontecimentos quanto o próprio
passado, impossibilitando o despojamento e fazendo com que o nosso relato seja
apenas um construto pessoal que contém reconstituições de coisas que talvez nunca
tenham sido construídas como tal. Ademais, as fontes que aqui foram usadas podem
indicar, àqueles que se sentirem impelidos e motivados a fazê-lo, caminhos de estudos
mais profundos e essenciais.
Nessa direção, apresentamos alguns fatos que marcaram a com solicitação de
certos conceitos, no contexto do movimento chamado de aritmetização da análise, e
que se constituíram no que hoje chamamos de análise matemática ou análise real, ou
simplesmente análise. Focamo-nos, para isso, nos eventos ocorridos no decurso do
século XIX – que representamos simbolicamente como o período compreendido entre a
publicação do Cours d’Analysede Cauchy, em 1821 e a tese de doutorado de
Lebesgue, em 1902; obras essas escolhidas por conta da importância que tiveram
nessa época e têm neste texto. Tomamos essa decisão por considerar que já há
suficiente material histórico sobre o período anterior acessível em língua portuguesa.

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Isso não quer dizer que não faremos incursões a certos aspectos do desenvolvimento
da análise referentes a séculos anteriores, até porque foi essa matemática que
influenciou, estimulou e serviu de base aos matemáticos que estudaremos.

Fonte: www.1.bp.blogspot.com

O que precedeu o que hoje denominamos de análise foi o desenvolvimento do


cálculo, que no período de Isaac Newton e Gottfried Leibniz "consistia de um conjunto
de regras especiais e técnicas para diferenciação e integração, juntamente com a
geometria de coordenadas desenvolvida desde Descartes".
Alguns autores consideram que a análise, pensada como um objeto
independente, começou a se estabelecer em meados do século XVII durante a
revolução científica, tendo vários nomes de destaque, como Johannes Kepler, Galileu
Galilei, René Descartes, Pierre de Fermat, Christiaan Huygens, além dos já citados
Newton e Leibniz, contribuído para sua origem. Além desses, também outros
matemáticos do mesmo período deram importantes contribuições com trabalhos que
aplicavam métodos da análise em disciplinas das ciências naturais. Por exemplo, em
mecânica e dinâmica temos os trabalhos de Leonhard Euler (1736), Jean le Rond
d’Alembert (1743) e Joseph-Louis Lagrange (1788), em mecânica dos fluidos temos
Daniel Bernoulli (1738) e em mecânica dos movimentos dos corpos celestes temos
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Pierre Simon Laplace. Outra teoria que recebeu contribuições com o desenvolvimento
da análise foi a da probabilidade e estatística, sobretudo com os trabalhos de Jacques
Bernoulli (1713).

4 TEOREMA FUNDAMENTAL DO CÁLCULO

Fonte: www.i.ytimg.com

O teorema fundamental do cálculo é a base das duas operações centrais do


cálculo, diferenciação e integração, que são considerados como inversos um do outro.
Isto significa que se uma função contínua é primeiramente integrada e depois
diferenciada (ou vice-versa), volta-se na função original. Este teorema é de importância
central no cálculo tanto que recebe o nome teorema fundamental para todo o campo de
estudo. Uma consequência importante disto, às vezes chamada de segundo teorema
fundamental do cálculo, permite computar integrais utilizando a anti derivada da função
a ser integrada.
O teorema fundamental do cálculo estabelece a importante conexão entre o
Cálculo Diferencial e o Cálculo Integral. O primeiro surgiu a partir do problema de se
determinar a reta tangente a uma curva em um ponto, enquanto o segundo surgiu a

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partir do problema de se encontrar a área de uma figura plana. Aparentemente, mas
apenas aparentemente, entre os dois problemas parece não existir nenhuma relação.
Barrow, professor de Newton em Cambridge, descobriu que os dois problemas
estão intimamente relacionados, percebendo que os processos de diferenciação e
integração são processos inversos. Entretanto, foram Newton e Leibniz,
independentemente, que exploraram essa conexão e desenvolveram o Cálculo.

Fonte: www.imaginariopuro.files.wordpress.com

Em particular, eles perceberam que o Teorema Fundamental permitia encontrar


a área de uma figura plana de uma forma muito fácil, sem a necessidade de se calcular
a soma de áreas de um número indefinidamente grande de retângulos, mas sim usando
a primitiva da função envolvida.
Em geral, os cursos de Cálculo começam por um breve estudo dos números
reais e um curso de Análise Matemática tem início por um estudo bastante completo e
rigoroso destes números. A razão é simples. No Cálculo e na Análise, estuda-se o
comportamento de funções e o comportamento de uma função depende dos três
elementos importantes que a compõem:

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Domínio, Contradomínio e Lei de Definição
Assim, é importante ter clareza sobre as propriedades dos números reais, para
compreender as funções de uma variável real. Esta compreensão dos números reais
não é tão simples como parece. O problema começa pelo método de introdução dos
reais: o método construtivo ou o método axiomático.

Fonte: www.hypescience.com

O interessante é que na ponta inicial do método construtivo também está o


método axiomático. Na realidade, o método axiomático fundamenta toda teoria
matemática. Por isso, vamos falar um pouco dele. Compreender como se faz
matemática é algo vital para um professor de Matemática. Ninguém pode ensinar algo
que não sabe, que não compreende.
Equações matemáticas não são apenas úteis – também podem ter uma beleza
própria. Muitos cientistas admitem ter preferência por uma ou outra fórmula não só por
causa da função, mas pela sua forma, e as verdades simples e poéticas que contém.
Algumas equações, como E=mc² de Einstein, roubam as luzes dos holofotes,
mas existem equações menos famosas que têm mais apelo entre cientistas.
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E=mc² é uma equação da física moderna utilizada como parte da Teoria ou
Princípio da Relatividade, desenvolvida pelo físico alemão Albert Einstein.
A famosa equação determina a relação da transformação da massa de um objeto
em energia e vice-versa, sendo que "E" é a energia, "m" a massa e "c" é a velocidade
da luz ao quadrado, considerada a única constante do Universo.

Fonte: www.upload.wikimedia.org

Sabendo que a velocidade da luz é de aproximadamente 300.000 km/s, a Teoria


da Relatividade supõe que caso uma massa consiga superar a velocidade da luz,
conseguiria ultrapassar a barreira do tempo e espaço.
Em comparação com os atuais padrões tecnológicos, uma "pequena" quantidade
de massa, viajando no vácuo na velocidade da luz, produziria uma quantidade de
energia muito "grande".
A equação acima foi formulada por Albert Einstein como parte da revolucionária
Teoria Geral da Relatividade, em 1915. A teoria mudou a forma como os cientistas
entendem a gravidade, ao descrever a força como sendo uma deformação no tecido do
espaço-tempo.
A Educação Matemática, área do conhecimento de característica multidisciplinar,
vem se ocupando há décadas com problemas relacionados ao ensino e aprendizagem
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da Matemática. Os resultados de pesquisas nessa área, respaldadas em teorias sobre
o desenvolvimento cognitivo bem como a formação do pensamento, incluindo aí o
pensamento matemático, foram sendo aceitos pela comunidade científica internacional.
Essas teorias, em geral referem-se ao desenvolvimento cognitivo e/ou formação
do pensamento de jovens nas faixas etárias dos alunos da educação básica. Essa é
numa das razões pela qual a atenção principal dos educadores matemáticos
inicialmente estivesse voltada a esse nível de ensino.

Fonte: www.i0.wp.com

A Comissão Internacional de Instrução Matemática (ICMI), constituída no


Congresso da União Internacional de Matemática de Roma em 1908, contava em 1914
com a adesão de vinte e oito países e já havia recebido uma grande quantidade de
valiosos relatórios, dos quais os das Ilhas Britânicas formavam dois volumes de
Relatórios Especiais, publicados pelo Conselho da Educação em 1912. Em 1928, em
Bolonha, decidiu-se reativar a Comissão que se encontrava praticamente inativa e esse
ano é visto como sendo o do reinício das atividades, culminando com duas sessões
durante o Congresso de Matemáticos de Zurique.

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Ensinar significando uma troca que se baseia na tomada de consciência dos
conhecimentos e necessidades do estudante, o que possibilita o estabelecimento de
algum diálogo entre aluno e professor.
Em relação ao processo de ensino, o professor identifica e tenta aplicar teorias
de aprendizagens atualizadas. Quanto à Matemática, julga que devem ser feitas
tentativas a fim de encorajar os alunos a descobrir resultados por eles próprios,
permitindo que percebam que essa ciência é mais do que um conjunto de
habilidades/algoritmos cuja reprodução é tradicionalmente solicitada nas avaliações.

Fonte: www.2.bp.blogspot.com

O estudo identificou mudanças que tiveram profundo impacto no ensino da


matemática no nível universitário. Uma delas foi o grande aumento do número de
estudantes no ensino superior.
Em algumas universidades pesquisadas, embora tenha havido uma duplicação
do número de alunos matriculados, não houve semelhante aumento do número de
estudantes em matemática. Por outro lado, houve considerável mudança no rendimento
médio dos estudantes do primeiro ano.

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O autor refere que muitos especialistas indicam que essa situação se deu no
início dos anos 80 e enfatizam sua preocupação com o que veem como uma espiral
descendente da matemática na comunidade.

5 CONJUNTO DOS NÚMEROS NATURAIS AO COMPLEXOS

5.1 História do Conjunto Numérico

Fonte: www.conceitos.com

Para desenvolver a matemática hoje estudada, inúmeras mudanças na


organização de todos os conceitos matemáticos foram necessárias. A concepção dos
conjuntos numéricos recebeu maior rigor em sua construção com Georg Cantor, que
pesquisou a respeito do número infinito. Cantor iniciou diversos estudos sobre os
conjuntos numéricos, constituindo, assim, a teoria dos conjuntos.
A construção de todos os conjuntos numéricos que hoje possuímos parte de
números inteiros usados apenas para contar até os números complexos que possuem
vasta aplicabilidade nas engenharias, nas produções químicas, entre outras áreas.
Definir conjunto é algo tão primitivo que se torna uma tarefa difícil. Entretanto,

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compreendemos conjunto como uma coleção de objetos, números, enfim, elementos
com características semelhantes.
Sendo assim, os conjuntos numéricos são compreendidos como os conjuntos
dos números que possuem características semelhantes. Nesta seção, a concepção
desses conjuntos será abordada, visando à compreensão dos elementos que
constituem cada um dos conjuntos numéricos.
Temos então os seguintes conjuntos numéricos:
 Conjunto dos números Naturais ( );
 Conjunto dos números Inteiros ( );
 Conjunto dos números Racionais ( );
 Conjunto dos números Irracionais ( );
 Conjunto dos números Reais ( );
 Conjunto dos números Complexos ( );

Fonte: www.lh6.googleusercontent.com

Iniciamos com o Conjunto dos Números Naturais, onde por volta de 4000 antes
de Cristo, algumas comunidades primitivas aprenderam a usar ferramentas e armas de
bronze. Aldeias situadas às margens dos rios transformavam-se em cidades. A vida ia
ficando mais complexa. Novas atividades iam surgindo, graças, sobretudo ao
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desenvolvimento do comércio. Os agricultores passaram a produzir alimentos em
quantidades superiores às suas necessidades. Com isso, algumas pessoas puderam se
dedicar a outras atividades, tornando-se artesãos, comerciantes, sacerdotes,
comerciantes e administradores. Como consequência desse desenvolvimento, surgiu a
escrita, dando o início da História.
Os egípcios usavam símbolos para representar números, que indicavam
quantidades. Assim, partindo dessa necessidade, se passou a representar quantidades
através de símbolos, que no caso dos números naturais, vieram com a finalidade de
contagem.
Por volta de 3000 antes de Cristo, um antigo faraó de nome Sesóstris decretou:

"... reparte-se o solo do Egito às margens do rio Nilo entre seus habitantes. Se o
rio levar qualquer parte do lote de um homem, o faraó mandará funcionários
examinarem e determinarem por medida, a extensão da perda." (PAVIANI e
SOUZA)

O rio Nilo atravessava uma vasta planície. Uma vez por ano, na época das
cheias, as águas do Nilo subiam muitos metros acima do seu leito normal, inundando
uma vasta região ao longo de suas margens. Quando as águas baixavam, deixava
descoberta uma estreita faixa de terras férteis, prontas para o cultivo.
Desde a Antiguidade, as águas do Nilo fertilizavam os campos, beneficiando a
agricultura do Egito, sendo neste vale o grande desenvolvimento da civilização egípcia.
Quando os funcionários eram chamados, levavam consigo cordas de um
determinado tamanho. Assim deu-se o surgimento dos números racionais, pois nem
sempre as medidas tiradas pela corda eram inteiras, tendo que ser a corda dividida em
pedaços iguais, aparecendo as seguintes expressões: uma corda inteira mais metade,
e assim sucessivamente.
Durante muito tempo, os matemáticos acreditavam que qualquer problema
prático poderia ser resolvido operando somente com números naturais e fracionários.
Não sentiam necessidade de nenhum outro tipo de número.
Por volta de 530 antes de Cristo, existia na Grécia uma espécie de sociedade
secreta, cujos membros ficaram conhecidos com o nome de pitagóricos. Eram assim
chamados porque o mestre da sociedade era o famoso filósofo e matemático Pitágoras

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de Samos. Os Pitagóricos eram grandes estudiosos da Matemática, mas não tinham a
menor preocupação em obter resultados práticos.
Pitágoras dizia que tudo era número, ou seja, que qualquer fato da natureza
podia ser explicado por meio dos números naturais.
Lidando com números de várias maneiras, os pitagóricos acabaram descobrindo
propriedades interessantes e curiosas. Segundo Pitágoras, dependendo da soma de
seus fatores, um número poderia ser perfeito, deficiente ou excessivo, dando início ao
famoso teorema de Pitágoras e, assim, aos números irracionais.
Na passagem da Idade Média para a Idade Moderna, os países da Europa
Ocidental sofreram profundas transformações. Era o grande desenvolvimento do
comércio e das cidades. A expansão da atividade comercial fez com que os europeus
procurassem novas terras, nas quais encontrassem novas mercadorias para vender na
Europa. Paralelamente a essas mudanças econômicas, políticas e sociais houve o
florescimento da arte, da cultura e das ciências. Essa revolução cultural ficou conhecida
como Renascimento.
Em meio a essas grandes mudanças, a Matemática e em geral as Ciências
Naturais também se desenvolveram.
A partir do Renascimento o conceito de número evoluiu muito. Pouco a pouco, o
número foi deixando de ser associado somente à prática pura e simples do cálculo. O
grande desenvolvimento científico da época do Renascimento exigia uma linguagem
matemática que pudesse expressar também os fenômenos naturais que estavam sendo
estudados. Até então, já se conheciam os números naturais, fracionários e os
irracionais, que os matemáticos chamavam de números reais.
Cada vez mais era sentida a necessidade de um novo número para enfrentar os
problemas colocados pelo desenvolvimento científico do Renascimento. Discutia-se
muito sobre esse novo número. Mas ele era tão difícil de enquadrar-se nos números já
conhecidos que os matemáticos o chamavam de número absurdo, porém os chineses
já entendiam que o número poderia ser compreendido por excessos ou faltas, utilizando
palitos na resolução de problemas. Também os matemáticos da Índia trabalhavam com
esses "números estranhos".

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O grande matemático Brahmagupta, nascido em 598, dizia que os números
podiam ser entendidos como pertences ou dívidas.
A partir daí os matemáticos começaram a escolher uma melhor notação para
expressar o novo número, que não indicaria apenas quantidade, mas também
representasse o ganho ou a perda, surgindo assim o número com sinal, positivo ou
negativo, conhecido com número inteiro.

Com base nos estudos desenvolvidos pelos matemáticos da época, surge o


Conjunto dos Números Reais, onde todos os números vistos acima fazem parte, ou
seja, todo número natural, racional, irracional e inteiro, é também um número real.
Por volta de 1500, o pensamento corrente entre os matemáticos era o seguinte:

“O quadrado de um número positivo, bem o como de um número negativo, é


positivo”. Não existe raiz quadrada de um número negativo. (PAVIANI e
SOUZA)

Tudo começou quando Cardano, em 1545, publicou um trabalho e propôs o


seguinte problema: " Divida 10 em duas partes de modo que seu produto seja igual a
40".
Esse problema, dizia ele, era manifestamente impossível, mas mesmo assim,
tinha com solução:

5 + √+15 e 5 - √-15 Concluiu, porém, que essas expressões eram


"verdadeiramente sofísticas e sua manipulação inútil". (PAVIANI e SOUZA)

Cardano já havia deparado com essas raízes ao resolver equações de terceiro


grau, que resultaram no resultado:

x = ∛2+√-121+∛2-√-121, se vendo diante de um dilema; sabia ele que √-121


não existia, mas por outro lado, que 4 era a solução. (PAVIANI e SOUZA)

Cardano não encontrou explicação, tendo como mérito chamar atenção para o
problema.
O passo seguinte foi dado por Bombelli, em 1560. Observando a equação acima,
ocorreu-lhe que talvez as duas raízes cúbicas fossem expressas do tipo P+√-q e p- √-q

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e que essas, somadas da maneira usual, dessem 4. O próprio Bombelli achou sua ideia
louca, e foi a partir dela que conseguiu provar que as raízes cúbicas encontradas por
Cardano, realmente somadas resultavam 4.
As raízes quadradas de números negativos continuaram aparecendo no século
XVI, XVII e XVII, perturbando ainda mais os matemáticos. O mal-estar que esses
símbolos provocavam está nos nomes que lhe foram atribuídos: "impossíveis",
"místicos", "fictícios" e "imaginários".
Foi uma publicação de Gauss, em 1831, que mudou totalmente esse quadro,
chamando esses números de números complexos. O pensamento de Gauss consistia
em olhar para os números a e b do símbolo a + b √-1 como coordenadas de um ponto
em um plano cartesiano, dando uma representação geométrica visível.
Bastou isso para que a existência dos números complexos ficasse
definitivamente estabelecida.

5.2 Conjunto dos Números Naturais ao Números Complexos

Conjunto dos números naturais (N): São os números naturais.


N= {0,1,2,3,4,5,6, ... }
Conjunto dos números inteiros (Z): são os números negativos, junto com os
números naturais.
Z= {..., −3, −2, −1,0,1,2,3, ...}
Conjunto dos números racionais (Q): Adição dos números fracionários aos
conjuntos dos números inteiros.
Q= {−1, −25, 43, 5, ...}
Conjunto dos números irracionais (IR) ou (I): O conjunto dos números irracionais
é composto por todos os números que não são possíveis de se descrever como uma
fração. É o caso das raízes não exatas, como 2–√, 3–√, 5–√, e do número π, do
logaritmo neperiano , o número de ouro ϕ (fi), por exemplo.
I = {… - 1, 234537..., 3,34527..., 5,3456...}

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Este conjunto não está contido em nenhum dos outros três, ou seja, nenhum
número irracional é racional, inteiro ou natural e nenhum número natural, inteiro ou
racional é irracional.
Conjunto dos números reais (R): Da reunião do conjunto dos números racionais
com os números irracionais obtemos o conjunto dos números reais. Podemos dizer que
o conjunto dos números reais é formado por todos os números que podem ser
localizados em uma reta numérica.
Assim, todo número que é irracional é real, assim como os naturais, inteiros e
racionais.
R = {… -4, -3, -2, -1,23, 0, + 1, 1, 2, 3,34527..., 5, 6, 7, ...}
Conjunto dos números complexos (C): Existem ainda conjuntos maiores, que
englobam todos. Um exemplo é o conjunto dos números complexos. São números que
possuem uma parte real e uma arte imaginária, chamada de “i”. São números da forma
a+bi, onde a é a parte real e b é a parte imaginária.

6 SÍMBOLOS DE PERTINÊNCIA

Fonte: conexaoestudante.com.br

Quando um elemento está em um conjunto, dizemos que ele pertence a esse


conjunto. Exemplos:
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F = {0, 2, 4, 6, 8, ...}
2 ∈ F - lê-se: 2 pertence a F.
3 ∉ F - lê-se: 3 não pertence a F.
Já entre conjuntos, é errado usar a relação de pertinência. Assim, utilizamos as
relações de inclusão. Exemplos:
G = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, ...}
F ⊂ G - lê-se: F está contido em G.
G ⊄ F- lê-se: G não está contido em F
G ⊃ F - lê-se: G contém F.
Conjunto vazio: É um conjunto que não possui elementos. É representado por { }
ou por Ø. O conjunto vazio está contido em todos os conjuntos.
Conjunto universo: É um conjunto que contém todos os elementos do contexto
no qual estamos trabalhando e também contém todos os conjuntos desse contexto. O
conjunto universo é representado por uma letra U. Na sequência não mais usaremos o
conjunto universo.

Fonte: www.brasilescola.uol.com.br

A reunião dos conjuntos A e B é o conjunto de todos os elementos que


pertencem ao conjunto A ou ao conjunto B.
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A B = {x/x A ou x B}
Exemplo: Se A={a,e,i,o} e B={3,4} então A B={a,e,i,o,3,4}

A interseção dos conjuntos A e B é o conjunto de todos os elementos que


pertencem ao conjunto A e ao conjunto B.
A B = { x: x Aex B}

Exemplo: Se A= {a, e, i, o, u} e B= {1, 2, 3, 4} então A B=Ø.

Exemplo: Dados os conjuntos A= {-3, -2, -1, 0} e B= { -1, 0, 1}, temos: A B= {-1,
0}.
A diferença entre os conjuntos A e B é o conjunto de todos os elementos que
pertencem ao conjunto A e não pertencem ao conjunto B.
A-B = {x: x Aex B}

Exemplo: Dados os conjuntos A= {-4, -3, -2, -1, 0} e B= { -3, -2, -1, 0, 1}, temos:
A-B= { -4, -3}.

O complemento do conjunto B contido no conjunto A, denotado por C AB, é a


diferença entre os conjuntos A e B, ou seja, é o conjunto de todos os elementos que
pertencem ao conjunto A e não pertencem ao conjunto B.
CAB = A-B = {x: x Aex B}

Exemplo: Dados os conjuntos A= {-4, -3, -2, -1, 0} e B= {-2, -1, 0}, temos: CAB=
A – B = { -4, -3}.

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7 NÚMEROS INFINITO

Fonte: www.thumbs.dreamstime.com

Infinito (do latim infinítu, símbolo: ∞) é um adjetivo que denota algo que não tem
início nem fim, ou não tem limites, ou que é inumerável. É também um nome que
representa o que não tem limites. Usado em sentido figurado pode significar Deus, o
Absoluto ou o Eterno.
É um conceito usado em vários campos, como a matemática, filosofia e a
teologia. É representado com o símbolo ∞, e na matemática é uma noção quase-
numérica usada em proposições. Distingue-se entre infinito potencial e infinito atual.
O infinito pode ser visto de muitas perspectivas. A intuição percebe-o como uma
espécie de "número" maior do que qualquer outro. Para algumas tribos primitivas é algo
maior que três, representando "muitos", algo incontável. Para um fotógrafo o infinito
começa a dez metros da lente, ao passo que para um cosmólogo pode não ser
suficiente para conter o universo. Para um filósofo é algo que tem a ver com a
eternidade e a divindade. Mas é na matemática que o conceito tem as suas raízes mais
profundas, sendo a disciplina que mais contribuiu para a sua compreensão.
Os números surgem com a necessidade de organizar e ordenar as coisas
(objetos e ideias) que compõe nosso dia a dia. À medida que sofisticamos as nossas
relações como pessoas, vamos necessitando cada vez mais de maiores números. Uma
criança com seu mundo de objetos (mãe, alguns brinquedos e o resto que ainda não

24
faz sentido) precisará de menos números para organizar seus objetos e ideias do que
um adulto (principalmente se ele for um economista que em geral lida com números
gigantescos). Alguns índios brasileiros dentro de sua sabedoria, não precisam de
muitos números e a verdade é que usam dois algarismos para formar seus únicos três
números: Um, Um Um = dois (o casal). Vivem bem assim, sem grandes confusões e
nenhuma aritmética. Esses mesmos índios nos acham muito estranhos e
desnecessariamente complicados. Nos apelidam de Seres do dinheiro e das horas.
Vivem sem esses dois conceitos. O tempo é o seu próprio tempo e não faz sentido
dividi-lo em tantos números... e o dinheiro é (para eles) ridículo e desnecessário, fonte
apenas de muitos números e aborrecimentos.

Fonte: www.miblog004.files.wordpress.com

Feliz ou infelizmente, a complexidade intelectual que atingimos através dos


tempos, exige de nós, a capacidade de articular com uma quantidade de números cada
vez maior. Se por um lado, isso nos expulsa do paraíso da ingenuidade onde éramos e
formávamos a natureza e seus mistérios, por outro nos abre também as portas de
novas percepções.
Quem são na realidade estes seres de matéria abstrata e irresponsável que
inventamos sem cessar dia e noite? O que são os números?
Os números podem ser vistos como símbolos que representem quantidades.
Foram e serão sempre necessários para contar objetos. Estes são os números naturais,
1,2,3...

25
Associamos para cada objeto a ser contado um número natural, começando do 1
e seguindo a sequência crescente em que eles se apresentam. Quando concluímos a
contagem de um certo conjunto de objetos, o número associado ao último objeto
contado é o número total de elementos do conjunto, que chamamos a Cardinalidade do
conjunto. Para saber então, quantos elementos tem um conjunto, basta associar cada
um de seus elementos a um número natural em sequência e tomar o último natural
associado.

1,2,3..

O maior de todos os números, para uma criança pequena, pode ser o 100 ou o
1000 ou mesmo10000000000000, mas se nos perguntarmos seriamente sobre o maior
número natural, não será difícil perceber que ele não existe. Imaginemos que de fato
ele exista e que tenha um nome e que se chame Longínquo. Ora, se a cada número n
segue sempre o seu sucessor, que é igual a n+1, também a Longínquo, seguirá
Longínquo + 1, que destituirá deste a qualidade de último e maior de todos os números.

Fonte: www.hypescience.com

Desta maneira, os naturais são um exemplo claro de um conjunto infinito, isto é,


que não tem fim, que nunca se acaba. Curioso também, que se perguntarmos aos
nossos amigos ou parentes o que é infinito e pedirmos exemplos de conjuntos infinitos,
poderemos escutar que infinito é o número de grãos de areia na praia de Copacabana,
26
ou o número de estrelas no céu, ou mesmo o número de pontos num segmento de reta.
Analisando esses exemplos podemos entender melhor o que é o infinito.

8 CONJUNTOS ABERTOS, CONJUNTOS FECHADOS, UNIÃO E INTERCÇÃO DE


INTERVALOS

Fonte: www.i.ytimg.com

Pode-se representar o conjunto dos números reais associando cada número x ∈


R a um ponto de uma reta r. assim se convencionarmos uma origem O, associando a
ela o zero, adotamos uma unidade e um sentido positivo para esta reta, teremos aquela
que denominamos reta orientada.

Seja a e b números reais com a < b. os subconjuntos de R a seguir são


chamados intervalos.

8.1 Intervalo Limitado

27
Fonte: www.blogdoenem.com.br

Intervalo fechado: Números reais maiores ou iguais a, a menores ou iguais a b.

Intervalo: [a, b]
Conjunto: {x ∈ R | a ≤ x ≤ b}
Este intervalo pertencem todos os números compreendidos entre a e b, inclusive
a e b.
Intervalo aberto: Números reais maiores do que a e menores do que b.

Intervalo: ]a, b[
Conjunto: {x ∈ R | a < x < b}
Este intervalo pertencem todos os números compreendidos entre a e b, não
incluindo a e b.

Intervalo fechado à esquerda e aberto à direita: Números reais maiores ou


iguais a, a menores do que b.

Intervalo: [a, b[
Conjunto: {x ∈ R | a ≤ x < b}

28
Este intervalo pertencem todos os números compreendidos entre a e b, incluindo
a e não incluindo b.
Intervalo fechado à direita e abertos à esquerda: Números reais maiores do
que a e menores ou iguais a b.

Intervalo: ]a, b]
Conjunto: {x ∈ R | a < x ≤ b}
Este intervalo pertencem todos os números compreendidos entre a e b, não
incluindo a e incluindo b.

8.2 Intervalos Llimitados

Fonte: www.hostel.ufabc.edu.br

Semi reta esquerda, fechada, de origem b: Números reais menores ou iguais a


b.

Intervalo: ]-∞ ,b]


Conjunto: {x ∈ R | x ≤ b}

29
Fonte: www.1.bp.blogspot.com

Semi reta esquerda, aberta, de origem b: Números reais menores que b.

Intervalo: ]-∞ ,b[


Conjunto: {x ∈ R | x< a}
Semi reta direita, fechada, de origem a: Números reais maiores ou iguais a a.

Intervalo: [a,+∞ [
Conjunto: {x ∈ R | x ≥ a}

Semi reta direita, aberta, de origem a: Números reais maiores que a.

Intervalo: ]a, +∞ [
Conjunto: {x ∈ R | x>a}
Reta numérica: Números reais.

Intervalo: ] ∞- ,+∞ [
Conjunto: R
30
9 INTERVALOS REAIS - UNIÃO E INTERSECÇÃO

As operações de União, Interseção e Diferença de intervalos obedecem às


mesmas definições dadas para operações com conjuntos, sendo que,
preferencialmente, devem ser feitas através da representação geométrica desses
intervalos.
União de Intervalos – É o intervalo formado por todos os elementos que
pertençam a um dos intervalos ou ao outro intervalo.
Vejamos um exemplo: Sejam os intervalos A = [1, 3]; B = [2, 5). A união desses
intervalos será representada graficamente:

Logo, A ∪ B = [1, 5)

Interseção de Intervalos – É o intervalo formado pelos elementos comuns aos


dois intervalos.
Vejamos um exemplo: Sejam os intervalos A = [2, 5) e B = [3, 6). A interseção
desses intervalos será representada graficamente:

Logo, A ∩ B = [3, 5)

Interseção de Intervalos (A – B) – É o intervalo formado pelos elementos que


pertencem ao intervalo A mas que não pertencem ao intervalo B.
31
Vejamos um exemplo: Sejam os intervalos A = [0, 3] e B = [1,5]. A diferença A –
B será o intervalo [0, 1). Observe que a extremidade 1 ficou aberta na resposta por
pertencer ao intervalo B e, pela definição, a diferença A – B deve ser formada apenas
pelos elementos que estão no intervalo A mas não estão no intervalo B.

Logo, A - B= [0, 1)

10 CONJUNTOS COMPACTOS – HISTÓRIA DE GEORG CANTOR

Georg Ferdinand Ludwig Phillipp Cantor nasceu em São Petersburgo, Rússia,


em 3 de março de 1845. Filho de Georg Woldemar Cantor e Maria Bohm, foi o primeiro
dos seis filhos do casal.
Em 1856, a família Cantor mudou-se para Frankfurt, na Alemanha, em
decorrência da doença pulmonar que o pai contraíra, exacerbada pelo clima úmido do
Báltico. Neste período, o jovem Cantor frequentou escolas particulares e, com quinze
anos, foi admitido no Darmstadt Gymnasium. Em uma carta daqueles primeiros dias no
liceu, Georg Woldemar escreveu ao filho:

32
Fonte: www.upload.wikimedia.org

“Encerro com estas palavras: seu pai, ou melhor, seus pais e todas as outras
pessoas da família, tanto na Rússia como na Alemanha e na Dinamarca, têm os
olhos voltados para você como o mais velho, e esperam que você seja nada
menos que um Theodor Schaeffer e depois, se Deus quiser, quem sabe um
astro brilhante no horizonte da ciência. ”

Theodor Schaeffer era professor de Cantor no Liceu, e aparentemente o pai viu


nele um modelo para o sucesso do fllho no futuro. Georg Cantor guardara consigo essa
carta desde os tempos da escola, como se quisesse extrair das palavras do pai a força
que precisava para enfrentar os difíceis rumos que seguira sua vida.
Já na adolescência, sentiu-se atraído pela matemática. Em 1862, começou a
estudar matemática no Instituto Politécnico em Zurique, mas logo conseguiu se
transferir para a Universidade de Berlim, de mais prestígio. A mudança para Berlim lhe
ofereceu a oportunidade de ouro de aprender matemática com os mestres; entre seus
professores estavam Karl Weiertrass, Ernest Eduard Kummer e Leopold Kronecker.
Embora tenha sobraído em todas as disciplinas, sentiu-se atraído pela teoria dos

33
conjuntos. Em 1867, escreveu uma brilhante dissertação nessa área sobre um
problema estudado por Gauss.
Cantor continuou a estudar a teoria dos números gaussianos e fez contribuições
importantes para a disciplina, as quais foram publicadas em periódicos matemáticos no
decorrer dos anos.
Em Halle, Cantor começou o estudo das funções com base nos métodos de
Weiertrass, que o levou ao conceito de convergência. Ele se envolveu profundamente
com os métodos de infinito potencial utilizados em matemática desde os gregos
antigos, depois aperfeiçoados pelos analistas em Berlim.
Cantor chegou à noção de infinito - infinito real, e não a infinidade potencial de
limites por séculos utilizadas pelos matemáticos - sem considerar diretamente os
números, mas sim os conjuntos. Foi por intermédio da ideia de Weiertrass de definir
números irracionais como limites de sequências racionais que ele chegou a essa linha
de pensamento.
Além de ser o primeiro na história a lidar com o infinito verdadeiro, Cantor
também se tornou conhecido como o pai da teoria dos conjuntos.

11 EQUAÇÃO EXPONENCIAL

Para ser considerada equação, uma expressão precisa ter pelo menos uma
incógnita, que é um número desconhecido representado por uma letra, e uma relação
de igualdade. Dessa maneira, as equações exponenciais são aquelas que possuem
pelos menos uma incógnita no expoente e bases positivas diferentes de 1.
Assim, são exemplos de equações exponenciais:
4x + 2 + 16x = 8
16x + 42x = 32

11.1 Resolução de Equações Exponenciais

Resolver uma equação é encontrar o valor numérico das incógnitas que


aparecem nela. Para isso, é preciso ter clareza sobre os seguintes conteúdos:
34
Resolução de equações do primeiro grau;
Propriedades de potências.
Além disso, existe uma propriedade das equações exponenciais que é
indispensável para sua resolução:
ax = ay ↔x = y (a > 0 e a diferente de 1)
O que essa propriedade garante é que, se duas potências de mesma base são
iguais, os expoentes dessas potências também são.
Veja um exemplo:
3x = 27
Observe que 27 é igual a 33. Substituindo esse valor na equação, teremos:
3x = 3 3
Note que as bases são iguais. Agora podemos usar a propriedade das equações
exponenciais e escrever:
x=3

Exemplos:
1º – Resolva a equação: 2x + 4 = 64.
Solução:
2x + 4 = 64
Observe que 64 é uma potência de base 2, pois 64 = 2 6. Substituindo esse valor
na equação, teremos:
2x + 4 = 2 6
Usando a propriedade das equações exponenciais, teremos:
x+4=6
Para finalizar, basta calcular a equação resultante.
x=6–4
x=2

35
Fonte: www.slideplayer.com.br

2º – Calcule o valor de x na equação:


16x = 1
4x
Solução:
Nesse exemplo, usaremos uma propriedade de potência que permite inverter a
base que está na forma de fração. Queremos que a incógnita esteja no numerador para
facilitar os cálculos, então, sabendo que, ao inverter a base de uma fração, invertemos
também o sinal de seu expoente, podemos reescrever a equação dada da seguinte
maneira:
16x = 1
4x
16x = 4– x
Agora repetimos os procedimentos usados no exemplo anterior para obter:
42x = 4– x
2x = – x
2x + x = 0
3x = 0
x=0
36
3º – Calcule o valor de x na equação:
(2/5)3x = 25/4
Solução: Observe que 25 é o resultado de uma potência de base 5, e 4 é
resultado de uma potência de base 2. Além disso, 25 está no numerador e o 4 está no
denominador da segunda fração. A primeira fração está invertida nesse sentido.
Para inverter uma fração, basta trocar o sinal de seu expoente. Observe:
(2/5) 3x = 25/4
(5/2)– 3x = 25/4
Reescrevendo a segunda fração na forma de potência e aplicando uma das
propriedades de potências, teremos:
(5/2)– 3x = (5/2)2
Observe que as bases são iguais. Agora basta usar a propriedade das equações
exponenciais para obter:
– 3x = 2
x = – 2/3

12 LOGARITMO

O logaritmo teve a sua origem no século XVII, no ano de 1614. O conceito foi
criado por John Napier, o responsável pela elaboração da primeira tábua de logaritmo,
que era uma tabela com números que apresentava o valor das mantissas (parte
decimal do logaritmo). Outro estudioso muito importante para a formalização do
logaritmo foi Joost Burgi. Ele desenvolveu os seus estudos paralelamente aos de
Napier, mas divulgou os seus resultados tardiamente, pois somente em 1620 que
publicou suas tábuas. Nessa época, as tábuas de Napier já estavam difundidas por
todo o continente europeu.

37
Fonte:www.brasilescola.uol.com.br

A palavra logaritmo é formada pela junção das palavras gregas lógos e arithmós,
que significam razão e número, respectivamente. A primeira vez que esse termo
apareceu na língua portuguesa foi no livro Via Astronômica, no ano de 1677.
O logaritmo surgiu para facilitar os cálculos relacionados com a trigonometria. A
ideia inicial era substituir contas mais elaboradas, como divisões por subtrações,
multiplicação por soma, potenciação por multiplicação e radiciação por divisão
(expoente fracionário).
O uso do logaritmo neperiano ou logaritmo natural apresentava algumas
dificuldades relacionadas com a operacionalização dos cálculos. Isso porque utilizava
como base 1/e, que é um número irracional e tem valor aproximado de 2,718...
Houve, então, a necessidade de se ter uma base em que as operações com
logaritmos fossem realizadas mais facilmente. Por esse motivo, Henry Briggs adaptou a
base de logaritmos criada por Joost Burgi, tornando-a uma base decimal.
Formulação do logaritmo:
O logaritmo nos dias de hoje possui a sua formulação bem definida e
estruturada, que é dada por:
Sejam a e b dois números reais positivos (a ≠ 1, b > 0 e a > 0), denomina-se
logaritmo de a na base b o expoente x (loga b = x), sendo bx = a:
38
logb a = x
bx = a
a = logaritmando ou antilogaritmo
b = base do logarítmo
x = logaritmo

Fonte: www.engenhariae.com.br

Exemplos de cálculos com logaritmos:


Para entender melhor essa definição, vamos utilizá-la nos exemplos a seguir:
1) Encontre o valor dos logaritmos:
a) log3 9 = x
loga b = x → log3 9 = x
a = 3 = base
b = 9 = logaritmando
x = logaritmo
Como loga b = x ↔ bx = a, então:
log3 9 = x ↔ 3x = 9.
3x = 9 → Fatore o logaritmando 9.
39
A fatoração é: 9 = 3 . 3 = 32
3X = 32 → Como a base é o número 3 e temos uma igualdade, podemos então
igualar os expoentes para encontrar o valor de x.
x=2
Substituindo x por 2 no log, temos:
log3 9 = x → log3 9 = 2

b) log5 125 = x

loga b = x → log5 125 = x

a = 5 = base

b = 125 = logaritmando

x = logaritmo

Como loga b = x ↔ bx = a, então:


log5 125 = x ↔ 5x = 125.
5x = 125 → Fatore o logaritmando.
5X = 53 → Como a base é o número 5 e temos uma igualdade, podemos então
igualar os expoentes para encontrar o valor de x.
x=3
Substituindo x por 3 no log, temos:
log5 125 = x → log5 125 = 3

Fonte: www.image.isu.pub

40
c) log25 (0,2) = x
loga b = x → log25 0,2 = x
a = 25 = base

2:2
b = 0,2 = =1/5 logaritmando
10:2
x = logaritmo
Como loga b = x ↔ bx = a, então:
log25 0,2 = x ↔ 25 x = 0,2
log25 0,2 = x ↔ 25 x = 1/5
25𝑥 =1/5 → fatore o 25 e revele o expoente de 1/5.
(52) x = 5-1 → Como a base é o número 5 e temos uma igualdade, podemos
igualar os expoentes para encontrar o valor de x.
2x = - 1
x = -1/2
Substituindo x por -1/2 no log, temos:
log25 0,2 = x ↔ log25 0,2 = -1/2

A noção de infinito, de que é preciso se fazer um mistério em Matemática,


resume-se no seguinte princípio: depois de cada número inteiro existe sempre
um outro. (J. Tannery)

Sem a Matemática, não poderia haver Astronomia; sem os recursos


maravilhosos da Astronomia, seria completamente impossível a navegação. E a
navegação foi o fator máximo do progresso da humanidade. (Amoroso Costa)

41
13 BIBLIOGRAFIA

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https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/119561/Marcos.pdf?sequence=1
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