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LIVRO DO ALUNO - 1

11ª CLASSE
LIVRO DO ALUNO - 1
11ª CLASSE
Esta sebenta surge na sequência de longa experiência

adquirida ao longo do trabalho realizado na 11ª classe,

no decurso da experiência dos novos programas tendo

em conta as finalidades e objectivos do programa MATEMÁTICA


actual e tendo como pressuposto ``ser o aluno agente
Logica
da sua própria aprendizagem´´, ela contempla:
matemática
• Desenvolvimento de atitudes;

• Desenvolvimento de capacidades; Álgebra

• Aquisição de conhecimentos.
Teoria de
A existência de um livro de exercícios permitirá ao conjuntos
aluno consolidar a sua aprendizagem. A sebenta

apresenta os seis capítulos recomendados para as Equações e

Inequações:
ciências exactas e incluindo os quatro capítulos

recomendados para o ramo de ciências sociais.


Exponencial
Logarítmica
Os temas são desenvolvidos em subtemas, cada um
Trigonométrica
deles com vários pontos dando-se especial relevo ao

tratamento e exploração dos exercícios de


Trigonometria
consolidação.

A utilização correcta da sebenta pressupõe a Geometria no

resolução dos exercícios recomendados de modo a plano

adquirir mais habilidades e competências na

resolução dos mesmos.


1
Resumo

Esta sebenta serve como instrumento de apoio na disciplina de

matemática na 11a classe do sistema nacional de educação e tem como

objectivo primordial minimizar às dificuldades dos alunos e de oferecer

subsídios e conhecimentos básicos aos alunos de modo de proporcionar

estes a base matemática para prosseguir em seus estudos.

Nele estão pautados conteúdos do nível médio na disciplina de

matemática. Os pontos, aqui abordados, fazem parte de um grupo de

requisitos necessários à ascensão na classe.

A sebenta procurou proporcionar de forma clara e resumida definições

matemáticas dando exemplos e uma série de exercícios propostos, assim

como os resolvidos.

i
Agradecimento

Sou grato em primeiro lugar a DEUS.

In memorian, Carlos Abdul Carim Issá, Cezarina Olímpio Victorino Vaz

Issá, Cezarina Carlos Abdul Carim Issá e ao Faruk Issá Carlos Abdul

Carim.

A minha esposa Anabela da Conceição Lopés Fonseca aos meus filhos

Faiza Abdul Satar Mussa, Aquiles Faruk Carlos António e Joel Faruk

Carim.

ii
Apresentação

Ao Professor

Caro professor,

A educação é um meio de inclusão social e democratização de

oportunidades, além de se configurar como uma ferramenta formadora

de cidadãos conscientes, activos socialmente e que conseguem espelhar-

se no mundo como membros de uma sociedade dotados de direitos e

deveres.

Nesse contexto de ensino-aprendizagem, encontram-se a escola e a

relação existente entre o trabalho do professor e o desenvolvimento dos

alunos. Nesse processo, o livro didático é uma ferramenta útil no

desenvolvimento escolar do aluno.

Esta sebenta foi elaborada com o intuito de servir de material de apoio

ao professor em sua tarefa de organizar e apresentar os conteúdos. Um

elemento norteador da elaboração desta sebenta foi o de conceber um

material claro e conciso. Procurou-se evitar a apresentação de grandes

blocos de conteúdos teóricos, sempre intercalando a teoria com séries de

atividades, favorecendo a aprendizagem e buscando mostrar ao aluno

que o conteúdo apresentado tem uma aplicação prática.

Na maioria das vezes, os conceitos são introduzidos a partir de

contextualizações evitando-se sempre que possível, meras definições

formais e receitas prontas. Os exercícios procuram conduzir o aluno à

iii
assimilação de conceitos e propriedades, sem, contudo, negligenciar o

desenvolvimento das técnicas de cálculo. Estas, à medida que surgem,

vão sendo aplicadas a problemas ligados ao quotidiano.

Se espera que este Manual do Aluno possa ajudá-lo em sala de aula e

em suas demais elaborações pedagógicas.

Ma. Faruk Carlos Abdul Carim

iv
Ao aluno

Caro estudante,

A leitura desta sebenta difere da leitura de um jornal ou mesmo de um

romance, pois este é mais pratico envolvendo problemas matemáticos e

em alguns casos comparados com a realidade do nosso quotidiano.

Parte do objectivo deste livro é treiná-los a pensar logicamente. Ao

resolver os exercícios procure descrever os estágios da resolução de

forma articulada, passo – a – passo.

As respostas de alguns exercícios são dadas no fim de cada capítulo.

Alguns exercícios pedem explicações ou descrições dos mesmos, em tais

casos não há forma de única de escrever a resposta.

Ma. Faruk Carlos Abdul Carim

v
SUMÁRIO

CAPITULO I – LÓGICA MATEMÁTICA ................................................


................................................ 19

1.1. Noção de lógica .................................................................................... 20

1.2. Conceito de Proposição ...................................................................... 21

1.3. Símbolos da Linguagem do Cálculo Proposicional ...................... 22

1.4. Conetivos lógicos ....................................................................................23


1.4.1 Conectivo Lógico da Negação (~) ............................................................. 23

1.4.1.1. Propriedade de Negação ...............................................................25


1.4.2 Conectivo Lógico da Conjunção (^) .......................................................... 25

1.4.2.1 Propriedades de Conjunção .............................................................27

1.4.3 Conectivo Lógico da Disjunção ....................................................... 28

1.4.3.1 Disjunção Inclusiva (V) ................................................................... 29


1.4.3.2 Disjunção Exclusiva (Aut... aut) ............................................................ 30

1.4.3.3. Propriedades da Disjunção .................................................................. 31

1.4.3.3.1 Propriedade da Conjunção e da Disjunção ...................................... 32

1.4.4 1ª Lei de - De Morgan ........................................................................32


1.4.4.1 Lei de Negação da Conjunção ............................................................ 32

1.4.4.2 Lei de Negação da Disjunção ............................................................. 32

1.5 Conectivo lógico da Condicionalidade, Implicação Material → 33

1.6 Conectivo lógico da Bicondicional ou Equivalência ↔ ............. 36

1.7 Operações lógicas ....................................................................................37

1.8 Tabelas de Verdade ................................................................................38

1.8.4 Operação de Negação (~) ..................................................................38

1.8.5 Operações de Conjunção (^) .............................................................38

1.8.6 Operações de Disjunção (v) ............................................................. 39

1.8.7 Operações de Implicação (→) .......................................................... 39

1.8.8 Operações de Equivalência (↔) ...................................................... 40

1.8.9 Tautologia ........................................................................................... 40

1.8.10 Contradição ......................................................................................... 40

vi
1.8.11 Contingência ........................................................................................41

1.9 Expressões Proposicionais ....................................................................41

1.9.4 Simplificação de proposições .......................................................... 42

1.9.5 Classificação de uma proposição ................................................... 42

1.10 QUANTIFICADORES ................................................................


........................................................................
........................................ 44

1.10.1 Quantificador Universal (∀ - Todo) ................................................ 44

1.10.1.1Quantificador Existencial (∃ - Algum) ......................................... 44

1.10.1.2 Quantificação Múltipla .................................................................. 45

i. Quantificador Universal .................................................................... 45

ii. Quantificador existencial .................................................................. 45

iii. Quantificadores diferentes ................................................................ 45

iv. Lei de - De Morgan – 2ª Lei ............................................................... 46

1.11. INDUÇÃO MATEMÁTICA ..............................................................


.............................................................. 47

1.11.1 Demostração pelo Método de Indução Matemática ................. 48

EXERCÍCIOS ................................................................
................................................................................................
.................................................................
................................. 51

Lógica Matemática ........................................................................................ 51

Quantificadores ...............................................................................................52

Indução Matemática .................................................................................... 54

CAPITULO II – ÁLGEBRA ................................................................


.......................................................................
....................................... 55

2.1 Expressões Algébricas ..............................................................................55

2.1.1 Notação algébrica ..................................................................................55

2.1.2 Expressões Algébricas ..........................................................................55

2.1.3 Fator Comum ..........................................................................................57

2.1.4 Agrupamento .........................................................................................57

vii
2.1.5 Produtos Notáveis .................................................................................57

2.2 MONÓMIOS ................................................................


..........................................................................................
.......................................................... 58

2.2.1 Polinómios .............................................................................................. 58

2.2.2 Grau de Polinómio ............................................................................... 59

2.2.3 Polinómios Idênticos ............................................................................ 59

2.2.4 Termos Semelhantes ............................................................................ 59

2.2.5 Polinómio Completo ............................................................................. 59

2.3 Domínio De Uma Expressão Algébrica ............................................ 59

2.4 TRANSFORMAÇÕES ALGÉBRICAS ...............................................


............................................... 60

2.4.1 Transformação Multiplicativa .......................................................... 61

2.4.2 Transformação Aditiva ...................................................................... 61

2.4.3 Teorema de Transformação .............................................................. 62

2.4.4 Transformação Reciproca ................................................................. 63

2.5 Classificação de expressões algébricas ............................................... 63

2.5.1 EXPRESSÕES RACIONAIS ..............................................................


.............................................................. 64

2.5.2 Domínio de Expressão Racional ...................................................... 64

2.5.3 Simplificação de Expressões Racionais .......................................... 65

2.5.4 Operações com Expressões Racionais ............................................. 65

2.5.5 Operações com Frações ....................................................................... 65

Adição e Subtração ....................................................................................... 66

Multiplicação ................................................................................................. 66

Divisão ............................................................................................................. 66

2.6 Expressões Racionais Compostas ........................................................ 66

2.6.1 Expressões Irracionais ........................................................................ 67

2.6.1.1 Domínio de Expressões Irracionais (em IR) ............................... 67

viii
2.6.2 Racionalização de Denominadores ................................................ 68

2.6.3 Algumas regras de racionalização de denominadores .............. 68

2.7 EQUAÇÕES ................................................................


............................................................................................
............................................................ 68

2.7.1 Equivalência de Equações .................................................................. 68

2.7.1.1 Princípio de Equivalência da Adição de equações lineares ... 69

2.7.1.2 Princípio De Equivalência Da Adição – Regra Prática ........ 69

2.7.1.3 Princípio De Equivalência Da Multiplicação ........................... 69

2.7.1.4 Princípio De Equivalência Da Multiplicação ............................ 70

2.8 Equações Lineares ................................................................................... 70

2.8.1 Resolução de uma equação linear ..................................................... 71

2.8.2 Equações do 2º grau (revisões) ........................................................... 71

2.8.2.1 Solução de Equações de 2º Grau ..................................................... 71

1º Caso: Se b = 0 e c = 0 .................................................................................. 71

2º Caso: Se c = 0 ...............................................................................................72

3º Caso: Se b = 0 ...............................................................................................72

4º Caso: Se b ≠ 0 e c ≠ 0 ....................................................................................72

2.9 Relação Entre os Coeficientes e as Raízes ......................................... 74

2.10 Factorando Um Trinômio Do 2º Grau ............................................ 74

2.11 INEQUAÇÕES DO 2º GRAU .............................................................


............................................................. 75

2.11.1 Resolução de Inequações quadráticas .............................................75

2.12 Equações Do 3º Grau (Casos Simples) ............................................... 76

2.12.1 Raízes da equação do 3º grau ...........................................................77

a) Factoração Por Agrupamento .........................................................77

b) Factoração Pelo Termo Livre ...........................................................77

c) Usando A Fórmula Quadrática ..................................................... 78

2.13 Equação biquadrada ............................................................................. 79

ix
2.13.1 Raiz De Uma Equação Biquadrada .............................................. 79

2.13.2 EQUAÇÕES IRRACIONAIS ...........................................................


........................................................... 80

2.13.2.1 Resolução De Uma Equação Irracional .................................... 80

2.14 Inequações irracionais .......................................................................... 81

2.14.1 Inequação na forma √A ≤ B ............................................................... 81

2.14.2 Inequação na forma √A ≥ B .............................................................. 82

2.15 SISTEMA DE EQUAÇÕES LINEARES ...........................................


........................................... 84

2.15.1 Equação linear ..................................................................................... 84

2.15.2 Equação linear com duas variáveis .............................................. 85

2.15.3 Sistema de equações lineares a 2 Incógnitas (revisão) .............. 85

2.15.3.1 Resolução de sistema de equação linear a 2 Incógnitas ........ 85

2.15.3.2 Método da adição ordenada ......................................................... 85

1º Método da Substituição ........................................................................... 85

2º Caso com termos elimináveis (Adição Ordenada) ........................... 86

3º Caso termos não elimináveis (Misto) ................................................... 86

2.15.4 Classificação dos sistemas lineares de equação do 1º grau ....... 87

2.15.4.1 Sistema Possível e Determinado (SPD) ...................................... 87

2.15.4.2 Sistema Possível e Indeterminado (SPI) .................................... 87

2.15.4.3 Sistema Impossível (SI) ................................................................... 88

2.16 SISTEMA LINEAR DE EQUAÇÕES A 3 INCÓGNITAS ............. 88

2.16.1 Matriz .................................................................................................... 88

2.16.1.1 Representação de uma Matriz ...................................................... 88

2.17 Regra de Cramer ................................................................................... 89

EXERCÍCIOS ................................................................
................................................................................................
................................................................ 92

x
Expressão Algébricas ................................................................................... 92

Expressões Racionais .................................................................................... 93

Equações ........................................................................................................... 94

Problemas ........................................................................................................ 94

Equações Irracionais .................................................................................... 95

Inequações Irracionais ................................................................................. 95

Equações do 2º Grau ..................................................................................... 95

Inequações do 2º Grau .................................................................................. 96

Equações do 3º grau ...................................................................................... 96

Sistemas de Equação ..................................................................................... 97

Gabarito ........................................................................................................... 97

CAPITULO III – TEORIA DE CONJUNTOS .........................................


......................................... 98

3.1 Conceito De Conjunto ............................................................................. 98

3.1.1 Elementos De Um Conjunto ............................................................... 99

3.1.2 Representação De Conjuntos ............................................................. 99

3.2 Relação de conjuntos ............................................................................. 100

3.2.1 Relação de pertinência ...................................................................... 100

3.2.2 Relação de Inclusão ............................................................................ 100

3.3 Designação De Conjuntos ...................................................................... 101

3.3.1 Conjunto Enumerável .......................................................................... 101

3.3.2 Subconjuntos .......................................................................................... 101

3.3.3 Conjunto das partes .............................................................................102

3.4 Número de elementos do conjunto das partes ................................102

3.5 Partição de um conjunto ou potência ................................................103

3.6 Igualdade de Conjuntos ......................................................................... 103

3.6.1 Propriedades de igualdade de conjuntos ........................................103

• Reflexiva ...............................................................................................103

xi
• Simétrica ...............................................................................................103

• Transitiva .............................................................................................103

3.7 Conjunto unitário ....................................................................................103

3.8 Conjunto vazio ........................................................................................ 104

3.9 Conjunto Universal ............................................................................... 104

3.9 Cardinal de um conjunto ..................................................................... 104

3.10 Produto cartesiano ...............................................................................105

3.11 Representação no diagrama de Venn ..............................................105

3.11.1 Representação no plano Cartesiano ...............................................105

3.12 Operações com conjuntos .....................................................................105

3.12.1 Reunião de conjuntos ........................................................................ 106

3.12.2 Intersecção de conjuntos .................................................................. 106

3.12.3 Diferença de conjuntos .....................................................................107

3.12.4 Diferença simétrica ...........................................................................107

3.12.5 Complementar .....................................................................................108

3.12.5.1 Propriedades das operações ..........................................................108

i. Elemento Neutro ................................................................................. 108

ii. Indempotência ..................................................................................... 108

iii. Comutativa ........................................................................................... 108

iv. Associativa ........................................................................................... 108

3.13 Intervalos ................................................................................................ 109

3.13.1 Intervalos Infinitos ............................................................................ 109

EXERCÍCIOS ................................................................
................................................................................................
................................................................ 110

CAPITULO IV - EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES EXPONENCIAIS ..... 114

4.1 Equação Exponencial ............................................................................. 114

4.1.1 Resolução de equações ......................................................................... 114

xii
4.2 Inequação exponencial .......................................................................... 115

4.2.1 Resolução de inequações exponenciais ........................................... 115

4.3 EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES LOGARÍTMICAS ............................ 116

4.3.1 Mantissa de um logaritmo ................................................................. 116

4.3.2 Cálculo da Mantissa ............................................................................ 116

4.3.2.1 Propriedade ........................................................................................ 116

4.3.3 Característica de um logaritmo ....................................................... 116

• Se > 1 ................................................................................................... 116

• Se < 1 ................................................................................................... 117

4.3.4 Cologaritmo de um número .............................................................. 117

4.3.5 Antilogaritmo de um número .......................................................... 117

4.4 EQUAÇÃO LOGARÍTMICA ..............................................................


.............................................................. 117

1º Tipo: log = log ............................................................................ 118

2º Tipo: log = ........................................................................................ 118

3º Tipo: Incógnita auxiliar ......................................................................... 119

4.5 Inequação logarítmica ..........................................................................120

1º Tipo: log > log ............................................................................120

2º Tipo: log ≷ ........................................................................................120

3º Tipo: Incógnita auxiliar ......................................................................... 122

4.5.1 RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS CONCRETOS APLICANDO

LOGARITMOS ................................................................
.............................................................................................
............................................................. 123

Matemática Financeira .............................................................................. 123

Geografia .........................................................................................................124

Química ............................................................................................................124

xiii
EXERCÍCIOS ................................................................
................................................................................................
................................................................126

Equação Exponencial ...................................................................................126

Inequação Exponencial ................................................................................126

Equação logarítmica .................................................................................... 127

Inequações logaritmicas .............................................................................. 127

CAPITULO V – TRIGONOMETRIA .......................................................


....................................................... 128

5.1 Arcos da Circunferência ........................................................................ 128

5.1.2 Medidas de Arcos ................................................................................. 128

5.1.3 Grau ..........................................................................................................129

5.1.4 Grado .......................................................................................................130

5.1.5 Radiano ...................................................................................................130

5.1.6 Comprimento de um arco ...................................................................130

5.1.7 Ângulos .................................................................................................... 132

5.1.7.1 Classificação de ângulos ................................................................... 132

5.2 Triângulos ................................................................................................. 133

5.2.1 Propriedades dos triângulos .............................................................. 133

5.2.2 Semelhança de triângulos ..................................................................134

5.2.3 Classificação de triângulos ................................................................ 135

1. Quanto aos ângulos internos ............................................................ 135

a) Triângulo acutângulo ........................................................................ 135

b) Triângulo rectângulo ......................................................................... 135

c) Triângulo obtusângulo ...................................................................... 135

2. Quanto ao número de lados/ângulos iguais ................................. 136

a) Triângulo equilátero .......................................................................... 136

b) Triângulo isósceles .............................................................................. 136

c) Triângulo escaleno .............................................................................. 136

5.2.4 Relações Trigonométricas de Triângulo Rectângulo ................. 136

xiv
5.2.5 Teorema de Pitágoras ......................................................................... 137

5.2.6 Razões Trigonométricas ..................................................................... 137

a) Seno de α ....................................................................................................................................... 137

b) Coseno de α ................................................................................................................................. 137

c) Tangente de α .......................................................................................................................... 137

d) Co-tangente de α .................................................................................................................... 138

e) Secante e co-secante de α .............................................................................................. 138

5.2.7 Razões Trigonométricas de Ângulos Complementares .............. 139

5.2.8 Relação Fundamental De Trigonometria .................................... 140

5.2.9 Ângulos Notáveis .................................................................................142

5.3 CÍRCULO TRIGONOMÉTRICO ..........................................................


..........................................................142
..........................

5.3.1 Arcos côngruos ......................................................................................143

5.3.2 Variação do sinal de seno ..................................................................145

5.3.3 Sinais ....................................................................................................... 146

5.3.4.1 Cosseno ................................................................................................. 146

5.3.4.2 Tangente ..............................................................................................148

5.3.4.3 Sinais ................................................................................................... 149

5.4 Redução ao primeiro quadrante ....................................................... 149


!
5.4.1 Redução do 2º quadrante ao 1º quadrante < α < π% ..............150
"
&!
5.4.2 Redução do 3º quadrante ao 1º quadrante π < α < % .............150
"
&!
5.4.3 Redução do 4º quadrante ao 1º quadrante < α < 2π% .......... 151
"

5.5 Ângulos superiores a 360º ..................................................................... 151

5.6 Funções trigonométricas como funções reais de variável real .. 152

5.6.1 Periodicidade ......................................................................................... 152

5.6.2 Gráfico da função seno: f x = sen x ................................................. 154

5.6.2.1 Gráfico da função cosseno: f x = cos x ......................................... 155

5.6.2.2 Gráfico da função tangente: f x = tg x ....................................... 156

xv
5.6.2.3 Gráfico da função cotangente: f x = cotg x ................................ 157

5.6.2.4 Gráficos de funções do tipo: f x = ±a ± bsen kx + n ................... 158

5.7 FÓRMULAS TRIGONOMÉTRICAS ..................................................


.................................................. 161

5.7.1 Fórmula da soma de ângulos ............................................................. 161

5.7.1.1 Fórmula da diferença de ângulos .................................................. 161

5.7.1.2 Fórmula de duplicação de ângulos ................................................162

5.7.1.3 Fórmula de Bissecção de ângulos ................................................... 163


5.7.1.4 Fórmula de transformação de adição em produto ............................. 164

5.8 Resolução de triângulos quaisquer ...................................................... 165

5.8.1 Teorema dos senos ..............................................................................166

5.8.2 Teorema dos cossenos ..........................................................................166

5.9 EQUAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS ...................................................


...................................................167

5.9.1 Equação do tipo senα = senβ ................................................................168

5.9.2 Equação do tipo cosα = cosβ ................................................................169

5.9.3 Equação do tipo tgα = tgβ ................................................................... 171


5.10 Equações trigonometricas dentro de intevalos condicionados ............. 172

5.11 INEQUAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS .............................................


............................................. 173

5.11.1 Inequação do tipo senx > m ...............................................................174


5.11.1.2 Inequação do tipo senx < m ........................................................................ 175

5.11.1.3 Inequação do tipo cosx > m .............................................................. 176


5.11.1.4 Inequação do tipo cosx < m ........................................................................ 177

5.11.1.5 Inequação do tipo tgx > m ................................................................ 178


5.11.1.6 Inequação do tipo tgx < m .......................................................................... 179

EXERCÍCIOS ................................................................
...............................................................................................
............................................................... 180

Gabarito ........................................................................................................... 183

xvi
CAPITULO VI: GEOMETRIA ANALÍTICA NO PLANO .................. 185

6.1 Vectores no Plano .................................................................................... 185

6.1.1 Vector ....................................................................................................186

6.1.2 Vector unitário ...................................................................................186

6.1.3 Referencial Ortonormado ................................................................ 187

6.1.4 Vector Como Diferença De Dois Pontos ....................................... 187

6.1.5 Norma De Um Vector ...................................................................... 187

6.1.6 Versor De Um Vector .......................................................................188

6.1.7 Distância Entre Dois Pontos ...........................................................188

6.1.8 Ponto Médio De Segmento De Recta ............................................188

6.2Operações com Vectores .........................................................................189

6.2.1 Soma De Um Ponto Com Um Vector ............................................189

6.2.2 Soma De Dois Vectores .....................................................................189

6.2.3 Produto Do Número Real k ≠ 0 Pelo Vector 4u5 ........................... 190

6.2.4 Produto Interno .................................................................................. 191

6.3 Equação Vectorial da Recta no Plano ............................................... 191

6.3.1 Recta definida por um ponto M x7 , y7 ........................................... 191

6.3.2 Equação Paramétrica .......................................................................192

6.3.3 Equações Cartesianas ........................................................................ 193

6.3.4 Equação Geral Da Recta (Implícita) ............................................. 193

6.3.5 Equação Axial .................................................................................... 194

6.3.6 Equação Reduzida ............................................................................. 194


6.4 Posição Relativa De Duas Rectas ................................................................. 196

6.4.1 Condição de paralelismo ...................................................................196

6.4.2 Condição de perpendicularidade .................................................... 197

6.4.3 Distância De Um Ponto A Uma Recta ........................................199

6.4.4 Ângulo de duas Rectas ..................................................................... 200

xvii
6.4.5 Mediatriz De Um Segmento De Recta ........................................ 200

6.5 CÓNICAS ................................................................


..............................................................................................
.............................................................. 202

6.6 CIRCUNFERÊNCIA ................................................................


.....................................................................................
..................................................... 204
6.7 Equação Da Circunferência ................................................................. 205

6.8 ELIPSE ................................................................


................................................................................................
.............................................................................
............................................. 206
6.8.1 Equação da elipse .............................................................................. 206

6.8.2 Interpretação geométrica ............................................................... 209

6.8.3 Gráfico da elipse ..................................................................................210

6.8.4 Excentricidade da Elipse ..................................................................210

6.9 HIPÉRBOLE ................................................................


................................................................................................
...................................................................
................................... 213
6.9.1 Equação da hipérbole ........................................................................214

6.9.2 Interpretação geométrica da hipérbole ........................................ 217

6.9.3 Gráfico da hipérbole ...........................................................................219

6.9.4 Excentricidade da hipérbole ........................................................... 220

EXERCÍCIOS
EXERCÍCIOS ................................................................
...............................................................................................
............................................................... 223

1. Vector ...........................................................................................................223

2. Recta ............................................................................................................ 224

3. Circunferência .......................................................................................... 224

4. Elipse ............................................................................................................225

5. Hipérbole .....................................................................................................227

BIBLIOGAFIA ................................................................
............................................................................................
............................................................ 229

xviii
Capitulo
LÓGICA MATEMÁTICA
1

Neste capítulo, o principal objectivo será a investigação da

validade de argumentos: conjunto de enunciados dos quais um é a

conclusão e os demais premissas.

Os argumentos estão tradicionalmente divididos em dedutivos e

indutivos.

Argumento Dedutivo: é válido quando sua premissa, se

verdadeiras, a conclusão é também verdadeira.

Premissa: "Todo homem é mortal."

Premissa: "João é homem."

Conclusão: "João é mortal."

Esses argumentos serão objecto de estudo nesta sebenta.

Argumento Indutivo: a verdade das premissas não basta para


assegurar a verdade da conclusão.

Premissa: "É comum após a chuva ficar nublado."

Premissa: "Está chovendo."

Conclusão: "Ficará nublado."

19
Não trataremos do estudo desses argumentos neste roteiro.

As premissas e a conclusão de um argumento, formuladas em uma

linguagem estruturada, permitem que o argumento possa ter uma

análise lógica apropriada para a verificação de sua validade. Tais

técnicas de análise serão tratadas no decorrer desta sebenta.

1.1. Noção de lógica

Alguns autores dividem o estudo da Lógica em Lógica Indutiva:

útil no estudo da teoria da probabilidade e Lógica Dedutiva: que

pode ser dividida em:

Lógica Clássica - Considerada Como o núcleo da lógica dedutiva. É


o que chamamos hoje de Cálculo de Predicados de 1a Ordem com ou

sem igualdade e de alguns de seus subsistemas.

Três Princípios (entre outros) regem a Lógica Clássica: da

identidade, da contradição e do terceiro excluído os quais serão


abordados mais adiante.

Lógicas Complementares da Clássica: Complementam de algum


modo a lógica clássica estendendo o seu domínio.

Exemplos: lógicas modal, deôntica, epistémica, etc.

Lógicas Não - Clássicas: Assim caracterizadas por derrogarem


algum ou alguns dos princípios da lógica clássica.

20
Exemplos:
Para - completas e intuicionistas (derrogam o princípio do

terceiro excluído);

Para - consistentes (derrogam o princípio da contradição);

Não - alécticas (derrogam o terceiro excluído e o da

contradição);

Não - reflexivas (derrogam o princípio da identidade);

Probabilísticas,

Polivalentes,

Fuzzy - logic, etc...

1.2. Conceito de Proposição

Chama-se termo, ou designação, a uma expressão cujo papel é

nomear, ou designar alguma coisa.

Proposição, sentença declarativas afirmativas (expressão de uma


linguagem) da qual tenha sentido afirmar que seja verdadeira ou

que seja falsa.

Ainda, Chama-se proposição a uma expressão que traduz uma

afirmação e à qual se pode associar um dos valores de verdade

“verdadeiro” ou “falso”.

Exemplos:
A lua é quadrada,

A neve é branca,

Matemática é uma ciência.

21
N.B.: Não serão objecto de estudo as sentenças interrogativas ou

exclamativas.

1.3. Símbolos da Linguagem do Cálculo Proposicional

Variáveis Proposicionais: letras latinas minúsculas p, q, r, s, para


indicar as proposições (fórmulas atómicas).

Exemplos:
A lua é quadrada: p

A neve é branca: q

Conectivos Lógicos: As fórmulas atómicas podem ser combinadas


entre si e, para representar tais combinações usaremos os

conectivos lógicos:

~


→ … …

Exemplos:
A lua não é quadrada: ~

A lua é quadrada e a neve é branca: ∧ (p e q são

chamados conjuntos)

A lua é quadrada ou a neve é branca: ∨ (p e q são

chamados disjuntos)

Se a lua é quadrada então a neve é branca: → (p é o

antecedente e q o consequente)

22
A lua é quadrada se e somente se a neve é branca: ↔

Símbolos Auxiliares: (), parêntese que servem para denotar o


"alcance" dos conectivos

Exemplos:
Se a lua é quadrada e a neve é branca então a lua não é

quadrada: ∧ →~

A lua não é quadrada se e somente se a neve é branca:

~ ↔

1.4. Conetivos lógicos

1.4.1. Conectivo Lógico da Negação (~) – lê-se ``não´´

A mais simples operação lógica sobre proposições é a negação. O

operador ''~" lê-se, evitando-se, assim, qualquer ambiguidade, por:

'não é verdade que'.

Chama-se, no entanto, a atenção para o seguinte: em linguagem

corrente nem sempre a negação de uma proposição se faz

antepondo não ao verbo da proposição, posto que a proposição se

pode iniciar com "nem". Assim, para lá da consideração

linguística da mudança de tempo do verbo, a negação deve

traduzir-se do seguinte modo:

Não é verdade que, no princípio do enunciado singular.

Exemplo:
j: O João está a estudar.

~ j: não é verdade que o João esteja a estudar.

23
Fazendo a negação do verbo, quando o juízo é singular.

Exemplo:
p: Camilo escreveu “Amor de Perdição”.

~ p: Camilo não escreveu "Amor de Perdição".

Nem todos, no princípio da frase, quando a proposição se

inicia com 'Todos'.

Exemplo:
p: Todos os homens são brancos

~ p: Nem todos os homens são brancos.

Fazendo a transformação da proposição, servindo-nos das

segundas Leis de De Morgan. Negar que “todos sejam”, equivale a

“Alguns não são”; negar que “nenhum é” equivale a “Alguns são”;

negar que “alguns são” equivale a “nenhum é”; e negar que

“Alguns não são” equivale a “Todos são”.

Exemplos:
p: Todos os homens são brancos.

~ p: Alguns homens não são brancos.

p: Nenhum homem é branco.

~ p: Alguns homens são brancos.

p: Alguns homens são brancos.

~ p: Nenhum homem é branco.

p: Alguns homens não são brancos.

~ p: Todos os homens são brancos.

24
(diferente), em proposições matemáticas.

Exemplos:
p: 4 = 3

~ p: 4 ≠ 3

p: 3 > 0

~ p: 3 ≤ 0

Para determinar o valor lógico da negação de uma proposição

utiliza-se uma tabela denominada de Tabela de Verdade, Tabela

de Valores ou matriz.

1.4.1.1. Propriedade de Negação

• Lei da Dupla Negação: A negação da negação equivale à


afirmação.

~~ =

Afirmar que a negação da negação de uma proposição é

verdadeira é exactamente o mesmo que afirmar que a proposição

original é verdadeira.

Exemplo: escrevendo, como é usual, na forma 4 ≠ 3 a negação da

proposição 4 = 3, a proposição ~ 4 ≠ 3 tem o mesmo valor de

verdade que 4 = 3.

1.4.2. Conectivo Lógico da Conjunção (^) - lê-se: "e".

A conjunção aparece muitas vezes na linguagem corrente através

da utilização da palavra “e”, embora por vezes ela esteja

disfarçada sob outras formas.

25
Quotidianamente forma-mos frases ligadas por 'e'. Mas, além desta

conjunção, usamos outras com o mesmo sentido, tais como "e

então", "mas", "bem como", "mas também", "não só...mas também",

"além disso", "além de", "ao passo que", "embora...", "apesar disso",

etc.

Note-se que a conjunção “e” pode ser usada em dois sentidos: no

sentido aditivo e no sentido de conjunção, o que requer alguma

atenção para não falsificarmos a ideia que queremos expressar.

Exemplos:
O João foi a uma loja e pediu para ver gravatas pretas e

amarelas.

A Ana tem 20 anos e é casada.

A equação x2 + 2x = 0 tem por soluções – 2 e 0.

A equação (x – 2) (x – 3) = 0 tem por soluções 2 e 3.

No primeiro exemplo, se o “e” foi utilizado em sentido aditivo,

então ficamos a saber que o João quis ver dois lotes de gravatas:

um com a cor preta e um outro com a cor amarela. Mas, se, neste

primeiro exemplo, o “e” foi utilizado em sentido conjuntivo,

ficamos a saber, pelo contrário, que o João quis ver apenas um lote

de gravatas que simultaneamente tivessem as duas cores frisadas.

No segundo exemplo o “e” tanto pode ser usado em sentido aditivo

como em sentido conjuntivo, posto que o significado aqui é

exactamente o mesmo.

26
Nos exemplos 3 e 4, o “e” é usado em sentido aditivo, pois a

proposição só pode significar isto: a equação tem dois resultados

diferentes.

No sentido aditivo não podemos substituir o “e” por " ^ ".

Exemplos:
Consideremos as proposições seguintes:

p: O João veste calças azuis

q: O João veste camisa azul

A conjunção destas proposições (p ^ q) lê-se: O João veste calças

azuis e o João veste camisa Azul ou O João veste calças e camisa

azuis.

"Mário é egoísta, mas Joana está conformada" (e ^ c)

"A baleia não só é mamífero, mas também vertebrado" (m ^

v)

"O João quer arroz, bem como bacalhau." (a ^ b)

"O João, além de maluco, é rico." (m^ r)

"O João estuda; além disso, trabalha de noite." (e ^ t)

"O João passou de ano, mas também estudou" (c ^ e)

“ (2 + 3 = 5) e (9/3 = 3)" (p ^ q)

1.4.2.1. Propriedades de Conjunção

Sejam p, q e r proposições simples quaisquer e sejam t e c

proposições também simples cujos valores lógicos respectivos são V

(Verdade) e F (Falsidade).

27
• Idempotente: ∧ ↔

• Comutativa: ∧ ↔ ∧

• Associativa: ∧ ∧ ↔ ∧ ∧

• Identidade: ∧ ↔ ∧ ↔

1.4.3. Conectivo Lógico da Disjunção – lê-se ``ou´´

No uso corrente da linguagem elaboramos juízos do tipo:

1. O Filipe é solteiro ou casado

2. O Joaquim é português ou brasileiro

3. O João comprou camisa ou calças, mas não ambas as coisas.

4. Vou a Lisboa de comboio ou de avião.

E também escrevemos:

5. O João é estudante e/ou trabalhador.

6. Ou o João namora a Maria ou está casado com ela.

Servimo-nos de 'ou' em todas estas proposições. No entanto, nem

sempre o 'ou' foi utilizado com o mesmo significado.

No exemplo 1 O sentido é exclusivo, posto que o Filipe não pode ser

as duas coisas simultaneamente.

No exemplo 2 O sentido, se for exclusivo, significa que ou é

português ou é brasileiro, mas não possui as duas nacionalidades.

Mas, se o sentido for inclusivo, significa, então, que o Joaquim

tanto pode ser português, como brasileiro, como ter as duas

nacionalidades.

28
O exemplo 3 está no sentido de disjunção exclusiva, sentido este

expresso na expressão ‘mas não ambas as coisas’.

O exemplo 4 é exclusivo, porque não é possível ir simultaneamente

de comboio e de avião.

O exemplo 5 é inclusivo, o que significa que o João pode ser

somente estudante, pode ser somente trabalhador e pode ser

também as duas coisas.

O exemplo 6 é expressamente exclusivo.

1.4.3.1. Disjunção Inclusiva (V)

" V " lê-se “e/ou”. A disjunção inclusiva (no latim: vel) de duas

proposições, p e q, é uma nova proposição resultante da ligação de

p e q pelo símbolo V; esta nova proposição é verdadeira em todos

os casos excepto se p e q forem simultaneamente falsas.

Exemplos:
Considere:

p: Vou comprar um casaco

q: Vou comprar um blusão

p V q: Vou comprar um casaco ou vou comprar um blusão (ou as

duas coisas).

Também se diz:

"Vou comprar um casaco e/ou vou comprar um blusão.

"Vou comprar um casaco ou um blusão".

29
"Irei contigo para a praia ou para o cinema" (p V c)

"Quando visito a Capital vou jantar com amigos ou com a

minha família" (a V f)

"O seguro será pago em caso de incêndio e/ou roubo" (I V R)

Nesta loja faz-se descontos a estudantes ou a jovens menores

de 20 anos. (e V j), o que quer dizer se na loja entrar um

estudante com menos de 20 anos também tem direito a

desconto.

A disjunção inclusiva é, das duas disjunções, a mais largamente

utilizada em Matemática. Ela aparece, por exemplo, na lei do

anulamento do produto: a * b = 0 se e somente se a = 0 V b = 0 ( a e

b são números reais) – o produto de dois números reais, a e b, é

zero se a fôr igual a zero, se b fôr zero ou se ambos forem zero.

1.4.3.2. Disjunção Exclusiva (Aut... aut)

A conectiva proposicional "V" não traduz todos os empregos

correntes de "ou". Daí a necessidade de considerar a disjunção

exclusiva.

A disjunção exclusiva ( ) de duas proposições, p e q, é uma nova

proposição que resulta de ligar p e q pelo símbolo ; a nova

proposição é verdadeira se p e q têm valores lógicos distintos e

falsa nos outros casos, isto é, é falsa quando p e q são ou ambas

verdadeiras ou ambas falsas.

30
Exemplos:
a) Considere-se:

p: compro sapatos

q: compro botas

p q : Compro sapatos ou compro botas (mas não ambas as coisas).

b) "Esta noite, às nove horas, poderei estar no comboio ou no

avião". (c W a): disjunção exclusiva, porque à mesma hora é

impossível que o mesmo sujeito possa estar a viajar em dois meios

de comunicação viária diferentes.

c) 5 < 3 = 7 3+2=7

d) Ou o Manuel é meu filho ou não é meu filho. ( ~$ )

e) O Manuel é meu filho ou não é meu filho. (m ~ f)

Note-se a especificidade dos exemplos d) e e). Não há entre eles

nenhuma contradição, embora em português tenhamos escrito a

mesma ideia de duas formas diferentes.

1.4.3.3. Propriedades da Disjunção

Sejam p, q e r proposições simples quaisquer e sejam t e c

proposições também simples valores lógicos respectivos são V

(Verdade) e F (Falsidade).

• Idempotente: ∨ ↔

• Comutativa: ∨ ↔ ∨

• Associativa: ∨ ∨ ↔ ∨ ∨

• Identidade: ∨ ↔ ∨ ↔

31
1.4.3.4. Propriedade da Conjunção e da Disjunção

Sejam p, q e r proposições simples quaisquer.

• Distributivas:
(i) ∧ ∨ ↔ ∧ ∨ ∧

(ii) ∨ ∧ ↔ ∨ ∧ ∨

• Absorção:
(i) ∧ ∨ ↔

(ii) ∨ ∧ ↔

1.4.4. 1ª Lei de - De Morgan

1.4.4.1. Lei de Negação da Conjunção

Dizer que a negação da conjunção de duas proposições é

verdadeira é o mesmo que dizer que a disjunção das negações das

duas proposições é verdadeira.

∼ ∧ ↔ ~ ∨∼

1.4.4.2. Lei de Negação da Disjunção

Dizer que a negação da disjunção de duas proposições é

verdadeira é o mesmo que dizer que a conjunção das negações das

duas proposições é verdadeira.

∼ ∨ ↔ ~ ∧∼

Aos dois factos assinalados atrás é costume dar o nome de

primeiras leis de ‘De Morgan’. É comum uma pessoa menos atenta

32
cometer o erro de negar uma conjunção ou disjunção sem reparar

que tem de trocar o conectivo.

Reparemos enfim que, tanto a conjunção como a disjunção, que

referimos envolverem duas proposições, podem ser naturalmente

estendidas ao caso em que partimos de três ou mais: A conjunção

de várias proposições vai, tal como no caso de duas, ser uma nova

proposição que é verdadeira quando todas o forem e vai ser falsa

em todos os outros casos (ou seja, quando pelo menos uma for

falsa); a disjunção das mesmas proposições vai ser falsa quando

todas forem falsas e vai ser verdadeira em todos os outros casos

(ou seja, quando pelo menos uma for verdadeira).

1.5. Conectivo lógico da Condicionalidade ou Implicação

Material → Lê-se ``se … então…´´

Dadas as proposições p e q, chama-se implicação material de p e q

a uma nova proposição que resulta de ligar as duas proposições

pelo símbolo "→". A proposição p é denominada de antecedente e a

proposição q de consequente.

Leituras possíveis:

Se P, então Q; Tendo P, Q; Sempre que P, então Q; Q apenas se P; Q

é implicado por P. Q, contanto que P; P implica Q. Q, se P; P é a

condição suficiente para Q, A condição suficiente para Q é P.

Exemplos:
Sendo p: Carlos é maior de 18 anos

q : Carlos tem direito a voto

33
p → q : Se Carlos é maior de 18 anos, então Carlos tem direito a

voto.

"Uma pessoa pode tornar-se doentia se não se sentir útil à

sociedade. (~ u → d)

"Aceitar fórmulas clássicas da Física implica a aceitação da

mecânica tradicional". (f → m).

“A condição suficiente para que chumbe no exame é que

obtenha menos de dez valores”. (v → c)

O condicional 'se' introduz o antecedente da implicação. O

conteúdo da condição suficiente é o conteúdo que se simboliza no

antecedente. 'Salvo se', 'excepto se', 'a menos que', etc. expressam a

condicionalidade. A simbolização merece atenção especial: o

enunciado iniciado com estes sincategoremas são o antecedente e o

consequente simboliza-se com a anteposição da negação.

Exemplo:
Levarei o livro, a menos que João precise dele. (j → ~ l).

Não chumbarei, excepto se o professor não gostar de mim,

simboliza-se assim: (~ g → c) e traduz-se por: Se o professor

não gostar de mim, então chumbarei.

É necessário estar atento a dois ‘senões’: Em primeiro lugar, os

enunciados condicionais podem ser enganadores, mesmo que nos

pareçam claros.

Exemplificando o que queremos consciencializar, tomemos em

consideração a seguinte proposição: “Se Jorge tem fome, então

34
Marta tem fome”. É evidente que se esta proposição é verdadeira

e Jorge tem fome, então Marta também tem fome. É do mesmo

modo evidente que se Jorge tem fome e Marta não, então a

proposição é falsa. Mas o que é que acontece se Marta tem fome,

mas não se sabe se Jorge tem ou não fome? E, do mesmo modo, o

que é que acontece se Jorge não tem fome, mas não se sabe se

Marta tem ou não fome?

Consideremos ainda este outro exemplo:

P: n é divisível por 6.

Q: n é par.

Simbolização: p → q

Se n é divisível por seis, então n é par, é uma proposição

verdadeira, tudo bem. Se n é divisível por 6, então n não é par é

uma proposição falsa, tudo bem. Mas como aceitar que se n não é

divisível por 6, então n é par, seja uma proposição verdadeira? E

como aceitar que se n não é divisível por 6, então n não é par, seja

igualmente uma proposição verdadeira?

Em Matemática aceita-se isto por convenção. Mas isto não soa

muito bem aos ouvidos da intuição! Os contextos linguísticos e

lógico-matemáticos não coincidem, o que demonstra que este

conectivo tem pouco carácter intuitivo.

Em segundo lugar não se pode, nem deve, supor nenhuma conexão

causal entre antecedente e consequente, posto que o significado da

35
palavra "implicação material" se afasta muitas vezes do sentido

que tem em linguagem corrente.

Exemplo:

p : As galinhas têm dentes

q : hoje chove

p → q : O facto de as galinhas terem dentes implica que hoje

chove.

No entanto, é despropositado e sem sentido traduzir pela hipótese:

"Se as galinhas têm dentes, então hoje chove", já que não sabemos o

valor da relação lógico-formal entre elas.

1.6. Conectivo lógico da Bicondicional ou Equivalência ↔ -

Lê-se ``se somente se´´

A Lógica bicondicional (também conhecida como bicondicional

material) é o Conectivo lógico de duas proposições afirmando "p se

e somente se q", onde q é uma Hipótese (ou antecedente) e p é um

conclusão (ou consequente). Isso é frequentemente abreviado p sse

q. O operador é denotado usando uma seta de dupla implicação

(↔).

A equivalência entre duas proposições é uma nova proposição que

é verdadeira, quer no caso em que as primeiras são ambas

verdadeiras, quer no caso em que estas são ambas falsas, e que é

falsa no caso em que uma das primeiras é verdadeira e a outra é

falsa.

36
Do mesmo modo que a equivalência colocada entre duas

proposições dá origem a uma nova proposição, quando a

colocamos entre duas expressões proposicionais, obtemos uma

nova expressão proposicional e é nessa forma que a equivalência

aparece utilizada com mais frequência na prática. Em linguagem

comum a equivalência é frequentemente assinalada, entre outros

modos, utilizando palavras como “é equivalente”, “se, e só se,” ou

“é condição necessária e suficiente”.

1.7. Operações lógicas

A lógica clássica é governada por três princípios (entre outros)

que podem ser formulados como segue:

Princípio da Identidade: Todo objecto é idêntico a si mesmo.


Princípio da Contradição: Dadas duas proposições

contraditórias (uma é negação da outra), uma delas é falsa.

Princípio do Terceiro Excluído: Dadas duas proposições


contraditórias, uma delas é verdadeira.

Com base nesses princípios as proposições simples são ou

verdadeiras ou falsas - sendo mutuamente exclusivos os dois casos;

daí dizer que a lógica clássica é bivalente.

Para determinar o valor (verdade ou falsidade) das proposições

compostas (moleculares), conhecidos os valores das proposições

simples (atómicas) que as compõem usaremos tabelas – verdade.

37
1.8. Tabelas de Verdade

A Tabela verdade é um instrumento usado para determinar os

valores lógicos das proposições compostas, a partir de atribuições

de todos os possíveis valores lógicos das proposições simples

componentes.

Cada proposição simples (atómica) tem dois valores V ou F, que se

excluem. Para n atómicas distintas, há tantas possibilidades

quantos são os arranjos com repetição de 2 (V e F) elementos n a

n. Segue-se que o número de linhas da tabela verdade é 2n. Assim,

para duas proposições são 22 = 4 linhas; para 3 proposições são 23 =

8; etc.

1.8.1. Operação de Negação (~)

A negação de uma proposição é uma nova proposição que é

verdadeira se a primeira for falsa e é falsa se a primeira for

verdadeira.

p ~p

V F

F V

1.8.2. Operações de Conjunção (^)

A conjunção de duas proposições é uma nova proposição que é

verdadeira se as duas primeiras o forem e que é falsa, quer no

caso em que as duas primeiras são falsas, quer no caso em que

uma delas é verdadeira e a outra é falsa.

38
p q P^q

V V V

V F F

F V F

F F F

1.8.3. Operações de Disjunção (v)

A disjunção de duas proposições é uma nova proposição que é

falsa no caso em que as primeiras são ambas falsas e que é

verdadeira, quer no caso em que uma das primeiras é verdadeira

e a outra é falsa, quer naquele em que as duas primeiras são

ambas verdadeiras.

p q pvq

V V V

V F V

F V V

F F F

1.8.4. Operações de Implicação (→)

A implicação é falsa se, e somente se, o antecedente é verdadeiro e

o consequente é falso.

p q p→q

V V V

V F F

F V V

F F V

39
1.8.5. Operações de Equivalência (↔)

A equivalência é verdadeira se, e somente se seus componentes são

ou ambos verdadeiros ou ambos falsos.

p q p↔q

V V V

V F F

F V F

F F V

1.8.6. Tautologia

Tautologia - proposição composta cuja última coluna de sua tabela


verdade encerra somente a letra V (verdade).

Exemplo:
p v ~ (p ^ q)

p q p ˄ q ~ (p ˄ q) p ˅ ~ (p ˄ q)

V V V F V

V F F V V

F V F V V

F F F V V

1.8.7. Contradição

Contradição - proposição composta cuja última coluna de sua


tabela verdade encerra somente a letra F (falsidade).

40
Exemplo:
(p ^ q) ^ ~ (p v q)

p q p ˄ q p v q ~ (p v q) (p ^ q) ^ ~ (p v q)

V V V V F F

V F F V F F

F V F V F F

F F F F V F

1.8.8. Contingência

Contingência - proposição composta cuja última coluna de sua

tabela verdade figuram as letras V e F cada uma pelo menos uma

vez.

Exemplo:
pvq→p

p q pvq pvq→p

V V V V

V F V V

F V V F

F F F V

1.9. Expressões Proposicionais

Expressão designatória é uma expressão com variáveis que se

transforma numa designação quando as variáveis são

substituídas por constantes (do seu domínio).

41
Domínio de uma expressão designatória é o conjunto dos valores

da variável para os quais a expressão tem significado (num dado

universo).

Exemplo:
x2 + 3

Expressão Proposicional ou condição é uma expressão com

variáveis que se transforma numa proposição quando as

variáveis são substituídas por constantes (do seu domínio).

Exemplo:
3x – 6 = 0

1.9.1. Simplificação de proposições

∧ ~ ∨& ∧~ ∨ ∧&
'∨ ∧&
∧&

b) ∧ ∨ ∨' ∧ ∨
∨ '∧
∨'

1.9.2. Classificação de uma proposição

a) Condição impossível: é uma condição que para toda a

concretização das variáveis se transforma numa proposição

falsa.

Exemplo: x2 + 1 = 0

42
b) Condição Universal: é a condição que se transforma numa

proposição verdadeira para qualquer concretização da

variável.

Exemplo: x2 + 1 > 0
c) Condição possível: é aquela que no seu universo existe pelo

menos um valor que a transforma numa proposição

verdadeira e outro numa proposição falsa.

Exemplo: x2 – 1 = 0

Exercícios Resolvidos:

Sabendo que os valores lógicos das proposições p e q são

respectivamente F e V, determinar o valor lógico da proposição:


→& ⟷&
Resolução:
→& ⟷& ~ ⋁& ⟷ &
* ~ ⋁& → &+⋀*& → ~ ⋁& +
* ∧ ~& ∨ &+ ∧ *~& ∨ ~ ∨ & +
* ∨ & ∧ ~& ∨ & + ∧ *~ ∨ ~& ∨ & +
* ∨& ∧ +∧ ~ ∨
∨& ∧
∨&

43
1.10 QUANTIFICADORES

1.10.1 Quantificador Universal (∀ - Todo)


O símbolo ∀ relativo a uma variável define uma opreção lógica

que transforma uma condição nessa variavel numa proposição. A

esta opreção denomina – se quantificação universal e o respectivo

simbolo quantificador universal.

Como o quantificador universal indica que, num dado universo,

uma condição é universal:

• A proposição obtida é verdadeira se a condição for

universal;

• A proposição obtida é falsa se a condição não for universal.

Exemplo:
a) ∀- ∈ /0: - + 1 > - (proposição verdadeira)

b) ∀- ∈ /0: - + 1 > 2 (proposição falsa)

O símbolo pode ainda ler – se das seguintes maneiras: “qualquer

que seja”, “para todo”, “para qualquer”, “para cada”.

1.10.1.1 Quantificador Existencial (∃ - Algum)


O símbolo ∃ lê – se: “existe pelo menos um”, relativo a uma

variável define uma operação lógica que transforma uma

condição dessa variável numa proposição. A esta operação chama

– se Quantificação Existencial e o respectivo símbolo

Quantificador Existencial.

44
Como o quantificador existencial se destina a afirmar que, num

dado universo, uma condição é possível:

• A proposição obtida é verdadeira se a condição é possível;

• A proposição obtida é falsa se a condição é impossível.

Exemplo:
a) ∃- ∈ /0: - 5 − 4 = 0 (proposição verdadeira)

b) ∃- ∈ /0: - 5 + 1 = 0 (proposição falsa)

1.10.1.2 Quantificação Múltipla


Consideremos em IR, a condição: y = x, para obtermos uma

proposição a partir desta condição temos que usar dois

quantificadores.

i. Quantificador Universal

∀- ∈ /0∀8 ∈ /0: 8 = - ou ∀9,;∈ /0: 8 = - (proposição

falsa)

ii. b) Quantificador existencial

∃- ∈ /0∃8 ∈ /0: 8 = - ou ∃9,;∈ /0: 8 = - (proposição

verdadeira)

iii. c) Quantificadores diferentes

∀- ∈ /0∃8 ∈ /0: 8 = - (P. V) ou ∃xεIR ∀8εIR: y = x

(proposição falsa)

45
iv. Lei de - De Morgan – 2ª Lei

1º A negação transforma o quantificador universal em

quantificador existencial seguido de negação.

(~∀= ∃~)

2º A negação transforma o quantificador existencial em

quantificador universal seguido de negação.

(~∃= ∀~)

46
1.11 INDUÇÃO MATEMÁTICA

Na matemática, tal como numa ciência física, podemos utilizar a

observação para descobrir leis gerais. Mas há uma diferença

marcante. Nas ciências físicas, nem sempre há uma autoridade

superior a observação, enquanto na matemática essa autoridade

existe: a prova rigorosa.

A prova (ou demonstração) de um resultado é feita, de maneira

geral, utilizando-se outros resultados previamente estabelecidos,

mas existem sentenças que não são provadas ou demonstradas e

são consideradas como obvias ou como um consenso inicial

necessário para a construção ou aceitação de uma teoria.

Nesse contexto, usaremos axioma, postulado e princípios como

sinónimos de uma hipótese inicial (que não será demonstrada) a

partir da qual outros enunciados são logicamente derivados.

Aqui, vamos considerar o conjunto dos números naturais como o

conjunto:

N = {0, 1, 2, · · · }.

O Princípio de Indução Matemática, que é um postulado baseado

no último axioma de Giuseppe Peano (1858 - 1932), praticamente

define este conjunto.

Foi August de Morgan, que em 1883, descreveu o princípio

cuidadosamente e deu a ele o nome de Indução Matemática.

47
Vamos entender como é este princípio e ver como utilizá-lo na

demonstração de afirmações a respeito de números naturais.

A indução (ou dedução) é o processo de descoberta de leis gerais

pela observação e combinação de exemplos particulares. É usada

em todas as ciências, mesmo na matemática. A indução

matemática é usada especificamente na matemática para provar

teoremas de um certo tipo.

1.11.1 Demostração pelo Método de Indução Matemática

A demonstração de uma afirmação a respeito de números

naturais baseada no Princípio de Indução Matemática (PIM) é

chamada uma prova por indução. Ela consiste de duas etapas:

Etapa 1: a demonstração de que a afirmação vale para um

número natural inicial a (esta etapa é mais comumente

chamada de etapa inicial);

Etapa 2: a demonstração de que a afirmação vale para o

sucessor k + 1 de um número natural arbitrário k > a depois

de termos suposto que a afirmação vale para k. Esta

suposição é chamada hipótese de indução.

Vamos agora estabelecer formalmente o PIM em sua forma mais

simples.

PIM - primeira forma: Seja ´a´ um número natural. Suponha que

para cada natural n, se tenha uma afirmativa P(n) que satisfaça

as seguintes propriedades:

48
(i) P (a) ´e verdadeira (ou seja, a afirmativa vale para n = a);

(ii) Se a afirmativa for verdadeira para um natural = >

qualquer, então ela é verdadeira para o seu sucessor k + 1.

Então: P(n) é verdadeira para todo n ≥ a.

É importante destacarmos que a indução matemática é

constituída de duas etapas, cada uma de considerável

importância, pois a primeira garante que estamos partindo de um

fato verdadeiro para o natural inicial a; a segunda garante que

ao assumir que a afirmação ´e verdadeira para um natural k ≥ a

qualquer, então devemos garantir que ela é verdadeira para o seu

sucessor; esta etapa consiste em demonstrar uma implicação.

Como um primeiro exercício, você pode observar que de fato

provamos que (1.3) é verdadeira a partir do PIM - primeira forma.

Se no universo IN+ representamos uma condição por A(n) e se:

A(n) → é universal

A(1) → é verdadeira

A(p) → Hipótese

A(p+1) → Tese

Exemplo:
Demostre por indução Matemática a seguinte proposição:

1
> = 1 + 2 + ⋯+ = +1
2

49
1º. Condição inicial: para n = 1

@ A1

2º. Hipótese:
1
B = 1+ 2 + ⋯+ = = = = + 1
2
3º. Tese:
@
BC@ = 1 + 2+. . += + = + 1 = =+1 =+2
5

P(k)
Demostração:
1
B + =+1 = =+1 =+2
2
1 1
= =+1 + =+1 = =+1 =+2
2 2
1 1
E = + 1F = + 1 = = + 1 = + 2
2 2
=+2 1
E F =+1 = =+1 =+2
2 2
@ @
=+2 =+1 = =+1 =+2 G. H. I
5 5

50
EXERCÍCIOS

1. Lógica Matemática

1. Sejam p e q duas proposições:

p : Está frio

q : Está chovendo.

Traduzir para a linguagem corrente as seguintes proposições:

a) ~p b) p ^ q c) p v q d) q ↔ p e) p → ~q

f) p v ~q

g) ~p ^ ~q h) p ^ ~q → p

2. A partir das proposições p: António é rico e q: José é feliz,

traduzir para a linguagem corrente as proposições a seguir:

a) q → p b) p v ~q c) q ↔ ~p d) ~p → q e) ~~p

f) p ^ q

3. Sejam as proposições:

p: Carlos fala francês,

q: Carlos fala inglês

r: Carlos fala alemão.

Traduzir para a linguagem simbólica as seguintes proposições:

a) Carlos fala francês ou inglês, mas não fala alemão

b) Carlos fala francês e inglês, ou não fala francês e alemão

c) É falso que Carlos fala francês mas não que fala alemão

d) É falso que Carlos fala inglês ou alemão mas não que fala

francês

51
4. A partir das proposições:

p: Maria é rica

q: Maria é feliz,

Traduzir para a linguagem simbólica as proposições:

a) Maria é pobre, mas feliz

b) Maria é rica ou infeliz

c) Maria é pobre e infeliz

d) Maria é pobre ou rica, mas é infeliz

5. Construir as tabelas-verdade das seguintes proposições:

a) ~(p v ~q) b) p ^ q → p v q c) ~p ^ r → q v ~r

d) (p ^ ~q) v r

6. Sabendo que os valores lógicos das proposições p e q são

respectivamente F e V, determinar o valor lógico da proposição:

(p ^ (~q → p)) ^ ~((p v ~q) → q v ~p)

7. Mostrar que a seguinte proposição é tautológica: p ^ r → q v r

8. Mostrar que a seguinte proposição é contradição: (p ^ q) ^ ~(p v

q)

2. Quantificadores:

1. De acordo com o estudo dos quantificadores, diga:

a) Quais os quantificadores existentes?

b) Qual a negação do quantificador existencial?

c) Qual a negação do quantificador universal?

52
2. Considere o conjunto universo U = {1, 2, 3}. Verifique quais das

frases abaixo são verdadeiras e quais são falsas, justifique sua

resposta:

a) ∀- ∈ J∃8 ∈ J: - 5 < 8 + 1
b) ∀- ∈ J∃- ∈ J: - 5 + 8 5 < 12
c) ∀K ∈ J∃- ∈ J∃8 ∈ J: - 5 + 8 5 < K 5

3. Sejam os predicados no universo dos inteiros: N(x): x é inteiro

não negativo, E(x): x é par, I(x): x é ímpar, P(x): x é primo.

a) Escreva as proposições abaixo simbolicamente:

b) Existe um inteiro impar.

c) Todo inteiro é par ou ímpar.

d) Todo inteiro primo não é negativo.

e) O único par primo é 2.

f) Existe um e apenas um par primo.

g) Nem todos primos são ímpares.

h) Se um inteiro não é impar, então ele é par.

4. Considere os predicados: S(x, y, z): “x + y = z”, P(x, y, z): “x. y =

z” e L(x, y, z): “x <y”; e o universo do discurso o conjunto dos

naturais. Exprima a frase usando predicados dados e

determine i valor verdade:

a) Para todo x e y, existe z tal que x + y = z.0

b) Nenhum x é menor do que 0.

c) Existe elemento neutro na adição.

d) Existe um único elemento neutro na adição.

e) Para todo x, x. y = y para todo y.

f) Existe um x tal que x. y = y para todo y.

53
3. Indução Matemática:

1. Prove por indução matemática que:


> >C@ 5>C@
a) 15 + 25 + 35 + ⋯ + 5
= ; ≥1
L
5
b) 1 + 2 + 3 + ⋯ + 2 − 1 = ; ≥1
c) 1O + 2O + 3O + ⋯ + O
= 1+2+3+⋯ 5
; ≥1
>P >C@ P
d) 1O + 2O + 3O + ⋯ + O
= ; ≥1
Q
5
e) 2 ∗ 1 + 2 ∗ 2 + 2 ∗ 3 + ⋯ + 2 = + ; ≥1
>U@
−1 +1
$ ST T+1 = ; ≥2
3
VA@

54
Capitulo
ÁLGEBRA

2.1 Expressões Algébricas

2.1.1 Notação algébrica

As expressões algébricas são expressões matemáticas que

apresentam letras e podem conter números. São também

denominadas expressões literais. As letras nas expressões são

chamadas variáveis o que significa que o valor de cada letra pode

ser substituído por um valor numérico.

2.1.2 Expressões Algébricas

Uma expressão com uma variável diz-se algébrica quando, sobre a

variável, não incidem outras operações além de adição, subtração,

multiplicação, divisão ou extração de raíz.

Exemplo:

+ 3, − 5, 3 − 5 , +3

As expressões algébricas são expressões matemáticas que

apresentam letras e podem conter números. São também

denominadas expressões literais. As letras nas expressões são

chamadas variáveis o que significa que o valor de cada letra pode

ser substituído por um valor numérico.

55
Para resolver ou simplificar uma expressão algébrica devemos

utilizar as propriedades da potenciação e radiciação, factoração e

os produtos notáveis.

Como as propriedades mais utilizadas são as propriedades da

potenciação damos a seguir a lista dessas propriedades:

Propriedades Exemplos
=1( ã ) 5 =0
= 2 ∗2 = 2 = 2 = 32
=( ) 2 ∗ 3 = (2 ∗ 3) = 6 = 216
2"
= !
= 2"!# = 2 = 4
2#
8 8
=% & =% & =2 =8
4 4
( ) = (2 ) = 2" = 64
( ( )
=( ) ( 2) ) = 2 = 2 = 8
1 1 1
!
= 3! = =
3 9
1 1 1 1 1 √8
!
= = 2! = = = =
8
(
( ) √8
(
2 (2 )

Podemos escrever a potenciação como uma radiciação da seguinte

forma:

(
= √ , - ./: =( ) = √
, ,

56
Dada uma expressão algébrica qualquer, podemos transformá-la,

se possível, no produto de duas ou mais outras expressões

algébricas. A este procedimento damos o nome de factoração.

2.1.3 Fator Comum

A expressão + tem como fator comum o x, neste caso

podemos colocar o x em evidência e obter: + =( + ) .

2.1.4 Agrupamento

Podemos utilizar a factoração diversas vezes na mesma

expressão:
+ + + = ( + ) + ( + ) = ( + )( + )

2.1.5 Produtos Notáveis

Os produtos notáveis são aqueles produtos entre expressões

algébrica que são frequentemente usados e para evitar a

multiplicação de termo a termo, existem algumas fórmulas que

convém serem memorizadas:

1) Soma pela diferença: quadrado do primeiro menos o

quadrado do segundo.
( + )( − ) = −
2) Quadrado da soma: quadrado do primeiro, mais duas vezes o

primeiro pelo segundo, mais o quadrado do segundo.


( + ) = +2 +
3) Quadrado da diferença: quadrado do primeiro, menos duas

vezes o primeiro pelo segundo, mais o quadrado do segundo.


( − ) = −2 +

57
Existem outras fórmulas como por exemplo
( + ) = +3 +3 +
( − ) = −3 +3 −

2.2 MONÓMIOS

São expressões matemáticas especiais envolvendo valores

numéricos e literais, onde podem aparecer somente operações de

adição, subtração ou multiplicação. Os principais tipos são

apresentados na tabela:

Nome Nº de termo Exemplo

Monómio Um 3

Binómio Dois 2 +

Trinómio Três + +

Polinómio Vários 4 − +5 +1

2.2.1 Polinómios

Chama-se polinómio na variável x, a toda expressão do tipo: +

(
!(
+⋯+ !( + , em que ∈ 34 5 , (, !( , ∈ 36.

Termos do polinómio: , (
!(
, !( ,

Coeficientes: , (, !(

Termo Independente:

Exemplo:
3 #
+ +2 +1

58
2.2.2 Grau de Polinómio

Grau de um polinómio é o maior dos expoentes da variável x, com

o coeficiente não nulo.

2.2.3 Polinómios Idênticos

Dois polinómios dizem-se idênticos se e só se são iguais todos os

coeficientes dos termos do mesmo grau.

2.2.4 Termos Semelhantes

Chamam-se termos semelhantes os termos do mesmo grau.

2.2.5 Polinómio Completo

Um polinómio diz-se completo quando existe o termo independente

e todos os coeficientes da variável x desde o termo independente até

ao termo de maior grau, são diferentes de zero.

Exemplo:
0 #
+3 + + 1 → 859 :; 25é 9- 5= .
3 #
+2 + 3 + 1 → 859 :; 4, é . 9- 5= .

2.3 Domínio De Uma Expressão Algébrica

Chama-se domínio da expressão algébrica, e representa-se por D, ao

conjunto dos números que, substituídos no lugar da variável, dão

sentido à expressão.

Diferentemente dos polinómios que são definidos para todos os

números reais, algumas expressões algébricas não são definidas

para alguns números reais. O conjunto dos números reais para os

59
quais uma expressão algébrica é definida é o domínio da expressão

algébrica.

Para definir o domínio de expressões racionais e irracionais,

devemos ter em mente que:

O denominador de um quociente não pode ser igual a zero;

A expressão contida em uma raiz de ordem par não deve ser

negativa.

Exemplo:
Expressão Algébrica Domínio
3 − +5 ? = @ ∈ 36: 36A

√ −1 ? = @ ∈ 36: − 1 ≥ 0 ↔ ≥ 1A

D E ? = @ H36: −9≠0↔ ≠ ±3 → 36 ∖ (−3.3)A


DF !G

2.4 TRANSFORMAÇÕES ALGÉBRICAS

Transformação de uma equação algébrica L((M) = 0 é toda operação

com a qual se obtém uma nova equação L (N) = 0, cujas raízes

estejam relacionadas com as raízes da equação inicial através da

lei conhecida = O( ).

A equação L((M) = 0 é chamada equação primitiva a equação L (N) =

0 é chamada equação transformada e a lei = O( ) é chamada

relação de transformação.

60
Exemplo:
PQ çã -;.9.=.S : L( ( ) = 3 #
−7 +5=0
65 çã U5 =; /O ;9 çã : = ↔ =V

/O ;9 U : L ( ) = 3WV X − 7WV X + 5 = 2
#
PQ çã =; −7 +5=
0

Exemplo:
PQ çã -;.9.=.S : L( ( ) = 2 −5 +7 −1=0
65 çã U5 =; /O ;9 çã : = −1↔ = +1
PQ çã =; /O ;9 U : L ( ) = 2( + 1) − 5( + 1) + 7( + 1) − 1
:2 + +3 +3=0

2.4.1 Transformação Multiplicativa

Chama-se transformação multiplicativa aquela que a relação de

transformação é: = Y , ( Y ≠ 0) .

Dada a equação primitiva L((M) = 0, substituindo x por


N
Z
e fazendo

as simplificações, obtemos a transformada L (N) = 0, cujas raízes são

precisamente as raízes de L((M) = 0 e multiplicadas por k.

Exemplo:
Dada a equação −2 + + 1 = 0, obter sua transformada

pela relação =2 .

=2 ↔ =
N
Como:

Logo: L [ \ = [ \ − 2 [ \ + + 1 = −8 +4 +8=0
N N N N

2.4.2 Transformação Aditiva

Chama-se transformação aditiva aquela em que a relação de

transformação é = + . Dada a equação primitiva L((M) = 0,

61
substituindo x por − e fazendo as simplificações, obtemos a

transformada L (M) = 0 cujas raizes são precisamente as raizes de

L((M) = 0 acrescida de a, sendo a um número completxo qualquer.

Exemplo:
Dada a equação L( ( ) = −2 + + 1 = 0, obter sua

transformada.
L ( − 2) = ( − 2) − 2( − 2) + ( − 2) + 1 = −8 + 21 − 17 = 0

2.4.3 Teorema de Transformação

Dada a equação primitiva:

L( ( ) = + !(
!(
+ !
!
+ ⋯+ ( + =0

A sua transformada é:

L ( + )=6 ( + ) +6 !( ( + ) !(
+ ⋯ + 6( ( + ) + =0

Onde: 6 , 6( , 6 , … , 6 são os restos das divisões P1, e sussecivos

quocientes, por + .

Exemplo:
Desenvolver o polinômio L( = 5 + − +1 segundo as

potencias de − 3.

62
3 5 1 −1 1
5 16 47 ^_F = `a
5 31 ^_a = `^
5 _b = `F
c = `E

L( = 5( − 3) + 46( − 3) + 140( − 3) + 142

2.4.4 Transformação Reciproca

Chama-se transformação recíproca aquela em que a relação de

transformação é:
1
= , ≠0

Dada a equação primitiva L((M) = 0, substituindo x por


(
N
e fazendo

as simplificações, obtemos a transformada L (M) = 0, cujas raízes são

precisamente os inversos das raízes de L((M) = 0.

Ex.: dada a equação −2 + + 1 = 0, obter sua transformada pela

=M
(
relação

1 1 1 1
L % & = % & − 2% & + + 1 = 1− 2 + + =0

2.5 Classificação de expressões algébricas

− i; . ;. /
h h
f f
P -;5//ã d :é ;. : − 6 . ./
g g− 3 =5.; /
f
f e
e − 3;; . ./

63
Expressão Algébrica Exemplo
2 +1
−3
Fracionária

5 + 10
Racional
Inteira

Irracional √ +1+3

2.5.1 EXPRESSÕES RACIONAIS


j
k
Expressão racional é uma expressão da forma: , sendo P e Q

polinómios e Q diferente de zero.

Exemplo:
#M!(
M )

2.5.2 Domínio de Expressão Racional

Domínio de uma expressão racional é o conjunto dos valores para

os quais a expressão tem significado, no contexto onde está a ser

estudada.

L( )
? = @ ∈ 36: l( ) ≠ 0A
l( )

mDnopqr:
2 −
4 −4

s 9 : ? = @ ∈ 36: l( ) ≠ 0A

: : ? = @ ∈ 36: 4 − 4 ≠ 0A ⟺ ? = u ∈ 36: 36 ∖ @−1,1Av

64
2.5.3 Simplificação de Expressões Racionais

Sejam u, v e z números reais, variáveis ou expressões algébricas.

Podemos escrever expressões racionais na forma mais simples

usando:
w
=
Sw S

Contanto que z seja diferente de zero. Isto requer uma factoração

do numerador e denominador em fatores primos. Quando todos os

fatores comuns do numerador e denominador forem removidos, a

expressão racional (ou número racional) está na forma reduzida.

Exemplo:
−3 ( − 3)
= =
−9 ( + 3)( − 3) +3

? = @ H36: −9 ≠ 0 ⟺ ≠ ±3 → 36 ∖ (−3.3)A

Duas expressões racionais são equivalentes se elas têm o mesmo

domínio e os mesmos valores para todos os números no domínio. A

forma reduzida de uma expressão racional precisa ter o mesmo

domínio que a expressão racional original.

2.5.4 Operações com Expressões Racionais

= se, e somente se, | = Sw.


x z
y {
Duas frações são iguais,

2.5.5 Operações com Frações

Sejam u, v, w e z números reais, variáveis ou expressões algébricas.

Todos os denominadores são considerados como diferentes de zero.

65
Operação Propriedades Exemplo

| ±| 2 5 2+5 7
± = + = =
S S S 3 3 3 3
Adição e Subtração

| w ± |S 8 4 8∗2−4∗3 4
± = − = =
S w Sw 3 2 3∗2 6
Adição e Subtração

| | 2 1 2∗1 2

= ∗ = =
S w Sw 3 5 3 ∗ 5 15
Multiplicação

| w w 3 9 3 10 3 ∗ 10 30
÷ = ∗ =
S w S | S| 5 10 5 ∗ 9 = 5 ∗ 9 = 45
÷ =
Divisão

Exemplos com variáveis:

Multiplicação:
2 + 11 − 21 −8 (2 − 3)( + 7)( − 2)( + 2 + 4) 2 − 3
∗ = =
+2 +4 + 5 − 14 ( + 2 + 4)( − 2)( + 7)

Divisão:
+1 − +1 ( + 1)( − + 1)( − 2)( − 2)
÷ = = −2
− −2 −4 +4 ( + 1)( − 2)( − + 1)

Adição:
3 ( − 5) + 3(3 − 2) −5 +9 −6 +4 −6
+ = = =
3 −2 −5 (3 − 2)( − 5) (3 − 2)( − 5) (3 − 2)( − 5)

2.6 Expressões Racionais Compostas

Às vezes uma expressão algébrica complicada precisa ser

transformada anteriormente para uma forma mais fácil de ser

trabalhada. Uma fração composta (às vezes chamada fração

66
complexa), na qual os numeradores e denominadores podem eles

mesmos conter frações, é tal como no exemplo a seguir.

Uma maneira de simplificar uma fração composta é escrever

numerador e denominador como frações simples e, então, inverter

e multiplicar. Se a fração toma a forma de uma expressão racional,

então escrevemos a expressão na forma reduzida ou na forma mais

simples.

7 3( + 2) − 7 3 −1
3− (3 − 1)( − 3)
mDnopqr: +2= +2 = +2 =
1 ( − 3) − 1 −4 ( + 2)( − 4)
1− −3
−3 −3

2.6.1 Expressões Irracionais

Expressão irracional é toda a expressão da forma √d, sendo A


,

(radicando) uma expressão algébrica e n (índice do radical) um

número natural.

Para n par o radicando tem de ser um número não negativo, para

n ímpar o radicando pode assumir qualquer valor real para o qual

a expressão tenha significado.

2.6.1.1 Domínio de Expressões Irracionais (em IR)

• Se n é par: ? = @ ∈ 36: d( ) ≥ 0A

P : √2 − 8 ? = @ ∈ 36: 2 − 8 ≥ 0 ↔ ≥ 4A = •4; +∞•


~

• Se n é ímpar ? = @ ∈ 36: d( ) ∈ 36A

67
P : √ −4 ? = @ ∈ 36: − 4 ∈ 36A = 36

2.6.2 Racionalização de Denominadores de Expressões Algébricas

Irracional

Por racionalização dos termos de uma fração entende-se o processo

que conduz à substituição de uma expressão envolvendo radicais

por outra sem radicais no denominador.

+1 ( + 1)√5 √5 + √5
P : = =
√5 W√5X 5

2.6.3 Algumas regras de racionalização de denominadores

√ √
1. = =
√ √ ∗√

√ !j
,

2. = ≥-
√ j √ j ∗√ !j
, , ,

√ √ ∗√ !(
, , ,

3. = =
√ !( √ !(
, ,

W√ + √ X √ + √
4. = =
√ −√ W√ − √ XW√ + √ X −

2.7 EQUAÇÕES

2.7.1 Equivalência de Equações

Uma igualdade entre duas funções designa-se por equação. Caso as

funções envolvidas sejam funções afins a equação designa-se por

equação linear com uma incógnita. Através dos princípios de

68
equivalência podemos determinar o conjunto-solução de uma

equação linear.

2.7.1.1 Princípio de Equivalência da Adição de equações lineares

Dada uma equação numérica, adicionando (ou subtraindo) o

mesmo número racional a ambos os membros da equação obtém-se

uma equação que lhe é equivalente. Ou seja, dado um número

racional q, O ( ) = :( ) ⇔ O ( ) + Q = :( ) + Q.

mDnopqr:
−3=7⇔ −3+3=7+3⇔ = 10

2.7.1.2 Princípio De Equivalência Da Adição – Regra Prática

Qualquer número (ou expressão) que esteja a somar ou a subtrair

num membro de uma equação pode passar para o outro membro a

subtrair ou a somar, respetivamente.

mDnopqr:
−3=7⇔ =7+3⇔ = 10

2.7.1.3 Princípio De Equivalência Da Multiplicação de equações

lineares

Dada uma equação numérica, multiplicando (ou dividindo) ambos

os membros de uma equação por um mesmo número, não nulo,

obtém-se uma equação que lhe é equivalente. Ou seja, dado um

número racional, não nulo, q, O( ) = :( ) ⇔ O ( ) ∗ Q = :( ) ∗ Q.

mDnopqr:
2 −3=3⇔2 = 6⇔ ∗2 = ∗6 ⇔ =3
( (

69
Nota: Em geral, a multiplicação por zero de uma dada equação não

conduz a uma equação equivalente. No entanto, o conjunto solução

da equação, nesse mesmo domínio, é o conjunto dos números

racionais.

2.7.1.4 Princípio De Equivalência Da Multiplicação – Regra Prática

Qualquer número, não nulo, que esteja a multiplicar ou a dividir

num membro de uma equação passa para o outro membro a dividir

ou a multiplicar, respetivamente.

mDnopqr:
3 − 2 = 11 ⇔ 3 = 9 ⇔ = ⇔ =3
)

2.8 Equações lineares

Designa-se por equação linear com uma incógnita, ou simplesmente

equação linear, qualquer igualdade de funções afins com a mesma

incógnita, ou seja, uma equação O( ) = :( ), tal que f e g são funções

afins.

Aplicando o princípio de equivalência, conclui-se que qualquer

equação linear é equivalente a uma equação cujo primeiro membro

é dado por uma função linear e o segundo por uma função

constante, ou seja, equivalente a uma equação do tipo − .

mDnopqr:
2 = 1+ −3 +4 = −2

70
2.8.1 Resolução de uma equação linear

Após reduzir uma equação linear à igualdade entre uma função

linear e uma constante, determina-se o seu conjunto solução

aplicando o princípio de equivalência da multiplicação, ou seja,

dadas as funções lineares f e g, tem-se:

O ( ) = :( ) ⟺ = ⟺ = , ≠ 0.

mDnopqr:
5 = +1 ⇔5 − = 1 ⟺ ( 5 − 1) = 1 ⟺ 4 = 1 ⟺ =#
(

mDnopqr:
−3 3
−3 + 4 = 2 + 1 ⟺ −3 − 2 = 1 − 4 ⟺ −5 = −3 = ⟺ =
−5 5

2.8.2 Equações Do 2º Grau (Revisões)

Denomina-se equação do 2º Grau na incógnita x, toda equação da

forma:
…DF + †D + ‡ = a, 9 , , ∈ 36 5 ≠ 0.

Nas equações escritas na forma + + , chamamos de a, b e c

de coeficientes.

2.8.2.1 Solução de Equações de 2º Grau

Resolver uma equação do 2º Grau significa determinar as suas

raízes. Observe os casos:

1º Caso: Se b = 0 e c = 0, dizemos que a equação é incompleta:

71
…DF = a
mDnopqr:
2 =0
0
= ⟺ =0
2

2º Caso: Se c = 0, dizemos que a equação também é incompleta.

…DF + †D = a
mDnopqr:
4 − 12 = 0 ⇔ (4 − 12) = 0

12
=0 4 − 12 = 0 ⟺ =0 = ⟺ =0 =3
(
4 (

3º Caso: Se b = 0, dizemos que a equação é incompleta.

…DF + ‡ = a
P 59- :
4 − 36 = 0
36
= ⟺ =9 ⟺ = ±√4 ⟺ = ±2 ⟺ = −2 =2
4 (

4º Caso: Se ≠05 ≠ 0, dizemos que a equação é completa.

…DF + †D + ‡ = a

A resolução da equação completa de 2º grau é obtida através de

uma fórmula que foi demonstrado por Bháskara, matemático

hindu nascido em 1114. Por meio dela sabemos que o valor da

incógnita satisfaz a igualdade:

72
−† ± √†F − _…‡
D=
F…

Denominamos discriminante o radicando −4 que é

representado pela letra grega ∆ (delta). Assim, ∆= −4 .

Podemos escrever a fórmula de Bhaskara como:

−† ± √∆
D=
F…

De acordo com o discriminante, temos três casos a considerar:

∆> 0, Têm-se duas raízes reais e diferentes;

∆= 0, Têm-se duas raízes reais e iguais;

∆< 0, Têm-se duas raízes imaginárias.

− 9 + 20 = 0 ⇔ = 1, = −9 5 = 20

∆= −4 − ±√ −4
=
2

∆= (−9) − 4 ∗ 1 ∗ 20 −(−9) ± √1
=
2∗1

∆= 81 − 80
9±1
=
2
∆= 1

9+1
= ⇔ =5
(
2 (

9−1
= ⇔ =4
2

73
2.9 Relação Entre os Coeficientes e as Raízes

Essas relações permitem obter a soma e o produto das raízes sem

resolver a equação. Denominamos essas relações de Girard.

• Soma das raízes (‹) ⟶ • = D^ + DF

• Produto das raízes (L) ⟶ Ž = D^ ∗ DF

Logo, a equação será: DF + •D + Ž = a

Nota: Esta relação só é verdadeira para a = 1.

Exemplo:
Se ( =25 = 4 a equação será:

/5: ‹ =2+4⇔‹ =6 e L =2∗4⇔L =8

: : +6 +8=0

2.10 Factorando Um Trinômio Do 2º Grau

Podemos expressar um trinômio do 2º grau + + = 0, com ≠

0, como um produto de binômios. Para fatorar, basta encontrar as

raízes da equação.

+ + = ( − ( )( − )

mDnopqr:
− 7 + 10 = 0

74
‹ =2+5⇔‹ =7 5 L = 2 ∗ 5 ⇔ L = 10

− 7 + 10 = ( − 2)( − 5)

2.11 INEQUAÇÕES DO 2º GRAU

2.11.1 Resolução de Inequações quadráticas

1. Mova todos os termos para o mesmo lado e escreva a

inequação na forma + + ≥0 + + ≤ 0.

2. Determine as raízes da equação associada, isto é, determine

quantas e quais são as raízes da equação + + = 0.

3. Factore o polinômio e escreva o polinômio na forma


( − ( )( − ), em que x1 = x2 se a raiz for única.

4. Crie intervalos e divida o problema em intervalos, de acordo

com as raízes obtidas.

5. Monte uma tabela ou diagrama e determine o sinal de cada

factor do polinômio em cada intervalo.

6. Resolva o problema e determine a solução do problema a

partir dos sinais dos fatores e expresse essa solução na forma

de um ou mais intervalos.

75
mDnopqr:
+ 3 − 10 ≥ 0

+ 3 − 10 = 0

∆= (−3) − 4 ∗ 1 ∗ (−10) ⟺ ∆= 9 + 40 ⟺ ∆= 49

−3 ± √49 −3 ± 7
= ⟺ = ⟺ = 2S = −5
2∗1 2 (

( − 2)( + 5) ≥ 0

−5 2

( + 5) − 0 + +

( − 2) − − 0 +

( − 2)( + 5) + − +

Neste caso dizemos que o conjunto solução é formado pela união dos

intervalos positivos, pois ela é determinada pelo sinal de

desigualdade.
∈ 36: •−∞, −5• ∪ •2, +∞•

2.12 Equações Do 3º Grau (Casos Simples)

A forma canónica da equação cúbica ou do 3.º grau é:

+ + + U = 0, 9 ≠0

76
2.12.1 Raízes da equação do 3º grau

a) Factoração Por Agrupamento

Este, método consiste em agrupar o polinômio em duas partes o que

nos permite abordar cada seção individualmente.

mDnopqr:
+3 − 6 − 18 = 0

+3 − 6 − 18 = 0

( +3 ) + (−6 − 18) = 0 Agrupar em dois grupos

( + 3) − 6( + 3) = 0 Factorar termos comuns

( − 6)( + 3) = 0
Evidenciar o ( + 3)

W − √6XW + √6X( + 3) = 0
Factorar o polinómio

( = −√6
’ = √6
= −3 Tirar a solução

b) Factoração Pelo Termo Livre

Este, método consiste em agrupar os divisores do coeficiente d do

polinômio.

mDnopqr:
−4 − 7 + 10 = 0

−4 − 7 + 10 = 0

77
?( = @±1, ±2, ±5, ±10A Achar os divisores de 10,

Substituir os divisores na
(1) − 4(1) − 7 ∗ 1 + 10 = 0 equação principal até achar os
que anulam a equação,

−4 − 7 + 10 ∶ −1
Dividir o polinómio pelos
divisores que anulam a

( − 1)( + 2)( − 5) = 0
equação, até o ultimo
polinómio,

=1
(
” = −2
=5
Factorar o polinómio,
Tirar a solução.

c) Usando A Fórmula Quadrática

Este método consiste em por em evidência a variável x, pois a

equação não tem uma constante, todos os termos tem a variável "x"

neles.

mDnopqr:
−2 −3 =0

−2 −3 =0

( − 2 − 3) = 0 Por em evidencia a variável x,


Usar a lei de anulamento do
= 0 • ( − 3)( + 1) = 0 produto,

78
( = −1
” =0
Tirar a solução.

=3

2.13 Equação Biquadrada

Equação biquadrada na incógnita x, é toda equação de grau 4,

redutível à forma #
+ + = 0, que pode ser convertida em uma

equação de 2º grau. (Youssef et al., 2005).

Nota: Uma equação biquadrada a variável x só possui expoentes

pares.

2.13.1 Raiz De Uma Equação Biquadrada

Na resolução de uma equação biquadrada em IR devemos

substituir sua variável, transformando-a numa equação do 2º grau.

Sequência prática

Igualar #
= =

Extrair a raiz de x ( ) == ⇔ ==

Raízes = ±V=( = ±V=

Essas duas relações indicam-nos que cada raiz positiva da equação

+ + = 0 dá origem a duas raízes simétricas para a

biquadrada: a raiz negativa não dá origem a nenhuma raiz real

para a mesma.

mDnopqr:
#
− 13 + 36 = 0

79
#
− 13 + 36 = 0

( ) − 13 + 36 = 0

‹5– : == Fazer a substituição,

= − 13= + 36 = 0
Equação equivalente,

(= − 4)(= − 9) = 0
= ±√4 = ±2
Factorando a equação

= ±√9 = ±3
equivalente,

‹ . : @−3, −2,2,3A
Achar as raízes da equação
principal,
Tirar o conjunto solução.

2.13.2 Equações Irracionais

Uma equação é denominada irracional quando apresenta

incógnita sob radical ou incógnita com expoente fracionário.

2.13.2.1 Resolução De Uma Equação Irracional

Durante o processo de solução de uma equação irracional com

índice do radical igual a 2 (ou outro qualquer) é necessário elevar

ao quadrado (ou em caso de expoente diferente de 2, eleva-se ao que

se fizer necessário) ambos os membros da equação.

Esta operação pode provocar o aparecimento de raízes estranhas,

isto é, valores que realmente não verificam a equação original. Este

fato obriga que toda raiz obtida deve ser substituída na equação

original verificando a igualdade.

80
P 59- :
√ −5=4

√ − 5 = 4 ⟺ W√ − 5X = 4 ⟺ − 5 = 16 ⟺ = 16 + 5 ⟺ = 21

√ +4−2=

√ +4−2= ⟺ √ +4= + 2 ⟺ W√ + 4X = ( + 2)
⟺ +4= +4 +4 ⟺ +3 =0 ⟺ ( + 3) = 0
⟺ ( =0 = −3

2.14 INEQUAÇÕES IRRACIONAIS

2.14.1 Inequação na forma √— ≤ ˜

Nesse caso, para que a raiz quadrada que aparece do lado esquerdo

possa ser extraída, devemos exigir que, d ≥ 0, Além disso, como a

aplicação da raiz quadrada produz sempre um número positivo (ou

seja, √d ≥ 0 sempre), é preciso que ™ ≥ 0, finalmente, sabendo que os

termos dos dois lados da desigualdade são positivos, podemos elevá-

los ao quadrado e requerer que:

W√dX ≤ ™ ⟺ d ≤ ™

Como todas as condições acima são indispensáveis para que uma

inequação com o sinal ``≤ ´´, seja satisfeita, dizemos que o conjunto

solução é formado pela interseção das desigualdades: d ≥ 0; ™ ≥

05d ≤™ .

81
mDnopqr:
√D − c ≤ a

√ ≤5 ⟺ ≤5 ⟺ ≤ 25

s 9 : d ≥ 0; ™ ≥ 0 5 d ≤ ™

› : : ≥ 0; 5 ≥ 0 5 ≤ 25

‹ çã : @ ∈ 36: 0 ≤ ≤ 25A

2.14.2 Inequação na forma √— ≥ ˜

Naturalmente, a exigência de que d ≥ 0, contínua válida nesse caso,

já que não podemos extrair a raiz quadrada de um número

negativo. Entretanto, outras condições também devem ser

impostas, dependendo do sinal de B:

Se ™ ≤ 0, a inequação será sempre satisfeita, já que √— ≥ a.

Se ™ ≥ 0, a inequação envolve apenas expressões positivas. Desse

modo, elevando ao quadrado os dois lados, obtemos:

√d ≥ ™ ⟺ W√dX ≥ ™ ⟺ d ≥ ™

Portanto, o conjunto solução da inequação deve satisfazer:

(d ≥ 0, ™ ≤ 0) (d ≥ 0, ™ ≥ 0 5 d ≥ ™ )

82
Como uma dessas condições já é suficiente, o conjunto solução da

inequação será formado pela união das soluções dos dois conjuntos

acima.

mDnopqr:
√F − D + œ ≥ •

√2 − + 7 ≥ 8 ⟺ √2 − =1

s 9 :d ≥05d≥™

› : :2− ≥0 ⟺ ≤ 2 5 W√2 − X ≥ 1 ⟺ ≤1

‹ çã : @ ∈ 36: ≤ 1A

√ −3≤ 5−

s 9 : d ≥ 0; ™ ≥ 0 5 d ≤ ™

› : : − 3 ≥ 0; 5 − ≥05 − 3 ≤ (5 − ) ⟺ ≥ 35 ≤5

− 3 ≥ 25 − 25 + ⟺ ( − 7)( − 4) ≥ 0

4 7

−4 − 0 + +

−7 − − 0 +

( − 4)( − 7) + − +

83
‹ çã : @ ∈ 36: ≤4S ≥ 7A

Finalmente, podemos juntar as desigualdades em um só diagrama,

obtendo, assim, a interseção de todas as três.

‹ çã : @ ∈ 36: 3 ≤ ≤ 4A

2.15 Sistema de equações lineares

Entendemos por sistema linear um conjunto de equações lineares

reunidas com o objetivo de se obterem soluções comuns a todas essas

equações.

2.15.1 EQUAÇÃO LINEAR

Chamamos de equações lineares as equações do 1º grau que

apresentam a forma:

( ( + + ⋯+ =
Onde:

(, ,…, − s 5O. .5 =5/


(, ,…, − • ;. S5./
− 85;9 3 U5-5 U5 =5

84
2.15.2 Equação linear com duas variáveis

Uma equação nas variáveis x e y é dita linear se é equivalente a

+ = , em que a, b e c são constantes reais, com ≠0 ≠ 0.

2.15.3 Sistema de equações lineares a 2 Incógnitas (revisão)

Dizemos que duas equações do 1º grau, formam um sistema quando

possuem uma solução comum (mesma solução). Nesse caso as duas

equações tem o mesmo conjunto universo.

2.15.3.1 Resolução de sistema de equação linear a 2 Incógnitas

A resolução dos sistemas consiste em estabelecer uma relação entre

as equações e aplicar técnicas de resolução. São técnicas de

resolução os métodos a seguir:

2.15.3.2 Método da adição ordenada:

Esse método consiste em adicionarmos as duas equações membro a

membro, observando que nesta operação deveremos eliminar uma

variável.

Em, outros termos o método da adição deve ser utilizado nos

sistemas em que existe a oportunidade de eliminar uma das

incógnitas.

1º Método da Substituição

O método da substituição consiste em trabalhar qualquer equação

do sistema de forma a isolar uma das incógnitas, substituindo o

valor isolado na outra equação.

85
+ 2 = 20 = 20 − 2 = 20 − 2
ž ⟺ž ⟺ž
3 − 4 = 10 3 − 4 = 10 3(20 − 2 ) − 4 = 10

= 20 − 2 = 20 − 2 = 20 − 2 = 20 − 2
ž ⟺ž ⟺ž ⟺ž
60 − 6 − 4 = 10 −10 = 10 − 60 −10 = −50 Ÿ=c

› : : = 20 − 2 ∗ 5 ⟺ D = ^a

N.B.: poderá se resolver um sistema combinando os dois métodos na

qual se designa de sistema misto.

2º Caso com termos elimináveis (Adição Ordenada)

O primeiro passo somamos as equações, eliminando uma das

incógnitas e determinando o valor da outra incógnita. E em

seguida, nos servimos de uma das equações e fazemos a substituição

de modo a tirar a segunda incógnita.

+ =9
ž
− =5
⟺ 2 = 14 ⟺ D = œ
2 + 0 = 14

s 9 : + =9⟺7+ =9 ⟺ =9−7⟺Ÿ=F

3º Caso termos não elimináveis (Misto)

Neste caso, deve-se escolher uma incógnita e fazer m.m.c. das

equações de modo obter os mesmos valores absolutos mas simétricos

de modo a eliminar esta incógnita.

2 + 5 = 19 2 + 5 = 19 2 + 5 = 19
ž ⟺ž ⟺ ž
3 − =3 3 − = 3 (5) 15 − 5 = 15

86
‹ 9 U : 17 + 0 = 34 ⟺ 17 = 34 ⟺ D = F

› : : 2 + 5 = 19 ⟺ 5 = 19 − 4 ⟺ 5 = 15 ⟺ Ÿ = E

2.15.4 Classificação dos sistemas lineares de equação do primeiro

grau

Ao resolvermos um sistema linear podemos obter as seguintes

condições de solução: uma única solução, infinitas soluções ou

nenhuma solução.

2.15.4.1 Sistema Possível e Determinado (SPD): Ao ser resolvido

encontraremos uma única solução, isto é, apenas um único valor

para as incógnitas. O sistema a seguir é considerado um sistema

possível e determinado, pois a única solução existente para ele é o

par ordenado (x,y).

mDnopqr:
+ =5 =4
ž ⟺ ž
− =3 =1

2.15.4.2 Sistema Possível e Indeterminado (SPI): esse tipo de sistema

possui infinitas soluções, os valores de x e y assumem inúmeros

valores. Observe o sistema a seguir, x e y podem assumir mais de

um valor, (0,4), (1,3), (2,2), (3,1) e etc.

mDnopqr:
+ =4 =0 =1 =2 =3
ž ⟺ž ž ž ž 5= .
0 +0 = 0 =4 =3 =2 =1

87
2.15.4.3 Sistema Impossível (SI): ao ser resolvido, não encontraremos

soluções possíveis para as incógnitas, por isso esse tipo de sistema é

classificado como impossível. O sistema a seguir é impossível.

mDnopqr:
+ =9
ž
+ =5

Resumindo:
−?5=5;9. U
h−L //íS5 ”
f
‹./=59 −3 U5=5;9. U
g
f
e −39- //íS5

2.16 Sistema linear de equações a 3 Incógnitas

2.16.1 MATRIZ

Uma matriz é uma tabela retangular de números, ou outro tipo de

objetos matemáticos, dispostos em m linhas (filas horizontais) e n

colunas (filas verticais). Dizemos assim que a matriz possui ordem

m × n (lê-se: ordem m por n).

2.16.1.1 Representação de uma Matriz

Representamos uma matriz colocando os dados da tabela entre

parênteses ou entre colchetes.

Uma matriz A de ordem m × n, pode ser indicada como d =

¡ ¢£ ¤9 , . ∈ @1,2, . . , 9A – ∈ @1,2, … , A, em que ai j é o elemento da linha i

e da coluna j da matriz A. Desta forma podemos generalizar uma

matriz d = ¡ ¢£ ¤9 por uma tabela da seguinte forma:

88
(( ( … (

d=¥ ( ( ¨
⋮ ⋮ ⋱ ⋮
( …

2.17 Regra de Cramer

A regra de Cramer é uma das maneiras de resolver um sistema

linear, mas só poderá ser utilizada na resolução de sistemas que o

número de equações e o número de incógnitas forem iguais.

Portanto, ao resolvermos um sistema linear de n equações e n

incógnitas para a sua resolução devemos calcular o determinante


(? ∆) da equação incompleta do sistema e depois substituirmos os

termos independentes em cada coluna e calcular os seus respectivos

determinantes e assim aplicar a regra de Cramer que determina:

(( ( ( (( (
∆= © ( © (
( ( (

∆= (( + ( ( + ( ( ( −• ( ( + (( + ( ( •


=

( ( ( ( (
∆ =© ©
(

∆ = ( + ( + ( ( −• ( + ( + ( ( •


=

(( ( ( (( (
∆ =© ( © (
( (

∆ = (( + ( ( + ( ( −• ( ( + (( + ( (•

89

w=

(( ( ( (( (
∆w = © ( © (
( ( (

∆w = (( + ( ( + ( ( ( −• ( ( + (( + ( ( •

mDnopqr:
+ 2 + 3w = 7
” 2 + +w =4
3 + 3 + w = 14

1 2 3 1 2
∆= ©2 1 1© 2 1 = (1 + 6 + 18) − (9 + 3 + 4) = 25 − 16 = 9
3 3 1 3 3

7 2 3 7 2
∆ =©4 1 1© 4 1 = (7 + 28 + 36) − (42 + 21 + 8) = 71 − 71 = 0
14 3 1 14 3

1 7 3 1 7
∆ = ©2 4 1© 2 4 = (4 + 21 + 84) − (36 + 14 + 14) = 109 − 64 = 45
3 14 1 3 14

1 2 7 1 2
∆w = ©2 1 4 ©2 1 = (14 + 24 + 42) − (21 + 12 + 56) = 80 − 89 = −9
3 3 14 3 3

∆ 0 ∆ 45
= ⟺ = ⟺ = 0; = ⟺ = ⟺ =5
9 9

∆ −9
w= ⟺w= ⟺ w = −1
9

‹ çã : @0,5, −1A

90
N.B.: Esta regra também é usada para resolver os sistemas de

equação linear a duas incógnitas.

3 + = 10 3 1
ž ⟺ ª ª
2 − 3 = −8 2 −3

∆= ª ª= − ⟺ ∆= −9 − 2 = −11
(( (
(( ( (
(

∆ =« ( (
«= ( − ( ⟺ ∆= −30 + 8 = −22

∆ =« (( (
«= (( − ( ( ⟺ ∆= −24 − 20 = −44
(

∆ −22 ∆ −44
= ⟺ = ⟺ = 2; = ⟺ = ⟺ =4
−11 −11

‹ çã : @2, 4A

91
Exercícios:

Expressão Algébricas:

1. Ache o valor numérico da expressão 4 + 2 − 3 para =

55 = −2.

2. A área de trapézio da figura é dada pela fórmula d =


(„¬ „- )®

em que ( 5 representam suas bases e ℎ sua altura.

Determine a área do trapézio, sendo ( = 12 9, =8 95ℎ=


3.5 9.

3. Escreva a expressão algébrica que representa a área da

figura.

4. Calcule o valor numérico de 9 − + - ; =− .


( (

5. Encontre o valor numérico da expressão (2 + + )- ; =


#

9, = 12 5 = −12.
6. Ache a expressão algébrica que representa a área do

rectângulo.

7. Reduza os termos semelhantes:

a) (4 − 7) + (−2 + 9)
b) (13 − 1) + (2 − 1)

92
c) (2 − 3 − 2) + (2 − 5 + 2)
d) ( − ) + (2 −4 + )−( − 8)
e) ( − 3 + 2) − (− + 3 − 2) − (2 − 4 + 1)
f) (4 − 2) − (3 + 7 − 2) + ( − 8)

8. Efetue as multiplicações:

a) −2 #
∗5
b) 6-Q ∗ (−2- Q )
c) (2 − 6)(3 + 5)
d) (2 + 1)(4 + 3)
e) (2 + 3)( − 2)(4 − 1)

Expressões Racionais:

1. Calcule:
a) (2 − 3 − 2): ( − 2)
b) (2 − 5 + 7): ( − 3)
c) (81 − 18 + ): (− + 9)
d) (Y − 3Y + 3Y − 2): (Y − 1)
e) (8 + 12 + 6 + 1): (2 + 1)

2. Efetue:

a) ( − 2)
b) ( + 1)
c) ( − 3)
d) (2 + 1)#
e) ( − 2)#

3. Factore as expressões:

a) 2 +2 + +
b) 4 + 36 + 81
c) 9 − 29 + 1

93
4. Efetue as operações e simplifique se possível:

a) ° ∗
)M ‚ M
M!N M!N

b) ° ∗
#M MN -
M N M N

c) [ + \ : [1 − \
„! „! -
( „ ( „


! „ M!„M - (
‚ ! - !( !„
d)

Equações:

1. Resolva as seguintes equações:

a) 3( − 2) − (1 − ) = 13
− = −1
± ² ±
# (
b)

c) 2( − 3) = 4(2 + 1)
d) 2( − 4) = 2 − 3( − 5) + 10(1 − 3 )
e) 3.5 + 2 = 2.9 − 1

− = +
M #! M M! (
#
f)

Problemas:

1. Transforme os problemas em equações e os resolva:

a) Qual é o número que, somando a ¾, resulta em ½?

b) Dividimos um número por 2 e somando o resultado a 5,

obtemos 8. Que número é esse?

c) Somando o dobro de um número ao seu triplo, obtemos 125.

Que número é esse?

d) Somando a metade de um número à terça parte desse

número, obtemos 30, de que número se trata?

e) Em um terreiro há galinhas e coelhos, num total de 13 animais

e 46 pés. Quantas galinhas e quantos coelhos há nesse terreiro?

94
Equações Irracionais:

1. Resolva as seguintes equações:

a) √3 + 4 = 8
b) √ + 1 = 2 − 1
c) √8 + 25 − 2 = 3 − 4
d) √2 +7 = 2 −1
e) √9 −2−3 =4

f) ( + 2)‚ = 9
-

− =2
¬ ¬
g) ‚ ³

h) (5 − 6)- = 8

Inequações Irracionais:

1. Resolva as seguintes inequações:

a) √ − 8 ≤ 0
b) √6 − 5 − 4 ≥ 0
c) √ + 2 ≥ −4
d) √10 − 3 ≤ −2
e) √9 −1≥ 2−3
f) √ − 4 − 12 ≤ 3 − 2

Equações do 2º Grau:

1. Resolva as seguintes equações:

a) ( − 9) = 0
b) ( − 5)(2 − ) = 0
c) 4 ( + 8) = 0
d) (5 + 3)(2 + 7) = 0

95
2. Usando a fórmula de Bháskara, determine as raízes reais das

equações:

a) −6 +8=0
b) − 2√5 + 5 = 0
c) 2 + 8 − 10 = 0
d) ( + 8) + 4 = 0

3. Determine para que valores de m as equações abaixo possuem

ao menos uma raiz.

a) − −8 +9 = 0
b) 4 + 12 + 9 = 0
c) 9 + 6 − 15 = 0
d) 9 − 5 + 10 = 0

Inequações do 2º Grau:

1. Resolva as inequações do 2º grau:

a) 4 −3≤0
b) 4 − 8 ≤ 21
c) −3 > 11 − 4
d) − 2 ≥ −6
e) − +5 +6 <0

Equações do 3º grau:

1. Resolva as seguintes equações:

a) −2 + −2=0
b) 9 + 15 − 32 + 12 = 0
c) −2 − + 14 = 0
d) −3 +2 − +1=0
e) ( − 1)( + 1) + ( + 1) = 0

96
Sistemas de Equação:

1. Resolva os seguintes sistemas de equação, usando os métodos

de adição ordenada, substituição e de Cramer:

2 + =8
a) ž
6 + 2 = 19
5 − 2 = 10
b) ž
−3 + 4 = 8
−7 + = 8
c) ž
8 − 2 = −4
0.5 + 3.6 = 12
d) ž
−2.5 + 2 = 0
2 −3 −w =4
e) ” + 2 + w = 3
3 − − 2w = 1
+ 4 + 7w = 2
f) ”2 + 3 + 6w = 2
5 + −w =8
+ +w =1
g) ” 2 − w = −1
3 + =1
4 − + 7w = 9
h) ” 5 + 3 − w = 0
−7 − 11 + 17w = 19

Gabarito:
Expressão Algébrica:
^. 13; F. 35 9 ; E. ( + ); _. − 1⁄3 ; c. 27⁄2 ; b. 15 + 7 − 4; œ. …)2 + 2;
†)15 − 2, ‡)4 − 8 , µ)2 −4 + − + 8, n) − 2 + 3,
¶) − 4 − 3 + 1, •. …) − 10 "
, †) − 12-# Q # , ‡)6 − 8 − 30, µ)8 + 10 + 3,
n) − 1⁄2 ∗ +2

Expressões Racionais:
^. …)20, †) 5⁄4 , ‡)0µ)3

97
Capitulo
TEORIA DE CONJUNTOS
3

3.1 Conceito De Conjunto

O conceito de conjunto aparece em todos os ramos da matemática.

Intuitivamente, um conjunto é qualquer coleção de objetos bem

definida, ou ainda:

Um conjunto é qualquer coleção, dentro de um todo de objetos

definidos e distinguíveis, chamados elementos, de nossa intuição ou

pensamento. Esta definição intuitiva de um conjunto foi dada

primeiramente por Georg Cantor (1845-1918), que criou a teoria dos

conjuntos em 1895.

Exemplos:

a) O conjunto de todas as cadeiras na sala de aula de Teoria dos

Conjuntos.

b) O conjunto de todos os estudantes de uma universidade.

c) O conjunto das letras a, b, c e d.

d) O conjunto das regras de uso do laboratório de informática.

e) O conjunto de todos os números racionais cujo quadrado é 2.

f) O conjunto de todos os números naturais.

98
3.1.1 Elementos De Um Conjunto

Notamos um conjunto por uma letra maiúscula: A, B, C, X, Y. Os

objetos que constituem o conjunto são chamados elementos ou

membros e serão notados por letras minúsculas: a, b, x, y.

3.1.2 Representação De Conjuntos

Existem três formas de representar um conjunto:

• Extensão;

• Compreensão;

• Figuras.

Extensão – enumere-se os elementos, escrevendo entre chaves e


separando-os por vírgulas. Independentemente de ser infinito ou

finito.

Ex.: a ={domingo, segunda, terça, quarta, quinta, sexta, sábado}.

= 1,2,5 … – Conjunto infinito.

= 2,4,6, … ,198 – Conjunto finito.

Compreensão – o conjunto é representado por uma propriedade que


caracteriza seus elementos.

Ex.:
= : ∈ >6
= : é

Figuras – diagrama de venn é toda figura utilizada para


representar um conjunto.

Ex.: o conjunto = 0,2,4,6,8 , pode ser representado pelo diagrama

abaixo:

99
3.2 Relação de conjuntos

3.2.1 Relação de pertinência

A relação de pertinência indica se um determinado elemento

pertence ou não a um determinado conjunto e representa-se por, ∈


∉.
∈ !" #$ %&
∉ !%ã " #$ %&

( .: = 2,5,7,9,10,15

Simbologia Tradução
2∈ Dois, pertence ao conjunto A
1∉ Um, não pertence ao conjunto A

3.2.2 Relação de Inclusão

A relação de inclusão indica se um determinado conjunto está

contido ou não em um outro conjunto.

Se todos os elementos de um conjunto pertencem a outro, então o

primeiro conjunto está contido no segundo. Basta um único

elemento do primeiro conjunto não pertencer ao segundo para que

o primeiro conjunto não esteja contido no segundo.

100
Simbologia Tradução
⊂ A, esta contido em B
⊄ A, não esta contido em B

⊃ A, contém B
⊅ A, não contém B

Propriedades de inclusão
A relação de inclusão ⊂ , é:

• Reflexiva: ⊂ , seja qual for o conjunto A,

• Anti-Simétrica: se ⊂ ⊂ , %$ã = ,

• Transitiva: ⊂ ⊂ ., %$ã ⊂ ..

3.3 Designação De Conjuntos

3.3.1 Conjunto Enumerável

Um conjunto A é dito enumerável (ou contável) se existe uma

correspondência um para um entre todos os elementos de A e os

número inteiros.

Ex.:

Conjuntos finitos: N, Z, Q

Conjunto não-enumerável: IR

3.3.2 Subconjuntos

Dados os conjuntos A e B, dizemos A é subconjunto de B quando

todo elemento de A é também elemento de B. Para indicar este fato,

usa-se a notação: ⊂ .
⊆ ⟺∀ 2 ∈ → ∈ 4
Nota:

101
• Todo o conjunto A é subconjunto dele próprio, ou seja ⊂ ;

• O conjunto vazio, por convenção, é subconjunto de qualquer

conjunto, ou seja ∅ ⊂ .

( .:6 6 & %7 %$ = 1, 2 , 8 9$# 9 9 :& %7 %$ 9


;9 9 :& %7 %$ 9 9ã : ∅, 1 , 2 , 1, 2

3.3.3 Conjunto das partes

O Conjunto das partes de um conjunto A, denotado por P (A), é o

conjunto formado por todos os subconjuntos do conjunto A. Assim

o conjunto das partes é o conjunto dos subconjuntos.

Nota: Lembre-se que dentre os subconjuntos de um dado conjunto,


estão o conjunto vazio e o próprio conjunto.
( .:6 6 & %7 %$ = 1, 2 , 8 9$# 9 9 :& %7 %$ 9
; & %7 %$ 6 9 " #$ 9 é: = ∅, 1 , 2 , 1, 2

3.4 Número de elementos do conjunto das partes

Para indicarmos o número de elementos de um conjunto A,

usaremos a notação n (A). E o número de elementos do conjunto das

partes será indicado por n [P (A)].

%<=2 4> = 2?2@4

Assim, um conjunto com 4 elementos, terá 2A , elementos o seu

conjunto das partes, ou seja, o conjunto A terá no total 16

subconjuntos.

102
3.5 Partição de um conjunto ou potência

Dado um conjunto A, o conjunto potência de A, denotado por P (A),

é o conjunto de todos os subconjuntos de A.

Ex.: Ache o conjunto potência do conjunto ,B .

O conjunto potência é: C∅, , B , ,B D

3.6 Igualdade de Conjuntos

Dois ou mais conjuntos são iguais quando apresentam os mesmos

elementos, em qualquer ordem, sendo que elementos iguais, num

mesmo conjunto, serão considerados uma única vez. Daí, podemos

afirmar que é verdadeira a igualdade dada, por:

= , :, & = &, :, = , , &, :, &, :


Simbolicamente a igualdade entre conjuntos fica definida como:
= ⟺ ⊂ ^ ⊂

3.6.1 Propriedades de igualdade de conjuntos

A igualdade de conjuntos é:

• Reflexiva: = , seja qual for o conjunto A,

• Simétrica: = , %$ã = ,

• Transitiva: 9 = ^ = ., %$ã = ..

3.7 Conjunto unitário

É o conjunto que possui apenas um elemento.


( .:

103
3.8 Conjunto vazio

O Conjunto vazio é o conjunto que não possui elementos. Para

representarmos o conjunto vazio usaremos os símbolos: ∅.

Nota: Quando os símbolos ∅, Aparecerem listados ou visível,

dentro de um conjunto, o conjunto vazio deverá ser tratado como

elemento desse conjunto especificado.

Ex.: Seja o conjunto = ∅, 1, 2, 3 , é correto afirmar para o conjunto

A listado, que ∅ ∈ , pois ∅ é um elemento do conjunto A. Também

sempre será verdade, que:

i) ∅ ⊂ Para qualquer que seja o conjunto A.


ii) ⊂ para qualquer que seja o conjunto A.

3.9 Conjunto Universal

Em qualquer aplicação da teoria dos conjuntos, todos os conjuntos

em discussão são subconjuntos de um conjunto fixo. Chamamos este

conjunto de conjunto universal ou universo e o denotamos por U.

Ex.: Quando estudamos a geometria plana, o conjunto universo é o

conjunto de todos os pontos do plano.

3.9 Cardinal de um conjunto

O cardinal de um conjunto finito A (#A; card (A); |A|) é igual ao

número de elementos do conjunto A.


( .:9 7 6 6 & %7 %$ = , , G, ,
⋕ =5

104
3.10 Produto cartesiano

O produto cartesiano de dois conjuntos A e B são todos os pares


ordenados (x, y), sendo que x pertence ao conjunto A e y pertence
ao conjunto B.

( . : 9 7 8 9 & %7 %$ 9, = 1, 2, 3 = 2, 4, 6
∗ = 21, 2421, 4421, 6422, 2422, 4422, 6423, 2423, 4423, 64

3.11 Representação no diagrama de Venn

3.11.1 Representação no plano Cartesiano

3.12 Operações com conjuntos

Dados dois conjuntos podemos “operar” esses conjuntos no sentido

de obter um outro conjunto. As operações mais comuns entre dois

conjuntos são: união, interseção, diferença, complementar,

diferença simétrica.

105
3.12.1 Reunião de conjuntos

A união (ou reunião) dos conjuntos A e B é o conjunto ∪ , formado

por todos os elementos de A mais os elementos de B. Assim, afirmar

que ∈ ∪ significa dizer que pelo menos uma das afirmações

seguintes é verdadeira: ∈ ∈ . Podemos escrever:


∪ = : ∈ ∈

Ex.: Sejam os conjuntos = 1, 3, 5, 7 = 2, 4, 6 , determine a

reunião destes.
∪ = 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7

3.12.2 Intersecção de conjuntos

A interseção dos conjuntos A e B é o conjunto ∩ , formado por

todos os elementos comuns a A e B. Assim, afirmar que ∈ ∩

significa dizer que se tem, ao mesmo tempo, ∈ ∈ . Escrevemos

então:
∩ = : ∈ ^ ∈

Nota: Se ∩ = ∅, dizemos A e B são disjuntos.

106
Ex.: Mostra a intersecção dos conjuntos = 1, 2, 3, 4, 5 =
4, 5, 6, 7, 8

∩ = 4, 5

3.12.3 Diferença de conjuntos

Diferença de A e B, denotada por A – B (A\B), é o conjunto dos

elementos que pertencem ao conjunto A mas não pertencem ao

conjunto B, isto é:
! = : ∈ ^ ∉

Ex.: Diga a diferença dos conjuntos = 1, 2, 3, 4, 5 = 0, 4, 6, 8, 10 .


∖ = 1, 2, 3, 5

3.12.4 Diferença simétrica

A diferença simétrica de A e B, denotada por M , é a união da


diferença de B com respeito a A e de A com respeito a B, isto é:

M =2 ! 4∪2 ! 4

107
3.12.5 Complementar

Dados os conjuntos U e A, onde ⊂ N, chamamos de complementar

de A em relação a U e se representa por ̅ o conjunto formado pelos

elementos que pertencem a U e não pertencem a, A.


9 : ⊂ N, %$ã : ̅ = N !

3.12.5.1 Propriedades das operações

Sejam U um conjunto e A, B e C subconjuntos de U. Então temos:

i. Elemento Neutro ii. Indempotência


∪∅= ∪ =
∩N = ∩ =
∩∅=∅

iii. Comutativa iv. Associativa


∪ = ∪ ∪ 2 ∪ .4 = 2 ∪ 4 ∪ .
∩ = ∩ ∩ 2 ∩ .4 = 2 ∩ 4 ∩ .
∆2 ∆.4 = 2 ∆ 4∆.

108
v. Distributiva vi. Complementar (Lei de
∩ 2 ∪ .4 = 2 ∩ 4 ∪ 2 ∩ .4 Morgan)
∪ 2 ∩ .4 = 2 ∪ 4 ∩ 2 ∪ .4 2QQQQQ̅ 4 =
∩ 2 ∆.4 = 2 ∩ 4∆2 ∩ .4 QQQQQQQQQQ
2 ∪ 4= ̅∩ Q
QQQQQQQQQQ
2 ∩ 4= ̅∪ Q

3.13 Intervalos

Sendo a e b dois números reais, com a < b, temos os seguintes

subconjuntos de IR chamados intervalos.

Representação na Sentença Notações

Recta Real Matemática Simbólicas

Intervalo Aberto:
∈ R: < <: > , :< 2 , :4

Intervalo Fechado:
∈ R: ≤ ≤: < , :> < , :>

Intervalo semi-aberto á

direita: ∈ R: ≤ <: < , :< < , :4

Intervalo semi-aberto á

direita: ∈ R: < ≤: > , :> 2 , :>

3.13.1 Intervalos Infinitos:

Representação na Sentença Notações

Recta Real Matemática Simbólicas

Intervalo Aberto:

109
∈ R: > > , +∞< 2 , +∞4

Intervalo Fechado:
∈ R: ≥ < , +∞4< < , +∞4

Intervalo semi-aberto á

direita: ∈ R: < >!∞, < 2!∞, 4

Intervalo semi-aberto á

direita: ∈ R: ≤ >!∞, > 2!∞, >

110
Exercícios

1. Sejam os conjuntos A = {1, 2, 3} e B = {2, 3, 5}, determine o

conjunto A\B.

2. Quais destes conjuntos são iguais: = #, $, 9 , = #, $, #, 9 , . =


9, #, 9, $ ?

3. Considere os seguintes conjuntos: ∅, = 1 ; = 1,3 ; . = 1,5,9 ;

Z = 1,2,3,4,5, ; ( = 1,3,5,7,9 ; insira o símbolo correcto ⊆ ⊈,

em cada par de conjunto:

a) ∅,
b) ,
c) ,.
d) Z, (

4. Dados os conjuntos: = ∈ R: 1 ≤ < 10 ; = ∈ R: 2 +


]
142 ! 64 < 0 . = \ ∈ R: \ = 6\ , Determine: ∩ 2. ∪ 4.

5. Um levantamento sócio-econômico entre os habitantes de

uma cidade revelou que, exatamente: 17% têm casa própria;

22% têm automóvel; 8% têm casa própria e automóvel. Qual o

percentual dos que não têm casa própria nem automóvel?

6. Dez mil aparelhos de TV foram examinados depois de um ano

de uso e constatou-se que 4.000 deles apresentavam problemas

de imagem, 2.800 tinham problemas de som e 3.500 não

apresentavam nenhum dos tipos de problema citados. Então,

111
qual será o número de aparelhos que apresentavam somente

problemas de imagem.

7. Em uma prova discursiva de Matemática com apenas duas

questões, 470 alunos acertaram somente uma das questões e

260 acertaram a segunda. Sendo que 90 alunos acertaram as

duas e 210 alunos erraram a primeira questão. Quantos

alunos fizeram a prova?

8. Uma editora estuda a possibilidade de lançar novamente as

publicações Helena, Senhora e A Moreninha. Para isto,

efetuou uma pesquisa de mercado e concluiu que em cada

1000 pessoas consultadas: 600 leram A Moreninha; 400 leram

Helena; 300 leram Senhora; 200 leram A Moreninha e

Helena; 150 leram A Moreninha e Senhora; 100 leram Senhora

e Helena; 20 leram as três obras; Calcule:

a) O número de pessoas que leu apenas uma das obras.

b) O número de pessoas que não leu nenhuma das três obras.

c) O número de pessoas que leu duas ou mais obras.

9. Um clube oferece a seus associados aulas de três modalidades

de esporte: natação, tênis e futebol. Nenhum associado pôde

se inscrever simultaneamente em tênis e futebol, pois, por

problemas administrativos, as aulas destes dois esportes serão

dadas no mesmo horário. Encerradas as inscrições, verificou-

se que: dos 85 inscritos em natação, 50 só farão natação; o total

de inscritos para as aulas de tênis foi de 17 e, para futebol, de

38; o número de inscritos só para as aulas de futebol excede

em 10 o número de inscritos só para as de tênis.

112
a) Quantos associados se inscreveram simultaneamente para

aulas de futebol e natação?

b) Quantos associados se inscreveram simultaneamente para

aulas de tênis e natação?

10. Em uma pesquisa com 60 pessoas, verificou-se que: 25 lêem

jornal Noticias, 26 lêem jornal Zambeze, 26 lêem Diário de

Nampula, 9 lêem jornal Noticias e diário de Nampula, 11 lêem

Noticias e Zambeze, 8 lêem Zambeze e diário de Nampula e 3

lêem os três jornais.

a) Quantos lêem pelo menos um dos três jornais?

b) Represente num diagrama de venn o problema acima.

c) Quantos lêem exactamente um jornal?

Gabarito:

^. 1 ; _. = = .; `. a4 ∅ ⊆ , b4 ⊆ , c4 ⊈ . d4Z ⊈ (

e. <1,6>; f. 69%; h. 3700; i. 600; j. a4460, b4130, c4410 k. a423, b412;

^l. a4 52, &430

113
Capitulo
Equações E Inequações Exponenciais

4.1 Equação Exponencial

São equações em que a incógnita é um expoente. Resolvem-se estas

equações utilizando-se propriedades da potenciação. Representam-

se:
= ⟺ =
.: 5 = 5

4.1.1 Resolução de equações

Para resolver equações exponenciais, devemos realizar dois passos

importantes:

Redução dos dois membros da equação a potências de mesma

base;

Aplicação da propriedade: = ⟺ = (0 < ≠ 1)

.: = ⟺ 2 =2 ⟺ +1=3 ⟺ =2

.: = ⟺ 4 = 4! ⟺ −1=0 ⟺ =1

.: # % = $$$$ ⟺ 10 = 10' ⟺ (
=4 ⟺ = ±√4 ⟺ = ±2
&

4 1
.: − = +$ ⟺ 4 ∗ 4 − = 60 ./0 : 4 = 1 ⟺ 41 − = 60
4 4

114
161 − 1 = 240 ⟺ 151 = 240 ⟺ 1 = 16

.: −+∗ + = $ ⟺ (2( ) − 6 ∗ 2 + 8 = 0 ./0 : 2 = 1


1 ( − 61 + 8 = 0 ⟺ (1 − 2)(1 − 4) = 0 ⟺ 1 = 2 3 1 = 4
./: 1 = 2 ⟺ 2 = 2 ⟺ = 1 / ./: 1 = 4 ⟺ 2 = 4 ⟺ 2 = 2( ⟺ =2
.45.: 61; 28

4.2 Inequação exponencial

Chamamos de inequações exponenciais toda inequação na qual a

incógnita aparece em expoente.


.: 2 >2

4.2.1 Resolução de inequações exponenciais

Para resolver inequações exponenciais, devemos realizar dois

passos importantes:

Redução dos dois membros da inequação a potências de

mesma base;

Aplicação da propriedade:
>1 0< <1
:
> ;
⟺<>= :
> ;
⟺<<=

N.B.: As desigualdades podem ser trocadas por ≤ ou ≥ sem perda de

generalidade.

.: >
< + ⟺ 2 < 2' ⟺ +3<4 ⟺ <1
.45.: 6 ∈ @A: < 18 = B−∞; 1D

.: ( )
≥ >
⟺ 2 ( )
≥ 2(( )
⟺ −( + 1) ≥ 2 + 6
7
+ 1 ≤ −2 − 6 ⟺ + 2 ≤ −6 − 1 ⟺ ≤−
3

115
7 7
.45.: H ∈ @A: ≤ − I = J−∞; − J
3 3

4.3 Equações e Inequações Logarítmicas

4.3.1 Mantissa de um logaritmo

A mantissa m, em geral é um número irracional, é obtida da tabela

logarítmica, que fornece, apenas, os valores aproximados dos

logaritmos de 10 a 309.

4.3.2 Cálculo da Mantissa

É obtida em tabela conhecida como tábua de logaritmos.

4.3.2.1 Propriedade: Se as representações decimais de dois números

positivos diferem apenas na posição da vírgula, então os logaritmos

possuem a mesma mantissa.

.: log 271 = 2 + 0.43297 = 2. > OP


.: log 2.71 = 0 + 0.43297 = 0. > OP

4.3.3 Característica de um logaritmo

Considere o logaritmo log Q, em que b está escrito na forma decimal.

• Se R >

Então a característica de log Q é encontrada subtraindo uma

unidade do número de algarismos que b apresenta em sua parte

inteira.

.: log 3478,701 ⟺ T = 4 − 1 ⟺ T = 3
.: log 8,264 ⟺ T = 1 − 1 ⟺ T = 0

116
• Se R <

Então a característica de log Q é igual ao oposto do números de zeros

que b apresenta antes do primeiro algarismo não nulo.

.: log 0,254 ⟺ T = −1
.: log 0,00254 ⟺ T = −3

4.3.4 Cologaritmo de um número

Define-se como cologaritmo de b na base a como o oposto do

logaritmo de b na base a, ou seja, T4 log U Q = − log U Q.

. : T4 log ( 16 = − log ( 16 = −4

4.3.5 Antilogaritmo de um número

Define-se como antilogaritmo de x na base a como o logaritmando

do logaritmo de b na base a, ou seja, log U Q = ⟺ antilog U = Q.

. : Q = log ( 3 ⟺ log ( Q = 3 ⟺ Q = 8

4.4 Equação logarítmica

São equações que envolvem logaritmos. Para resolvê-las, seguimos

os passos seguintes:

Primeiramente, estabelecemos as condições de existência,

encontrando os valores de x para os quais existem todos os

logaritmos mencionados na equação; para isso, os logaritmando

devem ser positivos e as bases, positivas e diferentes de 1 (conforme

a definição de logaritmo)

117
Para resolver a equação logarítmica aplicamos a definição e as

propriedades dos logaritmos para obter os valores de x que, se

satisfazerem as condições de existência, serão soluções da equação.

Podemos classificar as equações logarítmicas em três tipos:

1º Tipo: Z[\ ] ^( ) = Z[\ ] _( )

Este tipo de equação é redutível a uma igualdade entre dois

logaritmos de mesma base a (0 < ≠ 1). Assim:

`a: $ < ] ≠
bcdãf: Z[\ ] ^( ) = Z[\ ] _( ) ⟺ ^( ) = _( ) > $

.: Z[\ (> − g) = Z[\ P ⟺ 3 − 5 = 7 ⟺ 3 = 12 ⟺ =4


h45.: 648

.: log (2 − 3) = log (4 − 5) ⟺ 2 − 3 = 4 − 5 ⟺ 2 = 2 ⟺ =1
h45. : ∅

.: log ( (
− 3 − 10) = log (2 − 2 ) ⟺ (
− 3 − 10 = 2 − 2
(
− − 12 = ( + 3)( − 4) = 0 ⟺ = −3 3 =4
h45.: 6−38

2º Tipo: Z[\ ] ^( ) = j

Este tipo de equação é redutível a uma igualdade entre um

logaritmo e um número real. A resolução deste tipo de logaritmo é

bastante simples basta usar a definição do logaritmo. Assim:

`a: $ < ] ≠ a j ∈ kl

118
bcdãf: Z[\ ] ^( ) = j ⟺ ^( ) = ]j

.: Z[\ (> + ) = ⟺ 3 + 1 = 2' ⟺ 3 = 16 − 1 ⟺ =5


h45.: 658

.: Z[\ > ( +> − )= ⟺ (


+ 3 − 1 = 3( ⟺ (
+ 3 − 10 = 0
( − 2)( + 5) = 0 ⟺ =23 = −5
h45.: 6−5; 28

.: Z[\ D + Z[\ > ( − )B = ⟺ 1 + log (1 − 2 ) = 2(


log (1 − 2 ) = 3 ⟺ 1 − 2 = 3 ⟺ 2 = −26 ⟺ = −13
h45. : 6−138

3º Tipo: Incógnita auxiliar

São equações que resolvemos fazendo inicialmente uma mudança

de incógnita.

.: Z[\ − Z[\ = ⟺ (log ( )( − log ( − 2 = 0

./0 : lim = 1 ⟺ 1 ( − 1 − 2 = (1 − 2)(1 + 1) = 0 ⟺ 1 = 2 3 1 = −1


(
1
54n4: log( =2 ⟺ = 4 / log ( = −1 ⟺ =
2
1
h45.: H ; 4I
2

2 + log log 2+1 1


.: + = 2 ⟺ ./0 : log =1 ⟺ + =2
log 1 + log 1 1+1
(2 + 1)(1 + 1) + 1 ( = 2 1(1 + 1) ⟺ 21 ( + 31 + 2 = 21 ( + 21 ⟺ 1 = −2

1
log = −2 ⟺ =3 (
⟺ =
9
1
h45.: H I
9

119
4.5 Inequação logarítmica

Assim como, as equações logarítmicas as inequações também se

subdividem em três tipos:

1º Tipo: Z[\ ] ^( ) > Z[\ ] _( )

É a inequação que é irredutível a uma desigualdade entre dois

logaritmos de mesma base a (0 < ≠ 1) .

Como a função é crescente se > 1 e decrescente se 0 < < 1,

devemos considerar dois casos:

1º Caso:

Quando a base é maior que 1, a relação de desigualdade entre os

logaritmos é de mesmo sentido que os dois logaritmos. Não se

esquecendo que para existirem os logaritmos em IR, os

logaritmandos deveram ser positivos.


`a: ] >
acdãf: Z[\ ] ^( ) > Z[\ ] _( ) ⟺ ^( ) > _( ) > $

2º Caso:

Quando a base é positiva e menos que 1, a relação de desigualdade

existente entre os logaritmos é de sentido contrário a dos

logaritmos. Também, não nos podemos esquecer que os

logaritmandos deverão ser positivos para que os logaritmos sejam

reais.
`a: $ < ] <
acdãf: Z[\ ] ^( ) > Z[\ ] _( ) ⟺ $ < ^( ) < _( )

120
Agrupando os dois casos nem só esquema teremos:
o( ) > n( ) > 0 ./ > 1
log U o( ) > logU n( ) ⟺ p 4q
0 < o( ) < n( ) ./ 0 < < 1

1 7
.: Z[\ ( − ) < Z[\ + ⟺ 0 < 2 − 12 < 6 ⟺ < <
2 2
1 7
h45.: H ∈ @A: < I
2 2

.: Z[\ ( − ) > Z[\ g ⟺ 0 < (


−4 <5
> >
(
− 4 > 0 ⟺ < 0 4q > 4
p /
(
− 4 < 5 ⟺ −1 < < 5
h45.: 6 ∈ @A: − 1 < < 5 4q 4 < < 58

.: log ( (
− 2 − 6) ≥ log 2 ⟺ (
−2 −6≥2 ⟺ ≤ −2 4q ≥4
h45.: 6 ∈ @A: ≤ −2 4q ≥ 48

2º Tipo: Z[\ ] ^( ) ≷ j

É a inequação logarítmica que é redutível a uma desigualdade

entre um logaritmo e um número real. Para resolvermos uma

inequação deste tipo, basta notarmos que o número real k pode ser

assim expresso:
= log U = log U
Dai, são equivalentes as inequações:

log U o( ) > ⟺ log U o( ) > logU


/
log U o( ) < ⟺ logU o( ) < log U
Assim:

121
^( ) > ]j `a ] >
Z[\ ] ^( ) > j ⟺ s
$ < ^( ) < ]j `a $ < ] <

$ < ^( ) < ]j `a ] >


Z[\ ] ^( ) < j ⟺ s
^( ) > ]j `a $ < ] <

2 7
.: Z[\ > (> + ) < ⟺ 0 < 3 + 2 < 3( ⟺ − < <
3 3
2 7
h45.: H ∈ @A: − < < I
3 3

1
.: Z[\ ( −> )>− ⟺0<2 (
−3 <# %
2

3
w2 (
−3 >0 ⟺ < 0 4q >
u 2
/
v 1
u 2 −3 <2 ⟺ − <
(
<2
t 2
3
h45.: H ∈ @A: < < 2I
2

1 (
.: Z[\ ( − P + g) ≤ − ⟺2 (
−7 +5≥# % ⟺2 (
−7 +5≥9
> 3
1
≤− 4q ≥4
2
1
h45.: H ∈ @A: ≤− 4q ≥ 4I
2

3º Tipo: Incógnita auxiliar

São as inequações que resolvemos fazendo inicialmente uma

mudança de incógnita.

.: Z[\ − > Z[\ > + > $ ⟺ ./0 : log = 1 ⟺ 1 ( − 31 + 2 > 0


>
1 ( − 31 + 2 > 0 ⟺ 1 < 1 4q 1 > 2

122
log <1⟺0< < 3 4q log >2⟺ > 3( ⟺ >9
h45.: 6 ∈ @A: 0 < < 3 4q > 98

4.5.1 Resolução de problemas concretos aplicando logaritmos.

Os logaritmos possuem várias aplicações na Matemática e em

diversas áreas do conhecimento, como Física, Biologia, Química,

Medicina, Geografia entre outras. Iremos através de exemplos

demonstrar a utilização das técnicas de logaritmos na busca de

resultados para as variadas situações em questão.

Ex.: Matemática Financeira

Uma pessoa aplicou a importância de R$ 500,00 numa instituição

bancária que paga juros mensais de 3,5%, no regime de juros

compostos. Quanto tempo após a aplicação o montante será de R$ 3

500,00?

Resolução:
Fórmula para o cálculo dos juros compostos: x = y(1 + z){

Dados Resolução
x(<4=1 =1/) = 3500 x = y(1 + z){ Usando troca de
y (T |z1 5 ) = 500 3500 = 500(1 + 0.035 ){
z (1 ) = 3,5% = 0.035 (1,035 ){ =7
bases

1(1/<|4 ) =? 1 log 1,035 = log 7


Usando tabela

0,8451
logarítmica
1=
0,0149
1 = 56,7
R.: O montante de R$ 3 500,00 será originado após 56 meses de

aplicação.

123
Ex.: Geografia

Em uma determinada cidade, a taxa de crescimento populacional

é de 3% ao ano, aproximadamente. Em quantos anos a população

desta cidade irá dobrar, se a taxa de crescimento continuar a

mesma?

Dados Resolução
• = 2 ∗ •0
•0 ∗ (1,03) = 2 Propriedades
∗ •0
População do ano-base = P0

(1,03) = 2
População após um ano = P0 * Uso de

log(1,03) = log 2
(1,03) = P1 tabelas

0,3010
=
População após dois anos = P0 *

(1,03)2= P2 0,0128
= 23,5
População após x anos = P0 *

(1,03)x = Px

A população dobrará em aproximadamente 23,5 anos.

Ex.: Química

Determine o tempo que leva para que 1000 g de certa substância

radioativa, que se desintegra a taxa de 2% ao ano, se reduza a 200

g. Utilize a seguinte expressão:

Q = Q0 * e–rt, em que:

Q - é a massa da substância,

r - é a taxa

t - é o tempo em anos.

124
Resolução:
€ = €4 ∗ / •{

200 = 1000/ !,!({

1
/ !,!({
=
5
1
5= = −0,021
5
5=5 = 0,021
5=5
1=
0,02
1,6094
1=
0,02
1 = 80,47
R.: A substância levará 80,47 anos para se reduzir a 200 g.

125
Exercícios

Equação Exponencial:

1. Determine o conjunto solução das seguintes equações

exponenciais:

a) 2 =8
b) 25 (
=1
(
c) ‚'ƒ = 16

d) 5 =
„(

e) …√5† = 125

f) 32 = √2

g) 3 + 3 = 36
h) 7 − 49 ∗ 7 (
= 42
i) 2( − 6 ∗ 2 + 8 = 0
j) 9 + 3 ∗ 3 = 12

Inequação Exponencial:

1. Resolve as inequações:

a) 2 > 3
(
b) 2 ≤‚ ƒ

c) 2 + 2 +2 (
>3 −3
d) 2 + 2 −2 <5 (
−5
e) 2 ∗ 5( >6
f) 3( ∗2 '
>5
g) 4 − 2 (
+3<0
h) 2 ∗ 9 + 3 (
+4>0
i) 25 + 5 +4≤0

j) 4 −2 −3≤0
ˆ
&

126
Equação logarítmica:

1. Resolva as seguintes equações logarítmicas:

a) log' (3 + 2) = log ' (2 + 5)


b) logˆ ( (
− 4 − 17) = logˆ (2 (
− 5 + 3)
‡ ‡

c) log√((3 (
+ 7 + 3) = 0
d) log ( − 1)( = 2
e) logˆ Dlog (log ' )B = 0
&

f) log D1 + 2 log ( (3 − log ' ( )B


=1
g) ‰Š‹Œ ( )
=7
2
h) log − 2 log' − 3 = 0
4
2
i) 2 log + 2 = 5 log '
4
+ =1
(
‰Š‹ ‰Š‹
j)

−( =2
‰Š‹ ‰Š‹
( ‰Š‹ ‰Š‹
k)

Inequações logaritmicas:

1. Resolva as seguintes inequações logaritmicas:

a) Log (5 − 2) < log 4


b) logˆ (3 − 1) ≥ log ˆ (2 + 3)
& &

c) log ( (
− ) > log !,(

d) logˆ ‚ (
− − ƒ > 2 − log ( 5
& '

e) log( (3 + 5) > 3
f) log!, ( (
− 4 + 1 ≥ 0)
g) 2 < log ( (3 + 1) < 4
h) 0 < log ( (
− 4 + 3) < 1
2
i) 3 log − 3 log ˆ − 4 > 0
( &

j) ‰Š‹&
− ‰Š‹ <1
&

k) log( − 6 log 2 + 1 > 0

127
Capitulo
Trigonometria
5

5.1 Arcos da Circunferência

Dados dois pontos distintos A e B sobre uma circunferência, esta

fica dividida em duas partes. Cada uma dessas partes, que incluem

A e B, é denominada arco de circunferência .

Em particular, se os pontos A e B coincidem, eles determinam dois

arcos: um deles é um ponto (denominado arco nulo) e o outro é a

circunferência (denominado arco de uma volta).

5.1.2 Medidas de Arcos

Se queremos comparar os tamanhos de dois arcos somos

naturalmente levados a estabelecer um método que permite saber

qual deles é o maior ou se são iguais. Este problema é resolvido

estabelecendo-se um método para medir arcos.

128
Medida de um arco em relação a um arco unitário ( não nulo

e de mesmo raio que ) é o número real que exprime quantas vezes

o arco u cabe no arco . Olhando para a figura abaixo nota-se que

o arco u cabe 6 vezes no arco , então a medida do arco é 6, isto

é, arco 6∗ .

5.1.3 Grau

Definimos como 1 grau, que denotamos por 1º, o arco equivalente a

1/360 da circunferência, isto é, em uma circunferência cabem 360º.

Ex.:

O grau comporta ainda os submúltiplos, minuto (´) e segundo (”), de

forma que:

1º =60’ e 1’=60".

129
5.1.4 Grado

É a medida de um arco igual a 1/400 do arco completo da

circunferência na qual estamos medindo o arco.

5.1.5 Radiano

Definimos 1 radiano como o arco cujo comprimento é igual ao raio

da circunferência onde tal arco foi determinado.

5.1.6 Comprimento de um arco

Sabemos que a medida de um arco em radianos é o número que

indica quantas vezes um arco, de comprimento igual ao raio, cabe

no arco medido, isto é:

Em uma circunferência de raio 1, temos que o comprimento é

2 . Em outras palavras, uma volta completa (360°) sobre a

circunferência de raio 1 equivale ao arco de 2π rad.

130
Por tanto, meia volta equivale:

Ex.: Transforme 150° em radianos.


Usar regra de três simples

180 ∗ ! " 150 ∗ "

150 ∗
!
180 Usar as regras de multiplicação

5
! "
e divisão

" em graus.
$%
&
Ex.: Transforme

'
Usar regra de três simples

(

2
180 ∗ " !∗ "
3

120
! Simplificar as variáveis iguais.

! 120

131
5.1.7 Ângulos

O ângulo ao centro α é definido pelas duas semi-rectas da figura 1.

Este é o ângulo mais pequeno definido pelas duas semi-rectas, o

outro ângulo definido pelas semi-rectas é o ângulo β, que é de

abertura visivelmente maior que o ângulo α. Por definição, uma

volta completa no plano define o ângulo de 360º, isto é, * + , 360 .

O ângulo α aumenta se a abertura aumentar no sentido indicado

pela seta. Em trigonometria, especialmente quando se usam funções

trigonométricas, é costume usar outra unidade para os ângulos em

vez da indicada: é o radiano. É definido de tal forma que um ângulo

de π radianos é igual a 180º, isto é: "- . / 180 . Em que π é o

número irracional π=3,1415927..., definido pelo quociente entre o

perímetro de uma circunferência e o seu diâmetro.

5.1.7.1 Classificação de ângulos

Ângulos Representatividade

Ângulo Nulo: * 0

Ângulo Agudo: 0 < * < 90

132
Angulo Recto: * 90

Angulo Obtuso: 90 < * < 180

Angulo Raso: * 180

Angulo Giro: * 360

5.2 Triângulos

São figuras geométricas definidas numa superfície plana,

constituídas por três segmentos de recta cujas extremidades se

unem. Sejam então três segmentos de recta, de comprimentos x, y e

z. Quando unidas as extremidades, definem ângulos internos α, β e

γ. Seja α o ângulo mais pequeno definido pelos segmentos de

comprimentos x e y.

Ex.:

5.2.1 Propriedades dos triângulos

Propriedade 1: Todos os triângulos, quaisquer que sejam, que a soma

dos ângulos internos seja 180º, isto é, α + β + γ = 180º. Isto verifica-se

sempre para todos os triângulos constituídos sobre uma superfície

plana.

133
Propriedade 2: A soma do comprimento de dois lados quaisquer é

sempre maior que o comprimento do terceiro lado.

5.2.2 Semelhança de triângulos

Dois triângulos dizem-se semelhantes quando são homotéticos, isto

é, quando existe uma homotetia entre os dois triângulos – os lados

dos triângulos são proporcionais entre si. Das seguintes relações de

semelhança, conclui-se que os dois triângulos a considerar são

homotéticos:

• Três lados proporcionais [LLL], ou três ângulos iguais entre si


[AAA];
Este caso é trivial, e resulta da definição de homotetia que foi agora

apresentada. O efeito produzido por [LLL] ou por [AAA] é o mesmo,

e equivalem-se entre si: dois triângulos com ângulos iguais entre si

têm lados correspondentes com comprimento de igual proporção, e

vice-versa.

• Dois lados proporcionais e um ângulo igual [LLA];


Aqui, dois lados dos triângulos são proporcionais, e um dos ângulos

de um triângulo tem igual abertura ao do ângulo correspondente

no outro triângulo: α = α’ e x’/x = y’/y. Consequências: z’/z obedece

à mesma proporção entre os comprimentos dos lados, e os ângulos

correspondentes nos dois triângulos são iguais entre si.

134
• Dois ângulos iguais e um lado proporcional [LAA];
Dois ângulos quaisquer são iguais. Tem-se α = α’, β = β’, e um valor

para x’/x. Então resulta que o terceiro ângulo é igual para os dois

triângulos, e que os lados são proporcionais.

5.2.3 Classificação de triângulos

1. Quanto aos ângulos internos

a) Triângulo acutângulo

Todos os ângulos internos são agudos, isto é, têm um valor inferior

a 90º (mas nunca igual).

b) Triângulo rectângulo

Um dos ângulos internos é recto; portanto temos α = 90º. Os

restantes ângulos internos são necessariamente agudos, pois a sua

soma tem de ser igual a 90º, visto a soma dos ângulos internos de

um triângulo ter de ser 180º. Logo, esses dois ângulos são

complementares.

c) Triângulo obtusângulo

Um dos ângulos internos é obtuso, isto é, tem entre 90º e 180º; é o

caso do ângulo 90º < α <180º. A soma dos restantes ângulos internos

é inferior a 90º, visto ser condição obrigatória que a soma dos três

ângulos 180º. Claro, os restantes ângulos internos são agudos, pois

não ultrapassam 90º: a sua soma é até inferior a 90º.

135
2. Quanto ao número de lados/ângulos iguais

a) Triângulo equilátero

Todos os lados são iguais. Todos os ângulos internos são iguais: α = β

= γ. Como a soma dos ângulos internos é sempre 180º, forçosamente

α = β = γ = 60º. É um triângulo agudo, pois todos os ângulos são

menores que 90º. Como o nome indica, é “equilátero” – todos os lados

medem o mesmo: x = y = z.

b) Triângulo isósceles

Temos dois lados iguais (y e z, por exemplo), e dois ângulos iguais.

Caso y = z, temos α = β ≠ γ ; ou seja, são iguais os ângulos não comuns

aos lados iguais (α e β não são comuns aos lados x e y, que são iguais).

c) Triângulo escaleno

Todos os lados e ângulos respectivos são diferentes.

5.2.4 Relações Trigonométricas de Triângulo Rectângulo

Em trigonometria, os lados dos triângulos rectângulos assumem

nomes particulares, apresentados na figura a baixo. O lado mais

comprido, oposto ao ângulo recto θ, chama-se hipotenusa; os lados

restantes, ligados ao ângulo recto, chamam-se catetos.

136
5.2.5 Teorema de Pitágoras

O geómetra grego Pitágoras (570 – 501 a.C.) formulou o seguinte

teorema, que tem hoje o seu nome, e que relaciona a medida dos

diferentes lados de um triângulo rectângulo:

``A soma do quadrado dos catetos é igual ao quadrado da

hipotenusa´´.

Ou seja, se x e y forem o comprimento dos dois catetos e h o

comprimento da hipotenusa, ter-se-á: x² + y² = h².

5.2.6 Razões Trigonométricas

a) Seno de α, é o quociente do comprimento do cateto oposto ao

ângulo α pelo comprimento da hipotenusa do triângulo, ou

seja:
2 2 3 /2 5
/ .*
ℎ-3 2 . / ℎ

b) Coseno de α, é o quociente do comprimento do cateto adjacente

ao ângulo α pelo comprimento da hipotenusa do triângulo, ou

seja:
2 2 "6 // .2 !
/*
ℎ-3 2 . / ℎ

c) Tangente de α, é o quociente dos comprimentos do cateto

oposto pelo cateto adjacente, ou seja:


2 2 3 /2 5
27*
2 2 "6 // .2 !

137
d) Co-tangente de α, é definida como o recíproco da tangente de

α:
2 2 "6 // .2 !
27*
2 2 3 /2 5

Nota: Pelas definições em c) e d), e segundo as definições em a) e b),

podemos ver ainda que:


/ .* 5 ⁄ℎ 5 /* ! ⁄ℎ !
27* 27*
/* ! ⁄ℎ ! / .* 5⁄ℎ 5

e) Secante e co-secante de α, definem-se ainda as funções secante

de α e co-secante de α como, respectivamente:


1 ℎ 1 ℎ
/ * / *
/* ! / .* 5

Ex.: determine as razões trigonométricas do ângulo α num

triângulo rectângulo como mostra a seguinte figura.

Usando as relações trigonométricas teremos:


3 4
/ .* ⟺ / .* 0.6 /* ⟺ /* 0.8
5 5

3 4
27* ⟺ 27* 0.75 27* ⟺ 27* 1.3
4 3

5 5
/ * ⟺/ * 1.67 / * ⟺ / * 1.25
3 4

138
5.2.7 Razões Trigonométricas de Ângulos Complementares

Como:
<
/ .* / .,

<
/* /,

<
27* 27,
<

<
27* 27,
<

Olhando para as relações trigonométricas torna-se fácil concluir

que: / .* /,; /* / .,; 27* 27, 27* 27,

Tendo em consideração de que dois ângulos são complementares

quando a soma de suas medidas é 90º, e olhando para a propriedade

1 dos triângulos de que α + β + γ = 180º e como γ = 900, logo: α + β =

90º.

Se, α + β = 90º (ângulos complementares). Logo: β= 90º- α e α = 90º -

β são ângulos agudos.

Assim chegamos as seguintes conclusões:

139
/ .* />90 − *@
/* / .>90 − *@
27* 27>90 − *@
27* 27>90 − *@

Em outros termos diremos de que: O seno de um ângulo é igual ao

cosseno de seu complemento, o cosseno de um ângulo é igual ao seno

do seu complemento.

Ex.: Quais são os complementos dos seguintes ângulos:

ABC( />90 − 30 @ DEAF

DEAG / .>90 − 45 @ ABCG

HI 27>90 − 50 @ DHIG

DHIJ 27>90 − 75 @ HI

5.2.8 Relação Fundamental De Trigonometria

140
Do triângulo acima se usarmos o teorema de Pitágoras
> $
+ <$ $@
, podemos chegar a formula fundamental da

trigonometria:

$ < $ $ $ < $
$
+ <$ $
⟺ K L + M N K L ⟺K L +M N 1

Como:
<
/ .* /*

Logo:
ABC' O + DEA' O

N.B.: existem muitas formas de chegar a esta relação.

/*
&
Ex.: Determine o / .* sabendo que
P
.


Q : / .$ * + / $* 1
Logo:

3 $ 9 16
/ . *+M N $
1 ⟺ / .$ * 1− ⟺ / .$ *
5 25 25

16 G
/ .* S ⟺ ABCO
25

141
5.2.9 Ângulos Notáveis

O ( G F T
ABCO 1 √2 √3
2
0 1
2 2
DEAO √3 √2 1
2
1 0
2 2
HIO 0 √3 1 √3 ∞
3
DHIO ∞ √3 1 √3 0
3

5.3 Círculo Trigonométrico

Define-se como ciclo trigonométrico a toda circunferência

orientada, de raio unitário e centro no sistema de coordenadas

cartesianas. Por convenção, o ponto A (1,0) é a origem da

orientação, o sentido positivo é o sentido anti-horário e negativo no

sentido horário.

O ciclo trigonométrico é dividido em quadrantes determinados

pelos eixos cartesianos:

1º Quadrante – contém a extremidade dos arcos entre

0 90 0 $ ".
%

2º Quadrante – contém a extremidade dos arcos entre

90 180 ".
%
$

142
3º Quadrante – contém a extremidade dos arcos entre

180 270 ".


&%
$

4º Quadrante – contém a extremidade dos arcos entre

270 360 2 ".


&%
$

A origem dos arcos no ciclo trigonométrico é o ponto A, que

corresponde a 0. Caminhando no sentido anti-horário, encontramos

".
%
$
os arcos positivos, por exemplo o arco

Para localizar os arcos negativos, caminhamos, a partir de A, no

sentido horário. Observe a localização do arco de, − ".


%
$

5.3.1 Arcos côngruos

Na figura, temos o arco que tem origem em A e extremidade em B

".
%
W
correspondente a

143
Podemos dar uma volta completa no ciclo, parando novamente em

B.

%
W
Como a partir de rad demos uma volta completa no ciclo (360° ou

2π rad), então o valor desse arco será:


+8 9
+2 "
4 4 4

Se forem duas voltas completas:

+ 16 17
+2∗2 "
4 4 4

Nb.: Os ângulos assim, obtidos são denominados de ângulos

côngruos.

Concluindo, podemos dar quantas voltas quisermos sobre a

circunferência, obtendo arcos com extremidades em B. Podemos

expressar os arcos com extremidades em * rad da seguinte

maneira:
O + X ∗ ' ,X ∈ ℤ

144
"
%
\
Ex.: Obtenha a expressão geral dos arcos com extremidades em

numa volta completa.

Como:
! * +] ∗2 ,] ∈ ℤ
Logo:

! + 2 ,] ∈ ℤ
6
5.3.2 Variação do sinal de seno

Ao arco está associado o ângulo α; sendo o triângulo OBC

retângulo, podemos determinar o seno de α:

^^^^
/ .* ⟹ / .* ^^^^
1

Observe que ^^^^ ^^^^^, portanto podemos substituir ^^^^ por ^^^^^
`a `a,

obtendo assim:

ABCO ^^^^.
bc

De maneira geral, se quisermos determinar o seno de um arco,

basta projetar sua extremidade sobre o eixo Oy, que chamaremos

de eixo dos senos.

145
Como o ciclo trigonométrico tem raio 1, para qualquer arco α, temos

que:
− ≤ ABCO ≤

5.3.3 Sinais

O eixo dos senos possui a mesma orientação que o eixo Oy; acima do

zero, o sinal é positivo e, abaixo do zero, o sinal é negativo. Temos

então:

Arcos com extremidades no


primeiro ou segundo
quadrantes têm seno positivo.

Arcos com extremidades no


terceiro ou quarto quadrantes
têm seno negativo.

5.3.4.1 Cosseno

O ângulo α está associado ao arco . No triângulo retângulo OMB,

calculamos o cosseno de α:

146
^^^^^
`a
/* ⟹ /* ^^^^^
`a
1

Portanto, para determinar o cosseno de um arco, basta projetar sua

extremidade sobre o eixo x, que chamaremos de eixo dos cossenos.

Observe as figuras:

Como o raio do ciclo trigonométrico é 1, para qualquer arco α, temos:

− ≤ DEAO ≤
Sinais

Os arcos que têm extremidades


no primeiro ou quarto
quadrantes possuem cosseno
positivo.

147
Os arcos que têm extremidades
no segundo ou terceiro
quadrantes possuem cosseno
negativo.

5.3.4.2 Tangente

Na figura a baixo, traçamos, no ciclo trigonométrico, uma reta

paralela ao eixo dos senos, tangente ao ciclo no ponto A.

No triângulo retângulo OAT, temos:


^^^^
e
27*
^^^^
`

^^^^
Como o raio é igual a 1, então ` 1, logo:

HIO ^^^^
fg

Essa reta é chamada de eixo das tangentes. Observe que a tangente

de α é obtida prolongando-se o raio OP até interceptar o eixo das

tangentes.

148
5.3.4.3 Sinais

Pela observação das figuras a seguir, podemos concluir que:

No primeiro e terceiro
quadrantes, a tangente é
positiva

No segundo e quarto
quadrantes, a tangente é
negativa

Pode-se concluir para o cotangente pois este como sendo o inverso

da tangente fazendo apenas uma aplicação directa de quocientes

de sinais ela nos dá os sinais. Resumidamente poder-se-á apresentar

um quadro resumo dos sinais, como mostra o quadro a baixo.

ABCO
Iº Q IIº Q IIIº Q IVº Q

DEAO
+ + - -

HIO
+ - - +

DEHIO
+ - + -
+ - + -

5.4 Redução ao primeiro quadrante

O círculo trigonométrico é usualmente dividido segundo regiões

denominadas quadrantes. Existem certos ângulos para os quais as

149
funções trigonométricas tomam valores fáceis de determinar, e que

convém ter sempre presente. No entanto, alguns desses ângulos

podem cair noutros quadrantes que não o 1º, e nesse caso convém

reduzi-los ao 1º quadrante, até porque as tabelas trigonométricas

apresentam ângulos que dizem respeito a esse quadrante.

5.4.1 Redução do 2º quadrante ao 1º quadrante K ' < O < L

/ .* / .> − * @
/* − /> − *@
27* −27> − *@
27* − 27> − *@

Ex.: Reduz ao 1º quadrante / .135 /120 .


ABC ( / .>180 − 135 @ DEA ' − />180 − 120 @

/ .135 / .>45 @ /120 − />60 @

√' 120 −
/ .135 '
'

5.4.2 Redução do 3º quadrante ao 1º quadrante K < O < L


(
'

/ .* −/ .>* − @
/* − />* − @
27* 27>* − @
27* 27>* − @

Ex.: Reduz ao 1º quadrante / .210 27225 .

ABC' −/ .>210 − 180 @ HI'' 27>225 − 180 @

/ .210 −/ .>30 @ 27225 27>45 @

/ .210 − √'
' 27225
'

150
5.4.3 Redução do 4º quadrante ao 1º quadrante K ' < O < ' L
(

/ .* −/ .>2 − * @
/* />2 − *@
27* −27>2 − *@
27* − 27>2 − *@

Ex.: Reduz ao 1º quadrante /300 27310 .

DEA( />360 − 300 @ DEHI( − 27>360 − 315 @

/300 />60 @ 27315 − 27>45 @

/300 √'
' 27315 −
'

5.5 Ângulos superiores a 360º

De maneira geral, quando um arco é maior que 360º, podemos

proceder da seguinte maneira para encontrar a medida do seu

ângulo correspondente entre 0º e 360º:

* 360
.

Onde, O é o ângulo dado, o C é o número de voltas e o é o angulo

procurado.

Ex.: Determine o menor arco não-negativo côngruo a 1.000°.

1000 360
−720 2
'

151
Em 1000º, deu 2 voltas e 280º corresponde ao 3º quadrante que é o

angulo procurado.

Ex.: determine / .
$h%
\
.

29 ∗ 180 5220
/ .i j / .i j
6 6 870 360
−720 2
/ .>870 @ ⟹ / .>150 @

/ .150 / .>180 − 150 @

/ .150 / .>30 @

1
/ .150
2

5.6 Funções trigonométricas como funções reais de variável real

5.6.1 Periodicidade

Uma função f é periódica se existir um número real 3 > 0 tal que

l >! + 3 @ l>! @, ∀! ∈ l. Neste caso, o menor valor de p que satisfaz

tal condição é chamado período de f.

O gráfico de uma função periódica é caracterizado por ter seu

“desenho” se repetindo. Assim, para desenharmos a curva toda,

basta desenharmos a parte correspondente a um período e copiar à

direita e à esquerda infinitas cópias da parte desenhada.

152
Em caso geral, o seno e cosseno têm período igual a 2 e tangente

período igual a .

Generalizando:
5 / .>]! @
'
Xg ' ⟹g
5 / >]! @ X

5 27>]! @ Xg ⟹g
X

Ex.: Determine o período de cada função.

a) 5 3/ .>2!@ e ⟹e
$%
$

b) 5 /K3!n5L e ⟹e
$% o %
&n &
P

c) 5 27p!n2q e ⟹e 2
%
on
$

153
5.6.2 Gráfico da função seno: r> @ ABC> @

ABC
0 0
1
2
0
3 −1
2
2 0

Estudo completo:

1. Domínio: IR

2. Contradomínio: s−1; 1t

3. Paridade: Impar

4. Período: 2

5. Sinal

Positiva Negativa

Quadrantes 1ºQ e 2ºQ 3ºQ e 4ºQ

6. Zeros da função: ! ] , ] ∈ ℤ; ! u0, , 2 v

7. Máximo da função: 1, w ." ! + 2] , ] ∈ ℤ


%
$

8. Mínimo da função: −1, w ." ! + 2] , ] ∈ ℤ


&%
$

154
9. Monotonia:

Crescente Iº Q e IVº Q
Decrescente IIº Q e IIIº Q

5.6.2.1 Gráfico da função cosseno: r> @ DEA> @

DEA
0 1
0
2
−1
3 0
2
2 1

Estudo completo:

1. Domínio: IR

2. Contradomínio: s−1; 1t

3. Paridade: Par

4. Período: 2

5. Sinal:

Positiva Negativa
Quadrantes 1ºQ e 4ºQ 2ºQ e 3ºQ

6. Zeros da função: ! ] , ] ∈ ℤ; ! x , y
% &%
$ $

155
7. Máximo da função: 1, w ." ! 2] , ] ∈ ℤ

8. Mínimo da função: −1, w ." ! + 2] , ] ∈ ℤ

9. Monotonia:

Crescente IIIº Q e IVº Q


Decrescente Iº Q e IIº Q

5.6.2.2 Gráfico da função tangente: r> @ HI> @

HI
0 0

2
0
3 ∄
2
2 0

Estudo completo:

1. Domínio: ℝ\ x!: ! ≠ $ + ] , ] ∈ ℤy
%

2. Contradomínio: ℝ

3. Paridade: Impar

4. Período:

156
Positiva Negativa
5. Sinal:
Quadrantes 1ºQ e 3ºQ 2ºQ e 4ºQ

6. Zeros da função: ! ] , ] ∈ ℤ; ! u0, , 2 v

7. Máximo e Mínimo da função: ∄

8. Monotonia: Crescente em todo o domínio.

5.6.2.3 Gráfico da função cotangente: r> @ DEHI> @

DEHI
0 ∄
0
2

3 0
2
2 ∄

Estudo completo:

1. Domínio: ℝ\u!: ! ≠ ] , ] ∈ ℤv

2. Contradomínio: ℝ

3. Paridade: Impar

4. Período:

Positiva Negativa
5. Sinal:
Quadrantes 1ºQ e 3ºQ 2ºQ e 4ºQ

6. Zeros da função: ! ] , ] ∈ ℤ; ! x , y
% &%
$ $

7. Máximo e Mínimo da função: ∄

8. Monotonia: Decrescente em todo o domínio.

157
5.6.2.4 Gráficos de funções do tipo: r> @ ± ± •ABC>X + C@

Para demostrar este tipo de gráfico torna-se necessário começar

com exemplos mais simples de modo a perceber as translações nas

verticais assim como nas horizontais e ainda as elasticidades.

É de notar que:

± : Indica a movimentação do gráfico para cima ou para baixo em

±a unidades;
± E •: Indica a concavidade;

•: Indica influência na amplitude em b unidades;

X: Influência o período, quanto maior o k mais o gráfico fica

encolhido, isto é, menor período e quanto menor o k maior o seu

período;

C: Movimenta o gráfico na horizontal sem destorce-lo.

Ex.: € ABC>( @

ABC(
0 0
1
6
0
3
−1
2
2 0
3

1. Domínio: ℝ

2. Contradomínio: s−1; 1t
$%
&
3. Período:

4. Zeros da função: ! x0, & , y


% $%
&

158
Ex.: € (ABC

(ABC
0 0
3
2
0
3 −3
2
2 0

1. Domínio: ℝ

2. Contradomínio: s−3; 3t

3. Período: 2

4. Zeros da função: ! u0, , 2 v

Ex.: € ABC +

ABC +
0 1
2
2
1
3 0
2
2 1

1. Domínio: ℝ

2. Contradomínio: s0; 2t

3. Período: 2

4. Zeros da função: ! x$y


&%

159
Ex.: € + 'ABC K L
'
+ 'ABC K L
'
0 1
3
2 1
3 −1
4 1

1. Domínio: ℝ

2. Contradomínio: s−1; 3t

3. Período: 4

Ex.: € −' + DEA

−' + DEA
0 0
−2
2
−4
3 −2
2
2 0

1. Domínio: ℝ

2. Contradomínio: s−4; 0t

3. Período: 2

4. Zeros da função: ! u0, 2 v

160
5.7 Fórmulas trigonométricas

5.7.1 Fórmula da soma de ângulos

/ . >* + , @ / . >* @ />, @ + / .>, @ />* @

/>* + , @ / >* @ />, @ − / .>*@/ .>, @

27>*@ + 27>, @
27>* + , @
1 − 27>*@ ∗ 27>, @

5.7.1.1 Fórmula da diferença de ângulos

/ . >* − , @ / . >* @ />, @ − / .>, @ />* @

/>* − , @ / >* @ />, @ + / .>*@/ .>, @

27>*@ − 27>, @
27>* − , @
1 + 27>*@ ∗ 27>, @

Ex.: calcule / .>75 @, />15 @ 27>105 @, usando as formulas de adição

e da diferença.

Q : J G +(
• 7 : / .>75 @ / .>45 + 30 @

/ .>45 + 30 @ / .>45 @ />30 @ + / .>30 @ />45 @

√2 √3 1 √2 √6 √2 √6 + √2
/ .>45 + 30 @ ∗ + ∗ ⟹ +
2 2 2 2 4 4 4

161
Q : G −(
• 7 : />15 @ />45 − 30 @

/ .>45 − 30 @ />45 @ / >30 @ + / .>45 @ / .>30 @

√2 √3 1 √2 √6 √2 √6 + √2
/ .>45 + 30 @ ∗ + ∗ ⟹ +
2 2 2 2 4 4 4

Q : G +F
• 7 : 27>105 @ 27>45 + 60 @

27>45 @ + 27>60 @
27>45 + 60 @
1 − 27>45 @27 >60 @

1 + √3 1 + √3 1 + √3 1 + 2√ 3 + 3
27>45 + 60 @ ⟹ ∗ ⟹ −2 − √3
1 − 1 ∗ √3 1 − √3 1 + √3 1−3

5.7.1.2 Fórmula de duplicação de ângulos

/ .>2*@ 2/ .>*@ />*@

/>2*@ / $ >* @ − / . $ >* @

]
‚ 6 : * ≠ + ] * ≠ + ,] ∈ ℤ
2 4 2

2 ∗ 27>*@
27>2*@
1 − 27$ >*@

/ >* @ />2*@
√o$
o$
Ex.: dado calcule

162
Q : / .$ >*@ + / $ >* @ 1

ƒ 7 : / .$ >*@ 1− / $ >*@

$
√12 12 132
/ . *@
$>
1− / *@ ⟺ 1 − i
$>
j ⟺1− ⟺ / .$ >*@
12 144 144

12 132 120 5
/>2*@ / $ >* @ − / . $ >* @ ⟹ − ⟹− ⟹−
144 144 144 6

5.7.1.3 Fórmula de Bissecção de ângulos

* 1− />* @
/ .K L S
2 2

* 1+ / >* @
/K L S
2 2

* 1− />*@
27 K L S
2 1+ />* @

Ex.: calcule / .>22 30´@

45
Q : 22 30´
2
√2
45 1 − />45 @ 45 1− 2
$ >22
ƒ 7 : / . 30´@ / . i $
j⟹ ⟹ / .$ i j
2 2 2 2

163
45 2 − √2 …2 − √2
/ .$ i j ⟹
2 4 2

5.7.1.4 Fórmula de transformação de adição em produto

Soma:
*+, *−,
/ . >* @ + / . >, @ 2/ . M N∗ /M N
2 2

*+, *−,
/>*@ + />,@ 2 /M N∗ /M N
2 2

/ .>* + , @
27>*@ + 27>,@
/* ∗ /,

Diferença:
*−, *+,
/ .>*@ − / .>,@ 2/ . M N∗ /M N
2 2

*+, *−,
/>*@ − />, @ −2/ . M N∗/ .M N
2 2

/ .>* − ,@
27>*@ − 27>, @
/* ∗ /,

Ex.: ABC>( @ − ABC> @

3! − ! 3! + !
/ .>3! @ − / .>!@ 2/ . M N∗ /M N ⟹ 2/ .>! @ />2! @
2 2

2/ .>! @p1 − 2/ .$ >!@q ⟹ 2/ .>! @ − 4/ .& >! @

164
Ex.: ABC>JO@ + ABC> O@ − ABC>(O@ − ABC>O@

/ .>7*@ + / .>5*@ − / .>3*@ − / .>*@

p/ .>7*@ + / .>5*@q − p/ .>3* @ + / .>*@q

7* + 5* 7* − 5* 3* + * 3* − *
2/ . M N /M N − 2/ . M N /M N
2 2 2 2

2/ .>6*@ />* @ − 2/ .>2*@ />*@

2 />*@p/ .>6*@ − / .>2* @q

6* − 2* 6* + 2*
2 />*@ i/ . M N−/ .M Nj
2 2

2 />*@s2/ .>2*@ />4! @t

4 />*@2/ .>2*@ />4! @

5.8 Resolução de triângulos quaisquer

165
5.8.1 Teorema dos senos
Num triângulo qualquer, as medidas dos lados são proporcionais às

medidas dos senos dos ângulos opostos a ele.

/ .> @ / . >< @ / .> @

5.8.2 Teorema dos cossenos


Num triângulo qualquer, o quadrado da medida de um lado é igual

à soma dos quadrados das medidas dos outros dois, menos o duplo

produto entre as medidas desses dois lados e o cosseno do ângulo por

eles formados.

$
<$ + $
− 2< /> @

Ex.: A figura mostra o trecho de um rio onde se deseja construir

uma ponte AB. De um ponto P, a 100m de B, mediu-se o ângulo APB

= 45º e do ponto A, mediu-se o ângulo PAB = 30º. Calcular o

comprimento da ponte.

166
Usando a lei dos senos temos:

/ .> @ / .><@

100 ∗ / .>45 @ 50√2


⟹! ⟹ ! ⟹! 100√2
ABC>G @ ABC>( @ / . >30 @ 1n
2

Ex.: Dois lados de um triângulo medem 6m e 10m e formam entre

si um ângulo de 120º. Determinar a medida do terceiro lado.

Representando geometricamente a situação, temos:

Usando a lei dos cossenos, teremos:

$
<$ + $
− 2< /> @

1
!$ 10$ + 6$ − 2 ∗ 6 ∗ 10 />120 @ ⟹ ! $ 136 − 120 M− N ⟹ ! $ 136 + 60
2

!$ 196 ⟹ ! 14

5.9 Equações Trigonométricas

Sejam l>!@ 7>!@, duas funções trigonométricas da variável x,

resolver equações trigonométricas l >! @ 7>! @ significa determinar

o conjunto solução.

167
Quase todas as equações trigonométricas reduzem-se a uma das três

equações seguintes:

/ .* / .,
/* /,
27* 27,

Denominadas, por esse motivo equações fundamentais. É necessário

saber resolver as equações fundamentais para poder resolver as

restantes equações trigonométricas.

5.9.1 Equação do tipo ABCO ABC†

Se, / .* / ., ^^^^^o ,
`‡ então as imagens de * , no ciclo

trigonométrico estão sobre a recta r que é perpendicular ao eixo

dos senos no ponto P1, isto é, estão em P ou P´.

Há, por tanto duas possibilidades:

* , têm a mesma imagem, isto é, são côngruos;

* , têm imagens simétricas em relação ao eixo dos senos, isto

é, são suplementares.

Em resumo, temos:

168
* , + 2]
/ .* / ., ⟹ ˆ
* − , + 2]

Ex.: ABC ABC

Œ ! + 2] Œ! 5
+ 2]
5
Š
Š Š
Š
/ .! / . ⟹ ⟹
5 ‹ ‹

Š
Š Š
Š 4
! − + 2]
‰ 5 ‰! 5
+ 2]

4
‚ •! ∈ Ž•: ! + 2] ! + 2] •
5 5

Ex.: ABC(
√'
'

2]
Œ 3! + 2] Œ! +
Š 4 Š 12 3
Š Š
√2
/ .3! / . ⟹ ⟹
2 4 ‹ ‹
Š
Š3! Š
Š 2]
− + 2]
‰ 4 ‰! 4
+
3

2] 2]
‚ •! ∈ Ž•: ! + ! + •
12 3 4 3

5.9.2 Equação do tipo DEAO DEA†

Se /* /, ^^^^^$ , estão as imagens de * , no ciclo trigonometrico


`‡

estão sobre a recta r que é perpendicular ao eixo dos cossenos no

ponto P2, isto é, estão em P ou P´.

169
Há, portanto, duas possibilidades:

* , têm a mesma imagem, isto é, são côngruos;

* , têm imagens simétricas em relação ao eixo dos cossenos,

isto é, são suplementares.

Em resumo, temos:
* , + 2]
Œ
Š
/* /, ⟹

Š
‰* −, + 2]

Ex.: DEA DEA

Π! 5
+ 2]
Š
Š
/! / ⟹
5 ‹ ‚ x! ∈ Ž•: ! + 2] ! − + 2] y
Š
Š 5 5
‰! − + 2]
5

Ex.: DEA K − L
G

170
Œ! − 4 0 + 2] Œ! 4
+ 2]
Š
Š Š
Š
/ K! − L 1 />0@ ⟹ ⟹
4 ‹ ‹
Š
Š Š
Š
‰! − 4 0 + 2] ‰! 4
+ 2]

‚ x! ∈ Ž•: ! + 2] y
4

5.9.3 Equação do tipo tgO HI†

Se 27* 27, ^^^^, então as imagens de * , estão sobre a recta r


`e

determinada por ` e, isto é, estão P ou P´.

Há, portanto, duas possibilidades:

* , têm a mesma imagem, isto é, são côngruos;

* , têm imagens simétricas em relação ao centro do ciclo,

isto é, são explementares >* + , 720 @.

Em resumo, temos:
* ,+]
Œ
Š
27* 27, ⟹

Š
‰* −, + ]

171
Ex.: HI

Π! 4
+]
Š
Š
27! 1 27 ⟹
4 ‹ ‚ x! ∈ Ž•: ! +] y
Š
Š 4
‰! − +]
4

Ex.: HI(
]
Π3! +] Π! +
Š 4 Š 12 3
Š Š
27! 1 27 ⟹ ⟹
4 ‹ ‹
Š
Š3! Š
Š ]
− +]
‰ 4 ‰! −
12
+
3

]
‚ •! ∈ Ž•: ! + •
12 3

5.10 Equações trigonometricas dentro de intevalos condicionados

Quando desejamos obter as soluções de uma equação pertencentes a

um certo intervalo I, seguimos a sequência de operações a baixo:

Resolvemos normalmente a equação, não tomando conhecimento

do intervalo I, até obtermos a solução geral;

Obtida a solução geral, onde necessáriamente aparece a variavel k

interira, atribuimos a k todos os valores inteiros que acarretem ! ∈

Ž.

O conjunto solução será formado pelos valores de x calculados com

os valores escolhidos para k.

172
Ex.: Determinar ! ∈ s0, 2 t, tal que 'ABC .

Œ ! + 2] Œ! 6
+ 2]
6
Š
Š Š
Š
1
2/ .! 1 ⟹ / .! ⟹ ⟹
2 ‹ ‹

Š
Š Š
Š 5
! − + 2]
‰ 6 ‰! 6
+ 2]

5
‚ •! ∈ Ž•: ! + 2] ! + 2] •
6 6

Se queremos 0 ≤ ! ≤ 2 , devemos substutuir a k o valor 0, então:

5
‚ •! ∈ Ž•: ! ! •
6 6

Ex.: quais são os arcos do intervalo fechado s0, 2 t, tais que o seu

seno é igual ao seno do seu dobro?


! 2] > @
Œ 2! ! + 2] Œ
Š Š

/ .2! / .! ⟹ ⟹
‹ ‹
Š Š 2]
2! − ! + 2] ><@
‰ ‰! 3
+
3

Œ] 0⟹!
3
Š
Š
] 0⟹! 0 5
‘’ > @ ⟹ ˆ ‘’ >•@ ⟹ ] 1⟹! “ •0, , , , 2 •
‹ 3 3
] 1⟹! 2 Š
Š 5
‰] 2⟹!
3

5.11 Inequações Trigonométricas

Sejam, f e g duas funções trigonométricas de variável x. Resolver a

inequação l >! @ < 7>! @ significa obter o conjunto solução.

173
Quase todas as inequações trigonométricas podem ser reduzidas a

inequações de um seguintes seis tipos:

/ .! > Q /! > Q 27! > Q


/ .! < Q /! < Q 27! < Q
• • •
• • •

Onde, m é um número real dado. Por esse motivo, estas seis são

denominadas inequações fundamentais. Assim, é necessário saber

resolver as inequações fundamentais para poder resolver outras

inequações trigonométricas.

5.11.1 Inequação do tipo ABC > ’


Marcamos sobre o eixo dos senos o ponto P1 tal que ^^^^
`‡o Q.

Traçamos por P1 a recta r perpendicular ao eixo. As imagens dos

reais x tais que / .! > Q estão na intersecção do circulo com o semi-

plano situado acima de r.

Finalmente, descrevemos os intervalos aos quais x pode pertencer,

tomando o cuidado de partir de A e percorrer o ciclo no sentido

anti-horário até completar uma volta.

174
Ex.: Resolver a inequação ABC −
√'
'
.

5
Œ 0 + 2] ≤ ! < + 2]
√2 Š 4
/ .! − ⟹
2 ‹7
Š + 2] < ! < 2 + 2]
‰4

+ 2] < ! < + 2] estaria errado pois, como


”% P%
W W
Nota-se que escrever

>
”% P%
W W
, não existe x algum neste intervalo.

5.11.1.2 Inequação do tipo ABC < ’


Marquemos sobre os eixos dos senos o ponto P1 tal que ^^^^^
`‡o Q.

Traçamos por P1 a recta r perpendicular ao eixo. As imagens dos

reais x tais que / .! < Q estão na intersecção do ciclo com o semi-

plano situado abaixo de r.

175
Finalmente, partindo de A e percorrendo o ciclo no sentido anti-

horário até completar uma volta, descrevos os intervalos que

convêm ao problema.

Ex.: Resolva a inequação ABC < '.

Œ 0 + 2] ≤ ! < + 2]
1 Š 6
/ .! < ⟹
2 ‹5
Š + 2] < ! < 2 + 2]
‰6

5.11.1.3 Inequação do tipo DEA > ’


^^^^^$
Marcamos sobre o eixo dos cossenos o ponto P2 tal que `‡ Q.

Traçamos por P2 a recta r perpendicular ao eixo. As imagens dos

reais x tais que /! > Q estão na intersecção do ciclo com o semi-

plano situado à direita de r.

Ex.: resolva a inequação DEA >


√(
'
.

176
Œ 2] ≤ ! < + 2]
√3 Š 6
/! > ⟹
2 ‹11
Š + 2] < ! < 2 + 2]
‰ 6

5.11.1.4 Inequação do tipo DEA < ’


^^^^^$
Marcamos sobre o eixo dos cossenos o ponto P2 tal que `‡ Q.

Traçamos por P2 a recta r perpendicular ao eixo. As imagens dos

reais x tais que /! < Q estão na intersecção do ciclo com o semi-

plano situado à esquerda de r.

Ex.: Resolva a inequação: DEA < − '.

177
1 2 4
/! < − ⟹ + 2] < ! < + 2]
2 3 3

5.11.1.5 Inequação do tipo HI > ’


Marcamos sobre o eixo das tangentes o ponto T tal que ^^^^
e Q.

Traçamos a recta ^^^^. As imagens dos reais x tais que 27! > Q
`e

estão na intersecção do ciclo com o ângulo `•–.

Ex.: Resolva a inequação HI > .

Π+ 2] < ! < + 2]
Š 4 2
27! > 1 ⟹
‹3 3
Š + 2] < ! < + 2]
‰4 2

Que podem ser resumidos em:

+] <! < + ]
4 2

178
5.11.1.6 Inequação do tipo HI < ’
Marcamos sobre o eixo das tangentes o ponto T tal que ^^^^
e Q.

Traçamos a recta ^^^^. As imagens dos reais x tais que 27! < Q
`e

estão na intersecção do ciclo com o ângulo –`• .

Ex.: Resolva a inequação 27! < √3.

Œ 0 + 2] ≤ ! < 3 + 2]
Š
Š
4
27! < √3 ⟹ + 2] < ! < + 2]
‹2 3
Š3
Š
‰ 2 + 2] < ! < 2 + 2]

179
Exercícios

1. Qual é o comprimento de uma circunferência de raio 20cm?

2. Completa a tabela a baixo:

n4 5 n 2
Grau 00 300 600 900 2100 2700 3000 3150
4
Radiano
Seno


Cosseno


Tangente
Cotangente

3. Calcule em graus a medida a medida do angulo —<.

4. Calcule o comprimento l do arco , definido numa

circunferência de raio 10cm, por um angulo central de 600.

5. Reduz ao primeiro quadrante os seguintes ângulos:

a) / .120 , /135 , 27150


b) /210 , 27 225 , 27240

180
c) 27300 , / .315 , /330
d) / .1110 , 271845 , / .2250

6. Determine as razões trigonométricas do triângulo ˜ .

7. Determine a medida x em cada triângulo:

a)
b)

8. Determine o valor de x nas figuras.

a)
b)

9. Um observador de 1,70 m vê um pássaro no alto de um prédio

sob um ângulo de 60°. Sabendo que o observador está a 30 m

do prédio, determine a altura do prédio.

181
10. Simplifique as seguintes expressões:

/ K + !L
%
$
a)

b) / . K − !L
&%
$

/K − !L
&%
$
c)

d) / . K $ + !L
&%

/ K $ + !L
&%
e)

11. Mostre que:


/ . >2 − ! @ /> − !@
−/ .! /!
3
27 K 2 + !L 27 K 2 − !L

12. Resolva as seguintes equações:

a) / .! −
√$
$

b) / .! 1
/!
o
$
c)

/! −
√&
$
d)

e) 272! 27!
f) 275! 273!

13. Determine x tal que 0 < ! < 2 /2!


o
$

14. Determine x tal que 0 < ! < 276! 272!

15. Num triângulo ABC, temos ˜ 30 , • 45 √2. Determine

a medida do lado b.

182
16. A água utilizada na casa de um sítio é captada e bombeada

do rio para uma caixa-de água a 50m de distância. A casa

está a 80m de distância da caixa de água e o ângulo formado

pelas direções caixa de água-bomba e caixa de água-casa é de

60º. Se, se pretende bombear água do mesmo ponto de

captação até a casa, quantos metros de encanamento são

necessários?

17. Trace os seguintes gráficos:

a) l>!@ / .$

b) l>!@ 1 + 2/ . K! − W L
%

c) l>!@ 2 − 3 /!

Gabarito

√3 √2 √3 √3 √3
.ƒ 125.6 Q , (. 17 11´ 19´´ G. 10.472 Q @i ,− , − j <@ i− , 1, j
2 2 3 2 3

√3 √2 √3 1
@ i− ,− , j , "@ M , 1, 1N F. / .> @ 0,8, /> @ 0,6, 27> @ 1,3
3 2 2 2

J. @ ! √58 Q, <@! 4√14 Q . @ 2,5 <@9√2 T. 53,6 . @ − / .! <@ − /!


5
@ − / .! "@ − /! @ / .! ' @ / •! + 2] ! − + 2] •
4 4
5
<@ / x! + 2] y @ / x! ± + 2] y "@ / •! ± + 2] •
2 3 6

183
] 5 7 11
@ / u! ] v l@ / •! , ] 3 • (. / • , , , • G. . / x0, , y
2 6 6 6 6 2
.< 2, F. 70Q
17.a)

17.b)

17.c)

184
Capitulo
GEOMETRIA ANALÍTICA NO PLANO

6.1 Vectores no Plano


O referencial cartesiano ortogonal associado a um plano é constituído

por dois eixos perpendiculares entre si que se cruzam na origem. Ao eixo

horizontal dá-se o nome de eixo das abscissas (eixo xx ou eixo OX), onde é

representada a variável independente x. Ao eixo vertical dá-se o nome

de eixo das ordenadas (eixo yy ou eixo OY), onde é representada a

variável dependente y. A cada um dos eixos está associado o conjunto de

todos os números reais (IR). Os dois eixos dividem o plano em quatro

regiões denominadas quadrantes, cujos nomes são indicados no sentido

anti-horário.

Define-se ponto do plano como sendo um par ordenado de números reais,

P = (x, y), em que a 1a coordenada se designa de abscissa e a 2a


coordenada se designa de ordenada.

185
6.1.1 Vector

Um vector é um ente matemático que representa um movimento ou

uma força, sendo caracterizado por uma direcção, um sentido e um

comprimento. Este é representado no plano através de um segmento de

recta orientado com origem no ponto O = (0, 0) e com extremidade no

ponto P = (x, y) , ou seja, = .

6.1.2 Vector unitário

Um vector que tenha comprimento 1 é denominado vector unitário, isto

é, | | = 1.

186
6.1.3 Referencial Ortonormado

Um referencial 0, , . diz-se ortonormado (o.n.) se os vectores ,

forem perpendiculares e unitários.

Neste referencial as coordenadas de um vector ã , , sendo este

definido por = , onde são as suas componentes.

6.1.4 Vector Como Diferença De Dois Pontos

Considerando um referencial ortonormado dum plano e dois pontos =

, = , , o vector é definido pela diferença entre os dois

pontos, isto é:

= ! = ! , !

6.1.5 Norma De Um Vector

O comprimento de um vector = , , num referencial o.n. pode ser

obtido através da norma de , que é dada por:

187
| | ="

6.1.6 Versor De Um Vector

Seja = , um vector qualquer num referencial o.n., define-se versor

de como sendo o vector unitário com direcção e sentido de dado por:

# $ =% , '
& &

6.1.7 Distância Entre Dois Pontos

Considerando um referencial ortonormado dum plano e dois pontos =

( ,) = ( , ) , a distância de P1 a P2 é dada por:

* , =+ +=& ( !( ) !)

6.1.8 Ponto Médio De Segmento De Recta

Considerando um referencial ortonormado dum plano e dois pontos =

( ,) = ( , ) , define-se ponto médio M do segmento de recta P1P2

como sendo o ponto cujas coordenadas são as médias das coordenadas

correspondentes aos pontos P1 e P2, isto é:

( ( ) )
,=- , /
2 2

188
6.2 Operações com Vectores

6.2.1 Soma De Um Ponto Com Um Vector

Considerando um referencial ortonormado dum plano, um ponto =

( ,) e um vector = , , a soma do ponto A com o vector é o ponto

B dado por:

= = ( ,)

6.2.2 Soma De Dois Vectores

Considerando um referencial ortonormado dum plano e dois vectores

= , # = # , # , a soma destes vectores é o vector:

189
#= # , #

6.2.3 Produto Do Número Real 0 1 2 Pelo Vector 3

Considerando um referencial ortonormado dum plano e o vector =

, , o produto do número real 4 1 0 pelo vector é um vector dado

por:

4 = 4 ,4

Este vector tem a direcção de , sentido de se 4 5 0, sentido contrário se

4 6 0 tal que |4 | = |4| ∗ | | 4 = 0 = 0, 89ã 4 = 0.

190
6.2.4 Produto Interno

Se # são dois vectores não nulos, o produto interno dos vectores é:

∗ # = | | ∗ |#| ∗ : ^# , 8* : ^# =≮ , # ∈ ?0@ , 90@ B

: = 0 # = 0, 89ã ∗ # = 0

Num referencial o.n., conhecidas as coordenadas dos vectores =

, # = # , # : tem-se:
∗# = # #
E, neste caso:
# #
: ^# = , 0 C ^# C 90@
| | ∗ |#|

6.3 Equação Vectorial da Recta no Plano

6.3.1 Recta definida por um ponto D E2 , F2 e:

• Um vector u ↺ u , u :
I=D 0J , 0 ∈ KL

191
Ou
E, F = E2 , F2 0 JM , JN , 0 ∈ KL

Ex.: Num referencial o.n uma equação vectorial da recta que passa pelo

ponto M(1,3) e tem a direcção do ↺ !2, 4


(, ) = 1, 3 4 !2, 4

• Dois pontos , (@ , )@ Q ( , )

I=D 0DR, 0 ∈ KL
Ou
E, F = E2 , F2 0 EM ! E2 , FM ! F2 , 0 ∈ KL

Ex.: Num referencial o.n dois pontos, M(3, -2) e N(4, -5).

(, ) = 3, !2 4 1, !3 , 4 ∈ ST

6.3.2 Equação Paramétrica

• Recta definida por um ponto , (@ , )@ e um ↺ ,


( = (@ 4
U , 4 ∈ ST
) = )@ 4
Ex.: , 1,3 !2, 4
( = 1 ! 24
U
) = 3 44

• Recta definida por dois pontos , (@ , )@ Q ( , )

( = (@ 4 ( ! (@
U , 4 ∈ ST
) = )@ 4 ) ! )@

192
Ex.: , 3, !2 Q 4, !5
(=3 4 4!3 (=3 4
U ⟺U
) = !2 4 !5 2 ) = !2 ! 34

6.3.3 Equações Cartesianas

1º Caso:

• por um Vector: 1 0 10
( ! (@ ) ! )@
=

u1 e u2 são parâmetro directores.

• Por dois pontos: ( ! (@ 1 0 ∧ ) ! )@ 1 0

( ! (@ ) ! )@
= ,
( ! (@ ) ! )@

2º Caso (Recta Vertical): = 0 ∧ 10


( = (@

3º Caso Recta Horizonta: = 0 ∧ 10


) = )@

6.3.4 Equação Geral Da Recta (Implícita)

=
YZY[
Da equação continua da recta definida por: , (@ , )@ e ↺ ,
\]
:

^Z^[
1 0 1 0) Obtém – se, sucessivamente:
\_
(:

193
( ! (@ = ) ! )@ ⟺ (! (@ = )! ) e, fazendo:

A = u2 B = - u1 e C = u1y0 – u2x0 fica: `E aF b=2

Ex.: M = (-1, -3) e = 2,3

( 1 ) 3
= ⟺ 3( 3 = 2) 6 ⟺ 3( ! 2) ! 3 = 0
2 3

6.3.5 Equação Axial

Se 1 0 1 0 d 1 0 à equação geral pode dar – se a forma:

= 1 vem : =1
Y ^ Y ^
Z
e
Z
e
h i
f g

b – é a ordenada na origem

a – é a abcissa na origem

Ex.: 3( ! 2) ! 3 = 0
2) =1
3( ! 2) = 3 ⟺ ( ! = 1 ⟺ j
3 =3

6.3.6 Equação Reduzida

Dada a equação: Ax By C = 0, se 1 0 pode – se resolver em ordem a y:

) = ! q ( ! q, Sendo: s = ! q e = ! q, obtém – se a equação reduzida da


p r p r

recta: F = tE u.

s=! = 9vw

m – chama – se declive ou coeficiente angular da recta

194
O declive de uma recta não vertical é a medida do número de unidades

que a recta sobe (ou desce) verticalmente para cada unidade de

deslocamento horizontal, da esquerda para a direita. Considerando dois

pontos ( , ) ( , ) de uma recta, o seu declive m é dado por:

∆) ) ! )
s = 9vw = = , ( 1 (
∆( ( ! (

Uma equação da recta com declive m que passa pelo ponto (x1, y1) é

dada por:
)!) =s (!(

Ex.: Determine a equação reduzida da recta que passa pelos pontos P1 =

(2, 0) e P2 = (3, 2).

) !)
s=
( !(
2!0
s = ↔s=2
3!2

Recta que passa pelo ponto p1 é: ) ! ) = s ( ! (

) ! 0 = 2 ( ! 2 ↔ ) = 2( ! 4

Uma equação da recta que passa pelo ponto = ( ,) e tem a direcção

do vector = , é dada por:


(!( )!)
= z v : s =

195
Ex.: Escreva a equação reduzida da recta que passa pelo ponto P = (2, −1)

e que tem a direcção do vector = !1,3 .

(!2 ) 1
= ↔ 3( ! 6 = !) ! 1 ↔ ) = !3( 5
!1 3

Ex.: 3( ! 2) ! 3 = 0
3
3 3 s=
2) = 3( ! 3 ⟺ ) = ( ! ⟺ { 2
2 2 3
=
2
6.4 Posição Relativa De Duas Rectas.

6.4.1 Condição de paralelismo

Forma Geral Forma Reduzida


Ax By C=0 y = mx b
Ax By k=0 y = mx k

Na forma vectorial duas rectas são paralelas se os vectores direcionais

são colineares (J = 0•).

Para determinar uma recta da família basta conhecer um ponto da

recta e Para determinar o ponto de intersecção basta resolver o sistema

de equação.

Ex.: 3( 2) 5=0 € 1,3 ou na equação reduzida ) = 3( !


2 1,4

196
Forma Geral Forma Reduzida
3( 2) 5=0 ) = 3( ! 2
3( 2) 4=0 ) = 3( 4
Substituindo com o ponto, na

equação paralela tem – se:


4= 3∗1 4

3∗1 2∗3 4=0 4=1

4 = !9 Então a equação paralela é:

Então a equação paralela é: ) = 3( 1

3( 2) ! 9 = 0

Duas rectas distintas não verticais são paralelas se e só se os seus

declives forem iguais, isto é, s = s .

Determine a equação reduzida da recta que passa pelo ponto (2, −1) e que

é paralela à recta 2x − 3y = 5
2 5 2
2( ! 3) = 5 # s :$ # $ 8 $s $ * • * : : ) = ( ! ; s =
3 3 3
A recta que passa no ponto 2, !1 será:
2 2 7
) 1= (!2 ↔)= (!
3 3 3

6.4.2 Condição de perpendicularidade

Forma Geral Forma Reduzida


$: ( ) d=0 $: ) = s(
$´: ´( ´) d´ = 0 $´: ) = s´( ´

197
As rectas r e r´ são perpendiculares se:

``´ aa´ = 2 M tt´ = 2 ⟺ t = ! t´


M

Forma Geral Forma Reduzida

( ) d=0 ) = s(
(! ) 4=0 1
)=! 4
s
Ex.: 3( 5) 4, € 3,2 ) = 4( 2, € 4,3

Forma Geral Forma Reduzida

3( 5) 4=0 ) = 4( 2
5( ! 3) 4=0 1
)=! ( 4
5∗3!2∗3 4=0 4
1
4 = ! 9 3=! ∗4 4
4
5( ! 23) ! 9 = 0 4=4
1
)=! 4
4
Na forma vectorial duas rectas são perpendiculares se os vectores

direccionais # o forem. Basta que o produto interno seja nulo (JM •M

JN •N = 2)

Ex.: Determine a equação reduzida da recta que passa pelo ponto (2, −1) e

que é perpendicular à recta 2x − 3y = 5.

2x − 3y = 5, vamos escrever na forma reduzida fica: ) = … ( ! … ; s = …


198
Calculamos o inverso do declive: s = ! ‡ ↔ s = ! _ ↔ s = !

]
ˆ

A recta que passa no ponto 2, !1 será:


3 3
) 1=! (!2 ↔)=! ( 2
2 2

6.4.3 Distância De Um Ponto A Uma Recta

Forma Geral Forma Reduzida


( ) d=0 ) = s(

|`EM aFM b| |FM ! tEM ! u|


‰= ‰=
√`N aN √M tN

Ex.: dada duas rectas // p e q determine a distância de um ponto de uma

delas.

€: 4( 3) ! 9 = 0 e ‹: 4( 3) 12 = 0

Se levarmos a recta p e fazermos: x = 0

4∗0 3) ! 9 = 0 ⟺ F = 3 Obtemos o ponto: € 0, 3 .

|4 ∗ 0 3∗3 12| 21
*= =
√16 9 5

Ex.: Determine a distância do ponto P = (−2, −3) à recta 8x + 15y + 27 = 0.

|8 !2 15 !3 27| 34
*= = =2
√8 15 17

199
6.4.4 Ângulo de duas Rectas

Define-se ângulo (no sentido positivo) de duas rectas de declives tM • tN

respectivamente, como sendo o ângulo θ ∈ [0o, 90o[ tal que:


s !s
9vŽ =
1 s s

Forma Geral Forma Reduzida

$: ( ) d=0 $: ) = s(
$´: ´( ´) d´ = 0 $´: ) = s´( ´

|``´ aa´| |M tt´|


••‘’ = ••‘’ =
√`N aN ∗ &`´N a´N √M tN ∗ &M t´N

6.4.5 Mediatriz De Um Segmento De Recta

Mediatriz de um ponto de recta é a recta perpendicular que passa pelo

seu ponto médio.

Ex.: R(3, -5) e S(1. -1). O ponto médio de RS é:

,↺“ , • = 2, !3 .
…” Z†Z

A mediatriz é o conjunto dos pontos P (x,y) tais que: , – T— e , ∗ T— =

0. Como:

, = ! , = (, ) ! 2, !3 = ( ! 2, ) 3 e

T— = — ! T = 1, !1 ! 3, !5 = !2,4
, ∗ T— = 0 ⟺ ( ! 2, ) 3 ∗ !2,4 = !2 ( ! 2 4 ) 3 = !2( 4) 16 = 0

200
A mediatriz de um segmento de recta AB é o lugar geométrico dos

pontos do plano que estão à mesma distância do ponto A = (x0, y0) e do

ponto B = (x1, y1). Nesse caso um ponto X = (x, y) está na mediatriz se e

só se:

* ˜, = * ˜, ↔ & ( ! (@ ) ! )@ =& (!( )!)

Propriedade: A mediatriz de um segmento de recta ™™™™ tem as seguintes

propriedades:

1. É eixo de simetria de ™™™™ ;

2. Passa pelo ponto médio de ™™™™ ;

3. É perpendicular a ™™™™ .

Ex.: Escreva a equação da mediatriz do segmento de recta AB, onde A =

(1, −1) e B = (−2, 3).

Sendo M o ponto médio de ™™™™ , , = “ , • = “! , 1• ™™™™ = ! = !3, 4 .


Z Z ”…

Sendo m o declive da recta a ™™™™ , s = ! š. Como a mediatriz é


perpendicular à recta a ™™™™ , tem declive , sendo a sua equação da forma



š

) = š( . Além disso, passa pelo ponto M. Assim:


1 = š “! • ↔ = . Uma equação da mediatriz de ™™™™ é: ) = š (


… …
› ›
.

A bissectriz de duas rectas é a recta que passa pelo vértice do ângulo

formado por estas e que o divide ao meio.

Ex.: A bissectriz dos quadrantes pares é a recta ) = !(.

201
6.5 CÓNICAS

O primeiro estudo sistemático das cónicas deve-se a Apolónio (260 - 200

a.c.). Este estudou as cónicas como resultado de secções feitas por um

plano num cone e num duplo cone de base circular. Foi Apolónio que

atribuiu às cónicas as designações ainda hoje utilizadas - elipse, parábola

e hipérbole.

Uma superfície cónica de revolução é a superfície gerada pela rotação

completa de uma recta (geratriz) em torno de outra recta (eixo),

formando com esta sempre o mesmo ângulo, até completar uma

revolução (volta completa). Ao ponto comum à geratriz e ao eixo chama-

se vértice. É chamada de cónica toda a linha que se obtém como

intersecção de um plano que não passa pelo vértice (plano secante) com

uma superfície cónica, as quais vamos estudar de uma forma mais

aprofundada. Quando o plano que intersecta a superfície cónica passa

pelo vértice, a secção obtida é uma cónica degenerada (um ponto, uma

recta ou um par de rectas concorrentes). Este tipo de cónicas não será

estudado.

202
René Descartes (1596-1650) generalizou a utilização das cónicas e

identificou-as como equações do 2o grau. Mas nem todas as equações do

2o grau representam cónicas.

Propriedades:

• As cónicas são curvas definidas por equações do 2º grau em x e y

de tipo:
( () d) œ( •) ž = 0 ↔ •‹ çã $ z

Onde A e C não são ambos nulos.

Em particular, as equações do tipo:

( d) œ( •) ž = 0 ↔ =0
Definem cónicas em que os eixos de simetria são paralelos aos eixos

coordenados.

203
• Considerando ∆= ! 4 d, as cónicas dividem-se em três grandes

grupos:

1. Elipse ou Circunferência, caso: ∆ 6 0;

2. Parábola, caso: ∆ = 0;

3. Hipérbole, caso: ∆ 5 0.

Para cada caso, é sempre possível passar da equação geral para a

respectiva equação reduzida.

6.6 Circunferência

Se o plano é perpendicular ao eixo, a elipse obtida é uma circunferência.

Uma circunferência é um conjunto de pontos do plano equidistante de

um mesmo ponto (centro).

204
Ou, circunferência é o conjunto de todos os pontos do plano equidistantes

de um dado ponto C, se considerarmos num referencial o.n. o ponto : ↺

( , ) Representamos qualquer ponto da circunferência por € ↺ (, ) e

designamos por r a distância constante entre P e C, fácil é obtermos as

equações da circunferência.

6.7 Equação da Circunferência

A circunferência é um caso particular da elipse, cuja excentricidade

(desvio do centro) é nula. Considerando a equação reduzida da elipse e

tomando a = b = r, obtém-se a equação reduzida da circunferência de

centro (c1, c2) e raio r:

Equação Vectorial: ¡bI¡ = ¢

Equação E ! •M N
F ! •N N
= ¢N
Cartesiana:

E=• ¢••‘£
jF = • M ?2, N¥?
¢‘•¤£ , £ ∈
Equação
N
Paramétrica:

205
Equação Geral: EN FN `E aF b=2

A equação geral deriva da equação cartesiana.

6.8 Elipse

A elipse é o lugar geométrico dos pontos do plano cuja soma das

distâncias aos pontos ž1 ž2 é constante. Escrevendo esta constante como

2 , temos:

•z € = :* , ž1 * , ž2 = 2

Os pontos F1 e F2 são chamados focos da elipse.

A soma das distâncias de um ponto da elipse a F1 e F2 é constante: *1

*2 = 2 .

6.8.1 Equação da elipse

Para encontrar a equação de uma elipse, vamos fixar um sistema de

coordenadas. Consideramos o eixo x como a reta passando por F1 e F2,

com a origem O situada no ponto médio do segmento F1F2, e o eixo y

sendo a reta perpendicular a este segmento passando por O. A

206
orientação do eixo x é de O para F2. O eixo y tem a sua orientação,

forçosamente, fixada.

Nesse sistema de coordenadas, temos ž1 = !:, 0 ž2 = :, 0 , onde c é um

número real positivo. Então, = (, ) é um ponto da elipse:

↔2 =* , ž1 * , ž2
↔ 2 = * (, ) , !:, 0 * (, ) , :, 0

↔ 2 = " ( ! !: )!0 & (!: )!0

↔2 =& ( : ) & (!: )

2 !& (!: ) =& ( : )


Elevando ao quadrado ambos os membros da última igualdade, obtemos:

4 !4 & (!: ) (!: ) = ( : )


Desenvolvendo os quadrados, temos:

4 !4 & (!: ) ( ! 2:( : ) =( 2:( : )

207
Calculando as parcelas iguais e somando !4 2:( a ambos os membros

da igualdade, obtemos:

!4 & ( ! : ) = 4:( 4
Cancelando o factor comum, temos:

! & (!: ) = :( !

Elevando ao quadrado ambos os membros desta igualdade, temos:

(!: ) =: ( !2 :( š

Desenvolvendo o lado esquerdo desta igualdade, obtemos:

( !2 :( : ) =: ( !2 :( š

Somando:!: ( 2 :( ! : a ambos os membros desta igualdade,

reescrevemos a equação como:

!: ( ) = š
! : = !:

Como 5 : 5 0, temos que 5 : . Assim ! : é um número real positivo

e podemos escrevê-los como o quadrado de um número real 5 0, logo

= ! : . Observe que 6 . A equação anterior se reescreve como

( ) = que, dividimos por 1 0, é equivalente a:

( )
= 1, 8* : = !

Esta equação é chamada equação reduzida da elipse.

208
6.8.2 Interpretação geométrica

A interpretação geométrica para a e b pode ser vista a partir da

equação reduzida.

Fazendo: ) = 0

Obtendo-se: h_ = 1 ↔ ( = . € $9 89 : ( 1 ¦ .
Y_

E os pontos 1 = ! , 0 2 = , 0 são pontos da elipse, chamados vértices.

O eixo maior da elipse é o segmento de recta 1 2, que tem comprimento


2 .

Fazendo: ( = 0
)
9 8! : =1↔) = . € $9 89 : ) 1 ¦

Logo, os pontos 1 = 0, ! 2 = 0, são os pontos de intersecção da

elipse com eixo y e são as extremidades do eixo menor, cujo comprimento

é2 .

A origem O é o centro da elipse. Observe que os focos estão situados no

eixo maior da elipse.

209
6.8.3 Gráfico da elipse

( )
$ = § (, ) : = 1¨

Equação Gráfico

(
) =1
4

( )
=1
9 4

6.8.4 Excentricidade da Elipse

A excentricidade da elipse é o número real:

:
= ;0 6 61

210
A excentricidade da elipse é responsável pela forma da elipse. Elipses

com excentricidade próxima de zero têm os semieixos com comprimentos

próximos. Elas são aproximadamente um circulo, pois:

:
= ; ≈ 0 ↔ : ≈ 0 ↔ : ≈ 0 ↔ = !: ≈ ↔ ≈

Elipses com excentricidade próxima de um têm uma forma alongada,

com o semieixo menor de comprimento próximo de zero, pois:

:
= ≈1↔:≈ ↔: ≈ ↔ = !: ≈0↔ ≈0

Ex.: Qual é o subconjunto do plano ª = « (, ) : 4( ! 8( 9) 36) = !4¬?

Para responder vamos tentar reescrever a equação anterior, tomando

como modelo a equação reduzida da elipse. Temos:

4( ! 8( 9) 36) = !4
↔ 4( ! 8( 9) 36) = !4
↔ 4 ( ! 2( 9 ) 4 = !4
↔ 4 ( ! 2( 1!1 9 ) 4) 4 ! 4 = !4
↔ 4 ( ! 2( 1 !4 9 ) 4) 4 ! 36 = !4
↔ 4 ( ! 2( 1 9 ) 4) 4 ! 40 = !4
↔4 (!1 9 ) 2 = 36
(!1 )!2
↔ =1
9 4

211
= 1 tem centro (0; 0) e eixos de simetria x =
Y_ ^_
h_ i_
De modo geral, a elipse

0 e y = 0. Quando esta elipse é transladada de h unidades,

horizontalmente, e de k unidades, verticalmente, uma elipse congruente

é obtida tendo equação:

(!® )!4
=1

O centro (0; 0) é transladado para o ponto (h; k) e os focos, os vértices, as

extremidades do eixo menor e os eixos de simetria são transladados como

indicado a seguir:

Equação:

( ) (!® )!4
=1 =1

Centro: 0,0 ®, 4

Focos: :, 0 !:, 0 : ®, 4 !: ®, 4

Vértices: ,0 ! ,0 ®, 4 ! ®, 4

212
Extremidades de Eixo

Menor: 0, 0, ! ®, 4 ®, ! 4

Eixo de Simetria: ( = 0 ) = 0 ( = ® ) = 4

A translação não afeta a excentricidade, porque a translação não

deforma afigura.

6.9 Hipérbole

Definição1: Hipérbole é o conjunto de todos os pontos de um plano cuja

diferença entre as distâncias a dois pontos fixos, denominados focos, é

constante.

Definição2: Uma hipérbole é um conjunto de pontos P do plano em que o

módulo da diferença das distâncias de P a dois pontos fixos F1 e F2

(chamados focos da hipérbole), designadas d1 e d2 respectivamente, é

constante e menor que a distância entre F1 e F2.

213
6.10 Equação da hipérbole

Para encontrar a equação da hipérbole, vamos fixar um sistema de

coordenadas. Procedemos de modo análogo à determinação da equação

da elipse.

Consideramos o eixo x como o eixo focal, a reta passando por F1 e F2, com

a origem O situada no ponto médio do segmento F1F2, e o eixo y sendo a

recta perpendicular a este segmento passando por O. A orientação do

eixo x é de O para F2 e o eixo y tem a sua orientação, forçosamente,

fixada. Veja a figura abaixo:

214
Seja 2: 5 0 a distância entre F1 e F2. Então, 0 6 6 : e, no sistema de

coordenadas que acabamos de construir, temos ž1 = !:, 0 ž2 = :, 0 ,

Portanto, P = (x; y) é um ponto da hipérbole:

↔ |* ,ž !* ,ž | = 2
↔* ,ž ! * ,ž = ¦2

↔ " ( ! !: )!0 !& (!: ) 0 = ¦2

↔& ( : ) !& (!: ) = ¦2

↔& ( : ) = ¦2 & (!: )

Elevando ao quadrado ambos os membros da última igualdade, obtemos:

( : ) =4 ¦4 & (!: ) (!: )

Desenvolvendo os quadrados, temos:

( 2:( : ) =4 ¦4 & (!: ) ( ! 2:( : )

Cancelando as parcelas iguais e deixando apenas a raiz quadrada do

lado direito, obtemos:

215
4:( ! 4 = ¦4 & ( ! : )

Dividindo por 4, temos:

:( ! =¦ & (!: )

Elevando ao quadrado ambos os membros desta igualdade, temos:

: ( !2 :( š
= (!: )
Desenvolvendo o lado direito desta igualdade, obtemos:

: ( !2 :( š
= ( !2 :( : )

Somando 2 :( ! š
! ( ! ) a ambos os membros desta igualdade,

reescrevemos a equação como:

: ! ( ! ) = : ! š
= : !

Como 0 6 6 :, temos 6 : . Assim, : ! é um número real positivo e

podemos escreve-lo como o quadrado de um número real b > 0, logo =

: ! . Observe que 6 :.

Finalmente, a equação anterior se reescreve como:

( ! ) = ‹ * # * 8* € $: 1 0 é ‹ # z 89 :

( )
! = 1, 8* : =

216
Esta equação é chamada equação reduzida da hipérbole.

6.10.1 Interpretação geométrica da hipérbole

A interpretação geométrica para a e b será relevante para desenhar o

= 1, que é
Y_
h_
gráfico da hipérbole. Fazendo y = 0 nesta equação, obtemos

equivalente a ( = . Portanto, ( = ¦ e os pontos = ! ,0 = ,0

são pontos da hipérbole, chamados vértices. O segmento de reta A1A2 tem

comprimento 2 e é chamado de eixo real ou transverso.

= 1, uma equação que não admite


^_
i_
Fazendo agora x = 0, obtemos

solução em números reais. Isto significa que o eixo y e a hipérbole não se

intersectam. A origem O é chamada de centro da hipérbole.

Os pontos = 0, ! = 0, , não estão na hipérbole, mas

desempenham um papel importante para traçar o seu gráfico. O

segmento de reta B1B2 tem comprimento 2b e é chamado eixo imaginário

da hipérbole.

Não se esqueça que os focos da hipérbole estão situados no eixo x e são


ž = !:, 0 ž = :, 0 .

As retas verticais passando por A1 e A2 e as retas horizontais passando

por B1 e B2 determinam um retângulo de vértices C, D, E e F cujas

) = ¦ h ( , chamadas de
i
diagonais passam pela origem e têm equações:

assíntotas da hipérbole.

217
As assíntotas da hipérbole têm a seguinte propriedade: um ponto da

hipérbole muito afastado do centro O está a uma distância muito

pequena (próxima de zero) da assíntota. Na prática, isto significa que o

desenho do gráfico da hipérbole se aproxima da assíntota quando o ponto

da hipérbole se afasta do centro, conforme a Figura a baixo:

Nota:

• Pontos da hipérbole do primeiro e terceiro quadrantes com |(|

muito grande estão próximos de ) = h (.


i

• Pontos da hipérbole do segundo e quarto quadrantes com |(| muito

grande estão próximos de ) = ! (.


i
h

218
6.10.2 Gráfico da hipérbole

O gráfico da hipérbole é:

( )
v$á : = § (, ) : ! = 1¨

Equação Assíntotas Gráfico

( 1
!) =1 )=¦ (
4 2

( ) 2
! =1 )=¦ (
9 4 9

Nota:
i. O gráfico da hipérbole é simétrico com respeito ao eixo x.
ii. O gráfico da hipérbole é simétrico com respeito ao eixo y.
iii. O gráfico da hipérbole é simétrico com respeito à origem O.

219
6.10.3 Excentricidade da hipérbole

A excentricidade da hipérbole é o número real:


:
= , 51

A excentricidade da hipérbole é responsável pela sua forma.

Hipérboles com excentricidade muito grande têm assíntotas tendendo a


i
h
retas verticais (neste caso, o eixo y), pois o valor absoluto das

inclinações das assíntotas ) = ¦ h é muito grande:


i

: : : ! : : :
s 9 v$ 8* → s 9 v$ 8* → = = !1≈ → ≈

→ s 9 v$ 8* .

Hipérboles com excentricidade próxima de 1 têm assíntotas próximas de

retas horizontais (neste caso, o eixo x), pois a inclinação das assíntotas se

aproxima de zero:

:
≈1→:≈ →: ≈ → =: ! ≈0→ ≈0→¦ ≈ 0.

Ex.: ² = « (, ) : 4( ! 8( ! 9) ! 36) = 68¬

→ 4( ! 8( ! 9) ! 36) = 68
↔ 4( ! 8( ! 9) ! 36) = 68
↔ 4 ( ! 2( ! 9 ) ! 4) = 68
↔ 4 ( ! 2( 1 ! 1 ! 9 ) ! 4) 4 ! 4 = 68

220
↔4 (!1 !4!9 ) 2 36 = 68
↔4 (!1 !9 ) 2 = 36
(!1 ) 2
↔ ! =1
9 4

Que é a equação de uma hipérbole obtida pela translação de 1 unidade,

horizontalmente, e de -2 unidades, verticalmente, dos pontos da hipérbole

! = 1.
Y_ ^_
³ š

E tem como gráfico:

! = 1 tem centro (0; 0) e eixos de simetria


Y_ ^_
h_ i_
De modo geral, a hipérbole

x = 0 e y = 0. E as rectas da equações ) = ¦ h como assíntotas. Quando esta


i

hipérbole é transladada de h unidades, horizontalmente, e de k unidades,

verticalmente, uma hipérbole congruente é obtida com a seguinte

equação:

221
(!® )!4
! =1

O centro (0; 0) é transladado para o ponto (h; k) e os focos, os eixos de

simetria e as assíntotas são transladados como indicado a seguir:

Equação:

( ) (!® )!4
! =1 =1

Centro: 0,0 ®, 4

Focos: :, 0 !:, 0 : ®, 4 !: ®, 4

Vértices: ,0 ! ,0 ®, 4 ! ®, 4

Eixo de Simetria: ( = 0 ) = 0 ( = ® ) = 4

)= )!4 = (!®

)=! )!4 =! (!®


Assíntotas

Nota:

A excentricidade não se altera com uma translação!

222
Exercícios

1. Vector:

1. Em que quadrantes se encontram os pontos (x, y) tais que () 5 0?

2. Considere o ponto A = (3, 1). Indique as coordenadas dos pontos

simétricos a, A em relação:

a) À origem ;

b) Ao eixo ));

c) Ao eixo ((.

3. Num referencial o.n., considere os pontos A = (3, 2) e B = (2, −1).

a) Calcule as coordenadas de ;

b) Determine a norma e o versor de ;

4. Determine as coordenadas do ponto P do eixo (( que é equidistante

dos pontos A = (0, 5) e B = (−2, −2).

5. Calcule a distância do ponto P = (3, −4) ao ponto médio do segmento

de recta AB, onde A = (1, 2) e B = (5, 4).

6. Num referencial o.n., considere o ponto A = (−1, 1) e os vectores =

1,2 # = 0,3 .

a) Calcule as coordenadas dos seguintes objectos: # ! 2#.

Represente-os no plano.

b) Determine o : 8 ^#.

223
2. Recta:

1. Considere a recta r cuja equação é dada por ( ) 10 = 0.

a) Indique o declive e a ordenada na origem de r;

b) Determine a abcissa do ponto de r cuja ordenada é 5.

2. Escreva uma equação da recta que passa pelos pontos A = (3, 0) e B

= (0, 2).

3. Escreva a equação reduzida da recta s que passa pelo ponto P = (−1,

1) e que tem a direcção do vector = 1,2 .

4. Considere o ponto A = (−2, −3) e a recta r definida pela equação 15x

− 3y + 27 = 0.

a) Indique a equação reduzida da recta paralela à recta r que passa

pelo ponto A;

b) Determine a distância do ponto A à recta r;

c) Escreva a equação reduzida da mediatriz do segmento de recta ™™™™ ,

onde B = (1, −2).

5. Determine o ponto de intersecção das rectas 2x + y − 4 = 0 e x + y +

1 = 0.

3. Circunferência:

1. Escreva a equação reduzida da circunferência e represente-a

graficamente:

224
a) De centro (−1, 3) e raio 2;

b) De centro (0, −2) e raio √2;

c) Que passa pelos pontos (1, −2), (0, 1) e (9, 4).

2. Qual é a condição para que a equação ( 4( ) ! 6) = s ! 29

represente uma circunferência?

3. Sabe-se que a equação de uma circunferência é d: 2( 2) = 32.

Qual é a área de d?

4. Determine a equação da circunferência com centro no ponto C(2, 1)

e que passa pelo ponto A(1, 1).

5. O ponto € 0,0 é exterior, pertencente ou interior à circunferência

d: ( ! 4 ) = 8?

6. Considere o quadrado de lados paralelos aos eixos coordenados e

circunscrito à circunferência de equação ( ) ! 6( ! 4) 12 = 0.

Determine as equações das retas que contêm as diagonais desse

quadrado.

4. Elipse:

1. Esboce os gráficos das elipses:


( )
=1
16 9

225
( )
= 1
4 1
( )
: =1
25 16
* 8( 9) = 72
( 9) = 36
(!1 ) 2
! =1
9 4
9 ( ! 3 16 ) ! 2 = 144
4 ( 2 !9 )!3 = 36

2. Considera as hipérboles do exercício anterior e determine:

a) As coordenadas dos focos e dos vértices.

b) As excentricidades.

3. Determine a equação reduzida da hipérbole, satisfazendo as

propriedades dadas:

a) Centro (0,0), eixo maior horizontal de comprimento 8 e eixo menor

de comprimento 6.

b) Focos (±3,0) e vértices (±5,0)

c) Os pontos limitantes dos eixos, maior e menor são respectivamente

(3,1), (9,1) e (6,-1) e (6,3).

d) Focos (-2,4) e (6,4) e eixo menor de comprimento 8.

4. Determine as coordenadas do centro, os vértices, os focos das elipses:


4( ! 8( 9) ! 36) 4=0
16) 64) ( ! 4( 52 = 0
5. O Sputnik, primeiro satélite lançado da Terra em 1957, descrevia uma

órbita elíptica, sendo o centro da Terra um dos focos. Determine a

226
equação da sua órbita, sabendo que, aproximadamente, a sua maior

altitude foi de 840 km, a sua menor altitude foi de 189 km e o raio da

Terra é de 570 km.

5. Hipérbole:

1. Esboce os gráficos das hipérboles, traçando as assíntotas:


( )
! =1
16 9
( )
! =1
4 1
: 8( ! 9) = 72
* 16 ( ! 3 !9 )!2 = 72
9 ( 2 !4 )!3 = 36
25( ! 9) = 225
2. Considera as hipérboles do exercício anterior e determine:

a) As coordenadas dos focos e dos vértices.

b) As excentricidades.

3. Determine a equação reduzida da hipérbole, satisfazendo as

propriedades dadas:

a) Centro (0,0), eixo real horizontal de comprimento 8 e eixo

imaginário de comprimento 6.

b) Vértices ¦3,0 : ¦5,0

c) Os pontos limitantes dos eixos, real e imaginário são

respectivamente 3,1 , 9,1 6, !1 6,3 .

d) Focos !4,4 8,4 e eixo imaginário de comprimento 8.

e) Centro (0,0), recta ) = (, uma assíntota e √5, 0 um foco.

227
4. Determine o centro, os vértices, os focos, os eixos de simetria e

desenhe o gráfico das hipérboles com as suas assíntotas:

a) !5( 4) 30( 16) = 9


b) !4( ) 8( 4) 4=0
c) !( 9) 4( ! 36) 41 = 0

228
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