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OS PRIMEIROS FILÓSOFOS

OS FILÓSOFOS DA NATUREZA

Profª Isabel Aguiar

http://profisabelaguiar.blogspot.com.br/
A AURORA DA FILOSOFIA: os pré-socráticos
Os pré-socráticos
Destaca-se nos primeiros filósofos a
construção de uma COSMOLOGIA (explicação
racional e sistemática das características do
universo) que substituísse a antiga
COSMOGONIA (explicação sobre a origem do
mundo baseada nos mitos).

Querem descobrir, com base na razão e


não na mitologia, a substância primordial
(arché, em grego) existente nos seres
materiais, ou seja, a matéria-prima de que são
feitas as coisas.
OS JÔNIOS
Tales de Mileto
Considerado o
primeiro pensador
grego: “pai da
filosofia”. Foi
astrônomo. Chegou a
prever um eclipse
total do Sol.
Demonstrou que a
soma interna dos
ângulos do triângulo é
180º. 623-546 a.C
Mileto: cidade litorânea situada na
Jônia, marcada pelo comércio e
múltiplas influências culturais.
Tales de Mileto: tudo é água
Na busca de fugir das antigas
explicações mitológicas sobre a criação do
mundo, Tales queria descobrir um
elemento físico constante em todas as
coisas.

Concluiu que a água é a substância


primordial, a origem única de todas as
coisas. Para ele, a água permanece a
mesma, em todas as transformações dos
corpos, apesar dos diferentes estados:
sólido, líquido e gasoso.
Anaximandro de Mileto – 610-547 a.C
Anaximandro de Mileto
“Nem água nem algum dos elementos, mas
alguma substância diferente, ilimitada, e que
dela nascem os céus e os mundos neles
contidos”.
Para ele não era possível pensar uma única
substância (ou o fogo ou a água...).
Designou esta substância como ápeiron
(em grego = o “indeterminado”, “infinito”).
Tal realidade não é acessível aos sentidos
como a água, por exemplo.
Anaxímenes de Mileto – 588-524 a.C
“E assim como nossa alma
que é ar, nos mantém unidos,
da mesma maneira o vento
envolve todo o mundo”.
Tentando conciliar Tales e Anaximandro,
concluiu ser o ar o princípio de todas as coisas.
Porque o AR representa um elemento “invisível e
imponderável, quase inobservável e, no entanto,
observável: o ar é a própria vida, a força vital, a
divindade que “ANIMA” o mundo, aquilo que dá
testemunho à respiração”.
Heráclito de Éfeso – 500 a. C - ?
• “Tudo flui, nada persiste, nem
permanece o mesmo”.
• Nascido em Éfeso, cidade da
região jônica.
• É considerado um dos mais
importantes filósofos pré-
socráticos e o primeiro
representante do
PENSAMENTO DIALÉTICO.
Heráclito de Éfeso – 500 a. C - ?
• Concebia a realidade do mundo como algo
dinâmico, em permanente transformação
(escola MOBILISTA  movimento).
• A vida era um fluxo constante,
impulsionado pela luta de forças contrárias:
a ordem e a desordem, o bem e o mal, o
belo e o feio, a construção e a destruição, a
justiça e a injustiça, o racional e o
irracional, a alegria e a tristeza, etc.
Heráclito de Éfeso – 500 a. C - ?
• É pela luta das forças opostas que o mundo
se modifica e evolui.
• VIR-A-SER  movimentação das coisas.
• DEVIR  eterna mudança.
• Imaginava a realidade dinâmica do mundo
sob a forma de FOGO, com chamas vivas e
eternas, governando o constante movimento
dos seres.
• “Não podemos entrar duas vezes no mesmo rio”
É HORA DE MÚSICA
• Vamos ouvir a música PLANETA ÁGUA
de GUILHERME ARANTES.

• CLASSE: ATIVIDADES DAS PÁGINAS 21


E 22
• CASA: 16,17,18
OS PITAGÓRICOS
Pitágoras de Samos – 570-490 a.C
• “Todas as coisas são números”.
• Nasceu na ilha de Samos, na
costa jônica, não distante de
Mileto.
• 530 a.C.  Sofreu perseguição
política por causa de suas
idéias, sendo obrigado a deixar
sua terra de origem. Instalou-se
em Crotona.
Pitágoras de Samos – 570-490 a.C

• CROTONA  fundou uma poderosa


sociedade de caráter filosófico e religioso
e de acentuada ligação com as questões
políticas.
• Depois de exercer considerável influência
política na região, a sociedade pitagórica
foi dispersada por opositores, e o próprio
Pitágoras foi expulso de Crotona.
Pitágoras de Samos – 570-490 a.C

• Para ele, a essência de todas as coisas


reside nos NÚMEROS, os quais
representam a ordem e a harmonia.
• A essência das coisas – ARCHÉ – teria
uma estrutura matemática da qual
derivariam problemas como: finito e
infinito, par e ímpar, unidade e
multiplicidade, reta e curva, círculo e
quadrado, etc.
Pitágoras de Samos – 570-490 a.C

• Dizia que no “fundo de todas as coisas” a


diferença entre os seres consiste,
essencialmente, em uma questão de
número (limite e ordem das coisas).
• As contribuições da escola pitagórica
podem ser encontradas nos campos da
matemática, da música e da astronomia.
OS ELEATAS
Parmênides de Eléia – 510- 470 a.C
• Tornou-se célebre por ter
feito oposição a Heráclito.
• Defendia a existência de
dois caminhos para a
compreensão da realidade:
– O da Filosofia, da razão, da
essência.
– O da crendice, da opinião
pessoal, da aparência
enganosa.
Parmênides de Eléia – 510- 470 a.C

• O caminho da ESSÊNCIA nos leva a concluir que


na realidade:
– Existe o SER, e não é concebível sua não-existência;
– O SER é; o NÃO-SER não é.
• Em vista disso, é considerado o primeiro filósofo a
formular os PRINCÍPIOS DE IDENTIDADE e DE
NÃO-CONTRADIÇÃO, desenvolvidos depois por
Aristóteles.
• Concluiu que o ser é eterno, único, imóvel e
ilimitado.
Parmênides de Eléia – 510- 470 a.C

• Quando a realidade é pensada pelo


caminho da aparência, tudo se confunde em
função do movimento, da pluralidade e do
devir (vir-a-ser).
• Para Parmênides, Heráclito teria percorrido
o caminho das aparências ilusórias.
• Essa via precisava ser evitada para não
termos de concluir que “o ser e o não-ser
são e não são a mesma coisas”.
Parmênides de Eléia – 510- 470 a.C
• Parmênides teria descoberto os atributos do
ser puro: o ser ideal do plano lógico.
• E negou-se a reconhecer como verdadeiros
os testemunhos ilusórios dos sentidos e a
constatar a existência do ser-no-mundo: o
ser que se exprime de diversos modos, os
seres múltiplos e mutáveis.
• Mas o filósofo sabia que é no MUNDO DA
ILUSÃO, das APARÊNCIAS e das
SENSAÇÕES que os homens vivem seu
cotidiano.
Parmênides de Eléia – 510- 470 a.C
• Então, “o mundo da ilusão não é uma ilusão
de mundo”, mas uma manifestação da
realidade que cabe à razão interpretar,
explicar e compreender, até que alcance a
essência dessa realidade.
• Pela razão, devemos buscar a essência, a
coerência e a verdade.
• O esforço de toda sabedoria é
sistematizar isso, tornar pensável o caos,
introduzir uma ordem nele.
Zenão de Eléia
• Elaborou argumentos para defender a
doutrina de seu mestre, Parmênides.
• Pretendia demonstrar que a própria noção
de MOVIMENTO era inviável e
contraditória.
• O mais célebre dos argumentos é o
PARADOXO DE ZENÃO, que se refere à
corrida de Aquiles com uma tartaruga.
PARADOXO DE ZENÃO
Zenão de Eléia
• Dizia Zenão:
– Se, na corrida, a tartaruga saísse à frente de Aquiles,
para alcançá-la ele precisaria percorrer uma distância
superior à metade da distância inicial que os separava no
começo da competição.
– Entretanto, como a tartaruga continuasse se
locomovendo, essa distância, por menor que fosse, teria
se ampliado. Aquiles deveria percorrer, então, mais da
metade dessa nova distância.
– A tartaruga, contudo, continuaria se movendo, e a tarefa
de Aquiles se repetiria ao infinito, pois o espaço pode ser
dividido em infinitos pontos.
Zenão de Eléia
• Na observação que fazemos do mundo,
através dos nossos sentidos, é evidente
que os argumentos de Zenão não
correspondem à realidade.
• Esses argumentos demonstram as
dificuldades pelas quais, passou o
pensamento racional para compreender
conceitos como movimento, espaço,
tempo e infinito.
OS PLURALISTAS
EMPÉDOCLES DE AGRIGENTO
• Esforçou-se em conciliar as concepções de
Parmênides e Heráclito.
• Aceitava de Parmênides a racionalidade que
afirma a existência e permanência do ser (“o ser
é”), mas procurava encontrar uma maneira de
tornar racional os dados captados por nossos
sentidos.
• Defendia a existência de quatro elementos
primordiais, que constituem as raízes de todas as
coisas percebidas: o FOGO, a TERRA, a ÁGUA e
o AR.
EMPÉDOCLES DE AGRIGENTO
• Esses elementos são movidos e misturados de
diferentes maneiras em função de dois princípios
universais opostos:
– AMOR (philia)  responsável pela força de atração e
união e pelo movimento de crescente harmonização das
coisas.
– ÓDIO (neikos)  responsável pela força de repulsão e
desagregação e pelo movimento de decadência,
dissolução e separação das coisas.
• Todas as coisas existentes na realidade estão
submetidas às forças cíclicas desses dois
princípios.
DEMÓCRITO DE ABDERA
• Responsável pelo desenvolvimento do
ATOMISMO.
• Afirmava que todas as coisas que formam a
realidade são constituídas por partículas
INVISÍVEIS e INDIVISÍVEIS (átomos).
• Para ele, o ÁTOMO seria o equivalente ao
“conceito de ser” em Parmênides.
• Além dos átomos, existiriam no mundo real
o VÁCUO  representaria a ausência de
ser (O NÃO-SER).
DEMÓCRITO DE ABDERA
• Devido à existência do vácuo, o movimento do ser
torna-se possível. O movimento dos átomos permite
infinita diversidade de composições.
• Distinguia 3 fatores básicos para explicar as
diferentes composições dos átomos:
– FIGURA  a forma geométrica de cada átomo,
Ex.: forma de A ≠ forma de B;
– ORDEM  a seqüência espacial dos átomos de
mesma figura. Ex.: AB ≠ BA;
– POSIÇÃO  a localização espacial dos átomos.
Ex.: M ≠ W.
DEMÓCRITO DE ABDERA
• É o ACASO ou a NECESSIDADE que
promove a aglomeração de certos átomos e
a repulsão de outros.
– ACASO  encadeamento imprevisível de
causa.
– NECESSIDADE  é o encadeamento previsível
e determinado entre causas.
• As infinitas possibilidades de aglomeração
dos átomos explicam a infinita variedade de
coisas existentes.
DEMÓCRITO DE ABDERA
• A principal contribuição trazida pelo
atomismo, é a CONCEPÇÃO
MECANICISTA  segundo a qual “tudo o
que existe no universo nasce do acaso ou
da necessidade”.
• Isto é, NADA NASCE DO NADA, NADA
RETORNA AO NADA. Tudo tem uma causa.
E os átomos são a causa última do mundo.
REFERÊNCIA
BIBLIOGRÁFICA
• CHALITA, Gabriel. Vivendo a Filosofia. 4 ed.
São Paulo: Ática, 2012.
• ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS,
Maria Helena Pires. Filosofando: introdução à
Filosofia. São Paulo; Ática, 1993.
• COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia:
história e grandes temas. 16 ed. reform. e ampl.
São Paulo: Saraiva, 2006.

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