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Alzira Ernesto Naueta

André Muripa
Derque Constantino Maposse
Noémia

Historial de Lógica e teoria de conjuntos


(curso de licenciatura em matemática 1º ano)

Universidade Rovuma
Nampula
2023

Alzira Ernesto Naueta


André Muripa

1
Derque Constantino Maposse
Noémia

Historial de Lógica e teoria de conjuntos


(curso de licenciatura em matemática 1º ano)

Trabalho de carácter avaliativo


da cadeira de lógica e teoria de
conjuntos, orientado pelo
docente˸Nassone Citimelane
Guuambe

Universidade Rovuma
Nampula
2023

Índice

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Introdução………………………………………………………………………………….……4

HISTÓRIA DA LOGICA …………………………………..……………………………….….5


ONDE, QUANDO SURGIU E QUEM É O CRIADOR DA LÓGICA………………………5
O QUE É LÓGICA?....................................................................................................................5

LÓGICA MATEMÁTICA ORIGEM E HISTÓRIA………………………………………….7


Aplicação da lógia na matemática………………………………………………………………7

Conclusão ……………………………………………………………………………………….12

Bibliografia ……………………………………………………………………………………..13

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INTRODUCAO
No presente trabalho abordar-se-á sobre a lógica e sua história. Só para começar a história da
lógica documenta o desenvolvimento da lógica em várias culturas e tradições. Apesar de muitas
culturas terem usado complicados sistemas de raciocínio, somente na China,  Índia e Grécia os
métodos de raciocínio tiveram um desenvolvimento sustentável. Embora as datas sejam incertas,
especialmente no caso da Índia, é possível que a lógica tenha emergido nos três países por volta
do século IV a.C. A lógica moderna descende da tradição grega, mas também há influências
de filósofos e de lógicos europeus da era medieval que tiveram contacto com a lógica
aristotélica.

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HISTÓRIA DA LOGICA
ONDE, QUANDO SURGIU E QUEM É O CRIADOR DA LÓGICA
Não podemos dizer que a lógica em si foi criada, mas sim descoberta. Desde que existe
racionalidade, a lógica existe. Quem a descobriu foi Aristóteles. As suas criações dizem respeito
apenas à nomenclatura que ele deu e ao estudo sistemático daquilo que era a lógica.

Segundo Porfirio (2016 ) Os estudos de lógica foram iniciados por Aristóteles, entre 384 a.C. e
322 a.C., na Grécia Antiga. Esse grande pensador percebeu que a maior distinção entre o ser
humano e os demais animais é a linguagem. Ele também notou que há uma estrutura linguística
que deve ser obedecida para que os enunciados tenham sentido. Essas percepções fizeram com
que o filósofo formalizasse uma ciência capaz de entender e classificar os elementos que
permitem os enunciados linguísticos com sentido e validade, fundando a lógica. A lógica
aristotélica, também chamada de lógica clássica, sustenta-se com base em princípios racionais e
nos silogismos.

O QUE É LÓGICA?
A lógica é a ciência que expõe as leis, modos e formas do conhecimento científico. Trata-se de
uma ciência formal desprovida de conteúdo, que se dedica ao estudo das formas válidas de
inferência. Trata-se portanto do estudo dos métodos e dos princípios utilizados para distinguir o
raciocínio correcto do incorrecto.

A etimologia mostra que o conceito de lógica deriva do latim logĭca, que, por sua vez, provém
do termo grego logikós (de logos, “razão” ou “estudo”). O filósofo grego Aristóteles foi pioneiro
a utilizar a noção para fazer referência ao estudo dos argumentos enquanto manifestadores da
verdade na ciência, tendo sido ele quem sugeriu o silogismo como sendo o argumento válido.

A lógica determina a organização e a validade do pensamento e dos enunciados linguísticos.

Aristóteles é considerado o pai da lógica formal. Por outro lado, a lógica informal é o estudo
metódico dos argumentos prováveis na perspectiva da retórica, da oratória e da filosofia, entre
outras ciências. É especializada na identificação de lapsos e paradoxos, e na construção correcta
dos discursos.

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De um modo geral, a lógica quase sempre é composta por três tipos de raciocínios, sendo esses:
o raciocínio dedutivo, o raciocínio indutivo e também o raciocínio abdutivo.

A lógica é também amplamente utilizada na ciência da computação, onde abrange o seu uso em
aplicações computacionais. Sendo ela uma essencial e indispensável ferramentas para quem se
dedica a essa área.

Existem outros tipos ou classes de lógica, como é o caso da lógica binária, que trabalha com
variáveis que consideram unicamente dois valores discretos.

A palavra lógica pode denotar tanto um conjunto de regras racionais para a obtenção de um


conhecimento quanto a área da filosofia que estuda a validade formal das proposições
linguísticas e matemáticas. A lógica, enquanto propriedade linguística, não se preocupa com a
veracidade dos enunciados, mas com a validade formal lógica, ou seja, com a possibilidade de
sentido da frase dada por sua estrutura. Se a estrutura de uma frase é correcta, isto é, se ela segue
um padrão formal correcto, podemos dizer que a frase é logicamente válida.

Outros filósofos, como os alemães Ludwig Wittgenstein e Rudolf Carnap e o britânico Bertrand


Russell, dedicaram-se a estudar as relações entre a lógica e a linguagem, aprofundando os
estudos da chamada filosofia analítica da linguagem.

Lógica aristotélica

As investigações de Aristóteles acerca da lógica fizeram-no descobrir que todo o conhecimento


válido emitido por enunciados deve respeitar três princípios básicos. São eles:

Princípio da identidade: é o que enuncia as identidades dos seres e das coisas. Por meio do
verbo ser, o princípio diz o que certa coisa é. Como exemplo, podemos dizer “A é A”. O verbo
ser conjugado na primeira pessoa do singular, destacado em vermelho, é o elemento que denota a
identidade do objecto. Para pegar um exemplo mais palpável, podemos dizer “isto é um texto”,
indicando que a identidade desse objecto a que nos referimos é a categoria “texto”.
Princípio da não-contradição:  este princípio elementar diz que a identidade de algo não pode
ser ela mesma e não ser ela ao mesmo tempo e sob o mesmo aspecto. A sua formulação pode ser
pensada da seguinte maneira: não é possível que algo seja e não seja aquilo que é, ao mesmo
tempo e sob o mesmo aspecto. É impossível que isto seja um texto e não seja um texto ao mesmo
tempo e sob o mesmo aspecto.
Princípio do terceiro excluído: algo é ou não é e não há terceira possibilidade. Pensando com
base na identidade e na não contradição, podemos afirmar que isto é um texto ou não é um texto,

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não havendo outra possibilidade. Se isto for um automóvel, por exemplo, deixa de ser um texto,
encaixando-se na segunda possibilidade.

LÓGICA MATEMÁTICA ORIGEM E HISTÓRIA


As datas exactas sobre muitos aspectos da lógica matemática são incertas. No entanto, a maioria
das bibliografias sobre o assunto tem origem na Grécia antiga.

Aristóteles

O início do tratamento rigoroso da lógica é atribuído, em parte, a Aristóteles, que escreveu um


conjunto de obras lógicas, que foram subsequentemente compiladas e desenvolvidas por
diferentes filósofos e cientistas, até a Idade Média. Isso pode ser considerado como “a velha
lógica”.

A lógica matemática surgiu em meados do século XIX como um sub-ramo da Matemática e


independente do estudo tradicional da (Ferreirós 2001, p. 443) (Ferreirós 2001, p. 443). Antes do
seu surgimento independente, a lógica foi estudada com a retórica, através do silogismo e a
filosofia. Na primeira metade do século XX houve uma explosão de resultados fundamentais,
acompanhados por debates vigorosos sobre as bases da matemática.
Os estudos sobre o raciocínio foram inicialmente desenvolvidos por filósofos como Parménides e
Platão, mas foi Aristóteles quem o elaborou mais detalhadamente e definiu a lógica como se estuda
hoje em dia (como se estudava até o século XIX). A lógica, segundo Aristóteles, é um instrumento
para atingir o conhecimento científico, baseando-se no silogismo.
Seguidores de Aristóteles reuniram seus princípios sobre lógica em um livro intitulado “Organon”,
que significa “Instrumento da Ciência”.

Aplicação da lógia na matemática

Na matemática,  é a lógica que garante a estrutura formal racional das equações e demais


elementos matemáticos que, de algum modo, relacionam-se. Na contemporaneidade,
Gottlob Frege revolucionou a lógica ao misturar elementos matemáticos e linguísticos para o
entendimento de enunciados e ao distinguir as noções de sentido e referente. Isso possibilitou o
aprofundamento na programação, o que, por sua vez, forneceu bases para a criação da
informática e dos computadores.

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A lógica matemática ou lógica simbólica é uma linguagem matemática que cobre as
ferramentas necessárias através do qual se pode afirmar ou negar um raciocínio matemático.

É sabido que na matemática não existem ambiguidades. Dado um argumento matemático, isso é
válido ou simplesmente não é. Não pode ser falso e verdadeiro ao mesmo tempo. Ainda mais , a
lógica matemática é aquela que opera com recurso a uma linguagem simbólica artificial e
realizando uma abstracção dos conteúdos.

No que diz respeito a matemática, a lógica trabalha com a organização de forma racional, nisso,
ela contribui para os resultados de cálculos estejam correctos. Para isso a máquina ou o
matemático responsável, através da lógica matemática, faz uso de um padrão que utiliza-se das
regras racionais. Ou seja, aqui a lógica estabelece um nexo causal dentro da área da matemática.

Um aspecto particular da matemática é que ela possui uma linguagem formal e rigorosa através
da qual a validade de um raciocínio pode ser determinada. O que torna irrefutável certo
raciocínio ou qualquer prova matemática. É disso que se trata a lógica matemática.

Assim, a lógica é a disciplina da matemática responsável pelo estudo do raciocínio e das


demonstrações matemáticas, fornecendo as ferramentas para poder inferir uma conclusão
correcta a partir de afirmações ou proposições anteriores.

Então, no que é conhecido como a Era Contemporânea, Leibniz, impulsionado por um profundo
desejo de estabelecer uma linguagem universal para raciocinar matematicamente, e outros
matemáticos como Gottlob Frege e Giuseppe Peano influenciaram bastante o desenvolvimento
da lógica matemática com grandes contribuições, entre eles, os axiomas de Peano, que formulam
propriedades indispensáveis dos números naturais.

Os matemáticos George Boole e Georg Cantor também tiveram grande influência nessa época,
com importantes contribuições em teoria dos conjuntos e tabelas da verdade, nas quais, entre
outros aspectos, a Álgebra Booleana (de George Boole) e o Axioma da Escolha (de George
Cantor).

Há também Augustus De Morgan com as conhecidas leis de Morgan, que contemplam


negações, conjunções, disjunções e condições entre proposições, chaves para o desenvolvimento
da Lógica Simbólica e Jhon Venn com os famosos diagramas de Venn.

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A lógica matemática relaciona-se com teoria dos conjuntos. (Foto: Wkipédia)

Proposições

A lógica matemática possui um conceito básico:  proposição. Que nada mais é que uma
derivação do verbo propor “apresentar; colocar diante de” ou ainda pode ser caracterizada como
uma sentença afirmativa escrita em linguagem formal ou informal.  

A sentença de uma proposição é associada a um valor verdadeiro ou falso, mas nunca os dois.
Ela também, geralmente, é representada por letras minúsculas (q, r, s ou t). Confira o exemplo
abaixo:

p: Maria é professora

Uma vez considerada verdadeira a proposição p, isto é, que Maria é professora, também
podemos afirmar que o valor lógico da proposição p é verdadeiro.

Isso também equivale a equação VL (P) = V.

As proposições são classificadas como simples ou compostas. No primeiro caso, elas estão


sozinhas e desacompanhadas de outras proposições. Já quando elas são combinadas com duas ou
mais proposições, forma-se uma proposição composta. Por exemplo:

p: o carro é preto  (proposição simples)

r: o carro é preto e Jorge é motorista  (proposição composta)

Um importante instrumento da lógica matemática são as tabelas de verdade. Essas tabelas


possibilitam o entendimento linguístico formal de enunciados linguísticos e de proposições
matemáticas. Antes de passar para as tabelas, devemos entender o que significam os símbolos e
conectivos que utilizaremos nelas.

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P e Q são apenas exemplos que podem representar acções ou objectos ou, pensando em
enunciados, podem ser sujeito e predicado ou sujeito e verbo.
~ é o símbolo da negação. Ele tem a função de negar uma afirmação.
Ʌ é o símbolo da conjunção. Ele tem a função de juntar dois elementos, equivalendo, na língua
portuguesa, ao conectivo “e”. Esse símbolo passa a ideia de adição e de formação de conjuntos.
V é o símbolo da disjunção. Ele permite a ideia de dissolução de conjuntos e de alternância. Na
língua portuguesa, esse conectivo equivale a “ou”.
→ é o símbolo condicional. Ele implica uma condição. Para que algo aconteça, é necessário algo
anterior. Equivale, na língua portuguesa, a “se e então”.
↔ é o símbolo bicondicional. Ele passa a ideia de uma dupla condição para a formação da
proposição.
V e F significam apenas se a fórmula ou o enunciado é verdadeiro ou falso e podem também
serem apresentadas em valores lógicos {1e 0}.

Vejamos exemplos de tabelas de verdade mais comuns e como elas funcionam:

Negação (~):  a negação ocorre quando se quer negar um termo, desse modo, a negação de “P” é
“~P”. Se “P” é verdadeiro, “~P” é falso, e vice-versa.

P ~P

V F

F V

O resumo da tabela de verdade

Disjunção
Proposições Conjunção Inclusiva Exclusiva Condicional Bicondicional
P Q ˄ ˅ ˅ → ↔
V V V V F V V
V F F V V F F
F V F V V V F
F F F F F V V

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Ou ainda a tabela de verdade pode ser expressa da seguinte forma:

Disjunção
Proposições Conjunção Inclusiva Exclusiva Condicional Bicondicional
P Q ˄ ˅ ˅ → ↔
1 1 1 1 0 1 1
1 0 0 1 1 0 0
0 1 0 1 1 1 0
0 0 0 0 0 1 1

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Conclusão

No final deste trabalho conclui-se que a história da Lógica tem início com o filósofo
grego ARISTÓTELES (384 - 322a.C.) de Estagira (hoje Estavo) na Macedônia. Aristóteles criou
a ciência da Lógica cuja essência era a teoria do silogismo (certa forma de argumento válido).
Seus escritos foram reunidos na obra denominada Organon ou Instrumento da Ciência.
Segundo Kneale (O Desenvolvimento da Lógica), houve durante muitos anos uma certa
rivalidade entre os Peripatéticos e os Megários e que isto talvez tenha prejudicado o
desenvolvimento da lógica, embora na verdade as teorias destas escolas fossem complementares.

No PERÍODO BOOLEANO :(± 1840 a ± 1910), inicia-se com GEORGE BOOLE (1815-1864)


e AUGUSTUS DE MORGAN (1806-1871). Publicaram os fundamentos da chamada Álgebra da
lógica, respectivamente com MATHEMATICAL ANALYSIS OF LOGIC e FORMAL LOGIC.
GOTLOB FREGE (1848-1925) um grande passo no desenvolvimento da lógica com a
obra BEGRIFFSSCHRIFT de 1879. As idéias de Frege só foram reconhecidas pelos lógicos mais
ou menos a partir de 1905. É devido a Frege o desenvolvimento da lógica que se seguiu.
GIUSEPPE PEANO (1858-1932) e sua escola com Burali-Forti, Vacca, Pieri, Pádoa, Vailati.
Quase toda simbologia da matemática se deve a essa escola italiana.

No que tange ao PERÍODO ACTUAL: (1910- ate dias de hoje.) com BERTRAND


RUSSELL (1872-1970) e ALFRED NORTH WHITEHEAD (1861-1947) se inicia o período
actual da lógica, com a obra PRINCIPIA MATHEMATICA.
DAVID HILBERT (1862-1943) e sua escola alemã com von Neuman, Bernays, Ackerman e
outros. KURT GÖDEL (1906-1978) e ALFRED TARSKI (1902-1983) com suas importantes
contribuições. Surgem as Lógicas não-clássicas : N.C.A. DA COSTA com as lógicas para
consistentes , L. A. ZADEH com a lógica "fuzzy" e as contribuições dessas lógicas para a
Informática, no campo da Inteligência Artificial com os Sistemas Especialistas.

Hoje as especialidades se multiplicam e as pesquisas em Lógica englobam muitas áreas do


conhecimento.

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Bibliografia

https://conceito.de/logica

https://pt.m.wikipedia.org/wiki/L%C3%B3gica_matem%C3%A1tica

https://www.google.com/amp/s/www.todamateria.com.br/logica-matematica/amp/

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