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CALOR LATENTE, CALOR E TRABALHO

CONTEÚDOS:
CALOR LATENTE

TRABALHO NOS PROCESSOS TERMODINÂMICOS


CALOR LATENTE

Normalmente , a temperatura duma substância


varia quando esta troca energia com a
vizinhança.

Excepto quando da substância muda de fase ou


transições de fase

Ex: Fusão, ebulição, mudança da estrutura cristalina


dum sólido, etc.
CALOR LATENTE (CONT.)
Todas essas mudanças de fase envolvem variação
de U, mas não há variação de T da substância.

Substâncias diferentes respondem de formas


diferentes à transferência de energia , a medida
que sofrem transição de fase porque apresentam
disposições moleculares diferentes.

Além disso, a quantidade de energia transferida


durante a transição de fase depende da
quantidade da substância envolvida.
CALOR LATENTE (CONT.)
Se é necessário transferir uma quantidade de calor Q
para que ocorra a mudança de fase na substância
Q
cuja a massa é m, a razão m caracteriza uma
propriedade térmica importante da substância, o
calor latente L:
Q
L
m

A quantidade L é chamada calor latente da substância


porque a energia transferida Q não causa variação
na temperatura da substância
Calor latente (cont.)
O valor de L para a substância, depende da natureza da
transição de fase e das propriedades da substância.
Assim, a energia necessária para mudar a fase da
substância de massa m, é dada por:
Q  m.L
As transições de fase podem ser descritas como
mudanças na disposição espacial das moléculas
quando ocorre uma troca de energia entre o sistema e
sua vizinhança.
5 J 6 J
L f agua  3,33  10 e Lvagua  2,26  10
kg kg
Calor latente (cont.)
No caso em que a substância recebe energia, esta serve
para realizar trabalho contra as forças de atracção
mútua das moléculas (quebrar as ligações entre elas e
permitir que elas passem para novas posições de
equilíbrio, ou para separá-las).

CALOR LATENTE:
É a quantidade de energia, por unidade de massa,
que deve ser trocada entre a substância e a sua
vizinhança para que ocorra a transição de fase.

EX: Considere um cubo de gelo de massa 1 g à temperatura


de -30º C. Determine a energia necessária para convertê-lo
em vapor à 120º C.
Represente o gráfico temperatura (ºC) versus energia (J)
transferida,
Trabalho e calor nos processos
termodinâmicos
Na descrição macroscópica dum sistema, o
estado é caracterizado através de variáveis
termodinâmicas: pressão, volume, temperatura
e energia interna.

O estado macroscópico dum sistema isolado,


somente, pode ser especificado se este estiver
no estado de equilíbrio termodinâmico interno.
Isto é, os valores das variáveis p e T têm o
mesmo valor em todas as partes do sistema.
Calor e trabalho (cont.)

Considere um gás confinado num cilindro provido


dum pistão bem ajustado e móvel.
No estado de equilíbrio o sistema ocupa um volume
V, exerce uma pressão uniforme p nas paredes e
no pistão.

Se A- é a área de secção transversal do pistão.


Então, a força exercida pelo gás sobre o pistão é:
F  p. A
Calor e trabalho (cont.)
Consideremos uma expansão quase-estática do gás:
A medida que o pistão se move para cima a uma distância
dy, o trabalho realizado pelo gás sobre o pistão é:

W  F .dy  p. A.dy  p.dV , assim,


W  p.dV
 Expansão dV  0  W  0
W  p.dV  
 Compressão dV  0  W  0
Na termodinâmica, trabalho positivo representa uma
transferência de energia para fora do sistema.
Assim,  0  realizado pelo sistema
W é 
 0  realizado sobre o sistema
Calor e trabalho (cont.)
O trabalho total realizado pelo gás, quando este sofre
um processo quase-estático, na passagem do
estado i, com volume Vi para o estado f com
volume Vf é dado por:
Vf

W   p.dV
Vi

Para calcular o valor do integral é necessário, além


de conhecer o volume nos estados inicial e final,
conhecer também a pressão em qualquer instante
durante o processo, ou seja é preciso conhecer a
função p  pV 
Calor e trabalho (cont.)
Considere uma expansão quase-estática do gás desde o
estado i para o estado f, representada no diagrama pV.

p
Vf
N
pf W  p.dV  A
Vi
ifV f Vi

pi
V
vi Vf
O trabalho realizado pelo gás durante a expansão a partir do
estado inicial até ao estado final, é numericamente igual a
área sob a curva ligando os estados inicial e final no
diagrama pV.
Calor e trabalho (cont.)

O trabalho realizado pelo sistema quando


evolui do estado inicial para o estado final
depende da trajectória seguida pelo sistema
entre os estados envolvidos.

A trajectória no plano pV é a descrição do


processo termodinâmico através do qual o
sistema passa dum estado para o outro.
Calor e trabalho (cont.)
Em cada caso a área sombreada é
numericamente igual ao trabalho realizado pelo
sistema:
p p

V V

Vf
a) Num processo isovolumétrico V=const, então dV=0
por isso:
W   p.dV  0
Vi
Calor e trabalho (cont)
b) Num processo à p constante:
Vf Vi

W   p.dV  p. dV  p.V f  Vi   p.V


Vi Vi

Para um gás ideal, temos p.V f  nRT f e p.Vi  nRTi


Por isso o trabalho à p constante pode ser
expresso em termos de variação da
temperatura:
W  nR T f  Ti   nRT
c) Num processo a T constante e se o sistema
é um gás
Calor e trabalho (conT.)
teremos o seguinte:
Vf Vf Vf
nRT nRT dV
W   p.dV onde p  W   .dV  nRT 
Vi
V Vi
V Vi
V
Vf
 W  nRT ln
Vi
Para além de depender dos estados inicial e final, o
trabalho realizado pelo sistema também depende da
trajectória seguida pelo sistema entre os estados
envolvidos.
A energia trocada, em forma de calor, entre o sistema
e sua vizinhança também depende do processo.
Calor e trabalho (cont.)
Considere duas situações envolvendo gás ideal em que os
estados inicial e final nos dois casos são idênticos.
.
posição final

O pistão é mantido na posição inicial


por uma força.

Quando a força é ligeiramente reduzida o


Gás a Tpistão
i
move-se lentamente da posição
inicial até à final.

Fonte de calor à
Ti
O gás realizou trabalho sobre o pistão
Durante a expansão o gás absorve energia, em forma de
calor, a partir da fonte numa quantidade suficiente para
manter a sua temperatura, Q=W.
Calor e trabalho (cont.)

Numa outra situação, o gás está num sistema


termicamente isolado (por completo) da sua
vizinhança.

Quando a membrana se rompe


ocorre uma rápida expansão do gás
Vácuo
Membrana para o vácuo até ocupar o volume Vf
Gás a Ti

e à pressão pf .

O gás não realiza trabalho nem absorve calor


Calor e trabalho (cont.)
Conclusoes:
Nos dois casos os estados inicial e final do gás
ideal são idênticos, mas as trajectórias
seguidas são diferentes.

A transferência de energia, tanto em forma de


calor como em forma de trabalho, depende dos
estados inicial e final bem como dos estados
intermediários, ou seja Q e W são grandezas
de processo.

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