CAPITULO 4

Termodinâmica
2023
 ANALISE DE ENERGIA DE SISTEMAS
FECHADOS
Objectivos:
• Examinar o trabalho de deslocamento de fronteira ou trabalho P dV
(geralmente se encontra nos dispositivos de movimento cíclico, tais como
motores de combustão interna e compressores).

• Identificar a primeira lei da termodinâmica simplesmente como uma

afirmação do principio de conservação de energia nos sistemas fechados
(massa fixa).

• Desenvolver o balanço geral de energia aplicado para sistemas fechados.

• Definir o calor especifico a pressão constante.

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FECHADOS
• Relacionar os calores específicos com o calculo das mudanças de energia
interna e entlapia dos gases perfeitos.

• Descrever substancias incompressíveis e determinar a mudança das suas

energias internas e entlapia.
• Resolver problemas de balanço de energia para sistemas de fechados
(massa fixa), sistemas que envolvem interacção entre calor e trabalho para
substâncias puras gerais, gases perfeitos e incompressíveis.
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FECHADOS
Uma forma de trabalho vulgarmente encontrada na prática está associada a
expansão ou a compressão de um gás contido num dispositivo cilindro-
êmbolo. Durante este processo parte da fronteira (superfície interior do
êmbolo) move-se alternadamente. Assim o trabalho de compressão é
denominado trabalho de deslocamento de uma fronteira ou simplesmente
trabalho de fronteira, este também pode ser chamado trabalho P dv.
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FECHADOS
• O trabalho de fronteira associado a motores e compressores,
não pode ser determinado com precisão apenas através de
uma análise termodinâmica, devido a rapidez do movimento
do êmbolo, que não permite aos gases contidos manterem o
equilíbrio. Desta forma, não é possível caracterizar os estados
intermédios do processo, impedindo o traçado de um
caminho, que por sua vez impossibilita a determinação
analítica do trabalho. Assim, o trabalho de fronteira em
motores de combustão ou em compressores é determinado
por medição directa.
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FECHADOS
Considere-se um gás contido num
dispositivo cilindro-êmbolo. A sua
pressão inicial é P, o volume total V
e a área da superfície interior do
êmbolo A. Se este efectua um
deslocamento ds num processo de
quase-equilibrio, o trabalho
diferencial efectuado é:

 W f  Fds  PAds  PdV  kJ  (2)

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FECHADOS
O trabalho de fronteira total efectuado durante um processo completo de
movimento do êmbolo é obtido pela adição de todos os trabalhos
diferenciais desde o estado inicial ao final

2
W f   PdV
1
 kJ  (3)

Este integral só pode ser calculado conhecendo-se a relação funcional

entre P e V, durante um processo. Isto é, P = f(V),
f(V) sendo esta
simplesmente a equação do caminho num diagrama P – V.
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FECHADOS
O processo de quase-equilibrio da
expansão descrito, está ilustrado
num diagrama P – V. Neste, o
diferencial da área, dA, é igual ao
diferencial do trabalho PdV. A
área total abaixo da curva 1 – 2 é
obtida pela adição das áreas
diferenciais:

2 2
Área  A   dA =  PdV (4)
1 1
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FECHADOS
• A comparação da última equação com a Equação 3 revela que
a área abaixo da curva de processo num diagrama P – V é
igual, em valor, ao trabalho realizado durante um processo de
quase-equilibrio de expansão ou de compressão, num sistema
fechado. (isso representa num diagrama P – V, o trabalho de
fronteira realizado por unidade de massa).
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FECHADOS
Um gás pode seguir diferentes
caminhos, à medida que se expande
desde o Estado 1 até o Estado 2,
variando o valor de Pdv e sendo o
trabalho diferente consoante o
caminho percorrido, como era de
esperar, pois o trabalho é uma
função do caminho. Caso contrário,
dispositivos cíclicos tais como
motores térmicos ou centrais
térmicas, não realizariam nenhum
trabalho, pois o realizado numa
parte do ciclo seria consumido
noutra.
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FECHADOS
A pressão P da Equação 4 é a actuante na superfície interior do êmbolo,
sendo igual à do interior do cilindro apenas se o processo for de quase-
equilibrio. A Equação 4 pode ser usada numa situação de não quase-
equilibrio desde que se utilize a pressão actuante na superfície interior do
êmbolo. Portanto pode-se generalizar a expressão de trabalho de fronteira
do seguinte modo:
2
W f   PdV
i (5)
1

Em que Pi representa a pressão na superfície inferior do êmbolo.

Note-se que o trabalho é um mecanismo de interacção de energia
entre um sistema e a vizinhança e Wf representa a quantidade de
energia transferida do sistema, durante um processo de expansão (ou
para o sistema durante um processo de compressão).
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FECHADOS
Num motor de combustão interna, o trabalho de fronteira efectuado
durante a expansão de gases quentes, é usado para superar as forças
de atrito desenvolvidas pelo êmbolo, escoar o ar atmosférico e e rodar
a cambota assim:

2
W f  Watrito  Watm  Wcambota    Fatrito  Patm A  Fcambota dx (6)
1

O trabalho usado para superar o atrito, surge na forma de calor e

a energia transmitida através da cambota será por sua vez
transferida para outros componentes. A utilização da Expressão
2.15 de trabalho de fronteira, não está limitada a processos de
quase-equilibrio de gases, podendo também ser empregue para
sólidos e líquidos.
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FECHADOS
• O trabalho total realizado
num ciclo é igual a
diferença entre o
realizado pelo sistema e o
realizado neste.
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SISTEMAS FECHADOS
• Exemplo:
Um tanque rígido contem ar a 500 kPa e
150°C. como resultado de transferência de
calor para o ambiente, a temperatura e a
pressão dentro do tanque decresce para 65°C
e 400 kPa, respectivamente. Determine o
trabalho de deslocamento de fronteira
durante este processo.
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FECHADOS
PROCESSO POLITROPICO
Durante um processo de expansão ou compressão de um gás, a
pressão e o volume relacionam-se por PVn = C,
C em que n e c são
constantes. Este tipo de processo denomina-se politrópico, podendo a
pressão ser expressa por:
P  CV  n (7)
Substituindo esta relação na Equação 4 obtém-se:
(8)
 n 1  n 1
2 2 V  V 2 2  PV
PV
Wf   PdV   CV dV  C
n 2 1
 1 1
1 1 n  1 1 n

Visto C=P1V1n = P2V2n, no caso de um gás perfeito (PV = mRT), esta

equação pode ser escrita da seguinte forma:
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FECHADOS
mR T2  T1 
Wf  ,n 1  kJ  (9)
1 n
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SISTEMAS FECHADOS
• BALANCO DE ENERGIA NUM SISTEMA FECHADO
• A determinação da Variação de energia de um sistema
durante um processo envolve a avaliação da energia no inicio
e no fim do processo, registando-se a sua diferença.
• Variação da energia = Energia no estado final - Energia no estado inicial

Esistema  E final  Einicial  E2  E1 (9)

A energia é uma propriedade e o valor desta não se altera

ao menos que exista uma mudança do estado do
sistema.
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SISTEMAS FECHADOS
Na ausência de efeitos eléctricos magnéticos e de tensão superficial (ou seja
sistemas compreensíveis simples), a variação da energia total de um sistema
durante um processo, é igual a soma da variação da sua energia interna,
cinética e potencial, que se expressa por:

E  U  Ec  Ep
Em que:
U  m u2  u1 
1
Ec  m V22  V12 
2
Ep  mg  z2  z1 
Quando são dados os estados inicial e final, os valores da energia
interna específica u1 e u2, podem ser determinados directamente
através de tabelas das propriedades ou relações termodinâmicas.
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SISTEMAS FECHADOS
• Calores Específicos
Sabe-se por experiência que
são necessárias diferentes
quantidades de energia para
aumentar em 1º C a
temperatura de substancias
diferentes de igual massa.
O calor específico é definido
como a energia necessária
para aumentar a temperatura
de uma unidade de massa de
uma substância em 1ºC
mantendo o volume
constante.
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SISTEMAS FECHADOS

São necessários cerca de 4,5 kJ de energia para aumentar a

temperatura de 1kg de ferro de 20 para 30 ºC, sendo no entanto
necessário quase cerca de nove vezes mais energia, cerca de 41,8 kJ,
para aumentar a temperatura de 1 kg de água líquida na mesma faixa
de temperaturas.
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SISTEMAS FECHADOS
Em Termodinâmica distinguem-se
dois tipos de calores específicos:
calor específico a volume constante,
cv e calor específico a pressão
constante cp.
Fisicamente o calor específico a
volume constante pode ser visto
como a energia necessária para
aumentar a temperatura de uma
unidade de massa de uma substancia
em 1ºC, mantendo constante o seu
volume. A energia necessária para
realizar o mesmo mas a uma pressão
constante, designa-se calor
específico a pressão constante.
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SISTEMAS FECHADOS
Considerando um sistema fechado estacionário, sujeito a um processo a
volume constante (Wb=0), a equação da primeira lei da termodinâmica para
este processo pode ser expressa pela forma diferencial como:
 q   Woutros  du
O termo do lado esquerda da equação representa a quantidade de
energia transferida para o sistema sob a forma de calor e ou trabalho.
Através da definição de cv, esta energia deve ser igual a cvdT,
dT em
que dT representa a variação diferencial da temperatura, assim:

cv dT  du a volume constante 
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SISTEMAS FECHADOS
Ou
 u 
cv    (10)
 T v
De forma análoga, uma expressão para calor específico a pressão
constante cp pode ser obtida com base no processo a pressão
constante (wb + Δu = Δh) obtendo-se:
 h 
cp    (11)
 T p
As Equações 3.13 e 3.14 definem cv e cp
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SISTEMAS FECHADOS
As equações cp e cv são relações
de propriedade e, como tal, são
independentes do tipo de
processo, sendo válidas para
qualquer substancia sujeita a
qualquer processo. Uma outra
observação é que cv está
relacionada com a variação de
energia interna e cp com a
variação da entalpia.
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SISTEMAS FECHADOS

Os calores específicos variam com a temperatura, por exemplo,

para aumentar um grau de temperatura do ar, na faixa de
temperaturas entre 300 a 301 K, necessita-se de 0,718 kJ de
energia, enquanto que na faixa de temperatura de 1000 a 1001
necessita-se de 0,855 kJ de energia.
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SISTEMAS FECHADOS
Definiu-se que um gás é um gás perfeito quando a pressão, temperatura e
volume estão relacionados por:

Pv  mRT (12)
A energia interna de um gás perfeito só é função da
temperatura, isto é:
u  u T  (13)

Joule na sua experiência clássica submergiu dois reservatórios

ligados por um tubo e uma válvula num banho de água.
Inicialmente um dos reservatórios continha gás a alta pressão e
outro vácuo.