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Física

Frente III
CAPÍTULO 5 - TERMODINÂMICA

AULAS 12 À 16 Considere um gás contido num cilindro cujo êmbolo


pode-se movimentar livremente e sobre o qual há um
peso de massa m. Durante qualquer transformação
Introdução sofrida pelo gás, a pressão mantém-se constante, pois o
A Termodinâmica é parte da física que estuda a peso colocado sobre o êmbolo não varia. Sejam P a
1
quantificação efetiva das transformações entre calor e pressão, V1 o volume e T1 a temperatura do gás na situ-
trabalho. ação inicial.
Todo estudo na termodinâmica toma como referên-
cia um Sistema Termodinâmico, que é um conjunto
constituído de um fluido (na maioria dos casos, um gás
perfeito) contido em um recipiente, podendo estar ou
não em contato direto com o ambiente. Os sistemas
podem ser classificados da seguinte maneira:
Sistema Aberto: Através da fronteira, pode-se trocar
com o meio externo energia e matéria.
Sistema Fechado: Pode-se trocar energia, mas não
matéria.
Sistema Isolado: A fronteira do sistema impede trocas
de energia e matéria. Fornecendo calor Q ao sistema, por meio de uma
fonte térmica, o gás expande-se, deslocando o êmbolo
Estudaremos nesse curso os conceitos envolvidos na de uma distância x. Na situação final, o volume do gás é
Termodinâmica dos Gases Perfeitos. Sob esse aspecto, V2 e a temperatura é T2, mantendo-se a pressão cons-
podemos afirmar que os Gases Perfeitos: tante P2 = P1. O gás exerceu uma força F sobre o êm-
 Recebem (ou cedem) energia do meio sob a bolo, deslocando-o de x e realizando um trabalho  dado
forma de Calor (Q).
Convenção: Q > 0 se o gás recebe calor
por:   F.x
Q < 0 se o gás cede calor Mas, F  P.A sendo P a pressão do gás e A a
área do êmbolo. Então:   P.A.x
 Armazenam (ou perdem) parte dessa energia,
variando sua Energia Interna (U), aquecendo-se ou O produto Ax = ∆V = V1 - V2 é a variação de volume
resfriando-se. ocorrida. Assim, o trabalho realizado pelo gás sobre o
A Energia Interna de um Gás Perfeito monoatômico meio exterior, numa expansão isobárica, é dado por:
pode ser obtida por:

3 3
  P.V  P.(V  V ) 2 1
U  nRT  PV
2 2 Obs: Numa compressão, a variação de volume é nega-
A variação da energia interna é dada por: tiva, e o trabalho realizado é negativo. Assim, quando
um gás é comprimido, está recebendo energia do meio
3 exterior.
U  nR T V2  V1  V  0    0
2   P.V  P.(V  V ) 
2 1
V1  V2  V  0    0
Se o volume é constante temos 
= 0.
Ao plotarmos em um diagrama PxV os dados da curva
Assim, numa transformação termodinâmi- da transformação P(V) temos que o trabalho é numeri-
ca temos que: camente igual à área embaixo da curva.
U  0  T  0  Aquecimento
U  0  T  0  Re sfriamento
U  0  T  0  T  cons tante
 Transferem a energia restante ao meio, sob a
forma Trabalho.
Cálculo do Trabalho () em uma Expansão Gasosa
Isobárica

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CASD Vestibulares Termodinãmica 31
1ª Lei da Termodinâmica Gases Perfeitos. Veja abaixo o gráfico de uma expan-
são adiabática (1-2):
A 1ª Lei da Termodinâmica é, nada mais nada me-
nos, do que a Lei da Conservação da Energia. Assim,
em uma transformação termodinâmica, o balanço ener-
gético entre as quantidades de energia Assim, em uma
transformação termodinâmica, o balanço energético
entre as quantidades de energia interna (U) e externa
(calor e trabalho) deve satisfazer essa lei. Analiticamen-
te, temos:

U  Q   Transformação Cíclica
Essa expressão é válida para qualquer sistema Transformação Cíclica ou apenas ciclo de
termodinâmico. uma certa massa gasosa é um conjunto de transforma-
ções em que, após seu término, a massa gasosa encon-
Aplicações
tra-se exatamente no mesmo estado em que se encon-
Transformação Isocórica trava inicialmente.
Assim em toda transformação cíclica temos:
U  0 , pois T  T
Como nesse tipo de transformação não há varia-
ção de volume, então o trabalho é zero:
V  0    0 . Assim:
F 0
Logo, para qualquer ciclo temos:

U  Q V Q 
QV é o calor trocado a volume constante Um diagrama PxV comum para este tipo de trans-
Transformação Isobárica formação é dado na figura abaixo:

Neste tipo de transformação gasosa, a 1ª Lei da


Termodinâmica deve ser aplicada com todos os seus
termos, pois nenhum deles se anula. Então:

U  QP  
QP é o calor trocado a pressão constante Nesta transformação ABCD horária, temos 4 trans-
Transformação Isotérmica formações:
AB  Expansão Isobárica
A temperatura não varia em uma transformação BC  Isocórica com diminuição da pressão
desse tipo. Assim temos que: U  0 , pois a varia- CD  Contração Isobárica
ção da energia interna é função apenas da variação da DA  Isocórica com aumento de pressão
temperatura. Assim, aplicando a 1ª Lei da Termodinâ-
mica temos: O trabalho total é a soma dos trabalhos realizados

Q 
nas 4 transformações:
 ciclo
  AB   BC   CD   DA
Assim, à medida que o gás recebe calor de uma Para o ciclo da figura acima, temos que:
   DA  0
fonte, ele deve-se se expandir a fim de realizar um
trabalho de igual módulo de energia. (pois não há variação de volume) e
BC
portanto o trabalho total no ciclo é dado por
Transformação Adiabática
 
ciclo
  
que é numericamente igual à área
AB CD
Numa transformação adiabática não há troca de
delimitada pelo ciclo, pois somamos a área embaixo de
calor com o meio externo. Assim, desde que Q  0 , AB (expansão) e diminuímos a área embaixo de CD
temos: (compressão).
 ciclo
 0 . Nesse
U  
Assim, num ciclo horário, temos
caso o sistema recebe calor e transforma o em trabalho.
Importante: numa expansão adiabática, temperatura e
pressão diminuem, enquanto que numa compressão Analogamente, num ciclo anti-horário temos
adiabática, temperatura e pressão aumentam. Basta  ciclo  0 . Desse modo, o trabalho é realizado sobre
analisar a expressão acima junto com a Lei Geral dos o sistema e é convertido em calor.

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32 Termodinâmica CASD Vestibulares
Rendimento de um ciclo
É a razão entre o trabalho útil e a quantidade de
calor fornecida ao sistema.


 util

Qfornecido
* 2ª Lei da Termodinâmica
Processo irreversível: Transformação na qual um
sistema, uma vez atingido o estado final de equilíbrio, Q1  Calor fornecido pela Fonte Quente
não retorna ao estado inicial ou a quaisquer estados Q2  Calor rejeitado à Fonte Fria
intermediários, sem a ação de agentes que modifi-   Trabalho útil fornecido

 Q Q
quem o meio externo (trabalho).
Da 1ª Lei obtemos que:
1 2
Processo reversível: Transformação que pode ocor- Rendimento de uma Máquina Térmica
rer em ambos os sentidos, passando por todas as eta-
pas intermediárias, sem que isso cause modificações Como uma máquina térmica opera em ciclos, então
definitivas ao meio externo. seu rendimento é igual ao trabalho útil dividido pelo
calor fornecido:
Entropia (S)
Q1  Q2 Q
É uma grandeza que mede a degradação da e-
nergia organizada (trabalho) para uma energia desor-
 1 2
ganizada (térmica). É fundamental para se determinar
Q1 Q1
a reversibilidade dos processos.
Nos processos naturais, irreversíveis (como uma Máquinas Frigoríficas
pedra caindo no chão), a entropia aumenta, pois a
São máquinas térmicas que transferem calor de
energia potencial gravitacional da pedra (energia orga-
S  0
uma fonte térmica fria para uma outra mais quente. Para
nizada) é degradada em calor. isso, é claro, é necessária a realização de um trabalho
externo. Veja esquema:
Para processos isotérmicos reversíveis temos:

Q
S 
T
Enunciados da 2ª Lei
1. “A entropia do Universo sempre aumenta”
2. “É impossível construir um dispositivo que, operando
em um ciclo termodinâmico converta totalmente calor e
trabalho”.
A fonte fria deve se localizar no espaço onde se deseja
3. “É impossível a construção de um dispositivo, que refrigerar, retirando calor. Enquanto isso, a fonte quente
sem a intervenção do meio exterior, consiga transferir deverá rejeitar o calor para o meio externo. Desse mo-
calor de um corpo (fonte) para outro a temperatura mais do, ao contrário das máquinas térmicas “normais”, as
elevada”. máquinas frigoríficas convertem trabalho em calor.
O 1º enunciado condiz com o fato, já apresentado, Ciclo de Carnot
de que a entropia, em processos naturais, irreversíveis,
sempre aumenta. O 2º, devido a Kelvin-Planck nega a Sadi Carnot, engenheiro francês, estabeleceu um
existência de um motor ideal. Já o 3º, devido a Clausius, ciclo termodinâmico cujo rendimento seria máximo. Veja
nega a existência de um refrigerador ideal. o diagrama PxV do Ciclo de Carnot abaixo:

Máquinas Térmicas
Máquinas Térmicas são dispositivos que, traba-
lhando com duas fontes térmicas, fazem a conversão
entre calor e energia mecânica (trabalho). Veja o es-
quema abaixo:

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CASD Vestibulares Termodinâmica 33
Novamente, o trabalho é igual à área delimitada Resolução:
pelo ciclo (ciclo horário). Temos neste ciclo, 4 transfor-
mações:
AB  Expansão isotérmica reversível, onde o sistema
recebe calor da fonte quente (Q1).
BC  Expansão adiabática reversível, onde não há
troca de calor (Q=0) com as fontes térmicas.
CD  Compressão isotérmica reversível, onde o siste-
ma cede calor à fonte fria (Q2).
DA  Compressão adiabática reversível, onde não há
troca de calor (Q=0) com as fontes térmicas.
04. Uma amostra de gás perfeito é submetida ao ciclo
O grande mérito de Carnot foi relacionar as quanti- de transformações indicado no diagrama da figura abai-
dades de calor Q1 e Q2 com as respectivas temperatu- xo:
ras absolutas, da seguinte forma: a) Calcule o trabalho, a variação da energia interna e o
calor trocado de A até B, de B até C e de C até A.
Q T b) Calcule o trabalho, a variação da energia interna e o
Relação de Carnot: 1
 1 calor trocado ao no ciclo.

Q2 T2
Desse modo, o rendimento de uma máquina de
Carnot é dado por:

T2
 max
1
T1
T1  temperatura absoluta da fonte quente
T2  temperatura absoluta da fonte fria
Desse modo, uma máquina terá rendi-mento máxi-
mo, se e somente se, operar em um ciclo de Carnot. Resolução:

Exercícios de Sala
01. Calcule o trabalho realizado na transformação gaso-
sa A-B dada abaixo.

05. Uma máquina térmica ideal, operando sob o ciclo de


Carnot, converte uma quantidade de energia igual a 800
Resolução: J em trabalho útil, por ciclo. A máquina trabalha com
fontes térmicas a 400 K e 500 K. Determine:
02. Uma amostra de gás recebe 500 J na forma de calor a) O rendimento máximo da máquina.
e transfere 200 J ao meio sob a forma de trabalho. b) A quantidade de calor retirada da fonte quente.
a) Qual a variação na energia interna? c) A quantidade de calor rejeitada à fonte fria.
b) O gás aquece ou resfria? Resolução:
c) O gás expande ou comprime?
Resolução:

03. Em uma transformação adiabática, 1 mol de certo


gás teve sua temperatura aumentada de 20ºC para 50ºC.
Dado: R = 8,31J/mol.K
a) O gás recebeu ou realizou trabalho?
b) Aumentou de volume?
c) Teve sua pressão aumentada?

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34 Termodinâmica CASD Vestibulares
Exercícios Resolvidos
  gas  2nRT
01. Um fluido e n mols de um gás ideal monoatômico
estão no interior de um cilindro provido de um êmbolo
de massa m que pode deslizar livremente sem atrito. O 02. O ciclo Diesel, representado na figura abaixo, cor-
coeficiente de dilatação térmica do fluido é γ. O êmbolo responde ao que ocorre num motor Diesel de quatro
e as paredes do recipiente são adiabáticas, exceto a tempos: o trecho AB representa a compressão adiabáti-
base, que está em contato com um reservatório térmico. ca da mistura de ar e vapor de óleo Diesel; BC repre-
Inicialmente, o fluido e o gás ocupam, cada um, a meta- senta o aquecimento à pressão cons-tante, permitindo
de do volume interno V do cilindro e estão em equilíbrio que o combustível injetado se inflame sem necessidade
com o reservatório à temperatura T. A tempe-ratura do de uma centelha de ignição; CD é a expansão adiabáti-
reservatório é, então, muito lenta-mente, levada da tem- ca dos gases aquecidos movendo o pistão e DA simbo-
peratura inicial T até a temperatura final 3T. Durante liza a queda de pressão associada à exaustão dos ga-
esse processo, o fluido e o gás estão sempre em equilí- ses da combustão. A mistura é tratada como um gás
brio térmico com o reservatório. Desprezando a dilata- ideal de coeficiente adiabático . Considerando que TA,
ção do recipiente e uma possível evaporação do fluido, TB, TC e TD representam as temperaturas, respectiva-
determine: mente, nos pontos A, B, C e D, mostre que o rendimen-
a) a variação do volume do fluido; to do ciclo Diesel é dado por:
b) a variação da energia interna do gás;
c) o trabalho realizado pelo gás.
Resolução:
Uma vez que o êmbolo tem
massa constante e consideran-
do a pressão externa (atmosfé-
rica) tam-bém constante, a
força exercida pelo gás sobre o
êmbolo é constante (processo
quase-estático, equilíbrio). Co-
mo a área do êmbolo não varia,
a pressão do gás permane-ce
constante. Desta forma pode-
mos concluir que o gás sofre
uma transformação isobárica
a) A variação de volume sofrida
pelo fluido é somente devido a sua variação de tempera- Resolução:
tura, uma vez que a pressão se mantém constante, por- Neste ciclo de quatro transformações temos duas adia-
tanto, báticas, que não trocam calor. Sendo assim, apenas nas
V transformações BC e DA há troca de calor. De B para C,
V    3T  T   V  V  T o gás passa de uma temperatura mais baixa TB, para
2 uma mais alta TC, portanto, recebe calor. Essa é a “fonte
b) )Para uma transformação qualquer, sendo o gás mo- quente”. Já de D para A, o gás passa de uma tempera-
noatômico, temos: tura mais alta TD para uma mais baixa TA, portanto per-
de calor. Essa é a “fonte fria”.
3 3
U  nRT  U  nR  3T  T  O rendimento de uma máquina térmica pode ser dado
2 2 Q2
por:  1 (I)
 U  3nRT Q1
onde Q1 é o calor recebido da fonte quente e Q2 é o
c) Para uma transformação isobárica, o trabalho realiza- calor cedido à fonte fria.
do pelo gás é dado por
Como Q1 é recebido entre B e C, isto é, à pressão cons-
 gas  P V (I) tante, temos:
Da Lei geral dos gases ideais (equação de estado de
um gás ideal)
Q1  nCP T  Q1  nCP TC  TB  (II)

PV  nRT Q2 é cedido entre D e A, portanto à volume constante.


Assim:
temos, para uma transformação isobárica, que
P V  nRT (II) Q2  nCV T  Q2  nCV TD  TA  (III)

Usando a eq. (II) na eq. (I)), obtemos Usando (II) e (III) em (I), obtemos

 gas  nRT
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CASD Vestibulares Termodinâmica 35
nCV TD  TA  01) Sempre que um gás recebe calor, sua temperatura
 1 sobre um acréscimo.

nCP TC  TB  02) Em uma transformação isotérmica o sistema não
troca calor com o meio externo.
Como o coeficiente adiabático  é definido como: 04) Numa compressão adiabática, a temperatura do
C sistema aumenta.
  P , obtemos a demonstração: 08) A variação da energia interna de um sistema termo-
CV dinâmico é dada pela diferença entre a energia trocada

 
com a vizinhança, na forma de calor, e o trabalho reali-
1 D T  T zado pelo sistema, ou sobre o sistema.
  1 A

 
16) O motor de combustão interna de um automóvel não
 TC  TB é uma máquina térmica, porque não opera entre uma
fonte quente e uma fonte fria em ciclos.
32) Um refrigerador funciona como uma máquina térmi-
Observação: CP e CV são denominados calores mola- ca, operando em sentido inverso, isto é, retira calor da
res à pressão e à volume constante, respectivamente. fonte fria e, através de trabalho realizado sobre ele,
Sua unidade é cal/mol.K. Eles aparecem nos calores rejeita calor para a fonte quente.
trocados em transformações isobáricas e iso-córicas. 64) Uma máquina térmica, operando segundo o ciclo de
Existe uma relação entre CP e CV, chamada relação de Carnot, obtém rendimento de 100%, isto é, converte
Meyer. Segundo essa relação, que pode ser facilmente todo o calor recebido em trabalho.
demonstra-da, temos: CP  CV  R
06. (FAAP) Numa expansão isobárica, sob pressão de
10 N/m2, a variação de volume do gás é de 3 m 3. Sa-
Exercícios bendo-se que durante a transforma-ção o gás recebeu
75 J de calor, calcule a variação de energia interna.
 Nível 1
07. (MACK) Um motor térmico funciona segundo o ciclo
01. (VUNESP) A 1ª lei da termodinâmica diz respeito à: de Carnot. A temperatura da fonte quente é 400 K e a
a) Dilatação térmica da fonte fria é 300 K. Em cada ciclo o motor recebe 600
b) Conservação da massa cal da fonte quente. A quantidade de calor rejeitada para
c) Conservação da quantidade de movimento a fonte fria em cada ciclo e o rendimento do motor va-
d) Conservação da energia lem, respectivamente:
e) Irreversibilidade do tempo a) 400 cal e 50% d) 450 cal e 50%
b) 300 cal e 25% e) 450 cal e 25%
02. (VUNESP) Uma geladeira retira, por segundo, 1000 c) 600 cal e 50%
kcal do congelador, enviando para o ambiente 1200
kcal. Considere 1 kcal = 4,2 kJ. A potência do compres- 08. (FATEC) Um sistema termodinâmico recebe, sob
sor da geladeira vale: forma de calor, 600J, enquanto realiza trabalho de 400J.
a) 700 kW b) 800 kW c) 840 kW A variação de sua energia interna é, neste caso:
d) 600 kW e) 500 kW a) 200J b) 600J c) 400J
d) 1000J e) nula
3
03. (PUC-RS) Um gás que possui 1.10 J de energia
2
interna, recebe 3.10 J de calor e simultaneamente é 09. (FESP) Um corpo evolui de um estado A a outro B,
comprimido, realizando-se sobre ele um trabalho mecâ- recebendo 100J em trabalho e cedendo 80J em calor.
2
nico igual a 6.10 J. No final deste processo, a energia Nestas condições podemos afirmar que a energia inter-
interna do gás é: na do corpo:
3 3 3
a) 1,9.10 J b) 1,6.10 J c) 1,4.10 J a) aumentou 180J b) diminuiu 180J c) aumentou 20J
d) 1,3.103 J e) 1,0. 103 J d) diminuiu 20J e) n.r.a

04. (FUVEST) Certa quantidade de um gás perfeito 10. (FAAP) Um sistema recebe 400 cal de uma fonte
sofre três transformações sucessivas: A  B; B  C; C térmica, enquanto ao mesmo tempo é realizado sobre o
 A, conforme indica o diagrama PxV. Sejam TAB, TBC, sistema um trabalho equivalente a 328J. Qual o aumen-
TCA, os trabalhos realizados pelo gás em cada uma to da energia interna do sistema, em Joules? Dê sua
daquelas transformações. Podemos afirmar: resposta em joules.
Dado: 1 cal = 4,18 J
a) TAB = 0
b) |TCA| > |TAB| 11. (PUC-RS) Um gás que possui 1 x 103 J de energia
2
c) TBC = 0 interna recebe 3 x 10 J de calor e simul-
d) |TBC| > |TAB| taneamente é comprimido, realizando-se sobre ele um
e) TAB +TBC +TCA = 0 trabalho mecânico igual a 6.102 J. No final deste pro-
cesso, a energia interna do gás é:
3 3 3
a) 1,9.10 J b) 1,6.10 J c) 1,4.10 J
3 3
d) 1,3.10 J e) 1.10 J

05. (UFSC) Assinale a(s) proposições corretas:


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36 Termodinâmica CASD Vestibulares
12. (FATEC) Um sistema termodinâmico recebe calor para acionar uma turbina. A eficiência dessa máquina
cedido por 100 g de água, que sofre abaixamento de 5 é melhor representada por:
0
C em sua temperatura. O sistema, então, se expande a) 68% b) 6,8% c) 0,68%
realizando um trabalho de 124 J = 300 cal. A variação d) 21% e) 2,1%
de energia interna do sistema, nestas condições, é de:
a) 300 cal b) 800 cal c) 500 cal 19. (ITA) Nas afirmações a seguir:
d) 200 cal e) 1000 cal I – A energia interna de um gás ideal depende só da
pressão.
13. (VUNESP) Transfere-se calor a um sistema, num II – Quando um gás passa de um estado 1 para o outro
total de 200 calorias. Verifica-se que o sistema se ex- estado 2, o calor trocado é o mesmo qualquer que seja
pande, realizando um trabalho de 150 joules, e que o processo.
sua energia interna aumenta. III – Quando um gás passa de um estado 1 para o outro
a) Considerando 1 cal = 4J, calcule a quantidade de 2, a variação da energia interna é a mesma qualquer
energia transferida ao sistema, em joules. que seja o processo.
b) Utilizando a primeira lei da termodinâmica, calcule a IV – Um gás submetido a um processo quase-estático
variação da energia interna desse sistema. não realiza trabalho.
V – O calor específico de uma substância não depende
14. (UFPA) A 2ª Lei da termodinâmica pode ser enca-
do processo como ela é aquecido.
rada como um princípio de degradação da energia, por
VI – Quando um gás ideal recebe calor e não há varia-
quê?
ção de volume, a variação da energia interna é igual ao
a) O calor não pode passar espontaneamente de um
calor recebido.
corpo para outro de temperatura mais baixa que o
VII – Numa expansão isotérmica de um gás ideal o tra-
primeiro.
balho realizado é sempre menor do que o calor absorvi-
b) Para produzir trabalho continuamente, uma máquina
do.
térmica, operando em ciclos, deve necessariamente
As duas corretas são:
receber calor de uma fonte fria e ceder parte dele a
a) II e III b) III e IV c)III e V
uma fonte quente.
d) I e VII e) III e VI
c) É possível construir uma máquina, operando em
ciclos, cujo único efeito seja retirar calor de uma fonte
20. (ITA) Uma certa massa de gás ideal realiza o ciclo
e convertê-lo totalmente em trabalho
ABCD de transformações, como mostrado no diagrama
d) É impossível se converter totalmente calor em outra
PxV da figura. As curvas AB e CD são isotermas. Pode-
forma de energia.
se afirmar que:
e) A termodinâmica independe de qualquer teoria atô-
mico molecular.

15. (MACK) Um motor térmico funciona segundo o ciclo


de Carnot. A temperatura da fonte quente é 400 K e a
da fonte fria é 300 K. Em cada ciclo o motor recebe 600
cal da fonte quente. A quantidade de calor rejeitada para
a fonte fria em cada ciclo e o rendimento do motor va-
lem, respectivamente:
a) 400 cal e 50% d) 450 cal e 50%
b) 300 cal e 25% e) 450 cal e 25% a) O ciclo ABCD corresponde a um ciclo de Carnot
c) 600 cal e 50% b) O gás converte trabalho em calor ao realizar o ciclo
c) Nas transformações AB e CD o gás recebe calor
16. (PUC) O rendimento de uma máquina térmica: d) Nas transformações AB e BC a variação da energia
a) depende apenas da temperatura da fonte quente. interna do gás é negativa
b) é tanto maior quanto maior a diferença de temperatu- e) Na transformação DA o gás recebe calor, cujo valor é
ras das fontes quente e fria. igual à variação da energia interna.
c) depende apenas da temperatura da fonte fria.
d) não depende das temperaturas das fontes e sim das  Nível 2 – Aprofundamento
transformações envolvidas. 01. (UNICAMP) Uma usina que utiliza a energia das
e) nunca pode ultrapassar a 30%. ondas do mar para gerar eletricidade opera experimen-
talmente na Ilha dos Picos, em Açores. Ela tem capaci-
17. (SANTA CASA) Uma máquina térmica executa um dade para suprir o consumo de até 1000 pessoas e o
ciclo entre as temperaturas 500 K (fonte quente) e 400 projeto vem sendo acompa-nhado por cientistas brasilei-
K (fonte fria). O máximo rendimento que se essa má- ros. A usina é formada por uma caixa fechada na parte
quina poderá ter, será: superior e parcialmente preenchida com a água do mar,
a) 10 b) 20% c) 25% que entra e sai por uma passagem (vide figura), man-
d) 30% e) 80% tendo aprisionada uma certa quantidade de ar. Quando
o nível da água sobe dentro da caixa devido às ondas, o
18. (ITA) Uma máquina térmica reversível opera entre ar é comprimido, acionando uma turbina geradora de
dois reservatórios térmicos de temperaturas 100°C e eletricidade. 2A área da superfície horizontal da caixa é
127°C, respectivamente, gerando gases aquecidos igual a 50 m .
a) Inicialmente, o nível da água está a 10 m do teto e a
pressão do ar na caixa é igual à pressão atmosférica
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CASD Vestibulares Termodinâmica 37
(105 Pa). Com a saída para a turbina fechada, qual sistema está isolado termicamente de forma que o
será a pressão final do ar se o nível da água subir calor fornecido à água não se transfere ao recipiente.
2,0m? Considere que no processo a temperatura do ar Devido ao peso da tampa e à pressão atmosférica
permanece constante. externa, a pressão sobre a superfície da água perma-
b) Esboce a curva que representa o processo do item nece com o valor P0 = 1,00105 Pa. Ligando-se o a-
a) em um diagrama de pressão em função do volume que-
do ar. cedor, a água esquenta até atingir, depois de um inter-
c) Estime o trabalho (em Joules) realizado pelas ondas valo de tempo tA, a temperatura de ebulição (100ºC). A
sobre o ar da caixa. seguir a água passa a evaporar, preenchendo a região
entre a superfície da água e a tampa, até que, depois de
mais um intervalo de tempo tB, o aquecedor é desliga-
do. Neste processo, 0,27 mol de água passou ao estado
de vapor.

02. (UNICAMP) Uma máquina térmica industrial utiliza


um gás ideal, cujo ciclo de trabalho é mostrado na figura
abaixo. A temperatura no ponto A é 400 K.

NOTE/ADOTE 1 Pa = 1 pascal = 1N/m 2 Massa de 1 mol


de água: 18 gramas
Calor específico da água: 4000 J/(ºC.kg) Massa especí-
fica da água: 1,0 kg/L
Na temperatura de 100ºC e à pressão de 1,00105 Pa,
1 mol de vapor de água ocupa 30L e o calor de vapori-
zação da água vale 40000J/mol. Determine
a) O intervalo de tempo tA, em segundos, necessário
para levar a água até a ebulição.
5 2
b) O intervalo de tempo tB, em segundos, necessário
Utilizando 1 atm = 10 N/m , responda: para evaporar 0,27 mol de água.
a) Qual é a temperatura no ponto C? c) O trabalho W, em joules, realizado pelo vapor de
b) Calcule a quantidade de calor trocada pelo gás com o água durante o processo de ebulição.
ambiente ao longo de um ciclo.
05. (FUVEST) O gráfico a seguir representa duas trans-
03. (UNICAMP) Com a instalação do gasoduto Brasil- formações sofridas por uma determinada massa de gás
Bolívia, a quota de participação do gás natural na gera- perfeito:
ção de energia elétrica no Brasil será significativamente
ampliada. Ao se queimar 1,0 kg de gás natural obtém-se
5,0 x 107 J de calor, parte do qual pode ser convertido
em trabalho em uma usina termoelétrica. Considere
uma usina queimando 7200 quilogramas de gás natural
por hora, a uma temperatura de 1227 ºC. O calor não
aproveitado na produção de trabalho é cedido para um
rio de vazão 5000 l/s, cujas águas estão inicialmente a
27 ºC. A maior eficiência teórica da conversão de calor
em trabalho é dada por: η = 1 - (Tmin/Tmax), sendo Tmin e
Tmax as temperaturas absolutas das fontes quente e fria
respectivamente, ambas expressas em Kelvin. Conside-
re o calor específico da água, c = 4000 J/kg.ºC.
a) Determine a potência gerada por uma usina cuja efi-
ciência é metade da máxima teórica.
b) Determine o aumento de temperatura da água do rio a) Qual foi a variação de temperatura do gás entre o
ao passar pela usina. estado inicial A e o final C?
b) Qual a quantidade de calor, em Joules, recebida pelo
04. (FUVEST) Um recipiente cilíndrico contém 1,5L gás na seqüência de transfor-mações de A à C?
(litro) de água à temperatura de 40 ºC. Uma tampa,
colocada sobre a superfície da água, veda o líquido e 06. (UFSCAR) A figura representa um gás ideal conti-
pode se deslocar verticalmente sem atrito. Um aque- do num cilindro C fechado por um êmbolo E de área S
cedor elétrico E, de 1800 W, fornece calor à água. O = 1,0 . 10-4 m2 e massa m = 1,0 Kg. O gás absorve
uma determinada quantidade de calor Q e, em conse-
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38 Termodinâmica CASD Vestibulares
qüência, o êmbolo sobe 5,0.10–2 m, livremente e sem
2
10. (OBF) O êmbolo de uma seringa tem área de 1 cm ,
vazamento. A pressão atmosférica local é 1,0.105 Pa. massa e atrito desprezíveis. O êmbolo é recuado de
forma que a seringa aspira 5 cm 3 de ar a 27 ºC (tempe-
ratura ambiente) e pressão atmosférica normal (1 atm) .
A seringa é colocada verticalmente, com o bico para
baixo, sobre uma mesa emborrachada que veda total-
mente o bico. Quando uma massa de 4 kg é colocada
sobre o êmbolo, verifica-se que imediatamente após, o
volume se reduz a 1,7 cm 3. Depois de cerca de 20 minu-
tos a massa é retirada de cima do êmbolo muito lenta-
mente. (O êmbolo é descomprimido durante cerca de 30
min).
a) Calcule os trabalhos realizados pelo gás contra a a) Calcular o volume do ar depois de cerca de 30 min.
pressão atmosférica, a, e contra a gravidade, para er- b) Representar todas as transformações do gás num
guer o êmbolo, g. (Adote g = 10 m/s )
2
diagrama PV e explicar como poderia ser calculado o
b) Qual a quantidade mínima de calor que o gás deve calor transferido para o meio ambiente.
ter absorvido nessa transformação? Que lei física fun-
damenta sua resposta? Justifique. 11. (UFES) A figura mostra um recipiente contendo uma
massa m de água, munido de um cilindro com pistão,
07. (ITA) Um recipiente cilíndrico vertical é fechado por contendo esse cilindro n mols de um gás ideal monoa-
2
meio de um pistão, com 8,00 kg de massa e 60,0 cm tômico. As paredes do recipiente, o pistão e as paredes
de área, que se move sem atrito. Um gás ideal, contido laterais do cilindro são adiabáticos, enquanto a base do
no cilindro, é aquecido de 30oC a 100oC, fazendo o cilindro é feita de material condutor. Inicialmente, a água
pistão subir 20,0 cm. Nesta posição, o pistão é fixado, e o gás estão em equilíbrio térmico à temperatura T0,
enquanto o gás é resfriado até sua temperatura inicial. com o gás ocupando um volume V do cilindro. O gás é
Considere que o pistão e o cilindro encontram-se expos- lentamente comprimido até ocupar um volume V/2 do
tos à pressão atmosférica. Sendo Q1 o calor adicionado cilindro. Considere-se que a constante dos gases ideais
ao gás durante o processo de aquecimento e Q2, o calor é R. Sendo a temperatura final de equilíbrio igual a T,
retirado durante o resfriamento, assinale a opção correta determine:
que indica a diferença Q1 – Q2. a) a pressão final do gás.
a) 136 J b) 120 J c) 100 J b) o trabalho realizado sobre o gás durante a compressão.
d) 16 J e) 0 J

08. (IME) Ao analisar o funcionamento de uma geladeira


de 200 W, um inventor percebe que a serpentina de
refrigeração se encontra a uma temperatura maior que a
ambiente e decide utilizar este fato para gerar energia.
Ele afirma ser possível construir um dispositivo que ope-
re em um ciclo termodinâmico e que produza 0,1 hp.
Baseado nas Leis da Termodinâmica discuta a validade
da afirmação do inventor. Considere que as temperatu-
ras da serpentina e do ambiente valem, respectivamen- 12. ((Desafio-ITA) A figura mostra um recipiente, com
te, 30°C e 27°C. Suponha também que a temperatura êmbolo, contendo um volume inicial Vi de gás ideal,
no interior da geladeira seja igual a 7°C. inicialmente sob uma pressão Pi igual à pressão atmos-
Dado: 1 hp = 0,75 kW férica, Pat. Uma mola não deformada é fixada no êmbolo
e num anteparo fixo. Em seguida, de algum modo é
09. (IME) Um cilindro contém oxigênio à pressão de 2 fornecida ao gás uma certa quantidade de calor Q. Sa-
atmosferas e ocupa um volume de 3 litros à temperatura bendo que a energia interna do gás é U =(3/2)PV, a
de 300 K. O gás, cujo comportamento é considerado constante da mola é k e a área da seção transversal do
ideal, executa um ciclo termodinâmico através dos se- recipiente é A, determine a variação do comprimento da
guintes processos: mola em função dos parâmetros intervenientes. Despre-
Processo 1-2: aquecimento à pressão constante até 500 ze os atritos e considere o êmbolo sem massa, bem
K. como sendo adiabáticas as paredes que confinam o
Processo 2-3: resfriamento à volume constante até 250 gás.Veja a figura abaixo:
K.
Processo 3-4: resfriamento à pressão constante até 150
K.
Processo 4-1: aquecimento à volume constante até 300
K.
Ilustre os processos em um diagrama pressão-volume e
determine o trabalho executado pelo gás, em Joules,
durante o ciclo descrito acima. Determine, ainda, o calor
líquido produzido ao longo deste ciclo. Dado: 1 atm =
105 Pa.

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CASD Vestibulares Termodinâmica 39
GABARITO 2nRT
11. a) P 
V
Nível 1
3 
b) Wext   nR  m T  T0 
01. d 02. c 03. a 04. d 05. 44 2 
06. ∆U = 45 J 07. e 08. a 09. c
10. ∆U = 2000 J 11. a 12. d 2
 3kVi   3kVi 
13. a) Q = 800 J b) U = 650 J   5 pat A     5 pat A    32kQ
14. d 15. e 16. b 17. b 12. x   A   A 
18. b 19. e 20. e 8k

Nível 2
5
01. a) Pf = 1,25.10 Pa
b)

c) W = 1,125 X 107 J

02. a) TC = 1200 K
b) Q = 5.104 J
03. a) P = 4.107 W
b) ΔT = 3 ºC
04. a) tA = 200 s
b) tB = 6,0s
c) W = 8,1. 102 J
05. a) ∆T = 0
b) Q = 12 J
06. a) a = 0,5 J; g = 0,5 J
b) Q = 2,5 J; 1ª Lei da Termodinâmica
07. a
08. O refrigerador produz apenas 0,035 hp.
A afirmação do inventor é incorreta.

09. W ciclo = Qciclo = 200 J

3
10. a) VF = 5cm
b) O calor é igual ao trabalho, que é a
área delimitada pelo ciclo.

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40 Termodinâmica CASD Vestibulares

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