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Índice
Introdução....................................................................................................................................2
Educação em Moçambique..........................................................................................................3
Reforma Curricular......................................................................................................................7
Conclusão...................................................................................................................................14
Bibliografia................................................................................................................................15
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Introdução
A educação escolar é um processo que se pode entender a partir do momento em que o indivíduo
ingressa à escola até o culminar com a sua formação e quiçá servir onde sua formação seja
necessária. Por isso, em Moçambique, A educação é um processo pelo qual a sociedade prepara
os seus membros para garantir a sua continuidade e o seu desenvolvimento. Trata-se de um
processo dinâmico que busca, continuamente, as melhores estratégias para responder aos novos
desafios que a continuidade, transformação e desenvolvimento que a sociedade impõem (PCEB
2003: 7).
Para Casimiro (2004, p. 10) as reformas educacionais são constituídas pelas mais diversas
acções, compreendendo mudanças nas legislações, nas formas de financiamento, na relação entre
as diferentes instâncias do poder oficial (poder central, estados e municípios), na gestão das
escolas, nos dispositivos de controlo da formação profissional, especialmente na formação de
professores, na instituição de processos de avaliação centralizada nos resultados. As mudanças
nas políticas curriculares, entretanto, têm maior destaque, a ponto de serem analisadas como se
fossem em si a reforma educacional.
De acordo com Sacristán (2000, p. 109), a reforma curricular é um dos aspectos específicos da
política educativa, que estabelece a forma de seleccionar, ordenar e modificar o currículo dentro
do sistema educativo, clarificando o poder e a autonomia que diferentes agentes têm sobre ele,
intervindo, deste modo, na distribuição do conhecimento no âmbito do aparelho escolar e
incidindo na prática educativa, quando apresenta o currículo aos seus consumidores, quando
ordena os conteúdos e códigos de diferentes tipos. A ausência de formação e capacitação
profissional pode significar a ruptura entre a política em construção e a continuidade para a sua
implementação eficaz. Essa situação pode ser traduzida na passividade, na desmotivação e no
comodismo por parte de quem cabe a responsabilidade de levar para a sala de aula as mudanças.
Uma reforma educativa tem necessariamente de ser precedida por um trabalho de análise e
reflexão aprofundada do contexto em que será aplicada, isto é, deve assentar nas realidades
concretas do país em que se pretende aplicar e nas perspectivas da sua evolução, não se
limitando a um projecto válido em qualquer contexto. Deve visar um determinado cenário
desejável do futuro desse país e evitar a transposição simples de modelos importados, por mais
aliciantes que pareçam num presente que certamente não irá corresponder àquele futuro.
Educação em Moçambique
Moçambique, como tantos países foi atravessado por várias épocas, nas quais o conceito de
qualidade, concretamente da educação foi tomando contornos de acordo com a realidade em
vigor. Registam-se no país momentos durante a colonização; pôs colonização (pôs
independência); durante a guerra de desistabilização e por fim o momento actual, o pôs guerra de
desistabilização.
Durante o período colonial, a educação em Moçambique era separatista e até de certo modo
racial, de acordo com Castiano et all (2005:14),
É neste período que a educação começa a ter um cunho rácico e marginalizante: os chamados
povos primitivos deviam ser civilizados sim, mas lentamente e a sua educação devia, sobretudo,
estar virada para a formação em trabalhos manuais. Além disso, esta educação devia estar em
harmonia com os usos e costumes, assim como com o grau de desenvolvimento intelectual e
moral do povo indígena…tendo em conta que as condições climáticas (calor, clima inóspito)
impedem que os europeus possam entregar-se ao trabalho físico, os indígenas, mais habituados
ao clima, podem ser educados só na medida e na exigência do trabalho muscular. O liberalismo e
a igualidade só se aplicam como princípios para os colonos brancos. Os negros, esses podiam
continuar oprimidos.
No periodo pôs colonial, logo apôs a proclamação da independência, o país foi assolado por uma
guerra interna (1976-1992). Segundo Castiano et al (2005:51), neste período a educação visava a
formação de uma personalidade socialista onde a escola tinha uma posição central no projecto de
edificação da sociedade socialista. O lema nesta óptica, era a formação do homem novo, que
fosse capaz de construir uma sociedade socialista.
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Os mesmos autores (86) revelam que, entre os anos 1987-1992, houve no sector da educação
uma crise geral do sistema da educação, durante o qual notou-se incapacidade do estado em
assegurar o acesso de todas as crianças à educação básica e um mínimo de qualidade às crianças
que estivessem já na escola. O período, foi também caracterizado por um crescimento do número
de crianças sem possibilidade de ir à escola e também pelo aumento de desistências e
reprovações tornando-se assim, péssima a qualidade de educação no país. Entretanto, apos os
acordos gerais de paz outros objectivos/desafios em consonancia com vários programas em
outros sectores sociais, foram traçados. O principal e que até os dias continua tema de acesos
debates, resume-se no alargamento do acesso da população ao sistema de ensino formal
fundamentalmente no ensino básico claro, equilibrando sempre com os outros níveis de ensino.
Para atingir tal objectivo, o Governo moçambicano especificamente tem procurado expandir as
oportunidades em especial para a população das zonas rurais e à rapariga, com a participação do
sector privado. Também, destaca-se a necessidade de reactivação do ensino técnico profissional
procurando sempre adequa-lo as necessidades e transformações que o mercado vai sofrendo e
propôs-se a melhorar a qualidade de ensino, partindo por um investimento mais forte na
formação e competência dos professores, oferta de mais material didáctico, aumento do tempo de
permanência dos alunos na escola.
Concordata de 1940 celebrada entre a Igreja Católica e Governo Colonial Português e o estatuto
Missionário de 1941.
O SNE foi concebido, basicamente, para responder às metas do Plano Prospectivo Indicativo
(PPI), já superado no IV Congresso que adoptara a estratégia de desenvolvimento através de
pequenos projectos (IV CONG: 63). A Educação devia criar condições para a formação de uma
rede escolar mais adequada e eficaz, garantindo-se desta forma a efectivação da escolaridade
obrigatória, estratégia fundamental para erradicação do analfabetismo, para a formação de
técnicos básicos e médios necessários para os projectos agro-industriais, e para elevar a
formação dos trabalhadores dos sectores considerados prioritários da economia nacional. Sob o
ponto de vista político-ideológico, a educação deveria garantir o acesso dos trabalhadores à
ciência e à técnica, de forma a tornarem-se dirigentes da sociedade, e assegurar a formação do
homem novo, socialista, capaz de acompanhar o processo de transformação social.
Nível Superior.
2.1.4. Objectivos do Sistema Nacional de Educação
Erradicação do analfabetismo;
Introdução da escolaridade obrigatória;
A formação de quadros para as necessidades do desenvolvimento económico e social e da
investigação, científica, tecnológica e cultural.
3. Reforma Curricular
A reforma curricular, como reconheceu Roberto (1987), é o vector principal de qualquer reforma
educativa, pois, o currículo é o elemento fulcral de um sistema educativo.
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E como uma mudança contém muitas dimensões conflituosas e estratégicas não se poderá
desejar que as reformas educativas se esgotem por completo na reforma curricular; Manuel
Patrício (1991: 10) apud (PACHECO 2001: 157), “que aquilo em que veio a tornar-se psicose
curricular da reforma educativa do ministério Roberto Carneiro, apresentava apenas, no plano
global de actividades do CRSE, uma das 52 actividades previstas para o desenvolvimento.
Mesmo assim, a reforma curricular foi um dos pontos mais visíveis de todo o processo global de
reforma, suscitando opiniões muito diversas. De um modo global, a reforma curricular supõe
mudanças em várias dimensões que significam tanto uma mudança como uma inovação.
PACHECO, (1992: 77) apud (PACHECO 2001:157).
A educação é um processo pelo qual a sociedade prepara os seus membros para garantir a sua
continuidade e o seu desenvolvimento. Trata-se de um processo dinâmico que baseia
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continuamente, as melhores estratégias para responder aos novos desafios que a continuidade,
transformação e desenvolvimento da sociedade.
Por ex: pode se constatar que os objectivos dos programas escolares do 1º grau do ensino básico
já não estão a adequar-se à realidade do crescimento do ensino em Moçambique, neste caso, os
planificadores podem rever esses objectivos e introduzir emendas.
A reforma curricular não é mais do que a concretização, dos objectivos definidos numa nova
política educativa para todo o país, tendo em vista produzir alterações significativas no sistema
educativo. É neste quadro complexo que se irá configurar o currículo, sendo essencial ter
presente questões, tais como:
A definição mais ou menos explicita dos objectivos que deverão ser prosseguidos.
A tradição curricular do respectivo sistema educativo;
O tipo do currículo (aberto ou fechado);
O modelo de organização (centrado em disciplinas ou temas)
A selecção das matérias e respectivos conteúdos
Forma como os intervenientes no sistema educativo participarão
As medidas de apoio á mudança curricular.
( www.hottopos.com )
Deste modo, procura-se em cada etapa, desenvolver estratégias educativas por forma a responder
cabalmente aos desafios que se colocam
O principal desafio que se coloca a reforma curricular, e tornar o ensino mais relevante, no
sentido de formar cidadãos capazes de contribuir para a melhoria da sua vida, a vida da sua
família, da comunidade e do pais, dentro do espírito da preservação da unidade nacional,
manutenção da paz e estabilidade nacional, aprofundamento da democracia e respeito pelos
direitos humanos, bem como da preservação da cultura moçambicana.
Efectivamente, muitas vezes, acusa-se os sistemas educativos formais de impor aos educandos os
mesmos modelos culturais e intelectuais sem prestar atenção suficiente `a diversidade dos
talentos da imaginação, atitudes, predilecções, globais, dimensão espiritual e habilidade manual.
Assim, surge a presente reforma curricular que reformula o plano curricular introduzido em
1983, pela lei 4/83 de 23 de Março, e revisto em 1992, pela lei 6/92, de Março.
A primeira reforma tinha como principal razão dar acesso ao ensino a maioria dos
Moçambicanos e na mudança dos conteúdos das disciplinas de carácter social (Português,
história, geografia, etc), disciplinas denominadas de secção de letras.
A segunda reforma, foi a estrutural, que decorreu em 1977. Esta, extingui o ensino preparatório
com as denominações de 1º e 2º ano (s) e 3º,4º,5º,6º e 7º ano (s) liceais e ensino complementar na
área técnica e introduz-se as denominações de 5ª…11ªclasses onde de 5ª a 9ª classe correspondia
ao Ensino Secundário Geral e 10ª e 11ª ao pré-universitário, e deixava de existir o complementar
ou seu equivalente.
A terceira reforma é conhecida SNE, lei 4/83 de 23 de Março a qual abrangeu toda estrutura
educacional Moçambicana, desde o primeiro ano de escolaridade até ao nível pré-universitário.
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Em 1992, houve revisão da lei anterior para a lei 6/92 de 06 de Maio para se enquadrar na nova
constituição da República. Nesta fase, houve abertura para criação de Escolas Privadas.
Com SNE, a idade de ingresso no ensino primário, em todas as escolas públicas, passou a ser 7
anos e introduz-se as designações 1ª classe ao invés do pré, e o ensino primário estende-se até a
6ª classe ao invés da 4ª classe.
Esta reforma teve um grande impacto social-económico e educacional também teve cunho de
reforma estrutural, de conteúdos de ensino económico porque a 9ª classe passou a ser o nível
mais alto de escolaridade geral para a maioria dos jovens antes de serem submetidos a um ensino
profissionalizante.
Além destas grandes reformas curriculares MAZULA( op cit. p 70) acrescenta que,
Do acima exposto, pode se afirmar que a base das primeiras reformas educacionais em
Moçambique, até 1983, basearam-se na gestão de factores sociopolíticas e de afirmação da
cidadania, isto porque, apesar do abandono massivo de muitos quadros administrativos do pais, o
poder político continuou a prometer e a implementar a massificação do ensino com o slogan “
fazer da escola a base para o povo tomar o poder”.
O ensino pré-escolar, não é parte integrante da escolaridade regular de acordo com a lei 6/92 de 6
de Maio. A rede do ensino pré-escolar é constituída por instituições públicas, privadas e
comunitárias, cuja criação cabe `a iniciativa dos órgãos governamentais ao nível central,
provincial ou local, e de outras entidades colectivas ou individuais nomeadamente, associações
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Conclusão
Olhando para o espectro educacional moçambicano, falar de um ensino de qualidade creio ser
possível porém, muitas reformas há ainda que fazer para que se atinge tal objectivo. Ora, para
este objectivo ser concretizável, creio também ser de capital importância o envolvimento de
todas as camadas da sociedade que estejam em frente do processo da escolaridade
principalmente o da criança.
Com a realização deste trabalho, percebemos que a educação no contexto moçambicano passou
por diversas mudanças, ou seja, tivemos o ensino rudimentar onde o ensino estava repartido em
duas partes, nomeadamente a classe dos assimilados e a classe dos plebeus, porem, só após a
independência, o país constatou mudanças curriculares nas quais não havia mais distinção entre
os alunos, dependentemente da sua raça, cor ou origem.
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Bibliografia