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Índice
Introdução....................................................................................................................................2

Educação em Moçambique..........................................................................................................3

Breve historial da Educação em Moçambique.............................................................................5

A finalidade e objectivos da educação em Moçambique em diferentes momentos históricos....6

O programa de reabilitação económica no processo educativo, no Moçambique.......................6

O Sistema Nacional de Educação................................................................................................6

Subsistemas do Sistema Nacional de Educação: 1983-1985.......................................................6

Níveis de Ensino do SNE:............................................................................................................6

Objectivos do Sistema Nacional de Educação.............................................................................7

Princípios do Sistema Nacional de Educação (SNE)...................................................................7

Reforma Curricular......................................................................................................................7

Estratégias para a Implementação de qualquer Reforma curricular.............................................8

A reforma curricular em Moçambique.........................................................................................8

As fases da reforma do SNE moçambicano...............................................................................11

Inovações no ensino básico........................................................................................................12

Reforma do Ensino Técnico Profissional e Vocacional.............................................................13

Conclusão...................................................................................................................................14

Bibliografia................................................................................................................................15
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Introdução

A educação escolar é um processo que se pode entender a partir do momento em que o indivíduo
ingressa à escola até o culminar com a sua formação e quiçá servir onde sua formação seja
necessária. Por isso, em Moçambique, A educação é um processo pelo qual a sociedade prepara
os seus membros para garantir a sua continuidade e o seu desenvolvimento. Trata-se de um
processo dinâmico que busca, continuamente, as melhores estratégias para responder aos novos
desafios que a continuidade, transformação e desenvolvimento que a sociedade impõem (PCEB
2003: 7).

Este trabalho visa essencialmente percorrer o panorama da educação no contexto Moçambicano,


apresentando desse modo, o cenário da educação no tempo colonial até a época contemporânea.
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A REFORMA DA EDUCAÇÃO EM MOÇAMBIQUE E O SEU IMPACTO

A educação é um processo assente num sistema de ideias e de práticas cuja finalidade é o


desenvolvimento harmonioso do indivíduo enquanto ser humano e enquanto cidadão, apto para
contribuir para o seu bem-estar (em todas dimensões), e capaz de contribuir para a felicidade dos
que o rodeiam, intervindo e ajudando a edificar uma sociedade mais próspera, mais justa e mais
livre.

Para Casimiro (2004, p. 10) as reformas educacionais são constituídas pelas mais diversas
acções, compreendendo mudanças nas legislações, nas formas de financiamento, na relação entre
as diferentes instâncias do poder oficial (poder central, estados e municípios), na gestão das
escolas, nos dispositivos de controlo da formação profissional, especialmente na formação de
professores, na instituição de processos de avaliação centralizada nos resultados. As mudanças
nas políticas curriculares, entretanto, têm maior destaque, a ponto de serem analisadas como se
fossem em si a reforma educacional.

De acordo com Sacristán (2000, p. 109), a reforma curricular é um dos aspectos específicos da
política educativa, que estabelece a forma de seleccionar, ordenar e modificar o currículo dentro
do sistema educativo, clarificando o poder e a autonomia que diferentes agentes têm sobre ele,
intervindo, deste modo, na distribuição do conhecimento no âmbito do aparelho escolar e
incidindo na prática educativa, quando apresenta o currículo aos seus consumidores, quando
ordena os conteúdos e códigos de diferentes tipos. A ausência de formação e capacitação
profissional pode significar a ruptura entre a política em construção e a continuidade para a sua
implementação eficaz. Essa situação pode ser traduzida na passividade, na desmotivação e no
comodismo por parte de quem cabe a responsabilidade de levar para a sala de aula as mudanças.

É o conjunto de políticas e estratégias de um Ministério de Educação para produzir um processo


de transformação curricular. Embora os termos transformação, desenvolvimento e reforma
curricular se refiram a três aspectos, analiticamente, diferenciáveis, na prática, utilizam-se, com
frequência, como sinónimos, pois é muito difícil que ocorra um processo de transformação
curricular sem um processo de desenvolvimento e de reforma curriculares e, também, porque o
propósito de toda reforma curricular e de todo o processo de desenvolvimento curricular, é
produzir uma transformação curricular.
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Uma reforma educativa tem necessariamente de ser precedida por um trabalho de análise e
reflexão aprofundada do contexto em que será aplicada, isto é, deve assentar nas realidades
concretas do país em que se pretende aplicar e nas perspectivas da sua evolução, não se
limitando a um projecto válido em qualquer contexto. Deve visar um determinado cenário
desejável do futuro desse país e evitar a transposição simples de modelos importados, por mais
aliciantes que pareçam num presente que certamente não irá corresponder àquele futuro.

Educação em Moçambique

Moçambique, como tantos países foi atravessado por várias épocas, nas quais o conceito de
qualidade, concretamente da educação foi tomando contornos de acordo com a realidade em
vigor. Registam-se no país momentos durante a colonização; pôs colonização (pôs
independência); durante a guerra de desistabilização e por fim o momento actual, o pôs guerra de
desistabilização.

Durante o período colonial, a educação em Moçambique era separatista e até de certo modo
racial, de acordo com Castiano et all (2005:14),

É neste período que a educação começa a ter um cunho rácico e marginalizante: os chamados
povos primitivos deviam ser civilizados sim, mas lentamente e a sua educação devia, sobretudo,
estar virada para a formação em trabalhos manuais. Além disso, esta educação devia estar em
harmonia com os usos e costumes, assim como com o grau de desenvolvimento intelectual e
moral do povo indígena…tendo em conta que as condições climáticas (calor, clima inóspito)
impedem que os europeus possam entregar-se ao trabalho físico, os indígenas, mais habituados
ao clima, podem ser educados só na medida e na exigência do trabalho muscular. O liberalismo e
a igualidade só se aplicam como princípios para os colonos brancos. Os negros, esses podiam
continuar oprimidos.

No periodo pôs colonial, logo apôs a proclamação da independência, o país foi assolado por uma
guerra interna (1976-1992). Segundo Castiano et al (2005:51), neste período a educação visava a
formação de uma personalidade socialista onde a escola tinha uma posição central no projecto de
edificação da sociedade socialista. O lema nesta óptica, era a formação do homem novo, que
fosse capaz de construir uma sociedade socialista.
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Concretamente estabelecem-se objectivos para a educação que são a eliminação do


analfabetismo, a introdução de uma escolarização universal e obrigatória, e a intensificação de
uma formação técnica de quadros para o aparelho do estado e para as fábricas e os grandes
projectos económicos ( idem, 73).

Os mesmos autores (86) revelam que, entre os anos 1987-1992, houve no sector da educação
uma crise geral do sistema da educação, durante o qual notou-se incapacidade do estado em
assegurar o acesso de todas as crianças à educação básica e um mínimo de qualidade às crianças
que estivessem já na escola. O período, foi também caracterizado por um crescimento do número
de crianças sem possibilidade de ir à escola e também pelo aumento de desistências e
reprovações tornando-se assim, péssima a qualidade de educação no país. Entretanto, apos os
acordos gerais de paz outros objectivos/desafios em consonancia com vários programas em
outros sectores sociais, foram traçados. O principal e que até os dias continua tema de acesos
debates, resume-se no alargamento do acesso da população ao sistema de ensino formal
fundamentalmente no ensino básico claro, equilibrando sempre com os outros níveis de ensino.
Para atingir tal objectivo, o Governo moçambicano especificamente tem procurado expandir as
oportunidades em especial para a população das zonas rurais e à rapariga, com a participação do
sector privado. Também, destaca-se a necessidade de reactivação do ensino técnico profissional
procurando sempre adequa-lo as necessidades e transformações que o mercado vai sofrendo e
propôs-se a melhorar a qualidade de ensino, partindo por um investimento mais forte na
formação e competência dos professores, oferta de mais material didáctico, aumento do tempo de
permanência dos alunos na escola.

1.1. Breve historial da Educação em Moçambique

Em 1975 a Frelimo Proclama a independência Nacional como o corolário da conquista do poder


pela via armada. Pela frente, a Frelimo tinha gigantesca tarefa de construir um país com elevado
índice de analfabetismo, uma rede escolar insuficiente e sem professores com uma formação
adequada, como consequência do sistema de ensino Colonial que era discriminatório, pois havia
o ensino oficial e qualificado para os colonos brancos mais tarde extensivo aos “assimilados”
negros e ensino rudimentar para os indígenas, ministrado pela Igreja Católica ao abrigo da
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Concordata de 1940 celebrada entre a Igreja Católica e Governo Colonial Português e o estatuto
Missionário de 1941.

2. A finalidade e objectivos da educação em Moçambique em diferentes momentos


históricos.
2.1. O programa de reabilitação económica no processo educativo, no Moçambique
independente
2.1.1. O Sistema Nacional de Educação

O SNE foi concebido, basicamente, para responder às metas do Plano Prospectivo Indicativo
(PPI), já superado no IV Congresso que adoptara a estratégia de desenvolvimento através de
pequenos projectos (IV CONG: 63). A Educação devia criar condições para a formação de uma
rede escolar mais adequada e eficaz, garantindo-se desta forma a efectivação da escolaridade
obrigatória, estratégia fundamental para erradicação do analfabetismo, para a formação de
técnicos básicos e médios necessários para os projectos agro-industriais, e para elevar a
formação dos trabalhadores dos sectores considerados prioritários da economia nacional. Sob o
ponto de vista político-ideológico, a educação deveria garantir o acesso dos trabalhadores à
ciência e à técnica, de forma a tornarem-se dirigentes da sociedade, e assegurar a formação do
homem novo, socialista, capaz de acompanhar o processo de transformação social.

2.1.2. Subsistemas do Sistema Nacional de Educação: 1983-1985

O Sistema Nacional de Educação é constituído pelos seguintes subsistemas:

 Subsistema de Educação geral: Ensino Primário, Secundário e pré-universitário


 Subsistema de Educação de adultos;
 Subsistema de Educação técnico profissional;
 Subsistema de Formação de Professores e;
 Subsistema de Educação Superior.
2.1.3. Níveis de Ensino do SNE:
 Nível Primário;
 Nível Secundário;
 Nível Médio e;
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 Nível Superior.
2.1.4. Objectivos do Sistema Nacional de Educação
 Erradicação do analfabetismo;
 Introdução da escolaridade obrigatória;
 A formação de quadros para as necessidades do desenvolvimento económico e social e da
investigação, científica, tecnológica e cultural.

2.2. Princípios do Sistema Nacional de Educação (SNE)

Lei 4/83 de 23 de Março Boletim da República no 12, I série

1. A Educação é um direito e um dever de todo cidadão que se traduz na igualdade de


oportunidade de acesso a todos níveis de ensino e na educação permanente e sistemática
de todo povo.
2. A Educação reforça o papel dirigente da classe operária e aliança operário -Camponesa,
garante a apropriação da Ciência, da técnica e da Cultura pelas classes trabalhadoras e
constitui um factor impulsionador do desenvolvimento económico, Social e Cultural do
país.
3. A educação e um instrumento principal da criação do Homem Novo, homem liberto de
toda carga ideológica da formação colonial e dos valores negativos da formação
tradicional, capaz de assimilar e utilizar a Ciência e a Técnica ao Serviço da Revolução;
4. A Educação na República Popular de Moçambique baseia-se nas experiências nacionais,
nos princípios universais do Marxismo- Leninísmo, e património Científico Técnico e
Cultural da humanidade;
5. A Educação é dirigida, planificada e controlada pelo Estado, que garante a sua
universalidade e laicidade no quadro da realização dos objectivos fundamentais
consagrados na constituição.

3. Reforma Curricular

A reforma curricular, como reconheceu Roberto (1987), é o vector principal de qualquer reforma
educativa, pois, o currículo é o elemento fulcral de um sistema educativo.
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E como uma mudança contém muitas dimensões conflituosas e estratégicas não se poderá
desejar que as reformas educativas se esgotem por completo na reforma curricular; Manuel
Patrício (1991: 10) apud (PACHECO 2001: 157), “que aquilo em que veio a tornar-se psicose
curricular da reforma educativa do ministério Roberto Carneiro, apresentava apenas, no plano
global de actividades do CRSE, uma das 52 actividades previstas para o desenvolvimento.

Mesmo assim, a reforma curricular foi um dos pontos mais visíveis de todo o processo global de
reforma, suscitando opiniões muito diversas. De um modo global, a reforma curricular supõe
mudanças em várias dimensões que significam tanto uma mudança como uma inovação.
PACHECO, (1992: 77) apud (PACHECO 2001:157).

3.1. Estratégia para a Implementação de qualquer Reforma curricular

O sucesso de qualquer plano curricular está indiscutivelmente associado á concepção de


estratégias adequadas para sua implementação. Essas estratégias, por sua vez, pretende-se com
inúmeros factores, tais como os psicopedagógicos, linguísticos, socioeconómicos e políticos.
Assim sendo, para a implementação de qualquer proposta de um currículo, propõe-se entre
outras as estratégias que a seguir descriminam.

 Criação e expansão da rede escolar


 Formação de professores
 Capacitação de professores
 Preparação de formadores ao nível central
 Formação de formadores provinciais
 Formação de formadores distritais ou zonais
 Capacitação de professores em exercício
 Formação de professores para disciplinas novas
 Formação de instrutores e supervisores

3.1.1. A reforma curricular em Moçambique

A educação é um processo pelo qual a sociedade prepara os seus membros para garantir a sua
continuidade e o seu desenvolvimento. Trata-se de um processo dinâmico que baseia
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continuamente, as melhores estratégias para responder aos novos desafios que a continuidade,
transformação e desenvolvimento da sociedade.

Por ex: pode se constatar que os objectivos dos programas escolares do 1º grau do ensino básico
já não estão a adequar-se à realidade do crescimento do ensino em Moçambique, neste caso, os
planificadores podem rever esses objectivos e introduzir emendas.

A reforma curricular não é mais do que a concretização, dos objectivos definidos numa nova
política educativa para todo o país, tendo em vista produzir alterações significativas no sistema
educativo. É neste quadro complexo que se irá configurar o currículo, sendo essencial ter
presente questões, tais como:

 A definição mais ou menos explicita dos objectivos que deverão ser prosseguidos.
 A tradição curricular do respectivo sistema educativo;
 O tipo do currículo (aberto ou fechado);
 O modelo de organização (centrado em disciplinas ou temas)
 A selecção das matérias e respectivos conteúdos
 Forma como os intervenientes no sistema educativo participarão
 As medidas de apoio á mudança curricular.

( www.hottopos.com )

A inovação curricular apesar de tudo acontece segundo González e Escudero(1987) a pud in


www.hottopos.com em três grandes enfoques teóricos:

Enfoque técnico-científico - as mudanças curriculares são tratados como meras


questões técnicas. Os currículos são altamente estruturados, limitando-se o papel
dos professores á simples execução de instruções superiores.

Enfoque cultural – dá-se uma grande importância à complexidade dos processos


de mudança e às suas interacções. A cultura das escolas é particularmente
valorizada. O papel do professor é valorizado, como agente e intérprete das
culturas em presença.
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Enfoque sociopolítico – a mudança é perspectivado em termos políticos e ideológicos. O que é


particularmente valorizado são as condições históricas e sociais. Os professores tendem a ser
reduzidos ao papel de simples instrumentos do poder.

A sociedade moçambicana, em particular, tem estado, nos últimos tempos, em mudanças


profundas motivadas por factores políticos-económicos e socioculturais.

Neste momento da globalização, as sociedades enfrentam o dilema da construção da aldeia


global e a pertinência da defesa e desenvolvimento das identidades nacionais. Este dilema,
constitui um factor que a educação deve equacionar na perspectiva de garantir que os cidadãos,
ao mesmo tempo que se capacitam para se integrarem na aldeia global, não percam a sua
identidade pessoal, comunitária e nacional.

Deste modo, procura-se em cada etapa, desenvolver estratégias educativas por forma a responder
cabalmente aos desafios que se colocam

O principal desafio que se coloca a reforma curricular, e tornar o ensino mais relevante, no
sentido de formar cidadãos capazes de contribuir para a melhoria da sua vida, a vida da sua
família, da comunidade e do pais, dentro do espírito da preservação da unidade nacional,
manutenção da paz e estabilidade nacional, aprofundamento da democracia e respeito pelos
direitos humanos, bem como da preservação da cultura moçambicana.

A visão da relevância da reforma curricular fundamenta-se na percepção ao de que a educação


tem de ter em conta a diversidade dos indivíduos e dos grupos sociais para que se torne num
factor, por excelência de coerção social e não de exclusão. Exemplo. Escola de necessidades
educativas de Anchilo na província de Nampula.

Efectivamente, muitas vezes, acusa-se os sistemas educativos formais de impor aos educandos os
mesmos modelos culturais e intelectuais sem prestar atenção suficiente `a diversidade dos
talentos da imaginação, atitudes, predilecções, globais, dimensão espiritual e habilidade manual.
Assim, surge a presente reforma curricular que reformula o plano curricular introduzido em
1983, pela lei 4/83 de 23 de Março, e revisto em 1992, pela lei 6/92, de Março.

Para tornar factível a perspectiva curricular, exposta anteriormente foram tomadas em


consideração as reflexões de diferentes estudos feitos por instituições do ministério de educação,
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em particular do Instituto Nacional do Desenvolvimento da Educação INDE, bem como de


outras entidades colectivas e individuais foram também tomadas em conta reflexões e
recomendações dos pais e encarregados de educação em geral, das diferentes sensibilidades da
sociedade moçambicana. Governantes, políticos, religiosos, empresários, sindicalistas,
autoridades e líderes locais, organizações não-governamentais de entre outras. Associada a estas
reflexões e recomendações foram equacionadas as experiências curriculares de outros países
sobretudo os da região Austral da África.

A construção de um currículo é um processo dinâmico que se deve ajustar `as contínuas


transformações da sociedade.

3.1.2. As fases da reforma do SNE moçambicano


 Adequar á exigências de desenvolvimento socioculturais das comunidades e da sociedade
em geral.
 Ajustar as exigências de desenvolvimento técnico-científicos, operadas na sociedade.
 Adequar ás transformações/mudanças sociopolíticas do país.
 Tornar relevantes os conteúdos de ensino.

Em Moçambique, desde 1975 as estruturas educacionais moçambicanas já promoveram várias


reformas curriculares nos diferentes níveis e ramos educacionais desde o primário, o técnico, o
secundário geral e universitário. Mazula ( 1995: 58) observa que,

A primeira reforma tinha como principal razão dar acesso ao ensino a maioria dos
Moçambicanos e na mudança dos conteúdos das disciplinas de carácter social (Português,
história, geografia, etc), disciplinas denominadas de secção de letras.

A segunda reforma, foi a estrutural, que decorreu em 1977. Esta, extingui o ensino preparatório
com as denominações de 1º e 2º ano (s) e 3º,4º,5º,6º e 7º ano (s) liceais e ensino complementar na
área técnica e introduz-se as denominações de 5ª…11ªclasses onde de 5ª a 9ª classe correspondia
ao Ensino Secundário Geral e 10ª e 11ª ao pré-universitário, e deixava de existir o complementar
ou seu equivalente.

A terceira reforma é conhecida SNE, lei 4/83 de 23 de Março a qual abrangeu toda estrutura
educacional Moçambicana, desde o primeiro ano de escolaridade até ao nível pré-universitário.
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Em 1992, houve revisão da lei anterior para a lei 6/92 de 06 de Maio para se enquadrar na nova
constituição da República. Nesta fase, houve abertura para criação de Escolas Privadas.

Com SNE, a idade de ingresso no ensino primário, em todas as escolas públicas, passou a ser 7
anos e introduz-se as designações 1ª classe ao invés do pré, e o ensino primário estende-se até a
6ª classe ao invés da 4ª classe.

Esta reforma teve um grande impacto social-económico e educacional também teve cunho de
reforma estrutural, de conteúdos de ensino económico porque a 9ª classe passou a ser o nível
mais alto de escolaridade geral para a maioria dos jovens antes de serem submetidos a um ensino
profissionalizante.

Além destas grandes reformas curriculares MAZULA( op cit. p 70) acrescenta que,

Existiram outras de menor vulto apesar de serem reformas significantes quanto ao


historial de reforma em Moçambique. Por exemplo, na reforma de1983 a disciplina de
Física era introduzida na 6ª classe mas dois anos depois, isto e, em 1985, a disciplina de
física era introduzida na 7ª classe. Pela magnitude da reforma de 1983 pode se afirmar
que esta reforma define a base do sistema educacional Moçambicano.

Do acima exposto, pode se afirmar que a base das primeiras reformas educacionais em
Moçambique, até 1983, basearam-se na gestão de factores sociopolíticas e de afirmação da
cidadania, isto porque, apesar do abandono massivo de muitos quadros administrativos do pais, o
poder político continuou a prometer e a implementar a massificação do ensino com o slogan “
fazer da escola a base para o povo tomar o poder”.

3.2. Inovações no ensino básico

Constituem inovações as propostas para o plano curricular do ensino básico, os ciclos de


aprendizagem, ensino básico integrado, currículo local, a distribuição de professores, a promoção
semiautomática e a introdução de línguas moçambicanas, Inglês, ofícios e de educação moral e
cívica.

O ensino pré-escolar, não é parte integrante da escolaridade regular de acordo com a lei 6/92 de 6
de Maio. A rede do ensino pré-escolar é constituída por instituições públicas, privadas e
comunitárias, cuja criação cabe `a iniciativa dos órgãos governamentais ao nível central,
provincial ou local, e de outras entidades colectivas ou individuais nomeadamente, associações
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de pais moradores, empresas sindicatos, organizações cívicas, conferências e de solidariedade


destina-se a crianças menores de 6 anos, a fim de complementar a educação familiar, com a qual
deve estabelecer uma estrita relação. A sua frequência é de carácter facultativo. PCEB (2008:
25).

3.3. Reforma do Ensino Técnico Profissional e Vocacional

Reforma de Educação Profissional (PIREP), com objectivo de estabelecer com envolvimento de


todos parceiros sociais, um Sistema de educação Profissional integrado, coerente, flexível e
orientado pela demanda do Mercado de trabalho.

1. Fase Piloto 2006 – 2010


2. Expansão 2011 – 2015
3. Consolidação 2016 – 2020.
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Conclusão

Olhando para o espectro educacional moçambicano, falar de um ensino de qualidade creio ser
possível porém, muitas reformas há ainda que fazer para que se atinge tal objectivo. Ora, para
este objectivo ser concretizável, creio também ser de capital importância o envolvimento de
todas as camadas da sociedade que estejam em frente do processo da escolaridade
principalmente o da criança.

Com a realização deste trabalho, percebemos que a educação no contexto moçambicano passou
por diversas mudanças, ou seja, tivemos o ensino rudimentar onde o ensino estava repartido em
duas partes, nomeadamente a classe dos assimilados e a classe dos plebeus, porem, só após a
independência, o país constatou mudanças curriculares nas quais não havia mais distinção entre
os alunos, dependentemente da sua raça, cor ou origem.
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Bibliografia

ASSANE, Adelino Inácio et al. Sebenta de fundamentos de pedagogia. Nampula – 2013.

QUECO, Fernando Osias. Educação de qualidade um desafio para Moçambique.Quelimane

ALBERTO, Dércio Carlos. AS REFORMAS CURRICULARES1 NOS DIVERSOS NÍVEIS DE


ENSINO EM MOÇAMBIQUE: breves comentários sobre o lugar da Disciplina de história nos
curricula nacionais.

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