Você está na página 1de 4

Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro

Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro

AP1 – CÁLCULO IV – 2023-2


GABARITO

y
Questão 1 [2,0 pontos] Calcule, pela inversão da ordem de
2
integração, a seguinte integral iterada
Z 4Z 2
D
I= √ sen(y 3 ) dy dx.
0 x √
y= x =⇒ x = y 2
Solução: Temos que
ZZ x=0 x = y2
I= sen y 3 dx dy
D 4 x
onde

D = (x, y) ∈ R2 | 0 ≤ x ≤ 4 e Fig. 1: Região D, Questão 1.

x≤y≤2
cujo esboço é mostrado na Fig. 1.
Enquadrando D como região do tipo II temos:
D = (x, y) ∈ R2 | 0 ≤ y ≤ 2 , 0 ≤ x ≤ y 2 .


Então:
Z 2 Z y2 Z 2
3
I= sen y dx dy = y 2 sen y 3 dy .
0 0 0
du
Fazendo u = y 3 , temos du = 3y 2 dy ou y 2 dy = . Além disso, y = 0 =⇒ u = 0 e y = 2 =⇒ u = 8.
3
Assim,
Z 8  8
du 1 1
I= sen u = − cos u = (− cos 8 − (−1)) .
0 3 3 0
3
1
Ou seja, I = (1 − cos 8) .
3

Questão 2 [2,0 pontos] Uma placa tem a forma da região y


y=

x
y=


2
x

D no plano R2 limitada pelas curvas y = 4 − x2 , y = −x e


y = x. Determine a massa da placa sabendo que a densidade
em cada ponto é proporcional à distância do ponto à origem. D

Solução: De y = 4 − x2 temos x2 + y 2 = 4 com y ≥ 0.
Logo, o esboço de D está representado na Fig. 2. π

4
4
x
p
A distância de um ponto (x, y) à origem é x2 + y 2 . Logo, −2 2
p
a densidade δ(x, y) é dada por δ(x, y) = k x2 + y 2 , onde k é Fig. 2: Região D, Questão 2.
uma constante positiva. A massa M é dada por:
ZZ ZZ q
M= δ(x, y) dA = k x2 + y 2 dA.
D D
Passando para coordenadas polares temos:
x = r cos θ, y = r sen θ, dA = r dr dθ e x2 + y 2 = r 2 .
Cálculo IV AP1 2

Efetuando uma “varredura” em D, no sentido anti-horário, vemos que a região transformada Drθ é dada por;
(
π/4 ≤ θ ≤ 3π/4
Drθ : .
0≤r≤2
Logo:
ZZ √ ZZ Z 2 Z 3π/4
M =k r2 r dr dθ = k r2 dr dθ = k r2 dθ dr
Drθ Drθ 0 π/4
Z 2  2
kπ 2 2 kπ r3
  Z
3π π 4kπ
=k r2 − dr = r dr = = .
0 4 4 2 0 2 3 0 3
4kπ
Isto é, a massa da placa é M = u.m.
3

Questão 3 [2,0 pontos] Use uma integral tripla para determinar o volume do sólido W , no primeiro octante,
limitado pelo cilindro parabólico z = 1 − x2 e pelos planos z = 0, x = 0, y = 0 e y = 2.
z
Solução: Esbocemos no plano xz a parábola z = 1 − x2 , com x ≥ 0 e
z ≥ 0. Como a equação não depende da variável y, então as geratrizes
1
desse cilindro são semirretas paralelas ao eixo y. W é limitado pelos planos
z = 0, x = 0, y = 0 e y = 2, na Fig. 3 mostramos o esboço de W .
Temos W
W = (x, y, z) ∈ R3 ; (x, y) ∈ D e 0 ≤ z ≤ 1 − x2 ,

1 2
y
x
onde D é a projeção de W sobre o plano xy. Logo,
Fig. 3: Sólido W , Questão 3.
D : 0 ≤ x ≤ 1 , 0 ≤ y ≤ 2.
Então,
ZZZ ZZ Z 1−x2 ZZ
V (W ) = dV = dz dx dy = (1 − x2 )dx dy
W D 0 D

x3 1
Z 1 Z 2 Z 1  
= (1 − x2 ) dy dx = 2 (1 − x2 )dx = 2 x −
0 0 0 3 0
 
1 4
= 2 1− = .
3 3
4
Assim, o volume do sólido W é V (W ) = u.v.
3
Questão 4 [2,0 pontos] Seja W o sólido limitado por x2 + y 2 + z 2 = 1, z ≥ 0 e z = 0. Calcule a integral
ZZZ  3/2
I= x2 + y 2 + z 2 dV .
W

z
Solução: Na Fig. 4 mostramos esboço do sólido W .
Passando para coordenadas esféricas, temos: 1

(x2 + y2 + z 2 )3/2 dV = (ρ2 )3/2 ρ2 sen ϕ dρ dϕ dθ


W
= ρ5 sen ϕ dρ dϕ dθ,
e o sólido W se descreve, nessas coordenadas, como: 1
 1 y
 0≤ρ≤1

x
Wρϕθ : 0 ≤ ϕ ≤ π/2
 0 ≤ θ ≤ 2π. Fig. 4: Sólido W , Questão 4.

Então,

Fundação CECIERJ Consórcio CEDERJ


Cálculo IV AP1 3

ZZZ Z 1 Z π/2 Z 2π
I = ρ5 sen ϕ dρ dϕ dθ = ρ5 sen ϕ dθ dϕ dρ
Wρϕθ 0 0 0
Z 1  π/2  6 1

5 ρ 2π π
= 2π ρ − cos ϕ dρ = 2π = = .
0 0
6 0 6 3
| {z }
1
π
Ou seja, I = .
3

Questão 5 [2,0 pontos] Seja C a interseção da semiesfera x2 + y 2 + z 2 = a2 , com a > 0 e x ≥ 0, com o


plano y = z. Determine o valor de a sabendo que
Z
3xyz ds = 16.
C
Solução: Para calcular a integral de linha precisamos de uma parametrização da curva C, ilustrada na Fig. 5:
Fazendo y = z em x2 + y 2 + z 2 = a2 , obtemos x2 + 2y 2 = a2 , ou seja
x2 y2
+ = 1.
a2 a2 /2
a
que é a equação da elipse no plano xy, com centro na origem e semieixos de comprimentos a e √ ao longo
2
dos eixos x e y, respectivamente. A projeção da curva C no plano xy (Fig. 6) é o arco dessa elipse com x ≥ 0,
que podemos descrever através das equações paramêtricas:

x = a cos t π π
a com − ≤t≤ .
y = √ sen t, 2 2
2

y
y

z
=
z

a a
a , √
a
 √
0, √ 2
2 2
prxy C

y
C a x

a
 x
0, −a
√ , √
−a
2 2

Fig. 5: Curva C, Questão 5. Fig. 6: Projeção prxy C da curva C no plano xy.

Como y = z em C, obtemos a seguinte prarametrização da curva C:


 
a a π π
⃗r(t) = a cos t , √ sen t , √ sen t , − ≤t≤ .
2 2 2 2
Sendo
 
′ (t) a a
⃗r = −a sen t , √ cos t , √ cos t ,
2 2
temos
s  2  2
′ (t)∥ a a
ds = ∥⃗r dt = (−a sen t)2 + √ cos t + √ cos t dt = a dt.
2 2
O cálculo da integral de linha segue da seguinte maneira:

Fundação CECIERJ Consórcio CEDERJ


Cálculo IV AP1 4

Z Z π/2   
a a
3xyz ds = 3 √ sen t
(a cos t) √ sen t a dt
C −π/2 2 2
π/2
3 a4 π/2 3 a4 sen3 t
Z 
2
= sen t cos t dt =
2 −π/2 2 3 −π/2

a4   π   π  a4
= sen3 − sen3 − = (1 − (−1))
2 2 2 2
a4
= · 2 = a4 .
2
Z
Finalmente, sabendo que 3xyz ds = 16, obtemos a4 = 16 e como a > 0, concluı́mos que a = 2.
C

Fundação CECIERJ Consórcio CEDERJ

Você também pode gostar