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Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro

Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro

Cálculo IV – AD1 – Tutor


Questão 1 [2,0 pts]: Um cilindro sólido reto tem sua base D no plano xy e é limitado superiormente
pelo parabolóide z = x2 + y 2 . O volume do sólido é
Z √2Z y Z 2 Z √4−y2
x2 + y 2 dxdy + √ x2 + y 2 dxdy .
 
V =
0 0 2 0

a) Esboce a base D.
b) Expresse o volume do sólido como uma única integral iterada com a ordem de integração
invertida.
c) Calcule o volume do sólido.

Solução:

a) Temos que ZZ
x2 + y 2 dxdy

V =
D
onde D = D1 ∪ D2 , com
 √
D1 = (x, y) ∈ R2 | 0 ≤ y ≤ 2 , 0 ≤ x ≤ y
n
2
√ p o
D2 = (x, y) ∈ R | 2 ≤ y ≤ 2 , 0 ≤ x ≤ 4 − y .
2

Esboço de D1

Na faixa horizontal 0 ≤ y ≤ 2 está a região D1 , limitada pela esquerda pelo eixo y (de equação
x = 0) e à direita pela reta x = y.


2

D1


2 x
Cálculo IV AD1 – Tutor 2

Esboço de D2

Na faixa horizontal 2 ≤ y ≤ 2 estáp contida a região D2 que é limitada à esquerda pelo eixo y
(x = 0) e à direita pela curva x = 4 − y 2 ou x2 + y 2 = 4, com x ≥ 0.

√ D2
2

2 x

Como D = D1 ∪ D2 , então temos:

y √
Sai em y = 4 − x2

Entra em y = x


2 2 x

b)

Descrição de D como uma região do tipo I


√ √
A projeção de D sobre o eixo x é o intervalo [0, 2]. Logo, 0 ≤ x ≤ 2. Considerando uma reta
vertical cortando a região
√ D, orientada de baixo
√ para cima, vemos que a reta entra em D em y = x
e sai de D em y = 4 − x . Então, x ≤ y ≤ 4 − x2 . Logo:
2

√Z √
ZZ Z 2 4−x2
x2 + y 2
x2 + y 2 dydx .
 
V = dxdy =
D 0 x

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Cálculo IV AD1 – Tutor 3

c) Calculemos V por coordenadas polares.




 x = r cos θ

 y = r sen θ
.

 dxdy = rdrdθ

x + y2
2
= r2

O conjunto D em coordenadas polares é dado por:

0≤r≤1

Drθ : .
π/4 ≤ θ ≤ π/2

Então: ZZ
V = r2 · r drdθ
Drθ
Z 2 Z π/2
3
= r dθdr
0 π/4
Z 2
π
= r3 dr
4 0
h 4 i2
π r
=
4 4 0

= π u.v.

Questão 2 [2,0 pts]: Calcule


ZZ
(x + y − 1)(x − y)6 dxdy
D

onde D é o quadrado dado por |x| + |y| ≤ 1.

Solução: De |x| + |y| = 1 temos x + y = 1 se x, y ≥ 0, x − y = 1 se x ≥ 0, y < 0, −x + y = 1 ou


x − y = −1 se x < 0 e y ≥ 0 e x + y = −1 se x < 0, y < 0. Então o esboço do quadrado D está
representado na figura que se segue.

1 x + y = 1 ou x + y − 1 = 0
x − y = −1

D
−1 1 x

x + y = −1 ou x−y =1
x + y − 1 = −2 −1

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Cálculo IV AD1 – Tutor 4

A expresão do integrando e as equações dos lados de D sugerem a seguinte mudança de variáveis:



u v 1
 x= + +
(
x+y−1 = u

2 2 2

x−y = v  y=u−v+1

2 2 2

donde
∂x ∂x 1 1



∂u ∂v
2 2

∂(x, y) 1 1 1
J= = = =− − =− .

∂(u, v) ∂y ∂y 1 1 4 4 2



∂u ∂v 2 2
Como dxdy = |J| dudv então
1
dxdy = dudv .
2
As equações x + y − 1 = 0, x + y − 1 = −2, x − y = 1 e x − y = −1 transformam-se em u = 0,
u = −2, v = 1 e v = −1. Então a região transformada Duv é limitada pelas retas u = 0, u = −2,
v = 1 e v = −1.

Duv
−2 u

−1

O integrando (x+y −1)(x−y)6 transforma-se em uv 6 . Logo, pelo teorema da mudança de variáveis,


temos: ZZ ZZ
6
1
(x + y − 1)(x − y) dxdy = uv 6 dudv
D Duv 2
Z 0 Z 1
1
= u v 6 dvdu
2 −2 −1
Z 0 i1
1 v7
h
= u du
2 −2 7 −1
Z 0
1 2
= · u du
2 7 −2
i0
1 u2
h
=
7 2 −2

1
= (0 − 2)
7
2
= − .
7

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Cálculo IV AD1 – Tutor 5

Questão 3 [2,0 pts]: Encontre o centro de massa e o momento de inércia em relação ao eixo x
de uma placa fina limitada pelas curvas x = y 2 e x = 2y − y 2 se a densidade no ponto (x, y) for
δ(x, y) = y + 1.

Solução: De x = y 2 e x = 2y − y 2 temos 2y 2 − 2y = 0 ou y(y − 1) = 0 donde y = 0 ou y = 1.


Então as parábolas se interceptam em (0, 0) e (1, 1).

1
x = y2
x = 2y − y 2
Entra em x = y 2
D

Sai em x = 2y − y 2

1 x

A massa de D é dada por:


ZZ ZZ
M= δ(x, y) dA = (y + 1) dA
D D

onde
D = (x, y) ∈ R2 | 0 ≤ y ≤ 1 , y 2 ≤ x ≤ 2y − y 2 .


Logo:
Z 1 Z 2y−y 2
M = (y + 1) dxdy
0 y2
Z 1
(y + 1) 2y − y 2 dy

=
0
Z 1
y − y 3 dy

= 2
0
i1
y2 y4
h
= 2 −
2 4 0

1
= u.m.
2
O centro de massa (x, y) é dado por:
ZZ
Mx = xδ(x, y) dA
D
ZZ
My = yδ(x, y) dA .
D

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Cálculo IV AD1 – Tutor 6

ZZ ZZ
Cálculo de xδ(x, y) dA = x(y + 1) dA
D D

Temos que:
ZZ Z 1 Z 2y−y 2
x(y + 1) dA = (y + 1) x dxdy
D 0 y2
Z 1 i2y−y2
x2
h
= (y + 1) dy
0 2 y2
Z 1
1
 2 
= (y + 1) 2y − y 2 − y 4 dy
2 0
Z 1
4
(y + 1) y 2 − y 3 dy

=
2 0
Z 1
y 2 − y 4 dy

= 2
0
i1
y3 y5
h
= 2 −
3 5 0

4
=
15
donde
4
8
x = 15
1
= .
15
2

ZZ ZZ
Cálculo de yδ(x, y) dA = y(y + 1) dA
D D

Temos que:
ZZ Z 1 Z 2y−y 2
y 2 + y dxdy

y(y + 1) dA =
D 0 y2
Z 1
y2 + y 2y − 2y 2 dy
 
=
0
Z 1
y 2 − y 4 dy

= 2
0
i1
y3 y5
h
= 2 −
3 5 0

4
=
15
donde
4
15 8
y= 1 = .
15
2

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Cálculo IV AD1 – Tutor 7

Assim, o centro de massa localiza-se em:


8 8
 
(x, y) = , .
15 15

O momento de inércia em relação ao eixo x é dado por:


ZZ
Ix = y 2 δ(x, y) dA
D
ZZ
y 3 + y 2 dA

=
D
Z 1Z 2y−y 2
y 3 + y 2 dxdy

=
0 y2
Z 1
y3 + y2 2y − 2y 2 dy
 
=
0
Z 1
y 3 − y 5 dy

= 2
0
i1
y4 y6
h
= 2 −
4 6 0

1
= .
6

Questão 4 [2,0 pts]: Use integral tripla para calcular o volume do sólido limitado pelas superfı́cies
z = x2 + y 2 e z = 2y.

Solução: De z = x2 + y 2 e z = 2y temos x2 + y 2 = 2y ou x2 + (y − 1)2 = 1 que representa a


projeção da interseção no plano xy.

Sai em z = 2y

Entra em z = x2 + y 2
W

1 D 2 y

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Cálculo IV AD1 – Tutor 8

Vemos que a projeção do sólido W sobre o plano xy é o disco D dado por D : x2 + (y − 1)2 ≤ 1.
Considerando uma reta paralela ao eixo z, passando por W e orientada debaixo para cima, vemos
que ela entra em W em z = x2 + y 2 e sai de W em z = 2y. Então:
W = (x, y, z) ∈ R3 | (x, y) ∈ D : x2 + (y − 1)2 ≤ 1 e x2 + y 2 ≤ z ≤ 2y .


Temos que:
ZZZ ZZ Z 2y ZZ
2y − x2 − y 2 dxdy .

V (W ) = dV = dzdxdy =
W D x2 +y 2 D

Passando para coordenadas polares, temos:




 x = r cos θ

 y = r sen θ
.

 dxdy = rdrdθ

 2
x + y2 = r2

A equação x2 + (y − 1)2 = 1 ou x2 + y 2 = 2y transforma-se em r = 2 sen θ.

y
2

D Sai em r = 2 sen θ
1

x
Entra em r = 0

A região D transforma-se em Drθ e é dado por:


0≤θ≤π

.
0 ≤ r ≤ 2 sen θ
Então: ZZ
2r sen θ − r2 r drdθ

V (W ) =
Drθ
Z π Z 2 sen θ
2r2 sen θ − r3 drdθ

=
0 0
Z π i2 sen θ
2r3 r4
h
= sen θ − dθ
0 3 4 0
Z π
16
 
= sen4 θ − 4 sen4 θ dθ
0 3
Z π
4
= sen4 θ dθ .
3 0

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Cálculo IV AD1 – Tutor 9

Temos que: 2
1 − cos 2θ 1
2 
4 2
1 − 2 cos 2θ + cos2 2θ .

sen θ = sen θ = =
2 4
Então: Z π
4 1
1 − 2 cos 2θ + cos2 2θ dθ

V (W ) = ·
3 4 0
Z π Z π Z π 
1 1 2
= dθ − 2 cos 2θ dθ + cos 2θ · 2 dθ
3 0 0 2 0
iπ
1 1 1 sen 4θ
h 
= θ − sen 2θ + · 2θ +
3 2 2 2 0

1 π
 
= π+
3 2
π
= u.v.
2

Questão 5 [2,0 pts]: Seja W o sólido limitado pelas superfı́cies y 2 + z = 4, y + z = 2, x = 0 e


x = 2. Calcule ZZZ
ex dV .
W

Solução: O esboço de W está representado na figura que se segue.

Sai em z = 4 − y 2
4

W
2

−1

D 2
2 y

x
Entra em z = 2 − y

Vemos que a projeção de W sobre o plano xy é o retângulo D = [0, 2] × [−1, 2]. Por um ponto
P = (x, y, z) no interior de W traçamos uma paralela ao eixo z, orientada debaixo para cima. Vemos
que esta paralela entra em W em z = 2 − y e sai de W em z = 4 − y 2 . Então:

W = (x, y, z) ∈ R3 | (x, y) ∈ D , 2 − y ≤ z ≤ 4 − y 2 .


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Cálculo IV AD1 – Tutor 10

Logo:
ZZZ ZZ Z 4−y 2
x
e dV = ex dzdxdy
W D 2−y
ZZ
ex 2 − y 2 + y dy

=
D
Z 2 Z 2
2
ex dxdy

= 2−y +y
−1 0
i2
y3 y2
h
2
= (e − 1) 2y − +
3 2 −1

1
 
= (e2 − 1) 8 − 30
2
9 2
= (e − 1) .
2

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