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Instituto de Matemática - IM/UFRJ

Cálculo Diferencial e Integral I


Lista 5 - P3 - Resolução

Questão 1:
Ache expressões para as taxas requeridas.

dy
(a) Calcule , sabendo que 4 cos(x) sen(y) = 1
dx
dx
(b) Calcule , sabendo que x4 y 2 − x3 y + 2xy 3 = 0.
dy

Solução:

(a) Note que temos um produto do lado esquerdo, onde o termo com seno depende de y.
Imaginando que y depende implicitamente de x, derivamos a expressão em relação a
x para obter
d d
(4 cos(x) sen(y)) = (1)
dx dx
 
dy
⇒ (−4 sen(x)) (sen(y)) + (4 cos(x)) cos(y) =0
dx
dy
⇒ 4 cos(x) cos(y) = 4 sen(x) sen(y)
dx
dy 4 sen(x) sen(y)
⇒ = = tg(x) tg(y) .
dx 4 cos(x) cos(y)

(b) Considerando um intervalo onde temos x = g(y) para um dado y, podemos derivar
implicitamente em relação a y e aplicar as regras da soma, produto e regra da cadeia:
d 4 2 3 3
 d
x y − x y + 2xy = (0)
dy dy

d d d
x4 y 2 − x3 y + 2xy 3 = 0
  
dy dy dy
     
3 dx 2 4 2 dx 3 dx 3 2
4x y + 2x y − 3x y + x + 2 y + 6xy = 0
dy dy dy

 dx
4x3 y 2 − 3x2 y + 2y 3 + 2x4 y − x3 + 6xy 2 = 0

dy

dx 2x4 y − x3 + 6xy 2
=− 3 2 .
dy 4x y − 3x2 y + 2y 3

Questão 2:
Para cada curva abaixo, determine uma equação da reta tangente no ponto requerido.

(a) yesen x = x cos y, em (0, 0) .

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x2 y 2
(b) − 2 = 1 no ponto (x0 , y0 ) .
a2 b

Solução:
(a) Supondo que y depende implicitamente de x, vamos derivar os dois lados da equação
em relação a x:

d d
(yesen x ) = (x cos y)
dx dx
 
dy
⇒ (esen x ) + (y) (esen x cos x) = (1) (cos y)
dx

Calculando no ponto (0, 0), substituímos x = 0 e y = 0,


 
dy sen 0
 sen 0
 dy 0 dy
e + (0) e cos 0 = (1) (cos 0) ⇒ e =1⇒ =1.

dx dx dx x=0

y=0

Isso significa que a inclinação da reta tangente em (0, 0) vale 1. Agora montamos a
equação da reta tangente. A reta tangente terá inclinação 1 e passa pelos pontos (0, 0)
e um ponto genérico (xt , yt ).
∆y
Inclinação em (0, 0) =
∆x

dy yt − 0
=
dx x=0 xt − 0

y=0

yt
1=
xt
y t = xt

(b) Derivando a expressão com relação a x,


d x2 y 2
 
d
2
− 2 = (1)
dx a b dx
2x 2y dy
⇒ − 2 =0
a2 b dx
2y dy 2x
⇒− 2
=− 2
b dx a
dy 2x b2 b2 x
⇒ = 2 = 2 .
dx a 2y ay
Assim, a equação da reta tangente no ponto (x0 , y0 ) fica

b2 x 0
y − y0 = (x − x0 ) .
a2 y0

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Questão 3:
Considere 4x2 + 9y 2 = 25, onde x e y são funções de t.

dy 1 dx
(a) Se = , ache quando x = 2 e y = 1.
dt 3 dt
dx dy
(b) Se = 3, ache quando x = −2 e y = 1.
dt dt

Solução:

(a) Derivando os dois lados da equação com relação a t, temos

d d dx dy
4x2 + 9y 2 = (25) ⇒ 8x + 18y

=0.
dt dt dt dt
Substituindo os dados do problema, obtemos que
 
dx 1 dx dx 6 3
8(2) + 18(1) = 0 ⇒ 16 = −6 ⇒ =− =− .
dt 3 dt dt 16 8

(b) Novamente, derivamos os dois lados da equação em relação a t para obter a mesma
expressão:
d d dx dy
4x2 + 9y 2 = (25) ⇒ 8x + 18y

=0.
dt dt dt dt
Agora iremos substituir os novos dados do problema para encontrar que

dy dy dy 48 8
8(−2)(3) + 18(1) = 0 ⇒ −48 + 18 =0⇒ = = .
dt dt dt 18 3

Questão 4:
d2 y
Se xy + ey = e, encontre o valor de no ponto onde x = 0.
dx2

Solução:
Temos a seguinte equação para a curva:

xy + ey = e (1)

Essa equação identifica os pontos (x, y) que pertencem a essa curva.


Supondo que y depende implicitamente de x, vamos derivar os dois lados da equação
em relação x:
d d
(xy + ey ) = (e)
dx dx
dy dy
y+x· + ey · =0
dx dx

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dy
Isolando , temos:
dx
dy dy y
y+ · (x + ey ) = 0 ⇒ =− (2)
dx dx x + ey
d2 y
Derivemos novamente em relação a x para obter a derivada de segunda ordem: .
dx2
Note que agora vamos precisar da regra do quociente.
d  dy  d y 
=
dx dx dx x + ey

 
dy y y dy
· (x + e ) − y · 1 + e ·
d2 y dx dx
= − (3)
dx2 (x + ey )2
dy
Poderíamos aqui usar a expressão de encontrada na Eq.(2) para chegarmos em uma
dx
d2 y
expressão de na Eq.(3), mas isso ficaria muito trabalhoso. O que a questão nos pede é
dx2
d2 y
simplesmente para achar o valor de quando x = 0. Veja na Eq.(3) que para calcular
dx2
2
dy dy
o valor de 2 precisamos de três valores: x, y e .
dx dx
O enunciado nos diz para usar x = 0. Quando x = 0, a equação da curva (Eq.(1)) nos
diz que
0 · y + ey = e1 =⇒ y = 1
dy
Então temos x = 0 e y = 1. Agora usamos a Eq.(2) para achar o valor de nesse ponto
dx
(0, 1):
dy 1 1
=− = −
dx x=0 0 + e1 e

y=0

dy 1 d2 y
Então temos x = 0, y = 1 e = − nesse ponto. Finalmente calculamos nesse
dx e dx2
ponto, usando a Eq.(3)

  
1 1 1 1
2
− · (0 + e ) − 1 · 1 + e · −
d y e e
2
=− 1 2
dx x=0 (0 + e )

y=0

2
d y −1 − 1 · (0) −1
2
=− 2
=− 2
dx x=0 e e

y=0

d2 y 1
=
dx2 x=0 e2

y=0

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Questão 5:
Considere dois resistores com resistências R1 e R2 conectados em paralelo. A resistência total
RT , medida em ohms (Ω), é dada por
1 1 1
= + .
RT R1 R2
Se R1 está aumentando a uma taxa de 0.3 Ω/s e R2 está aumentando a uma taxa de 0.2 Ω/s,
quão rápido RT está mudando quando R1 = 80 Ω e R2 = 100 Ω?

Solução:
A questão pede “quão rápido RT ” está mudando. Logo, estamos atrás da taxa de
dRT
variação de RT em relação ao tempo (t). Ou seja, queremos o valor de na situação
dt
que a questão descreve.
Observe como tanto o texto e as unidades nos explicam que estamos observando “taxas
de variação das resistências com o tempo” (Ω/s)
Vamos derivar os dois lados da equação fornecida em relação ao tempo (t). Para tal,
vamos precisar da regra da cadeia.

1 1 1
= + =⇒ (RT )−1 = (R1 )−1 + (R1 )−1
RT R1 R2
d  d 
(RT )−1 = (R1 )−1 + (R1 )−1
dt dt
dRT dR1 dR2
−RT−2 · = −R1−2 · − R2−2 ·
dt dt dt
 
dRT 2 1 dR1 1 dR2
= RT · · + 2·
dt R12 dt R2 dt

Agora, relembre que o enunciado está pedindo o valor de dR dt


T
em uma certa situação.
Com a equação acima, vemos que há 5 coisas que precisamos para poder calcular um valor
dRT R1 R2
de : R1 , R2 , , e RT . Temos que identificar isso tudo no enunciado para poder
dt dt dt
calcular o que queremos.
dRT
• O enunciado nos diz para calcular “quando R1 = 80 Ω e R2 = 100 Ω”.
dt
• E enunciado também diz que “R1 está aumentando a uma taxa de 0.3 Ω/s”. Ou seja,
dR1
= 0.3 Ω/s.
dt
• Analogamente, o enunciado diz “R2 está aumentando a uma taxa de 0.2 Ω/s”. Então
dR1
= 0.2 Ω/s.
dt
• Só nos falta descobrir RT . Queremos RT quando R1 = 80 e R2 = 100. Usando esses
valores na equação dada pelo enunciado:
1 1 1 1 1 1 1 100 + 80 80 · 100
= + ⇒ = + ⇒ = ⇒ RT = Ω
RT R1 R2 RT 80 100 RT 80 · 100 180

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RT
Agora retornemos à expressão que desenvolvemos para substituindo os valores co-
dt
nhecidos:
 2  
dRT 80 · 100 1 1
= · · 0.3 + ·0+2
dt 180 802 1002
802 · 1002
 
dRT 0.3 0.2
= · +
dt 1802 802 1002
802 · 1002 0.3 · 1002 + 0.2 · 802
 
dRT
= ·
dt 1802 802 · 1002
2  2
 
0.3 · 1002 + 0.2 · 802

dRT 80 · 100
·

=
1802 2  2

dt 80
 · 100
dRT 3000 + 1280 4280 2140 1070 107 107
= 2
= = = = = ≈ 0.132 Ω/s
dt 180 180 · 180 90 · 180 90 · 90 90 · 9 810

Questão 6:
Uma câmera colocada no solo está filmando um ônibus espacial que está subindo verticalmente
de acordo com a equação s = 15t2 , sendo s a altura e t o tempo. A câmera está a 600 m do
local de lançamento. Calcule a taxa de variação da distância entre a câmera e a base do ônibus
espacial no instante t = 10 segundos após o lançamento (suponha que a câmera e a base do
ônibus estão no mesmo nível no instante inicial t = 0).

Solução:
A questão nos pede “a taxa de variação da distância entre a câmera e a base do ônibus”
quando “t = 10”. Chamando a distância de D, então estamos interessados em descobrir
dD
quando t = 10. uma maneira de representar a distância D entre a câmera e o ônibus é
dt
através do seguinte triângulo:

ônibus espacial

D s = 15t2

câmera base de lançamento


600 m

Pelo Teorema de Pitágoras:


√ √
D2 = (600)2 + s2 ⇒ D = 6002 + s2 = 36 · 104 + 152 · t4 .

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Portanto,

dD 4 · 152 · t3 2 · 152 · t3
= √ =√ .
dt 2 36 · 104 + 225 · t4 36 · 104 + 225 · t4
Em t = 10, encontramos

2 · 152 · (10)3 45 · 104 45 · 104



dD
= p = √ = √ ≈ 278, 54301 m/s .
dt t=10 36 · 104 + 225 · (10)4 102 36 + 225 102 · 261

Questão 7:
Enche-se de água um reservatório a uma taxa de 0.1 m3 /s. O reservatório tem a forma de um
cone circular reto com vértice virado para baixo. O raio da base do cone é de 10 m e sua altura
é de 15 m. Com que velocidade o nível h da água está subindo no instante em que h = 5 m?

Solução:
Pelas unidades dadas no enunciado, temos uma taxa de volume em relação ao tempo e
se deseja obter a taxa de altura em relação ao tempo.
dV dh
Então temos = 0.1m3 /s (fixo!) e queremos descobrir quando h = 5m.
dt dt
Como se trata de um cone, em cada instante de tempo t temos um volume de água
dentro do tanque dado por
1
V = πr2 h .
3
Então o volume preenchido depende do raio (r) e da altura (h) do cone formado pela água.
Precisamos relacionar r e h. Lateralmente temos a seguinte configuração quando a altura
da água é h:

20 m

2r
15 m
h

Por semelhança de triângulos,


2r 20 20 · h 2
= ⇒ r = 2r · 15 = 20 · h ⇒ r = ⇒r= h
h 15 2 · 15 3
Substituindo na expressão do volume,
 2
1 2 4
V = π h h = πh3 .
3 3 27

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dh
Para encontrar , derivamos os dois lados dessa equação em relação a t:
dt
dV 4 dh 4 dh
= · 3πh2 = πh2 .
dt 27 dt 9 dt
dV 1 3 dh
Lembrando: a questão nos informa = 0.1 = m /s e pede para descobrirmos
dt 10 dt
quando h = 5 m.
1 4 dh dh 9 9
= π(5)2 ⇒ = = m/s.
10 9 dt dt 4 · 25 · 10π 1000π

Questão 8:
O comprimento de um retângulo está aumentando a uma taxa de 8 cm/s e sua largura está
aumentando a uma taxa de 3 cm/s. Quando o comprimento está 20 cm e largura está 10 cm,
quão rápido a área do retângulo está aumentando?

Solução:
Seja c o comprimento do retângulo em questão e ℓ a sua largura.
dc dℓ dA
Sabemos que = 8 cm/s e = 3 cm/s. E queremos determinar quando c = 20 cm
dt dt dt
e ℓ = 10 cm.
A área de um retângulo pode ser calculada através da seguinte expressão:

A=c·ℓ
Derivemos a expressão acima em relação ao tempo de ambos os lados:
dA dc dℓ
= ·ℓ+c·
dt dt dt
Substituindo os valores conhecidos, temos:
dA
= 8 · 10 + 20 · 3
dt
dA
= 140 cm2 /s
dt

Questão 9: Rx
Considere a função G(x) = 0 1
1+t4
dt definida para todo x real.

(a) Determine G(0) e G′ (x).

(b) A seguinte desigualdade é verdade? G(3) − G(1) < 1. Justifique.

Solução:

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Z 0
1
(a) Pela definição da função, G(0) = 4
dt = 0 (a integral de qualquer função
0 1+t
sobre um ponto é zero). E pelo Teorema Fundamental do Cálculo temos que G(x) é
1 1
uma primitiva de 4
, isto é, G′ (x) = .
1+x 1 + x4
1 1
(b) Para t > 1, temos 1 + t4 > 2, ou seja 4
< , então pelas propriedades da integral,
1+t 2
Z 3 Z 1 Z 3 Z 3
1 1 1 1
G(3) − G(1) = 4
− 4
= 4
dt < dt = 1.
0 1+t 0 1+t 1 1+t 1 2

Questão 10:
As regiões A, B e C da figura são limitadas pelo gráficoR de f e pelo eixo x. Se a área de cada
3
região vale 2 u.a. (unidades de área), qual é o valor de −3 (f (x) + 1) dx?

Solução:
Temos que A, B e C são regiões de mesma área (2 u.a). Mas veja que A e C são regiões
onde f é negativa. Portanto, a integral de f de −3 a 3 significa
Z 3
f (x) dx = −A + B − C = −2 + 2 − 2 = −2
−3
Z 3
Observe que não é essa integral que queremos! A questão nos pede (f (x) + 1) dx.
−3
Utilizando as propriedades da integral, podemos calcular o que foi requerido:
Z 3 Z 3 Z 3 3
(f (x) + 1) dx = f (x) dx + 1 dx = (−A + B − C) + x =

−3 −3 −3 −3

= −2 + (3 − (−3)) = −2 + 6 = 4

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Questão 11:
Faça um esboço da região R limitada pelas curvas y = 3x2 − 12 e y = −2x2 + 10x + 3 e calcule
sua área.

Solução:
Seja a primeira curva y1 = 3x2 − 12. É uma parábola, de concavidade para cima, cujas
raízes são x = ±2. A segunda curva é y2 = −2x2 + 10x + 3 que também é uma parábola,
mas com concavidade para baixo. Para fazer um esboço da região R, só precisamos saber
como a curva de y2 está posicionada em relação a y1 . As duas cuvas se encontram onde x
satisfaz y1 = y2 , ou seja:

3x2 − 12 = −2x2 + 10x + 3 ⇒ 5x2 − 10x − 15 = 0 ⇒ x2 − 2x − 3 = 0 ⇒ x = −1 ou x = 3 .

Agora chequemos algum ponto fácil para saber como as curvas estão dispostas. Em
x = 0, temos y1 (0) = −12 e y2 (0) = 3. Ou seja, y2 > y1 no ponto x = 0. Agora já é possível
desenharmos um esboço representativo da região R.

Veja que buscamos a área abaixo de y2 e acima de y1 no intervalo [−1, 3] (entre as


interseções), como indicado na figura (y2 em azul e y1 em vermelho).
Então nesse caso a área é dada pela integral da “curva de cima” menos “curva de baixo”:
Z 3 
− 2x2 + 10x + 3 − (3x2 − 12) dx
−1
Z 3
− 5x2 + 10x + 15 dx

=
−1

  3  
5 3 2 5 160
= − x + 5x + 15x = (−45 + 45 + 45) − + 5 − 15 = .

3 3 3
−1

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Questão 12:
Encontre a área delimitada pela reta y = x − 2 e pela parábola x = y 2 .

Solução:
Precisamos primeiro desenhar um esboço das duas curvas para visualizar como fica a
área limitada por essas curvas.
A reta y = x − 2 (azul abaixo) é fácil: cruza o eixo y em −2 e cruza o eixo x em 2
Para a segunda curva x = y 2 (vermelho abaixo), temos uma parábola. Mas veja que esta
parábola está “deitada”. É uma parábola em que temos x em função de y (não o contrário!).
A concavidade dessa parábola será na direção x.

4 y

x
−1 1 2 3 4 5 6

−2

−4
Agora que visualizamos a região limitada, veja que a curva da parábola não é uma
função y = f (x)! Mas é uma função x = g(y)! Iremos portanto integrar ao longo de y para
encontrar a área da região. Veja então que temos duas funções em relação a y:

• A reta x = y + 2

• A parábola x = y 2

Precisamos dos pontos de interseção para decidir os limites de integração. Queremos os


valores de y desses pontos, porque iremos integrar ao longo de y. Então, estamos à procura
do y que causa o mesmo x nas duas curvas:

y + 2 = y 2 ⇒ y 2 − y − 2 = 0 ⇒ y = −1 ou y = 2 .

Agora, para calcular a integral, veja que estamos traçando a área com funções em
relação a y. Na região que nos interessa, curva mais distante do eixo y é a reta x = y + 2,
e a curva mais próxima do eixo y é a parábola x = y 2 .

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Então a área buscada é dada pela integral


Z 2  2  2
3
   
2 y y 8 1 1 9
[(y + 2) − (y )] dy = + 2y − = 2+4− − −2+ = .

−1 2 3 3 2 3 2
−1

Questão 13: Z
2
Encontre uma função f (x) tal que f (x) dx = xex + c.

Solução: Z
O símbolo f (x) dx é a integral indefinida de f (x) que significa “primitivas de f (x)”.
Z
Ou seja, o símbolo f (x) dx significa as funções que ao derivarmos nos dão f (x). Então,
em símbolos: Z
d 
f (x) dx = f (x)
dx
Z
O enunciado nos diz que as funções f (x) dx tem o formato xex + c. Então:
2

d  x2 
xe + c = f (x)
dx
2 2 2
f (x) = 1 · ex + x · 2xex = (2x2 + 1)ex

Questão 14:
O número M de matrículas de um certo colégio vem crescendo a uma taxa de
dM
= 1000(2t + 1)−1/2 estudantes por ano desde 2015. Se a matrícula em 2019 foi de 10000
dt
estudantes, responda:

(a) Qual teria sido a matrícula em 2015?

(b) Quantos estudantes são esperados em 2027 se o crescimento continuar na mesma taxa?

Solução:

dM
(a) Como nos é dada a expressão para , devemos integrar para obter a expressão de
dt
M em função de t:

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Z
M (t) = 1000(2t + 1)−1/2 dt

1
Usando a substituição u = 2t + 1 =⇒ du = 2dt =⇒ dt = du
2
Z
1
M (t) = 1000(u)−1/2 du
2
Z
M (t) = 500 u−1/2 du

u1/2
 
M (t) = 500 +C
(1/2)

M (t) = 500 · 2 u

M (t) = 1000 2t + 1 + C

Falta descobrirmos quem é essa constante C. Para isso, precisamos de alguma infor-
mação sobre M (t).
Primeiro, veja que o enunciado nos diz que essa expressão é válida a partir de 2015.
Então t está sendo contados a partir de 2015. Ou seja, o ano 2015 é t = 0, o ano
2016 é t = 2016 − 2015 = 1 e assim por diante. O enunciado nos diz que em 2019
houve 10000 matrículas. O ano de 2019 corresponde a t = 2019 − 2015 = 4, então
M (4) = 10000. Substituindo na expressão que achamos acima:
p
M (4) = 1000 (2 · (4) + 1) + C
10000 = 1000 · 3 + C
C = 7000

Então finalmente encontramos a função: M (t) = 1000 2t + 1 + 7000.
A pergunta do item (a) é o√número de matrículas em 2015. O ano 2015 corresponde
a t = 0. Logo M (0) = 1000 2 · 0 + 1 + 7000 = 8000.

(b) O ano de 2027 corresponde a t = 2027 − 2015 = 12. Então:

M (12) = 1000(2(12) + 1)1/2 + 7000 = 5000 + 7000 = 12000 .

Questão 15:
Considere que o valor monetário V (t) de uma coleção de antiguidades aumenta com a idade
(tempo t).
dV
(a) Escreva uma expressão para que signifique que a taxa de valorização da coleção em
dt
qualquer momento é 0.03 vezes seu valor naquele momento

(b) Considerando constantes A e k não nulas, para que valores de k a seguinte função se

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encaixa no que você encontrou no item anterior? V (t) = Aek t

(c) Considerando adicionalmente que o valor da coleção era R$ 25000 há 10 anos, escreva a
função V (t) adequada e calcule em que ano se espera que o valor seja R$ 49.000. Use a
aproximação ln(49/25) ≈ 0.66.

Solução:

(a) O “valor da coleção” é V (t) para um certo momento t. A “taxa de valorização da


dV
coleção em relação ao tempo” é . O enunciado nos informa que isso vale 0.03 vezes
dt
“seu valor” para cada momento. Logo

dV
(t) = 0.03V (t)
dt
(b) O enunciado nos informou um formato possível para a função que dá o valor da
coleção: V (t) = Aek t . Simplesmente precisamos conferir que valores de k fazem esse
dV
formato satisfazer a relação (t) = 0.03V (t). Então, substituindo:
dt
dV
(t) = 0.03V (t)
dt
d  k t  
Ae = 0.03 · Aek t
dt
Aek t · k = 0.03Aek t =⇒ k = 0.03

(c) O enunciado nos informa que há 10 anos tínhamos 25000 como valor da coleção. Ou
seja, V (−10) = 25000.
Já descobrimos o valor de k no item anterior, mas para especificar corretamente a
função V (t) nos falta descobrir o valor de A. Usaremos o fato que nos foi dado nesse
item.

V (t) = Ae0.03 t

V (−10) = Ae0.03 ·(−10)


25000 = Ae−0.3 =⇒ A = 25000e0.3

Então agora temos a função V (t):

V (t) = 25000e0.3 · e0.03t


V (t) = 25000e0.03(t+10)

A questão nos pede para descobrir em que ano t∗ o valor da coleção será 49000. Ou
seja, quando temos V (t∗ ) = 49000?

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Cálculo Diferencial e Integral I
Lista 5 - P3 - Resolução (continuação)

V (t∗ ) = 49000
∗ +10)
49000 = 25000 e0.03(t
49 ∗ 0.66
= e0.03(t +10) =⇒ ln(49/25) = 0.03(t∗ + 10) =⇒ t∗ = − 10 =⇒ t∗ = 12 ,
25 0.03
onde usamos a aproximação de ln(49/25) dita no enunciado

Questão 16:
Uma empresa comprou um equipamento em 1982 por R$1200.00. Se o valor se deprecia de
dV
acordo com a fórmula = −300(2t + 1)−1/2 , onde V é o valor e t os anos passados após a
dt
compra, determine o valor do equipamento em 1986.

Solução:
dV
Como nos é dada a expressão para , devemos integrar para obter a expressão de V
dt
em função de t:
Z
V (t) = −300(2t + 1)−1/2 dt

1
Usando a substituição u = 2t + 1 =⇒ du = 2dt =⇒ dt = du
2
Z
1
V (t) = −300(u)−1/2 du
2
Z
V (t) = −150 u−1/2 du

u1/2
 
V (t) = −150 +C
(1/2)

V (t) = −150 · 2 u

V (t) = −300 2t + 1 + C

E sabemos que 1200 = V (0) = −300 + C, então temos C = 1500 e portanto

V (t) = 1500 − 300(2t + 1)1/2 .

O tempo t está sendo contado a partir de 1982. Logo, o ano de 1986 corresponde a t =
1986 − 1982 = 4. O valor do equipamento em 1986 é V (4) = 1500 − 900 = 600 reais.

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Gabarito
dy sen(x) sen(y)
1. (a) = = tan(x) tan(y)
dx cos(x) cos(y)
dx 2x4 y − x3 + 6xy 2
(b) =− 3 2 .
dy 4x y − 3x2 y + 2y 3
2. (a) y = x
b2 x 0
(b) y − y0 = (x − x0 )
a2 y 0
dx 3
3. (a) =− .
dt 8
dy 8
(b) = .
dt 3
d2 y 1
4. =
dx2 e2
dR 107
5. = ≈ 0.132 Ω/s
dt 810
dD 45 · 104
6. =√ ≈ 278, 54301 m/s
dt 261 · 102
dh 2.7 9
7. = = m/s
dt 12 · 25π 1000π
dA
8. = 140 cm2 /s
dt
1
9. (a) G(0) = 0, G′ (x) =
1 + x4
Z 3
1
(b) Sim. Dica para a justificativa: dt = 1.
1 2
Z 3
10. (f (x) + 1) dx = 4
−3

160
11.
3
9
12.
2
13. f (x) = (2x2 + 1)ex
2

14. (a) 8000


(b) 12000
dV
15. (a) (t) = 0.03V (t)
dt
(b) k = 0.03
(c) V (t) = 25000e0.03(t+10) . Em 12 anos o valor chegará a R$ 49000 (aproximadamente).
16. 600

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