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Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro

Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro

AP1 – CÁLCULO III – 2016-1

Nome: Matrı́cula:
Polo: Data:
Atenção!

• Identifique a Prova, colocando Nome, Matrı́cula, • O desenvolvimento das questões pode ser a lápis. No entanto,
Polo e Data; as respostas deverão estar necessariamente à caneta;
• É expressamente proibido o uso de calculadoras; • É expressamente proibido o uso de corretivo nas respostas.
• Devolver a prova e a folha de respostas ao res- • As respostas devem estar acompanhadas de justificativa.
ponsável; Respostas sem justificativa não serão consideradas.

Questão 1 Caso existam, calcule os seguintes limites:


√3 xy
(a) (1,0 ponto) lim √ ;
(x,y)→(0,0) x2 + y 2
( ) ( )
1 x3
(b) (1,0 ponto) lim cos sen .
(x,y)→(0,0) x2 + y 2 x2 + y 2

Solução:

(a) Ponhamos √
3 xy
f (x, y) = √
x2 + y 2
para cada (x, y) ∈ R2 \ {(0, 0)}. Observando que

3
0·t
lim √ =0
t→0 02 + t2
e √3
t·t 1
lim+ √ = lim+ √ = +∞,
t→0 2
t +t 2 t→0 2t1/3
√3 xy
concluı́mos que não existe lim √ .
(x,y)→(0,0) x2 + y 2
(b) Como a função
x2
(x, y) ∈ R2 \ {(0, 0)} 7−→ ∈R
x2 + y 2
é limitada e lim x = 0, concluı́mos que
(x,y)→(0,0)

( )
x3 x2
lim = lim x = 0.
(x,y)→(0,0) x2 + y 2 (x,y)→(0,0) x2 + y 2
CÁLCULO III AP1 2

Como a função seno é contı́nua, resulta que


( )
x3
lim sen = 0.
(x,y)→(0,0) x2 + y 2
Portanto, uma vez que a função cosseno é limitada (lembre que cos t ∈ [−1, 1] para todo
t ∈ R!), obtemos ( ) ( )
1 x3
lim cos sen = 0.
(x,y)→(0,0) x2 + y 2 x2 + y 2


Questão 2 Considere a função f : R2 −→ R, definida por f (x, y) = 3 xy.

(a) (1,0 ponto) Caso existam, calcule as derivadas parciais de f no ponto (0, 0);

(b) (1,0 ponto) Utilizando a definição de diferenciabilidade, mostre que f não é diferenciável em
(0, 0).

Solução:

(a) Como
f (0 + h, 0) − f (0, 0) 0−0
lim = lim =0
h→0 h h→0 h
e
f (0, 0 + h) − f (0, 0) 0−0
lim = lim = 0,
h→0 h h→0 h
concluı́mos que fx (0, 0) = 0 e fy (0, 0) = 0.

(b) Considere a função r : R2 −→ R, definida por

r(h, k) = f (0 + h, 0 + k) − f (0, 0) − fx (0, 0)h − fy (0, 0)k.

Mais precisamente, pelo item (a), sabemos que r(h, k) = f (h, k) para todo (h, k) ∈ R2 .
Assim, para demonstrar que f não é diferenciável em (0,0), devemos verificar que o limite
√3
r(h, k) hk
lim √ = lim √
(h,k)→(0,0) 2
h +k 2 (h,k)→(0,0) h + k2
2

não é igual a zero. De fato, este limite não existe, o que pode ser constatado no Gabarito da
Questão 1(a).

Questão 3 Decida se cada afirmação abaixo é verdadeira ou falsa. Caso uma afirmação seja
verdadeira, apresente uma justicativa baseada em algum teorema visto no decorrer da matéria.
Caso uma afirmação seja falsa, apresente um exemplo concreto que a invalida.

(a) (1,0 ponto) Se f : R2 −→ R e g : R2 −→ R são duas funções e

lim f (x, y) = 0,
(x,y)→(0,0)

então lim f (x, y)g(x, y) = 0.


(x,y)→(0,0)

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CÁLCULO III AP1 3

(b) (1,0 ponto) Toda função contı́nua f : R2 −→ R é diferenciável;


(c) (1,0 ponto) Se f : R2 −→ R é uma função que tem todas as derivadas parciais em um
ponto P0 = (x0 , y0 ), então f é diferenciável neste ponto;
(d) (1,0 ponto) A função vetorial

α : t ∈ [0, 2π] 7−→ (sen t, 2 2 cos t) ∈ R2

é uma parametrização de uma elipse E, que é percorrida no sentido anti-horário.

Solução:

(a) Esta afirmação é FALSA. De fato, consideremos a função f : R2 −→ R, definida por


f (x, y) = x2 + y 2 , para todo (x, y) ∈ R2 . Sendo g : R2 −→ R, a função definida por
1
g(x, y) = ,
f (x, y)

se (x, y) ̸= (0, 0), e f (0, 0) = 0, temos

lim f (x, y) = 0,
(x,y)→(0,0)

mas ( )
2 2 1
lim f (x, y)g(x, y) = lim (x + y ) = 1.
(x,y)→(0,0) (x,y)→(0,0) x2 + y 2
(b) Esta afirmação é FALSA. De fato, seja f : R2 −→ R a função definida na Questão 2.
Como as funções √
t ∈ R 7−→ t ∈ R
3

e
(x, y) ∈ R2 7−→ xy ∈ R
são contı́nuas, resulta que f é contı́nua, exatamente por se exprimir como uma composição
de funções contı́nuas. No entanto, pela Questão 2(b), f não é diferenciável em (0, 0).
(c) Esta afirmação é FALSA. Realmente, consideremos novamente a função f : R2 −→ R
definida na Questão 2. Pelo item (a) da Questão 2, sabemos que f possui as duas
derivadas parciais no ponto (0, 0), sendo ambas iguais a zero. No entanto, pelo item (b)
da Questão (2), f não é diferenciável em (0, 0).
[ ]
(d) Esta afirmação é FALSA. Realmente, para cada t ∈ 0, π2 , α(t) é um ponto do primeiro
√ ( )
quadrante do plano. No entanto, α(0) = (0, 2 2) pertence ao eixo y e α π2 = (1, 0)
pertence ao eixo x, o que indica que E não é percorrida no sentido anti-horário, segundo
a parametrização α.

Questão 4 (2,0 pontos) Considere a função vetorial

r : λ ∈ R 7−→ (3 − 4λ, 4 + 3λ) ∈ R2 ,

e seja C o cı́rculo centrado na origem, que é tangenciado em algum dos seus pontos pela reta
parametrizada por r. Encontre uma parametrização de C.

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CÁLCULO III AP1 4

Solução:

Consideremos a > 0 e seja C : x2 + y 2 = a2 o cı́rculo procurado. Ponhamos x = x(λ) = 3 − 4λ


e y = y(λ) = 4 + 3λ para cada λ ∈ R. Daı́, (x0 , y0 ) ∈ R2 pertence à reta parametrizada por
r se, e somente se, existir λ0 ∈ R tal que
3 − x0 y0 − 4
= λ0 = ,
4 3
isto é,
25 − 3x0
y0 = .
4
Em particular, supondo que (x0 , y0 ) ∈ C, temos
( )2
25 − 3x0
x20 + = a2 ,
4

que equivale a
25x20 − 150x0 + (625 − 16a2 ) = 0.
Daı́, para que a reta parametrizada por r seja tangente à C no ponto (x0 , y0 ), é necessário e
suficiente que o discriminante da equação de segundo grau acima, dado por

∆ = (−150)2 − 4 · 25(625 − 16a2 ) = −40000 + 1600a2 ,

seja igual a zero. Como


40000
∆ = 0 ⇐⇒ a2 = = 25
1600
e a > 0, resulta que a = 5, ou seja, C é o cı́rculo centrado na origem que tem raio igual a 5.
Finalmente,
γ : t ∈ [0, 2π] 7−→ (5 cos t, 5sen t) ∈ R2
é uma parametrização de C.

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