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Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro

Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro

AP3 – CÁLCULO IV – 2019-1

Questão 1 [2,0 pts] Inverta a ordem de integração da integral abaixo e calcule seu valor:
Z 2Z 1 y
2
I= sen(y ) dy dx.
0 x/2 1
Solução: A região de integração é o conjunto
D
D = {(x, y) ∈ R2 ; 0 ≤ x ≤ 2, x/2 ≤ y ≤ 1},
definido como uma região do tipo I. y = x2 =⇒ x = 2y
Para inverter a ordem de integração em I, devemos enquadrar 2 x
D como uma região do tipo II:
D : 0 ≤ y ≤ 1, 0 ≤ x ≤ 2y.
Fig. 1: Região D, Questão 1.
Logo,
Z 1 Z 2y Z 1 " #1
2 2 2
I= sen(y ) dx dy = sen(y ) 2y dy = − cos(y ) = 1 − cos 1.
0 0 0 0
Isto é,
I = 1 − cos 1.


Questão 2 [2,0 pts]: Calcule a integral de linha de f (x, y, z) = 2 − 2xy sobre a curva
3 2 2
C = {(x, y, z) ∈ R ; x + y = 1, z = 2 − x − y, x ≥ 0, y ≥ 0}.
Solução: A projeção de C no plano xy é uma porção do cı́rculo de raio 1, centrado na origem que
se parametriza por
x = cos t , y = sen t.
Como x ≥ 0 e y ≥ 0 em C, temos que cos t ≥ 0 e sen t ≥ 0, donde 0 ≤ t ≤ π/2.
Para encontrar uma parametrização de C, utilizamos a equação z = 2 − x − y. Temos então:
C : ~r(t) = (cos t, sen t, 2 − cos t − sen t), 0 ≤ t ≤ π/2.
Assim, Z Z √
f (x, y, z) ds = 2 − 2xy ds.
C C
• Cálculo de ds = k~r 0 (t)k dt:
Temos
~r 0 (t) = (− sen t, cos t, sen t − cos t)
e √ √
k~r 0 (t)k = sen2 t + cos2 t + sen2 t − 2 sen t cos t + cos2 t = 2 − 2 sen t cos t.
Então,
Z √ Z π/2 √ √
2 − 2xy ds = 2 − 2 cos t sen t 2 − 2 sen t cos t dt
C 0
Z π/2
= (2 − 2 sen t cos t) dt
"0 #π/2
2
= 2t − sen t = π − 1.
0
Ou seja,
Z √
2 − 2xy ds = π − 1.
C
Cálculo IV AP3 2

Questão 3 [2,0 pts]: Calcule o trabalho realizado por F~ (x, y) = −y~ı + x~ para mover uma
x2 y2
partı́cula ao longo da curva C : 9
+ 4
= 1, no sentido anti-horário, dey duas maneiras:
(a) Por um cálculo direto. C
2
(b) Usando o teorema de Green.
Solução: O trabalho realizado por F~ ao
longo de C é dado por
Z
W = F~ · d~r.
C 3 x
(a) Cálculo direto.
O esboço da elipse C é:
Uma parametrização de C é dada por:
C : x = 3 cos t, y = 2 sen t, 0 ≤ t ≤ 2π.
De modo que dx = −3 sen t dt, dy = 2 cos t dt.
Assim, a integral é dada por:
Z Z Z Fig. 2: Curva C, Questão 3.
F~ · d~r = P dx + Q dy = −y dx + x dy
C C C
Z 2π
= (−2 sen t)(−3 sen t) dt + (3 cos t)(2 cos t) dt
0
Z 2π Z 2π
2 2
= (6 sen t + 6 cos t) dt = 6 dt = 12π.
0 0
Ou seja, W = 12π u.w.
(b) Usando o Teorema de Green. y
C = ∂D
Seja D a região compacta do R2 com bordo 2
C ilustrada na Figura 3.
Como estamos nas condições do Teorema de
Green, temos: D
ZZ 
∂Q ∂P
Z 
F~ · d~r = − dx dy x
C D ∂x ∂y 3
ZZ 
∂x ∂(−y)

= − dx dy
D ∂x ∂y
ZZ
= (1 + 1) dx dy
D

= 2πab = 2π · 6 = 12π.
a = 3; b = 2
Fig. 3: Região D, Questão 3.
Ou seja, W = 12π u.w.

Questão 4 [2,0 pts]: Seja a superfı́cie S, parte do plano z = 2 − x − y interior ao cilindro


x2 + y 2 = 4.
(a) [0,6 pt] Apresente uma parametrização para S.
(b) [1,4 pt] Calcule a massa de S tendo em conta que a densidade superficial de massa é dada por

δ(x, y, z) = x2 + y 2 .
Solução:
(a) O esboço de S é mostrado na Figura 4. A superfı́cie S é o gráfico da função z = z(x, y) = 2−x−y
com domı́nio D = {(x, y) ∈ R2 ; x2 + y 2 ≤ 4}.
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Cálculo IV AP3 3

Portanto, uma parametrização para S é dada por:


S : ~r(x, y) = (x, y, 2 − x − y), (x, y) ∈ D.
z
(b) Sabemos que
ZZ ZZ q
M (S) = δ(x, y, z) dS = x2 + y 2 dS,
S S
sendo
q
dS = 1 + (zx )2 + (zy )2 dx dy
q S
= 1 + (−1)2 + (−1)2 dx dy 2

= 3 dx dy.
Logo,
ZZ q √
M (S) = x2 + y 2 3 dx dy
D
√ ZZ q
= 3 x2 + y 2 dx dy. 2 2 y
D
x
Em coordenadas polares, temos
√ 2 √
x + y 2 dx dy = r2 r dr dθ = r2 dr dθ
e
Drθ : 0 ≤ r ≤ 2, 0 ≤ θ ≤ 2π.
Fig. 4: Superfı́cie S, Questão 4.
Assim,
" #2
r3
Z 2 Z 2π
16π
ZZ q ZZ
x2 + y 2 dx dy = r2 dr dθ = r2 dθ dr = 2π = .
D Drθ 0 0 3 0
3

16 3π
Donde, M (S) = u.m.
3

Questão 5 [2,0 pts]: Seja S a superfı́cie fechada formada pelo hemisfério x2 + y 2 + z 2 = 1, z ≥ 0


e sua base x2 + y 2 ≤ 1, z = 0, orientada com o vetor normal unitário ~n exterior a S.
ZZ
Calcule F~ · ~n dS, onde F~ (x, y, z) = x~ı − y~ + z 2 ~k . z
S

Solução: Seja W a região sólida limitada por S. Sua fronteira


1
é ∂W = S, orientada com ~n apontando para fora de W . S = ∂W ~n
Usando a fórmulaZZdo Teorema deZZZ Gauss, temos W

F~ · ~n dS = div F~ dV.
S W
Como div F~ = 1 ZZZ
− 1 + 2z = 2z, então
1
ZZZ
~
div F dV = 2z dV. 1
y
W W x
~n
Para calcular essa última integral mudamos das coordenadas
cartesianas para as coordenadas esféricas: Fig. 5: Superfı́cie S = ∂W , Questão 5.
2
2z dV = (2ρ cos φ) ρ sen φ dρ dφ dθ
= 2ρ3 cos φ sen φ dρ dφ dθ
e
Wρφθ : 0 ≤ ρ ≤ 1, 0 ≤ φ ≤ π/2, 0 ≤ θ ≤ 2π.

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Cálculo IV AP3 4

Assim,
ZZZ ZZZ
2z dV = 2ρ3 cos φ sen φ dρ dφ dθ
W Wρφθ
Z π/2 Z 1 Z 2π
3
=2 cos φ sen φ ρ dθ dρ dφ
0 0 0
" #1 " #π/2
ρ4 sen2 φ
Z π/2
π
= 4π cos φ sen φ dφ = π = .
0 4 0
2 0
2
π
ZZ
Ou seja, F~ · ~n dS = .
S 2

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