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Para o Teste 3
Para o Exame
Provas de ACED Resolvidas, Luís Barreira e Claudia Valls 1
d) A equação (D2 + 1)x = x tem soluções que são polinómios não constantes.
e) A equação x0 = x2 tem soluções periódicas não constantes.
f) A transformada de Laplace da função t sen(3t) é 6z/(z 2 + 9)2 para z > 0.
t t
g) Para a matriz A = ( 11 11 ) temos eAt = eet eet .
h) A equação (D2 + 1)(D2 − 3D + 1)x = 0 tem soluções que nunca se anulam.
a) Determine eAt .
b) Determine as soluções limitadas da equação x0 = Ax.
et x
4. Considere a equação + x0 = 0 com x(1) = 1.
x t
a) Verifique que µ(t, x) = −tx é um factor integrante.
b) Determine a expressão analítica da solução e diga se tem domínio limitado.
∂u ∂2u
= + 3u, t ≥ 0, x ∈ [0, 1],
∂t ∂x2
com as condições
6. Seja A uma matriz n × n. Mostre que det eAt = eat , onde a é a soma das entradas na diagonal
principal da forma canónica de Jordan de A.
Provas de ACED Resolvidas, Luís Barreira e Claudia Valls 2
RESOLUÇÃO
1. V F V V F V F V
√
2. a) Resulta de λ2 + λ + 1 = 0 que λ = − 12 ± i 3
2 . O espaço de soluções da equação
√ √
−1 + i 3 −1 − i 3
(D + D + 1)x = D −
2
D− x=0
2 2
é gerado por √ √
−t/2 3t −t/2 3t
e cos e e sen , (1)
2 2
pelo que as soluções são
√ √
3t 3t
x(t) = c1 e−t/2 cos + c2 e−t/2 sen com c1 , c2 , t ∈ R.
2 2
b) Como D2 t = 0, obtemos
D2 (D2 + D + 1)x = 0. (2)
com c1 , c2 , c3 , c4 , t ∈ R. Como nem todas estas funções são necessariamente soluções da equação
3. a) Temos !
At eBt 0
e = ,
0 eCt
Provas de ACED Resolvidas, Luís Barreira e Claudia Valls 3
3 −1
1 −1
onde B = 0 3 eC = 1 1 . Tomando N = ( 00 10 ), para o primeiro bloco obtemos
! !! !
1 0 0 1 e3t −te3t
e Bt
=e (−B)(−t)
=e (−3)(−t)
(Id − tN ) = e 3t
−t = .
0 1 0 0 0 e3t
Logo,
! ! !
Ct Jtet 1 1
−1 eit 0 i −1
e = Se S =
2i −i i 0 e−it i 1
! ! !
et 1 1 ieit −eit t cos t − sen t
= =e
2i −i i ie−it e−it sen t cos t
e concluímos que 3t
e −te3t 0 0
0 e3t
0 0
eAt = .
0 0 e cos t −e sen t
t t
0 0 et sen t et cos t
4. a) Sejam
et x
M (t, x) = e N (t, x) = ,
x t
que estão definidas para t 6= 0 e x 6= 0. Como
∂ ∂
(µ(t, x)M (t, x)) = (µ(t, x)N (t, x)) = 0,
∂x ∂t
a equação é −tet − x2 x0 = 0 é exacta, pelo que −tx é um factor integrante (em qualquer
rectângulo aberto que não intersecta as rectas t = 0 e x = 0).
b) Como a equação −tet − x2 x0 = 0 é exacta, existe uma função diferenciável Φ(t, x) que satisfaz
∂Φ ∂Φ
= −tet e = −x2 .
∂t ∂x
Da primeira equação vem
Φ(t, x) = −et (t − 1) + C(x)
x3
C(x) = − +d com d ∈ R.
3
Assim, podemos tomar
x3
Φ(t, x) = −et (t − 1) − .
3
Sabemos da teoria que Φ(t, x(t)) = Φ(1, x(1)). Como x(1) = 1, temos Φ(1, x(1)) = − 31 , de
onde vem
x3 1
−et (t − 1) − =− .
3 3
Logo, p
x(t) = 3 1 − 3et (t − 1).
Para determinar o intervalo máximo de definição da solução, notamos que para M e N estarem
definidas é necessário que x 6= 0 e t 6= 0. Logo, temos de ter t > 0 para que o intervalo contenha
o instante inicial 1, e como x(1) = 1 > 0 temos de ter x(t) > 0 para t no intervalo máximo de
definição. Por outro lado,
∂u ∂2u
= + 3u, t ≥ 0, x ∈ [0, 1] (4)
∂t ∂x2
Provas de ACED Resolvidas, Luís Barreira e Claudia Valls 5
com a condição u(t, 0) = u(t, 1) = 0 para t > 0, tem a propriedade de que a combinação linear
de soluções é ainda solução. Para o efeito sejam u1 e u2 soluções de (4) com ui (t, 0) = ui (t, 1) = 0
para i = 1, 2 e t > 0. Temos de mostrar que v = c1 u1 + c2 u2 com c1 , c2 ∈ R é ainda solução de (4)
com v(t, 0) = v(t, 1) = 0 para t > 0. De facto,
∂v ∂u1 ∂u2 ∂ 2 u1 ∂ 2 u2
= c1 + c2 = c1 + 3c 1 u1 + c2 + 3c2 u2
∂t ∂t ∂t ∂x2 ∂x2
∂2 ∂2v
= 2
(c1 u1 + c2 u2 ) + 3(c1 u1 + c2 u2 ) = + 3v.
∂x ∂x2
Além disso,
Procuramos então soluções não nulas da forma u(t, x) = T (t)X(x). Substituindo em (4) obtemos
T 0 X = T X 00 + 3T X e portanto
T0 X 00
= +3
T X
nos pontos onde T (t)X(x) 6= 0. Notamos que o lado esquerdo não depende de x e o lado direito
não depende de t. Logo, existe uma constante λ ∈ R tal que
T0 X 00
= + 3 = −λ.
T X
Por outro lado, como T (t) 6= 0 para algum t, a condição u(t, 0) = u(t, 1) = 0 para t > 0, ou seja,
tem as soluções
√ √
X(x) = a cos( 3 + λx) + b sen( 3 + λx)
√
com a, b ∈ R. Resulta de X(0) = 0 que a = 0. Logo, X(1) = b sen( 3 + λ) = 0. Portanto b = 0
√ √
(o que daria X(x) = 0) ou sen( 3 + λ) = 0, de onde vem 3 + λ = nπ , ou seja, λ = n2 π 2 − 3,
com n ∈ N. Obtemos assim as soluções
Como qualquer combinação linear de soluções de (4) que satisfaz a condição u(t, 0) = u(t, 1) = 0
para t > 0 é ainda solução desta equação e satisfaz a mesma condição, por (5) e (6) procuramos
então soluções (formais) da forma
∞
X 2
π 2 +3)t
u(t, x) = cn e(−n sen(nπx)
n=1
Para que a condição u(0, x) = x seja satisfeita, e uma vez que a função x está em D[0,1] e é contínua,
pela representação de uma função em série de senos tomamos
Z 1
x cos(nπx) sen(nπx) x=1 (−1)n 2(−1)n
cn = 2 x sen(nπx) dx = 2 − + = 2 − = − .
0 nπ n2 π 2 x=0 nπ nπ
Obtemos assim a solução
X∞
2(−1)n+1 (−n2 π2 +3)t
u(t, x) = e sen(nπx).
n=1
nπ
6. Seja J = S −1 AS a forma canónica de Jordan de A. Então eAt = SeJt S −1 e portanto det eAt =
det eJt . Suponhamos agora que
R1 0
J =
..
. ,
0 Rk
onde cada Rj = λj Id + Nj é uma matriz nj × nj . Temos então
eR1 t 0
eJt =
..
. ,
Rk t
0 e
onde
tnj −1 nj −1
e Rj t
=e λj t
Id + tNj + · · · + N .
(nj − 1)! j
Em particular, eRj t é triangular superior e tem entradas eλj t , . . ., eλj t na diagonal principal. Logo,
det eRj t = enj λj t , pelo que P k
nj λ j t
det eAt = e j=1 = eat .
Provas de ACED Resolvidas, Luís Barreira e Claudia Valls 7
a) Determine eAt .
b) Determine a solução da equação x0 = Bx + ( 10 ) com x(1) = ( 11 ).
0, −1 ≤ x ≤ 0,
4. Determine a série de Fourier da função f (x) =
2x, 0 < x ≤ 1.
∂u ∂2u
= 2 2 + u, t ≥ 0, x ∈ [0, π],
∂t ∂x
RESOLUÇÃO
1. F F F F F
é gerado por e−t e te−t , pelo que as soluções são x(t) = c1 e−t +c2 te−t com c1 , c2 , t ∈ R. Logo, a
única solução limitada é x(t) = 0 com t ∈ R (para as restantes temos |x(t)| → +∞ se t → −∞).
b) Como (D2 + 1) cos t = 0, obtemos
que têm espaços de soluções gerados, respectivamente, por cos t e sen t e por e−t e te−t . Resulta
de teoria que as soluções da equação (7) são
com c1 , c2 , c3 , c4 , t ∈ R. Como nem todas estas funções são necessariamente soluções da equação
(D2 + 2D + 1)x(t) = (D2 + 2D + 1)(c3 cos t + c4 sen t) = 2c4 cos t − 2c3 sen t = cos t,
1
x(t) = c1 e−t + c2 te−t + sen t
2
1
x(0) = c1 = 0, x0 (0) = c2 + = 0.
2
1 1
x(t) = − te−t + sen t com t ∈ R.
2 2
3. a) Temos !
At eBt 0
e = ,
0 eCt
0 −2
onde B = ( 40 24 ) e C = 2 0 . Tomando N = ( 00 10 ), para o primeiro bloco obtemos
! !! !
Bt ( 21 B)(2t) 2·2t 4t 1 0 0 1 e4t 2te4t
e =e =e (Id + 2tN ) = e + 2t = .
0 1 0 0 0 e4t
Provas de ACED Resolvidas, Luís Barreira e Claudia Valls 9
Logo,
! ! !
Ct Jt −1 i i i e2it 0 −1 −i
e = Se S =
2 1 −1 0 e−2it −1 i
! ! !
i ie2it ie−2it −1 −i cos(2t) − sen(2t)
= =
2 e2it −e−2it −1 i sen(2t) cos(2t)
e concluímos que 4t
e 2te4t 0 0
0 e4t
0 0
eAt = .
0 0 cos(2t) − sen(2t)
0 0 sen(2t) cos(2t)
y(t)
b) Pela Fórmula de variação das constantes, a solução x(t) = z(t)
é
! ! Z !
t
y(t) y(1) 1
= eB(t−1) + e B(t−s)
ds
z(t) z(1) 1 0
onde Z Z
1 1
a0 = f (x) dx = 2x dx = 1,
−1 0
Z 1 Z 1
an = f (x) cos(nπx) dx = 2x cos(nπx) dx
−1 0
x=1 − 4
2x sen(nπx) 2 cos(nπx) 2((−1) n
− 1) se n é ímpar,
= + = = n2 π 2
nπ n2 π 2 2
n π 2 0
x=0 se n é par
para n ≥ 1 e
Z 1 Z 1
bn = f (x) sen(nπx) dx = 2x sen(nπx) dx
−1 0
x=1
−2x cos(nπx) 2 sen(nπx) 2(−1)n
= + =−
nπ n2 π 2 nπ
x=0
5. Seja X(z) a transformada de Laplace da solução x(t). Sabemos da teoria que X(z) está definida
para z > c, para algum c > 0, e temos
∂u ∂2u
= 2 2 + u, t ≥ 0, x ∈ [0, 1] (9)
∂t ∂x
com a condição u(t, 0) = u(t, π) = 0 para t > 0, tem a propriedade de que a combinação linear
de soluções é ainda solução. Para o efeito sejam u1 e u2 soluções de (9) com ui (t, 0) = ui (t, π) = 0
para i = 1, 2 e t > 0. Temos de mostrar que v = c1 u1 + c2 u2 com c1 , c2 ∈ R é ainda solução de (9)
com v(t, 0) = v(t, π) = 0 para t > 0. De facto,
∂v ∂u1 ∂u2 ∂ 2 u1 ∂ 2 u2
= c1 + c2 = 2c1 + c 1 u1 + 2c 2 + c2 u2
∂t ∂t ∂t ∂x2 ∂x2
∂2 ∂2v
= 2 2 (c1 u1 + c2 u2 ) + (c1 u1 + c2 u2 ) = 2 2 + v.
∂x ∂x
Provas de ACED Resolvidas, Luís Barreira e Claudia Valls 11
Além disso,
Procuramos então soluções não nulas da forma u(t, x) = T (t)X(x). Substituindo em (9) obtemos
T 0 X = 2T X 00 + T X e portanto
T0 2X 00
= +1
T X
nos pontos onde T (t)X(x) 6= 0. Notamos que o lado esquerdo não depende de x e o lado direito
não depende de t. Logo, existe uma constante λ ∈ R tal que
T0 2X 00
= + 1 = −λ.
T X
Por outro lado, como T (t) 6= 0 para algum t, a condição u(t, 0) = u(t, π) = 0 para t > 0, ou seja,
X 00 + µX = 0, X(0) = X(π) = 0,
Como qualquer combinação linear de soluções da equação (9) que satisfaz a condição u(t, 0) =
u(t, π) = 0 para t > 0 é ainda solução desta equação e satisfaz a mesma condição, por (10) e (11)
procuramos então soluções (formais) da forma
∞
X 2
u(t, x) = cn e(−2n +1)t
sen(nx)
n=1
e assim
u(t, x) = e−t sen x − e−7t sen(2x).
7. Seja (x, y) = (x(t), y(t)) uma solução. Temos y 0 = x2 + y 2 x2 + 1 > 0, pelo que a função t 7→ y(t)
é crescente e portanto não pode ser periódica. Logo não existem soluções periódicas.
Provas de ACED Resolvidas, Luís Barreira e Claudia Valls 13
a) Determine eAt .
t 1
b) Determine a solução da equação x0 = Ax + 0
0 com x(1) = 0
0 .
0 0
2 1
4. Considere a equação − sen t + cos t + 2 x0 = 0 .
x x
∂u ∂2u
= 9 2, t ≥ 0, x ∈ [0, π],
∂t ∂x
6. Sejam A e B matrizes n × n tais que AS = SB para alguma matriz S invertível. Mostre que a
equação x0 = Ax tem soluções periódicas não constantes se e só se a equação y 0 = By tem soluções
periódicas não constantes.
Provas de ACED Resolvidas, Luís Barreira e Claudia Valls 14
RESOLUÇÃO
1. V V F F F
2. a) Temos
D(D2 + 9)x = D(D − 3i)(D + 3i)x = 0.
(D − 1)D(D2 + 9)x = 0.
1 t
x(t) = c1 + c2 cos(3t) + c3 sen(3t) + e
10
1 1 1 1 1 4
x(0) = c1 + c2 + = , x0 (0) = 3c3 + = , x00 (0) = −9c2 + =− .
10 5 10 10 10 5
1
Obtemos assim c1 = 0, c2 = 10 e c3 = 0, pelo que a solução pretendida é
1 1
x(t) = cos(3t) + et com t ∈ R.
10 10
3. a) Temos !
At eBt 0
e = ,
0 eCt
−1
1 −1
e podemos tomar v2 = 1 . Temos então S = 0 1 , pelo que S −1 = ( 10 11 ) e
!
−1 3 0
J =S CS = .
0 2
Logo, ! ! ! !
Ct Jt −1 1 −1 e3t 0 1 1 e3t e3t − e2t
e = Se S = =
0 1 0 e2t 0 1 0 e2t
e concluímos que 3t
e 2te3t 0 0
0 e3t
0 0
eAt = .
0 0 e3t e3t − e2t
0 0 0 e2t
com t ∈ R.
4. a) Sejam
2 1
M (t, x) = − sen t e N (t, x) = cos t + 2 .
x x
Provas de ACED Resolvidas, Luís Barreira e Claudia Valls 16
Notamos que a equação não é exacta em nenhum rectângulo aberto que intersecta a recta x = 0,
uma vez que N não está definido nesta recta. Para os restantes rectângulos abertos procedemos
da seguinte forma. As funções M e N são de classe C 1 em qualquer rectângulo aberto S =
R × ]a, b[ tal que a > 0 ou b < 0. Temos
∂M ∂N 2
=0 e = − sen t.
∂x ∂t x
Como ∂M
∂x 6= ∂N
∂t em S , a equação não é exacta neste rectângulo aberto.
b) Temos
∂M ∂N 2 sen t
− = ,
∂x ∂t x
pelo que
1 ∂M ∂N 2 sen t 2
− − = · (− sen t) =
M ∂x ∂t x x
não depende de t. Existe pois um factor integrante da forma µ(x) que se determina resolvendo
a equação
2 2
µ0 = µ ⇔ (log |µ|)0 = .
x x
Obtemos então log |µ(x)| = 2 log x + c, de onde vem |µ(x)| = ec x2 . Uma solução não nula no
domínio de M e N é, por exemplo, µ(x) = x2 , que é portanto um factor integrante. Multipli-
cando a equação
2 1
− sen t + cos t + 2 x0 = 0
x x
por x2 obtemos a equação exacta
∂Φ ∂Φ
= −x2 sen t e = 2x cos t + 1.
∂t ∂x
Da primeira equação vem Φ(t, x) = x2 cos t + C(x) para alguma função diferenciável C(x).
Logo,
∂Φ
= 2x cos t + C 0 (x) = 2x cos t + 1,
∂x
ou seja, C(x) = x + d com d ∈ R. Assim, podemos tomar
Φ(t, x) = x2 cos t + x.
Sabemos da teoria que Φ(t, x(t)) = Φ(0, x(0)). Como x(0) = 16 , temos
1 1 7
Φ(0, x(0)) = + = ,
36 6 36
7
de onde vem x2 cos t + x = 36 . Logo,
q
−1 + 1+ 7
9 cos t
x(t) = ,
2 cos t
Provas de ACED Resolvidas, Luís Barreira e Claudia Valls 17
7 i π πh
1+ cos t > 0 e cos t 6= 0 ⇒ t∈ − ,
9 2 2
(pois este é o maior intervalo aberto que contém 0 onde x(t) está definida e é de classe C 1 ).
É também necessário que x(t) não se anule para que N esteja definida. Mas
r
7
−1 + 1+ cos t = 0 ⇔ cos t = 0,
9
∂u ∂2u
= 9 2, t ≥ 0, x ∈ [0, π] (13)
∂t ∂x
com a condição u(t, 0) = u(t, π) = 0 para t > 0, tem a propriedade de que a combinação linear de
soluções é ainda solução. Para o efeito sejam u1 e u2 soluções de (13) com ui (t, 0) = ui (t, π) = 0
para i = 1, 2 e t > 0. Temos de mostrar que v = c1 u1 + c2 u2 com c1 , c2 ∈ R é ainda solução de
(13) com v(t, 0) = v(t, π) = 0 para t > 0. De facto,
Procuramos então soluções não nulas da forma u(t, x) = T (t)X(x). Substituindo em (13) obtemos
T 0 X = 9T X 00 e portanto
T0 X 00
=
9T X
nos pontos onde T (t)X(x) 6= 0. Notamos que o lado esquerdo não depende de x e o lado direito
não depende de t. Logo, existe uma constante λ ∈ R tal que
T0 X 00
= = −λ.
9T X
Por outro lado, como T (t) 6= 0 para algum t, a condição u(t, 0) = u(t, π) = 0 para t > 0, ou seja,
X 00 + λX = 0, X(0) = X(π) = 0.
Provas de ACED Resolvidas, Luís Barreira e Claudia Valls 18
Como qualquer combinação linear de soluções da equação (13) que satisfaz a condição u(t, 0) =
u(t, π) = 0 para t > 0 é ainda solução desta equação e satisfaz a mesma condição, por (14) e (15)
procuramos então soluções (formais) da forma
∞
X
cn e−9n t sen(nx)
2
u(t, x) =
n=1
P∞
com cn ∈ R para n ∈ N. Tomando t = 0 nesta expressão obtemos u(0, x) = n=1 cn sen(nx).
Para que a condição u(0, x) = x seja satisfeita, e uma vez que a função x está em D[0,π] e é contínua,
pela representação de uma função em série de senos tomamos
Z
2 π
cn = x sen(nx) dx
π 0
2 x cos(nx) sen(nx) x=π 2 π(−1)n 2(−1)n
= − + 2 = − =− .
π n n x=0 π n n
Obtemos assim a solução
X∞
2(−1)n+1 −9n2 t
u(t, x) = e sen(nx).
n=1
n
6. Temos
x0 = Ax ⇔ (S −1 x)0 = S −1 Ax ⇔ (S −1 x)0 = S −1 ASS −1 x.
Logo,
x0 = Ax ⇔ (S −1 x)0 = B(S −1 x), onde B = S −1 AS.
Assim, x(t) é solução de x0 = Ax se e só se y(t) = S −1 x(t) é solução de y 0 = By . Como x(t)
é periódica (com período T ) se e só se y(t) = S −1 x(t) é periódica (com período T ), obtemos o
resultado pretendido.
Provas de ACED Resolvidas, Luís Barreira e Claudia Valls 19
a) Determine eAt .
b) Verifique que todas as soluções pares da equação x0 = Ax são constantes.
cos t
4. Considere a equação − sen t + 1 + x0 = 0 .
x
∂u ∂2u
= + 3u, t ≥ 0, x ∈ [0, π],
∂t ∂x2
com as condições
RESOLUÇÃO
1. F V V V F
ou seja,
(D + 1)2 (D + 2)x = 0. (16)
Os blocos (D + 1)2 e D + 2 originam espaços de soluções gerados, respectivamente, por e−t
e te−t , e por e−2t , pelo que as soluções da equação (16) são
3. a) Temos !
At eBt 0
e = ,
0 eCt
0 −3
onde B = ( 00 20 ) e C = 3 0 . Tomando N = ( 00 10 ), para o primeiro bloco obtemos
! ! !
1 1 0 0 1 1 2t
eBt = e( 2 B)(2t) 0·2t
= e (Id + 2tN ) = + 2t = .
0 1 0 0 0 1
Provas de ACED Resolvidas, Luís Barreira e Claudia Valls 21
Logo,
! ! !
i ii e3it 0 −1 −i
eCt = SeJt S −1 =
2 −1
1 0 e−3it −1 i
! ! !
i ie3it ie−3it −1 −i cos(3t) − sen(3t)
= =
2 e3it −e−3it −1 i sen(3t) cos(3t)
e concluímos que
1 2t 0 0
0
1 0 0
eAt = .
0 0 cos(3t) − sen(3t)
0 0 sen(3t) cos(3t)
c1 + 2c2 t = c1 − 2c2 t
c3 cos(3t) − c4 sen(3t) = c3 cos(3t) + c4 sen(3t),
c3 sen(3t) + c4 cos(3t) = −c3 sen(3t) + c4 cos(3t)
para t ∈ R. Ou seja,
4. a) Sejam
cos t
M (t, x) = − sen t e N (t, x) = 1 + ,
x
que estão definidas para x 6= 0. Temos
∂M ∂N sen t
− =− ,
∂x ∂t x
pelo que
1 ∂M ∂N sen t 1 1
− − = · =
M ∂x ∂t x sen t x
não depende de t. Existe pois um factor integrante da forma µ(x) que se determina resolvendo
a equação
1 1
µ0 = µ ⇔ (log |µ|)0 = .
x x
Obtemos então log |µ(x)| = log x + c, de onde vem |µ(x)| = ec x. Uma solução não nula no
domínio de M e N é, por exemplo, µ(x) = x, que é portanto um factor integrante (em qualquer
rectângulo aberto que não intersecta a recta x = 0).
b) Multiplicando a equação
cos t
− sen t + 1 + x0 = 0
x
por x obtemos a equação exacta
∂Φ ∂Φ
= −x sen t e = x + cos t.
∂t ∂x
Da primeira equação vem Φ(t, x) = x cos t + C(x) para alguma função diferenciável C(x).
Logo,
∂Φ
= cos t + C 0 (x) = x + cos t,
∂x
ou seja,
x2
C(x) = + d com d ∈ R.
2
Assim, podemos tomar
x2
Φ(t, x) = x cos t + .
2
Sabemos da teoria que Φ(t, x(t)) = Φ(0, x(0)). Como x(0) = 1, temos Φ(0, x(0)) = 1 + 21 = 23 ,
de onde vem
x2 3 x2 3
x cos t + = ⇔ = − x cos t.
2 2 2 2
Logo, p
x(t) = − cos t + cos2 t + 3,
que está definida para t ∈ R. É também necessário que x(t) não se anule para que N esteja
definida. Mas x(t) nunca se anula, pelo que a solução pretendida é
p
x(t) = − cos t + cos2 t + 3 com t ∈ R.
Provas de ACED Resolvidas, Luís Barreira e Claudia Valls 23
∂u ∂2u
= + 3u, t ≥ 0, x ∈ [0, π] (18)
∂t ∂x2
com a condição u(t, 0) = u(t, π) = 0 para t > 0, tem a propriedade de que a combinação linear de
soluções é ainda solução. Para o efeito sejam u1 e u2 soluções de (18) com ui (t, 0) = ui (t, π) = 0
para i = 1, 2 e t > 0. Temos de mostrar que v = c1 u1 + c2 u2 com c1 , c2 ∈ R é ainda solução de
(18) com v(t, 0) = v(t, π) = 0 para t > 0. De facto,
∂v ∂u1 ∂u2 ∂ 2 u1 ∂ 2 u2
= c1 + c2 = c1 + 3c 1 u1 + c2 + 3c2 u2
∂t ∂t ∂t ∂x2 ∂x2
∂2 ∂2v
= 2
(c1 u1 + c2 u2 ) + 3(c1 u1 + c2 u2 ) = + 3v.
∂x ∂x2
Além disso,
Procuramos então soluções não nulas da forma u(t, x) = T (t)X(x). Substituindo em (18) obtemos
T 0 X = T X 00 + 3T X 0 e portanto
T0 X 00
= +3
T X
nos pontos onde T (t)X(x) 6= 0. Notamos que o lado esquerdo não depende de x e o lado direito
não depende de t. Logo, existe uma constante λ ∈ R tal que
T0 X 00
= + 3 = −λ.
T X
Por outro lado, como T (t) 6= 0 para algum t, a condição u(t, 0) = u(t, π) = 0 para t > 0, ou seja,
p √ √
Como |3 + λ|π > 0, temos e |3+λ|π > 1 e e− |3+λ|π < 1. Resulta então de X(π) = 0 que
a = 0 e portanto também b = 0. Ou seja, X(x) = 0, contrariamente ao que pretendemos.
Caso 3: Quando 3 + λ > 0, a equação
√ √
X 00 + λX = (D2 + (3 + λ))X = D − i 3 + λ D + i 3 + λ X = 0
√ √
tem as soluções X(x) = a cos( 3 + λx) + b sen( 3 + λx) com a, b ∈ R. Resulta de X(0) = 0
√
que a = 0. Logo, X(π) = b sen( 3 + λπ) = 0. Portanto b = 0 (o que daria X(x) = 0) ou
√ √
sen( 3 + λπ) = 0, de onde vem 3 + λπ = nπ , ou seja, λ = n2 − 3, com n ∈ N. Obtemos assim
as soluções
X(x) = b sen(nx) com n ∈ N e b 6= 0. (20)
Como qualquer combinação linear de soluções da equação (18) que satisfaz a condição u(t, 0) =
u(t, π) = 0 para t > 0 é ainda solução desta equação e satisfaz a mesma condição, por (19) e (20)
procuramos então soluções (formais) da forma
∞
X 2
u(t, x) = cn e(−n +3)t
sen(nx)
n=1
P∞
com cn ∈ R para n ∈ N. Tomando t = 0 nesta expressão obtemos u(0, x) = n=1 cn sen(nx).
Para que a condição u(0, x) = sen(3x) − sen x seja satisfeita, tomamos
−1
se n = 1,
cn = 1 se n = 3,
0 se n 6∈ {1, 3}.
Resolvemos agora a equação (D2 + 1)f (t) = 1. Como D1 = 0, obtemos D(D2 + 1)f = 0, ou seja,
com c1 , c2 , c3 , t ∈ R. Como nem todas estas funções são necessariamente soluções da equação
(D2 + 1)f (t) = 1, substituindo f (t) em (D2 + 1)f (t) = 1, obtemos
Ou seja,
−c2 sen t + c3 cos t + t + c2 sen t − c3 cos t + c3 = t,
t2 1
3. Considere a equação + x0 = 0 .
x2 x
a) Verifique que a equação não é exacta (em nenhum rectângulo aberto).
b) Determine um factor integrante e a solução da equação com x(1) = 1.
1 1
4. Considere a matriz A = B 0
0 C , onde B = ( 40 14 ) e C = −1 1 .
a) Determine eAt .
b) Determine a solução da equação x0 = Bx + et
0
com x(1) = ( 00 ).
∂u ∂2u
= 2 2, t ≥ 0, x ∈ [0, π],
∂t ∂x
são limitadas.
Provas de ACED Resolvidas, Luís Barreira e Claudia Valls 26
RESOLUÇÃO
1. V F V V F F
ou seja,
(D − i)(D + i)(D − 1)(D − 2)x = 0. (21)
de onde vem
c1 − 3c2 = 1 e c2 + 3c1 = 0,
e portanto c1 = 1
10 e c2 = − 10
3
. Logo, as soluções da equação (22) são
1 3
x(t) = cos t − sen t + c3 et + c4 e2t
10 10
com c3 , c4 , t ∈ R. Além disso, como x(0) = x0 (0) = 0 vem
1 3
x(0) = c3 + c4 + =0 e x0 (0) = c3 + 2c4 − = 0.
10 10
1 3 1 2
x(t) = cos t − sen t − et + e2t com t ∈ R.
10 10 2 5
3. a) Sejam
t2 1
M (t, x) = e N (t, x) = .
x2 x
A equação não é exacta em nenhum rectângulo aberto que intersecta a recta x = 0, uma vez
que M e N não estão definidos nesta recta. Para os restantes rectângulos abertos procedemos da
Provas de ACED Resolvidas, Luís Barreira e Claudia Valls 27
∂M 2t2 ∂N
=− 3 e = 0.
∂x x ∂t
Como ∂M
∂x 6= ∂N
∂t em S , a equação não é exacta neste rectângulo aberto.
b) Temos
∂M ∂N 2t2
− =− 3,
∂x ∂t x
pelo que
1 ∂M ∂N x2 2t2 2
− − = · =
M ∂x ∂t t2 x3 x
não depende de t. Existe pois um factor integrante da forma µ(x) que se determina resolvendo
a equação
2 2
µ0 = µ ⇔ (log |µ|)0 = .
x x
Obtemos então
log |µ(x)| = 2 log x + c,
de onde vem |µ(x)| = ec x2 . Uma solução não nula no domínio de M e N é, por exemplo,
µ(x) = x2 , que é portanto um factor integrante. Multiplicando a equação
t2 1
2
+ x0 = 0
x x
por x2 obtemos a equação exacta t2 + xx0 = 0. Existe pois uma função diferenciável Φ(t, x) que
satisfaz
∂Φ ∂Φ
= t2 e = x.
∂t ∂x
Da primeira equação vem
t3
Φ(t, x) = + C(x)
3
para alguma função diferenciável C(x). Logo,
∂Φ x2
= C 0 (x) = x, ou seja, C(x) = +d com d ∈ R.
∂x 2
Assim, podemos tomar
t3 x2
Φ(t, x) = + .
3 2
Sabemos da teoria que Φ(t, x(t)) = Φ(1, x(1)). Como x(1) = 1, temos
1 1 5
Φ(1, x(1)) = + = ,
3 2 6
de onde vem
t3 x2 5 x2 1
+ = ⇔ = (5 − 2t3 ).
3 2 6 2 6
Temos pois r
5 − 2t3
x(t) = .
3
Provas de ACED Resolvidas, Luís Barreira e Claudia Valls 28
4. a) Temos !
eBt 0
eAt = ,
0 eCt
1 1
onde B = ( 40 14 ) e C = −1 1 . Tomando N = ( 00 10 ), para o primeiro bloco obtemos
! !! !
4t 4t
1 0 0 1 e te
eBt = e4t (Id + tN ) = e4t +t = .
0 1 0 0 0 e4t
que √
2± 4−8 2 ± 2i
λ= = = 1 ± i.
2 2
Os vectores próprios v1 = ( xy ) associados a λ = 1 + i satisfazem
! ! ! ! !
x −i 1 x −ix + y 0
(C − (1 + i)Id) = = =
y −1 −i y −x − iy 0
Logo,
! ! !
Ct Jt −1 1 1 1 e(1+i)t 0 1 −i
e = Se S =
2 i −i 0 e(1−i)t 1 i
! ! !
1 e(1+i)t e(1−i)t 1 −i et cos t et sen t
= =
2 ie(1+i)t −ie(1−i)t 1 i −et sen t et cos t
e concluímos que 4t
e te4t 0 0
0 e4t 0
0
eAt = .
0 0 e cos t e sen t
t t
y(t)
b) Pela Fórmula de variação das constantes, a solução x(t) = z(t)
é
! ! Z !
t
y(t) y(1) es
= eB(t−1) + eB(t−s) ds
z(t) z(1) 1 0
com t ∈ R.
∂u ∂2u
= 2 2, t ≥ 0, x ∈ [0, π] (23)
∂t ∂x
com a condição u(t, 0) = u(t, π) = 0 para t > 0, tem a propriedade de que a combinação linear de
soluções é ainda solução. Para o efeito sejam u1 e u2 soluções de (23) com ui (t, 0) = ui (t, π) = 0
para i = 1, 2 e t > 0. Temos de mostrar que v = c1 u1 + c2 u2 com c1 , c2 ∈ R é ainda solução de
(23) com v(t, 0) = v(t, π) = 0 para t > 0. De facto,
∂v ∂u1 ∂u2 ∂ 2 u1 ∂ 2 u2
= c1 + c2 = c1 2 + c2 2
∂t ∂t ∂t ∂x2 ∂x2
2 2
∂ ∂ v
= 2 2 (c1 u1 + c2 u2 ) = 2 2 .
∂x ∂x
Além disso,
Procuramos então soluções não nulas da forma u(t, x) = T (t)X(x). Substituindo em (23) obtemos
T 0 X = 2T X 00 e portanto
T0 X 00
=
2T X
6 0. Notamos que o lado esquerdo não depende de x e o lado direito
nos pontos onde T (t)X(x) =
não depende de t. Logo, existe uma constante λ ∈ R tal que
T0 X 00
= = −λ.
2T X
As soluções não nulas da equação T 0 = −2λT são
Por outro lado, como T (t) 6= 0 para algum t, a condição u(t, 0) = u(t, π) = 0 para t > 0, ou seja,
X 00 + λX = 0, X(0) = X(π) = 0.
Provas de ACED Resolvidas, Luís Barreira e Claudia Valls 30
p √ √
Como |λ|π > 0, temos e |λ|π > 1 e e− |λ|π < 1. Resulta então de X(π) = 0 que a = 0 e
portanto também b = 0. Ou seja, X(x) = 0, contrariamente ao que pretendemos.
Caso 3: Quando λ > 0, a equação
√ √
X 00 + λX = (D2 + λ)X = D − i λ D + i λ X = 0
√ √
tem as soluções X(x) = a cos( λx) + b sen( λx) com a, b ∈ R. Resulta de X(0) = 0 que a = 0.
√ √
Logo, X(π) = b sen( λπ) = 0. Portanto b = 0 (o que daria X(x) = 0) ou sen( λπ) = 0, de onde
√
vem λπ = nπ , ou seja, λ = n2 , com n ∈ N. Obtemos assim as soluções
Como qualquer combinação linear de soluções da equação (23) que satisfaz a condição u(t, 0) =
u(t, π) = 0 para t > 0 é ainda solução desta equação e satisfaz a mesma condição, por (24) e (25)
procuramos então soluções (formais) da forma
∞
X
cn e−2n t sen(nx)
2
u(t, x) =
n=1
P∞
com cn ∈ R para n ∈ N. Tomando t = 0 nesta expressão obtemos u(0, x) = n=1 cn sen(nx).
Para que a condição u(0, x) = sen x + 5 sen(4x) seja satisfeita, tomamos
se n = 1,
1
cn = 5 se n = 4,
0 se n 6∈ {1, 4}.
6. Seja (x, y) = (x(t), y(t)) uma solução da equação no enunciado. Usando a regra de derivação da
função composta, obtemos
d 2
(x + y 2 ) = 2xx0 + 2yy 0 = 2xy(x + y) − 2xy(x + y) = 0.
dt
Logo, a função t 7→ x(t)2 + y(t)2 é constante, pelo que cada solução está sobre uma circunferência
e é portanto limitada.
Provas de ACED Resolvidas, Luís Barreira e Claudia Valls 31
a) Determine eAt .
b) Determine as soluções limitadas da equação x0 = Ax, isto é, as soluções x(t) para as quais existe
M > 0 tal que kx(t)k ≤ M para qualquer t ∈ R.
X∞
−2(−1)n
sen(nπx).
n=1
nπ
∂u ∂2u
= − u, t ≥ 0, x ∈ [0, 1],
∂t ∂x2
com as condições
7. Seja f : R × Rn → Rn uma função contínua. Dado (t0 , x0 ) ∈ R × Rn mostre que uma função
contínua x : R → Rn é solução da equação x0 = f (t, x) com x(t0 ) = x0 se e só se x(t) = x0 +
Rt
t0
f (s, x(s)) ds para qualquer t ∈ R.
Provas de ACED Resolvidas, Luís Barreira e Claudia Valls 32
RESOLUÇÃO
1. V V V V V F
2. a) Temos
(D3 + D)x = D(D2 + 1)x = 0.
que têm espaços de soluções gerados, respectivamente, por 1 e por cos t e sen t. Resulta de teoria
que o espaço de soluções da equação D(D2 + 1)x = 0 é gerado por estas três funções, pelo que
as soluções são
x(t) = c1 + c2 cos t + c3 sen t com c1 , c2 , c3 , t ∈ R.
b) Como D1 = 0, obtemos
3. Seja X(z) = L(x)(z) a transformada de Laplace da solução x(t) da equação x00 + x = 0 com
x(0) = x0 (0) = 1. Sabemos da teoria que X(z) está definida para z > c, para algum c > 0.
Tomando transformadas de Laplace em ambos os lados da equação temos que
4. a) Temos !
At eBt 0
e = ,
0 eCt
4 −1
0 1
onde B = 0 4 eC = −1 0 . Tomando N = ( 00 10 ), para o primeiro bloco obtemos
Logo,
! ! !
i 1 1 eit 0 −i −1
eCt = SeJt S −1 =
2 i −i 0 e−it −i 1
! ! !
i eit e−it −i −1 cos t sen t
= =
2 ieit −ie−it −i 1 − sen t cos t
e concluímos que
e4t −te4t 0 0
0 e4t 0
0
eAt = .
0 0 cos t sen t
0 0 − sen t cos t
Logo,
X∞
−2(−1)n
H(x) = sen(nπx).
n=1
nπ
∂u ∂2u
= − u, t ≥ 0, x ∈ [0, 1] (27)
∂t ∂x2
com a condição u(t, 0) = u(t, 1) = 0 para t > 0, tem a propriedade de que a combinação linear de
soluções é ainda solução. Para o efeito sejam u1 e u2 soluções de (27) com ui (t, 0) = ui (t, 1) = 0
para i = 1, 2 e t > 0. Temos de mostrar que v = c1 u1 + c2 u2 com c1 , c2 ∈ R é ainda solução de
(27) com v(t, 0) = v(t, 1) = 0 para t > 0. De facto,
∂v ∂u1 ∂u2 ∂ 2 u1 ∂ 2 u2
= c1 + c2 = c1 − c1 u1 + c2 − c2 u2
∂t ∂t ∂t ∂x2 ∂x2
2 2
∂ ∂ v
= 2
(c1 u1 + c2 u2 ) − (c1 u1 + c2 u2 ) = − v.
∂x ∂x2
Além disso,
Procuramos então soluções não nulas da forma u(t, x) = T (t)X(x). Substituindo em (27) obtemos
T 0 X = T X 00 − T X e portanto
T0 X 00
= −1
T X
nos pontos onde T (t)X(x) 6= 0. Notamos que o lado esquerdo não depende de x e o lado direito
não depende de t. Logo, existe uma constante λ ∈ R tal que
T0 X 00
= − 1 = −λ.
T X
As soluções não nulas da equação T 0 = −λT são
Por outro lado, como T (t) 6= 0 para algum t, a condição u(t, 0) = u(t, 1) = 0 para t > 0, ou seja,
Como qualquer combinação linear de soluções da equação (27) que satisfaz a condição u(t, 0) =
u(t, 1) = 0 para t > 0 é ainda solução desta equação e satisfaz a mesma condição, por (28) e (29)
procuramos então soluções (formais) da forma
∞
X
cn e−(1+n
2
π 2 )t
u(t, x) = sen(nπx)
n=1
P
com cn ∈ R para n ∈ N. Tomando t = 0 nesta expressão obtemos u(0, x) = ∞ n=1 cn sen(nπx).
Para que a condição u(0, x) = x seja satisfeita, e uma vez que a função x está em D[0,1] e é contínua,
pela representação de uma função em série de senos resulta da pergunta 5 que
−2(−1)n
cn = .
nπ
Obtemos assim a solução
X∞
−2(−1)n −(1+n2 π2 )t
u(t, x) = e sen(nπx).
n=1
nπ
7. (⇒) Sabemos que x é de classe C 1 pois por hipótese é solução. Logo, pelo teorema fundamental do
cálculo temos Z Z
t t
x(t) − x(t0 ) = x0 (s) ds = f (s, x(s)) ds.
t0 t0
Assim Z Z
t t
x(t) = x(t0 ) + f (s, x(s)) ds = x0 + f (s, x(s)) ds.
t0 t0
Provas de ACED Resolvidas, Luís Barreira e Claudia Valls 36
Rt
(⇐) A função t 7→ t0
f (s, x(s)) ds é de classe C 1 pois s 7→ f (s, x(s)) é contínua. Logo, existe
Z t
0 d
x (t) = x0 + f (s, x(s)) ds = f (t, x(t)).
dt t0
Temos também Z t0
x(t0 ) = x0 + f (s, x(s)) ds = x0 .
t0
Provas de ACED Resolvidas, Luís Barreira e Claudia Valls 37
a) O conjunto das soluções da equação (D + 2)2 x + (D + 1)2 x = 2(D − 1)2 x é um espaço linear
(real) de dimensão 2.
b) A transformada de Laplace da função t3 et é −1/(z − 1)4 para z > 1.
c) A equação x00 − x0 + 5x = 0 tem pelo menos uma solução não nula x(t) com x(t) → 0 quando
t → +∞.
d) Todas as soluções da equação x0 = t2 x + cos t têm domínio R.
e) A série de Fourier de f (x) = x em [−1, 1] toma o valor f (x) para x ∈ [−1, 1].
a) Determine eAt .
b) Determine as soluções x(t) da equação x0 = Ax tais que e−4t x(t) tem uma componente ímpar
não nula sendo as restantes componentes limitadas em R.
RESOLUÇÃO
1. F F F V F
√
2. a) Resulta de λ2 − λ + 1 = 0 que λ = 1±i 3
.
Consideramos primeiro separadamente as equações
2
√ √
1+i 3 1−i 3
(D − 1)x = 0 e (D − D + 1)x = D −
2
D− x = 0,
2 2
Resulta de teoria que o espaço de soluções da equação (D − 1)(D2 − D + 1)x = 0 é gerado por
estas três funções, pelo que as soluções são
√ √
3t 3t
t t/2
x(t) = c0 e + c1 e cos t/2
+ c2 e sen com c0 , c1 , c2 , t ∈ R.
2 2
b) Como D2 t = 0, obtemos
Além disso, como x(0) = 0 vem x(0) = c0 + c1 − 2 = 0. Obtemos assim c1 = 2 − c0 , pelo que
a solução pretendida é
√ √
3t 3t
x(t) = c0 e + (2 − c0 )e cos
t t/2 t/2
+ c2 e sen − 2 − t com c0 , c2 , t ∈ R.
2 2
3. Seja X(z) = L(x)(z) a transformada de Laplace da solução x(t) da equação x00 − 5x0 + 6x = 1
com x(0) = 1 e x0 (0) = 2. Sabemos da teoria que X(z) está definida para z > c, para algum c > 0.
Tomando transformadas de Laplace em ambos os lados da equação obtemos
1 1 1 a b c
X(z) = + = + + +
z − 2 z(z − 2)(z − 3) z−2 z z−2 z−3
com
1 = a(z − 2)(z − 3) + bz(z − 3) + cz(z − 2).
Para z = 2 temos 1 = −2b pelo que b = −1/2. Para z = 3 temos 1 = 3c de onde vem c = 1/3, e
para z = 0 temos 1 = 6a e portanto a = 1/6. Logo
para z > c. Por outro lado, a função f (t) = 61 + 12 e2t + 31 e3t com t ∈ R é de classe C 1 e satisfaz
|f (t)| ≤ e3t para t ∈ R+0 . Como a transformada de Laplace de f é o lado direito de (33), resulta
da invertibilidade da transformada de Laplace para funções C 1 que têm crescimento no máximo
exponencial que x(t) = f (t) é a solução do problema.
4. a) Temos ! ! !
eBt 0 2 1 4 3
eAt = , onde B = e C= .
0 eCt 0 3 0 4
1 −1
e podemos tomar v2 = ( 11 ). Temos então S = ( 10 11 ) , pelo que S −1 = 0 1 e
!
−1 2 0
J =S BS = .
0 3
Logo,
! ! !
Bt Jt 1
−1 e2t 0
1 1 −1
e = Se S =
1 0 e3t
0 0 1
! ! !
e2t e3t 1 −1 e2t e3t − e2t
= = .
0 e3t 0 1 0 e3t
e concluímos que
e2t e3t − e2t 0 0
0 e3t 0
0
eAt = .
0 0 e4t 3te4t
0 0 0 e4t
5. Notamos que as funções M (t, x) = e3x + ex e N (t, x) = e2x + 2te3x são de classe C 1 no rectângulo
aberto R2 . Como
∂M ∂N
− = 3e3x + ex − 2e3x = e3x + ex 6= 0,
∂x ∂t
a equação não é exacta. Por outro lado, como
1 ∂M ∂N e3x + ex
− − =− = −1,
M ∂x ∂t e3x + ex
não depende de t, existe um factor integrante da forma µ(x) que satisfaz a equação µ0 = −µ. Logo
µ(x) = ce−x com c, x ∈ R e podemos tomar µ(x) = e−x . Multiplicando a equação original por
e−x obtemos a equação equivalente e2x + 1 + (ex + 2te2x )x0 = 0. Como esta é exacta, existe uma
função diferenciável Φ(t, x) tal que
∂Φ ∂Φ
= e2x + 1 e = ex + 2te2x .
∂t ∂x
Da primeira equação vem Φ(t, x) = te2x + t + C(x) para alguma função diferenciável C(x). De-
rivando obtemos
∂Φ
= 2te2x + C 0 (x) = ex + 2te2x
∂x
Provas de ACED Resolvidas, Luís Barreira e Claudia Valls 41
e portanto podemos tomar C(x) = ex , de onde vem Φ(t, x) = te2x + t + ex . Para uma solução x =
x(t) resulta da condição x(1) = 0 que Φ(t, x(t)) = Φ(1, 0) = 3. Logo, t(ex(t) )2 + ex(t) + t − 3 = 0,
de onde vem
p √ !
x(t) −1 ± 1 − 4t(t − 3) −1 ± −4t2 + 12t + 1
e = e x(t) = log .
2t 2t
Tomando t = 1 vem 0 = log −1±3 2 , pelo que devemos tomar o sinal +. Para determinar o domínio
notamos que devemos ter t > 0 devido ao denominador 2t pois o domínio tem de conter o instante
√
inicial 1. Devemos ter também −4t2 + 12t + 1 > 1 e portanto −4t2 + 12t = 4t(−t + 3) > 0, de
onde vem t < 3. Além disso, para t ∈ ]0, 3[ temos −4t2 + 12t + 1 > 1, pelo que a raiz está bem
definida para estes valores de t. Concluímos assim que o domínio da solução é o intervalo ]0, 3[.
∂u ∂2u
= 2t 2 , t ≥ 0, x ∈ [0, 1] (34)
∂t ∂x
com a condição u(t, 0) = u(t, 1) = 0 para t > 0, tem a propriedade de que a combinação linear de
soluções é ainda solução. Para o efeito sejam u1 e u2 soluções de (34) com ui (t, 0) = ui (t, 1) = 0
para i = 1, 2 e t > 0. Temos de mostrar que v = c1 u1 + c2 u2 com c1 , c2 ∈ R é ainda solução de
(34) com v(t, 0) = v(t, 1) = 0 para t > 0. De facto,
Procuramos agora soluções não nulas da forma u(t, x) = T (t)X(x). Substituindo em (34) obtemos
T 0 X = 2tT X 00 e portanto
T0 X 00
=
2tT X
nos pontos onde T (t)X(x) 6= 0. Notamos que o lado esquerdo não depende de x e o lado direito
não depende de t. Logo, existe uma constante λ ∈ R tal que
T0 X 00
= = −λ.
2tT X
As soluções não nulas da equação T 0 = −2λtT são
T (t) = ce−λt
2
com c 6= 0. (35)
Por outro lado, como T (t) 6= 0 para algum t, a condição u(t, 0) = u(t, 1) = 0 para t > 0, ou seja,
Como qualquer combinação linear de soluções da equação (34) que satisfaz a condição u(t, 0) =
u(t, 1) = 0 para t > 0 é ainda solução desta equação e satisfaz a mesma condição, resulta de (35) e
(36) que pelo método de separação de variáveis obtemos as soluções (formais) da forma
∞
X
cn e−n
2
π 2 t2
u(t, x) = sen(nπx)
n=1
P
com cn ∈ R para n ∈ N. Finalmente, para t = 0 temos u(0, x) = ∞ n=1 cn sen(nπx) = 1 para
x ∈ ]0, 1[. Uma vez que a função 1 está em D[0,1] e é contínua, pela representação de uma função
em série de senos tomamos
Z 1
cos(nπx) x=1 1 − (−1)n
cn = 2 sen(nπx) dx = −2 =2 .
0 nπ x=0 nπ
7. A terceira componente z 0 = z tem as soluções z(t) = cet com c, t ∈ R, pelo que para ser periódica
devemos tomar c = 0. Logo, a equação tem soluções periódicas não constantes se e só se o sistema
x0 = −x + y 3 , y 0 = −y − x3
tem soluções periódicas não constantes. Seja (x, y) = (x(t), y(t)) uma solução. Usando a regra de
derivação da função composta, obtemos
d 4
x + y 4 = 4x3 x0 + 4y 3 y 0 = 4x3 (−x + y 3 ) + 4y 3 (−y − x3 ) = −4(x4 + y 4 ).
dt
Logo, a função t 7→ x(t)4 + y(t)4 é decrescente fora da origem, pelo que não pode haver soluções
(x(t), y(t)) periódicas além de (x(t), y(t)) = (0, 0) com t ∈ R (uma vez que x(t)4 + y(t)4 teria de
voltar ao seu valor inicial se fosse periódica, mas não pode pois está a decrescer).
Provas de ACED Resolvidas, Luís Barreira e Claudia Valls 43
b) Dada uma matriz quadrada B , verifique que eB(t+s) = eBt eBs para t, s ∈ R.
4. Determine a série de Fourier F (x) da função f : [−1, 1] → R dada por f (x) = 2x, diga que valores
F (x) toma em cada ponto de [−1, 1], e use esta informação para mostrar que
π 1 1 1
= 1 − + − + ··· .
4 3 5 7
5. Determine todas as soluções dadas pelo método de separação de variáveis para a equação
∂u ∂2u
=t + u , t ≥ 0, x ∈ [0, 1],
∂t ∂x2
com a condição
∂u ∂u
(t, 0) = (t, 1) = 0, t > 0.
∂x ∂x
6. Sejam a, b : R → R funções contínuas T -periódicas. Mostre que se a equação x0 = a(t)x tem apenas
a solução T -periódica x(t) = 0, então a equação x0 = a(t)x + b(t) tem no máximo uma solução
T -periódica.
Provas de ACED Resolvidas, Luís Barreira e Claudia Valls 44
RESOLUÇÃO
1. V V F F V V
com c1 , c2 , c4 , t ∈ R.
Provas de ACED Resolvidas, Luís Barreira e Claudia Valls 45
c) Seja X(z) = L(x)(z) a transformada de Laplace da solução x(t). Sabemos da teoria que X(z)
está definida para z > c, para algum c > 0. Temos
3. a) Temos
! ! 1 2 0
eBt 0 1 1
eAt = , onde B = e C = 0 1 2 .
0 eCt 0 2
0 0 1
Para o primeiro bloco notamos que os valores próprios são 1 e 2. Os vectores próprios v1 = ( xy )
associados a λ = 1 satisfazem
! ! ! ! !
x 0 1 x y 0
(B − Id) = = =
y 0 1 y y 0
1 −1
e podemos tomar v2 = ( 11 ). Temos então S = ( 10 11 ) , pelo que S −1 = 0 1 e
!
−1 1 0
J = S BS = .
0 2
Logo,
! ! !
Bt Jt −1 1 1 et 0 1 −1
e = Se S =
0 1 0 e2t 0 1
! ! !
et e2t 1 −1 et e2t − et
= = .
0 e2t 0 1 0 e2t
0 1 0
Tomando N = 0 0 1 , para o segundo bloco obtemos
0 0 0
1 1 (2t)2 2
eCt = e( 2 C)(2t) = e 2 (2t) Id + (2t)N + N
2
1 0 0 0 1 0 0 0 1 et 2tet 2t2 et
t 2
= e 0 1 0 + 2t 0 0 1 + 2t 0 0 0 = 0 et 2tet
0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 et
Provas de ACED Resolvidas, Luís Barreira e Claudia Valls 46
e concluímos que
t
e e2t − et 0 0 0
0 e2t 0
0 0
eAt = 0 0 et 2tet 2t2 et .
0 0 0 et 2tet
0 0 0 0 et
b) Seja B uma matriz n × n. Dado c ∈ Rn , sejam x(t) = eB(t+s) c e y(t) = eBt eBs c. Temos
Como x(0) = y(0) = eBs c, resulta da unicidade das soluções de x0 = Bx que x(t) = y(t) para
t ∈ R, ou seja, eB(t+s) c = eBt eBs c para t ∈ R. Como c é arbitrário, obtemos eB(t+s) = eBt eBs
para quaisquer t, s ∈ R.
4. Tomamos l = 1 e f (x) = 2x. Como f ∈ D[−1,1] é ímpar, a série de Fourier da função f é então
∞
X
F (x) = bn sen(nπx),
n=1
R1
onde bn = 4 0
x sen(nπx) dx. Usando integração por partes obtemos
Z 1
x cos(nπx) x=1 cos(nπx) (−1)n sen(nπx) x=1 (−1)n
bn = −4 +2 dx = −4 +2 2 2 = −4 .
nπ x=0 0 nπ nπ n π x=0 nπ
Logo,
X∞
−4(−1)n
F (x) = sen(nπx)
n=1
nπ
X∞
−4(−1)n X∞
−4(−1)n nπ ∞
4 X (−1)k
1 = F (1/2) = sen(nπx) = sen = ,
n=1
nπ n=1
nπ 2 π 2k + 1
k=0
Logo
∞
π X (−1)k 1 1 1
= = 1 − + − + ··· .
4 2k + 1 3 5 7
k=0
com a condição
∂u ∂u
(t, 0) = (t, 1) = 0 (42)
∂x ∂x
para t > 0, tem a propriedade de que a combinação linear de soluções é ainda solução. Para o
efeito sejam u1 e u2 soluções de (41) com
∂ui ∂ui
(t, 0) = (t, 1) = 0
∂x ∂x
para i = 1, 2 e t > 0. Temos de mostrar que v = c1 u1 + c2 u2 com c1 , c2 ∈ R é ainda solução de
(41) com
∂v ∂v
(t, 0) = (t, 1) = 0
∂x ∂x
para t > 0. De facto,
∂v ∂u1 ∂u2 ∂ 2 u1 ∂ 2 u2 ∂2v
= c1 + c2 = c1 t + u1 + c2 t + u2 =t +v .
∂t ∂t ∂t ∂x2 ∂x2 ∂x2
Além disso,
∂v ∂u1 ∂u2
(t, 0) = c1 (t, 0) + c2 (t, 0) = 0
∂x ∂x ∂x
e
∂v ∂u1 ∂u2
(t, 1) = c1 (t, 1) + c2 (t, 1) = 0.
∂x ∂x ∂x
Procuramos agora soluções não nulas da forma u(t, x) = T (t)X(x). Substituindo em (41) obtemos
T 0 X = t(T X 00 + T X) e portanto
T0 X 00
= +1
tT X
nos pontos onde T (t)X(x) 6= 0. Notamos que o lado esquerdo não depende de x e o lado direito
não depende de t. Logo, existe uma constante λ ∈ R tal que
T0 X 00
= + 1 = −λ.
tT X
T (t) = ce−λt
2
/2
com c 6= 0. (43)
Por outro lado, como T (t) 6= 0 para algum t, a condição (42) para t > 0, ou seja,
√ √
−µx
tem as soluções X(x) = ae + be− −µx
com a, b ∈ R. De X 0 (0) = 0 vem a = b. Logo,
√ √
X 0 (1) = a e −µ − e− −µ = 0.
√ √ √
Como −µ > 0, temos e −µ > 1 e e− −µ < 1. Resulta então de X 0 (1) = 0 que a = 0 e portanto
também b = 0. Ou seja, X(x) = 0, contrariamente ao que pretendemos.
Caso 3: Quando µ > 0, a equação
√ √
X 00 + µX = (D2 + µ)X = D − i µ D + i µ X = 0
√ √
tem as soluções X(x) = a cos( µx) + b sen( µx) com a, b ∈ R. Resulta de X 0 (0) = 0 que b = 0.
√ √ √
Logo, X 0 (1) = −a µ sen( µ) = 0. Portanto a = 0 (o que daria X(x) = 0) ou sen( µ) = 0, de
√
onde vem µ = nπ , ou seja, λ = n2 π 2 − 1, com n ∈ N. Obtemos assim as soluções
Como qualquer combinação linear de soluções da equação (41) que satisfaz a condição (42) para
t > 0 é ainda solução desta equação e satisfaz a mesma condição, resulta de (43) e (44) que pelo
método de separação de variáveis obtemos as soluções (formais) da forma
∞
X 2
π 2 +1)t2 /2
u(t, x) = cn e(−n cos(nπx)
n=0
R T R T a(s) ds
de onde vem
e u b(u) du
x(0) = 0 RT .
a(s) ds
1−e 0
Havendo no máximo uma condição inicial x(0) que pode originar uma solução T -periódica, a
equação x0 = a(t)x + b(t) tem no máximo uma tal solução.
Provas de ACED Resolvidas, Luís Barreira e Claudia Valls 49
a) Determine eAt .
b) Determine todas as soluções da equação x0 = Ax que são limitadas em R.
2t 4t
4. Determine a solução da equação − + 4 + + 2 x0 = 0 com x(1) = −5.
x x
Sugestão: determine um factor integrante.
5. a) Determine todas as soluções dadas pelo método de separação de variáveis para a equação
2
∂u = et ∂ u , t ≥ 0, x ∈ [0, π],
∂t ∂x2
u(t, 0) = u(t, π) = 0, t > 0.
2 X n(1 − eπ (−1)n )
+∞
ex = sen(nx)
π n=1 n2 + 1
RESOLUÇÃO
1. F V V F V V
2. a) As equações
(D2 + 1)x = (D − i)(D + i)x = 0
e
(D2 + 4)x = (D − 2i)(D + 2i)x = 0
têm espaços de soluções gerados, respectivamente, por cos t e sen t, e por cos(2t) e sen(2t).
Resulta então da teoria que as soluções para h(t) = 0 são
com c0 , c1 , c2 , c3 , c4 , t ∈ R. Como
1
obtemos c0 = 10 . Logo, as soluções para h(t) = et são
1 t
x(t) = e + c1 cos t + c2 sen t + c3 cos(2t) + c4 sen(2t)
10
com c1 , c2 , c3 , c4 , t ∈ R. De x(0) = + c1 + c3 = 0 vem c3 = − 10
1
10
1
− c1 e portanto
1 t 1
x(t) = e + c1 cos t + c2 sen t + − − c1 cos(2t) + c4 sen(2t) com c1 , c2 , c4 , t ∈ R.
10 10
Podemos então tomar v1 = 1
−2 e v2 = ( 01 ). Seja pois S = 1 0
−2 1 . Obtemos S −1 = ( 12 01 ) e
!
2 0
J = S −1 BS = .
0 3
Logo,
! ! !
1 0 e2t 0 1 0
eBt = SeJt S −1 =
−2 1 0 e3t 2 1
! ! !
e2t 0 1 0 e2t 0
= =
−2e2t e3t 2 1 −2e2t + 2e3t e3t
e concluímos que
! e2t 0 0 0
eBt −2e2t + 2e3t e3t 0 0
0
eAt = = .
0 eCt 0 0 1 2t
0 0 0 1
não depende de t, existe um factor integrante da forma µ(x), que satisfaz µ0 = x1 µ. Logo µ(x) =
celog |x| = c|x| com c, x ∈ R e podemos tomar µ(x) = x. Multiplicando a equação por x obtemos
Como esta é exacta nos rectângulos acima, existe Φ diferenciável tal que
∂Φ ∂Φ
= −2t + 4x e = 4t + 2x.
∂t ∂x
Da primeira equação vem Φ(t, x) = −t2 + 4tx + C(x) para alguma função diferenciável C(x).
Derivando obtemos
∂Φ
= 4t + C 0 (x) = 4t + 2x
∂x
e portanto podemos tomar C(x) = x2 , de onde vem Φ(t, x) = −t2 + 4tx + x2 . De x(1) = −5
resulta que
−t2 + 4tx + x2 = Φ(1, −5) = 4.
Logo, p
−4t ± 16t2 − 4(−4 − t2 ) p
x(t) = = −2t ± 5t2 + 4.
2
Tomando t = 1 obtemos x(1) = −2 ± 3 e portanto devemos tomar o sinal −. Logo, a solução
pretendida é p
x(t) = −2t − 5t2 + 4 com t ∈ R,
que é impossível (alternativamente podemos substituir x(t) na equação original e verificar que é
solução para t ∈ R).
5. a) Sejam u1 e u2 soluções de
∂u ∂2u
= et 2 , t ≥ 0, x ∈ [0, π] (46)
∂t ∂x
com u(t, 0) = u(t, π) = 0, t > 0. Para v = c1 u1 + c2 u2 com c1 , c2 ∈ R temos
∂v ∂u1 ∂u2 ∂ 2 u1 2
t ∂ u2 t ∂
2 2
t∂ v
= c1 + c2 = c1 et + c 2 e = e (c 1 u1 + c2 u 2 ) = e .
∂t ∂t ∂t ∂x2 ∂x2 ∂x2 ∂x2
Além disso,
Logo, v é também solução do mesmo problema. Procuramos agora soluções não nulas da forma
u(t, x) = T (t)X(x). Substituindo em (46) obtemos T 0 X = et T X 00 e portanto
T0 X 00
t
=
eT X
onde T (t)X(x) 6= 0. Notamos que o lado esquerdo não depende de x e que o lado direito não
depende de t. Logo, existe λ ∈ R tal que
T0 X 00
t
= = −λ.
eT X
T (t) = ce−λe
t
com c 6= 0 (47)
Provas de ACED Resolvidas, Luís Barreira e Claudia Valls 53
(aplicando por exemplo a fórmula de variação das constantes). Como T (t) 6= 0 para algum t, a
condição u(t, 0) = u(t, π) = 0 para t > 0, ou seja,
é equivalente a X(0) = X(π) = 0. Temos pois de resolver X 00 +λX = 0 com X(0) = X(π) = 0.
Consideramos três casos:
Caso 1: Quando λ = 0 temos X 00 = 0 e portanto X(x) = a + bx com a, b ∈ R. De X(0) = 0
vem a = 0. Logo, X(π) = bπ = 0 e b = 0. Ou seja, X(x) = 0.
Caso 2: Quando λ < 0, a equação
√ √
X 00 + λX = (D2 + λ)X = D − −λ D + −λ X = 0
√ √
−λx
tem as soluções X(x) = ae + be− −λx
com a, b ∈ R. De X(0) = 0 vem a + b = 0. Logo,
√ √
X(π) = a e −λπ − e− −λπ = 0.
√ √ √
Como −λπ > 0, temos e −λπ > 1 e e− −λπ < 1. Resulta então de X(π) = 0 que a = 0 e
portanto b = 0. Ou seja, X(x) = 0.
Caso 3: Quando λ > 0, a equação
√ √
X 00 + λX = (D2 + λ)X = D − i λ D + i λ X = 0
√ √
tem as soluções X(x) = a cos( λx) + b sen( λx) com a, b ∈ R. De X(0) = 0 vem a = 0.
√ √
Logo, X(π) = b sen( λπ) = 0. Portanto b = 0 (e então X(x) = 0) ou sen( λπ) = 0, de onde
√
vem λ = n, ou seja, λ = n2 , com n ∈ N. Obtemos assim
Como qualquer combinação linear de soluções da equação (46) que satisfaz a condição u(t, 0) =
u(t, π) = 0 para t > 0 é ainda solução com a mesma condição, de (47) e (48) obtemos as soluções
∞
X
cn e−n
2 t
u(t, x) = e
sen(nx) com cn ∈ R para n ∈ N.
n=1
b) A função ex está em D[0,π] , pela representação de uma função em série de senos tomamos
Z Z π x=π
2 π x 2 2 e(1+in)x
bn = e sen(nx) dx = Im e(1+in)x dx = Im
π 0 π 0 π 1 + in x=0
2 e(1+in)π − 1 2 eπ (−1)n − 1 2 n(1 − eπ (−1)n )
= Im = Im = · .
π 1 + in π 1 + in π n2 + 1
Como f é contínua, para x ∈ ]0, π[ temos
2 X n(1 − eπ (−1)n )
+∞
1
sen(nx) = (f (x+ ) + f (x− )) = f (x) = ex .
π n=1 n2 + 1 2
P∞ −n2
Como u(0, x) = n=1 cn e sen(nπx) = ex para x ∈ ]0, π[, obtemos
2n(1 − eπ (−1)n )
cn e−n =
2
π(n2 + 1)
e portanto
X∞
2n(1 − eπ (−1)n ) n2 −n2 et
u(t, x) = e sen(nx).
n=1
π(n2 + 1)
Provas de ACED Resolvidas, Luís Barreira e Claudia Valls 54
√
6. Uma solução de x0 = 3 3 x2 com x(0) = 0 é x(t) = 0. Por outro lado, onde uma solução x não se
anula temos
1
(x1/3 )0 = x0 x−2/3 = 1,
3
de onde vem x(t)1/3 = t − c com c ∈ R. Obtemos assim x(t) = (t − c)3 nos intervalos abertos onde
x não se anula. Estendendo 0 e (t − c)3 por continuidade, obtemos então as soluções x(t) = 0,
(t − d) , t ≥ d,
3
0, t ≥ c, (t − d)3 , t ≥ d,
x(t) = x(t) = e x(t) = 0, t ∈ [c, d],
(t − c)3 , t ≤ c, 0, t ≤ d,
(t − c)3 , t≤c
a) Determine eCt .
b) Verifique que a equação z 0 = Az + et
0
tem pelo menos uma solução ilimitada.
c) Verifique que cos2 A + sen2 A = Id, definindo
∞
X ∞
X
(−1)k (−1)k
cos A = A2k e sen A = A2k+1
(2k)! (2k + 1)!
k=0 k=0
(mostra-se que convergem para qualquer matriz quadrada A). Sugestão: verifique primeiro que
dt cos(At) = −A sen(At) e dt sen(At) = A cos(At).
d d
5. Determine o conjunto das funções f : R → R de classe C 1 tais que x0 = f (x) tem pelo menos uma
solução periódica não constante.
Provas de ACED Resolvidas, Luís Barreira e Claudia Valls 56
RESOLUÇÃO
1. V F V F V V
com c1 , c2 , c3 , c4 , t ∈ R. Como
1 1
x(t) = − et − + c3 e2t + c4 e−2t , c3 , c4 , t ∈ R.
3 2
De x(0) = − 13 − 1
2 + c3 + c4 = 0 e x0 (0) = − 13 + 2c3 − 2c4 = 0, vem c3 = 1
2 e c4 = 31 . Logo,
1 1 1 1
x(t) = − et − + e2t + e−2t , t ∈ R.
3 2 2 3
b) Seja X = L(x). Sabemos da teoria que X(z) está definida para z > c, para algum c > 0. Temos
z+2 1 2
X(z) = + +
z 2 − 4 (z − 1)(z 2 − 4) z(z 2 − 4)
1/3 1/2 3/2 1/3 1 t 1 3 2t 1 −2t
=− − + + =L − e − + e + e (z)
z−1 z z−2 z+2 3 2 2 3
Por outro lado, a função f (t) = − 13 et − 12 + 32 e2t + 13 e−2t com t ∈ R é de classe C 1 e satisfaz
|f (t)| ≤ 83 e2t para t ∈ R+
0 . Como a transformada de Laplace de f é X(z), resulta da invertibili-
dade da transformada de Laplace para funções C 1 que têm crescimento no máximo exponencial
que x(t) = f (t) é a solução do problema.
2 −1
Podemos então tomar v1 = ( 11 ) e v2 = ( 12 ). Seja pois S = ( 11 12 ) . Obtemos S −1 = −1 1 e
!
−1 1 0
J =S AS = .
0 2
Logo,
! ! !
At Jt −1 1 1 et 0 2 −1
e = Se S =
1 2 0 e2t −1 1
! ! !
et e2t 2 −1 2et − e2t −et + e2t
= = .
et 2e2t −1 1 2et − 2e2t −et + 2e2t
e portanto
2et − e2t −et + e2t 0 0 0
! 2et − 2e2t −et + 2e2t 0
eAt 0 0
0
eCt = = 0 0 e2t te2t t e /2 .
2 2t
0 eBt
0 0 0 e2t te2t
0 0 0 0 e2t
x(t)
b) Escrevemos z(t) = y(t)
. Pela fórmula de variação das constantes temos
! ! Z !
t
x(t) x(0) es
= eAt + eA(t−s) ds.
y(t) y(0) 0 0
Como Z ! Z ! !
t
A(t−s) es t
2et − e2t−s 2et t + et − e2t
e ds = ds = ,
0 0 0 2et − 2e2t−s 2et t + 2et − 2e2t
obtemos
! ! ! !
x(t) 2et − e2t −et + e2t x(0) 2et t + et − e2t
= +
y(t) 2et − 2e2t −et + 2e2t y(0) 2et t + 2et − 2e2t
para t ∈ R. Por exemplo, para x(0) = 0 e y(0) = 1 a primeira componente é 2et t, que é
ilimitada, pelo que a solução correspondente é ilimitada.
Provas de ACED Resolvidas, Luís Barreira e Claudia Valls 58
c) Como as séries de potências se podem derivar termo a termo na sua região de convergência
(e neste caso convergem para t ∈ R, pelo enunciado), obtemos
∞ ∞
d d X (−1)k 2k 2k X (−1)k 2k−1 2k
cos(At) = t A = t A = −A sen(At)
dt dt (2k)! (2k − 1)!
k=0 k=1
e ∞ ∞
d d X (−1)k 2k+1 2k+1 X (−1)k 2k 2k+1
sen(At) = t A = t A = A cos(At).
dt dt (2k + 1)! (2k)!
k=0 k=0
Logo,
d
(cos2 (At) + sen2 (At)) = −A sen(At) cos(At) + cos(At)(−A sen(At))
dt
+ A cos(At) sen(At) + sen(At)A cos(At) = 0
cos2 A + sen2 A = (cos2 (At) + sen2 (At))|t=1 = (cos2 (At) + sen2 (At))|t=0 = Id + 0 = Id.
Além disso,
Logo, v é também solução do problema. Procuramos agora soluções u(t, x) = T (t)X(x) não nulas.
T0 00 0
Substituindo em (50) obtemos T 0 X = tT X 00 +2tT X 0 e portanto tT = X +2X
X onde T (t)X(x) 6= 0.
O lado esquerdo não depende de x e o lado direito não depende de t. Logo, existe λ ∈ R tal que
T0 X 00 +2X 0
tT = X = −λ. As soluções não nulas da equação T 0 = −λtT são
T (t) = ce−λt
2
/2
com c 6= 0 (51)
(aplicando por exemplo a fórmula de variação das constantes). Como T (t) 6= 0 para algum t, a
condição u(t, 0) = u(t, 1) = 0 para t > 0, ou seja,
X 00 + λX = (D − λ1 )(D − λ2 )X = 0
Como λ1 6= λ2 , temos eλ1 6= eλ2 . Resulta então de X(1) = 0 que a = 0 e portanto b = 0. Ou seja,
X(x) = 0.
Caso 3: Quando λ > 1, a equação
√ √
X 00 + λX = D + 1 − i λ − 1 D + 1 + i λ − 1 X = 0
√ √
tem as soluções X(x) = ae−x cos( λ − 1x) + be−x sen( λ − 1x) com a, b ∈ R. De X(0) = 0 vem
√ √
a = 0. Logo, X(1) = be−1 sen( λ − 1) = 0. Portanto b = 0 (e então X(x) = 0) ou sen( λ − 1) =
√
0, de onde vem λ − 1 = nπ , ou seja, λ = 1 + n2 π 2 , com n ∈ N. Obtemos assim
Como qualquer combinação linear de soluções da equação (50) que satisfaz a condição u(t, 0) =
u(t, 1) = 0 para t > 0 é ainda solução com a mesma condição, de (51) e (52) obtemos as soluções
∞
X
cn e−(1+n π 2 )t2 /2 −x
2
u(t, x) = e sen(nπx), com cn ∈ R para n ∈ N.
n=1
P P∞
Para que u(0, x) = ∞ n=1 cn e
−x
sen(nπx) = e−x ⇔ n=1 cn sen(nπx) = 1 para x ∈ ]0, 1[ (e uma
vez que a função 1 está em D[0,1] e é contínua), pela representação de uma função em série de senos
tomamos Z 1
−2 cos(nπx) x=1 2
cn = 2 sen(nπx) dx = − = (1 − (−1)n )
0 nπ x=0 nπ
para n ∈ N. Logo, uma solução do problema é
∞
X 4
e−(1+(2m+1) π )t /2 e−x sen((2m + 1)πx).
2 2 2
u(t, x) =
m=0
(2m + 1)π
5. Suponhamos que x(t) é uma solução periódica não constante. Então existe t1 ∈ R com x0 (t1 ) 6= 0
ou x(t) seria constante. Suponhamos que x0 (t1 ) > 0, pelo que x(t) é crescente numa vizinhança
de t1 . Como x(t) é periódica, existe t2 > t1 mínimo com x(t2 ) = x(t1 ). Mas como x(t) é também
contínua e crescente numa vizinhança de t1 , necessariamente volta a x(t1 ) em t = t2 vindo da
direita. Por outras palavras, x0 (t2 ) ≤ 0. Mas
Esta contradição mostra que o conjunto das funções f : R → R C 1 tal que x0 = f (x) tem pelo
menos uma solução periódica não constante é o conjunto vazio.
Provas de ACED Resolvidas, Luís Barreira e Claudia Valls 60
a) Determine eAt .
1
b) Calcule lim log kx(t)k para cada solução não nula da equação x0 = Bx.
t→+∞ t
RESOLUÇÃO
1. F V V F F V
2. a) Temos (D2 − 1)(D2 + 1)x = (D − 1)(D + 1)(D2 + 1)x. As equações (D − 1)x = 0, (D + 1)x = 0
e (D2 + 1)x = 0 têm espaços de soluções gerados, respectivamente, por et , por e−t , e por cos t
e sen t. Resulta então da teoria que as soluções para h(t) = 0 são
b) Como D1 = 0, obtemos
D(D − 1)(D + 1)(D2 + 1)x = 0. (53)
As equações Dx = 0, (D − 1)x = 0, (D + 1)x = 0 e (D2 + 1)x = 0 têm espaços de soluções
gerados, respectivamente, por 1, por et , por e−t , e por cos t e sen t. Sabemos da teoria que
Das identidades
vem c2 = 1
2 − c1 , c3 = 12 , c4 = 1
2 − 2c1 e portanto
x(t) = −1 + c1 et + ( 12 − c1 )e−t + 1
2 cos t + ( 12 − 2c1 ) sen t, c1 , t ∈ R.
0 0 0 1
Provas de ACED Resolvidas, Luís Barreira e Claudia Valls 62
não depende de x, há um factor integrante µ(t) que satisfaz µ0 = (− tg t)µ. Uma primitiva de
− tg t = − sen t/ cos t é log cos t e portanto µ(t) = celog cos t = c cos t com c 6= 0.
b) Como a equação é exacta no rectângulo aberto R × R, existe Φ diferenciável tal que
∂Φ ∂Φ
= x cos t − x2 sen t e = sen t + 2x cos t.
∂t ∂x
Da primeira equação vem Φ(t, x) = x sen t + x2 cos t + C(x) para alguma função diferenciá-
vel C(x). Derivando obtemos
∂Φ
= sen t + 2x cos t + C 0 (x) = sen t + 2x cos t
∂x
e portanto podemos tomar C(x) = 0, de onde vem Φ(t, x) = x sen t + x2 cos t. De x(0) = 0
resulta x sen t + x2 cos t = Φ(0, 0) = 0. Logo,
∂u ∂2u
= 4t3 2 , t ≥ 0, x ∈ [0, π] (54)
∂t ∂x
com u(t, 0) = u(t, π) = 0, t > 0. Para v = c1 u1 + c2 u2 com c1 , c2 ∈ R temos
Logo, v é solução do problema. Procuramos agora soluções u(t, x) = T (t)X(x) não nulas.
0 00
Substituindo em (54) vem T 0 X = 4t3 T X 00 e portanto 4tT3 T = XX onde T (t)X(x) 6= 0. O lado
esquerdo não depende de x e o lado direito não depende de t. Logo, existe λ ∈ R tal que
T0 X 00 0
4t3 T = X = −λ. As soluções não nulas de T = −λ4t T são
3
T (t) = ce−λt
4
com c 6= 0 (55)
(aplicando por exemplo a fórmula de variação das constantes). Como T (t) 6= 0 para algum t, a
condição u(t, 0) = u(t, π) = 0 para t > 0, ou seja,
é equivalente a X(0) = X(π) = 0. Temos pois de resolver X 00 +λX = 0 com X(0) = X(π) = 0.
Consideramos três casos:
Caso 1: Quando λ = 0 temos X 00 = 0 e portanto X(x) = a + bx com a, b ∈ R. De X(0) = 0
vem a = 0. Logo, X(π) = bπ = 0 e b = 0. Ou seja, X(x) = 0.
Caso 2: Quando λ < 0, a equação
√ √
X 00 + λX = (D2 + λ)X = (D − −λ)(D + −λ)X = 0
√ √
−λx
tem as soluções X(x) = ae + be− −λx
com a, b ∈ R. De X(0) = 0 vem a + b = 0 e
√
−λπ
√
X(π) = a e − e− −λπ
= 0.
√ √ √
Como −λπ > 0, temos e −λπ > 1 e e− −λπ < 1. Resulta então de X(π) = 0 que a = 0 e
portanto b = 0. Ou seja, X(x) = 0.
Caso 3: Quando λ > 0, a equação
√ √
X 00 + λX = (D2 + λ)X = (D − i λ)(D + i λ)X = 0
√ √
tem as soluções X(x) = a cos( λx) + b sen( λx) com a, b ∈ R. De X(0) = 0 vem a = 0.
√ √
Logo, X(π) = b sen( λπ) = 0. Portanto b = 0 (e então X(x) = 0) ou sen( λπ) = 0, de onde
√
vem λ = n, ou seja, λ = n2 , com n ∈ N. Obtemos assim
Como combinações lineares de soluções de (54) que satisfazem u(t, 0) = u(t, π) = 0 para t > 0
são ainda solução com a mesma condição, de (55) e (56) obtemos as soluções
∞
X
cn e−n
2 4
u(t, x) = t
sen(nx) com cn ∈ R para n ∈ N.
n=1
b) Como a função 1 está em D[0,π] e é contínua, pela representação de uma função em série de
senos tomamos
Z x=π
2 π 2 cos(nx) 2(1 − (−1)n )
cn = sen(nx) dx = − =
π 0 nπ x=0 nπ
e portanto
∞
X 4
e−(2k−1) t sen((2k − 1)x).
2 4
u(t, x) =
(2k − 1)π
k=1
Provas de ACED Resolvidas, Luís Barreira e Claudia Valls 64
6. Resulta de
∂(u2 ) ∂u ∂2u
= 2u = 2u 2 ,
∂t ∂t ∂x
que
Z Z Z Z 2
l
∂(u2 ) l
∂2u ∂u x=l l
∂u ∂u l
∂u
dx = 2u dx = 2u − 2 dx = − 2 dx,
0 ∂t 0 ∂x2 ∂x x=0 0 ∂x ∂x 0 ∂x
a) Determine eAt .
b) Determine todas as soluções x(t) da equação x0 = Ax com dt kx(t)k
d
= 0 para t ∈ R.
5. a) Determine todas as soluções dadas pelo método de separação de variáveis para o problema
∂u 1 ∂2u
= − u , t > 0, x ∈ [0, 1],
∂t t ∂x2
∂u (t, 0) = ∂u (t, 1) = 0, t > 0.
∂x ∂x
R1 R1
d
b) Verifique que dt 0
u(t, x) dx = − 1t 0 u(t, x) dx para qualquer solução u(t, x) de classe C 2 do
problema em 5a, sem usar as soluções que determinou.
RESOLUÇÃO
1. V F V F F V
2. a) Temos
(D − 1)2 (D + 1)x(t) = (D − 1)2 (D + 1)(c4 te−t ) = c4 (D − 1)2 e−t = 4c4 e−t = e−t ,
De x(0) = c1 + c3 = 0 e x0 (0) = c1 + c2 − c3 + 1
4 = 0, vem c3 = −c1 e c2 = −2c1 − 14 . Logo,
1
eBt = e( π B)(πt) = e0(πt) (Id + (πt)N ) = ( 10 πt
1 ).
1/2 −i/2
Podemos então tomar v1 = ( 1i ) e v2 = 1
−i . Seja S = 1 1
i −i . Obtemos S −1 = 1/2 i/2
e
eit
1/2 −i/2
eit e−it
1/2 −i/2
eCt = 1 1
i −i 0 e−it
0
1/2 i/2
= ieit −ie−it 1/2 i/2
= cos t sen t
− sen t cos t .
Portanto 1 πt 0 0
e At
= eBt 0 = 0 1 0 0
.
0 eCt 0 0 cos t sen t
0 0 − sen t cos t
Provas de ACED Resolvidas, Luís Barreira e Claudia Valls 67
b) Temos
1 πt c1
q
0 1 0 0
kx(t)k =
0 0
0 0
cos t sen t
c2
c3
= (c1 + c2 πt)2 + c22 + c23 + c24 ,
0 0 − sen t cos t c 4
pois
(c3 cos t + c4 sen t)2 + (−c3 sen t + c4 cos t)2 = c23 + c24 .
∂M ∂N
− = 2x + 6x2 t − x − 4x2 t = x + 2x2 t 6= 0,
∂x ∂t
a equação não é exacta. Como
1 ∂M ∂N 1 1 ∂M ∂N 1
− = e − − =−
N ∂x ∂t t M ∂x ∂t x
não dependem, respectivamente, de x e de t, há factores integrantes µ(t) e µ(x). Para µ(t) temos
µ0 = 1t µ e µ(t) = ct com c 6= 0 nos rectângulos abertos R+ × R e R− × R. Para µ(x) temos
µ0 = − x1 µ e µ(x) = c/x com c 6= 0 nos rectângulos abertos R × R+ e R × R− .
b) Tomando µ(x) = 1/x vem x + 2x2 t + (t + 2xt2 )x0 = 0 e portanto
∂Φ ∂Φ
= x + 2x2 t e = t + 2xt2 .
∂t ∂x
com ∂u
∂x (t, 0) = ∂u
∂x (t, 1) = 0, t > 0. Para v = c1 u1 + c2 u2 com c1 , c2 ∈ R temos
∂ 2 u1
∂ 2 u2
∂v
∂t = c1 ∂u ∂u2 1
∂t + c2 ∂t = c1 t
1
∂x2 − u1 + c2 1t ∂x2 − u2
1 ∂2 ∂2v
= t ∂x2 (c1 u1 + c2 u2 ) − 1t (c1 u1 + c2 u2 ) = 1
t ∂x2 − v .
Além disso,
Logo, v é também solução do problema. Procuramos agora soluções u(t, x) = T (t)X(x) não nulas.
0 00
Substituindo em (58) obtemos tT 0 X = T X 00 − T X e portanto tTT = XX − 1 onde T (t)X(x) 6= 0.
Provas de ACED Resolvidas, Luís Barreira e Claudia Valls 68
O lado esquerdo não depende de x e o lado direito não depende de t. Logo, existe λ ∈ R com
tT 0 X 00 0
T = X − 1 = −λ. As soluções não nulas da equação T = −(λ/t)T são
(por exemplo pela fórmula de variação das constantes). Como T (t) 6= 0 para algum t, a condição
0 0 0
∂x (t, 0) = ∂x (t, 1) = 0 para t > 0 ⇔ T (t)X (0) = T (t)X (1) = 0 para t > 0, equivale X (0) =
∂u ∂u
0 00 0 0
X (1) = 0. Temos pois de resolver X + µX = 0 com X (0) = X (1) = 0, onde µ = λ − 1.
Consideramos três casos:
Caso 1: Quando µ = 0 temos X 00 = 0 e portanto X(x) = a + bx com a, b ∈ R. De X 0 (0) =
X 0 (1) = 0 vem a = 0. Logo, X(x) = b com b 6= 0.
Caso 2: Quando µ < 0, a equação
√ √
X 00 + µX = (D2 + µ)X = (D − −µ)(D + −µ)X = 0
√ √
−µx
tem as soluções X(x) = ae + be− −µx
com a, b ∈ R. De X 0 (0) = 0 vem a = b e
√ √ √
X 0 (1) = −µa e −µ
− e− −µ
= 0.
√ √
−µ
√
− −µ
Como −µ > 0, temos e >1ee < 1. Resulta então de X 0 (1) = 0 que a = 0 e portanto
b = 0. Ou seja, X(x) = 0.
Caso 3: Quando µ > 0, a equação
√ √
X 00 + µX = (D2 + µ)X = (D − i µ)(D + i µ)X = 0
√ √
tem as soluções X(x) = a cos( µx) + b sen( µx) com a, b ∈ R. De X 0 (0) = 0 vem b = 0. Logo,
√ √ √
X 0 (1) = − µa sen( µ) = 0. Portanto a = 0 (e então X(x) = 0) ou sen( µ) = 0, de onde vem
√
µ = nπ , ou seja, µ = n2 π 2 , com n ∈ N. Obtemos assim
b) Temos
Z 1 Z 1 Z 1 2
d ∂u 1 ∂ u
u(t, x) dx = (t, x) dx = − u dx
dt 0 0 ∂t 0 t ∂x2
Z Z
1 ∂u x=1 1 1 1 1
= − u(t, x) dx = − u(t, x) dx.
t ∂x x=0 t 0 t 0
6. Como kx(t)k é constante se e só se kx(t)k2 é constante, para x(t) = (x1 (t), . . . , xn (t)) temos
d X X
n n
d
0= (kx(t)k2 ) = xi (t)2 = (x0i (t)xi (t) + xi (t)x0i (t))
dt dt i=1 i=1