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Aula 03 - Cálculo com Curvas Parametrizadas

Prof. Arlyson Nascimento

Cálculo Diferencial e Integral 3

12 de Dezembro de 2023

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Tangentes

Tendo visto como representar as curvas por equações paramétricas, vamos agora
aplicar os métodos de cálculo a essas curvas parametrizadas. Em particular,
resolveremos problemas envolvendo tangentes, área, comprimento de arco e área
de superfı́cie.

Suponha que f e g sejam funções diferenciáveis e queremos encontrar a reta


tangente a um ponto da curva x = f (t) e y = g (t), em que y também é uma
função diferenciável de x. A Regra da Cadeia nos diz que
dy dy dx
= · .
dt dx dt

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Tangentes

dx dy
Se ̸= 0, podemos isolar . Assim,
dt dx
dy
dy dx
= dt , se ̸= 0. (1)
dx dx dt
dt
A Equação (1) nos permite encontrar a inclinação dy /dx da tangente para uma
curva paramétrica sem ter que eliminar o parâmetro t.

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Tangentes

Podemos ver de (1) que a curva tem uma tangente horizontal quando dy /dt = 0
(desde que dx/dt ̸= 0) e tem uma tangente vertical quando dx/dt = 0 (desde que
dy /dt ̸= 0). Essa informação é útil para esboçar as curvas parametrizadas.

d2 y
Também é útil considerar . Isso pode ser encontrado mudando y por dy /dx
dx 2
na Equação (1): Å ã
d dy
d2 y
Å ã
d dy dt dx
= = .
dx 2 dx dx dx
dt

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Tangentes

Exemplo (Exemplo 01)


Uma curva C é definida pelas equações paramétricas x = t 2 e y = t 3 − 3t.
(a) Mostre que C tem duas tangentes no ponto (3, 0) e encontre suas equações.
(b) Encontre os pontos em C onde a tangente é horizontal ou vertical.
(c) Determine onde a curva sobe e desce e onde sua concavidade é para cima ou
para baixo.
(d) Esboce a curva.

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Tangentes
Solução item (a): Observe que

y = t 3 − 3t = t(t 2 − 3) = 0 ⇔ t = 0 ou t 2 − 3 = 0
⇔ t = 0 ou t 2 = 3

⇔ t = 0 ou t = ± 3.

Portanto,
√ o ponto (3, 0) em C surge de dois valores do parâmetro, t = 3 e
t = − 3. Isso indica que C intercepta a si própria em (3, 0). Como x = t 2 e
dx dy
y = t 3 − 3t, então = 2t e = 3t 2 − 3. Assim,
dt dt
3t 2 − 3 3 t2 − 1
Å ã Å ã
dy dy /dt 3 1
= = = = t− .
dx dx/dt 2t 2 t 2 t
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Tangentes
Desta forma, temos que

▶ Para t = 3, temos que a inclinação da tangente quando é
dy 6 √
= √ = 3 e, com isso, a equação da tangente em (3, 0) é
dx 2 3

y = 3 (x − 3) .


▶ Para t = − 3, temos que a inclinação da tangente quando é
dy 6 √
= − √ = − 3 e, com isso, a equação da tangente em (3, 0) é
dx 2 3

y = − 3 (x − 3) .
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Tangentes

dy
Solução item (b): Note que C tem uma tangente horizontal quando = 0,
dx
dy dx
isto é, quando =0e ̸= 0. Uma vez que
dt dt
dy
= 0 ⇔ 3t 2 − 3 = 0
dt
⇔ t2 = 1
⇔ t = ±1.

Portanto, os pontos correspondentes em C são (1, −2) e (1, 2).

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Tangentes

dx dy
Note que C tem uma tangente vertical quando =0e ̸= 0. Assim,
dt dt
dx
= 0 ⇔ 2t = 0
dt
⇔ t = 0.

Portanto, o ponto correspondente em C é (0, 0).

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Tangentes
Solução item (c): Para determinar a concavidade, calculamos a segunda derivada:
Å ã
d dy
d2 y dt dx
=
dx 2 dx
Ådt Å ãã
d 3 1
t−
dt 2 t
=
Å 2t ã
3 1
1+ 2
2 t
=
2t
3(t 2 + 1)
= .
4t 3
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Tangentes

Observe que
d2 y 3(t 2 + 1)
▶ = > 0 quando 4t 3 > 0 ⇔ t > 0, uma vez que
dx 2 4t 3
t 2 + 1 > 0, ∀t ∈ R. Então a concavidade da curva é para cima quando t > 0.

d2 y 3(t 2 + 1)

2
= 3
< 0 quando 4t 3 < 0 ⇔ t < 0, uma vez que
dx 4t
t 2 + 1 > 0, ∀t ∈ R. Então a concavidade da curva é para baixo quando t < 0.

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Tangentes
Solução item (d): Utilizando as informações dos itens (b) e (c), vamos esboçar a
curva C . A Figura 1 ilustra o esboço da curva C .

Figura 1: Esboço da curva C . 12 / 19


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Tangentes

Exemplo (Exemplo 02)


(a) Encontre a tangente à cicloide x = r (θ − sen θ), y = r (1 − cos θ) no ponto
onde θ = π/3.
(b) Em que pontos a tangente é horizontal? Quando é vertical?

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Tangentes

dx
Solução item (a): Como x = r (θ − sen θ) e y = r (1 − cos θ), então =

dy
r (1 − cos θ) e = r sen θ. Assim, a inclinação da reta tangente é

dy dy /dθ r sen θ sen θ
= = = .
dx dx/dθ r(1 − cos θ) 1 − cos θ

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Tangentes

Quando θ = π/3, temos que


π  π  Ç √ å
π 3
x =r − sen =r − ,
3 3 3 2
Å
 π  ã
 1 r
y = r 1 − cos =r 1− = e
3 2 2
π  √ √
3 3
sen
dy
= 3  = 2 = 2 = √3.
dx π 1 1
1 − cos 1−
3 2 2

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Tangentes


Portanto, a inclinação da tangente é 3 e sua equação é
√ åå

Ç Ç
r π 3
y − = 3 x −r − ou
2 3 2

√ Å
π
ã
3x − y = r √ − 2 .
3

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Tangentes

A tangente está esboçada na Figura 2.

Figura 2: Esboço da curva C e sua tangente no ponto onde θ = π/3.

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Tangentes

dy
Solução item (b): A tangente é horizontal quando = 0, isto é, quando
dx
dy dx
=0e ̸= 0. Isso ocorre quando
dθ dθ
sen θ = 0 e 1 − cos θ ̸= 0,

isto é, θ = (2n − 1)π, com n ∈ Z. O ponto correspondente na cicloide é


((2n − 1)πr , 2r ).

dx dy
Quando θ = 2nπ, tanto quanto são iguais a 0. A partir do gráfico parece
dθ dθ
que existem tangentes verticais naqueles pontos.

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Tangentes
Podemos verificar isso usando a Regra de L’Hôspital, como a seguir:
dy sen θ
lim + = lim +
θ→2nπ dx θ→2nπ 1 − cos θ
d
(sen θ)
= lim + dθ
θ→2nπ d
(1 − cos θ)

cos θ
= lim + = ∞.
θ→2nπ sen θ

dy
Um cálculo similar mostra que → −∞ quando θ → 2nπ − . Portanto, realmente
dx
existem tangentes verticais quando θ = 2nπ, isto é, quando x = 2nπr .
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