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Comecemos por observar que, em geral, uma EDO linear de primeira ordem pode ser escrita da
seguinte forma, chamada forma padrão:
dy
+ p(t)y = g (t),
dt
onde p(t) e g (t) são funções dadas na variável independente t. Para resolver esse tipo de
EDO, vamos utilizar um método devido à Leibniz.
Esse método envolve a multiplicação da EDO por uma função µ(t), escolhida de modo que a
equação resultante seja facilmente integrável. A função µ(t) é chamada fator integrante.
d
(µ(t)y ) = µ(t)g (t),
dt
e assim,
µ(t)y = ∫ µ(t)g (t)dt + c
É claro que, para resolver uma EDO linear de primeira ordem, não é necessário realizar todos
os passos anteriores. Vejamos alguns exemplos na prática.
Solução: Passo 1: Identificar a função p(t) e calcular µ(t). Para isso, temos que reescrever a
equação em sua forma padrão:
2
ty ′ + 2y = 4t 2 ⇒ y ′ + y = 4t.
t
2
Logo, p(t) = . Lembremos que µ(t) = e ∫ p(t)dt
, ou seja,
t
2 2
µ(t) = e ∫ t dt = e 2 ln ∣t∣ = e ln ∣t∣ = t 2 .
⇒ y = −2 + ce 3t
dy 4 4
− y = x 5e x ⇒ p(x) = −
dx x x
− x4 dx
µ(x) = e ∫ = e −4 ln ∣x∣ = e ln ∣x∣ = x −4 .
−4
∫ xe dx = xe − ∫ e dx = xe − e .
x x x x x
Assim,
x −4 y = xe x − e x + c ⇒ y = x 5 e x − x 4 e x + cx 4 .
Passo 3: Encontrar o valor de c. Como y (1) = 2, temos
2 = 15 e 1 − 14 e 1 + c14 ⇒ c = 2.
Portanto,
y (x) = x 5 e x − x 4 e x + 2x 4
Veremos agora um método para resolver as EDOs mais simples: EDOs de primeira ordem com
variáveis separáveis.
Definição
Uma EDO de primeira ordem é dita de variáveis separáveis se puder ser escrita da forma
dy
= g (x)h(y ).
dx
Por exemplo,
● dydx
= y 2 xe 3x+4y é de variáveis separáveis, pois podemos escrevê-la como dy
dx
= (y 2 e 4y )(xe 3x ).
● dydx
= y + senx não é de variáveis separáveis, pois não há como fatorar y + senx como
produto de uma função de x por uma função de y .
dy 1
= g (x)dx ou p(y )dy = g (x)dx com p(y ) = .
h(y ) h(y )
Observação: Ao integrar ambos os lados, não há necessidade de colocar constantes em ambos
os lados:
H(y ) + c1 = G (x) + c2 ⇒ H(y ) = G (x) + (c2 − c1 ) .
´¹¹ ¹ ¹ ¹ ¹ ¹ ¹ ¸¹ ¹ ¹ ¹ ¹ ¹ ¹ ¶
c
y2 x2
∫ ydy = − ∫ xdx ⇒ = − + c ⇒ x 2 + y 2 = c1 .
2 2
Neste caso, obtivemos uma famı́lia de soluções implı́citas para a EDO. Como y (4) = −3, temos
42 + (−3)2 = c1 ⇒ c1 = 25.
√a solução implı́cita para o PVI é x + y = 25, e uma solução explı́cita pode ser dada por
2 2
Assim,
y = − 25 − x , x ∈ (−5, 5).
2
√
Pergunta: Por que y = 25 − x 2 não é uma solução para esse PVI?
∫ e − ye dy = 2 ∫ senxdx.
y −y
2 ∫ senxdx = −2 cos x + c.
∫ e − ye dy = ∫ e dy − ∫ ye dy = e − ∫ ye dy ,
y −y y −y y −y
e y − ∫ ye −y dy = e y − (−ye −y + ∫ e −y dy ) = e y + ye −y + e −y .
e y + ye −y + e −y = −2 cos x + c.
Como y (0) = 0, obtemos que c = 4. Portanto, a solução do PVI é dada (implicitamente) por
e y + ye −y + e −y = −2 cos x + 4, x ∈ R.