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Aula 11 - Equações Lineares de segunda ordem

Uma equação linear de segunda ordem mais geral é da seguinte


forma

y 00 (t) + p(t)y 0 + q(t)y = g(t). (1)

Teorema (Existência e Unicidade)


Considere o problema de valor inicial

y 00 (t) + p(t)y 0 + q(t)y = g(t), y (to ) = yo , y 0 (to ) = yo0 , (2)

onde p, q e g são contı́nuas num intervalo aberto I contendo to .


Então existe uma e única solução y = φ(t) deste problema, a qual
existe para todo t ∈ I.
Se em (1) tivermos g(t) = 0 para todo t, então dizemos que a
equação é homogênea. Ou seja, uma equação diferencial de se-
gunda ordem linear homogênea mais geral é da forma

y 00 (t) + p(t)y 0 + q(t)y = 0. (3)

Note que y (x ) = 0, para todo x é solução de (3), chamada de


solução trivial.
Nesta semana nos concentraremos apenas nesta equação. Mos-
traremos que o seu conjunto solução é um espaço vetorial de di-
mensão dois. Isto significa uma vez obtidas duas soluções y1 e
y2 (3) que são linearmente independentes, toda solução de (3) é
uma combinação linear das mesmas. Neste caso diremos que y1 e y2
formam um conjunto fundamental de soluções para (3). Parte
dos nossos esforços serão voltados para encontrar tal conjunto de
soluções. Veremos que a partir de uma solução y1 de (3) é possı́vel
encontrarmos uma segunda solução y2 da mesma, tal que y1 e y2
sejam linearmente independentes.
O princı́pio da superposição

Sejam y1 e y2 duas soluções de (3). Mostre que para quaisquer


constantes c1 e c2 ,

y = c1 y1 (t) + c2 y2 (t)

também é solução de (3).


Solução. Note que em vista da linearidade da derivação podemos
escrever

y 00 + py 0 + qy = (c1 y1 + c2 y2 )00 + p(c1 y1 + c2 y2 )0 + q(c1 y1 + c2 y2 )


= c1 (y100 + p y10 + q y1 ) + c2 (y200 + p y20 + q y2 )
= c1 0 + c2 0
= 0,

onde na terceira igualdade usamos o fato que y1 e y2 são soluções


da equação (3).
Dadas duas soluções y1 e y2 de (3), vimos que

y = c1 y1 + c2 y2

também é solução de (3). Quando é que podemos garantir que


podemos escolher as constantes c1 e c2 , tais que y (to ) = yo e
y 0 (to ) = yo0 ? Para que isto aconteça o sistema

c1 y1 (to ) + c2 y2 (to ) = y (to ) (4)


c1 y10 (to ) + c2 y20 (to ) 0
= y (to ) (5)

tem que ter solução. Se quisermos que exista uma única escolha de
c1 e c2 , devemos ter
!
y1 (to ) y2 (to )
W (y1 , y2 )(to ) ≡ det
y10 (to ) y20 (to )
= y1 (to )y20 (to ) − y10 (to )y2 (to )
6= 0.

A função W (f , g)(t) é chamada de Wronskiano de f e g em t.


Independência linear

Definição

Dizemos que duas funções f e g são linearmente dependentes


(l.d) em I, se a equação

k1 f (t) + k2 g(t) = 0, t ∈ I, (6)

admite solução não trivial, ou seja, pelo menos uma das constantes
k1 ou k2 for diferente de zero. Se a única solução da equação
acima for a trivial k1 = 0 = k2 , dizemos que as duas funções são
linearmente independentes (l.i) em I.

Note que este conceito não requer a diferenciabilidade de f ou g.


Além disso, duas funções são linearmente dependentes num in-
tervalo I, se uma for um múltiplo escalar da outra em I.
Teorema (Independência Linear)

Se f e g forem duas funções diferenciáveis quaisquer em I e


W (f , g)(to ) 6= 0 para algum to em I, então, f e g são linearmente
independentes em I. Além disso, se f e g forem l.d em I, então,
W (f , g)(t) ≡ 0 em I.
Prova. Considere a equação

k1 f (t) + k2 g(t) = 0, t ∈ I. (7)

Tomando a derivada de (7) em relação à t, temos

k1 f 0 (t) + k2 g 0 (t) = 0, t ∈ I. (8)

Como as equações (7) e (8) valem para todo t ∈ I, em particular


elas valem em to e teremos o seguinte sistema homogêneo

k1 f (to ) + k2 g(to ) = 0
k1 f 0 (to ) + k2 g 0 (to ) = 0

o qual só admite a solução trivial, pois, por hipótese,

W (f , g)(to ) = f (to )g 0 (to ) − f 0 (to )g(to ) 6= 0.


Teorema (de Abel)
Se y1 e y2 são duas soluções de (3) em I, então,
R
W (y1 , y2 )(t) = ce − p(t)dt
, (9)

onde c é uma constante determinada a partir de y1 e y2 . Logo, ou


W (y1 , y2 )(t) ≡ 0 em I ou W (y1 , y2 )(t) nunca se anula em I.

Prova. Como y1 e y2 são duas soluções de (3) em I, então,

y100 (t) + p(t)y10 (t) + q(t)y1 (t) = 0 (10)


y200 (t) + p(t)y20 (t) + q(t)y2 (t) = 0. (11)
Multiplicando (11) por y1 (t) e subtraindo o resultado de (10) mul-
tiplicada por y2 (t), temos a seguinte equação diferencial

(y1 (t)y200 (t) − y2 (t)y100 (t)) − p(y1 (t)y20 (t) − y10 (t)y2 (t)) = 0,

que é equivalente a

W 0 + p(t)W = 0,

cuja solução é (9).

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Pelo Teorema de Abel, se y1 e y2 são duas soluções de (3) num
intervalo I, tais que para algum t ∗ ∈ I, tenhamos

W (y1 , y2 )(t ∗ ) 6= 0,

então
W (y1 , y2 )(to ) 6= 0,
para todo to ∈ I. Portanto existem constantes c1 e c2 (unicamente
determinadas, resolvendo-se o sistema (4)-(5)), tais que

y (t) = c1 y1 (t) + c2 y2 (t), (12)

seja solução do PVI

y 00 (t) + p(t)y 0 + q(t)y = 0, y (to ) = yo , y 0 (to ) = yo0 (13)

e, pelo Teorema de Existência e Unicidade esta é a única solução


deste PVI.
Como quando W (y1 , y2 )(t) 6= 0 toda solução da equação homogênea

y 00 (t) + p(t)y 0 + q(t)y = 0 (14)

é da forma (12), dizemos que esta é a solução geral de (14), ou


seja, y1 e y2 geram o espaço solução de (14). Além disso, pelo
Teorema da Independência Linear, as soluções y1 e y2 são linear-
mente independentes. Logo y1 e y2 formam uma base para o
espaço solução de (14). E dizemos que elas formam um conjunto
fundamental de soluções para (3).
Exercı́cio
Mostre que y1 (t) = e t e y2 (t) = e −t formam um conjunto
fundamental de soluções para

y 00 − y = 0,

para todo t.

Solução. Temos que mostrar que y1 e y2 são soluções da equação


acima e que W (y1 , y2 )(t) 6= 0. De fato, y100 (t) = e t = y1 (t) e
y200 (t) = e −t = y2 (t), para todo t. Por outro lado,

W (y1 , y2 )(t) = e t (e −t )0 − (e t )0 e −t = −1 − 1 = −2 6= 0,

para todo t, o que mostra que estas duas soluções são l.i na reta
toda. Em particular, a solução geral da equação é

y = C1 e t + C2 e −t .

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O método da redução de ordem

Muitas vezes, por inspeção encontramos uma solução y1 (não-nula)


de uma equação homogênea

y 00 (t) + p(t)y 0 + q(t)y = 0 (15)

e queremos encontrar uma segunda solução y de (15) tal que y1 e


y formem um conjunto fundamental de soluções para (16). A ideia
é supor que

y (t) = u(t)y1 (t), (16)

onde u(t) terá que ser determinada. Note que

y 0 = u 0 y1 + uy10 (17)
00 00
y = u y1 + 2u 0 y10 + uy100 . (18)

Substituindo (17), (18) e (16) em (15), temos


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y1 u 00 + (2y10 + py1 )u 0 + (y100 + py10 + qy1 ) u = 0
| {z }
=0

pois y1 é solução de (15). Portanto, u é solução da equação

u 00 + (2y10 /y1 + p)u 0 = 0

que embora seja de segunda ordem, é redutı́vel a primeira ordem.


Seja

v = u0,

então a equação para v é linear e de variáveis separáveis


dv
v 0 + (2y10 /y1 + p)v = 0 ⇐⇒ = −(2y10 /y1 + p)dt
v

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Encontramos
C2 − R p(t)dt
v (t) = e .
y12 (t)
Logo, como u 0 = v , então
1 −R
Z Z
p(t)dt
u(t) = C1 + v (t)dt = C1 + C2 e dt
y12 (t)
como y = uy1 , temos
!
1 −R
Z
p(t)dt
y (t) = C1 y1 (t) + C2 y1 (t) e dt
y12 (t)
= C1 y1 (t) + C2 y2 (t), (19)

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onde

1 −R
Z
p(t)dt
y2 (t) = y1 (t) e dt. (20)
y12 (t)

O próximo exercı́cio mostra que y dada em (19) é a solução geral


de (15), pois y1 e y2 são linearmente independentes.
Exercı́cio
Sejam y1 e y2 dadas acima. Mostre que
R
W (y1 (t), y2 (t)) = −e − p(t)dt
6= 0.

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Exemplo
Dado que y = t 2 é uma solução da equação

t 2 y 00 − 4ty 0 + 6y = 0, t > 0,

encontre um conjunto fundamental de soluções para a mesma.

Solução. Claramente y1 (t) = t 2 é solução da equação acima. De


(20), fazendo p(t) = −4/t, temos

1 − R p(t)dt
Z
y2 (t) = y1 (t) e dt
y12 (t)
1 − R (−4/t)dt
Z
= t2 e dt
(t 2 )2
1 4 ln t+k1
Z
= t2 4
e dt (faremos k1 = 0)
Z t
= t2 dt = t 2 (t + K ) = t 3 + Kt 2

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fazendo K = 0, segue que y2 (t) = t 3 . Note que

W (t 2 , t 3 ) = t 2 (3t 2 ) − 2t(t 3 ) = t 4 6= 0

para t > 0. Logo, y1 (t) = t 2 e y2 (t) = t 3 formam o conjunto


fundamental de soluções da equação diferencial para todo t > 0.
Em particular, a sua solução geral será

y (t) = C1 t 2 + C2 t 3 .

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Exercı́cio
Dada uma solução da equação, encontre uma segunda tal que elas
sejam linearmente independentes.
1 (t − 1)y 00 − ty 0 + y = 0, t > 1, y1 (t) = e t .
2 xy 00 − y 0 + 4x 3 y = 0, x > 0, y1 (x ) = sin(x 2 ).
3 t 2 y 00 + 3ty 0 + y = 0, t > 0, y1 (t) = t −1 .

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Equações homogêneas com coeficientes constantes

A seguir consideraremos a equação da forma

ay 00 + by 0 + cy = 0, (21)

onde a, b e c são constantes reais e a 6= 0. Vamos buscar soluções


da forma
y = e λt ,
onde λ é uma constante. Substituindo esta expressão em (21),
temos
e λt (aλ2 + bλ + c) = 0.
Devemos ter
aλ2 + bλ + c = 0
chamada de equação caracterı́stica da equação (21).

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As raı́zes são √
−b ± b 2 − 4ac
λ= .
2a
Seja ∆ = b 2 − 4ac. Temos que considerar três casos:
∆ > 0, neste caso temos duas raı́zes reais distintas λ1 , λ2 .
Sejam y1 (t) = e λ1 t e y2 (t) = e λ2 t . Então,

W (y1 , y2 )(t) = (λ1 − λ2 )e (λ1 +λ2 )t 6= 0,

para todo t. Logo y1 (t) e y2 (t) são linearmente independen-


tes e a solução geral é

y (t) = C1 e λ1 t + C2 e λ2 t .

para todo t.

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∆ = 0, neste caso temos duas raı́zes reais iguais
b
λ1 = λ2 = − .
2a

Uma solução é y1 (t) = e −(b/2a)t . Para obtermos a outra,


usaremos o método da redução de ordem, assumiremos que
y2 = u(t)e −(b/2a)t . De (20), fazendo p(t) = b/a, temos

1 −R
Z
p(t)dt
y2 (t) = y1 (t) e dt
y12 (t)
Z R
= e −(b/2a)t e (b/a)t e − (b/a)dt
dt
Z
= (−a/b)e −(b/2a)t e (b/a)t e −(b/a)t+k1 dt

= (−a/be k1 )e −(b/2a)t (t + k2 )
≡ K1 te −(b/2a)t + K2 e −(b/2a)t .

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Fazendo K1 = 1 e K2 = 0, temos

y2 (t) = te −(b/2a)t .

Note que
W (y1 (t), y2 (t)) = e −(b/a)t 6= 0,
para todo t. Logo, y1 e y2 são linearmente indepedentes. Em
particular, a solução geral será

y (t) = C1 e −(b/2a)t + C2 te −(b/2a)t = (C1 + C2 t)e −(b/2a)t ,

para todo t.

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Antes de considerar o caso ∆ < 0, vamos lembrar da Fórmula de
Euler que diz que para todo θ real temos

e iθ = cos θ + i sin θ, (22)



onde i = −1. Como a função seno é impar, temos

e −iθ = cos θ − i sin θ. (23)

Somando (22) e (23) e dividindo por 2, temos

e iθ + e −iθ
cos θ = .
2
Subtraindo (23) de (22) e divindo por 2i, temos

e iθ − e −iθ
sin θ = .
2i

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∆ < 0, neste caso temos duas complexas distintas
p
−b |∆|
λ= ±i ≡ α ± i β,
2a 2a
onde β 6= 0. Temos duas soluções

u1 (t) = e (α+iβ)t = e αt e iβt , u2 (t) = e (α−iβ)t = e αt e −iβt .

Que são soluções complexas!! Contudo, pelo Princı́pio da Superposição


e da fórmula de Euler (com θ = βt), temos

(e iβt + e −iβt )
y1 = (u1 + u2 )/2 = e αt = e αt cos(βt)
2
e
(e iβt − e −iβt )
y2 = (u1 − u2 )/(2i) = e αt = e αt sin(βt).
2i
também são soluções, porém reais.

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Note que como β 6= 0, então

W (y1 (t), y2 (t)) = βe 2αt 6= 0,

para todo t. Logo as soluções y1 (t) e y2 (t) são linearmente inde-


pendentes para todo t. Em particular, a solução geral da equação

y (t) = e αt (C1 cos(βt) + C2 sin(βt)),

para todo t.

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Exemplo
Resolva os PVI’s abaixo.
1 y 00 − 2y 0 + y = 0, y (0) = 0, y 0 (0) = −1.
2 y 00 + y = 0, y (0) = 1 = y 0 (0).
3 y 00 − 3y 0 + 2y = 0, y (0) = 0, y 0 (0) = 1.
4 y 00 − 2y 0 + 2y = 0, y (0) = 1, y 0 (0) = −1

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Resolução de (1). Note que a equação caracterı́stica é

λ2 − 2λ + 1 = (λ − 1)2 = 0 (∆ = 0)

Portanto, λ1 = λ2 = 1. Logo a solução geral é

y (t) = (C1 + C2 t)e t .

Queremos
(
0 = y (0) = C1
0 ⇐⇒ C1 = 0, C2 = −1.
−1 = y (0) = C1 + C2 .

Portanto a solução do PVI é

y (t) = −te t .

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Resolução de (2). Note que a equação caracterı́stica é

λ2 + 1 = 0 (∆ = −4 < 0).

Portanto, λ = ±i = 0 ± 1 i, logo α = 0 e β = 1. Logo a solução


geral da equação é

y (t) = C1 cos t + C2 sin t.

Queremos (
1 = y (0) = C1
1 = y 0 (0) = C2 .
Portanto a solução do PVI é

y (t) = cos t + sin t = 2 cos(t − π/4).

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Resolução de (3). Note que a equação caracterı́stica é

λ2 − 3λ + 2 = (λ − 1)(λ − 2) = 0 (∆ = 1 > 0)

Portanto, λ1 = 1 e λ2 = 2. Logo a solução geral da equação é

y (t) = C1 e t + C2 e 2t .

Queremos (
0 = y (0) = C1 + C2
1 = y 0 (0) = C1 + 2C2 .
Portanto a solução do PVI é

y (t) = −e t + e 2t

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Resolução de (4). Note que a equação caracterı́stica é
λ2 − 2λ + 2 = 0 (∆ = −4 < 0)
Portanto,
√ √
2± −4 2±i 4 2±i2
λ= = = = 1 ± i.
2 2 2
Logo α = 1 = β e a solução geral da equação é
y (t) = e t (C1 cos t + C2 sin t).
O que implica que
y 0 (t) = e t ((C1 + C2 ) cos t + (C2 − C1 ) sin t).
Queremos
(
1 = y (0) = C1
⇐⇒ C1 = 1, C2 = −2.
−1 = y 0 (0) = C1 + C2 .
Portanto a solução do PVI é
y (t) = e t (cos t − 2 sin t).

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A equação de Euler
Embora a equação
αt 2 y 00 (t) + βty 0 (t) + γy (t) = 0.
não seja de coeficientes constantes, ela pode ser transformada em
tal equação. De fato, seja t = e x ou x = ln t, então pela Regra da
Cadeia (y = y (x ), x = x (t)), temos
dy dy dx dy 1 dy −x
= = = e
dt dx dt dx t dx
e
d 2y d dy d dy dx
  
= =
dt 2 dt dt dx dt dt
d dy −x
 
= ( e ) e −x
dx dx
!
d 2y dy
= − e −2x .
dx 2 dx

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Substituindo estas expressões das derivadas na equação diferencial,
obtemos

d 2y dy
α 2
+ (β − α) + γy = 0 (24)
dx dx
que é uma equação com coeficientes constantes que vimos como
resolver. A resolvemos, encontramos y = y (x ), depois voltamos à
variável t, substituindo x por ln t ou e x por t.

Exemplo
Resolva a equação

t 2 y 00 − 4ty 0 + 6y = 0, t > 0.

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Resolução. Note que α = 1, β = −4 e γ = 6, portanto, fazendo
t = e x , obtemos (24), temos

d 2y dy
2
−5 + 6y = 0.
dx dx
Cuja equação caracterı́stica é

λ2 − 5λ + 6 = 0 ⇐⇒ (λ − 3)(λ − 2) = 0.

A solução geral é

y = C1 e 3x + C2 e 2x = C1 (e x )3 + C2 (e x )2 = C1 t 3 + C2 t 2 .

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