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CÁLCULO I

Prof. Edilson Neri Júnior | Prof. André Almeida

Aula no 12: Aproximações Lineares e Diferenciais


Objetivos da Aula
 DeÆnir e calcular a aproximação linear de uma função derivável;
 Conhecer e determinar a diferencial;

1 Aproximações Lineares
Considere uma curva derivável f (x) e um ponto (p; f (p)) sobre ela. Em seguida, determinamos a reta
tangente ao gráÆco de f no ponto (p; f (p)), com equação y = f (p)+ f 0 (p)(x  p), como na Ægura abaixo:

Figura 1: GráÆco de uma função f .


Se dermos um "zoom"na região próxima do ponto (p; f (p)), notamos que a curva se aproxima bastante
da reta tangente, como podemos observar abaixo:

Figura 2: Zoom no gráÆco da função f . Figura 3: Zoom no gráÆco da função f .


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Dessa forma, podemos deÆnir que a reta tangente é uma boa aproximação para a curva f (x). Logo,
podemos escrever que y  f (x). E assim,
f (x)  f (p) + f 0 (p)(x  p)
Essa aproximação é chamada de aproximação linear. A função linear dada por
L(x) = f (p) + f 0 (p)(x  p)
é chamada de linearização de f em p, e desse modo, podemos escrever a aproximação linear como sendo
dada por f (x)  L(x).
Exemplo 1. Considere f (x) = sen x. Determine a linearização de f em p = 0. Utilize essa linearização
para determinar uma aproximação de sen (0; 1). Utilize uma calculadora para determinar o erro cometido.
Solução: Note que f 0 (x) = cos x e que f (0) = 0 e f 0 (0) = 1. Sendo assim, a linearização desejada é
L(x) = f (0) + f 0 (0)(x  0) = 0 + 1:(x  0) = x
Assim, para determinar uma aproximação para sen (0; 1), basta lembrar que L(x)  f (x). Sendo assim,
como L(0; 1) = 0; 1, temos que
sen (0; 1)  0; 1
Utilizando a calculadora, obtemos que jsen (0; 1)  0; 1j  0; 09825, em forma de porcentagem, temos que
o erro obtido na aproximação é de 9; 8%. 
Observação 1. Na física costuma -se trabalhar com aproximações lineares, como a do exemplo anterior.
Quando deduzimos a fórmula para o período de um pêndulo, encontramos a seguinte equação para a
aceleração tangencial
aT = g sen 
Sendo que em geral, utilizamos a aproximação linear acima e deÆnimos que
aT = g
sempre que  assume valores pequenos.
Exemplo 2. Encontre a linearização de f (x) = 5x  2 em p = 2.
Solução: Note que f 0 (x) = 5 e que f (2) = 10  2 = 8. Logo,
L(x) = 8 + 5(x  2) = 5x  2

Observação 2. Quando a função é "linear", a linearização coincide com a própria função.
p3
Exemplo 3. Encontrepa aproximação
p linear da função g ( x ) = 1 + x em torno de x = 0 e use-a para
aproximar os números 3
0; 95 e 3 1; 1.
Solução: Primeiramente, precisamos determinar a linearização de g(x). Sendo assim, note que g0 (x) =
p 1 . Logo, g0(0) = 1 e como g(0) = 1, temos que
3 (1 + x)
3 2 3
L( x) = 1 +
1 (x  0) = 1 + x
3 3
Assim, a aproximação linear é dada por
L( x)  f ( x)
ou seja, p3
1 + x  1 + x3
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Logo,
p0; 95 = p1  0; 05  L(0; 05) = 1  0; 05 = 2; 95 u 0; 983333
3 3
3 3
e p1; 1 = p1 + 0; 1  L(0; 1) = 1 + 1 = 31 u 1; 033333
3 3
30 30

Exemplo 4. Encontre a linearização da função f (x) = 21x em p = 7. Determine a aproximação linear
correspondente.
Solução: Note que a derivada de f (x) é dada por f 0 (x) =  2x1 2 . Sendo assim, f (7) = 14
1 e f 0(7) =  1 .
98
Portanto,
1 1
L(x) = f (7) + f 0 (7)(x  7) =
1 x
14  98 (x  7) = 7  98
A aproximação linear correspondente é dada por L(x)  f (x), então:
1 1 x
2x  7  98
para x próximos de 7. 

2 Diferencial
dy
Durante nosso estudo, destacamos que representa apenas uma notação para a derivada. O que
dx
dy
faremos a seguir é interpretar como um quociente entre dois acréscimos. Consideremos o gráÆco de
dx
uma função derivável y = f (x). Agora, tomemos um ponto (x; f (x)) sobre o gráÆco e denotemos por dx
um acréscimo em x, como mostrado abaixo:

Figura 4:
Agora, sabemos que o coeÆciente da reta tangente ao gráÆco de f é dado pela derivada em x, ou seja,
f 0 (x) = tg .

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Figura 5:
Se chamarmos dy como sendo o acréscimo na ordenada da reta tangente, correspondente ao acréscimo
dx, teremos que
dy
dx
= tg  = f 0(x)
ou ainda que
dy = f 0 (x)dx (1)
Tomando y = f (x + dx)  f (x), segue do que argumentamos na seção anterior que dy é uma
aproximação para y. Fixando x, podemos entender (1) como uma função que associa cada valor de
dx 2 R a dy 2 R dado por dy = f 0 (x)dx. Essa função é chamada diferencial de f em x ou de y = f (x).
Vejamos alguns exemplos da utilização da diferencial.
Exemplo 5. Compare os valores de y e dy se y = f (x) = x3 + x2  2x + 1 e x varia de 2 para 2; 05.
Solução: Calculando y. Precisamos determinar f (2) e f (2; 05). Sendo assim,
f (2) = 23 + 22  2:2 + 1 = 8 + 4  4 + 1 = 9
e
f (2; 05) = (2; 05)3 + (2; 05)2  2:(2; 05) + 1 = 9; 717625
Logo,
y = f (2; 05)  f (2) = 0; 717625
Agora, faremos o cálculo de dy. Para isso, note que dx = 2; 052 = 0; 05. Logo, como f 0 (x) = 3x2 +2x2,
temos que
dy = f 0 (x)dx = (3x2 + 2x  2)dx
Em particular, para x = 2 e dx = 0; 05, obtemos que
dy = f 0 (x)dx = (3:22 + 2:2  2)0; 05 = 14:0; 05 = 0; 7

Exemplo 6. Dada a função f (x) = sen2 (cos(2x)), calcule a diferencial dy.
Solução: Utilizando a regra da cadeia obtemos que f 0 (x) = 4sen (cos(2x)):cos(cos(2x))sen(2x). Logo,
dy = f 0 (x)dx = 4sen (cos(2x)):cos(cos(2x))sen(2x)dx

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3 Erros
DeÆnimos o erro absoluto "a de um valor medido ou aproximado como sendo
"a = jvalor real  valor aproximadoj
Em algumas situações se faz necessário obter uma melhor apresentação do impacto do erro da aprox-
imação sobre o valor medido. Sendo assim, podemos utilizar o erro relativo, denotado por "r e dado
por
Erro absoluto "a
"r = =
valor medido valor medido
ou também na forma percentual,"p , dado por
"p = erro relativo  100
A noção desses erros é útil para as aproximações de erros por diferenciais, como veremos nos seguintes
exemplos:
Exemplo 7. A aresta de um cubo tem 10 cm , com um possível erro de medida de 0,1 cm. Use a diferencial
para estimar o erro máximo possível no cálculo do volume do cubo.
Solução: Como a aresta do cubo foi medida e possui um erro de 0,1 cm, não sabemos qual é exatamente a
medida dessa aresta e por enquanto, a chamaremos de x. O valor medido medido na aresta é de x0 = 10cm.
Como V (x) = x3 é o volume do cubo de aresta x, temos que o erro no cálculo do volume é dado por:
"a = jV alorReal  V alorMedidoj = jV (x)  V (x0 )j = jV (x)  V (10)j = V  dV = V 0(10):dx
Como o erro possível em x é dx = 0; 1cm então,
"a  V 0 (10):0; 1 = 3:102 :0; 1 = 30cm3
Logo, o erro máximo é
"a = 30cm3
O erro relativo é
"r =
dV
= 30 = 0; 03
V (10) 1000
e o erro percentual é dado por
"p = 0; 3%

Exemplo 8. Utilizando a diferencial, calcule um valor aproximado para o acréscimo y que a função sofre
quando passa de x = 1 a 1 + dx = 1; 001. Calcule o erro.
Solução: A diferencial de y é dada por dy = f 0 (x)dx = 2xdx. Em x = 1, temos que dy = 2dx. Como
dx = 0; 001, então
dy = 0; 002
O erro que se comete na aproximação y  dy é dado por
"a = jy  dyj
Como y = (1; 001)2  12 = 1; 002001, então
"a = j1; 002001  0; 002j = 0; 000001 = 106 :

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Resumo
Faça um resumo dos principais resultados vistos nesta aula, destacando as deÆnições dadas.

Aprofundando o conteúdo
Leia mais sobre o conteúdo desta aula nas páginas 226  229 do livro texto.

Sugestão de exercícios
Resolva os exercícios das páginas 229  231 do livro texto.

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