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n
X
S(f ; M; Ξ) = (xk − xk−1 )f (ξk )
k=1
Z b
f (x)dx = lim S(f ; M; Ξ).
a δ−→0
2
CAPÍTULO 1. INTEGRAÇÃO NUMÉRICA POR FÓRMULAS DE QUADRATURA 3
Entretanto, devemos sempre lembrar e enfatizar que o limite não depende de como as
partições são escolhidas ou da forma que delta converge para zero e nem das suas sub-partições
onde são tomados os valores de f .
Boa parte dos cursos de Cálculo são dedicados ao tema de como integrar explicitamente
várias funções. É óbvio que são poucas funções que podem ser calculadas explicitamente, mas
em consequência da extrema importância das integrais nas diversas áreas de estudos surgiu
a necessidade de calcular com boa precisão as integrais definidas.
Assim, começaremos com toda combinação linear definida da seguinte maneira:
n
X
Q(f ) := ak f (xk )
k=1
Z b
que pode ser considerado como um método para a aproximação da integral I(f ) = f (x)dx.
a
Escreveremos assim
Z b n
X
f (x)dx ≈ ak f (xk ),
a k=1
Estas observações imediatas sugerem que uma forma razoável para construirmos uma fór-
mula de quadratura é simplesmente integrar o polinômio interpolador em [a, b]. Mais precisa-
mente, pensamos que
CAPÍTULO 1. INTEGRAÇÃO NUMÉRICA POR FÓRMULAS DE QUADRATURA 4
isto é
n
X
f (x) ≈ f (xk )ln−1,k (x),
k=1
(a+b)
Para n = 1 e tendo x1 = 2
como ponto médio do intervalo [a, b], pode-se notar que,
neste caso, o polinômio de Lagrange tem grau zero, isto é, constante, ou mais precisamente,
f (a+b)
L0 (f ; x) = 2
.
Portanto
Z b
a+b
Q(f ) = L0 (f ; x)dx = (b − a)f .
a 2
Esta fórmula de quadratura é denotada por Qp ,
Z b
a+b
f (x)dx ≈ (b − a)f =: Qp (f )
a 2
e é chamada fórmula de quadratura do paralelogramo (do ponto médio).
b
b−a
Z
f (x)dx ≈ f (a) + f (b) =: QT (f )
a 2
Sabemos que
Z b
a+b
I(f ) = f (x)dx ≈ (b − a)f = QP (f )
a 2
x1
(b − a)
Z
x0 + x1
f (x)dx ≈ f ,
x0 n 2
x2
(b − a)
Z
x1 + x2
f (x)dx ≈ f ,
x1 n 2
..
.
xk
(b − a)
Z
xk−1 + xk
f (x)dx ≈ f ,
xk−1 n 2
..
.
xn
(b − a)
Z
xn−1 + xn
f (x)dx ≈ f .
xn−1 n 2
b n
(b − a) X
Z
xk−1 + xk
f (x)dx ≈ f =: QP,n (f ).
a n k=1
2
isto é;
2k−1
yk = a + 2n
(b − a), k = 1, · · · , n.
n n
(b−a)
X (b − a) X (b − a)
QP,n (f ) = n
f (yk ) = f a+ (2k − 1) .
k=1
n k=1
2n
x1
(b − a)
Z
f (x)dx ≈ (f (x0 ) + f (x1 )),
x0 2n
..
Z xk .
(b − a)
f (x)dx ≈ (f (xk−1 ) + f (xk )),
xk−1 2n
..
Z xn .
(b − a)
f (x)dx ≈ (f (xn−1 ) + f (xn )).
xn−1 2n
Somando os resultados, obtemos
Z b ( n−1
)
(b − a) X
f (x)dx ≈ f (a) + 2 f (xk ) + f (b) =: QT,n (f ).
a 2n k=1
b
(b − a)
Z
a+b
I(f ) = f (x)dx ≈ f (a) + 4f + f (b) = QS (f ).
a 6 2
Em cada intervalo
x1
(b − a)
Z
f (x)dx ≈ {f (x0 ) + 4f (y1 ) + f (x1 )} ,
x0 6
..
Z xk .
(b − a)
f (x)dx ≈ {f (xk−1 ) + 4f (yk ) + f (xk )} ,
xk−1 6
..
Z xn .
(b − a)
f (x)dx ≈ {f (xn−1 ) + 4f (yn ) + f (xn )} .
xn−1 6
A soma é
( n−1 n
)
b
(b − a)
Z X X
f (x)dx ≈ f (a) + f (b) + 2 f (xk ) + 4 f (yk ) =: QS,n (f ),
a 6n k=1 k=1
a+b 2
a+b
+ f0 a+b a+b
+ 12 f 00 (ξ(x)) x −
f (x) = f 2 2
x− 2 2
.
Integrando esta igualdade com respeito à variável x, em [a, b], e levando em consideração
Z b
(a − b)
que x− dx = 0, obtemos
a 2
Z b 2
1 (a + b)
I(f ) = QP (f ) + 2
f ”(ξ(x)) x − dx. (29)
a 2
Vamos precisar agora da seguinte versão do Teorema do valor médio para integrais:
Se F, G ∈ C[a, b] e G(x) ≥ 0 para todo x ∈ [a, b], então existe um ponto η ∈ [a, b], tal que
Z b Z b
F (x)G(x)dx = F (η) G(x)dx.
a a
Aplicando este Teorema na integral do item (29), juntamente com a igualdade G(x) =
2
Z b x − (a+b)
(x− (a+b)
2 )
2
2 (b − a)3
e F (x) = f ”(ξ(x)), e calculando dx = , vamos assim
2
2 24
a
concluir que se f ∈ C 2 [a, b], então existe um ponto ξP ∈ [a, b], tal que
(b−a)3
RP (f ) := I(f ) − QP (f ) = 24
f ”(ξP ). (30)
Para obtermos o preceito a respeito do erro da fórmula do trapézio , vamos lembrar que
o erro da interpolação de uma função f ∈ C 2 [a, b] por polinômio de grau um em a e b.
Neste caso, para todo x ∈ [a, b], existe um ξ = ξ(x) ∈ (a, b), de modo que
Novamente integrando em [a, b], aplicando o Teorema do valor médio e calculando as cor-
respondentes integrais, concluı́mos que se f ∈ C 2 [a, b], então existe um ponto ξT ∈ [a, b], tal
que
CAPÍTULO 1. INTEGRAÇÃO NUMÉRICA POR FÓRMULAS DE QUADRATURA 9
3
RT (f ) := I(f ) − QT (f ) = − (b−a)
12
f ”(ξT ). (31)
Para o resultado sobre o erro da fórmula de quadratura de Simpson iremos usar a interpo-
lação de Hermite por um polinômio de grau três com nós simples em a e b e nó duplo no ponto
(a+b)
médio 2
.Escrevendo de forma mais precisa, temos que o polinômio interpolador é
H3 (f, x) = f (a)h1,0 (x) + f (a+b)
2
h2,0 (x) + f 0 (a+b)
2
h2,0 (x) + f (b)h3,0 (x).
Fazendo uso do Teorema 9 que fala sobre o erro do processo interpolatório teremos que,
se f ∈ C 4 [a, b], para todo x ∈ [a, b], então existe um ξ = ξ(x) ∈ (a, b), tal que
5
RS (f ) := I(f ) − QS (f ) = − (b−a)
2880
f (4) (ξS ).
Nossa próxima tarefa será obter representações para os erros das correspondentes fórmulas
de quadratura composta e para esse propósito vamos recordar que conseguimos obter as
últimas representações dos erros através de aplicação das fórmulas simples em n subintervalos
e posteriormente somando estes resultados, mas agora avaliaremos o erro em cada intervalo e
somaremos os erros.
A ideia funcionará da seguinte forma para a fórmula de quadratura composta do paralelo-
gramo, aplicaremos a igualdade vista no item (30) em cada subintervalo e obteremos:
CAPÍTULO 1. INTEGRAÇÃO NUMÉRICA POR FÓRMULAS DE QUADRATURA 10
Iremos utilizar agora outro Teorema do Valor Médio, o qual afirma o seguinte:
-Se g ∈ C[a, b], então para quaisquer n ponto ξ1 , ξ2 , · · · , ξn de [a, b], existe um ponto η ∈
[a, b], tal que
(b−a)3
I(f ) − QP,n (f ) = 24n2
f ”(ξP,n ).
Vamos ainda observar algo importante que este Teorema implica a respeito da integração
de funções que possuem segunda ou ate quarta derivadas e que são limitadas em um intervalo
[a, b].
Nossa experiência com a análise do erro e com a convergência dos polinômios interpoladores
nos ajudara provar facilmente o seguinte:
O primeiro exemplo mostra que estes resultados teóricos possuem aplicações imediatas in-
teressantes.
Exemplo 16. Calcular aproximadamente o número π com erro que não excede 0, 004.
Solução: Não vamos resolver este problema mostrando todos os detalhes, para ser mais
π
exato a sugestão aqui é aproximar não exatamente π mas sim o 4
e representar esse número
1
pela integral de f (x) = (1+x2 )
em [0, 1]. Já a análise da segunda derivada, da quarta derivada
e de suas normas vai exigir um esforço um pouco maior, mas, surpreendentemente, os limites
superiores para essas normas serão os mesmos do caso anterior.
CAPÍTULO 1. INTEGRAÇÃO NUMÉRICA POR FÓRMULAS DE QUADRATURA 12
Nesta seção estabeleceremos algumas propriedades básica dos polinômios ortogonais que são
absolutamente necessárias para que posteriormente, desenvolvamos a teoria das chamadas fór-
mulas de quadratura de Gauss.
Já estudamos algumas propriedades dos polinômios algébricos e sabemos que eles contem-
plam as propriedades analı́ticas, o que se deve ao fato de serem funções, e também contem-
plam as propriedades algébricas, pois o espaço Pn dos polinômios de grau n é um espaço linear
cuja dimensão é n + 1.
Sabemos também quando e como podemos construir uma base ortogonal num espaço linear.
Isto é feito através do processo de ortogonalização de Gram-Schmidt. A essência da construção
de polinômios ortogonais é muito parecida com o processo de obter uma base ortogonal. É claro
que para termos a noção de ortogonalidade, temos que ter um produto interno.
CAPÍTULO 1. INTEGRAÇÃO NUMÉRICA POR FÓRMULAS DE QUADRATURA 13
Desta forma, temos um produto interno, ja que ele é obviamente simétrico, linear com
respeito a cada uma das variáveis e por fim satisfaz hf, f iσ > 0 para todo polinômio que não
seja identicamente nulo.
Demonstração: O fato é que se pn for o n-ésimo polinômio ortogonal com relação ao produto
interno h., .iσ , então ele necessariamente é ortogonal a todo polinômio de grau n − 1 e isto é
consequência da construção do sistema ortogonal por meio do processo de Gram-Schimidt a
partir da base das potências 1, x, x2 , · · · , xn
Segue agora a prova formal.
Se pn é o n-ésimo polinômio ortogonal então sabemos que o produto interno hpn , pm iσ = 0,
para m = 0, 1, · · · , n − 1.
Se q ∈ Pn−1 , pelo fato de p0 , p1 , · · · , pn−1 formar uma base de Pn−1 , então, desse modo
existirá únicas constantes α0 , · · · , αn−1 , tais que
CAPÍTULO 1. INTEGRAÇÃO NUMÉRICA POR FÓRMULAS DE QUADRATURA 14