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Prezados alunos, estas notas de aula foram pensadas para a versão de ensino remoto
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do tradicional curso de férias de Introdução ao Cálculo, oferecido pelo Programa de
Pós-Graduação em Física da UFSC. Estas notas são baseadas no livro de Cálculo A das
Professoras Diva Flemming e Mirian Buss, publicado pela EdUFSC (e posteriomente
pela Cengage Learning) e descrito nas referências. Além disso, percebam que estas
notas não substituem a nossa aula síncrona do dia 28/01/21, pois durante a aula teremos
muitos exemplos e discussões dos conceitos e definições apresentados aqui. Espero
vocês no Zoom no dia 28!
.
Figure 4.1: retirada da ref. [1], p.144.
Sejam P (x1 , y1 ) e Q(x2 , y2 ) dois pontos distintos da curva y = f (x). Seja s a reta secante
que passa pelos pontos P e Q. Considerando o triângulo na figura acima, temos que a
inclinação da reta s (ou coeficiente angular de s) é dado por
y2 − y1 ∆y
tan α = = .
x2 − x1 ∆x
Vamos agora manter P fixo e fazer Q se mover pela curva y = f (x) em direção à P , i.e.,
Q → P.
.
Figure 4.2: retirada da ref. [1], p.144.
Notem que isto faz a inclinação da reta secante s variar. E quando Q vai se aproximando
cada vez mais de P , a inclinação da reta s varia cada vez menos. De fato, ela tende a um
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valor limite constante. Este valor é chamado inclinação da reta tangente à curva no ponto
P . Podemos formalizar esta ideia da seguinte forma:
Definição: Dada uma curva y = f (x), seja P (x1 , y1 ) um ponto sobre ela. A inclinação
da reta tangente à curva no ponto P é dada por
∆y f (x2 ) − f (x1 )
m(x1 ) = lim = lim ,
Q→P ∆x x2 →x1 x2 − x1
quando o limite existe. Como x2 = x1 + ∆x, podemos reescrever o limite anterior como
f (x1 + ∆x) − f (x1 )
m(x1 ) = lim .
∆x→0 ∆x
Se conhecermos a inclinação da reta tangente à curva no ponto P , podemos encontrar
a equação da reta tangente à curva em P .
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f (x + ∆x) − f (x)
f 0 (x) = lim ,
∆x→0 ∆x
se este limite existir.
Definição Extra: Dizemos que uma função é derivável quando existe derivada em todos
os pontos do seu domínio.
Notação de Leibniz: dy
dx
(lê-se derivada de y em relação à x).
É importante lembrar que, por hipótese, existe f 0 (x). Isto permitiu que g 0 (x) fosse cal-
culado.
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Novamente, esta demonstração é válida porque assumimos como hipótese que f 0 (x) e
g 0 (x) existem.
Derivada de um produto:
Sejam f e g funções e h a função definida por h(x) = f (x)g(x). Se f 0 (x) e g 0 (x) existem,
então h0 (x) = f 0 (x)g(x) + f (x)g 0 (x).
Prova:
h(x + ∆x) − h(x) f (x + ∆x)g(x + ∆x) − f (x)g(x)
h0 (x) = lim = lim
∆x→0 ∆x ∆x→0 ∆x
Truque: Adicionamos e subtraímos ao numerador f (x + ∆x)g(x). Isto implica que:
Para concluir esta demonstração, usamos o fato de que toda função derivável num
ponto é contínua neste ponto. Como, por hipótese, f (x) é uma função derivável para
todo x no seu domínio segue que lim∆x→0 f (x + ∆x) = f (x). Desta forma,
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Derivada de um quociente
Sejam f e g funções e h a função definida por h(x) = f (x)/g(x), onde g(x) 6= 0. Se f 0 (x)
e g 0 (x) existem, então
f 0 (x) g(x) − f (x) g 0 (x)
h0 (x) = .
[g(x)]2
Esta demonstração pode ser consultada na referência [1], página 171.
a∆x − 1
0 x
f (x) = lim a · lim
∆x→0 ∆x→0 ∆x
| {z }
Um dos limites fundamentais!
= ax ln a .
Um caso particular muito útil ocorre quando a é o número neperiano e. Neste caso
ln e = 1 e, portanto, se f (x) = ex segue que f 0 (x) = ex .
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Para prosseguir vamos usar um pequeno truque, que é multiplicar a potência 1/∆x por
x/x (já que este é igual a 1). Assim, obtemos que:
" 1/∆x · x/x #
1
f 0 (x) = loga lim 1 +
∆x→0 x/∆x
" x/∆x #1/x
1
= loga lim 1 +
∆x→0 x/∆x
" x/∆x #
1 1
= loga lim 1 +
x ∆x→0 x/∆x
| {z }
lim. fundamental!
1
= loga (e) .
x
Note que usamos as propriedades do logaritmo, assim como aquelas relativas à limites.
As principais são:
• loga (x) − loga (y) = loga x
y
.
1 1
f (x) = ln(x) ⇒ f 0 (x) = ln(e) = .
x x
Desta forma,
sin (x + ∆x) − sin x
f 0 (x) = lim
∆x→0
∆x
2 sin x+∆x−x x+∆x+x
2
cos 2
= lim
∆x→0 ∆x
∆x
cos 2x+∆x
2 sin 2 2
= lim .
∆x→0 ∆x
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Logo,
Referência Bibliográfica
[1] Diva M. Flemming, Mirian B. Gonçalves, Cálculo A: funções, limite, derivação, in-
tegração. Editora da UFSC e Makron Books, 1992.
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Exercícios Propostos 5
Parte I:
1. Encontre a equação da reta tangente à curva y = x2 +1, no ponto cuja abcissa é 2.
2. Suponha que uma bola de tênis é lançada do alto de uma mesa. A posição da
bola em função do tempo é dada por x(t) = −5t2 . Encontre a velocidade da bola
em função do tempo sabendo que v(t) = dx(t)
dt
.
Parte II:
1. Use as regras de derivação que vimos em aula e encontre a derivada das
seguintes funções:
(t2 +1)(t−1)
d) u(t) = 8t2
.
e) f (x) = x1/2 .
Parte III:
1. Usando as regras de derivação, obtenha a derivada das seguintes funções:
a) n(t) = et cos(t)
b) f (x) = sec(x)
ex + e−x ex − e−x
cosh(x) = , sinh(x) = ,
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e que a derivada de e−x é −e−x (Vocês aprenderão o motivo disso em breve!),
encontre as derivadas de sinh(x) e cosh(x).