Você está na página 1de 24

Universidade Federal de Campina Grande - Campus de Cuité

Centro de Educação e Saúde


Unidade Acadêmica de Física e Matemática

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL III


Prof.a Maria de Jesus Unidade I
Aluno(a):

Este material foi elaborado usando os livros: Cálculo 1 (Leithold), Cálculo A(Diva Marília
Fleming), Cálculo (Thomas) e Um Curso de Cálculo (Guidorizzi).

Funções Transcedentes Elementares

Funções Inversas e Derivadas

De…nição 1: Uma função f é injetora no seu domínio D se


f (x1 ) 6= f (x2 ) sempre que x1 6= x2 em D;
ou equivalentemente,
f (x1 ) = f (x2 ) =) x1 = x2 :

De…nição 2: Se uma função f : A ! B é injetora, então f possui uma inversa denotada


por f 1 : B ! A, tal que
x = f 1 (y) () y = f (x) :

Um teste para inversas: As funções f e g são inversas uma da outra se,


f (g (x)) = x e g (f (x)) = x:
1
Nesse caso g = f e f = g 1:
p
Exemplo 1: As funções f (x) = x3 e g (x) = 3
x são inversas uma da outra.

Observação 1: Uma função contínua f que é crescente em [a; b], isto é, x1 < x2 ) f (x1 ) <
f (x2 ), admite uma função inversa f 1 que é contínua e crescente em [f (a) ; f (b)]. O mesmo
vale para a função decrescente.

Exercício: Determine a inversa de f (x) = x2 , onde x 0, represente gra…camente f e f 1


.
Em seguida calcule a derivada de f e de f 1 . Observe a relação entre as derivadas.

Teorema 1: (Regra da Derivada para Funções Inversas) Se uma função derivável f admite
uma função inversa g = f 1 e se f 0 (g (c)) 6= 0, então g é derivável em c e
1
g 0 (c) = :
f 0 (g (c))

1
Observação 2: O teorema anterior as vezes nos permite encontrar valores particulares de
f 1 sem a conhecermos.

Exemplo 2: Seja f (x) = x3 + 2x 1, prove que f tem uma função inversa g, e determine
o coe…ciente angular da tangente ao grá…co de g no ponto P (2; 1).

Funções Exponenciais e Logarítmicas Naturais

De…nição 3: A função logaritmo natural, denotada por ln, é de…nida por


Z x
1
ln x = dt, 8 x > 0:
1 t

O domínio dessa função é o intervalo (0; +1).


Notemos que:
1
Se x > 1, então ln x é a área sob o grá…co da curva y = de t = 1 a t = x.
Z x Z 1t
1 1
Se 0 < x < 1, então, como por de…nição dt = dt, ln x é a área sob o grá…co da
1 t x t
1
curva y = de t = x a t = 1 com sinal negativo.
t Z 1
1
Se x = 1, então ln 1 = dt = 0.
1 t

Derivada da Função Logarítmica Natural

Z x Z x
1 1 1
Como ln x = dt, x > 0, temos Dx (ln x) = Dx dt = (usando o T.F.C.).
1 t 1 t x
Logo
1
Dx (ln x) =
; x > 0:
x
Lembrete(T.F.C) Seja f uma função contínua em um intervalo fechado [a; b].

2
Z x
Parte I: Se a função G : [a; b] ! R é de…nida por G (x) = f (t) dt, 8 x 2 [a; b], então G é
a
uma antiderivada de f , isto é, G0 (x) = f (x) :
Z b
Parte II: Se F é qualquer antiderivada de f em [a; b], então f (x) dx = F (b) F (a) :
a

Teorema 2 (Generalização da Derivada). Se u = g (x) e g é derivável, então

1
(i) Dx (ln u) = :Dx u, se u > 0:
u
1
(ii) Dx (ln juj) = :Dx u, se u 6= 0:
u
p dy
Exemplo 3: Se y = ln x + 1 determine Dx y ou :
dx
Exemplo 4: Se f (x) = ln j5 + 6x 7x3 j determine f 0 (x) :
p
Exercício: Calcule f 0 (x), onde f (x) = ln (cos x).

Propriedades: Se p > 0 e q > 0, então

(i) ln(p:q) = ln p + ln q;
p
(ii) ln = ln p ln q;
q
(iii) ln pr = r ln p, para todo r número racional.

As vezes é conveniente aplicar as propriedades dos logaritmos antes de derivar.

Exemplos: Calcule a derivada das seguintes funções: r


p 2
3 3 x 1
a) f (x) = ln[ 6x 1 (4x + 5) ] b) g (x) = ln 2
x +1

Grá…co da Função Logarítmica Natural

Observemos que:
A função f (x) = ln x é crescente para x > 0, pois f 0 (x) > 0:
O grá…co de f (x) = ln x é côncavo para baixo, pois f 00 (x) < 0:
Já notamos que f (x) = ln x é positiva para x > 1 e negativa em 0 < x < 1 e mais,
f (1) = ln 1 = 0:

3
Segue da nossa intuição geométrica que quando x ! 1, ln x ! 1, isto é, lim ln x = 1.
x!1

Ainda temos, lim+ ln x = 1;


x!0
1 1
pois ln = ln 1 ln x = ln x ) ln x = ln
x x
1 1
e lim+ ln x = lim+ ln = lim+ ln = 1:
x!0 x!0 x x!0 x

Integral Se u = g (x) 6= 0 e g é derivável, então


Z
1
du = ln juj + c.
u

Exemplo: Calcule as integrais:


Z 4 Z p
1 ln x
a) dx b) dx
2 9 2x x

A função Exponencial Natural


Como a função ln é crescente com domínio (0; +1) e imagem ( 1; 1), ln possui uma inversa
com domínio ( 1; 1) e imagem (0; +1) chamada função exponencial natural denotada por
exp.

De…nição 4: A função exponencial natural é de…nida por

y = exp x () x = ln y;

onde x é arbitrário e y > 0.


Como essas funções são inversas uma da outra, podemos escrever

(i) exp (ln x) = x, x > 0;

4
(ii) ln (exp x) = x, 8 x 2 R:

Grá…co: O grá…co de y = exp x é obtido pela re‡exão do grá…co de y = ln x em relação à


reta y = x.

Notemos que lim (exp x) = 1 e lim (exp x) = 0


x!+1 x! 1

De…nição 5: (O número e) O número "e" é aquele número no domínio do logaritmo tal que
Ze
1
ln e = dt = 1;
t
1

isto é,
exp (1) = e:
Esse número é irracional e vale aproximadamente 2; 71828.

Se r é um número racional, então

ln er = r ln e = r:1 = r (I)

Por outro lado,


ln (exp r) = r (II)
e ln x é injetora. comparando (I) e (II), obtemos

exp r = er :

Isto motiva a seguinte de…nição.

De…nição 6: Se x é um número real, então exp x = ex e

y = ex , x = ln y:

Por esta razão chamamos exp uma função exponencial e nos referimos a ela como função
exponencial de base e. Daqui por diante escreveremos ex em vez de exp x para denotar
valores da função exponencial natural.

5
Assim,

(i) ln ex = x; 8 x 2 R:
(ii) eln x = x; 8 x > 0:

Teorema 3: Sejam p e q números reais e r um número racional, então

i) ep :eq = ep+q
ep
ii) q = ep q
e
iii) (ep )r = ep:r

Derivada e Integral de ex

A derivada da função exponencial natural existe, pois essa função é a inversa de uma função
derivável que nunca se anula (teorema 1).

Teorema 4: A função f (x) = ex é derivável e Dx (ex ) = ex :

Exemplo: Calcule f 0 , onde f (x) = x2 ex :

Notemos que Dx (ex ) = ex > 0; 8 x 2 R, logo f (x) = ex é crescente e contínua em toda


reta.

Teorema 5 (Generalização da Derivada): Se u = g (x) é derivável, então

Dx (eu ) = eu :Dx u:

2
Exemplo: Calcule f 0 , onde f (x) = ecos x :

Teorema 6: Se u = g (x) é derivável, então


Z
eu du = eu + c:

Exemplo: Calcule as integrais


Z Z
ex
a) ecos x sen x dx b) dx
(ex + 1)2

6
Funções Exponenciais e Logarítmicas Gerais

De…nição 07: Sejam a 2 R, a > 0 e x 2 R, a função exponencial geral de base a é de…nida


por:
ax = ex ln a :
Notemos que se a = e, temos

ax = ex ln a = ex ln e = ex:1 = ex :

Veja abaixo a "aparência" do grá…co da função exponencial geral para a > 1; 0 < a < 1 e
a = 1:

O teorema 3 continua sendo válido para ax :

Teorema 07: Se a > 0 e b > 0, u; v 2 R, então

i) au :av = au+v
ii) (au )v = au:v
iii) (a:b)u = au :bu
au
iv) = au v
av
a u au
v) =
b bu

Derivada

Teorema 08: Se a > 0, então


Dx (ax ) = ax ln a:

Teorema 09: Se a > 0, e u = g (x), onde g é derivável, então

Dx (au ) = (au ln a):Dx u:

7
Exemplo: Calcule as derivadas das seguintes funções:
p 10 2 +1
a) f (x) = 5x b) f (x) = 3 x
c) f (x) = (x2 + 1) + 3x :

Integral

Teorema 10: Se a > 0, a 6= 1 e u = g (x) com g derivável, então


Z
au
au du = + c:
ln a
Exemplo: Calcule as integrais:
Z Z Z
x 3
a) 5 dx b) x2 5x dx c) 2sen 2x cos 2x dx

Função Logarítmica Geral

De…nição 8: Para qualquer a > 0, a 6= 1, a função loga x é a função inversa de ax . Assim

y = loga x () x = ay :

Exemplo: log5 25 = 2, pois 52 = 25:

Notemos que: quando a = e, temos

y = loge x () x = ey

Relação entre ln e loga : Seja y = loga x:

De x = ay , temos ln x = ln (ay ) = y ln a
Assim,
ln x
y= ;
ln a
como y = loga x, obtemos

ln x
loga x = Fórmula de Mudança de Base.
ln a
As propriedades de ln também são válidas para loga :

8
Derivada

Teorema 11: Se a > 0; a 6= 1 e x > 0; então


1
(i) Dx loga x = :
x ln a

Se u = g (x), onde g é derivável em x, então


1
(ii) Dx loga juj = :Dx u:
u ln a
Exemplo: Calcule a derivada das seguintes funções:
q
a) f (x) = log2 jx2 9j b) f (x) = log 3 (2x + 5)2

Exemplo: Se y = xx e x > 0, determine Dx y:


Use derivação logaritmica - Diretrizes:
1o ) y = f (x) dada,
2o ) ln y = ln f (x) usa logaritmos naturais e simpli…ca,
3o ) Dx (ln y) = Dx [ln f (x)] deriva implicitamente,
1
4o ) Dx y = Dx [ln f (x)];
y
5o ) Dx y = y:Dx [ln f (x)] isto é Dx y = f (x) :Dx [ln f (x)]:

Integral

Usando
Z a técnica de integração por partes mostre que:
a) ln x dx = x ln x x + C
Z
x
b) loga x dx = x loga x +C
log a

Lembrete
Fórmula de Integração por Partes: Se u = f (x) e v = g (x) e se f 0 e g 0 são contínuas, então
Z Z
u dv = uv v du:

Escolhemos u = f (x) como uma função que se torna mais simples quando deriva, de maneira
que dv = g 0 (x) dx possa ser prontamente integrada.

9
Funções Trigonométricas

Função Seno: De…nimos a função seno como a função f de R em R que a cada x 2 R faz
corresponder o número real y = sen x, isto é,

f :R!R
x 7! f (x) = sen x

Domínio: D (f ) = R, Imagem: Im (f ) = [ 1; 1]
Grá…co:

Função Cosseno: De…nimos como:

f :R!R
x 7! f (x) = cos x

Domínio: D (f ) = R, Imagem: Im (f ) = [ 1; 1]
Grá…co:

Função Tangente, Cotangente, Secante e Cossecante: Essas funções são de…nidas em termos
de seno e cosseno.
sen x 1
tg x = sec x =
cos x cos x
3 5
para os valores de x tais que cos x 6= 0. Como cos x = 0 quando x = ; ; ; ::: ,
2 2 2
isto é, quando x = + n , n 2 Z, temos:
2

D (tg) = D (sec) = fx 2 R; x 6= + n g:
2

10
Veja os grá…cos:

Agora
cos x 1
cotg x = cosec x =
sen x sen x
para todos os valores de x tais que sen x 6= 0. Como sen x = 0 para x = n , n 2 Z, temos:

D (cotg) = D (cosec) = fx 2 R; x 6= n g:

Veja os grá…cos:

Do triângulo retângulo

Temos

y r
sen = sec =
r x

x r
cos = cosec =
r y

y x
tg = cotg =
x y

11
Identidades Trigonométricas

Aplicando o teorema de Pitágoras no triângulo acima temos:

x2 + y 2 = r 2 :

Dividindo por r2 , obtemos


x2 y 2
+ 2 = 1 =)
r2 r

sen 2 + cos2 = 1: (1)

Dividindo a última igualdade (1) por cos2 , vem

tg 2 + 1 = sec2 :

e dividindo (1) por sen 2 obtemos

1 + cotg2 = cosec2 :

Fórmulas de Adição:

i) sen(a + b) = sen a: cos b + sen b: cos a


ii) sen(a b) = sen a: cos b sen b: cos a
iii) cos(a + b) = cos a cos b sen a: sen b
iv) cos(a b) = cos a cos b + sen a: sen b

Derivada das Funções Trigonométricas


Proposição: Seja u = f (x) derivável, então:

1) y = sen u, então y 0 = cos u:u0

2) y = cos u, então y 0 = sen u:u0

3) y = tg u, então y 0 = sec 2 u:u0

4) y = cotg u, então y 0 = cosec 2 u:u0

5) y = sec u, então y 0 = sec u: tg u:u0

6) y = cosec u, então y 0 = cosec u: cotg u:u0

12
Dem: Para demonstrar usaremos as fórmulas:

sen(a + b) = sen a: cos b + sen b: cos a

cos(a + b) = cos a: cos b sen a: sen b


E lembremos dos seguintes limites:
sen 1 cos
a) lim sen = 0 b) lim cos = 1 c) lim =1 d) lim =0
!0 !0 !0 !0

1)
sen(x + x) sen x
(sen x)0 = lim
x!0 x
sen x cos ( x) + sen ( x) cos x sen x
= lim
x!0 x
sen x cos ( x) sen x sen ( x) cos x
= lim + lim
x!0 x x!0 x
(cos ( x) 1) sen ( x)
= lim sen x: + lim : cos x
x!0 x x!0 x
(cos ( x) 1) sen ( x)
= lim sen x: lim + lim : lim cos x
x!0 x!0 x x!0 x x!0

= sen x:0 + 1: cos x = cos x

2)
cos(x + x) cos x
(cos x)0 = lim
x!0 x
cos x cos ( x) sen x sen ( x) cos x
= lim
x!0 x
cos x(cos ( x) 1) sen ( x)
= lim lim : sen x
x!0 x x!0 x
(cos ( x) 1) sen ( x)
= lim cos x: lim lim sen x: lim
x!0 x!0 x x!0 x!0 x

= cos x:0 sen x:1 = sen x

cos x 1
lim =0
x!0 x

13
De fato
cos x 1 cos x + 1 cos 2 x 1 sen 2 x
lim : = lim = lim
x!0 x cos x + 1 x!0 x(cos x + 1) x!0 x(cos x + 1)

sen x sen x 0
= lim : lim = 1: = 1:0 = 0
x!0 x x!0 (cos x + 1) 2

3)
0
sen x (sen x)0 : cos x sen x:(cos x)0 cos 2 x + sen 2 x
(tg x)0 = = =
cos x cos 2 x cos 2 x

1
= = sec 2 x
cos 2 x
4)
0
0 cos x (cos x)0 sen x cos x(sen x)0 sen 2 x cos 2 x
(cotg x) = = =
sen x sen 2 x sen 2 x

(sen 2 x + cos 2 x) 1
= = = cosec 2 x
sen 2 x sen 2 x
5)
0
0 1 10 : cos x 1:(cos x)0 ( sen x)
(sec x) = = =
cos x cos 2 x cos 2 x

sen x 1
= : = tg x: sec x = sec x: tg x
cos x cos x
6)
0
0 1 10 : sen x 1:(sen x)0 cos x
(cosec x) = = =
sen x sen 2 x sen 2 x

1 cos x
= : = cosec x: cotg x
sen x sen x

Exemplos: Determine a derivada das seguintes funções.

p 1
a) y = sen x3 b) y = cos x c) y = 3 tg + sen x: sec(x3 + 1)
x
x+1
d) y = 5x + cotg 3x e) y = cosec
x 1

14
Integral
Se u = g(x) com g derivável, então:
Z Z
1: sen u du = cos u + c 4: cotg u du = ln j sen uj + c = ln j cosec uj + c

Z Z
2: cos u du = sen u + c 5: sec u du = ln j sec u + tg uj + c

Z Z
3: tg u du = ln j cos uj + c = ln j sec uj + c 6: cosec u du = ln j cosec u cotg uj + c

Exercício: Mostre o resultado acima (3) (6) :

Exempo: Calcule as integrais:


Z
a) x cotg x2 dx

Z =2
x
b) tg dx
0 2
Z
c) e2x sec e2x dx
Z
d) (cosec x 1)2 dx

Funções Trigonométricas Inversas


Quando tentamos encontrar as funções trigonométricas inversas, temos uma pequena di…-
culdade. Como as funções trigonométricas não são funções injetoras, elas não tem funções
inversas.

Essa di…culdade é superada restringindo-se os domínios dessas funções de forma a torná-las


injetoras.

De…nição: A função inversa do seno, denotada por arco seno, é de…nida como.

y = arcsen x , sen y = x

para 1 x 1e y .
2 2
1
Exemplo: Encontre o arcsen .
2

15
p
2
Exercício: Encontre o arcsen :
2

Grá…co:

Pelo teorema 1, temos

1 1 1 1
[f (x)]0 = = = ; 8 x 2 ( 1; 1) :
f0 (f 1 (x)) cos (arcsen x) cos y

No entanto,
p p p
sen2 y + cos2 y = 1 ) cos2 y = 1 sen2 y ) cos2 y = 1 sen2 y ) j cos yj = 1 sen2 y;

ou ainda p
cos y = 1 sen2 y; pois cos y > 0; 8 y 2 ; :
2 2
Logo
1 1 1
[f (x)]0 = p =p ; 8 x 2 ( 1; 1) :
1 sen2 y 1 x2
Portanto, a função arco seno é derivável em ( 1; 1) e
1
Dx [arcsen x] = p :
1 x2

De…nição: A função inversa do cosseno, denotada por arccosseno, é de…nida como

y = arccos x , cos y = x;
para 1 x 1e0 y :

1
Exemplo: Encontre arccos :
2
p
2
Exercício: Encontre arccos :
2

16
Grá…co:

Usando o teorema 1,

1 1 1 1
[f (x)]0 = = = ; 8 x 2 ( 1; 1) :
f 0 (f 1 (x)) sen (arccos x) sen y

No entanto,
p
sen2 y + cos2 y = 1 ) sen2 y = 1 cos2 y ) sen y = 1 x2 ; pois sen y > 0; 8 y 2 (0; ) :

Logo
1 1
[f (x)]0 = p ; 8 x 2 ( 1; 1) :
1 x2
Portanto, a função arco cosseno é derivável em ( 1; 1) e
1
Dx [arccos x] = p :
1 x2
De…nição: A função inversa da tangente, ou função arco tangente, denotada por arctg é
de…nida como

y = arctg x , tg y = x;

para todo x e <y< :


2 2
Exemplo: Encontre arctg( 1):

Exercício: Encontre arctg 0

17
Grá…co:

Pelo teorema 1, temos

1 1 1 1 1 1
[f (x)]0 = = = = 2
= ; 8 x 2 R:
f0 (f 1 (x)) sec2 (arctg x) 2
sec y 1 + tg y 1 + x2

Portanto,
1
Dx [arctg x] = :
1 + x2

De…nição: A função inversa da cotangente, denotada por arccotg é de…nida como

y = arccotg x , cotg y = x;
para qualquer x e 0 < y < :

Exemplo: Encontrar arccotg 1:


1
Exercício: Encontrar arccotg p :
3
Grá…co:

18
Para obtermos a derivada, usaremos a identidade

arccotg x = arctg x; 8 x 2 R:
2
Assim,
1
Dx [arccotg x] = Dx [ arctg x] = 0 :
2 1 + x2
Portanto a função arco cotangente é derivável e
1
Dx [arccotg x] = :
1 + x2

De…nição: A função arco secante (que é a inversa da secante), denotada por arcsec é de…nida
como

y = arcsec x , sec y = x;
3
com 0 y 2
se x 1e y< 2
se x 1:

Exemplo: Encontrar

a) arcsec 2 b) arcsec( 2):

Exercício: Encontrar
2 2
a) arcsec p b) arcsec p :
3 3
Grá…co:

Pelo teorema 1, temos

1 1 1 1 1 1
[f (x)]0 = = = 0 = = ;
f0 1
(f (x)) f0
(arcsec x) f (y) sec y: tg y x: tg y
p p
Usando tg2 y = sec2 y 1 ) tg y = sec2 y 1 ) tg y = x2 1, já que tg y > 0 em
3
(0; ) [ ( ; ):
2 2

19
Logo
1 1
[f (x)]0 = p :
x x2 1
Portanto a função arco secante é derivável em ( 1; 1) [ (1; 1) e ,
1
Dx [arcsec x] = p :
x x2 1

De…nição: A função inversa da cossecante denotada por arccosec é de…nida por

y = arccosec x , cosec y = x
3
com 0 < y 2
se x 1e <y 2
se x 1:

Exemplo: Encontrar

a) arccosec 1 b) arccosec( 1):

Grá…co:

Para obtermos a derivada, usaremos a identidade

arccosec x = arcsec x; jxj > 1:


2
Daí,
1
Dx [arccosec x] = Dx [ arcsec x] = 0 p :
2 x x2 1
Portanto
1
Dx [arccosec x] = p :
x x2 1

Generalizando: Se u = g(x) é uma função derivável em x, então:

20
1 1
1: Dx [arcsen u] = p :u0 4: Dx [arccotg u] = :u0
1 u2 1 + u2

1 1
2: Dx [arccos u] = p :u0 5: Dx [arcsec u] = p :u0
1 u2 u u2 1
1 1
3: Dx [arctg u] = 2
:u0 6: Dx [arccosec u] = p :u0
1+u u u2 1

Exemplos: Encontre a derivada das seguintes funções:


a) f (x) = arcsen x5
p
b) f (x) = 2 arccos x
1
c) f (x) = arctg
x+1
x
d) f (x) = x3 : arccotg
3
e) f (x) = arcsec x2
1
f) f (x) = arccosec
x

Integrais: Das fórmulas para derivadas das funções trigonométricas inversas, podemos
obter:
Z
1
1: p :du = arcsen u + c
1 u2
Z
1
2: :du = arctg u + c
1 + u2
Z
1
3: p :du = arcsec u + c
u u2 1
Que ainda podem ser generalizadas como segue, para a > 0:
Z
1 u
1: p :du = arcsen + c
a 2 u 2 a
Z
1 1 u
2: :du = arctg + c
a2 +u 2 a a
Z
1 1 u
3: p :du = arcsec + c
u u2 a2 a a

21
Exemplo: Calcule as integrais
Z
dx
a) p
4 x2
Z
dx
b) p
4 9x2
Z
x2
c) dx
5 + x6
Z
1
d) p dx
x x4 9

Funções Hiperbólicas

Em grupo, pesquisar e estudar para apresentar em sala de aula sobre as funções hiperbólicas:
de…nição, grá…co, derivada, integral e uma aplicação.

Bom Estudo!!!

22
Exercícios

A. Calcular a derivada de cada função abaixo, simpli…cando sempre que possível.


sen cos
1) f ( ) = 7sec ln 7 2) f ( ) = log7
e2
ln x
3) f (t) = t(ln t)2 4) f (x) =
1 + ln x
1
5) f ( ) = [sen(ln ) + cos(ln )] 6) f (x) = ln p
x x+1
p
x+x2 )
7) f ( ) = ln(sec(ln )) 8) f (x) = e4(
1 + sec x
9) g(v) = 5v cosec v 10) f (x) =
tg x + sen x
11) t( ) = (sen + cos )2 12) f ( ) = cos5 (3 )
p p
13) k( ) = cos2 ( 3 8 ) 14) f (x) = arcsen x + arctg(3x 5)
1
15) f (x) = x2 arctg(x2 ) 16) f (x) =
arcsen x
arctg x
17) f (x) = (1 + arccos 3x)3 18) f (x) = 2
x +1
p p p
19) f (x) = arcsec( x2 1) 20) f (x) = x arcsec x
2 x
21) f (x) = arcsec 5x + arccosec 5x 22) f (x) = arccotg + arctg
x 2
1
23) f (x) = x arcsen 2x 24) f (x) = x2 arcsec
x
ex ex
e x
25) f (x) = x2 e 2x
26) f (x) = x
x2 + 1 e +e x
p 2
27) f (x) = e 2x ln x + ln cos e x
28) f (x) = e3x tg x + 8x +1
29) f (x) = xecotg x 30) f (x) = (x2 + 1)101=x + log(3x2 + 2)5
6x + 4
31) f (x) = 3 log5 32) f (x) = xe + ex
2x 3
2
33) f (x) = log(ln x) 34) f (x) = 2sen x

35) f (x) = xtgx 36) f (x) = e x arcsec e x


p p
37) f (x) = senh 5x + cosh x3 38) f (x) = x tgh x + ln senh 2x
sech x2 3
39) f (x) = 40) f (x) = ln arctg(x2 ) + 3arcsen x
x2 + 1

23
B. Calcule cada integral:
Z =8 Z 5 =3 Z
1 ln x
1) tg 2x dx 2) cosec x dx 3) dx
0 2 x
Z 2 Z Z
e 1
4) e dx 5) dx 6) 3x+1 dx
0 x log x
Z Z Z
cosec2 x 2
7) dx 8) (1 + sec x) dx 9) cotg(3 7x) dx
1 + cotg x
Z p Z Z
ln 2 e =3 4
x2 1 1
10) 2xe dx 11) dx 12) dx
0 1 x cos(ln x) 0 x2 + 16
p
Z Z 2 Z
x 2 x 1
13) p dx 14) p dx 15) p dx
1 x4 0 1 x4 1 4x2
Z 1=6 Z Z
1 sen x 1
16) p dx 17) p dx 18) dx
0 1 9x2 1 cos2 x 9x2 + 16
Z Z Z
1 1 6
19) dx 20) p dx 21) p dx
4 + (x 1)2 4x x2 16 x 25x2 1
Z Z Z
x ex 1
22) 4
dx 23) dx 24) dx
x + 16 e2x + 16 x2 + 6x + 13
Z p
x 2
25) dx
x+1
C. Usando a técnica de integração por partes, calcule as integrais a seguir.
Z Z Z
x 2 3x
1) xe dx 2) x e dx 3) x sec x tg x dx
Z Z Z
2
4) x cos x dx 5) arcsen x dx 6) arctg x dx
Z Z Z
2 x
7) x cosec x dx 8) e sen x dx 9) sen x ln(cos x) dx

Z Z Z
2
3 x 2 2
10) x e dx 11) x sec x dx 12) sen 2 d
0

24

Você também pode gostar