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De…nição 1.1 (Função Injetora) Uma função f (x) é injetora no domínio D se f (x1 ) 6=
f (x2 ) sempre que x1 6= x2 em D:
De…nição 1.2 (Função Inversa) Seja f uma função injetora num domínio D com imagem
1
S: A função inversa f é de…nida por
1
f (a) = b se f (b) = a:
1 1
O domínio de f é S e a imagem de f é D:
1
p
Exemplo 1.1 As funções f (x) = x3 e f 1
(y) = 3 y são funções inversas:
Observação 1.1 É importante entender que uma função está determinada pela lei que
p
a de…ne e não pela letra usada para a variável independente. Assim, f 1 (y) = 3 y;
p
f 1 (x) = 3 x; etc.
Observação 1.2 Nem toda função possui inversa. Por exemplo, f : R ! R de…nida por
f (x) = x2 não possui inversa. Mas, se de…nirmos f de R+ em R+ então y = f (x) = x2
p
admite inversa x = f 1 (y) = y:
Observação 1.3 Uma função que é estritamente crescente em dado intervalo, satisfazendo
f (x2 ) > f (x1 ) quando x2 > x1 ; é injetora e tem inversa. Funções estritamente decrescentes
também têm inversas.
1
Exemplo 1.2 Determine a inversa de f (x) = x + 1 e represente gra…camente. Calcule
2
também a derivada de f e a derivada de f 1 : Qual a relação existente entre suas derivadas?
1 0 1 1
(f ) (b) = = :
f 0 (a) f 0 (f 1 (b))
Teorema 1.1 (Regra da derivada para funções inversas ou Teorema da função inversa) Se
y = f (x) é uma função de…nida em um intervalo aberto I e f 0 (x) existe e nunca é nulo em
1 1
I, então f tem uma inversa f ;f é derivável em qualquer ponto de seu domínio e
1 0 1
(f ) (b) = : (1.1)
f 0 (f 1 (b))
2
1 0 1
Isto é, o valor de (f ) no ponto b do domínio de f é a recíproca do valor de f 0 no ponto
1
a=f (b):
Exemplo 1.3 Seja f (x) = x2 para x > 0: Aplique o Teorema 1.1 para determinar (f 1 0
) (x):
1
Observação 1.4 A equação (1.1) as vezes nos permite encontrar valores particulares de f
1
sem saber a fórmula para f :
Para x = 1; temos Z 1
1
ln 1 = dt = 0:
1 t
3
A Derivada da Função Logarítmica Natural
Rx 1
Como ln x = 1
dt para x > 0; segue do Teorema Fundamental do Cálculo que
t
Z x
d d 1 1
(ln x) = dt = :
dx dx 1 t x
Logo,
d 1
(ln x) = ; x > 0: (1.2)
dx x
Teorema 1.2 Se u é uma função derivável de x; então:
d 1 du
1. (ln u) = ; se u > 0:
dx u dx
d 1 du
2. (ln juj) = ; se u 6= 0:
dx u dx
dy
Exercício 2 Dado y = ln(3x2 6x + 8); calcule :
dx
p
Exercício 3 Dado f (x) = 5x ln( cos x); calcule f 0 (x):
dy
Exercício 4 Dado y = ln j4 + 5x 2x3 j ; calcule :
dx
Exercício 5 Dado f (x) = jxj ; calcule f 0 (x):
Essas propriedades são decorrentes da equação (1.2) e do teorema do valor médio para
derivadas.
4
O Grá…co e a Imagem da Função Logarítmica Natural
Observação 1.5 Segue da nossa intuição geométrica que quando x se torna muito grande
positivo, ln x se torna muito grande positivo. Isto é,
lim ln x = 1:
x!1
Temos também,
1
lim+ ln x = lim ln = lim ( ln t) = lim ln t = 1:
x!0 t!1 t t!1 t!1
Temos, Z
1
dx = ln jxj + C
x
d 1
pois (ln jxj + C) = :
dx x
Exemplo 1.4 Vamos calcular as integrais:
Z 5 Z
1 x
a) dx b) dx
9 x+1 x2 +7
5
Integrais das Funções: Tangente, Cotangente, Secante e Cossecante
R
1. tan x dx = ln jcos xj + C
R
2. cot x dx = ln jsin xj + C
R
3. sec x dx = ln jsec x + tan xj + C
R
4. csc x dx = ln jcsc x cot xj + C:
A função ln; por ser uma função crescente é também injetiva com domínio (0; 1) e
imagem ( 1; 1): Desta forma, possui uma inversa com domínio ( 1; 1) e imagem (0; 1)
chamada Função Exponencial Natural e denotada por " exp ":
De…nição 1.4 A cada número real x corresponde exatamente um número real positivo y
tal que x = ln y: A função Exponencial Natural, denotada por exp; é a inversa da função
logarítmica natural. Assim,
i) exp(ln x) = x, 8 x > 0
ii) ln(exp x) = x, 8 x 2 R:
6
De…nição 1.5 (O número e): A letra "e" denota o número real positivo tal que ln(e) = 1;
isto é, Z e
1
ln(e) = dt = 1
1 t
Logo,
exp(1) = e:
ln er = r ln e = r 1 = r: (1.3)
er = exp r:
ex = y se e somente se ln y = x:
exp x = y se e somente se ln y = x:
7
Comparando esta relação com a de…nição anterior, segue que
Esta é a razão para chamarmos exp uma função exponencial e referimo-nos a ela como
função exponencial de base e: A partir de agora escreveremos ex em vez de exp x para
denotar valores da função exponencial natural. Assim,
i) ln ex = x para todo x 2 R
1 ex1
i) ex1 ex2 = ex1 +x2 ii) e x
= iii) = ex1 x2
iv) (ex )r = erx :
ex ex2
A função exponencial natural é derivável, uma vez que é a inversa de uma função
derivável cuja derivada nunca é zero. Calcularemos sua derivada usando o Teorema (1.1).
d x
(e ) = ex :
dx
Observação 1.6 Como ex > 0; sua derivada também é positiva em qualquer ponto, portanto
é uma função crescente e contínua para qualquer x
d u du
(e ) = eu :
dx dx
8
Integral inde…nida da função exponencial natural:
Z
ex du = ex + C:
ax = ex ln a :
= ex1 ln a+x2 ln a
= e(x1 +x2 ) ln a
= ax1 +x2 :
1. Se a > 1 e x1 < x2 então ax1 < ax2 ; isto é, a função f (x) = ax é estritamente crescente
se a > 1:
9
2. Se 0 < a < 1 e x1 < x2 então ax1 > ax2 ; isto é, a função f (x) = ax é estritamente
decrescente se 0 < a < 1:
d x
(a ) = ax ln a:
dx
2 2 +1
a) y = 10x b) y = 2x c) y = 3tan x d) y = (x2 + 1)10 + 10x :
Teorema 1.8 (Regra Geral da Potência): Seja c 2 R e seja f (x) = xc de…nida para qualquer
x > 0: Então
f 0 (x) = cxc 1 :
10
1.4.2 A Função Logarítmica Geral
De…nição 1.8 Sejam a > 0; a 6= 1 e x > 0 dois números reais quaisquer. O único número
real y tal que ay = x denomina-se logaritmo de x na base a e indica-se por loga x: Assim,
y
y = loga x se, e somente se, a = x:
Por exemplo,
2 = log6 36; pois 62 = 36:
1
Exercício 7 Calcule: (a) log2 4 (b) log2 (c) log5 1
2
Quando a = e; temos que y = loge x se, e somente se, x = ey : Por outro lado, y = ln x
se, e somente se, x = ey : Portanto, ln x = loge x:
Vamos expressar loga x em termos de logaritmos naturais: De x = ay ; tem-se:
ln x = ln(ay ) = y ln a
ou seja,
ln x
y= :
ln a
Como y = loga x; então
ln x
loga x = : (1.4)
ln a
A partir desta relação percebe-se que as propriedades de ln x também são válidas para
loga x:
Teorema 1.10 Para quaisquer números reais x1 > 0 e x2 > 0; a > 0; a 6= 1; b > 0; b 6= 1;
as seguintes propriedades são válidas:
11
x1
2. loga = loga x1 loga x2
x2
1
3. loga = loga x1
x1
4. loga xx1 2 = x2 loga x1
logb x1
5. (Mudança de base) loga x1 =
logb a
6. Se a > 1 e x1 < x2 ; então loga x1 < loga x2
d 1 du
(loga juj) = :
dx u ln a dx
12
Exemplo 1.11 O número de bactérias em uma cultura aumenta de 600 para 1800 em duas
horas. Supondo que a taxa de aumento seja diretamente proporcional ao número de bactérias
presentes, determine: (a) uma fórmula para o número de bactérias no instante t; (b) o
número de bactérias ao …m de quatro horas.
Consideremos a função f (x) = sin x de…nida em [ =2; =2]. Temos que a imagem de f
é o intervalo [ 1; 1] e f 0 (x) = cos x > 0; para todo x 2 ( =2; =2) : Logo, f é crescente em
[ =2; =2] e portanto é injetiva. Pelo Teorema (1.1), a função f (x) = sin x possui inversa
1
de…nida no intervalo [ 1; 1], chamada função arco seno e denotada por f (x) = arcsin x
1 1
ou f (x) = sin x: Assim,
1 0 1 1 1
f (x) = = = ; 8x 2 ( 1; 1): (1.5)
f 0 (f 1 (x)) cos(arcsin x) cos y
Mas,
cos2 y + sin2 y = 1 ) cos2 y = 1 sin2 y
ou seja,
p
cos y = 1 x2 ; pois cos y > 0 8y 2 ( =2; =2): (1.6)
1 0 1
f (x) = p ; para todo x 2 ( 1; 1):
1 x2
Desta forma, a função arco seno é derivável no intervalo ( 1; 1) e
d 1
(arcsin x) = p :
dx 1 x2
13
1.5.2 A Função Arco Cosseno
Além disso,
1 0 1 1 1
f (x) = = = ; 8x 2 ( 1; 1): (1.7)
f 0 (f 1 (x)) sin(arccos x) sin y
Mas,
cos2 y + sin2 y = 1 ) sin2 y = 1 cos2 y
ou seja,
p
sin y = 1 x2 ; pois sin y > 0 8y 2 (0; ): (1.8)
1 0 1
f (x) = p ; para todo x 2 ( 1; 1):
1 x2
Desta forma, a função arco cosseno é derivável no intervalo ( 1; 1) e
d 1
(arccos x) = p :
dx 1 x2
14
x2( =2; =2) : Logo, f é crescente em ( =2; =2) e portanto é injetiva. Pelo Teorema
(1.1), a função f (x) = tan x possui inversa de…nida em R, chamada função arco tangente
1 1 1
e denotada por f (x) = arctan x ou f (x) = tan x: Assim,
Além disso,
1 0 1 1 1 1 1
f (x) = = = = 2
= ; 8x 2 R: (1.9)
f 0 (f 1 (x)) sec2 (arctan x) 2
sec y 1 + tan y 1 + x2
Desta forma, a função arco tangente é derivável em R e
d 1
(arctan x) = :
dx 1 + x2
Consideremos a função f (x) = cot x de…nida no intervalo (0; ). Temos que f 0 (x) =
csc2 x < 0; para todo x 2 (0; ) : Logo, f é decrescente em (0; ) e portanto é injetiva.
Além disso, a imagem de f é o conjunto dos números reais.
Pelo Teorema (1.1), a função f (x) = cot x possui inversa de…nida em R, chamada função
1 1 1
arco cotangente e denotada por f (x) = arccot x ou f (x) = cot x: Assim,
Usaremos a identidade,
arccot x = arctan x; 8x 2 R
2
para obter a derivada da função arccot x:
Temos,
d d
(arccot x) = ( arctan x)
dx dx 2
d
= (arctan x)
dx
1
= :
1 + x2
15
Desta forma, a função arco cotangente é derivável em R e
d 1
(arccot x) = :
dx 1 + x2
Consideremos a função f (x) = sec x de…nida em [0; =2) [ ( =2; ] : Temos que
1 sin x sin x
f 0 (x) = sec x tan x = = > 0; para todo x 2 (0; =2) [ ( =2; ):
cos x cos x cos2 x
Logo, f é crescente em [0; =2) [ ( =2; ] e portanto é injetiva. Pelo Teorema (1.1), a função
f (x) = cot x possui inversa de…nida em ( 1; 1] [ [1; +1), chamada função arco secante
1 1 1
e denotada por f (x) = arcsec x ou f (x) = sec x: Assim,
Além disso,
1 0 1 1 1
f (x) = = = (1.10)
f 0 (f 1 (x)) f 0 (arcsec x) sec y tan y
1
= ; 8x 2 ( 1; 1) [ (1; +1):
x tan y
Mas,
p p
tan2 y = sec2 y 1 =) tan y = sec2 y 1= x2 1: (1.11)
1 0 1
f (x) = p :
x x2 1
1 0
Como (f ) (x) > 0; 8x 2 ( 1; 1) [ (1; +1) então
1 0 1
f (x) = p :
jxj x2 1
d 1
(arcsec x) = p :
dx jxj x2 1
16
1.5.6 A Função Arco Cossecante
Consideremos a função f (x) = csc x de…nida em [ =2; 0) [ (0; =2] : Temos que
cos x
f 0 (x) = csc x cot x = < 0; 8x 2 ( =2; 0) [ (0; =2): Logo, f é decrescente em
sin2 x
[ =2; 0) [ (0; =2] e portanto é injetiva. Pelo Teorema (1.1), a função f (x) = csc x possui
inversa de…nida em ( 1; 1] [ [1; +1), chamada função arco cossecante e denotada por
1 1 1
f (x) = arccsc x ou f (x) = csc x: Assim,
Usaremos a identidade,
d d
(arccsc x) = ( arcsec x)
dx dx 2
d
= (arcsec x)
dx
1
= p :
jxj x2 1
Desta forma, a função arco cossecante é derivável em ( 1; 1) [ (1; +1) e
d 1
(arccsc x) = p :
dx jxj x2 1
d du
1. (arcsin u) = p 1 ; juj < 1
dx 1 u2 dx
d du
2. (arccos u) = p 1 ; juj < 1
dx 1 u2 dx
d 1 du
3. (arctan u) =
dx 1 + u2 dx
d 1 du
4. (arccot u) =
dx 1 + u2 dx
17
d 1 du
5. (arcsec u) = p ; juj > 1
dx juj u2 1 dx
d 1 du
6. (arcsec u) = p ; juj > 1:
dx juj u2 1 dx
p
a) y = arcsin(x2 ) b) y = cos 1 (1=x) c) y = arctan( x)
2x 2 p
d) y = arccot e) y = arcsec f ) y = arccsc x2 + 9
3 3x
R 1 x
1. p dx = arcsin + C; a > 0; jxj < a
a2 x2 a
R 1 1 x
2. dx = arctan + C:
a2 +x 2 a a
R 1 1 x
3. p dx = arcsec + C; a 6= 0 e jxj > jaj :
x x2 a2 jaj a
18
Capítulo 2
Técnicas de Integração
d
[f (x)g(x)] = f 0 (x)g(x) + f (x)g 0 (x):
dx
ou Z Z Z
d 0
[f (x)g(x)] dx = f (x)g(x)dx + f (x)g 0 (x)dx:
dx
Assim, Z Z Z
0 d
f (x)g (x)dx = [f (x)g(x)] dx f 0 (x)g(x)dx
dx
o que leva à fórmula da integração por partes
Z Z
0
f (x)g (x)dx = f (x)g(x) f 0 (x)g(x)dx: (2.1)
du = f 0 (x)dx e dv = g 0 (x)dx
19
e substituindo em (2.1), obtemos:
Z Z
udv = uv vdu: (2.2)
Supondo que tanto f 0 quanto g 0 sejam contínuas ao longo do intervalo [a; b] ; o Teorema
Fundamental do Cálculo nos leva a fórmula de integração por partes para integrais de…nidas:
Z b Z b
0 b
f (x)g (x)dx = f (x)g(x)]a f 0 (x)g(x)dx ou (2.3)
a a
Z b Z b
b
udv = uv]a vdu; se u = f (x) e v = g(x):
a a
R
Exemplo 2.1 (Integral do Logaritmo Natural) ln xdx = x ln x x+C
Z Z 4 Z
d) arcsin xdx d) xe dx e) ex cos xdx:
x
0
Proposição 2.1 Se q(x) é um polinômio com coe…cientes reais, q(x) pode ser expresso como
um produto de fatores lineares e/ou quadráticos, todos com coe…cientes reais.
20
Exemplos 1 a) q(x) = x2 3x+2 = (x 2)(x 1): b) q(x) = x3 x2 +x 1 = (x2 +1)(x 1):
c) q(x) = x2 2x 3 = (x + 1)(x 3):
De…nição 2.1 Um polinômio quadrático é irredutível se não puder ser escrito como o
produto de dois fatores lineares com coe…cientes reais.
Proposição 2.2 Toda função racional própria pode ser expressa como uma soma
p(x)
= F1 (x) + F2 (x) + + Fn (x) (2.4)
q(x)
A Ax + B
ou (2.5)
(ax + b)k (ax2 + bx + c)k
p(x)
A soma (2.4) é a decomposição em frações parciais de e cada termo Fi (x);
q(x)
i = 1; : : : ; n é uma fração parcial.
5x 3
Exemplo 2.3 A função racional pode ser escrita como
x2 2x 3
5x 3 2 3
= + :
x2 2x 3 x+1 x 3
1. O grau de p(x) deve ser menor que o grau de q(x): Se não for, divida p(x) por q(x) e
trabalhe com o resto.
2. Devemos fatorar q(x) completamente em fatores lineares (ax + b)k e/ou quadráticos
irredutíveis (ax2 + bx + c)k ; onde k é um inteiro não negativo.
21
3. As formas das respectivas frações parciais são asseguradas por resultados da Álgebra
e não serão demonstradas:
(a) Fatores Lineares: Para cada fator da forma (ax+b)m ; onde m é a maior potência
de ax + b que divide q(x); associe a soma de m frações parciais
A1 A2 Am
+ + + :
ax + b (ax + b)2 (ax + b)m
(b) Fatores Quadráticos: Para cada fator da forma (ax2 + bx + c)n ; onde n é a
maior potência de ax2 +bx+c que divide q(x); associe a soma de n frações parciais
B1 x + C1 B2 x + C2 Bn x + Cn
+ + + :
ax + bx + c (ax2 + bx + c)2
2 (ax2 + bx + c)n
Exemplo 2.4 (Fatores Lineares Distintos) Calcule as integrais usando frações parciais.
Z Z
1 x2 + 4x + 1
a) dx b) dx
x2 1 (x 1)(x + 1)(x + 3)
22
2.3 Integrais Trigonométricas
onde m e n são inteiros não negativos (positivos ou zero). Os três casos possíveis estão
descritos a seguir.
Caso 1: Se m é ímpar; escrevemos m = 2k + 1 e usamos a identidade sin2 x = 1 cos2 x
para obter
k
sinm x = sin2k+1 x = sin2 x sin x = (1 cos2 x)k sin x:
23
2.3.2 Integrais de Potências de tan x e sec x
podemos aplicar integração por partes duas vezes para calcular tais integrais. Neste caso é
mais simples usar as identidades:
1
1. sin (a) cos (b) = [sin(a + b) + sin(a b)]
2
1
2. sin(a) sin(b) = [cos(a b) cos(a + b)]
2
1
3. cos(a) cos(b) = [cos(a b) + cos(a + b)]
2
24
2.4 Integração por Substituição Trigonométrica
Usamos substituição trigonométrica para calcular integrais envolvendo expressões do
tipo
p p p
a2 x2 ; a2 + x 2 ou x2 a2
= a cos :
p
Caso 2: A função integrando envolve a2 + x2 :
Neste caso, usamos x = a tan : Então, dx = a sec2 d : Supondo que < < ;
2 2
temos:
p p
a2 + x 2 = a2 + a2 tan2
q
= a2 (1 + tan2 )
p
= a2 sec2
= a sec :
p
Caso 3: A função integrando envolve x2 a2 :
Neste caso, usamos x = a sec : Então, dx = sec tan d : Supondo que 0 < ou
2
25
3
< ; temos:
2
p p
x2 a2 = a2 sec2 a2
p
= a2 (sec2 1)
p
= a2 tan2
= a tan :
26
Capítulo 3
Se f (x) 0 8x 2 [a; b] ; então a área da região limitada pelo grá…co de f; pelas retas
x = a, x = b e o eixo x é dada por
Z b
A= f (x)dx:
a
Exemplo 3.1 Calcule a área da região limitada pela curva y = x2 4x; o eixo x e as retas
x = 1 e x = 3:
Exemplo 3.2 Calcule a área da região limitada pelo grá…co da função y = 1 x; o eixo x
e as retas x = 1 e x = 2:
27
3.1.2 Área entre curvas
Consideremos duas funções f e g contínuas no intervalo [a; b] ; tal que f (x) g(x)
8x 2 [a; b] : A área da região limitada pelas curvas y = f (x), y = g(x) e as retas x = a e
x=bé Z b
A= [f (x) g(x)] dx:
a
p
Exemplo 3.6 Calcule a área da região limitada por y = x; y = 0 e y = x 2:
3.1.3 Integração em y
Consideremos agora uma região compreendida entre os grá…cos de duas funções x = f (y)
e x = g(y); com f e g contínuas e f (y) g(y) 8y 2 [c; d] : Neste caso, a área da região limitada
pelas curvas x = f (y) e x = g(y) e as retas y = c e y = d é dada por
Z d
A= [f (y) g(y)] dy:
c
p
Exemplo 3.8 Calcule a área da região limitada por y = x; y = 0 e y = x 2:
x
Exercício 12 Encontre a área da região delimitada pela curva y = xe e pelo eixo x de
x = 0 até x = 4:
28
3.2 Volume de um sólido
De…nição 3.1 Uma seção transversal de um sólido S é a região plana formada pela
interseção entre S e um plano.
Da geometria clássica, sabemos que o volume de um cilindro que tem uma área de base
A e altura h é
V = A h:
Essa equação serve de base para de…nirmos os volumes de muitos sólidos não cilíndricos
usando o método das fatias.
Se a seção transversal do sólido S em cada ponto x no intervalo [a; b] é uma região de
área A(x); e A é uma função contínua de x; podemos de…nir e calcular o volume do sólido
S como uma integral de…nida como veremos a seguir.
Dividimos [a; b] em n subintervalos de largura xi e fatiamos o sólido por planos
perpendiculares ao eixo x nos pontos de partição a = x0 < x1 < xn 1 < xn = b:
Aproximamos a fatia situada entre o plano em xi 1 e o plano em xi por um sólido cilíndrico
com área de base A(xi ) e altura xi = xi xi 1 : O volume Vi desse sólido cilíndrico é
A(xi ) xi , aproximadamente o mesmo valor da fatia:
O volume V do sólido inteiro S é, então, aproximado pela soma desses volumes cilíndricos:
X
n X
n
V Vi = A(xi ) xi
i=1 i=1
que é uma soma de Riemann para a função A(x) em [a; b] : Esperamos que as aproximações
dessas somas melhorem à medida que aumentamos o número de fatias, isto é, fazendo n ! 1:
Assim, teremos
X
n Z b
V = lim A(xi ) xi = A(x)dx:
n!1 a
i=1
29
De…nição 3.2 O volume de um sólido compreendido entre os planos x = a e x = b e cuja
área da seção transversal por x é um função integrável A(x) é
Z b
V = A(x)dx:
a
Exemplo 3.10 Um pirâmide com 3 m de altura tem uma base quadrada com 3 m de lado. A
seção transversal da pirâmide, perpendicular à altura x m abaixo do vértice, é um quadrado
com x m de lado. Determine o volume da pirâmide.
onde R(x)é o raio da seção transversal, que corresponde a distância entre a fronteira da
região bidimensional e o eixo de revolução.
Exemplo 3.11 Determine o volume do sólido gerado pela rotação da região compreendida
p
entre a curva y = x; 0 x 4 em torno do eixo x:
Exemplo 3.12 O círculo x2 + y 2 = a2 é girado em torno do eixo x para gerar uma esfera.
Determine seu volume.
Caso 2: O volume do sólido obtido com a rotação, em torno do eixo y; de uma região
compreendida entre o eixo y e a curva x = R(y); c y d é:
Z d
V = [R(y)]2 dy
c
30
onde R(y)é o raio da seção transversal, que corresponde a distância entre a fronteira da
região bidimensional e o eixo de revolução.
Exemplo 3.13 Determine o volume do sólido gerado pela rotação da região de…nida pela
curva y = x3 e pelas retas x = 0 e y = 8 em torno do eixo y:
Exemplo 3.14 Determine o volume do sólido gerado pela rotação da região de…nida pela
p
curva y = x e pelas retas y = 1 e x = 4 em torno da reta y = 1:
Exemplo 3.15 Determine o volume do sólido gerado pela rotação da região de…nida pela
1
curva x = y 2 + 1 e pelas retas x = 1; y = 2 e y = 2 em torno da reta x = 1:
2
Se a região que giramos para gerar um sólido não atingir ou cruzar o eixo de revolução,
o sólido resultante terá um orifício no meio. As seções transversais perpendiculares ao eixo
de revolução serão anéis e não discos. As dimensões de um anel típico são
A área do anel é
31
Exemplo 3.16 Determine o volume do sólido gerado pela rotação, em torno do eixo x; da
região de…nida pela curva y = x2 + 1 e pela reta y = x + 3:
Exemplo 3.17 Determine o volume do sólido gerado pela rotação, em torno do eixo x; da
1 1
região de…nida pela curva y = (13 x2 ) e pela reta y = (x + 5):
4 2
Exemplo 3.18 Determine o volume do sólido gerado pela rotação, em torno do eixo y; da
região de…nida pela curva y = x2 e pela reta y = 2x no primeiro quadrante.
ou seja,
Vi = 2 (ci L)f (ci ) xi :
Fazemos uma aproximação para o volume do sólido S somando os volumes das cascas
geradas pelos n retângulos com base em P: Assim,
X
n
V Vi :
i=1
32
O limite dessa soma de Riemann quando n ! 1 fornece o volume do sólido como uma
integral de…nida:
X
n X
n Z b
V = lim Vi = lim 2 (ci L)f (ci ) xi = 2 (x L)f (x)dx:
n!1 n!1 a
i=1 i=1
Exemplo 3.19 A região compreendida pelo eixo x e pela parábola y = f (x) = 3x x2 gira
em torno da reta x = 1 para gerar o formato de um sólido. Qual o volume do sólido?
p
Exemplo 3.20 A região limitada pela curva y = x; pelo eixo x e pela reta x = 4 gira em
torno do eixo x gerando um sólido. Determine o volume desse sólido usando o método das
cascas cilíndricas.
p
Exemplo 3.21 A região limitada pelos grá…cos de y = x; y = 1 e x = 4 gira em torno da
reta y = 2 gerando um sólido. Determine o volume desse sólido usando o método.
Exercício 14 Use o método das cascas cilíndricas para calcular o volume do sólido gerado
p
pala rotação da região de…nida pela curva y = x pelo eixo x e pela reta x = 4 em tono do
eixo indicado
a) x = 4 b) y = 2 c) eixo y:
33
perímetro de uma circunferência. Assim, o perímetro de uma circunferência é de…nido como
o limite dos perímetros dos polígonos regulares nela inscritos inscritos.
O grá…co de uma função y = f (x) num intervalo [a; b] pode ser um segmento de reta ou
uma curva qualquer. Seja C uma curva dada pelo grá…co da função y = f (x) no intervalo
[a; b] : Queremos determinar o comprimento da curva C:
Se o grá…co de y = f (x) no intervalo [a; b] é um segmento de reta, então, pelo Teorema
de Pitágoras, o comprimento L do segmento AB; onde A(a; f (a)) e B(b; f (b)) é:
p
L= (b a)2 + (f (b) f (c))2 = d(A; B):
Suponhamos agora que o grá…co de y = f (x) no intervalo [a; b] é uma curva qualquer.
Seja C uma curva de equação y = f (x); onde f é contínua e derivável em [a; b] : Vamos
determinar o comprimento da curva C:
Seja P uma partição de [a; b] dada por
Mas,
p
d(Qi 1 ; Qi ) = (xi xi 1 )2 + (f (xi ) f (xi 1 ))2 (3.1)
e como f é derivável em [a:b] podemos aplicar o Teorema do Valor Médio em cada subintervalo
[xi 1 ; xi ] ; i = 1; : : : ; n e escrever:
34
para algum ci 2 (xi 1 ; xi ): Fazendo xi = xi xi 1 e substituindo (3.2) em (3.1), obtemos
q
d(Qi 1 ; Qi ) = ( xi )2 + [f 0 (ci ) xi ]2
q
= ( xi )2 (1 + [f 0 (ci )]2 )
q
= 1 + [f 0 (ci )]2 xi
Assim,
n q
X
L 1 + [f 0 (ci )]2 xi (3.3)
i=1
q
que é uma soma de Riemann da função g(x) = 1 + [f 0 (x)]2 no intervalo [a; b] : Fazendo
n ! 1, temos que cada xi ; i = 1; : : : ; n torna-se muito pequeno e a soma (3.3) se aproxima
do que entendemos ser o comprimento da curva C; de A até B: Desta forma,
n q
X
L = lim 1 + [f 0 (ci )]2 xi (3.4)
n!1
i=1
Observação 3.1 Se a curva tem equação x = f (y) no intervalo [c; d] em vez de y = f (x);
então seu comprimento é dado por
Z d q
L= 1 + [f 0 (y)]2 dy:
c
Exemplo 3.22 Calcule o comprimento da curva dada por y = x2=3 1 entre os pontos
A(8; 3) e B(27; 8):
1 1
Exemplo 3.23 Calcule o comprimento da curva dada por x = y 3 + 1; 1 y 3:
2 6y
x 2=3
Exemplo 3.24 Determine o comprimento da curva y = de x = 0 a x = 2:
2
35
3.3.1 Comprimento de uma curva dada por suas equações
paramétricas
Sejam 8
< x = x(t)
(3.6)
: y = y(t)
duas funções da mesma variável real t; t 2 [a; b] : Então, a cada valor de t correspondem dois
valores x e y: Considerando estes valores como as coordenadas de um ponto P; podemos dizer
que a cada valor de t corresponde um ponto bem determinado no palno xy: Se as funções
x = x(t) e y = y(t) são contínuas, quando t varia de a até b; o ponto P (x(t); y(t)) descreve
uma curva C no plano. As equações (3.6) são chamadas equações paramétricas da curva C
e t é chamado parâmetro.
Talvez ajude imaginar a curva como a trajetória de uma partícula que parte do ponto
A = (x(a); y(a)); no instante t = a; e se dirige ao ponto B = (x(b); y(b)):
Muitas curvas importantes costumam ser representadas na forma paramétrica. Em
geral, as equações paramétricas são úteis porque, em diversas situações, elas simpli…cam os
cálculos.
Se a função x = x(t) admite uma inversa t = t(x); então as equações paramétricas (3.6)
de…nem uma função de x que podemos representar pela composta y = y(t(x)):
8
< x = 2t + 1
Exemplo 3.25 As equações de…nem uma função y(x) na forma
: y = 4t + 3
paramétrica.
8
< x = x + at
0
Exemplo 3.26 As equações paramétricas de uma reta são: ; t 2 R e
: y = y + bt
0
a; b 2 R:
8
< x = a cos t
Exemplo 3.27 As equações ; t 2 [0; 2 ] ; onde a é uma constante positiva,
: y = a sin t
representam uma circunferência de centro na origem e raio a:
36
8
< x = a cos t
Exemplo 3.28 As equações ; t 2 [0; 2 ] ; onde a e b são constantes
: y = b sin t
positivas, representam uma elipse de centro na origem e semi-eixos a e b:
Suponhamos que as funções y = y(t); x = x(t) e sua inversa t = t(x) são deriváveis. Podemos
ver a função y = y(x); de…nida pelas equações (3.7) como uma função composta y = y(t(x)):
Aplicando a regra da cadeia, temos:
dy
= y 0 (t(x)) t0 (x): (3.8)
dx
Como x = x(t) e sua inversa t = t(x) são deriváveis, então pelo Teorema da Função
Inversa,
1 1
t0 (x) = = : (3.9)
x0 (t(x)) x0 (t)
Substituindo (3.9) em (3.8), obtemos
dy y 0 (t)
= 0 :
dx x (t)
Exemplo 3.29 Calcular a derivada da função y(x) de…nida pelas equações paramétricas
8
< x = 2t + 1
:
: y = 4t + 3
onde x = x(t) e y = y(t) são funções contínuas com derivadas contínuas e x0 (t) 6= 0 para todo
t 2 [t0 ; t1 ] : Tais funções são chamadas continuamente deriváveis, e a curva C de…nida
por elas de curva lisa.
37
Se y = y(x) é a equação cartesiana da curva C; então já vimos que
s
Z b 2
dy
L= 1+ dx; x(t0 ) = a e x(t1 ) = b: (3.10)
a dx
dy y 0 (t)
Fazendo a mudança de variável x = x(t); dx = x0 (t)dt e usando que = 0 em (3.10),
dx x (t)
obtemos
s
Z b 2
dy
L= 1+ dx
a dx
s
Z t1 2
y 0 (t)
= 1+ x0 (t)dt
t0 x0 (t)
8
< x = 2 cos3 t
Exemplo 3.31 Calcular o comprimento da hipociclóide (ou astóide) ;
: y = 2 sin3 t
t 2 [0; 2 ] :
38
Fazendo a substituição x = x(t), dx = x0 (t)dt; obtemos
Z t1
A= y(t)x0 (t)dt:
t0
8
< x = 2 cos t
Exemplo 3.32 Calcular a área da região limitada pela elipse ; t 2 [0; 2 ] :
: y = 3 sin t
Caso 2: Seja R uma região do plano limitada pelos grá…cos de f e g; pelas retas x = a
e x = b; onde f e g são funções contínuas em [a; b] ; com f (x) g(x); 8x 2 [a; b] ; dadas na
forma paramétrica:
8
< x = x (t)
1 1
y1 = f (x) é dada por ; t 2 [t0 ; t1 ]
: y = y (t)
1 1
8
< x = x (t)
2 2
y2 = g(x) é dada por ; t 2 [t2 ; t3 ]
: y = y (t)
2 2
39
Capítulo 4
Integrais Impróprias
40
Rc R +1
onde c é qualquer número real. Se cada integral imprópria 1
f (x)dx e c
f (x)dx
R +1
converge, dizemos que a integral imprópria 1 f (x)dx converge. Se qualquer uma delas
R +1
divergir, a integral imprópria 1 f (x)dx diverge.
R +1 dx
Exemplo 4.3 A integral imprópria 1
converge ou diverge?
1 + x2
R +1 1
Exemplo 4.4 A integral imprópria 1
dx converge ou diverge?
x
Z b Z t
f (x)dx = lim f (x)dx:
a t!b a
Rb
Se o limite existe, dizemos que a integral imprópria a
f (x)dx converge e o limite é o valor
da integral imprópria. Caso contrário, a integral imprópria diverge.
R1 1
Exemplo 4.5 A integral imprópria 0
p dx converge ou diverge?
1 x
Z b Z b
f (x)dx = lim+ f (x)dx:
a t!a t
Rb
Se o limite existe, dizemos que a integral imprópria a
f (x)dx converge e o limite é o valor
da integral imprópria. Caso contrário, a integral imprópria diverge.
R1 1
Exemplo 4.6 A integral imprópria 0
p dx converge ou diverge?
x
R1 1
Exemplo 4.7 A integral imprópria 0
dx converge ou diverge?
x2
41
De…nição 4.6 Se f é contínua em [a; b] ; exceto no ponto c; a < c < b e tem limites laterais
in…nitos em c; de…ne-se:
Z b Z c Z b
f (x)dx = f (x)dx + f (x)dx:
a a c
Rc Rb
Se cada integral imprópria a f (x)dx e c f (x)dx converge, dizemos que a integral imprópria
Rb Rb
a
f (x)dx converge. Se qualquer uma delas divergir, a integral imprópria a
f (x)dx diverge.
R4 dx
Exemplo 4.8 A integral imprópria 1
converge ou diverge?
(x 2)2=3
R +1 1
Exemplo 4.9 A integral imprópria 0
p dx converge ou diverge?
x
R +1 dx
Exemplo 4.10 Para quais valores de p a integral imprópria 1
converge e para quais
xp
valores de p ela diverge.
42
Capítulo 5
f 0 (x) f 0 (x)
desde que o limite lim exista ou lim = 1:
x!c g 0 (x) x!c g 0 (x)
f 0 (x) f 0 (x)
desde que o limite lim exista ou lim = 1: Na notação x ! c; o c pode ser …nito
x!c g 0 (x) x!c g 0 (x)
ou in…nito e, além disso, x ! c pode ser substituído pelos limites laterais x ! c+ ou x ! c :
43
Exemplo 5.2 Calcule os limites
ln x ex
(a) lim (b) lim :
x!+1 x2 x!+1 x2
As Formas Indeterminadas 0 1 e1 1
Podemos, às vezes, lidar com as formas indeterminadas 0 1 e 1 1. Neste caso,
0 1
usamos a álgebra para convertê-las nas forma ou :
0 1
1
(a) lim x2 (e1=x 1) (b) lim+ x ln x (c) lim+ csc x :
x!+1 x!0 x!0 x
lim ln f (x)
Se lim ln f (x) = L; então limf (x) = limeln f (x) = ex!c = eL :
x!c x!c x!c
44
Capítulo 6
f: N ! R
; n 1:
n 7! f (n) = an
1 1 1 1
Exemplo 6.2 ou 1; ; ; : : : ; ; : : :
n n2N 2 3 n
1 1 1 1
Exemplo 6.3 ou 1; ; 2 ; : : : ; n 1 ; : : :
2n 1 n2N 2 2 2
45
De…nição 6.2 A sequência (an ) converge para o número L se, para cada número positivo
; existe um inteiro positivo N (possivelmente dependendo de ) tal que
lim an = L ou n ! L
n!+1
6.1.1 Subsequências
Temos que
( 1)2n n2N
= (1)n2N = (1; 1; 1; 1; : : :) e
( 1)2n 1
n2N
= ( 1)n2N = ( 1; 1; 1; : : :)
46
Teorema 6.1 Se an ! a então toda subsequência (ank ) de (an ) também converge para a:
Observação 6.1 "Se uma sequência possui duas subsequências convergindo para limites
distintos então a sequência não converge."
1 1
Exemplo 6.11 1; 2; ; 2; ; : : : não converge, pois as subsequências (2; 2; 2; : : :) e
3 5
1 1 1
(1; ; ; : : : ; ; : : :) convergem para limites diferentes.
3 5 2n 1
a1 a2 a3 a4 an
e é dita decrescente se
a1 a2 a3 a4 an
Quando a1 < a2 < a3 < a4 < < an < ; (an ) é dita estritamente crescente e no
caso em que
a1 > a 2 > a 3 > a 4 > > an >
1
Exemplo 6.12 é estritamente decrescente.
n n2N
1 1 1 1
Exemplo 6.15 A sequência 1; ; ; ; ; : : : é decrescente.
2 2 3 3
47
6.1.3 Sequências Limitadas
Uma sequência (an ) é dita limitada quando existe um número C 0 tal que
jan j C; 8n 2 N:
n
Exemplo 6.19 Aplique o Teorema anterior para mostrar que a sequência é
n+1 n2N
convergente.
Teorema 6.3 (Teorema da Função Contínua para Sequências) Seja (an ) uma sequência de
números reais. Se an ! L e se f for uma função contínua e de…nida para todo an ; então
f (an ) ! f (L):
r
n
Exemplo 6.20 Mostre que ! 1:
n+1
48
an lim an
3. lim = n!1 ; se lim bn 6= 0:
n!1 bn lim bn n!1
n!1
p q
8. Se an 0 então lim an = lim an :
n!1 n!1
2n2 + 1 p p 1 n
a) b) n+1 n c) sin(n) d)
n2 + n n2N n2N n n2N n+1 n2N
Observação 6.3 Todo múltiplo não nulo de uma sequência divergente (an ) também diverge.
O Teorema a seguir nos permite aplicar a regra de L’Hôpital para encontrar o limite de
algumas sequências.
Teorema 6.4 Seja f (x) uma função de…nida para todo x n0 e tal que lim f (x) = L:
x!+1
Então a sequência (an ) onde an = f (n) para n n0 é convergente e seu limite é L: Se
lim f (x) = 1; então a sequência (an ) é divergente.
x!+1
n ln(n)
a) b) :
en n2N n n2N
49
3. lim x1=n = 1 se x > 0:
n!1
xn
4. lim = 0; 8x
n!
p
5. lim n n = 1:
1 1 1 1
+ + + +
2 4 8 16
1
S1 = = 0; 5
2
1 1 3
S2 = + = = 0; 75
2 4 4
1 1 1 7
S3 = + + = = 0; 875
2 4 8 8
1 1 1 1 15
S4 = + + + = = 0; 9375
2 4 8 16 16
..
.
Assim a sequência de somas parciais (Sn ) pode ser escrita da seguinte forma:
50
O que acontece quando fazemos lim (Sn )? Esse limite é 1; ou seja, Sn ! 1; neste caso,
n!1
dizemos que 1 é a soma da série in…nita, isto é
1 1 1 1
+ + + + =1
2 4 8 16
Outras vezes é impossível chegar ao resultado de uma soma in…nita, como em
1+2+3+4+5+
De…nição 6.3 Uma série de números reais é uma soma in…nita da forma:
X
1
a1 + a2 + a3 + + an + = an ;
n=1
Exemplo 6.24
1 1 1 1
a) 1 + + 2+ 3+ + n 1+
2 2 2 2
1 1 1 1
b) 1 + + + + + +
2 3 4 n
c) 1+1 1+1
X
1
De…nição 6.4 A sequência (Sn ) das somas parciais da série an é de…nida por
n=1
S 1 = a1
S2 = a1 + a2
..
.
Sn = a1 + a2 + + an
..
.
Se a sequência das somas parciais convergir para um limite S; dizemos que a série converge
e que sua soma é S: Neste caso, escrevemos
X
1
a1 + a2 + a3 + + an + = an = S = lim Sn :
n!1
n=1
Se a sequência das somas parciais da série não converge, dizemos que a série diverge.
51
X1
1
Exemplo 6.25 Considere a série n 1
:
n=1
2
a
a qual é chamada Série Geométrica converge se jqj < 1 e sua soma é :
1 q
X
1
Exemplo 6.26 Considere a série ( 1)n :
n=1
X
1 X
1 X
1 X
1
1. (an + bn ) converge e (an + bn ) = an + bn :
n=1 n=1 n=1 n=1
X
1 X
1 X
1
2. can converge e can = c an :
n=1 n=1 n=1
X
1 X
1
Observação 6.4 Se an diverge e c 2 R; c 6= 0 então can também diverge.
n=1 n=1
X
1 X
1 X
1
Observação 6.5 Se an converge e bn diverge, então (an + bn ) diverge.
n=1 n=1 n=1
X
1
Teorema 6.5 Se an converge, então lim an = 0: Ou equivalentemente, se lim an 6= 0
n!1 n!1
n=1
X
1
então an diverge.
n=1
52
X
1
n
Exemplo 6.27 Aplique o Teorema anterior para mostrar que a série diverge.
n=1
2n + 1
Seja f (x) uma função contínua, positiva e decrescente para todo x 1: Se (an ) é uma
sequência de…nida por an = f (n); então
X
1 Z +1
an converge , f (x)dx converge.
n=1 1
53
6.2.4 Teste da Razão
X
1
Seja an uma série de termos positivos e suponhamos que
n=1
an+1
lim =L
n!1 an
(i) Se L < 1; a série é convergente.
an+1
(ii) Se L > 1; ou lim = 1; a série é divergente.
n!1 an
(iii) Se L = 1; nada se pode a…rmar; deve então aplicar outro teste.
Uma série na qual os termos são alternadamente positivos e negativos é uma série
alternada. Isto é, é uma série de um dos tipos:
X1 X 1
n
( 1) an ou ( 1)n+1 an
n=1 n=1
onde an > 0; 8n 2 N:
54
X
1
1 1 1 1 1 1
Exemplo 6.33 ( 1)n+1 =1 + + + ( 1)n+1 +
n=1
n 2 3 4 5 n
X
1
1 1 1 1 1 1
Exemplo 6.34 ( 1)n+1 p = 1 p +p p +p + ( 1)n+1 p +
n=1
n 2 3 4 5 n
X
1
1
Exemplo 6.36 Vamos mostrar que a série ( 1)n+1 p converge.
n=1
n
X
1
Teorema 6.6 Toda série absolutamente convergente é convergente. Isto é, se jan j
n=1
X
1
converge então an converge.
n=1
55
6.3 Séries de Potências
De…nição 6.5 Uma série de potências é uma soma in…nita da forma:
X
1
an (x c)n = a0 + a1 (x c) + a2 (x c)2 + + an (x c)n +
n=0
P
1 P1 xn P1 xn P1 xn P
1 (x 1)n P
1
1. xn 2. 3: 2
4: 5: 6: n!xn
n=0 n=1 n n=1 n n=0 n! n=1 n2n n=0
P
1
Observação 6.7 Quando x = c a série an (x c)n converge e sua soma é a0 :
n=0
De…nição 6.6 O conjunto I de todos os números x para os quais uma série de potências
converge é chamado de intervalo de convergência. Para qualquer série de potências
P1
an (x c)n , o intervalo de convergência I sempre tem uma das seguintes formas:
n=0
(i) I é um intervalo limitado com centro c, isto é, (c r; c + r); onde r é um número real
positivo chamado raio de convergência da série de potências. Em x = c r e/ou x = c + r
pode ocorrer convergência ou divergência, dependendo da natureza da série.
(ii) I consiste de um único número c: (r = 0)
(iii) I = ( 1; 1): (r = 1)
P
1
1. xn Intervalo de Convergência: 1<x<1
n=0
P1 xn
2. Intervalo de Convergência: 1 x<1
n=1 n
56
P1 xn
3. 2
Intervalo de Convergência: 1 x 1
n=1 n
P1 xn
4. Intervalo de Convergência: 1<x<1
n=0 n!
P
1 (x 1)n
5. Intervalo de Convergência: 1 x<3
n=1 n2n
P
1
6. n!xn Só converge quando x = 0
n=0
P
1
1x
n
7. ( 1)n Intervalo de Convergência: 1<x 1:
n=1 n
Dizemos que uma função real f (x) é desenvolvível em série de potências se existem
constantes reais a0 ; a1 ; a2 ; ; an ; tais que
X
1
f (x) = an (x c)n :
n=0
1
Exemplo 6.41 A função f (x) = é desenvolvível em série de potências no intervalo
1 x
1 P
1
aberto ( 1; 1); uma vez que = xn ; se 1 < x < 1:
1 x n=0
P
1
As somas parciais de an (x c)n são polinômios da forma
n=0
Sn = a0 + a1 (x c) + a2 (x c)2 + + an (x c)n
57
(i) f é contínua.
P
1
(ii) f é derivável e f 0 (x) = c)n 1 :
nan (x
n=1 Rx
(iii) Para cada x 2 (c r; c + r) existe c f (t)dt e
Z x X
1
(x c)n+1
f (t)dt = an :
c n=0
n+1
1 X
1
2 3 4
=1 t+t t +t = ( 1)n tn ; se jtj < 1 (6.1)
1+t n=0
1 X
1
2 4 6 8
=1 t +t t +t = ( 1)n t2n ; se jtj < 1 (6.2)
1 + t2 n=0
P
1 xn+1
ou seja, ln(1 + x) = ( 1)n se jxj < 1: Além disso, quando x = 1 pode-se provar
n=0 n+1
P
1 1
que a série ( 1)n converge pelo Teste de Leibniz. Assim,
n=0 n+1
X
1
xn+1
ln(1 + x) = ( 1)n+1 se 1<x 1
n=0
n+1
e temos:
1 1 1 X
1
1
ln 2 = 1 + + = ( 1)n :
2 3 4 n=0
n+1
58
Por outro lado, integrando (6.2) de 0 até x; temos
Z x
1 x3 x5 x7
arctgx = 2
dt = x + + se jxj < 1
0 1+t 3 5 7
P
1 x2n+1
ou ainda, arctgx = ( 1)n se jxj < 1: Usando o Teste de Leibniz, pode-se provar
n=0 2n + 1
P
1
n 1
que a série ( 1) converge. Portanto,
n=0 2n + 1
X
1
x2n+1
arctgx = ( 1)n se 1<x 1:
n=0
2n + 1
1 1 1 X
1
1
= arctg(1) = 1 + + = ( 1)n :
4 3 5 7 n=0
2n + 1
X
1
f (x) = an (x c)n ; x 2 (c r; c + r)
n=0
Logo,
f (n) (c)
an = ; 8n 2 N:
n!
59
Concluímos que, quando f é desenvolvível em série de potências em um intervalo
(c r; c + r); f é in…nitamente derivável em (c r; c + r) e
X
1
f (n) (c)
f (x) = (x c)n ; x 2 (c r; c + r): (6.3)
n=0
n!
X
1
f (n) (c)
(x c)n
n=0
n!
X
1
f (n) (0)
f (x) = (x)n
n=0
n!
P1 f (n) (0)
que é chamado desenvolvimento de Maclaurin e a série (x)n é chamada série de
n=0 n!
Maclaurin de f .
As somas parciais da Série de Taylor são chamadas polinômios de Taylor de f em c:
Assim, o polinômio de grau n de Taylor de f em c é:
60
O Teorema de Taylor é uma generalização do Teorema do Valor Médio. (Veri…que!)
Teorema 6.8 (Limite do erro na aproximação polinomial de Taylor) Seja f uma função
que possui derivada até a ordem n + 1 em um intervalo aberto contendo c: Suponha que
existe um número positivo r e uma constante positiva M tal que f (n+1) (x) M para todo
n+1
jx cj
x no intervalo (c r; c + r): Então jRn (x)j M para todo x 2 (c r; c + r) e
(n + 1)!
consequentemente lim Rn (x) = 0 se veri…ca para todo x 2 (c r; c + r):
n!+1
f (n+1) (z)
Pelo Teorema de taylor, Rn (x) = (x c)n+1 para algum z entre x e c: Assim,
(n + 1)!
para x 2 (c r; c + r) temos:
P1 jx cjn+1
Por outro lado, a série converge pelo teste da razão e portanto seu termo
n=0 (n + 1)!
jx cjn+1
geral tem limite zero, isto é, lim = 0: Daí, como M é constante, resulta
n!+1 (n + 1)!
jx cjn+1
da desigualdade 0 jRn (x)j M que lim Rn (x) = 0 se veri…ca para todo
(n + 1)! n!+1
x 2 (c r; c + r):
Vimos que, se uma função puder ser desenvolvida numa série de potências, então a
função deverá ser in…nitamente derivável e a série de potências será a sua série de Taylor.
Entretanto, mesmo que a função seja in…nitamente derivável, não há garantia automática
de que ela possa ser desenvolvida em série de potências! Em outras palavras: "Embora uma
função in…nitamente derivável tenha uma série e Taylor, essa série de Taylor não precisa
convergir para a função". Por exemplo, pode-se mostrar que se
8
< 0; x=0
f (x) =
: e 1=x ; x 6= 0
2
então a sua Série de Taylor converge para todo x; mas converge para f (x) APENAS em
x = 0:
61
Se lim Rn (x) = 0 para todo x em (c r; c + r) então:
n!+1
e isto signi…ca que a sequência das somas parciais da série de Taylor de f em c converge para
P1 f (n) (c)
f (x) em (c r; c + r) e portanto a série (x c)n converge e escrevemos
n=0 n!
X
1
f (n) (c)
f (x) = (x c)n ; 8x 2 (c r; c + r):
n=0
n!
x2 x3 x4 P1 xn
1. ex = 1 + x + + + + = para todo x:
2! 3! 4! n=0 n!
x3 x5 x7 P
1 ( 1)n x2n+1
2. sin x = x + + = para todo x:
3! 5! 7! n=0 (2n + 1)!
x 2
x4 x6 P1 ( 1)n x2n
3. cos x = 1 + + = para todo x:
2! 4! 6! n=0 2n!
6.3.3
62