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Objetivo da Aula
Utilizar o Cálculo Diferencial para esboçar o gráco de uma função.
1 Construção de Grácos
Separamos alguns exemplos de construção de grácos de funções utilizando o cálculo diferencial. Para
isso, em todos os exemplos seguiremos o seguinte roteiro.
(1) Domínio - vericar sempre em que pontos a função está denida ou não está denida;
(2) Simetria - vericar se a função é par ou ímpar. No caso de trabalharmos com funções periódicas,
determinar o período, caso exista.
(3) Intervalos de Crescimento e Decrescimento / Máximos e Mínimos Locais - Utilizar a primeira
derivada para determinar os intervalos de crescimento e decrescimento e o teste da primeira derivada
para determinar os máximos e mínimos locais;
(4) Concavidade / Pontos de Inexão - Utilizar a segunda derivada para determinar a concavidade da
função e também os pontos de inexão;
(5) Assíntotas - Utilizar os limites no innito para determinar a existência de assíntotas horizontais e
vericar os pontos em que a função não está denida para determinar as assíntotas verticais;
(6) Raízes e Interseção com o eixo y - determinar as raízes da função e o ponto de interseção com o
eixo y , caso existam;
(7) Esboçar o gráco.
Observação 1. Sempre que determinarmos os extremos relativos e os pontos de inexão, se faz necessário
determinar o valor da função nesses pontos para que possamos representá-los no gráco.
Exemplo 1. Esboce o gráco da função f (x) = x3 − x2 − x + 1.
Como f (−x) 6= f (x) e f (−x) = −f (x), então f não é par nem ímpar.
1
Cálculo I Aula nº 21
Agora, vamos determinar as raízes de f 0 . Dessa forma, utilizando a fórmula de Bháskara, temos que
1
as raízes são x = 1 e x = − . Então, estudando o sinal da função f 0 , temos o seguinte diagrama
3
1 1
Logo, f é crescente em −∞, − ∪ (1, +∞) e decrescente em − , 1 .
3 3
1
Pelo teste da primeira derivada, − é máximo local e 1 é mínimo local.
3
(4) Concavidade / Pontos de Inexão.
Vamos determinar a função f 00 e estudar o seu sinal. Sendo assim,
f 00 (x) = 6x − 2.
1
Logo, a raiz de f 00 é x = . Estudando o sinal de f 00 , temos o seguinte diagrama:
3
1 1
Logo, f tem concavidade para baixo em −∞, e para cima em , +∞ .
3 3
1
Analisando a concavidade de f , podemos notar que x = é um ponto de inexão de f .
3
(5) Assíntotas.
Verticais. Como f está denido em R, então f não apresenta assíntotas verticais.
Horizontais. Para vericar se existem assíntotas horizontais, devemos calcular os limites lim f (x)
x→+∞
e lim f (x). Assim,
x→−∞
+∞ :1
3 2 3 1 1
1
lim f (x) = lim (x − x − x + 1) = lim x 1 −
−
2 + 3 = +∞
x→+∞ x→+∞ x→+∞ x x x
e
−∞ :1
3 2 3 1 11
lim f (x) = lim (x − x − x + 1) = lim x 1 −
−
2 + 3 = −∞.
x→−∞ x→−∞ x→−∞ x x x
Portanto, f não apresenta assíntotas horizontais.
f (0) = 03 − 02 − 0 + 1 = 1.
Solução:
(1) Domínio.
Note que Df = R.
(2) Simetria.
Observe que
f (−x) = (−x)4 − 2(−x)2 = x4 − 2x2 = f (x).
Então, f é decrescente em (−∞, −1) ∪ (0, 1) e crescente em (−1, 0) ∪ (1, ∞). Utilizando o diagrama
acima, segue do teste da primeira derivada que −1 e 1 são mínimos locais e 0 é máximo local.
(4) Concavidade / Pontos de Inexão.
Para estudar a concavidade, devemos estudar o sinal da função f 00 . Sendo assim, note que
f 00 (x) = 12x2 − 4.
Logo √ √
f 00 (x) = 0 ⇒ 12x2 − 4 = 0 ⇒ 4(3x2 − 1) ⇒ 4( 3x − 1)( 3x + 1).
√ √
3 3
Sendo assim, as raízes são x = − ex= . Dessa forma, utilizando o diagrama abaixo, podemos
3 3
determinar a concavidade de f .
√ ! !√
3 3
Então, f possui concavidade para cima em −∞, − ∪ , +∞ e possui concavidade para
3 3
√ √ ! √ √
3 3 3 3
baixo em − , . Utilizando o diagrama acima, podemos perceber que x = − ex=
3 3 3 3
são pontos de inexão de f .
(5) Assíntotas.
Verticais. Como o domínio de f é R, então não há assíntotas verticais.
Horizontais. Calculando os limites no innto, temos que
2
+∞ *1
4 2 4
lim f (x) = lim (x − 2x ) = lim x 1−
= +∞
x→+∞ x→+∞ x→+∞ x2
e
+∞ *1
2
4 2 4
lim f (x) = lim (x − 2x ) = lim x 1−
2 = +∞.
x→−∞ x→−∞ x→−∞ x
Então, não há assíntotas horizontais.
(6) Raízes e Interseção com o eixo y .
Fazendo f (x) = 0, obtemos
√ √
x4 − 2x2 = 0 ⇒ x2 (x2 − 2) = 0 ⇒ x = 0 ou x = − 2 ou x = 2.
√ √
Então as raízes são 0 (raiz dupla), − 2 e 2. Agora, fazendo
f (0) = 04 − 2 · 02 = 0,
notamos que a função intersecta o eixo y na origem.
(7) Esboçar o gráco.
Primeiro notemos que
√ ! √ !
√ √ 3 3 5
f (0) = 0, f (− 2) = f ( 2) = 0, f (−1) = f (1) = −1 e f − =f =− .
3 3 9
π π
Exemplo 3. Esboce o gráco da função f (x) = x · tg x, x ∈ − , .
2 2
Solução:
(1) Domínio.
π π
Note que Df = − , .
2 2
(2) Simetria.
Observe que
sen (−x)
f (−x) = (−x) tg (−x) = −x · .
cos(−x)
Como a função seno é ímpar e a função cosseno é par, temos que sen(−x) = − sen(x) e cos(−x) =
cos(x). Então,
− sen x sen x
f (−x) = −x · =x· = x tg x = f (x).
cos x cos x
Logo, f é uma função par. Note que f não é periódica.
(3) Intervalos de Crescimento e Decrescimento / Máximos e Mínimos Locais.
Calculando f 0 , obtemos
f 0 (x) = tg x + x sec2 x.
Note que para x ∈ − π2 , π2 , temos que sec2 x 6= 0. Logo, para encontramos uma raiz de f 00 , temos
que encontrar uma raiz de 1 + x tg x. Mas note que para isso, devemos encontrar algum valor de x
tal que
sen x
1 + x tg x = 0 ⇒ x tg x = −1 ⇒ x · = −1.
cos x
Agora, observe que se x > 0 então sen x > 0 e se x < 0 então sen x < 0. Logo o produto
x sen x > 0 e como cos x > 0 para x ∈ Df então x tg x > 0 no domínio que estamos considerando.
Então, f 00 não possui raiz. E como 1 + x tg x > 0, temos o seguinte quadro:
(5) Assíntotas.
Em se tratando de assíntotas da função f (x) = x tg x, note que não faz sentido calcularmos os limites
no innito de uma função denida em um intervalo. Como nesse intervalo a função f é contínua,
então não há assíntotas em pontos de seu interior. Porém se faz necessário, estudar os limites nas
extremidades do intervalo, mesmo que elas não pertençam ao mesmo. Sendo assim, vamos calcular
os seguintes limites:
x sen x
lim x tg x = lim .
x→− π2 + x→− π2 + cos x
π π
Como lim x sen x = , lim cos x = 0 e cos x > 0 para valores a direita de − , temos que
x→− π2 + 2 x→− π2 + 2
lim x tg x = +∞.
x→− π2 +
ex
Exemplo 4. Esboce o gráco da função f (x) = .
x
Solução:
(1) Domínio.
Note que Df = R − {0}.
(2) Simetria.
Observe que
e−x e−x
f (−x) = =− .
−x x
Como f (−x) 6= f (x) e f (−x) 6= −f (x), então f não é par nem ímpar.
(3) Intervalos de Crescimento e Decrescimento / Máximos e Mínimos Locais.
Calculando f 0 , obtemos que
(ex )0 x − ex (x)0 ex (x − 1)
f 0 (x) = = .
x2 x2
Agora, observe que ex > 0 e x2 > 0 para todo x ∈ Df . Desse modo, para estudarmos o sinal de f 0
temos que estudar o sinal de x − 1. E, dessa forma, obtemos o seguinte quadro:
(5) Assíntotas.
Verticais. Note que
ex
1
lim = .
x→0 x
+ 0
Como lim+ ex = 1, lim+ x = 0 e x > 0, logo,
x→0 x→0
ex
lim = +∞.
x→0+ x
Analogamente, temos que
ex
lim = −∞.
x→0− x
Portanto, x = 0 é uma assíntota vertical.
Horizontais. Agora observe que
ex
+∞
lim = .
x→+∞ x +∞
Pela Regra de l'Hôspital, temos que
ex ex
lim = lim = = +∞.
x→+∞ x x→+∞ 1
Agora, note que
ex 1
lim = lim ex · lim = 0.
x→−∞ x x→−∞ x→−∞ x
Resumo
Faça um resumo dos principais resultados vistos nesta aula, destacando as denições dadas.
Aprofundando o conteúdo
Leia mais sobre o conteúdo desta aula na seção 4.5 do livro texto.
Sugestão de exercícios
Resolva os exercícios da seção 4.5 do livro texto.