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Objetivos da Aula
Denir a integral de Riemann;
Exibir o cálculo de algumas integrais utilizando a denição;
Apresentar funções que são denidas por integrais, em particular a função f (x) = ln x.
1 O Problema da Área
O Problema da Área foi apresentado na aula introdutória do curso de cálculo, mas se faz necessário
relembrarmos de algumas ideias importantes vistas nesse tema.
Problema 1. Como calcular a área da região limitada pela função y = 4, o eixo x e as retas x = 0 e x = 5?
A região cuja área queremos calcular é a seguinte:
Como podemos notar, a região é um retângulo de base 5 e altura 4. Logo, sua área é dada por
Área = base × altura = 5 × 4 = 20 unidades de área.
Problema 2. Como calcular a área da região limitada pela função y = x, o eixo x e as retas x = 0 e
x = 2?
A região cuja área queremos calcular é vista na gura abaixo:
1
Cálculo I Aula nº 25
Como é fácil ver, a região é um triângulo de base 2 e altura 2, logo, sua área é calculada por:
base × altura 2×2
Área = = = 2 unidades de área.
2 2
Quando as regiões são as guras planas cujas fórmulas de área são conhecidas, ca fácil determinar as
suas medidas de área. Contudo, o próximo problema nos ensina um modo de determinar a área de regiões
mais gerais, através da ferramenta matemática chamada INTEGRAL.
Problema 3. Como medir a área A delimitada pelo gráco da função f (x) = x2 , o eixo x e as retas x = 0
e x = 1?
A região cuja área queremos calcular é a seguinte:
Figura 1:
Figura 2:
Veja que 2 2 2
1 1 1 1 1 1 3 7
A = · (0)2 + · + · + · = = 0, 21875.
4 4 4 4 2 4 4 32
A > 0, 21785.
Podemos repetir esse procedimento com um número maior de retângulos. A gura 3 mostra o que
acontece quando sob a região A construímos oito retângulos com a mesma largura.
Figura 3:
A > 0, 2734375
20 0,3087500
30 0,3168519
50 0,3234000
100 0,3283500
1000 0,3328335
Tabela 1:
Logo, utilizando os resultados obtidos na tabela acima, é possível conjecturarmos que a área é 31 .
Observação 1. Podemos substituir os extremos à esquerda pelos extremos à direita dos subintervalos no
procedimento realizado acima e obteremos o mesmo resultado.
2 Integral de Riemann
Consideremos uma função não negativa y = f (x) denida em um intervalo [a, b]. Chamamos de uma
partição do intervalo [a, b] ao conjunto de pontos x0 , x1 , ..., xn ∈ [a, b] tais que
Figura 4:
Agora, note que os pontos da partição dividem o intervalo [a, b] em n subintervalos fechados
Figura 5:
com os seus respectivos comprimentos ∆x1 , ∆x2 , ..., ∆xn dados por
λ1 ∈ I1 , λ2 ∈ I2 , ... , λn ∈ In
e traçamos o valor de f (λi ), para cada i = 1, ..., n, assim como na gura seguinte.
Figura 6:
Dessa forma, construiremos n retângulos cujas bases são o comprimento ∆xi de cada subintervalo e a
altura é o valor de f (λi ), para todo i = 1, 2, ..., n, como ilustrado abaixo.
Figura 7:
A soma Sn é chamada Soma de Riemann, para cada n, e é apenas uma aproximação para a área da
região que queremos. Logo, fazendo n → +∞, estaremos subdividindo o intervalo [a, b] cada vez mais e,
como mostrado anteriormente, conseguimos uma aproximação melhor para a área da região desejada. Logo,
a área A que queremos calcular é dada por
n
X
A = lim Sn = lim f (λi )∆xi .
n→+∞ n→+∞
i=1
O número A é o limite das somas de Riemann e é chamado integral de Riemann da função f sobre o
intervalo [a, b]. Em nossos cálculos, esse limite será representado pelo símbolo:
Z b n
X
A= f (x) dx = lim f (λi )∆xi
a n→+∞
i=1
Se o limite à direita existir para todo x ∈ [a, b], e independente da escolha de λ1 , ..., λn , dizemos que
a função f é integrável em [a, b]. Essa denição nos propõe um problema: o de saber quando o limite das
somas de Riemann existe. Como essa é uma questão delicada e foge do objetivo de um curso de cálculo,
enunciaremos e utilizaremos o seguinte resultado:
Teorema 1. Toda função contínua em um intervalo fechado [a, b] é integrável neste intervalo.
Nos seguintes exemplos, onde buscamos apenas exemplicar, com alguns cálculos, a integral de funções
contínuas em um intervalo [a, b] utilizando a denição, admitiremos que os comprimentos dos subintervalos
são xos, ou seja,
b−a
∆x1 = ∆x2 = ... = ∆xn = ∆x = ,
n
e escolheremos o ponto λi como sendo o extremo esquerdo da partição. Desse modo, podemos sintetizar o
procedimento para calcular a integral de uma função contínua f , não negativa, em um intervalo [a, b], da
seguinte forma:
b−a
(1) Dividi-se o intervalo [a, b] em n subintervalos Ii , i = 1, ..., n, todos de comprimento igual a ∆x = .
n
Sejam a = x0 < x1 < x2 < ... < xn−1 < xn = b, os pontos que dividem o intervalo.
(2) Em cada um destes subintervalos escolhemos um ponto λi como sendo o extremo esquerdo de cada
subintervalo Ii
(3) Formamos então n retângulos com base ∆x e altura f (λi ), i = 1, 2, 3, ..., n.
(4) Calculamos a soma Sn das áreas dos retângulos:
n
X
Sn = f (λ1 ).∆x + f (λ2 ).∆x + ... + f (λn ).∆x = f (λi ).∆x.
i=1
Antes de fazermos os exemplos, vamos listar algumas propriedades que envolvem somatórios:
Proposição 1. Sejam c, x1 , ..., xn , y1 , ..., yn ∈ R. Então, valem as seguintes propriedades:
n n
(a) xi ;
X X
cxi = c
i=1 i=1
n n n
(b) yi .
X X X
(xi + yi ) = xi +
i=1 i=1 i=1
Demonstração:
Nos próximos exemplos também utilizaremos algumas fórmulas que serão apenas apresentadas, pois suas
demonstrações fogem do objetivo do nosso curso. Elas são:
n
n(n + 1)
(1)
X
i = ;
2
i=1
n
n(n + 1)(2n + 1)
(2)
X
i2 = ;
6
i=1
n
n(n + 1) 2
(3)
X
i3 = .
2
i=1
Solução: Primeiramente, calculamos a soma de Riemann da função no intervalo descrito, que é dada por
n n n
X 7−3 X 4 4X
f (λi ) = c =c 1.
n n n
i=1 i=1 i=1
Z 3
Exemplo 2. Calcule x dx.
1
λ1 = 0
λ2 = ∆x
λ3 = 2∆x
.. .. ..
. . .
λi = (i − 1)∆x
.. .. ..
. . .
λn = (n − 1)∆x.
Por m, exibiremos uma lista de propriedades da integral de Riemann. Omitiremos a demonstração, por
acreditar que foge ao objetivo de um curso de cálculo. São elas:
Teorema 2. Sejam f e g uma função contínua em [a, b] e c uma constante real.
Z a Z b
1. f (x) dx = − f (x) dx;
b a
Z a
2. f (x) dx = 0;
a
Z b
3. c dx = c(b − a);
a
Z b Z b Z b
4. [f (x) + g(x)] dx = f (x) dx + g(x) dx;
a a a
Z b Z b
5. c.f (x) dx = c. f (x) dx;
a a
Z b Z c Z b
6. f (x) dx = f (x) dx + f (x) dx, com c ∈ (a, b);
a a c
Z b
7. Se f (x) ≥ 0 para todo x ∈ [a, b], então f (x) dx ≥ 0;
a
Z b Z b
8. Se f (x) ≥ g(x), então f (x) dx ≥ g(x) dx.
a a
Resumo
Faça um resumo dos principais resultados vistos nesta aula.
Aprofundando o conteúdo
Leia mais sobre o conteúdo desta aula na seção 5.2 do livro texto.
Sugestão de exercícios
Resolva os exercícios da seção 5.2 do livro texto.