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Definição 1.1 (Função). Uma função é uma regra que associa um elemento do domínio da função (conjunto A) a
um elemento (único) do conjunto B . Podemos também definir uma função como sendo um para (ordenado) (x, f (x))
onde o valor de x não se repete.
Definição 1.2 (Domínio de uma função). Seja f : A → B . O domínio de f é o conjunto de todos os valores que a
variável independente pode tomar (elementos do conjunto A). Para cada valor do domínio, como referimos, a função
fornece um e um só resultado (imagem), que corresponde ao conjunto B .
O domínio também é designado por “domínio de definição”. Por exemplo, o domínio da função real de variável real,
ver definição 1.4 ,cosseno (“ cos”) é o conjunto de todos os números reais, enquanto o domínio da raiz quadrada ( √ )
consiste apenas em números maiores ou iguais a 0.
Se o domínio de uma função é um subconjunto dos números reais e a função é representada num sistema de
coordenadas cartesianas, então o domínio é representado no eixo das abcissas.
• funções polinomiais: são funções definidas por um polinómio. São exemplos de funções polinomiais as funções
p (x) = x2 + 4x − 4, q (x) = 2x + 2 e r (x) = x3 − 2;
• funções racionais: são funções que podem ser escritas como a divisão entre duas funções polinomiais. São
exemplos de funções racionais as funções
√
x+2 2x x3 + 4x2 − x + 2
f (x) = , f (x) = e f (x) = ;
x2 − 4x + 4 2
x +1 1 − x2
• funções algébricas: são funções que podem ser expressas em termos de somas, diferenças, produtos, quocientes
ou raízes de funções polinomiais. São exemplos de funções algébricas as funções
p √
3 2
f (x) = 3 x2 2 + x + x2 e f (x) = x /2 (x + 1) ;
3
f (x) = 4 − x2 ,
• funções transcendentes: são funções que não são algébricas como, por exemplo, as funções logarítmicas, as
exponenciais e as trigonométricas. São exemplos de funções transcendentes as funções
f (x) = ex+1 e f (x) = ln x2 + 1 .
f (x) = sen (x) ,
Definição 1.3 (Função de variável real). É uma função cujo conjunto de partida é o conjunto dos números reais, R.
Definição 1.4 (Função real de variável real). É uma função cujos conjuntos de partida e de chegada são o conjunto
dos números reais, R.
Consideremos agora a função f : A → B . Os valores de x ∈ A são designados por objecto (ou variável independente)
e a f (x) ∈ B como a sua imagem por f . Também é utilizada a designação de variável dependente para y = f (x), para
x ∈ Df . O domínio de uma função f , representdo por Df , D (f ) é o conjunto A. Ao conjunto das imagens chamamos
contradomínio de f , ou seja, o contradomínio é o conjunto
f (A) = {f (x) ∈ B : x ∈ A} .
Sejam D um subconjunto de R e f : Df ⊆ R → R uma função. Dizemos que a função f é uma função par se para
qualquer x ∈ Df , temos
−x ∈ Df e f (−x) = f (x) .
As funções f tais que para x ∈ Df se tem,
−x ∈ Df e f (−x) = −f (x)
são designadas por funções ímpares.
Recordemos que o gráfico das funções pares apresenta uma simetria em relação ao eixo das ordenadas (yy) enquanto
que o gráfico dsa funções ímpares apresenta uma simetria em relação à origem.
1
2 Limites de funções
Seja f : Df ⊆ R → R e seja a ∈ R. Então
lim− f (x) = lim+ f (x) = f (a) , a ∈ Df
x→a x→a
lim f (x) existe ⇔
x→a
lim f (x) = lim f (x)
a 6∈ Df
x→a− x→a+
y y
f (a) f (a)
f
f
O x=a x O x=a x
lim f (x) existe lim f (x) existe
x→a x→a
lim f (x) = lim f (x) lim f (x) = lim f (x) = f (a)
x→a+ x→a− x→a+ x→a−
y y
f (a)
f (a)
f f
O x=a x O x=a x
lim f (x) existe lim f (x) não existe
x→a x→a
lim f (x) = f (a) lim f (x) 6= f (a)
x→a− x→a+
y y
f (a)
f
f
O x=a x O x=a x
lim f (x) não existe lim f (x) não existe
x→a x→a
lim f (x) 6= lim f (x) lim f (x) = lim f (x) 6= f (a)
x→a− x→a+ x→a− x→a+
3 Continuidade
Seja f : Df ⊂ R → R e seja x = a ∈ Df . A função f é contínua em x = a se e somente se
lim f (x) = f (a) .
x→a
2
Se a 6∈ Df a função não é contínua nesse ponto. Uma função f diz-se contínua se é contínua em todos os pontos
do seu domínio.
i) Para a 6∈ Df a função é contínua em todo o seu domínio
O x=a x
O x=a x
O x=a x
4 Assimptotas verticais
4.1 Onde podem existir
A assimptotas verticais podem existir
• Em pontos que não pertençam ao domínio da função, mas que sejam aderentes (pontos de acumulação);
• Em pontos que pertençam ao domínio da função, mas onde esta possa ser descontínua.
Não pode haver assimptotas verticais em pontos onde a função seja contínua. Em particular, funções contínuas de
domínio R não têm assimptotas verticais ao seu gráfico.
3
4.2 Quando podem existir
A recta (vertical) de equação x = a é uma assímptota vertical ao gráfico de f se e somente se lim = ±∞ ou
x→a−
lim = ±∞.
x→a+
onde
f (x)
i) lim (que designaremos por m);
x→+∞ x
ii) lim [f (x) − mx]
x→+∞
(que designaremos por b).
• Se o conjunto for limitado (minorado e majorado) não existem assímptotas não verticais ao gráfico da função.
com m, b 6= ±∞.
Devemos ter em conta que
i) se m = 0, só pode existir uma assimptota horizontal ao gráfico da função;
ii) se m 6= 0 e se existir então é assimptota oblíqua.
y
y y =
q
x2 + 1
y = 1
y = x2
1+x2
y = −x y = x
O x
lim f (x) = 1.
O x
x→±∞
lim f (x) = −x. lim f (x) = x.
x→−∞ x→∞
4
6 Derivadas
6.1 Taxa Média de Variação
Seja f contínua no intervalo [a, b]. A taxa média de variação de f no intervalo [a, b] é dada por
f (b) − f (a)
TMV[a,b] =
b−a
é o declive da recta secante ao gráfico de f nesse mesmo intervalo.
Cinematicamente, se f (x) for a distância a um determinado local no instante x, então TMV [a, b] é a velocidade
média no intervalo de tempo [a, b].
6.2 Derivadas
df
A derivada de uma função f , representa-se por f ′ ou dx
, no ponto x = a é
f (x) − f (a) f (a + h) − f (a)
f ′ (a) = lim = lim
x→a x−a h→0 h
considerando a mudança de variável h = x − a. Quando x → a, h → 0.
Geometricamente, a derivada de uma função f num ponto de abcissa x = a é o declive da recta tangente ao gráfico
de f nesse ponto. Cinematicamente, é a taxa de variação instantânea da função num ponto. Se f (x) for a distância a
um determinado local no instante x, então f ′ (x) é a velocidade instantânea nesse mesmo instante e f ′′ (x) a respectiva
aceleração.
Existem outras notações. A saber
Notação Introduzida por
ẏ Newton;
y′ Lagrange ;
d
dx
Leibniz;
D Arbogast
Na Europa continental, a notação adotada foi a de Leibniz, que se mostrou muito mais eficiente e a difusão se deu
principalmente por conta dos irmãos Bernoulli. Na notação de Leibniz dx e dy são interpretados como incrementos
muito pequenos nas variáveis x e y e a proporção entre elas ofereceu uma medida da taxa de variação de y em relação
a x. Para representar este incremento é também utilizada a notação ∆x e ∆y, e como consequência, a derivada é
representada por ∆x
∆y .
• Pontos de descontinuidade, por pelo menos uma das derivadas laterais ser infinita:
• Pontos do domínio onde a recta tangente ao gráfico seja vertical, por a derivada nesses pontos ser infinita.
5
y
y = |x| y
f (a)
f
f (x) − f (0)
f (x) − f (0) lim = 1
lim = 1
x→0+ x−0
x→0− x−0
O x
O x=a x
f ′ (0) não existe.
f ′ (a) não existe.
y
q
y = a2 − x2 √ +
f : f (x) = x , Df = R
0
f ′ : f ′ (x) = 1
√ , Df = R+
2 x
y
f ′ (−a) = ±∞ f ′ (a) = ±∞
O x f ′ (0) = ∞
x = −a x = a
O x
Por estes motivos, a derivada deve ser calculada por definição em pontos de mudança de ramo. Nos restantes
pontos, poderão ser utilizadas as regras de derivação.
7 Continuidade e diferenciabilidade
Seja f : Df ⊆ R → R e seja a ∈ Df . Se f é diferenciável em x = a, isto é, tem derivada finita em x = a então f é
contínua em x = a. O recíproco não é válido, isto é, se uma função é contínua em x = a pode não ter derivada em
x = a. Um exemplo desta situação é a função módulo, definida por
√ x se x>0
|x| = x2 = .
−x se x<0
6
8 Primeira derivada
8.1 Recta tangente ao gráfico
Seja f : Df ⊆ R → R, a ∈ Df e f ′ (a) existe. Então a recta t : y = mx + b, recta tangente ao gráfico de f tem por
equação
t: y = f (a) + f ′ (a) (x − a) ,
onde m = f ′ (a) é o declive da recta tangente ao gráfico de f no ponto x = a.
Considerando a recta t definida por t : y = mx + b, consideramos m = f ′ (a) e para determinar o valor de b,
substituímos as coordenadas do ponto (a, f (a)) na equação e resolvemos em ordem a b.
relativo.
Na seguinte figura encontram-se os gráficos de f e de f ′ .
y
y = 3x2
y = x3
O x
Podemos construir a seguinte tabela de sinais para f ′ onde incluímos o estudo da monotonia de f .
x −∞ 0 +∞
′ 2
f (x) = 3x + 0 +
f (x) ր 0 ր
Como não há uma variação de sinal numa vizinhança de x∗ = 0 o ponto x = 0 não é um extremo relativo.
9 Segunda derivada
Seja f : Df ⊆ R → R, f ′ (x) e f ′′ (x) existem. O sinal da segunda derivada,
′′ ′ ′ d2 f d df
f (x) = (f (x)) ou 2
= .
dx dx dx
Mediante o sinal da segunda derivada de f podemos determinar o sentido da concavidade: concavidade voltada
para cima “ ∪” ou concavidade voltada para baixo “ ∩”.
Os pontos onde a segunda derivada se anula, isto é, os valores de x para os quais f ′′ (x) = 0 são designados por
pontos de inflexão e é onde se verifica uma mudança do sentido da concavidade.
Então,
7
• Se a segunda derivada for positiva, então o gráfico da função tem a concavidade voltada para cima, “ ∪”;
• Se a segunda derivada for negativa, então o gráfico da função tem a concavidade voltada para baixo, “ ∩”;
• Se a segunda derivada for nula, então o ponto onde se anula pode ser um ponto de inflexão. Só é um ponto
de inflexão se a segunda derivada mudar de sinal nesse ponto.
y y
[
f ′′ (x) > 0
f ′′ (x) = 0
f ′′ (x) < 0
x
\ O x
O
f e sinal de f ′ f e sinal de f ′′
Em relação à função f : f (x) = x3 podemos completar a tabela com o estudo do sinal da segunda derivada
x −∞ 0 +∞
f ′ (x) = 3x2 + 0 +
f (x) ր 0 ր
′′
f (x) = 6x − 0 +
f (x) ∩ 0 ∪
y y = 6x
y = 3x2
y = x3
O x
10 Teorema de Lagrange
Teorema 10.1 (Teorema do valor médio de Lagrange). Se f (x) é contínua em (a, b) e diferenciável em ]a, b[, existe
um c ∈ ]a, b[, tal que
f (b) − f (a) = f ′ (c) (b − a) ,
ou seja
f (b) − f (a)
f ′ (c) = .
b−a
Nota 10.1. Esta fórmula relaciona o acréscimo da função (f (b) − f (a)) com o acréscimo da variável (b − a). Por
isso também é designado por Teorema dos acréscimos finitos.
Geometricamente, o quociente f (b)b −
−a
f (a)
é o declive da recta que passa nos pontos (a, f (a)) e (b, f (b)). O que
o Teorema de Lagrange nos diz é que existe uma recta tangente ao gráfico de f paralela à recta que passa nos pontos
(a, f (a)) e (b, f (b)).
8
Cinematicamente, numa viagem, há pelo menos um instante em que a velocidade é igual à velocidade média da
viagem.
y b2
+
x t//s
t
m
= mt = ms
y
:
t s
f (b)
s : y = ms x + b1
f (a)
x
x
=
=
a
b
′ f (b) − f (a)
f (c) =
b−a
y = f (x)
f (b)
k = f (c)
f (a)
x
O
x
x
=
=
a
Nota 11.1. Este resultado também é conhecido por Teorema dos Valores Intermédios.
Corolário 11.1. Se f é contínua no intervalo [a, b] e f (a) × f (b) < 0 então a função admite pelo menos um zero no
intervalo ]a, b[.
então podemos afirmar que existe pelo menos um ponto c ∈ ]a, b[ tal que a reta tangente à curva em tem inclinação
nula, ou seja, f ′ (c) = 0. Graficamente
1 Em R um compacto é um intervalo fechado e limitado.
9
y ′
f (c) = 0
f (a) = f (b)
x
=
=
a
b
Corolário 11.2. Se a e b são zeros de uma função f (x), contínua no intervalo [a, b] e diferenciável no seu interior,
então existe pelo menos um zero da sua derivada f ′ (x) em ]a, b[.
O corolário 11.2 é um resultado muito importante na determinação dos zeros de um função diferenciável. Assim,
se f ′ tem um zero, a função não pode ter mais do que 2 zeros pois se assim não fosse, se a função tivesse 3 zeros, teria
que ter pelo menos dois zeros da derivada.
Corolário 11.3. Se f (x) é diferenciável em I ⊂ [a, b] e se a e b são zeros consecutivos de f ′ (x) (f ′ (a) = f ′ (b) = 0
e f ′ (x) 6= 0, ∀x ∈ ]a, b[), não pode haver mais que um zero de f em ]a, b[.
Nota 11.2. Conjugando este resultado com o Teorema de Bolzano sobre funções contínuas, podemos afirmar:
• Se a função assumir valores de sinais contrários para dois zeros consecutivos da derivada, entre esses dois
números existe um zero da função;
• Se o sinal for o mesmo, não há zero algum da função entre os dois zeros da derivada.
Teorema 11.5 (A Regra de Cauchy). Sejam a e b números reais tais que a < b e f, g : ]a, b[ → R duas funções
diferenciáveis em ]a, b[ tais que
g ′ (x) 6= 0 para cada x ∈ ]a, b[ .
Suponhamos que
lim f (x) = lim+ g (x) = 0
x→a+ x→a
ou que
lim |f (x)| = lim+ |g (x)| = +∞.
x→a+ x→a
f ′ (x)
Se lim+ ′ = L, com L ∈ R, ou L = +∞, ou L = −∞, então
x→a g (x)
f (x)
lim = L.
x→a+ g (x)
a) Estude a continuidade de f .
b) Mostre que a equação f (x) = x é possível em ]2, 3[.
10
c) Mostre que a restrição de f ao intervalo [2, 3] tem máximo e mínimo absolutos.
d) Estude f quanto à existência de assimptotas de f .
e) Indique os extremos e estude a monotonia de f .
f) Indique a recta tangente ao gráfico de f no ponto x = −2.
g) Indique os pontos de inflexão e estude a concavidade de f .
Resolução: a) Estude a continuidade de f .
O domínuo da função f é
Df = {x ∈ R : x 6= 1}
= R \ {1} .
Vamos agora estudar a continuidade por ramos e no ponto x = 0, onde se verifica uma mudança de ramo. Portanto,
• para x 6 0, f é definida por f (x) |x60 = xex +1. Esta função é contínua pois é a soma de uma função contínua,
xex que é produto de duas funções contínuas em R e portanto em ]−∞, 0] com uma constante. Atendendo às
propriedades das operações com funções contínuas, a função f |x60 é contínua.
• para x ∈ ]0, 1[ a função f ]0,1[ é contínua pois é o quociente de duas funções contínuas, a saber a função
identidade e a função logaritmo de base natural (e). Devemos notar que lim ln (x) = −∞ e que lim ln (x) =
+ −
x→0 x→1
0. Atendendo às propriedades das operações com funções contínuas, a função f x∈]0,1[ é contínua.
• para x ∈ ]1, +∞[ a função f ]1,+∞[ é contínua pois é o quociente de duas funções contínuas, a saber a função
identidade e a função logaritmo de base natural (e). Atendendo às propriedades das operações com funções
contínuas, a função f ]1,+∞[ é contínua.
• Resta estudar a continuidade de f no ponto x = 0. Uma vez que 0 ∈ Df e é um ponto onde há uma mudança
de ramo, é necessário que a condição
lim f (x) = lim f (x) = f (a) (2)
x→a− x→a+
Consequentemente como a condição (2) não se verifica a função não é contínua em x = 0. Não sendo contínua
em x = 0 a função não é contínua em Df = R \ {1}.
b) Mostre que a equação f (x) = x é possível em ]2, 3[.
Vamos aplicar o Teorema de Bolzano, ver página 9, teorema 11.1.
Resolver a equação f (x) = x é equivalente a determinar x∗ ∈ ]2, 3[ de tal forma que f (x∗ ) − x∗ = 0. Vamos
considerar a função auxiliar h : [2, 3] → R dada por
h (x) = f (x) − x.
Em primeiro lugar vamos verificar se h verifica as condições do Teorema de Bolzano. Temos então
i) A função h é continua em [2, 3] pois é a diferença entre duas funções contínuas, a função ln(x)
x
e a função
identidade x. Como a diferença entre duas funções contínuas é uma função contínua, h é contínua em [2, 3].
Devemos recordar que f é contínua em R \ {0, 1} e que 1 6∈ Df .
ii) Vamos verificar se h (2) × h (3) < 0. Temos então
2
• h (2) = − 2 ⋍ 0.9,
ln (2)
3
• h (3) = − 3 ⋍ −0.3.
ln (3)
11
Logo h está nas condições do Teorema de Bolzano. Atendendo ao corolário o Teorema de Bolzano, coroário 11.1
na página 9 a função h admite um zero em [2, 3]. Para garantir a unicidade do mesmo podemos tilizar o Teorema
de Rolle e analizar os seus zeros ou então, verificar se f é estritamente monótona no intervalo [2, 3], isto é, se para
todo o x ∈ [2, 3], f ′ (x) > 0 ou (exclusivo) f ′ (x) < 0.
c) Mostre que a restrição de f ao intervalo [2, 3] tem máximo e mínimo absolutos.
Vamos aplicar o Teorema de Weierstrass, 11.2, página 9, que indica em que condições uma função atinge um máxmo
e um mínimo mum intervalo fechado e limitado.
É necessário verificar que a função f é contínua no intervalo [2, 3] e que o intervalo [2, 3] é um intervalo fechado e
limitado de Df . Temos então
i) O intervalo [2, 3] é um intervalo fechado contido em Df pois
[2, 3] = int ([2, 3]) ∪ fr ([2, 3])
= ]2, 3[ ∪ {2, 3} .
Vamos de seguida estudar a existência de assimptotas não verticais, que podem ser horizontais (m = 0) ou oblíquas
(m 6= 0). Vamos estudar os casos x → ∞ e x → −∞ uma vez que Df = R \ {1}.
Temos então
• quando x → −∞
f (x)
m = lim
x→−∞ x
xex + 1
= lim
x→−∞ x
xe
x
1
= lim +
x→−∞ x x
12
xex 1
= lim + lim
x→−∞ x x→−∞ x
1
= lim
x→−∞
e x
+ lim
x→−∞ x
1
= e−∞ +
−∞
= 0,
= lim [xex + 1 − 0 × x]
x→−∞
= lim [xex + 1 − 0]
x→−∞
= lim (xex + 1)
x→−∞
= lim −y e−y + 1
consideramos y = −x,
y→∞
y
= lim − y +1
y→∞ e
y
= − lim
y→∞ ey + y→∞
lim 1
= 0 + lim 1
y→∞
=1
1
=
+∞
= 0,
x (∞ ∞
)
= lim f (x) = lim
x→∞ x→∞ ln (x)
1
= lim
x→∞ 1
x
= lim x
x→∞
= +∞.
13
Como b = ∞ o gráfico de f não admite uma assimptota vertical quando x → +∞.
e) Indique os extremos e estude a monotonia de f .
O estudo da monotonia e dos extremos de uma função é feira mediante o estudo do sinal e dos zeros da primeira
derivada. Sendo assim, vamos calcular a primeira derivada de f . Devemos ter em conta que como x = 0 é necessário
calcular a derivada por definição.
Assim,
• para x < 0,
f ′ (x) = (xex + 1)
′
= (xex ) + 1′
′
= x′ ex + x (ex ) + 0
′
= 1 × ex + xex
= ex + xex
= ex (x + 1) .
Note que o domínio de f ′ é diferente do domínio de f pois não existe derivada de f em x = 0 e é possível calcular
o valor de f em x = 0.
Vamos agora determinar (os eventuais) zeros de f ′ , isto é, os valores de x∗ ∈ Df para os quais f ′ (x∗ ) = 0. Tal
′
ln (x) − 1
= 0 ⇔ ln (x) − 1 = 0 ⇔ ln (x) = 1 ⇔ x = e.
ln2 (x)
14
Logo os zeros de f ′ são {−1, e}.
• para todo o x ∈ ]0, 1[ ∪ ]1, +∞[, ln (x) 6= 0 e portanto (ln (x)) > 0.
2
Logo o sinal f′ ]0,1[∪]1,+∞[
depende
unicamente do sinal de ln (x) − 1.
Consequentemente
ln (x) − 1 > 0 ⇔ ln (x) > 1 ⇔ x > e.
Portanto, para x ∈ ]0, 1[ ∪ ]1, +∞[,
− se x ∈ ]0, e[ \ {1}
f ′ (x) = .
+ se x>e
x −∞ −1 0 1 e +∞
e x
+ + +
x+1 − 0 +
e x
(1 + x) − 0 +
ln (x) − 1 − − − 0 +
2
(ln (x)) + 0 + + +
ln (x) − 1
2 + − 0 +
(ln (x))
f ′ (x) − 0 + − − 0 +
f (x) ց min ր max ց ց min ր
A função f é decrecente em ]−∞, −1[, em ]0, 1[ e ]1, e[, é crescente em ]−1, 0[ e em ]e, ∞[. Tem um máximo local
em x = 0 e dois mínimos, um em x = −1 e outro em x = e.
f) Indique a recta tangente ao gráfico de f no ponto x = −2.
A equação da recta t, recta tangente ao gráfico de f num ponto x = a ∈ Df ∩ Df é dada por ′
t : y = mx + b
y = f (a) + f ′ (a) (x − a) .
y=
e2 − 2 − 1 (x − (−2))
e2 e2
=
e2 − 2 − 1 (x + 2)
e2 e2
15
=
e2 − 2 − x + 2
e2 e2
x 4
=− +1−
e2 e2 .
Há outro processo. O valor do declive é, como vimos, m = f ′ (−2) = − e1 . Substituíndo na equação obtemos
2
1
y=−
e2 x + b.
Como t é tangente ao gráfico de f no ponto (−2, f (−2)) = , ele satisfaz a equação da recta, portanto,
−2, − e22 + 1
2 1 4
−
e2 + 1 = − e2 × (−2) + b ⇔ b = 1 − e2
e portanto y = − ex2 + 1 − e42 .
g) Indique os pontos de inflexão e estude a concavidade de f .
A segunda derivada de f é dada por
e (x + 2)
x
se x<0
′′
f (x) = 2 − ln (x) .
3 se x > 0 ∧ x 6= 1
x (ln (x))
• se x ∈ R +
\ {1},
2 − ln (x)
f ′′ (x) = 0 ⇔ = 0 ⇔ 2 − ln (x) = 0 ∧ x ln (x) 6= 0 ⇔ x = e2 .
x (ln (x))3
Em relação ao sinal da segunda derivada (concavidade) temos
• se x < 0,
16
x −∞ −2 0 1 e2 +∞
e x
+ + +
x+2 − 0 +
ex
(1 + x) − 0 +
2 − ln (x) − − − 0 +
3
x ln (x) − 0 + + +
2 − ln (x)
+ − 0 +
x ln3 (x)
f ′′ (x) − 0 + − − 0 +
f (x) ∩ p.i. ∪ ∪ ∪ ∩ p.i. ∪
O
2gráfico de f tem a concavidade voltada para baixo em ]−∞, 2[ e em 1, e 2e voltada para coma em ]−2, 1[ e em
2
3
x=1
2
y=1
1
-4 -2 2 4
-1
-2
17
12 Exercícios
1. Considere a função g dada por
3 sen (x − 1)
, x>1
x−1
g (x) = 3, x=1.
ex−1 − 1
2 x<1
(x − 1) ,
a) Determine Df , o domínio de f .
b) Determine o interior, o exterior e a fronteira de Df .
18
7. Considere a função f : R → R definida por
π
x<0
3 + ex
se
f (x) = .
1
arc tg
se x>0
1 + x2
19