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Silogismos irregulares
Dá-se o nome de silogismo irregular ou derivados de silogismo categórico, aqueles que na sua
estrutura e matéria apresentam menos ou mais de três proposições e termos. Trata-se de
estruturas argumentativas que embora válidas, obedecem uma forma canónica, isto é, um padrão
do silogismo categórico.
Há quatro tipos de silogismos categóricos irregulares: o entimema, o epiquerema, o
polissilogismo e o sorites.
a) Entimema (silogismo incompleto): é um silogismo categórico constituído por apenas
duas proposições, pois contém ambas ou uma das premissas subentendidas, ou por outra,
é um silogismo simplificado pela omissão duma das premissas, que se subentende
facilmente.
Exemplo: Os homens são mortais
Logo, Pedro é mortal.
b) Epiquerema: é um silogismo em que as premissas exibem uma justificação. A
irregularidade deste silogismo reside não no número de proposições, mas número
excessivo de termos.
Exemplo: A ciência é útil, porque ensina ao homem a verdade.
A lógica é uma ciência, porque é um conjunto de verdades.
Logo, A lógica é útil.
c) Polissilogismo: são silogismos encadeados, ou seja, agrupados, de tal modo que a
conclusão do primeiro se torna uma premissa maior ou menor do silogismo seguinte. Por
isso, os polissilogismos podem ser: progressivos, quando a conclusão de um silogismo é
premissa maior do silogismo seguinte; ou regressivos, quando a conclusão de um é
premissa menor do silogismo seguinte.
Exemplo:
Os alunos inteligentes são dedicados.
Ora, os dedicados tiram notas excelentes nos testes.
Os que tiram notas excelentes nos testes passam de classe.
Logo, Os alunos inteligentes passam de classe.
Silogismos Hipotéticos
Contrariamente ao que acontece nos silogismos categóricos, a premissa maior de um silogismo
hipotético não afirma, nem nega de forma absoluta ou categórica, mas sob uma condição ou
estabelecendo alternativas. Por isso, a premissa maior de um silogismo hipotético é sempre
constituída por duas ou mais proposições simples, cujas ligações são feitas por conectores, isto é,
partículas de união, tais como: “se… então …”; “… e …”; “… ou …”. Os silogismos
hipotéticos são também denominados silogismos compostos, e classificam-se em: condicional,
disjuntivo, conjuntivo e dilema.
a) Silogismo hipotético condicional: é uma proposição condicional constituída por duas
partes, que é uma condição ou antecedente e o condicionado ou consequente, ligados por
meio pela expressão “se… então …”.
Exemplo: Se passar no exame, então farei uma viagem.
Ora, passei no exame. – condição ou antecedente
Logo, farei uma viagem. – condicionado ou consequente
O silogismo condicional compreende dois modos válidos ou figuras:
Modus Ponens (afirmação do antecedente): para que o silogismo seja válido neste
modus, deve afirmar-se primeiro a condição ou antecedente na premissa menor para em
seguida afirmar o condicionado (consequente) na conclusão ou seja: se p, então q, ora p,
logo q.
Exemplo 1: Se estudar muito, então passarei de classe. (se p, então q)
Ora, estudei muito. (p)
Logo, passarei de classe. (q).
Exemplo 2: Se passares de classe, compro-te uma biscicleta.
Ora, Passaste.
Logo, comprar-te-ei uma bicicleta.
Modus tollens (negação do condicionado): o silogismo hipotético condicional só é
válido, neste modus, quando a negação do consequente ou condicionado na premissa
menor implica a negação da condição ou antecedente na conclusão, ou seja, nega-se o
condicionado na premissa menor para em seguida negar-se a condição na conclusão, isto
é, se p, então q; ora não q, logo não p.
Exemplo: se passares de classe, compro-te uma bicicleta. ( p →q)
Ora, não te compro uma bicicleta (~q).
Logo, não passaste de classe (~p).
O silogismo hipotético condicional obedece duas regras:
b) Silogismo hipotético disjuntivo: é aquele que a premissa maior é uma proposição que se
apresenta sob forma de uma alternativa entre dois termos, de tal modo que a afirmação
(ou a negação) do outro. Este silogismo assume duas formas ou modus válidos:
Modus ponendo – tollens (ao afirmar, nega): neste modo, a premissa menor é
afirmativa e a conclusão é negativa.
Exemplo: Este estudante ou é dedicado ou é cabulador.
Ora, este estudante é dedicado. (p)
Logo, não é cabulador. (~q)
Modus tollendo – ponens (negando, afirma): a premissa menor é negativa e a
conclusão é afirmativa.
Exemplo: Este estudante ou é dedicado ou é cabulador.
Ora, este estudante não é cabulador. (~q)
Logo, é dedicado. (p)
c) Silogismo hipotético conjuntivo: chama-se silogismo hipotético conjuntivo ao silogismo
cuja premissa maior não admite que dois termos opostos sejam aplicados
simultaneamente a um mesmo sujeito. Este silogismo assume duas formas ou modus
válidos:
Modus ponendo – tollens (afirmando – nega
Exemplo: Madala não pode ser, simultaneamente músico moçambicano e zimbabweano.
Ora, Madala é músico moçambicano. (p)
Logo, não é músico zimbabweano. (~q)
Regras do dilema
- A disjunção deve ser completa, para que o adversário não tenha outra saída;
- A refutação de cada uma das hipóteses deve ser feita validamente para que o opositor não possa
negar as consequências;
- A conclusão deve ser a única que pode ser deduzida, caso contrário o dilema pode ser
contestável.
Exercícios
1. Diz de forma justificada, se os silogismos seguintes são ou não válidos.
a) Se tenho malária, então estou doente.
Ora, não tenho malária.
Logo, não estou doente.