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EXEMPLIFICAÇÃO I
Esses exemplos têm a mesma forma de raciocínio. Quer ver? Basta utilizarmos algum
símbolo para substituir os enunciados mantendo a mesma forma lógica da dedução.
Trata-se de uma forma de dedução com o uso de proposição composta CONDICIONAL,
ou seja, aquela que é formulada pelo operador lógico “SE...,ENTÃO...”.
Esses exemplos de argumentos têm em comum a seguinte forma lógica:
(1) Se P, então, Q.
(2) Ora, P.
[C] Logo, Q.
3) Se o Estado é um poder social, então, o Estado deveria ser socialmente controlado. Ora,
o Estado não é socialmente controlado. Logo, o Estado não é um poder social.
Também esses três exemplos possuem em comum a mesma forma lógica. Tem como
base a proposição CONDICIONAL e a proposição de NEGAÇÃO, que é formulada pelo
operador lógico de negação “NÃO”. É denominado MODUS TOLLENS, em Lógica.
Utilizando símbolos gerais, podemos representá-la da seguinte forma:
(1) Se P, então, Q.
(2) Não é o caso de Q (não-Q).
[C] Não é o caso de P (não-P).
EXEMPLIFICAÇÃO III
1) Se me alimento bem, então, tenho saúde. Ora, se tenho saúde, então, vivo a vida com
mais prazer. Logo, se me alimento bem, então, vivo a vida com mais prazer.
2) Se as leis são justas, então, os cidadãos governam-se pelo Estado. Ora, se os cidadãos
governam-se pelo Estado, então, o bem comum é respeitado. Logo, se as leis são justas,
então, o bem comum é respeitado.
3) Se o tempo é eterno, então, não há sucessão de momentos. Ora, se não há sucessão
de momentos, então, não há mortalidade. Logo, se o tempo é eterno, então, não há
mortalidade.
Também esses exemplos têm como base a proposição CONDICIONAL. Sua forma comum
pode ser assim representada:
(1) Se P, então, Q.
(2) Se Q, então, R.
[C] Se P, então, R.
Em Lógica, essa forma é denominada SILOGISMO HIPOTÉTICO.
EXEMPLIFICAÇÃO IV
(1) P ou Q.
(2) Não se dá Q (não Q).
[C] P.
Essa forma lógica é denominada SILOGISMO DISJUNTIVO. Tem como base o uso
do operador lógico de DISJUNÇÃO “OU” e de NEGAÇÃO “NÃO”.
EXEMPLIFICAÇÃO V
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1)Se trabalho honestamente, então, ganho pouco e, se roubo, então, poderia ficar
rico. Ora, ou trabalho honestamente ou roubo. Logo, ou ganho pouco ou poderia ficar rico.
2) Se o professor desconhece muitas coisas, então, é um ignorante e, se o professor
sabe poucas coisas, então, tem uma formação deficiente. Ora, ou o professor desconhece
muitas coisas, ou sabe poucas coisas. Logo, ou o professor é um ignorante, ou tem uma
formação deficiente.
3) Se os homens são bons, então, não há necessidade de leis para impedir
malfeitorias e, se os homens são maus, então, as leis não conseguirão impedir que cometam
malfeitorias. Ora, ou os homens são bons ou são maus. Logo, não há necessidade de leis
para impedir malfeitorias ou, as leis não conseguirão impedir que cometam malfeitorias.
EXEMPLIFICAÇÃO VI
(1) (P e Q) ou (R e S).
(2) Não é o caso de (P e Q).
[C] (R e S).
1) Vou à praia ou vou à piscina; se vou à praia, deverei ir com os amigos; se vou à piscina,
irei com minha família. Ora, não sairei com minha família. Logo, irei à praia.
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2) Se os pertences da vítima ficaram intactos, então o roubo não foi o motivo do crime. Mas
o motivo do crime foi o roubo ou a vingança. Portanto, o motivo do crime deve Ter sido a
vingança.
3) Se tiver um terno novo e se tiver dinheiro, levarei minha namorada ao baile. Mas se não
a levar ao baile, certamente, ela ficará chateada comigo. Ora, se eu não pagar ao
alfaiate, não terei o terno novo e, se pagar, ficarei sem dinheiro. Ou pago ao alfaiate ou
não lhe pago. Logo, certamente minha namorada ficará chateada comigo.
A Proposição
Proposição é uma sentença declarativa afirmativa (declara que é) ou negativa (declara que
não é) e que tem a propriedade de poder ser verdadeira ou falsa.
O principal uso que fazemos da língua é o uso proposicional, tanto nos usos do falar
cotidiano, quanto nos usos discursivos das ciências, ou da filosofia. Sentença, enunciado,
ou proposição ocorrem nas formas de usos de qualquer língua. Uma proposição pode ser
uma simples “frase” ou oração declarativa de uma língua qualquer, mas pode também ser
composta de mais partes, formando uma sequência maior. A proposição é uma sequência
de signos da língua que tem valor de verdade, que é o poder ser julgada como uma verdade,
ou uma falsidade. Verdade ou falsidade são valores elementares de proposições,
acompanham as proposições. Veja os exemplos a seguir e procure classificar os diferentes
tipos de proposições que aí ocorrem.
Uma proposição composta é aquele que contém outro enunciado como sua parte
componente, dependendo dos valores de seus componentes, para a determinação do seu
valor de verdadeira ou falsa. P. ex., “Marx é filósofo e Marx é economista”.
As proposições definem-se por seus valores lógicos. Define-se como valor lógico de
uma proposição A VERDADE (V) se a proposição é verdadeira e a FALSIDADE (F) se a
proposição é falsa.
Assim é que, na análise proposicional a lógica estabelece dois princípios elementares de
decisão:
A observância destes princípios define a Lógica Simbólica como uma lógica bivalente,
ou seja, que interpreta qualquer proposição como definida por apenas um dos valores entre
V, ou F.
O cálculo formal dos valores de verdade (de ser Verdadeiro ou Falso) das formas de
proposições compostas e dos argumentos se dará através da construção de TABELAS DE
VERDADE. A TABELA DE VERDADE calcula o universo de possibilidades de Verdade e
Falsidade da forma lógica da proposição composta. Qualquer enunciado composto tem seu
valor de verdade completamente determinado pelos valores de verdade de seus
componentes. Por isso, a Lógica Simbólica denomina-o enunciado composto funcional de
verdade. As proposições compostas são formadas pelos seguintes operadores lógicos,
ou conectivos lógicos:
1) de NEGAÇÃO – NÃO, NÃO É O CASO QUE, NÃO SE DÁ QUE, entre outros.
2) De CONJUNÇÃO – E .
3) De DISJUNÇÃO – OU.
4) CONDICIONAL – SE...,ENTÃO.
5) BICONDICIONAL – SE E SOMENTE SE.
TABELA DE VERDADE:
P ~P
1 V F
2 F V
TABELA DE VERDADE:
P Q P.Q
1 V V V
2 V F F
3 F V F
4 F F F
Exemplos:
1) P: A terra é um planeta (V)
Q: 7 + 5 = 12 (V)
_____________________________
(P • Q) : A terra é um planeta e (7+5=12) = V • V = V
TABELA DE VERDADE:
P Q PvQ
V V V
V F V
F V V
F F F
Exemplos:
EXERCÍCIOS
Outros modos de utilizar a Condicional em nossa língua são: “Deverá fazer frio, se
chover”; “T é um triângulo, somente se T é um polígono de três lados”; “Se o tempo
estiver bom, sairemos para pescar”; essa alteração da condicional pela linguagem
natural não altera sua ordem lógica.
OPERADOR LÓGICO: “ se..., então...”
SÍMBOLO: (outro: ) – simboliza a IMPLICAÇÃO MATERIAL.
EXEMPLO: “ Se conselho valesse alguma coisa, então, não seria dado de graça”
INSTÂNCIA DA FORMA: Se P, então, Q.
FORMA LÓGICA: P Q ( expressão universal da condicional
segundo a ciência da lógica)
TABELA DE VERDADE
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P Q PQ
1 V V V
2 V F F
3 F V V
4 F F V
EXEMPLOS:
1) P: Tiradentes morreu enforcado (V)
Q: 5 + 7 = 12 (V)
_____________________________________________________
(P Q): Se Tiradentes morreu enforcado, então, 5 + 7 = 12. =V V= V
Há ainda outro modo, utilizado pelos lógicos, de demonstrar o sentido lógico dos valores de
verdade da condicional que é o da definição de suas formas equivalentes. Ou seja,
demonstrando-se os valores das formas lógicas equivalentes da condicional fica também
demonstrado seu valor. Assim sendo, por definição, P Q é equivalente a ~(P . ~Q )
e, por implicação material, P Q é equivalente a ~P v Q. Vejamos na Tabela de Verdade:
FORMA LÓGICA: P Q
TABELA DE VERDADE
P Q P Q
1 V V V
2 V F F
3 F V F
4 F F V
EXEMPLOS:
A PONTUAÇÃO – O uso de pontuação para definir o sentido em que deve ser lida
uma sequência de símbolos é absolutamente necessário tanto nas gramáticas das línguas,
quanto nas matemáticas. O seguinte exemplo ilustra esse papel da pontuação: “o professor
disse o diretor deverá chegar atrasado”, que pode ser lido em dois sentidos diferentes, como
“o professor disse: o diretor deverá chegar atrasado”, ou como “o professor, disse o diretor,
deverá chegar atrasado”. Em tal caso deve haver a pontuação para definir qual o sentido a
ser lido. Também em matemática a fórmula 5 x 3 1 tanto poder ter como resultado 16,
lendo-se (5 x 3) 1, como pode ser 20, lendo-se 5 x (3 1). Em Lógica Simbólica também
essas ambiguidades acontecem. Qual a leitura para a seguinte fórmula: P. Q v R? Pode ser
(P . Q) v R, como pode ser P . (Q v R). E a seguinte fórmula: ~P. Q? Daí que torna-se
necessária a utilização de sinais de pontuação para definir o sentido das fórmulas utilizadas,
usando-se então, os sinais de parênteses ( ), colchetes [ ] e chaves { } para esse fim.
Está claro que a pontuação fixa o valor de verdade de uma fórmula. De uma fórmula
ambígua pode-se obter tabelas de verdade distintas e, portanto, com resultados diferentes,
o que se pode ver pelo exemplo acima. O seguinte exemplo nos deixaria com maiores
dificuldades caso não recorrêssemos a regras de pontuação.
Dada a fórmula: P v Q R . S, como defini-la? Tente você mesmo. O resultado dará
diferentes interpretações e diferentes valores.
Disso decorre que devemos saber não só como pontuar uma fórmula, mas também
devemos saber o que pontuar corretamente.
Com o propósito de definir o que pontuar corretamente define-se em Lógica que a
pontuação de funções proposicionais deve seguir, como nas matemáticas, uma regra que
indique esse procedimento. Segundo essa regra, deve-se pontuar, portanto, de acordo com
a seguinte ordem:
1) Pontuação da Negação: a negação “ ~ “ deve aplicar-se à menor parte da fórmula,
em caso de ambiguidade da fórmula. Exemplo: em ~ P v Q, leia-se como está.
2) Pontuação da Disjunção.
3) Pontuação da Conjunção.
4) Pontuação da Condicional.
5) Pontuação da Bicondicional.
EXERCÍCIOS
I – Utilizando as letras E para simbolizar “Ernesto foi contratado”, F para simbolizar “Fábio
está de férias” e G para simbolizar “Glória foi demitida”, simbolize os seguintes enunciados,
assinalando também sua pontuação correta.
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1) Se Ernesto foi contratado, então, Fábio Está de férias e Glória foi demitida.
2) Se Fábio está de férias, Ernesto foi contratado, e Glória foi demitida.
3) Se Ernesto foi contratado, então, se Fábio está de férias, então, Glória foi demitida..
4) Se Ernesto foi contratado, então, ou Fábio está de férias, ou Glória foi demitida.
5) Se Ernesto foi contratado e Fábio está de férias, então, Glória foi demitida.
6) Ernesto foi contratado, ou, se Fábio está de férias, então, Glória não foi demitida.
7) Se Ernesto foi contratado ou Fábio está de férias, então, Glória foi demitida.
8) Se Ernesto não foi contratado, então, Fábio não está de férias e Glória não foi demitida.
9) Se Ernesto não foi contratado, então, ou Fábio não está de férias, ou Glória não foi
demitida.
10) Não é o caso de, se Ernesto foi contratado, então, Fábio está de férias e Glória foi
demitida.
1 – Quatro pares divertem-se juntos à noite. Os seus nomes são: Isabel, Joana, Maria, Ana,
Henrique, Pedro, Luís e Rogério. A certa altura podemos constatar que:
- A mulher de Henrique não dança com o marido, mas com o de Isabel;
- Ana e Rogério não dançam;
- Pedro toca trompete, acompanhado ao piano por Maria;
- Ana não é a mulher de Pedro.
Para você deduzir: QUAL É A MULHER DE ROGÉRIO?
Apenas podemos Ter a certeza de que falam verdade quando se referem, no todo ou
em parte, a cada um dos próprios barcos. Quando isso não acontece, as afirmações são
falsas. Dadas as seguintes afirmações:
- ANTÔNIO: Além do meu barco, só o “Andorinha” e o “Luz do Sol” têm rádio.
- ALBERTO: Cláudio tem a sorte de ser um dos que têm barco com rádio.
- CLÁUDIO: O barco de Antônio é o “Luz do Sol”.
- SEBASTIÃO: Nunca andei no “Maria da Paz”, nem no “Luz do Sol”.
4 – Um avião que regressa dos Jogos Olímpicos transporta cinco atletas que ficaram à frente
de uma mesma prova . Puderam ser ouvidas as seguintes afirmações:
- A: Eu não fui o último;
- B: C foi o terceiro;
- C: A ficou atrás de E;
- D: E foi o segundo;
- E: D não foi o primeiro.
Por modéstia ou qualquer outra razão, o primeiro e o segundo classificados mentiram.
Pergunto: Qual foi a classificação real?
NOTA: O uso das proposições hipotéticas é que possibilitará a construção das deduções
necessárias às soluções desses jogos. Construa sua argumentação a partir delas.
1 2 3
P Q R
1 V V V
2 V V F
3 V F V
4 V F F
5 F V V
6 F V F
7 F F V
8 F F F
1 2 3 4
P Q R S
1 V V V V
2 V V V F
3 V V F V
4 V V F F
5 V F V V
6 V F V F
7 V F F V
8 V F F F
9 F V V V
10 F V V F
11 F V F V
12 F V F F
13 F F V V
14 F F V F
15 F F F V
16 F F F F
Assim, uma tabela de verdade de uma proposição composta com QUATRO (4)
proposições simples componentes contém 24 = 16 linhas e os grupos de valores V e F se
alternam de 8 em 8 para a 1ª coluna P; de 4 em 4 para a 2ª coluna Q; de 2 em 2 para a 3ª
coluna R; e de 1 em 1 para a 4ª coluna S. A tabela de verdade demonstra o universo de
possível dos valores de verdade destas variáveis relacionadas.
Considerando que essas variáveis podem ser combinadas com os operadores lógicos
proposicionais de negação ( ~ ), de disjunção ( v ), de conjunção ( • ), da condicional ( )
e da bicondicional ( ), resultando em fórmulas proposicionais que mostram as formas das
proposições compostas. Portanto, com o uso de tabelas de verdade podemos construir
operações formais da lógica fundamental do cálculo proposicional e com isso, a tabela de
verdade mostrará exatamente os casos em que a proposição composta será verdadeira (V)
ou falsa (F), visto que seu valor é definido pelos valores dos seus componentes.
1) ~ ( P • ~Q )
1 2 3 4 5
P Q ~Q P . ~Q ~(P . ~Q)
1 V V F F V
2 V F V V F
3 F V F F V
4 F F V F V
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1 2 3 4 5 6 7
P Q ~ (P • ~ Q)
1 V V V V F F V
2 V F F V V V F
3 F V V F F F V
4 F F V F F V F
EXERCÍCIOS:
históricos. É claro que as formas lógicas apresentam valores diferentes umas das outras, conforme
demonstram suas tabelas de verdade.
1 – A CONTINGÊNCIA
Denomina-se “contingente” a forma de enunciado cujos valores de verdade podem conter tanto
a verdade como a falsidade, implicando na ocorrência de enunciados contingentes como seus exemplos
de substituição. Por exemplos, as tabelas de P; Q; ~P; ~Q; P v Q; P . Q; P Q ; P Q demonstram
que são formas lógicas contingentes.
2 – A TAUTOLOGIA
Denomina-se “tautologia” a forma de enunciado cujos valores de verdade são em todos os casos
apenas o VERDADEIRO, implicando na ocorrência de exemplos tautológicos de enunciados. Por
exemplo, as tabelas de P v ~P; P ~~P; ~(P v Q) (~P . ~Q); ~(P . Q) (~P v ~Q) demonstram
que são formas lógicas tautológicas. Essas formas de enunciados têm suas verdades reconhecidas
independente dos acontecimentos. Não há acontecimento capaz de modificar suas verdades. São
verdadeiras somente por suas formas lógicas, ou seja, são FOLMALMENTE VERDADEIRAS,
independente das condições empíricas. Somente as formas lógicas tautológicas são universalmente
verdadeiras, pois implicam em exemplos de substituição também tautologicamente verdadeiros.
Adiante veremos que as formas de argumentos válidas são tautologias.
Construa as tabelas de verdade para os exemplos acima e conclua você mesmo.
3 – A CONTRADIÇÃO
EXERCÍCIOS
I – Definir por tabelas de verdade se as seguintes formas de enunciados são Tautologias, contradições,
ou contingentes.
V – FORMAS DE ARGUMENTOS
Exemplo:
Se o sistema prisional reeduca o detento, então, as cadeias são instituições
educacionais. Ora, as cadeias não são instituições educacionais. Logo, o sistema
prisional não reeduca o detento.
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Portanto, pela análise das linhas desta tabela podemos concluir que essa forma é
VÁLIDA, em atendimento ao princípio 1 acima exposto. Basta ver que as premissas estão
sinalizadas, pela ordem, nas colunas 5 e 4 e a conclusão é indicada pela coluna 3. Assim,
não temos entre suas instâncias possíveis nenhum caso cujas premissas sejam verdadeiras
( 4 e 3 tenham Vs embaixo ) e a conclusão seja falsa ( 2 tenha F embaixo). A linha 4 –
sombreada - informa que o exemplo possui o caso no qual as premissas e a conclusão
possuem Vs embaixo.
Outro exemplo:
Se os jornais noticiaram ao vivo, então, o fato ocorreu verdadeiramente. Ora, os
jornais não noticiaram ao vivo. Logo, o fato não ocorreu verdadeiramente.
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P Q ~P ~Q PQ
1 V V F F V
2 V F F V F
3 F V V F V
4 F F V V V
Assinalamos atrás que todo argumento válido tem um caráter a TAUTOLÓGICO. Mas
como demonstrar a validade pela definição da tautologia?
Argumentos são formados por premissa (s) e conclusão (ões). Um argumento é válido
quando as premissas implicam a conclusão e é inválido quando as premissas não implicam
a conclusão. Ora, sabemos que a IMPLICAÇÃO é definida pela proposição CONDICIONAL
“ se..., então...”, que tem a forma lógica simbolizada como P Q . Portanto, um
argumento válido enuncia que se as premissas são verdadeiras, então, a conclusão também
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P Q P Q [(P Q) . P ] [(P Q) . P] Q
V V V V V
V F F F V
F V V F V
F F V F V
EXERCÍCIOS
I – Usar tabelas de verdade para provar a validade ou invalidade das seguintes formas de
argumentos.
6) Se Pinochet usurpou um poder que legitimamente não lhe cabia, deve ser condenado.
Ou Pinochet foi um presidente legítimo ou usurpou um poder que legitimamente não lhe
cabia. Pinochet não foi um presidente legítimo. Portanto, Pinochet deve ser condenado.
7) Se as leis não boas e seu cumprimento é rigoroso, diminuirá a criminalidade. Se o
cumprimento rigoroso da lei faz diminuir a criminalidade, então, nosso problema é de
caráter prático. As leis são boas. Portanto, nosso problema é de caráter prático.
8) Se a cidadania romana tivesse sido uma garantia das liberdades cívicas, os cidadãos
romanos teriam gozado de liberdade religiosa. Se os cidadãos romanos tivessem gozado
de liberdade religiosa, então, os primeiros cristãos não teriam sido perseguidos. Mas, os
primeiros cristãos foram perseguidos. Portanto, a cidadania romana não pode Ter sido
garantia de direitos cívicos.
9) Ou o ladrão entrou pela porta, ou, o crime foi cometido no interior da casa, e um dos
empregados deve estar envolvido. O ladrão só poderia entrar pela porta, se o trinco fosse
aberto por dentro; mas um dos empregados está certamente implicado no crime, se o
trinco foi aberto por dentro. Portanto, um dos empregados está implicado no crime.
10) Se Deus quisesse evitar o mal, mas fosse incapaz de conseguí-lo, seria impotente; se
fosse capaz de evitar o mal, mas quisesse fazê-lo, seria malevolente. O mal só existe, se
Deus não puder ou não quiser impedi-lo. O mal existe. Se Deus existe, não é impotente,
nem malevolente. Portanto, Deus não existe.
Observe o exemplo de argumento abaixo, que pode ser simbolizado com cinco (5)
constantes que formam quatro premissas e uma conclusão:
“se o ministro mentiu(M), então, o presidente é inocente(I); se o presidente é inocente
(I), então, o presidente nada tem a temer perante a justiça(N); se o presidente foi omisso(O),
então, o presidente é culpado pelos erros do governo(C); ora, ou o ministro mentiu(M), ou
o presidente foi omisso(O); Portanto, ou o presidente nada tem a temer perante a justiça(N),
ou o presidente é culpado pelos erros do governo (C).”
Utilizando como constantes as letras indicadas acima, a forma desse exemplo fica
assim:
1. M I:
2. I N;
3. O C
4. M v O; / N v C
Esse é um argumento válido. Para demonstrar sua validade por tabela de verdade é
algo dispendioso, demanda um certo tempo na construção da tabela para tantas colunas e
tantas linhas. E essa uma limitação da análise de formas de argumentos por meio de tabelas
de verdade. Para superar essa limitação é que os lógicos desenvolveram um outro caminho
para provar a validade de formas de argumentos – a prova formal de validade. Pela prova
formal de validade pode-se provar a validade de uma dedução, demonstrando que sua
conclusão é inferida de suas premissas mediante uma seqüência de formas elementares de
argumentos válidos, já previamente demonstrados por tabelas de verdades, como
tautologias. Ao estabelecer um determinado número de formas elementares de
argumentação válidas o cálculo proposicional possibilita a análise de um número ilimitado
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de argumentos específicos reconhecidos como válidos. Cada forma válida pode conter
inúmeras variáveis e assim, pode expressar inúmeros argumentos específicos. Ou seja, uma
mesma forma pode ocorrer em uma seqüência de diferentes argumentos específicos.
Esse argumento contém a sequência de uma mesma forma válida de argumento por
duas vezes – o Modus Ponens ( símbolo abreviado: MP). Fica assim:
1. M C;
2. R M;
3. R;
4. M; (MP 2,3)
5. C. (MP 1,4).
E assim fica demonstrada a sua validade.
Como se vê, a prova formal de validade de uma dada fórmula de argumento é um método
de aplicação de formas elementares de argumentos tautologicamente válidos como regras
de inferência. Por estas regras são explicitadas todas as premissas das quais a conclusão
é inferida. No exemplo acima a premissa 4 estava implícita. Mas sem ela a conclusão não
poderia ser inferida. Assim, as premissas implícitas numa determinada fórmula
argumentativa são etapas necessárias de sua prova. A esse procedimento os lógicos
denominam processo de “justificação” do argumento. O recurso às formas elementares é um
método de prova que expõe cada passo da inferência, a justificativa lógica do procedimento.
O modelo de análise acima exposto é um modo didático de proceder a construção da prova.
Os manuais de lógica o apresentam, em geral, desse modo.
As regras de inferência apresentadas a seguir são descobertas da ciência da lógica
a propósito da investigação das formas elementares do raciocínio humano. O conjunto
dessas regras se divide em 1. regras elementares de inferência ( nove regras) e, 2.
equivalências notáveis (dez regras).
As nove regras elementares de inferência são as seguintes:
1. P Q 1. P Q
2. P 2. ~ Q
3. Q 3. ~ P
1. P Q 1. P v Q
2. Q R 2. ~ P
3. P R 3. Q
1. (P Q) . ( R S) 1. P Q
2. P v R 2. P (P . Q)
3. Q v S
1. P . Q 1. P
2. P 2. Q
3. P . Q
9. Adição (Ad.):
1. P
2. P v Q
Os lógicos concordam que inúmeros argumentos são construídos a partir do uso dessas
nove formas elementares válidas.
EXERCÍCIOS
I - Indique a “justificação”, por meio das regras elementares dadas, dos seguintes exemplos:
(siga o modelo, assinale à direita da linha).
(A)
1. A . B
2. ( A v C) D
3. A . D
prova
1. A . B
2. ( A v C) D
3. A
4. A v C
5. D
6. A . D
(B)
1. (A v B) C
2. (C v B) [ (A (D A) ]
3. A.D
4. DE
prova
1. (A v B) C
2. (C v B) [ (A (D A) ]
3. A.D
4. A
5. AvB
6. C
7. CvB
26
8. A (D E)
9. D E
(C)
1. QR
2. ~S (T U)
3. S v (Q v T)
4. ~S
5. RvU
Prova
1. QR
2. ~S (T U)
3. S v (Q v T)
4. ~S
5. T U
6. (Q R) . (T U)
7. QvT
8. RvU