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Neste capı́tulo, consideraremos a resolução de sistemas de equações diferenciais lineares de primeira ordem
da forma 0
x1 (t) = a11 (t) x1 (t) + . . . + a1n (t) xn (t) + f1 (t)
.. .. (4.1)
. .
0
xn (t) = an1 (t) x1 (t) + . . . + ann (t) xn (t) + fn (t)
que pode ser escrito em forma matricial como
0
x1 (t) a11 (t) . . . a1n (t) x1 (t) f1 (t)
.. .. .. .. ..
. = . . . + .
x0n (t) an1 (t) . . . ann (t) xn (t) fn (t)
ou
X 0 (t) = A (t) X (t) + F (t) . (4.2)
Se aij , fi são funções contı́nuas no intervalo I = (a, b) contendo t0 , então o problema tem uma única
solução no intervalo I.
Teorema 4.2. Considere o problema de valor inicial homogêneo
½ 0
X (t) = A (t) X (t)
X (t0 ) = X0
onde aij são funções contı́nuas no intervalo I = (a, b). Então o espaço-solução do sistema é um
subespaço vetorial de dimensão n de C 1 (a, b). Além disso, se X1 (t) , . . . , Xn (t) são soluções do
sistema tais que
det [X1 (0) . . . Xn (0)] 6= 0,
a única solução do problema de valor inicial é da forma
1
2 Transformada de Laplace
c1 X1 (0) + . . . + cn Xn (0) = X0 .
a) ½
y10 = λ1 y1
y20 = λ2 y2
Este sistema possui a forma matricial
· ¸ · ¸· ¸
y10 λ1 0 y1
= ,
y20 0 λ2 y2
isto é, a sua matriz de coeficientes é diagonal. Como neste caso o sistema é desacoplado (isto é, as
variáveis y1 , y2 independem uma da outra), podemos resolver cada equação separadamente, obtendo
y1 (t) = eλ1 t e y2 (t) = eλ2 t . Portanto, a solução geral é
· ¸
c1 eλ1 t
Y (t) = .
c2 eλ2 t
b) ½
y10 = λy1 + y2
y20 = λy2
Este sistema possui a forma matricial
· ¸ · ¸· ¸
y10 λ 1 y1
= ,
y20 0 λ y2
Neste caso o sistema é acoplado, mas a segunda equação pode ser resolvida separadamente, produzindo
a solução geral y2 (t) = c2 eλt . A partir desta, podemos obter a solução da primeira equação que se
torna y10 (t) = λy1 (t) + c2 eλt ; sua solução geral é y1 (t) = c1 eλt + c2 teλt . A solução geral do sistema é
· ¸
c1 eλt
Y (t) = .
c1 eλt + c2 teλt
Em geral, para resolver problemas mais complicados, é melhor efetuar antes uma mudança de coordenadas
de tal forma que a matriz de coeficientes do sistema assuma a forma mais simples possı́vel, como veremos
nas próximas seções. Por simplicidade, trabalharemos com matrizes de coeficientes constantes.
ou
a11 ... a1n λ1 ... 0
.. .. = £ P ¤ . .. .. £ P ¤−1
. . 1 . . . Pn .. . . 1 ... Pn .
an1 ... ann 0 ... λn
Os elementos na diagonal da matriz A são exatamente os autovalores de A, enquanto que as colunas da
matriz P são os autovetores correspondentes a estes autovalores. Substituindo esta expressão para A no
sistema, segue que
X 0 (t) = P DP −1 X (t) ,
donde
P −1 X 0 (t) = DP −1 X (t) .
Fazendo a mudança de variáveis
Y (t) = P −1 X (t) , (4.4)
temos que
Y 0 (t) = P −1 X 0 (t) ,
logo Y (t) é a solução do sistema diagonal
Fonte: λ1 , λ2 > 0
Como a solução satisfaz
αj = Re λj ,
βj = Im λj .
O número destes blocos para um dado autovalor complexo λ de A corresponde à multiplicidade deste auto-
valor e seu conjugado (se a multiplicidade deles é 1, aparecerá apenas um bloco 2 × 2 na matriz, enquanto
que a se a sua multiplicidade for 2 teremos dois blocos e assim por diante). As colunas da matriz P são os
autovetores correspondentes aos autovalores reais e às partes real e imaginária dos autovetores complexos na
complexificação do espaço vetorial. Como no caso anterior, fazendo a mudança de variáveis
yj0 = λj yj
yp0 = αj yp + βj yp+1
0
yp+1 = −βj yp + αj yp+1
Centro: α = 0
Como a solução satisfaz µ ¶
2π
Y (t) = Y t + ,
β
ela é periódica (descreve um cı́rculo neste sistema de coordenadas e uma elipse no sistema de coordenadas
original); a origem é então um centro das órbitas periódicas.