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OSTENSIVO I ORIGINAL
OSTENSIVO SQN-03
MARINHA DO BRASIL
- SQN-03 -
(APAQ-CTR)
1a Edição
Rio de Janeiro
2023
OSTENSIVO II ORIGINAL
OSTENSIVO SQN-03
______ exemplares
http://www.dpc.mar.mil.br
secom@dpc.mar.mil.br
SUMÁRIO .............................................................................................................................. IV
CAPÍTULO 2 NAVEGAÇÃO
OSTENSIVO IV ORIGINAL
OSTENSIVO SQN-03
CAPÍTULO 3 MANOBRA
OSTENSIVO V ORIGINAL
OSTENSIVO SQN-03
CAPÍTULO 1
FUNDAMENTOS GERAIS
1.1 DEFINIÇÕES
- Embarcação é uma construção, feita normalmente de madeira, ferro, aço ou fibra de vidro
(podendo ser feita da combinação desses e de outros materiais), que flutua e é destinada a
transportar, pela água, pessoas e/ou algum tipo de carga.
- Casco é o “corpo” do navio (ou da embarcação), sem considerarmos seus mastros, acessórios
ou qualquer outro arranjo.
Fig. 1 - Casco
Fonte: Reprodução/Internet
O casco não possui uma forma geométrica definida, e a sua principal característica é ser simétrico
em relação aos lados. Dependendo do formato do casco, uma embarcação (ou navio) terá
melhores ou piores qualidades de navegação, uma vez que a resistência oferecida ao escoamento
da água poderá ser melhor ou pior. Assim sendo, torna-se necessário fracionarmos o casco
conforme suas seções.
- Proa é como definimos a extremidade anterior de uma embarcação. Em geral, a proa tem uma
forma para “cortar” a água, tal como uma faca quando pressiona um tablete de manteiga. Não é
possível, a rigor, definir onde termina a seção da proa de uma embarcação. No entanto, ela se
inicia no ponto mais frontal da estrutura.
Fig.2 - Proa
- Popa é como definimos a extremidade posterior da embarcação. Sua forma será adequada para
facilitar a passagem dos filetes de água que preencherão o vazio produzido pela embarcação, à
medida que navega.
Fig.3 - Popa
Fonte: Reprodução/Internet
- Bordos são as duas partes simétricas em que o casco é dividido longitudinalmente. Podemos
considerar os bordos como as laterais de um navio. Tomando como referência o observador na
popa (parte de ré ou atrás) olhando para a proa toda a lateral direita denominamos boreste. Da
mesma forma, toda a lateral esquerda é denominada bombordo.
Fig. 4 - Bordos
Não é possível definirmos exatamente onde termina a proa e onde se inicia a meia-nau (e
vice-versa) de uma embarcação. Portanto, é importante que tenhamos tão somente ciência das
regiões onde se situam a proa, a popa e a meia-nau.
- Obras vivas/Carena é como denominamos toda seção do casco que fica abaixo do plano de
flutuação (ou, melhor dizendo, abaixo da superfície da água), quando o navio está plenamente
carregado.
- Obras mortas é toda a parte do casco que fica acima do plano de flutuação em condição de
plena carga. É, portanto, toda aquela seção do casco que permanecerá emersa.
Fonte: Reprodução/Internet
- Linha d´água constitui-se de uma faixa pintada com tinta especial no casco dos navios,
estendendo-se desde a parte mais frontal da proa até o final da popa. Ela representará a transição
entre as “obras vivas” e as “obras mortas”.
- Bochechas são as partes curvas do costado, localizadas tanto a bombordo quanto a boreste,
próximo ao bico de proa.
- Alhetas são as partes curvas do costado, localizadas tanto a bombordo quanto a boreste,
próximo ao espelho de popa.
Alheta de Bombordo
Bochecha de Bombordo
Fonte: Reprodução/Internet
Toda embarcação, quando navegando, estará sujeita a movimentos em torno de seus três
eixos (vertical, transversal e longitudinal). Esses movimentos são denominados:
- Arfagem é, em Náutica, o nome atribuído à rotação da embarcação sobre seu eixo transversal
(eixo que vai de um bordo a outro, ou seja, o movimento é longitudinal). Também é conhecido
como caturro.
- Guinada é o nome dado ao movimento oscilatório para boreste ou para bombordo conforme o
seu eixo vertical. É a ação que corresponderá a qualquer alteração da direção em que um navio
navega quando acionado o leme.
Fonte: Reprodução/Internet
Diz-se que um navio está atracado quando está encostado a um cais ou a outro navio. Os
navios, quando atracados, utilizar-se-ão de cabos de amarração. Esses cabos, chamados de
espias, não apenas são utilizados para prenderem os navios ao cais de atracação, mas servem,
também, para auxiliar nas manobras de atracação e desatracação. As espias devem ser leves e
flexíveis, a fim de serem manejadas com facilidade. Ao mesmo tempo, devem ser resistentes para
“aguentar” o navio ao cais, levando em consideração os movimentos causados pelas correntes e
marés da região.
constituídos de metal bem pesado (em geral, ferro), o que realmente prende um navio ao fundo
do mar é o peso de sua amarra.
A amarra é uma grossa corrente (também de ferro) que liga o ferro/âncora até o navio.
Na hipótese da ocorrência de ventos ou correntes muito fortes na região onde o navio estiver
fundeado, há a possibilidade (indesejável) que o peso do conjunto “ferro-comprimento da
amarra” não consiga manter o navio preso ao fundo do mar. Nesse caso, dizemos que o navio
está garrando (situação em que todo o conjunto desliza sobre o fundo do mar). Essa situação
poderá acarretar uma situação crítica, pois se o navio aproximar-se de um local de pouca
profundidade poderá encalhar. O encalhe, portanto, é quando algum(ns) ponto(s) das obras
vivas/carena fica(m) diretamente apoiado(s) sobre o fundo do mar, seja em um banco de areia,
seja sobre uma rocha, seja sobre recifes de corais etc. Um encalhe, inevitavelmente, gerará
esforços estruturais sobre chapas do casco, os quais podem acarretar o surgimento de trincas e
rachaduras, que permitirão o embarque de água e, consequentemente, a perda das
características de flutuação do navio.
Diz-se que um navio suspendeu (ou está suspendendo) quando estando fundeado é
recolhida a amarra e o ferro desprendendo-o do fundo do mar. Ou quando o navio está atracado
e larga-se a última espia que o atava ao cais ou navio a contrabordo.
Fonte: Reprodução/Internet
Fig.9 - Calado
Fonte: Reprodução/Internet
Dizemos que uma embarcação encontra-se abicada quando a seção da proa estiver apresentando
um calado maior que a seção de popa. Nesta mesma situação também poderemos dizer que o
navio encontra-se apresentando um trim de proa.
Fonte: Reprodução/Internet
Na situação inversa, ou seja, quando a seção de popa apresentar um calado maior do que
a seção de proa, diz-se que a embarcação encontra-se derrabada ou que adquiriu um trim de
popa.
Há marcações externas tanto avante quanto a ré, no costado dos navios, onde é possível
tomarmos ciência do calado avante (mais próximo à proa) e do calado a ré (mais próximo à popa).
Essas informações são apresentadas em uma escala graduada em metros ou em pés. A diferença
entre o calado avante e o calado a ré é denominada compasso ou trim.
Todos os navios são dotados de conveses. Os conveses nada mais são que os “andares”
existentes em qualquer navio. O primeiro convés contínuo que se inicia no bico de proa e segue
até o espelho de popa é chamado de convés principal.
o caso da Praça de Máquinas de um navio, por vezes pequenos, como é o caso de um pequeno
tanque de armazenamento). Num mesmo convés, o elemento estrutural que separa um
compartimento do outro é chamado de antepara. Analogamente a uma casa, uma antepara pode
ser equiparada a uma parede e as vigias, às janelas.
Fonte: Reprodução/Internet
CAPÍTULO 2
NAVEGAÇÃO
É fato dizer que a descoberta da América e do caminho para as Índias deu-se mais por um
sentido de aventura do que, propriamente, pelo conhecimento da navegação, porém foi graças
àqueles desbravadores pioneiros que técnicas passaram a ser desenvolvidas e estudos realizados
no sentido de aumentar gradativamente a segurança daqueles que faziam do mar seu campo de
trabalho e sua fonte de riqueza.
Pode-se dizer que “navegação é a ciência e a arte de conduzir, com segurança, uma
embarcação de um ponto a outro sobre e sob a superfície terrestre”. A “ciência” leva em
consideração todos os estudos, equipamentos, ferramentas, manuais e publicações que
possibilitam a determinação, com razoável grau de precisão, da posição de uma embarcação
sobre o planeta. Já a “arte” envolve a correta utilização desses mesmos equipamentos, a correta
interpretação das informações obtidas não apenas pelos sinais da natureza, mas também, por
meio dos equipamentos existentes a bordo, comparando esses mesmos sinais com dados
existentes nos livros, publicações ou registros disponíveis. A combinação da “ciência” com a
“arte” culminará no lançamento da posição sobre uma superfície que represente uma seção da
Terra. Contudo, para que essa combinação possa ser rotulada como “navegação”, faz-se
necessário, ainda, que apresente um grau de segurança que permita ao navegante ter a certeza
de sua chegada ao destino pretendido e no prazo estipulado de duração daquela travessia.
posição para ser lançada, na carta náutica, deve ser de pelo menos 3 vezes ao dia. Além disso,
devido ao fato dos perigos mais próximos (pontos em terra firme) encontrarem-se muito
distantes, admite-se uma precisão da ordem de 1 a 2 milhas em média (2.000 a 4.000 jardas).
50 Mi.
3 Mi.
Fonte: Reprodução/Internet
Além do fato da Terra não ser uma esfera perfeita, se quiséssemos representá-la em escala
a bordo, necessitaríamos de uma esfera de dimensões muito grandes, a fim de possibilitar uma
precisão razoável para a navegação. Desse modo, optou-se por representar pequenas seções da
superfície do planeta por intermédio de superfícies planas, doravante denominadas cartas
náuticas. Cartas náuticas não são “mapas”. Mapas apresentam uma riqueza de detalhes em
relação às superfícies que representam terra firme, indicando fronteiras políticas, características
físicas, localização de cidades e outras informações geográficas, sociais ou econômicas. Mapas
não são adequados para a Navegação. Já as cartas náuticas apresentam uma riqueza de detalhes
em relação à superfície que representa a massa líquida (oceanos, mares, litorais, etc.), com
informações necessárias para o correto posicionamento de uma embarcação sobre a superfície
do planeta.
Atender a essas três propriedades simultaneamente é algo impossível para qualquer tipo
de representação cartográfica de uma área náutica. Entretanto, desde que se conheçam os erros
e as limitações da representatividade de cada uma, poderá, sim, ser utilizada para a navegação e
com alto grau de precisão.
Fonte: Reprodução/Internet
Para a interpretação dos diversos sinais, símbolos e abreviaturas utilizados nas cartas
náuticas brasileiras, o navegante deverá consultar uma publicação denominada “Símbolos,
Abreviaturas e Termos utilizados nas Cartas Náuticas Brasileiras”. Tal publicação também é
conhecida como “Carta 12.000”.
Fonte: Reprodução/Internet
ATENÇÃO: A utilização de qualquer carta náutica brasileira deverá ser feita conjuntamente à
“Carta 12.000" (uso obrigatório), a fim de que a simbologia e as abreviaturas empregadas sejam
interpretadas.
Toda carta náutica apresenta nas suas margens (superior, inferior, direita e esquerda)
escalas graduadas. As margens superior e inferior representam a escala das Longitudes. Já as
margens direita e esquerda representam a escala das Latitudes.
Fonte: Reprodução/Internet
Fonte: Reprodução/Internet
Tanto a escala das Latitudes quanto a escala das Longitudes são subdivididas em graus,
minutos e segundos (dependendo do tamanho da superfície terrestre que se queira representar).
Um grau (1°) equivale a sessenta minutos (60’), e um minuto equivale a sessenta segundos (60”).
Para conhecermos as “coordenadas geográficas de uma posição” (Latitude e a Longitude) basta
cruzarmos a respectiva reta horizontal correspondente à Latitude com a reta vertical
correspondente à Longitude, que definiremos a posição na carta náutica.
Também é possível plotarmos uma posição na carta náutica conhecendo a marcação de,
pelo menos, três objetos localizados em terra. Essas três marcações gerarão três linhas que, ao
se cruzarem, formarão um pequeno triângulo. Embora, por definição matemática, um ponto
corresponda ao cruzamento de duas retas, na navegação, apenas duas retas podem (em
determinadas circunstâncias) apresentar uma ambiguidade na posição. Desse modo, faz-se
necessário o cruzamento de, pelo menos, três (3) marcações.
Fig.18 - Rumo
Norte = 000°
Fonte: Reprodução/Internet
- Rumo Verdadeiro (Rv) é o ângulo contado a partir do Norte Verdadeiro (Nv) até a proa do nosso
navio.
- Rumo Magnético (Rmg) é o ângulo contado a partir do Norte Magnético (Nmg) até a proa do
nosso navio.
- Rumo da Agulha (Rag) é o ângulo contado a partir do Norte da Agulha Magnética (Nag) até a
proa do nosso navio. Cada agulha magnética, por suas características, apresentará um Rag
distinto.
- Rumo da Giro (Rgi) é o ângulo contado a partir do Norte da Agulha Giroscópica (Ngi) até a proa
do nosso navio.
Fonte: Reprodução/Internet
Marcação da Giro (Mgi) é o ângulo contado a partir do Norte da Agulha Giroscópica (Ngi),
no sentido horário, até o objeto visado.
320°
Desse modo, podemos dizer que uma milha náutica corresponde a um minuto (1’ ou 1/60°)
medido na escala das Latitudes de uma carta na projeção de Mercator.
Fonte: Reprodução/Internet
A Agulha Magnética é um dos mais antigos instrumentos de navegação, porém, até os dias
atuais, é empregada por todos os navegantes, qualquer que seja o tipo ou porte do navio ou
embarcação. Seu princípio de funcionamento baseia-se no magnetismo terrestre. A Terra é um
grande ímã contendo dois polos magnéticos de polaridades opostas (norte magnético e sul
magnético). Toda Agulha Magnética apontará para o norte magnético sobre a superfície do
planeta.
Devido ao fato dos polos Norte e Sul da Terra não coincidirem com os polos magnéticos
de nosso planeta, teremos consequentemente uma defasagem angular entre os eixos N-S
Verdadeiro e N-S Magnético. Além disso, como a Terra não apresenta uma massa homogênea,
sofrendo abalos sísmicos, erupções vulcânicas, etc., o magnetismo terrestre variará de ano para
ano. Em alguns lugares da superfície do planeta, o meridiano geográfico e o meridiano magnético
até podem coincidir, mas, na grande maioria das vezes e dos locais, há uma diferença em suas
direções. Dessa forma, chamamos de Declinação Magnética a diferença angular compreendida
entre o meridiano verdadeiro e o meridiano magnético da Terra. Se o Nmg estiver a Leste do Nv
a declinação será Leste (E), caso o Nmg esteja a Oeste do Nv a declinação será Oeste (W).
N Verdadeiro
Verd.
Fonte: Reprodução/Internet
Por força das influências magnéticas existentes a bordo dos navios, todas as agulhas
magnéticas existentes a bordo apresentam uma orientação própria. Dessa forma, embora “ímãs
corretores” atenuem uma significativa parcela desses “erros”, faz-se necessário determinar os
“desvios” de cada agulha magnética existente a bordo. Sendo assim, podemos definir como
Desvio da Agulha, o ângulo compreendido entre o Norte Magnético (Nmg) e a direção Norte da
Agulha (Nag) que se está utilizando. É contado a partir do Nmg, para Leste ou para Oeste. Cada
agulha magnética possui o seu próprio Nag, que nem sempre coincidirá com o Nmg. Portanto,
num mesmo navio, o Nag da Agulha Padrão não será necessariamente igual ao Nag da Agulha de
Governo ou da Agulha da lancha do navio, etc. Isso se deve ao fato de que cada agulha possui o
seu próprio erro instrumental, que causará desvios distintos ao longo dos 360 graus. Além disso,
a presença de campos eletromagnéticos, grandes massas de ferro próximas influenciarão nessas
marcações. Com isso, torna-se necessário dispor, a bordo, de uma “Curva/Tabela de Desvios da
Agulha”.
R.Mag. = 090°
Desvio = 1°E
Fig.24 - Desvio
N. Ag.
Fonte: Reprodução/Internet
2.5 PROBLEMA
Um navegante segue no rumo 000º pela sua agulha magnética de governo. A carta náutica
utilizada foi confeccionada em 2002 e nela consta que a declinação magnética é de 10ºW,
sofrendo um acréscimo de 30’W por ano. Supondo que esteja navegando no ano de 2008 e
sabendo que o desvio da agulha magnética é de 2ºE, qual será o rumo verdadeiro que o navegante
percorrerá na carta náutica?
Fig.25 - Problema
Desvio
Fonte: Reprodução/Internet
A navegação eletrônica, portanto, pode ser definida como aquela que envolve o emprego
de equipamentos e sistemas eletrônicos para a determinação da posição e rumo do navio.
AGULHA GIROSCÓPICA
Fig.26 - Giroscópio
Fonte: Reprodução/Internet
Ao se aplicar a força aqui, o eixo do giroscópio tende a se mover numa direção defasada em
90° à força aplicada.
Fig.27 - Giroscópio
Fonte: Reprodução/Internet
Seu sinal pode ser utilizado em repetidoras em diversos pontos do navio, equipamentos
radar, equipamentos de navegação satélite, piloto automático, etc. Por outro lado, exige uma
fonte constante de energia elétrica e é sensível às variações de energia que, eventualmente,
possam ocorrer a bordo. Além disso, está sujeita a avarias próprias de equipamentos complexos,
requerendo uma manutenção adequada, realizada por técnicos especializados.
Fonte: Reprodução/Internet
Devido ao sistema usado para amortecer o movimento pendular, a ponta norte do eixo
do rotor não se estabiliza nem no meridiano do lugar nem no horizonte. Ela fica um pouco elevada
sobre o horizonte e a leste do meridiano (quando o navio se encontrar no Hemisfério Norte), e
um pouco abaixada e a oeste do meridiano, quando no Hemisfério Sul. Esses ângulos de
inclinação e afastamento são pequenos e perfeitamente determinados.
RADAR
Desenvolvido durante a Segunda Guerra Mundial pelos ingleses, o radar apresenta, como
princípio de funcionamento, a emissão de uma onda eletromagnética, que é propagada no espaço
e, ao encontrar qualquer objeto metálico ou que contenha grandes concentrações de materiais
magnéticos, é refletida e retorna ao equipamento emissor da onda eletromagnética. Levando-se
em consideração a direção da onda, seu eco sobre um objeto encontrado e o tempo de
propagação dessa onda, é possível identificar a marcação e a distância desse objeto sobre uma
tela eletrônica. O radar de navegação tem como principais características a obtenção de linhas
de posição (LDP) mediante o eco produzido por um objeto em terra firme (ou mesmo no mar),
que podem ser traduzidas em termos de marcação e distância em relação à embarcação em que
o radar se encontra instalado.
Fonte: Reprodução/Internet
ECOBATÍMETRO
Fig.30 – Ecobatímetro
RADIOGONIÔMETRO
mantém até hoje, em que pese o grande desenvolvimento ultimamente alcançado por outros
sistemas de navegação eletrônica.
Fig.31 - Radiogoniômetro
Fonte: Reprodução/Internet
NAVEGADOR SATÉLITE/GPS
Para que os GPS funcionem corretamente, faz-se necessário o uso dos três componentes,
também conhecidos como: espacial, de controle e o utilizador. O espacial é composto de 27
satélites que se encontram em órbita. Desses, 24 estão ativos e três são os “reservas” que entram
em operação caso ocorra alguma falha com um dos satélites principais. O segundo componente,
de controle, nada mais é do que estação de controle dos satélites. Ao todo são cinco estações
espalhadas pelo globo terrestre. A função principal delas é atualizar a posição dos satélites e
sincronizar o relógio atômico presente em cada um. O último componente é o receptor GPS. Este
é o único dos três que nós, usuários, devemos adquirir a fim de utilizar uma tecnologia tão
importante para a segurança da navegação. Os três componentes operam em modo contínuo e
ininterrupto entre si, proporcionando ao receptor instalado a bordo, dados de posicionamento
tridimensional (Latitude, Longitude e altura), além de informações de rumo, velocidade e tempo
(hora), com grande precisão. Com base na medição do intervalo de tempo decorrido entre a
transmissão dos sinais pelos satélites e sua recepção a bordo, determina-se a sua distância (do
receptor GPS), em relação a três satélites no espaço. Utilizando essas distâncias como raios de
três esferas, é possível determinar a posição GPS como sendo o ponto comum da interseção das
três esferas com a superfície da Terra
Fig.32 – GPS
Fonte: Reprodução/Internet
ANEMÔMETROS
Anemômetros são equipamentos existentes a bordo de navios, que servem para indicar a
direção e a intensidade do vento. É importante salientar que, os anemômetros somente indicarão
a direção e a intensidade real do vento quando o navio estiver rigorosamente parado (no caso de
um fundeio, por exemplo). Caso o navio esteja se deslocando, a intensidade e a direção do vento
serão aparentes, visto que o próprio efeito do rumo e da velocidade com que se desloca o navio
contribuirão para que os dados obtidos no instrumento sejam relativos.
Fonte: Reprodução/Internet
ODÔMETROS
Fonte: Reprodução/Internet
Fonte: Reprodução/Internet
Há muito tempo atrás (1976), havia em uso, no mundo, mais de trinta sistemas distintos
de balizamento marítimo, muitos dos quais contraditórios entre si. Isso não só resultava em
situações confusas, como, também, acarretava acidentes no mar, principalmente à noite, em
virtude de uma má interpretação do sinal luminoso, por parte do navegante. A partir daquele
ano, buscou-se, então, reduzir e padronizar os sistemas existentes e, em 1980, a IMO decidiu pela
adoção de dois únicos sistemas (“A” e “B”), aceitos e implementados por todos os países
signatários, conforme a região do mundo em que cada país está situado. Conforme o Decreto
92.267 de 03/01/86, o Brasil optou pelo sistema “B”, que foi implementado completamente em
dezembro daquele ano.
Fonte: Reprodução/Internet
BOIA DE BORESTE (deverá ser deixada pelo bordo de boreste de um navio, ao adentrar a um
porto)
BOIA DE BOMBORDO (deverá ser deixada pelo bordo de Bombordo de um navio, ao adentrar a
um porto)
Fonte: Reprodução/Internet
Fonte: Reprodução/Internet
Perigo Isolado – esses sinais são utilizados para indicar que, em torno de sua posição, as águas
apresentam perigo (exemplo: um alto-fundo ou rochas não visíveis na maré alta).
Sinais Cardinais – o emprego desses sinais está associado ao da agulha de navegação e indica o
setor no qual poderá encontrar águas navegáveis.
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Sinais de Águas Seguras – são utilizados para indicar que, em torno de sua posição, as águas são
navegáveis (exemplo: sinais de meio de canal).
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Casco Soçobrado – são sinais utilizados para indicar que, na localidade, há alguma embarcação
afundada. É formado por linhas verticais amarelas e azuis, em formato de “charuto”. Sobre elas,
um sinal “+ ” amarelo.
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Sinais Especiais – seu objetivo é indicar uma área ou peculiaridade mencionada em documentos
náuticos.
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A numeração das boias (quer cegas, quer luminosas, quer em um balizamento misto) é
feita conforme a seguinte regra:
CAPÍTULO 3
MANOBRA
Há uma série de vozes de manobra/vozes de comando que são emanadas pelo Oficial de
Serviço na Navegação. Tais comandos (ou ordens) deverão ser seguidas à risca e sem margem
alguma de interpretação por parte do Timoneiro. O não cumprimento das vozes de manobra, por
má interpretação do Timoneiro, é considerado falta grave e passível de punição, aplicada pelo
Comandante.
Observações importantes
- Toda voz de manobra/voz de comando dirigida pelo Oficial de Serviço deverá ser repetida pelo
Timoneiro. Isso significará que o Timoneiro compreendeu a ordem e, imediatamente, começará
a executá-la.
- Tão logo a ordem de manobra tenha sido cumprida (guinada cumprida, novo rumo na agulha
giroscópica alcançado), o Timoneiro deverá responder: “[…] a caminho”.
- “Timoneiro, leme a boreste, 10 graus, governar em 235°”. (Voz de manobra do Oficial Serviço).
- “235° a caminho”.
- “Leme a bombordo” ou “Leme a boreste” – Carregar o leme no ângulo padrão de guinada para
o bordo de bombordo (ou boreste, se for o caso).
- “Leme a bombordo (ou boreste) 5°, 10°, 15° etc.” – Carregar o leme no ângulo indicado.
- “Todo leme a bombordo (ou boreste)” – Carregar todo o leme na guinada (exceto em caso de
emergência). O máximo ângulo de leme a ser usado deve ser 2° ou 3° menos que o valor limite,
para evitar que o leme possa ficar preso em fim de curso.
- “Alivia!” ou “Alivia o leme!” – Reduzir de 1/3 o ângulo do leme (esta voz é dada para reduzir a
razão de guinada). Essa manobra visa a atenuar a guinada e aumentar o tempo em que o navio
descreverá o giro.
- “A meio!” ou “Leme a meio!” – Pôr o leme a meio, conforme estiver mostrando o indicador de
guinada.
Fonte: Reprodução/Internet
- “Quebra a guinada!” - Carregar rapidamente o leme para o bordo oposto àquele que se achava
carregado até que a proa pare de guinar, trazendo-o, em seguida, a meio.
- “Nada a boreste” ou “Nada a bombordo!” - Governar de modo que a proa não ultrapasse para
boreste (ou para bombordo) do rumo indicado.
- “Assim!” - Manter o navio no rumo que a agulha de governo indicar naquele exato momento da
ordem.
- “Rumo zero zero quatro (ou zero um quatro).” - Quando se deseja que o Timoneiro governe a
determinado rumo da agulha, por exemplo: 004°, 014°. Uma vez indicado o rumo, o Timoneiro,
ao alcançá-lo, informará: “[…] a caminho!”.
- “Bom governo!” - Quando se deseja chamar a atenção do timoneiro que o navio está fora de
rumo.
- “Como governa?” ou “Qual a tendência do leme?” - Essa pergunta é feita quando se deseja
saber o ângulo do leme necessário para manter o navio a caminho. O Timoneiro responderá: “A
meio, ou a […] graus a boreste.” ou “[...] a bombordo”.
- “Marque a proa” - Ler, imediatamente, o indicado pela linha de fé da agulha e informar ao Oficial
de Serviço, sem prejuízo de outras manobras que estejam sendo executadas.
- “Como diz o leme?” - Informar o bordo e de quantos graus está carregado o leme.
- “A caminho!” - Comunicação feita pelo Timoneiro, logo que conseguir se firmar no rumo
ordenado, com o leme praticamente a meio (ângulo do leme menor que 5°).
- “Dar um tope em ... graus” - Transmitido TOPE, TOPE, TOPE pelo Timoneiro no momento em
que a linha de fé estiver praticamente parada em cima do rumo indicado para o TOPE.
- “Ciente” - Dada somente por quem ordena a manobra (no caso, o Oficial de Serviço ou o
Comandante) ao tomar conhecimento de que a ordem foi corretamente repetida pelo Timoneiro.
Caso não seja respondido o CIENTE, o Timoneiro repetirá a ordem recebida até ouvir o ciente, por
parte do Oficial de Serviço ou do Comandante.
Fonte: Reprodução/Internet
Amarras
Amarras são as correntes que, em uma extremidade, têm presas a si o ferro do navio e,
na outra extremidade, estão presas ao próprio navio, no interior do paiol da amarra. O
comprimento das amarras é informado por uma unidade de medida conhecida como QUARTEL.
Um quartel de amarra corresponde a 27,5 metros. Após cada quartel, toda amarra deverá
apresentar um elo pintado, a fim de permitir ao operador do guincho/máquina de suspender
quantos quartéis já passaram pela “coroa de barbotan” da máquina de suspender do navio.
Fig.49 - Amarra
Fonte: Reprodução/Internet
Vozes de comando:
(1) ao fundear:
- Postos de fundear!
- Larga o ferro!
- Qual o filame?
(2) ao suspender:
- Postos de suspender!
- Iça o ferro!
- Qual o filame?
Vozes de execução:
- “Picar” a amarra.
Vozes de informação:
(1) filame:
- Primeira (segunda ou terceira etc.) manilha passou no escovém (ou ao lume d’água, ou na
gateira etc.)! Saíram (ou entraram) dois (ou três etc.) quartéis!
- Amarra a pique!
- Arrancou!
- A olho!
- Pelos cabelos!
- Em cima!
- No escovém!
Cabrestante e Guincho/Molinete
Fonte: Reprodução/Internet
•embarcação com capacidade de manobra restrita designa uma embarcação que, devido
à natureza de seus serviços, encontra-se restrita em sua capacidade de manobrar como
determinado pelo RIPEAM e, portanto, está incapacitada de se manter fora da rota de
outra embarcação. Navios engajados na instalação ou remoção de cabos submarinos, em
levantamentos hidrográficos, em operação de remoção de minas, em operação de
dragagem, lançando ou recolhendo aeronaves e rebocando outra embarcação, são
apenas alguns exemplos de “capacidade de manobra restrita”.
•se ao observar um outro navio, durante algum tempo, e verificar que a marcação desse
navio se mantém constante, com a distância diminuindo, CUIDADO, OS NAVIOS ESTÃO EM
ROTA DE COLISÃO.
Fonte: Reprodução/Internet
Fonte: Reprodução/Internet
Fonte: Reprodução/Internet
Fonte: Reprodução/Internet
1 Apito Longo, 1 Apito Curto, 1 Apito Longo e 1 Apito Curto – OK permitida a sua
ultrapassagem;
•as regras referentes às luzes se aplicam do pôr ao nascer do sol e, durante esse período,
não devem ser exibidos outros tipos de luzes.
Definição: luz de mastro, significa uma luz branca contínua; luzes de bordo, significa luzes
contínuas, uma verde a boreste e uma encarnada a bombordo; luz de alcançado significa
uma luz branca contínua situada tão próximo quanto possível da popa da embarcação.
Fonte: Reprodução/Internet
3.5 ESPIAS
Aguentar sob volta - Segurar um cabo que esteja portando, dando uma, duas ou mais
voltas redondas para mantê-lo sob mão.
Alar de lupada - Alar aos puxões, com os intervalos necessários para que o pessoal mude
a posição das mãos ao longo do cabo. Designa-se de ‘Lupada’ a cada um dos puxões dados.
Alar de mão em mão - Alar o cabo seguidamente, sem o pessoal sair do lugar, pagando-o
alternadamente com uma ou outra mão; também, neste caso, fica aguentando numa peça
fixa.
Amarrar a ficar - Dar um nó ou volta firme, de modo a não se desfazer por si.
Beijar - Fazer encostar duas peças quaisquer. Diz-se de uma adriça quando chega ao seu
lugar; de uma talha quando, içando, seus poleames se tocam.
Brandear (dar um brando) - Folgar um cabo, uma espia, uma amarra etc.; tornar brando
um cabo; dar seio a um cabo que esteja portando.
Colher o brando - Alar um cabo que esteja com seio até que fique sem folga; rondar um
cabo.
Dobrar a amarração - Aumentar o número de pernadas das espias para amarrar um navio
no cais ou a outro navio.
Espia - Cabo grosso que se lança de um navio para terra ou para outro navio, a fim de
amarrá-lo.
Fiéis - Cabos finos com que se prendem quaisquer objetos, tais como as fundas dos
escaleres, as defensas etc.
Peias - Nome que tomam os cabos quando prendem a bordo quaisquer peças ou objetos.
Pear é prender qualquer objeto amarrando-o com peias.
Recorrer - Folgar. Deixar que arriem os cabos ou a amarra o quanto for necessário para
aliviá-los.
Solecar - Dar um brando ao cabo, arriando-o um pouco; aliviar o peso ou esforço; dar mais
folga ao seio.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Marinha do Brasil. Diretoria de Portos e Costas. Convenção Internacional sobre Normas
de Treinamento de Marítimos, Expedição de Certificados e Serviço de Quarto - STCW-78/95. Rio
de Janeiro, 1984.
BRASIL. Marinha do Brasil. Diretoria de Portos e Costas. Regulamento Internacional para Evitar
Abalroamentos no Mar - RIPEAM-72. Rio de Janeiro, 2007.
FONSECA, Maurílio Magalhães - Arte Naval, 6ª ed, Rio de Janeiro: Serviço de Documentação da
Marinha, 2002. 1v.
MIGUENS, Altineu Pires - Navegação a Ciência e a Arte Vol. I; Rio de Janeiro: Diretoria de
Hidrografia e Navegação, 1996.