Você está na página 1de 37

ARTE DO MARINHEIRO

Rocha Offshore
Consultoria de Carreira
www.rochaoffshore.com.br

MARÍTIMO
Rocha Offshore
Consultoria de Carreira
www.rochaoffshore.com.br
Sumário

1 Introdução ........................................................................................................ 5
1.1 Conceito ............................................................................................................ 5
1.2 Características e empregos dos trabalhos marinheiros ..................................... 6
1.2.1 Trabalhos marinheiros ....................................................................................... 6
1.2.2 Nós e balsos ...................................................................................................... 6
1.2.3 Voltas ................................................................................................................. 8
1.2.4 Botões ............................................................................................................... 9
1.2.5 Pinhas ...............................................................................................................10
1.2.6
1.2.7 Rocha Offshore
Alças .................................................................................................................11
Estropos ...........................................................................................................11
1.2.8
1.2.9 Consultoria de Carreira
Falcaças ...........................................................................................................11
Gachetas e Coxins ...........................................................................................12
1.2.10 Redes ...............................................................................................................12
1.2.11 www.rochaoffshore.com.br
Costuras ...........................................................................................................13
1.3 Cabos ...............................................................................................................14
1.3.1 Tipos de cabos .................................................................................................14
1.4 Resistência dos cabos ......................................................................................15

2 Voltas ...............................................................................................................16
2.1 Elaboração de voltas simples ...........................................................................16
2.2 Voltas importantes ............................................................................................17

3 Nós ................................................................................................................... 20
3.1 Nós e balsos .....................................................................................................20
3.2 Nós para emendar dois cabos ..........................................................................23

4 Estropos ..........................................................................................................26
4.1 Conceito ...........................................................................................................26
4.2 Principais tipos de estropo ................................................................................26
4.3 Uso dos estropos ..............................................................................................28
4.4 Como cortar um estropo ...................................................................................29

5 Outros trabalhos marinheiros .......................................................................30


5.1 Falcaça .............................................................................................................30
5.2 Pinha ................................................................................................................31
5.3 Tipos de costuras .............................................................................................32
5.4 Gachetas ..........................................................................................................34

Bibliografia .................................................................................................................. 37

3
Rocha Offshore
Consultoria de Carreira
www.rochaoffshore.com.br

4
1 Introdução

A vida marinheira requer dos seus participantes um conjunto de trabalhos específicos


para a garantia da segurança da embarcação, da sua carga e dos próprios tripulantes.

Estes são os chamados trabalhos marinheiros ou obras dos marinheiros. Executá-


los, depende de dedicação no aprendizado. O mais importante nesta execução é unir o
fazer ao conhecer. Por isso é que não só os marinheiros, mas os mestres e toda a
oficialidade devem imbuir-se dos deveres desta matéria.

Pelo fato de serem trabalhos artesanais, muitos subestimam-nos, sem se

Rocha Offshore
aperceberem de que os trabalhos marinheiros, quando negligenciados, ocasionam perdas
irreparáveis à carga, à embarcação e às vidas humanas.

Consultoria
O valor dos de Carreira
trabalhos marinheiros é incomparável, pois das suas atividades resulta
lucro ou perda de caríssimos materiais, de cargas de grande valor e de preciosas vidas,
www.rochaoffshore.com.br
bastando que não saibamos fazer um nó certo, na hora exata ou que não saibamos dar os
graus de leme requeridos, no momento exato. No mar, as fainas não podem ser deletadas.
Após a execução, temos que arcar com as conseqüências.

1.1 Conceito

Os trabalhos marinheiros designam tudo que possa resultar no bom andamento da


vida daqueles que exercem atividades em qualquer tipo de embarcação, entendendo-se
esta como qualquer peça que flutue sobre águas com possibilidade de transportar com
segurança de um ponto a outro, pessoal ou material; essa definição abrange tanto os
grandes navios de passageiros, mistos ou cargueiros, como as pequeninas canoas ou
jangadas. Em grandes, médias e pequenas embarcações, sempre os trabalhos marinheiros
são cabíveis. A arte marinheira é imprescindível!

O conhecimento dos trabalhos marinheiros somente surte o devido efeito quando


corretamente executados. Por outro lado, quando desconhecidos podem constituir-se em
fator de risco, como mencionaremos a seguir.

Os pequenos nós aprendidos no curso das aulas garantirão muitas vezes a


segurança dos grandes transatlânticos que você poderá vir a tripular ou de um simples
rebocador que venha a ser o orgulho da sua vida profissional. Seja qual for a sua
embarcação funcional, garanta o bem-estar e a segurança por meio de acurada
aprendizagem do valor dos nós, voltas, balsos, botões, coxins e toda a gama de trabalhos
marinheiros que você possa aplicar na ocasião adequada.

Vale a pena garantir a segurança da tripulação da sua embarcação, da carga


transportada e acrescentar-lhe estética, pois além da segurança, os trabalhos marinheiros
são também capazes de oferecer expressiva beleza.

Seguem alguns exemplos de trabalhos marinheiros. Visualize-os e peça ajuda ao


seu instrutor para aplicá-los sabiamente.

5
AMN
1.2 Características e empregos dos trabalhos marinheiros

1.2.1 Trabalhos marinheiros – Por serem muitas as atividades que garantem a segurança
especificada na introdução, apresentaremos por grupos que denominaremos de nós, voltas,
botões, pinhas, alças, estropos, rabichos, gachetas, coxias, redes, costuras, falcaças,
etc.

1.2.2 Nós e balsos – Os nós são entrelaçamentos feitos à mão, emendando cabos pelos
chicotes, pelos seios ou um chicote a uma alça. Nas figuras a seguir vemos o nó direito,
os nós de escota (singelo e dobrado), o nó torto, o nó de correr (ou de pescador), o nó
de moringa, o nó de azelha e o lais de guia. Os balsos que aqui agregamos aos nós,

Rocha Offshore
são destinados a sustentar e içar ou arriar alguém que precise fazer um serviço urgente
no mastro, numa verga, no costado e até para salvar um náufrago. Para tais fins são

Consultoria de Carreira
usadas suas alças. Os balsos mais usados são: calafate, pelo seio, dobrado, de correr
(ou lais de guia de correr).

www.rochaoffshore.com.br
Nó direito – por ser um dos nós mais
fáceis de fazer, é usado com muita freqüência
para unir cabos de bitolas iguais, sendo para
isso, o mais seguro dos nós.

Nó de escota singelo – é um nó de muita


segurança, com a grande vantagem de poder unir
cabos de bitolas iguais ou diferentes.

Nó de escota dobrado – é um nó de
escota singelo com o chicote fazendo uma volta
redonda em vez de singela para dar maior
segurança. É usado para emendar duas espias,
epecialmente quando uma delas tem alça.

Nó torto – parece-se com o nó direito,


porém a segunda volta é invertida, tornando-o
desusado por correr e quando aperta não se
desfaz com facilidade.

Nó de correr – é muito útil para


emendar dois cabos, é um nó fácil de fazer,
bastando unir os cabos ou fios e dar uma
meia volta em cada no chicote e deslizar
6 para que as meias voltas esbarrem uma na
outra.
Nó de moringa – serve onde seja
necessária uma alça permanente. Antigamente
era usado para içar barris de água potável e
bujões de gás, entre outros materiais cilíndricos.

Rocha Offshore
Nó de azelha – é uma simples laçada pelo
seio, podendo ser usada para fazer uma
marcação num cabo, ou silar uma parte do cabo
Consultoria de Carreira
que esteja coçada (ferida em conseqüência de
atrito).
www.rochaoffshore.com.br
Lais de guia – é um dos mais executados em todas as
Marinhas. Trata-se de um nó que garante uma alça
segura, substituindo a mão ou alça de uma espia. Balso
singelo é o seio ou alça que resulta de um lais de guia.

Balso de calafate – também chamado de lais de guia


dobrado. Como os demais balsos, oferece uma boa opção para
salvamento de um náufrago, bem como para agüentar um homem
que trabalha num costado ou num mastro, podendo ele ficar com as
mãos livres.

Balso pelo seio – também chamado de


lais de guia dobrado. Como os demais balsos,
oferece uma boa opção para salvamento de
um náufrago, bem como para agüentar um
homem que trabalha num costado ou num
mastro, podendo ele ficar com as mãos livres.

Balso dobrado – é um balso com


dois seios formados por duas voltas
redondas com o chicote do cabo antes de
dar um lais de guia. Serve para agüentar um
homem que trabalha no costado ou para içar
um objeto, servindo de estropo. 7
AMN
1.2.3 Voltas – as voltas abraçam objetos; a principal, por ser aquela que usamos na
amarração das embarcações de qualquer porte, é a volta falida. A seguir mostramos a
meia-volta, o cote, a volta de fiador, o catau de corrente, volta de fiel, volta de fateixa,
volta de tortor.

Voltas falidas - são uma série de voltas


alternadas dadas em torno de um objeto, são muito
usadas nas atracações, desde que o cabeço seja duplo.

Rocha Offshore
em cunho Consultoria
em malagueta de Carreira
em cabeços

www.rochaoffshore.com.br
Meia volta – é a volta dada nos embrulhos,
a qual se dá com o chicote do cabo e pode-se
desfazer facilmente. Serve como base ou parte
de outros nós. Utilizada para impedir que o tirador
de um aparelho de laborar se desgurna.

Cote – é uma volta singela em que uma das partes do


cabo morde a outra; raramente é usado só, serve para arrematar
outras voltas.

Volta do fiador – uma volta que lembra o


número 8. É utilizada em chicote de cabo que
labora em aparelho de força para não o deixar
desgurnir.

Catau de corrente – é uma série


de voltas dadas com o objetivo de diminuir
o comprimento de um cabo que não sofre
esforço.
8
Volta do fiel – são dois cotes dados um contra o outro, de
modo que os chicotes saiam por entre eles e em sentidos contrários.
É a volta mais usada a bordo para se passar um fiel ou uma adriça
em torno de um balaustre, um olhal ou um pé de carneiro.

Rocha Offshore
Volta da fateixa – utilizada para amarrar uma
espa a um ancorote ou um fiel a um balde.
Consultoria de Carreira
www.rochaoffshore.com.br

Volta de tortor (ou nó de rabiola, aquele que


prende os papéis que formam a rabiola das pipas. A
volta prende pequenos objetos que queiramos içar, como
por exemplo um pincel para alguém que esteja pintando
um mastro. Serve também para amarração de pranchas
de trabalho no costado.

1.2.4 Botões – Unem cabos paralelamente, formam alças, cruzam cabos, unindo-os.
Dentre os muitos existentes, citamos o botão redondo, o redondo-esganado (reforçado),
o falido, o falido-esganado, o cruzado e o peito de morte.

Na seqüência a seguir observa-se a elaboração de um botão redondo.

9
AMN
Botão Redondo

Rocha Offshore
Consultoria de Carreira
Botão Redondo Esganado
www.rochaoffshore.com.br

Botão Falido

1.2.5 Pinhas – A pinhas são usadas principalmente como enfeites, embora por vezes
como terminais em cabos de vai-e-vem e como peso para arremesso, o que facilita a
passagem das espias de bordo para o cais, nas atracações. Existem diversos tipos de
pinhas, como exemplos citamos: singela, dobrada, pinha de rosa singela, pinha de
cesta ou de retinida.

10
Pinhas de retinida
Pinha de rosa singela Singela Dobrada

Rocha Offshore
1.2.6 Alças – AsConsultoria de para
alças são usadas na atracação Carreira
fixação de uma espia no cais. As
alças podem ser feitas de cabos de fibra vegetal ou cabos de arame, por vezes forradas
www.rochaoffshore.com.br
com percintas de lona ou couro.

1.2.7 Estropos – São arranjos ou alças feitas em cabos resistentes ou em correntes,


destinando-os ao embarque de cargas, geralmente laçando-as ou abraçando-as.

Alceado

Estropo redondo

1.2.8 Falcaças – Ao cortarmos um cabo qualquer, a tendência é que os seus cordões se


desbolinem. Para que isso não ocorra, recomenda-se que se dêem voltas redondas,
mordendo-se o chicote. Estas voltas são feitas com cabos finos, linha de barca ou merlim. 11
Isto é falcaçar um cabo. Os cabos de arame são falcaçados com fios de arame.
AMN
1.2.9 Gachetas e Coxins – São trançados de cordões que têm fins ornamentais e também
são usados para proteção de uma embarcação miúda, em seu içamento, ou ainda como
capachos.

Rocha Offshore
Consultoria de Carreira
Coxins russo Gachetas
www.rochaoffshore.com.br

1.2.10 Redes – mesmo sendo de fácil manufatura, as redes hoje em dia são feitas em
máquinas. Antigamente o bom marinheiro possuía os seus moldes e agulhas de madeira,
com os quais teciam redes de proteção para as bordas dos navios, das embarcações
miúdas e outras fortes e grandes, que serviam como estropos.

a) nó de escota

b) agulha

c) início da rede

d) rede pronta

12
1.2.11 Costuras – Muitos são os trabalhos marinheiros feitos com lonas. Chamamos de
forração. Forramos corrimão, alças e cabos fixos. Nas forrações e nas costuras de lonas
usados vários tipos de pontos de costura.

Ponto de palomba

Rocha Offshore
Consultoria de Carreira
Ponto de bigorrilha pelo redondo
www.rochaoffshore.com.br

Ponto de bigorrilha chato (cosido por dentro)

Ponto de espinha de peixe

Ponto esganado (em dois movimentos)

13
AMN
1.3 Cabos

1.3.1 Tipos de cabos

Saber manusear os cabos é garantia de uma embarcação bem amarrada, de uma


carga bem peada.

Os cabos, quanto à natureza de suas fibras, podem ser:

• Vegetal – quando desfiamos certos vegetais como o sisal, cânhamo, linho,


algodão, coco, juta e outros, torcemos as fibras, formamos os fios de carreta. Ao

Rocha Offshore
torcermos os fios de carreta formamos os cordões e ao torcermos os cordões
formamos os cabos. Medimos o cabo de vegetal pela sua circunferência e em

Consultoria de Carreira
milímetros. Assim dizemos “a bitola do cabo é de tantos milímetros”.
• Sintético – de matérias plásticas artificiais e que podem ser esticadas em forma
de fios. É mais resistente que o vegetal, sendo de aparência muito mais
www.rochaoffshore.com.br
apresentável. Existem vários tipos de cabos de matéria plástica, sendo o nylon o
mais conhecido.
• De arame – a formação dos cabos de arame difere bastante da que se faz com
fibra vegetal, uma vez que compõe-se apenas de fios torcidos e isto não pode
ser feito de forma manual. Mesmo assim o cabo de arame, também chamado de
cabo de aço, é o mais resistente. Medimos o cabo de arame pelo seu diâmetro e
em polegadas. Assim dizemos “a bitola do cabo é de tantas polegadas”.
• Mistos – em certas operações especiais, como em alguns reboques, é preferível
usar-se um cabo misto, isto é, parte de arame e parte de fibra vegetal.

Cabo solteiro – O cabo que para muitos é um cabo inútil, torna-se um cabo de
multiuso. Os cabos solteiros não têm especificação de comprimento ou bitola. Seja como
for, se o cabo não tiver uso determinado, ele passa a ser um cabo solteiro. O uso dos
cabos solteiros deve ser feito depois de conhecermos a sua resistência, isto é, se ele
resiste ao esforço que dele precisamos.

Os cabos, matéria-prima mais importante em quase todos os trabalhos marinheiros,


têm as suas pontas denominadas chicotes (“1” e “2”) enquanto que o espaço
representado por “3” é chamado de seio do cabo.

1
2
3

2
3
Este mesmo cabo, se for usado para amarrar uma pequena embarcação ao cais,
deixa de ser solteiro para ser um boça. E, se usado para vestir uma talha, passa a ser
14 chamado beta e o seu chicote, onde se exerce a força para içar o peso, recebe o novo
nome de tirador.
1.4 Resistência dos cabos

Nos diversos trabalhos marinheiros, como os nós e voltas, a resistência dos cabos
é enfraquecida pelo uso. Isto ocorre porque, ao mudarmos a direção de uma força, ela se
enfraquece naturalmente. Como exemplo, podemos observar que em cabo de guerra, a
recomendação é que o grupo não mude a direção, mantendo-o em linha reta. Abaixo
apresentamos a tabela de resistência de alguns nós e voltas, com base no trabalho
apresentado pela “Columbian Rope Company, Auburor, N.Y., EUA.

Tabela de resistência de alguns nós e voltas

Rocha Offshore
Tipos de nós e voltas Resistência

Consultoria
Cabo úmido
de Carreira
Aumenta a resistência para 111%
www.rochaoffshore.com.br
C a b o se co 100%

Costura de mão, úmida 100%

Costura de mão, seca,


Reduz para 95%
em sapatilho

Costura redonda Reduz para 85%

Volta de fateixa Reduz para 76%

Lais de guia Reduz para 60%

Volta de fiel Reduz para 60%

Nó de escota Reduz para 55%

Nó de direito Reduz para 45%

Meia volta Reduz para 45%

Pela tabela acima, podemos tirar as seguintes conclusões:

a) que os cabos umedecidos são sempre mais resistentes que os secos;


b) que as costuras são mais resistentes do que as voltas e os nós;
c) que os nós são os menos resistentes de todos os trabalhos marinheiros.

Diante destas conclusões recomenda-se que não sejam usados cabos emendados,
pois além do enfraquecimento produzido pela emenda, ainda somam-se os desgastes 15
naturais dos cabos usados. AMN
2 Voltas

2.1 Elaboração de voltas simples

Nesta Unidade você está convidado a exercitar-se, fazendo algumas voltas que
você já viu anteriormente. Para estes treinamentos, prepare uma linha de barca de 40
milímetros de circunferência com 1,20 m de comprimento, falcaçando os seus chicotes,
a fim de que não descochem.

Preparou? Muito bem, vamos à ação.

Façamos a meia-volta:Rocha Offshore


1º) Estique aConsultoria de Carreira
linha debarca e cruze os chicotes, como o cabo da figura

2 ) Agora www.rochaoffshore.com.br
o
faça com que o chicote que está por cima dê uma volta sobre a outra
pernada e, pronto. Assim, se você o apertar, fará um esbarro que impedirá que
o tirador de um aparelho se desgurna. Você também acabou de aprender a
primeira parte do nó direito.

Agora o desafio é fazer um cote. Também é fácil. É quase o mesmo que a meia-
volta; apenas você terá o cuidado de, ao dar o segundo passo da meia-volta, em vez de
abrir os dois chicotes, colocá-los paralelos. Nunca devemos arrematar um trabalho
marinheiro fazendo apenas um cote, pois não daria a segurança esperada. Faça dois ou
três cotes.

16
A terceira volta que você aprenderá nesta unidade é a de corrente, também chamada
de catau de corrente ou nó de caminhoneiro. Usa-se para reduzir um cabo solteiro em,
aproximadamente, um quinto do seu comprimento.

Veja como é fácil fazer:

Primeiro cruza-se o chicote do cabo, como se fôssemos fazer a meia-volta. Depois


introduz-se pequena parte da linha de barca por dentro do seio e vai-se dando seqüência
a este último passo repetidas vezes até chegar ao chicote do cabo.

Rocha Offshore
Consultoria de Carreira
www.rochaoffshore.com.br
Catau de corrente

Pratique! Tire as dúvidas com o seu instrutor.

2.2 Voltas importantes

A volta de fiel. Você pode fazê-la em torno de qualquer objeto cilíndrico ou na sua
própria mão. Olhe para a figura apresentada em três tempos e faça-a vagarosamente.
Esta é aquela volta que o cavaleiro faz para amarrar seu cavalo nas estacas da cerca. Ela
tem muitas utilidades, sempre fixando cabos a um objeto ou em qualquer parte da
embarcação. Insista em aprendê-lo.

17
AMN
A próxima volta importante é a Volta da ribeira.

A volta da ribeira serve para amarrar um mastro, uma verga, uma antena ou para
enfeixar qualquer objeto cilíndrico que se queira içar ou arriar. Os cotes são dados como
segurança.

Veja que a meia volta com cote (volta singela em que uma das
partes do cabo morde a outra) é o princípio da volta da ribeira.

Rocha Offshore
Consultoria Volta
de daCarreira
ribeira

www.rochaoffshore.com.br

Volta de fateixa. Experimente fazê-la sem


olhar a figura. Vamos lá: pegue a sua linha de
barca e dê duas voltas em torno de um objeto
cilíndrico ou por dentro de uma argola (arganel).
Agora, com o mesmo chicote, passe entre o
objeto e as voltas que você deu. Só isto. Agora
confira na figura, você pode observar que a volta
de fateixa foi arrematada (por segurança) com
um botão, mas poderia ser arrematada com um
ou mais cotes, por segurança.

A volta a seguir é a encapeladura singela, que muito se assemelha a um nó-de-


borboleta (de gravata). Faz-se duas meias-voltas, segurando uma em cada mão e encaixa-
se lateralmente uma a outra, apertando-as e puxando-se os seios para os lados opostos.

Depois de feito isto, encaixamos a sua parte central em uma viga e teremos assim
duas alças onde podemos fixar um aparelho ou dois cabos que queiramos fixar lateralmente.

18
Agora pratique bastante e passemos para a boca-de-lobo. Tal como as demais, é
muito fácil fazê-la.

Faça em quatro etapas: primeiro segure a sua linha de barca em dois pontos,
distando as mãos uns 30cm uma da outra; segundo, dê duas voltas com cada uma das
mãos, torcendo o cabo duas vezes; terceiro, una as duas alças numa das mãos e em
quarto, com a outra mão, segure os dois chicotes e puxe-os.

d c
Rocha Offshore
Consultoria de Carreira
Ou então: dobre o cabo conforme a figura
www.rochaoffshore.com.br
ao lado. Faça o chicote “c” passar por trás
da parte “d” e por cima do seio “a” e entre
“a” e “b”, seguindo a linha pontilhada.

a b

A boca de lobo serve para


amarração provisória de qualquer aparelho
de içar pelo gato ou para amarrar qualquer
cabo a um gato fixo pelo seio ou pelo chicote.

Com o nó pronto, basta passar o gato


por dentro dos seios “a” e “b”. O cabo porta
melhor pelo chicote “c”.

a b
19
AMN
3 Nós

3.1 Nós e balsos

Nós – Na unidade anterior exercitamos a confecção de algumas das principais


voltas. Agora veremos os principais nós dados com os chicotes dos cabos. Mas lembre-
se de que você só aprenderá, se praticar. Faça isso na sala de aula ou fora dela, use
aquela mesma linha de barca, mas logo que puder, use cabos de bitolas maiores, pois
você trabalhará com grandes e pesadas espias e geralmente os nós são necessários em
emergência, quando você não poderá escolher o cabo a usar.
Rocha Offshore
Comecemos pelo lais de guia, o chamado rei dos nós.
Consultoria de Carreira
www.rochaoffshore.com.br
b
a

O lais de guia é aquele que nos dá uma alça em substituição à mão de uma espia
que se parta, ou para qualquer outro serviço em que se precise de alça. Tente fazê-lo
conforme a figura e depois pratique. Basta fazer o chicote “a” percorrer o caminho da
linha pontilhada passando por baixo da parte “b” e depois por dentro do seio “c”.

20
Balso calafate – Na figura , você pode ver como ele é feito e como usá-lo. Porém,
o mais importante nesta aula é que você aprenda a fazê-lo. Tente dar os passos que se
seguem. É formado a partir de um lais de guia, porém dando mais uma volta por dentro do
seio “c” antes de completá-lo e, em seguida, basta fazer o chicote “a” percorrer o caminho
da linha pontilhada passando por baixo da parte “b” e depois novamente por dentro do
seio c.

b
a
Rocha Offshore
Consultoria
c de Carreira
www.rochaoffshore.com.br
d
e

d
É muito usado para suportar um homem que trabalha no costado ou no mastro.

Os dois seios do balso ficam livres para correr, alterando seu tamanho de modo
que um homem possa se acomodar sentado em um deles (“d”) e, em seguida, gurnir a
cabeça e os braços pelo outro (“e”), ficando o lais de guia no peito.

Balso pelo seio – Este nó é por


muitos chamado de lais de guia pelo seio.
A função dos balsos é quase sempre a
mesma, o salvamento de um náufrago ou
a execução de um trabalho de emergência
num mastro ou no costado do navio.

Para elaborar um balso pelo seio


comece com um cabo dobrado pelo seio
como se fosse fazer um lais de guia. Então
passe o seio “a” por fora do “b” e aperte.

b a
21
AMN
Balso pelo seio
Rocha Offshore
Consultoria de Carreira
www.rochaoffshore.com.br

Catau – O catau é usado para dois fins bem definidos, a saber:

1o) Para isolar parte de um cabo que esteja coçado (poído);

2o) para reduzir o comprimento de um cabo de reboque.

Inicia-se fazendo dobras no cabo como se vê abaixo.

Em seguida dão-se dois cotes com o seio do cabo.

22
O arremate pode ser feito com botões ou com taliscas de madeira.
Nó de pescador – O nome tem origem no fato de ser muito usado pelos pescadores
para encurtar uma linha, escondendo um ponto em que ela esteja coçada. Para fazê-lo
toma-se o seio do cabo e faz-se a alça “a”. Coloca-se o chicote “b” sobre “a”. Passa-se
então a alça “a” por cima de “b” e baixo de “c” e, em seguida, puxa-se por cima de “c”,
conforme mostra o trajeto tracejado.

c
Rocha Offshore
Consultoria de Carreira
www.rochaoffshore.com.br
a

3.2 Nós para emendar dois cabos pelo chicote

É importante não apenas saber fazer um nó , mas também identificar a utilidade


deles no dia-a-dia do marinheiro.

Você sabe que nó é este?

É isto mesmo. É o nó que serve para emendar dois cabos de bitolas iguais pelo 23
chicote. AMN
Você disse nó direito? Parabéns! Este é um nó de grande eficácia, porém, somente
se os cabos forem de bitolas iguais. O nó que emenda cabos de bitolas iguais ou diferentes
é o nó de escota. Ele tem este nome porque é o mais indicado quando se quer prender
cabo à escota de uma vela. Veja como é fácil: é só fazer o chicote “a” seguir o trajeto da
linha pontilhada passando por cima e, em seguida, por baixo da parte “b” do cabo.

Rocha Offshore
b
Consultoria de Carreira
www.rochaoffshore.com.br

Nó de escota singelo – serve para emendar dois cabos de bitolas diferentes pelos
chicotes, ou então o chicote de um cabo a uma mão ou alça de outro cabo.

24
A seguir você verá dois tipos de aboçadura. Aboçar é ligar duas boças ou duas
espias, abraçando uma a outra. Podemos fazer uma aboçadura com dois lais de guia
ou com vários cotes em cada um dos chicotes. Veja como é fácil e prático.

Rocha Offshore
Consultoria delais Carreira
Aboçadura com de guia

www.rochaoffshore.com.br

Aboçadura com cotes e botões

Nó de correr – serve para emendar dois cabos, com cada chicote dando uma
meia-volta em torno do outro.

25
AMN
4 Estropos

4.1 Conceito

Embora se defina estropo com sendo um pedaço de cabo ligado pelo seus chicotes
por um nó ou uma costura, formando um anel, de cabo, usado para ligar um peso a ser
içado a um aparelho de içar, julgamos mais correto simplificarmos essa definição dizendo
ser tudo o que faça conexão ou ligação entre o peso a ser içado e o aparelho de
içar.

Assim, não só o anel de cabo é um estropo, mas também uma lona, uma rede,

Rocha Offshore
uma corrente, um cabo com duas mãos ou alças, um sistema de imantação, tudo isto
podemos arrolar entre os estropos. A função do estropo é aumentar a capacidade do
carregamento.
Consultoria de Carreira
Tal é o progresso na área do carregamento que hoje os estropos já se tornam raros
em alguns tipos dewww.rochaoffshore.com.br
carga. Por exemplo, as grandes lingadas que se faziam para embarque
e desembarque de trigo, soja, arroz e outros grãos, foram trocadas por potentes sugadores
que carregam um navio num espaço de tempo bastante reduzido.

Assim, também, ocorre com o embarque de caixas que hoje deslizam pelas esteiras
rolantes, reduzindo o tempo de embarque e dispensando, em muito, a ação dos estropos.
Isto sem falar nos contêineres içados por guindastes imantados ou embarcados diretamente
em cima de viaturas.

4.2 Principais tipos de estropo

Entre os muitos tipos de estropos citados, não podemos deixar de destacar como
um dos principais o estropo comum. É importante por ser fácil de fazer e de usar
26 proporcionando grande segurança.
O estropo comum é feito usando-se apenas um cabo solteiro. Basta que façamos
uma costura redonda ou mesmo que apliquemos um simples nó direito em seus chicotes
e teremos feito um estropo. Veja.

Rocha Offshore
Consultoria de Carreira
www.rochaoffshore.com.br
Estropos abertos ou braçalotes – pedaços de cabos de fibra vegetal, fibra sintética
ou arame de aço que terminam em seus dois chicotes.

Os chicotes podem ser de cabos com alças, uma em cada um dos chicotes, ou
com gancho em um dos chicotes e alça ou anel no outro.

Os chicotes ainda poderão ter um sapatilho na alça com


o fim de evitar o desgaste e em seu seio uma garra
corrediça com o objetivo de permitir um melhor aperto.

Poderão ser conectados, em números de 2, 3 ou 4, por meio de um


anel formando, assim, aparelhos de 2, 3, ou 4 ramais ou pernadas.

Os estropos podem ser de correntes que terminam em dois (2)


chicotes:

• com anel num chicote e um gancho no outro;

• com dois anéis, um em cada chicote;

• com manilha, em ambos os chicotes; e

• com anel num dos chicotes e uma manilha no outro.

27
AMN
O estropo de corrente é formado por duas ou quatro pernadas de corrente, ou de
cabo de arame, todas ligadas a um olhal e tendo em suas extremidades gatos. Na figura
vemos um estropo aberto com apenas duas correntes próprio para carga e descarga de
barris, tonéis, trilhos, etc.

Rocha Offshore
Consultoria de Carreira
www.rochaoffshore.com.br
O estropo de lona é uma forte lona, geralmente quadrada, provida de fiéis fixados
em seus quatro cantos. A bordo são usados para cargas como mantimentos e outros
serviços do próprio navio. Da mesma forma, usamos fortes estropos feitos de rede. As
redes também são usadas em operações de salvamento e em caso de abandono do
navio, ocasião em que são estendidas no costado do navio.

Estropos fechados - aqueles cujos chicotes são ligados, por meio de


anel, manilha ou costura.

4.3 Uso dos estropos

Consideremos a utilização dos estropos na fainas de carga e descarga dos navios


e demais embarcações mercantes.

As sacarias perderam bastante do seu valor, como já citamos, com o surgimento


dos sugadores, os quais dispensam que muitos sejam ensacados; porém, os estropos
comuns continuam a ser bastante usados em carregamentos regionais, em embarcações
de menores portes e em cargas que não podem ser transportadas a descoberto, etc..

Os estropos feitos com cabos de arame levam a vantagem de ter capacidade bem
maior de içar pesos, embora sejam pesados e de difícil manuseio.

Os estropos de corrente, com já citamos, içam desde grandes tubos de ferro até
grandes caixotes, razão porque podem possuir quatro correntes. Como desvantagem,
estes estropos são muito pesados, precisam ser feitos de material de boa qualidade e
exigem contínua inspeção.

28
4.4 Como “cortar” um estropo

Não se espante porque jamais você precisará da navalha do marinheiro para


“cortar” um estropo, mesmo sendo ele de cabo de fibra. “Cortar” um estropo é
simplesmente a operação de reduzir o seu comprimento.

Rocha
pode cortar Offshore
Na figura veja a volta boca de lobo, com a qual se
um estropo comum.

Consultoria de Carreira
www.rochaoffshore.com.br
Você pode cortar o estropo dobrando-o simplesmente
ou aplicando uma boca-de-lobo dobrada, ou ainda fazendo
uma encapeladura singela com a alça que se prende ao gato.

O bom marinheiro deve ter em seu paiol estropos de tamanhos diversos de modo a
não precisar sempre estar cortando estropos. O corte é um remédio que não deve ser
usado com freqüência, pois como você sabe, qualquer nó ou volta que se aplique num
cabo reduz a resistência do mesmo. Portanto, previna-se sabendo a quantidade de volumes
a içar, a fim de usar estropos no tamanho exato.

Atenção

E não se esqueça de que os estropos comuns devem ser confeccionados


com costura redonda, em vez de nós ou voltas.

29
AMN
5 Outros trabalhos marinheiros

5.1 Falcaça

Com alguma freüência você vai necessitar cortar um cabo a bordo para realizar
algum tipo de serviço específico com um pedaço dele. Ao se cortar um cabo deve-se
tomar certos cuidados para não deixar que ele descoche ou desbolinem.

Falcaçar o chicote de um cabo que foi cortado consiste em dar várias voltas redondas
em torno dele com um merlim. O número de voltas é determinado pelo diâmetro do cabo
a ser falcaçado, isto é, a largura da falcaça deve ser igual ao valor do diâmetro do cabo. A
Rocha Offshore
falcaça tem por objetivo não permitir que o cabo descoche ao ser cortado.

Consultoria
Veremos a seguir de
dois métodos de elaborar Carreira
falcaças e alguns cuidados que devemos
ter na confecção. Observe.
www.rochaoffshore.com.br
b b
a
a
c
1 2

3 c 4

No método denominado falcaça comum, o primeiro passo é dobrar o merlim


formando uma espécie de alça (b) sobre o chicote do cabo a falcaçar (1) tendo ambos os
chicotes no sentido longitudinal ao cabo, e o seio do fio para fora do chicote. A partit daí,
com o cordão a do merlim dê várias voltas unidas e apertadas na direção do chicote do
cabo. Feito isto, introduza o chicote de a por dentro do seio b (2). A seguir, ronde bem os
dois chicote a e c e unindo bem as voltas (3). E, finalmente, cortam-se os chicotes rentes
à falcaça (4), encerrando a faina.

O método seguinte começa dando uma meia volta com o merlim sobre o cabo
conforme se vê em (1). Em seguida, com o seio b dê várias voltas apertadas e unidas em
30 torno do cabo e sobre o chicote c (2). Aperte bem o chicote c e corte-o rente à falcaça.
c c

b
b

a
Rocha Offshore a
1 2
Consultoria de Carreira
Proseguindo, dobre o merlim sobre o cabo passando o chicote a sobre as voltas já
www.rochaoffshore.com.br
dadas (3). Tome, então, o seio b do merlim e continue dando voltas redondas em torno do
cabo e por cima do chicote a, tomando cuidado para impedir o merlim de torcer, até atingir
o número correto de voltas (4). Ronde o que sobrou do seio b pelo o chicote a, unindo
bem as voltas e corte rente à falcaça.

b
c

c
a
3 a 4

5.2 Pinha

A pinha é um trabalho feito no chicote de um cabo que, além de ter objetivo


ornamental, tem também a utilidade de impedir que o chicote de um cabo passe através
de um gorne e adicionar peso ao chicote de uma retinida.

De um modo geral, o chicote do cabo em que será feita a pinha precisa ser
descochado e, em seguida, ter seus cordões falcaçados para que não descochem mais
ainda durante o trabalho.

Vamos ver a seguir os passos para a confecção de uma pinha de rosa dobrada.
Para fazê-la, você aprenderá também a confecção da singela. Ambas, a singela e a dobrada,
são feitas no chicote ou próximo dele. 31
AMN
1o Descocham-se as pernadas do cabo;

2o Dobram-se estas pernadas formando três cordões, que se deitam sobre o cabo;

3o Pega-se o cordão “a” e pela direita passa-se por cima do cordão “b” e entra-se
no seio do “c”. Depois pega-se o chicote do “b” passando sobre o “c” e introduz-
se por dentro do seio do “a”. O último cordão, o “c”, será passado sobre o “a”
e metido no seio de “b”. Compreendeu? Então vamos adiante. Tente de novo.

Rocha Offshore
Consultoria de Carreira
www.rochaoffshore.com.br

4o Agora que já fizemos a pinha singela, vamos dobrá-la. Para isso,


basta apenas que cada chicote repita o mesmo percurso já feito.
Após esta etapa, basta que rondemos (apertemos) os cordões
tirando as folgas, arrematando o trabalho feito e aparando os
chicotes.

5.3 Tipos de costuras

As emendas que fazemos em cabos, cordões, fios, etc. com nós e voltas,
enfraquecem os cabos e deixam deformações no local da emenda. Ao emendarmos com
costuras, a segurança aumenta e a superfície emendada não fica tão deformada. Os
cabos de fibra são emendados em três tipos de costuras: redonda, de laborar e de mão.

Costura redonda – Neste tipo, a emenda é feita pelo entrelaçamento dos cordões
de dois cabos da mesma bitola. Normalmente é usada para fazer-se estropos e emendar
espias. Veja um cabo emendado com costura redonda.

32
Costura redonda

Costura de laborar – Esta é a costura que não aumenta o diâmetro dos cabos
emendados. É a costura apropriada para a utilização em aparelhos de laborar. Observe
na figura 38 que os cordões são descochados e que, à medida que se descocha um
cordão, substitui-se aquele pelo do outro cabo, num espaço de cerca de doze vezes o
diâmetro dos cabos. E assim, num vai-e-vem dos cordões, a costura é feita sem alterar-
lhe a bitola.
Rocha Offshore
Consultoria de Carreira
www.rochaoffshore.com.br

Costura de mão – Para fazer-se uma alça no chicote de um cabo de fibra vegetal,
basta descochar-se o chicote na distância de três vezes a sua circunferência e, de baixo
para cima, introduzirmos o cordão do centro, da direita para a esquerda; depois com a
pernada da esquerda, introduzir no cordão da esquerda e com o terceiro cordão de trás,
isto é, de onde saiu o segundo cordão. Isto feito, ajustam-se os três cordões com um
macete de bater e dá-se seqüência a esta mesma operação, por mais duas vezes. Para
abrir as cochas dos cabos nas costuras, redonda e de mão, usam-se passadores e
espichas.

Macete

33
Espichas Passador AMN
Trabalho prático – Elabore uma costura de mão. Agora é a vez de pôr em prática
a costura que você conheceu na aula anterior. Veja se faz antes de chegar à sala de aula.

1) Pegue um cabo que tenha cerca de 6 cm de diâmetro e use um dos chicotes


para fazer uma costura de mão, formando assim uma alça.

2) Junte no seu local de trabalho, um rolo de fio de vela (ou barbante), um macete
de bater e uma espicha ou um passador.

3) Se o cabo tiver 6 cm, multiplique esse número por três e faça uma falcaça nessa
distância (3 x 6 = 18 cm).

Rocha Offshore
4) A seguir dê um botão em cada um dos cordões do cabo que você descochou,

Consultoria de Carreira
para que estes não se descochem.

5) Agora, continue a manobra conforme as instruções da aula anterior, observando


a figura www.rochaoffshore.com.br
correspondente.

Acertou? então use o macete de bater, dando macetadas em toda a parte costurada;
retire a falcaça do cabo e corte rentes os cordões que sobrarem. E, Parabéns!

5.4 Gachetas

São trançados de cordões geralmente usados para fins ornamentais em molduras,


fiéis, fundas e cortinas. Atualmente são confeccionados com cabos finos de fibras sintéticas,
algodão e linho, por serem fibras claras e bonitas.

Abaixo você vê uma gacheta de três cordões.

34
Passaremos a explicar a maneira como se pode fazer uma gacheta de sete cordões.

a) separe os sete cordões em dois grupos, um de 3 e outro de 4.

Observe na figura que os dois grupos foram separados desde o início do trabalho.

b) Traga o cordão da direita (ou da esquerda) por cima de dois, e depois


alternadamente por baixo e por cima de um dos cordões do mesmo grupo, até
ficar no grupo da direita (ou esquerda), do lado de dentro.

Continue esta seqüência até chegar ao comprimento desejado.

Rocha Offshore
Consultoria de Carreira
www.rochaoffshore.com.br

35
AMN
Detalhe superior Detalhe inferior

Rocha Offshore
Consultoria de Carreira
www.rochaoffshore.com.br

36
Bibliografia

FONSECA, Maurílio M. Arte Naval. 6. ed. Rio de Janeiro: SDGM, 2003.

KIHLBERG, Bengt. The Lore of ships. Gotemburg: AB Nordbok, 1975.

McLEOD, William A. The Boatswain’s Manual. Glasgow: Brown, Son & Fergunson, 1977.

NOEL, John V. Jr. Knight’s Modern Seamanship. 17 ed. New York: Von Nostrand
Reinhold, 1984.

Rocha Offshore
PREFECTURA NAVAL ARGENTINA. Direccion del Personal. Manual de conocimientos

Consultoria de Carreira
marineros. Buenos Aires, 1970.

www.rochaoffshore.com.br

37

Você também pode gostar