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MARÍTIMO
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Sumário
1 Introdução ........................................................................................................ 5
1.1 Conceito ............................................................................................................ 5
1.2 Características e empregos dos trabalhos marinheiros ..................................... 6
1.2.1 Trabalhos marinheiros ....................................................................................... 6
1.2.2 Nós e balsos ...................................................................................................... 6
1.2.3 Voltas ................................................................................................................. 8
1.2.4 Botões ............................................................................................................... 9
1.2.5 Pinhas ...............................................................................................................10
1.2.6
1.2.7 Rocha Offshore
Alças .................................................................................................................11
Estropos ...........................................................................................................11
1.2.8
1.2.9 Consultoria de Carreira
Falcaças ...........................................................................................................11
Gachetas e Coxins ...........................................................................................12
1.2.10 Redes ...............................................................................................................12
1.2.11 www.rochaoffshore.com.br
Costuras ...........................................................................................................13
1.3 Cabos ...............................................................................................................14
1.3.1 Tipos de cabos .................................................................................................14
1.4 Resistência dos cabos ......................................................................................15
2 Voltas ...............................................................................................................16
2.1 Elaboração de voltas simples ...........................................................................16
2.2 Voltas importantes ............................................................................................17
3 Nós ................................................................................................................... 20
3.1 Nós e balsos .....................................................................................................20
3.2 Nós para emendar dois cabos ..........................................................................23
4 Estropos ..........................................................................................................26
4.1 Conceito ...........................................................................................................26
4.2 Principais tipos de estropo ................................................................................26
4.3 Uso dos estropos ..............................................................................................28
4.4 Como cortar um estropo ...................................................................................29
Bibliografia .................................................................................................................. 37
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1 Introdução
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aperceberem de que os trabalhos marinheiros, quando negligenciados, ocasionam perdas
irreparáveis à carga, à embarcação e às vidas humanas.
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O valor dos de Carreira
trabalhos marinheiros é incomparável, pois das suas atividades resulta
lucro ou perda de caríssimos materiais, de cargas de grande valor e de preciosas vidas,
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bastando que não saibamos fazer um nó certo, na hora exata ou que não saibamos dar os
graus de leme requeridos, no momento exato. No mar, as fainas não podem ser deletadas.
Após a execução, temos que arcar com as conseqüências.
1.1 Conceito
5
AMN
1.2 Características e empregos dos trabalhos marinheiros
1.2.1 Trabalhos marinheiros – Por serem muitas as atividades que garantem a segurança
especificada na introdução, apresentaremos por grupos que denominaremos de nós, voltas,
botões, pinhas, alças, estropos, rabichos, gachetas, coxias, redes, costuras, falcaças,
etc.
1.2.2 Nós e balsos – Os nós são entrelaçamentos feitos à mão, emendando cabos pelos
chicotes, pelos seios ou um chicote a uma alça. Nas figuras a seguir vemos o nó direito,
os nós de escota (singelo e dobrado), o nó torto, o nó de correr (ou de pescador), o nó
de moringa, o nó de azelha e o lais de guia. Os balsos que aqui agregamos aos nós,
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são destinados a sustentar e içar ou arriar alguém que precise fazer um serviço urgente
no mastro, numa verga, no costado e até para salvar um náufrago. Para tais fins são
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usadas suas alças. Os balsos mais usados são: calafate, pelo seio, dobrado, de correr
(ou lais de guia de correr).
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Nó direito – por ser um dos nós mais
fáceis de fazer, é usado com muita freqüência
para unir cabos de bitolas iguais, sendo para
isso, o mais seguro dos nós.
Nó de escota dobrado – é um nó de
escota singelo com o chicote fazendo uma volta
redonda em vez de singela para dar maior
segurança. É usado para emendar duas espias,
epecialmente quando uma delas tem alça.
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Nó de azelha – é uma simples laçada pelo
seio, podendo ser usada para fazer uma
marcação num cabo, ou silar uma parte do cabo
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que esteja coçada (ferida em conseqüência de
atrito).
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Lais de guia – é um dos mais executados em todas as
Marinhas. Trata-se de um nó que garante uma alça
segura, substituindo a mão ou alça de uma espia. Balso
singelo é o seio ou alça que resulta de um lais de guia.
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em cunho Consultoria
em malagueta de Carreira
em cabeços
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Meia volta – é a volta dada nos embrulhos,
a qual se dá com o chicote do cabo e pode-se
desfazer facilmente. Serve como base ou parte
de outros nós. Utilizada para impedir que o tirador
de um aparelho de laborar se desgurna.
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Volta da fateixa – utilizada para amarrar uma
espa a um ancorote ou um fiel a um balde.
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1.2.4 Botões – Unem cabos paralelamente, formam alças, cruzam cabos, unindo-os.
Dentre os muitos existentes, citamos o botão redondo, o redondo-esganado (reforçado),
o falido, o falido-esganado, o cruzado e o peito de morte.
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Botão Redondo
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Botão Redondo Esganado
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Botão Falido
1.2.5 Pinhas – A pinhas são usadas principalmente como enfeites, embora por vezes
como terminais em cabos de vai-e-vem e como peso para arremesso, o que facilita a
passagem das espias de bordo para o cais, nas atracações. Existem diversos tipos de
pinhas, como exemplos citamos: singela, dobrada, pinha de rosa singela, pinha de
cesta ou de retinida.
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Pinhas de retinida
Pinha de rosa singela Singela Dobrada
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1.2.6 Alças – AsConsultoria de para
alças são usadas na atracação Carreira
fixação de uma espia no cais. As
alças podem ser feitas de cabos de fibra vegetal ou cabos de arame, por vezes forradas
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com percintas de lona ou couro.
Alceado
Estropo redondo
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Coxins russo Gachetas
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1.2.10 Redes – mesmo sendo de fácil manufatura, as redes hoje em dia são feitas em
máquinas. Antigamente o bom marinheiro possuía os seus moldes e agulhas de madeira,
com os quais teciam redes de proteção para as bordas dos navios, das embarcações
miúdas e outras fortes e grandes, que serviam como estropos.
a) nó de escota
b) agulha
c) início da rede
d) rede pronta
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1.2.11 Costuras – Muitos são os trabalhos marinheiros feitos com lonas. Chamamos de
forração. Forramos corrimão, alças e cabos fixos. Nas forrações e nas costuras de lonas
usados vários tipos de pontos de costura.
Ponto de palomba
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Ponto de bigorrilha pelo redondo
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1.3 Cabos
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torcermos os fios de carreta formamos os cordões e ao torcermos os cordões
formamos os cabos. Medimos o cabo de vegetal pela sua circunferência e em
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milímetros. Assim dizemos “a bitola do cabo é de tantos milímetros”.
• Sintético – de matérias plásticas artificiais e que podem ser esticadas em forma
de fios. É mais resistente que o vegetal, sendo de aparência muito mais
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apresentável. Existem vários tipos de cabos de matéria plástica, sendo o nylon o
mais conhecido.
• De arame – a formação dos cabos de arame difere bastante da que se faz com
fibra vegetal, uma vez que compõe-se apenas de fios torcidos e isto não pode
ser feito de forma manual. Mesmo assim o cabo de arame, também chamado de
cabo de aço, é o mais resistente. Medimos o cabo de arame pelo seu diâmetro e
em polegadas. Assim dizemos “a bitola do cabo é de tantas polegadas”.
• Mistos – em certas operações especiais, como em alguns reboques, é preferível
usar-se um cabo misto, isto é, parte de arame e parte de fibra vegetal.
Cabo solteiro – O cabo que para muitos é um cabo inútil, torna-se um cabo de
multiuso. Os cabos solteiros não têm especificação de comprimento ou bitola. Seja como
for, se o cabo não tiver uso determinado, ele passa a ser um cabo solteiro. O uso dos
cabos solteiros deve ser feito depois de conhecermos a sua resistência, isto é, se ele
resiste ao esforço que dele precisamos.
1
2
3
2
3
Este mesmo cabo, se for usado para amarrar uma pequena embarcação ao cais,
deixa de ser solteiro para ser um boça. E, se usado para vestir uma talha, passa a ser
14 chamado beta e o seu chicote, onde se exerce a força para içar o peso, recebe o novo
nome de tirador.
1.4 Resistência dos cabos
Nos diversos trabalhos marinheiros, como os nós e voltas, a resistência dos cabos
é enfraquecida pelo uso. Isto ocorre porque, ao mudarmos a direção de uma força, ela se
enfraquece naturalmente. Como exemplo, podemos observar que em cabo de guerra, a
recomendação é que o grupo não mude a direção, mantendo-o em linha reta. Abaixo
apresentamos a tabela de resistência de alguns nós e voltas, com base no trabalho
apresentado pela “Columbian Rope Company, Auburor, N.Y., EUA.
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Tipos de nós e voltas Resistência
Consultoria
Cabo úmido
de Carreira
Aumenta a resistência para 111%
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C a b o se co 100%
Diante destas conclusões recomenda-se que não sejam usados cabos emendados,
pois além do enfraquecimento produzido pela emenda, ainda somam-se os desgastes 15
naturais dos cabos usados. AMN
2 Voltas
Nesta Unidade você está convidado a exercitar-se, fazendo algumas voltas que
você já viu anteriormente. Para estes treinamentos, prepare uma linha de barca de 40
milímetros de circunferência com 1,20 m de comprimento, falcaçando os seus chicotes,
a fim de que não descochem.
2 ) Agora www.rochaoffshore.com.br
o
faça com que o chicote que está por cima dê uma volta sobre a outra
pernada e, pronto. Assim, se você o apertar, fará um esbarro que impedirá que
o tirador de um aparelho se desgurna. Você também acabou de aprender a
primeira parte do nó direito.
Agora o desafio é fazer um cote. Também é fácil. É quase o mesmo que a meia-
volta; apenas você terá o cuidado de, ao dar o segundo passo da meia-volta, em vez de
abrir os dois chicotes, colocá-los paralelos. Nunca devemos arrematar um trabalho
marinheiro fazendo apenas um cote, pois não daria a segurança esperada. Faça dois ou
três cotes.
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A terceira volta que você aprenderá nesta unidade é a de corrente, também chamada
de catau de corrente ou nó de caminhoneiro. Usa-se para reduzir um cabo solteiro em,
aproximadamente, um quinto do seu comprimento.
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Catau de corrente
A volta de fiel. Você pode fazê-la em torno de qualquer objeto cilíndrico ou na sua
própria mão. Olhe para a figura apresentada em três tempos e faça-a vagarosamente.
Esta é aquela volta que o cavaleiro faz para amarrar seu cavalo nas estacas da cerca. Ela
tem muitas utilidades, sempre fixando cabos a um objeto ou em qualquer parte da
embarcação. Insista em aprendê-lo.
17
AMN
A próxima volta importante é a Volta da ribeira.
A volta da ribeira serve para amarrar um mastro, uma verga, uma antena ou para
enfeixar qualquer objeto cilíndrico que se queira içar ou arriar. Os cotes são dados como
segurança.
Veja que a meia volta com cote (volta singela em que uma das
partes do cabo morde a outra) é o princípio da volta da ribeira.
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Consultoria Volta
de daCarreira
ribeira
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Depois de feito isto, encaixamos a sua parte central em uma viga e teremos assim
duas alças onde podemos fixar um aparelho ou dois cabos que queiramos fixar lateralmente.
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Agora pratique bastante e passemos para a boca-de-lobo. Tal como as demais, é
muito fácil fazê-la.
Faça em quatro etapas: primeiro segure a sua linha de barca em dois pontos,
distando as mãos uns 30cm uma da outra; segundo, dê duas voltas com cada uma das
mãos, torcendo o cabo duas vezes; terceiro, una as duas alças numa das mãos e em
quarto, com a outra mão, segure os dois chicotes e puxe-os.
d c
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Ou então: dobre o cabo conforme a figura
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ao lado. Faça o chicote “c” passar por trás
da parte “d” e por cima do seio “a” e entre
“a” e “b”, seguindo a linha pontilhada.
a b
a b
19
AMN
3 Nós
O lais de guia é aquele que nos dá uma alça em substituição à mão de uma espia
que se parta, ou para qualquer outro serviço em que se precise de alça. Tente fazê-lo
conforme a figura e depois pratique. Basta fazer o chicote “a” percorrer o caminho da
linha pontilhada passando por baixo da parte “b” e depois por dentro do seio “c”.
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Balso calafate – Na figura , você pode ver como ele é feito e como usá-lo. Porém,
o mais importante nesta aula é que você aprenda a fazê-lo. Tente dar os passos que se
seguem. É formado a partir de um lais de guia, porém dando mais uma volta por dentro do
seio “c” antes de completá-lo e, em seguida, basta fazer o chicote “a” percorrer o caminho
da linha pontilhada passando por baixo da parte “b” e depois novamente por dentro do
seio c.
b
a
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c de Carreira
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d
e
d
É muito usado para suportar um homem que trabalha no costado ou no mastro.
Os dois seios do balso ficam livres para correr, alterando seu tamanho de modo
que um homem possa se acomodar sentado em um deles (“d”) e, em seguida, gurnir a
cabeça e os braços pelo outro (“e”), ficando o lais de guia no peito.
b a
21
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Balso pelo seio
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O arremate pode ser feito com botões ou com taliscas de madeira.
Nó de pescador – O nome tem origem no fato de ser muito usado pelos pescadores
para encurtar uma linha, escondendo um ponto em que ela esteja coçada. Para fazê-lo
toma-se o seio do cabo e faz-se a alça “a”. Coloca-se o chicote “b” sobre “a”. Passa-se
então a alça “a” por cima de “b” e baixo de “c” e, em seguida, puxa-se por cima de “c”,
conforme mostra o trajeto tracejado.
c
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a
É isto mesmo. É o nó que serve para emendar dois cabos de bitolas iguais pelo 23
chicote. AMN
Você disse nó direito? Parabéns! Este é um nó de grande eficácia, porém, somente
se os cabos forem de bitolas iguais. O nó que emenda cabos de bitolas iguais ou diferentes
é o nó de escota. Ele tem este nome porque é o mais indicado quando se quer prender
cabo à escota de uma vela. Veja como é fácil: é só fazer o chicote “a” seguir o trajeto da
linha pontilhada passando por cima e, em seguida, por baixo da parte “b” do cabo.
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b
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Nó de escota singelo – serve para emendar dois cabos de bitolas diferentes pelos
chicotes, ou então o chicote de um cabo a uma mão ou alça de outro cabo.
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A seguir você verá dois tipos de aboçadura. Aboçar é ligar duas boças ou duas
espias, abraçando uma a outra. Podemos fazer uma aboçadura com dois lais de guia
ou com vários cotes em cada um dos chicotes. Veja como é fácil e prático.
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Aboçadura com de guia
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Nó de correr – serve para emendar dois cabos, com cada chicote dando uma
meia-volta em torno do outro.
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AMN
4 Estropos
4.1 Conceito
Embora se defina estropo com sendo um pedaço de cabo ligado pelo seus chicotes
por um nó ou uma costura, formando um anel, de cabo, usado para ligar um peso a ser
içado a um aparelho de içar, julgamos mais correto simplificarmos essa definição dizendo
ser tudo o que faça conexão ou ligação entre o peso a ser içado e o aparelho de
içar.
Assim, não só o anel de cabo é um estropo, mas também uma lona, uma rede,
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uma corrente, um cabo com duas mãos ou alças, um sistema de imantação, tudo isto
podemos arrolar entre os estropos. A função do estropo é aumentar a capacidade do
carregamento.
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Tal é o progresso na área do carregamento que hoje os estropos já se tornam raros
em alguns tipos dewww.rochaoffshore.com.br
carga. Por exemplo, as grandes lingadas que se faziam para embarque
e desembarque de trigo, soja, arroz e outros grãos, foram trocadas por potentes sugadores
que carregam um navio num espaço de tempo bastante reduzido.
Assim, também, ocorre com o embarque de caixas que hoje deslizam pelas esteiras
rolantes, reduzindo o tempo de embarque e dispensando, em muito, a ação dos estropos.
Isto sem falar nos contêineres içados por guindastes imantados ou embarcados diretamente
em cima de viaturas.
Entre os muitos tipos de estropos citados, não podemos deixar de destacar como
um dos principais o estropo comum. É importante por ser fácil de fazer e de usar
26 proporcionando grande segurança.
O estropo comum é feito usando-se apenas um cabo solteiro. Basta que façamos
uma costura redonda ou mesmo que apliquemos um simples nó direito em seus chicotes
e teremos feito um estropo. Veja.
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Estropos abertos ou braçalotes – pedaços de cabos de fibra vegetal, fibra sintética
ou arame de aço que terminam em seus dois chicotes.
Os chicotes podem ser de cabos com alças, uma em cada um dos chicotes, ou
com gancho em um dos chicotes e alça ou anel no outro.
27
AMN
O estropo de corrente é formado por duas ou quatro pernadas de corrente, ou de
cabo de arame, todas ligadas a um olhal e tendo em suas extremidades gatos. Na figura
vemos um estropo aberto com apenas duas correntes próprio para carga e descarga de
barris, tonéis, trilhos, etc.
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O estropo de lona é uma forte lona, geralmente quadrada, provida de fiéis fixados
em seus quatro cantos. A bordo são usados para cargas como mantimentos e outros
serviços do próprio navio. Da mesma forma, usamos fortes estropos feitos de rede. As
redes também são usadas em operações de salvamento e em caso de abandono do
navio, ocasião em que são estendidas no costado do navio.
Os estropos feitos com cabos de arame levam a vantagem de ter capacidade bem
maior de içar pesos, embora sejam pesados e de difícil manuseio.
Os estropos de corrente, com já citamos, içam desde grandes tubos de ferro até
grandes caixotes, razão porque podem possuir quatro correntes. Como desvantagem,
estes estropos são muito pesados, precisam ser feitos de material de boa qualidade e
exigem contínua inspeção.
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4.4 Como “cortar” um estropo
Rocha
pode cortar Offshore
Na figura veja a volta boca de lobo, com a qual se
um estropo comum.
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Você pode cortar o estropo dobrando-o simplesmente
ou aplicando uma boca-de-lobo dobrada, ou ainda fazendo
uma encapeladura singela com a alça que se prende ao gato.
O bom marinheiro deve ter em seu paiol estropos de tamanhos diversos de modo a
não precisar sempre estar cortando estropos. O corte é um remédio que não deve ser
usado com freqüência, pois como você sabe, qualquer nó ou volta que se aplique num
cabo reduz a resistência do mesmo. Portanto, previna-se sabendo a quantidade de volumes
a içar, a fim de usar estropos no tamanho exato.
Atenção
29
AMN
5 Outros trabalhos marinheiros
5.1 Falcaça
Com alguma freüência você vai necessitar cortar um cabo a bordo para realizar
algum tipo de serviço específico com um pedaço dele. Ao se cortar um cabo deve-se
tomar certos cuidados para não deixar que ele descoche ou desbolinem.
Falcaçar o chicote de um cabo que foi cortado consiste em dar várias voltas redondas
em torno dele com um merlim. O número de voltas é determinado pelo diâmetro do cabo
a ser falcaçado, isto é, a largura da falcaça deve ser igual ao valor do diâmetro do cabo. A
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falcaça tem por objetivo não permitir que o cabo descoche ao ser cortado.
Consultoria
Veremos a seguir de
dois métodos de elaborar Carreira
falcaças e alguns cuidados que devemos
ter na confecção. Observe.
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b b
a
a
c
1 2
3 c 4
O método seguinte começa dando uma meia volta com o merlim sobre o cabo
conforme se vê em (1). Em seguida, com o seio b dê várias voltas apertadas e unidas em
30 torno do cabo e sobre o chicote c (2). Aperte bem o chicote c e corte-o rente à falcaça.
c c
b
b
a
Rocha Offshore a
1 2
Consultoria de Carreira
Proseguindo, dobre o merlim sobre o cabo passando o chicote a sobre as voltas já
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dadas (3). Tome, então, o seio b do merlim e continue dando voltas redondas em torno do
cabo e por cima do chicote a, tomando cuidado para impedir o merlim de torcer, até atingir
o número correto de voltas (4). Ronde o que sobrou do seio b pelo o chicote a, unindo
bem as voltas e corte rente à falcaça.
b
c
c
a
3 a 4
5.2 Pinha
De um modo geral, o chicote do cabo em que será feita a pinha precisa ser
descochado e, em seguida, ter seus cordões falcaçados para que não descochem mais
ainda durante o trabalho.
Vamos ver a seguir os passos para a confecção de uma pinha de rosa dobrada.
Para fazê-la, você aprenderá também a confecção da singela. Ambas, a singela e a dobrada,
são feitas no chicote ou próximo dele. 31
AMN
1o Descocham-se as pernadas do cabo;
2o Dobram-se estas pernadas formando três cordões, que se deitam sobre o cabo;
3o Pega-se o cordão “a” e pela direita passa-se por cima do cordão “b” e entra-se
no seio do “c”. Depois pega-se o chicote do “b” passando sobre o “c” e introduz-
se por dentro do seio do “a”. O último cordão, o “c”, será passado sobre o “a”
e metido no seio de “b”. Compreendeu? Então vamos adiante. Tente de novo.
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As emendas que fazemos em cabos, cordões, fios, etc. com nós e voltas,
enfraquecem os cabos e deixam deformações no local da emenda. Ao emendarmos com
costuras, a segurança aumenta e a superfície emendada não fica tão deformada. Os
cabos de fibra são emendados em três tipos de costuras: redonda, de laborar e de mão.
Costura redonda – Neste tipo, a emenda é feita pelo entrelaçamento dos cordões
de dois cabos da mesma bitola. Normalmente é usada para fazer-se estropos e emendar
espias. Veja um cabo emendado com costura redonda.
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Costura redonda
Costura de laborar – Esta é a costura que não aumenta o diâmetro dos cabos
emendados. É a costura apropriada para a utilização em aparelhos de laborar. Observe
na figura 38 que os cordões são descochados e que, à medida que se descocha um
cordão, substitui-se aquele pelo do outro cabo, num espaço de cerca de doze vezes o
diâmetro dos cabos. E assim, num vai-e-vem dos cordões, a costura é feita sem alterar-
lhe a bitola.
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Costura de mão – Para fazer-se uma alça no chicote de um cabo de fibra vegetal,
basta descochar-se o chicote na distância de três vezes a sua circunferência e, de baixo
para cima, introduzirmos o cordão do centro, da direita para a esquerda; depois com a
pernada da esquerda, introduzir no cordão da esquerda e com o terceiro cordão de trás,
isto é, de onde saiu o segundo cordão. Isto feito, ajustam-se os três cordões com um
macete de bater e dá-se seqüência a esta mesma operação, por mais duas vezes. Para
abrir as cochas dos cabos nas costuras, redonda e de mão, usam-se passadores e
espichas.
Macete
33
Espichas Passador AMN
Trabalho prático – Elabore uma costura de mão. Agora é a vez de pôr em prática
a costura que você conheceu na aula anterior. Veja se faz antes de chegar à sala de aula.
2) Junte no seu local de trabalho, um rolo de fio de vela (ou barbante), um macete
de bater e uma espicha ou um passador.
3) Se o cabo tiver 6 cm, multiplique esse número por três e faça uma falcaça nessa
distância (3 x 6 = 18 cm).
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4) A seguir dê um botão em cada um dos cordões do cabo que você descochou,
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para que estes não se descochem.
Acertou? então use o macete de bater, dando macetadas em toda a parte costurada;
retire a falcaça do cabo e corte rentes os cordões que sobrarem. E, Parabéns!
5.4 Gachetas
34
Passaremos a explicar a maneira como se pode fazer uma gacheta de sete cordões.
Observe na figura que os dois grupos foram separados desde o início do trabalho.
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35
AMN
Detalhe superior Detalhe inferior
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Bibliografia
McLEOD, William A. The Boatswain’s Manual. Glasgow: Brown, Son & Fergunson, 1977.
NOEL, John V. Jr. Knight’s Modern Seamanship. 17 ed. New York: Von Nostrand
Reinhold, 1984.
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PREFECTURA NAVAL ARGENTINA. Direccion del Personal. Manual de conocimientos
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marineros. Buenos Aires, 1970.
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