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Este material é dedicado aos alunos do Curso Básico de Vela do Flash Clube. As
informações apresentadas a seguir devem ser complementadas com as orientações do instrutor.
Com este fenômeno o velejador utiliza a força dos ventos para locomover sua embarcação.
Apesar de enfrentar raramente situações de calmaria (falta de vento) o vento ainda é considerado um
combustível abundante e, sobretudo, gratuito!
Iatismo - Vela
O iatismo é um esporte náutico, praticado com barcos à vela, que competem em regatas,
podendo, igualmente, ser utilizados para competições e para navegação de recreio (lazer).
A origem do iatismo presume-se ter ocorrido na Holanda, apesar de ter sido a Inglaterra o
primeiro país a instituir tal prática como modalidade esportiva.
Optimist: É uma Classe desenvolvida para crianças entre 07 e 15 anos. É a única Classe que apresenta limite
de idade, pois seu projeto é de um barco de pequeno porte visando à segurança dos jovens velejadores. Suas
características como: peso, tamanho e formato do casco são ideais para quem ainda está se desenvolvendo
fisicamente:
Holder: Foi projetado de tal modo, que permite atender aos diferentes biótipos de velejadores, independente de
peso, estatura e idade. Velejadores entre 13 e 60 anos podem velejar lado a lado. É o barco ideal para fase de
treinamento para a criança que sai da classe Optimist, ainda sem o peso e envergadura ideal para enfrentar, por
exemplo, uma classe olímpica, principalmente se a sua opção for um barco para um tripulante. Ótimo também
para iniciar a fase de aprendizagem para aqueles que começam a prática deste esporte já na fase adulta.
Dingue: Seu projeto privilegia o conforto e a segurança do velejador. A forma de seu casco garante um barco
estável que transmite confiança ao iniciante. Para garantir uma segurança ainda maior, blocos de isopor,
devidamente revestidos são acomodados em seu interior tornando-o insubmergível até sob a hipótese de haver
perfuração do casco. Uma das maiores vantagens que o Dingue oferece às escolas de vela está em permitir que
embarquem, por exemplo, dois alunos e o instrutor, facilitando o aprendizado:
Partes do Barco
Casco
Construído geralmente de madeira, metal ou fibra de vidro, o casco é a parte principal de uma
embarcação e deve ter como principal característica a flutuabilidade. O casco de uma embarcação flutua devido
ao “Principio de Arquimedes”, ou seja, quando seu peso é igual ao peso do liquido que ela desloca.
Esse fenômeno é conhecido como empuxo.
E
Você pode observar na figura acima onde P – representa o peso da embarcação sobre a água e E – o
empuxo, ou seja, a resistência que a água deslocada pela embarcação exerce no seu casco.
Para garantir a flutuação do barco em caso de alagamento ou para que a água não preencha todo o
casco em caso de uma virada ou emborcada, os cascos possuem câmaras de ar. Em barcos das classes Holder
e Dingue, existem compartimentos estanques internos constituídos na fabricação do casco. Já no optimist são
usados compartimentos infláveis chamados “salsichões”.
O formato afilado da proa, bem como o formato reto da popa faz com que a embarcação se mova no
sentido popa proa, ou seja que ela se mova normalmente para frente ou vante.
A figura anterior mostra uma visão superior de um casco (Classe Holder), no qual se destacam algumas
de suas partes principais:
1 – Proa;
2 – Popa;
3 – Bordos;
4 – Copo de Mastro;
5 – Deck;
6 – Alça de Escora;
7 – Caixa de Bolina.
Leme
O leme é um equipamento que controla a direção no barco. Tem função semelhante a do volante em
um automóvel. Sendo um fato curioso de se ressaltar é que se colocarmos o leme para bombordo (esquerda)
da embarcação, a mesma se deslocará com a proa para boreste (direita), o mesmo se da quando colocamos o
leme para Boreste e o barco responde para Bombordo.
Folha: lâmina de fibra, metal ou fibra de vidro, com aspecto semelhante ao de uma quilha que faz o
contato com a água. É a parte onde a água exerce resistência para dar direção a embarcação.
Caixa: Estrutura construída geralmente de metal, dotada de ferragens que fixam o leme na popa da
embarcação. Permite a mobilidade do leme de um lado e de outro.
Cana: Estrutura cilíndrica ou elíptica que se projeta para dentro do barco sendo responsável pela
movimentação do leme de um lado para o outro. Quando se usa uma roda de leme a atuação é semelhante ao
volante de um automóvel, mas o uso da cana do leme é bem diferente e é sempre feito no sentido contrário
relativamente ao lado para onde queremos virar.
O tipo de leme apresentado na figura anterior é utilizado na maioria dos veleiros de pequeno porte,
inclusive nas classes Laser, Holder, Dingue e Optimist.
Bolina
Equipamento que evita a deriva lateral quando o barco navega em contra- vento ou em través. Ela
exerce resistência a água permitindo o movimento da embarcação para frente.
No ventos de popa a bolina não tem influência no sentido da navegação e é normalmente levantada
pelo velejador para diminuir o seu contato com a água e assim diminuir o atrito. Em ventos fortes em popa
não é recomendado levantar toda a bolina, pois a embarcação perde estabilidade dificultando o equilíbrio do
velejador.
A vela tem formato triangular, e suas partes mais externas recebem denominações:
Para cada tipo de vento a vela deve ser ajustada através de regulagens:
Cunninghan – Estica ou alivia a testa da vela. Esta situada próxima a base do mastro.
Burro – São reduções presas a retranca e a base do mastro que permitem regular a valuma, esticando
ou folgando.
Esteira – Reduções que permitem caçar ou folgar a esteira da vela, permitindo regular a vela de forma
que ela fique mais “chata” ao caçar a regulagem e mais “gorda” ao folgá-la.
Navegando
Você observará isso quando o vento passa igualmente pelos dois lados da vela e não enche um dos dois
lados. Nesta situação dizemos que a vela está batendo ou panejando, portanto, VELA PANEJANDO = VELA
VAZIA!
Quando você colocar o LEME nas ferragens que o prendem na popa, a BOLINA na caixa de bolina e puxar a
ESCOTA para que a vela fique completamente cheia, você notará que o barco começará a andar pra frente.
Observe que o vento que move a embarcação para frente vem pelo lado.
Após encher a vela notaremos que o leme guiará o barco e a bolina servirá para manter a direção não
deixando o barco “escorregar”, ou seja, andar de lado. Isso acontece porque, no momento em que o vento
exerce sua força sobre a vela a bolina exerce uma força de resistência na água impedindo o movimento lateral.
O barco então irá se locomover com a proa, que por ser mais fina do que a popa oferece menor resistência na
água.
Direções
Podemos velejar contra, perpendicularmente e a favor do vento, chamamos essas principais posições de
navegação respectivamente de contra-vento, través e vento em popa.
Mudança de Direção
Você já sabe que o leme guia o barco. Para mudar de direção basta mudar a posição da cana do leme. Observe
que a proa do barco se desloca sempre na direção contrária àquela em que se vira a cana do leme.
Contra-Vento
No contra vento a vela deve permanecer toda caçada e completamente cheia. Você deve se
aproximar ao máximo da direção do vento e deve ter bolina toda abaixada.
Observando a figura acima você notará que a posição do meio, com a proa apontando em direção ao
vento, a vela permanece vazia porque o vento passa pelos dois lados. Desta forma o barco não navega.
Observe então as posições das extremidades da figura onde se pode notar que a proa está ligeiramente
afastada da direção do vento e as velas cheias. Desta forma você conseguirá navegar em contra-vento.
No contra-vento é importante que se tenha cuidado para não colocar a proa apontando na direção do
vento e também para não afasta-la demais, deve haver um equilíbrio de forma que a vela permaneça
cheia com a proa o mais próxima possível da direção do vento.
Vento em Popa
No vento em popa a vela fica completamente aberta e o barco recebe o vento no sentido popa –
proa. Como o barco é empurrado pelo vento a bolina não é necessária para esta navegação sendo
possível retira-la parcialmente (suspende-la) da água para reduzir o atrito e ganhar maior velocidade.
Deve-se ter cuidado ao suspender a bolina em ventos fortes ou com mar agitado, pois nestas situações
a bolina pode ajudar no equilíbrio evitando uma capotagem.
Través
Escora ou Contra-Peso
Para equilibrar o barco deve-se mover o corpo para dentro e para fora do barco de acordo com a
intensidade do vento. Quando sentados na borda com o corpo pra fora do barco, em caso de ventos fortes e
moderados, devemos ter os pés colocados nas tiras chamadas alças de escora. Que são feitas de um material
bastante resistente e presas no cockpit do barco.
Em casos de ventos fracos as vezes não é necessário nem sentar na borda do barco. Podemos sentar
no fundo do barco para facilitar o equilíbrio e ângulo de inclinação adequado para uma boa navegação.
A medida que você muda a direção do seu barco o posicionamento da vela deve acompanhar essa
mudança.
Orçar
Orçar é aproximar a proa da embarcação da linha do vento empurrando o conjunto formado pela
extensão e cana de leme.
Observe este barco orçando na figura acima. Para que a proa se aproxime
da direção do vento o leme é colocado para a direção oposta (empurrando a extensão e cana do
leme)
Arribar
Arribar é afastar a proa da embarcação da linha do vento puxando o conjunto extensão e cana de
leme.
Na figura acima o barco arribando afasta a proa da direção do vento. Ao contrário de orçar, o
velejador puxa para o seu lado a extensão e cana de leme.
Bordo
É uma manobra realizada em contra-vento onde o barco passa com a proa pela linha do vento (rumo
de onde o vento vem). Assim antes da manobra a vela deve estar cheia de um lado, esvaziando-se durante a
Normalmente o velejador está sentado no bordo do lado contrario a vela e durante a manobra o
conjunto vela e retranca muda de lado, fazendo com que o velejador também mude de bordo.
Jibe
É uma manobra executada geralmente em vento em popa que possibilita a inversão de lado do
conjunto vela e retranca.
Ao navegar em popa para executar o jibe puxe a cana de leme
(arribando), então você mudará ligeiramente o rumo, a retranca passará rapidamente sobre sua
cabeça (nesta manobra tenha cuidado!) Abaixe-se, logo a vela ira encher do outro lado e a manobra estará
completa.
Para auxiliar esta manobra o velejador pode caçar um pouco a escota
(para que a vela não demore para passar para o outro lado) e em seguida deve-se soltar a escota
novamente.
E se o barco virar?
O barco pode virar quando a força exercida na vela for maior que o contra peso ou por falta de
equilíbrio. Se o barco virou nade poupando seu fôlego, mas não deixe com que ele se afaste. Se o barco
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estiver de lado suba na bolina usando seu peso para ele voltar. Se ele estiver de boca para baixo pise nas
extremidades das bordas do casco, suba nele, segure a bolina e coloque seu peso com cuidado para trás (para
evitar uma quebra de mastro se este estiver tocando o fundo de areia ou lodo). Tendo o barco desvirado suba
pelo lado contrário ao da vela para evitar uma nova capotagem.
1- Mantenha o barco próximo de você, se ele derivar um pouco nade para sua direção e segure-o
2- Retome o fôlego em caso de cansaço. As vezes um velejador pode
capotar depois de uma longa velejado ou de um esforço prolongado.
3- Tente colocar o barco com a proa para o vento. Essa medida fará com que a capotagem exija uma
força menor do velejador.
4- Posicione-se próximo a bolina e use seu peso para força-la de cima para baixo como se fosse
subir nela.
5- Segure a borda do barco e puxe para baixo.
6- Com ele descapotado suba e certifique-se que todos os equipamentos estão ok. Retome o fôlego
se necessário e continue a velejada.
Capotagem total- Barco emborcado (de boca para baixo com a vela totalmente submersa)
1. Com o barco de boca para baixo pise nas bordas e segure a bolina
2. Jogue seu peso para trás segurando a bolina
3. Certifique-se de que o barco esteja contra o vento e que o mastro não esteja enterrado na areia
ou lodo (em caso de lugares rasos). Caso o barco se encontre nessa situação force devagar com seu peso
para trás para não haver danos no mastro ou para que o barco não ande enquanto tenta desvira-lo.
Se você estiver em contra vento ou través para parar seu barco você deve apenas folgar sua escota,
então a vela abrirá e ficará vazia. Se você estiver na escora lembre-se de voltar mais para o interior do barco
pois ao tirar a pressão da vela o barco pode inclinar para o lado onde está sentado o velejador.
Se a decisão de parar for tomada em vento em popa você deve apenas orçar o barco lentamente até
que a vela paneje e o barco pare por completo.
• SEMPRE que for velejar, você deve vestir o COLETE SALVA- VIDAS.
• Utilize roupas adequadas para a velejada. De preferência que sequem rápido e que não
encharquem. Em caso de tempo
chuvoso utilize capas de tempo e se a sua velejada for de monotipo em dias de vento forte use uma
bermuda talada
para proteger a coxa durante a escora.
• Lembre-se de consultar os boletins meteorológicos antes da velejada para saber das
possibilidades de entrada de ventos fortes.
• Leve consigo sempre cabos de reserva para qualquer
emergência (se você quebrar um leme pode conserta-lo provisoriamente amarrando-o)
• Como velejar é um esporte você gastará energias, então leve sempre um alimento como, por
exemplo, chocolates, barras
energéticas etc.
• Leve sempre uma garrafa de água e a deixe bem fixada para evitar a perda em caso de uma
capotagem.
• De acordo com as condições do tempo leve utilize a roupa adequada para velejar. Em caso
de dias frios utilize capas de tempo ou roupas de neoprene para evitar a perda de calor.
• Faça sempre a revisão do material do seu barco antes de cada velejado ou com uma boa
periodicidade em relação a sua
freqüência de uso.
• Antes de sair pra longas velejadas comunique alguém em terra para sua maior segurança .