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Guia do Professor

Modalidade de categoria G
Sites de interesse:
Federação Portuguesa de Canoagem – www.fpcanoagem.pt

Breve síntese histórica


Desde os tempos mais remotos que os homens têm utilizado
distintas formas de embarcações para navegar nos rios, nos
lagos e nos mares.
A canoa foi criada pelos índios da costa este do Canadá, que a
utilizavam como meio de transporte para a caça, para a pesca e
para a guerra. Eram construídas com armação de madeira e
ossos e revestidas com peles de animais. Os colonizadores,
caçadores de peles e pesquisadores utilizaram, desde logo, esta
embarcação como meio de transporte para se deslocarem pelos
rios e lagos do Canadá.
O caiaque, proveniente de ka­‑y­‑ak (bote dos homens), é originário
dos esquimós da Gronelândia. Esta embarcação era o meio de
transporte mais importante, pois possibilitava­‑lhes deslocarem­‑se
sobre as águas geladas, em busca de caça e de pesca.
Muita das vezes emprega­‑se o termo “canoa” para designar
canoa e caiaque, no entanto existem diferenças, como o volume
da embarcação (a canoa transporta mais do que o caiaque), a
posição do remador, o modo de propulsão e as origens das
embarcações.

A canoagem utilizada como desporto


A canoagem começa a ser praticada como modalidade despor‑
tiva a partir de 1840, pela mão do escocês John Mac Gregor,
que fabricou um caiaque com o qual percorreu os rios de vários
países, como a Inglaterra, a França, a Alemanha, a Suíça e inclu‑
sivamente o rio Nilo, no Egito. Organizou várias competições na
Europa. Outros pioneiros seguiram­‑lhe os passos nas mais diver‑
sas travessias, por exemplo, em 1882, os corajosos navegadores
Neil e Kendall ligaram o lago George (Nova Iorque) à Florida,
numa das mais longas travessias realizadas até aos dias de
hoje. Desta forma começam a aparecer os clubes e a
organizarem­‑se competições.
O caiaque difundiu­‑se no continente europeu a partir de 1890,
na Suíça e na Alemanha. Inicialmente, esta embarcação era uti‑
lizada somente com fins excursionistas, mas rapidamente pas‑
sou para a competição.
Os modelos de caiaque foram evoluindo, na tentativa de se tor‑
narem o mais rápidos possível, até que, em 1936, nos Jogos
Olímpicos de Berlim, foi introduzido o comprimento máximo e a
largura mínima.
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Em Portugal
Tendo em conta que o nosso país desfruta de muitos cursos de
água tentadores para o transporte de pessoas e bens e mesmo
aventura, a sensibilização e difusão da canoagem também che‑
gou cedo a Portugal.
No princípio dos anos 30 do século XX houve uma certa movi‑
mentação no que concerne a descidas de rios. Esta movimenta‑
ção teve como origem uma descida do rio Douro efetuada por
uns espanhóis que deixaram uma canoa nas instalações da
Mocidade Portuguesa, no Porto. Quer o acontecimento em si
quer a presença da canoa fizeram com que os elementos desta
associação se motivassem para a prática da canoagem, assim
como o aparecimento de outros núcleos interessados noutros
locais do nosso país (Amarante, Leiria, Braga, Lisboa, etc.).
As primeiras representações internacionais datam do “Des‑
censo Del Sella”, em 1951.

A Federação Portuguesa de Canoagem surge em 1979 para dar


resposta ao cada vez maior número de adeptos da modalidade.

A segurança é um fator fundamental que em caso algum deve


ser descurada. Como tal, o professor deve:

No que respeita ao aluno:


1. certificar­‑se de que sabe nadar;
2. certificar­‑se de que não possui nenhum problema de saúde
que desaconselhe a prática da canoagem;
3. permitir a prática da modalidade só com colete de salvação;
4. proibir que entre na água depois de comer sem ter feito a
digestão;
5. proibir que utilize calçado ou roupa pesada.

Quanto ao material:
1. verificar se a embarcação está equipada com flutuadores
(à frente e atrás);
2. verificar se a embarcação está livre de elementos pontiagu‑
dos ou cortantes;
3. verificar se a embarcação está apetrechada com cordas de
segurança;
4. verificar se se utiliza na embarcação saiote, caso vá para
águas com ondas.

Ao nível da organização geral:


1. providenciar um seguro desportivo que cubra danos pessoais
e materiais;
2. estar familiarizado com o local de prática;
3. se possível, ter formação em primeiros socorros;
4. verificar as condições de navegabilidade das embarcações;
5. assegurar que as regras de segurança sejam cumpridas pelos
alunos;
6. utilizar um sinal de chamada característico do grupo, para o
juntar;
7. organizar a sessão de modo a visualizar todos os alunos;
8. ter ao seu dispor uma embarcação a motor.
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Na canoagem existem sete especialidades:


freestyle;
kayak surf;
kayak polo;
maratona;
regatas em linha;
slalom;
turismo náutico.

O freestyle foi oficialmente reconhecido pela Federação Inter-


nacional de Canoagem (outubro de 2004).
O objetivo desta competição é realizar num determinado tempo
várias manobras com a embarcação numa onda ou rolo de rio e,
consequentemente, obter uma pontuação com base na quanti-
dade de movimentos e variedade de figuras executadas, con-
forme uma tabela preestabelecida.
No nosso país, começam a aparecer muitos adeptos desta espe-
cialidade, tendo como locais privilegiados para a prática da
mesma rios com águas bravas, como o Paiva, Vouga, Alto Mon-
dego e, especialmente, o rio Minho (perto de Melgaço).
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As competições do kayak surf são efetuadas no mar e/ou estu‑


ários, em embarcações específicas, nas variantes monolugar e
bilugar.

O kayak polo trata­‑se de uma modalidade de equipa, é jogado


em piscinas, lagos ou rios, em áreas balizadas com 35 x 23
metros e, no mínimo, com 90 centímetros de profundidade.
As embarcações devem ter entre 50 e 60 centímetros de largura
e entre 2 e 3 metros de comprimento. Quanto ao peso, não
poderão apresentar menos de 7 quilos. Nesta especialidade, o
uso de capacete é obrigatório. O jogo, normalmente, é constitu‑
ído por dois períodos de 10 minutos cada.

A maratona é uma especialidade que combina a prova na água


e na terra, ou seja, durante a competição, o atleta é obrigado a
realizar um ou mais percursos em terra correndo com a embar‑
cação na mão. Normalmente, este percurso pedestre é aprovei‑
tado para o atleta se alimentar e se hidratar.
As embarcações desta especialidade são muito idênticas às da
regata em linha, apenas diferem no facto de serem mais leves.
A distância nesta competição é sempre superior a 15 quilóme‑
tros.
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As regatas em linha são a especialidade mais conhecida da


modalidade. Normalmente, a competição desenrola­‑se em
canais artificiais, com cerca de 2000 metros de comprimento e
3 metros de profundidade, sendo todo o percurso balizado. Quanto
à largura, é variável, no entanto, tem de possuir um espaço que
permita a montagem de nove pistas, com 7 a 9 metros de largura
e ainda espaço para retorno de ambos os lados.
No nosso país existe um canal artificial em Montemor­‑o­‑Velho.
As embarcações utilizadas nesta competição são muito elegan‑
tes, rápidas e muito instáveis, denominando­‑se caiaques (K1, K2,
K3) e canoas (C1, C2, C3). Nas canoas só competem homens.
Estas embarcações são regulamentadas quanto ao seu peso e
comprimento. Assim:
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No nosso país, os campeonatos nacionais realizam­‑se nas dis‑


tâncias de:
200 metros (K1, C1, K2, C2, K4 e C4);
500 metros (K1, C1, K2, C2, K4 e C4);
1000 metros (K1, C1, K2, C2, K4 e C4);
5000 metros (K1 e C1).

Normalmente, a partida nesta prova é assegurada por um meca‑


nismo que segura as embarcações na proa, que, à ordem do
árbitro de partida, baixa, permitindo assim o início da prova.
Quando não existe este sistema, cada embarcação tem de ser
segura na ré (parte posterior).
Portugal já esteve representado nesta modalidade nos Jogos
Olímpicos de:
Seul – 1988;
Barcelona – 1992;
Atlanta – 1996;
Atenas – 2004.

O slalom, também conhecido por águas bravas, é uma especia‑


lidade cuja competição é realizada num percurso de “20 portas”
suspensas sobre um plano de água. Normalmente, o plano de
água é artificial.
A competição é contrarrelógio e o resultado final é o somatório
dos tempos obtidos nas duas mangas mais as penalizações
sofridas pela transposição incorreta das portas.
Nesta competição, as mulheres só podem competir em K1 e os
homens em K1, C1 e C2. É obrigatório o uso de colete salva­‑vidas
e capacete.
Trata­‑se de uma modalidade olímpica, onde Portugal já esteve
representado em:
Barcelona – 1992;
Atlanta – 1996;
Sidney – 2000.
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O turismo náutico é destinado a todos que gostam da canoa‑


gem, mas que não pretendem envolver­‑se na competição regular.
Atualmente, no nosso país, realizam­‑se atividades neste âmbito,
como é o caso de descidas de rios, circuitos no mar, entre
outros. Aqui não é obrigatório o uso específico de uma embarca‑
ção, dando deste modo liberdade de opção aos praticantes.

O número de praticantes tem vindo a aumentar no nosso país,


pois trata­‑se de uma modalidade onde se podem aliar vários
fatores, como, por exemplo:
o gosto pela Natureza;
a descoberta (fauna, flora, o inesperado, etc.);
o convívio;
a possibilidade de estar com a família/amigos;
aliviar o stress do dia a dia;
etc.
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Alguns atletas de destaque da nossa canoagem que atualmente


(fevereiro 2006) têm estatuto de atleta de competição:
Beatriz Gomes;
Emanuel Silva;
Nuno Brandão;
Nuno Barros;
José Sousa.

Recomendações: as chuvas torrenciais, o degelo ou a aber‑


tura das comportas das barragens podem alterar as condições
de navegabilidade de um rio. É fundamental conhecer­‑se bem o
rio onde se pretende fazer canoagem. Estas informações
adquirem­‑se junto de alguém que conheça bem o rio ou fazendo
um reconhecimento prévio.
Deve­‑se ter em conta o grau de dificuldade de um rio, classifi‑
cado de I a VI.
No nosso país, os rios mais procurados para praticar canoagem
são:
Tejo;
Douro;
Guadiana;
Minho;
Mondego;
Zêzere;
Paiva;
Tâmega;
Alva;
Mira;
Coa.
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Alguns atletas de destaque da nossa canoagem que atualmente


(fevereiro 2006) têm estatuto de atleta de competição:
Beatriz Gomes;
Emanuel Silva;
Nuno Brandão;
Nuno Barros;
José Sousa.

Recomendações: as chuvas torrenciais, o degelo ou a aber‑


tura das comportas das barragens podem alterar as condições
de navegabilidade de um rio. É fundamental conhecer­‑se bem o
rio onde se pretende fazer canoagem. Estas informações
adquirem­‑se junto de alguém que conheça bem o rio ou fazendo
um reconhecimento prévio.
Deve­‑se ter em conta o grau de dificuldade de um rio, classifi‑
cado de I a VI.
No nosso país, os rios mais procurados para praticar canoagem
são:
Tejo;
Douro;
Guadiana;
Minho;
Mondego;
Zêzere;
Paiva;
Tâmega;
Alva;
Mira;
Coa.
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Explorar o equilíbrio na embarcação:


tomar consciência do bloco aluno­‑embarcação;
explorar a estabilidade da embarcação por forma que o aluno
ganhe à­‑vontade e maior segurança;
com um colega a provocar desequilíbrios, o aluno realiza os
movimentos de apoio aprendidos.
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Aplicar a propulsão, primeiro em terra e depois na água:


realizar o movimento completo de remada fora de água;

realizar fora de água o movimento que conduz à rotação da pá


esquerda e de forma que esta entre corretamente na água.
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Aplicar as manobras de condução:


realizar exercícios em que o aluno tenha de seguir determi-
nada trajetória.

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