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Módulo 01 - Esportes radicais

Educação Física - 2º Bimestre - 1ª Série - Ensino Médio

1. Introdução
Neste bimestre mostraremos exemplos de esportes radicais praticados tanto no Brasil como em outros
lugares do mundo. Os esportes radicais podem ser divididos em esportes de "ar" (paraquedismo, balonismo, asa-
delta etc.), esportes de "terra" (motocross, corridas de aventura, escaladas etc.) ou esportes de "água"
(kitesurf, mergulho, rafting etc.).
Basicamente, são chamados de "radicais" devido ao "perigo" que oferecem aos seus praticantes. Existem
riscos para as pessoas que praticam esses esportes: elas podem sofrer graves lesões ou até morrer. Basta
pensarmos na asa-delta, por exemplo. Por mais adequado e resistente que seja o material, por mais que se tenham
revisado todos os procedimentos de salto, um erro tanto do equipamento como das condições meteorológicas ou do
próprio praticante pode causar sérias consequências.
Outro ponto importante dos esportes radicais é que eles são praticados em contato com a natureza. Por
isso, os esportistas devem ter consciência ecológica a fim de evitar impactos ambientais e para não destruir a
natureza.

2. Bungee-jump
Apesar de o bungee-jump ter ficado conhecido nas últimas décadas por meio de programas de televisão
sobre esportes radicais, já era praticado há muitos anos em algumas regiões do nosso planeta. As primeiras
aparições desse esporte surgiram na ilha de Pentecoste, no Pacífico Sul, onde existe uma lenda sobre uma mulher
que, fugindo de seu marido ciumento, subiu em uma árvore muito alta e se jogou. Seu marido, desesperado, jogou-
se atrás dela, mas a mulher, entretanto, tinha sido esperta e amarrado os seus tornozelos em uma videira. O resto
da aldeia ficou tão impressionado que logo todos estavam tentando repetir seu feito.
Em 1954, pesquisadores da National Geographic desembarcaram na ilha e notaram altas torres de madeira
(de 25 a 35 metros) das quais os nativos pulavam com seus pés amarrados em cipós, parando a poucos centímetros
do chão.
Em 1979, membros de um clube de esportes radicais saltaram de uma ponte de 75 metros, amarrados por
elásticos. A partir de então o esporte adquiriu as características de como é praticado hoje: com normas de segurança,
equipamentos específicos etc. Em 1988 surgiu o primeiro bungee-jump comercial, isto é, as pessoas pagavam para
saltar.

3. Corrida de aventura (adventure race)


As corridas de aventura são recentes aqui no Brasil. Surgiram quando o francês Patrick Bauer completou
uma prova de 300km no Deserto do Saara e percebeu que poderia desenvolver um tipo de corrida que envolveria
outros desafios além de uma simples competição. A primeira corrida de aventura realizou-se em 1985, no Marrocos.
Esse tipo de corrida normalmente envolve outras habilidades, como alpinismo (rapel), canoagem,
corrida, mountain bike (bicicleta), dentre outras. Os participantes reúnem-se em equipes, normalmente de três a
cinco atletas, que devem percorrer um trajeto (que pode variar de 40km até 800km) pelo qual, de tempos em
tempos, passa-se por postos de controle, tanto para obter novas orientações sobre o percurso como para descanso.
As provas podem demorar de 24 horas até dez dias. As corridas são chamadas de curtas, médias e longas
(expedições).
Normalmente o percurso só é revelado na hora da largada, e os atletas devem se orientar por meio de
bússolas, altímetros e outros aparelhos. Os equipamentos básicos são: bússola, cartas geográficas da região,
altímetro, apito, kit de primeiros socorros, lanterna, isolante térmico, capa impermeável, purificador de água,
sinalizadores, cantil ou reservatório de água, espelho para sinalização de resgate e cordas.
No Brasil, a primeira corrida de aventura ocorreu em 1998 com a Expedição Mata Atlântica, que hoje
pertence ao circuito mundial como a única etapa sul-americana. Em abril de 2000, o Elf Authentique Aventure cruzou
os Estados de Maranhão, Piauí e Ceará, num percurso de mais de 850km.

4. Alpinismo
Podemos pensar em alpinismo como um conjunto de técnicas de escalar e descer grandes altitudes, que podem ser
realizadas em montanhas, tanto com gelo como sem. Mas atualmente vemos pessoas escalando, além de
montanhas, grandes edifícios em cidades, descendo cachoeiras perto ou dentro da queda-d’água. Dessas variações,
novos nomes passaram a ser adotados, como rapel, cascading etc.

a) Rapel
O rapel é a técnica usada em alpinismo para grutas e cavernas, mas também é utilizada por bombeiros ou
policiais para descer pelas paredes externas de um edifício. Isso é feito com cordas especiais que aguentam grande
peso, com "cadeirinhas" feitas em tecido ou cordas, além dos equipamentos de alpinismo, como mosquetão, "oito",
que são aparelhos de metal super-resistente, semelhantes a ganchos e argolas por onde passam as cordas para
sustentar as pessoas.

b) Cascading
A diferença do cascading para o rapel é que a descida é feita em uma cachoeira e requer um material
específico: capacete, cordas especiais para uso na água, roupas isotérmicas (devido à baixa temperatura da água),
sapatilhas de borracha, luvas e mochilas à prova d’água.

5. Rafting
A definição de rafting é descer por um rio dentro de um bote inflável. Essa mania começou na década de
1980 e faz muito sucesso hoje.
Quanto maior a corredeira do rio, maior o grau de dificuldade da descida. Existem classificações que vão
desde o grau I (rio calmo, caminho óbvio, bastante espaço etc.) até o grau VI (risco iminente, proibido para
exploração comercial, apenas para pessoas experientes etc.).
O bote é feito de borracha com tecido trefiladol, o que o torna leve, resistente e à prova de afundamento.
Pode transportar até 2,5 toneladas e pesa quase 100 quilos. Outros acessórios importantes são: capacete, colete
salva-vidas, remo, corda de resgate, sapato emborrachado ou tênis com solado aderente.
6. Skate
Não se sabe exatamente a data exata da fabricação do primeiro skate, mas provavelmente foi ideia de um
surfista que, em dias de tempo feio e mar sem ondas, resolveu treinar em terra algumas manobras. Daí surgiu a
nova modalidade terrestre baseada no surfe. Isso foi na década de 1960. O skate da época era simplesmente uma
madeira (shape) com rodinhas embaixo, sem os eixos e outros acessórios que auxiliam as manobras atuais.
Na década de 1970, devido a um racionamento de água nos EUA, as piscinas ficaram vazias e muitos
passaram a vê-las como novos locais para se andar de skate. Criaram, então, o estilo vertical.
Já na década de 1980, o skate ganha muitos adeptos e locais de treinamento, como o half-pipe, ou as pistas
em forma de "U", e a cada dia novas manobras e novos equipamentos que auxiliam essas novas manobras passaram
a ser inventados.
Surgem revistas especializadas e o esporte começa a crescer e ser divulgado por todo o mundo. As pistas
passam por modificações, e competições usam não apenas o half, mas criam locais com rampas, corrimões, escadas,
elaborando desafios para os praticantes.
Agora, quem será o Pelé dos skates? É o brasileiro com nome de estrangeiro Bob Burnquist. Robert Dean
Silva Burnquist é um carioca que fez a façanha de ganhar o Mundial de Skate Vertical do ano 2000. Hoje, ele é
referência nacional no assunto.
O skate possui algumas modalidades e manobras básicas:

Street – estilo em que se anda pelas ruas utilizando seus obstáculos naturais.

Ollie – manobra inventada por Ollie Gelfand, em que o esqueitista dá um aéreo sem o uso das mãos.

Freestyle – modalidade praticada em chão plano, sem obstáculo. Utilizam-se rampas, corrimãos e qualquer coisa
diferente que pareça um obstáculo a ser ultrapassado.

Manual ou wheelie – andar equilibrando-se somente com as rodas traseiras.

Flip – é quando o skate gira, fica de ponta-cabeça e volta à sua posição inicial.

Handplant – plantar bananeira com o skate. Detalhe: só com uma mão, a outra fica segurando o skate.

Wallride – wall significa parede em inglês, e wallride é uma manobra em que o esqueitista tem de andar
de skate pela parede.

7. Mergulho
O mergulho chegou ao Brasil há mais de 50 anos. As primeiras pessoas a praticar esse esporte no País traziam
equipamentos do exterior. Muitos faziam cursos em outros países e depois, quando voltavam, montavam escolas
de mergulho no Brasil. Atualmente várias academias que dispõem de cursos de natação também oferecem cursos
de mergulho.
Um dos mergulhadores mais famosos do mundo foi Jacques Costeau, que chamava o meio aquático de "um mundo
silencioso".
Como o ser humano não consegue respirar o oxigênio contido na água, precisa de equipamentos especiais
para conhecer as maravilhas dos oceanos, rios, lagos etc. Esses equipamentos dependem do tipo de mergulho que
se está praticando.
Podemos dividir o mergulho em livre e autônomo. No livre utilizamos apenas máscara, snorkel (cano que
leva o ar para a boca) e nadadeiras, e a respiração é natural, sem auxílio de equipamentos. No autônomo, utilizamos
um aparelho chamado de scuba, com ar comprimido, que serviria para o turismo subaquático, o mergulho esportivo
e competitivo, o mergulho de resgate histórico e arqueológico, e o mergulho profissional.
O mergulho mais comum é o turístico, realizado em águas menos profundas (até 18 metros de
profundidade). Quando se faz o curso básico para esse tipo de mergulho, logo surgem novos desafios, por meio dos
quais outros cursos possibilitam mais descobertas. Por exemplo, existem cursos específicos para mergulhos em
cavernas, para locais de água doce, para naufrágios etc. Além disso, existe o mergulho profissional, praticado por
pessoas que fazem manutenção em represas, usinas hidroelétricas, poços de petróleo etc.
O equipamento chamado de scuba (sigla de self-contained underwater breathing apparatus), um aparelho
para respiração debaixo da água, é constituído basicamente de um reservatório (cilindro) de ar e de um dispositivo
de fornecimento e redução do ar (válvula ou regulador). Além disso, completam o scuba: profundímetro (medidor
de profundidade), manômetro (medidor da pressão do ar do cilindro), além do colete equilibrador, todos
normalmente acoplados ao cilindro.
O cilindro de ar é normalmente conhecido pelos leigos como cilindro de oxigênio, mas na verdade o mais
habitual é que ele contenha ar atmosférico comum. Em situações especiais como grandes profundidades, contudo,
utilizando-se outras misturas, como o nitrox, em que há uma quantidade maior de nitrogênio. Ou ainda em
operações militares usa-se o cilindro basicamente com oxigênio para evitar as bolhas de ar do cilindro comum e que
os soldados sejam descobertos pelo inimigo.
Todas as escolas são obrigadas a seguir normas para poder fornecer a credencial de mergulho às pessoas
que, com a carteirinha, podem alugar equipamentos em qualquer lugar do mundo. Assim, nos cursos existem aulas
teóricas e práticas para ensinar as técnicas do mergulho autônomo.
a) Equipamentos para mergulho livre

b) Equipamentos para mergulho autônomo

A natureza é a principal motivação do mergulho...


8. Kitesurf
Uma nova modalidade de esporte está literalmente "no ar". É o kitesurf, uma mistura de surfe (wakeboard)
com voo livre. O atleta desliza sobre a água em uma pequena prancha com alças nos pés e é puxado
pelo kite (semelhante a um paraquedas). Kite, em inglês, significa pipa.
Muitos atletas do windsurfe estão praticando a nova modalidade, que possui algumas vantagens, como o
equipamento ser pequeno e de fácil transporte, diferentemente do windsurfe. Como o esporte ainda é novo, o
material vem sendo testado e alguns acidentes aconteceram devido às linhas que unem o paraquedas ao atleta.

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