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AS PRÁTICAS DE AVENTURA

A inserção dos esportes radicais em


ambiente escolar pode ser uma boa
maneira de abordagem da temática
do meio ambiente em aula de
Educação Física, além do fato de poder
referenciar muitas modalidades de
aventura como um novo conteúdo
entre os alunos.
Franco (2011) explicita as atividades físicas de
aventura como uma realidade em nossos dias,
ocupando um espaço considerável nos meios
midiáticos, nos passeios entre amigos e
familiares, além das competições e
reproduções lúdicas em parques temáticos.
Acrescenta que essa relação da aventura
com os seres humanos faz parte da nossa
evolução histórica nas práticas corporais e, por
isso, tal temática poderia e deveria ser
enfatizada dentro das aulas de Educação
Física na escola.
Com mares, montanhas, rios, pedras e
árvores, o Brasil é um dos países mais ricos
do mundo em belezas naturais. É também
o maior a apresentar inúmeros recursos
naturais e áreas como APAs (Área de
proteção ambiental), ARPPN (Área de
reserva particular do patrimônio natural) e
parques, que apresentam potencial para
o desenvolvimento e implantação da
atividade de aventura.
Não é à toa que há dezenas de
atividades praticadas na terra, na água e
ao ar livre diariamente, por milhares de
pessoas, em todos os estados, de Norte a
Sul do país.
Montanhismo, arvorismo, mergulho, surf,
mountain bike, skate e caiaque são alguns
deles. Algumas dessas modalidades são
consideradas esportes, outras são
recreação e ainda existem as turísticas.
Arvorismo
O arvorismo surgiu como atividade de aventura
nos anos 90. Antes, era realizada apenas por
pesquisadores que se deslocavam pelas copas
e dosséis das árvores durante seus estudos. A
modalidade pode ser encarada como esporte
desde que seja praticada sem a participação
de uma empresa especializada, por exemplo
por um grupo de amigos em áreas fora de
parques de aventura. Mas hoje isso ainda não é
comum, tornando o arvorismo uma prática de
recreação.
Skate
O skate foi criado na Califórnia, mas hoje é febre no
mundo quase todo. Trata-se de um esporte praticado
sobre uma prancha, chamada shape, dotada de quatro
rodas e dois eixos. Com esse equipamento, o praticante
desliza sobre o solo e ultrapassa obstáculos, equilibrando-
se e fazendo manobras, com baixos e altos graus de
dificuldade. O skate é considerado um esporte radical e
há competições nas diversas categorias. Além de ter
quebrado o recorde e se tornado o skatista mais rápido do
mundo, o gaúcho Douglas Dalua participou de
competições pelo mundo todo (Estados Unidos, Suíça,
Chile, Canadá etc).
Surf

Quando se fala em surf, todo mundo pensa


naquela imagem clássica do homem em cima
de uma prancha desviando das enormes ondas
de pé. Mas há diversas maneiras de se surfar.
Enquanto o surf clássico promove competições
pelo mundo todo, o stand up, por exemplo, é
considerada uma atividade de recreação. Para
praticá-la, é necessário ter uma prancha, um
remo, protetor de borda, cordinha, bota
antiderrapante e roupa de Neoprene, caso a
água esteja fria.
Canoagem

 A canoagem é um esporte praticado com canoa ou


caiaque que tem duas de suas modalidades listadas como
esportes olímpicos: a canoagem sprint e a canoagem
slalom. A sprint (ou de velocidade) é praticada em rios ou
lagos de águas calmas com nove raias demarcadas nas
distâncias de 1.000, 500 e 200 metros. Na slalom, o atleta
rema através de um percurso em corredeira, definido por
balizas, sem cometer penalidades, no menor tempo
possível. A pista é normalmente montada em uma
corredeira, de 250 a 400 metros de extensão. Ao todo, os
brasileiros praticam 12 modalidades de canoagem,
algumas delas, como o caiaque de expedição, é
considerada um serviço prestado por operadoras de
turismo.
Mergulho

No mergulho, há quem queira apenas ser


batizado, ou seja, mergulhar uma vez
acompanhado de um instrutor que cuidará
de tudo, e há quem queira se tornar
profissional. Para ser um mergulhador
certificado por órgãos como a SSI (Scuba
Schools International), são necessárias
aulas teóricas e práticas, em sala de aula,
na piscina e no mar.
Mountain Bike

Modalidade de ciclismo na qual o objetivo é


transpor percursos com diversas irregularidades e
obstáculos, o mountain bike normalmente é
praticado em estradas de terra, trilhas de fazendas,
trilhas em montanhas, dentro de parques e até na
cidade. Para praticá-lo, é necessário ter bicicleta
com pneus mais largos, capacete, sapatilha, luvas e
óculos. No Brasil, há uma expert quando o assunto é
resistência, característica que é pré-requisito para
ser um bom ciclista. Seu nome é Manuela Vilasseca
e ela já chegou a rodar 200km, quando ganhou a
prova 12 Horas, que daria o título a quem desse
mais voltas nesse período.
Montanhismo

O montanhismo é a prática de subir


montanhas de escaladas. É uma atividade
que necessita um pouco de técnica para ser
praticada. As competições são indoor, ou
seja, realizadas em espaços fechados, muros
artificiais. Dentro de montanhismo, há o
alpinismo, que é a prática da escalada nos
Alpes, e o andinismo, que é a escalada nos
Andes. No Brasil, os praticantes são chamados
de montanhistas.
Esportes Radicais Urbanos

O que são, origem e quais são.


Os esportes radicais urbanos são a prova de que
não é somente em meio à natureza que se pode
experimentar uma boa aventura. Há várias
modalidades para quem gosta de adrenalina, mas
não quer sair da cidade.
Assim como qualquer outra modalidade esportiva,
eles trazem uma série de benefícios para quem
pratica. Por exemplo, previnem a obesidade,
evitam o estresse, melhoram a flexibilidade e
equilíbrio e causam bem-estar.
O que são esportes radicais urbanos?
Esportes radicais são as práticas que apresentam um
risco maior do que nas modalidades esportivas
tradicionais, seja pelas condições extremas em que
são praticados ou por envolverem movimentos não
naturais.
Por exemplo, ao jogar basquete, você corre, salta e
arremessa em um terreno plano, movimentos
completamente naturais, com os quais nosso
organismo está plenamente acostumado.
Quando salta de paraquedas, por outro lado, a
sensação que você sente é completamente diferente.
Afinal, não fomos feitos para voar. “O corpo interpreta
o evento como uma atividade de alto risco e, por isso,
aumenta a produção de adrenalina.”
Já os esportes radicais urbanos são uma
subcategoria, que contempla as atividades desse
tipo, mas que podem ser praticadas na cidade.
Ou que surgiram justamente a partir da interação
dos praticantes com o mobiliário urbano, como o
parkour e skate.
Qual a origem dos esportes radicais
urbanos?
É difícil precisar a origem dos esportes radicais
urbanos, pois cada um surgiu em uma época e
contexto. Existem diversas atividades radicais que
surgiram despretensiosamente nas cidades, mas só
ganharam o status de esporte radical urbano quando
difundido para um número maior de pessoas e
praticado com regularidade.
Várias modalidades, como o skate, começam como
práticas informais e evoluíram até se tornarem
esportes com campeonatos oficiais, profissionais
remunerados e associações nacionais.
Surgimento do skate
O surgimento desse esporte é um marco
importante na história que estamos contando
aqui.
Na Califórnia, alguns surfistas tiveram a ideia de
transformar o surfe em um esporte urbano,
instalando rodinhas nas pranchas e para adaptá-
las ao asfalto.
Isso aconteceu na década de 1960, mas só nos
anos 70 que o esporte viria a se popularizar, com
pranchas e rodas leves, semelhantes às que são
usadas hoje.
No embalo do skate, foi desenvolvida toda
uma cultura urbana mais ampla, envolvendo
esportes, roupas e comportamentos.
Como o século 20 ficou marcado pela
migração das pessoas do campo para a
cidade - tendência observada em todos os
cantos do mundo, o crescimento dos
esportes radicais urbanos foi natural.
Em 2021, nos jogos de Tóquio, o skate fez sua
estreia como modalidade olímpica.
Foi o ápice do reconhecimento a um esporte que,
por muito tempo, foi considerado marginal, ligado
à contracultura.
O equipamento do skate leva o nome do
esporte, e é composto por:
• Shape: a "prancha" do skatista
• Rodas: quatro delas, cada uma com um rolamento,
em dois eixos, um na frente e outro atrás
• Trucks: são os eixos, equipamentos de ferro
encaixados no shape
• Lixa: é a parte que vai em cima do shape e serve
para aumentar a aderência com o pé do praticante.
Uma das maneiras de praticar o skate é
interagindo com o mobiliário urbano, fazendo
manobras em escadas, canteiros, cordões e
corrimões, por exemplo.
Mas há também o skate freestyle (manobras no
chão, sem obstáculo), as pistas (em vários
modelos), as piscinas vazias e a modalidade
downhill (descida no asfalto em alta velocidade).
Parkour
Apesar de ter surgido na década de 1980, foi só
nos anos 2000 que começou a se difundir
realmente pelo mundo. O nome é uma variação
da palavra francesa parcours, que significa
percurso.
Um dos criadores da prática, o francês David
Belle, inspirou-se em métodos de ginástica e
educação física, além dos ensinamentos de seu
pai e mentor, Raymond Belle, que serviu as forças
armadas francesas e, depois, integrou o corpo de
bombeiros de Paris.
A prática trata, basicamente, de fazer um
percurso, transpondo obstáculos como muros,
paredes, carros e vãos (entre dois prédios, por
exemplo) com nenhum equipamento além do
próprio corpo.
Para isso, o praticante salta e escala.
Para quem vê pela primeira vez o que os
desportistas fazem, pode parecer perigoso, mas
um dos ensinamentos mais importantes da
modalidade é que se deve conhecer os próprios
limites, e só executar um salto arriscado depois
de ter treinado os movimentos à exaustão.
Apesar de haver iniciativas que defendem a
criação de competições, a ideia original é de um
parkour em que o indivíduo compete apenas
consigo mesmo, sendo uma ferramenta para
potencializar a consciência corporal mais que
qualquer outra coisa.
Downhill urbano
Em inglês, downhill quer dizer descida (down é "para
baixo" e hill é "colina" ou "ladeira").
Por isso, o termo é genérico, usado em mais de um
esporte, como o próprio skate, conforme
mencionamos antes.
O carrinho de rolimã, composto por rodinhas e
rolamentos de aço sob uma estrutura geralmente de
madeira em que o praticante senta, é outra
modalidade de downhill, pois o impulso para ganhar
velocidade é o declive da estrada.
Uma alternativa é o chamado downhill urbano,
em que os praticantes descem as escadarias da
cidade com uma mountain bike.
Nesse caso, não há perigo de se chocar com
veículos automotores, mas sim de atropelar quem
passa por ali.
Por isso, o ideal é descer uma escada apenas
com a certeza de não haver ninguém transitando
pelo local ou, então, em uma competição que
fecha a área para a prática.
Drift Trike

É uma mistura dos carrinhos de rolimã com


bicicleta BMX, resultando em um triciclo
(tricycle, que vira trike).
Na frente, há uma roda como a da bicicleta,
garfo, guidão e, em alguns modelos, pedal e
conjunto de freios.
O assento fica no nível do chão e as duas rodas
traseiras são bem menores que a dianteira, feitas
com PVC ou polietileno.
Além de servirem para descer as ladeiras como
um carrinho de rolimã, o pouco atrito das rodas
traseiras com o asfalto (já que elas não têm
pneu) permite fazer manobras de derrapagem
(drift).
A desvantagem é mesma que mencionamos
antes: é perigoso praticar esse esporte em uma
estrada que não está fechada para a prática.
Slackline
Slackline é uma atividade de puro equilíbrio, na
qual o praticante deve percorrer uma fita elástica
estreita, presa entre dois pontos fixos.
Depois de conseguir o básico, que é caminhar
sobre a fita - feita geralmente de nylon ou
poliéster - o próximo passo é tentar executar
movimentos, como giros, saltos, ajoelhar-se ou
balançar a fita.
A modalidade surgiu na década de 1980, entre
aventureiros que escalavam rochas e montanhas
do parque de Yosemite, nos Estados Unidos.
Eles tiveram a ideia de fixar cordas de seus
equipamentos de escalada entre pontos fixos
para melhorar seu equilíbrio.
Hoje, é muito comum ver pessoas praticando o
esporte nas cidades.
A fita elástica pode ser fixada em dois postes,
por exemplo, mas é bem mais agradável
quando a prática é feita em um parque, entre
árvores, com grama como piso.
Aliás, apesar de poder ser considerado um dos
esportes radicais urbanos, ele não é perigoso,
pois a fita é fixada a poucos centímetros do
chão.
Buildering (ou escalada urbana)
É simplesmente a atividade de escalar prédios ou quaisquer
outras estruturas construídas pelos humanos, como se
estivesse escalando uma montanha rochosa.
O fundador da prática é o americano Harry H. Gardiner.
No início do século 20, ele escalou mais de 700 construções
pela Europa e América do Norte, usando roupas normais e
nenhum equipamento de segurança.
Sem proteção, porém, é um esporte extremamente
perigoso.
Quem gosta de praticá-lo na modalidade free climbing, ou
seja, sem cordas de proteção, geralmente o faz à noite e
clandestinamente.
Como praticar esportes radicais
urbanos?
O primeiro passo para praticar um esporte radical
urbano é se preparar.
Em vários deles, ter um bom preparo físico,
estrutura muscular robusta, peso adequado e
equilíbrio são pré-requisitos.
Então, dependendo do esporte que você tem
interesse, prepare-se adequadamente antes,
atingindo um peso e percentual de gordura
adequados para iniciar.
Isso se consegue com boa alimentação, esportes
aeróbicos e musculação.
A partir daí, tome todas as medidas de segurança
para não se machucar, vestindo os equipamentos de
proteção e escolhendo um local adequado para
praticar.
Por exemplo, se sua cidade não tiver uma ladeira
propícia para o downhill, na qual não haja circulação
de carros, é melhor não praticar esse esporte no
ambiente urbano.
Nos casos em que não é possível usar equipamentos
de segurança, como o parkour, a estratégia para se
preservar é outra.
A dica é praticar o movimento em um ambiente
seguro e só depois que ele estiver totalmente
dominado e se sentir completamente confiante,
experimentá-lo em um local mais alto.
Por exemplo, em vez de arriscar um salto difícil
entre dois prédios, pratique o movimento entre
canteiros.
Assim, se não conseguir executar, não correrá um
risco tão grande.

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