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METEOROlOGIA

E
OCEANOGRAFIA
Usuário Navegante

Volume I

Elaborado por:
Paulo Roberto Valgas Lobo

4ª edição
Revista, atualizada e ampliada
© 1ª edição 1999 by Diretoria de Portos e Costas- DPC/Fundação de
Estudos do Mar- FEMAR.
2ª edição 2007 by Diretoria de Hidrografia e Navegação- DHN
3ª edição 2015 by Editora Vozes.
4ª edição 2019 by Editora Vozes .

Todos os direitos para a língua portuguesa no Brasil reservados pela lei


5.988 de 14/12/1973 aos autores .

L799

Lobo, Paulo Roberto Valgas .


Meteorologia e oceanografia usu ário navegante/ Paulo
Roberto Valgas Lobo- Volume 1- Rio de Janeiro, 2019 .
492 p. il.
ISBN 85-85966-13-0

1. Navegação. 2. Navegação meteorológica . 2.


Navegação oceanográfica . 3. Interpretações de informações
meteorológicas. I. Soares, Carlos Alberto . 11 Diretoria de
Hidrografia e Navegação. 111 . Título.

CDD. 623.89

Capa e diagramação: lnvenio Design


inveniodesign@yahoo.com .br
{21) 2620-6151 I Whats App (21) 98805-6082

Distribuição Nacional:

Velamar Náutica
www.velamarnautica.com.br
Whats App (11) 97408-4402

Avenida Pedroso de Morais, 98- Pinheiros


CEP 05419-000- São Paulo- SP
{11) 3926-8898

ii
APRESENTAÇÃO

Este trabalho com os temas de meteorologia e oceanografia pretende


contribuir para a desejada capacitação dos navegantes profissionais e
também para proporcionar efetiva segurança à navegação amadora.

Possibilitando elevar o grau de treinamento e preparo para processar com


eficácia as informações disponíveis.

Embora este trabalho seja técnico e tenha uma abordagem profunda,


apresenta de forma bastante objetiva e prática, o embasamento e a
interpretação das informações meteorológicas e oceanográficas,
divulgadas diariamente, nos sites da DHN e do CPTEC/INPE .

Esta publicação pretende contemplar os interesses práticos dos


navegantes profissionais da Marinha Mercante, da Marinha do Brasil, dos
marítimos do Off Shore na Amazônia Azul, dos práticos nos portos
brasileiros, dos pretendentes ao processo seletivo de práticos e dos
navegadores amadores, desde capitão-amador até os experientes
navegadores de grandes travessias.

Muito material gráfico foi substituído, atualizado e modernizado. Foram


inseridos, também, novo conteúdo, exercícios e questões de prova.

O volume 2 - primeira edição, contempla os leitores com questões de


provas objetivas e discursivas.

Quem comanda, manobra ou simplesmente navega, deve estar sempre


atento à máxima segurança das embarcações e de seus tripulantes, com
resiliência, aplicando sua capacidade de enfrentar dificuldades e
obstáculos com sabedoria.

Este trabalho também pretende oferecer treinamento para profissionais


em meados de carreira e também para navegantes amadores de grandes
travessias, devido ao permanente avanço da tecnologia.

O Autor

iii
Currículo do Autor

O autor, Paulo Roberto Valgas Lobo

Capitão-de-Mar-e-Guerra (reformado).
Curso de Aperfeiçoamento em Hidrografia e Navegação na DHN.
Curso de Mestrado em Meteorologia no INPE.
Curso de Política e Estratégia Marítima {CPEM), na EGN.
Curso de Pós-graduação em Metodologia do Ensino Superior na UERJ.
Curso de Especialização em Previsão do Tempo e do Clima {UFRJ).

Comandante do Navio Patrulha PAMPEIRO na Amazônia - Marinha do


Brasil.
Comandante do Navio Hidro-Oceanográfico CANOPUS- DHN- Marinha
do Brasil.
Imediato do Instituto de Estudo do Mar Alte. Paulo Moreira {IEAPM) -
Arraial do Cabo- RJ.
Imediato da Escola Naval I RJ- Marinha do Brasil.
Professor de Meteorologia e Oceanografia do Ensino Profissional
Marítimo {EPM) no CIAGA e na Escola Naval.
Membro do Processo Seletivo de Praticante de Prático .
Membro de Processos Seletivos de Oficiais de Náutica da Diretoria de
Portos e Costas {DPC) e da Diretoria de Ensino (DensM).
Professor de Cursos Preparatórios para processos seletivos de Capitão
Amador.
Professor de Curso de Qualificação e Capacitação em Navegação para
Engenheiros das Plataformas das Bacias de Campos (RJ) e de Santos {SP).
Palestrante no Seminário Nacional de Segurança da Navegação Amador.
Encarregado do Banco Nacional de Dados Oceanográfico e Meteorológico
{BNDO).
Membro do Conselho Consultivo da Sociedade Brasileira de
Meteorologia.
Chefe de Departamento da Diretoria de Hidrografia e Navegação {DHN).

Publicação: Livro de Meteorologia e Oceanografia .

iv
AGRADECIMENTOS

Agradeço a significativa colaboração técnica e profissional na primeira


edição deste livro, ao CMG (Refº) Carlos Alberto Soares, falecido em 2001.
O comandante Carlos Alberto pessoa de admirável espiritualidade
entusiasmava seus amigos e colaboradores no apoio atuante a uma
instituição de idosos.

Ao professor Marcello Souza pela competente coordenação e execução


dos Cursos Argonauta e Soa mar- SP, para Capitão Amador e navegantes
de grandes travessias e na Associação Brasileira das Escolas Náuticas
(ABENAU).

Aos meus alunos que com entusiasmo apresentaram perguntas e


sugestões, que em muito contribuíram nesses últimos 20 anos de ensino
para a melhoria da didática e conteúdo desta 4ª edição.

À diagramadora Maria da Conceição de Sousa Lima Martins pela eficácia


e competência, dedicação e atenção com que contribuiu para a realização
deste trabalho.

E em especial à minha esposa Hermínia Espírito Santo de Oliveira pela


dedicação e carinho ao longo da realização deste trabalho em horas de
laser e aos netos Mário Augusto Fiorelline de Oliveira e Gisele Oliveira de
Miranda pelo carinho e admiração que tem pelo vô.

v
EPíGRAFE

Aos navegantes que com muita frequência vivem embarcados, o MAR,


muito mais do que coragem ou ousadia, ensina o exercício do respeito .

Não é no mar que está o maior risco de quem deixa a terra firme, mas no
próprio navegante.

O perigo do trabalho nos oceanos não está nas tempestades e no gelo


flutuante ou em condições severas do vento e do estado do mar, como se
pensa de imediato, mas nas calmarias, que podem criar nos navegantes
o hábito da falta de atenção aos seus limites e às regras simples
apresentadas neste manual.

Éfundamental a competência e o olho marinheiro de quem comanda ou


manobra o navio. É na capacidade de entender, interpretar, respeitar,
contornar e conviver com as forças da natureza, que está o desafio de
quem vai para o mar.

vi
RESUMO

O enfoque deste trabalho é a qualificação e capacitação dos navegantes


à interpretação dos boletins e cartas meteorológicas e imagens de
satélites meteorológicos recebidas a bordo das embarcações, em tempo
real, pela internet. Para tal, são descritos os conceitos físicos da
variabilidade e interação dos parâmetros meteorológicos e
oceanográficos, os processos e as características dos sistemas frontais,
como frentes frias e quentes e também os sistemas tropicais como
tormentas, furacões e manobras evasivas de furacões.

É apresentada a metodologia para a interpretação das condições


propícias a ocorrência de nevoeiros de advecção, a geração de ondas,
propagação de marulhos, estado do mar severo e ressacas, visando
auxiliar o navegante a manobrar e a tomar decisões seguras e firmes para
minimizar os efeitos do mar severo sobre a embarcação, a carga e a
tripulação.

É apresentada a utilização das cartas piloto nacionais e internacionais. São


discutidas as ocorrências de correntes oceânicas e costeiras e as
características das marés.

São apresentados conceitos para navegação em altas latitudes e


procedimentos de navegação meteorológica e oceanográfica, visando
capacitar os navegantes a planejarem e executarem suas derrotas nos
oceanos Atlântico, Pacífico e Índico, em ambos os hemisférios.

vi i
METEOROLOGIA E OCEANOGRAFIA
USUÁRIO NAVEGANTE

SUMÁRIO
Apresentação ............................. .... ....... ....... .... . .......... .. .... ..... ......... .... ... iii
Currículo do Autor.......... .. .. ......... .. ......................................... .. .. ... .... ..... iv
Agradecimentos ..... ... .. ........................ .. ................ .. .......... ..... ....... .. ....... v
Epígrafe ...................... .... .... .... .... ... ... .......... ..... .... .. ...... ....... ... . ........ ...... .. vi
Resumo ........................... .... .. .. ... .. ......... .... ...... ....... ..... ..... .. ........ ... ..... ... .. vi i
Introdução .... ... .. ..................... .. ....... ......... ... .... ......... .. ... ..... .. ..... ..... .. ..... . xiii

PRIMEIRA PARTE- METEOROLOGIA

CAPÍTULO I
Interação e Variação dos principais elementos meteorológicos ... .......... 19
CAPÍTULO 11
Circulação do ar e Ventos .... ........ .. ........ .. ................ ................................ 69
CAPÍTULO 111
Desenvolvimento de atividades convectivas e Cb ...... ...... .... .... .. .......... ... 99
CAPÍTULO IV
Sistemas tropicais ....................... ........................................... ..... .... ....... 113
CAPÍTULO V
Sistemas frontais ....... .. .......... .. .... ........................ ..... .... ......... .. ..... .... ..... 147
CAPÍTULO VI
Interpretação de informações meteorológicas .. .... .. ........................... .. 171
CAPÍTULO VIl
Observações e Mensagens Meteo rológicas .......................................... 241
CAPÍTULO VIII
Ondas, Vagas e Marulhos ..... .. ..... .... .. .. ...... ........ .. .. ................ ............ .. .. 259

SEGUNDA PARTE- OCEANOGRAFIA


CAPÍTULO IX
Marés .... .. .............. ........ ....... .. ..... .. ........ .. .. .. ... ................. ....... ........ ... .... 297
CAPÍTULO X
Correntes Oceânicas e Costeiras .. .................................... .... .. ...... .... .. ... 315
CAPÍTULO XI
Estudo dos Oceanos- Amazônia Azul ...................................... ...... .. ..... 337

vi i i
TERCEIRA PARTE
NAVEGAÇÃO METEOROLÓGICA E OCEANOGRÁFICA

CAPÍTULO XII
Navegação em altas latitudes e no Gelo ........ ... ..... ... .............. ... .. ... ... ...361
CAPÍTULO XIII
Climatologia e Cartas Piloto .. .... ...... ....... ...... ......... .. ................... ........ ... 379
CAPÍTULO XIV
Navegação Meteorológica e Oceanográfica ............ .. .. ... .. .... ... ... .......... .407
CONCLUSÃO .. .. ...... ..... .... .. ... ... .. ... ...... ........ ....... ...... ...... ... .. ....... .. ........... 425
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..... ..... ..... ............ .... ... ....... ........... ........ 429
ANEXOS .. ......... .... .... ....... .............. .. ....... ... .... ... ....... ... .... ............. ..... .. ....435

SUMÁRIO DETALHADO

PRIMEIRA PARTE- METEOROLOGIA

CAPÍTULO I
Interação e Variação dos principais Elementos Meteorológicos .......... 19
1- Radiação Solar, Temperatura do Ar e Temperatura da
Superfície do Mar (TSM}, Pressão Atmosférica........ .... ... .......... ... 19
2- Um idade Relat iva do Ar, Ponto de Orvalho, Evaporação,
Condensação, Nebulosidade, Nuvens e Precipitação .................. 42
3- Visibilidade no mar.... ........ ...... ...... .... ... ........... ... .. ... .... ................ 59
4- Aspectos relevantes, conceitos e exercícios........ .. ................ ..... . 65
CAPÍTULO 11
Circulação do Ar e Ventos ................................................................... 69
1- Ar estável e Ar instável .. ... ... ... ...... ........ .... .. .... ....... ...... ..... .......... 69
2- Circulações nas Baixas e Altas Pressões ....... ......... ....... ............... 71
3- Brisas e Ventos ........ ....... .... ........... .... ....... .. .... ................ ......... .. . 78
4- Circulação Geral da Atmosfera ..... .. .... ... .. ... ........ .. .... .. ...... ... .... ... 86
5- Campo de ventos na costa do Brasil, nas quatro estações do
ano, efeitos da sazonalidade.......... ...... ................ .. ... ..... ... .. .... .... 91
6- Conceitos e exercícios ........... ........... ....... ................................. ... 95
CAPÍTULO 111
Desenvolvimento de Atividades Convectivas e Cb ...... .. ...... ......... ....... 99
1- Processo Convectivo e Condições Propícias. ... .... ...... .. .... .... ..... ... 99
2- Características da Nuvem Cumulonimbus (Cb} .. .. .... ... .. .............. 104

ix
3- Aspectos relevantes, conceitos e exercícios........ .... ................ ... . 109
CAPÍTULO IV
Sistemas Tropicais ............................................................................ 113
1- Ventos Alísios e Zona de Convergência lntertropical (ZCIT)...... ... 114
2- Características Tropicais e Ciclones Tropicais.... .. .... .... .... .. .... .. .... 115
3- Furacão.... ...... ......... ................... .. ............ ............. ... ........ .. .... .. .. . 118
4- Conceitos e exercícios ............ .............. ............... ........ .. .... .. .... ... 145
CAPÍTULO V
Sistemas Frontais .. ........................................................... ........ ........ 147
1- Considerações Iniciais ...... ....... .................. .. ...... ...................... ..... 148
2- Massas de Ar e Frentes........ .. .. .... .......................... ...................... 151
3- Aspectos relevantes, conceitos e exercícios.............. .. ................ 168
CAPÍTULO VI
Interpretação de Informações Meteorológicas ................................. 171
l-Imagens de Satélites Meteorológicos. ..... ...... .... .... ................... ... 173
2- Boletins Meteorológicos e Meteoromarinha .... .... .. ................... . 180
3- Cartas Sinóticas ................... ................ ... ......... .... ...... .. ...... .... .... .. 190
4- Análise Sinótica ............................................ ...... .. .... ........ ...... .. ... 196
5-lnterpretação de Informações Meteorológicas .. ...... ............ .. ..... 214
6- Conceitos e exercícios .. .... ..................................... .... ... ............. .. 232
CAPÍTULO VIl
Observações e Mensagens Meteorológicas ....................................... 241
1- Características dos Instrumentos........ ....... .. .. .. ...................... .... . 241
2- Procedimentos Recomendados................................... .. ........ ..... 245
3- Observação e Registro de Dados Meteorológicos e do Estado
do Mar................................ ........... ................ ... ..................... .... .. 248
4- Mensagens Meteorológicas- SHIP - CODIFICAÇÃO ........... .. .. .... 254
5- Conceitos e exercícios................... .... .......... .... ........... .. ........... .. .. 257
CAPÍTULO VIII
Ondas, Vagas e Marulhos .................................................................. 259
1- Elementos de uma onda ........................ .... ...... ... ...... .. .......... ...... . 259
2- Características das ondas de águas profundas e de águas rasas. 263
3- Condições propícias à geração de onda I vagas .......................... 268
4- Marulhos I Swell....... .... .. .. .... ............. .. .. ........ ..... .. .. .. .................. 270
5- Arrebentação e Ressaca .......... .............. ............. .. .. ........ ............. 273
6- Cartas de previsão de ondas.................. .... .. .. .. ... .. .. .. .. .. .............. 276
7- Comportamento e manobras do navegante...... .......... .. .......... .... 281

X
8- Marinharia de mau tempo ....................................... .... ......... ...... 283
9- Tsunamis .. .. ........ .. ................. ....... .............. ...... ... .. ............ .......... 288
10- Aspectos relevantes, conceitos e exercícios.. ... ......... .. ....... ... ... 293

SEGUNDA PARTE- OCEANOGRAFIA


CAPÍTULO IX
Marés ............................................................................................... 297
1- Teoria das marés ......................................................................... 297
2- Elementos e características das curvas das marés...................... 301
3- Tábuas das Marés........ .. ................................ .. ....................... ..... 303
4- Conceitos e exercícios........ ...... .............. .............. .... .... ............... 311
CAPÍTULO X
Correntes Oceânicas e Costeiras ....................................................... 315
1- Correntes Oceânicas de densidade.. ....... ........ .......... ...... ... ........ ......... .. 322
2- Correntes Costeiras....... .. ............................. ... ... .. ... .. .. .. ........................ 322
3- Cartas de Correntes de Maré......... ... ............... ............ ................... .. .... 329
4- Conceitos e exercícios... ..................... ...... .. .................... ............ .... .. ..... 332

CAPÍTULO XI
Estudo dos Oceanos- Amazônia Azul... ............................................. 337
1- Características dos Oceanos...................... ........ ............. ............ 337
2- Mar Territorial, Plataforma Continental e Zona Econômica
Exclusiva........................................................ ... .......................... 339
3- Poluição da Água do mar.................................. ... ............... ........ 344
4- Ecossistema Marinho e Ciclo de Vida no Mar............................. 348
5- Água de lastro e sedimentos de navios.. ................................. ... . 350
6- Amazônia azul.. ... ......... ..... .......................................................... 352
7- Conceitos e exercícios............................. ...... .... .......................... 359

TERCEIRA PARTE
NAVEGAÇÃO METEOROLÓGICA E OCEANOGRÁFICA

CAPÍTULO XII
Navegação em Altas Latitudes e no Gelo ... ....................................... 361
1- Características dos Gelos no Mar............... ..... ... ..... ......... ...... ..... 362
2- Navegação no Gelo............................... .. ............... ....... .. ... .......... 368
3- Variações Regionais do Gelo Marinho...... ..... ......... .............. ....... 375
4- Aspectos relevantes, Conceitos e exercícios..... .. .. .... ................... 377

xi
CAPÍTULO XIII
Climatologia e Cartas Piloto ........ ... ................................................... 379
1- Circulação Geral dos Oceanos. .... .............................. ..... .. ... .. .. .... 379
2- Elementos e Utilização das Cartas Piloto... ......... .. .. .... ... ... ... ..... .. 382
3- Cartas Climáticas.. .. ... ....... ... .. ........... ......... ..... ...... ..... ..... ...... .. .... . 399
4- Conceitos e exercícios.. ...... ................... ........... .. ... .. .. ... ..... ....... .. . 403
CAPÍTULO XIV
Navegação Meteorológica e Oceanográfica .......................... ....... ... . .407
1- Planejamento da navegação meteorológica...... .. .. ........... .. .. .. .... 409
2- Acompanhamento da Navegação Meteorológica ........ .... ........... 416
3- Rotas Recomendadas ................ ... .............. .. .. .... .............. ... .... .... 418
4- Rotas Comentadas... .... ...... ...... ... .... ..... .............................. .... .. ... 419
5- Conceitos e exercícios....... .................... .... ... ... ... .. .... .. ......... .. ..... . 424

CONCLUSÃO .................................................................................... .425

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIA ........................ ..................... ..... ......... ..429

ANEXOS:
A-Instruções para Mensagem SHIP e exercícios.. ............. ..... .... .... .. 435
B- Características das estações que transmitem boletins meteoro-
marinha, na costa do Brasil .......... ................................ ...... ........ 460
c- Tabelas meteorológicas.... .. ..... ... .......... ..... .. ...... .. ....... .......... ... ... 461
D- Navegação no gelo .................. ... ... ...... .............. .. ................. .. ... .. 465
E- Questões de prova... ... ...... ... .. ... .. ...... ...... ........... ... ......... ...... .. .. ... 471
F- Conceitos de Física... ............................. .. ....... ... ... ...... ...... ... ..... ... 479
G- Glossário. .... .. ................... .. ......................... ............. ........ ........... 483

xii
INTRODUÇÃO

PLANETA TERRA
BUSCA DO EQUILÍBRIO TÉRMICO
• CIRCULAÇÃO GERAL DA ATMOSFERA
• CIRCULAÇÃO GERAL DOS OCEANOS

PLANETA TERRA

- DUAS METEOROLOGIAS (TROPICAL E DE ALTAS LATITUDES)


• COM CLIMAS E SISTEMAS DE MAU TEMPO DISTINTOS

- BAIXAS LATITUDES/TROPICAIS
• SISTEMAS BAROTRÓPICOS
• COM SISTEMAS TROPICAIS

-ALTAS E MÉDIAS LATITUDES


• SISTEMAS BAROCLÍNICOS
• COM SISTEMAS FRONTAIS

No estágio atual de desenvolvimento científico e tecnológico, os


profissionais de meteo rologia estão capacitados a produzir diariamente
informações de previsão do tempo de ótima qual idade.
Entretanto, é de fundamental importância que os navegantes, usuários
desses produtos, estejam qualificados, capacitados e bem treinados, a
bem interpretar as inf ormações recebidas a bordo, pela internet, e então,
serem capazes de tomar decisões seguras e firmes para minimizar os
efeitos do mar agitado sobre a embarcação, a carga e a tripulação.
O enfoque deste trabalho é a qualificação e capacitação dos navegantes
à interpretação dos boletins e cartas meteorológicas e imagens de
satélites meteorológicos recebidas pela internet, a bordo dos navios em
alto mar.
Assim sendo, o navegante terá uma boa compreensão do tempo
presente, o que facilitará o entendimento da previsão do tempo para as
próximas horas e perm itirá o acompanhamento da evolução do estado do
tempo e do estado do mar.
A realidade mostra que muitos navegantes não aproveitam em sua
plenitude as informações dispon íveis, simplesmente por falta de

xiii
embasamento conceitual e de treinamento objetivo e específico de
meteorologia marinha.
Tratando-se de marítimos, este aspecto é agravado, porque no mar os
fenômenos naturais severos podem atingir estágios de extraordinária
intensidade, como os furacões que são tempestades características dos
oceanos, na região tropical. O oceano com frequência apresenta
situações de mar muito severo, em regiões de alta latitude.
Perante fenômenos da natureza , os navegantes devem estar preparados
e treinados pa ra minimizar seus efeitos, executando os ajustes e as
alterações em seu rumo e velocidade, adequando a sua navegação à
previsão de mau tempo, com a devida antecedência.
Assim sendo, é necessário proporcionar cond ições e materiais didáticos,
para que os navegantes mudem da atitude passiva perante o aviso de
mau tempo no mar, para um comportamento seguro e firme, fruto de
novos conhecimentos práticos e objetivos de meteorologia marinha .
Na convivência quotidiana com os marítimos, constata-se que estão
disponíveis boletins e cartas meteorológicas e imagens de satélites
meteorológicos, porém é necessário contemplar os navegantes com uma
publicação específica sobre o assunto que, de forma prática e objetiva os
auxilie a interpretar o estado do tempo e o estado do mar, e os oriente a
acompanhar a evolução da previsão do tempo e do estado do mar.
Esta situação evidencia algumas questões como :
1) O que é necessário para que os usuários de produtos meteorológicos
saibam interpretar as informações receb idas a bordo?
2) Como capacitar os navegantes a minimizar os efeitos do mau tempo e
do mar severo?
3) Como qualificar os navegantes a planejarem suas rotas e
acompanharem suas navegações, segundo os procedimentos de
navegação meteorológica e oceanográfica?
Visando atender estes questionamentos, os objetivos gerais deste
trabalho são:
1) Apresentar os fundamentos dos conceitos físicos do comportamento
da radiação solar, da pressão atmosférica, das temperaturas do ar e da
superfície da água do mar, da umidade do ar, da nebulosidade e da
visibilidade no mar.

xiv
2) Discutir os processos físicos dos fenômenos atmosféricos, da
circulação do ar, dos ventos, das atividades convectivas, das frentes
frias e quentes, das tormentas tropicais e dos furacões .
3) Descrever os procedimentos e as manobras evasivas, para o
navegante evitar as tempestades e as tormentas muito severas.
4) Apresentar as características dos boletins e cartas meteorológicas e
imagens de satélites meteorológicos.
5) Descrever as condições propícias à geração de ondas em águas
profundas, a propagação de marulhos, o comportamento das ondas
em águas rasas e a ocorrência de ressacas.
6) Comentar os procedimentos e recomendações para navegação
Meteorológica e oceanográfica .
Este trabalho, ao longo de seus capítulos, trata de fundamentos de
Meteorologia, Oceanografia e Navegação Meteorológica .
Na parte de meteorologia apresenta os principais fatores que
influenciam o estado do tempo, como:
a) o comportamento e a variabilidade diária e sazonal da radiação
solar;
b) as temperaturas do ar e da superfície do mar; e
c) a pressão atmosférica à superfície, que resultam gradientes
horizontais de pressão e circulação do ar e ventos .
São discutidas as condições necessárias para ocorrência da saturação da
umidade relativa do ar, a condensação e a formação de nebulosidade e
nevoeiros que afetam a visibilidade no mar.
São apresentados os fatores que desencadeiam e intensificam as
circulações do ar e as características das circulações de grande escala,
sistemas frontais sinóticos e de pequena escala, sistemas locais e brisas;
bem como as diferenças entre os hemisférios norte e sul, observadas no
sentido da circulação dos ventos, em ciclones e anticiclones e em sistemas
extratropicais, cavados, cristas e frentes frias e quentes.
É descrito o processo de desenvolvimento de atividades convectivas, a
formação de nuvens Cumulonimbus, temporais e trovoadas, ventanias e
rajadas, que ocasionam mau tempo .

XV
As características dos sistemas tropicais, as tormentas tropicais e
furacões . Os procedimentos e as manobras para evitar a trajetória do
furacão .
São estudados os sistemas extratropicais, sistemas frontais, frentes frias
e quentes e as características do seu deslocamento e trajetórias, que
permitem ao navegante identificar a sua chegada e passagem, pela brusca
variação da direção do vento, das tendências da temperatura do ar e da
pressão do ar.
Os elementos e características das imagens de satélites meteorológicos,
dos boletins e cartas sinóticas de pressão à superfície do mar, os quais são
analisados em conjunto, do mesmo dia, visando qualificar os navegantes
a interpretar e acompanhar as condições do tempo presente.
Os procedimentos e recomendações para a elaboração da mensagem
SHIP e a transmissão das observações meteorológicas efetuadas a bordo
e também os procedimentos e facilidades para o recebimento de boletins,
cartas meteorológicas e imagens de satélite, pela internet.
São apresentadas as características das ondas de águas profundas e de
águas rasas . Como esse importante aspecto do estado do mar, afeta
significativamente a embarcação, a carga e a tripulação, são descritas as
condições propícias à geração de ondas, a propagação de marulhos e o
comportamento e manobras do navegante em mar severo.
Na parte de oceanografia são apresentadas algumas recomendações da
Convenção Internacional sobre Direitos do Mar em questões de interesse
dos países costeiros e dos navegantes como: mar territorial, plataforma
continental, zona econômica exclusiva (ZEE), ecossistema marinho e ciclo
de vida no mar, além de poluição do meio ambiente marinho .
São apresentados os elementos das marés, suas características e suas
variações ao longo do ciclo lunar e a utilização das tábuas das marés.
É evidenciada a importância da contribuição das marés, quando as
embarcações navegam em águas rasas, ou demandam canais de acesso a
portos de regiões com grande amplitude de maré, e, portanto, necessitam de
precisão na determinação do período de tempo em que a maré
proporciona uma razoávellazeira de água abaixo da quilha.
São descritas as principais correntes marítimas nos oceanos Atlântico,
Pacífico e Índico e o comportamento da circulação geral das correntes
oceânicas de densidade, em ambos os hemisférios, no processo de

xvi
equilíbrio térmico do planeta . É evidenciado, nessa circulação, o mesmo
efeito da força de Coriolis, que é observado na circulação atmosférica. São
discutidas as correntes cost eiras.
Na parte de navegação meteorológica são ressaltadas as características
dos gelos marinhos, os indícios de presença de gelo, as precauções, os
procedimentos e as recomendações para a navegação em áreas sujeitas
a "icebergs", "growlers" , "bergy bits" , " pack ice" e outros tipos de gelo no
mar.
São tecidas considerações sobre circulação geral dos oceanos, e
comentadas as informações climatológicas mensais das cartas piloto dos
oceanos Atlântico, Pacífico e Índico em ambos os hem isférios.
São ressaltadas nas cartas piloto, variabilidades mensais e sazonais do
estado do mar, com ondas acima de quatro metros, ventos superior a
força oito na escala Beaufort, ocorrências de tormentas tropicais e
furacões e áreas com presença de "icebergs" .
É evidenciada a utilização das rotas recomendadas, traçadas nas cartas
piloto internacionais.
Concluindo-se com considerações gerais sobre a recomendável prática da
navegação meteorológica, para que os navegantes evitem regiões com
condições adversas de ventos, correntes, estado do mar e gelo marinho.
As ilustrações apresentam legendas amplas e abrangentes, ressaltando
o aspecto conceitual do processo físico envolvido .
Esta metodologia adotada visa auxiliar o entendimento e facilitar o
rac iocínio conceitual do navegante, na interpretação dos fenômenos
meteorológicos e oceanográficos mostrados nas figuras.
Este procedimento é evidenciado onde as ferramentas que o navegante
dispõe são basicamente representações gráficas, como : cartas piloto,
cartas climáticas, cartas sinóticas de pressão ao nível do mar, imagens de
satélites meteorológicos, cartas de ondas, cartas de correntes de marés.
Elementos extremamente ricos em detalhes gráficos, que para sua plena
interpretação requerem que o navegante tenha olho marinheiro apurado
pelo hábito de observar o comportamento e a variabilidade temporal e
espacial dos parâmetros meteorológicos.
Complementarmente, consta na forma de anexos, detalhamentos
específicos de elementos para elaboração de mensagens SHIP, além de

xvii
tabelas meteorológicas, aspectos e situações de navegação no gelo e de
navegação meteorológica e oceanográfica, tem também anexos de
questões de prova e anexo de embasamento de Física Básica, visando
propiciar ao navegante um bom entendimento e familiarização da
terminologia usual em boletins meteorológicos, avisos de mau tempo e
cartas piloto, é apresentado um glossário temático ao final deste
trabalho, com anexo G.
Em cada capítulo é apresentado o item, conceitos e exercícios (questões
e soluções).
A intenção destes exercícios é pontuar em cada afirmativa a veracidade
dos conceitos físicos de meteorologia e oceanografia .
Com esse objetivo e visando elevar o grau de treinamento, as palavras-
chave, que o validam, estão em negrito.
Nas avaliações, observa-se que as simples manipulações de palavras-
chaves, invalidam o conceito físico em questionamento, nas elaborações
de provas objetivas, com o intuito de testar a capacitação do
candidato/aluno.
Ressalta-se que na natureza os elementos estão em permanente
interação, resultando contínua evolução do estado do tempo e do estado
do mar.
O entendimento do tempo presente, sua evolução e previsão para as
horas seguintes, requer apurada interpretação da tendência da natureza.
Principalmente as duas alternativas, que normalmente, a natureza pode
apresentar: resfriamento/aquecimento.
Resultando situações totalmente diferentes dos parâmetros : campo de
pressão à superfície, campo de vento, sentidos da circulação horária/anti-
horária, ventos ascendente/descendente,
UR aumentando/UR diminuindo, desvio da trajetória para E ou para W,
direção das ondas e dos ventos, vindo do mar aberto ou vindo da costa,
circulação convergente/divergente, etc.

xviii
PRIMEIRA PARTE- METEOROLOGIA

CAPÍTULO I

INTERAÇÃO E VARIAÇÃO DOS PRINCIPAIS


ELEMENTOS METEOROLÓGICOS

c; RADIAÇÃO SOLAR- TSM


c; GRADIENTE HORIZONTAL DE PRESSÃO
c; UMIDADE RELATIVA- TPO
c; NEBULOSIDADE - Cb
c; VISIBILIDADE- NÉVOA ÚMIDA- NEVOEIRO
+ELEMENTOS METEOROLÓGICOS
CCOMPORTAMENTO E INTERAÇÃO
Este capítulo pretende examinar as características da radiação solar, das
temperaturas do ar e da superfície do mar, da pressão atmosférica, da
umidade relativa do ar e as influências e consequências da variabilidade
desses parâmetros. Discute a interação desses parâmetros.
As etapas sequenciais dos processos de evaporação, condensação e de
formação de nuvens.
Assim como as condições propícias para a formação de nevoeiros que
afetam a visibilidade do navegante.

1- RADIAÇÃO SOLAR, TEMPERATURA DO AR, TEMPERATURA DA


SUPERFÍCIE DO MAR (TSM) E PRESSÃO ATMOSFÉRICA

A razão de se iniciar este estudo de Meteorologia pela radiação solar é

19
evidenciar a extraordinária importância da fonte de energia responsável
pela ocorrência dos fenômenos meteorológicos e oceanográficos .

Na natureza a ocorrência de fenômenos físicos envolve a presença de


energia, que permite o desenvolvimento do processo físico, suas
múltiplas transformações que podem atingir, em algumas ocasiões,
estágios de enorme intensidade, como tormentas, tempestades com
fortes ventos e estado do mar bastante severo, com grandes ondas .

Esta situação só poderá ocorrer se houver uma extraordinária energia


envolvida, que está em constante transformação, em forma de energia
interna, energia cinética e energia potencial.

Também se observa nos fenômenos meteorológicos além da


transformação, o transporte de enormes quantidades de energia sob a
forma de calor sensível e calor latente.

Esse transporte de energia atinge grandes distâncias e contribui


significativamente para o equilíbrio e balanço térmico do planeta,
melhorando a qualidade de vida em determinadas regiões e mesmo
tornando possível a existência de vida animal e vegetal em inúmeras
regiões .

Os navegantes que frequentemente enfrentam, em suas embarcações, os


mais variados estados do mar, com consequências para o desconforto da
tripulação, danos à carga e avaria no navio, bem percebem a enorme
energia envolvida nessas situações .

O navegante poderia questionar os seguintes aspectos:

Por que em determinadas ocasiões o estado do mar está calmo e


em outras, agitado e mesmo severo?
O que ocasiona ou desencadeia a mudança do tempo bom, sem
vento e com céu limpo, para uma situação agitada ou severa?
O que sustenta a intensificação dos fenômenos meteorológicos?

Estas questões são esclarecidas ao longo deste trabalho, pelo


entendimento da variação e da interação dos elementos meteorológicos.

Desta forma inicia -se este trabalho pelo estudo da radiação solar, seguida
da variação das temperaturas do ar e da superfície do mar e da variação
da pressão atmosférica .

20
1.1 - RADIAÇÃO SOLAR

A radiação solar recebida pelo planeta Terra é a fonte de energia que


propicia a existência de vida animal e vegetal no planeta .

Ao longo do ano, uma mesma região da superfície do planeta recebe


quantidades diferentes de radiação solar, devido à posição relativa do sol,
principalmente nas altas latitudes.

Essa variação anual oca siona a sazonalidade (verão, outono, inverno e


primavera). O principal fator que influência essa variação de energia solar
recebida é o ângulo de incidência dos raios solares.

Tem -se o verão num hemisfério quando a po sição relativa do sol é


favorável a esse hemisfério, e logicamente o outro hemisfério terá o sol
em posição desfavorável, resultando a estação de inverno.

FIGURA 1-1
ÂNGULO DE INCIDÊNCIA DOS RAIOS SOLARES

A intensid ade da radiação so lar que chega a superfície t errestre é função do ângul o de in cidê nci a dos
raios so lares. A radiação rece bid a e absorvid a por un id ade de área va ria co m a posiçã o (sazonal) e a
altu ra (di ári a) do sol. Essa intensi dade é máxim a quando os ra ios incidem verticalment e (90°) e
decresce co nform e o ângulo de incid ência dos raios solares for diminuindo, porqu e a radiaçã o se
espalha por um a área mai or (y é maior do que x). (Fonte: MORAN , 1994, mod ificada).

É importante o navegante perceber duas situações distintas ao longo do


ano no sistema SOL-TERRA devido à sazonalidade :

1- Uma nas condições de LUMINOSIDADE (tempo de claridade) durante


a sazonalidade com datas bem definidas nos SOLSTICIOS e
EQUINÓCIOS (21/mar- 21/jun - 21/set- 21/dez).

2- Outra nas condições graduais de AQUECIMENTO e RESFRIAMENTO do


planeta Terra ao longo da sazonalidade anual.

21
AQUECIMENTO DO PLANETA TERRA E A INFLUÊNCIA DIÁRIA DO SOL

O planeta é afetado diariamente pela radiação solar, de três formas bem


distintas, na atmosfera, no oceano e no continente:

1- A atmosfera é transparente a emissão de ondas curtas do SOL.


2- O oceano absorve a energia solar como calor latente de
evaporação.
3- A superfície continental absorve uma parte da energia solar como
calor sensível e reflete o restante recebido .
A relação entre as partes refletida e absorvida (ALBEDO),
depende do tipo de superfície, da área analisada.
Grande aquecimento em superfícies escuras (asfalto) e reduzido
aquecimento em superfícies brancas (neve e gelo).

ÂNGULO DE INCIDÊNCIA dos raios solares, em cada região, depende da sua:

1- LATITUDE.
2- Hora (ROTAÇÃO da Terra)
3- Data (TRANSLAÇÃO da Terra I Sazonalidade).

O ângulo de incidência dos raios solares varia ao longo do dia, devido ao


movimento de rotação da Terra e varia ao longo do ano, devido ao
movimento de translação da Terra.

À medida que o ângulo de incidência aproxima-se da vertical à superfície,


maior será a quantidade de energia solar recebida por unidade de área,
resultando maior aquecimento da superfície .

Quanto mais afastado da perpendicular à superfície, menor será a


quantidade de energia solar recebida por unidade de área, porque haverá
uma distribuição ou espalhamento da energia solar recebida por uma
grande região, então caberá à unidade de área uma pequena quantidade
de energia solar, resultando menor aquecimento da superfície.

Este aspecto é mais acentuado nas altas latitudes, razão pela qual estas
regiões apresentam invernos rigorosos.

1- O pequeno aquecimento da superfície e do ar em altas latitudes é


devido à curvatura da superfície do planeta Terra influenciando o
ângulo de incidência da radiação solar.

2- O albedo em altas latitudes (regiões com neve ou gelo) com grande


parte da energia refletida é responsável também pelo pequeno
aquecimento da superfície e do ar.

22
3- A nebulosidade indica transporte vertical de calor latente de
evaporação que nas nuvens é transformada em calor latente de
condensação .

Sohitk:io
ll de j11nho

.__..-.. _.;;,~
Equador

v'='
Eq uinócio \ "ernal
21 de março

FIGURA 1-2
VARIAÇÃO ANUAL DA INSOLAÇÃO

No solst íc io de 22 de junho a insolação é máxima no círcu lo de latitu de de 23° 27' N, os dias tê m


duração maior do que as noites no HN, enqu anto no HS os dias t êm duração menor do que as noites.
No solstício de 22 de dezembro a in solação é máxi ma no círcu lo de 23° 27' S, os dias tê m duração
maior do que as noit es no HS, enqu ant o no HN os dia s têm du ração menor do que as noi t es. (F onte :
MORAN , 1994, modif ica da).

Eq uinócio dei Oulono (H N)


23/Setem bro Pri012vera (HS)

I
Solstício de Inverno (HN) "' ~ I( +--~
22/Dezembro ~rão (HS) ~1 ' ~ Arélio
} 'É_::__ ______ _J. Julho

Periélio ~ Sol _...,.::, / \


~ ~~ ~
Janeiro 2:1"27" I
Solstício de verão (H N)

\ Equinócio vernall Primavera (H )


22/Junho Inverno ( HS)

21/l\larço Outono (HS)

FIGURA 1-3
VARIAÇÃO SAZONAL DA INSOLAÇÃO ENTRE O HN E HS

A razão da alte rn ância das est ações dos Hemi sfé rios Norte e Sul deve-se à va ri ação de inclin ação
entre o pl ano do Equ ador t errestre e o plano da órbita da Terra em torn o do Sol (movimento de
t rans lação). Por essa razão observa-se a sazo nal ida de diferenci ada entre o HN e o HS. (Fonte: MORAN,
1994, mod if icada ).

23
I'' W: atlhu;in ~uhar ,.,

t:qu~td l lr

I'S ,.,
FIGURA 1-4
EFEITO DA CURVATURA DA TERRA FIGURA 1-S
SOBRE A INSOLAÇÃO VARIAÇÃO DO PERÍODO DE INSOLAÇÃO
Nos equinócios de 21 de março e 23 de Após atingir o eq uilíbrio da duração do dia e
setembro a insolação é máxima no Equador, da noite nos equinócios a duração do
porém devido à curvatura da Terra a período de in so lação aumenta diariamente
intensidade e a quantidade total de rad iação para o hemisfério que entrou na primavera e
recebida e absorvid a pela superfície decresce diariamente para o hemisfério que
decresce a medida que a latitude aumenta entrou no outono. (Fonte : MORAN, 1994) .
em ambos os hemisférios. Os dias e as noites
têm a mesma duração (12h). em todas as
latitudes. (Fonte: MORAN, 1994).

( 'l rT III n f,.


A11 ku $ i;'
• .t

• ••
~
FIGURA 1-6
•....• VARIAÇÃO DO PERÍODO
DE INSOLAÇÃO NO HN

••
Após atingir a máxima in solação no so lstício de
verão no HN a duração do período de insolação
decresce no HN e aumenta no HS. (Fonte :
MORAN, 1994).

FIGURA 1-7

••
VARIAÇÃO DO PERÍODO
DE INSOLAÇÃO NO HS

••
Após atingir a máx im a insolação no solstício
de verão no HS a duração do período de
insolação decresce no HS e aumenta no HN.
(Font e: MORAN, 1994).

1•, .

h
• ..t

24
Da mesma forma observa -se ao longo do dia pequeno aquecimento da
superfície no nascer e pôr-do-sol, devido ao pequeno ângulo de
incidência dos raios solares.

FIGURA 1-8
RADIAÇÃO SOLAR

A rad iação solar aprese nta va ri abi lid ade di ári a


do ângulo de in cid ência dos raios sol ares. No
nascer e no pôr-do-sol essa inclin ação dos
raios so lares é ace nt ua da, res ultando um
es palhamento da energia so lar po r um a
imensa região. Obse rva-se, nessas horas,
pe ríodo de pequ eno aq uecimento da
superfície t errestre (Font e: DI GEST, 1980).

Na observação e avaliação do tempo e suas mudanças, nota-se como é


extraordinária a variação da temperatura do ar. É necessário, portanto,
que se examine ma is detalhadamente a maneira pela qual a superfície
terrestre é aquecida e resfriada e consequentemente como essas
variações de temperatura da superfície vão influenciar o ar à superfície,
desencadeando e intensificando os processos físicos de transformação e
transporte de energia.

Da quantidade total de energia solar radiante (ondas curtas), que alcança


a atmosfera terrestre, uma grande parcela é refletida, ainda sob a forma
de ondas curtas, de volta para o espaço e outra a parcela de ondas curtas,
atinge a superfície do planeta .

Essa parcela de en ergia absorvida pela superfície é a única fonte de


aquecimento do planeta , e ocorre somente durante o período de luz
solar.

Ao passo que o planeta está sujeito a resfriamento durante as 24 horas


do dia, emitindo ondas longas. Esse processo vem a ser o fator principal
na análise do balanço térmico do planeta .

25
1- Saldo positivo ou negativo entre as energias emitidas (ondas longas)
pelo planeta Terra e recebidas (ondas curtas) da radiação solar.
2- Quando o saldo é negativo na superfície no planeta Terra ocorre
resfriamento do ar em baixos níveis.
3- Quando o saldo é positivo ocorre aquecimento do ar em contato com
a superfície e o nível do mar.

l!'!.l•J.) 1Jl.6~ .,

A B c
FIGURA 1-9
PROCESSO DE RESFRIAMENTO DA TERRA
A sup erfíc ie da Ter ra é resf ria da vi a evaporação de água (fi gura a), em issão de radi ação infraverm elh o
(onda s longas) (fig ura b) e condu çã o mais co nvecção por meio de circul ação diret a (figura c).
Unidad es represent am médi as glob ais. O dese nvolvim ento de nebul os id ade ind ica transpo rte de
excesso de calor da superfíci e da Terra para a troposfera, vi a co ndu ção, convecçã o e transferência de
calor lat ent e (Font e: M ORAN , 1994, modif ica da).

FIGURA 1-10
BALANÇO TÉRMICO
Nos di st intos as pect os do balanço t érm ico do
planet a a radi açã o de aquecim ento e de
resfri a ment a dese ncadeia o processo de
redi stribui ção de ca lor dentro do sist ema
Terra-Atm osfera. A evapo ração de água da
superfíc ie da Terra e sua su bsequente
co nd ensaçã o com o nebu losid ade fo rm a um
importante process o de t ransferência de
ca lor, via ca lor lat ent e (F ont e: W M O - n. 769 ).

26
t
""' t FIGURA 1-11
TRANSFORMAÇÃO DA
RADIAÇÃO SOLAR

Diversas transformações de energia


ocorrem dentro do sist ema Terra-
Atmosfe ra. Parte da energia so lar é
convertida em energia cin ética (energia
dos movim entos). Energia essa utilizada
na circul ação da atmosfera . A energi a
cin ética é manifestad a nos ventos, nas
corrente s co nvectiva s e no
deslocamento norte-s ul das massas de
ar (Fonte: MORAN, 1994, modificada) .

Na figura 1-12 observa-se:


unidades
Radiação solar interceptada pela Terra ..................................................... 100
Saldo de radiação solar
Dispersada e refletida para o espaço {8+ 17+6} ......... ........ ..... ............. ..... 31
Absorvida pela atmosfera {19+4) ..................................... .................... .. ... 23
Absorvida pela superfície da Terra.. .. .. ........ .... ...... .. ... .... ....... .... ...... .......... 46
Total ... ... ... ...... ..... ..... .. .... .. ..................... .. ..... .. .... ..... .. .. ......... ......... ......... .. 100
Saldo de radiação na superffcie terrestre
Resfriamento de ondas longas {IR) {100-115}.. ............... .......................... - 15
Aquecimento solar ....... .. ... ...... .. ... ... ................................. .. ..................... .. + 46
Saldo (aquecimento) ........... .. ....... ......... .................. ....... .......... ..... .... ........ + 31

Saldo de radiação de atmosfera_ __


Resfriamento de ondas longas {IR) {-40-20+6}.............. .. ....... ......... .. ........ - 54
Aquecimento solar .............................. ............. ........... ........... .... ... .... ........ + 23
Saldo (resfriamento) ................ .... ................................................ .. ... .... .... - 31
Transferência de calor da superfície da Terra eara a Atmosfera
Calor sensível (Condução + convecção).... .. .......... .. .... ....... ........ .. ........ ...... 7
Calor latente (mudança de fase da água)............ .. .................. .. .. .. ........... 24
Saldo (transferido) ....... ... .... ...... ..... .... .. ... .... ..... .... ......... .................. ..... ..... 31

27
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FIGURA 1-12
BALANÇO GLOBAL DE RADIAÇÃO

A distri bui ção de 100 unid ades de radiaçã o so lar (ond as curtas ) qu e entra e a radi ação de ond as
longas (IR ) que sa i, indi ca num a esca la global um excesso de aqu ecim ento da sup erf ície da Terra e
um resfri amento da atmo sfera. Est e excesso de ca lor é t ransferido para a atm osfera, via ca lor se nsível
e calor latent e, o btendo-se ass im o equ il íb ri o t érmi co do pl anet a, co nform e desc rito a seg uir (Fo nte:
MORAN, 1994, modifi ca da).

De imediato observa-se que todas as regiões do planeta em item, du rante


o dia inteiro, ondas longas se resfriando .

Enquanto que o aquecimento é distinto de regi ão para regi ão em função


da latitude e época do ano (período de luz solar) .

Conclui -se que as regiões tropicais tem saldo positivo de energia e as altas
latitudes tem saldo negativo de energia .

Então na busca do equilíbrio térmico do planeta é desencadeado o


processo de transporte de energia , das regiões tropicais para as regiões
de médias e altas latitudes por meio da circulação geral da atmosfera e
da mesma forma, pelas correntes oceân icas.

O aquecimento da superfície do planeta resulta de duas fontes de energia


(calor sensível e calor latente).

O calor sensível pelo aquecimento diário da superfície terrestre e


posteriormente da massa de ar à superfície.
E o calor latente pela evaporação da água do mar.

Este vapor d'água constitui a umidade do ar que é de extraordinária


importância na ocorrência de fenômenos meteorológicos, conforme se
observará nos itens 2 e 3.

28
No processo de redistribuição de energia sob a forma de calor sensível
observa-se que a superfície terrestre aquecida, por meio de condução,
aquece o ar em contato com a superfície.

Por meio de movimento vertical do ar, ou seja, convecção, essa energia é


transportada verticalmente para os níveis mais elevados e/ou por meio
de movimento horizontal do ar, ou seja, advecção, essa energia é
transportada horizontalmente para outras regiões.

Da mesma forma a circulação do ar úmido, ou seja, ar com elevada


umidade relativa, transporta considerável energia, sob a forma de calor
latente do vapor d'água, que será liberada em outra região .

Outra questão a ser considerada é a quantidade extraordinária de energia


envolvida no processo de redistribuição, que está sempre, em constante
transformação, sob a forma de energia cinética, utilizada no movimento
horizontal do ar, no trabalho realizado na compressão ou expansão do ar,
resultando em absorção ou liberação de energia e na energia potencial
utilizada no movimento vertical do ar.

Outro aspecto interessante que afeta consideravelmente a quantidade de


energia absorvida pela terra é a característica do tipo solo e do tipo de
vegetação, ou seja, o tipo de superfície que está recebendo a radiação
solar. Dependendo do tipo de superfície, observamos grande variação na
relação entre a quantidade de radiação solar refletida de volta para o
espaço e a recebida pela superfície (ALBEDO).

Relação essa denominada ALBEDO (Albedo= refletida/recebida) .

Além do processo de distribuição de energia radiante que alcança a


superfície terrestre, há àqueles que dizem respeito à filtragem seletiva
exercida sobre a radiação solar, que, atravessando a atmosfera em seus
diversos níveis de altitudes, sofre os efeitos da absorção e reflexão pelas
nuvens e partículas em suspensão. E da dispersão pelo ar, em função de
seus comprimentos de onda .

Como o processo da dispersão é mais efetivo para ondas de comprimento


na faixa do azul, a luz em que mais ocorre dispersão na atmosfera é de
cor azul , motivo porque o céu apresenta coloração azul. A filtragem
seletiva da energia radiante resulta num espectro eletromagnético,
identificado basicamente pelo comprimento de onda, frequência e nível
de energia.

29
FrY"qiincu' :~pro ·um at.l-a~ , - I

I I
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FIGURA 1·13
ESPECTRO ELETROMAGN ÉTICO
O es pectro elet rom ag néti co con siste de vários ti pos de rad ia ção, qu e são di st inguid as bas ica ment e
pelo comp rim ento de ond a, fr equ ência e nível de energia. (Fonte: MORAN, 1994) .

CO:\IPRI:\IEYfO 0 .\ 0 :\0 .\ (micrõnoet ros l

FIGURA 1-14
PORÇÃO VISÍVEL DO ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO
A porção visíve l do es pectro eletromagnéti co é limitada pe la po rção ultravi olet a de o nd as mais curtas
qu e o violet a e pela po rção infrave rm elho de ond as mais longas qu e o ve rm elh o . (Fo nte: MORAN ,
1994).

1.2 -TEMPERATURA DO AR EM ALTITUDE E TEMPERATURA DA SUPERFÍCIE DO


MAR (TSM)

1.2.1- TEMPERATURA DO AR EM ALTITUDE

Temperatura é o ind icado r da quantidade de ca lor prese nte no me io


analisado .

30
A temperatura do ar varia vert icalmente na atmosfera , diminuindo com
a altitude, ao longo de toda a troposfera .

A razão física para tal fato é que a pressão do ar varia, diminuindo à


medida que a altitude aumenta, ou seja, o ar vai se expandindo com a
altitude e, consequentemente, sua temperatura vai diminuindo
proporcionalmente . O comportamento do ar na atmosfera segue
perfeitamente as leis da física para os gases, ou seja, todo gás que se
expande, tem a sua temperatura diminuída proporcionalmente.

Neste comportamento da atmosfera se baseia a formação das nuvens.

Conforme será observado ao longo deste trabalho, a atmosfera é um


imenso laboratório que obedece às leis da física no desenvolvimento dos
processos desencadeados nos fenômenos meteorológicos, razão pela
qual é possível existir sofisticados e confiáveis sistemas de previsão do
tempo.

A TEMPERATURA DO AR À SUPERFÍCIE
A temperatura do ar varia também horizontalmente com a latitude,
conforme se desloca das baixas latitudes, próximo ao equador, para as
latitudes médias e para as altas latitudes, próximas aos polos, a
temperatura à superfície irá diminuindo.

A razão encontra-se na variabilidade da distribuição de energia


proveniente da radiação solar, fato esse acentuado pela variabilidade
sazonal do ângulo de incidência dos raios solares e também pelo albedo
das superfícies cobertas de neve.

Esta variação horizontal de temperatura com a latitude mantém um


gradiente horizontal de temperatura, que favorece a circulação geral das
massas de ar frias e quentes e consequentemente os sistemas de frentes
frias e quentes.

1 - A taxa de resfriamento do ar em altitude considera a adiabática seca


e a adiabática úmida .

2 - A taxa na adiabática úmida, níveis com nebulosidade é afetada pela


liberação de calor latente de condensação nas nuvens.

3 - Quanto maior a umidade absoluta máxima maior será a possibilidade


de liberação de calor latente de condensação nas nuvens.

31
~uoo
L
------v-
~ 20"C ------ FIGURA 1-15
VARIAÇÃO DA TEMPERATURA DO AR
COM A ALTITUDE

JtlOO 1- ------e------- De aco rd o co m a lei dos gases, o


resfr iamento do ar, na medida em que o
ar se eleva se deve basicame nte à sua
co ntínua expa nsão em alt itu de. Este
ltlOO
------ ~ ------- processo físico é de funda menta l
importância no comportamento da

i!
umid ade relativa e da formação de
nebu losidade, como veremos mais

""'~
1000
------- ~ ------- adia nte.
(Fo nte: MORAN, 1994, modifica da).
~
~

M l)t: HFIC'It:

Conforme mencionamos no início, a temperatura é o indicador da


quantidade de calor presente no ar, denominado calor sensível.

Uma das importantes características da circulação das massas de ar é que


essa quantidade de calor sensível é transportada de uma região para
outra bem distante, contribuindo de forma fundamental para o equil íbrio
térmico do planeta TERRA.

As circulações das correntes ma rítimas da mesma forma são também


muito importantes para esse equilíbrio térmico.

1.2.2- TEMPERATURA DA SUPERFÍCIE DO MAR (TSM)

A temperatura da superfície do mar (TSM) durante o dia e à noite, não


apresenta variação de valor, uma vez que a energia receb ida da radiação
solar é em grande parte utilizada na evaporação da água da superfície do
mar. Esta transformação da água superficial do oceano, em vapor d'água,
contribui significativamente para aumentar a umidade do ar atmosférico.

Ao mesmo tempo, esse comportamento físico da superfície do oceano


resulta numa variação muito lenta e gradual da TSM ao longo do ano .
Sendo imperceptível alguma variação da TSM em períodos curtos como
de poucos dias.

Exceção feita a regiões sujeitas ao fenômeno da ressurgência. Assunto


esse que será tratado mais adiante .

32
O navegante pode deparar com acentuadas variações na TSM, devido a
oscilações nos limites de grandes correntes marítimas de temperaturas
distintas. O navegante pode também observar significativa alteração da
TSM ao longo de sua derrota, em virtude da embarcação passar por uma
zona influenciada por uma corrente marítima de temperatura diferente
ou em zona de corrente oceânica ascendente .

A TSM tem muita importância na interação oceano-atmosfera, porque


a TSM influencia de forma bastante significativa o resfriamento do ar, no
caso de TSM mais fria, podendo resultar na formação de nevoeiros ou
névoa.

E quando a TSM é mais quente, pode intensificar os processos convectivos


e temporais e até mesmo o desenvolvimento de tormentas e furacões,
quando a TSM é superior a 27°C.

A comparação entre a temperatura do ar e a TSM é de grande importância


na avaliação do diagnóstico do tempo e também no prognóstico do
tempo.

Efetua-se a medida da temperatura do ar por meio do termômetro ou


termógrafo, que utiliza a escala de medida graduada em graus CELSIUS
(oC) .

1.2.3 - PONTO DE ORVALHO, TEMPERATURA DO BULBO ÚMIDO E


PSICRÔMETRO

Normalmente em meteorologia trabalha-se com temperatura do ar seco,


temperatura do ar úmido, temperatura do ponto de orvalho, temperatura
da água da superfície do mar (TSM), isotermas, gradiente horizontal de
temperatura, variação da temperatura em latitude, variação da
temperatura em altitude, calor sensível e calor latente.

A temperatura do ar seco ou simplesmente temperatura do ar (T) é a que


os termômetros comuns nos indicam.

Ao passo que a temperatura do ar úmido ou temperatura do termômetro


de bulbo úmido (TU) é obtida pelo psicrômetro que nos indica a
temperatura do ar resultante do acréscimo artificial de umidade até a
saturação do ar ambiente . Este acréscimo de umidade por meio de
evaporação da água do tecido do bulbo úmido provocará um
resfriamento do ar junto ao bulbo úmido.

33
Portanto, a indicação da temperatura do termômetro de bulbo úmido
será sempre menor que a indicação da temperatura do termômetro seco
(TU <T) .

A evaporação da água do tecido do termômetro úmido produz um


resfriamento proporcional à quantidade relativa de vapor d'água no ar
ambiente . Quanto mais seco estiver o ar, maior será a evaporação e
também maior será o resfriamento, resultando uma maior diferença
entre as temperaturas do termômetro seco e do termômetro úmido do
psicrômetro.

Estas temperaturas secas e úmidas são de grande valia para a


determinação da temperatura do ponto de orvalho e para a obtenção da
umidade relativa do ar.

A temperatura do ponto de orvalho é aquela em que o vapor


d'água existente no ar atmosférico começa a se condensar, ou
seja, é a temperatura do ar ambiente na qual o ar atinge sua
saturação de umidade, simplesmente ou somente por
resfriamento do ar, sem nenhum acréscimo artificial de umidade
(vapor d'água).
Diz-se nessa situação, que a umidade relativa atingiu 100%, conforme
apresentado mais adiante no item 2.

1.2.4 -ISOTERMAS E COMPORTAMENTO DA TSM COM A SAZONALIDADE

A TSM é normalmente medida pelo navegante com o termômetro próprio


para medição da temperatura da água do mar, com proteção contra
avaria. É usual se coletar uma amostra da água do mar à superfície, com
um balde apropriado e se efetuar a medição da temperatura da água
contida nessa amostra . A TSM tem grande influência na ocorrência de
fenômenos meteorológicos, como nevoeiros, tormentas e furacões.

Uma vez plotadas nas cartas meteorológicas as observações de


temperatura, podem -se traçar as isotermas ligando os pontos de igual
temperatura.

Os navegantes ao consultar as Cartas Piloto, que são interpretadas no


capítulo 13, encontram para todos os oceanos as isotermas da TSM, para
cada mês, ao longo de todo o ano .

Gradiente horizontal de temperatura é a variação horizontal da


temperatura em determinada distância .

34
Ao examinar a carta meteorológica de superfície, podemos observar os
gradientes horizontais de temperatura e ter uma boa indicação,
consequentemente, dos gradientes horizontais de pressão do ar à
superfície conforme será visto no item 1.3.

Quanto mais forte o gradiente horizontal de temperatura, ou seja, quanto


mais estreita a distância entre as isotermas, maior também deverá ser o
gradiente de pressão e consequentemente maior será a intensidade do
vento nessa região.

Na região costeira, a diferença entre a TSM mais fria e a temperatura do


ar sobre o continente, pode provocar um forte gradiente horizontal de
temperatura e consequentemente, existe possibilidade do navegante
encontrar a visibilidade afetada pela ocorrência de nevoeiro, se as
condições de temperatura do ar e umidade do ar forem altas, ocorrência
de TPO e a circulação do vento adequada, como será visto no item 3.

G
FIGURA 1-16
GRADIENTE HORIZONTAL DE TEMPERATURA
A análise da configura çã o das isoterm as é
essenci al para id entificar os gradient es
horizontais de te mpera tura G =l'lt I lln, que tê m
direção perpendicular à isoterma .
Estreito espaçamento entre isoterma s (fortes
gradientes) t em significativa influênci a no
comportamento da pressã o, na ci rcula çã o do ar
e no estado do tempo, como veremos mai s
adiante (Fonte : SANNINO, 1989, modificada).

A acentuada variação diurna e anual da temperatura do ar sobre os


continentes em contraste com a pequena variação da temperatura do ar
sobre os oceanos, devido a pouca variação da TSM, provoca fenômenos
como brisas, nevoeiros ou ventanias, dependendo da sazonalidade,
principalmente nas estações de verão e inverno, nas altas latitudes.

35
emper•t~~r• ü s•perf"Kie do mu • TSM

FIGURA 1-17
ESTAÇÃO DE VERÃO NO HS- JANEIRO- FEVEREIRO- MARÇO (Fonte: IBGE, 2011).

FIGURA 1-18
ESTAÇÃO DE INVERNO NO HS- JULHO- AGOSTO- SETEMBRO (Font e: IBGE, 2011).

1 - Ob se rva -se no inverno, no HS, TSM mai s eleva da so m ente na reg ião NORDESTE e NORTE do
Brasi l.
2 - Tamb ém no inverno no HS, além da região eq uatorial o Caribe é co ntemp lado com ALTA TSM
devido o Caribe estar no verão do HN .
3 - A importânc ia desta TSM alta no Caribe refl ete na época de furac ões nessa reg ião.
4 - Já no verão HS, nota-se elevada nas reg iões LESTE, SUDESTE do Brasi l e costeira da reg ião SUL.
5- No verão HS na reg ião eq uatorial a TSM é elevada contemp lando as regiões OESTE da ÁFR ICA.
6- A regiões da Argentina tem constânc ia da TSM ao longo de todo ano.

36
u
o
~· . ,.
FIGURA 1-19
ESTAÇÃO DE PRIMAVERA NO HS - OUTUBRO- NOVEMBRO- DEZEMBRO (Fonte: IBGE, 20 11).

FIGURA 1-20
ESTAÇÃO DE INVERNO NO HS- JULHO - AGOSTO- SETEMBRO (Fonte: IBGE, 2011).

1 - É interessa nte obse rvar o comportam ento da TSM , na s estaçõe s ante s


e depoi s do verão .
2- Da m esm a form a é interessa nte ob se rvar o comportamento da TSM
nas est ações antes e depoi s do inverno .

37

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P. ;- ·: r

FIGURA 1-21
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ESTAÇÃO DE VERÃO NO HS- JANEIRO- FEVEREIRO - MARÇO (F ont e: IBGE, 2011) .

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;' ~ 11 ,. . •
FIGURA 1-22
ESTAÇÃO DE OUTONO NO HS- ABRil- MAIO - JUNHO (Fo nt e: IBG E, 2011) .

1- Observa -se que as regiões oceânicas do Brasil são intensamente


afetadas no verão, pouco no outono e primavera e muito menos no
inverno.
2- Observa-se que a TSM é mais significativa nas regiões Norte a Sudeste
do Brasil , reduzindo-se na região Sul.

38
1.3- PRESSÃO ATMOSFÉRICA

A unidade de pressão "hectopascal (hPa)" é equivalente à unidade de


pressão "milibar".

Por definição, pressão atmosférica é a força exercida pelo peso da


atmosfera sobre uma área unitária . Assim a pressão à superfície é o peso
de toda a coluna de ar acima . Já a pressão a uma determinada altitude é
o peso da coluna de ar acima dessa altitude. Logo, a pressão atmosférica
decresce, à medida que aumenta a altitude.

3-'

30
FIGURA 1-23
26 VARIAÇÃO VERTICAL DA PRESSÃO
ATMOSFÉRICA
22
A pressão atmosférica diminui com a altitude,
então uma corre nte de ar ascendente terá

i
18 Estratosfera contínua expansão com a altitude e de forma
mais acentuada na troposfera , visto que, a
1-'
pressão varia de valor normal de 1013 hPa, ao
c nível do mar para cerca de 200 hPa no nível da
-
~

-.;
Q
lO tropopau sa. Esta contínua expansão do ar
ascendente é a ca usa essencial de seu
-
1-
6
Troposfera
resfriamento até a temperatura do ponto de
~ 2 orvalho e a subsequente forma ção de
-r. nebulosidade, como veremos mai s adiante.
(Fonte : MORAN, 1994, modificada) .
o 200 400 600 800 1000
PRESSÃO (hl'11) ...
Um aspecto importante que deve ser entendido é que o peso da coluna
de ar depende da densidade do ar no momento considerado. Se o ar
estiver mais denso, no caso de ar frio, estará mais pesado e a pressão será
maior. Se o ar estiver menos denso, no caso de ar quente estará menos
pesado e a pressão será menor. Isto explica a variação diurna da pressão.

Isto significa dizer que se o ar da coluna se expandir, ele fica menos denso,
e a pressão diminui. É o caso de aquecimento do ar.

Entretanto se o ar da coluna se comprime, o ar fica mais denso e a pressão


aumenta. É o caso de resfriamento do ar.

39
ttt ~n~~
~p<O ~p>O FIGURA 1-24 (a e b)

Jlt, M!~'- Os
INFLUÊNCIA DO MOVIMENTO
VERTICAL DO AR

movi mentos asce ndente e


desce nd ente do ar inf luenciam
a) Mov imrnt o \'rr1kal ascrndrntr b) ~ lo,· im r n to vr rtica l drscrntknrr
Rarrraçio do ar nos nÍ\•ris mais Co rn1ln.s.si.o d o a r nos nívri, m a~
de form a di stinta a pressão
bai,os ro• \·ariaçio nela lh·a dto bahos com \ ariaçio po~i th a da atmosférica à supe rfície . (Fonte :
pr<sdo. ~duçiio d• pr<sdo li prudo. Aum rnro da prr ~do à
superfície su ~ ntcit SANNINO, 1989, modif ica da)

É interessante observar que, se devido ao movimento horizontal do ar,


houver a substituição gradual do ar de determinada região por outro ar
mais frio, a pressão dessa região indicará uma variação positiva.

Pode-se dizer que nessa região passa-se a observar uma alta pressão. No
caso de haver a substituição gradual do ar de uma área específica por
outro mais quente, a pressão dessa região apresenta rá uma variação
negativa, ou seja, a pressão diminuirá .

Neste caso pode-se dizer que nessa região passa -se a observar uma baixa
pressão .

Estes casos ocorrem com frequência devido ao constante deslocamento


horizontal de massas de ar.

Cabe, então, caracterizar as regiões de alta pressão e de baixa pressão e


os fatores determinantes da pressão .

O aquecimento ou o resfriamento da superfície e,


consequentemente o aquecimento ou o resfriamento do ar são os
fatores de fundamental importância.

Sendo então as temperaturas da superfície do continente e da superfície


do mar muito importantes e consequentemente a temperatura do ar à
superfície.

É da maior importância para os centros de previsão do tempo a coleta de


dados de pressão à superfície.

Observações efetuadas por estações meteorológicas e navegantes são


plotadas em um mapa especial denominado Cartas Sinóticas de pressão
à superfície. As informações de pressão à superfície depois de plotadas
nas cartas permitem que sejam traçadas as linhas de igual pressão

40
denominadas isóbaras e que sejam identificadas as regiões de alta
pressão e de baixa pressão.

Outro parâmetro importante é o gradiente horizontal de pressão que


vem a ser a variação horizontal de pressão em determinada distância.

Ao examinar a carta de pressão de superfície com as isóbaras traçadas,


podemos observar os gradientes horizontais de pressão e ter uma boa
indicação da intensidade dos ventos.

Quanto mais forte o gradiente horizontal de pressão, ou seja, quanto


mais estreita a distância entre as isóbaras, maior será a intensidade do
vento nessa região.

O navegante deve saber que para o vento afetar o estado do mar, outros
fatores precisam também ser atendidos.

A unidade de medida da pressão atmosférica é hectopascal (hPa), que é


equivalente à antiga unidade de pressão milibar (mb).

FIGURA 1-25
GRADIENTE HORIZONTAL DE PRESSÃO
A análi se da configura çã o da s isóbara s é
fund amental para id entifica r os gradi entes
hori zo ntais de pressão, G = ~. qu e t êm direção
l lll
perpendicular à isó ba ra (Fonte : SANNINO,
1980) .

intensos

1'. = 1008
G nuliente = diferença de pressão = ..2!!....
[~ paçamcnto ou distii nci11 n

FIGURA 1-26
GRADIENTE HORIZONTAL DE PRESSÃO
Estreitos espaça mentos entre isóbaras (forte s gradientes ) proporcion am ventos de maior
intensidad e, influ enciand o o comportamento do estado do tempo e do estado do mar, como veremos
mais adi ante. (Fonte: SANNINO, 1980) .

41
COMPORTAMENTO DA PRESSÃO

Utilizam-se os termos aprofundar e encher referindo-se ao


comportamento da pressão atmosférica em centro de baixa
pressão ou ciclone e os termos enfraquecimento e intensificação
em centros de alta pressão.

~2 - UMIDADE RELATIVA DO AR, PONTO DE ORVALHO,


EVAPORAÇÃO, CONDENSAÇÃO, NEBULOSIDADE, NUVENS E
PRECIPITAÇÃO

2.1- UMIDADE RELATIVA DO AR E PONTO DE ORVALHO

Q Umidade máxima Q Resfriamento I Aquecimento


Q Umidade real (comportamento da UR)
Q Umidade relativa (UR)

Este estudo é um dos mais importantes para o bom entendimento dos


fenômenos meteorológicos, visto que o comportamento do vapor d'água
na atmosfera (umidade do ar) mantém rigorosa relação com a
temperatura do ar e as leis da física.

Na atmosfera observa -se água, no seu estado gasoso, como vapor d' água,
no seu estado líquido, como gotículas de nuvens e gotas de chuva e no
seu estado sólido, como cristais de gelo.

Entre as principais propriedades ressalta -se a conservação e


transformação de energia. Uma das principais características da umidade
do ar é armazenar e transportar para outras regiões, elevadas
quantidades de energia e ser o elemento principal de suporte de energia
dos fenômenos meteorológicos de extraordinária intensidade como as
tormentas tropicais, furacões e tempestades.

A principal razão dos furacões e tempestades violentas ocorrerem sobre


os oceanos e se dissiparem ao penetrar no continente é que nos oceanos
alimentam -se de umidade e consequentemente de energia, armazenada
e liberada convenientemente, na forma de calor latente.

A umidade do ar associada às transformações do estado físico da água por


ocasião da evaporação e da condensação e a energia envolvida nesses

42
processos sob a forma de calor latente são fatores responsáveis pelo
estado do tempo, sua nebulosidade e precipitação.

Uma das principais propriedades do ar atmosférico é a capacidade de


conter umidade proporcionalmente à sua temperatura.

A capacidade máxima, ou seja, a umidade absoluta máxima é


diretamente proporcional à temperatura .

Quanto maior a temperatura, maior a quantidade de vapor d'água que


o ar poderá conter.

Para cada temperatura existe um limite máximo de umidade que o ar


pode conter. Diz-se que o ar atmosférico está saturado quando contém a
quantidade máxima de vapor d'água para a sua temperatura.

Então no caso de ar saturado, se a temperatura do ar diminuir,


consequentemente, a capacidade do ar em conter umidade será menor e
o excesso de vapor d'água presente no ar irá se condensar
imediatamente, apresentando gotículas de nuvem.

No caso do ar não estar saturado, com a diminuição gradual e contínua


da temperatura do ar, se chegará o momento em que será atingida uma
temperatura do ar na qual a capacidade máxima de conter umidade é
igual a quantidade de vapor d'água existente no ar.

Então para essa temperatura o ar atingiu sua condição de saturado .

A essa temperatura do ar, na qual o ar atingiu por resfriamento a condição


de saturado, denomina-se Temperatura do Ponto de Orvalho (TPO) ou
(Td - Temperature dewpoint).

Nessa situação a umidade relativa é 100%.

Neste momento, apresenta-se um novo conceito, que será muito


utilizado em meteorologia, ou seja, umidade relativa (UR), a qual tem a
seguinte definição: é a relação entre a quantidade de vapor d'água
realmente existente no ar e a quantidade máxima de vapor d'água que
o ar pode conter na mesma temperatura. Valor esse expresso em
percentagem .

Numa situação em que a umidade do ar permaneça constante, ou seja,


sem acréscimo ou retirada de umidade, se a temperatura do ar aumenta,
a sua capacidade de conter umidade até se saturar aumenta logo a sua
umidade relativa diminui.

43
E se a temperatura do ar diminuir, o seu limite de conter um idade até se
saturar diminui, logo a sua umidade relativa aumenta.

A vista disto constata-se que a umidade relativa varia inversamente


proporcional à variação da temperatura.

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FIGURA 1-27
UMIDADE RELATIVA
Vari ação de umid ade re lativa em um dia de calma ria, sem advecção de massa de ar. A umidade
re lat iva va ri a inve rsame nte com a te mpe rat ura do ar (F onte : M ORAN, 1994).

Além da umidade relativa, que é o parâmetro mais usado para expressar


a umidade do ar, temos também o parâmetro umidade absoluta real, que
é definida como a quantidade de gramas de vapor d'água contida em
um metro cúbico de ar. A umidade absoluta real aumenta por acréscimo
de vapor d'água por meio da evaporação e diminui por retirada de vapor
d'água do ar por meio da condensação .

A variação da umidade absoluta real é independente da temperatura do


ar. Ela é função apenas de acréscimo ou retirada de vapor d' água do ar.
Daí a importância dos oceanos em contribuir significativamente por meio
da evaporação para o aumento da umidade do ar.

Entretanto a umidade absoluta máxima é diretamente proporcional à


temperatura do ar.

O parâmetro meteorológico umidade relativa (UR), UR = Uabs./


Uabs.máx., é válido para determinada temperatura do ar.

Em caso de aquecimento ou resfriamento do ar o valor da UR será


alterado.

44
Ressalta -se que essa expressão matemática varia inversamente
proporcional ao seu denominador, o qual é função da temperatura do ar
(ver item 2.1}.
Então, a UR é inversamente proporcional à variação da temperatura do
ar.
Cálculo para obtenção da Temperatura do Ponto de Orvalho (TPO) e
Umidade Relativa (UR}
Do psicrômetro de funda obtém -se a indicação das duas temperaturas,
seca (T) e úmida (TU) e calcula-se a diferença entre as mesmas (T-TU).
Essa diferença denomina-se Depressão do Termômetro Úmido (T-TU) . Da
Tabela Temperatura do Ponto de Orvalho (TPO) em função da
temperatura do termômetro de bulbo úmido e temperatura do ar,
constante do Anexo C, obtém-se a TPO e calcula-se a diferença entre a
temperatura do ar (T) e a temperatura do ponto de orvalho (TPO) .
Essa diferença denomina-se depressão do ponto de orvalho (T-TPO) .
Da Tabela Umidade Relativa (UR), em função da temperatura do ar (T) e
temperatura do ponto de orvalho (TPO) Anexo C, obtém-se a UR.
A temperatura do ponto de orvalho (TPO) pode também ser obtida, com
bastante rapidez, no ábaco, temperatura do ponto de orvalho, utilizando
a Depressão do Termômetro Úmido (T-Tu) e a temperatura do
Termômetro Seco .
Exemplos:
A) Ponto de Orvalho e UR
Temperatura do termômetro seco (T) .... .... ................ ..... ... ... ........ 26,0°C
Temperatura do termômetro úmido (TU) ...................................... . 20,0°C
Depressão do termômetro úmido (T- TU)..................................... 6,0°C
Temperatura do ponto de orvalho TPO (Td) ..... .................. ... ... ....... 17,1 °C
Depressão da temperatura do ponto de orvalho (T - Td)................ 8,9°C
Umidade Relativa (UR) ............ .... ......... ...... ... ............ .. .. ... .. .. 57,6% ou 58%

B) Ponto de Orvalho e UR
Temperatura do termômetro seco (T) ............ ... .. .. .. .. .... ............ .. . 23,4°C
Temperatura do termômetro úmido (TU) ..... .. ............................... 20,9°C
Depressão do termômetro úmido (T- TU). .... .... .... .......... ............. . 2,5°C
Temperatura do ponto de orvalho (Td) ... ........ ...... ................ ... ... .... 19,JCC
Depressão da temperatura do ponto de orvalho (T- Td) ...... .. ....... 3,JCC
Umidade Relativa (UR) .............. ........ ..... .... ................ .... .... .. 79,8% ou 80%

45
OBSERVAÇÃO: Quando os valores indicados nos termômetros e as
diferenças não constarem nas tabelas, deve-se fazer interpolação a
fim de se obter valores os mais precisos possíveis.

2.2- EVAPORAÇÃO

A mudança de estado da água, de forma líquida para vapor d'água, na


evaporação, envolve considerável quantidade de energia, na forma de
calor latente de evaporação.

Energia essa retirada do ambiente, então resfria o ar.

Essa energia é incorporada ao vapor d'água, que pode transportá-la para


outra região até liberá-la, por ocasião da condensação, como calor
latente de condensação.

Energia essa liberada no ambiente, então aquece o ar.

FIGURA 1-28
MUDANÇAS DO ESTADO DA ÁGUA- CALOR LATENTE
Calor pode ser adicionado à água de duas formas distintas: calor sensível e calor la tente . Calor é
adicionado ao gelo (0,5 caloria por grama por grau Celsius) e à ág ua (1 ca loria por grama por grau
Celsius) para elevação das suas temperaturas (calor sensíve l) .
Calor é adicionado por mudanças de estado da água (calor latente): pa ra derreter o gelo (80 calorias
por grama). e para evaporar a água (600 calorias por grama). Nota-se, entretanto, que a temperatura
da água durante a mudança de estado é constante, significand o que todo esse calor adicionado é
absorvido como calor latente e não como calor se nsível. (Fonte: SANNINO, 1989, modificada) .

Na ocasião da liberação do calor latente, o ar ambiente recebe essa


quantidade de energia e se aquece . Este aquecimento do ar ambiente,
normalmente em altitude, cria condições de instabilidade, favorecendo a
convecção e a circulação direta.

É apresentado mais adiante no Capítulo 111, como se processa o


desenvolvimento de atividades convectivas e a formação de nuvens
Cumulus com intensa liberação de calor latente.

46
FIGURA 1-29
FASES DO CICLO DA ÁGUA

As fases do ciclo da água no sistema


( J Terra-Atmosfera, evaporação,
condensação e precipitação,
envolvem considerável transporte
Precipitação
I li I de energi a, por meio de absorção,
armazenamento e liberação de
calor latente, na circulação do ar de
um a região para outra (Fonte:
SANNINO, 1989).

A TSM tem importante papel na evaporação da água do mar e


consequentemente, no índice de umidade do ar. Quanto mais alta é a
TSM, mais favorece a evaporação.

Quando a TSM é superior a 27°C a evaporação é intensificada.

A taxa de evaporação é diretamente proporcional a TSM.

Na região tropical, onde se observa TSM de 26°( a 30°(, a evaporação da


água do mar é intensa e espontânea, resultando uma extraordinária
transferência de energia do oceano para a atmosfera, que chegará aos
altos níveis da atmosfera, conduzida pelo vapor d'água, o qual liberará
calor latente no processo de condensação, resultando na formação de
nuvens e precipitação.

A TSM é um dos fatores porque a precipitação na região tropical é tão


intensa, chegando a afetar seriamente a visibilidade do navegante.

2.3 - CONDENSAÇÃO

Para que ocorra a condensação do vapor d'água contido no ar


atmosférico e desencadeie o processo de formação de nuvens em
determinado nível de altitude, é necessário que haja resfriamento do ar
até que a umidade relativa (UR) tenha atingido o índice de 100%.

A atmosfera a cada nível de altitude tem uma temperatura do ar distinta,


porque conforme o ar sobe, ele se expande e consequentemente, se resfria .

Então podemos observar que uma massa de ar que tenha um movimento


ascendente, terá a cada nível de altitude uma temperatura, que será cada
vez mais fria à medida que o ar for subindo.

47
Esse resfriamento afetará continuamente a umidade relativa da massa de
ar que está subindo. A umidade relativa irá aumentando gradativamente
até a massa de ar atingir o nível em que ela chegará a 100%.
Esse nível é denominado nível de condensação e a temperatura do ar
nesse nível será a própria temperatura do ponto de orvalho (TPO). Nesse
nível se iniciará a condensação, à qual continuará a se processar com a
subida da massa de ar .

Observamos que esse nível de condensação coincide com o nível da base


das nuvens baixas.

Adiabática é o processo de transformação em que não ocorrem trocas


térmicas com o meio ambiente.

•ooo
Adiabj liu

JOOO

Nín•l d ~
2000 '-<-- - - - f Ond t n!l•çi o

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~
1000
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:( SuptrfÍ<'if' L _ _ _...J_ _ _ _ .L------::----~;----~
· 10 o 10 20 ... •o
l ·t:MPt:RAT I1RA (•C) ~

FIGURA 1-30
ADIABÁTICAS SECA E ÚMIDA (ATIVIDADE CONVECTIVA)
Como no processo adiabát ico não exist e troca de calor entre a massa de ar e o ambiente, a ascensão
do ar não saturado tem duas et apas di stintas: abai xo e acim a do nível de co ndensaçã o.
A parcela de ar fresco não saturado, em movimento ascendente co m taxa de vari açã o (Lapse rat e)
adiabática seca de (10°( por km), se resfri a e sua umid ade relativa aumenta. Ao al ca nçar a
t emperatu ra do ponto de orvalh o no nível de cond ensaçã o, a parce la de ar atinge a saturação
(umid ade relat iva 100%). Continu ando a ascender é desenca dea da a cond ensação e, porta nto, a
libera çã o de calor lat ente. A influência do ca lor latente liberado faz co m que a parce la de ar saturado
ascend a com t axa de vari açã o adiabáti ca úmid a (6°( por km) que é menor. Co nsequentemente a
parce la de ar sa turada não se resfria t ão rapidamente quanto a parce la de ar não saturado (F onte:
MORAN, 1994, modifica da).

Por ocasião da evaporação da água é necessário que haja absorção de


energia do meio ambiente, na forma de calor latente de evaporação, ao

48
passo que na ocasião da condensação do vapor d'água ocorre liberação
de energia na forma de calor latente de condensação.

A ascensão do ar seco até o nível de condensação se processa segundo


uma adiabática seca, a partir do nível de condensação a energia liberada,
em altitude, aquece o ar ambiente, resultando que a ascensão do ar
continua a se processar, segundo uma adiabática úmida .

Constata-se que a significativa energia absorvida sob a forma de calor


latente na evaporação, permanece armazenada na umidade do ar até
ser liberada por ocasião da condensação.

Esta é a razão de se evidenciar a importância da observação da umidade


do ar, como fator preponderante na intensificação de fenômenos
meteorológicos e mesmo na ocorrência de tempestades.

Na atmosfera , para que ocorra a condensação do vapor d' água , há


necessidade de acréscimo de umidade e/ou resfriamento .

O processo mais frequente é o de resfriamento por ascensão do ar.

Daí o interesse pela s condições propícias à ascensão do ar, entre as quais


citamos:

a) aquecimento desigual da massa de ar (Convecção);


b) convergência do ar em baixos níveis;
c) subida forçada por montanhas;
d) subida forçada do ar quente por rampa de frentes, etc.

2.4- NEBULOSIDADE

É interessante ressaltar que nebulosidade, ou seja, a cobertura do céu por


nuvens, não implica obrigatoriamente em precipitação.

O navegante pode observar durante dias o céu parcialmente nublado ou


mesmo totalmente encoberto e não ocorrer precipitação, que requer
condições favoráveis ao desenvolvimento de gotas de chuva.

Como instabilidade atmosférica e ocorrência de atividades convectivas,


possibilitando a formação de nuvens de desenvolvimento vertical, tipo
Cumulus, nas quais a ocorrência de precipitação é mais frequente .

Observa-se então que o tipo de nebulosidade depende das condições


atmosféricas (ver capítulo 11). Se o ar estiver estável, se formarão nuvens

49
tipo Stratus ou Estratiformes, ao passo que nuvens tipo Cumulus ou
Cumuliformes de desenvolvimento vertical se associam ao ar instável.

É comum se observar muitos Cumulus ao longo de uma linha de


instabilidade. A altitude da base da nuvem é função das condições
atmosféricas presentes, às quais condicionam a altitude do nível de
condensação, resultando a ocorrência de nuvens baixas, médias ou altas .

O navegante poderá também, pela claridade que atravessa as nuvens,


observar a espessura das mesmas. Normalmente as nuvens estratificadas
tipo Stratus são pouco espessas, ao passo que as nuvens tipo Cumulus são
mais espessas, dificultando a passagem da luz solar.

É comum o navegante observar, que o céu escurece com a chegada de


um temporal, provocado por nuvens Cumulonimbus.

A observação da nebulosidade possibilita o navegante ter uma ideia das


condições de estabilidade atmosférica presente, pois a nebulosidade dá
uma indicação da quantidade e dos tipos de nuvens, bem como a altura
de suas bases.

O conhecimento dos processos de formação dos diferentes tipos de


nuvens assim como sua dissipação é importante para quem observa a
nebulosidade. A nuvem é uma aglomeração de gotículas de água
provenientes da condensação do excesso de vapor d'água para a
temperatura do ar do respectivo nível de altitude. Dependendo do nível
de altitude teremos gotículas de água ou cristais de gelo ou ambos
misturados.

Temos também núcleos de condensação, ou seja, partículas sólidas em


suspensão que exercem importante função de aglutinar as gotículas de
nuvem e possibilitar o desenvolvimento de gotas de chuva. Para a
formação de uma gota de chuva, com tamanho suficiente que garanta sua
queda até a superfície do solo, é necessário aglutinar, em torno do núcleo
de condensação, muitos milhares de pequenas gotículas de nuvem.

Em geral as nuvens são sustentadas por correntes ascendentes e parecem


flutuar na atmosfera, mas seus elementos se movimentam constantemente.

É interessante ressaltar a importância da nebulosidade como um dos


parâmetros utilizados para avaliação do estado do tempo, destacando
que a observação da nebulosidade é efetuada em oitavos de céu
encoberto, de 1/8 a 8/8, onde 8/8 indica que o céu está inteiramente
encoberto.

50
Além disso, é indicada a porção do céu, encoberta por nuvens baixas,
médias e altas, considerando os níveis de altitude de suas bases.

À noite, o navegante observando as estrelas visíveis, pode fazer uma


razoável estimativa da quantidade de nuvens.

O navegante deve ter especial atenção ao observar a parte do céu


próxima ao horizonte. Naquela região, as nuvens aparentam estar mais
agrupadas, parecendo que o total de nuvens é maior que o real.

É interessante o navegante acompanhar a evolução da nebulosidade,


considerando a variação da quantidade de nuvens no céu e a
intensificação ou desenvolvimento das já existentes .

O aumento da nebulosidade indica nuvens em formação, existência de


correntes de ar ascendentes e condições favoráveis à instabilidade.

A diminuição da nebulosidade indica nuvens em dissolução, existência de


correntes de ar descendentes e condições favoráveis à estabilidade . A
constância da nebulosidade caracteriza estabilidade, não devendo
ocorrer fenômenos significativos.

Outro aspecto interessante é observar o sombreamento provocado pelas


nuvens, o que ajuda a avaliar sua espessura e seu desenvolvimento vertical.

2.4.1- NUVEM (UMULONIMBUS {Cb)

FIGURA 1-31
CUMULONIMBUS
Conglomerados de nuvens Cumulonimbu s são
um a boa ind icação de região com inten sa
atividad e convectiva, como veremos mais
adiante. Nota-se que sua parte superior, devido
a divergên cia em altos níveis, se estend e
bast ante na direção do escoamento, assumindo
um form ato conhecido como bi gorna {Fonte:
DIGEST, 1980) .

51
FIGURA 1-32
CIRRUS COM GARRAS (RABO DE GALO)
Nuve ns Cirru s co m ga rras (Rabo de ga lo ou pré-
front ais) co m ace ntu ado des loca mento na
direção da embarcação são para o navegant e
uma boa indi cação de mau t empo se
aprox im and o. (Fonte: MORAN, 1994) .

CUMULONIMBUS (Cb)- (Fonte: DHN)

Cb sem Cirrus

2.5- NUVENS

As nuvens que mais interessam aos navegantes são :

Q Cumulonimbus (Cb)
Q Cumulus (Cu)
Q Stratus (St)
Q Cirrus (Ci)

As nuvens se classificam, segundo padronização internacional em dez


tipos, dependendo da altitude da base da nuvem, ou seja, da parte da
nuvem mais próxima da superfície do solo ou do mar. Esses dez tipos de

52
nuvens se agrupam como nuvens baixas, médias e altas, podendo ficar
dispostos como se segue :

Quadro I- 1: Classificação das Nuvens


Nuvens Baixas Nuvens Médias Nuvens Altas
Stratus (SI) Altostratus (A s) Cirrus (Ci )
Nimbostratus (Ns ) Altocumul us (Ac ) Cirrostratus (Cs )
Stratocumulus (Se ) Cirrocumulus (Cc )
Cumulus (C u)
C umu lon imbus (Cb)

(Fonte: DHN)

A nuvem do tipo Cumulonimbus (Cb) se constitui num caso especial, pois


tendo grande desenvolvimento vertical ocupa todos os níveis.

No entanto, deve ser observada como nuvem baixa.

Este tipo de nuvem (Cb) é o responsável pelas trovoadas e tempestades


que o navegante costuma enfrentar, razão pela qual o assunto é tratado
no Capítulo 111.

Outra importante fonte de informação sobre o estado do tempo é a


nuvem tipo Cirrus com garras (rabo de galo) . Pelo acentuado
deslocamento esta nuvem revela indícios de aproximação de mau tempo .
Nesse caso tem Cb se aproximando, com Cirrus no topo do Cb .

Para o navegante ter uma ideia da altitude do nível de condensação, que


resultou nas nuvens observadas, pode-se considerar que nuvens baixas
são aquelas que têm suas bases situadas aba ixo do nível de 2000 metros;
nuvens médias são aquelas localizadas entre 2000 e 6000 metros de
altitude; e nuvens altas formam-se acima de 6000 metros de altitude.
Normalmente, as nuvens altas são inteiramente constituídas de cristais
de gelo.

A identificação dos diversos tipos de nuvens requer do navegante certa


experiência e cuidados.

Recomenda -se que a definição do tipo da nuvem observada seja efetuada


com rapidez, para não criar dúvidas no observador. Uma interessante
ferramenta dispon ível é o Quadro de Nuvens modelo DHN -5906,
distribuído pela DHN e que pode ser obtido nas Capitanias dos Portos.

53
c. • I CIRR US an filwncntns. C>fl'INIS rlll<r uumentando c. • 2 CIRR IIS dcn_,..,., em bnnoos que: nr1o awncnwn

CH • 4 CIRRI JS em fibr.1S. com gnrru. ownenUtndo

CH • ) C! RRI JS dc:ri •·odos de ctmurlonimbu.<

l'., 4 CIIUWS <'!Tl ~. invudindoocéu progn:ssivamc:ruc

C • 5ClRRIIS clouCIRROSTRAn · ~em foi <a.<oumenl:m-


~- nào alingjuJo .t s· lk ullura
FIGURA 1-33
QUADRO DE NUVENS (Fonte : DHN)

54
C,. = 8 ClRROSTRATUS ni1o cobrindo IOdo o céu

C" a 1 CIRROSTRA TUS cobrindo IOdo o céu

Classificação de Nuvens- eM C" • 9 CIRROSCUMULUS pn:dominallcs

C,. = I (h>2500ml Al.ffiSTRA TUS translúcidos C,. • l AL TOSTRATUS lrilnSiúcidos

C,. = 2 ALTOSTRATUS oparos ou NlMBOSTRA Tl JS

FIGURA 1-34
QUADRO DE NUVENS (Fonte: DHN)

55
<·• • 41 tv2500m)ALTOC'U M ULUS tmn:;ltll:idoscm bancos C" • J( h>2500m) AL TOC'UM ULUS tronslúcidos. que cor-
oU l enticul~ rem em urn ou nuus mvcas

- ' ~rii@lll--
--=...-.

-
C" 5 ih>2000-2500m )AL I'OC UM ULUS em fai xa.< ou f.tJ~~~~-~BUU~ULU S derivados de CU M UI.lJS ou de
camadas. aumentando ou espessando

r = 7 ( h ~ 2000-2500m ) AI TOC' l ' M ULUS em cumuJa C • 8 (h • 2000-2500 ) 1\I.TOC' I IM UU IS em tufo>


d~pl tc ou OJl'IW> lL':ittiuJos u AL"I OS'I RA I'US d'IM I JJ IFO RMJ·S

C = M ih % ~ 000 - 2500ml 1\J.'I OCl ' M ULUS em tufos (' Q ALI Ol'U M L'LU S em l:éu cuótil:o. g~o:ruhnen t l' crn
d'I Mt JJ JJ·ORMrSdi<pcN>< \'ários nhcis

FIGURA 1-35
QUADRO DE NUVENS (Fonte: DHN)

56
l'1 - I
~IR~ J~ (h-600- IOOm) CU MULONIMBUS sem coroas de

C,- 2 C UMUL US (h9>00-IU00m) oongcslus (com torres) C, - 2 CIJMlJI.l JS (h-600-I OOOrn) congcstus (com IOITCS )

C, - 4 STRATOCUMULUS. derivados de cumult<' C, = 4 (h- 1000-1 SOOm) S'ffiA TOCUMULUS. derivados de


ClUIIUi l l~

C1 - 5 STRA TOCUMULUS. nilo Jcrivtkk>s <k cumulu.< C, - 5 (h ~ I 000- 1 5000m) STRA TOCU MUL US. niloderiva·
dOs de cumulus
FIGURA 1-36
QUADRO DE NUVENS (Fonte : DHN)

57
CL =6 STRA TUS NEBULOSOS ou STRA TUS FRAtTUS C1 z 6 (ll'"'S().I OOm) STRA rus

CL = 7 STRATUS FRACTUSouCUMULUSFRACTUSdc: CL• 7 NIMBOSTRA Tl JS ou Slrnlus de: mau tempo


mau tcmoo

~iJ-;.! ~1: ~~~~-115 e S'ffiA TOC!JMIJ LI JS com bose em


i,-~~.l..~S~MULUS. e STRA TOCUMULUS
1 1

CL- 9 CUMULONIMOUS com coroa de: CIRRUS CL = Q CUMI JI.ONIMRUS CAPJLI.A TlJS. frcqiK:ntemente
com wnu bll9>fllt1

FIGURA 1-37
QUADRO DE NUVENS (Fonte: DHN)

58
2.6- PRECIPITAÇÃO

Precipitação é definida como a queda das gotas d'água, das partículas de


gelo e cristais de gelo ou flocos de neve, quando os seus tamanhos e pesos
são suficientes para romper o equilíbrio entre a força da gravidade e as
correntes de ar ascendentes . Ocorre também pela diminuição das
correntes de ar ascendente, responsável pela sustentação das nuvens na
atmosfera .

A precipitação líquida pode ser classificada em chuva e chuvisco ou garoa


e a precipitação sólida em neve, granizo e saraiva .

Quanto ao aspecto de continuidade com que ocorre, a precipitação pode


ser classificada em contínua, intermitente e em pancadas.

Esta última situação ocorre com nuvens Cumuliformes .

A precipitação é classificada também, quanto ao aspecto da intensidade


e redução da visibilidade, em garoa, chuvisco fraco, chuvisco moderado e
chuvisco forte, chegando a última situação a reduzir a visibilidade a
menos de 500 metros. Fato este para o qual o navegante deve estar
alertado .

Q Pancadas de chuva são caracterizadas por curta duração, rápidas


flutuações de intensidade, início e fim, bem definidas e
provenientes de nuvens convectivas.
Q. Nuvens estratiformes desencadeiam precipitação contínua,
duração superior a 1 hora ou precipitação intermitente, duração
inferior a 1 hora .
Q Precipitação pode ser de chuva, neve, granizo, etc.

~ 3- VISIBILIDADE NO MAR
3.1- NÉVOA ÚMIDA I NEVOEIRO
Os nevoeiros se formam e se intensificam por saturação do ar e imediata
condensação do excesso de umidade, ou seja, condensação do vapor
d'água que ultrapassa a capacidade do ar saturado na nova temperatura
atingida, denominada Temperatura do Ponto de Orvalho (TPO).

59
O que caracteriza o nevoeiro e o diferencia da nuvem, é que a formação
do nevoeiro sempre ocorre na camada da atmosfera junto à superfície .
Superfície essa que afeta a temperatura do ar e propicia a formação de
nevoeiro, como nos casos dos nevoeiros de radiação e advecção.

O resfriamento do ar precisa sempre ser suficiente para que a TPO seja


alcançada .

Tanto na formação das nuvens como na formação dos nevoeiros, a


saturação do ar, se dá por resfriamento do ar.

No caso das nuvens o ar sobe, se expande e, consequentemente se resfria


até atingir a temperatura do ponto de orvalho e iniciar a condensação,
formando as nuvens em altitude.

No caso dos nevoeiros, o. ar em contato com a superfície se resfria até


atingir a temperatura do ponto de orvalho e iniciar a condensação,
formando os nevoeiros junto à superfície do continente ou do mar. Por
ser a condensação junto à superfície, os nevoeiros afetam
consideravelmente a visibilidade horizontal, sendo por esta razão de
grande interesse para os navegantes.

Os tipos mais comuns de nevoeiros são: nevoeiro de radiação, que ocorre


normalmente sobre o continente e o nevoeiro de advecção que é o tipo
mais frequente sobre o mar, sendo por isso de especial interesse dos
navegantes.

Como advecção significa deslocamento horizontal do ar, entendemos que


esse tipo de nevoeiro ocorre quando há deslocamento horizontal de uma
massa de ar com as condições propícias à formação de nevoeiro, ou seja,
uma massa de ar quente e úmida se deslocando sobre uma superfície
bem mais fria . No deslocamento horizontal do ar quente sobre uma
superfície mais fria, haverá um resfriamento da camada mais baixa dessa
massa de ar.

Como a massa de ar deverá ser úmida, então será possível com esse
resfriamento que a temperatura do ponto de orvalho seja atingida e a
condensação se inicie.

Há necessidade que nessa situação haja um fraco vento para possibilitar


a mistura do ar inferior com as camadas de ar imediatamente acima e
assim dar prosseguimento ao desenvolvimento e intensificação do
nevoeiro, e com isso ir afetando cada vez mais a visibilidade .

60
Para que haja dissipação do nevoeiro, é necessário que o processo
caminhe ao contrário, ou seja, haja aquecimento da superfície e
consequentemente elevação da temperatura do ar.

O nevoeiro pode também ser dissipado pelo aumento da intensidade do


vento, que facilitará a mistura do ar da camada inferior com o ar das
camadas superiores, resultando no aumento também da temperatura,
superando assim a temperatura do ponto de orvalho (TPO), cessando a
condensação e propiciando a evaporação das gotículas d'água presentes
no nevoeiro .

O nevoeiro de radiação que ocorre sobre o continente se baseia no


resfriamento da superfície do solo, a partir do instante do pôr do sol.

A ocorrência do nevoeiro de radiação é comum pela madrugada e manhã,


sendo mais intenso pela manhã . Sua dissipação se inicia após o nascer do
sol, pelo aquecimento do solo . Se dissipando completamente nas
primeiras horas da manhã .

Já o nevoeiro de advecção não tem hora para ocorrer, por isso os


navegantes deverão ter especial atenção nas cond ições propícias à
formação de nevoeiros de advecção para não serem surpreendidos em
situação adversa de má visibilidade ao retornarem com suas embarcações
e terem de demandar o canal de acesso ao porto em condições de má
visibilidade.

Fato esse comum de ocorrer no final da tarde em dias em que a TSM está
acentuadamente baixa em relação à temperatura da superfície do
continente e consequentemente à temperatura do ar. Se as condições de
circulação do vento, da umidade do ar, TPO e da TSM , forem prop ícias, o
navegante poderá encontrar nevoeiro de advecção.

É recomendável ao navegante acompanhar a evolução e a tendência da


circulação local , assim como a temperatura do ar (T) sobre o continente e
a TSM , e também a umidade relativa do ar sobre o continente, bem como
a temperatura do ponto de orvalho do ar continental. Ter especial
atenção à diferença entre a TPO e a TSM, para verificar a possibilidade
de nevoeiro.

A TSM precisa sempre ser menor que a TPO.

Entretanto além da possibilidade, para verificar a facilidade para a


ocorrência, ter atenção à diferença entre a temperatura do ar (T) e a TPO
calculada . Constatada a possibilidade, será fácil a formação de nevoeiro

61
quando essa diferença (T- TPO) é bem próxima em mar aberto e à costa
e a umidade relativa do ar for bem alta, algo como 95%. Então se constata
possibilidade e facilidade de ocorrência de nevoeiro.

O conhecimento das condições propícias permite o navegante ficar mais


seguro quanto à possibilidade da ocorrência ou não do fenômeno, uma
vez que se as condições favoráveis não forem atendidas, o processo de
formação de nevoeiro não ocorrerá .

É também importante o ar estar estável, ou seja, sem movimento


ascendente forte.

É interessante o navegante estar atento aos seguintes aspectos:

Q Além do resfriamento obrigatório do ar, as condições propícias


à formação de nevoeiro de advecção requerem que as
temperaturas tenham a relação T>TPO>TSM;

Q Nunca ocorrerá nevoeiro quando T>TSM>TPO, porque o


resfriamento do ar, até atingir o equilíbrio com a superfície do
mar, não será suficiente para alcançar a TPO, tão necessária à
saturação e ao desencadeamento do início da condensação e da
formação de névoa úmida.

Q Névoa úmida e nevoeiro são obstruções da visibilidade nas


camadas superficiais da atmosfera, causada por gotículas de
água em suspensão.

Quando a visibilidade é restrita a menos que 1 (um) km, se


denomina de nevoeiro.

Q Ocorrência de orvalho é observada quando a umidade se


condensa sobre a superfície e geada quando a umidade de
congela sobre a superfície.

3.2- NÉVOA ÚMIDA E NÉVOA SECA

O processo de formação da névoa requer resfriamento do ar até atingir a


temperatura do ponto de orvalho (TPO) e iniciar a condensação do vapor
d'água. Apresentam gotículas d'água associada à vento fraco.

Em situação de calmaria ocorre apenas orvalho.

A névoa pode ser úmida ou seca .

62
A névoa úmida se ficar muito forte é denominada de nevoeiro. Ela
apresenta pequena quantidade de matérias sólidas em suspensão
associadas às gotículas d'água que são pequeníssimas e mais dispersas. A
névoa úmida é caracterizada pela sua cor acinzentada.

A névoa seca apresenta grande quantidade de poluentes atmosféricos e


cores diversas, em função da paisagem associada. Apresenta uma
tonalidade azul-chumbo, quando vista na direção de um fundo escuro
como cidades ou serras. Porém a coloração da névoa seca torna-se
amarelada ou alaranjada, quando a névoa seca é vista na direção de um
fundo claro, como o sol ou nuvens no horizonte.

A umidade está sempre abaixo de 80% na névoa seca, ao passo que na


névoa úmida a umidade é alta, mais de 80% .

Na realidade a névoa seca é a concentração de poluentes atmosféricos


sólidos como poeira, fumaça, etc., quando essas minúsculas partículas em
suspensão no ar se situam numa altura que fique abaixo do nível de
condensação das nuvens mais baixas.

3.3 -VISIBILIDADE

O nevoeiro reduz a visibilidade a menos de 1 km e, no caso de nevoeiro


denso, esta diminui a menos de 500 metros.

Navegar com má visibilidade é perigoso para a navegação, portanto deve-


se ficar atento quando as condições forem propícias à sua formação .

Logo que for observada a ocorrência de nevoeiro é preciso pôr em prática


as medidas de segurança estabelecidas pelos regulamentos nacionais e
internacionais.

A visibilidade dos pontos notáveis à navegação e do balizamento é


seriamente prejudicada pela presença de nevoeiro, o qual se apresenta
na camada da atmosfera baixa, com sua base junto à superfície, com seu
aspecto branco leitoso, pela suspensão de minúsculas gotículas d'água no
ar. Pode apresentar também aspecto cinzento caso haja grande
concentração de poluentes.

Quando o nevoeiro está muito denso, o navegante tem muita dificuldade


de identificar o balizamento e outras embarcações em movimento nas
proximidades, o que afeta sobremodo a segurança da navegação.

A visibilidade no mar é afetada pelos seguintes fatores:

63
a) precipitação;
b) névoa ;
c) nevoeiro;
d) espuma do mar arrastada pelo vento;
e) poeira; e
f) sal.
A chuva normalmente não reduz a visibilidade à superfície para menos de
lSOOm. Entretanto a chuva em pancadas fortes passageiras pode afetar
consideravelmente a visibilidade.

É interessante notar que o chuvisco ou garoa pode reduzir a visibilidade


em um grau maior que a chuva.

O chuvisco forte reduz a visibilidade a menos de 500 metros.

A névoa e o nevoeiro são os fenômenos que mais afetam a visibilidade.


Quando o estado do mar está severo, a espuma do mar arrastada pelo
vento afeta a visibilidade, podendo em situações de vento muito forte, as
espumas se desprenderem das cristas das ondas e reduzir
acentuadamente o reconhecimento de outras embarcações e perigos à
navegação.

A névoa é um fenômeno muito ligado às características ambientais da


região, já que a concentração de poluentes atmosféricos, ou seja,
presença de matérias sólidas em suspensão é um fator determinante para
sua ocorrência .

A névoa úmida reduz a visibilidade de 1 a 2 km e a névoa seca reduz de


1 a 5 km, enquanto o nevoeiro fraco reduz a visibilidade sempre a menos
de 1 km e o nevoeiro forte reduz a visibilidade horizontal do navegante
a menos de 100 metros.

É importante o navegante estar atento à previsão de nevoeiro de


advecção, que consiste em acompanhar a trajetória do ar quente e úm ido,
avaliar o resfriamento que o ar sofre no seu trajeto e atentar para que
haja condições propícias, tais como:

a) o mar seja bem mais frio do que o ar e a TPO;


b) movimento de ar sobre isotermas cada vez mais frias;
c) vento com velocidade moderada, não excessiva, ou seja, haja
vento fraco a moderado;

64
d) elevada umidade relativa ; e
e) grande estabilidade do ar.

ESCALA DE VISIBILIDADE
Português - Portuguese Inglês - English Milhas Náuticas - Nautical Miles Km

Muito Restrita Very Poor <O.'i <1


Restrita Poor 0 .5 a 2 1a4
Moderada Modera te 2 a5 4 a lO
Boa Good >5 >10
(Fonte: DHN )

~ 4- ASPECTOS RELEVANTES, CONCEITOS E EXERCICIOS

QUESTÕES E SOLUÇÕES- BASEADAS NO LIVRO TEXTO

C: INTERAÇÃO E COMPORTAMENTO DOS ELEMENTOS


METEOROLÓGICOS (capítulo 1)

Na natureza os parâmetros ambientais estão em permanentes


interações, possibilitando a evolução do estado do tempo, que pode ser
analisada e indicada na previsão do tempo .

Pode-se, então, discutir uma série de conceitos a respeito da afirmativa


acima . Tais como :

1- CALOR ESPECÍFICO é a quantidade de energia que uma substância


requer para elevar a sua temperatura de um grau Celsius.
2- Observam-se valores di stintos de calor específico para a água e para
o ar.
3- O planeta Terra absorve de formas distintas a energia solar, devido
ao ângulo de incidência resultante da rotação, da translação e da
latitude e também do albedo da superfície, de cada região.
Portanto, devido ao albedo, observa-se reflexão, de volta para o
espaço, de parcela da energia solar.
4- A energia solar é recebida pela superfície do planeta, porque o ar
atmosférico é transparente à emissão de ondas curtas do Sol.
5- A superfície se aquece, e então, por contato, aquece o ar inferior.
6- O ar aquecido abaixa a sua pressão atmosférica .

65
7- Como o aquecimento da superfície é diferenciado, observa-se
campo de pressão à superfície, com centros de baixa e alta pressão .
8- Campo de pressão à superfície gera circulação horizontal e vertical,
e formação de células.
9- O tipo de superfície exerce um papel significativo no processo de
interação dos elementos meteorológicos e na evolução do campo de
pressão, da circulação horizontal do ar, do movimento vertical do ar,
dos ventos, da nebulosidade, como no caso das células das brisas
marítimas e terrestres.
10- O movimento vertical do ar afeta, de forma adiabática, a sua
temperatura, e então, significativamente, a sua UR.
11- A variação da UR é inversamente proporcional à variação da
temperatura do ar.
12- No movimento ascendente a UR aumenta, podendo atingir a
saturação na temperatura do ponto de orvalho {TPO), com
ocorrência de nuvens.
13- No movimento descendente do ar ocorre o contrário: a UR diminui,
afastando-se da TPO, com ocorrência de céu limpo.
14- Na circulação do ar à superfície (advecção), a interação do ar com o
oceano - quando a TSM for MAIS FRIA que a TPO - pode afetar a
visibilidade no mar com possibilidade de formação de névoa úmida
de advecção, na área marítima.
15- Na região costeira continental pode ocorrer névoa úmida de
radiação, pela madrugada, devido ao resfriamento da superfície da
terra, possibilitando o ar atingir valor menor que a TPO.
16- Para ocorrer nuvens é necessário movimento ascendente do ar, que
pode ser por rampa de massa fria (frente fria), rampa de montanha,
convergência, aquecimento da superfície, etc.
17- No campo de pressão da configuração das isóbaras, o espaçamento
das isóbaras, indica os gradientes horizontais de pressão, que
afetam a intensidade dos ventos e sinalizam uma das condições
propícias à geração de ondas, que pode ser observada nas cartas
sinóticas, quando o espaçamento das isóbaras é bem estreito.
18- No movimento ascendente do ar, que ocorre de forma adiabática,
observa-se a interação dos elementos meteorológicos de acordo
com a lei dos gases da física clássica, ao longo da atividade
convectiva resultante.

.66
EXERCÍCIOS

1- Verifique quais as temperaturas que o navegante deve comparar na


previsão de nevoeiro de advecção, no mar.
2- Analise o comportamento da umidade relativa, na ocorrência de
resfriamento do ar.
3- Interprete a relação entre o ângulo de incidência da radiação solar e
os seguintes parâmetros : sazonalidade, latitude, translação da Terra
e rotação da Terra.
4- Interprete o comportamento da água do mar à superfície, em relação
à incidência da radiação solar, ao calor latente, ao calor sensível e a
TSM.
5- Comente as razões físicas de ocorrer sazonalidade e as razões das
épocas das estações serem diferentes no HN e HS, (verão, outono,
inverno e primavera) .
6- Comente as razões da duração do dia e da noite ser variável, ao longo
do ano, em ambos os hemisférios, principalmente em altas latitudes.
7- Comente os principais aspectos do balanço térmico do planeta Terra,
envolvendo terra-atmosfera e oceano.
8- Descreva o processo físico da variação da temperatura do ar com a
altitude. Ressalte a lei dos gases.
9- Descreva a variação vertical da pressão atmosférica e
consequentemente o comportamento das características físicas do
ar ascendente.
10- Comente o comportamento do vento em diferentes gradientes
horizontais de pressão, observados em configurações isobáricas.
11- Analise a variabilidade da expressão gradiente horizontal de pressão
e interprete a evolução da representação das isóbaras na região
próxima a um centro de baixa pressão, em acentuada queda de
pressão.
12- Em condições de aquecimento de ar, analise o comportamento da
umidade absoluta máxima, da umidade absoluta e da umidade
relativa.
13- Analise o comportamento necessário da temperatura do ar, para a
ocorrência da temperatura do ponto de orvalho (TPO) .
14- Comente as fases do ciclo da água e ressalte a quantidade de energia,
na forma de calor latente, envolvida nas mudanças de estado da
água.

67
15- Comente sobre o processo adiabático . Interprete o comportamento
do ar ascendente na adiabática seca e adiabática úmida .
16- Comente sobre o comportamento do ar na absorção de calor latente
de evaporação e na liberação de calor latente de condensação.
17- Descreva as condições propícias à formação de nebulosidade .
18- Descreva as principais características físicas do ar, que propiciam a
formação de diferentes tipos de nuvens .
19- Cite os principais aspectos de uma nuvem Cumulonimbus (Cb).
20- Comente as principais características do ar que permitem o
observador associar a ocorrência de nuvens Cirrus (Ci), paradas com
bom tempo.

Fonte: IBGE, 20 11.

68
CAPÍTULO 11

CIRCULAÇÃO DO AR E VENTOS

4 CIRCULAÇÃO DO AR NAS ALTAS E BAIXAS PRESSÕES


4 CAVADO- EIXO DO CAVADO
4 CONVERGÊNCIA E DIVERGÊNCIA
4 VENTOS CARDINAIS- HS E HN
4 BRISAS
4 CIRCULAÇÃO GERAL- VENTOS DE~ I VENTOS DE W
4 CÉLULA DE HADLEV
4 CORIOLIS I DESVIO DA DIREÇÃO DOS VENTOS
4 CAMPO DE VENTOS- SAZONALIDADE

Este capítulo pretende examinar as características do ar estável e instável,


das condições propícias à estabilidade e instabilidade do ar, da circulação
do ar de acordo com a configuração das isóbaras, dos centros de alta e
baixa pressão, dos cavados e cristas, das áreas de convergência e
divergência, das condições favoráveis à circulação das brisas, direções
---\ cardinais do: ventos e aspect~s da circulação geral da atmosfera.

-t 1- AR ESTAVEL E AR INSTAVEL

O movimento vertical espontâneo do ar atmosférico é um dos principais


parâmetros meteorológicos na evolução do estado do tempo.

Quando ocorrem condições de estabilidade atmosférica, a tendência do


tempo é a permanência do quadro presente com bom tempo .

A estabilidade significa que não há condições propícias à ocorrência de


movimentos ascendentes e descendentes do ar e consequentemente
suas implicações.

69
Nessa situação, as camadas de ar dos baixos níveis da atmosfera não
tendem a trocar de posição com as camadas de ar de níveis acima,
simplesmente por não ocorrerem fatores que afetem a densidade do ar
em altos ou baixos níveis.
Na atmosfera, a tendência natural é o ar mais denso, ou seja, mais frio
se posicionar abaixo do ar menos denso, ou seja, mais quente.

A este movimento espontâneo, denomina-se circulação direta .


Estabilidade atmosférica vem a ser exatamente a situação que não
apresenta condições favoráveis à ocorrência de circulação direta .

y-~
FIGURA 11-1
/ ~~ '\ rrio
CIRCULAÇÃO DIRETA

J J-1' '\~' Na natureza, de um a forma


espontânea, o ar quente (m enos
~ t tj denso) sobe e o ar frio (m ais denso )

~\~_.?f/'/'
desce, produzi nd o o movim ento do
ar conh ecid o com o ci rculação direta
tJU COIC
~_....?f (Fonte: MORAN, 1994).

Q INSTABILIDADE ATMOSFÉRICA

A instabilidade atmosférica caracteriza -se pela situação onde se identifica


a presença de condições propícias à circulação direta.
Essa tendência espontânea que pode estar influenciada pelo gradiente
horizontal de temperatura, gradiente horizontal de pressão, convergência
em baixos níveis, divergência em altos níveis, e dema is fatores que
favorecem, estimulam e provocam a convecção.
Sempre que numa área, com ar instável, se observa movimento
ascendente do ar em outra região próxima estará ocorrendo movimento
descendente do ar.
Esses movimentos verticais de ascensão e subsidência do ar (movimento
descendente) são associados a movimentos horizontais do ar de
convergência nos baixos níveis e de divergência nos níveis superiores.
Um importante parâmetro a ser considerado na avaliação do ar estável e
do ar instável é a evolução da diferença de temperatura entre a
temperatura da superfície do solo ou TSM e a temperatura do ar na
região.

70
Se houver uma tendência de aquecimento da superfície com consequente
elevação da temperatura do ar em baixos níveis, a evolução natural do
tempo será o desencadeamento de circulação direta . Sempre que a
camada de ar inferior fica mais quente que a camada de ar superior, o ar
menos denso sobe e o ar mais denso desce. A situação na qual não ocorre
a circulação direta espontânea é denominada inversão térmica, fato esse
que pode resultar em maior poluição atmosférica.

linha de instabilidade pode indicar ocorrência de circulação direta .

A instabilidade pode ser ocasionada também, por advecção de ar mais


quente em baixos níveis, ou advecção de ar mais frio em altos níveis.
Quando o boletim meteorológico ou a carta sinótica mencionarem a
presença de linha de instabilidade, significa que nessa região o navegante
encontrará condições de mau tempo, com possibilidade de intensas
precipitações e fortes ventos provenientes das atividades convectivas
decorrentes da circulação direta desencadeada pela instabilidade.

~ 2- CIRCULAÇÕES NAS BAIXAS E NAS ALTAS PRESSÕES

2.1- CENTROS DE BAIXA PRESSÃO

Centro de baixa pressão é a área onde ocorre uma depressão


barométrica. O centro de baixa é delimitado por uma série de isóbaras
quase circulares, que envolvem uma região de pressões baixas, ou seja,
uma área onde as pressões atmosféricas decrescem da periferia para o
centro. O centro de baixa pressão pode ser denominado de ciclone.

Como o comportamento meteorológico da atmosfera é diferente da


região tropical para as latitudes médias ou extratropicais, então se
considera também, dois tipos diferentes de centros de baixa pressão, os
ciclones extratropicais e os ciclones tropicais.

A circulação do ar em uma região de baixa pressão à superfície é no


sentido horário no HS e no sentido anti-horário no HN, e convergente
em ambos os hemisférios. Nos centros de baixa pressão à superfície a
circulação horizontal convergente do ar, está associada a movimento
vertical ascendente do ar.

71
FIGURA 11-2 (a e b)
CIRCULAÇÃO CICLÔNICA

a)HS
Iffi I83 A circu lação cic lônica do ar, que tem um
co mponente para dentro, num ce ntro de baixa
pressão, é no se ntido anti -horário no HN (figura a) e
b)HN
no se ntido horário no HS (figura b) . (Fonte : DHN)

FIGURA 11-3 FIGURAII-4


CENTRO DE BAIXA PRESSÃO (HN) CENTRO DE BAIXA PRESSÃO (HS)
A circulação ciclônica num centro de Baixa Pressão A circul ação ciclô ni ca num centro de
(HN) é no se ntido anti -horário. A pre ssã o diminui da Baixa Pressão (HS) é no se ntido horário .
periferia (1024 hPa) para o centro (1012 hPa). A (Fonte: DHN)
direção e inten sida de do vento estão representa das
pela sim bologia usa da na carta sinótica . O vento
so pra na direção da seta entrando pela extremidade
com os traços (de intensidade) e sa indo pela
extremidade co m o círc ulo (d e nebu losidade).
(Fonte : DHN)

I
uu
>>]83<< I
pressão
FIGURA 11-5
CARACTERÍSTICAS NUM
CENTRO DE BAIXA PRESSÃO
A circu lação do ar num centro de baixa
apresent a
horizontal. (Fonte: DHN)
movim ento

2.2- CENTROS DE ALTA PRESSÃO

Os centros de alta pressão fazem parte de sistemas de altas pressões


como da mesma forma os centros de baixa pressão fazem parte de
sistemas de baixa pressão. O centro de alta pressão à superfície, ou seja,
ao nível do mar, é a área onde ocorre uma elevação barométrica.

O centro de alta é delimitado por uma série de isóbaras quase circulares,


que envolvem uma área onde as pressões atmosféricas aumentam da
periferia para o centro.

72
O centro de alta pressão pode ser denominado de anticiclone.

A circulação do ar em uma região de alta pressão à superfície é no sentido


anti-horário no HS e no sentido horário no HN e divergente em ambos
os hemisférios. Nos centros de alta pressão à superfície a circulação
horizontal divergente do ar, está associada a movimento vertical
descendente do ar.
FIGURA 11-6 (a e b)
CIRCULAÇÃO ANTICICLÔNICA
A circu lação anticicl ônica do ar, qu e
t em um co m po nente para fora num
ce ntro de alta pressão, é no sentid o
horári o no HN (figura a) e no sentid o
a)HS b) HN anti -horári o no HS (figura b). (Fon te :
DHN)

FIGURA 11-7 FIGURA 11-8


CENTRO DE ALTA PRESSÃO (HN) CENTRO DE ALTA PRESSÃO (HS)
A circul ação anti ciclôn ica num ce ntro de Alta A circulaçã o anti ciclônica num ce ntro de Alta
Pressã o (HN) é no sentido horári o. A pressão Pressão (HS) é no se ntido anti -horá rio .
aumenta da periferi a (10 12 hP a) para o (Fonte: DHN)
ce nt ro (1024 hPa). (Fonte: DHN)

FIGURA 11-9 (a e b)
CARACTERÍSTICAS NM
CENTRO DE ALTA PRESSÃO
A circul ação do ar num ce ntro de Alta
Pressão ap rese nta movimento hori zontal
divergente e movimento vertical desce n-
dente (subsidência) . (Fonte: DHN)

Ocorre mudança no estado do tempo numa região quando os sistemas


de pressão se deslocam. A região sujeita aos efeitos de um anticiclone
que se movimenta, se afastando, ao mesmo tempo em que um ciclone se
aproxima e ocupa essa área, com suas características bem diferentes,
afetará as condições do tempo até então observadas.

73
Por esta razão, é muito importante o navegante, ao consultar a carta
sinótica de pressão à superfície, observar o posicionamento dos centros
de alta e de baixa e acompanhar pelos boletins meteorológicos os seus
deslocamentos.

Pela observação local da direção da circulação do ar, o navegante tem


possibilidade de identificar a sua posição relativa aos centros de alta e
baixa pressão.

·;~·~· ~ ) ~ ~~ ""oom"~"' «
\~ry~ I
~) ~f
-.... ~ PRBAIXA
ESSÃ O

~'/ ~ \ ' "'--- '----.___/./ ~ ~~


__..--- ~ \ " :/"

FIGURA 11-10 (a e b)
~ ---
IDENTIFICAÇÃO DA CIRCULAÇÃO DO AR

O navegant e pod e utilizar com o reg ra prát ica para id entificar a circulação do ar e sua posição em
relação aos ce ntros de Alta e Baixa pressão, a adoção do seg ui nte proce di mento : co locando-se de
costa para o VENTO t erá o ce ntro de Al ta pressão a sua esque rd a no HS (figura a) e a sua direita no
HN (figura b), enq ua nto que, terá o ce ntro de Baixa pressão a sua direita no HS e a sua esq uerda no
HN (Fonte: BARROS, 199 1, mod ifi ca da).

2.3- CAVADOS E CRISTAS

É da mais alta importância os navegantes visualizarem, na circulação


horizontal do ar os cavados e as cristas, indicados na configuração
isobárica.

Ressalta -se que a circulação é horizontal e, como tal, é representada


graficamente nas cartas sinótica de pressão à superfície. Os navegantes
ao iniciarem seus estudos de Meteorologia se equivocam neste aspecto,
devido a sua convivência com o mar, onde observam o comportamento
das ondas em seu movimento VERTICAL. Estando então os navegantes,
habituados a tratar de cristas e cavados das ondas no plano VERTICAL.
Esses mesmos navegantes, ao trabalharem com circulação do ar e cartas
sinóticas precisam estar atentos à ocorrência de cavados e estar
conscientes de que se trata de circulação do ar no plano HORIZONTAL.
Esse entendimento será útil, no capítulo 5, sistemas extratropicais
(frontais), onde serão apresentados os aspectos de cavados e das frentes
frias e quentes.

74
Cavado caracteriza -se pelo alongamento das isóbaras de um centro de
baixa pressão, em uma determinada direção, ou seja, ao longo do eixo do
cavado . Essa protuberância é mais pronunciada conforme as isóbaras se
afastam do centro de baixa para a periferia, ao longo do eixo do cavado .

Quando o cavado é bem acentuado, constata -se a circulação de ar frio


para regiões mais quentes e normalmente a ocorrência de frente fria . Por
esta razão é importante, na análise das imagens de satélites
meteorológicos e das cartas sinóticas de pressão à superfície, a
identificação das regiões onde ocorrem cavados.

Crista caracteriza-se pelo alongamento das isóbaras de um centro de alta


pressão, em determinada direção, ao longo do eixo da crista.

Essa saliência é mais acentuada conforme as isóbaras se afastam do


centro de alta na direção da periferia, ao longo do eixo da crista . Quando
a crista é bem pronunciada, constata -se a circulação de ar quente para
regiões mais frias . Por esta razão é importante, a identificação das regiões
onde ocorre crista.

Para facilitar essa observação, ressalta-se que o eixo das cristas está
sempre apontando para a direção das altas latitudes ao passo que o eixo
dos cavados está sempre voltado para o equador.

D l'o l o n o •· t c D

FIGURA 11-11 FIGURA 11-12


EIXO DA CRISTA (HN) EIXO DA CRISTA {HS)
O eixo da cri st a, em ambos os hemi sférios se O eixo da cri st a, no HS, aponta para o Polo
orie nta na direção das alta s latitudes. No HN, Sul (F onte : BRASIL. DHN, 1991,
o e(xo da crista apo nta para o Polo Norte modifi ca da).
(Fonte : BRASIL. DHN, 1991, modifi cada).

75
C UU I I \ ~ \0 "'jl) lO \11,. ( KIO 'UK f 1-

HIOH I004 HMIO 'l'ló 9n 992 996 I 000 Ifl04 lOM


1J" tQUADO R 1J

.[}. I:Q: : ;lOK .[}.


10 16 1012 1008 1004 1000 1000 1004 1008 IOil 1016

FIGURA 11-13 FIGURA 11-14 (a)


EIXO DO CAVADO (HN) EIXO DO CAVADO (HS)

O eixo do ca vado, em ambos os hemi sfério s, se O eixo do cavado, no HS, aponta t ambém
orienta na direção das baixas latitudes. No HN, para o equador (Fonte: BRASI L, DHN, 1991).
o eixo do cavado aponta para o Eq uador (fonte :
BRASIL. DHN, 1991).

FIGURA 11- 14 (b)


CAVADO no (HS)

O eixo do cavado associa do ao sistema


fronta l no HS. (Fonte: DHN)

i~1~

MOVIMENTO MOVIMENTO
DESCENDENTE ASCENDENTE FIGURA 11-15 (a e b)
CONVERGÊNCIA E DIVERGÊNCIA

\ I/ I DO AR À SUPERFICIE

Se o ar desce de altos níveis, então diverge à

\
/ .. ...'""" ! . \·~· superfície (figura a). Se o ar converge à
superfície, então ascende (figura b) . Esses
tipos de escoa mento do ar pode m ca usar
va riaçã o na densi dade e na pressão do ar
(Fonte: MORAN , 1994, modificada) .

2.4- CONVERGÊNCIA E DIVERGÊNCIA

A interação da circulação horizontal com o movimento vertical do ar pode


resultar em ocorrência de convergência ou divergência do ar. Observa-se

76
que a convergência à superfície está associada ao movimento ascendente
do ar e à divergência em altos níveis, ao passo que, divergência à
superfície está associada ao movimento descendente do ar e à
convergência em altos níveis.

FIGURA 11-16
• ~~~~RfG~~CIA~ CIRCULAÇÃO DO AR EM UM ANTICICLONE
AR SCENOEHTE
Nesta vi sualização de uma seção vertical de
um anticiclone, o ar converge em altos
níveis, ocorre subsidência e o ar diverge à
·---OIVERG~HCIA - - - ·
HORIZONTAL
superfície (Fonte : MORAN, 1994,
SUPERFiciE modificad a).
/ I / / / / / / / / / / I / / / / I / I / / / DA TERRA

DIVERGêNCIA
~ORIZONTA~~l----·~
FIGURA 11-17

I// I I////
+-·"
---··~CONVERGÊNCIA·--­
HORIZONTAL

// ///
SUPERFfCIE
/ / / 1 / / I 1JA TERRA
CIRCULAÇÃO DO AR EM UM CICLONE

Nesta visua li zação de uma seçã o vertical de


um ciclone, o ar converge à superfície,
ocor re ascensão e o ar diverge em altos
níveis (Fonte : MORAN, 1994, modificada).

Além disso, a ocorrência de convergência e divergência do ar pode estar


associada à alteração na aceleração do escoamento horizontal do ar.

A ocorrência de convergência pode estar associada à redução da


velocidade do escoamento do ar da circulação horizontal e a ocorrência
de divergência pode estar associada ao aumento da velocidade do
escoamento do ar da circulação horizontal.

Assim sendo, sempre que ocorrer convergência ou divergência em baixos


ou altos níveis haverá interação das circulações horizontal e vertical do ar.

, - ... FIGURA 11-18 (a e b)


M) ~ \
CONVERGÊNCIA E DIVERGÊNCIA
---+ ---+ ---+ : ---- ; --~ NO ESCOAMENTO DO AR
.... - ,
DIVERGêNCIA
Um aumento da velocidade do vento a
jusante do escoamento causa divergência

/
, - ... ' (figura a), enquanto uma redução da
velocidade do vento a jusante do
b)
: ---- ' ---+---+---+ I
escoamento causa convergência (figura b)
(Fonte : MORAN, 1994).
CON~ER<i'~!NCIA

77
HN -ALTOS NIVEIS: HS - ALTOS NIVEIS

CRISTA CAVADO CAV~

/-+--:.~
/'_
•:
•:
,,
?'7'/) R
' .,
"

-~ "
CONVERGE:NCIA HORLZONTAL
CAVADO CRISTA

FIGURA 11-19 (a e b)
CONVERGÊNCIA E DIVERGÊNCIA NO ESCOAMENTO DO AR, EM ALTOS NiVEIS
Os ventos gradiente em al tos níveis aumenta a velocid ade nas crista s e reduzem a velocid ade nos
cavados. Isto indu z convergência horizontal, em altos níveis, avante das cri st as e divergência
horizontal, em altos níveis, avante dos cavados. As linha s P1 e P2 são isó baras e P1 é maior do que
P2 . Escoam ento no HN (figura a) e escoame nto no HS (figura b) (Fonte: MORAN, 1994).

HN - BAIXOS NIVEIS:
HS -BAIXOS NIVEIS:

CRISTA CRIStA CAVADO CAVA

,., ,,
,, ,.,· / n
I
''
., /~
CONVERG~NCt A HORIZONTAL
I
CAVADO CRISTA

FIGURA 11-20 (a e b)
CONVERGÊNCIA E DIVERGÊNCIA NO ESCOAMENTO DO AR, EM BAIXOS NiVEIS
Os ventos gradiente em baixos nívei s aumenta a velocidade nos cavados e reduzem a velocid ade nas
cri sta s. Isto induz divergência horizontal, em bai xos níveis, ava nte das cristas e convergência

q
horizontal, em baixos níveis, avante dos cavados. As linh as P1 e P2 são isó baras e P1 é maior do que
P2. Escoa mento no HN (figura a) e escoa mento no HS (figura b) (Fonte: MORAN , 1994).

3- BRISAS E VENTOS

Q BRISAS Q DIREÇÃO DOS VENTOS NO


Q BRISAS MARÍTIMAS HS E NO HN
Q BRISAS TERRESTRES Q INTENSIDADE DOS VENTOS

3.1- BRISAS

Um dos processos meteorológicos mais conhecidos dos navegantes é a


ocorrência de brisas marítimas e brisas terrestres (terral) . Processos esses
decorrentes da circulação direta anteriormente mencionada. Na parte da
tarde, o navegante observa a brisa marítima .
O processo se inicia com a elevação da temperatura da superfície do
continente, o que desencadeia a circulação direta espontânea com
ascensão do ar sobre o continente e queda da pressão atmosférica na
área costeira.

78
Como a TSM não se altera, resulta em gradiente horizontal de
temperatura e consequentemente em gradiente horizontal de pressão
entre a região litorânea e o mar. Ocorre baixa pressão sobre o continente,
permanecendo alta pressão sobre o mar. O vento horizontal resultante é
no sentido do mar para o continente em baixos níveis. Fato esse que deve
ter especial atenção do navegante sempre que demandar o canal de
acesso de um porto, no período da tarde. Já pela manhã, o navegante irá
observar a brisa terrestre no sentido da costa para o mar. Isto se explica,
em razão da temperatura da superfície do solo estar mais fria, devido ao
resfriamento noturno do continente. É interessante lembrar que a TSM
não se altera durante o dia e a noite.

ã:-t'r!~c~
------ -
------------
-~-,.;:..-,..., '190
\!..._,r:. -- . 1000 hpa
hr• 980 hl"ll
990 hP111

t
----- - --
# _ - - - - - - - - - - - lO lU h11a 1000 hl)õt

FIGURA 11-21 FIGURA 11-22


BRISA DA MADRUGADA (TERRESTRE) BRISA DA TARDE (MARÍTIMA)
Como a TSM não apresenta variabilidade Com a TSM praticamente constante o
diurna, o resfriamento do continente ao longo aq ueci mento do continente durante o dia,
da madrugada, desencadeia um gradiente desencadeia um gradiente horizontal de
horizontal de pressão à superfície com pressão à supe rfície, com ascensão do ar
subsidência do ar sobre o continente (pressão sobre o continente e subsidê ncia do ar sobre
mais alta à superfície) e ascensão do ar sobre o mar, resultando a brisa marítima (Fonte:
o mar (pressão mais baixa à superfície), MORAN, 1994, modificada).
resultando a brisa terrestre (Fonte: MORAN,
1994, modificada).

FIGURA 11-23 FIGURA 11-24


BRISA TERRESTRE BRISA MARÍTIMA
A circulação do ar, no litoral, pela madrugada A circulação do ar, na costa à tarde e início da
e durante a manhã é do continente (mais frio) noite, é do mar (mais frio) na direção do
na direção do mar (mais quente) (Fonte: continente (mais quente) (Fonte: BRASIL.
BRASIL. DHN, 1991, modificada) . DHN, 1991, modificada).

79
3.2- VENTOS

A d i reção do vento é a direção de onde vem o vento .

O Vento é o deslocamento natural do ar em sua circulação livre e espontânea na


atmosfera . Nesses movimentos variáveis em intensidade e direção, constata-se
a observância das leis da física, da quantidade de movimento, da conservação da
energia, da termodinâmica, da mecânica dos fluidos .

Envolvendo forças de atrito, efeitos das turbulências e perturbações


atmosféricas em diferentes escalas. Em função da complexidade dos
processos, das forças, efeitos e relações envolvidas, no estudo dos ventos,
são escolhidos, com nomes característicos, alguns tipos de ventos
teóricos, de acordo com a escolha das forças consideradas e das forças
desprezadas.

Comenta-se muito rapidamente, sobre os ventos teóricos, denominados


geostrófico e gradiente, para que se possa entender melhor como se
comporta o vento de superfície, que é o vento que realmente se observa .
No equilíbrio hidrostático, a força do gradiente vertical de pressão se
equilibra com a força de gravidade.

O quadro abaixo apresenta de forma bastante sucinta, a relação das


forças envolvidas no caso de vento geostrófico, vento gradiente e vento
de superfície.

Quadro 11- 1- Ventos e Forças envolvidas

VENT O S
F~
E<li.Jili!!lKl
ttiJROSTA11CO
GEOSlR<Flco GRADIENTE SIJIERFiciE
GRADIEN\):
!EPRESSAO ' ' ' '
CORIQJS .
Cl'NTRiPET" . .' '
'
'
'
ATRITO . . '
GRA111Do\!E
'
. .
(Fonte: DHN)
Observação: x = considerada • = desprezada

Vento geostrófico é um vento horizontal sem aceleração que sopra ao


longo de um caminho RETO, em altitudes acima da camada de atrito. Ele
resulta do BALANÇO entre a força gradiente horizontal de pressão e a
força devido ao efeito de Coriolis . É um vento de larga escala.

80
Vento gradiente é também um vento de larga escala horizontal, sem
atrito e que sopra paralelo as isóbaras. Diferentemente do geostrófico,
sopra ao longo de um caminho curvo, devido à força centrípeta . Não é
consequência de balanço, pois é alterada a direção e não a velocidade . O
vento gradiente é a interação de 3 forças : força gradiente horizontal de
pressão, força do efeito de Coriolis e força centrípeta.

Vento de superfície é o vento resultante da interação de 4 forças: as 3


mencionadas acima, mais a força de atrito, devido ao efeito da superfície
do solo ou do mar.

O vento sopra paralelo às isóbaras, com uma pequena componente na


direção do centro de baixa pressão . O fluxo do vento, ou seja, sua
intensidade ou velocidade é diretamente proporcional à intensidade do
gradiente horizontal de pressão.

Pode-se ilustrar a velocidade do vento com o seguinte exemplo : o


escoamento do vento se dá nos "corredores" formados pelas isóbaras.

A mesma quantidade de ar que escoa quando o "corredor" das isóbaras


é largo terá de escoar quando o "corredor" das isóbaras for bem estreito.
Nessa situação o vento terá de ser mais rápido, para passar pelo
"corredor" estreito, toda a quantidade de ar que for chegando da parte
larga.

Pode-se visualizar que num rio, o escoamento da água se comporta da


mesma forma, quando as margens são mais estreitas, a correnteza do rio
aumenta, para dar vazão a todo o volume de água que chega da parte
larga. Constata-se então, como é importante para o comportamento da
velocidade do vento, a configuração do gradiente horizontal de pressão.

É da mais alta importância, ao examinar a carta sinótica de pressão à


superfície com a plotagem das pressões e o traçado das isóbaras,
identificar as regiões com forte gradiente horizontal de pressão, porque
nessas áreas a velocidade do vento é maior.

A direção do vento é a indicada pela configuração das isóbaras, visto que


o vento normalmente sopra na direção paralela às isóbaras.

O vento é um vetor definido pela sua velocidade ou intensidade e uma


direção. A direção do vento é a direção de onde vem o vento.

É interessante o navegante acostumado a trabalhar com rumo da


embarcação não fazer confusão com a medição e indicação da direção do

81
vento, que é indicada de modo diferente do rumo . O rumo é para onde
vai a embarcação.

A direção do vento é de onde provém o vento.

A velocidade do vento é expressa em nós. Um nó é igual a uma milha


náutica por hora. Pode ser expressa também em metros por segundo. No
Meteoromarinha usa-se força Beaufort para intensidade do vento .

O instrumento que faz a medição da velocidade ou intensidade do vento


é o anemômetro. A indicação da direção de onde sopra o vento é dada
pelo anemoscópio ou cata-vento.

Quando a velocidade do vento é irregular com flutuações rápidas em


período e intensidade, é usado o termo rajada e quando há ausência de
movimento do ar, diz-se que há calmaria.

3. 2.1- VENTOS FORTES

Ao longo do ano observam-se, no HS, ventos fortes em agosto e


setembro no mar aberto e na costa do Brasil, nas Regiões Nordeste e Sul
com direção do mar para a costa . Ventos vindos do mar geram vagas e
marulhos nos oceanos, resultando nesses meses o PIOR período do
estado do Mar no Oceano Atlântico Sul, afetando as plataformas de
Campos e da bacia de Santos . Paralelamente ressalta -se que esses meses
são os melhores para geração de energia eólica nas áreas costeiras e no
continente, nessas regiões Nordeste e Sul do Brasil.

3. 2.2- CÁLCULO DO VENTO VERDADEIRO A BORDO DE EMBARCAÇÕES

Vento relativo corresponde aos valores medidos a bordo de uma


embarcação . Estes valores são medidos no anemômetro e no
anemoscópio que normalmente estão instalados no mastro da
embarcação e indicados nos mostradores de velocidade e direção fixados
no passadiço.

Quando se mede o vento a bordo de uma embarcação em movimento, os


valores obtidos não correspondem ao vento que realmente existe na
região. Estes valores do vento relativo indicados nos mostradores de
velocidade e direção são o resultado da combinação do vento referente
ao deslocamento da embarcação com o vento verdadeiro .

82
Assim, para obter-se o vento verdadeiro, partindo do vento relativo,
adota-se o seguinte procedimento :

1 - Efetua-se a leitura dos mostradores . A velocidade em nós e a direção


em relação à proa da embarcação .

2- Efetua-se a anotação do rumo verdadeiro e da velocidade da


embarcação em nós.

3- Efetua -se a soma da leitura da direção do vento relativo em relação à


proa da embarcação com o rumo verdadeiro da embarcação e obtém -
se a direção do vento aparente. Chama-se de vento aparente o vento
relativo à proa corrigido do rumo, portanto expresso em graus
verdadeiros.

4- Têm -se dois vetores: um definido pelo rumo e velocidade da


embarcação e o outro definido pela direção e velocidade do vento
medido (vento aparente). Pode-se então construir um triângulo com
esses dois vetores e um terceiro segmento que será definido pela
direção e velocidade do vento verdadeiro. Sendo que todos os
segmentos do triângulo deverão estar na mesma escala de
comprimento. Para tal, usa-se uma rosa de manobra graduada de 0° a
360°, para possibilitar a plotagem da direção do vento e do rumo.

5 - A partir do centro da rosa (ponto O), com os valores do rumo e


velocidade da embarcação, traça-se um segmento cuja extremidade é
o ponto A.

6 - Em seguida, a partir do ponto O traça-se outro segmento com os


valores da direção do vento aparente e da velocidade do vento
relativo, cuja extremidade é o ponto B.

7- Une-se o ponto A ao ponto B, formando-se o terceiro segmento do


triângulo, cuja direção e comprimento representam os valores da
direção e velocidade do vento verdadeiro . Transportar para o centro
da rosa o segmento AB, usando régua paralela ou dois esquadros.

8- A direção do vento verdadeiro é dada pela orientação do segmento


AB, considerada sempre do bordo da embarcação por onde entra o
vento aparente, plotado na rosa . Para efetuar a leitura do
comprimento do segmento AB, usa-se a mesma escala e teremos a
velocidade do vento verdadeiro.

Veja a figura a seguir:

83
TRIÂNGULO DO VENTO VERDADEIRO

Direçl!o e velocidade do
vento verdadeiro

centro da rosa O< lli' 8


Direçl!o e velocidade do vento aparente

Exemplo: Para calcular os valores do vento verdadeiro, sabendo-se que a


direção do vento relativo era 150° e a velocidade 24 nós; e o rumo da
embarcação era 180° e a velocidade 15 nós; utiliza-se na rosa de manobra
os seguintes valores :

Q Direção do vento aparente= 150° + 180° = 330°.


Q Velocidade do vento relativo = 24 nós.
Q Rumo do navio= 180°.
Q Velocidade do navio = 15 nós.

Solução:
Q Direção do vento verdadeiro= 340°.
Q Velocidade do vento verdadeiro= 38 nós.

3. 2.3- DIREÇÃO E INTENSIDADE DOS VENTOS (HS/HN)

DIREÇÃO DE ONDE VEM O VENTO NO HN E NO HS

HN -Centro de Baixa e Centro de Alta (no HN)


DIREÇÃO CARDINAL DOS VENTOS

HN HN

(a) (b)
FIGURA 11-25 (a e b)
DIREÇÃO DE ONDE VEM O VENTO- HN

84
HS- Centro de Baixa e Centro de Alta -(no HS)
DIREÇÃO CARDINAL DOS VENTOS

HS HS

(a) (b)
FIGURA 11-26 (a e b)
DIREÇÃO DE ONDE VEM O VENTO- HS

É importante ressalta r que a direção do vento observado a bordo é


pontual, ou seja , depende da posição da embarcação em relação à
circulação do ar. Ressalta -se também que direção do vento é de onde vem
o vento .

A figura 11-25 (a) (HN) (baixa) mostra a ronda da direção do vento na


sequência anti-horária : de E, de NE, de N, de NW, de W, de SW, de Se de SE .

A figura 11-26 (b) (HS) (baixa) mostra a ronda da direção de W, de NW, de


N, de NE, de E, de SE, de Se de SW. (horária).

INTENSIDADE DO VENTO (Figura 11-27)

( ; radiente = diferença de 11rcss~o \p


1'. = 1008 Espaçamento 1111 d is t~ ncill ~ --::\i!

FIGURA 11-27
GRADIENTE HORIZONTAL DE PRESSÃO
Estreitos espaçament os entre isóbara s (fortes gradientes) propo rcionam ventos de maior
intensi dade, influ encia ndo o comporta mento do esta do do tem po e do est ado do mar, co mo vere mos
ma is adiante . (Fonte : SAN NINO, 1980).

85
ESCALA BEAUFORT DE VENTOS

(Fonte : DHN)

=::; 4- CIRCULAÇÃO GERAL DA ATMOSFERA

A extraordinária energia da radiação solar recebida pelo planeta Terra é


absorvida de forma diferenciada pelas regiões tropicais, de latitudes
médias e de altas latitudes. A região tropical absorve mais energia do que
emite, ficando com saldo positivo de energia, enquanto as regiões polares
absorvem menos energia do que emitem, ficando com saldo negativo.

Para que esse desequilíbrio do Planeta Terra seja mantido em níveis


estabilizados, ocorrem espontaneamente, circulações atmosféricas do ar
e correntes oceânicas, transportando energia.

Essas circulações são de grande escala ou planetárias, diferindo das


circulações regionais do ar, das monções (regionais), das circulações dos
sistemas sinóticos (1000 km) e dos sistemas de mesoescala (locais).

A busca do equilíbrio térmico origina e desencadeia a circulação


meridional de grande escala, que transporta calor da região tropical para
as regiões de médias e altas latitudes (célula de Hadley).

1 - O saldo de energia de cada grande região depende da saída pela


emissão de ondas longas permanentemente emitidas pela superfície
da Terra e da entrada pela radiação solar no respectivo dia e local.
2 - O saldo poderá ser positivo com aquecimento ou negativo com
resfriamento.

86
FIGURA 11-28
CIRCULAÇÃO GERAL

A atmosfera com sua circul ação geral e os oceanos com


suas co rrentes oceânicas qu entes e fri as, contribuem
para o equilíbrio t érmico do nosso plan eta, de forma
natural e espontânea. A circulação gera l da atmosfera
O"
transporta em baixos níveis, ar frio na direção do
equador e em altos níveis ar quente na direção dos
polos (Fonte: MORAN , 1994).

A circulação geral da atmosfera pode ser observada em duas direções


básicas : a circulação meridional, no sentido norte/sul ou sul/norte, e a
circulação zonal, no sentido leste/oeste ou oeste/leste.

Na circulação meridional se observa a célula de Hadley, com movimento


ascendente do ar no equador e circulação meridional em altos níveis, na
direção das altas latitudes, até a latitude de 30°, quando tem movimento
descendente e circulação meridional à superfície, nas direções do
equador e das altas latitudes.
FIGURA 11-29
CIRCULAÇÃO MERIDIONAL

A circulação norte-sul (meridional)


Tropopau s:. frent e aprese nta circulações características a
P N ~r polar ca da trinta graus de latitude (0° a 30°, 30°

~"""'
TropoJUIU §::t d a
........_,_ hui tude médi:•
a 60° e 60° a 90°). em ambos os
90. hemisférios, res ultando ascensão do ar e
611"
baixa pressão à superfície no equador,
subsidência e alta pressã o à superfície em
30° de latitude e ascensão de ar e baixa
pressão à sup erfície em 60° de latitude .
Na região trop ica l ocorre a ci rcu lação da
célula de Had ley com os ventos alísios, na
região de lat itudes média s ocorre os
O"
ventos de oeste e as frentes e na regi ão
de altas latitudes ocorre os ventos polares
de leste. Nota-se que a tropopau sa ocorre
em trê s seg mentos e que nesta figura a
escala verti ca l está ba stante exagerada
(Fonte: MORAN, 1994).

A célula de Hadley ocorre em ambos os hemisférios. Essa circulação da


célula de Hadley é que origina os ventos alísios e os ventos de oeste que
estão sujeitos aos efeitos da rotação da Terra .

Observa-se também que o movimento descendente do ar da célula de


Hadley, origina o cinturão de anticiclones nas latitudes médias.

87
------------------------------- ·.~,~~~:~~· u~•

al hf'os dr s •:

JO" ' lU" r. l tr':"\ 1u· s 20" s JO" S

A= Anticiclones subtropicais

FIGURA 11-30
CIRCULAÇÃO DAS CÉLULAS DE HADLEY

Na região tropical , ao longo do equador t érmi co, encontra-se a Zona de Convergência lntertropica l
(ZCIT), com significativo movimento ascendente de ar, devido a circu lação das cé lul as de Hadley, de
ambos os hemisférios, que desencadeiam à superfície os ventos alísios de NE (HN) e os ventos alísios
de SE (HS) e subsid ência de ar nos anticiclones subtropicais, (Fonte: MORAN, 1994).

A circulação meridional geral se completa com outras células nas faixas


de latitude, 30° a 60° (Ferrei) e de 60° ao polo, em ambos os hemisférios,
resultando cinturões de baixa pressão nas latitudes de 60°, enquanto se
observa alta pressão nas latitudes de 30° e baixa pressão na região
equatorial.

I' N

FIGURA 11-31
DISTRIBUIÇÃO GERAL DA PRESSÃO À SUPERFÍCIE

A circu lação meridional da atmosfera influencia as


característ icas da di stribuição geral da pressã o à superfície .
u· Portanto, observam -se regiõe s de al ta pressã o à superfície
(anti ciclones subtropicais) na s latitudes de 30° N e 30° 5, ao
passo que baixa pressã o a superfície sã o observada s na
região eq uatoria l, e nas latitud es de 60° N e de 60° 5 (Fonte:
MORAN, 1994).

PS

A circulação meridional é afetada pela rotação da Terra. Essa influência


da rotação da Terra sobre a circulação é conhecida como efeito da força
de Coriolis. O efeito da força de Coriolis provoca um desvio que é sempre
à direita da direção da circulação, no HN, e à esquerda, no HS.
1- Quando o vento meridional se aproxima da região equatorial o desvio
é para oeste (W) e quando o vento meridional se afasta da região de
baixa latitudes o desvio é para leste (E) em ambos os hemisférios.

88
I'N FIGURA 11-32
EFEITO DA FORÇA DE CORIOLIS
A circu lação meridional sofre influência da rotação da
TERRA, porque os círculos de latitude variam gradua lm ente
de tamanho (raio) e, portanto, também variam de
velocidade tangencial. Conforme se afastam do círculo do
O' equador, num sentido para latitudes norte e, noutro se ntido,
para latitud es su l, a circulação sofre, então, devido ao efeito
da força de corioli s, um desvio para a direita no HN e para a
esquerda no HS. Isto ocorre sempre que a circulação for
meridional no sent ido do norte-su l ou no se ntido su l-norte,
em ambos os hemisférios (Fonte: MORAN, 1994).
PS

Na circulação zonal observa-se: ventos predominantes da direção leste


(E) na faixa equatorial, ventos alísios de NE (no HN) e alísios de SE (no HS)
na região tropical; e ventos predominantes da direção oeste (W) nas
latitudes médias. Nesses escoamentos zonais de W, é que ocorrem
perturbações meteorológicas, que desencadeiam os sistemas frontais,
que são abordados no capítulo V.

I'N FIGURA 11-33


CIRCULAÇÃO GERAL INFLUENCIADA
PELA FORÇA DE CORIOLIS
Devido ao efeito da força de Coriolis, a
circu lação ge ral resulta nte ap re sent a na região
tropical ventos alísios de NE no HN e ventos
alísios de SE no HS, na região de latitudes
médias, ventos de oeste em ambos os
hemisférios e nas altas latitudes norte e sul,
ve ntos polares de leste (Fonte: MORAN, 1994).

PS
I,N
J

FIGURA 11-34
CIRCULAÇÃO DA
ATMOSFERA À SUPERFÍCIE
Representação em esca la planetária da
circulação da atmosfera à superfície e
anticic lones subtrop ica is (A) (Fonte: MORAN,
1994).

89
HN

FIGURA 11-35

( ) CORIOLIS

(1 ) Quando os ventos se afasta m do equa dor, a


w E
t rajetóri a desvia pa ra E.

\ ) (2) Quando os ve ntos se aprox im am do Equ ador, a


t rajet ó ria de svia para W.

HS

A circulação meridional é constantemente observada , devido a


permanente busca do equilíbrio térmico do planeta Terra. Essa circulação,
desviada pelo efeito da força de Coriolis, possibilita a ocorrência da
circulação zonal com ventos de E na faixa equatorial , ventos alísios de NE
(no HN) e de SE (no HS), nas regiões tropicais e ventos W nas regiões de
médias latitudes, em ambos os hemisférios .

Outro aspecto de circulação de grande escala, a ser destacado, é a


circulação regional do ar, das monções, que ocorre na Ásia e no oceano
Índico, com características bem distintas nas estações de inverno e verão
da região, apresentando ventos de SW (verão) e ventos de NE (inverno) .

O navegante deve ter especial atenção ao efeito da força de CORIOLIS na


circulação meridional do ar. Os ventos que se aproximam da região
equatorial desviam suas trajetórias para W, em ambos os hemisférios
(ventos ALÍSIOS).

Os ventos que se aproximam das baixas latitudes, por ter menor


velocidade tangencial, não conseguem acompanhar a rotação da Terra
para E. Então, tem sua trajetória desviada para W (ventos ALÍSIOS) . Nos
ventos que se afastam do equador, ocorre o contrário (desviam para E) .

FIGURA 11-36
CIRCULAÇÃO DO AR À SUPERFÍCIE

Circulação dos ve ntos Alís ios (vermelho),


dos ve ntos de Oeste (azu l) e das Monções
de Inverno e de Verão (Verde) .
Obse rvamos que os fenôme nos das
monções são co nse qu ências da extraor-
dinária variação de t emperatu ra e pressão
atmosférica do eno rme cont inente asiático du rante o inverno (monção da NE) e o verão (monção
de SW ), ao passo qu e a TSM do Índ ico perma nece prat icame nte a mesma ao longo do ano. Em
decorrência dos fortes ve ntos das monções, o navegante obse rva, no mar ará bico, estado do ma r
severo na cost a SW da Índi a (no ve rão ) e na costa NE da África (no inverno) (Fo nt e: DIGEST, 1980).

90
- \ S -CAMPO_ DE VENTOS NA COSTA DO BRASIL, NAS QUATRO
-1 ESTAÇOES DO ANO. EFEITOS DA SAZONALIDADE

Campo dt vtntos a 10 m dt aldtudt · Outono


Sérit ttmporal: i•lllo/1999 a novtm~ro/2009

FIGURA 11-37
HS- OUTONO- ABRIL- MAIO- JUNHO (Font e: IBGE, 2011).

1- São apresentados os 4 campos de ventos nas sazonalidades de


outono, inverno, primavera e verão .
2- Observam-se as significativas características das direções dos ventos
no litoral do Brasil, nas 4 estações.

91
3- Destaca -se a constancia sazonal na regi ão Norte, Nordeste, Leste do
Brasil devido a ocorrência da Célula de Hardey ser permanente no
oceano Atlântico Sul.

CiimJO de ventos il 10m de ilicitude • lnver•o


Série tem,oriil: julho/1999 il novem-.ro/2009

' ·.

e.;,. ~~.A
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/-
..... ,.-·,
1
)-~

FIGURA 11 -38
HS -INVERNO - JULHO- AGOSTO - SETEMBRO (Fo nte: IBGE, 2011) .

4- Nas regiões Sudeste e Sul do litoral do Brasil observam -se


significativas variações das direções dos ventos e ondas devido a área
ser afetada pela passagem de sistemas frontais, cavado e frente fria.

92
5- Este comportamento da direção dos ventos e das ondas e muito mais
signinficativo na s estações Inverno e Primavera .

Cam11o de ventos a 10m de altitude· Primavera


Série tem11oral: iulllo/1999 a novemllro/2009

I
I

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';=--~---'_;,.... .... ~-

FIGURA 11-39
HS- PRIMAVERA- OUTUBRO- NOVEMBRO- DEZEMBRO (Fonte: IBGE, 2011 ).

6- Já nas estações de Verão e Outono, observam -se mar mai s agitado


nas regiões do Norte, Nordeste e Leste do Brasil, no mar aberto .
7- Observam -se nas regiões Norte, Nordeste e Sul do Brasil, na área
costeira, afetando a costa, mar mai s agitado .
8- Estas informações climatológicas sazonais, observadas na carta de
campo de vento, possibilitam interpretações mensais do estado do
mar, no litoral do Brasil e no mar aberto do oceano Atlântico Sul.

93
9- É importante perceber que o parâmetro mais significativo é a direção
de onde vem o vento e as ondas .

C1m'o dt vutos 1 10 m dt 1ltit•de - Verio


Série tem,orll: i•lllo/1999 1 •ovtmtlro/2009

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FIGURA 11-40
HS- VERÃO- JANEIRO- FEVEREIRO- MARÇO (Fonte: IBGE, 2011).

10- A variação sazonal do estado do mar na célula de Hardley é afetada


pela penetração de ondas geradas no acenao Atlântico Sul, em
latitudes mais altas. Ondas estas que se propagam como marulhos e
afetam a região costeira do Nordeste do Brasil.
11- Nas plataformas da Bacia de Campos percebem -se que o pior
período de mar severo é na estação de Inverno e início da Primavera .

94
12- Observa-se também que a região Norte do Brasil é afetada pelos
ventos alísios do HN, na estação de Verão.

~ 6- CONCEITOS E EXERCÍCIOS

QUESTÕES E SOLUÇÕES- BASEADAS NO LIVRO TEXTO

C: CIRCULAÇÃO DO AR E VENTOS (capítulo 2)

Q A permanente busca do equilíbrio térmico do planeta terra


desencadeia as circulações da atmosfera e do oceano .
Q A circulação geral do ar em células de grande escala, como Hadley
e Ferrei, estabelece padrões nas circulações tropicais e de
latitudes médias e altas, com os respectivos ventos alísios e
ventos de W, que resultam as trajetórias das tormentas tropicais
e dos sistemas frontais, respectivamente.

Pode-se, então, discutir uma série de conceitos a respeito da afirmativa


acima . Tais como :

1- Um gradiente horizontal de temperatura significativo desencadeia


um gradiente horizontal de pressão, que resulta em circulação
horizontal do ar à superfície . Advecção é o movimento horizontal do
ar.
2- Convecção é o movimento vertical do ar.
3- Na advecção do ar pode ocorrer resfriamento do ar ou aquecimento
do ar, devido à interação do ar com a superfície.
4- A interação do ar com a superfície pode alterar a temperatura do ar,
afetando, consequentemente, o comportamento de parâmetros, como
pressão do ar e a umidade relativa (UR) e até a visibilidade à
superfície .
5- Na convecção, o movimento ascendente do ar resulta sempre em
resfriamento do ar e, consequentemente, aumento da UR e
possibilidade de nebulosidade .
6- Já o movimento descendente do ar, resulta sempre em aquecimento
do ar e, consequentemente, diminuição da UR e inibe a possibilidade
de nebulosidade.
7- Em uma célula observa -se interação do movimento horizontal do ar
com o movimento vertical do ar, resultando à superfície áreas de

95
convergência de ar na (B), com movimento ascendente do ar e de
divergência de ar na (A), com movimento descendente do ar.
8- Na circulação de mesoescala de uma brisa marítima, observa-se
circulação do ar, do mar para a costa, à tarde.
9- A brisa marítima é mais forte em latitudes mais baixas e na
sazonalidade de verão .
10- Na circulação de mesoescala de uma brisa terrestre, observa-se
circulação do ar, da costa para o mar, pela madrugada.
11- A brisa terrestre é mais forte em latitudes médias e altas, e na
sazonalidade de inverno.
12- Observam-se sentidos contrários nas circulações horizontais, em
áreas de baixa (B) e de alta (A) pressão à superfície.
13- Nas circulações ciclônicas (B) do HS é sentido horário.
14- Nas circulações anticiclônicas (A) do HS é sentido anti-horário.
15- Os sentidos de circulação do ar são distintos nas (B) do HS e do HN,
e também diferentes nas (A) do HS e do HN.
16- As circulações meridionais são afetadas pela força de Coriolis .
17- Os ventos meridionais frios desviam as trajetórias para W e os ventos
meridionais quentes desviam as trajetórias para E, em ambos os
hemisférios.
18 - Os ventos zonais não são afetados pela força de Coriolis.
19- As células de Hadley com os (B) e (A) e a circulação dos ventos alísios
à superfície e dos ventos contra-alísios em altos níveis, ocorrem nas
regiões tropicais de ambos os hemisférios durante todo o ano .
20- O centro de baixa pressão à superfície na (ZCIT) e o centro de alta
pressão à superfície (A), das células de Hadley podem ser
identificados nas cartas sinóticas e nas imagens de satélite,
divulgadas diariamente.
21- Na imagem, a ZCIT é observada pela faixa de intensa atividade
convectiva com nebulosidade característica de conglomerados de
Cb, na região do equador térmico, com coloração bem branca.
Na imagem, o centro de alta pressão à superfície (A), da célula de
Hadley é observado em área bem escura, na latitude da Bahia, na
Metárea V.

96
EXERCÍCIOS

1- Observe as circulações horizontais e verticais no HN e no HS.


2- Observe os sentidos das circulações dos centros de baixa pressão (B),
em ambos os hemisférios.
3- Interprete as circulações e justifique a razão de se associar as regiões
de centro de baixa pressão (B), ao mau tempo .
4- Ressalte as características das isóbaras na ocorrência de um cavado,
no HS.
5- Comente as razões físicas do movimento divergente do ar, inibir a
formação de nebulosidade.
6- Descreva o comportamento da temperatura da água do mar à
superfície (TSM) na ocorrência das brisas marítima e terrestre.
7- Descreva as razões físicas das brisas marítimas serem mais intensas
na estação de verão e nas regiões tropicais.
8- Identifique a direção do vento observado pelo navegante ao cruzar
com a trajetória de um centro de baixa pressão (B), no oceano
Atlântico Sul. Simule inúmeras situações.
9- Interprete a circulação geral da atmosfera. Identifique as direções
dos ventos alísios do HN e do HS, os ventos de W e as células de
Hadley de ambos os hemisférios.
10- Evidencie as regiões dos anticiclones permanentes.
11- Analise os efeitos da força de CORIOLIS, na circulação dos ventos
alísios do HN e do HS.
12- Analise a interação da convergência dos ventos alísios, das células de
Hadley e dos anticiclones permanentes ao longo dos respectivos
círculos de latitude de ambos os hemisférios.
13- Analise as circulações propícias a ocorrência de ar estável e de
instabilidade.
14- Analise os seguintes parâmetros em uma configuração isobárica :
gradiente horizontal de pressão, área de vento forte e espaçamento
das isóbaras.
15- Faça o esquema de um cavado no HS e assinale o eixo do cavado e
identifique a direção de onde vem o vento em alguns pontos da
circulação horária deste cavado.
16- Faça esse mesmo exercício para o HN.
17- Identifique as posições de centros de alta e baixa pressão à superfície
pela interpretação da circulação do ar no HS.
18- Faça esse mesmo exercício para o HN .

97
86
CAPÍTULO 111

DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADES
CONVECTIVAS E Cb

~ ATIVIDADES CONVECTIVAS

~ CONDIÇÕES PROPÍCIAS/ PROCESSOS CONVECTIVOS


~ INTERAÇÃO DAS CIRCULAÇÕES HORIZONTAIS E
VERTICAIS
~ CUMULONIMBUS {Cb)- TROVOADAS

Este capítulo pretende examinar as características do processo


convectivo, detalhando a sequência de etapas do desenvolvimento de
atividades convectivas e as condições favoráveis ao desencadeamento e
intensificação do processo de formação das nuvens Cumulonimbus e a
ocorrência de trovoadas.

1- PROCESSO CONVECTIVO E CONDIÇÕES PROPÍCIAS

O processo convectivo se caracteriza pela ascensão natural e espontânea


do ar quente. Este processo se inicia com a simples circulação direta,
originada no aquecimento do ar à superfície, em decorrência do
aquecimento dessa superfície pela radiação solar.

Esta ascensão de ar quente desencadeia a redução da pressão


atmosférica à superfície, o que vem a facilitar a convergência de ar à
superfície, necessária para suprir, com escoamento contínuo de ar, a
região em que está ocorrendo a ascensão de ar quente.

Se esse ar que está convergindo continuar a se aquecer, a ascensão de ar


quente se manterá, dando prosseguimento ao processo convectivo.
Processo esse que precisa ser intensificado para possibilitar o

99
desenvolvimento de at ivid ades convectivas que re sultem na f ormaçã o de
Cumulu s e estes em Cumulon imbus e consequentemente tu rbulência do ar
nos níveis mais el evados, trovoad as, relâmpagos e inte nsa precipitaçã o.
E se as condições prop íc ias ocorrerem o processo convect ivo se
desenvolve espontaneamente até atingir a intensid ade de te mpestad e ou
torm enta .
PROCESSO CONVECTIVO

- ...
.... . ,..,..,..
Adiabildal

- .,. (:A•)

-
1._
'<----- Ninl d..
l"'HHHn~lUI(:iQ

! ··~· dC' , -.riatio


( I O"C'!k.}

""'
§
... .
<~~~· L----L---~---~---~L----J

Tt::.\ l.rlt KATl KA f '( •1---3>


. 1t J6 ..
(a)
FIGURA 111-1
PROCESSO CONVECTIVO

A circulação convergent e do ar, em to rn o de um centro de ba ixa pressã o à superfície, envo lve o


tra nsport e hori zontal de energia (ca lor lat ente) de uma região para outra e a co nvecção, com se u
movimento ascendent e, aca rret a transport e vert ica l dessa energia que ao atingir, no nível de
con densação, a t emperatura do pont o de orvalh o e, portanto, umi dade relat iva de 100%, co meça a
se r liberado gradu almente a medida que o ar úmido subin do continu a a expandir-se e, resfriar-se,
caract erizand o a oco rrência do processo convectivo (Fonte: BRASIL. DHN , 19 9 1, modifica da).

É interessante, então, o navegante entender quais são as condições


favoráveis para que um processo convectivo atinja o estágio de
desenvolvimento de uma tormenta .

O primeiro aspecto a ser pensado é a extraordinária quantidade de


energia envolvida nas atividades convectivas. Energia essa transportada
dos baixos níveis para os níveis mais elevados . Pensar também nas
principais fontes de energia e suas transformações ao longo do processo
convectivo . A convecção se inicia com o aquecimento da superfície pela
radiação solar e prossegue com o aquecimento do ar à superfície, com a
circulação direta, com ascensão de ar quente, com a convergência à
superfície, e com o movimento descendente do ar nas regiões vizinhas.

100
~------------------~ · Jil
Trmpo local

0900
fig. I

11100
r.g. b

-- .. _ /;/j
11 00
r.g. '

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--r --- -- --
.................
t
t
t
t
1200
r.g. d

\ f ~ ~ ~
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''-- ,_,_,_, - - -/,/ _..Y
1500
20 15 10 s r.g. '
-J
Diniin<las a P'• r11r da linha rMtrlra. rm Km

FIGURA 111-2
DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADES CONVECTIVAS NA COSTA

A atividade convectiva na costa inicia-se pela manhã (0900 hora s, fi gura a) e va i dese nvolve ndo-se ao
longo do dia (figura Q, f , f! e g ), devido ao co ntínuo aquecim ento do co ntin ente, qu e resul ta em
movimento ascendente do ar, co nvergê ncia em baixos níve is do ar marinho ma is frio, deslocamento
da nebulosid ade para o interior, ampli ação da circulação direta , com divergência em altos nívei s e
movimento descen dente do ar so bre o mar coste iro . A ci rculação do ar marin ho úmido, so bre o
continente aqu ecido intensifi ca a atividade co nvect iva co m grande libera ção de ca lor late nte, o qu e
favorece a form ação de nuvens de desenvo lvime nto vertical, tipo Cumulonimbus (Cb) (Fonte: DONN,
1978).

Nessa situação, observa -se que o aquecimento da superfície é


dife renciado . A existência de regi ão com aquecimento mais acentuado do
que as reg iões vizinha s, resulta em gradi ente horizontal de temperatura
e consequ entemente em gradiente horizontal de pressã o.

Na regi ão aquecida o ar quente, menos denso, pela convecção tem


movimento ascendente. O ar, ao elevar-se, expande-se e como
consequência de ter se expandido, resfria-se. O ar continua a se expandir
e se resfriar enquanto se eleva . Ao atingi r determ inado nível o ar seco
para de subir por estar suficientemente frio. Só continuaria a se elevar se
houvesse alguma fonte de energia a aquecê-lo neste novo nível de
alt itude.

101
FIGURA 111-3
- .....
·- s.,..n.lr

PROCESSO CONVECTIVO NA COSTA

A signi ficat iva diferença da va ri abi lid ade diu rna das tempe ratu ras do ar à superfície entre regiões
cost eiras e maríti mas favo rece a ocorrê ncia de ativi dades convect iva s no litoral e em ilhas oceânicas
(Fonte : DONN , 1978 ).

No ar seco não há fonte de energia, mas no ar úmido há uma poderosa


fonte de energia que é o calor latente armazenado no vapor d'água.
Então uma das condições favoráveis para intensificar a convecção é o ar
estar bastante úmido.

A convecção do ar úmido e quente ocorre naturalmente até ser atingido


o nível de condensação, ou seja, a altitude em que o ar atinge a saturação,
com sua umidade relativa igual a 100%. Nesse nível, a temperatura é do
ponto de orvalho (TPO) . A partir desse nível se proces sa a condensação e
a correspondente liberação de calor latente.

A liberação de calor latente em níveis elevados de altitude é a fonte de


energia necessária para o desenvolvimento da atividade convectiva .

As condições são bastante propícias, quando, as sociadas à grande


liberação de calor latente, provocada pela condensação do ar mu ito
quente e muito úmido, se observa também forte gradiente horizontal de
temperatura à superfície e consequentemente um acentuado gradiente
horizontal de pressão.

Esta situação favorece uma intensa convergência de ar quente e úmido


para a região de baixa pressão à superfície, onde ocorre a ascensão de ar,
continuamente, enquanto se desenvolve a atividade convectiva .

A forte corrente ascendente de ar propicia divergência de ar em altos


níveis e consequentemente correntes de ar descendentes e divergência à
superfície nas regiões vizinhas próximas a área de baixa pressão à
superfície o que completa e estimula a circulação direta e, portanto, o
processo convectivo .

102
Denomina-se nível de divergência nula ao nível de trans ição de
divergência para convergência ou vice -versa.

H E MIS F É IHO NORTE


I

FIGURA 111-4
CONVERGÊNCIA E DIVERGÊNCIA DO AR
Num ce ntro de bai xa pressã o em baixos níveis
a circulaçã o cicl ôni ca anti-horária (HN ),
aprese nta con vergê ncia do ar em baixos
níveis e movim ent o asce nd ente qu e favorece
a at ividad e convectiva e divergência do ar em
altos níveis. Num ce ntro de alt a pressão em
baixos níveis a circulação anti ciclônica horári a
(HN ), apresenta divergênci a do ar em baixos
níveis e movim ento desce ndente qu e inibe a
form ação de nebul os id ade e pro pi cia
co nvergência do ar em alto s níve is. (Fonte :
SANNINO , 1989, modif ica da).

FIGURA 111-5
INTERAÇÃO DA CIRCULAÇÃO VERTICAL COM A HORIZONTAL

Qu and o um a ativid ade co nvectiva é dese nca dea da num a det ermin ada região forma -se um a
circu lação ve rtica l e hori zo ntal qu e interage m com as reg iões vi zinh as, form and o um a cé lula . A
extremid ade asce nd ente na área de baixa pressão à superfície (B) e a extrem idade desce nd ente na
área de alta pressão (A), (Fonte: SANN INO, 1989, modifica da ).

Quando o processo convectivo ocorre na região marít ima, observa -se a


importância da contribuição da umidade para o desenvolvimento da
atividad e convectiva . A vista disto constata -se o extraordinário
desenvolvimento convectivo que ocorre na Zona de Convergência
lntert ropical (ZCIT) e na regi ão tropical marítima .
Como ilustração desta situ ação, salienta -se que a fabulosa energia que
sustenta os furacões, provém da umidade do ar marinho, razão pela qual
os furacões enfraquecem e se dissipam ao penetrar no continente .
Até agora se apresentou o processo convectivo originado por
aquecimento da superfície, m as pode-se ter a ocorrência de atividades

103
convectivas causada por outros fatores como: o frontal, o orográfico, o de
linhas de instabilidade e o de forte convergência em baixos níveis. Esses
fatores propiciam a elevação da massa de ar.
Logicamente para que haja desenvolvimento da atividade convectiva,
estas correntes de ar ascendentes precisam satisfazer as condições
favoráveis à intensificação do processo convectivo, tais como: o ar
ascendente ser quente e bastante úmido, e a inclinação da superfície
frontal ser bem acentuada, como na situação de ocorrência de frente fria .
Da mesma forma, no caso orográfico, altas cadeias de montanhas podem
forçar o escoamento de ar a subir até elevados níveis de altitude . Nas
linhas de instabilidade, as condições meteorológicas são favoráveis à
ocorrência de correntes de ar ascendentes e a formação de uma série de
trovoadas isoladas.
É comum se observar em linhas de instabilidade, condições de tempo
bastante severas, com ventos muito fortes e intensa precipitação de
chuva e granizo. A ocorrência de forte convergência do escoamento do ar
em baixos níveis resulta também em correntes de ar ascendentes e
desenvolvimento do processo convectivo .
É interessante, então, o navegante estar atento a ocorrência desses
fatores, na área marítima de seu interesse.

Q
2- CARACTERÍSTICAS DA NUVEM CUMULONIMBUS (Cb)

As nuvens tipo Cumulus são de maiores espessuras que as do tipo Stratus


e Cirrus, podendo-se constituir de gotículas de água e cristais de gelo,
quando seu desenvolvimento vertical supera a altitude do nível de
congelamento . As nuvens tipo Cumulus são formadas por processos mais
complexos que as do tipo Stratus .

Podem apresentar enorme desenvolvimento vertical, como no caso do


Cumulonimbus (Cb).
CUMUlONIMBUS (Cb} (Fonte: DIGEST, 1980)

Cumulonimbus ( Cb)

104
Essas grandes nuvens apresentam grande quantidade de vapor d'água,
água e gelo em constante movimento, em correntes de ar ascendentes e
descendentes, o que provoca grande turbulência na atmosfera, afetando
a superfície com fortes rajadas de vento.

RAJADAS de ventos são consequências da grande liberação de calor


latente de condensação, que aquece o interior do Cb, resultando forte
SUCÇÃO do ar de baixos níveis. Quanto mais úmido for o ar, mais fortes
serão as rajadas.

Esta situação é bastante preocupante para os velejadores, devido as


prováveis avarias nas velas das embarcações.

A presença de um Cumulonimbus (Cb) na atmosfera pode causar a


ocorrência de forte turbulência, precipitação intensa em pancadas,
relâmpagos e trovões, granizo, ventos muito fortes, rajadas, rápidas
quedas de temperatura, e em alguns casos acentuadas variações de
pressão, o que pode propiciar a ocorrência de tornado ou tromba d'água.

• Cinn a * 'it' \ t'


. . Cristais dr J,!l'io

FIGURA 111-6
CARACTERÍSTICAS DE UM Cb
O Cb atinge elevadas altitudes e ao longo de seu desenvolvimento vertical apresenta grande
variabilidade de temperatura nos diversos níveis de altitude, com presença de gota s de chuva s e
cri stai s de gelo nos níveis superiores. Os movimentos ascendentes e descendentes no interior do Cb
desen cadeiam intensa turbul ência e diferença de potencial el étrico, que resultam em relâmpago e
trovões, ou seja, trovoada s (Fonte: PETIERSEN, 5., 1968).

105
FIGURA 111 -7
CARACTERÍSTICA DE UM TORNADO
Um torn ado ou tro mba d'ág ua res ult a de
intensa ativi dade co nvect iva e libe ração de
ca lor lat ente no int eri or de um a imen sa
nuvem Cumu lonimbu s qu e desenc ade ia em
sua base um a sucção de ar de extrema
vio lência, (efeito se melhante a um
giga ntesco as pirador de pó). Esta sucção
aprese nta circul açã o em redemoinh o, com
elevad íssima velocidade (Fonte: SA NNI NO,
1989, modifi cad a).

A nuvem Cumulonimbus é ob servad a como nuvem baixa, ma s devido a


seu grande desenvolvimento vertic al ocupa muitos níveis de altitude
chegando mesmo a atingir os limites da troposfera. Apresentando no seu
topo, extensa nuvem de cristais de gelo tipo Cirrus, que alcança grandes
dimensões devido ao movimento divergente do ar na altitude do topo do
Cb. Enquanto à superfície ob serva -se o movimento convergente do ar, no
sentido da base do Cb, carreando ar quente e umidad e, qu e irão alimenta r
de energia o Cb, ou seja, a corrente de ar ascendente f avorece a
convecção intensa, presente no centro de um Cb, propi ciando a
condensação e liberação de calor latente.

FIGURA 111 -8
TORNADO
Um torn ado est á se mpre associa do a
um a nuvem Cu m ulonimbu s. Qu ando se
dese ncadeia sobre a superfície do mar é
co nh ecido co mo t romb a d'água. (Fonte:
MORAN, 1994) .

106
Uiuipando
ll
IJ
12
11
lO

Cllu10 Fonr Chuva lrH

FIGURA 111-9
CICLO DE VIDA DE UM Cb
Na form ação de Cumu lus, é inte nso o movim ento ascend ente do ar. Na fase de maturidad e é int ensa
a liberação de ca lor lat ente e o co nsequ ente dese nvolvimento vertica l e a prese nça de chuva fort e e
movim ento desce ndente de ar na parte de vante da nuvem. Na fase de diss ipaçã o o movim ento do
ar é descend ente, co m prese nça de chuva leve (F onte: MORAN, 1994).

O navegante pode constatar a presença de Cumulonimbus nas


proxim idades, se observar relâmpagos e trovões, provenientes de
descargas elétricas dentro da própria nuvem, dela para o solo ou para
outra nuvem, visto que a única nuvem que apresenta normalmente,
TROVOADAS (relâmpagos e trovões) é a Cumulonimbus.

Eventualmente, pode-se observar trovoadas também em alto Cumulus .


Estes fenômenos normalmente ocorrem no processo de fortes trovoadas.
Relâmpago é o clarão da descarga elétrica e trovão é o ruído dessa mesma
descarga .

Como a velocidade da luz é muito maior que a velocidade do som, o


navegante sempre irá perceber o rel âmpago antes do trovão. Trovoadas
são o conjunto de relâmpagos e trovões produzidos num Cb. Quando os
relâmpagos se dão a mais de 20 quilômetros de distância, já não se ouve
mais o trovão . À noite, ainda se pode observar o clarão dos rel âmpagos a
distâncias maiores .

1- O navegante pode observar Cb além do horizonte em determinado


azimute pela ocorrência de travadas .

2- A observação de trovoada é um bom indício de chegada de mau


tempo .

107
FIGURA 111-10
TROVOADA

Para o navegante a trovoada é um sign ificat ivo indício de região de mau tempo com presença de Cb,
ta nto à noi t e como durante o dia. (Fonte: MORAN , 1994, modificada).

É interessante observar que em nuvens Cb co m fortes trovoadas, rajadas


de vento superior a 30 nós precedem o temporal. A nuvem Cb apresen ta
cor escura, obstruindo consideravelmente a passagem da luminosidade
solar. A chuva é fo rte podendo apresentar granizo e é acompanhada de
vento descendente forte.

-
DESLOCAMDIT

"'
::: ... ...
E
E
<(

2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 JO
Distância horizontal (mil pés )

FIGURA 111-11
DESLOCAMENTO DE UM Cb

O Cb, na fase de maturidade, apresenta movimento desce nd ente do ar, com rajadas de grand e
intensi dade, na direção de seu deslocamento, atingindo extensa reg ião (Fonte: PETIERSE N, S. 1968).

108
2 . 1-INDÍCIOS DE MAU TEMPO

A presença de Cb, nas proximidades, é indício de ma u tempo para os


navega ntes.

A presença de Cb nas proximidades pode ser indicada pela ocorrência de


t rovoada , de rajada e de deslocamento de nuvens Cirrus tipo rabo de
galo e pancada de chuva . A presença de Cb pode indicar área com intensa
atividade convectiva isolada ou ass ociada a sistema frontal.

A EVAPORAÇÃO é uma pode rosa ferramenta do planeta Terra, para a


t ransferência de ENE RG IA DE CALOR LATENTE DE EVAPORAÇÃO do oceano
para a atmosfera, energia essa que em um momento oport uno será
LI BERADA dentro de um Cumulonimbus (Cb ).

3 - ASPECTOS RELEVANTES- CONCEITOS E EXERCÍCIOS

É interessante o navegante estar atento aos segu intes aspectos :

Q A at ividade convectiva pode ser desencadeada por movimento


ascendente do ar, por efeito de um forçante como rampa orográfica
ou rampa f rontal , ocorrência de convergência em baixos níveis e forte
aquec imento da superfície.
Q En t ret ant o a inten sificação dependerá obrigatoriament e da qua lidade
do ar ascendente, em termos de energia de calor latente disponíve l
para ser liberada . Te r-s e-á situações bem distinta s em ar frio e seco, ar
fri o e úmido, ar quente e seco, ar que nte e úmido e ar muito quente e
muito úm ido.
Q Em linha de instabilidade observa -s e ocorrência de instabilidade
convect iva .
Q Na última situ ação, ar muito quente e muito úmido, observa-se o
desenvol vim ento de intensa ati vid ade convectiva com Cumul onimbus
(Cb), rajadas de vento, gran izo e trovoadas.
Q Pancadas de chuva sã o cara cte riza das por curta du raçã o, rápidas
fl utu ações de intensi dade, iníci o e f im, bem defi nidas e proveni entes
de nuve ns .
Q Rajada ocorre qu ando se ob serva rápido aumento de intensidade do
vento. A variação entre a intensidade média do vento e os picos de
rajadas é de pelo menos 10 nós.

109
Q São características de uma tempestade a ocorrência de forte
circulação do ar, precipitação forte, trovoadas e granizos,
provenientes de nuvens tipo Cumulonimbus (Cb) .
Q Observa-se em cartas sinótica a simbologia linha com grandes traços,
que indicam a ocorrência de eixo de cavado e instabilidade
convectiva.

QUESTÕES E SOLUÇÕES- BASEADAS NO LIVRO TEXTO

C: ATIVIDADES CONVECTIVAS e NUVEM Cb /CONVECÇÃO (capítulo 3)


Uma atividade convectiva intensa, com ocorrência de nuvem
Cumulonimbus (Cb), é um processo adiabático de muitas etapas físicas de
interação dos elementos meteorológicos, do tipo de ar ascendente .
Significativa liberação de calor latente de condensação; pode influenciar
o desenvolvimento de tormenta com ocorrência de mar severo.

Pode-se, então, discutir uma série de conceitos a respeito da afirmativa


acima. Tais como :

1- O movimento ascendente do ar desencadeia o processo de


convecção, que propicia formação de nebulosidade. No ar
ascendente a UR sempre aumenta.
2- O movimento descendente do ar inibe o processo de convecção,
inibindo a ocorrência de nuvens. No ar descendente a UR sempre
diminui.
3- A qualidade de energia do ar ascendente é função da sua
temperatura e umidade absoluta à superfície . Esses parâmetros
influenciam a intensidade da atividade convectiva resultante e os
respectivos tipos de nuvem .
4- Os tipos de nuvens resultantes dependem da liberação de calor
latente de condensação. Energia essa armazenada desde a
superfície, como umidade absoluta .
5- Quanto maior a temperatura do ar (T), maior será a umidade
absoluta máxima e, portanto, maior poderá ser a energia
armazenada na umidade absoluta real desse ar. E,
consequentemente, maior liberação de calor latente de
condensação e possibilidade de tempestade, com ocorrência de Cb.
6- Quanto menor a temperatura do ar (T), menor será a umidade
absoluta máxima e, portanto, menor poderá ser a energia
armazenada na umidade absoluta real desse ar. E,

110
consequentemente, menor liberação de calor latente de
condensação e menor possibilidade de ocorrência de mau tempo
severo .
7- A denominação ar seco ou ar úmido depende da sua UR.
8- Portanto, pode-se ter ar frio seco ou ar frio úmido, e ar quente seco
ou ar quente úmido. Entretanto, a energia máxima de calor latente
armazenada em cada situação é função da sua umidade absoluta
máxima, que é diretamente proporcional à temperatura.
9- Um ar muito rico em energia de calor latente deverá ser muito
quente e muito úmido.
10- Uma das condições propícias para ocorrência de furacão é ar muito
quente e ar muito úmido. Situação observada no mar do Caribe em
agosto, setembro e outubro.
11- A ocorrência de nuvem Cirrus (Ci) parada é característica de ar seco
e situação de bom tempo.
12- Uma atividade convectiva intensa é percebida pela ocorrência de
trovoadas e presença de Cb.
13- A inclinação da rampa de subida do ar ascendente determina a
intensidade da atividade convectiva e, portanto, os tipos de nuvens
resultantes .
14- A rampa de uma frente fria propicia intensa convecção, com nuvem
Cb, enquanto a rampa de uma frente quente desencadeia moderada
atividade convectiva, com nuvens Stratus (St) e Cumulus (Cu).
15- Em uma rampa bem íngreme as nuvens se concentram em estreita
faixa, enquanto em rampa suave as nuvens se espalham em grandes
áreas. Essas características possibilitam a interpretação de frentes
frias e quentes em uma imagem de satélite IR.

EXERCÍCIOS

1- Defina convecção e atividade convectiva .


2- Descreva as condições propícias ao desenvolvimento de intensas
atividades convectivas.
3- Cite, na sequência lógica, as etapas de formação de uma nuvem
Cumulonimbus (Cb).
4- Comente que características extraordinárias uma nuvem
Cumulonimbus (Cb), precisa para possibilitar a ocorrência de
tornados ou tromba d' água.
5- Faça o esquema das circulações horizontais e verticais que interagem
regiões de alta (A) e baixa (B) pressão .

111
6- Defina trovoada, relâmpago e trovão e cite as razões fís icas de um
navegante observar bom tempo nas regiões vizinhas à área de
ocorrência de trovoadas, rajadas de vento e pancadas de chuva .
7- Descreva a evolução do estado do tempo à superfície, na área de
ocorrência de nuvem Cumulonimbus (Cb), devido à sucção
desencadeada pela liberação de calor latente de condensação,
dentro da nuvem.
8- Comente a evolução da enorme energia observada à superfície na
área de ocorrência de Cb .
9- Comente a razão de nuvem Cumulon imbus apresentar a forma de
uma bigorna e descreva as características do topo dessas nuvens.
10- Ressalte como o navegante pode observar indícios de mau tempo
além do horizonte.
11- Cite as razões de formação de nuvens Cumulonimbus na costa,
principalmente na estação de verão.
12- Comente as etapas do processo adiabático de desenvolvimento de
uma nuvem Cumulonimbus, com ocorrência de rajadas de vento.
13- Interprete a formação de nuvem Cumulonimbus (Cb), denominada
chuva de verão, resultante da circulação da brisa marítima .
14- Interprete a integração das áreas de bom e mau tempo associadas às
atividades convectivas resultantes da configuração das isóbaras.
15- Analise as condições propícias à formação de nuvens Cb ou Stratus
ou Cirrus, considerando a umidade relativa e a temperatura do ar,
nas seguintes situações: ar frio e seco, ar frio e úmido, ar quente e
seco, ar quente e úmido e ar muito quente e muito úmido.
16- Ana lise a integração de áreas de convergência e divergência à
superfície e em altos níveis.

112
CAPÍTULO IV

SISTEMAS TROPICAIS

4 METEOROLOGIA TROPICAL

4 SISTEMA BAROTRÓPICO

4 CÉLULA DE HADLEY- ZCIT

4 ALTA PERMANENTE DO ATLÂNTICO SUL


4 VENTOS ALÍSIOS DE SE I~ (HS)
4 ONDAS DE SE I~ (HS)
4 MAU TEMPO I TORMENTAS E FURACÕES
4 TRAJETÓRIA DO MAU TEMPO
4 MANOBRAS EVASIVAS DE UM FURACÃO
4 DESVIOS DAS TRAJETÓRIAS

Este capítulo pretende examinar as características dos ventos alísios, da


Zona de Convergência lntertropical (ZCIT), dos sistemas tropicais, dos
ciclones tropicais e dos furacões . É detalhado o processo de formação dos
ciclones tropicais, as condições favoráveis ao seu desenvolvimento e à
fonte de energia que possibilita os ciclones atingir estágios de
extraordinária intensidade.

Ressalta -se o comportamento da trajetória dos furacões em ambos os


hemisférios. São descritos os principais aspectos da sua circulação
ciclônica no HN e no HS, evidenciando-se os procedimentos para a
identificação dos semicírculos perigoso e navegável.

São apresentadas recomendações e manobras evasivas para os


navegantes se afastarem, em tempo hábi l, da perigosa trajetória do
furacão.

113
1 - VENTOS ALÍSIOS E ZONA DE CONVERGÊNCIA INTERTROPICAL
(ZCIT)

Ao se analisar a circulação geral da atmosfera, constata -se que nas


circulações de grande escala os ventos predominantes sopram na mesma
direção, com frequência constante durante todo o ano, variando sua
velocidade moderada, com períodos de maior ou menor intensidade . É
nesse tipo de circulação que se enquadram os ventos alísios
característicos das regiões tropicais, em ambos os hemisférios.

Como foi visto no capítulo I, o aquecimento e o resfriamento diferenciado


da superfície e consequentemente o aquecimento e resfriamento distinto
do ar à superfície são os fatores fundamentais para caracterizar as regiões
de baixa e alta pressão à superfície, respectivamente.

A vista disso, a circulação do ar das latitudes médias, regiões de baixa


temperatura e alta pressão à superfície, se faz em direção à faixa
equatorial da Terra, que se mantém durante todo o ano, mais aquecida e
se constitui numa região de baixa pressão à superfície .

Essa circulação do ar à superfície (célula de Hadley) caracteriza os ventos


alísios que sopram de NE no HN e de SE no HS. Como os ventos alísios do
HN e HS sopram de direções distintas e convergentes, observa-se então,
uma convergência à superfície na faixa equatorial da Terra, denominada
Zona de Convergência lntertropical (ZCIT), que oscila sua posição em
função do posicionamento do equador térmico, que varia da latitude 15°
N (verão no HN) a 5° N (verão no HS).

Observa-se então, que ao longo de quase todo o ano a ZCIT se posiciona


no HN acompanhando os deslocamentos das células de Hadley em ambos
os hemisférios.

A oscilação significativa da ZCIT, no verão do HN, deve-se a maior


continentalidade do HN . Constata-se também pequeno deslocamento da
ZCIT no oceano Atlântico Sul, no verão do HS.
Exceto no oceano Índico, onde a ZCIT pode ocorrer bem mais de 05° S.

1- O deslocamento acentuado da ZCIT determina as regiões afetadas


pela ocorrência de tormentas.

2- No oceano Índico esse deslocamento é muito grande e é responsável


pela ocorrência de monções de verão e monções de inverno .

114
VARIAÇÃO ANUAL DA ZCIT (VERÃO E INVERNO) (HS e HN)

FIGURA IV-1
ZONA DE CONVERGÊNCIA INTERTROPICAL (ZCIT)

A ZC IT apresen t a des locamento da estação de verão para a estação de invern o, se ndo este bem
acentua do na região do ocea no Índ ico, e prat icame nte se posicio na aci ma do Equ ador nos oceanos
At lântico e Pacífi co ao lo ngo de tod o o ano (Fo nt e: M ORAN, 1994 ).

Na ZCIT as ocorrências de convergência, de atividade convectiva, de


nebulosidade e de mau tempo associado a Cumulonimbus (Cb), variam
diariamente, razão pela qual a sua posição, assim como a intensidade da
convergência e da atividade convectiva resultante são registradas como
fraca, moderada e forte nos boletins e cartas meteorológicas diá rias.

Ao longo da circulação do ar à superfície, das latitudes médias para a faixa


equatorial, constata-se que há na célula de Hadley um desvio para a
direita (HN) e para a esquerda (HS). Tal fato se deve ao efeito da força de
Coriolis, devido ao movimento de rotação da Terra. Fato idêntico se
observa na circulação oceânica, conforme se verá no capítulo X.

O efeito da força de Coriolis afeta permanentemente essa circulação,


razão pela qual os ventos alísios no HN e no HS apresentam direções
distintas, soprando da direção NE no HN e da direção SE no HS.

Ao alcançarem a faixa equatorial os ventos alísios, de ambos os


hemisférios, apresentam praticamente escoamento paralelo, soprando
da direção E, observando-se extensas regiões de calmarias, conhecidas
como DOLDRUMS.

A costa norte e nordeste do Brasil é mais afetada pelo posicionamento de


ZCIT, nos meses de março e abril, época em que a nebulosidade e a
precipitação associadas à ZCIT, são observadas mais ao sul.

- / 2- CARACTERÍSTICAS TROPICAIS E CICLONES TROPICAIS

As características meteorológicas tropicais são diferentes das


características do tempo nas regiões subtropicais ou extratropicais,
situadas nas latitudes médias e também das regiões de altas latitudes. Os

115
sistemas tropicais são sistem as barotrópicos, ou seja, apresentam
apenas variações de pressão atmosférica.

Enquanto os sistemas extratropicais são sistemas baroclínicos, ou seja ,


apresentam variações de pressão atmosférica e de temperatura.

Nos si stemas extratropicais, a variação da temperatura tem um papel


importante, resultando em diferentes massas de ar e consequentemente
em si stemas frontais com frentes frias e frentes quentes. Além disso, se
observa na ocorrência das estações do ano, diferenças sensíveis de
temperatura entre verão e inverno .

Já na regi ão t ropica l, não sendo afetada pela variação de temperatura ,


não se observa os efeitos das estações do ano, ocorrendo um período do
ano, mu ito chuvoso e outro menos chuvoso, por efeito apenas da
variação da pressão atmosférica e das condições propícias de UR.

A variação da pressão, associada à presença de ar bem quente bastante


úmido favorece o desenvolvimento de intensa atividade convectiva, que
é a principal característica meteorológica da região tropical.

O navegante com frequência observa na região t ropical a formação de


imensas nuvens Cumulonimbus, com trovoadas, relâmpagos e rajadas de
vento .

Nas regiões um pouco ma is afastad as do equador, em latitudes maiores


que 7°, o efe ito da força de Coriolis tem atuação, contribuindo para o
desvio do escoamento do ar. Nas áreas de baixa pressão, quando o
escoamento evolui para circulação fechada, as perturbações atmosféricas
podem se intens ificar e atingir o desenvolvimento de tormentas tropicais.
Nessas situações os ventos são muito fortes, formando grandes ondas e
provocando um estado do mar bastante severo .

As tormentas tropicais devem ser evitada s pelos navegantes


principalmente nos meses segu intes à estação de verão . Época muito
quente e então propícia à elevada umidade absoluta máxima (Uabs max).
Nesta época aume nta a ocorrência de depressões at mosféri ca s mais
intensas, associadas à TSM elevada, que favorece a alta umidade relativa
do ar devido o aumento da taxa de evaporação .

A taxa de evaporação é diretamente proporcional à TSM.

Além disso, a convergência ciclônica do ar em baixos níveis e as correntes


de ar quente ascendente atendem as condições propícias ao
desenvolvimento de atividades convectivas.

116
FIGURA IV-2
FORMAÇÃO DE UMA TORMENTA
TROPICAL

Uma pert urbação meteorológ ica pode rá


provocar a fo rmação de um a onda no
escoa ment o dos ve ntos de lest e, co m geração
de ci rcu lação fecha da, à qual poderá evolu ir
para a ocor rência de um a tor m enta tropi cal.
(Fon t e: SANN INO, 1989) .

q __
.... ..... Ci

\ c0 . . . Co
FIGURA IV-3
ESQU EM A DE UM CICLONE TROP ICAL

cJ tCb Seção verti cal de um ciclo ne t ropica l com


co rrente descend ent e no olh o e ascende nte no
ento rn o (Fonte: SANNIN O, 1989).

2.1 - C ICLONES TROPICAIS

Na costa norte do Brasil não há ocorrência de ciclones t rop icais ou


f uracões . A razão da não ocorrência destes fenômen os atmosféricos na
área marít ima t ropical do Atlântico Sul é o não atendim ento ou
observância das condições propícia s, ou seja, TSM elevada , acima de
27°( , que propiciaria acent uada eleva ção da um idade relati va do ar
quente ascendente . Assim, o processo co nvectivo seria alimenta do da
imensa quantidade de energia, provenien t e da liberaçã o de Cal or Latente
a partir da al t itude do nível de conde nsaçã o.

Logica men t e este processo deve ser desen cadea do por pertu rbação
atmosfé ri ca proveniente de depressão associa da à intensificação da
circulação conve rgente e ciclônica de ar bastante quente e úmido nos
baixos níveis. As características geográficas da superfície do continente
africano tem acentuada influ ência na temperatura e umidade do ar, na
circulação do ar, na área marítima tropical do Atlântico Norte.

117
Influência essa não observada no Atlântico Sul, sendo então, mais um
aspecto a ser considerado na avaliação das ocorrência s de ciclones
tropicais .

No estudo da formação de tormentas tropicais e furacões, constata-se


que, além da necessidade da presença de água do oceano com TSM acima
de 27° Celsius, condições propícias adicionais ao desenvolvimento de
tormentas poderão ser observadas, quando ocorre um aprofundamento
dos cavados associados às ondas de leste e ausência de cizalhamento do
vento provocado pelas ondas de Kelvin (ondas de oeste). Quando esse
cizalhamento do vento é forte ele inibe a formação de furacões . O
cizalhamento do vento ocorre porque as ondas de Kelvin (W para E) se
propagam em direção oposta as ondas de Leste (E para W) .

Na região tropical do Atlântico, observa-se que a grande área continental


da Amazônia contribui para a ocorrência de grandes ondas de Kelvin e,
portanto, para forte cizalhamento do vento no Atlântico sul, o que inibe
a formação de furacão, enquanto que no Caribe, a pequena
continentalidade não proporciona essa contribuição para inibir o
desenvolvimento das tormentas tropicais.

Os navegantes da área do Atlântico, cujas derrotas atinjam as reg1oes


compreendidas na faixa de 5° a 15° de latitude norte, deverão ter especial
atenção à ocorrência de ciclones tropicais nos meses de agosto, setembro
e outubro . A frequência nos meses de julho e novembro é reduzida e nula
no resto do ano.

Esses navegantes deverão conhecer em detalhes os procedimentos para


sua identificação e localização e as providências para efetuar, com a
devida antecedência, manobras evasivas, para minimizar ou evitar os
efeitos de fortes ventos, das ondas de altura superior a 10 metros e da
visibilidade reduzida .

É recomendado consultar os Atlas de Cartas Piloto Internacionais.

) 3-FURACÃO

Uma tormenta tropical caracteriza-se pela extraordinária energia


envolvida em seu desenvolvimento. A circulação do ar em uma tormenta
tropical é ciclônica e fechada, com acentuada convergência à superfície,
e forte movimento ascendente de ar, o que propicia formação de anéis
de conglomerados de Cumulonimbus (Cb).

118
A extraordinária intensificação de uma tormenta, tran sformando-a em
furac ão, deve-s e à intensa libe ração de calor latente na corrente de ar
ascendente, poss ibilitada pel a convergência em baixos níveis e favorecida
pela forte interação oceano-atmosfera, que resulta em ar muito úmido.

Ressalta -se que o ar muito úmido é fator fundamental para a


intensificação do fenômeno, porque o ar úmido armazena energia sob a
forma de calor latente na corrente de ar ascendente, possibilitada pela
convergência em baixos níveis e favorecida pela forte interação oceano-
atmosfera, qu e res ulta em ar muito úmido.

Por essa razão um furacão só se desenvolve e sobrevive sobre o oceano,


enfraquecendo-se ao penetrar no continente .

FIGURA IV-4
ESTRUTURA DE UM FURACÃO

A estrutura de um furacão apre se nta circulação fechada com anéis de conglome rados de
Cumulon im bus (Cb ) e se m nebul os idade no olh o devi do ao mov im ento descendente do ar. (Fonte:
ENCICLO PÉDIA BR ITÂ NI CA, 1968)

Na circulação ciclônica fechada de um furacão, a distribuição da


intensidade do vento, depende da distância ao olho do furacão e também
da posição em relação à trajetória de tormenta .

119
nós

milhas milhas
IOU HO 1>11 40 211 211 40 1>11 Hll 11111

FIGURA IV-5
COMPORTAMENTO DA INTENSIDADE DO VENTO

A variação da intensidade do vento em nós, ao nível do mar, em função da di st ância em milhas ao


olho furacão (H i Ida -1994). É id entificado vento com 64 nós na di st ância de 30 milh as num se micírculo
e cerca de 40 milha s no outro semicírcu lo, enquanto que na distância de 100 milha s, observa-se a
mesma intensidade (m enos de 40 nós).(Fonte: SANNI NO, 1989).

A vista disso, o navegante deve ter especial atenção à trajetória do


furacão, porque é dentro do furacão, na região intermediária, próxima
ao olho, é que o vento alcança a máxima intensidade, atingindo ventos
superiores a 150 nós.

FIGURA IV-6
COMPORTAMENTO DA
INTENSIDADE DO VENTO

A distribuição da intensidade do vento


em um furacão é função do se micírculo
definido pela trajetória (seta
vermelha). O vento é mai s intenso no
semicírculo da direita, no HN,
(perigoso). O vento é mais violento na
região interm ediá ria, próxima ao olho,
alcança ndo neste ca so 150 nós. (Fonte:
SANNINO, 1989).
sul

Além das informações de boletins e cartas meteorológicas, o navegante


pode acompanhar a trajetória de um furacão, pela sequência de imagens
de satélite meteorológico, que indica o seu olho sem nebulosidade e
também consultar a previsão de três dias no site <www.nhc.noaa.gov>.

Outro aspecto a ser considerado na análise das imagens diz respeito a


configuração da nebulosidade que revela uma circulação ciclônica,
apresentando ventos em direções bem definidas, então esses ventos
criam áreas geradoras de ondas também em direções bem definidas.

120
Essas ondas se propagam em todas as direções e continuam a se
propagar sob a forma de marulhos à medida que se afastam da área
geradora, afetando o estado do mar a grandes distâncias do furacão .

FIGURA IV-7
IMAGEM PANORÂMICA DE UM FURACÃO

A circulação ciclôni ca de um furacão, no se ntido


anti -horário no HN, com intensa nebu losi dade,
envolve nd o extrao rdi nári a transform açã o de
energia so bre o ocea no e afet and o se ri amente o
est ado do mar num rai o de ce ntenas de milhas.
(Fonte: intern et .)

FIGURA IV-8 (a e b)
ESTADO DO MAR GERADO POR UM FURACÃO
As flec has ind ica m a direçã o de propagação das ond as e a sua largura é proporc ional a altura das
ond as. Observa-se qu e o est ado do mar é ma is seve ro na direção da trajet óri a porqu e as ond as se
inte nsi fi ca m qu ando a área ge radora se desloca na mes ma direção da propagação da ond a. Portanto
a ré da trajet ó ri a as o nd as são menos intensas.
Por est a razã o no HN (figura a), o mar é mais seve ro no se micírculo da di re ita da trajetó ri a (perigoso)
e no HS (figura b), o mar é mais seve ro no se mi cí rcul o da esquerd a (perigoso ) (Fonte: SAN NINO,
1989 )

Esta é a razão pela qual o navegante mesmo estando em reg1ao bem


afa stada do furacão e não sendo afetado pela circula çã o do ar, pode
sofrer os efeito s de um estado do mar severo, devido a esses marulhos.

Dentro de um furacão as onda s podem atingir alturas superiores a 15


metros, principalmente na direção da trajetória, porque a área geradora
de ond a se desloca na mes ma direção de propagação da onda,

121
intensificando-a, e nessa situação a embarcação pode sofrer sérias
avarias .
FIGURA IV-9
VIOLÊNCIA DE UM FURACÃO

A extrao rdin ária vi olência do


fu racão BERTHA gerou um est ado
do mar extremamente severo, com
ondas de até 16 metros, que
provoca ram alqu ebramento do
navio 5.5. CORAZON (Fo nte: AM VER
Bull etin 3/1990).

A circulação do ar no furacão, ao longo de seu enorme círculo, semelhante


a um enorme polígono, desencadeia uma série de áreas geradoras de
ondas, resultando vagas em diversas direções e consequentemente,
propagação de marulhos que atingem regiões bem afastadas da
tormenta.

Uma tormenta tropical resulta um estado do mar muito severo associado


a um vento ciclônico de enorme intensidade . Este vento ciclônico afeta
uma área circular que pode ser subdividida em semicírculo perigoso e
semicírculo navegável, em função do estado do mar, da maior intensidade
dos ventos e do perigo do navio ser arrastado na direção da trajetória da
tormenta, onde se pode esperar a ação mais violenta do furacão .

3.1- TRAJETÓRIAS DOS FURACÕES

Trajetóri•
tt Polo ~o ri< tt Srmidn-u lo da
d i rt Í h l ~ Alt \ 'C')!;I\ \ C' I )

"l nt jC'IÓriM

St' midn-u lo da
nq uerda (navrgíl\ rl)

FIGURA IV-10 (a e b)
SEMICÍRCULOS NAVEGÁVEL E PERIGOSO

No HN (figura a) o sem icírcu lo per igoso est á à direita da trajet ória e o semicírcu lo navegável à
esq uerda, enquanto que no HS (fig ura b). o se micírcul o perigoso está à esquerda da trajetória e o
navegáve l à dire ita.

122
A figura IV-10 também nos evidencia que um navio situado no semicírculo
da esquerda (HS) ou na direita (HN) pode ter abatimento girando ao redor
da trajetória da tormenta, em virtude da própria circulação do vento . Isto
tem especial importância quando o navio tem limitada sua capacidade de
manobra e velocidade.

É de todo interesse do navegante evitar permanecer ou navegar no


semicírculo perigoso e evitar com a maior competência se aproximar da
trajetória da tormenta . Ao longo dessa seção, tecer-se-á comentários
úteis aos navegantes, quanto às características das tormentas tropicais
formadas no hemisfério sul e no hemisfério norte e suas diferenças, bem
como procedimentos para identificar a correta posição do navio em
relação à circulação da tormenta e para cada posição as manobras
evasivas recomendadas.

O semicírculo PERIGOSO, no hemisfério sul (HS) está à esquerda da


trajetória do furacão e no hemisfério norte (HN) está à direita da
trajetória, consequentemente, o semicírculo NAVEGÁVEL, no HS está à
direita da trajetória e no HN está à esquerda da trajetória. A razão dessa
diferença está na circulação ciclônica, que no HS é no sentido horário e,
no HN é no sentido anti-horário .
II EMIS FÉRI O '<O RTl:

/
EQUA DOR HEMISFt: Rt O Sl 'L

FIGURA IV-11 (a e b)
TRAJETÓRIA DO FURACÃO

A t rajetória inicia l do furacão é na direção W, porém ela t em um desvio regula r ao longo de se u


deslocamento, se ndo mais frequente se observa r o furacão se dirigir para W/ NW/ N/ NE no HN (fi gura
b), e para W/SW/5/SE no HS (figura b), entretanto, em algumas ocas iões ob se rvaram -se trajetó ri as
bem irregulares (Fonte : DO NN , 1978).

123
I
w E
Vtnlos aliseo: w E

na,• l"j!il,~l

FIGURA IV- 12 (a e b)
TRAJETÓRIA DO FURACÃO

O furacão em seu deslocamento ao longo da sua trajetória mai s frequent e é influenciado,


inicialmente pelos ventos alísios de NE no HN (figura a), e pelos alísios de SE no HS, (figura b). Observa-
se que no se mi círc ul o perigoso, em ambos os hemi sfério s, essa infl uência está no mesmo sen tido da
circulação ciclônica, intensifi ca nd o-a (Fonte: SA NNINO, 1989, mod ifi cada.)

3.2- SEMICÍRCULOS PERIGOSOS E NAVEGÁVEIS

Embora todas as partes de um furacão sejam perigosas para os


navegantes, o risco, pode ser maior no semicírculo da esquerda no
hemisfério sul e no semicírculo da direita no hemisfério norte.
Normalmente o vento é mais intenso nos semicírculos perigosos,
possivelmente devido a ser o vento observado na área, o resultado da
soma do vento ciclônico com o fluxo do vento planetário paralelo à
trajetória. Pode-se observar que o vento em algumas partes do
semicírculo perigoso é paralelo à direção da corrente ou fluxo principal
no qual o temporal está inserido. Nessas partes, o vento vem
incrementado pela componente do fluxo principal.

Nos semicírculos opostos, ou seja, nos semicírculos navegáveis, acontece


o contrário. O vento resultante ou observado é inferior ao ciclônico
porque a corrente do vento principal sempre tem uma componente
oposta ao vento ciclônico.

A diferença entre as velocidades do vento nos dois semicírculos de uma


determinada tormenta, associada ao sentido em que o vento está
circulando e ao rumo da trajetória da tormenta, indica o semicírculo da

124
esquerda no HS e da direita no HN , como o que apresenta os maiores
riscos ao navegante.

É importante alertar quem comanda ou manobra um navio envolvido por


uma forte tormenta que a tendência do vento e do estado do mar na
parte de vante do semicírculo perigoso é arrastar o navio na direção da
trajetória.

Neste quadrante perigoso se o navio se aproximar da trajetória ou ficar


sujeito a ser alcançado pela alteração ou curvatura da trajetória da
tormenta, poderá penetrar na linha do centro da tormenta.

É na trajetória que se pode esperar que ocorra a máxima violência da


tormenta.

c; 3.3- MANOBRAS EVASIVAS

É importante o navegante ter conhecimento de como proceder, quando


o navio tiver sido alcançado por uma tormenta. Abaixo relacionamos
algumas regras para manobras de navio no interior de uma tormenta,
com o propósito de evitar se aproximar do centro da mesma, se afastando
da sua trajetória e abandonando a zona afetada:

1- Semicírculo Perigoso (HN I HS)


a) Semicírculo Perigoso- Direita (HN): Tomar o vento pela bochecha de
boreste, navegando o mais rápido possível.
b) Semicírculo Perigoso- Esquerdo (HS) : Tomar o vento pela bochecha
de bombordo, navegando o mais rápido possível.
Caso o navio seja obrigado a pairar sob máquinas, fazê-lo sempre com
mar de proa.
2- Semicírculo Navegável (HN /HS)
a) Semicírculo Navegável- Esquerdo (HN): Tomar o vento pela alheta de
boreste, e navegar na maior distância possível.
b) Semicírculo Navegável - Direita (HS): Tomar o vento pela alheta de
bombordo, e navegar na maior distância possível.
Caso o navio seja obrigado a pairar sob máquinas, fazê-lo sempre com
mar de popa.

125
3- Sobre a trajetória da tormenta por adiante do centro (HN I HS)

a) Sobre a trajetória da tormenta e por adiante do centro (HN) : Tomar o


vento pela alheta de boreste, bem próximo à popa, anotar o rumo e
mantê-lo até chegar ao semicírculo navegável.
Ao encontrar-se no semicírculo esquerdo (HN), o navegante deverá
manobrar para que o ângulo de incidência do vento se afaste mais um
pouco da popa, navegando normalmente, como dito anteriormente, com
o vento pela alheta .
b) Sobre a trajetória da tormenta e por adiante do centro (HS) : Tomar o
vento pela alheta de bombordo, bem próximo à popa , anotar o rumo
e mantê-lo até chegar ao semicírculo navegável.
Ao encontrar-se no semicírculo direito (HS), o navegante deverá
manobrar conforme dito anteriormente.

4- Sobre a trajetória da tormenta por trás do centro (HN I HS)


a) Sobre a trajetória da tormenta e por trás do centro (HN): Evitar o
centro, tomando o melhor rumo que o estado do mar permita . Ter em
conta que no HN a tendência das tormentas é alterar o rumo da sua
trajetória para norte e nordeste.
b) Sobre a trajetória da tormenta e por trás do centro (HS) : Evitar o
cent ro, tomando o melhor rumo possível, considerando o estado do
mar. Ter atenção ao fato que no HS a tendência das tormentas é
alterar o rumo da trajetória para o sul e sudeste .

3.4- LOCALIZAÇÃO DA EMBARCAÇÃO NA TORMENTA

Seria uma imprudência, o navegante acreditar que jamais ficaria privado


de receber informações meteo rológicas por falhas de seu equipamento
de bordo ou outras cau sas.

É certo que hoje em dia o avanço tecnológico permite detectar e divulgar


a existência de tormenta tropical, bem como o acompanhamento de seu
desenvolvimento, deslocamento, área afetada, etc.

Como existe a real possibilidade de um impedimento material que isole o


navio do sistema normal de comunicações, o navegante só poderá contar
com seu conhecimento para avaliar a situação .

126
Mais uma vez a segurança do navio, da carga e da sua tripulação
dependerá do olho marinheiro de quem comanda em alto mar.

Caso ocorra a indesejada situação acima mencionada, visando reduzir os


riscos de que um navio se encontra inesperadamente com uma tormenta
tropical , apresentam -se algumas considerações que facilitem o navegante
compreender e relacionar as observações meteorológicas locais com a
situação geral e a trajetória do furacão .

Q I -Características relacionadas à pressão

Em regiões tropicais a flutuação barométrica, normalmente apresenta


oscilação diurna com máximas às 10 horas e às 22 horas e mínimas às 04
horas e 16 hora s.

A presença de uma tormenta tropical , mesmo a centenas de milhas, se


ob servam frequentemente condições barométrica s inusitadas.

Quando se chega à borda da zona afetada pelo temporal, o barômetro


pode subir rapidamente e, logo abaixar de novo ou simple smente
apresentar variações anormais ou cair muito mais rapidamente do que
seria normal.

Quando o furacão está se aproximando, bem na direção do navio, o


ba rômetro regi stra no período inicial uma possível oscilação ca ra cterística
de instabilidade e com eça a baixar cada vez mais depressa, à medida que
se vai penetrando na zona onde o gradiente de pressã o alcança seu valor
máximo .

Como orientação ao navegante, apresentamos a relação entre a variação


de pressão e a distância ao centro da tormenta .
Quadro IV-1
Variação da Pressão e Distância ao Centro da Tormenta

Variação da pressão em uma hora Distância ao centro


(mm ) de Hg (milhas )
0,5 a 1,5 250 a 150
1,5 a 2 150 a 100
2 a 3 100 a 80
3 a 4 80 a 50

(Fonte: WMO)

O navegante poderá ter uma ideia aproximada da distância a que se


encontra o centro da tormenta anotando, de hora em hora, a ra zão (rate)
com que diminu i a pressã o.

127
Q 11 -Características relativas ao vento

Ao aproximar-se de um furacão, observa-se alteração na direção e


intensidade do vento. Nas regiões tropicais e subtropicais, os ventos
alísios são predominantes e se caracterizam pela constância . Na mudança
provocada pela tormenta, o vento aumenta a intensidade de forma
descontínua ou em rajadas, tornando-se cada vez mais violento à medida
que se aproxima do centro .

Q 111 - Mudança da direção do vento I Localização da embarcação


na tormenta

É importante associar, também, a mudança da direção do vento,


observado no navio . O vento com seu movimento ciclônico e a tormenta
se deslocando segundo sua trajetória resulta para o navegante uma
contínua mudança de direção do vento.

Esta variação terá o sentido horário ou anti-horário dependendo do


semicírculo, perigoso ou navegável, em que se encontra o navio e servirá
como um bom indicador da posição do navio em relação a trajetória da
tormenta .

No semicírculo perigoso, tanto no HS como no HN, o sentido da variação


do vento não concorda com o sentido da circulação ciclônica respectiva,
ou seja, no HS a circulação ciclônica é no sentido horário e a variação do
vento é no sentido anti -horário .

No HN, a circulação ciclônica é no sentido anti -horário e a variação do


vento é no sentido horário.

Consultando-se as figuras, observa -se que no semicírculo navegável no


HS, a circulação ciclôn ica é no sentido horário e a variação do vento,
também, é no sentido horário e no HN, a circulação ciclônica é no sentido
anti-horário e a variação do vento também é no sentido anti -horário.
Então no semicírculo navegável, tanto no HS como no HN o sentido da
variação do vento concorda com o sentido da circulação ciclônica
respectiva .

1- É muito importante o navegante, com avarias sérias de comunicação,


estar sempre atento à posição da embarcação em relação ao
semicírculo da circulação do ar na tormenta, no HN e no HS.

128
H EM ISFÉ RIO NORTE

PERI C~
OSO ~~ (:~ on::-.ro
NOMJA 'iO
St:._, .IIJO
II ORÁRIO

FIGURA IV-13
LOCALIZAÇÃO DA TORMENTA NO HEMISFÉRIO NORTE

No deslocamento do furacão, segundo sua trajetória, sua influência sobre embarcação vai depender
do sentido da circu lação cicl ônica (HN ou HS) e tam bém do setor (perigoso ou navegável) em que se
encontra o navegante. As situações 1, 2, 3 e 4 ind icam as posições sequencia das da embarcação
devido ao movim ento relat ivo navio/furacão. No HN, a circ ulação ciclônica ant i-horária res ulta uma
variação do ve nto (ronda). no sentido horári o, no setor perigoso, e no sentid o anti -horário, no seto r
navegáve l, ou seja , o se nt id o de variação do vento é do mesmo sent ido da ci rculação ciclôn ica, no
seto r navegável, e de sen t idos contrários no setor perigoso. (Fonte: aut or ).

H EM ISFÉRIO SUL

un: ·m
RO'"O,\ /\' 0
St::"'T IOO
II ORÁRIO

I
2
~ 0 \ 'El'\'TO
NOSOA NO
( J SE:\'1100
4 ,\ ;\'TI-II OIL\RIO
FIGURA IV-14
LOCALIZAÇÃO DA TORMENTA NO HEMISFÉRIO SUL

No HS a circu laçã o ci clônica horária resulta um a rond a do vento no senti do anti-horário no set or
perigoso e no sentido horário no setor navegável, ou seja, no HS o sentido da variação do vent o
(ronda) t em o mesmo se ntido da circu lação no setor navegável e se ntidos contrários no setor
pe rigoso. (Fonte: autor) .

É muito importante o navegante perceber que a embarcação


encontra-se no semicírculo NAVEGÁVEL, quando o sentido de
circulação é o MESMO do sentido da ronda.

Percebe-se também, que a embarcação encontra-se no semicírculo


PERIGOSO, quando o sentido de circulação é CONTRÁRIO ao sentido da
ronda .

129
n n Polo Norte
Va riação direção
do vento
Semicírculo Direito Perigoso

~~
Circulação ciclônica sentido anti-horário

Sentido horário- perigoso

Posição 4 Posição J Posição 2 Posição I


HN

[auador

HS
Variação direção
do vento

Posição 4 PosiçãoJ Posição 2 Posição I

Semicírculo [sqrrerdo/Perigoso
~:~
Sentido anti-horário-- perigoso
Circulação ciclônica sentido horário

' ' Polo Sul ' '

FIGURA IV-1S
LOCALIZAÇÃO DA EMBARCAÇÃO NO SETOR PERIGOSO
No setor perigoso, semicírculo à direita da trajetória, no HN , a circulação ciclônica anti -horária resulta
uma ronda do vento no senti do horário, enquanto que no setor perigoso, semicírculo à esq uerda da
trajetória , no HS, a circulação ciclônica horária resulta uma rond a do vento no se ntido anti -horário,
ou seja, no setor perigoso o sentido da variação do vento é de se ntido contrário ao da circulação
ciclôni ca, em ambos os hemi sf érios. (Fonte: autor).

FIGURA IV-16
TRAJETÓRIAS REGULARES PREVISTAS DOS FURACÕES. (Fonte: MORAN, 1994)

130
t Polo Norte tt ~ntido anti-horário- oangánl

V~ria~ão ~
Dlrt"ÇliO
do vroto
4
33
2
I

Posição 4 Posição J Posição 2 Posição I

UN
~micirculo Esqurrdo Na•·rg8vrl
Circulação ddôoica srntido anti-horário
E uador

us
Circulação ciclônica smtido honrio
~ mi circu lo Dirrito Na.-rgá•·rl

V~ria~ão ~~
Dort"Çao
2J
do vrnto J
4
~ntido honrio- navrg8nl
Posiç.ào 4 Posição 3 Posição 2 Posição I

Polo Sul

FIGURA JV-17
LOCALIZAÇÃO DA EMBARCAÇÃO NO SETOR NAVEGÁVEL

No setor navegável , se mi círcul o à esquerdo da trajetória, no HN, a circulação ciclônica anti -horária
resulta um a rond a do vento no se ntido anti-horário, enqu anto que no setor navegável, semicírculo à
direita da trajetória, no HS, a circulação ciclô nica horária resulta uma ronda do vento no senti do
horário, ou seja, no setor navegável o senti do de variação do vento é de mesmo sentido da circulação
ciclônica, em ambos os hemi sfério s. (Fonte : autor) .

O navegante deve ter especial atenção à situação na qual a direção do


vento se mantém constante e sua intensidade vai aumentando
continuamente, pois provavelmente deve encontrar-se na trajetória do
furacão e adiante do centro . Se ao contrário, a direção do vento é
constante, e a velocidade está diminuindo, o navio deve encontrar-se na
trajetória da tormenta, porém atrás do centro.

O navegante pode se orientar pelo vento para localizar a direção do


centro do furacão. Para tal, marcar o vento exatamente pela sua proa e
deduzir que o centro se encontra a 90° a sua direita no HN ou a 90° a sua
esquerda no HS.

131
É interessante lembrar que uma boa forma de confirmar a direção do
vento real é pela observação das nuvens baixas . Para tal, nos situamos de
proa para o deslocamento das nuvens mais baixas, já que as nuvens e,
portanto, os ventos em altura sopram mais livremente e em consequência
é mais paralelo às isóbaras.
Em todas as outras posições que possa estar o navio, fora da trajetória do
centro da tormenta, o navegante observará uma mudança de direção do
vento.

Outro aspecto importante a observar é que determinadas mudanças de


direção do vento pode significar alteração de rumo da trajetória e,
consequentemente, pode acontecer mudança de semicírculo (perigoso
ou navegável) em que se encontra o navio, como mostra a figura .
Hemisfério Norte (H N)

[ qu a~ d o r

Hemisfério Sul (HS)

FIGURA IV-18
MUDANÇA DE RUMO DA TRAJETÓRIA DA TORMENTA

O co mport amento regu lar da direção da trajet óri a da to rm enta pode, eventu alm ente, apresen t ar
ace ntu adas irregul arid ades. Nest as situ ações um a em barcação (id entif ica da pelo ponto pret o )
poderá est ar enqu adra da no set or perigoso, à direita (D) da trajet ó ri a no HN e à esqu erd a (E) no HS,
ou no setor navegável, à esqu erd a no HN, e à direita no HS, devido simpl esmente a significa t ivas
alterações na direção da trajetó ri a (set a verm elh a). (Fonte: autor)

Q IV- Características relativas às nuvens


É importante alertar o navegante que nuvens Cirrus se estendem a
grandes distâncias da tormenta, adiante da mesma. Elas juntamente com
um mar anormal ou com mar de marulho, fornecem uma advertência
sobre a presença de uma tormenta tropical. Se a tormenta se aproxima,

132
os Cirrus esparsos tomam forma de extensas bandas que parecem
emanar da posição em que se encontra o centro.

Quando a tormenta se aproxima mais, os Cirrus cedem lugar aos


Cirrostratus em quantidade crescente, de modo que chegam a formar um
véu típico ou película sobre o céu, dando lugar ao aparecimento de halos
ao redor do sol ou da lua. Em tais casos, o aspecto do céu no nascer ou no
pôr do sol é frequentemente de um vermelho brilhante .

Q V- Características relativas ao mar de marulho ou trem de ondas


que não são de origem local.

Consistem de largas ondas ou ondulações da altura normal que avançam


adiante dos ventos que as originaram. Quanto mais forte é o vento, mais
altas e largas serão as ondulações produzidas.

Em consequência, em uma zona onde existe um furacão, qualquer trem


de ondas que difira em comprimento e direção da característica local
constitui um possível sinal de alerta. O furacão se encontra na direção da
qual vem os marulhos.

É interessante o navegante observar que quando a altura dos marulhos é


crescente e a direção da qual procedem é constante, o navio se encontra
na trajetória do centro da tormenta, adiante do mesmo.

Se a direção é constante, altura decresce, o navio se encontra na


trajetória, porém atrás do centro da tormenta.

No caso de encontrar-se em qualquer dos dois lados da trajetória, o


navegante observará que o marulho varia tanto de direção como de altura
e período .
BOLETIM METEOROLÓGICO

TROPICAL CYCLONES

NOAA/NATIONAL, HURRICANE CENTER MARINE ADVISORY NUMBER 13 HURRICANE LADY 04000Z


SEPTEMBER 2119-

HURRICANE WARNING ARE DISPLAYED FROM KEY LARGO TO CAPE KENNEDY. GALE WARNINGSARE
DISPLAYED FROM KEY WEST TO JACKSONVILLE ANO FROM FLORIDA V BAY TO CEDA R KEY.

HURRICANE CENTER LOCATED NEAR LATITUDE 25.5 NORTH LONGITUDE 78.5 WEST AT 21/0400Z.
POSITION EXCELLENT ACCURATE WITHIN 10 MILIES BASED ON AIR FORCE RECONNAISSANCE ANO
SYNOPTIC REPORTS.

PRESENT MOVEMENT TOWARD THE WEST NORTHWEST OR 285 DEGREES AT 10 KT.


MAXSUSTAINED WINDS OF 100 KT NEAR CENTER WITH GUSTS TO 160 KT.
MAX WINDS OVER INLAND AREAS 35 KT.
RAD OF 65 KT WINDS 90 NE 60SE 80 SW 90 NW QUAD .

133
RAD OF 50 KT WINDS 120 NE 70 SE 90 SW 120 NW QUAD.
RAD OF 30 KT WINDS 210 NE 210 SE 210 SW 210 NW QUAD.
REPEAT CENTER LOCATED 25.5N 78,3W at 21/04002.

12 HOUR FORECAST VALID 21/16002 LATITUDE 26.0N LONGITUDE 80.5W.


MAX WINDS OF 100 KT NEAR CENTER WITH GUSTS TO 160 KT.
MAX WINDS OVER INLAND AREAS 65 KT.
RADIUS OF SOKT WINDS 120 NE 70 SE 90 SW 120 NW QUAD.
24 HOUR FORECAST VALID 22/04002 LATITUDE 26.0N'LONGITUDE 83.0W.
MAX WINDS OF 75 KT NEAR CENTER WITH GUSTS TO 120 KT.
MAX WINDS OVER INLAND AREAS 4S KT.
RADIUS OF 50 WINDS 120 NE 1205E 120 SW 120 NW QUAD .

STORM TI DE OF 9 TO 12FT SOUTHEAST FLA COAST GREATER MIAMI AREA TO


THE PALM BEACHES.

NEST ADVISORY AT 21/10002.

3.5- ASPECTOS RELEVANTES

3.5.1- CATEGORIAS DOS FURACÕES- ESCALA SAFFIR- SIMPSON

~ v.ntoiNós ~ DAMAGE

I 64 - 83 118 a 153 Mlrumal


2 84 - 96 I~ a 1T7 Moderate
3 97 . 113 178a209 Exten51Ve
4 114 . 135 210 a 250 Exlleme
5 135 ou maes > 250 CalaStrophtc

(Fonte: WMO)

FIGURA IV-19
TRAJETÓRIAS IRREGULARES/NÃO PREVISTAS DE FURACÕES. (Fonte: MORAN, 1994 )

134
3.5.2 - MANOBRAS NO FURACÃO

TABELA IV -1
RESUMO DAS SITUAÇÕES E MANOBRAS NUM FURACÃO

HEMISFÉRIO LOCALIZAÇÃO SITUAÇÃO MANOBRA

Governar em rumo que permita receber o


o vento ronda para a
Semicírculo Perigoso ou da vento na bochecha de BE (45° relativos) e
direita (N-NE-E-SE -5-SW-
Direita navegar na maior distância possível. Se for
W-NW) .
obrigado a capear, fazê-lo com mar de proa .

w o vento ronda para a


Governar em rum o que permita receber o
1- vento na alh eta de BE (135° re lativos) e
a: Semicírculo de Manobras esquerda (N -NW-W -SW-5-
o ou da esquerd a. SE -E-NE).
navegar na maior distância possível. Se for
z obrigado a capear, fazê-lo com mar de popa .

o o vento permanece
Governar em rumo que permita receber o
ã: vento duas quartas para a direita da al heta de
'W Na rota da tormenta, na constante com o navio
LI.. BE (157° relativos) e navegar na maior distância
va nguard a do centro. parado e aumenta de
!!! velocidade; o barômetro
possível. Quando estiver razoavelmente dentro
:E
w
desce.
do Semicírculo de Manobra, usar a regra desse
semicírculo.
:I:
o vento permanece
constante com o navio Evitar o centro, governan do no melhor rumo
Na rota da torm enta, na
parado e diminui de possível. Não se esquecer da tendência de a
retaguarda do centro.
intensidade; o barômetro tormenta encurva -se para o N e para o E.
so be.

Governar em rum o que permita receber o


Semicírculo Perigoso ou da o vento ronda para vento na bochecha de BB (315° relativos) e
Esquerd a esquerda (5-SE-E-NE-N). navegar na maior distância possível. Se for
obrigado a capear, fazê- lo com mar de proa.

Governar em rumo que permita receber o


...J Semicírculo de Manobras o vento rond a para a vento na alheta de BB (225° relativos) e
::::> ou da direita . direita (5-SW-W-NW-N). navegar na maior distância possível. Se for
Vl
ob rigado a capear, fazê-lo com mar de popa .
o
a: o vento permanece
Governar no rumo que permita receber o
'W vento duas quartas para a esquerda da alheta
LI.. Na rota da tormenta, na constante co m o navio
Vl de BB (202• relativos) e navegar na maior
vanguarda do ce ntro. parado e aumenta de
~
distância possível. Quando estiver
velocidade; o barômetro
razoavelmente dentro do Semicirculo de
w desce.
:I: Manobra, usar a regra desse semicírculo.

o vento permanece
con stante com o navio Evitar o ce ntro, governando no melh or rumo
Na rota da tormenta, na
parado e diminui de possíve l. Não se esquecer da tendência da
retaguarda do centro.
velocidade; o barômetro tormenta, encurvar-se para oS e para o E.
sobe.

(Fonte : Res um o do autor.)

3.5.3 - CICLONES TROPICAIS

São máquinas térmicas que transformam energia calorífica em energia de


movimento. A energia calorífica provém basicamente do aquecimento
solar reforçado pela intensa liberação de calor latente do vapor d'água
condensado nas nuvens de grande crescimento vertical.

135
A convergência, em baixos níveis, de ar muito quente e muito úmido
favorecido pela alta taxa de evaporação devido a TSM superior a 26,5°
Ce lsius.

3.5.4- FURACÕES INTERESSANTES

- FURACÃO ISABEL
Pressão no olho - 920 hPa, categoria 5, com ventos de até 183 nós
(339 km/h).

- FURACÃO FRAN
Ocorrido em OS de setembro de 1996 - categoria 3. Tamanho gigante
com diâmetro de 1600 km e vagalhão na costa de 2,7 a 3,5 metros .

Um dos mais sérios danos causados pelos furacões aos portos e cidades
costeiras é a elevação do nível do mar, por represamento dos marulhos
(água x ventos fortes), provocando graves alagamentos. As mortes por
afogamento podem atingir valores impressionantes.

Na costa Sul do Brasil, em 2004, ocorreu o ciclone CATARINA com


parâmetros categoria furacão, olho e velocidade do vento.

Ocorrência do furacão força 4, Michel em outubro de 2018, na costa dos


USA.

Como • forma um tur.cllo


Oluixa
Sob um centro de
pr.•lo
llm01Hric4o, o ar 41 mois
lew e ~nde a subir n 8ascendente
Se esse movimento
ocorre sobre um
oceano tro pical, onde a
eYaporaolo de ~~a mann ha
toma a s camadas mas baixas
da atmosfera ncas em vapor
do água, uma oronde
quantidade de vapor é
ccnduzida a reoi5os mais
altas o mais fnas da
atmosfera

FIGURA IV-20
FORMAÇÃO DE UM FURACÃO (1 E 2)- (Fonte: Jornal do Brasil)

1- A formação de formação de furacão requer TSM alta e circulação de


ar com alta umidade absoluta máxima o que possibilita alta UR e ar

136
rico em energia de calor latente de evaporação que será liberada
como energia de calor latente de condensação .

Oo vapor se
ccndenw , oerando
á~ o . Nesse ""ocesso1
~~~:,o,. ~c:ar;sente
late rt:e) 6 hberodo p.-a
o atmosfera
reaquecerdo o 1r, que
votto a sub1r. Qwnto
maor a dlferenQII de
temperatura entre a
superfície e as 011madas
svpenor-es da atmosfe ra,
ma~or a ch.anoe de se
fonnar um furac:lo

FIGURA IV-21
FORMAÇÃO DE UM FURACÃO (3 E 4)- (Fonte: Jornal do Brasil)

FIGURA IV-22
FURACÃO IVAN FOTOGRAFADO DO ESPAÇO (13 DE SET DE 2004) (fonte : internet)

137
FIGURA IV-23
TRAJETÓRIA DO FURACÃO (PREVISTA PARA 3 E 5 DIAS)

Essas preciosas informações o navegante obtém no site

( www.nhc.noaa.gov )

O navegante observa as previsões esperadas para até 3 dias e projeções


para o 4º e Sº dia .

Pode-se também, ter a visão de toda a região e pode-se acompanhar a


evolução e comportamento de outros sistemas tropicais no mesmo dia .

1- O navegante pode acompanhar a trajetória da tormenta com


especial atenção ao permanente desvio da trajetória que pode ser
regular como previsto ou apresentar em algum momento desvio
irregular.

2- A ocorrência de desvio irregular da trajetória requer muita atenção


do navegante para as implicações em sua posição e sua manobra
evasiva .

138
Setembro de 2017

Hurricane Irma Forecast positions :


Fnday September 08. 20 17 Center locauon 22.0 N 76 .0 W e Troprcat Cyctone O Posi/Potenuat TC
2 PM EDT lntermed1 ate Adv1sory 38A Maxi mum sustai ned wind 155 mph Sus tained wmds · O < 39 mph
NWS Nat1onat Hurricane Center Movemenl W at 14 mph S 39 -73 mph H 74-110 mph M > 11 0

Potential track area : Watches: Warnlngs : Current wind extent :


~ Da y 1·3 ~ Day 4·5 Hurncano Trop Stm - Hurricano • Trop Stm . Humcanc Trop Stm

FIGURA IV-24
TRAJETÓRIA DO FURACÃO (PREVISTA PARA 3 E 5 DIAS)

Current Ots turbances and Two -Oay Cyctone Form att on Chance t3 < 40% t340 -60% • > 60%
Troptca l or Sub- Tropt ca l Cyclone O Depresston O Storm • Humca ne
0 Pos t -Tropt ca l Cyctone x Remnant s

FIGURA IV-25
POSIÇÃO DOS FURACÕES

139
•\"•...,
(~~ Two-Day Graphical Tropical Weather Outlook
~ National Hurricane Center Miami . Florida ~-~
.. .
~.~

-
E. PACIFJC
OUTLOOK

Current Disturbances and Two -Day Cyctone Formation Chance · !:3 < 40% !:3 40-60% • > 60%
Troptcal or Sub- Troprcal Cyclone O Depresston O Storm f Hurncane
0 Post - Tropical Cyclone X Remnants

FIGURA IV-26
POSIÇÃO DOS FURACÕES

Setembro de 2018

...
-
• ..
ííj'ittl1fj'!j

.....,.,.,
'"'J""=

~
• .... ~

- - Current Dtsturbances and Two-Day Cyclone Formatton Chance 1:3 < 40% 1:3 40-60%
Troprcal or Sub- Troprcal Cyclone O DepresstOn O Storm f Hurrtcane
0 Post - Troprcal Cyclone or Remnants
FIGURA IV-27
- X > 60%

POSIÇÃO DOS FURACÕES

140
Tropicai·Storm-Force Wind Speed Probabilities

30 50 60 80

FIGURA IV-28
TRAJETÓRIA DO FURACÃO (PREVISTA PARA 3 E S DIAS)

Forecast posltions:
e rropicat Cyclo ne 0 Post/Potential TC
Sustained wmds : O < 39 mph
S 39-73 mph H 74-110 mph M > 110

Current wlnd extent :


Hurnc anc Trop Stm - Hurricano . Trop Stm . Hu rr~ne Trop Strn

FIGURA IV-29
TRAJETÓRIA DO FURACÃO (PREVISTA PARA 3 E 5 DIAS)

141
FIGURA IV-30
FURACÃO FLORENCE COM 2 DIAS

FIGURA IV-31
FURACÃO FLORENCE COM 1 DIA

1- O navegante deve estar atento ao enorme tamanho da tormenta e


identificar as regiões afetadas, sempre observando o desvio da
trajetória do furacão.

142
Tropicai-Storm-Force Wind Speed Probabilities

FIGURA IV-32
TRAJETÓRIA DO FURACÃO (PREVISTA PARA 3 E 5 DIAS)

Forecast positions:
Cente r loca tion 20.3 N 36.5 W e Trop.cal Cyclone O Posl/Poten tial TC
Maximum sustained wmd 90 mph Sustatned wtnds: O < 39 mph
Movement NNW at 14 mph S39-73mph H 74· 110mph M > 110mph

Watches : Warnings : Current wind extent :


Hurncanc Trop Sim

FIGURA IV-33
TRAJETÓRIA DO FURACÃO (PREVISTA PARA 3 E 5 DIAS)

143
~
~
Tropicai-Storm-Force Wind Speed Probabilities
For lhe 120 hours (5.00 days) lrom 8 AM AST WED SEP 12 to 8 AM AST MON SEP 17

10 20 30 40 50 60 70 80 90 %

FIGURA IV-34
TRAJETÓRIA DO FURACÃO (PREVISTA PARA 3 E S DIAS)

Tropical Storm lsaac Current information : x Forecast positions:


Wednesday Seplember 12. 2018 Cen ter location 15.0 N 54 .7 W e rroptcal Cyclone Q Post/Potenuat TC
li AM AST Advosory 20 Maximum sustatned wtnd 60 mph Sustamed wtnds: O < 39 mph
NWS National Hurricane Center Movement W at 17 mph S 39-73 mph H 74- 110 mph M > 110 mph

Potentialtrack area : Watches : Warnings : Current wind extent :


~Day t -3 Q oay 4·5 Hurncane Trop Stm . . .urncane . Trop Stm - Hurncane Trop Stm

FIGURA IV-35
TRAJETÓRIA DO FURACÃO (PREVISTA PARA 3 E 5 DIAS)

144
Tufão em setembro 2018 nas Filipinas e na China .
Tufão MANGKHUT categoria 5.
É normal cerca de 20 tufões por ano nesta área da Ásia .

4- CONCEITOS E EXERCÍCIOS

QUESTÕES E SOLUÇÕES- BASEADAS NO LIVRO TEXTO

c:; SISTEMAS TROPICAIS, TORMENTAS E FURACÕES (capítulo 4)


Os sistemas tropicais, característicos das baixas latitudes, movimentam-
se em trajetórias tradicionais, para W (Oeste), devido ao escoamento
permanente dos ventos alísios de E (Leste), da circulação geral da
atmosfera, em ambos os hemisférios (HN e HS).

Pode-se, então, discutir uma série de conceitos a respeito da afirmativa


acima. Tais como :

1- Os ventos alísios de NE (HN) e os ventos alísios de SE (HS) convergem


para a região do equador térmico (ZCIT) .
2 - Os ventos alísios desviam suas trajetórias para oeste (W), devido ao
efeito da força de Coriolis, tornando-se ventos alísios de LESTE (E).
3- A ZCIT desloca sua posição ao longo do ano, acompanhando a
sazonalidade .
4- A ZCIT segue o verão do respectivo hemisfério.
5- O deslocamento da ZCIT é mais significativo no HN, devido à grande
continentalidade observada no HN .
6- Uma das principais razões de existir tormentas e furacões no
7- Oceano Atlântico Norte é a circulação dos ventos alísios,
provenientes dos grandes desertos muito quentes, do norte da
África, encontrar o oceano com TSM favorável.
8- Os ventos alísios vindos da África chegam ao Oceano Atlântico
9 - Norte tropical, com elevadas temperaturas e umidade absoluta
máxima, mas com baixa umidade relativa (UR).
10- Ao chegar ao oceano, os ventos alísios absorvem umidade, elevando
sua UR, em um ambiente favorável, pela elevada umidade absoluta
máxima, principalmente no pico de verão do HN, época em que a
temperatura da superfície do ma r (TSM), mais elevada, favorece a
evaporação.

145
11 - Observa-se nos meses de agosto, setembro e outubro, época de pico
de ocorrência de furacão no HN .
12- No HS observa-se época de ocorrência de furacão, nos meses de
dezembro, janeiro, fevereiro e março.

(Fonte: intern et)

146
CAPÍTULO V

SISTEMAS FR01NTAIS

c; SISTEMAS FRONTAIS DE ALTAS E MÉDIAS LATITUDES


c; CAVADO/ EIXO DO CAVADO
c; SENTIDO DE CIRCULAÇÃO DO AR (HS e HN)
c; DIREÇÕES DOS VENTOS NO CAVADO (HS e HN)
c; VENTOS DE W (OESTE)
c; TRAJETÓRIA DE SISTEMA FRONTAL E DO MAU TEMPO
c; SISTEMAS FRONTAIS NO HS
c; TRAJETÓRIA DA FRENTE FRIA PARA E/NE (HS)
c; TRÊS (3) FRENTES (FRIA- QUENTE- OCLUSA)
c; FRENTE FRIA ESTACIONÁRIA
c; SIMBOLOGIA PADRÃO
c; SIMBOLOGIA DA FRENTE FRIA ESTACIONÁRIA
c; TIPOS DE NUVENS (Cb- St e Cu)- EM CADA FRENTE
c; LARGURA DAS FAIXAS DE NEBULOSIDADE
c; POSIÇÃO DO CENTRO DE BAIXA PRESSÃO (B)
METEOROLOGIA DE ALTAS E MÉDIAS LATITUDES
Q SISTEMAS FRONTAIS NO HS- FRENTE FRIA- METÁREA V

ANTES DA PASSAGEM DA FRENTE FRIA


VENTOS QUENTES DE NW I N I NE
ONDAS DA COSTA PARA O MAR (NW ININE)

APÓS A PASSAGEM DA FRENTE FRIA

147
VENTOS FRIOS DE SW / S /SE
ONDAS DO MAR PARA COSTA {SW /S/SE)
Q PASSAGEM DE FRENTE FRIA NO HS
SIGNIFICATIVA RONDA DOS VENTOS NW / SW
OCORRÊNCIA DE CUMULONIMBUS (Cb)
ANTES- VENTOS QUENTES DO QUADRANTE NORTE
APÓS -VENTOS FRIOS DO QUADRANTE SUL
Q PASSAGEM DE FRENTE FRIA {HS)- METAREA V
ANTES- ONDAS DA COSTA PARA O MAR ABERTO
NAVEGAÇÃO COSTEIRA COM MAR TRANQUILO
APÓS -ONDAS DO MAR ABERTO PARA A COSTA
NAVEGAÇÃO COSTEIRA COM MAR SEVERO

Este capítulo pretende examinar as características das massas de ar, das


superfícies frontais e das frentes fria, quente, oclusa e estacionária .
Detalhando os aspectos que orientam os navegantes quanto à trajetória,
aproximação e passagem de frentes frias .

Ressaltam -se também as características das circulações das massas de ar,


nos sistemas frontais (sinóticos), em ambos os hemisférios (HN e HS).

\NW
s~

s l
-- E
FIGURAV-1
E

SISTEMA FRONTAL NO HS (Fonte: autor)

1 - CONSIDERAÇÕES !INICIAIS

O navegante, em suas inúmeras travessias pelo oceano e pelo mar


costeiro, adquire o hábito de observar o estado do mar e os ventos e,
muitas vezes, se pergunta por que o escoamento do ar apresenta em

148
determinadas ocasiões, variações tão acentuadas, provocando sensíveis
alterações nas condições do tempo e do estado do mar.

Associados a essas alterações meteorológicas surgem fenômenos que


podem afetar de forma significativa a navegação, entre os quais citamos :
mudança da direção e intensidade dos ventos, formação de ondas,
variação da pressão atmosférica e da temperatura do ar, formação de
nuvens, ocorrência de precipitação e redução da visibilidade.

Essas mudanças de estado do tempo podem exigir em determinadas


situações, alteração do rumo e velocidade de embarcação, em face ao
estado do mar severo . Embora se receba a bordo, sistematicamente,
boletins meteorológicos detalhando a presença de centros de baixa
pressão e deslocamento de frentes frias, os navegantes precisam saber
interpretar essas informações e entender as condições do tempo
presente para bem poder avalia r as possibil idades normais da sua
evolução nas horas seguintes.

Esse questionamento sobre variações significativas do estado do tempo e


do estado do mar, que ocorrem em determinadas ocasiões, pode ser
explicado, na maioria das vezes, nas regiões de latitudes médias e altas
latitudes, pelo deslocamento de massas de ar.

Ressalta-se que na região tropical e equatorial o comportamento da


atmosfera é diferente do observado nas latitudes médias .

O escoamento zonal padrão característico das latitudes médias em


ambos os hemisférios (30° N a 60° N e 30° S a 60° S), apresenta ventos de
w.
Pl'i

f.quadm

PS
FIGURA V-2 (a e b)
ESCOAMENTO ZONAL

Nas latitudes médias, em alt os níveis, os ventos de oest e aprese ntam um escoam ento zona/ padrão,
praticame nte de oest e pa ra lest e, devido a fraca com ponente meridi onal (norte-su l) (Fonte: MORAN,
1994) .

149
Periodicamente este escoamento horizontal ondula no sentido
meridional, desencadeando a formação de cristas e cavados de onda.

A intensificação da componente meridional dessa ondulação proporciona


o transporte de massa de ar fria para regiões mais quentes e
deslocamento de massa de ar quente para regiões mais frias .

Tal circulação do escoamento zona I propicia a ocorrência de frentes fria e


quente. A continuidade dessa circulação, no estágio de dissipação, resulta
a presença de centros de alta e baixa pressão desprendidos, voltando a
circulação geral ao escoamento zonal padrão, até nova perturbação
meteorológica .
p~

EQIJAIXIR PS
FIGURA V-3 (a e b)
ESCOAMENTO ZONAL

Nas latitudes médias, o escoamento zona/, em altos níveis, na média e alta troposfera, quando sofre
perturbação meteorológica suficientemente moderada para incrementar sua componente
meridional, apresenta ventos de oeste que fluem num padrão de cristas e cavados de ondas.
Os cavados associados a centros de baixa (B). e as cristas a centros de alta (A) (Fonte: MORAN, 1994
modificada).
PN

Equodor

I'S
FIGURA V-4 (a e b)
ESCOAMENTO ZONAL
Nas latitudes médias os ventos de oeste apresentam um fluxo meridional padrão, em altos níveis,
quando os ventos de oeste para leste têm uma forte componente meridional. Nesta situação
observam-se ventos de noroeste (NW). no HN, (figura a). e ventos de sudoeste (SW). no HS (figuro
b), associados ao cavado, trazendo ar frio das latitudes maiores para as latitudes menores. Na
continuidade do escoame nto observam-se ventos de sudoeste (SW). no HN (figura a). e ventos de
noroeste (NW). no HS, (figura b). associados à crista, transportando ar quente das latitudes menores
para as latitudes maiores. Este transporte de massas de ar frias e quentes é que desencadeia o
processo de formação de frentes frias e quentes respectivamente, em ambos os hem isférios (Fonte:
MORAN, 1994, modificada).

150
1- O escoamento zonal desencadeia a formação dos sistemas frontais
no interior dos cavados formados na evolução desse mesmo
escoamento.
PN

(a)
I'S
(b)
FIGURA V-5 (a e b)
ESCOAMENTO ZONAL
Nos altos níveis, os ventos de oeste, de latitudes médias, algumas vezes apresentam
um padrão de fluxo meridional extremo no qual a circulação principal oeste -leste é
rompida por um avanço acentuado em redemoinho . A evolução desses transportes de
massas de ar frias e quentes atinge estágio de dissipação das frentes, enquanto que
os ventos de oe ste retornam ao seu padrão de escoamento zonal (Fonte: MORAN,
modificada) .

~ 2 - MASSAS DE AR E FRENTES
Q MASSAS DE AR FRIA E QUENTE
Q SISTEMAS FRONTAIS
Q CAVADO
Q FRENTE FRIA
Q FRENTE QUENTE
Q FRENTE OCLUSA
Q FRENTE FRIA ESTACIONÁRIA
Q DIREÇÃO DE VENTOS E ONDAS

C: MASSAS DE AR
Q FRIA
Q QUENTE

Esta seção é dedicada ao entendimento das massas de ar e seus


deslocamentos.

151
Denomina-se massa de ar, uma grande quantidade de ar, cobrindo uma
extensa região, que normalmente se caracteriza por sua temperatura
horizontal, além de outros parâmetros como umidade.

Como a temperatura é o aspecto principal, costuma-se chamar


simplesmente de massa fria e massa quente e, devido apresentarem
imensas massas de ar com características bem distintas, a fronteira entre
elas, denomina-se superfície frontal, que é onde se observam as grandes
alterações do estado do tempo.

Essa superfície frontal se estende da superfície até os elevados níveis de


altitude.

A linha que a representa na superfície do solo e do oceano, denomina-se


frente. Então para o observador que normalmente está na superfície,
frente significa a linha de separação entre duas massas de ar.
'lt: t'KO;\TAI.

FKJ::'I;Tf:
FIGURAV-6
MASSAS DE AR

No encontro de dua s massas de ar de características diferentes (frias e quentes) identifica-se a


superfície que delimita essas massas. A interceptação dessa supe rfície, denominada sup erfície
frontal, com o solo ou o oceano, é um a linh a conhecida como frente . (Fonte : BRASIL. DHN, 1991,
modificada).

Numa situação de equilíbrio de escoamento zonal, as massas de ar não


apresentam deslocamentos em latitude, ficando determinada região sujeita
às características da temperatura da massa de ar presente, sem sensíveis
alterações nas condições do tempo.

AR FRIO AR QUENTE ~

AR FRIO
~

FIGURA V-7 (a e b)
ESCOAMENTO ZONAL

Nas latitudes médias no HN (figura a). e no HS (figura b). o escoa mento zonal padrão, sem
perturbação meteorológica, apresenta ar frio nas latitudes maiores e ar quente nas latitudes
menores. Estes ventos à superfície sopram em direção paralela, como numa frente estacion ária
(Fonte: ENGLAND, 1973).

152
Quando esse equilíbrio é rompido, ocorre a formação de frentes fria e
quente.

--B-~ ~~
FIGURA V-8 (a e b)
ESCOAMENTO ZONAL

Nas latitudes médias no HN (fig ura a). e no HS (f igura b), o escoamento zo na! co m fraca perturbação
meteorológ ica, apresenta ventos de oest e co m co mpon ente meri diona l suficiente para desencadear
a formação de cavado e circ ulação de massa de ar quente co m frente quente (l inh as verm elh as ) e de
massa de ar fria com frente fria (l inhas az uis) (F onte: ENGLAND, 1973).

((
FIGURA V-9 (a e b)
CIRCULAÇÃO NOS CAVADOS

Nas latitu des médias no HN (figur a a). e no HS {Figura b ). o escoa mento zona ! co m fo rte compo nente
meridional no cavado apresenta na circulação da massa de ar fria ventas de NW, no HN, e de ventos
de SW no HS, enquanto que na massa de ar quente aprese nta ventos de SW no HN e de ventos de
NW no HS. Obse rva-se a form ação de um cen t ro de baixa pressão no ponto de inflexão da circu lação
ciclônica do cavado {Fonte: ENGLAND, 1973).

Entretanto, com o deslocamento da massa fria, o ar quente da massa


quente será forçado a ceder o espaço para o ar frio que está chegando .

Residem nessa saída forçada do ar quente, as grandes alterações do


estado do tempo na região em questão.

O ar frio se desloca junto à superfície e aos baixos níveis, por ser mais
frio e, portanto, mais denso.

O ar quente por se menos denso é forçado a subir em seu deslocamento,


se afastando da região, portanto ocorre formação de nuvens.

Este escoamento do ar quente em forma de correntes de ar ascendentes


provoca o desenvolvimento de atividades convectivas .

Percebe-se, então, que a intensidade do processo convectivo vai


depender se a subida do ar quente ocorre de forma suave ou acentuada,

153
ou seja, vai depender da inclinação da superfície frontal. Uma vez que é
por esta rampa inclinada que o ar quente é forçado a subir.

Concentra-se ao longo da superfície frontal a nebulosidade formada .

À superfície, observa-se uma região frontal associada a um centro de


baixa pressão, favorecendo a instabilidade da região.

NUVEM

~
MASSA DE
AR FRIO

MASSA DE
AR QUENTE

FIGURA V-10
MASSAS DE AR

Sepa radas pela supe rfície frontal (linha vermelha) observa-se ma ssas de ar de den sidades diferentes.
A ma ssa de ar menos densa (ar quente) tem movimento ascendente ao lon go da rampa formada pela
inclinação da superfície frontal, enquanto a massa de ar mai s den sa (ar frio) perm anece junto à
superfície. O deslocamento da s massas é devido aos gradientes hori zo ntais de temperatu ra e de
pressão (Fonte : BRASIL. DHN , 1991, modificada).

Ar Frio .....

A H

FIGURA V-11 (a e b)
FRENTES QUENTES E FRIAS

Na frente quente (figura a) a massa de ar quente avança, ao pa sso que a massa de ar frio recua. Como
a massa de ar quente é menos densa, além de avançar, ela ascende ao longo da superfície frontal de
suave inclinação.
Na frente fria (figura b} a massa de ar fria avança, ao pa sso que a massa de ar quente ascende ao
longo da superfície frontal de acentuada inclinação (Fonte : BRASIL. DHN , 1991, modificada) .

1- A massa de ar quente sempre ascende . A frente fria tem uma


acentuada inclinação então o ar quente ascende e forma as nuvens
Cumulonimbus (Cb). A frente quente tem uma suave inclinação
então o ar quente ascende e forma nuvens Cumulus (Cu), Stratus (St)
e Cirrus (Ci) .

154
AR FRIO (FRESCO)

YRE~Tt:
superfície I"RLI

~------~KM--------·
FIGURAV-12
INCLINAÇÃO DA SUPERFiCIE FRONTAL

O navega nte pod e obse rvar oco rrências de nebul osidades distintas na s frentes fri as e quentes, devido
a diferença de inclin açã o da superfíci e frontal. Na frente fria a acentua da inclinação f avorece o
movim ento convectivo, e nebulosid ade num a estreita faixa, ao pa sso que na frente quente est a
inclin açã o é suave com nebulosi dade ao longo de uma ext ensa fai xa (Fonte: ENGLAND, 1978).

Como a frente significa a separação das massas de ar, o navegante


observará, após a passagem da frente, pela sua área, significativa
mudança no regime dos ventos, além de alteração de temperatura do ar
e da pressão atmosférica. Esses aspectos indicam ao navegante a
passagem da frente.

Bem próximo da costa sudeste e sul do Brasil, o navegante observa com


mais frequência os efeitos da ocorrência de frentes frias. Quando o
deslocamento é da massa quente se observa frentes quentes e seus
efeitos característicos.

Podem ocorrer, também, situações de frentes estacionárias e frentes


oclusas . As frentes frias, normalmente, se originam na faixa localizada a
50° de latitude, a qual delimita as altas e as méd ias latitudes e se deslocam
na direção das médias latitudes, influenciando o estado do tempo das
regiões atingidas.

No litoral do Brasil, o navegante observa com mais frequência os efeitos


de frentes frias na costa sul, sudeste e leste até a região do sul de Bahia.

C: FRENTES
Q FRIA
Q QUENTE
Q 0CLUSA
Q FRIA ESTACIONÁRIA

155
2.1- FRENTE FRIA

É interessante o navegante estar atento à formação de um acentuado


CAVADO, pois, evidencia a ocorrência de uma frente fria . Quanto mais
pronunciado for o eixo do cavado, mais significativa será a frente fria e a
circulação de ar, mais frio .

As frentes frias normalmente deslocam -se na trajetória para E/SE no HN


e na trajetória para E/NE no HS.

A formação de uma frente fria , normalmente, está associada à formação


de uma região de baixa pressão na junção das áreas onduladas da frente
fria e da frente quente. Nessa região de depressão a circulação ciclônica
é intensificada . A frente fria , nesse trecho move-se mais rápida que a
frente quente. As duas frentes se juntam nessa região, no processo
denominado oclusão. No momento em que a oclusão se inicia, a
circulação ciclônica está com sua intensidade máxima. À medida que a
oclusão continua avançando a circulação ciclônica nessa região diminui e,
consequentemente, a área de baixa pressão se enfraquece.

O movimento frontal fica mais lento, reduzindo a ondulação e tornando-


se outra vez um sistema frontal , em equilíbrio, enquanto o centro de ba ixa
pressão desaparece.
10 km y-------------------------------------
··. ~ o
~ ~ ----+ ___. ___. i.' '"
IJ ·

FIGURAV-13
CIRCULAÇÃO DO AR NA FRENTE FRIA (HN)

O navega nte obse rva qu e os ventos na superfície t êm direções di stintas antes e depoi s da frente. Na
frente f ri a o ar f ri o sop ra na direção da f rente, enqu anto qu e o ar qu ente sopra na direção pa ralela a
f rent e, ao mesmo t empo que t em movimento ascendente, res ult ando em nuvens e precip itações
li mita das a uma est re ita faixa adiante da frente, para fac ili t ar a cl areza da figura, a seção verti ca l
aprese nta med id as consideravelmente exageradas. (Fonte: M ORAN , 1994).

156
Uma frente fria apre senta acentuada inclinação da rampa da superfície
frontal , resultando em intensa atividade convectiva, em estreita faixa de
nebulosidade ao longo da frente.

FIGURA V-14
NEBULOSIDADE NA FRENTE FRIA

A fr ente fri a t em com o ca ract erísti ca acent uad a in clinaçã o da superfície frontal, propi ciando intenso
movimento convect ivo do ar qu ente e úmi do q ue, ao at in gir o nível de co ndensaçã o e a t em peratu ra
do pont o de orvalho, inici a a form ação de nuvens de dese nvo lvimento ve rti ca l (Cb), res ult ando, ao
lon go de toda a ext ensã o da f rente f ria, uma estreit a f aixa replet a de co nglom erados de
Cum ul on imbus. (Fonte: DHN) .

É interessante ressaltar que o navegante sujeito aos efeitos


meteorológicos de uma depressão extratropical observa ventos fortes e
mar agitado, principalmente, durante a estação de inverno .

Recomenda -se que o navegante acompanhe a passagem da frente, pela


indicação da variação dos parâmetros, pressão atmosférica , temperatura
do ar e principalmente mudança de direção do vento, na fase de
passagem da frente.

Na aproximação da frente fria:

a) a pressão do ar cai ;
b) a tempe ratura do ar aumenta ;
c) o vento predominante sopra no HS do quadrante norte,
normalmente NW ou N, e no HN de SW ou S;
d) a nebulosidade aumenta com surgimento no horizonte de topo de
Cumulonimbus, ou seja , nuvens Cirrus, tipo em garras ou rabo de galo .

157
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nu~
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FIGURA V-15 (a e b)
CIRCULAÇÃO DO AR NAS FRENTES QUENTES E FRIAS
Os ventos à superfície nas frentes fria s e qu entes e no centro de baixa apresentam circu la ção ciclônica
no se ntido anti-horário no HN (figura a) e no sentido horário no HS (figura b). Então, o navegante
observa que por ocasião da passagem da frente fria o vento ronda de SW para NW, no HN (figura a),
e ronda de NW para SW, no HS (figura b), enquanto que na passagem da frente quente o vento rond a
de SE para SW (no HN (figura a); e ronda de NE para NW, no HS (figura b) (Fonte: ENGLAND, 1973).

Após a passagem da frente fria:

a) a pressão atmosférica aumenta ;


b) a temperatura do ar cai;
c) a direção do vento predominante no HS é do quadrante sul,
normalmente SW, e no HN é de NW;
d) a visibilidade reduz durante as pancadas de chuvas; e
e) observa-se trovoadas.

Quando o deslocamento da frente fria é lento, as mudanças não ocorrem


tão abruptamente, mas sim lenta e gradativamente, formando nuvens
estratiformes que ocasionam precipitação contínua e persistente .

Da mesma forma quando a massa de ar quente é muito seca, não se


observa nebulosidade, estando o mau tempo relacionado apenas a
ventos fortes.

2.2 - FRENTE QUENTE

A formação de frente quente ocorre quando há substituição do ar frio


pelo ar quente à superfície do solo ou do oceano. Uma frente quente
apresenta suave inclinação da superfície frontal , resultando em fraca
atividade convectiva, em extensa e larga faixa de nebulosidade ao longo
da frente. Observa-se a seguinte variação dos parâmetros
meteorológicos :

158
Na aproximação da frente quente:

a) nebulosidade estratiforme, numa extensa faixa, ocasionando


precipitação leve e contínua ou garoa;
b) a pressão cai lentamente durante bastante tempo;
c) a temperatura do ar se mantém quase constante;
d) o vento é fraco, e sopra no HS de NE e no HN de SE; e
e) a visibilidade é boa até o início da garoa ou chuva .

Após a passagem da frente quente:

a) a pressão atmosférica diminui;


b) o vento predominante sopra no HS de NW e no HN de SW; e
c) a temperatura do ar aumenta .

10km , -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - ,

FIGURAV-16
CIRCULAÇÃO DO AR NA FRENTE QUENTE (HN)

Na fre nte qu ente o ar qu ente sopra na direção da frente, ao mes mo t empo que asce nd e suaveme nte,
enq uanto que o ar frio recua, resu lta ndo em nuvens estra tif icadas e precipitação do lado do ar f ri o
(fo nte: MORAN, 1994).

1- Os avanços da frente fria e do sistema frontal possibilitam o recuo do


ar quente.
2- Então, no sistema frontal o ar quente avança formando a frente
quente.
3- Como a rampa da frente quente é suave, as nuvens formadas são Cu,
St e Ci .

159
FIGURA V-17
NEBULOSIDADE NA FRENTE QUENTE

A frente quente tem como caracte ríst ica suave inclinação da superfície fro nt al, propiciando gra dua l
ascensão do ar quente e formação de nuvens estratificada s co mo Stratus, Nimbostrat us, Altost ratu s,
Cirrostratu s e Cirru s, ao longo da superfície fro ntal , no lado do ar frio, em uma ext ensa região. (Fonte:
DHN)

2.3- FRENTE 0CLUSA

O centro de baixa pressão (B), do sistema frontal, no nível do mar, está


sempre na extrem idade da frente oclusa. Esta afirmativa ajuda muito o
navegante a interpretar imagem de satélite e carta sinótica .

Uma frente oclusa ocorre quando uma frente quente deixa de ter contato
com a superfície do solo ou do oceano, sendo forçada a eleva r-se, por
causa do avanço da massa de ar fria mais veloz. A massa de ar mais fria
que está chegando passa então a ter contato com a massa de ar menos
fria (ar fresco) presente na região, avante da massa quente.

Teremos, então, t rês massas de ar de temperaturas diferentes, uma bem


fria , uma bem quente e outra fresca ou menos fria .

Uma frente fria em sua trajetória normal pode se deslocar cerca de duas
vezes mais rápido do que uma frente quente e eventualmente alcançá-la,
se juntar e empurrá-la para cima, e formar uma frente oclusa, que pode
ser simplesmente chamada de oclusão. A oclusão pode ser do tipo fria ou
quente. A ocorrência do tipo fria é predominante .

1- A oclusão normalmente é oclusão tipo fria .


2- O centro de baixa pressão (B) é observado sempre na extremidade
da nebulosidade da oclu são .
3- Na nebulosidade da frente oclusa observam-se as nuvens de frente
fria e de frente quente.

160
4- A oclusão tem acentuada concavidade parecendo uma vírgula .
5- Com a evolução do sistema frontal o tamanho da frente oclusa vai
aumentando.
6- O navegante deve ter atenção ao formato dos desenhos dos sistemas
frontais no HN e no HS que são invertidos.

Hp ,.·u s•·•·.RIO H•:vus•·•:RIO


~ORTE St""L

FIGURA V-18
FRENTES OCLUSAS

As frentes frias norm almente desloca m-se na trajet ória pa ra E/SE no HN e na t rajetória pa ra E/NE no
HS. Co mo a fre nte fria pode ca minh ar bem mais rá pid a que a frente quente é possível desencadear a
oc lusão, suspendendo a f rente qu ente .
A oclu são ma is co mu m é a do t ipo fri a que oco rre quand o o ar que chega é mais frio que o ar fresco,
que já está na região (Fonte: ENGLAND, 1973).

Na oclusão do tipo fria, o ar avançando com a frente fria é um ar mais frio


que o ar fresco avante da frente quente. Neste caso, o ar frio avança por
baixo, junto à superfície e levanta a frente quente, o ar quente e o ar
fresco .

A oclusão do tipo fria resultante tem as características de uma frente fria


na superfície, mas o contraste de temperatura entre a massa fria e a
massa fresca é menor do que a diferença observada na situação de uma
frente fria.

O tempo avante da oclusão é similar àquele que ocorreria com o avanço


da frente quente. A passagem da oclusão pode ser marcada por condições
mais chuvosas, tal como aquelas associadas com uma frente fria.

161
Este tipo de oclusão é o mais comum, ou seja, é muito mais frequente
ocorrer oclusão do tipo fria .

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_ .~ -.
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MMrn. )r

FIGURAV-19 FIGURAV-20
FRENTE OCLUSA TIPO FRIA FRENTE OCLUSA TIPO QUENTE

Esquem a da seção verti ca l de frente oclu sa Esqu ema da seção verti ca l de frente oc lu sa tipo
tipo fri a, ond e a superfície frontal entre a qu ente, onde a superfície frontal entre a massa
massa de ar menos fria (ar fresco ) e a massa de ar menos fri a (ar fresco) e a massa de ar
de ar qu ente se af ast a da supe rfície do sol o, qu ente (linh a verm elh a) se af asta da superfície,
fi cando oclu sa, devido a maior densid ade da fi ca ndo oclu sa, devido a maior densid ade da
massa de ar mais fria qu e est á chega ndo na massa de ar mais fria que já estava na região.
reg ião. Na fi gura a esca la verti ca l est á (Fonte: MORAN , 1994).
bast ante exagerada. (F onte: MORAN , 1994).

A oclusão do tipo quente é muito menos frequente ocorrer. A oclusão do


tipo quente ocorre quando o ar fresco que está avançando com a frente
fria não é tão frio como o ar frio avante da frente quente. Nesse caso, o
ar fresco e mais rápido da frente fria se desloca por baixo do ar quente,
mas sobe sobre o ar frio presente na região, avante da frente quente.

O tempo avante de uma oclusão do tipo quente é similar àquele de uma


frente quente, com a superfície frontal se comportando como na situação
de uma frente quente.

Ambos os tipos de oclusão podem ser de difícil localização para um


observador na superfície porque o contraste de temperatura através da
frente é, normalmente, pequeno e a precipitação ocorre sobre uma
extensa região mascarando a posição da frente e a baixa pressão
associada não é tão pronunciada como nas frentes frias e quentes.
Entretanto, com o auxílio de imagens de satélites meteorológicos, pode-
se observar num sistema frontal que uma frente oclusa pode ter a forma
tão definida como uma frente fria .

162
2.4- FRENTE FRIA ESTACIONÁRIA NA METAREA V

Q FRENTE FRIA ESTACIONÁRIA


BLOQUEIO PELO CENTRO DE ALTA PRESSÃO PERMANENTE DA CÉLULA
DE HADLEY (A)
BLOQUEIO NORMAL NAS ÁREAS DELTA I ECHO
RONDA DOS VENTOS SW I SE
SIMBOLOGIA DA FRENTE FRIA ESTACIONÁRIA
ISÓBARAS DO CAVADO ALTERAM CONFIGURAÇÃO NA EXTREMIDADE
POSSIBILIDADE DE RESSACA
NAVEGAÇÃO COSTEIRA COM MAR SEVERO

Uma frente fria quase estacionária ocorre quando as isóbaras da


extremidade do cavado se abrem, alterando a direção do vento, para ir
reduzindo a velocidade de deslocamento da frente fria. Esta ocorrência
pode ser observada pelos navegantes, na interpretação da carta sinótica
do dia .

Uma frente fria estacionária ocorre quando não há deslocamento da


frente . Nessa situação, os ventos são paralelos a frente, em ambos os
lados, porém de direções opostas.

Exemplo: área Delta do Meteoromarinha, Metárea V, ventos frios de SE e


ventos quentes de NW.
FRENTE FRIA ESTACIONÁRIA

FIGURAV-21
SIMBOLOGIA

1- É importante observar a simbologia da frente fria estacionária, no


trecho estacionado.

163
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FIGURA V-22
CIRCULAÇÃO E NEBULOSIDADE NA FRENTE ESTACIONÁRIA (HN)

A frente est ac ionária em am bos os lados apresenta ventos à superfície essencia lmente paralelos a
frente e frequentemente um a larga região de nebulosidade e precipitação ou neve no lado frio da
fren te . As nuvens estratificadas e a precipitação resultam da ascensão do ar quente ao longo da
supe rfíci e f rontal de suave incl inação (Fonte: MORAN, 1994).

A evolução do estado do tempo associado à frente fria estacionária


depende do histórico da frente, do contraste de temperatura, da direção
e intensidade dos ventos, etc. Ela pode evoluir para uma frente fria ou
para uma frente quente ou dissipar.

2.5- SISTEMAS FRONTAIS E TRAJETÓRIAS

A nebulosidade associada aos sistemas frontais apresenta características


distintas em cada estágio do ciclo de vida do sistema, desde a formação
das frentes fria e quente, seu deslocamento, a ocorrência de oclusão e
sua dissipação.

O navegante ao consultar simultaneamente a carta sinótica de pressão à


superfície e a imagem de satélite meteorológico, que serão vistas mais
adiante no capítulo VI, poderá observar pelas características da
nebulosidade, o estágio do ciclo de vida do sistema frontal, identificando
a nebulosidade característica de ocorrência de oclusão .

O navegante precisa observar que o centro de baixa pressão do sistema,


está na extremidade da nebulosidade da frente oclusa.

1- Na ocorrência de frente fria estacionária ocorre mudança nas


direções dos ventos na extremidade da frente fria do lado frio. O
vento de sudoeste (SW) varia para vento de sul (S) e vento de sudeste
(SE), no HS.

164
2 - O início da frente fria estacionária pode ser observado pelas
aberturas das isóbaras na extremidade do eixo do cavado .

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FIGURA V-23 (a, b, c e d)
CICLO DE VIDA DAS FRENTES (HN)

O esq uema desta figura refere-se ao hemi sfério norte. A medida que os ventos de oeste (W)
increm entam sua componente meridional e intensifi cam o cavado, o escoamento do ar dá supo rte a
evolução do ciclo de vida da s frentes, co m oco rrência de oclu são e o desenvolvim ento da
nebulosidade associada ao ce ntro de baixa pressão à superfície. Nota-se que ao mesmo t empo vai
evo luindo o des loca mento da s frente s. Os navegantes ao longo do tempo são atingidos pelas frente s
em se us diferentes estágios, dependendo da sua posição no mar em relação a trajetória desses
cic lones de latitudes média s (frente) (Fonte : MORAN , 1994).

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FIGURA V-24 (a, b, c e d)
CICLO DE VIDA DAS FRENTES (HS)

O esq uema desta figura refere-se a evolução do ciclo de vid a da s frentes no HS.
É importante o navega nte obse rvar se mpre a posição do ce ntro de baixa pressão (B), na extremidade
da nebu losidade da frente oclusa. (F onte: autor para o HS)

165
SISTEMAS FRONTAIS

CARTA DE PRESSÃO AO NI VEL DO MAR ~:~·~~~·~~j~,~cda~u;~~~~~~·lpi;~~~~oo~~ ~~~~fe~~~~~oO ~~~f,~o lf~ im~r'':~~~~~ g~


Mannhi\JSorvlço l.totoorotnolco 'A"tlnho
SEA LEVEL PRESSURE CHART
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RelerénciaiRofe rence: Jsüroll úüi I Wl~ ~~::1~~~~~~ :nO:.'.~~!~~,/:,~~':fe',trJO:Jtl:·'~~o:;, ,1;!:;,~;:~~~~ P:nr:;i~'l:!:.~e
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i~·lllii Fn.: UZ12UI 41 U plt ,. II. Of UllfUn 111 11 tu

FIGURA V-25
CARTA SINÓTICA 15/0UT/17.

166
CA RTA DE PRESSÃO AO NiVEL DO MAR ~:~~~:a~~~ =,:o:a~"::~:~·~~~~::;~::,~~~ /::~s.~ ~~~i!c"~ ~~;:, "~;!~! ::
l l al!nn• JSe!'IIÇQ Utl e::) I OIOÇico lol!)l lnho
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FIGURAV-26
CARTA SINÓTICA 24/0UT/17.

1 - Significativas áreas geradoras de ondas, com extensas pistas e


estreitos espaçamentos entre as isóbaras, ind icando fortes gradientes
hori zontais de pressão com ventos muito fortes .

167
CIRCULAÇÃO GERAL DO AR E TRAJETÓRIAS DOS SISTEMAS
(TROPICAIS E FRONTAIS)

FIGURA V-27
VENTOS DE~ E VENTOS DE '!i_ . (F onte: DIGEST, 1980)

TRAJETÓRIAS DOS SISTEMAS FRONTAIS (VENTOS DE W)

1- As trajetórias dos sistemas frontais acompanham o escoamento dos


ventos W, em ambos os hemisférios.
2- Então as trajetórias normais são para E/NE, no HS e para E/SE, no HN .

3 -ASPECTOS RELEVANTES- CONCEITOS E EXERCÍCIOS

Q As massas de ar caracterizam -se por pequenas diferenças horizontais


de Temperatura e Umidade.
Q Inversão térmica ocorre quando se observa o contrário do normal, ou
seja, ocorre massa de ar com temperatura maior em níveis de altitude
mais elevados e a massa fria em baixos níveis.
Q Frontólise é região de dissipação de frente fria.
Q Frontogênese é a região de formação de frente fria .
Q A situação de uma frente fria depende da velocidade do seu
deslocamento. É comum denominar de frente quase estacionária, a
frente cuja posição permanece quase que inalterada ao longo de um
período de tempo. Essa situação pode se normalizar e a frente voltar
a se deslocar.
Q Em médias e altas latitudes ocorrem cavados. Dentro do cavado,
observa-se partindo do centro de baixa pressão, todo o sistema
frontal, com as frentes fria, quente e oclusa. O cavado com todo o

168
sistema frontal associado se desloca, normalmente com 10 nós, em
trajetória NE/E no HS e trajetória SE/E no HN.

QUESTÕES E SOLUÇÕES- BASEADAS NO LIVRO TEXTO

c:; SISTEMAS FRONTAIS {capítulo 5)

Nas altas e médias latitudes, os cavados à superfície e os sistemas frontais


associados, que estão inseridos dentro dos respectivos cavados,
movimentam-se em trajetória tradicional para leste (E), devido ao
escoamento permanente dos ventos de W, da circulação geral da
atmosfera .

Pode-se, então, discutir uma série de conceitos a respeito da afirmativa


acima. Tais como:

1- As trajetórias das frentes frias no HS são para E/NE e no HN é para


E/SE .
2- O eixo da parte alongada do cavado aponta para a região quente,
direção do equador, em ambos os hemisférios, então, observa-se
que os desenhos dos cavados são invertidos no HS e HN.
3- Observa-se que a frente fria se posiciona exatamente no eixo do
cavado.
4- Então os desenhos dos sistemas frontais estão também invertidos
no HS e HN, conforme se constata nas imagens de satélite e nas
cartas sinóticas.
5- O sistema frontal : frente fria , frente quente, frente oclusa está todo
inserido dentro do cavado.
6- A circulação do ar no cavado do HS é no sentido horário e ao
contrário no HN.
7- As concavidades das três frentes são idênticas, de acordo com o
respectivo sentido qe circulação do ar.
8- A nebulosidade na região da frente fria ocorre em uma faixa
estreita, com Cb.
9- A acentuada inclinação da rampa da frente fria favorece a
ocorrência de intensa atividade convectiva, com Cb.
10- Na imagem de satélite, observa -se a região de uma frente fria, pela
sua aparência de cor branca intensa, característica de Cb., em faixa
estreita, apontando para latitudes mais baixas.
11- A nebulosidade da frente fria {FF) se estende dentro da massa fria ,
afetando a região depois da passagem da FF .

169
12- Já na frente quente (FQ), a nebulosidade tem características bem
diferentes, a rampa é suave, resultando fraca atividade convectiva,
com nuvens stratus e cumulus, em larga faixa de nebulosidade de
aparência de branco e cinza claro, afetando área antes da passagem
da FQ.
13 - Na frente oclusa (FOC), observam-se as nebulosidades
características das FF e FQ, estendendo-se até o centro de baixa
pressão (B).
14- Na extremidade da frente oclusa se posiciona o centro de baixa
pressão do cavado (B), que é o mesmo (B) do sistema frontal.
15- Na circulação do ar em um cavado, em ambos os lados do seu eixo,
observa-se ventos quentes antes da FF e ventos frios depois da FF .
16- Como a circulação do ar tem sentidos contrários no HS e no HN,
observa-se que as direções dos ventos são distintas, em ambos os
hemisférios, nas áreas antes da passagem da FF, e também, nas
direções dos ventos, depois da passagem da FF.
17- No HS a ronda dos ventos observada na passagem da frente fria é
NW ISW.
18 - No HN, a ronda dos ventos observada na passagem da frente fria é
SWI NW.
19- No desenho de um sistema frontal , no HS, visualizado na imagem de
satélite e na carta sinótica, observam-se as direções dos ventos frios,
do quadrante SUL (SE, S, SW).
20- No desenho de um sistema frontal , no HS, visualizado na imagem de
satélite e na carta sinótica, observam-se as direções dos ventos
quentes, do quadrante NORTE (NE, N, NW).
21- No desenho de um sistema frontal, no HN, visualizado na imagem de
satélite e na carta sinótica, observam-se as direções dos ventos frios,
do quadrante NORTE (NE, N, NW).
22- No desenho de um sistema frontal , no HN, visualizado na imagem de
satélite e na carta sinótica, observam-se as direções dos ventos
quentes, do quadrante SUL (SE, S, SW) .
23- Na aproximação de uma frente fria (FF), observam-se nuvens Cirrus
(Ci), em movimento, devido à divergência no topo das nuvens
Cumulonimbus (Cb).
24- (Cb), na rampa da FF .
25- Nas regiões sul e sudeste do Brasil, depois da passagem de uma
frente fria , observam-se vento e ondas do mar para o litoral.
26- Nas regiões sul e sudeste do Brasil, antes da passagem de uma frente
fria, observam-se vento e ondas da costa para o mar aberto.

170
CAPÍTULO VI

INTERPRETAÇÃO DE INFORMAÇÕES
METEOROLÓGICAS

C IMAGEM DE SATÉLITE
C CARTA SINÓTICA
C BOLETIM METEOROMARINHA
: AVISOS DE MAU TEMPO
C CARTAS DE ONDAS
C ANÁLISE SINÓTICA
C INTERPRETAÇÃO DE INFORMAÇÕES METEOROLÓGICAS
Este capítulo pretende examinar os principais aspectos das informações
meteorológicas disponíveis aos navegantes. São apresentadas as
características das imagens de satélites meteorológicos, dos boletins e
cartas sinóticas de pressão à superfície, visando sempre auxiliar os
navegantes a interpretar estas informações em seus múltiplos aspectos,
de modo a facilitar o entendimento do tempo presente e possibilitar a
percepção da evolução do estado do mar.

São apresentados os elementos indicados nas cartas sinóticas, que


possibilitam sua interpretação e indicam a circulação do vento sobre o
mar e consequentemente o estado do mar.

Os navegantes devem estar capacitados a usar diariamente, às 0000


(HMG) e às 1200 (HMG), os produtos do Serviço Meteorológico Marinho,
divulgados no site da DHN .

As imagens de satélite são divulgadas pelo site do CPTCE I INPE, de 3 em


3 horas (HMG).

171
~--~. DIRETORIA DE HIDROGRAFIA E NAVEGAÇÃO . ... .,............
·~
·t
:···
--~
CENTRO DE HIDROGRAFIA DA MARINHA
Serviço Meteorolog1co Marmho ~".

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S.Úviln\ilr SeMço de Btn.c. e


Saiv~tmento da Marinlw ...

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FIGURA VI-l
SERVIÇO METEOROLÓGICO MARINHO (DHN)
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FIGURAS Vl-2 E 3
IMAGEM DE SATÉLITE DO CPTEC

172
METEOROLOGIA MARINHA (METÁREA V)

Na METÁREA V, área marítima e costeira do BRASIL, pode-se observar


duas meteorologias distintas. A referência é o paralelo de latitude, que
limita a influência dos sistemas frontais vindos do sul, normalmente na
região do sul da Bahia/ norte do Espírito Santo . Latitude essa determinada
diariamente, pela posição do centro de alta pressão da célula de Hadley.
Este centro de alta (A) bloqueia o avanço de quaisquer sistemas frontais .
Resultando em frente fria estacionária.
Os navegantes se referem a esse centro de alta, como anticiclone
permanente do oceano Atlântico Sul . A célula de Hadley tem influência
permanente em toda a região tropical.

~ l-IMAGENS DE SATÉLITES METEOROLÓGICOS

Os centros de previsão do tempo trabalham com uma poderosa


ferramenta disponível também aos navegantes, que é a imagem de
satélites meteorológicos. Tem-se o satélite geoestacionário, a 36 mil km
de altitude que nos fornece imagens circular de uma face da Terra .

FIGURAVI-4
IMAGEM DE SATÉLITE METEOROLÓGICO
Nas im agens de sat élit e meteorológico as
regiões co m nebul osi dade sã o ca ract eri za das
pe la cor branca. As partes brancas mais
int ensas caracterizam áreas de nuvens altas e
muito espessas ou de desenvol vim ento
vertical tipo Cu mu lonimbus (Cb ). As áreas em
branco esmaecid o ind ica m nuvens baixas ou
nevoeiros e as áreas escuras, céu limpo (F onte:
DIGEST, 1980).

Nos oceanos, normalmente tem -se menos observações meteorológicas à


superfície do que nos continentes, então as imagens de satélite cobrindo
o oceano e o mar costeiro, nos ajudam a identificar os elementos e
fenômenos meteorológicos que estão ocorrendo no instante da imagem.

A comparação de imagens anteriores nos dá ideia de como esses


fenômenos estão evoluindo com o tempo e nos perm ite entendê-los
melhor, e nos ajuda possivelmente a acompanhar as previsões do tempo
na nossa região em conjunto com outros boletins e cartas do tempo. Esse

173
tipo de satélite geoestacionário pode fornecer novas imagens em
intervalos de 3 em 3 horas. Para as regiões sujeitas à influência de
fenômenos extratropicais, ou seja, frentes frias, a possibilidade de
consultar imagens de satélite, pela internet, favorece bastante o
navegante acostumado a navegar em áreas carentes de informações.

Outro tipo de satélite meteorológico é o de órbita polar. Posicionado a


cerca de 800 km de altitude descreve ao longo do meridiano superior do
local sua órbita polar, passando uma vez durante o dia e outra durante a
noite pela mesma região, cobrindo uma faixa de 15° de largura de sul pa ra
o norte.

As imagens podem ser no canal do espectro visível ou no canal do


espectro infravermelho ou simplesmente imagem visível e imagem
infravermelho.

A imagem visível registra a refletividade, ou seja, a luminosidade


refletida que é a parte branca da imagem. Então, durante o dia é possível
se ter imagem e durante a noite não. Além disso, as nuvens podem ter a
mesma refletividade, ou seja, nuvens baixas (Stratus), médias
(Aitostratus), altas (Cirrus) e Cumulus podem ser representadas do
mesmo modo, pelos registros brancos da imagem. Os registros escuros na
imagem significam que não há nebulosidade naquelas regiões, ao passo
que os registros brancos significam nebulosidade refletindo a luz solar.

Mesmo sem indicar os tipos de nuvens presentes, as imagens do visível


dão importante informação sobre a presença de sistemas de mau tempo
e a intensidade da nebulosidade.

1.1- A IMAGEM INFRAVERMELHO (IR)

A imagem infravermelho {IR) é a mais usada e a mais divulgada.

Ela tem outra característica para obter os dados meteorológicos e


registrá-los formando a imagem. A imagem IR se baseia na informação
da temperatura da coluna de ar inteira, captando a temperatura das
nuvens altas, nuvens médias, nuvens baixas, nevoeiros e superfície do
solo ou oceano. Com a imagem IR, conseguimos identificar a presença
dos diferentes tipos de nuvens e melhor caracterizar o estado do tempo,
os fenômenos e os sistemas sinóticos que estão ocorrendo. Na imagem
IR, as partes bem brancas indicam a presença de grandes nuvens
Cumulonimbus (Cb) tão comuns em frentes frias e tormentas tropicais e

174
tempestades isoladas. Os Cumulonimbus que provocam trovoadas,
relâmpagos, e fortes precipitações associadas a fortes ventos aparecem
nas imagens IR como regiões bem brancas, diferenciando as das regiões
menos brancas ou cinza clara, cinza escura ou cor escura.

Quanto menos clara a imagem IR, menor é a espessura da nuvem


representada, indicando que a nuvem não é Cumulus e sim Stratus. E
quanto menos claro aparece um Stratus mais baixo ele está. Os Cirrus
aparecem bem mais brancos que os baixos Stratus. Normalmente, pela
intensidade do branco nas imagens IR, identifica-se primeiro o
Cumulonimbus (Cb), os Cirrus, os baixos Stratus ou pequenos Cumulus e
a superfície do oceano ou continente.

As imagens têm a possibilidade de mostrar a forma dos sistemas de


nuvens e sua posição atual e assim indicar nas imagens subsequentes, sua
evolução, sua intensificação e seu deslocamento, e as características da
sua trajetória .

l.l.liMAGEM INFRAVERMELHO REALÇADA

Apresenta em cores:

a) Intensidade da atividade convectiva.


b) Os tipos de nuvens associados às cores.
c) A espessura da nuvem.
d) A intensidade do mau tempo.
e) Cada cor indica uma temperatura.
f) O nível de altitude do topo da nuvem.

1- Quando o navegante estiver interpretando uma imagem de satélite


IR deve estar atento as cores branco intenso, branco esmaecido,
cinza claro e cinza escuro para identificar os tipos de nuvens
correspondentes.

2- Na imagem IR realçada o navegante tem mais recurso à sua


disposição, mas precisa identificar bem o sistema frontal e as frentes
fria, quente e oclusa e também o centro de baixa pressão (B) .

175
FIGURA Vl -5
IMAGEM DE SATÉ LITE

Im age m do dia 044 do ano de 1984, às 12: 00 HMG, na qual se


observa fr ente fri a a SE do Oceano Pacífico, id entifi ca da pel a
faix a branca (Cumulonimbu s) qu e se est end e na direção SE.
Obse rva-se também outra frente fri a, est end endo-se do norte
da Argentin a para o Uru guai, co m sua parte oclusa ao sul. O
escoa mento se est end e para leste, so bre o oceano como uma
frente qu ente associada ao ca vado . Identifica-se so bre a
Argentin a um cavado co m escoa mento de ar frio (áre a escu ra)
e a asce nsão do ar qu ente na superfície front al (área cl ara)
sobre o Uruguai, indi ca ndo a fr ente fri a assoc iada ao cavado
(Fonte: INPE) .

-
-
--
·:
-
- -
--.
: . - : 4 - 4 4 --

FIGURA Vl-6
IMAGEM DE SATÉLITE
A imagem do dia 045, às 12:00 HMG ap rese nta a
evolução do estado do tempo 24 horas depoi s.
Identifica-se o des locam ento da s frentes frias (áreas
brancas intensas) assoc iada s aos cavados (áreas
escuras), e da mes ma form a se id entifica a evo lução das
frent es qu entes (áreas brancas so bre o oceano)
associadas as cristas. A área escura sobre a Arge ntin a
indica céu limpo, e escoamento de massa de ar fria
associada ao cavado. O ce ntro de bai xa pressão se
deslocou para a área oceânica, a lest e do Urugu ai e
Argentina, af et ando o est ado do mar nesta reg ião
(Fonte: INPE) .

•, : . ·,::: : - :: --:: .. - .. = -- ~

FIGURA Vl -7
IMAGEM DE SATÉLITE
Na im age m do di a 202, do ano de 1985, às 00:00
HMG, observa-se so bre o oceano Pacífi co o
escoamento planetário com doi s acentu ados cavados
e, as respectivas frentes fri as associadas, co m
intensas nebu losidades (áreas bem brancas). Nesta
situ ação a área oceânica próxim a a costa chilena est á
so b a influ ência dos ventos de SW assoc iado s a frente
fri a indi ca da, portanto o navega nte, nesta região,
enco ntra est ado do mar severo com ondas
provenientes de SW, e a região cost eira, ao lon go do
tempo, se rá atingid a por marulhos de SW, provoca dos
pela passagem desta fr ente fri a (Fonte: INPE).

176
FIGURA Vl-8
IMAGEM DE SATÉLITE
A imagem do dia 202, às 18:00 HMG, apresenta
a evo lução do tempo 18 hora s depois.
Identifica-se o deslocamento da inte nsa frente
fria so bre o oceano e da frente fria atingindo o
continente . O navegante ao interpretar esta
imagem consta t a, nesta regi ão, a ocorrência de
severo estado do mar provocado pela forte
circu lação do ar nos centro s de baixa pressã o
associados aos re spectivos siste mas frontai s
(Fonte: INPE) .

Essas informações sobre o tempo no mar são valiosas ao navegante se


transmitidas e recebidas com rapidez, porém é fundamental que o
navegante tenha habilidade, em interpretar as imagens recebidas e saiba
que as imagens IR apresentam informações diferentes das imagens do
visível. Pode também o navegante com mais expenencia em
interpretação das imagens, acompanhar as imagens seguintes e extrair
informações do comportamento do vento à superfície ou em altos níveis
pela análise do contínuo deslocamento das nuvens baixas ou nuvens
altas, respectivamente .

Na análise das imagens de satélites do Atlântico Sul, pode-se verificar os


aspectos meteorológicos seguintes :

1- Zona de convergência do Atlântico Sul (ZCAS), com extensa banda de


nebulosidade da Amazônia ao Atlântico Sul.
2- Alta (pressão) da Bolívia, com gigantesca circulação anticiclônica em
altos níveis associada a grande convecção, principalmente na época
de verão no HS.
3- Formação de vórtice ciclônico em baixos níveis, associado ao cavado
e a frente fria .
4- Formação de vórtices em altos níveis associados à alta da Bolívia, à
alta do Atlântico Sul e a corrente de jato.
5 - Visão de nebulosidade em altos níveis, associada a movimentos
verticais, principalmente na época de verão.
6- Significativa queda da temperatura do ar à superfície e ocorrência de
geada, associada ao cavado em altos níveis (subtropical), a entrada
de segunda frente fria (onda polar secundária) e a onda planetária
larga .
7- As regiões costeira e marítima são afetadas pela ZCAS.
8- As condições do tempo são intensificadas quando a ocorrência das
ZCAS coincide com a passagem de frente fria.

177
A) IMAGEM INFRAVERMELHO REALÇADA- 24 de outubro de 2017

FIGURA Vl-9
IMAGEM DE SATÉLITE REALÇADA

1- Frente Fria área Charlie/Delta Cabo Frio .


2- Significativa nebulosidade na ZCIT.
3- Sistema Frontal no oceano Atlântico Sul (latitude da Argentina).
4- Sistema Frontal na área oceânica do Brasil.
5- Indicação do centro de baixa (B) do cavado.
6- Pela posição do eixo do cavado e do sistema frontal e da frente fria
com circulação do ar horária (HS) o navegante pode observar e
concluir na imagem a região ANTES da frente fria com navegação
costeira tranquila com ventos e ondas da costa para o mar. Já na
região DEPOIS da frente fria, a navegação costeira é agitada com
ventos e ondas do mar para o litoral.

178
B) IMAGEM INFRAVERMELHO - 24 de outubro de 2017

FIGURA Vl-10
IMAGEM DE SATÉLITE INFRAVERMELHO

1- Dois sistemas frontais no oceano Atlântico Sul.


2- Indicação do centro de baixa (B) do sistema frontal, visualizado na
extremidade da frente oclusa.
3- ZCIT com significativa nebulosidade.
4- Área do Nordeste com tempo bom.
5- Observa-se na costa da África, sistema frontal.
6- A sequência de imagens na área norte ressalta o comportamento
da posição da ZCIT que é variável.
7- Na área do nordeste observa-se persistência de direção dos ventos
e das vagas de sudeste (SE)/Ieste (E).
8- O navegante pode observar a intensificação dos sistemas
frontais em altas latitudes com trajetórias para leste (E) .

179
2- BOLETINS METEOROLÓGICOS E METEOROMARINHA

OBSERVAÇÃO : Atualmente a intensidade do VENTO é referida à


escala BEAUFORT nos boletins Meteoromarinha. Atualmente é
divulgada a direção de onde veem as vagas e os marulhos, com as
respectivas alturas em metros.

As informações meteorológicas de interesse do navegante são elaboradas


pelo Serviço Meteorológico Marinho, que funciona na DHN . Essas
informações são agrupadas, de acordo com o fim a que se destinam, nos
tipos de boletins e cartas meteorológicas seguintes :

a) Boletim de previsão para áreas portuárias;


b) Boletim de condições e previsão do tempo (METEOROMARINHA);
c) Boletim especial de previsão; e
d) Carta meteorológica por INTERNET.

Essas informações são elaboradas para as áreas marítimas sob a


responsabilidade do Brasil, estabelecidas no acordo internacional com a
Organização Mundial de Meteorologia {OMM) . No Meteoromarinha, a
previsão do tempo é elaborada, separadamente, para cada uma das áreas
abaixo relacionadas, que compõem a reg ião marítima da costa brasileira .

ÁREAS MARÍTIMAS DE PREVISÃO DO TEMPO


SOB A RESPONSABILIDADE DO BRASIL

ALFA Do Arroio Chuí ao Cabo de Santa Marta


BRAVO Do Ca bo de Santa M art a ao Cabo Frio (Oceâ ni ca )
CHARLIE Do Cabo de Santa Marta ao Cabo Frio (Costeira)
DELTA Ca bo Frio a Caravelas
ECHO De Caravelas a Salvador
FOXTROT De Sa lvador a Nat al
GOLF De Natal a São Luiz
HOTEL De Sã o Lui z ao Cabo Ora nge
NOVEMBER Norte Oceânica (Oeste de 020°W, de 7°N a 15°S)
SI ERRA Sul Oceânica (Oest e de 020111W, de 15°S a 36°S)

(Fonte: DHN .)

180
Cada área pode ainda ser subdividida em parte norte ou sul e parte leste
ou oeste para melhor identificar as variações do tempo dentro da mesma
região .

2.1- SERVIÇO MUNDIAL DE AVISOS DE METEOROLOGIA MARINHA AOS


NAVEGANTES

Os oceanos foram divididos em áreas de responsabilidade de divulgação


de informações de segurança da navegação. Essas áreas são denominadas
de NAVAREA ou METÁREA e são identificadas pelo termo NAVAREA ou
METÁREA, seguido de algarismos romanos .

Coube ao Brasil à área geográfica designada NAVAREA V e METÁREA V.

(a)
METÁREAS
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~ -- - - --- --- __ j FIGURA Vl-11 (a) e (b)

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(Fo nte: IMO, 1998 ).


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{ ,.-- ~ · --·r .. ---- 1
o (b )

METÁREAV

1- A Organização Mundial de Meteorologia (OMM) pertencente a ONU


é o órgão que estabelece as normas e procedimentos para os
navegantes e demais usuários.

181
2.2- METEOROMARINHA- BOLETIM DE CONDIÇÕES E PREVISÃO DO TEMPO

Todos os serviços meteorológicos destinados à navegação marítima


elaboram e emitem boletins de condições e previsão do tempo, de acordo
com as normas estabelecidas pela OMM . O Meteoromarinha é
constituído das seguintes partes :

Parte I aviso de mau tempo;


Parte 11 resumo descritivo do tempo;
Parte 111 previsão do tempo :
Parte IV análise e/ou prognóstico do tempo;
Parte V seleção de mensagens meteorológicas de navios.
Parte VI seleção de mensagens meteorológicas de estações
terrestres costeiras .

As Partes I, 11 e 111 são transmitidas em linguagem clara em português, e


repetidas em inglês, após a Parte VI.

Parte I -Avisos de mau tempo

Os avisos de mau tempo incluídos tanto no Boletim de Previsão para


Áreas Portuárias como no Meteoromarinha são emitidos, quando uma ou
mais das seguintes condições meteorológicas estejam previstas:

a) vento de força 7 ou acima, na escala Beaufort (intensidade 28 nós


ou mais) ;
b) ondas de 3 metros ou maiores, em águas profundas (mar de
grandes vagas ou vagalhões);
c) visibilidade restrita a 1 km ou menos.
d) ressaca com ondas de 2,5 metros na arrebentação .

Os elementos já mencionados no aviso de mau tempo não são repetidos


nos demais itens dos boletins de previsão. A ausência de aviso de mau
tempo é claramente mencionada no texto dos boletins com a expressão
NIL ou NÃO HÁ.

METEOROMARINHA REFERENTE ANÁLISE DE 1200 HMG- 04/SET/2016


• DATA E HORA REFERENCIADA AO MERIDIANO DE GREENWICH- HMG
• PRESSÃO EM HECTOPASCAL- hPa
• VENTO NA ESCALA BEAUFORT
• ONDAS EM METROS

182
• PARTE UM- AVISOS DE MAU TEMPO
• AVISO NR 1273/2016
• AVISO DE MAR GROSSO
• EMITIDO ÀS 1600 - SEX - 02/SET/2016
• ÁREA NORTE OCEÂNICA AO SUL DO EQUADOR A PARTIR DE 010000 .
ONDAS DE S/SE 3.0/4.0 .
• VÁLIDO ATÉ 050000.
• ESTE AVISO SUBSTITUI O AVISO NR 1266/2016.
• AVISO NR 1274/2016
• AVISO DE MAR GROSSO
• EMITIDO ÀS 1600- SEX- 02/SET/2016
• ÁREAS ECHO E FOXTROT A PARTIR DE 011200 . ONDAS DE SE/E 3.0/4.0 .
• VÁLIDO ATÉ 050000 .
• ESTE AVISO SUBSTITUI O AVISO NR 1267/2016.
• AVISO NR 1281/2016
• AVISO DE VENTO FORTE/MUITO FORTE
• EMITIDO ÀS 1330 - SÁB - 03/SET/2016
• ÁREA ALFA AO SUL DE 32S . VENTO SE/E 7/8 COM RAJADAS,
OCASIONALMENTE 9 NO EXTREMO SUDESTE DA ÁREA APÓS 051200 .
• VÁLIDO ATÉ 060000 .
• ESTE AVISO SUBSTITUI O AVISO NR 1279/2016.
• AVISO NR 1283/2016
• AVISO DE RESSACA
• EMITIDO ÀS 1400 - DOM- 04/SET/2016
• RESSACA ENTRE CHUÍ (RS) E TRAMANDAÍ (RS) . ONDAS DE SE/E PASSANDO
S/SE 2.5/3.0 .
• VÁLIDO ATÉ 071200.
• ESTE AVISO SUBSTITUI O AVISO NR 1276/2016.
• AVISO NR 1284/2016
• AVISO DE MAR GROSSO
• EMITIDO ÀS 1400 - DOM- 04/SET/2016
• ÁREA ALFA AO SUL DE 33S A PARTIR DE 031200 . ONDAS DE SE/E 3.0/4.0 .
• VÁLIDO ATÉ 06 1200.
• ESTE AVISO SUBSTITUI O AVISO NR 1277/2016.
• AVISO NR 1285/2016
• AVISO DE MAR GROSSO/MUITO GROSSO
• EMITIDO ÀS 1400- DOM- 04/SET/2016
• ÁREA ALFA A PARTIR DE 061200. ONDAS DE SW/SE 3.0/4.0 PASSANDO
NW/SW 5.0/6 .0 .
• VÁLIDO ATÉ 071200 .
• AVISO NR 1286/2016
• AVISO DE RESSACA
• EMITIDO ÀS 1400- DOM- 04/SET/2016
• RESSACA ENTRE CARAVELAS (BA) E TOUROS (RN) . ONDAS DE SE/E 2.5/3 .0 .

183
• VÁLIDO ATÉ 061200 .
• ESTE AVISO SUBSTITUI O AVISO NR 1270/2016.
• AVISO NR 1291/2016
• AVISO DE VENTO FORTE/MUITO FORTE
• EMITIDO ÀS 1400- DOM- 04/SET/2016
• AREA SUL OCEÂNICA AO SUL DE 32S E OESTE DE 035W A PARTIR DE 050000 .
VENTO SE/NE 7/8 COM RAJADAS .
• VÁLIDO ATÉ 060000 .
• ESTE AVISO SUBSTITUI O AVISO NR 1282/2016.
• AVISO NR 1292/2016
• AVISO DE VENTO FORTE/MUITO FORTE
• EMITIDO ÀS 1400- DOM- 04/SET/2016
• AREA SUL OCEÂNICA AO SUL DE 30S E OESTE DE 035W A PARTIR DE 061200 .
VENTO NE/NW 7/8 COM RAJADAS .
• VÁLIDO ATÉ 071200.

METEOROMARINHA REFERENTE ANÁLISE DE 1200 HMG -01/0UT/2016

• PARTE UM- AVISOS DE MAU TEMPO


• AVISO NR 1422/2016
• AVISO DE MAR GROSSO
• EMITIDO ÀS 1430- SEX- 30/SET /2016
• AREA SUL OCEÂNICA AO SUL DE 30S E LESTE DE 035W. ONDAS DE SW/S
3.0/4.0.
• VÁLIDO ATÉ 021200 HMG .
• AVISO NR 1423/2016
• AVISO DE RESSACA
• EMITIDO ÀS 1430- SEX- 30/SET/2016
• RESSACA ENTRE SANTOS (SP) E CABO FRIO (RJ) . ONDAS DE S/SE 2.5.
• VÁLIDO ATÉ 011800 .
• ESTE AVISO SUBSTITUI O AVISO NR 1421/2016.
• AVISO NR 1424/2016
• AVISO DE RESSACA
• EMITIDO ÀS 1300 - SÁB- 01/0UT/2016
• RESSACA ENTRE TOUROS (RN) E JERICOACOARA (CE) A PARTIR DE 020000.
ONDAS DE SE/E 2.5/3 .0 .
• VÁLIDO ATÉ 040000.

Parte 11 - Resumo descritivo do tempo

É uma sinopse ou sumário da situação atmosférica em um determinado


instante de referência, com indicação das posições das configurações
sinóticas existentes na área, seu movimento, desenvolvimento e área

184
afetada. Esta parte começa com a data-hora (HMG) de referência, ou seja,
hora da análise sinótica.

• PARTE DOIS- ANÁLISE DO TEMPO EM 041200


• BAIXA 1018 EM 29S050W. ALTA 1040 EM 43S054W. CAVADO EM
10S045W, 18S046W E 22S044W. FRENTE FRIA EM 29S050W, 20S051W E
11S059W MOVENDO-SE LETAMENTE PARA E/NE. FRENTE QUENTE EM
29S050W, 32S040W E 31S032W. ONDA TROPICAL EM 20N032W,
15N033W E 10N031W MOVENDO-SE COM 10 NÓS PARA W . ONDA
TROPICAL EM 19N057W, 15N058W E 09N056W MOVENDO-SE COM 15/20
NÓS PARA W.
• ZONA DE CONVERGENCIA INTERTROPICAL (ZCIT) EM 13N020W, 12N030W,
10N040W E 11N050W.

Parte 111- Previsão do Tempo

• PREVISÃO DO TEMPO
NEBULOSIDADE- Cb
TROVOADA- RAJADAS- PANCADAS
VENTOS
ONDAS - MARULHOS
VISIBILIDADE
NÉVOA ÚMIDA/ NEVOEIRO
RONDA SIGNIFICATIVA dos VENTOS e das ONDAS

Esta parte fornece as previsões válidas até a data-hora (HMG),


mencionada no início do texto, para as áreas costeiras (A, B, C, D, E, F, G
e H) e oceânicas (N e S), representadas no Anexo B. As informações
citadas nesta parte são as seguintes :

a) previsão do estado do tempo;


b) previsão do estado do céu;
c) previsão dos ventos predominantes;
d) previsão de ondas;
e) previsão de visibilidade; e
f) previsão da tendência da temperatura .
• PARTE TRÊS- PREVISÃO DO TEMPO VÁLIDA DE 050000 ATÉ 060000
• ÁREA ALFA (DE ARROIO CHUÍ ATÉ CABO DE SANTA MARTA)
• PANCADAS OCASIONALMENTE FORTES E TROVOADAS . VENTO SE/E 7/8 AO
SUL DE 32S E SW/SE 4/5 RONDANDO PARA NE/NW 3/4 NO RESTANTE DA
ÁREA, COM RAJADAS . ONDAS DE SE/E 3.0/4.0 AO SUL DE 33S E SE/E 2.0/3.0

185
NO RESTANTE DA ÁREA, COM RESSACA SE/E 2.5/3 .0 ENTRE CHUI(RS) E
TRAMANDAÍ (RS) . VISIBILIDADE BOA REDUZINDO PARA
MODERADA/RESTRITA DURANTE AS PANCADAS .
• ÁREA BRAVO (DE CABO DE SANTA MARTA ATÉ CABO FRIO- OCEÂNICA)
• PANCADAS AO OCASIONALMENTE FORTES E TROVOADAS AO SUL DE 25S .
VENTO NW/SW 4/5 COM RAJADAS RONDANDO PARA NE/NW 4/5. ONDAS
DE SE/NE 2.0/3.0. VISIBILIDADE BOA REDUZINDO PARA MODERADA/
RESTRITA DURANTE AS PANCADAS.
• ÁREA CHARLIE (DE CABO DE SANTA MARTA ATÉ CABO FRIO- COSTEIRA)
• PANCADAS ISOLADAS AO SUL DE 25S. VENTO SE/NE 3/4 COM RAJADAS A
LESTE DE 044W E SW/SE 2/3 RONDANDO PARA NE/NW 3/4 NO RESTANTE
DA ÁREA. ONDAS DE SE/NE 1.5/2.5. VISIBILIDADE BOA REDUZINDO PARA
MODERADA DURANTE AS PANCADAS .
• ÁREA DELTA (DE CABO FRIO ATÉ CARAVELAS)
• VENTO E/NE 4/5 , COM RAJADAS A OESTE DE 040W. ONDAS DE SE/NE
1.5/2.5 . VISIBILIDADE BOA.
• ÁREA ECHO (DE CARAVELAS ATÉ SALVADOR)
• PANCADAS JUNTO À COSTA. VENTO SE/E 3/4 JUNTO À COSTA E 4/5 COM
RAJADAS NO RESTANTE DA ÁREA . ONDAS DE SE/E 2.0/3.0, COM
RESSACA. VISIBILIDADE BOA REDUZINDO PARA MODERADA DURANTE AS
PANCADAS.
• ÁREA FOXTROT (DE SALVADOR ATÉ NATAL)
• PANCADAS JUNTO À COSTA . VENTO SE/E 4/5 COM RAJADAS . ONDAS DE
SE/E 3.0/3 .5 COM RESSACA 2 .5/3 .0 . VISIBILIDADE BOA REDUZINDO PARA
MODERADA DURANTE AS PANCADAS .
• ÁREA GOLF (DE NATAL ATÉ SÃO LUÍS)
• PANCADAS ISOLADAS AO NORTE DO EQUADOR . VENTO SE/NE 5/6 COM
RAJADAS. ONDAS DE SE/E 3 .0/3.5 COM RESSACA 2.5/3 .0 AO SUL DE
TOUROS (RN) . VISIBILIDADE BOA REDUZINDO PARA MODERADA DURANTE
AS PANCADAS .
• ÁREA HOTEL (DE SÃO LUÍS ATÉ CABO ORANGE)
• PANCADAS AO NORTE DO EQUADOR . VENTO SE/E 4/5 COM RAJADAS.
ONDAS DE SE/NE 2 .5/3.0 A LESTE DE 045W E 1.5/2.0 NO RESTANTE DA
ÁREA. VISIBILIDADE BOA REDUZINDO PARA MODERADA DURANTE AS
PANCADAS.
• ÁREA SUL OCEÂNICA
• SUL DE 30S
• OESTE DE 035W
• PANCADAS FORTES E TROVOADAS ISOLADAS. VENTO SE/NE 7/8 AO SUL DE
32S E 4/5 RONDANDO PARA NE/NW 5/6 NO RESTANTE DA ÁREA, COM
RAJADAS . ONDAS DE SE/NE 3 .0/4.0 AO SUL DE 32S E 2 .0/3.0 NO RESTANTE
DA ÁREA. VISIBILIDADE BOA REDUZINDO PARA MODERADA/RESTRITA
DURANTE AS PANCADAS .

186
• LESTE DE 035W
• PANCADAS FORTES E TROVOADAS ISOLADAS A OESTE DE 028W. VENTO
SE/NE 4/5 , COM RAJADAS A OESTE DE 030W . ONDAS DE SW/SE 1.5/2.5
PASSANDO SE/NE 2.0/3 .0 . VISIBILIDADE BOA REDUZINDO PARA
MODERADA/RESTRITA DURANTE AS PANCADAS.
• ENTRE 255 E 305
• PANCADAS ISOLADAS A LESTE DE 027W. VENTO SE/NE 4/5 COM RAJADAS.
ONDAS DE SE/NE 1.5/2.5. VISIBILIDADE BOA REDUZINDO PARA
MODERADA DURANTE AS PANCADAS.
• NORTE DE 255
• VENTO SE/NE 4/5 COM RAJADAS . ONDAS DE SE/NE 2.0/3 .0. VISIBILIDADE
BOA.
• ÁREA NORTE OCEÂNICA
• PANCADAS OCASIONALMENTE FORTES E TROVOADAS ISOLADAS AO
NORTE DO EQUADOR. VENTO SE/E AO SUL DO EQUADOR E SW/SE 4/5 NO
RESTANTE DA ÁREA, COM RAJADAS. ONDAS DE S/SE 2.0/3 .0 . VISIBILIDADE
BOA REDUZINDO PARA MODERADA/RESTRITA DURANTE AS PANCADAS .

Parte IV- Análise e/ou Prognóstico do Tempo

Esta parte é constituída por uma análise e/ou prognóstico, em forma de


código FM46-IV IAC FLEET. Este código formado de grupos de 5
algarismos, cujo primeiro grupo é 10001 que indica preâmbulo de
mensagem de análise, ou então, 65556 que indica preâmbulo de
mensagem de prognóstico .

O navegante para entender a mensagem da parte IV necessita decodificá-


la, utilizando o Modelo DHN-5911 - Mensagens de Anál ise para Navios
(FM46-IV). Para plotar a análise decodificada, numa forma de
representação gráfica, utiliza-se os modelos em branco de cartas
meteorológicas, disponíveis como modelo DHN-5927.

Parte V- Seleção de mensagens meteorológicas de navios

Esta parte é constituída de uma seleção de mensagens SHIP recebidas e


selecionadas pelo Centro Previsor, por serem consideradas
representativas das configurações sinóticas mais importantes. Esta parte
é formada pelos sete primeiros grupos de mensagens SHIP, a partir do
grupo da latitude.

187
Parte VI - Seleção de mensagens meteorológicas de estações
terrestres costeiras e de ilhas oceânicas.

Esta parte é constituída de uma seleção de mensagens SYNOP recebidas


e selecionadas pelo Centro Previsor, por serem consideradas
representativas das configurações sinóticas mai s importantes. Esta parte
é formada pelo seis primeiros grupos de men sagens SYNOP das quatorze
estações relacionadas no Anexo B. A falta do SYNOP de qualquer uma
delas é representada pela palavra NIL.

ESCALA BEAUFORT DE VENTOS


I I

~lloiirt illlo!illlr .. lli! blodao .. lorbpis blodao .. io(lll


o llmr~j.rl (Wii c.n
I la l Bai'!O' litll.:O

-
1 4o6 NljOI ~.fi~""
l 7aW foo (riftm
4 lloló lloi<rit'~""
5 t1 olt r... f~ ~""
6 11 •17 lUto f""' ltmJ~
7 ll all folf llwlioio
! ~ . «1 !Utofolf r..
1 4ta47 IÀr1l s...,,w.
w 4! o51 !Uto!Aro ltonn
1t 16o 6J !.......... Yiolotltonn
11 lliirlj.r~ Fn:io 1lnUlt
(Fonte : DH N)
ESCALA DO ESTADO DO MAR

Código Descrição Altur~ (metros) •


o calmo o
1 encrespado o - 0.1
2 suave 0. 1 - 0.5
3 fraco 0.5 - 1.25
4 moderado 1.25 - 2.5
5 _grosso 2.5 - 4
6 muito grosso 4.6
7 alto 6 -9
8 muito alto 9 - 14
9 fenomenal over 14
(Fo nt e: DHN )
ESCALA DE VISIBILIDADE

Português - Portuguese Inglês - English Milhas Náuticas - Nautica l Miles Km

Muito Restrita Very Poor <0.5 <1


Restrita Poor 0 .5 a 2 1a4
Moderada Modera te 2a5 4 a 10
Boa Good ·-
>5 >10
(F ont e : DH N )

188
2.3- BOLETIM DE PREVISÃO PARA ÁREAS PORTUÁRIAS

O boletim de previsão para áreas portuárias fornece as condições


meteorológicas previstas para as proximidades de um porto . É redigido
em linguagem clara e, normalmente, transmitido por radiotelefonia. O
boletim de previsão do tempo dá as seguintes informações:

a) área abrangida e data-hora (HMG) do término do período de sua


validade;
b) aviso de mau tempo;
c) previsão do estado do tempo;
d) previsão do estado do céu;
e) previsão dos ventos predominantes;
f) previsão de ondas;
g) previsão de visibilidade;
h) previsão da tendência da temperatura.

2.4- BOLETIM ESPECIAL DE PREVISÃO

O boletim especial de prev1sao do tempo fornece prev1soes


meteorológicas para uma área marítima restrita e para finalidades
específicas, tais como operações de reboque, socorro e salvamento,
deslocamento de plataformas de petróleo, regatas oceânicas e outras
atividades que, por sua peculiaridade exigem informações que não
constam normalmente no Meteoromarinha. A forma e o conteúdo deste
boletim obedecem, de uma maneira geral, aos modelos das Partes I, 11 e
111 do Meteoromarinha.
A solicitação de previsão especial deve ser feita diretamente ao Serviço
Meteorológico Marinho da DHN , informando a sua finalidade, área
abrangida, informações especiais necessárias, datas previstas para início
e fim da operação, meios da comunicação, órgão ou empresa responsável
pela operação e demais elementos pertinentes. A DHN avaliará o pedido
e informará ao solicitante sobre possibilidade, ou não, do seu
atendimento. A critério da DHN, a emissão do boletim especial de
previsão estará sujeita a pagamento.

189
3- CARTAS SINÓTICAS

As cartas sinóticas de pressão atmosférica à superfície, ou seja, ao nível


do mar, são elementos de grande importância para a avaliação do estado
do tempo presente e por isso de fundamental importância para se
entender sua evolução e a previsão do tempo pa ra as próximas horas na
região de interesse do navegante .

Na carta sinótica de pressão à superfície, estão traçadas as isóbaras e


plotados os seus valores em hPa . As isóbaras são espaçadas de 4 em 4
hPa. Nas regiões circundadas por isóbaras fechadas de valores mais
baixos de pressão são plotados os centros de baixa (B) ou ciclones e nas
regiões circundadas por isóbaras fechadas de valores mais elevados de
pressão, são plotados os centros de alta (A) ou anticiclones.

Os ventos à superfície são plotados indicando direção de onde sopram e


a velocidade . Em princípio, pode-se considerar que os ventos sopram
quase paralelos às isóbaras. O símbolo usado para a plotagem da direção
do vento é uma seta com um pequeno círculo numa extremidade e traços
na outra.

A direção de onde sopra o vento é indicada pela extremidade com


traços . O pequeno círculo na outra extremidade serve para indicar a
cobertura do céu, conforme a padronização estabelecida. É indicada
também a intensidade da atividade convectiva na ZCIT {fraca, moderada
ou forte).

1- O navegante não identifica na carta sinótica as setas de direção do


vento nem valores de sua velocidade na configuração das isóbaras.

2- Na interpretação das isóbaras estreitas ou largas o navegante


constata regiões de vento forte ou vento fraco pela configuração das
isóbaras retilíneas ou curvas o navegante constata áreas com
geração de vagas ou sem ondas.

190
FIGURA Vl-12
CARTA SINÓTICA
A carta met eorológica de pressã o ao nível do mar é conh ecid a simples mente como Carta Sin óti ca. Ela
basica mente aprese nta, por convençã o intern ac ion al, a represe ntaçã o gráfi ca da s isóbaras de 4 em
4 hP a; centro s de baixa (B) e de alta (A) pressã o, frentes fri as (em azul), frentes qu entes (em
vermelh o), frent es oclu sas (em ver melho e azul do mes mo lado), frente est acionári a (em azul e
verm elho em lados opostos), co bertura do cé u em oi t avos, associada ao símbolo de direção e
intensidad e do vento em nós na plotage m das info rm ações SHIP se lec ionad as para VALIDAR o modelo
mat emáti co qu e gera a ca rta sin óti ca no computador, intensidad e da atividad e convectiva na ZCIT,
além da simbologia do t empo prese nte.

191
SEA LEVEL PRESSURE CHART CARTA DE PRESSÃO AO NÍVEL DO MAR
Reler6ncla/Relerence: ..JUj)_!!lli!ZlJJJSL200L Progn61Uco!Prognosts: _

~-r-. · -~~· ·
01o•w oo-
FIGURA Vl-13
CARTA SINÓTICA

1- O navegante observa a simbologia da frente fria estacionária nas


áreas E e F.
2- O navegante interpreta a ocorrência das extensas áreas geradoras de
vagas.
3- O navegante pode identifica r e acompanhar a evolução da frente fria
no sul do oceano Atlântico Sul.

192
CARTA SINÓTICA- 24 de outubro de 2017

cHic:na-u aoa tlilvtol que •nfor~m su• t::••çio d,r~)o • n~• n1 daoa d ~
CARTA DE PRESSÃO AO NIVEL DO MAR :.e:,~~~=~:'ll~ .;;1~~~!t.;,:·~~~~~~;• t~Y ao Cen ro ~b Hodr og•al•l da
SEA LEVEL PRESSURE CHART
Ali JI'II;JS .are ••tcoro~c to lnlor"' t~•· poJ•UOII . ,,.~ (J.•ect•O<'t ' " " J.pl'ed
Referénc•aiReference 2."\00«; l i Q~'f } to 11 ••~.,., IJ9o9bl arO' atmo.ap#Hrrc preuwre ro Nl•)' ~"~ rtKovrap Ce,.:r~t,.•nne

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"'•leorolof•cal Se•"•ce

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1Mf· • II· JIU r., UHJUI · I UI •uwl••re••"'""'''••
FIGURA Vl-14
CARTA SINÓTICA

1- O navegante pode observar dois significativos sistemas frontais.


2- O navegante pode observar áreas geradoras de vagas com isóbaras
bem estreitas, retilíneas e longas.
3- A simbologia na ZCIT indica áreas de forte, moderada e fraca atividade
convectiva na faixa ZCIT.

193
SIMBOLOGIAS
(site www.dhn.mar.mil.br)
Serviço meteorológico marinho/referências

A Centro de Altil
Presslo

B Centro de Baixa
Presslo

- - Cavado em superflcle

- - •• - - •• - - •• - - Linha de Instabilidade
~ ...&. ...&..~ Frontoatn•~•

~..... . . ...... . . .....~


~Crista
FrontO I I•e

~ Fu,oclo
Frente Fria

~ Tempeotodo T<oplcot

Frente Oclusa
Dlreçlo e lntenstd•de do vento

Frente Quente \\\~ ~ \ \


Frente Quase Zona de Conver1•ncl•
Estacionária / 7 L
F RACA MODERADA FORTE

FIGURA Vl-15
SIMBOLOGIA USADA NA CARTA SINÓTICA

Simb olog ia usada na repre sentação da ZC IT, da cobertura do céu, do vento e das co ndi ções do tempo
presente . A direção de onde o vento sopra é indicada pela seta. A intensidade do ve nto é indicada
pelos traços na extremida de da seta. (Fonte: DHN).

Na avaliação da intensidade do vento, observa-se que quanto mais


estreito for o espaçamento entre isóbaras, maior será o gradiente de
pressão e, portanto, maior será a intensidade do vento. O símbolo usado
para a plotagem da intensidade do vento é uma sequência de traços
desenhados na extremidade da seta que indica a direção. A intensidade
é representada pelo número de traços, conforme a padronização
estabelecida .

1- Na forma gráfica na carta (para validação do modelo) a intensidade


do vento é indicada em nós, entretanto, nos demais boletins a
velocidade do vento é informada em força da escala Beaufort.
2- O navegante deve interpretar e constatar a influência da circulação
horária e anti-horária no HN e no HS.

194
3- Na ZCIT informações gráficas na carta indicam atividade convectiva e
respectiva nebulosidade (fraca, moderada e forte) .
4- Frontogênese- formação de cavado/sistema frontal.
5- Frontólise- dissipação de sistema frontal.

()----L. 5 nós
o---/ lO nós
o----v 15 nós
o---V 20 nós
e>---JU JO nós
~ -'0 nós
~ 50 nós
o---Li 60 nós

FIGURA Vl-16
REPRESENTAÇÃO DA CIRCULAÇÃO DO AR

A circulação do ar é bas icamente represe ntad a pela configuração da s isóbara s e por simbologia do
vento em algumas áreas favorecida s por informaçõ es de navios. O navegante observará que a
orientaçã o da seta indica sua direção e qu e os traços na extremidade da seta , em barlavento, indicam
sua intensidade, se ndo qu e na extremidade da seta em sotavento o círculo represe nta a cobertura
do céu em oitavos de céu encoberto.
Na obse rvação da carta sinótica o navegante pode tomar como referência que a circulação nos
centros de baixa pressão no HS é no se ntido horário e de se ntido contrário nos centros de altas e
lembrar também que no outro hemisf éri o (HN) a ci rcu lação é de se ntido contrário (Fonte : BRASIL.
DHN, 1991 modificada) .

HEMI S FÉRIO l'iO RTE


IIF::\'IISF f:R IO Sl'l .
f f f f frente fria
frente 11 ucntc
• frente fria
u o o o frente quente
frcnh.· {' S t ~tciomíria
- f - f frente estacionária

frentr oclus:o -tipo frente fria


~ frente oclusa -tipo frente fria

FIGURA Vl-17 (a e b)
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE FRENTES

As frentes fria s (em azu l) se des locam da s altas para as baixas latitudes, então, sua represe ntação no
HN aponta para baixo (figura a) enquanto que no HS apo nta para cima (figura b) . As frentes quentes
(em verm elh o) se deslocam das baixa s para as altas latitudes, então, sua represe ntação no HN aponta
para cima (figura a). enqu anto no HS aponta para baixo (figura b) (FONTE : BRASIL. DHN, 1991,
modificada).

195
Para a plotagem na carta sinótica de frentes frias, frentes quentes frentes
estacionárias e frentes oclusas, utiliza-se a convenção estabelecida.

As cores adotadas são as seguintes: linha azul frente fria, linha vermelha
frente quente, linha azul e vermelha do mesmo lado frente oclusa, linha
azul e vermelha em lados opostos frente estacionária.

Outra informação meteorológica representada graficamente na carta


sinótica, por meio de duas pequenas linhas paralelas é a linha de
instabilidade, que poderá ser acrescida de uma simbologia de tempo
presente (chuva, chuvisco ou pancadas).

Outra informação meteorológica representada graficamente na carta


sinótica, por meio de linha tracejada é o eixo de cavado.

Os procedimentos recomendados são para o navegante receber as


divulgações de boletins de previsão do tempo e de cartas meteorológicas
no site da DHN (serviço meteorológico marinho): <www.dhn.mar.mil.br>

4- ANÁLISE SINÓTICA

O navegante da costa brasileira habituado a consultar diariamente a carta


sinótica de pressão do ar à superfície, normalmente, observa, quando há
deslocamento da massa de ar frio para a direção da região tropical, que a
configuração da frente fria apresentada se mostra na forma de uma linha
quase perpendicular ao litoral sul do Brasil.

Ao mesmo tempo em que a frente fria vai se deslocando ao longo da costa


sul e sudeste, ela vai se afastando na direção do oceano.

Quando as frentes frias atingem as latitudes da Bahia, praticamente estão


paralelas à costa e bastante afastadas do litoral, afetando as embarcações
que estiverem navegando em alto mar.

Um aspecto que é de grande interesse para o navegante é a definição do


momento da chegada de uma frente. Para tal, além das informações
contidas na carta sinótica, deve estar atento às seguintes características :

Passagem de uma Frente Fria:

a) Mudança brusca do vento de NW/SW. Principal indício de


passagem de frente fria no HS. Ventos do quadrante N (quentes)
para ventos do quadranteS (frios).

196
No HN, mudança do vento de SW/NW. Ventos do quadrante S
(quentes) para o quadrante N (frios);
b) A queda da temperatura (indicação da chegada do ar frio);
c) Queda de pressão (a pressão ca i na aproximação da frente);
d) Elevação de pressão (a pressão volta a subir após a passagem da
frente) ;
e) Mudança na umidade relativa do ar;
f) Ocorrência de nebulosidade e precipitação.

Em princípio, como planej amento para suas atividades, o navegante da


costa brasileira pode esperar o deslocamento de frentes frias em
intervalos de 5 a 7 dias, principalmente na época do inverno. Já na estação
de verão, o comportamento das frentes frias é bastante alterado, em
virtude da grande intensificação do anticiclone tropical marinho,
posicionado a leste da costa brasileira .

Durante quase todo o ano as frentes frias levam aproximadamente 48


horas para se deslocarem do litoral do Rio Grande do Sul ao Rio de
Janeiro.

É interessante ressaltar que a carta sinótica indica observações de pressão


e ventos à superfície, a distribuição horizontal da pressão, a configuração
horizontal das isóbaras, e, por conseguinte, a representação horizontal
dos cavados e cristas, bem como o escoamento horizontal do ar.

A variação da intensidade desses escoamentos pode ser observada


pelos gradientes horizontais de pressão, representados pela variação do
espaçamento das isóbaras.

Na avaliação das condições do tempo, é importante observar a


formação e evolução de cavados e cristas. O eixo do cavado está
associado à posição da frente . O cavado é uma boa indicação da área com
instabilidade .

Denomina-se cavado o alongamento das isóbaras na direção da periferia


de um centro de baixa . O eixo do cavado é a linha partindo do centro de
baixa na direção em que se dá o maior afastamento das isóbaras. Da
mesma forma , crista é a área alongada de um anticiclone, ou seja, é
observada em áreas de alta pressão, onde as is6baras se afastam em
determinada direção.

O sentido da circulação do ar num cavado, centro de baixa ou ciclone é o


sentido horário. Lembrando-se sempre que estamos nos referindo ao

197
hemisfério sul (HS), área marítima de interesse do navegante brasileiro,
que é o público alvo deste trabalho. Sem estender o assunto, relembra -se
que no hemisfério norte (HN) os sentidos de circulação do ar são
contrários aos observados no HS, por razões perfeitamente conhecidas e
explicadas na física.

Da mesma forma, o sentido de circulação do ar numa crista, centro de alta


ou anticiclone é o sentido anti-horário.

É indicada, também, na carta sinótica a faixa de latitude onde se posiciona


a Zona de Convergência lntertropical (ZCIT) . Nessa região o navegante
observa intensa atividade convectiva, com ocorrência de fenômenos
característicos da meteorologia tropical, evidenciando-se a formação de
nuvens Cumulonimbus, que nessa zona atingem grande desenvolvimento
vertical, produzindo intensas precipitações.

Q ASPECTOS IMPORTANTES DOS PARÂMETROS METEOROLÓGICOS:

a) A temperatura do ar e a umidade ind icam as propriedades da


massa de ar presente e sua alte ração brusca pode ser a chegada de
uma frente com outra massa de ar;

b) A pressão atmosférica indica o grau de aquecimento da superfície


e o comportamento da temperatura do ar e, portanto, as
características da massa de ar presente . Uma alteração brusca da
pressão pode sign ificar a chegada de outra massa de ar;

c) A TSM associada à informação da temperatura de ar indica como


está se comportando a interação atmosfera-oceano. Se a diferença
for acentuada, pode provocar a alteração nas características da
massa de ar presente. Quando a TSM é mais fria , pode afetar a
visibilidade se houver formação de nevoeiro e quando a TSM for
mais quente, pode instabilizar o ar favorecendo a convecção e
formação de nuvens Cumulus . Nas regiões costeiras, a diferença
entre a temperatura da superfície do solo e a TSM tem influência
sobre a circulação local do ar e a ocorrência de brisas .

d) A observação do vento na região, associada à verificação da carta


sinótica de pressão à superfície, mostra ao navegante sua posição
em relação ao sistema de pressão, indicando sua situação em
relação à depressão e também ao anticiclone .

198
e) O navegante aproado ao vento terá no HS o centro de baixa
pressão, à sua esquerda (bombordo) e o centro de alta pressão, à
sua direita (boreste). No hemisfério norte (HN), ocorre o contrário;

f) Já a intensidade do vento está relacionada ao gradiente horizontal


de pressão, que é função do gradiente horizontal de temperatura .
O navegante constata que quanto mais forte for o gradiente
horizontal de pressão, maior será a velocidade do vento observado
na região em questão;

g) A umidade relativa presente sendo elevada, indica que a saturação


do ar pode ser obtida com um pequeno resfriamento do ar. Nesta
situação o navegante deve estar atento aos outros parâmetros que
favorecem a formação de nevoeiros e consequentemente afetam
a visibilidade .

h) A observação de súbitas rajadas de vento e uma rápida e intensa


instabilidade acompanhada de trovoadas e forte precipitação,
pode indicar uma linha de instabilidade.

i) O navegante deve ter o hábito de observar o céu. O aparecimento


de inúmeras nuvens Cirrus de uma mesma direção podem ser
considerados Cirrus pré-frontais e podem representar indícios de
condições severas de tempo nas proximidades da frente .

Q ASPECTOS IMPORTANTES DOS SISTEMAS FRONTAIS:

Outro resultado importante que o navegante pode obter com a


verificação do tempo presente é a identificação dos sistemas frontais.
Pela observação da direção do vento à superfície próxima à frente e à
tendência barométrica, o navegante pode classificar a frente que está na
região em questão, como :

a) Se o vento na superfície no lado do ar frio se apresenta na direção


do deslocamento da frente, esta pode ser considerada como frente
fria ;
b) Se o vento na superfície no lado do ar frio for paralelo, à frente,
esta deverá ser designada como frente quase estacionária ;
c) Se o vento na superfície no lado do ar frio (ar fresco) tiver uma
componente na direção oposta ao deslocamento da frente, esta
pode ser considerada como frente quente;

199
d) Se a pressão está parando de cair ou passando a subir no lado do
ar frio, significa que o cavado está se deslocando na direção do ar
mais quente.
Em consequência, a frente pode ser considerada frente fria ;
e) Se a tendência barométrica é praticamente a mesma nos dois lados
da frente (antes da frente e depois da frente), pode-se considerar
que ela está quase estacionária ;
f) Se a pressão está parando de subir ou passando a cair no lado do
ar frio, o cavado está se deslocando na direção do ar frio, portanto
a frente pode ser considerada frente quente;
g) Se na costa brasileira o vento local predominante apresentar uma
mudança brusca de direção do quadrante norte para o quadrante
sul, indica que a frente que chegou é do tipo fria;
h) Se os ventos forem fortes com precipitações torrenciais, indicam
frente fria de deslocamento rápido, ou seja, a velocidade de
deslocamento acima de 20 nós.
i) Se o vento na superfície, no lado do ar quente, se apresenta na
direção do deslocamento da frente, esta pode ser considerada
como frente quente.
j) A circulação do vento na região da frente oclusa, em torno do
centro de baixa, leva a frente oclusa a adquirir o aspecto de
"vírgula".

4.1- CIRCULAÇÃO DOS VENTOS SOBRE O MAR E GERAÇÃO DE ONDAS

O navegante, ao analisar as informações contidas nas cartas sinóticas,


pode observar com especial atenção à configuração das isóbaras e extrair
dados úteis para avaliar a evolução do estado do mar na região de seu
interesse. Visto que o vento sopra quase paralelo às isóbaras, pode-se
concluir pela configuração das isóbaras a direção do vento e a variação de
sua intensidade, pela variação do espaçamento entre as isóbaras. Estas
observações são muito válidas para a área marítima, carente de
informações.

Na região continental e costeira, essas indicações de direção e velocidade


do vento vêm assinaladas, devido a observações de estações costeiras
(SYNOP) e de embarcações (SHIP), o que não acontece em grande parte
da área marítima. Então o navegante habilidoso no trato da carta sinótica
pode acompanhar a evolução do estado do mar.

200
O estado do mar é afetado pelas vagas e marulhos e a formação das ondas
depende da circulação dos ventos sobre o mar, que é função da
configuração das isóbaras.

A circulação do ar precisa ser favorável à formação de ondas. Os ventos


precisam soprar na mesma direção, numa grande distância e durante
bastante tempo. Então a circulação e consequentemente as isóbaras
precisam ser retilíneas numa extensão bem longa (pista). Se o navegante
observar na região de seu interesse, isóbaras quase retilíneas por uma
extensa área, terá observado um fator importante, mas não suficiente
para a formação de onda.

Será também necessário consultar as cartas sinóticas anteriores e


verificar se esta situação está se mantendo, ou seja, se há persistência
nas características do vento. Quanto mais tempo, mais possibilidades há
de se observar um estado do mar mais agitado.

Entretanto, ainda há necessidade de mais um fator para a formação de


ondas, ou seja, o vento precisa ter intensidade para permitir suficiente
transferência de energia da atmosfera para o oceano.

4.1.1 CONDIÇÕES PROPÍCIAS PARA GERAÇÃO DE ONDAS

1 - intensidade do vento (isóbaras estreitas);


2 - pista, que é a extensão retilínea da área geradora, na direção
do vento (isóbaras retilíneas);
3 - persistência, que é o tempo durante o qual o vento se mantém
na mesma direção e intensidade.

As delimitações de áreas geradoras de ondas deverão apresentar uma


boa extensão de pista.

1- Nas áreas geradoras as ondas são denominadas de vagas até o limite


da área geradora quando o vento muda de direção.

2- A partir do limite da área de vagas as ondas matem a mesma direção,


mas mudam para a denominação de marulhos e se propagam por
centenas de milhas.

201
3

FIGURA Vl-18
ÁREA GERADORA DE ONDA

Qu and o as isóbaras são qua se reta s pode-se con siderar a área co mo retang ul ar, amp liando-se
lat eralm ente co m set ores de 30°; e qu and o as isó baras sã o curvas a ampl iação lateral chega a 45°. As
mudan ças brusca s na ori entação da s isóbaras defin em e marca m um dos limit es da área geradora.
Ist o é o qu e norm alm ente ocorre co m t em pest ades associadas as frentes (Fonte: SANN INO, 1989).

Dentro da área geradora, as ondas se propagam na mesma direção do


vento, então, se a área geradora se desloca, a direção desse movimento
deve ser considerada. O navegante ao con sultar a carta sinótica deve
observar com bastante atenção se as condi ções propíci as de área
geradora de onda são atendid as e efetuar o acomp anh amento do
deslocamento dessa área .

HEM ISFÉRI O 'IIORTE

FIGURA Vl-19
PISTAS ASSOCIADAS ÀS FRENTES (HN)
Co nfiguraçõe s típica s de pi st as associada s às
frent es frias e frentes qu entes. O navegante
deve esta r at ento à direção na qu al se move
a frente fria. Nest a situ açã o (H N). a
temp est ade se des loca da direção NW / W, ou
seja, sua trajet ória é para SE/ E (Fo nte :
JIMENEZ, 1981 ).

Se o movimento da área geradora é na direção das ondas, elas se


Intensificarão.
Se os movimentos da área e das ondas forem em direções oposta s ou
perpendiculares, as ondas se abrandarão.

202
Baixa

"-.,..movimento

FIGURA Vl-20 FIGURA Vl-21


PISTAS ASSOCIADAS AS FRENTES (HS) DESLOCAMENTO NA MESMA DIREÇÃO

Configurações típicas de pi sta s associadas à Se a área geradora de ondas (pista ) desloca se


frentes fria s e quentes. O navegante deve na mesma direção das ondas o processo de
estar atento à direção na qual se move a formação será intensificado (Fonte : SANN INO,
frente fri a. Nesta sit uação, (HS), a 1989).
tempestade se de sloca da direção SW/W,
ou seja, caminha para NE/E (Fonte :
JIMENEZ, 1981).

u
B..·····'·.
),..
\ •.. movi n1en1o

'' ''
' '''
i'
' f .'''
''' vento
'
'
'

Alta
: '
A C R D

FIGURA Vl-22 FIGURA Vl-23


DESLOCAMENTO EM DESLOCAMENTO EM DIREÇÕES
DIREÇÕES OPOSTAS PERPENDICULARES

Se a área geradora de ondas (pi sta) Se a área geradora de ondas (pista) desloca-se
desloca-se em direção oposta a direção em direção perpendicular à direção das onda s,
das onda s o processo de formação ficará entre si o processo se amortece rá (Fonte:
enfraqu eci do (Fonte: SANNINO, 1989). SAN NINO, 1984).

É interessante o navegante, no planejamento de suas atividades, observar


as características da circulação do vento sobre o mar e, se possívet
navegar em outra região, onde o estado do mar esteja menos severo. Essa
é a finalidade dos boletins meteorológicos.

203
4.2 - MARULHOS E RESSACA

4.2.1 MARULHOS (SWELL)

Marulho - a chegada de marulhos pode ser identificada com razoável


antecedência, em interpretação da carta sinótica de pressão ao nível do
mar.

A observação de área geradora de ondas fornece as direções das vagas,


que é a mesma do vento e do eixo da pista e consequentemente a mesma
direção da futura propagação dos marulhos por longas distâncias, nas
horas e dias seguintes.

A identificação da direção de propagação dos marulhos, alerta o


navegante com a devida antecedência, para significativas alterações de
rumo em sua navegação, para evitar regiões de mar severo, nos próximos
dias.

4.2.2 RESSACA

Ressaca -a ocorrência de ressaca que afeta com fortes ondas o litoral e


os portos menos protegidos, é observada quando a configuração das
isóbaras se apresenta com longos trechos quase retilíneos exatamente
perpendiculares à costa e também ocorrência de ondas de grande
comprimento de onda, ou seja, grande volume de água para se deslocar
após a arrebentação .

Logicamente os demais fatores necessários à formação de ondas devem


estar presentes, ou seja, persistência do vento em direção, suficiente
intensidade e grande extensão da pista, como apresentado no capítulo
VIII. O navegante deve estar atento nessas situações à possibilidade de
ocorrência de corrente de ressaca, conforme apresentado no capítulo X.

4.3- CARTAS DE ONDAS

Os navegantes ao acessarem o Serviço Meteorológico Marinho, da DHN,


devem consultar o produto WAM - cartas de ondas. É divulgada a
previsão de ondas/marulhos de 3 em 3 horas, até 96 horas.

204
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FIGURA Vl-24
PREVISÃO NUMÉRICA DO TEMPO

CARTA DE ONDAS- 03 SET 2016

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ISlo Pedro e Slo P1ulo '- I

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00 03 os 09 12 15

18 21 24 v 30 33

38 38 42 45 48 51

n 1s n

FIGURA Vl-25
CARTA DE ONDAS

1 - Ampla indicação da direção de onde vêm as ondas.


2- Percebe-se a direção de onde vem o vento que originou as ondas.
3- Nas áreas do NORDESTE, percebe-se a constância de direção dos
ventos alísios e consequentemente das ondas de SE e ~ no HS, e de
NE no HN.
4- O sistema apresenta a cores as áreas de altura de onda superior a 3m .

205
5- As linhas pretas contínuas indicam as áreas com ondas menores de
2,5 metros de altura .

CARTA DE ONDAS- 01 OUT 2016

lolo4.olo ..,0/ COSWO - Alt. Sq. 0Dd...(m) - ..,3/ COIUfO ICodel - &la. Wawe Helahl{,...)
OO'Z010UT20l8 (Sat) Anall-

LON

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11

lO

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~

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4 .0

3 .0

FIGURA Vl-26
CARTA DE ONDAS

4.4- CARACTERÍSTICAS DAS CIRCULAÇÕES DO AR, NO HN E NO HS

Os navegantes devem ter especial atenção às diferenças existentes nas


circulações atmosféricas e oceânicas quando suas rotas abrangerem
regiões do HN e HS, visto que fenômenos meteorológicos semelhantes no
HN e HS, têm sentido de circulação contrário.
Observa-se que os principais portos de destino dos navios brasileiros
encontram-se no HN, o que requer longas rotas e acentuados

206
deslocamentos em latitude, ou seja, nas direções Norte-Sul ou Sul-Norte,
o que possibilita os navegantes constatarem efeitos da força de coriolis,
nas circulações do ar e dos oceanos com desvios para a esquerda no HS e
para a direita no HN. O navegante observa no HS ventos alísios de SE e no
HN ventos alísios de NE e na ZCIT vento s de Leste. Ao consulta r as cartas
de corrente s oceânicas constatam -se idênticos efeitos de Coriolis, o que
ocasiona o giro das correntes marítimas provocando um circuito fechado
das correntes, em cada hemisfério, nos oceanos Atlântico, Pacífico e
Índico .

No Atl ântico Sul , po r exemplo, observa -se a corrente do Brasil, corrente


circumpolar Antárt ica, corrente de Benguela e corrente Sul Equatorial. No
Atlântico Norte obse rva -se corrente do Golfo, corrente Norte Atlântico e
corrente Norte Equatorial.
Os centros de baixa pressão, com o seu movimento ciclônico, apresentam
as características do respectivo hemisfério. A circulação nos centros de
baixa é no sentido anti -horário no HN e no sentido horário no HS.

Já as circulações anticiclônicas dos centros de alta pressão apresentam


sentido horário no HN e anti -horário no HS.
Outra importante diferença na circulação do HN e HS é observada na
formação e desenvolvimento das crista s e cavados dos sistemas
extratropicais .
Como os cavados permitem a circulação do ar das regiões mais frias para
as regiões mais quentes, constata -se que o eixo do cavado, aponta para o
Sul no HN e para o Norte no HS, ou seja, o eixo dos cavados apontam
sempre para o Equador.
Esta característica é importante para o navegante perceber o correto
deslocamento das frentes frias e dos respectivos cavados, ao
interpretarem as carta s sinóticas de pressão à superfície e as imagens de
satélites meteorológicos.
Étambém importante ressaltar que como as cristas permitem a circulação
do ar das regiões mais quentes para as regiões mais frias, constata-se que
o eixo da crista, aponta para o Norte no HN e para o Sul no HS, ou seja, o
eixo da crista aponta sempre para as altas latitudes.

Este aspecto é interessante para o navegante perceber o correto


movimento das frentes quentes e das respectivas cristas, em sua análise
sinótica.

207
É importante o navegante estar ciente desses conceitos, vista a
necessidade constante de interpretar cartas sinóticas de ambos os
hemisférios em suas longas travessias do Atlântico, Pacífico e Índico.
Os navegantes acostumados a consultar o atlas de cartas piloto
internacionais têm conhecimento que a ocorrência de ciclones tropicais e
furacões se repetem todos os anos, na época esperada.
Então, é importante os navegantes conhecerem os procedimentos para
minimizar seus efeitos sobre a embarcação, a carga e a tripulação. Nessas
tempestades, é necessário o navegante se localizar em relação à trajetória
da tormenta para corretamente decidir suas manobras evasivas . Ressalta-
se que o semicírculo perigoso da tormenta localiza-se à direita da
trajetória, no HN e à esquerda, no HS. Na manobra evasiva , o navegante
deve receber o vento pela bochecha de boreste, no HN e receber o vento
pela bochecha de bombordo no HS. O semicírculo navegável localizar-se-
á à esquerda da trajetória da tormenta, no HN e à direita no HS. Na
manobra evasiva, o navegante deve receber o vento pela alheta de
boreste, no HN e receber o vento pela alheta de bombordo, no HS.
Constata-se então, que em um furacão o navegante deve receber o vento
no HN por boreste e no HS por bombordo.

4.5- TEMPO PRESENTE- DIAGNÓSTICO DO TEMPO

O navegante em sua labuta diária enfrenta as mais diferentes condições


do tempo e consequentemente do estado do mar. Quando o estado do
mar é mais severo, afeta a navegação e a segurança, influenciando
diretamente no comportamento da embarcação. Estas situações exigem
que o navegante, com a devida antecedência, tome as providências
necessárias para minimizar os efeitos do estado do mar sobre as
atividades marítimas.

A primeira necessidade do navegante é o bom entendimento das


condições do tempo presente. O navegante pode conhecer estas
condições do tempo, por observação local associada a informação da
parte 2 do Meteoromarinha, em sua descrição do tempo presente.
Comparando as condições do tempo presente com a situação ocorrida
algumas horas antes, o navegante pode entender qual a tendência do
tempo, ou seja, a variação dos principais parâmetros meteorológicos, tais
como : temperatura do ar e TSM, pressão à superfície, umidade do ar,
escoamento dos ventos.

208
Percebida qual a tendência dos parâmetros, por observação feita a bordo,
pode-se ter uma ideia sobre a intensificação ou abrandamento das
condições do tempo e do estado do mar, o que na falta do recebimento
do Meteoromarinha, torna -se de grande valia para o navegante.

Interpretação do estado do tempo presente e futuro, indicados no


boletim Meteoromarinha .

A apresentação da parte 2 do boletim é muito abrangente, ao descrever


o tempo presente em toda a METÁREA V. É preciso interpretar o
detalhamento na parte 3, previsão do tempo e as situações críticas na
parte 1, avisos de mau tempo . Os navegantes devem sempre estar
atentos ao parâmetro data hora que indica a validade dos avisos de mau
tempo (parte 1).

4.6- EVOLUÇÃO DO TEMPO- PROGNÓSTICO DO TEMPO

As condições do tempo e consequentemente do estado do mar são de


grande importância para a realização com tranquilidade e eficiência de
quaisquer atividades marítimas. Lamentavelmente, às vezes, só se
percebe o valor do bom tempo quando se é surpreendido no meio da
operação no mar, com bruscas e acentuadas mudanças no estado do mar.
A previsão do tempo mostra-se de fundamental importância para garantir
ao navegante com a devida antecedência as informações necessárias para
a segurança da embarcação, da carga, da tripulação e da operação. Então
a previsão do tempo é um objetivo que envolve mu itas pessoas desde as
observações a bordo, o registro dos dados, o envio das mensagens SHIP,
a análise das informações, a disseminação dos boletins de previsão do
tempo juntamente com as cartas sinóticas de pressão à superfície .
Para que todo esse esforço atinja seu objetivo, compete ao navegante a
bordo de sua embarcação, nas mais distintas regiões, saber interpretar
satisfatoriamente as informações recebidas, sem o que, de pouca valia,
seria esta imensa e organizada atividade meteorológica marinha .
Comenta-se a seguir, alguns aspectos meteorológicos interessantes, para
o bom entendimento da evolução do tempo visando a situação em que o
próprio navegante tem de elaborar a previsão do tempo, por estar
impossibilitado de receber o Meteoromarinha .
O navegante deve considerar a trajetória dos centros de baixa e alta
pressão, fazendo o acompanhamento das cartas e boletins anteriormente

209
recebidos e por extrapolação efetuar a estimativa da próxima posição .
Como a superfície do mar é homogênea, o método de extrapolação pode
ser usado para um período curto, de preferência nunca superior a 24
horas.
Estar atento porque a parte do sistema sobre a superfície heterogênea e
seca do continente terá um comportamento bem diferenciado da parte
se deslocando sobre o mar, principalmente quanto à intensidade do seu
desenvolvimento ou dissipação e a velocidade de seu movimento .
Ao mesmo tempo em que se deslocam, as massas de ar sofrem influências
das correntes marinhas existentes, das características geográficas das
regiões costeiras e das variáveis físicas da região em questão. Perdem,
portanto, ao longo do percurso suas características originais, à medida
que adquirem as propriedades das regiões por onde passam . Logo, os
fenômenos produzidos pelo sistema tendem a se enfraquecer e se
dissipar, fator a ser considerado pelo navegante na previsão do tempo por
extrapolação.
A vista disso, quando o navegante em viagem não receber a previsão do
Meteoromarinha poderá também elaborar sua previsão pela observação
da tendência de alguns parâmetros meteorológicos . Essas informações
locais devem ser observadas e registradas de preferência de 3 em 3 horas
para mostrar sua tendência.
É interessante o navegante adquirir o hábito de registrar rotineiramente
as observações horárias, não só para sua utilização em tempo real, mas,
principalmente, para o estudo futuro das tendências. É conveniente o
navegante observar a pressão atmosférica, a temperatura do ar, a TSM, a
direção e intensidade do vento, a umidade do ar, tipos de nuvens e a
direção do marulho.

Q VARIAÇÃO DE PRESSÃO

A bordo, para previsão dos sistemas de pressão é interessante efetuar a


plotagem dos dados registrados em papel milimetrado, usando no eixo
das ordenadas os valores da pressão em hPa e no eixo das abcissas os
horários das observações em HMG . Este controle horário da tendência
barométrica fornece o dinamismo do ar atmosférico, possibilitando a
previsão da chegada de sistemas de pressão e de sistemas frontais, num
determinado local. Quando uma frente fria se aproxima a pressão cai até

210
a chegada da frente , passando a subir após sua passagem. O mesmo
acontece com a aproximação de um cavado e um centro de baixa pressão .

Q VARIAÇÃO DA TEMPERATURA

Quando uma frente fria se aproxima, a compressão da massa de ar quente


provocada pela força do ar frio produz um aumento significativo de
temperatura pouco antes da chegada da frente, passando a diminuir após
a passagem da frente . Quando uma frente quente se aproxima a
temperatura permanece estável ou diminui um pouco, passando a subir
acentuadamente após a passagem da frente.

Q VARIAÇÃO DA UMIDADE DO AR

Os registros horários da temperatura do ponto de orvalho e da umidade


relativa nos dão uma boa ideia da variação da umidade. Quanto menor
for a diferença entre a temperatura do ar e a temperatura do ponto de
orvalho, menor será o resfriamento necessário para se atingir a saturação,
ou seja, UR = 100%.

O controle da tendência da UR é de especial interesse quando é


observado advecção horizontal de massa de ar quente e úmida sobre
superfície do mar mais fria . Se a variação de UR mostrar possibilidade da
saturação ser atingida, o navegante deve estar atento para a previsão de
nevoeiro e de baixa visibilidade .

Q VARIAÇÃO DA DIREÇÃO DO VENTO

O registro e plotagem horária da direção do vento permite indicar a


contínua mudança da direção quando um sistema ciclônico se aproxima .
No hemisfério sul (HS) se observa que a circulação é no sentido horário.
Variação essa na circulação associada à significativa queda de pressão
atmosférica .

Quando a depressão está associada a uma frente fria, no HS, a circulação


do lado do ar quente varia de NE para N e para NW indicando sentido
anti -horário e no lado do ar frio de SE paraS e para SW, indicando sentido
horário. Com o avanço da frente fria se observa brusca mudança de
direção do vento de N ou NW paraS ou SW.

211
Q OBSERVAÇÃO DO MARULHO

Como o marulho é resultado de ventos distantes ou passados, serve como


bom indicador da direção onde se encontram fontes geradoras de
grandes ondas, como sistemas frontais ou ciclones extratropicais e
sistemas ciclônicos ou depressões, que por algum motivo estão
temporariamente quase estacionários. A previsão do tempo deve alertar
o navegante sobre a região de estado do mar severo e se possível a
direção do deslocamento da depressão.

Sabendo que a depressão sempre está do lado esquerdo da direção de


onde vem o marulho no HS.

Q COMPORTAMENTO DAS NUVENS

As nuvens são resultados das correntes ascendentes do ar e como tal


indicam com razoável antecedência as ocorrências de atividades
convectivas fortes e moderadas. O topo de grandes Cumulonimbus se
caracteriza pela formação de nuvens Cirrus que são arrastadas pela forte
circulação divergente em altitude a grandes distâncias. Estes Cirrus em
forma de garras ajudam a previsão de aproximação de sistemas frontais
e ciclônicos.

4. 7 -INTENSIFICAÇÃO DO MAU TEMPO

Para ocorrência de mau tempo por intensa atividade convectiva há


necessidade de ocorrer o desencadeamento e a intensificação do
processo.
O desencadeamento pode ser de forma espontânea ou forçada. Observa-
se a forma espontânea quando ocorre forte aquecimento do ar à
superfície e a forma forçada quando ocorre a ascensão do ar quente
provocada por acentuada inclinação de uma superfície frontal ou de
montanha, ou ainda de convergência do ar em baixos níveis.
Na forma espontânea há necessidade de energia para desencadear a
ascensão do ar e a atividade convectiva. Essa energia é proveniente do
calor sensível do ar aquecido e medida pela temperatura, ao passo que
na forma forçada este desencadeamento é provocado pela ascensão
forçada do ar.

Além disso, em ambas as situações a intensificação do processo requer

212
energia. Constata-se que essa energia é proveniente da liberação do
calor latente do vapor d'água e que pode ser indicada pela umidade
relativa. Então o navegante pode observar que um ar bastante aquecido
e com elevada umidade relativa tem condições propícias para
desencadear e intensificar o mau tempo.

Como exemplo de atividades convectivas forçadas pode-se citar a


ocorrência de conglomerados de Cumulonimbus (Cb), na passagem de
frentes frias e na ZCIT.

O navegante deve estar atento que atividades convectivas espontâneas


provocadas pelo aquecimento do ar à superfície podem ocorrer devido ao
aquecimento da própria superfície ou à advecção do ar sobre superfície
mais quente. Estas situações provocam instabilidade, circulação direta e
demais características de mau tempo.

Como exemplo pode-se citar que, no verão, o aquecimento, diferenciado


da superfície continental e oceânica, ocasiona atividades convectivas
sobre o continente e circulação do ar (brisas e monções) principalmente
na região tropical, enquanto que no inverno, constata-se que a advecção
do ar do continente (mais frio), sobre a superfície do oceano (a mais
quente), resulta a ocorrência de ventanias (Gales) em extensas regiões
oceânicas, principalmente em médias e altas latitudes.

4.8- OBSERVAÇÕES SOBRE A EVOLUÇÃO DO TEMPO

Conceitos que ajudam o navegante a entender a evolução do tempo e a


elaborar o prognóstico do tempo:

a) O sistema frontal apresenta uma depressão junto a frente e os dois


anticiclones da massa de ar fria e da massa de ar quente. A diferença
de pressão entre os anticiclones é que irá determinar a velocidade do
deslocamento da massa de ar fria. Por isso pode-se ter sistemas de
alta, média ou baixa velocidade influenciando o estado do tempo.
b) A distância entre os centros de anticiclones e ciclones, afetam
diretamente a intensidade da circulação. Quanto mais próximos
estiverem os centros de pressão, mais forte será a circulação.
c) É o gradiente horizontal de pressão, que determina a intensidade do
vento na região em questão.
d) O ar à superfície tende a adquirir as propriedades físicas da respectiva
superfície. Então o ar soprando sobre uma superfície mais fria, se

213
esfria e fica mais denso, e permanece circulando em baixos níveis. O
ar escoando sobre uma superfície mais quente se aquece, fica menos
denso, tende a subir na atmosfera, cedendo o espaço à superfície,
promovendo convergência em baixos níveis.
e) Nas regiões costeiras a TSM influência consideravelmente a circulação
e a visibilidade . Quando a TSM está mais elevada que a temperatura
do ar, promove a circulação do ar e intensifica a atividade convectiva.
Quando a TSM está inferior pode estimular a formação de nevoe iro e
afetar a visibilidade na área marítima .
f) No centro de baixa pressão a circulação em baixos níveis é
convergente, e no sentido horário (HS), resultando em subida do ar
quente.
g) No centro de alta pressão a circulação em baixos níveis é divergente,
e no sentido anti-horário (HS), resultando em descida do ar frio .
h) Quando o ar quente está com movimento ascendente, ele se expande
e consequentemente se resfria.
Ao atingir o nível de condensação ou nível da temperatura do ponto
de orvalho, a sua UR atinge 100% ou saturação do ar e se inicia a
condensação formando as nuvens e a liberação de calor latente. Este
processo pode intensificar o desenvolvimento das atividades
convectivas, se o ar à superfície estiver muito quente e muito úm ido.
i) O ar frio quando desce, se comprime e consequentemente se aquece,
chegando o ar à superfície menos frio e normalmente seco .
j) O tempo associado aos centros de alta pressão é bom, com o céu limpo
ou uma fina camada de Stratus, enquanto o tempo associado aos
centros de baixa pressão apresenta formação de nuvens Cumulus e Cb
e possibilidade de precipitação e de ventos fortes .
I) Nas áreas costeiras, quando a circulação provoca advecção do ar
continental sobre o oceano, é importante observar a diferença entre
as temperaturas desse ar e a TSM .
m) Ao analisar a carta sinótica, o navegante deve verificar a configuração
das isóbaras e identificar as áreas em que essas atendem às condições
propícias à formação de ondas .

) 5 - INTERPRETAÇÃO DE INFORMAÇÕES METEOROLÓGICAS

Para que o navegante interprete bem as informações e observações


meteorológicas é necessário que esteja habituado e treinado a

214
desenvolver seu raciocínio, de forma a integrar os conceitos físicos
envolvidos no processo do fenômeno meteorológico em questão. Então
o navegante deve efetuar observações sistemáticas de indícios de
ocorrência de mau tempo nas proximidades .

Este procedimento habitual capacita o navegante a observar a tendência


ou aspecto de determinado parâmetro, para que com a devida
antecedência, possa entender e perceber a relação desses indícios com
signi ficativas alterações do estado do tempo e do mar.

Apresenta -se a seguir situações características de mau tempo no mar,


para auxiliar, orientar e exercitar o raciocínio do navegante na
interpretação de situações se melhantes:

INDfCIOS INTERESSANTES QUE O NAVEGANTE DEVE OBSERVAR

• A presença de Cb nas proximidades pode ser indicada pela ocorrência


de trovoada, de rajada e de deslocamento de nuvens Cirrus, tipo rabo
de galo .
• A presença de Cb pode indicar área com intensa atividade convectiva
isolada ou associada a um sistema frontal .
• A passagem de um sistema frontal pode ser indicada por brusca
alteração da direção do vento, associada às variações da pressão e da
temperatura do ar e da presença de nebulosidade característica.
• A presença de frente fria pode ser indicada por estreita faixa de
nebulosidade com forte concentração de precipitação e a de frente
quente por extensa faixa de nebulosidade com fraca precipitação .
• O deslocamento de centros de alta e baixa pressão pode ser indicado
pela tendência da pressão do ar.
• A intensidade do vento, em determinada região, pode ser indicada
pelo gradiente horizontal de pressão do ar.
• A ocorrência de brisas marítima e terrestre pode ser indicada pelo
gradiente horizontal de temperatura do ar.
• A possibilidade de alteração da visibilidade no mar, por ocorrência de
nevoeiro de advecção, pode ser indicada pela diferença entre a
temperatura do ponto de orvalho e a TSM.
• A ocorrência de nebulosidade pode ser indicada pela circulação
característica dos centros de alta e baixa. A circulação anticiclônica
inibe, ao passo que a circulação ciclônica favorece a formação de
nebulosidade.

215
• A ocorrência de frente estacionária é caracterizada por ventos
paralelos a frente, em ambos os lados.
• A ocorrência de ondas de ressaca no litoral pode ser indicada pela
configuração das isóbaras, perpendiculares a costa .
• A ocorrência de marulho pode ser indicada pela configuração das
isóbaras, identificando-se a presença de significativa área geradora de
ondas, em região afastada.
• A ocorrência de ondas de águas profundas pode ser indicada pela
configuração das isóbaras, sabendo-se que a área geradora de onda
requer condições propícias.
• A ocorrência de frente fria está associada a presença de cavado, que
é indicado pela configuração das isóbaras.
• A ocorrência de frente quente é associada a presença de cavado, que
é indicada pela configuração das isóbaras.
• A localização do centro de baixa pressão à superfície associado ao
cavado e ao sistema frontal é indicada pela região de encontro das
frentes fria e quente ou na extremidade inicial da frente oclusa,
quando já houver oclusão .
• A ocorrência do estado do tempo e do mar mais severo pode ser
indicada pela localização da região afetada por centro de baixa
pressão.
• A ocorrência de estado do tempo satisfatório pode ser indicada pelas
regiões abrangidas pelos centros de alta, que poderão, entretanto,
serem afetadas por marulhos.
• A presença de linha de instabilidade, indicada no boletim e
representada graficamente na carta sinótica por simbologia de tempo
presente entre duas linhas paralelas, significa a ocorrência de mau
tempo decorrente de processo convectivo intenso, na região
abrangida pela instabilidade. O navegante observará pancadas de
chuvas e fortes ventos com rajadas.
• A evolução do estado do tempo pode ser indicada pelo
acompanhamento de sequência de cartas sinóticas e imagem de
satélites meteorológicos.
• A persistência das condições do tempo pode ser indicada pelo
acompanhamento de sequência de cartas sinóticas e de imagens de
satélites meteorológico.
• A ocorrência significativa de mau tempo é indicada em aviso de mau
tempo na parte I dos boletins meteorológicos.
• A ocorrência e localização de centros de baixa pressão é indicada na
parte 11 dos boletins meteorológicos.

216
• A previsão do tempo para as próximas 24 horas é indicada na parte 111
dos boletins meteorológicos.

ASPECTOS RELEVANTES

Q Em linha de instabilidade observa-se ocorrência de instabilidade


convectiva .
Q As massas de ar caracterizam-se por pequenas diferenças horizontais
de Temperatura e Umidade .
Q A Ocorrência de orvalho é observada quando a umidade se condensa
sobre a superfície e geada quando a umidade de congela sobre a
superfície.
Q Inversão térmica ocorre quando se observa o contrário do normal, ou
seja, ocorre massa de ar com temperatura maior em níveis de altitude
mais elevados e a massa fria em baixos níveis.
Q Utiliza-se o termo aprofundar e encher referindo-se ao
comportamento da pressão atmosférica em centro de baixa pressão
ou ciclone e os termos enfraquecimento e intensificação em centros
de alta pressão ou anticiclone.
Q Frontólise é região de dissipação de frente e frontogênese é região de
formação de frente .
Q A situação de uma frente fria depende da velocidade do seu
deslocamento. É comum denominar de frente quase estacionária, à
frente cuja posição permanece quase que inalterada ao longo de um
período de tempo. Essa situação pode se normalizar e a frente voltar
a se deslocar.
Q Névoa úmida e nevoeiro são obstruções da visibilidade nas camadas
superficiais da atmosfera, causada por gotículas de água em
suspensão. Quando a visibilidade é restrita a menos que um km, se
denomina de nevoeiro.
Q Pancadas de chuva são caracterizadas por curta duração, rápidas
flutuações de intensidade, início e fim, bem definidas e provenientes
de nuvens convectivas.
Q Nuvens estratiformes desencadeiam precipitação contínua, duração
superior à uma hora ou precipitação intermitente, duração inferior a
uma hora.
Q Precipitação pode ser de chuva, neve, granizo, etc.
Q Rajada ocorre quando se observa rápido aumento de intensidade do
vento. A variação entre a intensidade média do vento e os picos de
rajadas é de pelo menos 10 nós.

217
Q São características de uma tempestade a ocorrência de forte circulação
do ar, precipitação forte , trovoadas e granizos, provenientes de
nuvens tipo cumulonimbus (Cb) .
Q Ressacas são arrebentações violentas no litoral, causadas por ondas
de grande comprimento de onda, com direção de propagação quase
perpendicular a linha de costa. Essas características resultam em a
onda chegar á arrebentação com altura superior a 2,5 metros devido
à interferência do fundo do mar e com grande volume de água devido
ao grande comprimento de onda.
Q Em médias e altas latitudes ocorrem cavados. Dentro do cavado,
observa -se partindo do centro de baixa pressão, todo o sistema
frontal , com as frentes fria , quente e oclu sa. O cavado com todo o
sistema frontal associado se desloca, normalmente com 10 nós, em
trajetória NE/E no HS e trajetória SE/E no HN.
Q Observa -se em cartas sinótica a simbologia linha com grandes traços,
que indicam a ocorrência de eixo de cavado e instabilidade
convectiva.
Q O site www.dhn.mar.mil.br, disponibiliza muitos serviços de interesse
do navegante, entre outros, os seguintes: versão em inglês do
Meteoromarinha da METÁREA V, glossário de termos técnicos de
meteorologia e oceanografia em Português e em Inglês.

RECOMENDAÇÕES AOS NAVEGANTES

O navegante precisa perceber significativas situações ao visualizar e


interpretar imagens de satélites, cartas sinóticas e boletins
Meteoromarinha .
É interessante o navegante buscar identificar características distintas, tais
como:
a) se as isóbaras nas cartas sinóticas são longas ou curtas, retilíneas
ou curvas, espaçadas ou estreitas, de direção definida ou variável.
b) se as nebulosidades nas imagens de satélite indicam coloração
branca intensa ou esmaecida, faixas largas ou estreitas, nuvens
espessas (Cb) ou finas (stratus-cirrus), direção definida ou variável ,
tipo de frente quente, fria ou oclusa .
c) se os ventos e as ondas nos boletins meteoromarinha (no HS)
apresentam acentuadas mudanças de direção, tipo massa de ar
quente para fria e circulação do quadrante norte para quadrante
sul (ventos e ondas rondando de NW para SW).

218
5.1-INTERPRETAÇÃO DE IMAGENS

Atenção todas as informações seguem como padrão, hora méd ia de


Greenwich, fuso horário zero (HMG) .
Na interpretação de uma sequência de imagens infravermelho (IR), de
satélite meteorológico, pode-se observar um sistema frontal na região do
Oceano Atlântico Sul, que é afetada pela frente fria, indicada pela faixa
bem branca e estreita, que influencia diferentemente o estado do mar na
área oceânica antes e depois da passagem da frente fria .
O navegante ao efetuar a interpretação de imagens de satélite precisa
associar seus conhecimentos de circulação do ar em um sistema frontal ,
para identificar a direção do vento e consequentemente perceber se há
ocorrência de pista, na área marítima costeira e na região oceânica, para
a formação de ondas .
A direção de propagação das ondas e dos marulhos afeta as
características do estado do mar nas áreas marítimas antes e depois da
passagem da frente fria.
Considerando-se que no oceano Atlântico Sul a direção do vento é da
costa da Argentina/Uruguai/Brasil para o oceano antes da passagem da
frente fria , inibindo a ocorrência de pista, possibilitando um estado do
mar calmo na área marítima costeira e estado do mar severo na área
oceânica.
Ao passo que depois da passagem da frente fria, a direção do vento é do
mar para o continente, favorecendo a ocorrência de pista, formação de
ondas e propagação de marulhos, possibilitando a ocorrência de estado
do mar severo na área marítima costeira e na região oceânica.
Na análise de imagens de satélite do continente sul americano e do
oceano Atlântico Sul, pode-se identificar significativas ocorrências de
nebulosidades, características das seguintes situações meteorológicas:
a) Zona de Convergência do Atlântico Sul- ZCAS;
b) Vórtices Ciclônicos, em baixos níveis, associados a cavados e
frentes frias ;
c) Vórtices anticiclônicos, em altos níveis, associados à alta da Bolívia
e a alta do Atlântico Sul ;
d) Intensificação dos movimentos verticais do ar, na época do verão,
no HS.

219
5.2 -INTERPRETAÇÃO DE BOLETINS

Atenção todas as informações seguem como padrão, hora média de


Greenwich, fuso horário zero (HMG) .

Na análise dos boletins meteorológicos para a área marítima -


Meteoromarinha elaboradas pelo Serviço Meteorológico Marinho da
DHN, os navegantes verificam que os boletins são constituídos de :

parte I - aviso de mau tempo,


parte li - estado do tempo presente e
parte 111 - previsão do tempo para as próximas 24 horas.

PARTE I -Aviso de mau tempo

A ocorrência de mau tempo é evidenciada ao navegante na parte I do


Meteoromarinha:

• Aviso de vento forte sempre que é constatada a ocorrência de


ventos superiores a força 7, na escala Beaufort (28 nós) .
• Aviso de mar grosso, com vagas superiores a três metros de altura,
em águas profundas.
• Aviso de visibilidade restrita a menos de um mil metros.
• Aviso de ressaca. Quando ocorre onda de grande comprimento, na
direção da costa, com altura na arrebentação superior a 2,5 metros.

Ressalta-se que a simples ausência de mau tempo é claramente


mencionada na parte I, com a expressão NÃO HÁ ou a sigla em inglês NIL.
O aviso de mau tempo informa no final, o período em que este aviso é
válido .

É recomendado que os navegantes habituem-se a efetuar rotineiramente


observações dos parâmetros meteorológicos dentro da disponibilidade
dos instrumentos de medida e observação existentes a bordo.

É recomendável o navegante ter a bordo da embarcação instrumentos


disponíveis para medição da pressão atmosférica (barômetro aneróide),
para medição das temperaturas do ar e da medição da umidade do ar
(psicrômetro de funda) e para a medição da intensidade do vento
(anemômetro) e da direção do vento (cata-vento ou anemoscópio).

220
É recomendável também que os navegantes tenham especial atenção
com a evolução do tempo sempre que ocorrer uma das condições
seguintes :
a) variação superior a 20 nós, na intensidade média do vento, mantida
pelo menos durante 10 minutos;
b) variação superior a 30° na direção média do vento, mantida pelo
menos durante 10 minutos, pa ra ventos superiores a 15 nós;
c) variação da pressão atmosférica superior a 2 hPa, no intervalo de
uma hora ; e
d) início ou fim de nevoeiro de advecção denso, visibilidade inferior a
1 km .
É recomendável ainda que mensagens de perigo sejam disseminadas
pelos navegantes, quando a embarcação se defrontar com condições
muito severas de vento ou mar, ou tempestades tropicais ou
extratropicais. Sempre que houver real necessidade o navegante pode se
comunicar com o Serviço Meteorológico Marinho e solicitar boletim
especial de previsão para a área de seu interesse.
Os navegantes experientes ressaltam que é de grande interesse e
benefício para a própria embarcação o hábito de divulgar para a DHN, em
tempo real , as observações meteorológicas efetuadas a bordo da
embarcação, mensagem SHIP visto que as previsões para a área em
questão, retorna ao navegante mais precisas e confiáveis no
Meteoromarinha .

PARTE 11 - Estado do tempo presente

Na parte 11, constata-se nesses boletins a evolução da atividade


convectiva com ocorrência de nebulosidade (Cb) e pancadas de chuva leve,
moderada e forte na faixa da zona de convergência intertropical (ZCIT). Essa
representação da ZCIT pode ser identificada nas cartas sinóticas nos mesmos
horários, pela faixa na região equatorial com a intensidade I, 11 ou 111 referente
respectivamente a situação leve, moderada ou forte da atividade convectiva .

Ainda na parte 11 , o navegante pode acompanhar na análise do tempo, o


deslocamento dos centros de baixa e alta pressão, pela variação da
latitude e longitude indicada no boletim de cada horário.

O navegante deve observar a preciosa ind icação da trajetória da frente


fria . E também a evolução da direção e velocidade do deslocamento da
frente fria indicada na sequência desses boletins.

221
PARTE 111- Previsão do tempo para as próximas 24 horas

Na parte 111, previsão do tempo para as próximas 24 horas, examina-se a


variabilidade do tempo e do mar na região costeira de seu interesse, que
é representada no Meteoromarinha pelas áreas A, B, C, D, E, F e H,
iniciadas da costa sul para norte.

Nessas áreas da costa sul e sudeste do Brasil, os boletins mostram as


influências do sistema frontal, no estado do tempo e do mar e indicam
direções dos ventos e das ondas e ocorrência de Cb .

5.3 -INTERPRETAÇÃO DE CARTAS SINÓTICAS

Atenção todas as informações seguem como padrão, hora média de


Greenwich , fuso horário zero (HMG) .
Na interpretação da sequência de cartas sinóticas de pressão à superfície,
o navegante deve identificar as características da configuração isobárica,
evidenciando as regiões com cavado e crista ao longo do escoamento dos
ventos de oeste (W).
Os cavados desencadeiam no escoamento de W (oeste), ventos de SW
(sudoeste) e de S (sul) que com a intensificação dos cavados propiciam a
formação de frente fria. O navegante deve identificar o eixo do cavado
para melhor perceber o posicionamento da frente fria, na carta sinótica .
É recomendável sempre consultar a carta sinótica do horário anterior
para o navegante poder acompanhar a evolução do sistema frontal e do
cavado com a frente fria e o centro de baixa associado, com a circulação
horária característica dessa situação meteorológica , no HS.
A continuação do escoamento mostra as isóbaras, a circulação do ar com
os ventos vindos de região mais quente no Oceano Atlântico Sul e a frente
quente.
É importante o navegante observar a frente fria e a frente quente e o
centro de baixa pressão associado e a formação da frente oclusa com a
evolução do sistema frontal, na carta sinótica.
A configuração das isóbaras evidencia as características de estado do mar
severo . O navegante deve observar a representação de um intenso
cavado com uma frente fria em seu eixo.
O cavado aponta sempre para o norte, no HS, com circulação do ar no
sentido horário, e então o navegante constata que antes do eixo do

222
cavado, ou seja, da frente fria, a direção do escoamento é de NW e após
o escoamento é de SW .

Além disso, é de fundamental importância o navegante observar, as


condições para geração de onda, mostradas pelas isóbaras.
É importante identificar na configuração a ocorrência de forte gradiente
horizontal de pressão, devido ao estreitamento das isóbaras, o que
desencadeia ventos fortes .

É muito importante para a formação de área geradora de ondas, que o


gradiente horizontal de pressão esteja associado a uma pista extensa e
retilínea , com persistência de vento na mesma direção.

É interessante observar que a área de navegação costeira pode ter


previsão de estado do mar é severo, com ondas se propagando de SW.

É importante perceber a evolução do estado do mar nos horários


seguintes, nas regiões afastadas da área geradora de onda , na direção de
propagação dos marulhos.

Observa-se também que, os marulhos provenientes da área geradora de


onda, identificada antes da frente fria , formada pelos ventos de NW, se
propagam na direção do mar aberto.

Ressalta -se que o navegante ao fazer uma navegação costeira, deve ter
especial atenção com a direção do vento costeiro, que irá possibilitar ou
não a formação de pista para a geração de ondas que irão afetar o estado
do mar costeiro .

Se for identificado vento vindo do continente para o mar, o estado do mar


será bom para a navegação costeira .

Se o vento estiver vindo do oceano para o continente, o estado do mar


poderá ser severo e afetar bastante a navegação costeira .

Outro aspecto importante para ocorrência de mar severo na regtao


costeira é direção de propagação de marulhos gerados em mar aberto .

Sempre que a configuração das isóbaras de uma área geradora de ondas


em alto mar indique que a pista está direcionada para a costa, a
navegação costeira será afetada por esses marulhos.

Então o navegante deve estar atento para situações de navegação


costeira com estado do tempo bom, sem vento, sem nebulosidade, mas
com estado do mar bastante severo, podendo causar sérias avarias nas

223
pequenas embarcações, quando estes marulhos penetrarem em águas
rasas, aumentando sua altura até a faixa da arrebentação, que será forte,
com ocorrência de correntes de retorno ou de ressaca .

Principalmente se esses marulhos forem de grande comprimento de


onda, com grande volume de água.

5.4 -INFORMAÇÕES CLIMATOLÓGICAS

Informações climatológicas dão uma boa ideia das características gerais e


do comportamento esperado da atmosfera em um período do ano bem
definido para a região em questão. Por essa razão, a consulta a dados
climatológicos em muito auxilia o planejamento das atividades marítimas.
Como vimos anteriormente, não resta dúvida que no desenrolar das
viagens, o navegante deve monitorar diariamente o tempo presente e sua
evolução.

Entretanto, é interessante ressaltar que desde o início das atividades, o


navegante deve usar os dados climatológicos como referencial para a
previsão do tempo a longo prazo. A maioria dos fenômenos esperados
numa determinada época, num local considerado, ocorre dentro de uma
faixa, em torno de um valor predominante ou mais frequente do
parâmetro representativo do fenômeno . No capítulo 13, são
apresentadas orientações para consultas climatológicas ao Atlas de
Cartas Piloto.

1 - Todos os navegantes devem ter habilidades em manusear o Atlas de


Cartas Piloto .
2 - Na carta piloto deve ser selecionado o mês de interesse e
identificado o comportamento do parâmetro a ser consultado .

5.5 EXERCÍCIOS DE INTERPRETAÇÃO

A utilização conjunta e simultânea de boletins, cartas sinóticas e


imagens de satélite possibilita ao navegante acrescentar, às informações
abrangentes do boletim, uma série de informações especiais da área de
seu interesse.

Este procedimento pode ser exercitado por uma sequência de boletins,


de cartas e de imagens.

224
O navegante ao consultar a carta sinótica de pressão à superfície, observa
o posicionamento das frentes . Para saber a intensidade da atividade
convectiva existente, poderá consultar a imagem de satélite
meteorológico e observar pela indicação da nebulosidade formada, a
intensidade do processo convectivo frontal. No exame da carta sinótica ,
o navegante pode observar a indicação da circulação dos ventos à
superfície e avaliar seu s efeitos na formação de onda s e as consequentes
alterações no estado do mar.

FIGURA Vl -27
ESTADO DO MAR SEVERO

Um m ar como est e requer ba stante t empo para se dese nvolver, po rtanto o navegante t em
po ss ibili dad e de não se r surpree ndido por uma situação de estado do m ar muito seve ro.
O acompanhamento de um a se qu ência de ca rta s sinótica s e bo let ins meteo rológicos, permite ao
navega nte id entifi ca r co m antecedê ncia reg iões com co ndi ções propícias a geração de ond as. (Fonte:
DIGEST, 1980).

O navegante dispõe atualmente de sites muito interessantes para obter


boletins e cartas sinóticas (www.dhn.mar.mil.br) e para imagens de
satélite (www.cptec.inpe.br), informações de furacão e tormenta tropical
(www.nhc.noaa.gov) .

O site da DHN di sponibiliza serviços de glossário em Português e em


Inglês, previsõe s de onda s (modelo WAM) e avisos de mau tempo entre
outros diversos serviços de interesse dos navegantes .

No site da DHN, o navegante ainda pode ob servar, atualmente, aumento


da região abrangida pela carta sinótica de pressão ao nível do mar que
contempla a METÁREA V e se estende até a península antártica.

225
INTERPRETE A SEQUÊNCIA DE BOLETINS, CARTAS E IMAGENS DE 06/SET E 09/SET

BOLETIM 06/SET/2016

METEOROMARINHA REFERENTE ANÁLISE DE 1200 HMG- 06/SET /2016

• AVISO NR 1305/2016
• AVISO DE RESSACA
• EMITIDO ÀS 1500 - TER - 06/SET/2016
• RESSACA ENTRE CHUÍ (RS) E RIO GRANDE (RS) A PARTIR DE 071200 .
ONDAS DE S/SE 2.5.
• VÁLIDO ATÉ 081200 .
• PARTE DOIS - ANÁLISE DO TEMPO EM 061200
• BAIXA 1010 EM 30S047W. BAIXA 1010 EM 35S056W . FRENTE FRIA EM
30S047W, 28S046W e 21S049W MOVENDO-SE COM 10 NÓS PARA NE .
FRENTE OCLUSA EM 36S056W, 33S048W E 30S047W. FRENTE QUENTE
EM 30S047W E 31S041W . ONDA TROPICAL EM 07N037W, 14N038W E
18N036W MOVENDO-SE COM 05/10 NÓS PARA W .
• ZONA DE CONVERGENCIA INTERTROPICAL (ZCIT) EM 08N020W,
04N030W, 08N040W E 08N050W .
• PARTE TRÊS- PREVISÃO DO TEMPO VÁLIDA DE 070000 ATÉ 080000
• ÁREA ALFA (DE ARROIO CHUÍ ATÉ CABO DE SANTA MARTA)
• PANCADAS OCASIONALMENTE FORTES E TROVOADAS AO SUL DE 30S .
VENTO NW/SW 7/8 COM RAJADAS 9/10. ONDAS DE NW/W PASSANDO
W/SW 3.0/5 .0, COM RESSACA 2.5 ENTRE CHUÍ (RS) E RIO GRANDE (RS) A
PARTIR DE 071200 . VISIBILIDADE BOA REDUZINDO PARA MODERADA/
RESTRITA DURANTE AS PANCADAS .
• ÁREA BRAVO (DE CABO DE SANTA MARTA ATÉ CABO FRIO- OCEÂNICA)
• PANCADAS OCASIONALMENTE FORTES E TROVOADAS A LESTE DE 046W E
SUL DE 25S E PANCADAS NO RESTANTE DA ÁREA . VENTO DE NE/N 5/6
COM RAJADAS RONDANDO PARA NW/SW 4/5 A LESTE DE 044W E NW/SW
4/6 COM RAJADAS NO RESTANTE DA ÁREA . ONDAS DE E/NE 2.0/3.0
PASSANDO W/SW 2.5/3.5 AO SUL DE 26S E E/NE 2.0/3 .0 NO RESTANTE DA
ÁREA . VISIBILIDADE BOA REDUZINDO PARA MODERADA/RESTRITA
DURANTE AS PANCADAS.

• ÁREA CHARLIE (DE CABO DE SANTA MARTA ATÉ CABO FRIO- COSTEIRA)
• PANCADAS ISOLADAS AO NORTE DE 26S . VENTO W/SW 5/6 COM RAJADAS
7/8 AO SUL DE 26S E NE/NW RONDANDO PARA SW/S 3/4 COM RAJADAS
DURANTE AS PANCADAS NO RESTANTE DA ÁREA . ONDAS DE SE/E 0 .5/1.5
JUNTO À COSTA E 1.5/2.5 NO RESTANTE DA ÁREA . VISIBILIDADE BOA
REDUZINDO PARA MODERADA DURANTE AS PANCADAS .

226
• ÁREA DELTA (DE CABO FRIO ATÉ CARAVELAS)
• VENTO NE/N 5/6 COM RAJADAS 7/8 A OESTE DE 040W E 4/5 NO
RESTANTE DA ÁREA. ONDAS DE E/NE 2.0/3.0 AO SUL DE 21S E 1.0/2.0 NO
RESTANTE DA ÁREA . VISIBILIDADE BOA.

BOLETIM 09/SET/2016
METEORMOMARINHA REFERENTE ANÁLISE DE 1200 HMG- 09/SET/2016

AVISO NR 1311/2016
AVISO DE MAR GROSSO/MUITO GROSSO
EMITIDO ÀS 1330 - QUA - 07/SET/2016
ÁREA SUL OCEÂNICA AO SUL DE 32S E LESTE DE 030W A PARTIR DE
090000 . ONDAS DE NE/NW 3.0/5 .0 PASSANDO 3.0/4.0 .
VÁLIDO ATÉ 101200.

PARTE DOIS- ANÁLISE DO TEMPO EM 090000


BAIXA 1002 EM 39S038W . ALTA 1022 EM 30S050W . BAIXA 998 EM
45S037W . FRENTE fria EM 39S038W, 40S035W, 38S034W E 32S036W
MOVENDO-SE COM 10 NÓS PARA SE . FRENTE FRIA EM 43S029W,
35S030W e 21S042W MOVENDO-SE COM 10 NÓS PARA SE. FRENTE
OCLUSA EM 45S037W, 46S031W e 43S029W. ONDA TROPICAL
18N033W, 12N034W E 06N033W MOVENDO-SE COM 20 NÓS PARA W.
ZONA DE CONVERGENCIA INTERTROPICAL (ZCIT) EM 07N020W,
09N030W, 08N040W E 07N050W .

PARTE TRÊS - PREVISÃO DO TEMPO VÁLIDA DE 091200 ATÉ 101200


ÁREA ALFA (DE ARROIO CHUÍ ATÉ CABO DE SANTA MARTA)
VENTO DE NW/SW RONDANDO PARA NE/NW 3/4 . ONDAS DE SW/SE
1.0/2.0 PASSANDO SE/NE 0.5/1.5 . VISIBILIDADE BOA.
ÁREA BRAVO (DE CABO DE SANTA MARTA ATÉ CABO FRIO-
OCEÂNICA)
VENTO DE SE/NE RONDANDO PARA E/N 3/4. ONDAS DE SW/SE 1.5/2.0.
VISIBILIDADE BOA.
ÁREA CHARLIE (DE CABO DE SANTA MARTA ATÉ CABO FRIO-
COSTEIRA)
PANCADAS JUNTO À COSTA A LESTE DE 045W . VENTO SE/E 2/3. ONDAS
DE S/SE 1.0/2.0 . VISIBILIDADE MODERADA DURANTE AS PANCADAS.
ÁREA DELTA (DE CABO FRIO ATÉ CARAVELAS)
PANCADAS AO SUL DE 22S. VENTO DE SE/NE 2/3 . ONDAS DE S/SE
1.0/2 .0 . VISIBILIDADE MODERADA DURANTE AS PANCADAS.

ÁREA ECHO (DE CARAVELAS ATÉ SALVADOR)


VENTO SE/E 3/4. ONDAS DE SE/E 1.0/2.0 . VISIBILIDADE BOA.

227
ÁREA FOXTROT (DE SALVADOR ATÉ NATAL)
VENTO SE/E 4/5 . ONDAS DE SE/E 1.0/2.0 . VISIBILIDADE BOA .

ÁREA GOLF (DE NATAL ATÉ SÃO LUÍS)


VENTO SE/NE 4/5 COM RAJADAS . ONDAS DE SE/NE 1.0/2.0.
VISIBILIDADE BOA .

ÁREA HOTEL (DE SÃO LUÍS ATÉ CABO ORANGE)


PANCADAS ISOLADAS A OESTE DE 045W. VENTO DE SE/E 4/5 . ONDAS DE
SE/E 0 .5/1.5 JUNTO À COSTA E 1.0/2.0 NO RESTANTE DA ÁREA .
VISIBILIDADE MODERADA DURANTE AS PANCADAS .

ÁREA SUL OCEÂNICA


SUL DE 30S
OESTE DE 030W
VENTO NW/SW 4/5 . ONDAS DE NW/SW 3.0/4 .0 PASSANDO 2.0/3 .0 .
VISIBILIDADE BOA.

LESTE DE 030W
PANCADAS OCASIONALMENTE FORTES. VENTO N/NW 6/7 COM
RAJADAS RONDANDO PARA NW/W 4/5 AO SUL DE 32S E NE/NW 4/5
RONDANDO PARA W/SW 2/3 NO RESTANTE DA ÁREA . ONDAS DE NW/W
3 .0/4 .0 AO SUL DE 32S E 2.0/3.0 NO RESTANTE DA ÁREA. VISIBILIDADE
MODERADA/RESTRITA DURANTE AS PANCADAS .

ENTRE 255 E 30S


PANCADAS A OESTE DE 025W. VENTO DE NE/NW 3/4 A LESTE DE 035W
E NE/NW 3/4 RONDANDO PARA SE/E 2/3 NO RESTANTE DA ÁREA .
ONDAS DE SW/SE 1.5/2.5. VISIBILIDADE MODERADA DURANTE AS
PANCADAS .

NORTE DE 25S
PANCADAS ISOLADAS A OESTE DE 025W . VENTO DE SE/E 4/5 AO NORTE
DE 20S E 2/3 NO RESTANTE DA ÁREA . ONDAS DE SE/E 1.5/2 .5 .
VISIBILIDADE MODERADA DURANTE AS PANCADAS .

ÁREA NORTE OCEÂNICA


PANCADAS OCASIONALMENTE FORTES NORTE DE 05N . VENTO SE/E 4/5
AO SUL DO EQUADOR E SW/SE 4/5 NO RESTANTE DA ÁREA . ONDAS DE
SE/E 1.5/2.5 . VISIBILIDADE MODERADA/RESTRITA DURANTE AS
PANCADAS .

228
CARTA SINÓTICA 06/SET/2016

CARTA DE PRESSAO AO NIVEL DO MAR ;:~~~~·;~~,!o:.~·;~~~~~· P~;::!~:~~!~~f&~,~r,o, ~~!~Tr~o ~~ ~~~:~:~~!~! ~:


\!Jf•"'h&· Sf/VIÇO UthnttoiOQk:O UlronM
SEA LEVE L PRESSURE CHART
Relerênc1aiReference. Oú!JaDl l>U.r/ .l.J.f'
!~.~~~!~;~~ ;,~:.~::,~,~~::~~.~~!~.~:~~~!; H;d~:9~~;~:~oê,~;,! ;f,',~tJ~
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T•l.: " n :uu.Jn.a "'•lni<JI''"'".,· ""'· ~


,h,: u '' Hlt·U H ,, .. .... . . IRIII,Mit.bt

Análise das cartas sinóticas 06/SET 1200HMG e 09/SET OOOOHMG

1- Estes conjuntos de cartas permitem estudar as relações de Boletim,


carta e imagem simultâneas . Isto é importante porque elas estão
disponíveis diariamente para todos os navegantes .

229
CARTA SINÓTICA- 09/SET/2016

CARTA DE PRESSÃO AO NIVEL DO MAR


SEA LEVEL PRESSURE CHART
4 ~ " " " ' , , , •ti[:)OO:f' .; ~'""" "f • ,., ~ J !' ·~, . . . ~,
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2- É necessário habilidade para interpretar separadamente o Boletim, a


carta e a imagem e, posteriormente, escolher as áreas de interesse e
analisá-las simultaneamente.

230
INTERPRETE AS IMAGENS DE SATÉLITES DE 06/SET E 09/SET

1 - O navegante observa a evolução dos sistemas frontais.


2 - Ob serva-se a evolução da nebulosidade e atividade convectiva na
ZCIT.
3- Ob se rva-se com atenção especial a posição do centro de baixa do
cavado e sistema frontal na extremidade da nebulosidade da frente
oclu sa.
4- A imagem IR realçada destaca as áreas com Cb mais desenvolvidas
indicadas pelas variações de cores, conforme indicação das escalas de
cores na própria imagem .
5 - Os navegantes devem apreciar as diferenças significativas dos
desenhos dos sistemas frontais no HN e no HS, mostradas pelas
nebulosidades das frentes fria, quente e oclusa.
6- A ocorrência de grandes Cb pode ser observada na ZCIT, nas frentes
frias e nas regiões equatorial e tropical, nas cores azul forte e lilás .

IMAGEM SATÉLITE REALÇADA- 06/SET

231
IMAGEM DE SATÉLITE REALÇADA- 09/SET /2016

L ; G- CONCEITOS, QUESTÕES E EXERCÍCIOS

QUESTÕES E SOLUÇÕES- BASEADAS NO LIVRO TEXTO

INTERPRETAÇÃO DE IMAGEM, CARTAS e BOLETIM (capítulo 6)


Os navega ntes têm dia riame nte, di sponíveis a bordo, recebida s pela
internet, as informações met eoro lógica s do tempo pre sente (parte 11 ),
para se rem interp retada s e analisada s e entendida a evoluç ão do estado
do t em po e do estado do mar, na previsão do est ado do tempo (parte 111) .
Ressa ltada quando ocorre ro nda sign if icati va de di reção dos ventos e de
direção das onda s.

Pode -se, então, di scutir uma sé rie de conceitos a res peito da afirmativa
acima . Ta is como :

232
Q AVISOS DE MAU TEMPO

1- Os 4 tipos de avisos de mau tempo só são divulgados quando o


respectivo parâmetro supera ou iguala seu valor crítico.

2- Aviso de mar grosso, quando as ondas superam ou igualam 3 metros .

3- Aviso de vento forte, quando os ventos superam ou igualam força 7,


na escala Beaufort.

4- Aviso de ressaca , quando as ondas na arrebentação superam ou


igualam 2,5 metros. Para ondas de grande comprimento, na direção
da costa.

5- Aviso de nevoeiro, quando a névoa úmida é intensa, reduzindo a


visibilidade a menos de 1 km .

6- Para orientação dos navegantes, todos os avisos de mau tempo,


apresentam um período de duração ou validade.

7- Os avisos seguem uma numeração anual, para referência , em caso


do mau tempo se estender além da validade .

8- Quando não ocorre mau tempo, o boletim divulga a expressão NIL


ou nada consta .

9- A informação diária inserida na redação normal, da prev1sao do


tempo, parte 3, do Meteoromarinha, não ressalta com detalhes,
quando a situação é de ocorrência de condições de mau tempo,
então, para alertar o navegante comum, tais aspectos são
destacados, na parte 1 do boletim .

10- Nos avisos é sempre indicada a área do boletim afetada e a


intensidade do mau tempo.

11- Nos avisos de vento forte é sempre indicada, também, a direção de


onde vem o vento .

12- Nos avisos de mar grosso é sempre indicada, também, a direção de


onde vem as ondas .

Q BOLETIM METEOROMARINHA

1- A previsão do tempo, parte 3, do boletim, sempre cobre um período


de 24 horas .

233
2- A previsão do tempo, parte 3 do boletim, sempre cobre um período
que inicia avançado de 12 horas, em relação à data -hora do referido
boletim.

3- Em um boletim de 0000 HMG de qualquer dia, a previsão do tempo


cobre um período das 1200 HMG às 1200 HMG do dia seguinte.

4- Em um boletim das 1200 HMG do dia 04, a previsão do tempo cobre


um período de 0000 HMG do dia 05 às 0000 HMG do dia 06.

5- O boletim Meteoromarinha cobre a área denominada de METÁREA


V, de responsabilidade do Brasil, efetuar sua elaboração e
divulgação.

6- Na informação do tempo real, parte 2 do boletim, é divulgada de


forma abrangente a ocorrência de BAIXAS, ALTAS e SISTEMAS
FRONTAIS, além da ZCIT.

7- Na parte 2 do boletim é divulgada a trajetória de frente fria .

8- Na parte 2 do boletim é divulgada a velocidade de deslocamento da


frente fria. O normal é 10 nós. Quando está mais lenta é indicado 5
nós, e mais rápida 15 nós.

9- Na parte 2 do boletim pode ser divulgada a expressão quase


estacionária ou frente fria estacionária, quando ocorrer um
bloqueio ao seu deslocamento normal.

10- A previsão do tempo, parte 3, na Metárea V é elaborada para 8 áreas


costeiras de Alfa a Hotel, do sul para norte e para 2 áreas oceânicas,
November (Norte oceânica) e Sierra (Sul oceânica) .

11- A Metárea V abrange a região delimitada pela costa do Brasil até o


meridiano de 020° W e das latitudes de or
Na 03r
S.

12- São indicadas as direções, as rondas das direções e as alturas das


ondas, em metros.

13- São indicadas as direções dos ventos, as rondas das direções e as


velocidades pela escala Beaufort.

Q IMAGEM DE SATÉLITE (IR)

1- As imagens apresentam sempre no lado superior direito, a HMG, na


seguinte ordem: ano, mês, dia, hora, minuto.

234
2- Os navegantes do Oceano Atlântico Sul utilizam as imagens dos
satélites GOES e METEOSAT.

3- A coloração das imagens IR indicam diferentes tipos de nuvens . As


espessuras e as temperaturas das nuvens resultam nos tons de cinza
das imagens (IR) . Variação da cor cinza escuro até muito branca.

4- A coloração mais branca indica nuvem mais fria e muito espessa . É


indício de Cb.

5- A coloração bem escura indica ausência de nebulosidade.

6- A atmosfera é transparente à radiação IR, mas as partículas em


suspensão no ar são detectadas e indicam sua temperatura. É o caso
das gotículas de água e cristais de gelo das nuvens.

7- Os tipos de nuvem são associados às ca racterísticas do ar


ascendente. A intensidade das atividades convectivas depende das
umidades absoluta e relativa do ar.

8- As imagens indicam nuvens com intensa liberação de calor latente,


em áreas muito brancas, característica de Cb.

9- As imagens indicam nuvens com pequena liberação de calor latente,


em áreas cinza escuro, característica de Stratus (St).

10- As imagens ind icam nuvens com pequena liberação de calor latente,
em áreas cinza claro, característica de Cirrus (Ci).

11- As imagens indicam nuvens com pouca liberação de calor latente,


em áreas de branco ou cinza claro, característica de Cumulus (Cu}.

12- As imagens possibilitam interpretar a ocorrência de Cb, isolados, em


conglomerados como ZCIT ou em sistemas de mau tempo, como
frente fria (FF) .

14- Nas regiões escuras, afastadas do eixo do cavado, podem ocorrer


áreas geradoras de vagas.

15- Um sistema frontal é identificado na imagem pelas distintas


características das 3 frentes (fria, quente e oclusa) .

16- A frente fria apresenta nebulosidade, em faixa estreita, de branco


intenso.

17- A frente quente apresenta nebulosidade, em faixa bem larga, de


branco esmaecido e cinza claro.

235
18- A frente oclusa apresenta nebulosidade em faixa branca com
acentuada concavidade.

19- A posição da nebulosidade da frente fria (FF) na imagem, indica a


posição do eixo do cavado e ressalta as regiões de ventos frios
depois da FF e ventos quentes antes da FF.

20- A imagem indica o eixo do cavado e ressalta as regiões de ondas na


direção da navegação costeira, depois da FF e ondas na direção do
mar aberto, antes da FF, na Metárea V.

21- Observa -se em região escura da imagem, o centro de alta da célula


de Hadley, na Metárea V.

22- O efeito do bloqueio do centro de alta da célula de Hadley, na


Metárea V, é observado com a ocorrência de frente fria estacionária.

c:) CARTAS SINÓTICAS

1- A representação das isóbaras, nas cartas sinóticas de pressão ao nível


do mar, é de 4 em 4 hPa.

2- O espaçamento entre as isóbaras indica o gradiente horizontal de


pressão.

3- A interpretação do espaçamento das isóbaras indica a intensidade


do vento.

4- A interpretação do sentido de circulação do ar, na configuração das


isóbaras, indica as direções dos ventos.

5- A interpretação da configuração das isóbaras indica a ocorrência de


pista propícia à geração de vagas, nos trechos retilíneos.

6- A interpretação de configuração das isóbaras estreitas indica


condições propícias à ocorrência de ventos fortes.

7- A observação de isóbaras retilíneas e estreitas indica ocorrência


vaga e propagação de marulhos, nas horas seguintes.

8- A propagação dos marulhos ocorre com a mesma direção das vagas


observadas.

9- A observação dos centros de baixa e alta pressão à superfície, na


configuração das isóbaras, indica as regiões de nebulosidade e de
céu limpo.

236
10- A observação dos centros de baixa e alta pressão à superfície, na
configuração das isóbaras, indica as regiões de convergência e de
divergência .

11- A observação dos centros de baixa e alta pressão à superfície, na


configuração das isóbaras, indica as regiões de movimento
ascendente do ar e de movimento descendente do ar.

12- A observação dos centros de baixa e alta pressão à superfície, na


configuração das isóbaras, indica as regiões de movimento
ascendente do ar, com convergência e nebulosidade nas baixas, e
movimento descendente do ar, com divergência e céu limpo nas
altas.

13- A observação dos centros de baixa e alta pressão à superfície, na


configuração das isóbaras, indica as regiões de circulação do ar, no
sentido horário e anti-horário.

14- A observação dos centros de baixa e alta pressão à superfície, na


configuração das isóbaras, indica o sentido de circulação do ar e
possibilita identificar as direções dos ventos em cada ponto da
circulação.

15- A observação de um cavado na configuração das isóbaras é destacada


pelo alongamento das isóbaras, na direção da região mais quente.

16- No eixo do alongamento do cavado, observa-se a simbologia da


frente fria na cor azul.

17- Na extremidade da circulação do ar quente dentro do cavado,


observa-se a simbologia da frente quente na cor vermelha.

18- A partir do centro de baixa pressão (B), observa-se a simbologia da


frente oclusa, nas cores azul e vermelha, do mesmo lado .

19- Quando ocorre frente fria estacionária, observa -se na extremidade


a simbologia nas cores azul e vermelha em lados opostos.

20- O efeito do bloqueio do centro de alta da célula de Hadley, na


Metárea V, é observado com a ocorrência de frente fria estacionária,
normalmente na área Delta.

21- As isóbaras próximas da extremidade da frente estacionária alteram


sua configuração, ficando paralelas à frente .

237
22- O vento frio continua, mas com direção alterada para vento de SE,
junto à frente estacionária, na Metárea V.

EXERCrCIOS

1- Faça algumas simulações.


Um navegante interessado em determinar o estado do mar, nas horas
seguintes, ao longo de sua derrota, dispõe das informações
meteorológicas e oceanográficas diárias recebidas a bordo, sua posição
geográfica no mar e sua derrota prevista lançada na carta náutica em uso
na navegação.

Identifique e justifique as características das isóbaras de uma carta


sinótica de pressão ao nível do mar, que permitem o navegante constatar
as seguintes situações :

a) ocorrência de área geradora de ondas em área afastada ;


b) observação de marulhos nas próximas 48 horas;
c) condições propícias a ocorrência de ressaca nas próximas 72 horas;
d) condições severas do mar, em águas costeiras nas próximas 24 horas;
e) ocorrências de área sem ondas desenvolvidas, mas com muito borrifo
e mar encarneirado, em região próxima.

2- Faça o esquema de um cavado no oceano Atlântico Sul. Ressalte a


direção do alongamento das isóbaras e identifique o eixo do cavado.
Plote o centro de baixa pressão (B). Desenhe o sistema frontal
associado a este cavado.

Evidencie as posições relativas e as concavidades das frentes fria,


quente e oclusa. Identifique na figura as direções do vento antes e
depois da frente fria, no HS e assinale na figura as posições e larguras
das faixas de nebulosidades das frentes fria, quente e oclusa. (Este
exercício ajuda o navegante nas interpretações de imagens de satélite
(IR).

3- Acesse os sites www.dhn.mar.mil.br e www.cptec.inpe.br e visualize o


exercício anterior. Repita este exercício com frequência.

Observe a sequência dos dias seguintes para melhor perceber,


visualizar e treinar a evolução desses parâmetros, tanto na carta
sinótica como na imagem de satélite .

238
4- Faça para o HN o exercício anterior (item 2). Ressalte e comente as
principais diferenças observadas nas figuras, em cada hemisfério. (Este
item ajuda o navegante, que na mesma viagem, navega em ambos os
hemisférios)
5- Identifique o tipo de nuvem e a largura da faixa de nebulosidade
prevista, em função da inclinação da rampa da superfície frontal fria e
da quente . (Este exercício ajuda o navegante na interpretação de
imagens de satélite)
6- Identifique a posição do centro de baixa pressão (B) em relação ao
sistema frontal. Analise duas situações distintas, com e sem ocorrência
de frente oclusa.
7- Faça o esquema de um sistema frontal com frente fria estacionária.
Desenhe as isóbaras do cavado associado e analise se a configuração
das isóbaras evidencia que os ventos são paralelos à frente fria
estacionária em ambos os lados, inibindo o deslocamento da frente.
Identifique se as direções dos ventos são opostas.

8- Faça o esquema de um sistema frontal , no HS. Registre a simbologia


padrão para as frentes fria, quente e oclusa, de acordo com as
concavidades próprias do HS.
9- Faça o mesmo exercício anterior, para o HN.
10- Faça o esquema de uma frente fria estacionária e registre a
simbologia padrão para o HS.
11- Um navegante ao interpretar uma imagem de satélite - IR do
oceano.
12- Atlântico Sul, observa a ocorrência de um cavado e identifica seu eixo
na posição da costa de Santa Catarina e conclui que o mar costeiro
está tranquilo no litoral do Rio de Janeiro e bastante severo no litoral
do Rio Grande do Sul. Comente e justifique a conclusão deste
navegante.
13- Um navegante ao interpretar um boletim Meteoromarinha do
oceano Atlântico Sul, costa brasileira, observou na parte 3, previsão
do tempo, na área Charlie "vento de N/NW 2/3 passando a de S/SW
4/5 e ondas de NE 1.0 passando a de S 2.0/2.5" . Qual a conclusão que
este navegante pode chegar?

14- Interprete uma sequência de imagens de satélite (IR), de dois dias


consecutivos e analise a evolução do tempo .

239
15- Identifique as frentes fria , quente e oclusa .
16- Interprete boletins Meteoromarinha, parte li e identifique a
trajetória de frente fria.
17- Interprete uma sequência de cartas sinóticas de pressão ao nível do
mar e analise a evolução do estado do tempo . Identifique o sistema
frontal.
18- Interprete conjuntos de boletins Meteoromarinha, carta sinótica e
imagem de satélite (IR), simultâneos.
19- Faça a análise de cada conjunto, identificando o sistema frontal.

(F onte: intern et)

240
CAPÍTULO VIl

OBSERVAÇÕES E
MENSAGENS METEOROLÓGICAS

C MENSAGEM SHIP
C CARACTERÍSTICAS DOS INSTRUMENTOS
C OBSERVAÇÃO E REGISTRO DE DADOS
METEOROLÓGICOS
C MENSAGEM METEOROLÓGICA- SHIP-
CODIFICAÇÃO

Este capítulo pretende examinar os principais aspectos das mensagens


meteorológicas (SHIP) e das características dos principais instrumentos
utilizados a bordo para observação dos parâmetros meteorológicos.

São apresentados os procedimentos recomendados e a metodologia


utilizada internacionalmente para a observação e registro de dados
meteorológicos e do estado do mar. São apresentados os elementos
necessários à elaboração das mensagens SHIP.

São descritos os meios disponíveis de telecomunicações para


recebimento a bordo dos boletins, das cartas sinóticas e das imagens de
satélites meteorológicos. Elementos, códigos e normas pormenorizadas
referentes a este capítulo são apresentados nos anexos A e B.

1- CARACTERÍSTICAS DOS INSTRUMENTOS

1.1-INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO DA PRESSÃO ATMOSFÉRICA

Os instrumentos utilizados na medição da pressão atmosférica são os


barômetros, a saber : barômetro aneróide e barômetro de mercúrio .

241
No barômetro aneróide, o elemento sensível consta de uma série de
câmaras metálicas ocas, que se deformam pela ação da pressão
atmosférica . Esta deformação transmite-se a um ponteiro que, num
mostrador graduado, indicará o valor da pressão exercida sobre as
câmaras .
O modelo barômetro de mercúrio dispõe de um tubo vertical de vidro
contendo mercúrio . A altura da coluna líquida, neste tubo, exprimirá o
valor da pressão.
A unidade de medida da pressão atmosférica é hectopascal (hPa).
Entretanto, encontra-se com frequência barômetros graduados em
milibares e em milímetros ou polegadas de mercúrio .
A unidade de pressão hectopascal (hPa) é equivalente à antiga unidade
de pressão milibar (mb) .
Exemplo : 1015,2 hPa = 1015,2 mb.
As indicações dos barômetros estão sujeitas a erros instrumentais, que
são determinados pela aferição do instrumento. Esta operação deverá ser
efetuada periodicamente . A correção instrumental determinada pela
aferição deve ser aplicada a todas as leituras efetuadas.
Normalmente, o barômetro é localizado no passadiço ou em suas
proximidades, protegido dos raios solares e afastado das fontes artificiais
de calor. Para a leitura correta do instrumento, o observador coloca -se
bem à sua frente, de maneira a ter sua vista no plano vertical que passa
pela extremidade do ponteiro, a fim de evitar erro.
Os barômetros de mercúrio são de alta precisão, sendo assim, podem ser
utilizados para efetuar a aferição dos barômetros aneróides, por
comparação de leitura . Antes, o barômetro de mercúrio deverá ser
corrigido na ordem, indicada: aferição, correção do efeito da
temperatura, correção do efeito da latitude e correção da redução à
pressão atmosférica ao nível do mar.
Os barógrafos são instrumentos que fornecem um registro contínuo da
pressão atmosférica em um gráfico.

1.2 -INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO DA TEMPERATURA

Q Termômetros são os instrumentos que medem a temperatura.


Q Termógrafos são os instrumentos que medem e registram de
forma contínua a temperatura .

242
A bordo de navios usam-se termômetros que contém como elemento
sensível o mercúrio em um tubo fino de vidro, graduado na escala graus
CELSIUS (0 C).

Os termógrafos registram todas as variações de temperatura em um


gráfico, podendo-se verificar os instantes em que ocorreram as
temperaturas máxima e mínima.

Pode-se, também, usar um termômetro próprio para determinar as


temperaturas máxima e mínima.

Tem se também um termômetro protegido, próprio para determinar a


temperatura da água do mar (TSM).

1.3 -INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO DA UMIDADE

A umidade do ar pode ser medida por higrômetros que indicam


diretamente a umidade relativa do ar.

No entanto, são os psicrômetros que fornecem, de forma indireta, através


de cálculo e tabelas, as medidas mais precisas das observações de
umidade relativa do ar e também da temperatura do ponto de orvalho,
que são parâmetros muito utilizados em meteorologia.

Os psicrômetros de funda são os mais usados nos navios.

O psicrômetro de funda consta de dois termômetros iguais, montados


numa armação metálica, que o observador, segurando por um punho
apropriado, faz girar rapidamente ao ar livre durante um certo tempo (2
a 3 minutos). Um dos termômetros do psicrômetro tem o bulbo envolvido
por um tecido que no momento da observação é embebido em água. Esse
termômetro é denominado termômetro úmido ou termômetro de bulbo
úmido. O outro termômetro do psicrômetro é conhecido como
termômetro seco.

Outros tipos de instrumentos são encontrados em estações costeiras,


entre os quais citamos: higrômetros, higrógrafos, higrotermógrafos e
outros tipos de psicrômetro.
ATENÇÃO ESPECIAL:
Não utilizar o psicrômetro no vento, para não invalidar a
observação. No vento, o instrumento não obtém o ponto de
saturação do ar e, portanto, a medida do bulbo úmido e o cálculo
da TPO serão errados.

243
1.4 -INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO DO VENTO

O Anemômetro é o instrumento que faz a medição da velocidade ou


intensidade do vento .

A indicação da direção de onde sopra o vento é dada pelo anemoscópio


ou cata -vento .

Os anemômetros existentes nos navios indicam a velocidade do vento


relativo, ou seja , o vento resultante da combinação do vento provocado
pelo movimento do navio, com o vento verdadeiro, cabendo ao
navegante efetu ar os cálculos necessá rios para obter a indicação do vento
verdadeiro.

Quando o navio estiver completamente parado, a indicação do


anemômetro será a do próprio vento verdadeiro .

O anemoscópio a bordo transmite a indicação da direção do vento com


relação à proa do navio. Uma simples con sulta à agulha giroscópica ou
magnética fornece direção do vento relativo .

Em embarcações menores, sem instrumentos de medição, pode -se obter,


de modo aproximado, a direção do vento, pela orientação da fumaça da
chaminé ou da bandeira .

Os navegantes mais experientes com prática dos aspectos do mar, com


vivência marinheira ou como se comenta, com bom olho marinheiro,
podem estimar com aproximação satisfatória, a velocidade e a direção do
vento verdadeiro em função do aspecto do mar e da orientação das vagas,
respectivamente.

O navegante deverá aproar a embarcação às cristas das vagas para obter


a direção do vento verdadeiro .

Para obter a velocidade do vento verdadeiro, tendo em vista o seu efeito


sobre o mar, deverá observar o aspecto do mar e compará-lo com a escala
Beaufort .

O navegante também deve ter especial atenção à observação das ondas


ou vagas, geradas pelo vento que está soprando no momento e não à
observação dos marulhos .

As características dos marulhos e das ondas são apresentadas no capítulo


VIII.

244
L) 2- PROCEDIMENTOS RECOMENDADOS

Esta etapa deste trabalho tem por finalidade habilitar o navegante a


observar corretamente os elementos meteorológicos e o estado mar;
registrar os dados obtidos dentro de métodos padronizados
internacionalmente e organizar as mensagens SHIP .
As mensagens SHIP são encaminhadas às estações rádio costeiras para
posterior transmissão ao Serviço Meteorológico Marinho da DHN , que
centraliza as mensagens e demais informações e elabora a
Meteoromarinha que é disseminada a todos os navegantes.
As mensagens SHIP são de fundamental importância para validar os
resultados dos modelos matemáticos (carta sinótica) e dos dados obtidos
por Sensoriamento remoto (imagens de satélites) .

Como o boletim a Meteoromarinha é baseado nas informações


produzidas nos navios, evidencia -se que a observação correta dos
parâmetros meteorológicos tem importância fundamental no processo
geral de previsão do tempo e que a execução das medições e a leitura dos
instrumentos deve merecer o maior cuidado da parte do navegante.
Atenção especial deve ser dispensada à manutenção dos instrumentos.
Considerando-se que um erro instrumental não conhecido pelo operador,
afeta os resultados de observações cuidadosamente realizadas, é
conveniente aferir-se periodicamente todos os instrumentos utilizados na
coleta de dados.

É interessante ressaltar que, apesar dos avanços tecnológicos como


satélites meteorológicos e baias para observações automáticas, as
informações dos navegantes continuam a ser a mais importante fonte de
dados nas áreas marítimas, onde há escassez de informações de
superfície .

Nestas áreas, a qualidade da previsão do tempo está estreitamente ligada


à colaboração e empenho dos navegantes que estão navegando na região
em questão.

Os navegantes podem participar e adicionar confiabilidade à previsão do


tempo por meio das seguintes ações principais :

a) observação meteorológica de rotina;

b) informação da observação de rotina efetuada, pela transmissão de


mensagem SHIP;

245
c) informação de mau tempo, pela transmissão de mensagens de
perigo e especiais.

A colaboração do navegante, além de resultar em benefício próprio,


porque poucas horas depois irá receber o Meteoromarinha atualizado. A
colaboração do navegante também está ligada à salvaguarda da vida
humana no mar, de acordo com a Convenção Internacional para a
Salvaguarda da Vida Humana no Mar e às normas nacionais sobre o
tráfego marítimo segundo o Regulamento da Lei de Segurança do Tráfego
Aquaviário- RLESTA.

Normas essas que preceituam o preenchimento do " Diário de


Navegação" que inclui o registro das observações meteorológicas.

Esse registro que tem valor jurídico, em casos de eventuais acidentes de


navegação e inquéritos administrativos, poderá ser útil para a defesa dos
navegantes em caso de controvérsias .

É recomendável , portanto, que as observações meteorológicas sejam


feitas com regularidade nos horários-padrão, registradas tanto no Diário
de Navegação, como no modelo mensagem SHIP, o qual deve ser
transmitido com agilidade.

A DHN distribui gratuitamente, para registro das observações


meteorológicas de rotina o modelo DHN-5934. Este modelo, preenchido
e remetido para a DHN, é utilizado na estatística dos diversos parâmetros
meteorológicos e na confecção de boletins climatológicos e Cartas Piloto .

O modelo DHN-5934 pode ser remetido à DHN pelo correio ou entregue


às Capitan ias dos Portos, suas Delegacias e Agências.

Acompanhando o modelo DHN-5934, o navegante deve encaminhar, se


for o caso, informações sobre as dificuldades encontradas na transmissão
das mensagens SHIP.

2.1- OBSERVAÇÕES ESPECIAIS

Os navegantes devem fazer observações especiais e transmitir as


mensagens correspondentes sempre que ocorrer uma das seguintes
condições:

246
a) variação de 20 nós ou mais na intensidade média do vento, mantida
pelo menos durante 10 minutos;
b) variação de 30° ou mais na direção média do vento, mantida pelo
menos durante 10 minutos, para ventos superiores a 15 nós;
c) início ou fim de nevoeiro denso (visibilidade inferior a 1 milha); ou
d} variação da pressão atmosférica de 2 ou mais hPa, no intervalo de
1 hora .

2.2- MENSAGENS DE PERIGO

As mensagens de perigo são disseminadas quando a embarcação se achar


em presença de tempestades tropicais ou condições muito severas de
ventos e mar.

2.3- UNIDADE DE ASSESSORAMENTO METEOROLÓGICO

A DHN mantém duas Unidades de Assessoramento Meteorológico (UAM),


destinadas a dar apoio ao navegante. Nelas trabalham agentes
meteorológicos com a missão precípua de manter contato direto com os
navegantes, oferecendo serviços de:
a) aferição de instrumentos;
b) adestramento do pessoal envolvido em observações meteorológicas;
c) fornecimento de modelos necessários às observações meteorológicas;
d) prestação ou recebimento de informações relativas à
meteorologia, ao serviço radiometeorológico e à segurança da
navegação em geral.
As UAM operam no cais do porto do Rio de Janeiro, RJ e no Porto de Rio
Grande, RS, na sede da Capitania dos Portos .

O Serviço Meteorológico Marinho da DHN, localizado na Ponta da


Armação s/n, Niterói, RJ, CEP 24048-900, também presta ao navegante
qualquer informação relativa à meteorologia, pessoalmente, por carta ou
pelo telefone.

E disponibiliza o site www.dhn.mar.mil.br, onde o navegante obtém


informações sempre atualizadas em diversos tipos de serviços prestados
pela DHN e OMM .

247
3- OBSERVAÇÃO E REGISTRO DE DADOS METEOROLÓGICOS E DO
ESTADO DO MAR

3.1- ESTADO DO MAR

É importante frisar que a perturbação produzida no mar pelo vento tem


um efeito muito maior para a navegação que o próprio vento, sendo o
estado do mar a causa de avarias em embarcações, danos à carga e
acidentes com vítimas.

É comum se estimar a velocidade do vento no mar a partir da aparência


da superfície do mar, utilizando a Escala Beaufort. Entretanto, antes de
interpretar a Escala Beaufort, que relaciona o estado do mar com a
intensidade do vento, deve se considerar os seguintes aspectos:
a) frequentemente se produz uma discrepância entre o vento e o mar
na costa, onde é provável que soprem ventos de caráter local,
influenciando os efeitos da circulação de maior escala.
b) ao se utilizar a Escala Beaufort se supõe que a observação seja feita
em mar aberto e que o vento tenha soprado o tempo suficiente
para criar as condições de mar correspondentes .
c) um vento soprando da costa para o mar não cria as mesmas
condições de estado mar como em alto-mar, já que necessita de
pista para produzir seu efeito total.
d) o marulho não é levado em conta, quando se estima o vento .
e) as marés e as correntes fortes influenciam na aparência da
superfície do mar. Um vento que sopra, em direção contrária à
corrente de maré e à corrente, gera ondas de maior altura, e um
vento na mesma direção produz perturbações menores na
superfície do mar.
f) a precipitação, principalmente quando forte, produz um efeito de
atenuação na superfície do mar.

No capítulo VIII, estuda-se com mais detalhes a formação de ondas, e são


apresentadas as definições de vaga, marulho, arrebentação e demais
parâmetros de uma onda.

Na observação de vagas e marulhos, o navegante deve ter em mente que


compete ao observador medir apenas os elementos altura, período e

248
direção das vagas . Para tal o navegante deve estar atento aos seguintes
aspectos:

Q OBSERVAÇÃO DA DIREÇÃO DAS VAGAS

A direção do movimento das vagas coincide com a direção do vento


verdadeiro. A direção das vagas pode ser determinada pelo alinhamento
das cristas das outras ondas . Como o deslocamento das ondas é na
direção perpendicular ao alinhamento, o observador deve somar 90o à
direção medida do alinhamento em que estão dispostas as cristas, a fim
de obter a direção do movimento das vagas .

Quando houver marulhos, o navegante deve comparar seu movimento


em relação às vagas e estimar a direção do marulho, com base na direção
das vagas, anteriormente calculada .

Q OBSERVAÇÃO DO PERÍODO DAS VAGAS

A maneira como se determina este elemento é aplicada tanto para vagas


como para marulhos. Escolhe-se um objeto flutuante (planta marinha,
pedaço de madeira ou plástico etc.), avistado pela proa, e
suficientemente afastado da embarcação. Anota-se o intervalo de tempo
entre duas aparições consecutivas do objeto, sobre as cristas da onda .
Deve-se levar em conta a importância da observação das vagas de
períodos mai s longos, principalmente quando se deslocam de águas
profundas para águas rasas .

Q OBSERVAÇÃO DA ALTURA DAS VAGAS

A determinação da altura das vagas torna-se bastante difícil a bordo de


embarcações, principalmente em más condições de mar.

Pode-se estimar este elemento, com precisão razoável , observando-se a


passagem das cristas pelo costado do próprio navio ou de embarcações
próximas e comparando suas alturas com as referências existentes, como
vigias, costuras de chapa ou quaisquer outras marcas.

Este procedimento só conduz a bons resultados se o comprimento das


vagas ou marulhos for igual ou menor que o comprimento da
embarcação .

249
Quando ocorrerem vagas maiores que o comprimento da embarcação, é
recomendado que o observador avalie o estado do mar, situando-se a
bordo numa altura escolhida de tal modo que sua visada tangencie as
cristas, ou seja, as cristas estejam tangenciando a linha do horizonte .

A altura das vagas será, então, igual à elevação do olho do observador


sobre o nível do mar.

Este método é bom para estimar a altura das vagas maiores, mas ruim
quando a altura da onda é pequena .

É importante observar as ondas numa região onde elas não sejam


deformadas pela pouca profundidade.

Normalmente as ondas são deformadas em águas rasas, próximas de


zonas de arrebentação, parcel, bancos de are ia, quebra-mar, penhasco e
onde exista uma variação acentuada de profundidade .

O ponto de observação das vagas deve estar francamente exposto ao


mar, ou seja, não deve estar protegido ou exposto aos obstáculos acima
mencionados que poderiam refletir as vagas de volta ao ponto de
observação.

Além disso, o observador não deve estar numa posição muito alta em
relação ao nível do mar, a fim de evitar erros para menos, na estima das
alturas das ondas, principalmente quando a observação é efetuada do
porto ou do litoral.

Quando dois ou mais sistemas de marulhos e vagas estão presentes em


uma mesma área, o mar pode apresentar aspecto confuso .

Nessas situações, se ao observador apresentarem-se muitas dúvidas na


determinação dos elementos, o mar deve ser considerado confuso e na
mensagem meteorológica, será lançado um símbolo equivalente à
impossibilidade de observação .

3.2- OBSERVAÇÕES METEOROLÓGICAS DE ROTINA

Como rotina , as observações meteorológicas devem ser efetuadas em


horários padronizados internacionalmente denominados "horários
sinóticos".

Estes horários em HMG são os seguintes:

a) horas sinóticas principais- 0000, 0600, 1200 e 1800; e

250
b) horas sinóticas intermediárias- 0300, 0900, 1500 e 2100.

É importante ressaltar que para se ter a exata noção do estado do tempo,


as observações devem ser efetuadas no mesmo instante em todas as
estações terrestres e embarcações do planeta TERRA.

Por esta razão, é adotada a Hora Média de Greenwich - HMG para os


horários sinóticos . Isto significa que quaisquer que sejam os fusos
horários das regiões navegadas pelas embarcações, as observações
meteorológicas serão efetuadas simultaneamente nesses horários
sinóticos em HMG.

Na costa do Brasil como o fuso é +3, a hora do relógio do navegante


indicará sempre 3 horas menos que a hora HMG (Fuso zero) .

Por isso, para cumprir os horários sinóticos em HMG, os navegantes da


costa brasileira efetuam suas observações às 2100, 0300, 0900 e 1500
horas do fuso ou hora legal que correspondem aos horários sinóticos
padronizados em HMG (0000, 0600, 1200, 1800).

Com a finalidade de padronizar as observações meteorológicas, a


Organização Meteorológica Mundial (OMM) estabeleceu o código FM 13-
IX SHIP que deve ser usado por todos os navegantes.

Este código consta do modelo DHN- 5934 em anexo A, utilizado para


registro das observações de rotina . Na transmissão das observações
meteorológicas de rotina , obedece -se ao padrão determinado pela OMM,
apresentado no modelo DHN-5938 (Figuras Vll-1 e Vll-2), denominado
MENSAGEM SHIP.

1- Os navegantes devem ter grande interesse em atender este assunto


de mensagem SHIP .
2- Os próprios navegantes terão suas regiões de navegação atualizadas
no próximo boletim Meteoromarinha e na sua carta sinótica.
3- Os navegantes devem estar treinados e com habilidades para
manusear o Anexo A, a fim de elaborar as mensagens SHIP REDUZIDAS
próprias para embarcações mercantes em navegação normal e para a
navegação amadora de grandes travessias.

251
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":J MENSAGE M FM 13 - IX SHIP
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C ESTAÇÃO CHA IU.OA J CO RA DA ::J c o p ( R A oo R J c o8 sE R vA o o q J


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MENSAGEM SHIP

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FIGURA Vll -2
MENSAGEM SHIP

252
Q A mensagem SHIP deve:

a) conter o indicativo internacional da embarcação;


b) usar como endereço a expressão " Obs Meteo" seguida do nome do
centro meteorológico a que se destina . No caso do Brasil, este
endereço é " Obs M eteo Rio" ;
c) ser transmitida à estação costeira mais próxima, no primeiro horário
de trabalho do serviço móvel marítimo após a hora sinótica
correspondente .

As mensagens meteorológica s são isentas do pagamento de qualquer


taxa, por parte do navegante, em qualquer região do mundo .

É importante e desejável que o navegante transmita, pelo menos, as


mensagens SHIP correspondentes às hora s sinóticas principais .

Na área do oceano Atl ântico Sul , devido à escassez de dados, as


mensagens SHIP transmitidas com até 24 horas de atraso ainda têm
utilidade na previ são do tempo.

As mensagens recebidas nos centros meteorológicos, após este período,


são usadas então para fins climatológicos e elaboração de Cartas Piloto .

É também de grande interesse do Serviço Meteorológico Marinho as


observações meteorológicas realizada pelas estações costeiras e
registradas e transmitidas, obedecendo ao padrão estabelecido pelo
OMM, constante do código FM12-IX SYNOP que consta também do
modelo DHN -5934 . Então estas normas facilitam a confecção das
mensagens das estações costeiras e das embarcações, porque ambas são
registradas e codificadas através do código meteorológico comum SYNOP
-SHIP .

As mensagens SHIP transmitida s podem ser da forma completa,


abreviada ou reduzida . A forma da mensagem relativa a uma observação
sinótica de superfície procedente de embarcação obedece a critério
estabelecido pela OMM , que leva em conta a diversidade e precisão dos
instrumentos meteorológicos existentes a bordo . As embarcações são
classificadas como segue :

a) as embarcações selecionadas enviam as mensagen s sob a forma


completa ;
b) as embarcações suplementares enviam as mensagens sob a forma
abreviada ; e

253
c) as embarcações auxiliares e de navegantes amadores e navios
mercantes enviam as mensagens sob a forma reduzida.

É facultada às embarcações auxiliares a transmissão das observações


sinóticas de superfície em uma linguagem clara, quando não for possível
a realização sob a forma reduzida.

4- MENSAGENS METEOROLÓGICAS- SHIP- CODIFICAÇÃO

As mensagens SHIP são apresentadas de forma codificada, segundo


normas estabelecidas pela OMM. Através do código meteorológico
comum SYNOP-SHIP e estão disponível, para o preenchimento, nos
modelos DHN-5938, distribuídos gratuitamente aos navegantes.

As mensagens SYNOP-SHIP são organizadas à base das observações feitas


a bordo e nas estações costeiras às 0000, 0600, 1200 e 1800 HMG .

Para a confecção de uma mensagem SHIP a embarcação deve, possuir,


pelo menos, os seguintes instrumentos: barômetro ou barógrafo,
termômetro para a água do mar, psicrômetro, anemômetro,
anemoscópio, cronógrafo, quadro de nuvens (DHN-5906) e quadro do
estado do mar (DHN-5909).

Na elaboração da mensagem SHIP as letras ou símbolos que constituem


os grupos são substituídos por algarismos que, segundo os códigos
próprios, representam os valores medidos ou aspectos observados dos
elementos meteorológicos correspondentes.

Os significados das diversas letras e símbolos que compõem os grupos da


mensagem SHIP são apresentados no ANEXO A.

Neste anexo os navegantes podem consultar detalhadamente as


explicações e os procedimentos para a correta codificação e elaboração
da mensagem SHIP .

A mensagem SHIP é constituída de uma série de grupos de 5 algarismos e


letras, sendo que o primeiro grupo é composto por apenas 4 letras, por
ser o grupo que identifica se a mensagem é procedente de uma estação
marítima ou uma estação terrestre .

A mensagem SHIP se identifica mediante as letras simbólicas BBXX e a


mensagem SYNOP pelas letras simbólicas AAXX.

254
Outra característica interessante da mensagem SHIP, que facilita a sua
transmissão e recepção, é que a maioria dos grupos de 5 letras e símbolos,
começa por um algarismo que é o indicador de posição do grupo na
mensagem.

Apresenta -se agora todos os grupos que compõem uma mensagem SHIP
na forma completa, na abreviada e na reduzida .

FORMA COMPLETA
BBXX DDDDD YYGGi w 99Lal al a Ocl al ol al o
irixhVV Nddff OOfff lsnTTT 2snTdTdTd 4PPPP 5appp ?wwW1W 2
8N hCLCMCH 222D,v, OsnTwTwTw lPwa Pwa Hwa 2PwPwHwHw
3d wldwldw2d w2 4Pw1Pw1Hw1Hwl 5Pw2Pw2H w2H w2 61 sEsEsRs
70H wa Hwa ·
ICE + {c;S;b;D;z; ou linguagem clara}.

FORMA ABREVIADA
BBXX DDDDD YYGGi w 99Lal al a Ocl al al al o
irixhVV Nddff OOfff lsnTTT 4PPPP lwwW1W 2 8NhCLCMCH
222D,v,.

FORMA REDUZIDA
BBXX DDDDD YYGGi w 99Lal al a Ocl al al al o
irix/VV Nddff OOfff lsnTI I 4PPP I ?wwW1W 2
222D,V,

4.1- PROCEDIMENTOS PARA TRANSMISSÃO DE MENSAGENS SHIP

O navegante tem grande interesse em receber boletins meteorológicos


da região em que está navegando. Normalmente existe uma carência de
observações meteorológicas de superfície no oceano .

Visando aumentar a quantidade de dados meteorológicos, os navios em


viagem fazem observações dos elementos meteorológicos de três em três
horas e registram-nas na folha de "Registro Meteorológico FM-13 -IX
SHIP", modelo DHN=5934, que é fornecida aos navegantes nas capitanias .

No fim das viagens, estas são enviadas à DHN, via capitanias . Essas folhas
são muito úteis para estudos climatológicos .

255
Já para previsão do tempo, o procedimento do navegante é mu ito mais
ágil e rápido, ou seja, nos horários 0000, 0600, 1200 e 1800 HMG, os
dados observados são encaminhados, o mais rápido possível, a uma
repa rtição coletora central, sob a forma de Mensagem Meteorológica
(mensagem SHIP, modelo DHN -5938), utili zando-se para isso, da rede
rádio telegráfica e rádio telefônica do sistema de estações-rádio do país.

Os navios enviam suas mensagens SHIP às estações costeiras, de acordo


com o que consta na publicação Lista de Auxílios-Rádio e as estações
costeiras encaminham as mensagens SHIP à DHN, nos horários
estabelecidos de modo a garantir a chegada dos dados nas mãos do
previsor, a tempo de serem usadas na previsão do tempo e melhorar sua
qualidade.

Essa previsão do tempo retornará como Meteoromarinha aos navegantes


que horas antes contribuíram com mensagem .

Na realidade, o navegante como usuário final é o grande beneficiado


quando o processo funciona em todas as etapas, ou seja, na observação
a bordo dos dados meteorológicos, na transmissão ágil e rápida da
mensagem SHIP, na utilização a tempo dos dados na previ sã o do tempo e
na transmissão e recepção a bordo da previsão do tempo sob a forma de
Meteoromarinha .

Como todo o processo requer continuidade e bastante agilidade, todo


pessoal envolvido deve ter conhecimento dos horários, da s estações e
frequências para que sejam encaminhadas as observações
meteorológicas efetuadas a bordo.

As estações costeiras que recebem mensagens SHIP têm frequências e


horários determinados especialmente para este serviço, durante pelo
menos 30 minutos após as horas sinótica s principais e, neste período as
mensagens meteorológicas têm preferência de tráfego.

As características das estações que recebem mensagem SHIP constam do


Anexo B.

Q NORMAS DA AUTORIDADE MARÍTIMA NO BRASIL

Os navegantes devem tomar, com a devida antecedência, conhecimento


dos procedimentos e das recomendações em vigor, estabelecidos na
NORMAM 19/DHN.

256
5- CONCEITOS E EXERCÍCIOS

QUESTÕES E SOLUÇÕES- BASEADAS NO LIVRO TEXTO

C MENSAGEM SHIP (capítulo 7)

As mensagens meteorológicas de estações móveis (mensagem SHIP),


elaboradas nos horários padrão, às 0000 HMG e 1200 HMG, seguem
rigorosamente as instruções da OMM, para observação, codificação e
transmissão dos dados coletados a bordo dos navios.

Pode-se, então, discutir uma série de conceitos a respeito da afirmativa


acima. Tais como :

1- As mensagens SHIP de navios mercantes são elaboradas na forma


reduzida. Utiliza-se a primeira linha do modelo e a última linha, do
modelo da DHN.

2- Todos os grupos contêm 5 dígitos, exceto o primeiro (BBXX) e o


segundo (DDDD) .

3- BBXX indica mensagem SHIP (estação móvel) e DDDD é o indicativo do


respectivo navio.

4- O registro da temperatura do ar é sempre em graus inteiros (Celsius},


portanto o grupo sempre termina com /, para completar os 5 dígitos
do grupo.

5- O registro da pressão atmosférica omite o dígito do milhar e é em valor


inteiro (hPa}, portanto o grupo sempre termina com/, para completar
os 5 dígitos do grupo.

6- O registro dos dados para observações de 0000 HMG requer especial


atenção dos navegantes a W de Greenwich, para mudança de data.

257
EXERCrCIOS:

1- Consulte a NORMAM-19/DHN.

2- Pesquise nas Normas da Autoridade Marítima para Atividades de


Meteorologia Marítima- NORMAM-19/DHN:
a) No capítulo 2 - Serviços prestados pelo Serviço Meteorológico
Marinho- SMM.

b) No capítulo 3 - Programa de Navios de Observação Voluntária,


" Voluntary Observing SHIP'S''- VOS.

(Fo nte : Internet)

258
CAPÍTULO VIII

ONDAS, VAGAS E MARULHOS

c; ELEMENTOS DAS ONDAS


c; ONDAS EM ÁGUAS PROFUNDAS
c; ONDAS EM ÁGUAS RASAS I ARREBENTAÇÃO E RESSACA
4 ÁREAS GERADORAS DE VAGAS
c; MARULHOS I SWELL- MAR CRUZADO
c; CARTAS DE ONDAS
c; MARINHARIA DE MAU TEMPO
c; TSUNAMIS
Este capítulo pretende examinar as características das ondas (vagas e
marulhos), definindo seus elementos e os aspectos das ondas de águas
profundas e águas rasas.

São apresentadas as condições propícias à geração de ondas, e ressaltada


a identificação desses aspectos na interpretação da carta sinótica.

São discutidas as manobras e o comportamento dos navegantes em


estado do mar severo.

Complementarmente são tecidos alguns comentários sobre a ocorrência


de Tsunamis.

1- ELEMENTOS DE UMA ONDA

A principal característica, no processo de formação de ondas, é a


transferência de ENERGIA por meio dos ventos, da atmosfera para o
oceano. Basta uma ligeira brisa atuando algum tempo sobre um mar
plano, calmo, sem agitação, para que comece a surgir uma pequena
ondulação na superfície do mar, com a qual aumenta a superfície de
contato e incidência do vento.

259
Este fato resulta em um favorecimento ao crescimento das ondas, em
virtude de se observar na pequena ondulação criada, uma pressão maior
à barlavento do que à sotavento . Então a onda irá crescer até atingir uma
situação de equilíbrio . A partir da situação de equilíbrio, as ondas não
aumentam mais suas alturas e o excesso de energia é consumido em
arrebentação de algumas ondas, tem-se uma situação conhecida como
mar encarneirado, devido à espuma branca das arrebentações das cristas
das ondas.
FIGURA Vlll-1
GERAÇÃO DA ONDA
A interação da atm osfera co m o ocea no

.... .... ....


poss ibil it a a tran sferência de energia do

'
ve nto pa ra a superfície oceâ ni ca por meio da
fo rça de at rito . Est a transferência é
intensifi ca da a medi da qu e a ondul ação da
superfíc ie oceâ ni ca se desenvo lve,
aument and o o atrito (Fo nte: JIMENEZ,
1981 ).

1.1- DEFINIÇÕES

Antes de se avançar no assunto ondas é importante definir seus


elementos e observar as definições a seguir.

ELEMENTOS DE UMA ONDA (FoNTE: DHN)

i
ELEMENTO DEFINIÇÃO
Movimento ondulatório da superfície do mar (vagas e
ONDAS
marulhos) .
Ondas formadas no interior de uma zona de turbulência
VAGAS
atmosférica , pela ação dos ventos.
Vagas que se afa stam de seu local de origem , propagando-
MARULHO se a regiões distantes, onde não mais se fazem sentir os
efeitos do vento que formou essas vagas.
CRISTA Parte superior do perfil da s ond as.

CAVADO Parte inferior do perfil das onda s.


Comprimento da ond a é a di st ância horizontal entre dua s
COMPRIMENTO
cri sta s ou doi s cavado s con secutivos (L).
Altura da onda é a distância vertical entre uma crista e um
ALTURA
cavado con secutivo (H) .
Período da onda é o t empo qu e leva para pa ssar por um
PERÍODO mesmo ponto dua s cri stas con secutiva s ou doi s cavados
con secutivos (T) .

260
É o inverso do período . É o núm ero de crist as que passa m
FREQUÊNCIA por um pont o em um dete rmin ado t empo ou o número de
ca vados (1/T).
Veloc id ade de pro pagaçã o das ond as é a dist ância
VElOCIDADE DE
ho riz onta l percorrida por um a cri st a ou por um ca vado na
PROPAGAÇÃO
unid ade de t empo
Direçã o das ond as é o pont o ou setor do horizonte de
DIREÇÃO
ond e vem a onda.
É o conjunto de ond as de caracte rísti cas iguai s ou
TREM DE ONDAS
parecidas, cuj a propagaçã o t em a mesma direção.
É a raz ão entre a altura e o comprimento da onda (H/L).
DECLIVIDADE Est a rel açã o é usada para indi car a poss ibil idade de
arrebentação, qu ando H/L > 1/7.

FIGURA Vlll-2
CARACTERÍSTICAS DA ONDA
O comp ri mento é um dos
parâmet ros prin cipais da ond a.
(Fonte: DHN)

1.2- CLASSIFICAÇÃO DAS ONDAS

1) Quanto ao tipo do movimento ondulatório, tem-se ondas


progressivas- as que se propagam em uma determinada direção. Seus
efeitos são notados até longe do local de origem, ou seja, da área de
geração por meio dos ventos. Este movimento ondulatório se propaga
na direção do vento;
2) Quanto à influência do fundo, t êm-se ondas de águas profundas -
quando a profundidade é a maior que a metade do comprimento de
onda (L/2) e ondas de águas rasas - quando a profundidade é menor
que a metade do comprimento da onda (L/2);
3} Quanto ao tipo de mar que produzem, tem -se :
a) ondas ou vagas- as que são devidas ao vento como cau sa direta e
imediata, caracterizando-se por sua irregularidade, perfi s agudos e
declividade entre 1/10 e 1/20; e
b) maru lhos- os quais são devidos ao vento passado, ou seja, ondas
que estão distantes da área geradora, caracterizando-se por suas
formas regulares e arredondadas, com declividades entre 1/30 e

261
1/100. Deslocam-se a grandes distâncias amortizando-se pelo
caminho;
4) Quanto à altura dos marulhos, tem-se:
pequeno (H < 2 metros), moderado ( 2 < H< 4 metros) e grande (H > 4
metros);
5) Quanto ao comprimento da onda, tem-se :
curta (L< 100 metros), regular (100 <L< 200 metros) e larga (L> 200
metros);
6) Quanto à declividade, tem-se:
ondas pequenas (H/L< 1/100}; moderada (1/100 <H/L< 1/25),
grande (1/25 <H/L< 1/7) e arrebentação (H/L> 1/7);
7) Quanto à altura das ondas, tem-se:
a ESCALA DE ESTADOS DO MAR.

ESCALA DE ESTADOS DO MAR (FoNTEWMO)

Designação Velocidade
Beaufort Aspecto do mar
nós m/s

o Calmaria <1 0-0.2 Espelhado


Mar encrespado em pequenas rugas com aparência
1 Bafagem 1a3 0.3-1.5
de escamas, sem cristas.
Ligeiras ondulações curtas, de 30 em de altura com
2 Aragem 4a6 1.6-3.3
cristas viradas, mas se m arrebentação.
Grandes ondulações de 60 em, com princípio de
3 Fraco 7 a 10 3.4- 5.4
arrebentação. Alguns carneiros .
4 Moderado 11 a 16 5.5-7.9 Pequenas vagas de 1,5 m, com frequentes carneiros.
Vagas moderadas, de forma longa e 2,4 m de altura .
5 Fresco 17 a 21 8.0-10.7
Muitos carneiros. Possibilidades de alguns borrifos.
Muito 22 a 27 10.8-13 .8 Grandes vagas de 3,6 m de altura. Muitas cristas
6 brancas. Frequentes borrifos.
fresco
Mar grosso: vagas de 4,8 m de altura . A espuma da
7 Forte 28 a 33 13.9-17.1 arrebentação se dispõe em estrias, indicando a
direção do vento. Muitos borrifos.
8 Muito forte 34 a 40 17.2-20.7 Vagalhões de 5,5 a 7,5 m com faixas espessas de
espuma branca e fraca arrebentação.
9 Duro 41 a 47 20.8-24.4 Vagalhões de 7 a 10m com faixas de espuma densa .
O mar rola. A visibilidade começa a ser afetada.
Grandes vagalhões de 9 a 12 m. O vento arranca as
10 Muito duro 48 a 55 24.5 a 28.4 faixas de espuma, arrebentando as vagas em cascata .
Visibilidade reduzida. A superfície do mar é quase
toda coberta de estrias brancas.
Vagalhões excepciona lmente grandes, até 16 m. A
11 Tempestuoso 56 a 63 28.5 a 32 .6 visibilidade é afetada. Os navios de tamanho médio
desaparecem no cavado das vagas .
Mar branco de espuma; respingos saturam o ar. A
12 Furacão ?. 64 ?. 32.7 visibilidade é se riamente afetada.

262
2- CARACTERÍSTICAS DAS ONDAS DE ÁGUAS PROFUNDAS E
ÁGUAS RASAS

O atrito do ar na superfície do mar, combinado com a força da gravidade,


resultará em um movimento CIRCULAR das partículas d'água no plano
VERTICAL, cujo diâmetro de giro indica a altura da onda. A ação
combinada e simultânea do movimento circular de todas as partículas
d'água resulta a ondulação da superfície do mar. Na teoria, o único
movimento que avança é o ondulatório, não havendo deslocamento de
massa d'água pelas ondas, como se pode observar com os movimentos
verticais de um flutuador.

FIGURA Vlll-3
ONDULAÇÃO DO MAR
Toda energia absorvida pela supe rfíci e do mar é aplicada na sua ondulação so b a forma de
energia potencial. Não se observa a ocorrência de energia cinética, uma vez que não existe
deslocamento de massa d' água co m ondulação. Esta ondulação re sulta em movimentos circulares da
camada su perficial (Fonte: JIMENEZ, 1981).

FIGURAVIII-4
ONDULAÇÃO DO MAR
As partículas d' água superficiais permanecem
praticamente na mesma posição após descre-
verem seus movimentos circu lares . (Fonte:
JIMENEZ, 1981).

FIGURAVIII-5
FLUTUADOR
Um flutuador derivando à mercê da s
ondas demon stra que estas não o
deslocam da sua posição inicial. Ele
descreve apenas movimentos circulares
provocados pelas passagens das cristas e
dos cavados da ondulação da su perfície
do mar (Fonte: DIGEST, 1980).

263
As ondas são uma forma de energia dividida em potencial e cinética . Estas
duas partes da energia na onda são iguais. A energia potencial
corresponde à separação vertical das partículas em relação ao nível
médio, ou seja, a subida e a descida do nível do mar no seu movimento
ondulatório .

A energia cinética se deve ao movimento circular das partículas, ou seja,


a energia cinética é consumida nesse movimento circular do flutuador .
Em águas profundas, a energia potencial avança com as ondas, ou seja, a
energia potencial é conservada enquanto a energia cinética é consumida
totalmente para manter o giro das partículas, não sendo então
transladada . Portanto, só metade da energia total inicial é conservada e
viaja com a onda até ser dissipada no litoral.

Essa energia dissipada na costa pode alcançar valores extraordinários e é


proporcional à altura das ondas .

A ondulação do mar é sentida até uma determinada profundidade do


mar. Abaixo dessa profundidade o mar profundo continua calmo, mesmo
que seja observado, na superfície do mar, estado do mar severo, com
grandes ondas . É interessante ressaltar que a profund idade, a partir da
qual o mar profundo continua calmo depende das caracte rísticas da onda
observada na superfície do mar, basicamente do comprimento da onda.

Visto que a interferência do estado do mar é praticamente nula , a partir


de profundidades maiores que a metade do comprimento da onda, ou
seja, P> L/ 2.

O comportamento das ondas depende da profundidade da região na


qual as ondas estão se propagando. Ondas se deslocando, em águas
profundas têm comportamento diferente de quando penetram em
regiões de águas rasas. Nessas ocasiões as características das ondas são
modificadas, principalmente a altura da onda e o comprimento da onda,
devido a interferências do fundo do mar no movimento circular das
partículas. O movimento circular das partículas superficiais se t ransmite
as partículas das camadas inferiores por atrito, fazendo-as descrever
órbitas, que por sua vez, se propagam as situadas abaixo .

Este movimento em profundidade se amortiza rapidamente, de forma


que, para os níveis do mar, situados abaixo, o diâmetro dos círculos,
descritos pelas partículas dessas camadas, se reduzem acentuadamente .

264
----@ ---- ----9 ---- 1
--"EBJ"--1

......
1

...... I

-----· ----- -----+ ----- -----~---
1
I
-k
-----...------
....
1
I

-----· -----
1
I

..:...
____ _..
••
___ _
- •
I

-4
-----· -----
1
I
)) / )) ;;;;; c
/ / //

-4
" 8
A
FIGURA Vlll-6
ONDAS EM ÁGUAS PROFUNDAS E RASAS
A interferência da profundidade no form ato das ond as depende do comprimento do onda . O
fundo do m ar começa a interferi r no co mport am ento da s ond as quando a profundidade é a
metad e do comprimento da o nda (Fonte: JIMENEZ 1981).

A influência da profundidade nas características das ondas depende da


relação entre a profundidade da região (P) e o comprimento da onda (L).

Quando a profundidade é maior que a metade do comprimento da onda,


ou seja, P >L/ 2, a influência é nula. Nestes casos, consideram-se ondas
de águas profundas e observa -se que as ondas podem se deslocar sem
alterar suas características .

Quando a profundidade for menor que a metade do comprimento da


onda, ou seja, P < L/2, haverá interferência do fundo e as características
da onda serão afetadas.

Observam-se nestes casos, ondas de águas rasas e constata -se que o


comprimento da onda deverá se reduzir, e a sua altura deverá aumentar,
conforme a onda se aproxima da costa. A altura (H) irá aumentar até um
ponto limite em que a declividade (H/L) atinja o valor máximo e ocorra a
arrebentação da onda.

FIGURA Vlll-7
A ONDAS EM ÁGUAS RASAS
As onda s geradas em águas profunda s t em
seu comportam ento alte rado a medida que
avança m em águas rasas, diminuindo se u

B comprimento, aumenta ndo a sua altura e


portant o sua decl ivid ade (H/L). Quando a
declividade at inge o valor crítico (H/L= 1/7)
ocorre a arre bentaçã o (Font e: JIMENEZ,
c 1981 ).

265
A declividade crítica é 1/7, ou seja, altura/comprimento da onda > 1/7
(H/L > 1/7). Quando ocorre a arrebentação, observa-se deslocamento
horizontal da massa d' água- energia cinética, que é dissipada na costa
sob a forma de calor.

·=
F=

FIGURA Vlll-8
COMPORTAMENTO DAS ONDAS EM ÁGUAS RASAS
A energia pot encial das ondas de ág uas profund as é transfo rm ada em energia cin éti ca na
arrebentação, passa ndo a massa d'água a te r des loca mento horizontal (Fonte: DIGEST, 1980) .

Quanto maior a altura da onda, maior o impacto e a dissipação de energia


na costa . Por isso o navegante ao se aproximar da costa em regiões de
baixas profundidades, observa que o estado do mar fica mais agitado,
principalmente, se há ocorrência de ondas de grande comprimento.

Numa situação em que se observam ondas de 10 metros de


comprimento, só em profundidades de 5 metros é que o navegante irá
observar o crescimento das ondas . Normalmente, as profundidades de 5
metros estão bem próximas da costa. Portanto, logo que a onda começa
a crescer, ela chega à praia e arrebenta ainda pequena . Na análise de uma
onda com 100 metros de comprimento, o navegante irá observar a onda
começar a crescer, ou seja, aumentar a sua altura, à medida que diminui
seu comprimento, quando ela se aproximar da profundidade de 50
metros, ou seja, L/2 = 100/2 = 50, então, dessa linha de 50 metros de
profundidade até o litoral, a onda terá bastante tempo para crescer e
chegará possivelmente na costa com uma boa altura .

Quanto maior o comprimento da onda, mais distante da costa se


encontrará a profundidade de interferência e a onda começará a crescer,
e terá mais tempo de atingir uma boa altura .
I
I FIGURA Vlll-9

A~B ONDAS DE GRANDE COMPRIMENTO


O navega nte, em águ as rasas, deve ter
I
I es pecial atenção à chegad a de onda s de
grande comprimento provenientes de águas
profundas. Elas começam a crescer a uma
di st ância maior da costa , tendo, portanto,
mais tempo para se desenvolverem (Fonte :
SANNINO, 1989).

266
Por isso o navegante, ao demandar a barra ou o canal de acesso de um
porto, deve ter atenção à chegada de ondas de águas profundas com
grande comprimento de onda, porque essas ondas de grande
comprimento podem crescer bastante e afetar as embarcações que estão
navegando em águas rasas . São essas ondas as responsáveis por sérias
avarias em embarcações e instalações na costa.

É realmente interessante ter especial atenção com ondas de grande


comprimento de onda, quando a direção de propagação delas é
perpendicular à linha da costa, em que se encontra o porto em questão.
Quem tem oportunidade de observá-las é o navegante que vem de águas
profundas.
FIGURA VIII- lO
ÂNGULO DE INCIDÊNCIA DAS ONDAS
O com portamento da ond a ao atingir o litora l
depen de do ângul o de incid ência da frente da
ond a, o qual é um a das condições favoráveis a
se rem avalia das na previsão da ressaca. Qua ndo
a frente da ond a é incl inada em relaçã o a linha
cost ei ra, a extremi dade da frent e da onda junto
ao lito ral se atrasa em re laçã o àquela que está ao
largo ca usa ndo a vari abilid ade do ângulo de
in cid ência das ond as ao longo do litoral, de form a
que o eixo da crist a (frente da ond a) t em uma
rotação e se dispõe paralelo ao litoral (Fonte:
SANNINO, 1989) .

Além da profundidade outros fatores podem influenciar o


comportamento das ondas e afetar a navegação bem próxima da costa.
Um aspecto a ser considerado é o ângulo de incidência da frente de onda
ao atingir o litoral, e seu efeito na circulação das águas costeiras .

Outro aspecto que também é observado pelo navegante é a existência de


áreas com ondulações de mar agitado proveniente de presença de altos
fundos.
FIGURA Vlll-11
INFLUÊNCIA DE ALTO FUNDO SOBRE AS ONDAS
Qu ando uma ondul ação do mar, em águas rasas,
passa sobre alto fundo sem ch egar a ocorrer
arrebentação, as ondas se encurtam e
aumentam de alt ura, produzindo-se uma
situ açã o extraord inariamente incômod a para as
embarcações, especialmente se o mar chega de
través. Isto pod e se observar quando se
demanda canal de acesso de certos portos ou em
áreas próximas à cost a (Fonte: JIMENEZ, 1981).

267
3- CONDIÇÕES PROPÍCIAS À GERAÇÃO DE ONDAS/ VAGAS

3.1- GERAÇÃO DE ONDAS

A área geradora de onda é aquela regi ão da superfície oceânica na qual o


vento sopra com a necessária intensidade e direção, durante o tempo
suficiente para dar lugar a trens de onda, capazes de se propagarem a
distância. Para tal, as delimitações da área, deverão apresentar uma boa
pista para essa transferência de energia do vento para a superfície do
mar, ou seja, para a interação atmosfera- oceano .

FIGURA Vlll-12
EXTENSÃO DA ÁREA GERADORA (PISTA)
O navegant e ao analisar a co nfiguração da s isóbaras
numa ca rta si nótica deve obse rvar o es paçam e nto
ent re as isóba ras, sua cu rvatu ra e a extensão da
área em qu e as isóba ras sã o retilí neas e parale las
(pi sta) (Fonte : JI ME NEZ, 1981, m odificada) .

~o_,...,
"'!
Dentro da área geradora, as ondas se propagam na mesma direção do
vento. Os parâmetros das ondas, como altura, velocid ade de propagação,
período e comprimento da onda , dependem de fatores favoráveis .

3.2- CONDIÇÕES PROPÍCIAS PARA GERAÇÃO DE ONDAS

1) da intensidade e direção do vento;


2) da pista, que é a extensão da área geradora na direção do vento;
3) da persistência, que é o tempo durante o qual o vento se mantém na
mesma direção e intensidade.

Ao analisar a carta sinótica de superfície por ocasião do recebimento das


informações meteorológicas diárias, o navegante deve observar com
bastante atenção às caracte rísticas do vento e se as condições propícias
de área geradora de ondas são atendidas. Normalmente as grandes ondas
encontram-se associadas aos sistemas de isóbaras retilíneas e paralelas,

268
considerando que a direção dos ventos se ajusta sensivelmente a
orientação das isóbaras.

FIGURA Vlll-13
ÁREA GERADORA ESTACIONÁRIA
Qu ando a área gera do ra é est ac ionári a se u
contorno se ca ract eri za pela direção do vento o u
das isó baras nas qu ais é máx im a a t ra nsferência de
energi a para o ocea no (F onte: JIMENEZ, 1981,
modifi ca da).

O navegante pode acompanhar a evolução do estado do mar, na área


geradora de ondas, observando alguns aspectos que influenciam o
processo de formação de ondas, tais como:

Para cada tamanho de pista e força do vento, existe um valor da


persistência a partir do qual a ondulação não cresce mais, quaisquer que
sejam os períodos de tempo que o vento continue soprando.

Até a persistência alcançar este valor crítico, se tem um estado do mar


em desenvolvimento ou em regime transitório .
Se a persistência chega a igualar ou superar o valor crítico, se atinge um
estado do mar desenvolvido ou de regime estacionário ou de equilíbrio.

Se a área geradora se desloca, a direção deste movimento é fator


importante para a intensificação ou abrandamento do estado do mar.
III:MISf"f: RI O NORTf.

FIGURA Vlll-14
ÁREA GERADORA MÓVEL
Qu ando a área geradora é móvel deve se r
con sid erada a direçã o do se u des loca mento
(Fonte: JIMENEZ, modifi ca da).

Se o movimento da área geradora é na direção das ondas, se produz um


reforço do processo de formação, que se acelerará e se intensificará.

269
Uma pista curta que se desloque na direção do vento produz um mar mais
forte que outra pista estacionaria de maior extensão.

O deslocamento da área geradora de onda em direção oposta ou


perpendicular às ondas produz abrandamento das ondas.

4- MARULHOS/ SWELL

4.1- MARULHOS- SWELL

Um aspecto a ser considerado quando se analisa uma área geradora de


ondas, é a direção em que estas ondas se propagam além dos limites da
área geradora, visto que a partir desses limites as ondas se propagam com
a denominação de marulhos por longas distâncias, afetando o estado do
mar em outras regiões . O que delimita uma área geradora de ondas é a
acentuada mudança de direção do vento, entretanto as ondas geradas
permanecem propagando-se, como marulhos, na mesma direção em que
foram geradas as vagas, visto que o vento faz curva, mas as ondas não
fazem curva.
FIGURA Vlll-15
arrebentaçAo MARULHOS
As ond as ao se afast arem das
áreas geradora s sã o
denominadas de marulho, e se
propagam a grandes distâncias
até sofrerem amorteciment o.
Com o exemplo os marulhos
que atingem a baía de Bi scaia.
{Fonte: JIMENEZ, 1981).

O navegante deve estar atento ao fato de que a direção de onde vem a


propagação das ondas (vagas) é a mesma direção de onde vem o vento
que a está gerando. Entretanto, em se tratando de ondas (marulhos), se
observa a propagação de ondas, sem a presença do vento que as gerou.

O navegante é mais afetado por marulhos, principalmente nas áreas


costeiras, que recebem marulhos vindos das regiões oceânicas.

Toda área geradora de vagas resulta em propagação de marulhos.

Os marulhos percorrem centenas de milhas, até penetrarem numa região


costeira e encontrar um litoral, afetando a navegação das embarcações,
nas áreas de sua trajetória. Trajetória essa que permanece a mesma das
vagas em sua área geradora.

270
Então os navegantes devem observar sempre, a direção das vagas e
avaliar se a propagação dos marulhos resultantes irá afetar a área de seu
interesse, nos próximos dias.

As vagas e, portanto, os marulhos podem ser bem desenvolvidos, quando


as 3 condições propícias atuam.

Por ação da força da gravidade, observa- se nas características das vagas,


o parâmetro comprimento de onda, bastante desenvolvido.

A ação da gravidade limita o parâmetro altura da onda, então a contínua


energia potencial absorvida pela onda é armazenada como comprimento
de onda.

Por esta razão, a grande preocupação dos navegantes é com ondas de


grande comprimento. Tanto em áreas oceânicas, como em áreas
costeiras. Principalmente pelo comportamento de ondas longas em águas
rasas. As ondas longas tem a linha de influência do fundo, mais afastada
da costa e tem maior volume de água na arrebentação .

Os navegantes devem estar atentos à interpretação da prev1sao do


tempo, parte 3, do Meteoromarinha, que apresenta a direção de onde
vem os marulhos e as vagas.

Os navegantes devem perceber que a direção dos marulhos pode não


concordar com a direção do vento local na área coste ira , porque marulho
vem de área afastada e sempre mantém constante sua direção desde a
origem na área geradora .

Ressalta-se que a situação de mar severo, afetando a navegação na região


costeira do Brasil, ocorre com marulhos de SE, ou seja, ondas do mar para
a costa, com ângulo de incidência quase perpendicular ao litoral.

É interessante observar as características geográficas da linha da costa


das regiões sul, sudeste, leste e nordeste do Brasil, na direção NE. Tendo,
portanto, como perpendicular, ventos e ondas de SE .

Marulhos (Swell) - a chegada de marulhos pode ser identificada com


razoável antecedência, em interpretação da carta sinótica de pressão ao
nível do mar. A observação de área geradora de ondas, fornece as
direções das vagas, que é a mesma do vento e do eixo da pista e
consequentemente a mesma direção da futura propagação dos marulhos
por longas distâncias, nas horas e dias seguintes.

271
FIGURA Vlll-16
MARULHOS (Fonte: intern et)

A identificação da direção de propagação dos marulhos, alerta o


navegante com a devida antecedência , para significativas alterações de
rumo em sua navegação, para evitar regiões de mar severo, nos próximos
dias.

4.2 - MAR CRUZADO

É uma situação muito desagradável e preocupante para os navegantes.


Mar Cruzado ocorre quando uma área geradora de vagas está na
trajetória de propagação de marulhos.

FIGURA Vlll-17
VAGAS E MARULHOS (Fonte: int ern et)

Observa-se então, a contínua interação de fases e amplitudes das ondas


que se propagam de diferentes direções.

272
Étão preocupante para os navegantes que eles chamam de mar CONFUSO .
Nessas situações os navegantes não conseguem identificar o ângulo de
ataque da onda e determinar um rumo mais adequado, para evitar as
avarias na embarcação.

É interessante observar que os marulhos após passarem pela região de


mar cruzado, seguem sua trajetória normalmente, com as mesmas
características anteriores. Constata -se que as ondas transportam apenas
impulso de energia .

5- ARREBENTAÇÃO E RESSACA

5.1- ARREBENTAÇÃO

Na propagação das ondas em águas profundas, por centenas de milhas,


a energia potencial é conservada . A energia da onda é mantida, porque a
onda não transporta massa de água, não tem energia cinética, apenas
impulso de energia.

Entretanto ao atingir região de águas rasas, a onda é afetada por


interferência do fundo do mar. Então, após a interferência e antes de
chegar à linha de arrebentação, ocorre o seguinte com as características
da onda, ao longo do percurso até a arrebentação :

a) a sua energia potencial é conservada;


b) a velocidade da onda na superfície é conservada;
c) a velocidade da onda no fundo vai se reduzindo;
d) a altura da onda vai aumentando;
e) o comprimento da onda vai se reduzindo;
f) a declividade da onda aumenta .

Ao atingir a linha de arrebentação, ocorre o seguinte com os parâmetros


da onda :

a) a declividade atinge o valor crítico de 1/7;


b) a velocidade da onda na superfície (crista), está mais rápida que
a própria onda;
c) a posição da crista da onda está mais avançada que a própria
onda ;
d) a crista da onda não se sustenta e arrebenta;

273
e) no instante da arrebentação toda a energia potencial é
transformada em energia cinética;
f) a onda termina na arrebentação, a massa de água ganha então
forte correnteza;
g) a massa de água por atrito com o fundo do mar, se aquece e
perde velocidade;
h) a massa de água após se espalhar no litoral, deve regressar ao
mar, como corrente de retorno das ondas. Entretanto constata-
se uma corrente paralela à praia tentando encontrar uma
pequena faixa de convergência, para ganhar força necessária para
vencer a arrebentação e conseguir retornar ao mar .

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FIGURA Vlll-18
ARREBENTAÇÃO (F onte: intern et)

Ressalta -se que após a arrebentação as águas estão mais quentes do que
as águas antes da arrebentação . Este aquecimento da correnteza ocorre
por causa do atrito com o fundo do mar, junto ao litoral.

5.2- RESSACA

A ocorrência de ressaca requer condições propícias. A onda precisa


chegar à costa com grande volume de água e com bom ângulo de
incidência na costa, o que favorece forte impacto do mar no litoral.

Condições propícias na costa do Brasil:

Q ondas de grande comprimento;


Q altura da onda na arrebentação superior a 2,5 metros;
Q direção das ondas perpendicular à linha da costa;
Q ondas de SE é um bom indício, no litoral do Brasil;
Q propagação de marulhos do mar para a costa, é um bom indício;

274
Q após a passagem de frente fria, as direções de onde vem as vagas
e os marulhos são favoráveis;
Q ocorrência de frente fria estacionária, nas áreas charley e delta da
Metárea V. Situação em que o vento e vagas rondam para de SE;
Q ocorrência de áreas geradoras de ondas com pistas bem longas e
isóbaras retilíneas bem estreitas;
Q o surfista só vai à praia praticar seu corajoso esporte, após a
passagem de frente fria na região sudeste e sul do Brasil, pois após
a passagem da frente fria observam-se ondas do mar para a costa.

Ressacas são arrebentações violentas no litoral, causadas por ondas de


grande comprimento de onda , com direção de propagação quase
perpendicular à linha de costa . Essas características resultam em a onda
chegar à arrebentação com altura superior a 2,5 metros devido à
interferência do fundo do mar e com grande volume de água devido ao
grande comprimento de onda.

Ressaca
tumultua a
Zona Sul
Ondas de~
quatro meii05
invadem calçadas
• A1'811CaqueliiJalluo
. . . . . . . . . . . QUIOU
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.. - .. Leblon.
ctweou·Mr~
dL ~--12•14

FIGURA Vlll-19
RESSACA (F ont e: Jornal do Bra si l)
Na costa do Brasil, METÁREA V, é normal ocorrer ressaca associada à
situação de frente fria estacionária .

1- Sempre que ocorre frente fria estacionária o vento frio muda de


direção de sudoeste (SW) para de sul/sudeste (S/SE) no HS.
2- A situação mais favorável à ocorrência de ressaca é com vento na
direção de sudeste (SE) perpendicular ao litoral do Brasil (áreas C e D) .

275
6- CARTAS DE PREVISÃO DE ONDAS

O navegante dispõe atualmente, no site <www.dhn.mar.mil.br/servicos>,


de cartas de previsão de alturas significativas de ondas, a cada 3 horas até
96 horas.

Previsão para 0000 HMG I 20/NOV/017


lllocl.lo WWll/a.tl - Alt.. 111&. O•<luo(aa) - WWli/CWlll Wo... l - 1111&. W-• ~-)
OOZieONOVl!Ol7 (Se•) .U...U..

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FIGURA Vlll-20
CARTA DE ONDAS 00 HORAS

1- Sistema Frontal na região da Argentina e Sul do Brasil.


2- Pela trajetória tradicional o sistema se deslocará para NE/E.
3- Um sistema desenvolvido permite o navegante observar ondas com
alturas altas e direções diferentes.
4- Pela divulgação do site da DHN diariamente, de cartas de previsão de
ondas, o navegante do oceano Atlântico Sul acompanha a evolução
das cartas de previsão de ondas de zero hora até 96 horas.

276
Previsão para 24 horas

-...1o wwa; a.a - Ak. ll&c. Oa<l-..( ...) - WW'S/OIPII Woc&el - 81c. W'-• ~Wcht<-)

h t:002:1!0NOVl!Ol? (Sei~) ~Pft0001!4h/Val!OOUUIOV20l7 (T•r)

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FIGURA Vlll-21
CARTA DE ONDAS 24 HORAS

1- Sistema muito desenvolvido pode apresentar ondas com altura


superior a 10 metros, como mostra a carta de previsão de 24 horas
no mar aberto da Argentina .
2- A constância das direções das ondas nas regiões Norte, Nordeste e
Leste do Brasil pode ser observada .
3- Os sistemas frontais NÃO afetam a reg iões do Brasil, nas áreas Norte,
Nordeste e Leste .
4- É interessante observar ocorrência de ondas de 10m de altura, no
oceano Atlântico Sul.

277
Previsão para 48 horas

Mocle1o 'llf1fa/Oftl - Alt.. S!c- Oadaa(aa) - 'llf1fa/artl Wo.&.L - 8 ... w_.. K.lpl(aa)
lt.of: ocn20NOVI!Ol7 (S.•) TPR0004Illh/Val:OOZI!I!NOV20l7 (Qu.a)

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a .o
3

FIGURA Vlll-22
CARTA DE ONDAS 48 HORAS

1- A principal característica da carta de previsão de ondas é a


informação do parâmetro direção de ondas em todo o litoral do
Brasil.
2- A região Norte e Nordeste e Leste do Brasil apresenta constância de
direção dos ventos e direção das ondas devido à permanência da
Célula de Hardley.
3- É normal os navegantes observarem a previsão de ondas de SE na
região Nordeste e ondas de NE na região Norte do Brasil ao norte da
ZCIT (HN).

278
Previsão para 72 horas

Moc&.lo WW./01'8 - Alt. SLc. Oada.(m) - WW"8/0P8 Mo... L - . . .. W-• Katpl.(•)


a.t :oozeoNOWOl? (h•) +PftOao?eb./V&l:oozaerowoL7 (Qui)

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FIGURA Vlll-23
CARTA DE ONDAS 72HORAS

1- As regiões Sudoeste e Sul do Brasil apresentam considerável variação


de direção dos ventos e das ondas, associada à previsão de passagem
de sistema frontal, cavado e frente fria.
2- Na região das ZCIT observam-se ventos e ondas de S/E no HS e de
E/NE no HN (conforme a carta destaca).
3- É normal a persistência de direção de ventos e ondas na região na
célula Hardley, com altura de ondas não superiores a 2,5 metros.
4- Já na região sudeste e sul do Brasil a altura das ondas pode ser grande
com ocorrência de mar costeiro severo afetando a navegação
costeira.

279
Previsão para 96 horas

lllo<le1o WWS/CWII - Aü. lllc- Oa"-(aa) - WWll/CWII ...... L - 81c. ... , . ~-)
a.t:OOZI!ONOV20l7 (5ea:. +Pft0cotl8b./Val:OOZ24NOV2017 ( . . x)

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... ~

..
3 .~

FIGURA Vlll-24
CARTA DE ONDAS 96 HORAS

1- É importante observar na zona sul da Argentina a chegada de outro


sistema frontal.
2- É importante os navegantes diariamente observarem a sequência de
cartas de previsão de ondas de 00 hora até 96 horas.
3- A sequência apresentada acima é de 00 hora, 24 horas, 48 horas, 72
horas, 84 horas e 96 horas, o que dá uma boa informação aos
navegantes da importância de se observar com antecedência a
evolução do Estado do Mar na região de seu interesse.

280
7- COMPORTAMENTO E MANOBRAS DO NAVEGANTE

7.1- COMPORTAMENTO DA EMBARCAÇÃO NO MAR

Não basta a informação do estado do mar para se estimar como irá se


comportar o navio e mesmo avaliar danos e avarias ao navio, à carga e à
tripulação . É preciso avaliar os seguintes aspectos :

a) Estado do Mar.
b) Características das ondas .
c) Características do navio.
d) Rumo do Navio.
e) Ângulo com que as ondas incidem no Navio.
f) Velocidade do Navio.
g) Olho marinheiro de quem manobra o navio.

O estado do mar severo afeta de forma diferenciada, as embarcações e


os navios, por isso precisam ser considerados os aspectos acima
mencionados .

Dependendo da situação, os navios maiores podem sofrer mais danos e


avarias que os navios menores ou embarcações pequenas.

O comportamento do navio com cada tipo de mar e cada característica


da onda, está associado as suas próprias características; basicamente a
relação entre o comprimento do navio e o comprimento da onda.

Do estado do mar e o rumo do navio, resulta o ângulo com que incidem


as ondas sobre o costado do navio. Resultam então em movimentos de
translação e rotação do navio, nos eixos x, y e z.

Os movimentos de translação são deslocamentos vertical, longitud inal e


transversal.

Os movimentos de rotação ao redor desses eixos são denominados de


guinada (vertical), balanço (longitudinal) e caturra (transversal).

Esses movimentos e vibrações do navio associados ao estado do mar


poderão causar danos, avarias, embarque d'água, corrimento da carga,
acidentes pessoais e perda da capacidade operativa em diversos tipos de
atividade.

281
Em função da altura e período das ondas e do ângulo de ataque das ondas,
o navegante pode esperar 6 movimentos do navio, 3 angulares (caturra,
balanço e cabeceio) e 3 lineares (arfagem, avanço e abatimento).

Quanto maior o período, ou seja, o comprimento de onda mais energia e


volume de água a onda tem e mais influência exerce sobre o navio.

Movimentos de translação e rotação do navio, nos eixos x, y e z.

Eixo Lineares Eixo Angulares


Surge- afastamento
X X Rol I - balanço
lateral
y Pitch - catu rro
y Sway - avanço
(vari ação de trim)
z Heave- arfagem z Yaw- ca beceio
Font e: Lew is {1989)

7.2- MANOBRAS PARA REDUZIR OS EFEITOS DO MAR SEVERO

É interessante o navegante estar atento aos seguintes aspectos:

a) Os trens de onda podem ter características diferentes e direções


distintas ao longo do tempo.
b) O navio tem tendência à sincronização de seus períodos de
oscilação com os períodos aparentes das ondas no mar.
c) Para evitar que o navio entre em ressonância ou sincronismo com
as ondas, o navegante deve alterar seu rumo e sua velocidade . É
recomendado fazer essa manobra com a devida antecedência,
porque há mais dificuldade de romper o sincronismo. É importante
nessas ocasiões o olho marinheiro de quem manobra a
embarcação.

d) Quando o navio navega atravessado ao mar, seu balanço tende a


se sincronizar com o período das ondas. O navegante deve alterar
o rumo e a velocidade do navio.

e) Quando o navio navega aproado à onda e seu comprimento


coincide com o comprimento da onda, pode ocorrer que a proa e a
popa venham a situar-se simultaneamente sobre duas cristas ou
dois cavados. O navegante deve alterar o rumo.

282
f) Quando o navio navega aproado à onda e seu comprimento é a
metade do comprimento da onda, pode ocorrer que a popa venha
a situar-se sobre uma crista, e a proa sobre um cavado,
simultaneamente. Neste caso haverá dificuldades para enfrentar a
onda seguinte, podendo ocorrer grande embarque d'água,
vibração do eixo e outros riscos. O navegante deve modificar o
rumo ou aumentar a velocidade do navio.

g) Ressalta-se que, quando o estado do mar está pouco agitado, mas


as características do conjunto de aspectos que afetam o
comportamento do navio no mar, são desfavoráveis, o navegante
poderá encontrar tantas dificuldades quanto em mar muito
agitado. Daí se evidenciar a importância do olho marinheiro de
quem manobra ou comanda a embarcação.

h) A ocorrência de ondas de ressaca necessita que a configuração


isobárica apresente isóbaras perpendiculares a linha da costa, além das
condições propícias a formação de ondas. Nessas situações,
dependendo das características geográficas do litoral, poderão
ocorrer também acentuadas correntes de retorno de ressaca .

~ 8- MARINHARIA DE MAU TEMPO


Um estudo conduzido pela marinha americana mostrou que os custos dos
acidentes e avarias causados pela fortuna do mar representam valores
que crescem de uma para cem vezes e para duas mil vezes, quando as
embarcações enfrentam mar agitado com vagas de 3 metros, 6 metros e
10 metros, respectivamente .

Aos custos dos reparos deve-se, ainda, adicionar o consumo extra de


combustível, não computado no prejuízo total, por ser dependente do
deslocamento e do tempo que a embarcação ficou exposta ao mau
tempo.

Quem já enfrentou ciclones, recorda-se dos barulhos provocados pelo


esforço longitudinal excessivo do navio e pelo silvar dos ventos sobre a
embarcação.

Q MARINHARIA DE MAU TEMPO

Pode-se considerar a superfície do mar em mau tempo, como uma série


de cavados e cristas que se deslocam.

283
A energia envolvida nessa situação é a energia potencial, devido ao
movimento vertical da superfície do mar, uma vez que não há emprego
de energia cinética devido a não ocorrer deslocamento horizontal de
massa d'água . À exceção de uma pequena corrente à superfície d'água, a
massa d'água não se desloca juntamente com o vento .

A força que um fluido em seu movimento pode exercer é proporcional a


sua densidade e a sua velocidade.
Como a água é mu ito mais densa que o ar, o efeito combinado do vento
e do mar, em uma embarcação, é quase que somente o devido à onda .
O vento torna-se importante na estabilidade e flutuação da embarcação,
apenas quando atinge velocidade de tormenta e furacão, situação em
que a embarcação poderá adquirir uma banda para sotavento .
Uma embarcação tenderá a jogar sempre segundo sua frequência natural
de balanço e arfagem, quaisquer que sejam as condições do movimento
da onda .
O balanço mais severo ocorre quando a frequência do movimento da
onda se aproxima da frequência natural da embarcação.
Na prática o navegante mede essa frequência pelo seu período, que é o
intervalo de tempo gasto pela embarcação para ir da posição de equilíbrio
ao extremo balanço de boreste, ao extremo balanço de bombordo e
retornar à posição de equilíbrio .
Quanto maior for o momento de endireitamento para uma determinada
inclinação, menor será o período de balanço, ou seja, quanto maior o
momento de força que tende a retornar uma embarcação à posição de
equilíbrio, quando incl inada, menor será o período de balanço.
Se a embarcação tiver esse momento de endireitamento, diminuído,
devido a efeito de superfície livre, seu período de balanço aumentará e
sua estabilidade diminuirá.
É recomendável quem comanda ou manobra conhecer o período natural
de balanço da sua embarcação, para poder constatar qualquer mudança
no valor dessa importante característica.
O balanço de uma embarcação é função do ângulo de incidência das
ondas, em relação ao rumo do navio.
Com a proa em diagonal ao mar o balanço aumenta e o máximo
ocorrerá com mar de través ou quando a embarcação estiver no cavado
da vaga.

284
Quando o período da onda aproxima-se do período natural da
embarcação, ocorrerá uma condição de ressonância e sincronismo e o
balanço será muito grande.

A banda causada por uma forte guinada em alta velocidade e a condição


de movimento ondulatório da vaga se conjugarão para aumentar ainda
mais o balanço .

O melhor processo para minimizar o balanço é navegar um pouco abaixo


ou acima da velocidade das vagas. Isso acarreta em produzir-se um
pequeno, mas constante, movimento relativo em relação às vagas e
evitará o sincronismo e a ressonância que poderá colocar em risco a
embarcação .

Quando se navega na mesma velocidade da onda, a embarcação


alternadamente é acelerada pela parte frontal da vaga e retardada pela
parte posterior em relação à crista.

Como a água na crista da onda se desloca, momentaneamente, na própria


velocidade da onda, o leme terá pouco efeito, devido ao fato de haver
pouca velocidade relativa na área do leme quando a popa está na crista .

Esse fato aliado à tendência da embarcação deslizar quando atinge a


crista da onda, torna desejável navegar à velocidade diferente da onda.

O navegante deve lembrar-se que em navegação meteorológica uma


pequena alteração na velocidade da embarcação pode significar a
diferença entre uma severa pancada e um aceitável caturra.

As mesmas considerações quanto à frequência natural de balanço se


aplicam à frequência natural de arfagem.

É difícil o navegante precisar se a embarcação está se aproximando dos


limites de suportar o mar.

Ressaltam-se algumas situações que indicam perigo, e, portanto, requer


do navegante especial atenção, procedimentos e atitudes corretas como
em circunstâncias de sincronismo e ressonância com as ondas, em
ciclones tropicais e furacões, e em navegação com mar severo pela proa.
Nestas situações não é recomendável enfrentar o mar de proa .

A pancada quando a proa, estando fora d'água, por efeito da crista,


despenca-se no cavado da próxima onda, é sentida em toda a embarcação
e indica a severidade da força do mar. Outra indicação consiste na
vibração vertical de baixa frequência que se estabelece quando toda a

285
embarcação se entorta longitudinalmente sob o peso da água que
embarca na parte de vante da embarcação, quando esta corta a vaga de
proa .

É necessário fazer tentativas até obter uma combinação de rumo e


velocidade satisfatória para enfrentar essas situações perigosas.

Na navegação meteorológica em caso de furacão, os procedimentos


recomendados no capítulo IV, visam principalmente, evitar que a
embarcação se aproxime da trajetória da tormenta .

Geralmente os rumos em que o vento e o mar se situam do través para


ré, são melhores do que os rumos que acarretam em vento e mar da proa
ao través.

Rumos próximos do eixo dos cavados das ondas devem ser evitados,
principalmente se o mar não estiver com ondas de comprimento longo.
Em ciclones é muito importante o navegante manter a embarcação fora
do eixo dos cavados. No cavado o balanço é violento e uma vez nele é
muito difícil sair, porque o leme e as máquinas não serão suficientes para
enfrentar a força do mar.

Quando uma embarcação navega em ângulo com o mar, há uma


tendência a forçá-la ao paralelismo com o eixo dos cavados das vagas,
quando a proa corta a superfície frontal da onda . Quando o navio sobe
nessa superfície frontal , a gravidade tenderá a forçar a proa para baixo,
em direção ao cavado.

Se nessa situação o cavado estiver na parte posterior da embarcação, a


gravidade tenderá também a torcer o navio para o eixo dos cavados
mediante o deslizar da popa na vaga. Este conceito poderá ser visualizado,
observando-se o comportamento de um flutuador na oscilação do mar
(Figura Vlll-5).

É interessante visualizar a figura que mostra o movimento circular de um


flutuador, puxado pela crista e sugado pelo cavado da onda.

Para sair do eixo dos cavados das ondas, a melhor navegação consiste em
navegar com velocidade suficiente para assegurar o melhor leme, e
procurar guinar a favor do vento, para obter o maior intervalo possível
até receber a próxima onda.

Nessa situação não se esquecer do adernamento produzido para o bordo


oposto, pelo efeito da guinada com toda a máquina .

286
Como as vagas se propagam em trens de ondas, é possível o navegante
discernir um período menos crítico para iniciar e concluir a manobra, de
modo a aliviar o leme antes do início da nova série de ondas.

Em navegação meteorológica em mau tempo severo, são estabelecidos


os procedimentos para minimizar os efeitos do vento e do mar sobre a
embarcação. Em paralelo a essas recomendações os navegantes devem
ter especial atenção com as providências que visem manter a
estabilidade, a flutuação e a energia elétrica, elementos fundamentais
para a embarcação sobreviver à fúria de uma tempestade.

A causa mais comum de perda de energia elétrica ocorre pelo efeito terra
nos quadros de distribuição, quando a água salgada os atinge. Condutos
de ventilação, escotilhas, elipses, etc. , deverão estar bem fechados em
navegação de mau tempo.

A estabilidade e a flutuação decrescem em conjunto.

Para enfrentar um ciclone é importante manter baixo o centro de


gravidade, conservando o navio lastrado e evitando superfícies livres nos
tanques, que deverão estar completamente cheios ou vazios.

Quando a embarcação estiver navegando em águas restritas e a


visibilidade baixar para uma milha, o navegante deve atentar para os
procedimentos de navegação em baixa visibilidade . Quando a visibilidade
baixar para uma milha cumprir os sinais sonoros estabelecidos no RIPEAM
para navegação em nevoeiro .

O navegante deve parar as máquinas sempre que ouvir um sinal sonoro


de cerração para vante do través, sem que seja poss ível determinar a
posição do navio que o emitiu e fazer soar o sinal sonoro de navio parado
em nevoeiro.

Em cerração é imprescindível navegar, na mão direita, em quaisquer


canais, a fim de assegurar que todas as embarcações ao se cruzarem, o
façam por bombordo.

Da mesma forma, em nevoeiro, caso demande baia sonora, procure


conservá-la aberta em uma bochecha. Não esqueça que outras
embarcações poderão estar navegando na direção dessa baia para obter
uma posição.

Em mau tempo não hesite em lastrar, porém o navegante deve ter


especial atenção em lastrar corretamente sua embarcação.

287
É recomendável com mau tempo e estado do mar severo que a
embarcação fique derrabada e nunca abicada, ou seja, com trim pela
popa de modo que o calado da popa seja maior que o calado da proa .
Para proporcionar uma razoável reserva de flutuabilidade na proa por
ocasião da embarcação cortar as cristas de enormes ondas e garantir que
os hélices permaneçam dentro d'água e também compense o enorme
volume de água que vai embarcar na proa.

9-TSUNAMIS

Os maremotos ou Tsunamis são trens de ondas gerados por atividades


sísmicas submarinas - terremoto submarino, erupção vulcânica
submarina, deslizamentos de encostas e ondas sísmicas de grande
período e se caracterizam por sua grande velocidade de propagação,
grande período, enorme comprimento de onda e geralmente pelo
grande poder de destruição, que tem as ondas ao chegarem à costa
continental e às ilhas oceânicas, devido ao gigantesco comprimento de
onda .

COMO SE UMA ~APÓS UM TERREMOTO


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As onrdas atSC:Itm

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FIGURA Vlll-25
TSUNAMIS (Fonte: Jorn al do Bras il )

Muito mais importante que a altura da onda em um Tsunami é a


correnteza da massa d'água oceânica que avança vários quilômetros
dentro do continente .

É muito importante o navegante ter conhecimento do seguinte:

288
a) Embarcação em alto mar não é afetada pela passagem de onda
tsunami.
b) Embarcação em águas rasas ou atracada é arrastada para dentro
da costa, pela correnteza da onda tsunami.
c) Navegantes devem do se afastar do litoral imediatamente,
quando for noticiada a ocorrência de tsunami.

a) CARACTERÍSTICAS DOS TSUNAMIS


Um Tsunami consiste em uma série de 3 a 10 ondas com um período que
oscila entre 10 e 45 minutos cada uma, sendo geralmente a maior de
todas, a segunda e então a de maior poder de destruição.

A velocidade de propagação a uma profundidade média de quatro mil


metros é cerca de 400 milhas por hora, alcançando um comprimento de
onda de cerca de 100 a 300 quilômetros.

O extraordinário comprimento de onda é responsável pelo gigantesco


volume de água que penetra no litoral, causando enorme destruição.

Enquanto seu deslocamento tem lugar em águas profundas, sua


amplitude é de uns poucos centímetros sendo quase imperceptível sua
detenção pelo navegante.

Entretanto, ao se aproximar de ilhas oceânicas e dos continentes a


influência da diminuição da profundidade associada ao enorme
comprimento de onda resulta na alteração das características da onda
com a gradual e progressiva evolução da onda e no surgimento de energia
cinética .

Este efeito é combinado com as características geográficas da costa.

Em condições propícias do ângulo de incidência das ondas em relação às


características da geomorfologia do litoral e plataforma continental, as
ondas podem alcançar vários metros de altura e concentrar enorme
energia cinética, deslocando gigantesco volume de água .

É importante ressaltar que normalmente a chegada da crista de um


Tsunami às costas do continente se manifesta inicialmente por um recuo
das águas do mar, que podem deixar a descoberto grandes extensões do
fundo do mar o que aguça a curiosidade das populações costeiras e
possibilita um aumento no número de vítimas.

Depois desse recuo, se reproduz uma sucessão rápida e acentuada de


elevações e descidas alternadas do nível do mar, cuja altura pode variar

289
de poucos centímetros a 4 metros, embora haja registro de ondas
superiores a 20 metros de altura .

É comum depois de maremoto ou desabamento de montanha submarina


ou deslizamento de encostas, manifesta r-se na costa violentas
ondulações .

b) SISTEMAS DE ALERTA DE TSUNAMIS

Com a finalidade de alertar as populações costeiras do oceano Pacífico,


existe em funcionamento permanente um sistema internacional de
alarme de maremotos do Pacífico, com sede central do sistema em
Honolulu, Hawaí e rede de estações em vários países .

Este sistema transmite mensagem de alerta a todos os serviços nacionais,


os quais se encarregam das providências pertinentes .

As mensagens de alerta informam a magnitude e a hora estimada da


chegada de um Tsunami a cada uma das diferentes regiões ao longo de
toda a costa leste e oeste do oceano Pacífico em ambos os hemisférios.

Tem -se o registro histórico que o Tsunami de grandes proporções que


ocorreu em 1868, foi causado por um terremoto submarino com
epicentro a 38 milhas a oeste de ARICA (CHILE), atingiu esta região meia
hora depois com ondas devastadoras de 14 metros de altura e seus
efeitos se sentiram no Hawaí 14 horas depois e nas costas do Japão 25
horas mais tarde, em ambos os lugares produziu danos imensos.

Nesse Tsunami de ARICA o mar recuou , reduzindo dra sticamente as


profundidades e os navios que se encontravam fundeados, ficaram
pousados no fundo seco do mar e em seguida junto com a primeira onda
eles foram transportados pelas correntes formadas e um deles lançado
400 metros dentro da pra ia.

Outro Tsunami de grandes proporções ocorreu em abril de 1946, causado


por terremoto submarino com epicentro próximo do arquipélago das
Aleutas, afetando todo o oceano Pacífico. Se obteve registro da onda em
Valparaíso, a mais de sete mil milhas de distância .

Já em 2004, precisamente em 26 de dezembro às 00 :58 :53 UTC, um


megatsunami surgiu de um terremoto de magnitude de 9,1 na escala
Richter, com 30 km de profundidade, bem próximo à costa noroeste da
ilha de Sumaratra, na Indonésia .

290
Considerado um dos mais violentos e mortais, formou ondas que
percorreram uma distância de 5 mil quilômetros e atingiram além da
Indonésia, outros 12 países como a Malásia, a Tailândia , Myanmar, Índia,
Sri Lanka, chegando até a Somália, na África.

Esse desastre natural é conside rado um dos maiores por sua intensidade
(o terceiro de toda a história sismológica), causou não só perdas de mais
de 220 mil vidas humanas com as suas ondas, algumas ultrapassando os
15 metros de altura, como também formou com a água uma correnteza
que saiu destruindo tudo que encontrava pela frente .

FIGURA Vlll -26


TSUNAMI PRÓXIMO À PRAIA (F onte: Intern et)

FIGURA Vlll -27


TSUNAMI NA COSTA TAILANDESA 2004 (F onte: Portal Ver m elho)

291
Foto aérea do Vilarejo de Banda Aceh (Indonésia)

FIGURA Vlll-28
EFEITON DO TSUNAMI 2004 E RECONSTRUÇÃO APÓS (F on te: Revist a Exame)

Recentemente, em 2018, surgiram outros t sunami s de grandes


proporções qu e afetaram a Ásia .

INDONESIA ~)alu
~

oJakarta

FIGURA Vlll-29 (a) e (b)


TSUNAMI EM 28/09/2018 NA INDONÉSIA (Fonte: intern et )

Em Palu e Donggala, cidades localizada s ao Norte da Indonésia, foram


atingid as por Tsunami com onda s que chegaram até 6 m etros de altura ,
isso em 28 de setembro de 2018, logo após um Terremoto de proporção
de 7,5 magnitude da escala Richter ter atingido a ilha de Sulawesi.

FIGURA Vlll -30


TSUNAMI EM 28/09/2018 NA INDONÉSIA (Fonte: Surfguru / llmeioambi ente).

292
Esses dois fenômenos de desastres naturais causam estragos em diversos
países quando surgem.

Muitos outros tsunamis ocorreram, muitos dos quais quase não se


observam seus efeitos, por terem produzido ondas com altura de apenas
alguns centímetros .

Os tão temidos tsunamis não apresentam riscos para o navegante em alto


mar, mas muitas preocupações e avarias para navegantes nas
proximidades da costa, nos portos e áreas de fundeio pouco abrigadas e
principalmente para as populações costeiras .

10- ASPECTOS RELEVANTES- CONCEITOS E EXERCÍCIOS

1- Ressalta-se a importância da informação específica para o porto e


proximidades sobre a direção de onde vêm as ondas, a altura e o
comprimento das ondas .
2- Evidencia-se a importância do cálculo do "squat" máximo de proa, na
navegação em águas rasas, quando se espera variação de
profundidade.
3- É importante na navegação em águas rasas, o conhecimento e o
treinamento dos navegantes sobre fatores que afetam a Folga
Dinâmica Abaixo da Quilha (FAQL tais como, squat e o efeito das
ondas, principalmente em condições de mar severo com vagas ou
marulhos.
4- Lições interessantes o navegante pode tirar do encalhe do navio
petroleiro CAPELLA VOYAGER (CONAPRA, 2006L em rumos práticos no
canal de acesso ao porto WHANGAREI, Nova Zelândia, em 14 de abril
de 2003 , devido ao estado do mar severo, com ondas afiladas ao eixo
do canal.
5- Por vezes, ouve-se dizer que determinado navegante teve mais sorte
do que juízo. Que isto sirva de alerta e que o navegante reflita com
muita seriedade. Pois uma perigosa combinação de erro de avaliação,
de treinamento inadequado, de falta de conhecimento, de informação
específica e de ocorrências de parâmetros ambientais adversos, pode
resultar em grave acidente com o navio, com consequências
ambientais incalculáveis.

293
QUESTÕES E SOLUÇÕES- BASEADAS NO LIVRO TEXTO

C ONDAS, VAGAS E MARULHOS (capítulo 8)

Pode-se no tema ONDAS, discutir uma série de conceitos a respeito de


tópicos de interesse de todos os navegantes oceânicos e costeiros. Tais
como:

1- Identificação de áreas geradoras de vagas .


2- Interpretação de direção de ondas nas cartas sinóticas.
3- Previsão de propagação de marulhos.
4- Identificação de direção de ondas em um sistema frontal.
5- Interpretação do estado do mar na Metárea V.
6- Identificação de condições propícias para mar costeiro severo e
ocorrência de ressaca na Metárea V.
7- Observação de áreas com ocorrência carneiros e borrifos nas cartas
sinóticas.
8- Vagas.
9- Marulhos.
10- Carneiros e borrifos.
11- Carneiros e borrifos sem vagas.

A geração de ondas requer energia. Essa energia das vagas é fornecida


pelo vento, enquanto o vento e a vaga mantiverem a mesma direção.
Essa mesma direção do vento e das vagas deverá ter persistência .
O desenvolvimento das vagas requer intensidade do vento, espaço
retilíneo e tempo de duração.
Pode-se, então, discutir uma série de conceitos a respeito da afirmativa
acima. Tais como:

1- Onda não faz curva. A vaga mantém sempre a mesma direção ao


longo da área geradora, que obrigatoriamente é retilínea.
2- Os marulhos se propagam sempre nessa mesma direção.
3- As isóbaras são retilíneas nesse trecho, com desenvolvimento de
vagas.

294
4- Quanto mais longo for o trecho retilíneo, denominado de pista, mais
energia será absorvida pela mesma vaga.
5- A intensidade do vento é função do gradiente horizontal de pressão,
indicado pelo espaçamento das isóbaras.
6- Quanto mais estreito for o espaçamento do corredor das isóbaras,
mais forte será o vento nessa área .
7- O desenvolvimento das vagas é proporcional à intensidade do vento,
a extensão da área retilínea e a persistência dessas condições
propícias.
8- Em navegação meteorológica e oceanográfica, trabalha-se sempre
com a direção de onde vem a onda.
9- A energia das ondas é potencial.
10- A onda absorve a energia cinética do vento, como um impulso de
energia, então, resulta que as ondas não transportam massa de
água .
11- A onda carrega sua energia potencial ao longo de todo o seu
deslocamento, até atingir a linha da arrebentação, próxima ao
litoral.
12- Na arrebentação toda a energia potencial da onda é transformada
em energia cinética, com ocorrência de deslocamento de massa de
água .
13- A correnteza, depois da arrebentação na faixa costeira é
proporcional ao volume de água da onda, resultante de cada
comprimento de onda .
14- As ondas de grande comprimento são as que mais preocupam os
navegantes, na navegação costeira .
15- As correntes de retorno das ondas são mais preocupantes em
condições de mar severo, com ondas de grande comprimento.
16- A interferência do fundo começa a ocorrer em uma profundidade
igual à metade do comprimento da onda.
17- A energia absorvida pelas vagas e distribuída pelos seus elementos
é afetada pela força da gravidade, que interfere no tamanho das
alturas e dos comprimentos das ondas.
18- As condições propícias à ocorrência de ressaca são observadas com
onda na direção da costa e com grande comprimento, para ter bom
ângulo de incidência no litoral e volume de água na arrebentação .

295
19- Na Metárea V, essa situação de ressaca se apresenta nas regiões sul
e sudeste, depois da passagem da frente fria, devido às direções das
ondas e dos ventos serem do quadrante sul, com direções de SW, S,
SE.
20- A direção de SE nessas regiões é um bom indício de ressaca.
21- Na área Delta e norte da Charley, da Metárea V, é normal se observar
ressaca, na ocorrência de frente fria estacionária, na região.
22- Como vagas e marulhos só transportam impulso de energia, a
propagação dos marulhos ocorre por centenas de milhas.
23- As áreas geradoras de vagas, em regiões oceânicas, são de muito
interesse para a navegação costeira, dependendo da direção das
ondas geradas.
24- Como o boletim Meteoromarinha apresenta apenas as siglas
cardinais, das direções dos ventos e das ondas, é muito importante
se visualizar essas direções cardinais, para perceber as ondas que se
propagam para a navegação costeira.
25- Na Metárea V, nas regiões sul, sudeste, leste e nordeste até Natal, as
ondas de SW se propagam paralelas à costa.
26- A configuração das isóbaras, nas cartas sinóticas de pressão ao nível
do mar, possibilita a identificação de áreas geradoras de vagas e
regiões de ocorrência de carneiros e borrifos.
27- Carneiros e borrifos ocorrem em áreas de isóbaras bem estreitas,
com ventos fortes, entretanto, essas isóbaras podem ser retilíneas
ou curvas.

296
SEGUNDA PARTE- OCEANOGRAFIA

CAPÍTULO IX

MARÉS

4 TEORIA DAS MARÉS


4 ELEMENTOS E CARACTERÍSTICAS DAS CURVAS DAS
MARÉS- NÍVEL DE REDUÇÃO
4 TÁBUAS DAS MARÉS- NÍVEL MÉDIO
4 DETERMINAÇÃO DA PROFUNDIDADE REAL
4 AMPLITUDE DE SIZÍGIA E DE QUADRATURA
Este capítulo pretende examinar os principais aspectos da teoria das
marés e os mais relevantes elementos e características das curvas das
marés, tanto nos períodos de sizígia como nos de quadratura .

São descritas as Tábuas das marés e o aproveitamento eficiente e


oportuno do período favorável para o navegante demandar áreas de
águas rasas.

1 -TEORIA DAS MARÉS

As marés são os movimentos regulares de subida e descida do nível do


mar que se repetem normalmente duas vezes por dia (marés
semidiurnas) .

As oscilações das marés se devem à atração da LUA durante o seu


movimento ao redor da TERRA e em menor medida a atração do SOL e
também à força centrífuga do sistema LUA- TERRA.

297
No sistema LUA- TERRA, a força gravitacional e a força centrífuga estão em
equilíbrio. A força centrífuga é constante em todos os pontos da
superfície terrestre .

FIGURA IX-1
FASES DA LUA

O sist ema Terra- Lu a-Sol está em


alinh amento nas Luas Nova e Cheia,
oco rrend o então maré viva ou maré de
sizígia, enqu anto nos qu artos cresce nte e
min guante est á em qu adratura, oco rrend o
então ma ré morta ou maré de qu adratura.
Observa-se q ue na quadratura a intensi dade
da maré é menor porqu e as forças de
atraçã o do so l e da lu a se apli ca m em
direções def asa das de 90a, ao passo que nas
sizígia s as forças de atração do so l e da lu a e
a força centrífu ga do siste ma se ap li ca m na
mes ma direção, res ultan do um efei t o maior
na oscil ação do nível do ma r por ocasião da
prea mar e baixa- mar (Fo nte: DIGEST, 1980,
modifi ca da).

l.u ... no .........

Observa-se que na fase da Lua, quarto crescente e na fase da Lua, quarto


minguante, a posição relativa da LUA-TERRA-SOL, forma um ângulo de
90 graus, significando que a atração da LUA é numa direção e a atração
do SOL é em outra direção 90o defasada, indicando que a força resultante
terá um efeito menor na elevação do nível do mar, por ocasião da PM.

Nessas ocasiões têm-se PM menos alta, chamadas de marés mortas ou


marés de quadratura .

É muito importante ressaltar que nas marés de sizígias têm-se as PM


mais altas e as BM também mais acentuadas, ou seja, nas BM de sizígias
o mar atinge nível mais baixo.

Já, nas marés de quadratura, têm-se as PM menos altas e as BM menos


baixas, ou seja, nas BM de quadratura, o mar atinge nível menos baixo.

298
Estes aspectos são de muita importância para os navegantes que
trafegam em águas costeiras e também para as embarcações que
demandam canais de acesso aos portos .

A situação mais preocupante para os navegantes é dia de S1z1g1a,


principalmente em portos em que a maré tem grande amplitude.

Porém a força gravitacional do sistema é maior no ponto da superfície


mais próxima da Lua- meridiano superior. A força gravitacional é menor
no ponto da superfície mais afastada- meridiano inferior.

Então, no ponto mais próximo e no ponto mais afastado, este equilíbrio


só será alcançado com o movimento de subida do nível do mar.

No ponto da superfície da TERRA mais próxima da LUA, o movimento de


subida do nível do mar é devido à força gravitacional ser maior que a força
centrífuga e no ponto da superfície da TERRA mais afastada da LUA o
movimento de subida do nível do mar é devido à força centrífuga ser
maior que a força de atração .

Nessas regiões onde há subida, o mar fica alto, atingindo o nível do mar
denominado preamar.

Nas regiões da superfície da TERRA, equidistantes das regiões mais


próxima e mais afastada da LUA, ou seja, nos meridianos intermediários
entre o meridiano superior e o meridiano inferior, a força de atração e a
força centrífuga mantém equilíbrio, então o nível do mar fica baixo,
atingindo o nível denominado baixa-mar.

Ni\1

NR
t
Profundid ade da carla nóulica
t
• • • • • • • • • • •• J.IE[II. FIJ N DO DO M A R

FIGURA IX-2
CURVA DA MARÉ
Regi stro da oscilação da altura da maré (h) observada por um navegante posicionado num mesmo
local ao longo do t empo (t), onde se identifica a preamar (PM), a bai xa-mar (BM), o nível médio (NM),
e o nível de redução (NR). (Fonte: DHN)

A oscilação do nível do mar devido às marés resulta dos movimentos de


rotação da TERRA em torno do seu próprio eixo, de translação da LUA em
redor da TERRA (fases da LUA) e da translação da TERRA em redor do SOL.

299
Como a TERRA faz a rotação completa em 24 horas, então em 12 horas
metade dos meridianos ou regiões da TERRA passaram pelo nível da
preamar porque atingiram a posição mais próxima da LUA , posição de
maior força de atração, ao passo que a outra metade da TERRA, as regiõe s
passaram também pelo nível da preamar porque atingiram a posição mais
afastada da LUA, posição de maior força centrífuga.

Então, a cada 12 horas, cada região da TERRA ou meridiano, alcança o


nível da preamar.

Raciocínio idêntico é vál ido, para o nível da baixa-mar, a cada 12 horas.


Então durante 24 horas consecutivas uma determinada região tem duas
marés altas ou preamar (PM) e duas marés baixas ou baixa -mar (BM), o
que significa que a cada 6 horas têm-se uma PM ou BM, ou seja, tem -se
uma PM , 6 horas depois, uma BM , após 6 horas, novamente uma PM , e
mais 6 horas, outra BM e assim por adiante, se alternando BM e PM.

Por isso, denomina-se de maré semidiurna porque em 24 horas tem-se a


ocorrência de duas PM e duas BM .
r r

N~l ~ ~~ NÍVF:I. ~tf:OIO


/ '(!!/:~
NK :"ÍVF:I. t>f: K F: OI I(',i.O
.+
Profu nd1dade da ca rua
+ FI INDO DO MA K

FIGURA IX-3
HORA DA MARÉ
Como a osc il ação da ma ré é pe riód ica, temos períodos em que ocorrem maré de vazante (PB). e maré
de enchente (BP). instan t es de prea mar (P ) e baixa-mar (B ); interva los entre duas preamares (PP) e
duas ba ixa-mares (BB) . O horário de ocorrênc ia dessa oscil ação avança, dia ri amente cerca de 50
minutos, te ndo em vist a ser de 24 horas e 50 m inutos, o período de duas passagens consecut ivas da
lu a pelo meridi ano loca l. (F onte: DHN)

No ciclo lunar, de duração de 28 dias, a LUA realiza seu movimento de


translação ao redor da TERRA. Considerando o sistema SOL-TERRA-LUA
e a posição relativa dos três astros, e sabendo-se que o SOL ilumina tanto
a TERRA quanto a LUA de forma semelhante, ou seja, a face voltada para
o SOL é toda iluminada, para um observador que se encontra na TERRA, a
parte iluminada da LUA varia ao longo do ciclo lunar, devido à mudança
da posição relativa da LUA. Esta mudança da posição da LUA em relação
à TERRA é denominada de fases da lua . A saber: Lua nova, Quarto
crescente, Lua cheia e Quarto minguante. Considerando novamente o
sistema SOL-LUA-TERRA , observa-se que na fase Lua nova, tem-se

300
TERRA-LUA-SOL em conjunção e na fase Lua cheia, tem-se LUA-TERRA-
SOL em oposição e em ambas as fases constata-se um alinhamento SOL-
TERRA-LUA, ou seja, a força gravitacional da LUA e do SOL sobre a TERRA
se somam, significando que a atração da LUA e atração do SOL
contribuem para a elevação do nível do mar, por ocasião da PM. Nessas
ocasiões têm-se PM mais alta, chamadas de marés viva ou marés de
sizígia.

2- ElEMENTOS E CARACTERÍSTICAS DAS CURVAS DAS MARÉS

Na maré, a oscilação periódica do nível do mar causa corrente de maré.


Durante essa oscilação tem-se maré de enchente, instante da preamar,
maré de vazante e instante da baixa-mar.

Esse ciclo se repete continuamente de forma organizada, variando a


amplitude da maré ao longo do ciclo lunar e a diferença entre o nível do
mar na preamar e o nível na baixa-mar é denominado de Amplitude da
Maré.

Nível Médio (NM) da maré é o nível médio do mar entre a preamar e a


baixa-mar.

Semiamplitude é a metade da amplitude e combinada com o NM poderá


também nos fornecer o nível da preamar e o da baixa-mar.

Nível de Redução (NR) é o plano de referência para a medida das alturas


de marés.

Altura da maré é o valor da altura do nível do mar, acima do nível de


redução, no instante considerado .

FIGURA IX-4
ALTURA E AMPLITUDE DA MARÉ
A partir do NR mede-se as alturas da preamar (PP' ), da bai xa- mar (BB'), e do nível médio (NM) . A
amplitude da maré é a diferença de altura entre os instantes da preamar e baixa-mar, ou seja, a
oscilação máxima ocorrida durante um determinado dia . O nível médio (NM) é a altura do nível do
mar, se m o efeito da oscilação da maré. Portanto, a elevação do mar na PM e se u abaixamento na
BM, em rela çã o ao NM , são sim étrico s e de valores iguai s a se miamplitude da maré. Por isso, o valor
do nível médio é co nstante no porto de interesse do navegante. (Fonte: DHN)

301
Outra constatação importante é que o nível do mar nas PM ou nas BM
varia ao longo do ciclo lunar, em função das fases da LUA.

Entretanto é interessante notar que a altura do nível médio das marés


não apresenta alteração de valor ao longo do ciclo lunar. Isto é, observa-
se a mesma altura do nível médio das marés em dias de sizígias e de
quadratura .

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FIGURA IX-5
MARÉS DE SIZIGIA E QUADRATURA

Observa-se que o NM não se altera ao longo do ciclo lun ar, portanto na sizígia (linha cheia) ocorre
PM mais alta e BM mai s baixa, enquanto que na quadratura a (linh a pontilhada) ocorre PM menos
alta e BM menos baixa . (Fonte : DHN)

A altura da maré no instante da PM e da BM, bem como a hora em que


ocorrerá a PM e a BM, de determinado lugar ou porto, pode ser calculado
com anos de antecedência e divulgado aos navegantes interessados por
meio da publicação Tábuas das Marés.

As marés tipo semidiurnas podem ser representadas por uma curva


sinusoidal. Este tipo de maré é encontrada na costa do Brasil, do norte até
o porto de Vitória. Então para esse trecho da costa brasileira, pode-se
aplicar a curva sinusoidal para determinar por meio de interpolação, a
altura da maré em um instante desejado. Consultando-se as Tábuas das
Marés obtém-se para o porto em que o navegante se encontra, a hora e
a altura da PM e da BM e fazem-se as interpolações necessárias,
determinando-se assim a altura na hora desejada.

O trecho da costa brasileira de Cabo Frio para o sul, o tipo de maré é de


desigualdade diurna. Com ocorrências de preamar e baixa-mar
secundárias, entre os horários principais.

Ressalta-se mais uma vez que a altura do nível médio das marés não
apresenta alteração de valor em dias de maré de sizígia ou de quadratura,
ou seja, tem o mesmo valor para todos os dias do longo do ciclo lunar.

302
2.1- NíVEL DE REDUÇÃO (NR} DAS MARÉS

O plano de referência para medida das alturas das marés é o mesmo


nível de redução (NR) usado na Carta Náutica, ou seja, é o mesmo plano
de referência ao qual todas as profundidades cartografadas estão
relacionadas na carta de maior escala de determinado porto .

MA I O R PR EAMA R D O ANO FIGURA IX-6


NÍVEL DE REDUÇÃO DA MARÉ
NIVEL M ÉD I O DAS M ARÉS
O níve l de redu ção (NR) é o níve l de
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das m arés e ao mes mo t em po, níve l de
red ução das profundid ades regist radas
nas ca rtas náut icas do po rt o uti liza do.
(F onte: DHN)

Então, o navegante pode obter a informação da profundidade real , em


determinado instante, adicionando a altura da maré ao valor da
profundidade indicada na Carta Náutica . Esta adição proporciona ao
navegante a certeza que sempre encontrará uma margem de segurança,
pois sempre obterá um nível do mar maior que o valor indicado na carta
náutica, mesmo no instante da baixa-mar, porque o cálculo do NR leva
em consideração a definição de que o NR é um plano tão baixo que a
maré, em condições normais, não fique aba ixo do NR, até na baixa-mar
de sizígia.

Logicamente esta segurança da navegação é maior nos horários próximos


da preamar, principalmente nas regiões de águas restritas e onde a
amplitude da maré é sign ificativa.

3- TÁBUAS DAS MARÉS

Como o movimento oscilatório do nível do mar, no processo das marés,


se realiza de forma organizada, em função dos componentes harmônicos
característicos de cada região ou porto, é possível efetuar com a devida
antecedência os cálculos das marés, determinando a hora e a altura das
marés nos instantes da preamar e baixa-mar da respectiva área ou porto.

Esses resultados são divulgados por meio da publicação anual,


denominada Tábuas das Marés. Esta publicação é editada pela DHN e
pode ser obtida nas Capitanias dos Portos.

303
Para se obter as características da maré de uma determinada reg1ao,
observa-se o nível do mar, por meio de uma régua de marés, durante 32
dias consecutivos. Nesse período, fazem -se leituras de hora em hora da
régua de marés. Esses dados registrados permitem o cálculo dos
componentes harmônicos do lugar ou porto, já que estas características
diferenciam a maré de uma região para outra.

Por isso, nas tábuas das marés, cada porto tem suas páginas específicas,
devendo o navegante consultar o índice da publ icação, localizando, pelo
nome do porto, o número da página do seu interesse.

O navegante deve atentar para a ordem em que estão relacionados os


nomes dos portos . A relação dos portos segue sua posição geográfica ao
longo da Costa do Brasil, encontrando-se os portos da costa norte,
seguidos da costa nordeste, leste, sudeste e sul.

Uma vez localizadas as páginas do porto interessado, observar que as


informações estão listadas dia a dia, para cada mês. Então, deve-se
observar que em cada mês há duas colunas. Uma do dia 1 ao dia 15 e
outra do dia 16 ao dia 30. Entrando no dia correto, observam -se os dados
da hora e altura da maré.

São vários dados de hora e de altura . O navegante sabe que esses dados
se referem à preamar e à baixa-mar. Então, examinando a coluna
referente às alturas, o navegante conclui qual se refere à preamar e qual
se refere à baixa-mar.

O valor maior é a preamar e, o valor menor a baixa-mar. A coluna da hora


dá o instante em que irá ocorrer a PM e a BM respectiva.
A hora empregada nas tábuas das marés é a hora legal, ou seja, hora do
fuso .

1- As informações de marés de quaisquer portos tabulados na


publ icação Tábuas das Marés podem também ser consultadas pela
internet no site: dhn/mares.
2- O número de componentes harmônicos registrado no cabeçalho de
cada porto é suficiente para uma boa previsão das marés nesse porto
específico.
3 - O navegante deve estar sempre atento que as Tábuas das Marés
sempre apresentam a HORA LEGAL da área, ou seja, do fuso horário.
Atenção - mesmo na época de horário de verão as marés seguem
horário padrão legal.

304
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FIGURA IX-7
TÁBUAS DAS MARÉS
Observa-se em qualquer página da s Tábuas de Marés, de determinado porto que no cabeçalho
destaca-se a altura do nível médio que serve como uma boa orientação para o navegante do valor da
semiamplitude das marés de sizígias. Os horários de ocorrência e as respectivas alturas da maré, são
apresentados diariamente ao longo do quadrimestre, nos instantes da s preamares e baixa-mares,
podendo o navegante interpelar para um instante desejado desde que a região apresente curva
sinusoidal (maré semidiurna). (Fonte: DHN)

305
PO RT O D E PA R ANAGUÁ ( ESTAD O D O PA R ANÁ )- 1997

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FIGURA IX-8
TÁBUAS DAS MARÉS
O navega nte pode observa r os dados caract erísticos de uma maré de desiguald ades d iurna s. Na costa
do Brasil encon tra-se maré semi d iurna do norte at é o po rto de Vitória e, do Ca bo Frio para o su l, maré
de desiguald ades diurnas. (Fonte: DHN )

306
É interessante comentar que embora a maior atração da LUA se dê
quando ela está passando pelo meridiano superior do local, a hora da
ocorrência da preamar não coincide com a hora da passagem da lua pelo
meridiano local. É necessário um intervalo de tempo para que o oceano
responda a essa ação da força de atração da lua . Esse intervalo de tempo
é denominado estabelecimento do Porto e é útil para o navegante
calcular a maré num porto não tabulado, por um método expedido de
previsão da maré.

Para tal o navegante deve consultar a carta náutica e num quadro


explicativo obter o valor do estabelecimento do porto . Deve também
consultar o Almanaque Náutico do ano para obter informações sobre a
hora média local da passagem meridiana da lua em Greenwich e a
correção para a longitude do local desejado.

Na publicação Tábuas das Marés, o navegante encontrará na parte final


um capítulo explicativo sobre método expedido de cálculo da hora e
altura da maré para portos não tabulados nessa publicação.

É válido alertar aos navegantes que as horas das preamares e das baixa-
mares nem sempre coincidem com os instantes em que a corrente de
maré inverte sua direção. E que fatores meteorológicos podem afetar a
variação do nível e o instante da ocorrência da preamar ou baixa-mar.

As Tábuas das Marés tem um cabeçalho padronizado, repetido em todas


as páginas de todos os portos com o nome do porto, a data, o valor do
nível médio da maré, etc.

É interessante observar que, como o valor do nível médio da maré de


determinado porto não varia com o tempo, ele pode ser destacado no
cabeçalho. Ele é útil para dar ao navegante a ideia de como se comporta
a semiamplitude da maré no porto em questão, indicando ao navegante
se naquele porto a oscilação da maré é acentuada ou não. Além disso,
serve para fornecer a informação da altura da preamar se somando ao
valor do nível médio o valor da semiamplitude e também a informação
da altura da baixa-mar, se subtraindo do valor do nível médio o valor da
semiamplitude prevista para aquele dia.

Quando se deseja obter a altura da maré em um determinado instante, o


navegante precisa obter nas Tábuas das Marés para o dia e porto em
questão, os valores das alturas da PM e BM e os respectivos horários.
Como o instante em que o navegante se interessa está entre os valores
tabulados, é necessário fazer uma interpolação. Como na ocasião a maré

307
poderá ser de enchente ou de vazante, o navegante deverá ter especial
atenção ao sinal da correção da altura para o horário desejado.

Como a amplitude da maré pode ser bastante acentuada em


determinadas regiões, principalmente nos períodos de maré de sizígia,
que coincide com as fases de lua cheia e lua nova, o navegante para maior
segurança da navegação da embarcação deve consultar com a devida
antecedência as Tábuas das Marés. Por isso é aconselhável adquirir o
hábito de consultar as Tábuas das Marés, principalmente quando o
navegante estiver próximo à costa, navegando em águas rasas ou
demandando um porto . Como a amplitude e o horário da ocorrência da
preamar e da baixa-mar variam diariamente, o navegante deve consultar
as Tábuas das Marés, com a devida antecedência, antes de iniciar a
travessia. Examinar as Tábuas das Marés na fase de planejamento do
serviço e no estudo da melhor hora para a desatracação ou para a
atracação da embarcação.

Profundidade real a cada altura da maré.

FIGURA IX-10
OSCILAÇÃO DA PROFUNDIDADE REAL
Numa região cuj a profundid ade regi strada na
FIGURA IX-9 carta é de 10 metros, o navega nte obse rva, em um
PROFUNDIDADE REAL ABAIXO DA QUILHA det ermin ado in stante a altura do nível do mar de
Num det ermin ado in stante , co m nível do 11,5 metros (10 + 1,5), devido à altura da maré de
mar C e altura da maré E, a emb arcaçã o de 1,5 metro . Entret anto, um a embarcaçã o de 8
calado A, o bterá a leitura do ecobatímetro B metros de cal ado obterá a leitura do ecobatím etro
(profundid ade rea l abaixo da quilh a), em de 3, 5 metros (11,5 - 8). Nest a área a maré oscila
um a região com altura do nível médio F, e de 4,9 metros na PM, às 4 horas e 45 minutos e 0,6
profundid ade reg istrada na ca rta náutica D. metro na BM, às 11 horas e 28 minutos. (Fonte:
(Fonte: DHN) DHN) .

Ao manusear as tábuas das marés, qualquer que seja o porto escolhido,


observa-se o mesmo modelo em todas as páginas . Um cabeçalho e quatro
colunas grandes para quatro meses consecutivos . Uma página atende a

308
janeiro, fevereiro, março e abril, na outra página para maio, junho, julho
e agosto e em uma terceira página do porto para setembro, outubro,
novembro e dezembro.

Em cada espaço reservado ao mês, encontram-se seis colunas estreitas


no seguinte formato:
MÊS

1 2 3 4 5 6
Dias HORA ALT Dias HORA ALT
1 a 15 m 16 a 30 m

Na primeira coluna obtém-se informações dos dias do mês de 1 a


1 15 e também de dias da semana, além de desenhos da fase da lua.
Na segunda coluna, a HORA é indicada por quatro algarismos. Os
2 2 primeiros são horas; os dois seguintes minutos, e significam os
instantes em que ocorrem a preamar e a baixa-mar. Sempre em
hora legal do porto .
Na terceira coluna ALT, a altura é apresentada em metros e
3 décimos do metro para os instantes da preamar (maior valor) e da
baixa-mar (menor valor).
Na quarta coluna, novamente obtém-se indicação das datas, só
4
que desta vez, para os dias 16 a 31 do mês em questão.
5 Na quinta coluna, a hora .
6 Na sexta coluna , a altura.

No cabeçalho, encontramos o nome do porto, a latitude e a longitude do


local, o fuso horário, a altura do nível médio da maré e a carta de maior
escala do porto em questão.

Q NÍVEL MÉDIO

Como comentário complementar para o navegante principiante, ressalta -


se alguns aspectos como a utilidade da altura do nível médio (NM) que
serve para dar ao navegante, de imediato, a noção de quanto varia a maré
naquele porto, indicando sua amplitude, pois da baixa-mar até o nível
médio da maré, o mar subirá este valor. O nível da maré continua subindo
do nível médio até a preamar, logo, o nível do mar subirá novamente a
este valor, o que indica que a amplitude da maré é duas vezes o valor do
nível médio, ou seja , nas marés vivas ou nas marés de sizígia, a amplitude
da maré da baixa-mar até a preamar é cerca de duas vezes o valor do nível
médio indicado no cabeçalho da página das tábuas das marés no porto
em questão.

309
3.1- MARÉS NA COSTA BRASILEIRA- AMPLITUDE MÉDIA DE SIZÍGIA

Mará •• cesu -rashtlra


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FIGURA IX-11
AMPLITUDES DE MARÉS EM DIAS DE SIZIGIA (Lua Cheia e Nova) (Font e: IBGE, 2011)

Nas regiões Norte e Nordeste do Brasil as alturas das marés de SIZÍGIA


são significativas ao longo de todo o ano em toda a sazonalidade.

310
1- Os valores da amplitude da maré de sizígia são para todas as estações
do ano.
2- No Brasil as amplitudes de marés são muito variáveis entre os portos
de uma região para outra .
3 - Observam-se MICROMARÉS nas regiões sudeste e sul do Brasil e
também na região Leste e sul do Nordeste, com algumas exceções
de MESOMARÉS.
4- Nas regiões Norte e Nordeste do Brasil observam-se MACRO MARÉS
e HIPERMARÉS.
5- As maiores amplitudes de marés de sizígia no Brasil são observadas
no Maranhão e no Amapá .

É muito importante observar que a altura do nível médio da maré é o


mesmo para todos os dias, durante todos os meses . Então mais uma vez
confirma-se que, nas marés vivas ou sizígias, a preamar é bem alta ; a
baixa-mar é bem baixa; nas marés de quadratura ou marés mortas, a
preamar é pouco alta , portanto, a baixa-mar é pouco baixa, atendendo ao
requisito de que o nível médio das ma rés é sempre o mesmo qualquer
que seja a fase da lua, ou seja, o nível médio é o mesmo nas marés de
sizígia e nas marés de quadratura . O que varia é a amplitude das
preamares e baixa-mares.

O navegante poderá obter informações das fases da lua para quaisquer


dias do ano na última folha das Tábuas das Marés.

4- CONCEITOS E EXERCÍCIOS

QUESTÕES E SOLUÇÕES- BASEADAS NO LIVRO TEXTO

C MARÉS E CORRENTES DE MARÉS (capítulo 9)

Q MARÉS
A oscilação periódica do nível do mar, de uma forma muito bem
organizada, devido às forças de atração dos astros e à reação do planeta
Terra, desencadeia o fenômeno das marés. As marés são observadas
pelas alternadas correntes de enchente e de vazante, além das variações
do nível do mar, com características de amplitude específicas do
respectivo porto. As marés afetam as regiões costeiras e oceânicas.

311
Pode-se, então, discutir uma série de conceitos a respeito da afirmativa
acima . Tais como :
1- Entre os vários componentes harmônicos que compõem o processo
das marés, predomina a influência do sistema LUA I TERRA I SOL.
2- Ao longo do ciclo lunar, a posição relativa dos 3 astros do sistema,
tem significativa influência na amplitude da maré, em um mesmo
porto .
3- Nas fases de Lua nova e Lua cheia, observa-se alinhamento dos 3
astros, com adição dos efeitos de atração do Sol e da Lua, além do
efeito de reação do planeta Terra, no respectivo meridiano e
antimeridiano.
4- Já nas fases de Lua quarto crescente e Lua quarto minguante,
observa-se redução no efeito da maré, devido às forças de atração
do Sol e da Lua estarem defasadas de 90°.
5- No ciclo lunar de 28 dias, observa-se maré de sizígia na Lua nova e
cheia, e maré de quadratura na Lua quarto crescente e quarto
minguante.
6- No respectivo meridiano e antimeridiano, o efeito de reação do
planeta Terra às forças de atração dos componentes harmônicos,
contribui para a elevação do nível do mar.
7- No respectivo meridiano e antimeridiano ocorre simultânea
preamar a cada 12 horas ou 180°; o mesmo ocorre no instante da
baixa-mar.
8- Observa-se, continuamente, em um mesmo porto, que a cada cerca
de 6 horas ou 90°, alternadamente, ocorre uma PM ou uma BM.
9- O nível normal do mar é chamado de nível médio (NM), porque o
mar oscila de forma simétrica em relação ao NM, ao longo de todos
os dias do ciclo lunar.
10- No litoral do Brasil observa-se do Amapá a Cabo Frio maré
sinusoidal, bem organizada, possibilitando interpolações.
11- Observa-se nas tábuas das marés de Cabo Frio para o sul, marés de
desigualdades diurnas, com ocorrências de PM e BM secundárias,
dificultando interpolações.
12- As alturas de marés são medidas do nível de redução (NR) à
superfície do mar, no instante desejado.

312
13- Todo porto tem um cálculo distinto do seu (NR), que é o mesmo
usado para a redução das sondagens da respectiva carta náutica do
porto.
14- A altura do nível médio é a mesma ao longo dos ciclos da Lua, por
isso está indicada no cabeçalho das tábuas das marés .
15- A altura do NM equivale à sem iamplitude da maré, em dia sizígia .
16- A identificação do valor da amplitude ajuda muito avaliar a
intensidade das correntes de enchente e de vazante, no respectivo
porto.
17- O zero da régua de marés coincide com o nível de redução (NR), do
respectivo porto.
18- A curva das marés indica o valor da amplitude de maré, pela
diferença entre a PM e a BM.
19- A profundidade real observada por uma embarcação pode ser
obtida pela adição da maré com a profundidade cartografada, na
respectiva área da carta náutica.
20- A profundidade real observada por uma embarcação pode ser
obtida pela adição da leitura do ecobatímetro com o calado do
navio.
21- O horário usado nas tábuas de marés é a hora legal do respectivo
porto .

EXERdCIOS

1- Comente as razões físicas das marés serem semidiurna .


2- Ocorrência de preamar devido à passagem meridiana da Lua e
preamar também no antimeridiano .
3- Comente o comportamento do nível méd io do mar, ao longo do ciclo
lunar (marés de sizígia e quadratura) .
4- Comente a relação entre os níveis de referência para a medida das
alturas das marés e para a redução das sondagens da carta náutica .
5 - Comente a relação entre as diversas medidas observadas pelo
navegante : leitura do ecobatímetro, profundidades da carta náutica,
profundidade real, nível médio do mar, altura da maré, corrente de
maré, calado da embarcação, e níveis de referências dessas medidas .

313
CAPÍTULO X

CORRENTES OCEÂNICAS E COSTEIRAS

c; CORRENTES OCEÂNICAS DE DENSIDADE


c; CORRENTES OCEÂNICAS MERIDIONAIS e ZONAIS
c; CORIOLIS- DESVIO DAS CORRENTES MERIDIONAIS
c; CORRENTES COSTEIRAS INDUZIDAS PELO VENTO
c; CORRENTES DE MARÉS- CARTAS DE CORRENTE
c; CORRENTES DE RETORNO DAS ONDAS
Este capítulo pretende examinar os principais aspectos das correntes
oceânicas de densidade e das correntes, costeiras induzidas pelo vento,
de ressaca, de marés e suas influências sobre a navegação e também a
utilização das cartas de correntes de marés.

J
1- CORRENTES OCEÂNICAS DE DENSIDADE

Q CORRENTE MERIDIONAL FRIA


Q CORRENTE ZONAL FRIA
c) CORRENTE MERIDIONAL QUENTE
c) CORRENTEZONALQUENTE
c) EFEITO DA FORÇA DE CORIOLIS

Corrente marítima é o movimento contínuo das águas do mar com


determinada direção e velocidade. As principais causas produtoras das
correntes são diferença de densidade das águas do mar, marés e ventos.
As correntes de densidade resultam do deslocamento de grandes massas
de água nos oceanos, na busca do equilíbrio térmico do planeta .

Nas cartas piloto os navegantes podem observar em detalhes, o


comportamento mensal das correntes de densidade, na área de seu
interesse.

315
Corrente de densidade - provocada pela diferença de densidade das
grandes massas de água dos oceanos, devido às diferenças de
temperatura e em menor influência de salinidade .

As temperaturas extremamente baixas nas regiões polares afetam


consideravelmente a densidade da água do mar nas altas latitudes, sendo
este fato muito importante para desencadear o processo de correntes
frias profundas .

E consequentemente, provocar o deslocamento da água superficial e


quente na direção das altas latitudes para suprir o espaço liberado pelo
deslocamento das correntes frias e profundas na direção das baixas
latitudes e equador.

As correntes são observadas em diferentes profundidades nos oceanos .

Na superfície e nas camadas superiores do mar, encontramos correntes


quentes- menos densas.

Enquanto que nas águas profundas encontramos correntes frias- mais


densas.

A rotação da TERRA tem influência em suas trajetórias, desviando-as para


a direita no hemisfério norte e para a esquerda no hemisfério sul, devido
ao efeito da força de Coriolis.

NA COSTA DO BRASIL OBSERVAM-SE CORRENTES QUENTES E FRIAS:

A corrente oceânica SUL EQUATORIAL, que ao encontrar a costa


norte/nordeste do Brasil, se bifurca na corrente do Brasil na direção sul e
na corrente das Guianas na direção norte.

Ambas são correntes superficiais quentes e se deslocam próximo à costa,


sendo frequentemente observadas pelos navegantes.

Na costa sul e sudeste do Brasil, observa-se em alguns pontos o


surgimento de água fria e profunda proveniente da corrente das
Malvinas, que chega até a região de Cabo Frio.

O afloramento das águas frias e ricas em nutrientes é chamado de


ressurgência, e nesses locais, normalmente é observada grande atividade
pesqueira.

As correntes oceânicas afetam a navegação, devendo o navegante


consultar a publicação Cartas Piloto e observar os dados de velocidade e
direção da corrente, na região em questão.

316
As circulações gerais dos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico, em ambos
os hemisférios, são separadas pela contracorrente equatorial e
influenciadas, de forma distinta, pela força de Coriolis, ou seja,
apresentam desvios para a direita no HN e para a esquerda no HS.

Corren tes superhoa1s


. . . . Fna
. . . . . Ollente FIGURA X-1
. . . . Sazonal CIRCULAÇÃO OCEÂNICA GERAL
(Fonte: Atl as IBG E, 2011. )

HN

( ---+

w E
---+

\ )
HS
FIGURA X-2
CORIOLIS (F onte: autor)
(1) Co rrent es qu e se af ast am do equ ador, a t rajet ória desvia pa ra E.
(2) Co rrentes qu e se ap rox im am do Equ ador, a trajet óri a desvia para W .

A contra corrente equatorial é superficial e quente e circula na mesma


direção da rotação da Terra para LESTE e é observada nos oceanos
Atlântico, Pacífico e índico .

317
- ------ FIGURA X-3
CIRCULAÇÃO GERAL OCEÂNICA
A circulaçã o oceâ ni ca é f echada nos Hemisféri os Norte e Sul, t anto no oceano Atl ântico, como no
Índico e Pacíf ico. As correntes do Índico correspondem a monção de inverno (N E) (Fonte: JIMEN EZ,
1981 ).

O navegante pode observar o comportamento das correntes oceânicas


do:
a) oceano Atlântico;
b) oceano Pacífico;
c) oceano Índico norte- inverno;
d) oceano Índico norte- verão;
e) oceano Índico sul, do mar Mediterrâneo;
f) mar do Caribe, do mar de Sargaços; e
g) Ártico, e da Antártica .

Os aspectos climatológicos da circulação geral dos oceanos são


apresentados, mais adiante, no capítulo XIII.

1- As circulações das correntes oceânicas de densidades meridionais e


zonais apresentam-se com circulações independentes no HN e no HS.
2- As circulações no HN e no HS são separadas na região equatorial pela
corrente de densidade zonal contra corrente equatorial na direção
para leste (E) .
3- As correntes zonais ao norte e ao sul da contra corrente são :
corrente sul equatorial e corrente norte equatorial.
4- A circulação no HS é anti- horário e no HN é horária.

318
5- O desvio de Coriolis depende se as correntes estão se aproximando
do equador (correntes frias) que terão desvios para oeste (W).
6- Se as correntes meridionais estão se afastando do equador
(correntes quentes) terão desvios para leste (E) em ambos os
hemisférios.

FIGURA X-4
CORRENTES OCEÂNICAS DO ATLÂNTICO

1) Corrente circumpo lar Antártica. 2) Corrente das Malvinas. 3) Corrente de Benguela. 4)


Prolongamento da Corrente da s Agulhas. 5) Corrente Sul Equatorial. 6) Corrente Subtropical Sul. 7)
Corrente do Brasil. 8) Contracorrente Equatorial. 9) Corrente de Guiné. 10) Corrente Norte Equatorial.
11) Corrente das Antilhas. 12) Corrente do Caribe. 13) Corrente do México. 14) Corrente do Golfo.
15) Corrente do Labrador. 16) Corrente do Atlântico Norte. 17) Corrente de lrminger. 18) Corrente da
Noruega . 19) Corrente de Portugal. 20) Corrente de Açores. 21) Corrente Subtropical Norte. 22)
Corrente da s Canária s. 23) Corrente dos Alísios (Fonte : JIMENEZ, 1981).

319
FIGURA X-5
CORRENTES OCEÂNICAS DO PACfFICO
1) Corrente Circumpolar Antártica . 2) Corrente de Humbolt ou do Peru . 3) Corrente Sul Equatorial. 4)
Corrente Oriental da Austrália. 5) Contracorrente Equatorial. 6) Corrente Norte Equatori al. 7)
Corrente Kuroshio . 8) Corrente de Oyashio, das Kurila s ou de Kamchatka. 9) Corrente do Pacífico
Norte. 10) Corrente do Alaska. 11) Corrente da Califórnia (Fonte: JIMENEZ, 1981).

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FIGURA X- 6
CORRENTES DO OCEANO fNDICO NORTE (INVERNO)
Correntes Oceânica s no Índico Norte durante as monções de NE, no inverno (HN), de novembro a
março . 1) Contracorrente Equatorial 2) Corrente Norte Equatorial Norte (Fonte : JIMENEZ, 1981).

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FIGURA X-7
CORRENTES DO OCEANO fNDICO NORTE (VERÃO)
Correntes Oceânicas no Índico Norte durante as monçõe s de SW, no verão (HN) de maio a setembro .
1) Corrente de monção ou Contracorrente Equatori al. 2) Corrente da Somália (Fonte : JIMENEZ, 1981).

320
FIGURA X-8
CORRENTES DO OCEANO ÍNDICO SUl
1) Corrente Circumpolar Antártica . 2) Corrente de Enlace 3) Corrente de Leeuwin. 4) Corrente
Ocidental da Austrália. 5) Corrente Sul Equatorial. 6) Corrente de Moçambique. 7) Corrente das
Agulh as (Fonte: JIMENEZ, 1981).

FIGURA X-9
CORRENTES DO MEDITERRÂNEO
Configuração do Mediterrâneo e ilustração
da s correntes: a) Mar Balear; b) Cabo Bon;
c) Ilha de Chipre; d) M ar Egeu; e) Ilha de
Creta; f) Cabo Matapan; g) Mar Jônico; h)
Mar Adriático; j) Mar Tirreno; k) Ilha
Córsega ; I) Golfo de Leon (Fonte : JIMENEZ,
1981).

FIGURA X-10
CORRENTES DO MAR DO CARIBE
Configuração e corre ntes das Antilhas, Mar
do Caribe e Golfo do México : a) Ilha de
Trinidad ; b) Porto Rico; c) Haiti; d) Cuba ; e)
Jamaica; f) Penín sula de Yucatán g)
Penín sula da Flórida. 1) Corrente das
Antilhas . 2) Corrente das Bahama s. 3)
Corrente do Caribe . 4) Contracorrente de
Cuba . 5) Contracorrente da América
Central. 6) Corrente do M éxico . 7)
Contracorrente do M éxico. 8) Corrente da
Flórida (Fonte : JIMENEZ, 1981) .

FIGURA X-11
MAR DE SARGAÇOS
Limites aproximados do Mar de Sargaços e
da s corrente s qu e o rodeiam : a) Corrente
do Golfo; b) Corrente do Atlântico Norte;
c) Corrente de Açores; d) Corrente
Subtropical Norte; e) Corrente das
Antilhas. (Fonte: JIMENEZ, 1981).

321
FIGURA X- 12

""' CORRENTES DO ÁRTICO

1) Corrente da Noruega . 2) Corrente


Ocid ental de Spitzberg. 3) Corrente de
iWt Murman sk. 4) Corrente de Nova Zembla. S)
Corrente oriental da Groenl ândi a. 6) Corrente
oriental da Islândi a. 7) Co rrente ocidental da
Groenlândia . 8) Corrente de Baffin (Fonte:
fd'
JIMEN EZ, 1981).

FIGURA X-13
CORRENTES DA ANTÁRTICA

Corrente circum polar da Antártica e sua s


deriva ções: 1) Corrent e de Bengu e\a. 2)
Corrente de Enlace. 3) Corrente de Humbolt
ou Peru. 4) Corrente da s Malvina s (Fonte:
JIMENEZ, 1981).

2- CORRENTES COSTEIRAS

2.1- CORRENTES INDUZIDAS PELO VENTO

A ação dos ventos sobre a superfície do mar, devido ao atrito, produz um


pequeno arrasto superficial - a corrente de deriva, quando as
características da região em que sopra o vento são favoráveis como:

a) proximidade da costa;
b) configuração do fundo do mar;
c) direção em que se estende o litoral em relação à direção do vento
predominante; e
d) o vento apresentar persistência na mesma direção, durante longo
tempo, com suficiente intensidade.

322
A corrente de deriva causada pelo vento produz um deslocamento da
água da superfície, que não é na mesma direção do vento, devido ao atrito
das camadas de água do mar em profundidades distintas, como
observado na espiral de EKMAN, resultando que a corrente de deriva é
90° defasada da direção do vento, para esquerda no HS e para direita no
HN.

Esse fato é comumente observado na costa do Brasil, principalmente, na


região leste e nordeste .

Como a água profunda ocupa o espaço liberado pelo deslocamento da


água da superfície na corrente de deriva , em regiões que apresentam
características favoráveis a essa ocorrência, como áreas bem próximas da
costa, observa -se o fenômeno da ressurgência. Este movimento de
ascensão das águas frias e profundas normalmente ricas em sa is
nutrientes contribui significativamente para a formação de áreas
piscosas, além de influenciar no clima e nas condições meteorológicas do
tempo da região em questão .

No capítulo VIII - Ondas, constata -se que em alto-mar, na interação


atmosfera-oceano, a energia transferida pelos ventos para o oceano
é quase toda consumida na formação de ondas (energia potencial), ou
seja, oscilação vertical da superfície do mar, que não implica em
deslocamento horizontal de massa d'água .

2.1.1- INFLUÊNCIA DAS CORRENTES COSTEIRAS INDUZIDAS PELO VENTO NA


NAVEGAÇÃO

Na navegação costeira o navegante deve ter especial atenção com a


ocorrência de correntes induzidas pelo vento, além das correntes de
retorno (ressaca) e das correntes de marés.

Na corrente induzida pelo vento a posição da costa em relação à direção


do vento, deve ser considerada na identificação do abatimento da
embarcação, que poderá ser ensacada ou afastada da costa, por efeito da
corrente e não do vento.

A direção da corrente induzida pelo vento é defasada de 90° da direção


do vento, devido ao efeito de força de atrito das camadas de água do mar
em profundidades distintas, espiral de EKMAN. Embora a corrente
superficial seja defasada de apenas 45° em águas profundas e de 30o em
águas rasas, na prática ocorre deslocamento de toda massa d'água da

323
coluna, defasada de 90° para a direita no HN e para a esquerda no HS,
devido ao efeito da força de Coriolis .

HEMISFÉRIO NORTE

a a

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COK.Rf:. NTE
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FIGURA X-14
CORRENTES COSTEIRAS INDUZIDAS PELO VENTO (HN)
A direção da corrente de deriva depende da direção do vento, o que poderá ocasionar fluxo ou refluxo
de ág ua, altera ndo o nível do mar, próximo a linh a da costa, resultando uma circu lação em
profundidade (corrente de gradient e).
Como no HN a direção da corrente de deriva é para a direita da direção do vento, quando a costa está
a direita da direção do vento, a ocorrência do fluxo de água elevará o nível do mar costeiro e a
corrente tipo ci rcu lar em profundidade de se ncadeará um afundamento desse excesso d'ág ua
próximo à linh a da costa e quando a costa está à esq uerda da direção do vento, a ocorrência de
refluxo de água abaixará o nível do mar costeiro e a circu lação em profundidade proporc ionará um
afloramento (ress urgência) de águas profunda s, para compensar o vazio junto a costa (Fonte:
JIMENEZ, 1981).

1- É importante o navegante estar atento de que lado está a costa em


sua navegação

324
HEMISFÉ RIO S L
a a

~E
DE DERIVA
c~
D DERIVA

d d

CO IUl.ENTE
RESULTANTE

COS T
FIGURA X-15
CORRENTES COSTEIRAS INDUZIDAS PELO VENTO (HS)
Co mo no HS a direção da corrente de deriva é para esquerd a da direção do vento, quando a cost a
est á à esquerd a da direçã o do vento a ocorrênci a de flu xo d'águ a elevará o nível do mar costeiro e a
co rre nte tipo circul ar em profundid ade desenca dea rá um afund amento desse excesso d'á gu a
próxim a à linh a da costa , e quand o a cost a está à direita da direção do vento, a ocorrência de reflu xo
d'água abaixa rá o nível do mar cost eiro e a circul ação em profund idade propo rcio nará um
afl oramento (ressurgência) de águas profund as para compensa r o va zio junto a cost a (Fonte:
JIMENEZ, 1981, mod ifi ca da).

2- É importante o navegante observar de que direção sopra o vento em


relação à costa .
3- Quaisquer que sejam os rumos da embarcação o que interessa é a
direção de onde sopra o vento e saber se a corrente desvia a
embarcação para o mar aberto (situação tranquila) ou se desvia a
embarcação para a costa (situação preocupante).

325
FIGURA X-16 (a e b)
ESPIRAL DE EKMAN
A es piral de Ekma n mostra a disposiçã o na vert ical dos vetores (em direção e t aman ho ) qu e
re presentam a corrente de deriva nos diversos níveis de profund idade. Os efeitos da força de cori oli s
e da força de atrito das ca mada s de água do mar em profundid ades di st intas, res ultam um
des locam ento de t oda massa d' ág ua defl exionado de 90° da di reção do ve nto. Figura a) no hemi sfé rio
norte: desvio para a direita; Figura b) no hemi sfé rio sul: desvio para a es qu erd a (Fo nte : SANNINO,
1989 ).

Hemisfério norte

TRANSPORTE DE EKMAN TRANSPORTE DE EKMAN I TRANSPORTE DE EKMAN TRANSPORTE DE EK MAN

FIGURA X-17 (a, b, c e d)


TRANSPORTE DE EKMAN
Na práti ca se observa o des loca mento de t oda a massa d' ág ua, ou seja, transporte de Ekm an com
ângul o de 90° em relação a direção do vento.
A direçã o da corrente superfic ial em reg iões de gra ndes profu ndid ades é desvi ada em, ce rca de, 45°
da direção do vento; e em pequen as profundid ades esse de svi o é cerca de 30° da direção do vento
(Fonte: JIMENEZ, 198 1). (Figuras a e b: no HN o desvi o é para a direita e Figuras c e d: no HS o desvio
é para a esqu erd a.)

2.2- CORRENTE DE RETORNO DAS ONDAS

A corrente de retorno das ondas é proveniente do acúmulo de massa


d'água, ocasionado pela incidência de frentes de ondas sobre o litoral.

Estas correntes podem ser denominadas de correntes de ressaca,


principalmente quando as ondas são de grande comprimento, a
configuração das isóbaras é favorável, a linha da costa apresenta
características geográficas de uma enseada ou presença de altos fundos .

326
Outro aspecto a ser considerado na navegação costeira , bem próxima da
costa, é o efe ito de uma frente de ondas incidindo sobre o litoral.

Esta incidência da frente de onda poderá resultar em onda de ressaca e


corrente de ressaca . A onda para ressaca depende da configuração das
isóbaras, enquanto que a corrente de retorno (ressaca) depende do
acúmulo de massa d' água junto do litoral.

A corrente de retorno da onda inicialmente sempre flui paralela ao


litoral, ao convergir e ganhar força para enfrentar a arrebentação, flui
na direção do alto mar, influenciando a embarcação, na estreita faixa
marítima de sua atuação, com afastamento da costa.

FIGURA X-18
CORRENTE DE RETORNO EM DIA DE RESSACA
Quando um a frente de onda incide sobre o litora l ocas iona um acúmulo de massa d'água e
co nseq uente mente um a corrente de reto rn o, ao longo da cost a.
Se a linh a da cost a corres ponde a uma ensea da ou baia, essas co rrentes podem se r co nve rgentes e
resultarem em corrente de retorno muito forte, denominada corrente de ressaca . (Fonte : JIMEN EZ,
1981 ).

~ ~ ~ ~ 1':2:·:~1· ~ ~ ~ ~
FIGURA X-19
CORRENTE DE RETORNO
EM DIA DE RESSACA

A KRf:S!~i~0~E~~~!.'S ~!.'~~!~~~~f[~~~~RA Outro caso típico de ressaca é o que


pode oco rrer em cost a qu e t enh a há
pouca distâ ncia do li t oral, um a ba rra

t t/; \~ t de areia próx ima à superfície . A


massa d'água acumulada entre essa
barra e a pra ia busca rá um a sa íd a
para se u reflu xo ou co rrente de
ressaca. (F onte: JI M ENEZ, 1981 ).

PRAIA
São comuns em tormentas ou furacões, quando ocorrem vagalhões de
tempestade, essas correntes de retorno serem devastadoras, para o
litoral.

327
c 2. 3- CORRENTES DE MARÉ

A oscilação periódica e regular das marés resulta em deslocamento


horizontal de massa d' água, movimento esse caracterizado como
correntes de maré . É interessante ressaltar que as correntes de maré
devido ao volume dos oceanos, envolve uma quantidade de ENERGIA
extraordinária, daí resultando a sua importância . As correntes de maré,
embora ocorram em todo o oceano, podem ser observadas com mais
facilidade na linha da costa .

As correntes produzidas pela maré são de especial interesse dos


navegantes em baías, enseadas e nas proximidades dos portos .

As correntes de maré são influenciadas pela geografia da reg1ao,


resultando um comportamento diferenciado da sua direção e velocidade
ao longo do canal de acesso ao porto e nos demais pontos da baía ou
enseada .

Isto significa que a corrente de maré observada em diversas embarcações


numa determinada enseada ou baía vai depender da posição geográfica
de cada embarcação, ou seja, se a embarcação está na entrada, no meio
ou no fundo da baía ou enseada, ou mais próxima da costa ou à esquerda
do canal ou bem à direita do canal, etc.

Entende-se por características geográficas da baía ou enseada, aspectos


tais como :

a) se a baía é rasa ou funda ;


b) se a entrada é estreita ou larga ;
c) se o canal de acesso é longo e sinuoso;
d) se existe pontas salientes e ilhas no interior da baía, etc.

Em suma, aspectos que influenciam a circulação das águas durante a


ocorrência das marés, tanto nas marés de enchente quanto nas marés de
vazante . Além disso, observam -se variações na intensidade ou velocidade
e também na direção da corrente de maré durante o período de maré de
enchente, na preamar, ao longo do período de maré de vazante e na
baixa-mar.

Essas informações podem ser constatadas pelos navegantes nas cartas de


correntes de marés para o porto em questão.

328
~ 3 -CARTAS DE CORRENTES DE MARÉS

Na navegação costeira, no acesso aos fundeadouros e portos também


deve ser considerada a influência das correntes de marés, principalmente
quando a configuração geográfica da região interfere na circulação das
águas durante a ocorrência das marés.
A D Ir 5 ,.I tJ :11 A Ir 1 O,, ,.;.

.~'-
...- .
FIGURA X-20
CARTA DE CORRENTES DE MARÉ
Característi cas das corre ntes de
marés, observada pelos nave-
ga ntes nos portos de S. Lu ís e
ltaq ui. Destaca -se sua valida de
para a si tu ação que oco rre 2 horas
antes da prea mar em S. Lu ís
co nfo rm e ressa ltado na part e
inferior da ca rta de corrente.
(Fonte: DHN)

I ,I lJ • li ,I f! .llf ,I /f 1 ' f# .~
...-.

FIGURA X-21
CARTA DE CORRENTES DE MARÉ
Caract erísti cas válidas para 4
horas depoi s da preamar do porto
de São Luís.
(Fonte: DHN)

329
'U'TA DB COUI.'n'll oa MAU
1.\L\ O. OU.UAIAaA

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1 HOrAS A."•lllS DA I"':(MV\1 t HOMS OI.PO!S tiA rt1AMAI

FIGURA X-22 FIGURA X-23


CARTA DE CORRENTES DE MARÉ CARTA DE CORRENTES DE MARÉ
Di reçã o e intensid ade das co rrentes, em nós, Co mportamento das correntes válid o pa ra 2
válida s para 2 horas antes da prea mar do horas depois da prea mar no porto do Rio de
porto do Rio de Janeiro. (F onte: DHN) Janeiro. (F onte: DHN)

As correntes produzidas pelas marés são de especial interesse dos


navegantes ao demandarem o canal de acesso de um porto ou em baias
e enseadas . Da mesma forma que é preciso conhecer o regime dos ventos
predominantes, quando se navega em águas restritas também é
importante conhecer o comportamento das correntes e a influência das
características geográficas como ilhas, pontas salientes, bancos de areia
etc., sobre o movimento das águas, por ocasião das marés de enchente e
das marés de vazante.

Como valioso auxílio ao navegante, publica-se Coletânea de Cartas de


Correntes de Maré, para os portos em que o efeito das marés é mais
significativo e que tenham grande atividade de embarcações.

As Cartas de Correntes de Marés compõe-se de 13 folhas. Seis para cada


hora que antecede a preamar, uma para o instante da preamar, e seis
para cada hora depois da preamar.

Em cada uma das 13 cartas, o navegante observa, ao longo de toda a


região, a distribuição das correntes com indicação da sua direção e
intensidade. É interessante o navegante observar, ao manusear a

330
coletânea de cartas, que para cada página, ou seja, para cada horário,
haverá diferença na distribuição da corrente.

Então quando o navegante for utilizar as cartas de correntes, é de


fundamental importância que ele selecione a carta correta, ou seja,
escolha na coletânea de cartas, exatamente a carta do horário de
interesse do navegante.

A seleção da carta a ser utilizada é feita tendo-se em vista a diferença


entre o instante da preamar indicada nas tábuas das marés do porto em
questão e o momento em que o navegante está interessado em utilizar a
informação da corrente de maré.

Como exemplo, apresenta-se o caso do navegante que desejou demandar


o porto de ITAQUI às 10 horas do dia 30 de outubro de 1997. Consultando
as tábuas das marés, observa-se que a preamar em ITAQUI, nesse dia, foi
às 6 horas e 15 minutos, aproximadamente 6 horas. Então, a hora
desejada pelo navegante é 4 horas depois da preamar. Logo, a carta de
correntes de maré selecionada será de 4 horas depois da preamar.

As Cartas de Correntes de Maré registram a direção pelo sentido da seta


desenhada e a velocidade pelo algarismo que indica em nós e décimos de
nó.

Como segundo exemplo, apresenta-se a situação do navegante que


desejou demandar o mesmo porto de ITAQUI às 9 horas do dia 08 de
outubro de 1997. Consultando as Tábuas das Marés, observa-se que a
preamar em ITAQUI nesse dia foi às 10 horas e 54 minutos,
aproximadamente 11 horas. Então, a hora desejada pelo navegante é 2
horas antes da preamar. Logo, a Carta de Correntes de Maré selecionada
será de 2 horas antes da preamar. Estes exemplos utilizam as figuras
deste capítulo .

1- As cartas de correntes de marés são confeccionadas para dias de


sizígia.
2- O navegante deve estar atento se o horário é de corrente de
enchente ou de corrente de vazante. Isto pode ter grande
interferência em sua navegação.
3- Em portos de grande amplitude de maré e forte corrente de Maré é
conveniente o navegante considerar que ENTRAR NA ENCHENTE terá seu

331
efeito do leme reduzido . Da mesma forma o navegante que SAIR NA
VAZANTE terá dificuldades de manobra .

) 4 - CONCEITOS E EXERCfCIOS

QUESTÕES E SOLUÇÕES- BASEADAS NO LIVRO TEXTO

c:; CORRENTES COSTEIRAS (capítulo 10}


Q CARTAS DE CORRENTES DE MARÉS (capítulo 10)

O atlas de cartas de correntes de marés contem 13 ca rtas, referendadas


ao instante da PM, do dia de interesse, no porto em questão .

Pode-se, então, discutir uma série de conce itos a respeito da afirmativa


acima. Tais como :

1- O atlas de cartas de correntes de marés disponibiliza 6 carta s antes


da PM, na PM e 6 cartas depois da PM. As cartas registram direção e
intensidade .
2- As intensidades das correntes indicadas nas cartas de correntes de
marés são referidas a um dia de maré de sizígia, que é a situação mais
forte .
3- A situação de manobra mais preocupante para o navegante é de
corrente a favor, em dia de sizígia.
4- A escolha da carta de corrente de maré necessita da consulta à
publicação tábuas das marés, para obter o instante da PM do dia de
interesse .
5- Para selecionar a carta de corrente de marés adequada para demandar
um porto, o navegante deve calcular a diferença entre seu horário de
manobra e o instante da PM.
6- O referencial de cada carta é indicado, normalmente, na margem
inferior, de forma sequencial, de 6 horas antes da PM a 6 horas
depois da PM .
7- Para o navegante é mais preocupante entrar na enchente e sair na
vazante, em porto de grande amplitude de maré .

332
Q CORRENTES DE RETORNO DAS ONDAS

A navegação costeira pode ser afetada por perigosa corrente de retorno


das ondas, resultante de ocorrência de mar severo, com vagas ou de
marulhos, com direção do mar aberto.
Pode-se, então, discutir uma série de conceitos a respeito da afirmativa
acima. Tais como:

1- As correntes de retorno das ondas podem ser denominadas de


corrente de ressaca , em situação muito adversa .
2- A situação muito adversa requer para ocorrência de ressaca,
condições propícias de direção das ondas, comprimento de onda e
volume d' água e altura na arrebentação.
3- Na ressaca observa -se forte corrente de retorno, em pontos da costa,
em que a geografia favorece .
4- Quando as ondas ultrapassam um quebra-mar e invadem o canal de
acesso ao porto, a navegação é ma is preocupante para os navios que
saem do porto.
5- A situação de navegação em um canal de acesso ao porto, pode ficar
mais preocupante na ocorrência simultânea de maré de vazante de
sizígia e corrente de retorno de ressaca.

Q CORRENTES OCEÂNICAS DE DENSIDADE (capítulo 10}


Na busca do equilíbrio térmico do planeta Terra, observa -se circulação
geral da atmosfera e também circulação geral dos oceanos, em ambos os
hemisférios, com ocorrência dos efeitos da força de Coriolis .

Pode-se, então, discutir uma série de conceitos a respeito da afirmativa


acima . Tais como :

1- A circulação geral dos oceanos está associada à busca do equilíbrio


térmico do planeta, com correntes de densidade frias e quentes, em
ambos os hemisférios.
2- As correntes oceânicas de densidade meridionais, que se deslocam
para outras latitudes, são afetadas pelo efeito da força de Coriolis,
no HS e no HN.
3- As correntes oceânicas de densidade zonais, que se deslocam na
mesma latitude, não são afetadas pelo efeito da força de Coriolis, no
HS e no HN .
4- As correntes frias do HN desviam a trajetória para W.

333
5- As correntes quentes do HN desviam a trajetória para E.
6- As correntes frias do HS desviam a trajetória para W.
7- As correntes quentes do HS desviam a trajetória para E.
8- As circulações do HS e do HN, têm sentidos contrários.
9- A circulação no HN é no sentido horário.
10- A circulação no HS é no sentido anti-horário.
11- As correntes que se aproximam do equador, no HN, desviam a
trajetória para W.
12- As correntes que se afastam do equador, no HN, desviam a trajetória
para E.
13- As correntes que se aproximam do equador, no HS, desviam a
trajetória para W.
14- As correntes que se afastam do equador, no HS, desviam a trajetória
para E.
15- As correntes zonais frias não são afetadas pela força de Coriolis.
16- As correntes meridionais frias são afetadas pela força de Coriolis.
17- As correntes zonais quentes não são afetadas pela força de Coriolis.
18- As correntes meridionais quentes são afetadas pela força de Coriolis.

Q CORRENTES COSTEIRAS INDUZIDAS PELOS VENTOS

1- As correntes costeiras induzidas pelos ventos têm a direção defasada


de 90° da direção do vento.
2- As correntes costeiras induzidas pelos ventos têm a direção defasada
para a esquerda da direção do vento, no HS.
3- As correntes costeiras induzidas pelos ventos têm a direção defasada
para a direita da direção do vento, no HN.

EXERdCIOS

Na interpretação da circulação geral dos oceanos, em ambos os


hemisférios, constata-se o efeito da força de CORIOLIS no desvio das
trajetórias das correntes oceânicas de densidade. Fato que resulta
circulações características do HN e HS, com circulações nos sentidos
horário e anti-horário .

334
RESSALTE as principais razões físicas que dão suporte a essas circulações
e identifique o comportamento dessas distintas correntes nas seguintes
situações:

a) as que se aproximam e as que se afastam do equador;


b) as correntes zonais e as meridionais;
c) as que desviam suas trajetórias para E (leste) e para W (oeste);
d) as correntes frias e as correntes quentes e
e) as que desviam para a esquerda da trajetória e as que desviam para
a direita da trajetória .
1- Comente os principais aspectos do fenômeno da Ressurgência.
2- Ressalte sua importância para o meio ambiente marinho.
3- Descreva o comportamento dos principais tipos de correntes
costeiras.
4- Descreva os procedimentos do navegante para a utilização das cartas
de correntes de marés.
5- Comente os principais aspectos das correntes de retorno das ondas
6- (Ressaca).
7- Cite as principais preocupações dos navegantes ao demandar um
canal de acesso ao porto, com ocorrência de ressaca ultrapassando
o quebra-mar natural ou artificial.
8- Analise as características da circulação geral dos oceanos Pacífico,
9- Atlântico e Índ ico em ambos os hemisférios (Figura X-1). Assinale as
principais diferenças das circulações no HN e HS.
10- Cite as principais correntes frias resultantes da corrente circumpolar
Antártica .
11- Interprete as principais características das correntes costeiras
induzidas pelo vento, em ambos os hemisférios.
12 - Analise as diferenças significativas das correntes de enchente e de
vazante da maré no mesmo porto (Figuras X-22 e X-23), em horários
equivalentes em relação a preamar.
13- Pesquise a correlação da amplitude das marés com as correntes de
marés, nos portos de ltaqui e Rio de Janeiro (Consulte as cartas de
correntes de marés e as tábuas das marés, dos respectivos portos).

335
9EE
CAPÍTULO XI

ESTUDO DOS OCEAN!OS- AMIA ZÔNIA AZUL

C OCEANO- AMAZÔNIA AZUL


C MAR TERRITORIAL
C PLATAFORMA CONTINENTAL
C ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA (ZEE)
C CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE OS
DIREITOS DO MAR (CNUDM}
C CONVENÇÃO PARA GERENCIAMENTO E CONTROLE DE
ÁGUA DE LASTRO E SEDIMENTOS DE NAVIOS
C POLUIÇÃO DA ÁGUA DO MAR - ÁGUA DE LASTRO
C ECOSSISTEMA MARINHO
C DEMANDA BIOLÓGICA DE OXIGÊNIO- DBO

Este capítulo pretende examinar as principais características dos oceanos


e da Amazônia Azul e os mais importantes tópicos definidos na Convenção
das Nações Unidas sobre os Direitos do Mar {1982} .
Assim sendo, são mencionadas as características do Mar Territorial, da
Plataforma Continental e da Zona Econômica Exclusiva (ZEE) .
São também evidenciados os principais aspectos da poluição da água do
mar e as recomendações da Convenção Internacional sobre Poluição
Marinha (MARPOL 73/78/84) e da Convenção para Gerenciamento e
Controle de Água de Lastro e Sedimentos de Navios.
E são ressaltados os principais aspectos do ecossistema marinho e do ciclo
de vida no mar na Amazônia Azul.

1- CARACTERÍSTICAS DOS OCEANOS

Nosso planeta Terra bem que poderia se chamar planeta Água porque 3/4
da superfície da esfera terrestre são cobertas pelos oceanos.

337
FIGURA Xl-1
REGIÕES OCEÂNICAS
Os ocea nos Pacífico, Atlânti co e Índico, de fundamental importância para as atividades hum anas,
apresentam caracte rísticas di stintas do est ado do mar devido as suas interações com a atmosfera .
Ocorrem sig nificativas variações sazo nais no estado do mar, prin cipalmente no HN , devido a grande
continenta l idade e as sua s acentuada s variações climática s na s estações de inverno e verão (Fonte:
DIGEST, 1980).

A importância dos oceanos é grande e diversificada, em especial, pela sua


utilização como via de transporte de mercadorias que os países exportam
e importam. Atividade essa de extraordinária importância é responsável
pela existência da marinha mercante em todo o mundo, ao longo dos
séculos.
Associada ao transporte marítimo, as atividades pesqueiras remontam à
antiguidade .
Com o desenvolvimento das ciências e da tecnologia, os oceanos
despontam como elemento de fundamental importância em outros
aspectos das atividades humanas. Um dos primeiros sábios a se dedicar
aos estudos dos oceanos foi Leonardo da Vinci, que registrou em seu
11
Codex Leicester" (1508/1510), observações científicas sobre o movimento
da água, correntes, marés e ondas, expostas minuciosamente na EXP0-98 .
A interação oceano-atmosfera exerce importante influência no equilíbrio
térmico do planeta com reflexos no clima e nas condições do tempo.
O comportamento do ecossistema oceânico tem múltiplos aspectos nos
estudos ecológicos e no ciclo de vida no mar, sendo, portanto, a
prevenção da poluição do meio marinho, objeto de especial atenção de
todos os países e das organizações internacionais.
No campo científico, muito se tem estudado sobre as propriedades físicas
e químicas da água do mar. Hoje, o oceano é uma grande fonte
econômica, especialmente de alimentos e energia .
A interação dos citoplanctos com a atmosfera é uma enorme fonte de gás
oxigênio para o planeta Terra.

338
A constatação da grande importância dos oceanos para a humanidade
requereu cuidados especiais visando à preservação de suas propriedades,
resultando na normatização das múltiplas atividades marítimas. Para tal,
além das resoluções nacionais dos países costeiros, organizações
internacionais promoveram convenções para debater esses aspectos.
Podemos citar entre outras a Convenção Internacional sobre Poluição
Marinha - MARPOL/73/78/84, a Convenção Internacional sobre os
Direitos do Mar/82 e resoluções do Comitê de Proteção ao Meio
Ambiente Marinho da IMO e a Convenção para Gerenciamento e Controle
de Água de Lastro e Sedimentos de Navios. Os oceanos têm recebido
especial atenção nos trabalhos da Organização das Nações Unidas -
ONU, da Organização Marítima Internacional - IMO, da Comissão
Oceanográfica lntergovernamental - COI , da Organização Hidrográfica
Internacional- OHI, da Organização Mundial de Meteorologia- OMM,
entre outras.

-\ 2- MAR _!ERRITORIAL, PLATAFORMA CONTINENTAL E ZONA


-1 ECONOMICA EXCLUSIVA

Nas cartas náuticas estão registradas as características geográficas das


respectivas regiões . Na cartografia náutica representam-se os detalhes da
costa e do fundo do mar, como eles são observados no instante da baixa -
mar de sizígia.
1' ,\1 U\1

FIGURAXI-2
CONFIGURAÇÃO DO FUNDO DO MAR
As ca ract erísti cas do fundo do m ar de mais interesse para o navega nte sã o : costa, plataform a
contin ental, limite ext erno da plat afo rm a continental e início do t alud e. A cost a é área sujeita ao
movim ento do flu xo e reflu xo da maré; pl at aforma co ntin ental ca ract eriz a-se pela suave declivid ade
e se u li m ite ext erno se co nf un de co m o início do t alud e, o nd e se obse rva abrupta e ace nt uada
decl ivid ade do fun do do mar (F onte: DIEGUES, 1974) .

339
O navegante quando estiver navegando por uma carta náutica, bem
próximo da costa ou no interior de uma baía, enseada ou canal de acesso
a um porto, deverá ter especial atenção a possibilidade de constatar
alteração entre o que está observando e o que está representado na carta
náutica, ou seja, um banco de areia poderá estar encoberto devido à
oscilação do nível do mar provocada pela maré . Nessas ocasiões, é
interessante também estar atento ao comportamento das correntes de
maré, que variam de região para região, em função das características
geográficas da costa . O navegante constata também a variação da
profundidade de um mesmo local, ao longo do ciclo lunar, devido à
influência da amplitude da maré, que é apresentada com mais detalhes
no capítulo IX.

A zona litorânea pode ser afetada pelo estado do mar ao longo do ano.

Na época de verão observa -se calmaria e a ocorrência de depósito de


areia nas praias.

Na época de inverno observa-se mar forte, que retira areia das praias.

2.1- MAR TERRITORIAL

Mar territorial compreende uma faixa de 12 milhas náuticas, a partir da


costa (Linha Base adotada pela DHN) . O país costeiro tem soberania de
espaço aéreo, coluna da água, solo e subsolo.

A soberania do Estado Costeiro estende-se além do seu território, a uma


zona de mar adjacente designada pelo nome de mar territorial.

Esta soberania sobre o mar territorial estende-se ao espaço aéreo


sobrejacente ao mar territorial, bem como ao leito e ao subsolo deste
mar.

A soberania sobre o mar territorial é exercida de conformidade com a


Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM) e as
demais normas de direito internacional.

Largura do mar territorial -todo Estado tem o direito de fixar a largura


de seu mar territorial até um limite que não ultrapasse 12 milhas
marítimas medidas a partir da linha base determinada em conformidade
com a CNUDM.

340
Q ZONA CONTÍGUA

A zona contígua não pode estender-se além de 24 milhas marítimas,


contadas a partir das linhas de base que servem para medir a largura do
mar territorial.

Numa zona contígua ao seu mar territorial , o Estado costeiro pode tomar
as medidas de fiscalização necessárias a:

a) evitar infrações às leis e regulamentos aduaneiros, fiscais, de


imigração ou sanitários no seu território; e
b) reprimir as infrações às leis e regulamentos no seu território ou no
seu mar territorial.

Q DIREITO DE PASSAGEM INOFENSIVA

Os navios de qualquer Estado, costeiro ou sem litoral, gozarão direito de


passagem inofensiva pelo mar territorial, salvo disposição em contrário
da CNUDM .

2.2 - PLATAFORMA CONTINENTAL

Plataforma continental é a faixa do oceano que se estende desde a linha


da costa para o alto-mar, com suave declividade do fundo do mar, até a
região onde se observa acentuada variação do fundo, com aumento
abrupto da profundidade, na fronteira com o talude continental, região
abissal. A largura da plataforma continental é variável ao longo da costa.

FIGURA Xl-3
PERFIL DO FUNDO SUBMARINO
A Co nvenção Inter nacion al so bre os Direitos do M ar estabel ece comportamentos di stintos para a
navegação em alto mar e so bre a plataforma continental. A vista di sto, o navegante deve estar atento,
em sua navegação, a variabilidad e da larg ura da plataforma continental do pa ís costeiro (Fonte :
JIMENEZ, 1981).

341
A plataforma continental de um Estado costeiro compreende o leito e o
subsolo das áreas submarinas, que se estendem além de seu mar
territorial, até ao bordo exterior da margem continental, ou até o limite
de uma distância de 200 milhas marítimas das linhas de base .

O Estado costeiro deve estabelecer o bordo exterior da margem


continental, quando essa margem se estender além das 200 milhas
marítimas das linhas de base, de acordo com o CNUDM .

No Brasil, a plataforma continental é mais estreita na costa nordeste,


cerca de 30 milhas, e mais larga na costa sul, sudeste e do Amapá .

2.3- ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA (ZEE)

A Zona Econômica Exclusiva (ZEE) tem uma faixa de 200 milhas (12 + 188)
ao longo de toda a costa.

A ZEE compreende a coluna da água, o solo e o subsolo e somente o país


costeiro pode autorizar atividades marítimas como pesquisa, exploração
de recursos minerais, petróleo, pesca, etc.

A ZEE compreende a zona pelágica (massa d'água) e a zona bêntica


(fundo do mar).

Na ZEE o navegante deve ter especial atenção ao controle da poluição da


água do mar, porque é na ZEE que ocorre a produtividade primária, ou
seja, o desenvolvimento de matéria viva, fitoplancton pela fotossíntese
das plantas verdes.

Regime jurídico específico da ZEE - A zona econômica exclusiva é uma


zona situada além do mar territorial e a este adjacente, sujeita ao regime
jurídico específico estabelecido na CNUDM .

2.3.1 lARGURA DA ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA

A ZEE não se estenderá além de 200 milhas marítimas das linhas de base
a partir das quais se mede a largura do mar territorial.

Na ZEE, o Estado costeiro tem direitos de soberania para fins de


exploração e aproveitamento, conservação e gestão dos recursos
naturais, vivos ou não vivos das águas sobrejacentes ao leito do mar, do
leito do mar e seu subsolo.

342
E também jurisdição sobre colocação e utilização de instalações artificiais,
investigação científica marinha e proteção e preservação do meio
marinho . Assim como outros direitos e deveres previstos no CNUDM.

Na ZEE todos os Estados gozam, nos termos da CNUDM, das liberdades


de navegação e sobrevoa e de outros usos.

2.3.2 CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS VIVOS

O Estado costeiro fixará as capturas permissíveis dos recursos vivos na sua


zona econômica exclusiva . Caberá também ao Estado Costeiro
determinar a sua capacidade de capturar os recursos vivos da sua ZEE e
estabelecer a utilização dos recursos vivos e o acesso ao excedente desta
captura .

O navegante deve ter especial atenção na sua navegação, utilizando o


ecobatímetro e verificando como se comporta a variação da
profundidade, para saber se está entrando ou saindo da plataforma
continental.
SONDAGEM SONORA SONDAGEM SONORA POR REFLEXÃO SISMICA I
I

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FIGURAXI-4
ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA
A zona econômica exclu siva (ZEE ) in depende da configuração do fund o do mar. É um a fa ixa de 200
milh as ao longo de t oda cost a, co mpreendend o a co lun a d' água, o so lo e subso lo. A ZEE é de
sobe rani a do país cost eiro a quem cabe a sua utili za ção econômi ca co mo a pesca, so nd agem por
refl exão sísmica e exploração de petróleo et c., ca bend o ao navega nte o di rei t o de passagem co m o
simples uso do ecobat ímetro co mo inst rumento de auxílio à navegação (Fonte: DIGEST , 1980).

343
E quando estiver navegando no limite da ZEE, deve controlar bem sua
navegação, principalmente na fronteira marítima com os países vizinhos,
para estar ciente ao entrar na ZEE sob a soberania de outro país costeiro.

3- POLUIÇÃO DA ÁGUA DO MAR

Na interação oceano-atmosfera, observa-se entre outras influências dos


oceanos, a notável atuação dos fitoplanctons na troca de oxigênio e gás
carbônico. Participando os oceanos como grande fornecedor de oxigênio
para a atmosfera e absorvendo o carbono, útil para o desenvolvimento
dos fitoplanctons, no processo do ciclo de vida no mar. Ressalta-se este
interessante aspecto da interação oceano-atmosfera para que se avalie a
importância das medidas de prevenção da poluição do meio ambiente
marinho e se conscientize todos os navegantes à permanente
contribuição na preservação do ecossistema marinho.

Os habitantes das ilhas costeiras e oceânicas e as populações litorâneas,


há séculos retiram do mar sua alimentação, numa harmoniosa
convivência com o ecossistema marinho.

Porém, o desenvolvimento de grandes centros urbanos e industriais e a


intensificação das atividades marítimas requer uma série de medidas e
normas para proteger e preservar o meio ambiente marinho e
consequentemente os milhares de espécies de vida marinha e as
respectivas cadeias alimentares, garantindo a conservação do ciclo de
vida no mar.

A intensificação do transporte marítimo requereu legislação pertinente


de prevenção da poluição do meio ambiente marinho. As embarcações
deverão ter a bordo publicação brasileira, contendo a Lei n!! 5357, de 17
de novembro de 1967, que estabelece penalidades para as embarcações
e terminais marítimos ou fluviais que lançarem detritos ou óleo em águas
brasileiras. A Lei 5357 foi publicada no Diário Oficial, SEC. I, Parte I, nº 219,
página 11.647, de 20/11/67.

Ao penetrar nas zonas proibidas para descarga de lastro sujo ou de


outros resíduos, o navegante deverá fazer o registro no Diário Náutico e
avisar ao Chefe de Máquinas, ao Imediato e ao Comandante da
Embarcação.

Ao aproximar-se de qualquer porto, principalmente daqueles em que a


estadia venha ser longa, os porões deverão ser rigorosamente inspecionados.

344
Caso haja resíduos a serem drenados, providências deverão ser tomadas,
com a devida antecedência, para que os porões sejam esgotados fora das
zonas proibidas pelas Convenções Internacionais, ou seja, em pelo menos
50 milhas da terra mais próxima, lançando-se no Diário Náutico as
coordenadas geográficas (latitude e longitude) em que se achava a
embarcação no início e término da faina.

O navegante encontrará na publicação Prevenção da Poluição do Meio


Marinho, editada pela Diretoria de Portos e Costas do Ministério da
Marinha e disponível a todos os navegantes nas Capitanias de Portos,
normas e rotinas que deverão ser cumpridas, dependendo das
características da embarcação, durante as operações de:

a) carregamento;
b) descarga;
c) alívio;
d) abastecimento;
e) lavagem de tanques;
f) alijamento;
g) lastro; e
h) esgoto dos porões da praça de máquinas.

Em 1971, o grupo de Especialistas em Aspectos Científicos da Poluição


Marinha - GESAMP, após profundos estudos, determinou os principais
poluentes do mar:

a) DESPEJOS DOMÉSTICOS

Os esgotos sanitários e os resíduos do processamento de alimentos


quando lançados ao mar, principalmente em águas interiores, estuários
ou zonas costeiras com pequena renovação das águas provocam uma
apreciável poluição . Estas substâncias, chamadas de biodegradáveis, são
degradadas, naturalmente, pela ação das bactérias sobre os vegetais e
animais mortos e demais matérias orgânicas.

Essa decomposição biológica exige uma grande Demanda Biológica de


Oxigênio (DBO).

Além da Demanda Biológica de Oxigênio (DBO), observa-se grande


atividade bacteriológica e incidência de parasitas e vírus causadores de
doenças como hepatite, tifo, disenteria, etc.

345
Constata-se também altas concentrações de nutrientes, principalmente
nitrogênio e fósforo, que superfertilizam as águas proporcionando a
produção descontrolada de matéria vegetal, cuja decomposição contribui
para aumentar a DBO, e consequentemente diminuição de oxigênio
dissolvido na água, podendo atingir índices críticos e resultar na
mortandade de enormes quantidades de peixes e outras espécies
marinhas.

Tais efeitos são mais significativos nos rios, lagos, baías e demais áreas
cuja renovação das águas é restrita .

b) PESTICIDAS

São substâncias extremamente tóxicas e persistentes. Acumulam-se nos


tecidos gordurosos dos organismos marinhos, espalhando seus efeitos
desastrosos a todos os oceanos por meio das correntes marinhas.

Entende-se por substâncias persistentes, aquelas que permanecem o


organismo do recebedor e é transferido na cadeia alimentar aos peixes
maiores e aos seres humanos que consumirem esses peixes com graves
consequências para sua saúde. Cita-se como exemplo de pesticida
altamente tóxico e extremamente persistente o DDT. Recomenda -se aos
navegantes especial atenção com o transporte desses materiais.

c) DESPEJOS INORGÂNICOS
São substâncias tóxicas, normalmente resultantes de atividades
industriais e tecnológicas. Metais pesados como mercúrio transfiguram
irreversivelmente o meio marinho, através de sua ação altamente tóxica
e persistente. Substâncias ácidas e alcalinas ameaçam alterar o pH do
mar, com efeito desastroso para inúmeras espécies marinhas.
Recomenda-se especial atenção dos navegantes com o transporte desses
materiais .

d) DESPEJOS ORGÂNICOS

As águas interiores e costeiras são vulneráveis à poluição de uma grande


variedade de compostos existentes nos despejos orgânicos, altamente
tóxicos aos organismos marinhos, além de requererem alta DBO em seu
processo de decomposição.
Inúmeras mortandades de peixes foram atribuídas à perda total do
oxigênio, devido às grandes quantidades de despejos industriais
orgânicos, por poluição rotineira ou por poluição acidental na ocasião do
transporte marítimo.

346
É importante evidenciar que sua ação se desenvolve em todos os elos da
cadeia alimentar, desde o fitoplancton até as formas superiores de vida
marinha, desenvolvida, na sua quase totalidade, em águas férteis
próximas à costa.

e) POLUIÇÃO CAUSADA POR RAMONAGEM

As embarcações e navios deverão cumprir os regulamentos e normas em


vigor, nos portos de cada região, com relação à ramonagem.

f) DESCARGA DE LIXO, OBJETOS SÓLIDOS, ÓLEOS, DISPERSANTES DE ÓLEOS E


DETERGENTES

Materiais flutuantes ou depositados no fundo, lançados ao mar pelas


populações ribeirinhas e até mesmo por navegantes descuidados e
negligentes, tais como: material imprestável, tambores e latas, garrafas,
madeiras, artigos de plástico e redes de pesca.

Muitos dos quais, por serem imperecíveis, tem provocado sérios danos à
navegação, à pesca e à recreação, além de comprometerem o "habitat"
dos organismos, quando depositados no fundo.

Descarga de lixo contendo restos de alimento, cascas de frutas e carne


verde crua podem transmitir pragas e doenças.

A poluição acidental provocada por derramamento de óleo é sentida por


muitos anos, bem como o efeito dos dispersantes usados para eliminá-lo
e os detergentes de uso doméstico e industrial .

Sempre que o navegante tiver necessidade de usar detergente em grande


quantidade, exigir que o mesmo seja biodegradável, visando reduzir os
prejuízos à preservação dos mares.

Sabe-se que o alto-mar tem pequena atividade biológica, já nas águas


costeiras em algumas regiões com ocorrência de correntes ascendentes,
a produtividade é muito maior. É delas que a sociedade obtém milhões
de toneladas de alimentos anualmente.

Justamente nessas áreas foi que o homem estabeleceu seu "habitat",


multiplicou-se desordenadamente e ampliou seu parque industrial e onde
as embarcações efetuam embarques, desembarques e transportam as
mais diversas cargas, com riscos e consequências para o meio ambiente
em casos de polu ição acidental.

A vista disto precisa ser permanente a preocupação do navegante, com a


preservação das águas costeiras e a correta e responsável condução e

347
operação de milhares de embarcações que trafegam diariamente nas
proximidades da costa, baías, enseadas, estuários e águas interiores.

Cumpre aos navegantes em suas atividades profissionais a bordo das suas


embarcações evitarem com todo o empenho:

a) Danos à vida humana;


b) Riscos à saúde humana;
c) Obstáculos às atividades marítimas; e
d) Prejuízos à recreação.

4- ECOSSISTEMA MARINHO E CICLO DE VIDA NO MAR

Na camada eufótica , camada superficial do oceano, até onde a luz solar


exerce sua influência, encontra-se o fitoplancton que absorve sais
nutrientes e gás carbono dissolvidos na água e produz oxigênio.

É de fundamental importância para o desenvolvimento dos fitoplanctons


e, portanto para a produtividade primária, a presença simultânea, de luz
solar e de sais nutrientes e consequentemente, a ocorrência do complexo
processo da fotossíntese, dando início ao ciclo de vida no mar.

Para que tal ocorra de forma natural, é necessário que correntes


marítimas frias, conduzam à superfície do mar águas ricas em sais
nutrientes, já que à superfície dispõe -se de luz solar e assim ter-se-ão os
ingredientes necessários ao processo da fotossíntese .

O mecanismo encontrado na natureza que nos propicia este


enriquecimento das águas superficiais em determinadas regiões,
tornando-as piscosas, possibilitando o desenvolvimento das atividades
pesqueiras é o fenômeno conhecido como ressurgência, o afloramento
das águas profundas ricas em sais nutrientes. Ou seja, é a subida das
correntes frias, devido, principalmente, às características do fundo do
mar ou ao regime da circulação dos ventos .

É de fundamental importância a preservação do ecossistema marinho nas


regiões com ocorrência de ressurgência.

Porque estas áreas são verdadeiros santuários ecológicos, possibilitando que


a produtividade primária alcance índices elevados e, consequentemente, o
desenvolvimento da cadeia alimentar e o aparecimento de inúmeros
cardumes.

348
Ressalta-se que é imperativo que esses cardumes sejam sadios e próprios
para a alimentação humana, ou seja, livres da poluição marinha por
produtos químicos persistentes.

FIGURA XI-S
SANTUÁRIO ECOLÓGICO
É de fund am ental importânci a o navega nte se em penhar na prese rvação do meio ambi ente marin ho
e na ma nutenção do ciclo de vida no m ar.
A leg islaçã o atu al requ er muita respo nsa bilid ade do navega nt e, no transport e de subst ância t óxica s,
inclu sive em suas embalagen s danifica das e no des pej o de subst ância bio degradáveis, qua ndo
navegando em ág uas po uco renováveis (Fon t e: DIGEST, 1980).

Constata-se que nessas regiões piscosas a demanda biológica de


oxigênio (DBO) é intensa devido à enorme quantidade de cardumes, sendo,
portanto, inconveniente o despejo de substâncias biodegradáveis,
principalmente se forem áreas de lenta circulação das águas, como baías
e enseadas. O navegante deve ter cuidados especiais também, quando se
tratar de lixo biodegradável, para não afetar o ciclo de vida no mar.

A poluição marinha pode afetar o ciclo de vida no mar de forma grave,


causando drástica redução dos cardumes e até mesmo causando a
extinção de espécies.

Em condições propícias, o ciclo de vida no mar se inicia com o


fitoplancton, que se desenvolve na camada eufótica com o processo de
fotossíntese, absorvendo sais nutrientes e carbono . Os fitoplanctons
servem de alimento aos zooplanctons que, por sua vez, alimentam os
pequenos peixes, os quais servem de alimento aos peixes maiores dando
continuidade à cadeia alimentar no mar.

O ciclo de vida no mar tem continuidade com a ação biológica das


bactérias sobre os peixes mortos e plantas . Este processo requer DBO e

349
resulta na liberação de sais nutrientes que são depositados no fundo do
mar, até que sejam carregados por correntes marítimas de volta à
superfície enriquecendo as águas superficiais com sais nutrientes, e então
novamente na camada eufótica, na presença da luz solar, possibilitem o
processo da fotossíntese e reinicie o ciclo de vida no mar.

Este processo do ciclo de vida no mar se repete há muitos séculos, mas é


bem lento. Os sais minerais nutrientes ficam depositados no fundo do
mar muito tempo e levam muitos anos para retornarem à superfície .

O navegante deve ter em mente que toda e qualquer poluição marinha é


prejudicial de alguma forma ao ciclo de vida no mar, além dos outros
inconvenientes às demais atividades e ao próprio uso do mar, mesmo as
substâncias que, por suas características, se depositem no fundo do mar,
porque estarão sujeitas a serem carregadas pelas correntes profundas
para regiões outras e, até mesmo, retornarem à superfície .

) 5- ÁGUA DE LASTRO E SEDIMENTOS DE NAVIOS

5.1- ÁGUA DE LASTRO

Água de lastro é uma das quatro maiores ameaças aos oceanos .

As outras são: fontes terrestres de poluição marinha, exploração


excessiva dos recursos biológicos do mar e alterações ou destruição física
do habitat marinho.

Atualmente a IMO, a ONU, GEF (Global Environmental Facility) e as


autoridades marítimas dos países, estão empenhadas no controle das
descargas de água de lastro por navios.

Além da Convenção Internacional para Controle e Gerenciamento da


Água de Lastro e Sedimentos de Navios, no Brasil está em vigor a
NORMAM-20 da Autoridade Marítima Brasileira.

A água de lastro transporta organismos aquáticos invasores nocivos e


patogênicos.

350
FIGURA XI- 6 E 7
ÁGUA DE LASTRO (Fonte : internet) .

FIGURA Xl-8
ÁGUA DE LASTRO (Fo nte : in t ern et ).

Dentro dos navios esses organismos conseguem atravessar regiões de


temperatura e salinidade adversas e serem descarregados longe das
regiões de origem, onde não tendo predadores, se multiplicam , causando
danos ao meio ambiente.

É o caso no sul do Brasil e rio da Prata do mexilhão dourado.

FIGURA XI- 9
ÁGUA DE LASTRO (MEXILÃO DOURADO (Fonte: NCPAM) .

351
~-i 6- AMAZÔNIA AZUL

6.1- AMAZÔNIA AZUL

Dia nacional da Amazônia azul , criado pela lei 13.187/2015, é


comemorado em 16 de novembro.

CNUDM entrou em vigor internacional no ano de 1994 e no Brasil pelo


decreto 1.530/1995.

FIGURA Xl-10
LIMITES DA AMAZÔNIA
AZUL
Am azô nia azul , área de
ce r ca de 4 .SOO.OOO km 2,
cor res po nde nte a área
da ZEE, m ais a área da
pl at aform a co ntine ntal,
além d as 200 mi lh as da
ZEE.

A denominação de Amazônia azul se espelha na grandiosidade e riqueza


da Amazônia verde continental.

A soberania do Brasil se estende numa área total de 4,5 milhões de km


quadrados, sendo 3,6 mi referente ao mar territorial e ZEE e 950 mil
referente ao acréscimo da área da plataforma continental , além das 200
milhas da ZEE.

1- O mar costeiro tem coloração VERDE principalmente próximo à


estuários devido a presença de microrganismo em abundância .

2- No mar aberto e regiões oceânicas a cor do mar é AZUL.

352
AMAZÔNIA AZUL

---. --··-•
,,~.,. ,: _ m -·--- · - ­

-..uo•.- .--.o

~?..:===~~
:::=:..:::-~-=:::._

FIGURA Xl-11
LIMITES DA AMAZÔNIA AZUL (Fonte: internet)

3- A coloração AZUL do céu e do mar é devido a cor azul do espectro


visual da radiação solar ser a mais intensa.

4- A Convenção CNUDM tem uma importância tão grande para a


soberania do Brasil que a Marinha do Brasil (MB) vai criar e sediar na
região norte a segunda esquadra da MB e outros efetivos .

5- É apresentado neste capítulo MAPAS e REGISTROS de parâmetros


importantes para atividades diversas na Amazônia Azul.

353
t?S E
(110l '398 1:a jU O:J ) 'lfHNI!l'lfii'J '1101/\
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FIGURAS Xl-13 E 14
CONSERVAÇÃO DA ZONA MARINHA (Fonte: IBGE, 2011 )

355
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FIGURAS Xl-17 E 18
CONSERVAÇÃO DA ZONA MARINHA (Fonte: IBGE, 2011)

357
85E
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.. :--.:.-:z~ .
(SIJII I S>QII40J) seJO.Of140WRJ3
( )4V) oP.IUISOO) flll IIIJI ..JIOJII R>ly
~ 7 -CONCEITOS E EXERCÍCIOS

QUESTÕES E SOLUÇÕES- BASEADAS NO LIVRO TEXTO

C OCEANO- AMAZÔNIA AZUL (capítulo 11)

A Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos no Mar (CNUDM) e a


Convenção para gerenciamento e controle de água de lastro e
sedimentos de navios estabelecem normas e recomendações para os
navegantes.

Pode-se, então, discutir uma série de conceitos a respeito da afirmativa


acima . Tais como:

1- As convenções CNUDM e de LASTRO contemplam as navegações


costeiras e oceânicas. Nos países costeiros esse controle cabe à
autoridade marítima (NORMAM).
2- No mar territorial (MT) o país costeiro tem soberania da coluna
d'água, do solo, do subsolo e do espaço aéreo.
3- A partir da linha base, a largura do mar territorial é de 12 milhas e a
zona econômica exclusiva (ZEE) é de 188 milhas, totalizando 200
milhas. A ZEE tem soberania da coluna d'água, do solo e do subsolo.
4- O instrumento jurídico que estabelece as soberanias dos países
costeiros é a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos no
Mar (CNUDM).
5- Zona contígua é uma faixa de 12 milhas, além do MT e sobreposta
ao início da ZEE, na qual o país costeiro tem direito de alfândega e de
polícia.
6- Plataforma continental (PC) é um parâmetro geográfico, podendo
ser menor ou maior que as 200 milhas, limite da ZEE.
7- Quando a PC é menor que 200 milhas prevalece a soberania até o
limite da ZEE.
8- Quando a PC é maior que 200 milhas a soberania poderá se estender
além das 200 milhas, se já estiver sido expressamente autorizado
pela ONU.

359
9- A soberania da PC pode se estender além das 200 milhas até um
limite autorizado pela ONU de 350 milhas.
10- A Amazônia Azul contabiliza também a faixa de soberania das ilhas
oceânicas habitadas .
11- A CNUDM contempla recomendações sobre poluiç ão no mar e
estabelece limites e critérios para descarga de resíduos
biodegradáveis, baseados na demanda biológica de ox igêni o (DBO)
e na circulação para renovação das águas.
12- Os critérios e recomendações para manuseio de água de lastro são
estabelecidos pelo instrumento jurídico Convenção para
gerenciamento e controle de água de lastro e sedimentos de
navios.

(Fo nt e: IBGE, 2011)

360
TERCEIRA PARTE
NAVEGAÇÃO M.ETEOROtÓGI:CA
E OCEANQG.RÂFICA

CAPÍTULO XII

NAVEGAÇÃO EM ALTAS LATITUDES


E NO GELO

C: NAVEGAÇÃO EM ALTAS LATITUDES


C: CARACTERÍSTICAS DO GELO NO MAR
C: NAVEGAÇÃO NO GELO
C: PLANEJAMENTO DA NAVEGAÇÃO NO GELO
C: ACOMPANHAMENTO DA NAVEGAÇÃO NO GELO
C: VARIAÇÕES SAZONAIS DO GELO MARINHO
Este capítulo pretende examinar as características dos gelos no mar, seus
aspectos e influências mais importantes, destacando os icebergs, bergy
bits, growlers e pack ice . São descritos os principais procedimentos e
recomendações para navegação independente no gelo, ressaltando-se as
condições desfavoráveis, os indícios da presença de gelo nas
proximidades, as limitações do uso do radar para detectar gelo flutuante
e costeiro .

São evidenciados os principais aspectos e requisitos para manobra de


navios no gelo.

Comenta -se o serviço de apoio de quebra-gelos. Detalhamentos de


manobras e comun icações com quebra-gelos são apresentados no anexo

361
D e a terminologia usada em navegação no gelo é apresentada no
glossário (anexo G).

CONSIDERAÇÕES GERAIS

Nos períodos glaciais os limites de gelo avançam consideravelmente em


direção das latitudes médias . Além disso, aumenta muito a espessura da
camada de gelo depositada sobre os continentes, ocasionando uma
significativa redução do nível dos oceanos . Calcula-se que há 18.000 anos,
quando a temperatura da Terra começou a elevar-se muito lentamente,
o nível do mar chegou a estar cerca de 100 metros abaixo do nível atual.
Com o aquecimento da Terra e o consequente derretimento dos gelos, o
nível da água foi subindo de forma gradual, até uns 6.000 anos (4.000
a.C.), estabilizando-se num nível bem parecido com o atual.

O que se tem hoje é apenas a variabilidade anual causada pela


sazonalidade. Por isso consultando as Cartas Piloto, verifica-se que as
linhas de limites dos gelos nas altas latitudes variam com as estações do
ano.

Por esta razão, estas publicações são instrumentos de grande utilidade


para os navegantes de altas latitudes.

1- CARACTERÍSTICAS DOS GELOS NO MAR

Os gelos influenciam acentuadamente a temperatura ambiental porque


refletem cerca de 80% da radiação solar incidente, e contribuindo dessa
forma para o esfriamento das camadas baixas do ar e a consequente
progressão do processo de congelamento. Este fato é agravado, quando
a cobertura é de neve, pois a reflexão da radiação solar incidente pela
neve é superior a 90%.

1.1 - ASPECTOS IMPORTANTES Dos GELOS No MAR E SUA INFLUÊNCIA


SOBRE A NAVEGAÇÃO

a) Restringem os movimentos e manobras dos navios. Na estação de


inverno, podem mesmo impedir a navegação .
b) Os gelos no mar são um perigo para a estrutura do navio,
principalmente nos pontos vulneráveis como os hélices e o leme.
c) Dificultam o acesso a portos.

362
d) Condicionam quais as derrotas seguras ou mesmo as possíveis, de
acordo com a linha limite de influência dos gelos flutuantes. A
sazonalidade desses limites é evidenciada nas Cartas Piloto .
e) Dificultam a navegação costeira, devido à variação do contorno da
costa e dos acidentes geográficos característicos da região e
impossibilitam uma cartografia náutica precisa.
f) Dificultam a navegação astronômica devido a valores anormais da
refração.
g) Dificultam a navegação eletrônica devido à propagação irregular.
h) Dificultam a utilização do radar como auxílio à navegação,
ocasionando falhas de interpretação das imagens, devido as
modificações do perfil da costa, a ecos falsos ou atenuados,
principalmente nos gelos flutuantes .

1.2- GELO MARINHO

A densidade dos gelos é função inversa do ar contido, mais ar, menos


denso e função direta da salinidade, mais sais, mais denso. Nos gelos
flutuantes, o valor da densidade determina a relação existente entre a
massa submergida e a emergida. A relação entre as massas é dada pelo
quociente da densidade do gelo sobre densidade da água subtraída da
densidade do gelo. Dependendo do tipo de gelo, a relação entre as
massas submergida/emergida varia de 8 a 9, ou seja, a parte submersa
do gelo marinho é cerca de nove vezes maior que a parte visível.

Os gelos continentais são permanentes e chegam a atingir espessura


superior a 2000 metros. Já os gelos chamados de glaciais são aqueles
permanentes acumulados em certos lugares cuja orografia e contextura
permitem ou facil itam seu deslocamento a níveis baixos.

Se o glacial chega ao mar, segue avançando dentro do mesmo,


descansando no fundo, até que a profundidade seja suficiente para que
os gelos flutuem .

A flutuabilidade do gelo, as marés e os temporais fazem com que se


desprendam dos glaciais, partes de grandes dimensões, conhecidas como
"icebergs", que flutuam livremente e são arrastadas pelos ventos e
correntes, atingindo as rotas frequentadas pelos navios e por isso levando
muita preocupação a esses Navegantes.

363
FIGURA Xll-1
ICEBERG TÍPICO DO HN
O Iceberg típico do HN é um Glac iar de
gra nd es propo rções e formas irregu lares,
co m dim ensões norm ais entre 10 a 40
metros de altura e comprime nto que pode
alca nça r 1000 metros. Sua cor bra nca te m
algum as vezes to nali da des ve rd es ou
az ui s, bem suaves. Sua parte subm ersa
co rres po nde 8 a 9 vezes a parte emersa o
que faci lita o se u des loca mento pelas
correntes frias e profundas (Fonte:
DI GEST, 1980).

Conforme a água do mar se esfria, aumenta sua densidade e diminui de


volume até alcançar o ponto de congelamento. Nessa situação, a água do
mar tem um aspecto oleoso cremoso, observando-se pequenas placas e
agulhas de gelo puro, que com o tempo se multiplicam e aumentam de
espessura e acabam se convertendo em pedaços de gelo de forma
aparentemente circular. Nessa fase do processo, já se observa que a
ondulação do mar se reduz. Se a temperatura do mar favorecer, os
pedaços de gelo (pancakes) se agrupam, se soldando entre si, cobrindo
toda a superfície.
É interessante destacar que o congelamento do mar inicia-se nas
imediações da costa, onde a temperatura da água é mais baixa que em
alto mar.
Isto se deve a fato do vento continental chegar à costa numa temperatura
bem mais fria que a da água do mar e consequentemente provocar um
maior esfriamento nas águas costeiras .
Uma vez iniciado, este processo se estende mar a dentro, de forma
gradual.
Nas regiões em que se encontram gelos do ano anterior, o processo de
congelamento se acelera, já que a presença de gelo no mar esfria a água
e reduzem a ondulação.
Em alguns casos o gelo se prolonga muitas milhas mar a dentro, em forma
de península ou língua .
Na realidade, o processo de congelamento da água do mar, além da
temperatura, depende fundamentalmente da salinidade . Maior
salinidade requer uma temperatura mais baixa.
Outros fatores dificultam a formação de gelo no mar.

364
A formação inicial de gelo puro acarreta um aumento da salinidade por
cessão de seus sais à água que o rodeia .
As ondas provocam uma mistura das águas superficiais, e por
consequência necessita-se que a água adquira a temperatura de
congelamento em uma camada superficial de espessura bem maior e
homogênea . Semelhante processo se observa em regiões com correntes.

Se a massa d'água for homogênea, a temperatura de congelamento é


alcançada simultaneamente em toda ela, podendo a formação iniciar-se
na superfície, numa camada intermediária ou sobre o fundo .

O gelo pode também se formar com a neve que cai sobre a superfície do
mar. Se a temperatura é baixa, não se derrete e flutua, chegando a
constituir uma capa de espessura razoável que se converte em gelo, se o
esfriamento continua .

A salinidade do gelo marinho é função de diversos fatores . Inicialmente


depende da temperatura do ar, já que a presença de uma temperatura
do ar menor corresponde a maior salinidade .

Outro aspecto é a idade de formação do gelo, porque quando o gelo


envelhece, a salinidade diminui por perda de salmoura e por depósito de
neve.

Observa-se que gelo de um ano pode ser utilizado para produzir água
potável e nos de dois anos a salinidade é praticamente nula.

A evolução do gelo marinho se dá pelo agrupamento de pequenas partes


(ice cakes), formando peças bem maiores (pan cake ice), que em
condições propícias de temperatura e mar acabam se soldando em uma
superfície contínua (floe) que pode alcançar dimensões consideráveis.

A espessura do gelo novo aumenta gradualmente, de até 10 em no


primeiro dia até 2 metros no final da estação de inverno.

Com a chegada do verão, a conservação da superfície gelada é afetada


pela radiação solar, temperatura do ar e da água mais alta, fusão da neve
depositada em sua parte superior, a água de degelo procedente de terra,
condensação superficial de vapor d'água, vento e ondas, até fragmentar-
se (brash ice) .

Bancos de gelos ou barreiras de diversas formações, com grandes


extensões, dificultam ou impedem a navegação e o acesso à costa .

365
FIGURA Xll-2 (a) e (b)
NAVEGAÇÃO NO GElO
Navio navegando em
região co m fo rm ação de
gelo ma rinh o tipo Pack
Ice, com co m posição e
di sposição irregul ares.
(Fo nte : DI GEST, 1980) .

Em muitas ocasiões, os gelos marinhos formados próximo à costa acabam


se soldando às extremidades da costa, constituindo então gelo firme (fast
ice), que podem alcançar largura de muitas milhas. O normal é se
encontrar largura de 2 a 20 milhas.

Outro tipo de banco de gelo, de grandes dimensões, se chama "pack ice"


ou " ice field " , constituído de partes de diversos tamanhos e formas, com
espaços de águas livres (polynyas) e canais (leads) parcialmente
navegáveis.

O Ártico pode ser considerado um gigantesco "pack ice", cujos gelos


derivam lentamente com as correntes .

Na Antártica o "pack ice" se limita a um anilho relativamente estreito


que rodeia o continente.

A parte de fora do "Pack ice" tem seus limites submetidos a


variabilidade imposta pela sazonalidade.

É interessante o navegante constatar nas Cartas Piloto a variabilidade


das linhas limites de gelo, comparando as 12 Cartas Piloto mensais.

Ao analisar cartas da estação de inverno e do verão, notará como o


acesso a reg iões de alta latitude variam de uma estação para outra e
requerem especial atenção do navegante.

FIGURA Xll-3
NAVEGAÇÃO NO GELO
Navio navegando em região de Pack
Ice de grande extensão na qua l se
not a sup erfíc ies co m gelos, co m
cla ros e ca nais (Fo nte : DIGEST,
1980).

Em lugares abrigados como enseadas ou baías, os "fast ice" podem


evoluir em espessura da parte que sobressai d'água (ice shelf) em mais de

366
2 metros, podendo chegar aos 50 metros e se manter unida à terra
durante anos . Em sua constituição entram gelo glacial de origem terrestre
e neve.

É uma zona produtora de "icebergs tabular" que, ocasionalmente, se


desprendem da face que dá para o mar (ice front).

1.3 -ICEBERGS GLACIAIS

Suas formas são irregulares e bem variadas com dimensões normais entre
10 a 40 metros de altura da parte emersa e comprimento que pode
alcançar 1000 metros, embora já tenham sido observados icebergs com
alturas superiores a 130 metros. Sua cor branca tem algumas vezes
tonalidades verdes ou azuis, bem suaves.

A altura da parte fora d'água depende da quantidade de ar contida no


gelo, da idade e da forma do iceberg. O iceberg ao ser desprendido de
gelo glacial possui um oitavo da sua altura total. A parte emersa com o
tempo se reduz até chegar à décima parte.

1.4- GROWLERS E BERGY BITS

Com o transcurso do tempo, os icebergs são afetados pela erosão, fusão


e desagregação de pedaços . Esses pedaços são classificados como "bergy
bits", que afloram até 5 metros, e como "growlers" que afloram menos
de 1 metro.

Em sua última etapa, o processo de dissipação do iceberg se acelera,


sendo frequente que o iceberg perca a estabilidade e altere sua posição
de equilíbrio.

Ao mesmo tempo, a produção de "growlers" aumenta sensivelmente e


com eles os riscos da navegação, pois as dificuldades de sua detecção
visual e radar estão associadas a uma massa submersa de 7 a 9 vezes a
parte que afiara.

1.5 -ICEBERGS TABULARES

A classificação desse tipo de iceberg antártico se deve a sua forma


aproximadamente retangular na maioria das vezes e a sua superfície

367
relativamente plana . A expressão tabular se aplica exclusivamente aos
icebergs desprendidos da frente marítima do "ice shelf" antártico e do
"ice island" no hemisfério norte. Em todos eles se observa a estratificação
do gelo em camadas horizontais, devido ao congelamento da neve
depositada em anos sucessivos .

Sua cor que é inicialmente branca, por causa da grande quantidade de ar


que contém, muda gradualmente para tonalidades azuis pouco intensas.
Suas dimensões podem ser extraordinárias, sendo frequentes os de 6 a
10 milhas de comprimento e numerosos os de 1 milha.

Já se observaram icebergs tabulares com dezenas de milhas de


comprimento.

A altura da parte que aflora está entre 5 e 35 metros e a parte submersa


é 4 a 5 vezes a que aflora .

2- NAVEGAÇÃO NO GELO

Q PLANEJAMENTO DA NAVEGAÇÃO NO GELO

2.1- CONDIÇÕES DESFAVORÁVEIS

Os navios que navegam em altas latitudes estão sujeitos às seguintes


condições :

a) Temperatura do ar à superfície mais baixa do que a TSM, no


inverno.
b) Ventos fortes (gales) no inverno e nevoeiro no verão .
c) Temperatura da água do mar mais baixa do que a do ar, no verão.
d) Baixa umidade relativa, no inverno.
e) Presença de gelo flutuante na época do degelo polar.
f) Nevoeiro nas proximidades de separação gelo/água .
g) Congelamento da superestrutura: há grande e perigosa possibilidade
de forte congelamento quando ocorrer simultaneamente temperatura
do ar igual ou inferior a 2° C e vento soprando a mais de 17 nós.

Em geral, os ventos de força 5 da escala Beaufort causam fraco


congelamento; os de força 7, congelamento moderado; os de força 8 ou

368
mais, forte congelamento o que pode afetar a estabilidade do navio em
mar severo.

FIGURA Xll-4 (a), (b), (c). (d) e (e)


CONGELAMENTO DA SUPERESTRUTURA
Depósito de gelo na superestrut ura da embarcação. Faina de limpeza para minimizar o
comprometimento da estabilidade, devido ao indesejado acúmu lo de peso alto. (Fonte:
internet).

2.2 -INDÍCIOS DA PRESENÇA DE GELO NAS PROXIMIDADES

Quando se navega em mar aberto, em altas latitudes é possível detectar


a aproximação de gelo, se forem observados os seguintes indícios:

a) Reflexo luminoso (ice blink): um indício relativamente frequente e


que pode ser a primeira indicação da presença de gelo nas
proximidades.
Geralmente é visto algum tempo antes de se perceber o gelo,
aparecendo como uma reflexão luminosa da parte inferior das
nuvens sobre o gelo.
Sua luminosidade aumenta depois de uma precipitação de neve.
Em dias claros, o reflexo luminoso pode ter aparência de uma
bruma seca, clara ou amarelada .

369
b) A presença de pequenos fragmentos de gelos sempre indica que há
uma concentração de gelo próximo .
c) O mar se acalma, quando o navegante se aproxima de um campo
de gelo por sotavento.
d) A presença de nevoeiro de advecção, geralmente indica a presença
de gelo por perto, o qual provocou o resfriamento do ar.

2.2.1- DISTORÇÕES CAUSADAS PELA REFRAÇÃO

Em dias cla ros pode haver uma refração anormal e, embora o campo de
gelo possa ser visto a uma distância maior do que normalmente seria
possível, suas características podem ser extremamente amplificadas.

2.3 -INDÍCIOS DE MAR LIVRE

A observação dos indícios abaixo pode indicar a existência de mar livre :

a) Manchas escuras em nuvens baixas, algumas vezes quase negra s


em comparação às nuvens, indicam a presença de água abaixo.
Quando o dia está muito claro, este indício é menos evidente .
b) Manchas escuras no nevoeiro indicam a mesma coisa, mas não
podem ser vistas de uma distância maior que a reflexão nas nuvens.
c) Uma faixa escura em uma nuvem alta indica a presença de áreas de
água livre que poderão levar a áreas maiores de água livre nas
proximidades .

2.4- Uso DO RADAR PARA DETECTAR O GELO

O radar pode ser de grande ajuda na navegação, diante de condições de


visibilidade limitadas desde que sua imagem seja corretamente
interpretada.

O gelo não é um bom alvo a mais de 3 milhas. Os melhores resultados


são obtidos a uma distância menor do que 3 milhas.

As águas de área aberta e as banquisas formam , na tela, traços tão


semelhantes que o operador poderá facilmente se confundir.

Num campo de gelo, a borda de uma banquisa é bem delineada, o mesmo


acontece com os limites de uma zona de água aberta .

370
O gelo que está próximo à costa pode aparecer no radar como parte de
terra. O operador deverá saber diferenciar os dois, diminuindo o ganho
do receptor. As geleiras são bem visíveis no radar, mas é difícil distinguir,
entre elas, gelo superposto e comboios de navios.

Os lcebergs, dependendo do seu tamanho e configuração, podem ser


detectados num raio de 5 a 15 milhas, exceto em caso de nevoeiro, chuva
ou outras condições adversas que possam afetar o radar.

Apenas uma altura mínima dos pequenos pedaços de gelo emerge,


então, as ondas podem encobri-los e escondê-los.

Exceto no caso de um pedaço de gelo de formação recente, a erosão


causada pela água o tornará liso e, consequentemente, um alvo fraco
para o radar.

Eles podem ser uma séria ameaça a qualquer navio.

2.4.1- Uso DO RADAR NA NAVEGAÇÃO EM ALTAS lATITUDES

Não é recomendável plotar uma posição tendo por referência um único


ponto de terra, utilizando o radar ou a giro. Em altas latitudes é melhor
medir, no radar, a distância de dois ou mais pontos com uma separação
azimutal adequada e plotar na carta náutica esses círculos, tendo as
distâncias como raio. Tal procedimento, naturalmente, exige uma escolha
atenta e identificação correta das informações dadas pelo radar. As
leituras do radar apresentam dificuldades de determinar a fronteira entre
a água e o gelo.

Uma redução do ganho do receptor deve reduzir o eco do gelo .

2.5- NAVEGAÇÃO INDEPENDENTE

A experiência tem provado que os navios, que não são reforçados para a
navegação no gelo e que têm uma velocidade de até 12 nós, são
irremediavelmente imobilizados, mesmo por uma fraca concentração de
gelo, enquanto que os mais ágeis e reforçados podem avançar, através de
gelo novo. Estes últimos geralmente podem navegar sem escolta,
seguindo as rotas recomendadas.

371
2.5.1- EXIGÊNCIAS PARA NAVIOS QUE OPERAM NO GELO

As máquinas de todos os navios que operam no gelo devem ser capazes


de responder prontamente às ordens de manobra .

O mesmo deve suceder com os equipamentos de comunicação e


navegação, em particular o radar, que deve estar em perfeito estado de
funcionamento.

Os navios leves ou parcialmente carregados devem ser lastrados, porém


não excessivamente, a fim de que não tenham diminuído sua capacidade
de manobra .

A aspiração e descarga das bombas devem ser removíveis, a fim de que


possam ser limpas do gelo e da neve, que sempre se acumulam nas bocas.

Por fim , o navio deve dispor de bons holofotes pa ra a navegação noturna,


esteja ou não sendo escoltado por um quebra-gelo.

Q ACOMPANHAMENTO DA NAVEGAÇÃO NO GELO

2.6- ENTRANDO NO GELO

A rota recomendada pelo agente de operações no gelo é estabelecida a


partir das últimas informações disponíveis e se aconselha aos
Comandantes a modificar sua rota de acordo com as orientações
recebidas.

Estes são alguns conselhos úteis para a manobra de navios no gelo :

a) Não penetrar em uma zona de gelo, se há outra rota livre, mesmo


que seja mais longa.
b) Não subestimar a dureza do gelo, por ser extremamente perigoso.
c) Entrar no gelo com pouca força para receber o impacto inicial e,
uma vez dentro, aumentar a velocidade o suficiente para manter o
curso adiante e o controle do navio.
d) Evitar passar perto de formações de gelo.
e) Não tentar navegar por entre os gelos, na escuridão, sem estar
munido de bons holofotes; se não puder avançar por causa da má
visibilidade, deixar o hélice girando em baixa rotação, para que o
mesmo não seja danificado pelo gelo.

372
f) Ter o máximo cuidado, ao dar atrás no gelo, pois a hélice do navio
é a parte mais vulnerável. Deve-se sempre fazê-lo com o leme a
meio .
g) Evitar passar perto de icebergs que estejam no meio de formação
de gelos, porque ambos são afetados pelo vento, mas só os
icebergs são arrastados pela corrente profunda.
h) Os navios sem escolta geralmente precisam de um quebra-gelo,
pa ra se libertarem, caso fiquem presos no gelo. Entretanto, os
navios lastrados podem , algumas vezes, se libertar sozinhos,
bombeando e transferindo lastro de um bordo para o outro ou de
uma extremidade para outra .

2.7- CONSERVABILIDADE DE MANOBRA

L::) Evitar ficar preso no gelo e seguir o fluxo do gelo .

O gelo é um obstáculo a qualquer navio, mesmo para um quebra-gelos, e


o navegador sem experiência no gelo deve aprender a respeitar seu poder
e força latente sob todas as suas formas.

Entretanto, é perfeitamente possível, e os fatos assim o demonstram que


sólidos navios, em mãos experientes navegam sem problemas, através do
gelo .
FIGURA Xll-5
NAVEGAÇÃO NO GELO
O navegante deve ter espec ial atenção
com a conse rvab ili da de de manobra,
evitando f icar preso no gelo. Entrar no
gelo com po uca força para receber o
impacto in icia l e um a vez dentro
aumentar a veloci dade, o suficiente para
mant er o curso adiante e o co ntro le do
navio (Fonte: SURVEYO R, 1977).

O primeiro requisito para se navegar sem transtornos, no gelo, é a


conservabilidade de manobra, pois, uma vez preso, o navio segue o fluxo
do gelo.

Este tipo de navegação requer muita paciência e pode ser uma atividade
cansativa, com ou sem auxílio de navios quebra-gelos.

373
Deste modo, a maneira mais segura e rápida de se chegar a um porto ou
alto mar é contornar uma zona de gelo difícil, da qual se conheçam os
limites.

2.8- MANOBRA NO GELO

A experiência tem provado que há três regras fundamentais de manobra


no gelo:

a) Manter-se em movimento.
b) Manobrar seguindo o movimento do gelo e não contra ele .
c) Manter baixa velocidade a fim de não causar danos estruturais ao
navio.

FIGURA Xll-6 FIGURA Xll-7


NAVEGAÇÃO NO GELO NAVEGAÇÃO NO GELO
Situ ação t ípi ca de navegação seg uindo o O navega nte, ao manobrar no gelo, deve ter
movim ento do gelo e não contra ele, es pecia l at enção para dar atrás semp re com
mantend o-se sem pre com seguiment o em leme a meio. Os navi os parcialm ente
ba ixa ve locid ade a f im de não ca usar dan os carregados, mas lastrados, qu and o presos no
estruturais ao navi o, vi sto qu e não se deve gelo, pode m, algum as vezes, libertare m-se
subest imar a dureza do gelo (Fonte : sozi nh os, bo mbea nd o e t rans feri nd o lastro
SURVEYOR, 1977) . (Fo nte: SURVEYOR, 1977) .

2.9- Os QUEBRA-GELos

A Guarda Costeira Canadense tem um número lim itado de quebra-gelo


disponível para escolta e apoio da navegação e nem sempre podem
atender quando solicitados . Entretanto é importante que os escritórios
de operações no gelo estejam muito bem informados da posição e rumo
dos navios navegando onde haja gelo.

Os navios que estão seguros de poder navegar sozinhos no gelo e que não
dão sua posição como é solicitado, dificultará o envio do quebra-gelo, o
que ocasionará sérias demoras.

374
Os quebra-gelos da Guarda Costeira Canadense, muitos dos quais levam
helicópteros, operam no gelo há muitos anos, desde o Golfo de São
Lourenço até o extremo norte do Mar de Lincoln. Seus comandantes e
tripulações são altamente qualificados e têm grande experiência de
navegação no gelo, de manobras com quebra-gelos e escolta de navios.
É, portanto, indispensável que os navios, ou comboios, com escolta,
colaborem inteiramente com o comandante do quebra-gelo, que deve
ter o comando das operações.

2.10- PATRULHA INTERNACIONAL DO GELO

A Guarda Costeira dos E.U.A. opera esse serviço de patrulhamento, do fim


de março até que o gelo e os icebergs não apresentem perigo à navegação
na parte noroeste do Atlântico. Geralmente, há, ao menos, um navio da
Guarda Costeira dos E.U.A. patrulhando a costa de Newfoundland .

Todas as informações obtidas por este serviço são transmitidas pela


Estação Rádio de St John (VON) e a Estação Rádio de Halifax (CHF) .

3- VARIAÇÕES REGIONAIS DO GELO MARINHO

No hemisfério norte, sobressai-se a costa oeste da Groenlândia, como


produtora de icebergs glaciais.

No hemisfério sul, ao longo dos " ice shelf" situados em todo o anel
continental antártico, observa-se a produção de icebergs tabulares.

FIGURA Xll-8
GELO FLUTUANTE - HN
Limi te aproximado da área de gelo f lutuant e
no At lântico Norte. 1) pos ição em que
af undou o "Titani c" em 1912; 2) Ban co de
Terra Nova; 3 ) Penínsu la do Labra dor; 4 )
Islân dia; e 5) Ilhas Spitz berg. (Fonte:
JIMENEZ, 1981 ).

375
FIGURAXII -9
GELO FLUTUANTE- HS
Limite aproxi mado da área de gelo
flutu ante no Hemisfério Sul: 1) Mar de
Weddell; 2) M ar de Ross; 3) Ilha s de
Zo na Ze lândi a; 4) Ilha de Tasmâ nia; 5)
Ilha de Madagascar; 6) Cabo de Boa
Esperança; e 7) Ilhas Malvin as (Fonte:
JIMENEZ, 1981).

A ocorrência de gelos no mar depende das condições climáticas regionais . Além


da variabilidade sazonal, a influência das correntes oceânicas tem efeito
marcante na formação, movimentação, espessura, concentração e dissipação
dos gelos marinhos.

Por exemplo, em águas canadenses, no golfo de São Lourenço (46° - 50° N), o
gelo se forma ao longo de todo o inverno, enquanto que, na costa norueguesa
(60° - 70° N), não há gelo .

., ..r

FIGURA Xli-lO
BANQUISAS (PACK ICE)- HN
'"
Lim it es apro xim ados de banquisas
(Pack ice ) no Hemisféri o Norte. No
. verão cobrem a zona ce ntral em
branco, limitada pela cost a ou pela
linha de cru zes. No invern o cobrem
t ambém a zon a pontilh ada que se
"' est ende at é a linha tracej ada (Fonte:
JIMENEZ- 1981).

FIGURA Xll-11
BANQUISAS (PACK ICE)- HS
Lim it es aproxim ados de banquisas
(Pack Ice) no HS. No verão cobrem a
zo na em bra nco que rodeia o
conti nen t e antárti co at é a linha de
cru zes. No inve rn o cobrem tam bém a
zo na pontilh ada que se estende até a
linh a tracej ada. (Fonte: JIMENEZ -
1981).

376
-\ 4- ASPECTOS RELEVANTES- CONCEITOS E EXERCÍCIOS
·l
QUESTÕES E SOLUÇÕES- BASEADAS NO LIVRO TEXTO

C NAVEGAÇÃO EM ALTAS LATITUDES (capítulo 12)

A sazonalidade afeta de formas distintas a navegação em altas latitudes.

O navegante deve ter habilidade para enfrentar condições adversas de


gelo flutuante, nevoeiros extensos, congelamento dos borrifos na
superestrutura do navio, frequência de mar muito severo, etc.

Pode-se, então, discutir uma série de conceitos a respeito da afirmativa


acima. Tais como:

1- A sazonalidade é mais significativa nas altas latitudes, afetando as


condições do tempo e do mar.
2- O congelamento das superestruturas das embarcações, afetando
perigosamente a estabilidade, depende da temperatura do ar, em
mar severo .
3- A baixa temperatura do ar e das chapas do navio pode possibilitar o
congelamento dos borrifos e surpreender o navegante,
principalmente à noite.
4- Navegação ortodrômica pode penetrar em latitudes mais altas,
então, requer sempre especial atenção do navegante, quando o
vento está bem frio, mesmo em época sem iceberg ou gelo no mar.
5- A ocorrência de iceberg inicia na época do degelo com o fim do
inverno, na data real da natureza, que é em meados de fevereiro, no
HN e meados de agosto, no HS.
6- Os navegantes observam as linhas limites de iceberg cruzarem as
linhas de rotas recomendadas, ao interpretarem as Cartas Piloto,
dos meses de interesse.
7- A presença de pequenos gelos isolados no mar, tipo Berg bit e
growlers, pode resultar em sérias avarias no leme e na hélice.
8- Os navegantes devem estar atentos aos indícios de presença de
campo de gelo nas proximidades, tais como: nevoeiro, mar calmo,
reflexo luminoso na base das nuvens, etc .

377
EXERCÍCIOS

1- Descreva as principais preocupações dos navegantes ao navegar em


regiões de altas latitudes, em derrota ortodrômica, em destino a área
de latitudes médias.
2- Cite condições do estado do tempo e do estado do mar que são
preocupantes para o navegante, no que diz respeito ao
congelamento da superestrutura das embarcações .
3- Cite os principais aspectos a serem considerados pelos navegantes
com destino a portos de altas latitudes.
4- Cite os principais indícios de presença de gelo flutuante nas
proximidades e indícios de mar livre.
5- Cite as principais influências do gelo marinho sobre a navegação.
6- Cite as principais condições desfavoráveis, na navegação em altas
latitudes.
7- Descreva as principais recomendações aos navegantes que precisam
enfrentar áreas com ocorrência de gelo.
8- Descreva as principais recomendações aos navegantes no que diz
respeito a MANOBRAS, com ocorrência de gelo.
9- Comente os principais aspectos em manobra com quebra-gelos.
10- Comente a variabilidade sazonal da linha limite de icebergs. Cite a
época de início e de pico de ocorrência de iceberg, em ambos os
hemisférios.
11- Analise as principais preocupações dos navegantes, em regiões de
altas latitudes, com mar livre, sem presença de gelo flutuante, mas
com vento forte e muitos borrifos e temperatura do ar abaixo de zero
grau Celsius . Pesquise a época em que a navegação, em altas
latitudes, é mais preocupante pela posição da linha limite de
icebergs, em ambos os hem isférios. (Consulte os atlas de Cartas
Piloto) .
12- Cite as características dos perigos à navegação em altas latitudes,
que apresentam dificuldades do navegante detectar com o radar do
navio.
13- Analise as linhas limites de banquisas (pack ice) no verão e no
inverno, em ambos os hemisférios.
14- Consulte os atlas de Cartas Piloto e identifique a simbologia e
posições observadas de Growlers e bergy bits .

378
CAPÍTULO XIII

CLIMATOLOGIA E CARTAS PilOTO

c; CIRCULAÇÃO GERAL DOS OCEANOS


c; CLIMATOLOGIA- CARTAS PILOTO
c; ELEMENTOS DAS CARTAS PILOTO
c; UTILIZAÇÃO DAS CARTAS PILOTO
c; VARIAÇÕES SAZONAIS NAS CARTAS PILOTO
c; CARTAS CLIMÁTICAS- INVERNO E VERÃO
Este capítulo pretende examinar as características da circulação geral dos
oceanos e os principais elementos das Cartas Piloto nacionais e
internacionais.

Ressalta-se a circulação oceânica fechada ou circular, nos hemisférios


norte e sul, em cada oceano (Pacífico, Atlântico e Índico) e as principais
correntes marítimas que compõem essa circulação geral.

Descrevem-se os parâmetros climáticos mais significativos das Cartas


Piloto, evidenciando-se os aspectos de maior interesse dos navegantes e
sua variabilidade mensal e sazonal para as regiões em questão.

Entre as representações gráficas dos parâmetros meteorológicos e


oceanográficos destacam-se : ventania (galesL altura das ondas, limite
máximo de " iceberg" e " pack-ice", ciclones extratropicais, ciclones
tropicais e furacões, além de ventos e correntes oceânicas
predominantes.

1 - CIRCULAÇÃO GERAL DOS OCEANOS

Da mesma forma que a atmosfera, os oceanos com suas circulações gerais


contribuem significativamente para o equilíbrio térmico do planeta . A
rotação da TERRA influencia as circulações atmosféricas e oceânicas, em

379
seus movimentos na direção norte-sul e sul-norte, ocasionando desvios
em suas trajetórias.
Estes desvios são denominados efeitos da força de Coriolis e são para a
direita no HN e para a esquerda, no HS.
Em ambos os hemisférios, a corrente oceânica que flui na direção das
altas latitudes, é denominada corrente quente ou temperada, porque
transporta energia para as regiões mais frias, aquecendo o ambiente.
Já a corrente oceânica que flui na direção do equador, é denominada
corrente fria, porque vai absorver energia das regiões mais quentes,
esfriando o ambiente .
A contribuição das correntes oceânicas para o balanço térmico do planeta
envolve uma quantidade de energia extraordinária, possibilitando a
ocorrência de climas bem diferentes em regiões situadas ao longo de um
determinado paralelo de latitude e, portanto, sujeitas as mesmas
condições de incidência de radiação solar.
Como exemplo cita-se o contraste de clima que se observa no paralelo
60° de latitude norte, entre a costa do Canadá e Groenlândia e as costas
da Escandinávia e do noroeste da Inglaterra.
A primeira banhada pela corrente fria do Labrador e a segunda
beneficiada pelo efeito das correntes quentes e temperadas do Golfo do
Atlântico Norte e da Noruega.
É importante o navegante observar a circulação geral fechada que ocorre
no Atlântico, Pacífico e Índico, em ambos os hemisférios.
As correntes afetam a navegação de longo curso, em virtude das
significativas mudanças de direção, quando a embarcação navega de um
quadrante para outro do oceano.
A circulação geral deve ser considerada no planejamento das longas rotas
e as características das correntes indicadas nas Cartas Piloto devem ser
consideradas pelos navegantes no permanente acompanhamento de sua
navegação meteorológica e oceanográfica.
1- O navegante deve estar atento no mês de seu interesse no Atlas de
Cartas Piloto, quais os parâmetros que tem comportamentos
significativos e que podem afetar sua navegação planejada tais como
correntes oceânicas em navegação de longo curso.

380
FIGURA Xlll-1
CIRCULAÇÃO GERAL DOS OCEANOS
A circula ção oceânica é fec hada nos hemi sférios norte e sul, tanto no ocea no Atl ânti co, como no
Índi co e Pacífico. Nos três oceanos a co ntracorrente equatorial qu e flui para lest e (E) separa essas
circulações fechadas, ao pa sso qu e as co rre ntes norte equatori al e sul equ atorial flu em para oeste
(W). No hemi sfério sul, na s altas latit udes, a corrente circumpo lar antártica flui para leste (E), e na
parte lest e dos oceanos se ram ifi ca em co rrentes fri as (do Peru, de Bengu ela, do oeste da Au strália)
qu e fluem para o Equador.
No Hem isfér io Norte dest aca m-se as corre ntes quentes do golfo (Atlântico) e de Kuroshio (P acífico)
qu e flu em para altas latitudes, e no Índi co norte as co rrent es do mar Arábico e do mar do sul da Ch ina
que são influ enciada s pe las mon ções de verão (SW) e de inverno (NE) . (Fonte: DIGEST, 1980).

Especial atenção ao efeito da força de Coriolis. As correntes oceânicas


quentes desviam para leste (E) e as correntes frias para Oeste (W) em
ambos os hemisférios. Situações semelhantes ocorrem na atmosfera (ver
ventos alísios).

Tabela XIII- 1
CIRCULAÇÃO GERAL DOS OCEANOS

ATLANTlcO PACIFico INDICO

C. do GoKo
c. do AtiAooco Norte ~ C. de KlJ'OShiO O C. da Somái a Q
C. do Pacifico Norte Q C. de Monções de hYamo
NCJR'M C. de Portugal e de
C. da Cai fómla F ou de verao Q
Canárias F
C. Norte Equatorial Q C. do Norte Equatorial Q
C. Norte Equatorial o

EQUADOR Contracorrerte Equatorial Q Cortracorrerte Equatorial Q Contracorrerte Equatorial Q

c. Su Equatorial Q
C. Su Equatorial C. Su Equatorial Q C. de Moçambiqua e
SUL C. do Brasll
o C. Otiertal da ALAõtráia Q das Agloflas Q
c. da Artártica o C. da Artártica F c. da Artártica F
F
C. de Benguela C. do PenMrnbolt F C. Ocidertal da Austrái a F
F

NOTA: F • Fria; O·OuMaou~; C. •Cotntri8

(Fonte: WMO)

381
2- ELEMENTOS E UTILIZAÇÃO DAS CARTAS PILOTO

2.1- CARTAS PILOTO

Q Uso da carta: As Cartas Piloto não são apropriadas para uso isolado,
mas em conjunto com outros auxílios de navegação. Sua forma gráfica
apresenta a frequência de dados de meteorologia e oceanografia,
coletados em muitos anos, visando auxiliar o navegante na seleção da
rota mais rápida e segura .

Estão incluídas em todas as cartas as explicações de como usar cada tipo


de informação retratada.

São cartas que apresentam de forma gráfica uma variedade de


informações com a finalidade de facilitar as providências, procedimentos,
precauções e decisões dos navegantes na escolha das melhores derrotas
e condução adequada dos navios.

As informações contidas nas Cartas Piloto, e bem analisadas, facilitam o


planejamento da derrota, com o navio ainda no porto. Pois, entre outras
características, as Cartas Piloto indicam as correntes costeiras e oceânicas
que o navio irá encontrar em sua viagem, podendo então o navegante se
beneficiar das correntes favoráveis e evitar, sempre que possível, as
correntes contrárias ao seu rumo.

É recomendado ao navegante, na determinação dos rumos de sua


derrota, escolher ou modificar com a devida antecedência os rumos para
desviar-se das correntes costeiras contrárias, visando obter um melhor
rendimento na sua navegação.

Para tal o navegante deverá ao examinar as Cartas Piloto, observar


também elementos que influenciam no estado do mar, como ventos
predominantes, que são registrados na forma de rosa-dos-ventos, pela
representação gráfica de várias setas concentradas no centro de cada
quadrado de 5 graus de latitude por 5 graus de longitude (5° X 5°).

De uma forma geral, o navegante encontrará nas Cartas Piloto uma


grande quantidade de informações sobre diversos tipos de parâmetros
meteorológicos e oceanográficos, entre as quais destacam-se:

a) Ventos (direção, intensidade e percentual de ocorrência).


b) Correntes (direção, intensidade).

382
c) lsotermas TSM {linhas de igual temperatura da superfície da água do
mar).
d) lsotermas do Ar (linhas de igual temperatura do ar à superfície) .
e) lsogônicas (linhas de igual declinação magnética) .
f) Rotas {linhas de derrotas recomendadas para o porto indicado) .
g) Áreas de previsão meteorológicas.
h) Áreas abrangidas pelos boletins meteorológicos.

Tem-se ainda para os principais Portos Brasileiros informações sobre :

a) Nevoeiro .
b) Visibilidade .
c) Pressão atmosférica à superfície .
d) Vento forte .
e) Ventos predominantes .
f) Temperatura do ar.

As informações apresentadas nas Cartas Piloto são resultado de um


trabalho estatístico de períodos superiores a trinta anos de observação e
coleta de dados .

É interessante o navegante atentar que as informações são fornecidas,


em percentual ou frequência de ocorrência do parâmetro e não por
indicação de valor médio . Com a vantagem de apresentar ao navegante
qual a possibilidade de, naquele mês de interesse, ocorrer tal vento ou tal
corrente .

Essa informação da carta piloto é a indicação de uma probabilidade,


baseada na observação de vários anos anteriores e que normalmente se
repetem no mês em questão.

Porém para o acompanhamento diário da evolução do tempo e do estado


do mar, durante a viagem, o navegante não deve dispensar o permanente
monitoramento e interpretação das informações diárias do tempo
presente e das previsões do tempo para as próximas horas, constantes
dos boletins meteorológicos transmitidos diariamente pelo Serviço
Meteorológico Marinho conhecido como METEOROMARINHA. Em função
desses boletins, os navegantes deverão efetuar os seus ajustes em suas
derrotas e em suas programações de atividades marítimas.

383
2.2- UTILIZAÇÃO DO ATLAS DE CARTAS PILOTO BRASILEIRO

2.2.1- DESCRIÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS E SÍMBOLOS

O Atlas de Cartas Piloto- Oceano Atlântico de Trinidad ao Rio da Prata,


publicado pela Diretoria de Hidrografia e Navegação- DHN e disponível a
todos os navegantes, abrange o trecho do Oceano Atlântico Sul
compreendido do litoral do Brasil até o meridiano de 20°W e do paralelo
de 10° N ao paralelo de 35°5, cobrindo toda a costa brasileira, de norte a
sul.

As representações gráficas, dos parâmetros meteorológicos e


oceanográficos encontradas nas Cartas Piloto Brasileiras, seguem as
seguintes características:

FIGURA Xlll-2
CARTA PILOTO BRASILEIRA
As linh as pret as indi ca m rot as recom end ada s
e as linh as verd es indi ca m a corrente do
Bra sil. (Fo nte: BRASIL. DHN , 1993 ).

1) VENTO

As rosas dos ventos, de cor azul, indicam em percentagens as direções de onde


sopram os ventos, por octante, ou seja, direção N, NE, E, SE, S, SW, W e NW. O
número de traços ou penas na extremidade das setas representa a intensidade
do vento, indicada pela força do vento na escala BEAUFORT. A representação da
direção da seta indica a direção do vento e seu tamanho ou o número em cima
da seta indica a frequência com que o vento ocorre naquela direção. Então, o
navegante ao observar cada quadrado de 5° x 5° irá constatar a direção do vento

384
predominante, e outros ventos menos frequentes. Chama-se de vento
predominante o vento cuja direção apresenta a seta de maior tamanho ou
número mais elevado. A percentagem de ocorrência de ventos em determinada
direção, quando não indicada diretamente, pode ser determinada comparando-
se o comprimento da seta, medida a partir da circunferência, com a Escala
Percentual de Ventos, existentes na carta, próxima ao trecho de instruções.

No centro das circunferências estão indicadas as percentagens de ocorrências de


calmaria.

FIGURA Xlll-3
ROSA DOS VENTOS DA CARTA PILOTO
Nas Cartas Piloto a indi caçã o da direçã o dos ventos
predom inantes, em det ermin ada área, é reg ist rada
grafi ca mente por Rosa dos Ventos. A f requ ência pelo
ta manh o da fl ec ha, a intensid ade pelo nú me ro de
t raços na extremid ade (E sca la Beaufort) e a f re qu ência
de ca lm ari a pela num eraçã o do círcul o ce ntral. (Fonte:
DHN) .

Por exemplo: A figura Xlll-3, contida na Carta Piloto Brasileira (1993, 2.


ed .) é interpretada obtendo-se as seguintes características do vento:

Tabela XIII - 2
INTERPRETAÇÃO DA ROSA DOS VENTOS DA FIGURA Xlll-3

FREOO~CIA FORÇA
DIREÇÃO (%) BEAUFORT
a) de Norte 2 2
b) de Nordeste 8 3
c) de Leste 54 3
d) de Sudeste 29 3
e) de Sul 2 3
e) de Sudoeste 1,5 3
g) de Oeste - -
h) de Noroeste 1,5 3
Calmaria 1% (Fonte : autor)

2)TSM

Temperatura da Superfície do Mar - As isotermas em linhas cheias


encarnadas, indicam em graus Celsius a temperatura da água da
superfície do mar.

3) TEMPERATURA DO AR

As isotermas, em linhas tracejadas encarnadas, indicam em graus Celsius


a temperatura do ar à superfície.

385
4) CORRENTES

As setas, em verde, indicam as direções predominantes, e os números, as


velocidades médias das correntes da água do mar na superfície .

5) ÁREAS DE PREVISÃO

As áreas definidas por letras e limitadas por linhas cheias em cinza


representam as regiões para as quais, o Serviço Meteorológico Marinho
diariamente divulga previsões meteorológicas.

A distribuição da previsão meteorológica ao longo da costa é feita em 8


áreas, começando pela Costa Sul com a letra A até a letra H na Costa
Norte.

É interessante observar que na regi ão entre Florianópolis (SC), Cabo Frio


(RJ) a área oce ânica leva a letra B e a área costeira leva a letra C. As
previsões cobrem ainda duas regiões oce ânicas bem afastadas da costa
até o meridiano de 20° de longitude W, que são designadas pela letra S
de Sul e pela letra N de norte.

6) LINHAS ISOGÔNICAS

A Declinação Magnética para o ano de 1990 está representada em roxo


por linhas cheias e as variações anuais em linhas tracejadas.

7) VISIBILIDADE NO PORTO

Os números em Azul indicam o percentual da visibilidade inferior a 2,5


milhas náuticas observadas na área do porto em questão.

8) NEVOEIRO NO PORTO

Os números em vermelho indicam o percentual do nevoeiro observado


na área do porto .

9) VENTO FORTE NO PORTO

Os números em encarnado indicam o percentual dos ventos fortes


observados na região do porto .

10) PRESSÃO

A pressão média do ar ao nível do mar está representada em azul por


linhas cheias.

386
11} TEMPERATURA DO AR NO PORTO

Os números em vermelho indicam a temperatura média do ar no porto


em questão.

12} VENTO NO PORTO

A rosa dos ventos, em azul, indica os percentuais dos ventos


predominantes na área do porto .

No verso de cada carta piloto, estão registradas informações para os


principais portos brasileiros e ilhas oceânicas. O atlas de Cartas Piloto é
composto de 12 cartas, cada uma para um mês.

É bastante interessante o navegante adquirir o hábito de consultar a carta


piloto do mês em curso e fazer a comparação com as dos meses
anteriores e as dos meses posteriores, para deste modo ressaltar quais os
parâmetros meteorológicos e oceanográficos que apresentam mudanças
significativas na região de interesse.

Como exemplo, recomenda-se que o navegante pesquise nas Cartas


Piloto como o elemento visibilidade varia de mês para mês ao longo do
ano no seu porto de trabalho, por causa da sazonalidade, ou seja, por
efeito das estações do ano, verão, outono, inverno e primavera.

2.3- UTILIZAÇÃO DO ATLAS DE CARTAS PILOTO INTERNACIONAIS

2.3.1- DESCRIÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS E PARÂMETROS

As Cartas Piloto internacionais, a seguir descritas, são compostas de 5


coletâneas de 12 cartas mensais, conforme a região oceânica . Essas cartas
são publicadas pela Instituição Norte Americana "Defense Mapping
Agency" (DMA) com a seguinte denominação:

NVPUB 105 -Atlântico Sul (Figura Xlll-4);


NVPUB 106 -Atlântico Norte (Seção I) (Figura Xlll -5)
-Nordeste do Atlântico Norte (Seção li)
-Mar do Caribe e Golfo do México (Seção 111) (Figura Xlll-6)
NVPUB 107 -Pacífico Sul (Figura Xlll-7)
NVPUB 108 -Pacífico Norte (Figura Xlll -8)
NVPUB 109 -Índico (Figura Xlll-9).

387
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FIGURA Xlll-4 FIGURA Xl ll-5
CARTA PILOTO DO ATLÂNTICO SU L CARTA PILOTO DO ATLÂNTICO NORTE
(SETEMBRO) (ABRIL)
As linh as ve rm elh as po nt ilhadas indica m As lin has ve rm elh as t racejadas indica m
limi tes extremos de Ice berg traz idos pela lim it e ext re mo de Ice berg traz id os pela
co rrente das M alvin as, indi ca da pe las co rrent e do Labrador indi ca da por fl ec has
flechas verdes (Fo nte: USA. DMA, 1991 ). ve rdes. No mar de Sa rgaço (30°N) as fl ec has
verdes mostram a va ri ab ilida de da direção

FIGURA Xlll -6
CARTA PILOTO DO ATLÂNTICO NORTE CARTA PILOTO DO PAC ÍFICO SUL
(JULHO) (AGOSTO)
MAR DO CARIBE E GOLFO DO M ÉXICO A linh a ve rm elh a t raceja da próxi ma do norte
(SEÇÃO 111) da Nova Ze lândi a indi ca limite ext remo de
As linha s verm elh as indi ca m esta do do mar Ice berg e as fl ec has verd es mostram a
com a fr equ ência de 40% de ond as co m grande vari abilid ade da direção das correntes
altura acim a de 8 pés e as f lec has verdes, ao marítimas entre Nova Zelândia e Austrália
sul da Fl óri da, indi ca m a fa mosa co rre nte do (Fo nte : USA, DMA, 1990).
Golfo co m 3,5 nós (F onte: USA, DMA, 1991).

388
f FIGURA Xlll -8
CARTA PILOTO DO PACÍFICO NORTE
(DEZEMBRO)
As linh as preta s mostram rota s reco mendada s
qu e cruzam a corrente de Ku rosh io indicada por
flechas verdes (Fonte: USA. DM A, 1992).

FIGURA Xlll-9 f
CARTA PILOTO DO OCEANO ÍNDICO (AGOSTO)
As lin ha s ve rmelh as enca rn ada s regi stram neste mês fr equência de 30% de esta do do ma r severo
(onda acima de 12 pés ) no mar Arábico e Reg ião Centra l do Índi co. A SW da ilha de Madaga sca r,
as lin has verdes in dica m a co rrent e da s Agulha s (F ont e: USA. DM A, 1981).

Normalmente nas Cartas Piloto internacionais são apresentados os


parâmetros:

a) frequência da altura da onda (frequency of wave heights) ;


b) ventania (gales);
c) ciclones extratropicais (extratropical cyclones) ;
d) temperatura do ar (air temperature) ;
e) ciclones tropicais (tropical cyclones);
f) correntes oceânicas (Ocean currents);
g) ventos (winds) ;
h) pressão do ar na superfície (surface pressure) ;
i) visibilidade (visibility);
j) explanação das rosa dos ventos (explanation of winds rases) ;
I) variação magnética (magnetic variation) ;
m) rotas de círculos máximo- ortodrômicas (great circule routes) ;
n) tempo local (local weather) ;
o) temperatura da superfície do mar (sea surface temperature).

As cartas que abrangem as altas latitudes apresentam, também, linhas


limites de " Iceberg" e de " Pack ice".

389
Nas cartas tropicais observamos informações mais detalhadas sobre a
ocorrência de furacões e de suas trajetórias mais frequentes .

2.3.2- SIMBOLOGIA DOS PARÂMETROS

As representações gráficas dos parâmetros meteorológicos e


oceanográficos encontrados nas Cartas Piloto Internacionais, tanto no
corpo principal da carta, como nos pequenos quadros inseridos na carta,
seguem as seguintes características:

1) ALTURA DAS ONDAS (ESTADO DO MAR)

As linhas vermelhas indicam a percentagem de frequência de ondas com


altura igual ou maior do que 12 pés, exceto na carta piloto NVPUB-106-
Seção 111, que utiliza como referência ondas de 8 pés de altura .

É importante, também, observar as variações das frequências dessas


ondas, mês a mês, devido à sazonalidade .

2) VENTANIA

Os números vermelhos no centro de cada quadrado de 5°, em carta


inserida na carta piloto, mostram a percentagem de ocorrência de ventos
força 8 (oito) ou mais na escala Beaufort. Quando é registrado zero,
ventanias ocorreram, mas em uma frequência insignificante.

3) CICLONES EXTRATROPICAIS

As principais trajetórias dos ciclones extratropicais são mostradas, por


linhas cheias vermelhas grossas . As linhas vermelhas tracejadas indicam
trajetória secundária.

4) TEMPERATURA DO AR

As indicações de temperatura do ar são mostradas por linhas finas


vermelhas, a cada variação de 2° C.

5) CICLONES TROPICAIS

As trajetórias dos ciclones tropicais e furacões são indicadas por linhas


cheias verdes. Elas aparecem somente nos meses de grande frequência ,
e representam a média das trajetórias. Movimentos de sistemas isolados
podem variar muito.

390
6) CORRENTES OCEÂNICAS

As setas verdes indicam a direção predominante, e os números mostram


a velocidade em nós da corrente principal. As setas tracejadas indicam
fluxo provável da corrente de superfície onde os dados são esparsos, mas
muito importante, quando se analisa a variação numa determinada área.

7) VENTOS

A rosa dos ventos na cor azul está posicionada no centro de cada


quadrado de 5°. Quando a seta é tão extensa (acima de 29%) para ajustar-
se convenientemente no quadrado de 5°, a percentagem é indicada
numericamente sobre a extensão da seta.

8) PRESSÃO DO AR NA SUPERFÍCIE

A pressão barométrica reduzida ao nível do mar é mostrada em carta


inserida. As isóbaras são indicadas por linhas cheias azuis para cada 2.5
hPa de diferença de pressão.

9) VISIBILIDADE

Linhas tracejadas em azul, mostradas em carta inserida, indicam o


percentual em que ocorre visibilidade menor que duas milhas.

10) DECLINAÇÃO MAGNÉTICA

As linhas de igual declinação magnética são mostradas por linhas cinza no


corpo principal da carta. A variação anual é mostrada por linhas cinza em
carta inserida.

11) ROTAS DE CÍRCULOS MÁXIMO (ORTODRÔMICA)

As linhas cheias pretas indicam, em condições meteorológicas e


oceanográficas normais para o respectivo mês, os rumos para a derrota
de menor distância entre os portos assinalados. Condições anormais do
clima, como antecipações ou atrasos das estações podem afetar o estado
do mar, o estado do tempo e os limites de gelo flutuante, e exigir dos
navegantes alterações do rumo representado na carta .

12) TEMPERATURA DA SUPERFÍCIE DO MAR


As Temperaturas Médias da Superfície do Mar (TSM) são mostradas por
linhas verdes a cada variação de 4° C, em carta inserida.

391
2.3.3- OCORRÊNCIAS CLIMÁTICAS SIGNIFICATIVAS

C 1 - ATLÂNTICO SUL- NVPUB 105

a) GALES (VENTANIA)

Os gales nessa região estão associados ao período de baixas temperaturas


do ar, inverno no HS, e são frequentes ao longo do ano na área localizada
ao sul do paralelo de 30° S. As ocorrências aumentam a partir de maio, e
alcançam índices mais expressivos no mês de junho, principalmente no
"Silvio dos Quarenta ", (400 5) entre 55° W e 30° E, quando são observadas
frequências que variam de 20 a 30%.

b) ALTURA DAS ONDAS

Em geral, as áreas onde são mais frequentes as ocorrências de ondas, de


12 pés ou mais de altu ra, estão localizadas ao sul do paralelo de 25 ° S. As
influências mais significativas são observadas durante o período de
inverno, alcançando, nos meses de julho, agosto e setembro, área
próxima a 10° S e 30° W ; e 22° S nas proximidades da corrente de
Benguela .

Quadro XIII- l-Interpretação das Cartas Piloto Internacionais


ALTURA DAS ONDAS

-
ARE AS DE OCORR~NCIAS:
CABO HORN. REGIA O SUL. CA BO DA BOA ESPERA NÇA

JAN FEV MAR ABR IIAI JUN JUL AOO SET OUT NOV DEZ
Freqüência
20 20 20 20 30 30 30 20
de
ocorrências
a a a a a a a a
30 30 30 30
30 30 30 30 40 40 40 30
em %

c) LIMITE MÁXIMO DE ICEBERG

O limite máximo de ICEBERG abrange toda área localizada ao sul de 40° S,


e suas influências mais significativas são observadas nos meses de
setembro e outubro ao sul do continente africano; e novembro e
dezembro aos 37° S, 55° W, sul do continente sul americano .

d) LIMITE MÁXIMO DE PACK ICE

Apresenta avanço mais expressivo no mês de setembro, final de inverno


no HS, ao norte da Ilha Georgia do Sul aos 52° S.

392
C 11- ATLÂNTICO NORTE- NVPUB 106

Q SEÇÃO 1- ATLÂNTICO NORTE

a) VENTANIA (GALES)

Os Gales nessa região estão associados ao centro de baixa localizado ao


sul da Groenlândia, e é durante os meses de dezembro, janeiro e
fevereiro, inverno no HN, que a frequência de ocorrências é maior,
principalmente nas áreas situadas ao sul e sudeste da Groenlândia e no
mar da Noruega.

Quadro XIII- 2- Interpretação das Cartas Piloto Internacionais

V~NTANIA (GAL~·)

ÁREAS A TIN G IDA S :

....
Freqüência
S UL E S UDE STE DA G ROE N LA NDIA E MAR DA NORUE GA

JAN FI! V MAR Ali R MAl JUN JUL AOO 81!T OUT NOV DI!Z

do
ocorrências
30 30 20 15 10 5 2 6 10 15 20 30
om •.4

b) ALTURA DAS ONDAS

As áreas onde são mais frequentes as ocorrências de ondas de 12 pés ou


mais de altura estão localizadas nas regiões : Central, Norte e Nordeste, e
o período de maior intensidade compreende os meses de dezembro,
janeiro, fevereiro e março, inverno no HN.

Quadro XIII- 3 -Interpretação das Cartas Piloto Internacionais

ALTURA DAS ONDAS

ÁREAS DE OCORR~NCIAS: REGIC>ES CENTRAL. NORTE E NORDESTE

Mês JAN FEV MAR ABR MAl JUN JUL AOO SET OUT NOV DEZ
Freq úência
50 40 40 20 20 30 10 50
de
ocorrências
a a a a 20 20 10 10 a a a a
60 50 50 30 30 40 50 60
em 0/o

c) LIMITE MÁXIMO DE ICEBERG

Os ICEBERGS estão presentes durante todo o ano no norte do Atlântico


Norte. O avanço mais significativo ocorre no mês de maio, época do
degelo, durante a primavera no HN, quando alcançam o paralelo de 40º
N, a sudeste de Terra Nova.

393
d) LIMITE MÁXIMO DE PACK ICE

Com avanço menos acentuado do que os icebergs, os PACK ICES,


apresentam influência mais significativa no mês de março, final de
inverno no HN, alcançando o paralelo de 43° N, a sudeste de Terra Nova .

e) CICLONES EXTRATROPICAIS

As ocorrências mais expressivas são observadas durante o inverno no HN,


nas áreas que compreendem a costa leste dos EUA, entre os paralelos de
30° e 40° N, região central do Atlântico, Mar da Noruega, Mar do Norte e
Golfo de Biscaia .

Q SEÇÃO 11- NORDESTE DO ATLÂNTICO NORTE

a) VENTANIA {GALES)

A semelhança do que ocorre ao norte do Atlântico Norte, os gales nessa


região, estão associados ao comportamento das baixas existentes ao sul
da Groenlândia. As ocorrências mais intensas são observadas durante o
período de inverno no HN, quando atingem 30% de frequência .

b) ALTURA DAS ONDAS

O comportamento das ondas, com 12 pés ou mais de altura, alcança valor


mais significativo no período de setembro a abril, outono e inverno no
HN, quando frequências, que variam de 30 a 40%, são observadas na área
compreendida entre o paralelo de 50° N e o Sul da Islândia .

c) LIMITE MÁXIMO DE ICEBERG

Os ICEBERGS estão presentes durante todo o ano, e suas influências mais


acentuadas são observadas ao longo da costa leste da Groenlândia, na
Islândia, e Mar de Barents .

d) Limite máximo de PACK ICE

Os PACK ICES apresentam registros de ocorrências semelhantes aos


icebergs, e seu avanço mais significativo ocorre no mês de fevereiro,
quando influencia o Mar da Noruega .

Q SEÇÃO 111- MAR DO CARIBE E GOLFO DO MÉXICO

a) CICLONES TROPICAIS

Os ciclones tropicais formam -se nas baixas latitudes, nos meses de junho

394
a novembro, verão e outono no HN, desenvolvem-se nas zonas
equatoriais, entre os paralelos de 8° e 20° N, e se dirigem para oeste
afastando-se sempre do Equador, passando pelas Antilhas, Mar do
Caribe, Golfo do México e, em geral, alcançam o paralelo de 25° N e
curvam-se para nordeste, penetrando no Atlântico.

b) ALTURAS DAS ONDAS

As informações registradas nesta região referem-se a ondas de 8 pés ou


mais, de altura . As ocorrências mais significativas são observadas na área
central do mar do Caribe, nos meses de janeiro, fevereiro e março,
inverno no HN e também no mês de julho, verão no HN.

Quadro XIII- 4- Interpretação das Cartas Piloto Internacionais

..
Freqüência
de
20
a a
20
a
ALTURA DAS ONDAS

ÁREAS DE OCORRtNCIAS: MAR DO CARIBE

JAN FEV MAR ABR MAl JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

10 10
a
10
a
10
a
10
a
10
a 10 10 10
10
a
ocorrências
40 40 40 30 20 30 40 30 30
em o/o

C 111- OCEANO PACÍFICO SUL- NVPUB 107

a) VENTANIA (GALES)

Os Gales nessa região apresentam comportamento mais significativo nas


áreas localizadas ao sul de 40° S. Nesta área, especialmente a sudoeste do
Chile abrangendo a Passagem de DRAKE, observam-se frequências de
ocorrências que variam de 10% a 30% ao longo do ano.
Quadro XIII- 5 -Interpretação das Cartas Piloto Internacionais

..
VENTANIA (GALES}
ÁREAS ATINGIDAS:
SUDOESTE DA COSTA DO CHILE E PASSAGEM DE DRAKE

JM FEV MAR ABR IIAI JUN JUL N10 SET OUT NOV DEZ
Freqüência
de
10 20 20 25 25 20 30 30 35 35 20 10
ocorrências
em %

b) ALTURA DAS ONDAS

As áreas onde são mais frequentes as ocorrências de ondas, de 12 pés ou


mais de altura, estão localizadas ao sul do paralelo de 20° S. As influências

395
mais expressivas são observadas nos meses de julho, agosto, inverno no
HS e setembro, outubro, primavera no HS.

Quadro XIII- 6- Interpretação das Cartas Piloto Internacionais

ALTURA DAS ONDAS

-
AREAS ATINGIDAS: SUL DO PARALELO DE 20 • S. CABO HORN. COSTA SUDES TE DA
AUSTRAL/A. NOVA ZELÁ NDIA

JAN FEV IIIAR ABA IIAI JUN JUL AOO SET OUT NOV DEZ

Freqilência
10 20 20 20 20 20 30 30 30 30 20 20
de
ocorrências
a a a a a a a a a a a a
30 40 40 40 40 40 50 50 50 50 40 30
em %

c) LIMITE MÁXIMO DE ICEBERGS

O limite máximo de iceberg nesta região apresenta influência significativa


nos meses de outubro, novembro e dezembro, sendo que o avanço mais
expressivo é observado no mês de novembro quando atinge Nova
Zelândia e o sul da costa do Chile.

d) CICLONES TROPICAIS

Os ciclones tropicais formam -se principalmente a noroeste do Pacífico


Sul, entre as Novas Hébridas e a costa oriental da Austrália e as
ocorrências mais significativas são observadas nos meses de janeiro,
fevereiro e março, verão no HS.

C I V - OCEANO PACÍFICO NORTE- NVPUB 108

a) VENTANIA (GALES)

Em geral as frequências de ocorrências expressivas são observadas ao


norte do paralelo de 30° N, particularmente, ao sul do Golfo do Alasca. Os
meses de outubro, novembro e dezembro, outono no HN, são os que
apresentam frequências mais significativas, especialmente, a leste da
Península de Kamchatka, nas Ilhas Kurilas e no Mar de Bering .

b) ALTURA DAS ONDAS

O comportamento das ondas nessa região assume característica distinta


acima do paralelo de 30° N. Uma grande área, entre a costa leste do Japão
e a costa oeste dos EUA, apresentam ocorrências expressivas nos meses
de novembro a março, inverno no HN .

396
Quadro XIII - 7- Interpretação das Cartas Piloto Internacionais

-
ALTURA DAS ONDAS

ÁREAS DE OCORRêiCIA: ACIMA DO PARALELO DE 30 • N

JAN FEV MAR ABR MAl JUN JUL NilO SET OUT NOV DEZ

Freqüência
20 20 20 10 10 20 20
de
a a a a 10 <10 <10 <10 10 a a a
ocorrências
40 30 30 20 20 30 30
em %

c) LIMITE MÁXIMO DE GELO MARINHO

A área que registra influência mais acentuada está localizada a partir de


Hokkaido, 43° N, estendendo-se até o Mar de Bering, Baia de Bristol e
Ilhas Aleutas.

d) CICLONES EXTRATROPICAIS

Os registros de maior frequênc ia de ocorrência são observados ao norte


do paralelo de 40° N. Na scem ordinariamente no Mar do Japão,
atravessam as principais ilhas japonesas, avançando sobre o Mar de
Bering, e Ilhas Aleutas . As frequências de ocorrências mais significativas
são observadas nos meses de janeiro, fevereiro e março, inverno no HN.

e) CICLONES TROPICAIS

Formam-se ao Largo das Ilhas Carolinas, entre 0° e 10° N, movem-se para


W, sobre as Filipinas. Alguns alcançam a costa da Ch ina ; outros curvam -
se para NE e vão passar pela costa do Japão.

C V - OCEANO ÍNDICO NVPUB 109

a) VENTANIA (GALES)

Duas áreas nessa região se destacam sob influência dos Gales : No HN, o
mar arábico; e no HS, o cinturão do "Silvio dos Quarenta ". No verão, no
HN, a terra se aquece consideravelmente e origina uma acentuada baixa
pressão atmosférica na Ásia, dando origem aos ventos de SW que se
designam monções. Essas monções produzem fortes ventos no mês de
julho, afetando significativamente o estado do mar arábico .

No HS, os Gales estão confinados ao sul do paralelo de 40° S, atingindo o


sul da África e Austrália ; apresentam maior intensidade nos meses de
junho, julho e agosto, período de inverno no HS.

397
b) ALTURA DAS ONDAS
A an áli se da região indica a exi stênc ia de áreas com comportamentos distintos
ao longo do ano.

Quadro XIII- 8 -Interpretação das Cartas Piloto Internacionais

ALTVRA DAS ONDAS


FREOO~IADE
ÁREA PERfooo
OCORR~CIA EM %

SIA do paralelo de 20 • S abrangendo o slA


JAN a DEZ 20 a 40
dos comnerces Africano e Australiano

JUN 10 a 40
Mar arábico JUL 10 a60
AGO 10 a 30

Mar da Chi na OOVe DEZ 10 a 30

c) CICLONES EXTRATROPICAIS

As atividades dos ciclones extratropicais estão associadas ao


comportamento dos centros de ba ixa que se formam a SE da Austrália,
movimentam-se para NE, alcançando a Nova Zelândia . A frequência de
ocorrência mais expressiva ocorre nos meses de julho e agosto, inverno
no HS.
d) CICLONES TROPICAIS
Nesta região observam-se comportamentos distintos em ambos os
hemisférios, conforme segue :
1. Índico Norte
São observados nos meses de abril a dezembro, entretanto as atividades
intensificam-se no período de transição das monções, entre maio a
novembro, em função do aumento da temperatura no HN. Formam-se
normalmente aos 10° N, e em geral são provenientes do Golfo de Bengala,
atravessam a Península da Índia, Mar Arábico, chegando alguns até Aden .
2. Índico Sul
Configuram-se duas zonas de atividades : Ciclones das ilhas Maurício, de
outubro a maio, principalmente janeiro e abril. Formam-se na latitude de
10° S, a leste de Madagascar, entre 60° e 90°. E, alguns nascem nas ilhas
Comodoro e passam pelo canal de Moçambique; e os Ciclones da costa
NW da Austrália (também conhecidos por "Willy-Willies"), sendo mais
frequentes de setembro a abril. Formam-se ao sul de Java ou do Timor
seguindo na direção SW .

398
3. Mares da China e do Japão
Formam-se a leste da s Filipinas, nas proximidades das Ilhas Carolinas .
Quando nascem entre 0° e 10° N, movem-se para W, alcançando
Mindanau e mar da China, outros nascem ao norte de 10° N curvam -se
para NE e vão passar pela costa do Japão.
De abril a novembro, principalmente de julho a outubro e, em especial,
ao findar a monção de SW, em setembro, são observadas atividades mais
intensas.

3- CARTAS CLIMÁTICAS

As cartas climáticas são bem distintas de Cartas Piloto. Elas têm


características gráficas bem diferentes. Elas destacam os efeitos da
sazonalidade no estado do tempo e no estado do mar, o que é muito
interessante para os navegadores, principalmente para os de altas
latitudes.
As cartas climáticas apresentadas para os meses de janeiro e julho
enfatizam a sazonal idade, por serem os meses pico de inverno e de verão .
Elas ressaltam mudanças significativas nas condições do estado do tempo
e do mar, nos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico.
O navegante ao examinar o comportamento dos parâmetros
oceanográficos e meteorológicos registrados nas cartas climáticas
(Figuras Xlll -10, Xlll-11, Xlll-12, Xlll-13, Xlll-14 e Xlll-15), identifica :

Q PARÂMETROS
a) o vento à superfície (setas vermelhas);
b) as correntes oceânicas (setas azuis);
c) as linhas limites de Iceberg (triângulos escuros) e de Pack Ice
(linhas quebradas);
d) ventanias e mar severo (áreas amarelas) ;
e) regiões de alta e baixa pressão à superfície (High e Low);
f) Zona de Convergência lntertropical- ZCIT (linhas escuras
pontilhadas); e
g) nevoeiros (áreas escuras pontilhadas para frequências acima de
10 dias por mês e áreas claras pontilhadas para frequências
entre 5 e 10 dias por mês).

399
Q CARTAS CLIMÁTICAS (VERÃO E INVERNO)

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FIGURA Xlii-lO FIGURA Xlll-11


CARTA CLIMÁTICA DO OCEANO CARTA CLIMÁTICA DO OCEANO
ATLÂNTICO (JULHO) ATLÂNTICO (JANEIRO)
O verão no HN resulta em extenso nevoeiro O inverno no HN propicia a ocorrência de gales
marítimo a leste de Terra Nova . O inverno no em extensa área oceânica na cor amarela.
HS intensifica os "gales" na extensa região O verão no HS possibilita a ocorrência de
de cor amarela (Fonte: ENGLAND, 1973). nevoeiro marítimo em extensa área no
Atlântico Sul. A ocorrência de gales é mantida,
embora, com menos inten sidade do que no
inverno (Fonte : ENGLAND, 1973).
WO AI D C: LI M -" li C C tt ARl W O BLO CLIM A l iC C H A fll JA N l

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FIGURA Xlll-12 FIGURA Xlll-13


CARTA CLIMÁTICA DO CARTA CLIMÁTICA DO OCEANO
OCEANO INDICO (JULHO) INDICO (JANEIRO)
O verão no HN possibilita a ocorrência de gales O inverno no HN resulta em intenso centro de
de SW resultando em estado do mar severo no alta no continente que proporciona monções
mar Arábico e na costa da Índia. de NE no mar Arábico, Golfo de Bengala e mar
O inverno no HS propicia extensa região com da China .
gales ao longo do Índico sul indicada na cor O verão no HS possibilita a formação de
amarela (Fonte: ENGLAND, 1973). extenso nevoeiro marítimo e a ocorrência de
gales indicada pela cor amarela (Fonte:
ENGLAND, 1973).

400
JUlY JA N UARY

I f I f

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julho
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FIGURA Xlll-14 FIGURA Xlll-15


CARTA CLIMÁTICA DO OCEANO CARTA CLIMÁTICA DO OCEANO
PACÍFICO (JULHO) PACÍFICO (JANEIRO)
O ve rão no HN possi bilita a form ação de O inverno no HN poss ibilita a f orma çã o de
extenso e intenso nevoeiro marítimo . ga les em extensa área maríti ma ao longo de
O invern o no HS proporciona ext ensa região de um ce ntro de baixa pressão que se pos icio na
ga les indi ca da pela co r amarela (Fonte: na região oceâ nica.
ENGLAND, 1973). O verão no HS proporcion a a formação de
nevoe iro marít imo a SE do Pacífico,
mantendo perm anente a ocorrência de
ga les, porém em áreas oceâ nicas ma is
reduzidas (Fonte: ENGLAND, 1973).

1 - É muito importante o navegante perceber que as cartas climáticas


consideram a circulação geral da atmosfera com ventos de oeste (W) nas
altas latitudes e ventos alísios de leste (E) na região tropical sobre os
oceanos.
2- E também a circulação geral dos oceanos com correntes oceânicas de
densidades meridionais se afastando e se aproximando do equador e
correntes zonais fechando a circulação horária no HN e a circulação anti-
horária no HS.
3- As condições do estado do mar e do estado do tempo são muito afetadas
pela circulação dos ventos de oeste (W) nos oceanos Atlântico, Pacífico e
Índico principalmente nos oceanos do HN .

401
Tabela XIII - 3

CARTAS CliMÁTICAS (verão e inverno)

REOIAo tPOCA ESTAÇlo CONDIÇOES DO TE..O E DO MAR


TSM menor do que a T do ar
NeYOeiro (resfriamento do ar à Sl4)erti::ie).
JUho Verão
k:eberg Presença de Ne1108iro e t:eberg em
AIIAntlco norte Latitude menor do que 40" N.

Ventaria TSM maior do que a T do ar


Janeoro mamo (aquecimerto do ar à sl4)erftie).
Mar Sewro Baixa pressão à sl4)erticie.

Ventaria
JUho mamo Latitude menor do que 40" S.
Mar Sewro

Ventaria Latitude maior do que 40" S.


AIIAntlc:o I UI
Mar Sewro TSM menor do que a T do ar
Janeiro Verão (resfriamento do ar à Sl4)erficie). neYOeoro.
NeYOeiro Presença de k:eberg em latitude menor do
t:eberg que 40" S.

TSM menor do que a T do ar


Jlkoo Verão NeYOeoro
(resfriamento do ar à Sl4)erficie).
PKiflc:O norte
Ventaria TSM ma ior do que a T do ar
Janeiro lnlll!mo (aquecimento do ar à Sl4)erfi::ie).
MarSewro Baixa pressão à sl4)erfi::ie.

Ventaria
JUho mamo Latitude menor do que 40" S.
Mar Sewro

P KiflcO I UI Ventaria Latitude maior do que 40" S.


Mar Sewro TSM menor do que a T do ar
Janeoro Verão
NoYOeoro (resfriamento do ar à Sl4)erticio).
teberg NeYOeoro.

Ventaria
Ventos de SW • Mar Aréboco. GoHo de
Jlkoo Verão MarSewro
Bengala e Mar do w da China.
Monçõos de SW
Indico norte
Vencaria
Ventos de NE • Mar do sli da China , GoHo
Janooro mamo Mar Sowro
de Bengala e Mar Anlbico.
Moções de NE

Venta11a
Jlkoo mamo Labtudo menor do que 40" S.
Mar Sewro

indico IUI Ventaria


Ventaria em labtude maior do que 40' S.
Mar Sowro
Janeiro Verão Presença de Iceberg em Latitude menor
Noi'OOiro
do quo 40' S.
Iceberg

(Fonte: ENGLAND, 19 73)

A ta bela acima auxi lia o navega nte a interpretar as cartas cli máti cas,
evid enciando as pectos dist intos das condições do t empo e do mar, nas est ações
de ve rão e invern o, para as reg iões norte e sul dos ocea nos.

402
4- CONCEITOS E EXERCÍCIOS

QUESTÕES E SOLUÇÕES- BASEADAS NO LIVRO TEXTO

C CLIMATOLOGIA e CARTAS PILOTO (capítulo 13)

A climatologia refere-se a dados observados no passado, na mesma área,


no mesmo mês, durante vários anos.
As informações do clima, em uma mesma área, apresentam significativas
diferenças, devido à sazonalidade.
Pode-se, então, discutir uma série de conceitos a respeito da afirmativa
acima. Tais como:

Q CARTAS Pl LOTO

1- As 4 informações do vento representadas nas Cartas Piloto são:


Direção, intensidade, frequência da respectiva direção e frequência
de calmaria.

2- As informações de ventos predominantes são contabilizadas para os


respectivos quadrados de MARDEN, de 5 X 5, (5 graus de latitude por
5 graus de longitude).

3- A sazonalidade representada nas 12 Cartas Piloto, ressalta os


comportamentos dos parâmetros meteorológicos e oceanográficos,
ao longo de cada ano.

4- A ocorrência de iceberg, no HN, inicia em meados de fevereiro, final


do inverno, no HN, com início do degelo.

5- O maior deslocamento da linha limite de iceberg, no HN, é em maio.

6- A ocorrência de iceberg, no HS, inicia em meados de agosto, final do


inverno, no HS, com início do degelo.

7- O maior deslocamento da linha limite de iceberg, no HS, é em


novembro.

8- As significativas diferenças no estado do mar e do tempo, nas altas


latitudes, representadas nas Cartas Piloto e cartas climáticas, são
devido ao efeito da sazonalidade nos ventos de W.

403
9- Como os ventos de W são da circulação ge ral da atmosfera e, portanto,
permanentes ao longo do ano, circulando por cima dos continentes,
no verão e inverno, apresentam significativas diferenças de
temperaturas do ar, ao atingirem o oceano, com sua TSM constante.

10- No inverno nessa circulação os ventos de W , muito mais frios que o


mar, chegam ao oceano e, então, aquecem -se por baixo e
desencadeiam ocorrência de ventanias (gales) e mar severo.

11- No verão nessa circulação os ventos de W , muito mais quentes que


o mar, chegam ao oceano e, então, esfriam-se por baixo e
desencadeiam ocorrência de extensos e intensos nevoeiros,
afetando a visibilidade no mar.

12- Nas baixas latitudes, a circulação dos ventos alísios de E, ao longo


do ano, apresenta por efeito da sazonalidade, deslocamento da
posição da ZCIT, das condições do tempo e do estado do mar.

13- As Cartas Piloto ressaltam as ocorrências de tormentas tropicais e


furacões, no oceano, no período de 3 a 4 meses a partir do final do
aquecimento da estação de verão do respectivo hemisfério, que
afeta a temperatura do ar (T), a umidade absoluta máxima do ar e a
variação anual da TSM. Possibilitando extraordinária liberação de
calor latente de condensação nas atividades convectivas dessa
época .

14- As Cartas Piloto ressaltam as ocorrências de tormentas tropicais e


furacões, no HN, nos meses de agosto, setembro e outubro.

15- As Cartas Piloto ressaltam as ocorrências de tormentas tropicais e


furacões, no HS, nos meses de dezembro, janeiro, fevereiro e março .

Q CARTAS CLIMÁTICAS

1- Nas cartas climáticas do Oceano Atlântico Norte, observa-se no


inverno, ventania com mar severo, em extensa área, devido à
advecção dos ventos de W , muito mais frios que a TSM do oceano .

2- Nas cartas climáticas do Oceano Atlântico Norte, observa-se no verão,


intensos e extensos nevoeiros no mar, devido à advecção dos ventos
de W, muito mais quentes que a TSM do oceano .

404
EXERCÍCIOS

1- Comente a ocorrência de correntes ocean1cas quentes e frias ao


longo dos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico .
2- Comente a utilização das Cartas Piloto brasileiras.
3- Ressalte os elementos meteorológicos e oceanográficos nas Cartas
Piloto.
4- Comente a utilização das Cartas Piloto internacionais.
5- Cite os parâmetros considerados nas informações dos ventos
predominantes.
6- Consulte uma coletânea completa de Cartas Piloto para os 12 meses
e identifique a variabilidade sazonal dos elementos de interesse do
navegante.
7- Cite os meses de pico e alguns parâmetros, tais como: estado do mar
(ondas), linha limite de iceberg, ventania (gales), vento
predominante, etc.
8- Analise as cartas climáticas do oceano Atlântico Norte e ressalte o
comportamento do estado do tempo, do estado do mar e da
visibilidade no mar, nos meses de pico de verão e de inverno.
9- Analise a circulação geral dos oceanos (tabela Xlll-1) e identifique os
efeitos da força de Coriolis, nas trajetórias das correntes oceânicas
quentes (Q) e frias (F), de ambos os hemisférios.
10- Analise a circulação geral dos oceanos (Figura Xlll-1) e correlacione
com os desvios das trajetórias das correntes oceânicas do HN, para
E, para W e para a direita da trajetória com as correntes meridionais
que se afastam do equador (quentes) e as correntes que se
aproximam do equador (frias) .
11- Pesquise nos atlas de Cartas Piloto dos oceanos Atlântico norte e sul,
as linhas referentes aos parâmetros ambientais de interesse dos
navegantes. Identifique as épocas de pico e correlacione os valores
extremos com a sazonalidade do respectivo hemisfério.
12- Analise o atlas de Cartas Piloto do oceano Atlântico norte e
identifique as referências à época de pico de furacão.

405
13- Analise a circulação geral dos oceanos (Figura Xlll-1) e correlacione
com os desvios das trajetórias da s correntes oce ânicas do HS, para E,
para W e para a esquerda da trajetória com as cor rentes meridionais
que se afastam do equador (quentes) e as correntes que se
aproximam do equador (frias) .

(Fonte: Intern et)

406
CAPÍTULO XIV

NAVEGAÇÃO METEOROLÓGICA E
OCEANOGRÁFICA

C NAVEGAÇÃO METEOROLÓGICA E OCEANOGRÁFICA


C ÉPOCAS DE EVENTOS SIGNIFICATIVOS
C PLANEJAMENTO E ACOMPANHAMENTO DA NAVEGAÇÃO
C ROTAS RECOMENDADAS
C ROTAS COMENTADAS
Este capítulo pretende examinar os principais aspectos envolvidos na
ciência da navegação meteorológica e oceanográfica, em face da
ocorrência de severos fenômenos da natureza na área marítima.

São evidenciados os aspectos que devem ser considerados na fase de


planejamento da derrota, ressaltando-se na navegação em altas latitudes
a variabilidade sazonal de parâmetros meteorológicos como:

a) congelamento de superestrutura;
b) presença de extensos nevoeiros;
c) indícios de icebergs;
d) bergy bits; e
e) growlers que afetam a segurança das embarcações envolvidas em
navegação ortodrômica .

São também, ressaltados nesta fase, a variabilidade espacial e temporal


dos gales, das alturas das ondas e de fenômenos como monções, ciclones
tropicais e furacões .

São mencionados os serviços disponíveis de acompanhamento da


navegação meteorológica e apresentados comentários e limitações das
rotas recomendadas nas Cartas Piloto internacionais.

Incluiu-se, também, no anexo E, um estudo de caso sobre ondas anormais


na costa sudeste da África do Sul, vindas da direção sudoeste, na estreita

407
faixa do mar, por fora da linha de 100 braças, onde a corrente das agulhas
é mais intensa .

Complementarmente são tecidas, como rotas comentadas, algumas


considerações, de experientes comandantes de longo curso, de situações
vivenciadas ao longo de suas inúmeras derrotas por essas regiões.

CONSIDERAÇÕES GERAIS

As ocorrências de severos fenômenos da natureza em alto-mar


independem da vontade do ser humano. Na antiguidade e em passado
recente, os navegantes simplesmente eram surpreendidos pelo mau
tempo e os navios se mostravam extremamente frágeis perante as
rigorosas tempestades.
Quantos "Cabrais" naufragaram, em seus regressos de vitoriosas
campanhas e levaram para o fundo do mar as inéditas notícias e relatos
de seus feitos.
Até que ponto hoje em dia, com o atual estado da arte na previsão do
tempo, o navegante está livre dos desastres naturais em alto-mar?
Não basta o formidável avanço tecnológico que presenciam-se nos
centros nacionais e internacionais, se em paralelo, os diversos usuários
não utilizarem todo o potencial de previsão do tempo disponível.
Cabe a cada usuário, em sua área específica, entender e interpretar
perfeitamente as informações meteorológicas amplamente divulgadas
pelos modernos sistemas de divulgação de boletins, cartas e imagens de
satélites.
O planeta TERRA, em sua permanente transformação e transporte de
energia, e em sua constante e espontânea busca pelo balanço térmico,
tanto pela circulação atmosférica como pelas correntes marítimas,
envolve uma quantidade imensa de energia . E requer uma extraordinária
interação entre os oceanos e a atmosfera, com o fornecimento constante
de umidade, ou seja, energia sob a forma de calor latente, que possibilita
as ocorrências desde trovoadas até violentos furacões .
Estes fenômenos afetam significativamente as atividades marítimas.
É mister então, que o navegante se capacite a minimizar seus efeitos
sobre a embarcação, a carga e a tripulação.
O contínuo desenvolvimento das áreas científicas e tecnológicas no setor
de oceanografia e meteorológica possibilita o uso de modernos

408
instrumentos e equipamentos, como satélites meteorológicos, estações
meteorológicas automáticas, radares meteorológicos e sofisticados e
complexos software científicos, além de poderosos sistemas de
divulgação de informações de previsão do tempo.
Compete então às instituições de ensino profissionalizante, qualificar os
usuários dos sistemas de informações meteorológicas e oceanográficas.
É de fundamental importância, hoje em dia, que o navegante esteja
capacitado a interpretar boletins e cartas meteorológicas, bem como,
imagens de satélites meteorológicos para bem compreender a situação
do tempo presente.
Este entendimento permite ao navegante acompanhar a evolução do
tempo e do estado do mar e ajustar a sua navegação, ao longo da
travessia, visando minimizar os efeitos do estado do mar severo sobre sua
embarcação.
É de grande importância o navegante estar preparado, adestrado e
atualizado para bem utilizar-se quotidianamente da capacidade dos
Serviços Meteorológicos Marinhos de gerar previsões das condições
atmosféricas e oceânicas, dentro de escalas temporais e espaciais
convenientes as atividades marítimas.
Normalmente apenas 25% da coleta de dados meteorológicos é realizada
sobre os oceanos, embora eles se estendam por % da superfície do
planeta.
As informações dos satélites meteorológicos são, portanto, indispensáveis
para complementar e frequentemente, para substituir a observação in
situ, nas regiões oceânicas.
Assim sendo, é de especial importância os navegantes estarem
habilitados a interpretar as imagens de satélites meteorológicos
recebidas a bordo.
Ressalta-se que atualmente, com as facilidades de divulgação de dados
pela INTERNET, são imensas as possibilidades dos navegantes atualizarem
suas previsões de curto e curtíssimo prazo .

~ 1- PLANEJAMENTO DA NAVEGAÇÃO METEOROLÓGICA

Na fase de planejamento da viagem, os elementos básicos são


climatológicos, representados nas Cartas Piloto.

409
Evidencia-se que nessa etapa de planejamento da navegação
meteorológica e oceanográfica, é de interesse do navegante as
informações meteorológicas de médio e longo prazo e seus efeitos sobre
o estado do mar.
Na fase de acompanhamento as informações meteorológicas devem
dentro da forma e conteúdo, permitir ao navegante efetuar um trabalho
de interpretação, de acompanhamento e de correção contínua dos
resultados, como a utilização da previsão de curto e curtíssimo prazo.

1.1- NAVEGAÇÃO EM ALTAS LATITUDES

A variabilidade sazonal e anual dos "icebergs" deve ser considerada uma


das principais preocupações dos navegantes cujas rotas percorrem
regiões de altas latitudes, principalmente no fim do inverno e início da
primavera do respectivo hemisfério .
O navio Titanic afundou em 14/4/1912, na posição aproximada de 41° N
e 050° W, ao colidir com um "iceberg", à noite.
Então, no oceano Atlântico Norte desde essa época foram intensificados
os trabalhos de identificação, e acompanhamento das rotas dos
"icebergs" . Anualmente se desprendem da costa W da Groenlândia e da
costa leste do Canadá , cerca de 4.000 "icebergs", os quais derivam na
corrente do Labrador na direção sul.
Desses, cerca de 400 atingem a latitude de 48° N e 35 derivam até a
latitude de 43° N. É importante os navegantes notarem que esses
números representam uma média, que na realidade o perigo encontra-
se na variabilidade sazonal e anual das rotas dos "icebergs".
Para dar uma ideia do perigo à navegação é conveniente assinalar que
"icebergs' já foram encontrados ao largo dos Açores e ao sul das
Bermudas e que em 1929, cerca de 1350 "icebergs" derivaram até a
latitude de 48° N, enquanto que, em 1940, somente 2 foram encontrados,
o que mostra que os valores médios assinalados, variam muito .
Por isso no acompanhamento da navegação meteorológica, cumpre ao
navegante manter comunicações constantes, com os serviços
meteorológicos marinhos, nas regiões de altas latitudes, em ambos os
hemisférios .
Evidenciam-se aos navegantes de longas rotas, os perigos acima
mencionados . Estes navegantes, normalmente, utilizam navegação

410
ortodrômica , navegando ao longo de círculos máximo, penetrando em
regiões de altas latitudes.
Nessas regiões além do perigo e inconvenientes do gelo marinho,
apresentam grande frequência de condições adversas de ventos e
ondas, exigindo em paralelo com a navegação ortodrômica, especial
atenção com a navegação meteorológica .

1.2- PLANEJAMENTO DAS DERROTAS

Ao planejar sua rota para alcançar o porto de destino, armadores e


navegantes consideram, inicialmente, fatores como menor distância e
despesas fixas decorrentes do tempo da viagem como combustível e
demais custos operacionais.

Porém, atualmente, cresce a conscientização por parte das empresas e


navegantes, de que as informações climatológicas (Figuras XIV-1 e XIV-2)
e as condições meteorológicas e oceanográficas são muito importantes
para o sucesso da atividade marítima .

(a )
FIGURA XIV-1
CLIMATOLOGIA DAS FRENTES FRIAS

(b)
Regiões de ocorrência de frentes fri as nas est ações de inverno (a) e verão (b) (Fo nt e: BRAS IL, DHN,
1991) .

411
- =.:..--' ,~- . --~

FIGURA XIV-2
CLIMATOLOGIA DAS VENTANIAS (GALES)
Regiões de ocorrênci a de ventani as (ga les ) assoc iadas ao s ve ntos d e oest e da circul açã o ge ral (Fo nte:
DONN, 1978).

Tal conscientização está ocorrendo na navegação de longo curso em


todos os oceanos, pela constatação de que condições meteorológicas
adversas, desprezadas ou mal interpretadas significam avarias da
embarcação e da carga.

E consequentemente custos e prejuízos, termos indesejáveis a quaisquer


empresas e as tripulações conscientes de sua importância em uma
empresa, principalmente na atual conjuntura mundial das Marinhas
Mercantes, que exige do armador a permanente diminuição dos custos
operacionais.
Sabe-se que os problemas oriundos de uma passagem de furacão ou tufão
ou ciclone tropical são por demais desastrosas e com isto prejuízos
amargos são consolidados.
Para salvaguardar a vida humana no mar e evitar tais danos à embarcação
e à carga, necessita-se optar com a devida antecedência por uma derrota
mais adequada para a ocasião.
Em decorrência da necessidade cada vez maior de singrarmos derrotas
seguras e especialmente mais econômicas, faz-se cada vez mais usual a
utilização de informações e serviços de assessoramento e consultoria
governamentais e privados, quanto ao planejamento e acompanhamento
de rotas do tempo mais adequadas.
O planejamento pode ser efetuado pelo navegante, apoiado apenas em
instituições governamentais que publicam Cartas Piloto, monitoram o

412
deslocamento do gelo marinho e divulgam os serviços de meteorologia
marinha .
Contudo, mediante pagamento, todo o serviço de planejamento e
acompanhamento de rotas pode ser contratado à firmas específicas para
esse tipo de assessoramento .

1.2.1 PLANEJAMENTO DAS VIAGENS E ROTAS EM ESTAÇÕES DE VERÃO E


INVERNO (HN E HS)

Os navegantes devem ter em mente sempre que iniciarem o


planejamento de suas rotas, os Eventos Meteorológicos nos Oceanos por
mês (Figura XIV-3) que e é de grande importância para o planejamento
de viagens.
F.VENTOS M ET F.OROLÓG ICOS NOS OCF.ANOS POR M ÊS

FIGURA XIV-3
EVENTOS METEOROLÓGICOS E OCEANOGRÁFICOS. (Fo nt e: W M O) .

413
Este quadro é de fundamental importância para o planejamento de
atividades marítimas, porque ressalta os períodos de pico e de provável
ocorrência de fenômenos meteorológicos e oceanográficos .
Portanto, os navegantes devem ter especial atenção na fase de
planejamento de suas rotas.
1- Consultando o Atlas de Carta Piloto o navegante pode observar que
alguns parâmetros apresentam considerável variação afetando a
navegação oceânica.
2- O comportamento desses parâmetros é acentuado nas estações de
inverno e verão para identificar o comportamento dos parâmetros
mais sensíveis à sazonalidade é recomendado interpretar os 12
meses do Atlas de Carta Piloto.
Os períodos de pico (estações de inverno e verão) e de ocorrência
provável dos parâmetros:

a) das monções no sul do mar da China e no mar Arábico (Figuras


XIV-4 e XIV-5);

FIGURA XIV-4
ZONA DE CONVERGÊNCIA INTERTROPICAL (ZCIT) (INVERNO E VERÃO NO HN E HS)
A ZCIT apresenta deslocamento da estação de ve rão para a estação de inverno, sendo est e bem
acentuado na reg ião do oceano Índico. A ZC IT praticamente se posiciona acima do Equador nos
oceanos At lântico e Pacífico ao longo de todo o ano (F onte : MORAN, 1994).

INVERNO (a) VERÃO (b)


FIGURA XIV-5 (a e b)
CIRCULAÇÃO DAS MONÇÕES
No oceano Índ ico norte ocorre mudança na direção da circu lação da s monções da estação de inverno
(ve ntos de NE). para a estação de verão (vento de SW) , devido ao acentuado deslocame nto da zona
de convergência do s ventos (ZCIT) (Fonte: MORAN, 1994).

414
b) dos ciclones tropicais na Baía de Bengala, no mar Arábico, no
sudoeste do oceano Índico, no oeste da Austrália, no leste da
Austrália, dos tufões no sudoeste do Pacífico Norte;
c) dos furacões no sudeste do Pacífico Norte, no sudoeste do
Atlântico Norte (Figuras XIV-6 (a e b) e XIV-7);

FIGURAS XIV-6 (a e b)
TRAJETÓRIAS NORMAIS DE FURACÕES
No HN as trajet ó ri as dos fur acões ca minh am na direção W/ NW/ N/ NE e no HS as traj etória s caminham
na direção W /SW /5/S E. O navega nte deve est ar ate nto qu e est a é a t end ência norm al das traj etória s,
pod endo, entret anto, ocorrerem irreg ul arid ades (Font e: MORAN , 1994).

FIGURA XIV-7
TRAJETÓRIAS IRREGULARES DE FURACÕES
Nest a reg ião do oceano Atl ânti co norte as
trajetórias norm ais dos furacões ca minh am
na direção W / NW/N/NE.
Entreta nto podem ocorrer ace ntu adas
irregularidades na direção das traje tórias
co mo exe mplifi ca do, razão pela qual o
navegante deve ter perm anente atenção no
aco mpanham ento da direção do trajetória
de um furacão para não se r surpree ndido
pela mud ança de se micírculo navegável/
perigoso qu e requ er pronta alt eração da
manobra evasiva (Fonte: MORAN , 1994).

a) dos "icebergs" no Atlântico Norte, dos "Pack ice" no leste do


Canadá, no Golfo de Bothnia e em Kurile Basin;
b) do congelamento das superestruturas dos navios no Pacífico
Norte e no Atlântico Norte;
c) dos nevoeiros extensos no Atlântico Norte e no Pacífico Norte,
d) das Ondas Anormais no sul da África (Figura XIV-8); e
e) do Mistral no mar Mediterrâneo.

415
FIGURA XIV-8
ONDAS ANORMAIS
Na cost a SE da Áfri ca, no Ocea no
Índico, onda s anorm ais se propaga m
de SW para NE, gerad as po r fort es
ventos de SW e ca min ham contra a
fort e corrente da s Agulh as qu e
'.
' flu em na direção SW . O navega nte
) deve estar atento às recomendações
do item 4.2, t endo em vist a que em
ce rto momento du as ou mais vagas
de dif erentes compr imentos sã o
......... ÁF RI C A
superpost as criand o um a ond a
anorma l de at é 18 metros de altura,
.... ..... , . mas de duração muito curta .
.,. ?i Muitos navega ntes traça m suas
../ ~
derrotas, qu and o desce nd o a costa
lest e da Áfri ca no eixo da co rrent e
- ·~
~,~
~~z-
~
~ ' :. :,>· 1 • 1 I das Agulh as, nas proximid ades da
""'' - iso bat imétri ca de 100 braças.
Entretanto é da mais alt a importância ressalt ar qu e é exa t amente nest a isob áti ca qu e surge m as
ond as anorm ais. Então os navegantes devem manter-se afast ado s da vizin hança da extremid ade
ext ern a da plat aform a continental ou isobáti ca de 100 braças entre " Ri chard Bay" e " Grea t Fish
Point" . Qu and o navega nd o para SW- co m ve nto fresco de NE e barô metro ca indo - ca so a previsão
de t empo inform ar mud ança na direção do vento para SW nas próx im as 12 horas com intensi dade
de f resco para forte, mud ar o rumo para de ntro da isobát ica de 100 braças, perm anece nd o so bre a
plataform a cont inental até qu e as cond ições do est ado do mar melh o rem .
Entreta nto, os navios qu e pe la natureza de suas ca rgas sã o obrigados a manter ce rta di st ância da
cost a, devem , nas co ndi ções met eoro lóg ica s cit adas, mante rem-se al ém da influ ência do núcleo da
corrente das Agulha s, ist o é, nun ca menos de 20 mi lhas da margem ext ern a da pl at afo rm a co nti nental
(Fonte: USA. DMA, 1981) .

2- ACOMPANHAMENTO DA NAVEGAÇÃO METEOROLÓGICA

A navegação meteorológica e oceanográfica reduz o tempo de viagem, as


avarias do mau tempo e o consumo de combu st ível.

Os navegantes interessados e autorizados podem utilizar os serviços de


firmas que fazem a interpretação das condições meteorológicas e
oceanográficas para a região de interesse e as divulgam em linguagem
clara para os navegantes que as contratara m .

Estes serviços de acompanhamento da navegação meteorológica, desde


que solicitados e pagos pela empresa de navegação, podem ser realizados
do porto de partida ao porto de chegada da embarcação, com seu
monitoramento ao longo de toda a derrota.

416
Ao longo dos oceanos observam-se alguns serviços governamentais de
acompanhamento e posicionamento de embarcações como o AMVER da
Guarda Costeira Norte Americana, o JASREP do serviço japonês e outros
menos divulgados ou setorizados em seus países como o SISTRAM no
Brasil.

O AMVER presta serviços de apoio, socorro e salvamento em todos os


oceanos e o JASREP apoia as embarcações no Pacífico ocidental, nas áreas
do mar do Japão e Mar da China.

O principal acompanhamento das rotas quanto a sua segurança e


tranquilidade, é aquele realizado pelo próprio navegante, mediante as
informações provenientes dos Serviços Meteorológicos Marinhos.

Para tal o navegante valer-se-á dos seus conhecimentos de interpretação


de cartas sinóticas e de imagens de satélites meteorológicos, ferramentas
de grande utilidade nos oceanos.

Se o navegante desejar contratar uma empresa privada para o serviço de


acompanhamento meteorológico e oceanográfico, deverá informá-la
inicialmente, o seguinte:

a) Sua intenção, preferencialmente 24 a 48 horas antes da partida do


porto de origem.
b) Nome completo da embarcação.
c) Sinal de chamada Rádio Internacional.
d) Responsável ou proprietário, inclusive endereço.
e) Número INMARSAT ou Estação Rádio Preferida.
f) Velocidade de cruzeiro, com tempo bom .
g) Hora prevista de Partida e da Chegada.
h) Porto de Partida.
i) Nome e número Telex do agente do porto de partida.
j) Porto de chegada e portos intermediários.
k) Carga (State if any Deck Cargo) (Declare se existe alguma Carga no
Convés).
I) Draft/Trim (Calado e Trim).
m) GM/Stability (Distância Metacêntrica/Estabilidade).
n) Freeboard (Borda livre).
o) Special requeriments (Requisitos especiais).
p) lntended Route (Derrota Planejada).

417
) 3- ROTAS RECOMENDADAS

Um dos fatos mais marcantes que a história naval registra , foi a destruição
da esquadra espanhola em 1588 pelo mau tempo, quando navegava para
enfrentar a esquadra inglesa .
Perdeu a "Invencível Armada Espanhola", a hegemonia dos mares, há
alguns séculos atrás, de forma surpreendente, apenas por causa de
condições meteorológicas adversas .
A vista das peculiaridades que envolvem a atividade de navegação
marítima, desde a fase de planejamento, até a fase de acompanhamento,
ressalta -se a importância do navegante estar preparado, adestrado e
atualizado para bem utilizar-se quotidianamente, da capacidade dos
serviços meteorológicos marinhos de gerar previsões das condições
atmosféricas, dentro de escalas temporais e espaciais convenientes com
a atividade marítima .
Para utilizar Rotas Recomendadas, o navegante dispõe de algumas
publicações a respeito, como a Ocean Passage of the World e as Cartas
Piloto . A primeira publicação mencionada contém informações das
principais rotas de navegação dos mares e oceanos, ressaltando pontos
de junção, pontos de aterragem e aproximação, pontos para demanda de
estreitos navegáveis e passagens críticas e se destina a orientar
navegantes que escolheram rotas em que ainda não navegaram ou
experimentaram .
A melhor publicação para o navegante programar sua derrota é a Carta
Pi loto .
Nela observa-se o traçado das principais rotas recomendadas, com
indicações diversas como utilização de círculo máximo nas ortodrômicas,
porto de partida e porto de destino; distância a ser percorrida, pontos de
junção, etc.
Entretanto, a grande vantagem do navegante analisar a rota
recomendada traçada na Carta Piloto, está na observação dos demais
elementos constante da Carta Piloto ao longo da derrota. Entre outros,
ressalta-se as linhas limites de " icebergs" que nos meses de degelo
atingem regiões abrangidas por importantes rotas .
A Carta Piloto para o navegante com alguma experiência no seu
manuseio, pode evidenciar condições adversas e perigosas, nos meses
críticos.

418
Normalmente os navegantes utilizam recursos diversos para definir suas
derrotas ortodrômicas e mistas e navegam nas sempre disponíveis cartas
náuticas nos trechos de loxodrômicas.
Entretanto é de fundamental importância associar a essas providências
as recomendações de navegação meteorológica e oceanográfica que
podem ser constatadas nas Cartas Piloto. Essas cartas permitem o
navegante visualizar com facilidade, por exemplo, que a derrota em
círculo máximo ou ortodrômica, ligando portos de latitudes médias, pode
atingir regiões de altas latitudes.
Esta possibilidade das rotas recomendadas nas Cartas Piloto, de alertar o
navegante para os perigos da navegação em altas latitudes, além de
fornecer outras informações climatológicas já evidencia por si só, a sua
importância.
Enfatiza-se, com empenho, o valor do navegante ter o hábito saudável e
responsável de exercitar e atender as orientações da navegação
meteorológica e oceanográfica, ao consultar as rotas recomendadas
traçadas nas Cartas Piloto.
Ao analisar a rota recomendada em determinado mês, a vista dos
parâmetros, frequência de ocorrência de ondas acima de 12 pés,
ocorrência de ventos acima do número 8 na escala Beaufort, pode o
navegante perfeitamente reprogramar sua derrota, passando por região
mais calma.
Embora o navegante percorra uma distância maior que na ortodrômica,
evitar condições adversas de tempo e mar, pode representar no final,
economia de combustível e de tempo de travessia, com benefício para a
empresa .
Este fato é observado com frequência e é um dos aspectos que valorizam
a navegação meteorológica e oceanográfica .

-1 4- ROTAS COMENTADAS

Q OCEANO ATLÂNTICO SUL


Costa do Brasil

Região de Fernando de Noronha e Rocas. Tempo Bom . Mar pouco


agitado . Vento Fraco . Corrente flui para W, bifurca na latitude de Recife.

419
A partir de Recife a corrente flui para N/NW (corrente das Gu ianas) e para
S/SW (corrente do Brasil) .

Ao demandar Fernando de Noronha e Rocas, com destino ao Hemisfério


Norte (HN), é recomendado deixar as ilhas por Boreste (BE), por
segurança devido ao abatimento da corrente que flui para W .

Nas proximidades de Recife a corrente é mais forte junto à costa . Para se


safar da co rrente contra, abrir 10 a 15 milhas, principalmente quem está
vindo do sul, no rumo Norte, demandando o Cabo Calcanhar.

Na costa da Bahia, no trecho entre Salvador e Ilhéus a corrente tende a


ensacar da mesma forma que ensaca o navegante em Paranaguá, no
trajeto entre o Rio de Janeiro e Santa Catarina .

O navegante ao demandar o Arquipélago de Abrolhos, no rumo norte


deve deixá -lo por bombordo (BB), devido ao efeito da corrente que flui
para SW e ao perigo do Parcel das Paredes e o Parcel de Abrolhos.

Observa-se ressaca em Aracaju e Maceió, na estação de inverno no HS,


principalmente no mês de agosto, quando ocorrer frente fria que atinja o
oceano na latitude de Salvador.

No litoral brasileiro registram -se ocorrências significativas de mau tempo


e estado do mar severo na região oceânica abrangida pelos paralelos de
latitude de Santos ao Cabo de Santa Marta, áreas Bravo e Charlie do
Meteoromarinha, principalmente nos meses de julho a outubro, ou seja,
período de inverno e início da primavera no HS.

No mês de julho influências de mar severo são observadas na


percentagem de 10% de frequência de ondas igua is ou maiores que 12
pés de altura , no litoral brasileiro até baixas latitudes, ou seja, paralelo
10° sul, abrangendo as áreas A, B, D, E, e F de Meteoromarinha .

Q OCEANO ATLÂNTICO NORTE

a) MEDITERRÂNEO

O vento Mistral sopra de NW, no período de novembro a março, vindo do


vale do Ródano próximo a Marselha na França, afetando seriamente o
estado do mar no Golfo do Leão, costa da França, no Mediterrâneo.

420
b) BAÍA DE BISCAYA

Observa -se mar muito forte, o que requer especial atenção do navegante
por ocasião das guinadas. É recomendável observar o intervalo entre os
trens de onda para expor menos a embarcação ao mar de través no
momento da guinada .

c) CANAL DA MANCHA

O navegante é monitorado durante sua travessia do canal pelos Serviços

Nacionais de Segurança da Navegação. O navegante poderá solicitar, se


assim desejar, Prático a partir da Ilha de Quessant (próximo a BREST) .

Q OCEANO ÍNDICO E OCEANO PACÍFICO OESTE

a) COSTA LESTE DA ÁFRICA

Forte corrente (5 a 6 nós), junto à costa da Somália, até a guinada para o


Golfo de Aden. A corrente flui na direção NE, em sentido do Mar Arábico,
verão no HN.

b) MAR VERMELHO

Demandar Golfo de Aden, Mar Vermelho até a bifurcação Golfo de Suez


para Port Said ou Golfo de Agaba para acesso a Jordânia, passando pela
Passagem lnterprise. Neste estreito, contatos fonia são recomendáveis
porque a passagem de um navio VLCC, não comporta outra grande
embarcação no estreito . Nesta região do Mar Vermelho é constante
névoa seca proveniente da areia do deserto, afetando a visibilidade do
navegante.

c) GOLFO PÉRSICO

Demandar o Mar Arábico, Golfo de Omã, Golfo Pérsico até o acesso ao


Kuweit. Região também sujeita a névoa seca .

d) MAR ARÁBICO

Região sujeita a mau tempo e severo estado do mar devido as monções e


ciclones tropicais. O período crítico de ciclones é maio/junho e
outubro/novembro e o período de monções é julho/agosto.

e) ROTA PARA AS FILIPINAS E JAPÃO

Atualmente, a rota recomendada no Oceano Índico, com destino ao


Japão, muito frequentada pela marinha mercante brasileira, utiliza a

421
ortodrômica (círculo máximo) do Cabo da Boa Esperança ao Estreito de
Bali, a leste de Java . A partir de Bali o navegante segue pelo Estreito de
Macassar, Mar de Celebes, sul de Mindanao e leste das Filipinas já no
Oceano Pacífico norte. Esta região do Pacífico está sujeita a ciclones
tropicais severos, com picos nos meses de julho a outubro, exigindo dos
navegantes especial atenção às ocorrências de furacões que se formam
em latitudes abaixo de 10° N, na altura das Ilhas Carolinas. Nessas
ocasiões as trajetórias dos furacões tendem a se orientar na direção
oeste, atingindo a costa leste das Filipinas e guinando então para o norte
na direção da Coréia e Hyushu no sul do Japão, afetando seriamente as
atividades marítimas nessa região, intensamente utilizadas pelos
navegantes.

Quando os furacões se formam a leste das Ilhas Marshall em latitudes


acima de 10° N, as trajetórias se orientam para o norte antes de
alcançarem a costa das Filipinas, passando a leste do Japão, afetando
menos os navegantes procedentes do Oceano Índico, que util izam as
rotas com destino à Coréia e ao Japão.

Ao longo da rota, a partir de Bali, o navegante deve ter atenção às


informações meteorológicas que divulgam a ocorrência de furacões no
Oceano Pacífico norte. Os efeitos dessas tormentas são tão danosos e
prejudiciais às atividades marítimas na região que existem serviços de
divulgação permanente, por diversos meios de comunicação, inclusive
por canal de televisão, o que auxilia muito os navegantes a identificarem
se sua região de formação ocorreu ao sul ou ao norte de 10° N.

f) ROTA DE REGRESSO DO JAPÃO, VIA GOLFO PÉRSICO

Quando o navegante brasileiro regressa do Japão com pouco calado,


demandando o Golfo Pérsico, utiliza o mar da China, o Estreito de Málaga
ao sul de Singapura, o Golfo de Bengala, o Mar Arábico e o Golfo Pérsico.
Nos meses de maio a novembro, enfrenta mar agitado por monções e
ciclones tropicais nestas regiões.

Q PACÍFICO SUL- COSTA DO CHILE

a) ESTREITO DE MAGALHÃES

No Oceano Atlântico ao sul do Cabo Virgem entra-se no Estreito de


Magalhães e passa-se por duas angosturas estreitas antes de chegar a
Punta Arenas. Na primeira angostura o navegante enfrenta uma corrente

422
de 5 a 8 nós no sentido da corrente de maré e na segunda angostura uma
corrente de 3 a 6 nós.
No Estreito de Magalhães o vento é canalizado no sentido do estreito e
muito forte, atingindo 50 nós, principalmente próximo à extremidade W,
no lado do Pacífico . As tábuas das marés chilena têm um capítulo
adicional informando condições de correntes de marés nas principais
passagens dos estreitos como 1ª e 2ª angostura , indicando a hora em que
a maré está parada e o período de intensidade máxima. A passagem
Inglesa nos canais patagônicos, só deve ser demandada durante o dia,
devido a forte correnteza e pouca largura do canal.
b) COSTA DO CHILE

No lado do Oceano Pacífico há uma bifurcação na direção da Ilha Evangelista


(mar aberto) ou no sentido do Canal Smyth (canais patagônicos).
A região do Oceano Pacífico, na latitude do sul da América do Sul, se
caracteriza como área de formação de frentes frias, com vento e mar de
S/SW .
O estado do mar nessa região é severo e incide no través das embarcações
que demandam a extremidade W do estreito de Magalhães. Razão pela
qual as embarcações de até 180 metros de comprimento preferem
demandar os canais patagônicos, para alcançar o oceano Pacífico mais ao
norte, no golfo de Penas e retornar aos canais internos nas entradas de
Darwin ou da Ilha Chiloé e navegar até Port Mont, para evitar estado do
mar severo, tão comum na costa do Chile que tem uma plataforma
continental bastante estreita e fica sujeita as ondas de comprimento longo,
proveniente de alto-mar, que penetram em águas rasas da plataforma .
É recomendado aos navegantes se afastarem da costa cerca de 50 milhas
para evitarem o mar mais severo .
No trecho próximo a Valparaíso, o aviso de mau tempo alerta as
embarcações para enfrentarem o mar afastadas da costa . Recomenda-se,
inclusive, que as embarcações atracadas ou fundeadas suspendam e
demandem alto-mar. O mau tempo quando passa pela Ilha Juan
Fernandez leva cerca de um dia e meio para chegar a Valparaíso . O
navegante ao longo da costa W da América do Sul encontra mais
dificuldade em sua navegação meteorológica do sul até Valparaíso
quando o vento NW está mais forte . No trecho de Vai paraíso para o norte
a visibilidade normalmente é afetada por extensos nevoeiros, na época
de verão .

423
/ 5 - CONCEITOS E EXERCÍCIOS

QUESTÕES E SOLUÇÕES- BASEADAS NO LIVRO TEXTO

C NAVEGAÇAO METEOROLÓGICA E OCEANOGRÁFICA (capítulo 14)

No planejamento das navegações ortodrômicas ou loxodrômicas é de


fundamental importância à consideração das condições ambientais
próprias, da respectiva sazonalidade, na área da viagem.
A ocorrência de eventos extremos, em ambos os hemisférios, e a
respectiva época, em função da sazonalidade, está disponível aos
navegantes.
Pode-se, então, discutir uma série de conceitos a respeito da afirmativa
acima. Tais como:
1- No planejamento da navegação utilizam-se informações climatológicas,
e na execução da derrota, interpreta-se a previsão do tempo.
2- A sazonalidade resulta eventos climáticos significativos, no mar e no
tempo, em ambos os hemisférios.
3- A identificação prévia de distintas situações críticas, no mês de
interesse é uma preocupação do navegante, na fase de
planejamento da navegação, na consulta às Cartas Piloto.
4- A interpretação das condições climáticas, na sazonal idade do mês de
interesse, requer associar a interação da circulação geral da
atmosfera (ventos alísios de E, e, ventos de W), com a temperatura
da superfície dos continentes e com a TSM dos oceanos .
5- Nessa interação observam-se condições bem distintas, no verão e
no inverno, no HN e no HS.
6- No oceano, nas altas latitudes, as condições de visibilidade são mais
preocupantes, no verão.
7- No oceano, nas altas latitudes, as condições de mar severo são mais
preocupantes, no inverno.
8- No oceano, na região tropical, as condições do mar são bem mais
severas na sazonalidade de verão e outono, do respectivo hemisfério.
9- A oscilação da posição da ZCIT, devido à sazonalidade, é mais
acentuada no verão, do respectivo hemisfério.
10- A temporada de tormentas tropicais acompanha o deslocamento da
ZCIT, nos Oceanos Atlântico, Pacífico e Índico.

424
CONCLUSÃO

O navegante ao longo deste trabalho foi motivado a observar como as


ocorrências dos fenômenos meteorológicos e oceanográficas seguem
processos físicos claros e organizados, os quais para seu desenvolvimento
requerem como pré-requisito ao longo de todo o processo, que condições
propícias favoreçam de forma gradual e contínua a sua intensificação.
Permitindo que alguns desses fenômenos atinjam estágios de
extraordinária intensidade, afetando, seriamente o estado do tempo e o
estado do mar e consequentemente os navegantes.

A única fonte de energia externa que o planeta Terra recebe é a radiação


solar, que tem grande variabilidade em sua distribuição espacial e
temporal. Além disso, essa extraordinária energia é armazenada e
transportada de duas formas distintas, ou seja, como calor sensível e calor
latente. Foi evidenciado que é necessária uma caloria para elevar de 1°(
uma grama de água, ao passo que são necessárias 600 calorias para
transformar uma grama de água em vapor d'água. Portanto o processo de
evaporação ou de condensação tem grande importância na intensificação
dos fenômenos meteorológicos provenientes de atividades convectivas;
daí a importância que se dá ao parâmetro umidade relativa do ar {UR) e a
energia armazenada sob a forma de calor latente (em nuvem Cb) .

Já a energia sob a forma de calor sensível, que caracteriza as massas de ar


frias e quentes, resulta nos gradientes horizontais de temperatura e
consequentemente nos gradientes horizontais de pressão, responsáveis
pela circulação do ar, ventos e geração de vagas.

Observa-se que ao longo das regiões costeiras quando há considerável


gradiente horizontal de temperatura entre áreas continentais e
oceânicas, pode resultar a ocorrência de intensos nevoeiros, que afetam
significativamente a visibilidade dos navegantes, principalmente na
estação de verão, nas latitudes médias e altas.

Para os navegantes de longo curso que cruzam os oceanos de ambos os


hemisférios, foram ressaltadas as principais diferenças entre as
circulações do ar no HN e no HS. Para facilitar a visualização e
memorização do navegante toma-se como referência que no HS a

425
circulação é no sentido horário nos centros de baixa pressão, ciclones e
cavados e ao contrário (anti-horário), nos centros de alta pressão, anticiclones
e cristas . E que no HN a circulação é no sentido contrário do HS.

Ressaltou-se a diferença entre a meteorologia na área tropical e a


meteorologia na área de latitudes médias e altas, caracterizando-se os
sistemas barotrópicos (tropicais) e os sistemas baroclínicos (frontais).

Evidenciou-se os procedimentos e manobras evasivas para evitar as


tormentas tropicais e furacões. Orientou-se o navegante para identificar
as alterações dos parâmetros direção do vento, pressão, temperatura do
ar e nebulosidade por ocasião da aproximação e passagem de frentes frias
e quentes.

Ressaltou-se que no HS por ocasião da passagem de uma frente fria o


navegante observa significativa mudança de direção do vento que ronda
de NE/N/NW (vento quenteL para S/SW/W (vento frio) . No HN é
diferente, a direção do vento muda de S/SW para N/NW.

O navegante foi orientado ainda para observar a ocorrência de nuvens


Cirrus se deslocando no horizonte, indicando a presença de
Cumulonimbus (Cb) além do horizonte, na direção de onde se desloca
esta nebulosidade.

Na utilização de imagem infravermelho de satélites meteorológicos,


ressaltou -se as características dos conglomerados de Cumulonimbus (CbL
que são identificados nas imagens como as regiões bem mais claras, ao
passo que as regiões menos claras até totalmente escuras, mostram a
redução de nebulosidade e ocorrência de céu limpo, caracterizado pelas
regiões escuras nas imagens. Evidenciou-se a utilidade das imagens de
satélites como poderoso instrumento para auxiliar o navegante a
interpretar as cartas sinóticas de pressão ao nível do mar, nas regiões
oceânicas . Da mesma forma ressaltou - se os múltiplos aspectos que o
navegante pode extrair da interpretação das cartas sinóticas na área
oceânica de seu interesse, uma vez que os boletins meteorológicos (parte
2, tempo presente) são abrangentes na região oceânica .

Foi ressaltado o aspecto do bom entendimento do tempo presente como


fundamental elemento para a boa compreensão da previsão do tempo e
do estado do mar para as horas seguintes e os próximos dias. Este
procedimento deve estar associado ao acompanhamento dos boletins e
cartas anteriores para a identificação das tendências e persistências dos
principais parâmetros e aspectos meteorológicos, principalmente da

426
configuração das isóbaras e da direção do vento, aspecto de fundamental
importância na formação de ondas, condições do estado do mar e da
ocorrência de ressacas. Foi evidenciada ao navegante a importância de
observação e constatação de isóbaras estreitas (vento forte), de
ocorrência de extensão retilínea das isóbaras (pista) e de persistência por
muitas horas ou dias da mesma configuração isobárica . Portanto da
duração, da direção do vento e também da intensidade do vento, que são
as três condições essenciais para a formação de ondas e alteração do
estado do mar, que tanto afetam a segurança da embarcação, da carga e
da tripulação.

É apresentado com singelo destaque no anexo A os elementos codificados


para a elaboração da mensagem meteorológica SHIP, baseadas nas
observações efetuadas a bordo, as quais, horas depois de transmitida,
beneficiam o próprio navegante por ocasião do recebimento do boletim
Meteorológico (METEOROMARINHA) expedido pelo Serviço Meteorológico
Marinho, no qual a área de interesse do navegante está atualizada e
enriquecida pela contribuição da mensagem SHIP enviada. São discutidas
as principais características das ondas, das vagas e dos marulhos e
ressaltadas algumas recomendações de marinharia em mau tempo.

Na parte 2 de oceanografia foi ressaltada ao navegante a importância da


prevenção da poluição do meio ambiente marinho e preservação do
ecossistema marinho. Foram também apresentados aspectos relevantes
da Convenção das Nações Unidas sobre Direitos do Mar (CNUDM),
Convenção para o Gerenciamento e Controle da Água de Lastro e
Sedimentos de Navios e fundamentos de marés, das cartas de correntes
de marés e das correntes marítimas.

Na parte 3 de navegação meteorológica e oceanográfica foram


apresentadas as principais características dos gelos marinhos e as
recomendações e procedimentos de interesses dos navegantes que
trafegam em altas latitudes, incluindo um glossário específico para
navegação no gelo.

Foi destacada a utilidade das Cartas Piloto nacionais e internacionais dos


oceanos Atlântico, Pacífico e Índico, com a finalidade de familiarizar os
navegantes com estes valorosos instrumentos de navegação
meteorológica.

Foram ressaltadas rotas recomendadas e repassadas experiências de


competentes comandantes de longo curso em rotas comentadas, visando

427
mm1mizar as permanentes preocupações quanto à segurança da
embarcação, da carga e da tripulação e quanto a custos adicionais da
empresa com combustível, desgaste e avarias do material proveniente de
condições adversas do tempo e do estado do mar.

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(F o nte : ENDURENCE)

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433
www.sat.dundee.ac.uk/pdus/- Pesquisa, consultas e obtenção de
informações e dados de satélites .

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(Fonte: ENDURENCE)

434
,
INDICE DOS ANEXOS

ANEXO A - INSTRUÇÕES PARA MENSAGEM SHIP E


EXERCÍCIOS

ANEXO B - ESTAÇÕES QUE TRANSMITEM BOLETIM


METEOROMARINHA NA COSTA DO BRASIL

ANEXO C - TABELAS METEOROLÓGICAS

ANEXO D - NAVEGAÇÃO NO GELO

ANEXO E - QUESTÕES DE PROVAS

ANEXO F - CONCEITOS DE FÍSICA

ANEXO G - GLOSSÁRIO

435
9ft'
ANEXO A

INSTRUÇÕES PARA MENSAGEM SHIP E EXERCÍCIOS


INSTRUÇÕES PARA PREENCHIMENTO
DA MENSAGEM SHIP REDUZIDA
(Fonte: DHN)

~ Confecção de mensagem meteorológica Ship

Registro correspondente: FM 13 -IX- SHIP


O regi stro SHIP procedente de uma estação marítima se identifica mediante as
letras simbólicas BBXX.

~ Seções do FM 13 -IX SHIP

Seçãó O - identificação da estação; indicativo internacional, data e hora da


observação, indicadores de unidades empregadas para a
velocidade do vento e posição geográfica.
Seção 1 - Grupos para intercâmbio internacional
Seção 2 - Grupos de fenômenos meteorológicos marítimos observados por
uma estação marítima .

~ Chave do registro e mensagem das observações tipo ship

Seção O - BBXX DDDDD YYGGi w99Lal al a Qlol ol ol o


Seção 1 - iRixhVV Nddff OOfff lSnTTI 4PPPP lwwW1W28N hCLCMCH
Seção2 - 222DsVs

PARTE 1- SIGNIFICADO DOS GRUPOS SIMBÓLICOS

Q Seção O

BBXX - indica que o registro que se segue é do tipo SHIP (FM 13- IX)
DDDDD - indicativo internacional de chamada de navio (prefixo).
Ex .: N/M CIAGA- DDDDD =PWXY (deixar em branco o último dígito
quando o indicativo for de 4 caracteres) .

437
YYGGiw
YY - dia do mês (HMG) .
GG - hora (HMG) da observação, aproximada à hora inteira .
iw - tipo de observação do vento (ver código OMM 1855).
Ex.: Observação efetuada às 2100P (fuso+3) do dia 3 de março; a
intensidade do vento foi medida em nós, YYGGiw= 04004.
99lalala
99 - algarismo complementares do grupo .
Lal al a - latitude expressa em unidades de 'décimos de grau (Cada décimo
de grau é igual a 6 minutos).
Ex.: Um navio com latitude, 23° 36'S terá 99Lal al a= 99236, pois 23°
36'S é igual a 23°. 6S
Qclolololo

Qc - quadrante do globo (ver código OMM 3833).


Lol ol ol o - longitude expressa em unidade de décimo de grau.
Ex.: Um navio com longitude 043° 18 W e com a latitude do
exemplo anterior terá Qcl ol ol ol o= 50433 .

Q Seção 1

ÍrÍxhW

ir - indicador para inclusão ou omissão de dados de precipitação do


grupo 6RRRtR (ver código OMM 1819).
ix - indicador do tipo de operação da estação e dados dos tempos
presente e passado do grupo. lwwW1W2(ver código OMM 1860).
H - altura acima da superfície da base da nuvem mais baixa (ver código
OMM 1600).
- Quando existem nuvens baixas (CL# O), a altura da base da CL mais
baixa é indicada em "h".
- Quando não existem nuvens baixas (CL= O) e há nuvens médias (CM
#O) é indicada em "h" a altura da base da CM mais baixa.
- Quando existir apenas nuvens altas (CL= O, CM =O e CH #O), h= 9.
VV - visibilidade horizontal à superfície (ver código OMM 4377).
Ex.: Há registro de precipitação no pluviógrafo, (I r); foram obtidos,
por estação automática, e incluído os dados dos tempos presente
e passado (lx); a altura da nuvem mais baixa foi estimada em 300
metros; e a visibilidade estimada em 8 Km.
lriXhVV = 24396
Nddff

N - cobertura total de nuvens, expressa em oitavos de céu (ver código


OMM 2700).

438
dd - direção verdadeira de onde sopra o vento, expressa em dezenas de
graus (ver código OMM 0877) .
ff - intensidade do vento na unidade indicada por iw: se superior a 99
nós, ff no grupo Nddff será codificado 99 e o grupo OOfff será
incluído imediatamente após o grupo Nddff.
OOfff
Este grupo somente será transmitido e registrado se a intensidade do vento for
igual ou superior a 99 na unidade indicada em iw.
00 indicador de posição no grupo.
fff - intensidade do vento na unidade indicada por iw.
A direção e a intensidade do vento devem indicar a média obtida
após dez minutos de observação aproximadamente .
Ex.: 1 - O céu encontra-se com 5 oitavos de cobertura total de
nuvens.
A direção do vento é de 150 graus verdadeiros e a intensidade de
18 nós. Nddff = 51518 .
Ex. :2- Situação do céu de avaliação impossível. A direção do vento
é de 250 graus verdadeiros e a intensidade de 110 nós. Nddff =
92599 e OOfff = 00110.
lSnTIT
1 indicador de posição no código .
Sn - indicador do sinal da temperatura do ar (ver código OMM 3845) .
TTI - temperatura do ar, em unidades de décimos de graus Celsius.
Ex.: 1- A temperatura do ar é+ 26o.5C. 1SnTTI = 10265.
Ex.: 2- A temperatura do ar é- 00o. 6C. 1SnTTI= 11006.
4PPPP

4 - indicador de posição no código .


PPPP pressão atmosférica reduzida ao nível do mar, em unidades de
décimos de hectopascal (hPa) .
Ex.:1 - A pressão reduzida ao nível do mar é 972 .4 hPa.
4PPPP=49724.
Ex.: 2- A pressão reduzida ao nível do mar é 1029.1 hPa
hPa. 4PPPP=40291.

~ Observação:

Quando a pressão for igual ou maior que 1000 hPa preencher o campo
abandonando o algarismo da unidade de milhar.

1wwW1Wz
Este grupo somente será incluído na mensagem se forem observados fenômenos
significativos de tempo presente e/ou passado.

439
Lançar, na folha de registro, também, os fenômenos não significativos.

7 -indicador de posição no código.

ww -tempo presente (ver código OMM 4677) .

- Os fenômenos de tempo presente estão codificados em ordem crescente de


importância, de 00 a 99. Quando, simultaneamente, são observados dois
fenômenos, deve ser registrado o de maior importância. Entretanto, quando
ocorrer o fenômeno correspondente ao código 17 e, simultaneamente, ocorrem
fenômenos correspondentes aos códigos compreendidos entre 20 e 49, o código
17 tem prioridade.

-Quando o fenômeno não é devido essencialmente à presença de gotículas de


água, escolher-se-á o número do código apropriado, independente do valor de
"VV" .

- O número OS do código é empregado, quando a limitação da visibilidade é


devida, essencialmente, a partículas de matéria sólida em suspensão no ar.

- O limite inferior da visibilidade para ww = 10, deve ser 1000 metros. Esta
especificação aplica -se unicamente, quando se está em presença de gotículas
d'água ou cristais de gelo .

-Quando ww=11 ou 12, a visibilidade aparente deve ser inferior a 1000m.

- Quando ww=18, os seguintes critérios deverão ser adotados para codificar


rajada :

a) quando se mede a velocidade do vento :

"Um aumento repentino da velocidade do vento de, no mínimo 16 nós, atingindo


21 nós ou mais e se mantendo durante pelo menos um minuto."

b) quando se utiliza a Escala Beaufort para estimar a velocidade do vento:

"Um aumento repentino da velocidade do vento de, no mínimo três graus da


Escala Beaufort, alcançando uma força 6 ou mais e se mantendo durante pelo
menos um minuto."

- Os números do código de 20 a 29 nunca devem ser empregados, quando, na


hora da observação, houver precipitação.

- No caso ww=28, a visibilidade deve ser inferior a 1000m. Esta especificação


aplica-se somente quando a visibilidade é reduzida pela presença de gotículas
d'água ou cristais de gelo.

- Na codificação para uso sinótico, uma trovoada é considerada, desde o


momento em que se ouve o primeiro trovão, independentemente de ter sido ou
não visível o relâmpago, ou tenha havido ou não, precipitação.

440
-Uma trovoada é registrada no tempo presente, se o trovão tiver sido ouvido no
período normal de observação que precede à hora da mensagem .

Uma trovoada é considerada terminada no momento em que é ouvido o ultimo


trovão. Este final é confirmado, quando nos 10 a 15 minutos que se seguem não
forem ouvidos mais trovões.

- Para ww = 42 a 49, atribui-se um limite à visibilidade, que deve ser inferior a


1000m. No caso de ww = 40 e 42, a visibilidade do banco de nevoeiro gelado é
inferior a 1000m. Usam-se os números 40 a 47, quando a limitação da visibilidade
é devida principalmente às gotículas d'água ou cristais de gelo; os números 48 ou
49, quando essa limitação é devida essencialmente à presença de gotículas
d' água.

-Com referência às precipitações, a frase "na estação" do código ww significa no


ponto em que a observação é normalmente efetuada .

- A intensidade das precipitações se determina com base na intensidade no


momento da observação .

-As precipitações são caracterizadas como intermitentes, mesmo que tenham


sido descontínuas na hora precedente, sem apresentarem, não obstante, o
caráter de pancadas.

- Os números do código de 80 a 90 só devem ser utilizados, quando as


precipitações são do tipo pancadas, e tenham ocorrido na hora da observação.
As nuvens que produzem pancadas são nuvens isoladas e, por conseguinte, as
pancadas são sempre de curta duração. Entre as pancadas, são observados claros
no céu, exceto se nuvens estratiformes encherem os vazios entre as nuvens que
originaram as pancadas .

-Quando transmitir o número 98 do código, o observador terá a liberdade para


decidir se houve ou não precipitação, caso ela não tenha sido observada .

W1Wz- tempo passado (ver código OMM 4561) .

-O período coberto por W1W2é de seis horas para as observações efetuadas às


0000, 0600, 1200 e 1800 HMG, e de três horas para as observações
intermediárias de 0300, 0900, 1500e 2100 HMG.

- O número do código para W1W2 é escolhido de modo a dar com ww uma


descrição, a mais completa possível do tempo, durante o período considerado .
Por exemplo: se durante este período o tempo mudar totalmente, o número do
código a escolher para W1Wz deve descrever o tempo que predomina antes que
começasse o tempo indicado por ww .

-Se, com o critério do parágrafo anterior, mais de um número do código pode


ser atribuído a W1e Wz deve-se escolher o número do código mais elevado para
W1e o segundo mais elevado para Wz.

441
-Se o período abrangido por W1e W2estiver sob a influência de um só tipo de
tempo, W1 e W2 serão iguais. Exemplo : somente chuva em todo período
abrangido W1W2= 66 .

- Caso somente parte do período de referência para determinação do tempo


passado seja conhecido, W2será cod if icado "barra " ( I ).

Ex. :1 - Foram constatadas no momento da observação pancadas de chuvas


violentas, tendo ocorrido entre a observação anterior e atual trovoadas sem
precipitação, e névoa seca 7wwW1W2= 78294.

Ex.: 2 - Verificado, no tempo presente, nevoeiros baixos em bancos, tendo


ocorrido entre a observação atual e a anterior apenas chuva 7wwW1W2= 71166.

8Nh(L(M(H

Este grupo será omitido quando N (número de oitavos de céu coberto) for igual
a zero (O) ou N igual a nove (9) .

8 - indicador de posição no código .

Nh - quantidade de nuvens baixas, ou na sua ausência, por nuvens médias


em oitavos de céu (ver código OMM 2700) .

CL - tipo de nuvens baixas (ver quadro de nuvens - DHN-5906 e código


OMM 0513) .

CM - tipo de nuvens médias (ver quadro de nuvens - DHN-5906 e código


OMM 0515) .

CH - tipo de nuvens altas (ver quadro de nuvens- DHN-5906 e código OMM


0509).

Se, não obstante a presença de nevoeiro ou outros fenômenos


análogos, o céu é visível por transparênci a, as nuvens devem se r
observadas como se os fenômenos citados não existissem .

Q Seção 2

222DsVs
222 - significa que os dados a seguir se referem à observação das condições
marítimas.
Ds - rumo verdadeiro resultante do deslocamento do navio nas 3 horas
precedentes à da observação (ver código OMM 0700) .
Vs - velocidade média do navio nas 3 horas precedentes à observação (ver
código OMM 4451) .
Ex. : Verificado que durante 3 horas precedentes à observação das
1800 HMG o rumo verdadeiro resultante do deslocamento do N/M
CIAGA foi 040oe a velocidade média neste período foi 07 nós.

442
222 DsVs= 22212

c:::::> NOTA:
Codificar DsVs = 00, quando se tratar de estação marítima fixa (plataforma de
extração de petróleo, barca-farol, baia fixa etc.) .

c:::::> TRANSMISSÃO DA MENSAGEM SHIP

A forma da mensagem relativa a uma observação sinótica de superfície


procedente de navio obedece ao seguinte critério determinado pela OMM :

a) os navios selecionados enviam as mensagens sob forma completa;


b) os navios suplementares enviam mensagens sob forma abreviada ; e
c) os navios auxiliares enviam as mensagens sob forma reduzida.

c:::::> FORMA COMPLETA

BBXX DDDDD YYGGi w99Lal al aOcl ol ol ol o


irixhVV Nddff OOfff 1SnTTI 2SnTdTdl d 4PPPP Sappp lwwW1W 2 8NhCLCMCH 222DsVs
OSnT wTwTw1Pwa Pwa Hwa 2PwPwHwHw
3dwldwldw2 dw2 4Pw1 Pw1 Hw1 Hw1 SPw2 Pw2 Hw2 Hw2 61 sEsEsRs70Hwa Hwa.
ICE+ {c;S;b;D;,; ou linguagem clara}.

c:::::> FORMA ABREVIADA

BBXX DDDDD YYGGi w99Lal al aOcl ol ol ol o


irixhVV Nddff OOfff 1SnTTI 4PPPP lwwW1W 28N hCLCMCH 222DsVs.

c:::::> FORMA REDUZIDA

BBXX DDDDD YYGGi w99Lal al aQcl ol ol ol o


irix/VV Nddff OOfff 1SnTI I 4PPP I lwwW1W 2 222DsVs

c:::::> Observações:

a) DDDD - deixar em branco o último dígito quando o indicativo for de 4


caracteres.
b) Nas formas abreviada e reduzida, ir é codificado 4 e ix 1, 2 ou 3, conforme o
caso (ver códigos OMM 1819 e OMM 1860).
c) Na forma reduzida , a " barra" (/) nos grupos 1SnTII e 4PPP I indicam que a
temperatura é expressa em grau Celsius inteiro, e a pressão em hPa inteiro,
respectivamente .
d) Para a confecção da mensagem SHIP na forma completa, o navegante deve
consultar a publicação Manual do Observador Meteorológico - DG3 -,

443
distribu ída pela DHN e levar em conta a diversidade e precisão dos
instrumentos meteorológicos existentes a bordo da embarcação.

e) É facultada aos navios auxiliares a transmi ssã o da s observações sinóticas de


superfície em uma linguagem clara , quando não for possível a realização sob
forma reduzida .

PARTE 2- CÓDIGOS METEOROLÓGICOS DE SUPERFÍCIE DE ESTAÇÕES


TERRESTRES E MARÍTIMAS {WMO/OMM)

INDICE INDICE
Seqüincia na Mensagem Seqü6ncia Num6rica
Sim bolos Códigos Códigos Sim bolos
i, 1855 0509 CH
a~ 3833 0513 c
~ 1819 0515 c..
i. 1860 0700 o.
w 4377 0877 dd
N 2700 1819 ~
dd 0877 1855 i.
s. 3845 1860 i.
ww 4677 2700 N, N.
w,w2 4561 3833 Qc
N• 2700 3845 s.
CL 0513 4377 w
c .. 051 5 4451 Vs
CH 0509 4561 w,w2
o. 0700 4677 ww
v. 4451

CÓDIGO OMM 0509

~ CH- tipos de nuven s alta s:

Ausência ............................................... .................... .. .. .. ..... .. ...... ........ .. ... ... =O


Cirrus (Ci) filosos, esparsos, não aumentado ................ .. .. .. ........................ = 1
(Ci) densos, em bancos.......................... ................................ ..................... = 2
(C i) derivados de cumulonimbus densos ........ .. .......................................... = 3
(Ci) em fiadas, com garras, aumentando .......... ...... ........ ........ .... ................ . = 4
(Ci) e ou cirrostratus (s), em faixas aumentando não atingindo 45° de
altura ...... ... ...... ........... ..... .... .......... ..................... .. ...... ..... .... .......... .. .... ........ = 5
(Ci) e ou cirrostratus (Cs), em faixas aumentando, excedendo 45° de altura
.. .. ......... ......... .. .... ...... ... ......... ... .. .......... ..... ... ..... .............................. ........ ...... = 6
(Cs) cobrindo todo o céu ............ .. .......... ............ .... .. .. .. ......... ........ ............... = 7
(Cs) não cobrindo todo o céu .. .. ........ .... .......... .... .. .. .... ... .. ... ..... .. .. ... .... ........ =8
Cirroscumulus (Cc) predominantes ........ .... .... ...... .. .. .. .. .......... .. ................... =9
Avaliação impossível .......... .......... ....... ...... ................. .... ............ .................. =I

444
CÓDIGO OMM 0515

~ CM-tipos de nuvens m édia s:

Aus ênci a ..... .. ..... ...... .... ..... ........ ...... ..... ..... ............... .. ....... .... .... ... .... ... ......... =O
Altostratu s (As) tran slúcidos ...... .. .... .......... .. .. .. .. .. .......... ...... ...... .... .. .. ...... .. . = 1
(As) opacos ou nimbostratu s.. .. ........................ .. .. .. .. .. .. .. .... .... .. ........ .... .... .. . = 2
Altocumulus (Ac) tran slúcidos, num só nível .. ................ ...... .. .. ...... .. .... .. .... = 3
(Ac) translúcido s em bancos, ou lenticulares ................ .... .... .. .... .. .. .. .. .. .. .. .. =4
(Ac) em faixa s ou camadas aumentando ou espessando .... .... .. .. .. .. .. .. .... .. ... = 5
(Ac) derivados de cumulus .... .. .... .... .... .. .... .. ........ .. ...... .. .... .. .... ...... ............ .. = 6
(Ac) em camada dupla, ou opacos ou associados a (As) ou nimbostratus .. = 7
(Ac) em tufos cumuliformes ........ .. ........ .. .. .. .............. ............ ...... .... .... .... .. .. = 8
(Ac) em céu caótico, entre véu s fibro sos .. .. .. .......... .. .. ...... .... ........ .. ............ =9
Avaliação impossível .... .. ... .. ...... ........ .. .... ... .. ... .... ............. .... .......... ... ..... ...... =I

CÓDIGO OMM 0513

~ CL- tipo s de nuvens baixas :


Au sê ncia .... .. ... .. .. .... ....... .. .. .... .......... ......... .. ... ..... .... .... ................ ....... .... ...... =O
Cumulus (Cu) do bom tempo ...... .... .. .. .. ...... .. .. .. .. .... .. .. .. .. .. ...... .. .... .. ...... .. .. .. = 1
Cumulus congestos (com torres) ........ .. .. .. ...... .. .. .. .. .. ...... ... ...... .. .... .. .. .. .... ... = 2
Cumulonimbus sem coroa de cirru s ...... .. .... .... .... .. ...... .. .. .. .. .. .... .... .. .. .. .. .. ... = 3
Stratocumulu s (Se) derivados de cumulus .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .................. .. ..... = 4
(Se), não derivados de cumulus .... ........ .. .. .. .... .. .. .. .. .. .. .. .. .................. .. .... .. ... =5
Stratus (St) ... .. .. .. ........ ........................ .. .. .. .. ...... .. .. .. .. .. ...... .. .. .... .. .. .. ........ ..... = 6
Nimbostratus ou (St) de mau tempo .......... .. .... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .... .. .. .. .. ... = 7
Cumulus e (Se) não derivados de cumulu s .. ........ .. .... .. .. .. .. .. .. .... .. .. .. .. .. ..... ... =8
Cumulonimbus com coroa cirrus .. .......................... .... .. .. .. .. .... .... .... .. .......... . = 9
Avaliação imposs ível .. .. .... .. .. ...... .. .. .. .. .. .. .... .. .. .. .. .... .. .. .... ................ .... .. .... .. .. =I

CÓDIGO OMM 0700

~Os- rumo verdadeiro resultante do deslocamento do navio nas 3 horas


precedentes à hora da observação

Navio parado .. .... .. .. ...... .. ...... .. .. .. .. .. .. .. ...... .. .... .... .. = O


NE ...... ..... ........ .. ...... ....... ..... .. ... .... .. ..... .. ... ... ... ... .... = 1
E.. ..... .... ...... .. ..... .... ....... .. .. ... .. ....... ......... ................ = 2
SE .. .... ...... ... .... ....................... ........ .. .. .. .... .... .... .... .. = 3
S..... ..... .... .... ..... ... .. ...... .. ...... .. .... ... ...... ..... .. .. .... ... ... = 4
SW ... ...... ........ ........ ..... ...... ......... .. .......... .. ... ....... ... =5
W .. .. ..... .... .... ........ ....................... .... ....... .. .... ... .. .... =6
NW .... .... ..... ...... .. ....... .. ...... .. ... ......... ... ........ ..... ...... =7
N .... ................ ... .. ... ......... .... ... ..... .... .... .... ........ ...... = 8
Desconhecido ... ... ............... .. ..... .... ....... ... ..... .... .... . = 9

445
CÓDIGO OMM 0739

c::=:> D;- posição da borda do gelo principal


O- navio em canal costeiro ou canal gretado.
1- borda do gelo principal em direção ao NE
2- borda do gelo principal em direção ao E
3- borda do gelo principal e direção ao SE
4- borda do gelo principal em direção aoS
5- borda do gelo principal em direção ao SW
6- borda do gelo princ ipal em direção ao W
7- borda do gelo principal em direção ao NW
8- borda do gelo principal em direção ao N
9- não determinado (navio no gelo)
I -impossível informa, devido à escuridão, falta de
visibilidade ou pela presença de gelo de origem terrestre
visível
CÓDIGO OMM 0877

c::=:> dd- direção verdadeira de onde sopra o vento real em dezenas de graus
(00 a 36)

00- calmaria 19-185 a 194


01-005 a 014 20- 195 a 204 - SSW
02-015 a 024- NNE 21-205 a 214
03-025 a 034 22-215 a 224
04-035 a 044 23 - 225 a 234 - SW
OS- 045 a 054 - NE 24-235 a 244
06-055 a 064 25 - 245 a 254 - WSW
07-065 a 074 - ENE 26-255 a 264
08-075 a 064 27- 265 a 274 - W
09 - 085 a 094 - E 28-275 a 284
10-095 a 104 29- 285 a 294 - WNW
11 - 105 a 114 - ESE 30-295 a 304
12-115 a 124 31-305a314
13-125 a 134 32- 315 a 324- NW
14- 135 a 144 - SE 33-325 a 334
15-145 a 154 34- 335 a 344 NNW
16- 155 a 164 - SSE 35-345 a 354
17-165a174 36- 355 a 004 - N
18 - 175 a 184 - S 99- vento com direção variável

CÓDIGO OMM 1600

c::=:> h- altura da base da nuvem mais baixa acima da superfície :

446
0-0aSm 5-600 a 100m
1-50 a 100m 6 - 1000 a 1500 m
2-100 a 200m 7 - 1500 a 2000 m
3-200 a 300m 8 - 2000 a 2500 m
4-300 a 600 m 9- 2500 ou mais ou ausência

I- Quando não se pode estimar a altura da base da nuvem mais baixa, ou


quando a base da nuvem estiver abaixo do nível da estação.
-Quando ocorrerem distâncias extremas na tabela acima, utilizar o código
maior.
CÓDIGO OMM 1819

c:::> ir- indicador para a inclusão ou omissão de dados de precipitação

2- incluído na seção 3 o grupo 6 RRRtr.


3- omitido o grupo 6RRRtr (não ocorreu precipitação) .
4- omitido o grupo 6RRRtr (instrumento inoperante) .

CÓDIGO OMM 1855

c:::> iw- indicador de velocidade do vento:

O- velocidade estimada em m/s


1- velocidade medida por anemômetro em m/s.
3- velocidade estimada em nós.
4- velocidade medida por anemômetro em nós.

CÓDIGO OMM 1860

c:::> ix-indicador do tipo de operação da estação e dados dos tempos presente


e passado.

1- Estação manual- incluído o grupo lwwW1W2


2- Estação manual- omitido por não ter ocorrido nenhum
fenômeno significativo
3- Estação manual- omitido por não ter sido observado
4- Estação automática- incluído o grupo lwwW1W2
5- Estação automática - omitido por Não ter ocorrido
nenhum fenômeno significativo.
6- Estação automática - omitido por não ter sido
observado

CÓDIGO OMM 2700

c:::> N - Cobertura total de nuvens expressa em oitavos do céu .


Nh- Quantidade de nuvens baixas ou (na ausência de nuvens baixas por
nuvens médias) em oitavos de céu .

447
o- céu limpo 5-5 oitavos
1-1 oitavo 6-6 oitavos
2-2 oitavos 7-7 oitavos
3-3 oitavos 8- céu totalmente coberto
4-4 oitavos 9- céu obscuro ou avaliação impossível
N =f céu somente em registros procedentes de estações automáticas

CÓDIGO OMM 3833


c::::> Quadrante do Globo
N

Qc =7 Qc=1
Q< LATITUDE LO NGITUDE
Meridiano dei GreemiÍdl

1 Norte Leste ~~
w ----------+--------r--
3 Sul Leste
5 Sul Oeste Qc =5 Qc=J

7 Norte Oe ste
s

c::::> Observação:

A escolha é creditada ao observador nos seguintes casos:


-Navio sobre o meridiano de Greenwich ou longitude 180
(Lo Lo Lo Lo= OOOoou 180o):
Qc = 1 ou 7 (hemisfério norte)
Qc = 3 ou 5 (hemisfério sul)

-Quando o navio está no Equador (LaLaLaLo=OOOo)


Qc = 1 ou 3 (longitude leste)
Qc =5 ou 7 (longitude oeste)

CÓDIGO OMM 3845

c::::> Sn- indicador do sinal da temperatura

O- temperatura positiva ou zero


1- temperatura negativa

CÓDIGO OMM 4377

c::::> VV- visibilidade horizontal à superfície :

90 - menos de SOm 95-2 Km a 4Km


91- SOm a 200m 96 - 4Km a 10Km
92 - 200m a soam 97 -10Km a 20Km
93- 500 m a 1Km 98- 20Km a SOKm
94-1 Km a 2Km 99- mais de 50 Km

448
-Quando ocorrem distâncias extremas na tabela acima, utilizar o código maior
Ex.: visibilidade igual a 10 km, lançar VV = 97

CÓDIGO OMM 4451

~ vs - velocidade média do navio nas 3 horas precedentes à hora da


observação

O- navio parado
1- 1 a 5 nós
2- 6 a 10 nós
3- 11 a 15 nós
4- 16 a 20 nós
5- 21 a 25 nós
6- 26 a 30 nós
7- 31 a 35 nós
8- 36 a 40 nós
9- mais de 40 nós

~ Observação: tratando-se de Estação Meteorológica Costeira vs =I

CÓDIGO OMM 4561

~ W1Wz- tempo passado


O- céu metade ou menos da metade coberto
1- céu, ora mais da metade, ora menos da metade coberto
2- céu mais da metade coberto
3- tempestade de areia, de poeira ou de neve
4- nevoeiro, ou nevoeiro gelado, ou névoa seca densa
5- chuvisco
6- chuva
7- neve, ou chuva e neve misturadas
8- pancada(s)
9- trovoada(s) com ou sem precipitação

~ Observação:
Os números dos códigos O, 1 e 2 se referem a fenômenos não
significativos.

449
CÓDIGO OMM 4677

~ WW- tempo presente :

00- 49- ausência de precipitação na ocasião.


00- 19- ausência de precipitação, nevoeiro, tempestade de poeira, de areia
ou de neve, na estação, na ocasião, ou na hora precedente, exceto
para 09, 11 e 12.

00- Desenvolvimento de nuvens não observado ou não observável


01- Nuvens em dissolução ou tornando-se menos desenvolvidas
02- Estado de céu invariável no conjunto
03- Nuvens em formação ou em desenvolvimento
04- Visibilidade reduzida pela fumaça
OS- Névoa seca
06- Poeira em suspensão no ar, na ocasião
07- Poeira ou areia, levantadas pelo vento, na ocasião
08- Redemoinhos de areia, poeira
09- Tempestade de poeira ou de areia
10- Névoa úmida
11- Banco de nevoeiro baixo, na estação
12- Nevoeiro baixo, mais ou menos contínuos na estação
13- Relâmpagos sem trovões
14- Precipitação à vista , não atingindo o solo ou o mar
15- Precipitação à vista , não atingindo o solo ou o mar, longe da estação
16- Precipitação à vista, atingindo o solo ou o mar, perto da esta ção
17- Trovões sem precipitações na estação
18 - Rajada à vista
19- Tromba d' água à vista

~ Observação: os números do código 00, 01, 02 e 03 se referem a fenômenos


não significativos

20- 29 - precipitação, nevoeiro ou trovoada na hora precedente, porém não


na ocasião.

20- Chuvisco
21- Chuva Não em forma
22- Neve de pancada
23- Chuva e neve ou pelotas de gelo
24- Chuvisco ou chuva congelados
25- Pancadas de chuva
26- Pancada de neve ou de chuva e neve
27- Pancadas de saraiva ou de chuva e saraiva
28- Nevoeiro
29- Trovoada com ou sem precipitação

450
30- 39- Tempestade de poeira, de areia ou de neve
30 diminu i a hora precedente
31 Tempestade de areia fraca ou moderada sem alteração na hora precedente
32 aum entou na hora precedente

33 diminui a hora prece dente


34 Tempestade de areia fraca ou de areia forte sem alteração na hora precedente
35 aumentou na hora preced ente

36- Tempestade de neve fraca ou moderada, em geral baixa


37- Tempestade de neve forte, em geral baixa
38- Tempestade de neve fraca ou moderada, em geral alta
39- Tempestade de neve forte, em geral alta

40-49 -Nevoeiro na ocasião


40 -Nevoeiro a distância, não na estação na hora precedente
41- Nevoeiro em bancos
42- Nevoeiro com céu visível, com diminuição na hora precedente
43- Nevoeiro com céu invisível, com diminuição na hora precedente
44- Nevoeiro com céu visível, sem alteração na hora precedente
45- Nevoeiro com céu invisível, sem alteração na hora precedente
46- Nevoeiro com céu visível , com início ou aumento na hora precedente
47- Nevoeiro com céu invisível, com início ou aumento na hora precedente
48- Nevoeiro, depositando escarcha, céu visível
49- Nevoeiro, depositando escarcha, em geral alta

50- 99 - Precipitação na estação, a ocasião


50- Chuvisco na ocasião
51- Chuvisco contínuo, fraco na ocasião
52- Chuvisco intermitente, moderado na ocasião
53- Chuvisco contínuo, moderado na ocasião
54- Chuvisco intermitente, forte na ocasião
55- Chuvisco contínuo, fort e na ocasião
56- Chuvisco com congelação fraca
57- Chuvisco com congelação moderada ou forte
58- Chuvisco e chuva fraca
59- Chuvisco e chuva moderados ou fortes

60- 69- Chuva na ocasião

60- Chuva intermitente, fraca na ocasião


61- Chuva contínua, fraca na ocasião
62- Chuva intermitente, moderada na ocasião
63- Chuva contínua, moderada na ocasião
64- Chuva intermitente, forte na ocasião

451
65- Chuva contínua , forte na ocasião
66- Chuva fraca, com congelamento
67- Chuva moderada ou forte, com congelamento
68- Chuva ou chuvisco e neve fracos
69- Chuva ou chuvisco e neve moderados ou fortes

70- 79 - Precipitações sólidas, não em forma de pancadas na ocasião

70- Neve intermitente, fraca na ocasião


71- Neve contínua, fraca na ocasião
72- Neve intermitente, moderada na ocasião
73- Neve contínua , moderada na ocasião
74- Neve intermitente, forte na ocasião
75- Neve contínua, forte na ocasião
76- Agulhas de gelo com ou sem nevoeiro
77- Neve granular com ou sem nevoeiro
78- Cristais de neve estrelados, isolados, com ou sem nevoeiro
79- Pelotas de gelo

80 - 99 - Precipitação em forma de pancadas ou precipitação com trovoada


recente na ocasião

80- Pancadas de chuva fracas


81- Pancadas de chuva moderadas ou fortes
82- Pancadas de chuva violentas
83- Pancadas de chuva e neve misturadas, fracas
84- Pancadas de chuva e neve misturadas, moderadas ou fortes
85- Pancadas de neve fracas
86- Pancadas de neve moderadas ou fortes
87- Pancadas de granizo com ou sem chuva ou com chuva e neve fracas
88- Pancadas de granizo com ou sem chuva ou com chuva e neve moderadas
ou fortes
89- Pancadas de saraiva com ou sem chuva ou com chuva e neve fracas, sem
trovões
90- Pancadas de saraiva com ou sem chuva e neve moderadas ou fortes, sem
trovões .
91- Chuva fraca, na ocasião
92- Chuva forte ou moderada na ocasião
93- Neve ou chuva e neve misturadas ou saraiva, fracas na ocasião
94- Neve ou chuvas e neve ou saraiva, moderadas ou fortes na ocasião
95- Trovoada fraca ou moderada com chuva e/ou neve, sem saraiva, na ocasião
96- Trovoada fraca ou moderada, com saraiva, na ocasião
97- Trovoada forte sem saraiva com chuva e/ou neve, na ocasião
98- Trovoada com tempestade de poeira ou de areia, na ocasião
99- Trovoada forte com saraiva, na ocasião

452
PARTE 3- REGISTRO METEOROLÓGICO FM12-IX FM 13-IX SHIP

,,
I I

' I

i I
r
I I

.
. I
·~

r
~c

r d

453
PARTE 4- OBSERVAÇÕES METEOROLÓGICAS DE SUPERFÍCIE
PROCEDENTES DE ESTAÇÕES MARÍTIMAS

Conforme mencionado nas observações no final da parte 1, deste anexo, para


preenchimento de mensagem SHIP completa, o navegante necessita que sua
embarcação disponha de recursos complementares para o registro dos campos
1PwaPwa, HwaHwa, 2PwPw, HwHw" 3dw1dw1dw2dw2, 4Pw1Pw1Hw1Hw1,
5Pw2Pw2, Hw2Hw2, 61sEsEsRs, 70HwaHwaHwa, ICE e CiSibiDiZi

Para a elaboração desses grupos o navegante deve consultar a publicação


Manual do Observador Meteorológico- DG3

EXERCÍCIO PRÁTICO- MENSAGEM SHIP COMPLETA

Registro correspondente : FM 13-IX-SHIP


O registro SHIP procedente de uma estação marítima se identifica mediante as
letras simbólicas: BBXX
O N/M "GRAÇA ARANHA" - indicativo internacional CIAGA DDDDD *, procedeu
observação meteorológica no dia 21 de agosto YY, às 0900 P GG (fu so+ 3), com
intensidade do vento medida em nós lw, na posição 22° 54', O sui99LaLaLa e 043°
18'. 0 oeste QcLoLololo, tendo sido incluído os dados de precipitação Ir.
Os dados dos tempos presente e passado foram obtidos por estação manuallx,
e incluídos no grupo 7wwW1W2. A nuvem mais baixa foi estivada em 400 metros
h e a visibilidade em 10 Km V V . O céu encontra-se com 5 oitavos de cobertura
total de nuvens N. O vento sopra da direção de 045 graus dd , e intensidade 20
nós ff. A temperatura do ar é de + 32°.5 C lSnTTT, e o termômetro de bulbo
úmido registrou+ 30°.0 C **. A temperatura do ponto de orvalho é de+ 30°.0 C
lSnTdTdTd .
A pressão ao nível o mar é e 1013.0 hPa 4PPPP, ocorrendo uma redução de 1.5
hPa da última observação Sappp .
No momento da observação, foram constatadas pancada s de chuva s fracas 7ww,
tendo ocorrido entre a observação anterior e a atual trovoada sem precipitação,
e névoa seca W1W2 . O céu apresenta nuvens baixas tipo cumulus congestos 8
NnCLCLCH . Durante 3 horas precedentes a observação do rumo verdadeiro
manteve-se em 320°, 222Ds e a velocidade média neste período foi de 18 nós Vs.
A temperatura da água do mar é de + 22°.5 C OSnTwTwTw. O ondógrafo
registrou ondas com um período de 8 segundos 1 PwaPwa, altura igual a 1.5
metros HwaHwa.
Observaram -se vagas de 10 segundos e período 2PwPw e 3.5 metros de altura
HwHw.
Observaram -se dois sistemas de marulho, o primeiro vindo de 305o 3dwl dw2 e
o segundo vindo de 037° dw2dw2 (ver código OMM 0877) . O período do primeiro
sistema é de 17 segundos 4 Pwl Pwl com 1.5 metro de altura HwlHwl, o

454
3- O N/M CIAGA, indicativo internacional PPFON, se encontrava a caminho da
Estação Ecológica Marajá-Jipica, estando a 02° S e 050° 24',0 W, no canal W da
Ilha de Maricá.
As condições do tempo no local são adversas no momento da observação,
ocorrido no dia 25 de outubro, pois a chuva que caía às 0000 horas deixou denso
nevoeiro no canal, que restringe a visibilidade aproximadamente 100 metros o
que nos obriga a navegar a baixa velocidade e por instrumentos. A velocidade do
vento medida por anemômetro é de 5 nós, soprando da direção 045°,0 que é
insuficiente para promover a dissipação do nevoeiro que nos envolve .
Segundo o comandante, só teremos tempo bom ao anoitecer.
São 0600 horas e este nevoeiro se estabeleceu aproximadamente às 0300 horas.
A temperatu ra está em 36o C no interior do nevoeiro onde estamos sendo
impossível avaliarmos a cobertura de nuvens. A pressão indica que estamos a
1013 hPa . Nosso anemoscópio está perfeito e a velocidade do vento foi medida
em nós, os dados de tempo presente e passado foram obtidos por estação
manual e incluído o grupo 7 WWW1 W2 .
4 - O N/M CIAGA, indicativo internacional PAPNT, quando se encontrava na
travessia Rio-Santos, procedeu à observação meteorológica na posição : 25° 36',0
Sul e 048° 30',0 Oeste .
As condições do tempo no local da observação ocorrida no dia 21 de maio são
boas, pois o tempo que às 0600 horas apresentava céu mais da metade
encoberto tornou-se limpo, após a chuva que caíra naquele instante, permitindo
uma visibilidade de 12 km.
Segundo a Meteoromarinha, o tempo permanecerá bom e não há indícios de
aproximação de frente nas próximas 24 horas.
São 9 horas (fuso + 3) o barômetro indica 1018 hPa e a velocidade do vento
medida por anemômetro, indica 12 nós, soprando de E e o termômetro indica
24° C.
O céu apresenta-se com uma névoa úmida, e os dados de tempo presente e
passado foram obtidos por estação manual e incluídos no grupo 7wwW1W2.
5 - O N/M CIAGA, indicativo internacional PRSON, navegando em águas
brasileiras, procedeu à observação meteorológica em 12 de setembro, às 21
horas (fuso+ 3), na posição 22° 36',0 Se 043° 06' .0 W.
O tempo no local, no instante da observação, não é bom e o Centro Nacional de
Meteorologia prevê a chegada de uma frente fria, vinda do Sul do país.
O céu apresenta-se totalmente encoberto, e a temperatura que, às 1800 horas
era de 26° C, está em 30° C. A visibilidade está em 4 milhas; e o barômetro indica
1012 hPa.
O vento no local sopra da direção NE, e a sua velocidade foi medida por
anemômetro em 18 nós.

456
O tempo na ocasião apresentava trovões sem precip itação tendo sido observado
na s t rê s últimas horas pancadas de chuva .
Os dados de tempo presente e passado foram observados por estação manual,
sendo inclu ído o grupo 7 wwW1W2 .
6 - O N/M CIAGA, indicativo internacional APCV, procedeu observação
meteorológica no dia 21 de agosto às 1800 horas (fuso+ 3), na posição 22° 54 ',0
S, 042° 06',0 W com intensidade do vento medido por anemômetro em nós foram
obtida s as seguintes informações :
a) os dados de tempo presente e passado foram observados por estação manual,
sendo incluído o grupo 7wwW1W2;
b) a vi sibilidade estimada é de 8 Km ;
c) o céu encontra -se com três oitavos coberto;
d) a direção do vento é de 140° e intensidade de 20 nós;
e) a temperatura do ar é de 32°,6 C;
f) a pressão reduzida ao nível do mar da estação é de 1009.6 hPa;
g) foram constatadas no momento da observação, relâmpagos e trovões, tendo
ocorrido entre a observação anterior e a atual trovoada sem precipitação, e
névoa seca .
7 - O N/M CIAGA, indicativo internacional PAPVC, procedeu observação
meteorológica no dia 26 de julho, às 2100 horas (fuso+ 3), na posição 22° 30',0
Sul e 043 ° 06 ', 0 Oeste .
Os dados de tempo presente e passado foram observados por estação manual,
sendo incluído o grupo 7wwW1W2 .
O tempo local, no instante da observação, é bom e o Centro Regional de
Meteorologia não prevê a ocorrência de fenômenos significativos de interesse
do navegante.
O céu está totalmente limpo .
A temperatura que estava em declínio, estabilizou-se em 22° C.
A visibilidade está moderada em 3 km; e o barômetro indica 1012hPa.
O tempo local sopra da direção 075°, e sua velocidade fo i medida por
anemômetro em 12 nós.
O tempo na ocasião apresenta névoa seca, tendo ocorrido entre a observação
atual e a anterior nevoeiro, com céu mais da metade encoberto.
8 - O N/M BRASIL, indicativo internacional PWXY, procedeu a observação
meteorológica no dia 19 de maio, às 0900P (fuso+ 3), na posição de 23° 30',0 Sul
e 044° 18',0 Oeste, com intensidade do vento medido por anemômetro em nós,
foram obtidas as seguintes observações :
a) os dados de tempo presente e passado foram observados por estação manual;
sendo incluído o grupo 7wwW1 W2 ;

457
b) a visibilidade estimada em 15 km ;
c) a direção do vento é 070° verdadeiros e a intensidade de 09 nós;
d) a temperatura do ar é de 25°,4 C;
e) a pressão reduzida ao nível do mar da estação é de 1013 hPa;
f) foi constatada na ocasião, chuva contínua moderada, tendo ocorrido entre a
observação anterior e a atual céu mais da metade coberto, e chuva ;
g) o céu encontra-se com 5 oitavos de nuvens tipos Cumulonimbus com coroa de
Cirrus.
9 - O N\M CIAGA, indicativo internacional PWFON, procedeu observação
meteorológica no dia 12 de agosto às 21 horas (Fuso+ 3), na posição 24° 18',0 S,
043° 42',0 W, com intensidade do vento medida por anemômetro em nós.
Os dados dos tempos presente e passado foram observados por estação manual,
sendo incluído o grupo 7wwW1 W2.
O céu encontra-se com cinco oitavos e a visibilidade está em 2500 metros.
O vento sopra de 060°, com inten sidade de 15 nós.
A temperatura do ar é de 11o C. A pressão atmosférica reduzida ao nível do mar
é de 1010,4 hPa.
O tempo presente na ocasião é de chuva forte e que nas últimas 6 horas
observou -se trovoada sem precipitação.
10 - O N/M CIAGA, indicativo internacional PWAMC, procedeu a observação
meteorológica no dia 8 de agosto às 0600 horas (fuso + 3), na posição 22° 36',0
Sul, 042° 12',0 Oeste, com intensidade do vento medida por anemômetro em
nós.
Os dados dos tempos presente e passado foram obtidos por estação manual e
incluído o grupo 7wwW1 W2 .
O céu encontrava-se com sete oitavos encoberto e a visibilidade está em 1200
metros.
O vento sopra da direção 160°, com intensidade de 8 nós.
A temperatura do ar é de 26,3° C. A pressão atmosférica reduzida ao nível do mar
é de 970,3 hPa .
Foram constatadas no tempo presente nevoeiro em bancos, tendo ocorrido
entre a observação anterior e atual céu mais da metade coberto, com nevoeiro.

458
11 - SOLUÇÕES

CAPÍTULO VIl- MENSAGEM SHIP- FORMA REDUZIDA


1-
BBXX PAPCV 12184 99227 50421 41193 82320 001I I 10301 40121
7641122211
2-
BBXX PAPNT 05214 99205 50395 41191 91918 001I I 1032140201
7476122211
3-
BBXX PPFON 25094 99020 50504 41191 90505 001I I 10361 40131
7474122211
4-
BBXX PAPNT 21124 99256 50485 41197 00912 001I I 10241 40181
71017 22211
5-
BBXX PRSON 13004 99226 50431 41196 80518 001I I 10301 40121
7178122211
6-
BBXX APCV I 21214 99229 50421 41196 31420 OOI I I 10321 40091
71794 22211
7-
BBXX PAPVC 27004 99225 5043141195 00812 00111 1022140121
70542 22211
8-
BBXX PWXYI 19124 99235 50443 41197 50709 OOI I I 10251 40131
76362 22211
9-
BBXX PWFON 13004 99243 50437 41195 50615 00111 1011140101
7929122211
10-
BBXX PWAMC 08094 99226 50422 41194 71608 00111 1026149701
74142 22211

459
ANEXO B

CARACTERÍSTICAS DAS ESTAÇÕES QUE TRANSMITEM BOLETINS


METEOROMARINHA, NA COSTA DO BRASIL (Fonte: DHN)

1- ESTAÇÕES QUE TRANSMITEM METEOROMARINHA

ESTAÇÃO 4085 Belém Rádio (PPL)


POSIÇÃO Lat. 01 o 25' S; Long. 048° 26' W
FREQUÊNCIA 4321 E 8462 kHz .
EMISSÃO AlA. Potência : 1,0 KW .
HORÁRIO DE TRANSMISSÃO 2200 e 1000.
TRECHO ABRANGIDO Áreas Foxtrot, Golf, Hotel e November

ESTAÇÃO 4255 Olinda Rádio (PPO)


POSIÇÃO Lat. 08° 04' S; Long. 034° 55' W
FREQUÊNCIA 4321 e 8462kHz .
EMISSÃO AlA . Potência : 1,0 KW .
HORÁRIO DE TRANSMISSÃO 0430 e 1630.
TRECHO ABRANGIDO Áreas Delta, Echo, Foxtrot e November

ESTAÇÃO 4555 Estação Rádio da Marinha do Rio de


Janeiro (PWZ-33)
POSIÇÃO Lat. 2r 48'S; Long. 043 ° 18' w
FREQUÊNCIA 4289, 6435, 8550, 12795, 17160 e 22530
kHz .
EMISSÃO AlA e FlB. Potência : 10 KW.
HORÁRIO DE TRANSMISSÃO AlA) 0215, 0945 e 1945 FlB) 0115, 0845 e
1845.
TRECHO ABRANGIDO Áreas Alfa , Bravo Charlie, Delta, Echo,
Foxtrot, Golf, Hotel, November e Sierra

ESTAÇÃO 4775 Junção Rádio (PPJ)


POSIÇÃO Lat. 32 ° 12' S; Long. 052 ° 10' W
FREQUÊNCIA 4321 e 8462 kHz .
EMISSÃO AlA. Potência : 1 kW.
HORÁRIO DE TRANSMISSÃO 0000 e 1200
TRECHO ABRANGIDO Áreas Alfa, Bravo Charlie, Delta e Sierra

460
ANEXO C

TABELAS METEOROLÓGICAS

I - Temperatura do ponto de orvalho (TPO) em função da temperatura do ar (T) e da


diferença entre Te a temperatura do termômetro de bulbo úmido (Tu) do psicrômetro (T
-Tu) .

li- Umidade relativa em função da temperatura do ar (T) e da diferença entre Te TPO (T


- TPO, depressão do ponto de orvalho).

TABELA 1- UMIDADE RELATIVA (UR)


TEMPERATURA DO PONTO DE ORVALHO (TPO) EM FUNÇÃO DA TEMPERATURA DO AR (T) E DA
DIFERENÇA ENTRE TE A TEMPERATURA
DO TERMÔMETRO DE BULBO ÚMIDO (TU) DO PSICRÔMETRO (T- TU) .

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(Fonte: DHN)

461
CONTINUAÇÃO DA TABELA I

TEMPERATURA DO PONTO DE ORVAlHO (TPO) EM FUNÇÃO DA TEMPERATURA DO AR (T) E DA


DIFERENÇA ENTRE TE A TEMPERATURA
DO TERMÔMETRO DE BUlBO ÚMIDO (TU) DO PSICRÔMETRO (T- TU).

462
TABELA 11- PONTO DE ORVALHO
UMIDADE RELATIVA EM FUNÇÃO DA TEMPERATURA DO AR (T) E DA
DIFERENÇA ENTRE TE TPO (T- TPO, DEPRESSÃO DO PONTO DE ORVALHO)

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(Fonte: DHN)

463
CONTINUAÇÃO DA TABELA 11

UMIDADE RELATIVA EM FUNÇÃO DA TEMPERATURA DO AR (T) E DA


DIFERENÇA ENTRE TE TPO (T - TPO, DEPRESSÃO DO PONTO DE ORVALHO)

(1 - TPO)
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(Fonte: DHN)

464
ANEXO D

NAVEGAÇÃO NO GELO

PARTE 1

COMUNICAÇÃO COM OS NAVIOS QUEBRA-GELOS

Quadro 1
SINAIS QUE PODEM SER UTILIZADOS DURANTE AS OPERAÇÕES
COM QUEBRA-GELOS

LeTRAIN• au•aRA-a.Loe ·-ARCAÇAo SOCORRIDA

Começas egora a a jude elo quebra ·


go~a . Usar o a ai nala o apocl al a do
WN o udio do quobro ~go6o s o r.car t nto
aos sinai s sonorosM suals ou do
radiotelefonia .

E s tou 1ndo adia nte (proe&igo ca nal


A Ad i ante (p ro s seguir cana l adentro).
de g e lo adentro ) .

Q E st ou I n do adianto . E s t ou lhe
E s to u Indo odlo nto . Sigo-mo .
seguind o .

. N ilo m o si g o ( pro s si g o co n o l Nilo o sogui ro l (pro ssogulrol conol


adontro). a dontro)
---
p R o duztr máquinas. E s tou ro duzindo m â qv'naa

N P a ra r máq tMna s . Esto u p a ra ndo9 mtlqunas

H D o r o trôs . IE s tou d o ndo o trá s


-
L P ore sou no\A o imocHa tamnence .
f-
Es to u p a rando
-- --
----
4 Pa ro , o stou p ro so no gok> . P a ro , o stou p ro so no goiO.

D i m i n u a u dl s t4nc l u on t ro o s
R E s to u dlmlnuô ndo o dls tâ ncl o .
f'VlVtO S .

A urn o n t o o d i s t â n c ia on t ro o s
B
r'VIviOS .
IE s tou aurnontondo 3 d istltncia .
-
y I E s to jo pronto p a ra largar o c abo d o Estou pronto para larga r o cabo do
reboque . reboque .

N o s iga a d iante (d a do sopm o nte a


um nu v i o num c u n u l o quo s o
FE enco n t ro a f ro nt o d o v m quob ra -
Nilo o s tou s ogundo odl o nlo
gok>s .

A ajuda d o q ueb ra -getos te rminou.


-
WO
P ro ssi ga s e u des tlrD .
1-
5 Ato nção. Atenção .

E Estou e herando m e u CLM'&O para boreste .

I E s to u attera ndo m ou c urso p a ra bombordo .

8 M i nhB maquina e stA dando atrá s .

M M eu na vi o p a rou e nAo c o nsegui Ir a d iante .

(Fo nte: St einberger, 1992 )

465
Todos os navios que são escoltados por um quebra-gelos devem manter escuta
radiotelefônica permanente, numa frequência estabelecida. O tráfego será nas
seguintes frequências:

MF -2237kHz; 2134kHz; 2738kHz; 2182kHz.


VHF -156 .8 MHz; 156.3 MHz.

Os seguintes sinais sonoros, visuais ou radiotelefônicos são usados entre os


quebra-gelos e os navios socorridos e têm os significados que estão indicados na
tabela abaixo :

NOTAS:

1) O sinal "K" sonoro ou luminoso deve ser usado por um quebra-gelos para
lembrar aos navios sua obrigação de ficar continuamente na escuta rádio.

2) Se mais de um navio é escoltado, a distância entre eles deverá ser a mais


constante possível. Se a marcha do seu navio cair, dê um sinal de atenção ao
navio que o segue.

3) O uso desses sinais não exime qualquer navio de cumprir o Regulamento


Internacional para Evitar Albaroamento no Mar.

Q RELATÓRIO EXIGIDO ANTES DE COMEÇAR A ESCOLTA

Antes de começar a escolta ou auxílio, os quebra-gelos pedirão algumas das


seguintes informações, as quais permitirão a avaliação das possibilidades do
navio que ele deverá escoltar:
a) Tonelagem- bruta e líquida.
b) Velocidade em mar aberto.
c) Classe de navegação no gelo (se tiver) e a sociedade classificadora .
d) Calados.
e) Número de hélices e lemes.
f) Potência em HP
g) Motor diesel ou turbina, etc., e força atrás expressa em percentagem de
toda força adiante.

466
Q MANOBRA DO QUEBRA-GELOS DE ESCOLTA

1) Avanço no gelo: o avanço de um navio escoltado através da passagem aberta


pelo quebra-gelos, depende da distância entre o quebra-gelos e o navio que
o segue e da largura dessa passagem.

2) Velocidade do quebra-gelo : quando um quebra-gelos se depara com chapas


de gelo flutuante nos dois bordos da passagem, eles podem ser projetados
para fora com força suficiente para deixar aberta a passagem, caso contrário
alguns blocos e pequenas chapas de gelo serão jogadas novamente na esteira
do navio. Quando um quebra-gelos navega em marcha reduzida, através do
gelo, as chapas de gelo deslizam ao longo do costado e permanecem intactas
salvo alguns fragmentos que podem soltar-se dos lados.

Se o navio der toda força, as chapas se farão em pedaços. O quebra- gelos


deverá, portanto, avançar a uma velocidade que lhe permita quebrar o mais
possível as chapas de gelo, o que reduzirá a possibilidade de danificar o navio
que o segue .

3) Largura da passagem ao abrir caminho, através de maciças chapas de gelo, o


caminho será, aproximadamente, 30 a 40% maior do que a largura do quebra-
gelos. A toda força , e se o gelo é do tipo que se quebra pela ação do
deslocamento do navio, a passagem pode ficar quase três vezes maior do que
a largura do quebra-gelos.

4) Distância mínima da escolta : a distância mínima deverá ser determinada pelo


comandante do quebra-gelos baseado na distância exigida para o navio
escoltado quebrar o seu segmento avante. Desde que essa distância tenha
sido estabelecida, é responsabilidade do navio sob escolta mantê-la.

5) Distância máxima de escolta : a distância máxima da escolta é determinada


com base nas condições do gelo e na distância sobre a qual a passagem ficará
aberta ou quase aberta . Aumentando essa distância, haverá a possibilidade
do navio escoltado ficar preso no gelo, o que tornaria necessário o auxílio dos
quebra-gelos.

6) Concentração de gelo: com 10/10 de concentração, a trilha tenderá a fechar-


se rapidamente, depois que o quebra-gelos passar, necessitando, portanto,
de uma escolta bem próxima, na velocidade determinada pelo comandante
do quebra-gelos, de acordo com o tipo de gelo encontrado. A trilha fechar-
se-á rapidamente, quando a concentração de gelo é de 10/10, e quando está
sob pressão . Avançar com menos de 12 nós será quase impossível, porque a
trilha , pouco mais larga que a boca dos quebra -gelos, irá fechar-se, o que fará
com que o navio escoltado fique preso.

7) Quebra -gelo parado : ao escoltar navios no gelo, os quebra-gelos da Guarda


Canadense usam luzes vermelhas giratórias, para indicar que o quebra -gelos

467
parou . Elas estão colocadas em linha vertical a seis pés de distâncias atrás do
mastro principal e têm um alcance mínimo de duas milhas. Como um sinal
adicional de aviso, todos os quebra -gelos possuem e utilizam um apito de ar
comprimido, voltado para vante, audível até cinco milhas. Sempre que as
luzes vermelhas giratórias acendem e o apito soa, tanto separado com
simultaneamente, significa que o quebra-gelos parou suas máquinas e está
impossibilitado de avançar, a menos que dê atrás com o navio. O comandante
do navio escoltado deverá, então, agir com a máxima urgência e
imediatamente inverter a máquina para toda força atrás, mantendo o leme a
meio até que tenha cessado todo o seguimento. Os comandantes devem ficar
de sobreaviso, porque devido às condições de gelo ou outras situações de
emergência, o quebra-gelos pode parar ou então manobrar pela proa do
navio escoltado sem esses sinais de aviso. Os comandantes devem estar
sempre preparados para tomar pronta ação a fim de evitar abalroamento.

8) Navio escoltado preso no gelo : quando um navio escoltado parar por


qualquer razão, o quebra-gelos deve ser imediatamente notificado. Se o navio
ficar preso, as máquinas devem continuar a virar lentamente para vante,
impedindo que o gelo se acumule no hélice . A máquina só deve parar quando
solicitado pelos quebra-gelos. Libertar um navio escoltado que ficou preso,
normalmente, é função dos quebra-gelos.

9) Rebocando no gelo : não é aconselhável rebocar um navio através do gelo, a


menos que seja uma emergência . O comandante de um quebra-gelos, que
recebe pedido de reboque, julgará se a situação, requer medidas tão
extremas.

10) Fundear no gelo: não é recomendável fundear no gelo, exceto numa


emergência. Se for necessário, deverá ser largada pouca amarra e o
molinete deverá ficar pronto para uso imediato.

11) Comboios: os comboios de navios devem ser formados segundo o critério


do Encarregado de Operações no gelo, para facilitar a escolta de navios que
vão ou vêm de zonas ou portos similares.

PARTE 2

Q RELATÓRIO DO GELO (F o nte: STEINBERGER, 199 2)

a) Relatórios do gelo enviados por navios:

Os navios podem ser solicitados pelo encarregado de operações no gelo de


relatar as condições de gelo que estão presenciando.
Esse relatório deverá estar de acordo com as alíneas b ou c, citadas adiante .

468
Q CÓDIGOS E CHAVES

-Grupo de sete letras

NR S DD HH

N -concentração do gelo
R -resistência do gelo impedindo o avanço do navio
S -condições de gelo à ré do navio
DD -calado em pés da proa do navio
HH - potência do navio

Código para o "N"- concentração de gelo:

o inexistência de gelo 5 5/10


1 1/10 6 6/10 ou 7/10
2 2/10 7 8/10 ou 9/10
3 3/10 810/10
4 4/10 9 indeterminada

Código para o "R" - resistência do gelo impedindo o avanço do navio:

O sem resistência- navio mantém velocidade normal.


1 pequena resistência -velocidade muito pouco afetada.
2 avanço ligeiramente impedido- pouco gelo .
3 avanço a 3/4 da velocidade normal- gelo moderado .
4 avanço reduzido à metade da velocidade normal -gelo moderado a espesso.
5 pouco avanço- gelo espesso .
6 muito pouco avanço- passagem fechando-se à ré.
7 muito pouco avanço- dando atrás ocasionalmente- balançando e estremecendo.
8 movendo lentamente - dando atrás frequentemente - balançando e
estremecendo muito.
9 preso- balançando e estremecendo muito- coberto de neve .

Código para "S" - condições de gelo à ré do navio:


O - passagem permanece aberta até os limites de visibilidade (sem pressão).
1 - passagem permanece aberta aproximadamente uma milha (sem pressão) .
2 - passagem permanece aberta aproximadamente 1/2 milha (sem pressão) .
3 - passagem permanece aberta aproximadamente 0.3 milha (sem pressão) .
4 - passagem fechando-se rapidamente, correnteza ou ondas (sem pressão).
5 - restos de gelo e "slush" (passagem fechando-se rapidamente com pressão).
6 - gelo de inverno à ré do navio (passagem fechando rapidamente com pressão) .
7 - gelo polar empilhando à ré do navio (passagem fechando rapidamente com
pressão) .
8 - gelo sob forte pressão.
9 - preso (com pressão) .

469
Código para "DD"- calado do navio à proa:

-O código é de fácil leitura, isto é, um calado de 8 pés é cifrado como 08, de 12 pés como 12.

Código para "HH"- potência do navio:


-O código é de fácil leitura, isto é, a potência 7000 é cifrada como 07, de 15000 como 15.

b) Mensagem do gelo com boletim meteorológico:

Quando uma mensagem de código no gelo é anexada ao boletim meteorológico


sinótico, o grupo das sete letras será precedido pelo designador "CANICE" como
uma bandeira para indicar que o grupo que se segue contém informações
especiais do gelo .

Exemplo : Navio de 4400 HP, calado de proa 12 pés, revela concentração 9


décimos, está navegando muito devagar com passagem fechando-se
rapidamente, com pedaços de gelo e "slush", a mensagem cifrada deveria ser:
7651204.

c) Mensagem de gelo sem boletim meteorológico:

Quando uma mensagem do gelo cifrada é enviada separadamente do boletim


meteorológico sinótico, apresentar-se-á :

YQ la la la lo lo loZZ CANICE NRSDDHH onde os dois primeiros grupos de cinco


letras são os dois primeiros grupos do boletim meteorológico sinótico :

V -Dia da semana (baseado na hora GMT).


Q - Octante do globo (01 é sempre no Golfo de São Lourenço).
L.L.L. -Latitude em graus e décimos.
Lol.ol.o -Longitude em graus e décimos.
zz -Horas do dia (GMT) .

470
ANEXO E

QUESTÕES DE PROVAS

EXERCÍCIOS & QUESTÕES DE PROVAS

PARA PROCESSOS SELETIVOS

E ATIVIDADES CURRICULAR

471
Este anexo destina-se a apresentar questões objeti vas e di scursivas
utilizada s pelo autor nos últimos anos em processos seletivo s de
praticantes, de oficiais de náutica, exames de capitão amador e de provas
curriculares de curso s formais de atu ali zação de co m andantes e de curso s
de form açã o de oficiais de náutica, entre outros.

Foi requisitado todo o conhecimento já utilizado na confecção dessas


provas e disponível no arqui vo de dados pessoal do autor, ao longo de
vários anos, o que resu ltou num volum e de inúmeras questões de provas
que possibilitou elaborar o seg undo volume do livro texto de
Meteorologia e Oceanografia .

Portanto, neste anexo são apresentadas apenas algumas questões para


despertar o interesse na consulta ao volume 2.

Toda s as questões que se refe rem a anexos de imagem de satélite, de


cartas si nóticas de pre ssão ao nível de mar e de bo letim meteorológico
(METEOROMARINHA) devem se r consultados nos bancos de dados de
imagens <www.cptec.inpe.br/satelite> e de cartas e boletins
<www.dhn.mar.mil.br/servicos>.

(F o nte: In te rn et )

472
Leia com atenção .. .

1) Em relação às informações disponíveis nas publicações Atlas de Cartas


Piloto, Cartas de Correntes de Marés e Tábuas das Marés, analise as
afirmativas abaixo, identifique quais são verdadeiras e assinale a
opção correta :

I) Em dias de mar bem agitado, na reg1ao marítima costeira, da


METÁREA V, observa-se a ocorrência de corrente de ressaca no
litoral.
11) As intensidades das correntes de enchente e vazante observadas
pelos navegantes em determinado porto são periodicamente
menores que as cartografadas .
111) A sazonalidade afeta as correntes de densidade.
IV) As intensidades das correntes de retorno provocadas por ondas
são mais afetadas pelos comprimentos dessas ondas .
V) Para selecionar a carta de correntes de marés de seu interesse, o
navegante consulta o horário de início da enchente .

(a) Apenas as afirmativas I, IV e V são verdadeiras .


(b) Apenas as afirmativas I, 11 e V são verdadeiras .
(c) Apenas as afirmativas 11, 111 e V são verdadeiras.
(d) Apenas as afirmativas 11, 111 e IV são verdadeiras .
(e) Apenas as afirmativas I, 111 e IV são verdadeiras .

2) Assinale a opção correta . De acordo com o contido no livro


" Meteorologia e Oceanografia - Usuário Navegante, a imagem de
satélite na banda do IR (infravermelho) é baseada na informação da
temperatura da coluna de ar inteira .

Conforme essa afirmação, a Zona de Convergência do Atlântico Sul


(ZCAS) está definida como:

a) Zona de nebulosidade na região de convergência dos ventos alísios.


b) Zona que origina o cinturão de anticiclones nas latitudes médias.
c) Zona com extensa banda de nebulosidade da Amazônia ao
Atlântico Sul.
d) Zona com movimentos ascendentes do ar que originam a célula de
Hadley.
e) Zona com atividade convectiva característica da região tropical
devido à circulação dos alísios .

473
3) Em relação às cartas sinóticas de pressão ao nível do mar, da METÁREA
V, analise as afirmativas abaixo, identifique quais são verdadeiras e
assinale a opção correta :

I) A ocorrência de carneiros e borrifos só pode ser observada em


áreas com condições propícias a ondas desenvolvidas.
11) lsóbaras estreitas e curvas indicam ventos fortes na região.
111) Em áreas geradoras de ondas, observam-se isóbaras pouco largas
e vento com persistência na mesma direção.
IV) Configuração com isóbaras longas e retilíneas indicam ocorrência
de ventos muito fortes mantendo a mesma direção.
V) As direções das ondas não acompanham a circulação do vento .

a) Apenas as afirmativas 11, 111 e V são verdadeiras.


b) Apenas as afirmativas I, IV e V são verdadeiras.
c) Apenas as afirmativas I, li e V são verdadeiras.
d) Apenas as afirmações 11, 111 e IV são verdadeiras.
e) Apenas as afirmações I, li e IV são verdadeiras.

4) Em relação à previsão do tempo divulgada pelo METEOROMARINHA


para a METÁREA V, analise as afirmativas abaixo, identifique quais são
verdadeiras e assinale a opção correta:

I) Ventos com direções do setor norte indicam que nessa área não
houve passagem de eixo do cavado e do sistema frontal
associado.
11) Ondas e ventos na direção da plataforma continental e região
costeira indicam aproximação de cavado.
111) A posição do eixo do cavado não pode ser identificada pela
direção das vagas.
IV) Uma significativa ronda de setor dos ventos pode ser uma
relevante observação para indicar a passagem de frente fria.
V) Ventos de NW são observados na aproximação de frente fria.

a) Apenas as afirmativas I, li e V são verdadeiras .


b) Apenas as afirmativas 11, 111 e IV são verdadeiras.
c) Apenas as afirmativas I, 11 e 111 são verdadeiras.
d) Apenas as afirmativas I, IV e V são verdadeiras.
e) Apenas as afirmativas 111, IV e V são verdadeiras.

5) O navegante pode obter importantes informações meteorológicas na


interpretação do boletim Meteoromarinha. Examine se estão corretas

474
as afirmativas, a seguir, considerando a partes I, 11 e 111 de um
Meteoromarinha do oceano Atlântico Sul.

I) A trajetória normal de uma frente fria é para NE/E.


11) A ocorrência de rajadas de vento está associada a mar agitado,
baixa pressão e céu limpo.
111) A ocorrência de trovoadas indica sempre a presença de nuvens
cumulonimbus.
IV) A passagem do eixo de um cavado por uma área é indicada pela
ocorrência de nuvens cumulonimbus (Cb) .

Assinale a única alternativa que contém todas as afirmativas corretas.


a) I, IV e V.
b) 11, 111 e IV.
c) I, 11, IV e V.
d) 111 e IV.
e) I, 111 e IV.

6) Na interpretação da carta sinótica de pressão ao nível do mar, um


navegante pode obter informações muito úteis a sua navegação.
Examine, se estão corretas as afirmativas, a seguir, provenientes da
análise de uma carta do oceano Atlântico Sul.

I) A ocorrência de ventos mais formais é indicada nas áreas de


isóbaras mais retilíneas.
li) As posições das frentes fria e quente estão associadas ao cavado
e ambas estão dentro do cavado.
111) As regiões com ocorrência de vagas desenvolvidas são
identificadas pelas áreas de pressão mais baixas.
IV) A Configuração das isóbaras indica a trajetória da frente fria.
V) Ocorrência de carneiros e borrifos pode ser observada em uma
área de isóbaras bem curvas e bem estreitas.

Assinale a única alternativa que contém todas as afirmativas corretas.

a) I, 111 e IV.
b) IV e V.
c) I, 11 e V.
d) 11, 111 e IV.
e) 11, IV e V.

7) O navegante pode obter informações do estado do tempo úteis a sua


navegação oceânica e costeira, na análise de imagem de satélite

475
meteorológico, canal infravermelho (IR). Examine se estão corretas, as
afirmativas, a seguir, resultando da interpretação de uma imagem IR,
do oceano Atlântico Sul.

I) Pode-se obter a indicação de áreas de forte nebulosidade e de


mar severo .
li) A posição do eixo de um cavado não pode ser identificada.
111) Pode-se observar a direção predominante de ventos e de ondas.
IV) As áreas de branco intenso indicam ocorrência de trovoadas e
rajadas de vento.
V) Faixa estreita de coloração muito branca, na direção das baixas
latitudes, pode indicar a posição de uma frente fria .

Assinale a única alternativa, que contém todas as afirmativas corretas.

a) I, 11 e IV.
b) 11, 111 e IV.
c) 11,111 e V.
d) I, IV e V.
e) III,IVeV.

8) Na circulação do ar em ambos os hemisférios, observa-se o efeito da


força de Coriolis. Examine os desvios da trajetória dos ventos,
apresentados nas afirmativas a seguir e assinale a única opção correta:

a) Os ventos alísios de SE desviam para E.


b) Os ventos alísios de NE desviam para E.
c) No HN, os ventos frios desviam sua trajetória para E.
d) Em ambos os hemisférios os ventos quentes desviam para E.
e) Na célula de Hadley, os ventos à superfície desviam para E

9) Na interpretação de informações de uma carta sinótica de pressão ao


nível do mar, do oceano Atlântico Sul, o navegante pode identificar os
elementos de um sistema frontal. Visualizando uma carta sinótica, faça
a associação dos parâmetros meteorológicos das colunas 1 e 2.

1- Frente Fria
2- Cavado
3- Ventos frios
4- Frente quente
5- Ventos quentes

476
( ventos de NE
( ) linha e triângulos azuis
( ) ventos de SW
( ) faixa larga de nuvens
( ) linha e semicírculos vermelhos
( ) ventos no sentido horário
( ) ventos de NW
( ) nuvens de coloração muito branca

10) Em relação ao comportamento das marés, em consequência das


fases da Lua, analise as afirmativas a seguir:

I) Nas marés de sizígia a altura do nível médio do mar é maior.


li) Nas marés de quadratura a altura da baixa-mar é menor.
111) As correntes de marés são mais fortes nas fases de Lua cheia e
Lua nova.
IV) A amplitude de maré a qualquer instante é medida a partir do
NR, do porto em questão.
V) Nas costa sudeste e sul do Brasil, as marés são de desigualdades
diurnas.

Assinale a única opção com todas as afirmativas verdadeiras.

a) I e V são verdadeiras.
b) 11, IV e V são verdadeiras.
c) I, 111 e IV são verdadeiras.
d) 111 e V são verdadeiras .
e) 11 e 111 são verdadeiras .

Em relação a interpretação de áreas geradoras de ondas, indicadas pela


configuração das isóbaras, nas cartas sinóticas de pressão ao nível do mar,
examine as afirmativas a seguir:

I) A geração de ondas requer as 3 condições propícias, vento forte,


gradiente horizontal de pressão adequado e espaçamento
estreito das isóbaras.
li) Pode-se observar áreas de vento forte, com carneiros e borrifos,
mas sem ocorrência de vagas desenvolvidas.
111) É possível determinar a futura direção de propagação de
marulhos e evitar navegar em rumo de colisão.
IV) Pode-se observar céu limpo, estado do tempo sem vento e mar
grosso.

477
V) Na ocorrência de marulhos bem desenvolvidos, observa-se
ventos com força Beaufort acima de 7.

Assinale a única opção com todas as afirmativas verdadeiras :

a) I, 11, IV e V são verdadeiras .


b) I, 111 e V são verdadeiras.
c) 11, 111 e IV são verdadeiras .
d) 11, 111 e IV são verdadeiras.
e) I e V são verdadeiras.

11) Em relação à carta sinótica de pressão ao nível do mar, analise as


afirmativas a seguir e assinale a única opção que contém todas as
afirmativas verdadeiras:

I) lsóbaras estreitas indicam ventos fortes na região.


11) Em configuração de isóbaras retilíneas, com pista, sempre
ocorre área geradora de ondas.
111) Carneiros e borrifos podem ocorrer em áreas com isóbaras
muito estreitas e bem curvas.
IV) O centro de baixa pressão à superfície de um cavado pode ser
identificado na extremidade da frente oclusa.
V) Na área de uma frente fria estacionária as isóbaras são paralelas
à frente.
a) 111, IV e V são verdadeiras .
b) I, IV e V são verdadeiras.
c) I, li e IV são verdadeiras.
d) I, li e 111 são verdadeiras.
e) I, 111, IV e V são verdadeiras.

478
ANEXO F

CONCEITOS DE FÍSICA

Como o estudo da meteorologia envolve muitos conceitos básicos da física e da


termodinâmica, é interessante, de uma forma muito sucinta, relembrar os
seguintes tópicos (HERSKOWICZ, 1991):

r=:> CALOR ESPECÍFICO

O calor específico é uma característica da substância. A água tem calor específico


4 vezes maior que o ar e 2 vezes maior que o gelo e o vapor d'água, ou seja, água
= 1 cal/g .°C, gelo= 0,5, vapor= 0,48, oxigênio= 0,218 e nitrogênio= 0,214. Calor
específico (c) é a constante de proporcionalidade entre a capacidade térmica de
cada corpo e sua massa :

C cai / ° C cal
C= - = =- -
m g g.°C
Sendo a capacidade térmica

a constante entre a quantidade de calor recebida pelo corpo e a respectiva


variação de temperatura do corpo .

c %t
C = - = -- = --
Q
m m m.ót
Q =m.c.t:. t
fórmula fundamental da calorimetria

Sob a pressão constante, a temperatura de mudança de estado se mantém


constante. Se a pressão varia, a temperatura de mudança de estado também
varia. Acima da temperatura crítica a substância não pode ser líquida .

479
Q PRESSÃO ATMOSFÉRICA

A unidade de pressão " hectopascal (hPa)" é equivalente à unidade de pressão


" milibar".

Q ENERGIA

ENERGIA POTENCIAL GRAVITACIONAL

O trabalho da força peso de um corpo, em deslocamento entre dois pontos, NÂO


depende da trajetória descrita pelo corpo . Por essa razão, a força peso é uma
força CONSERVATIVA.

Ep = Tp= P.h = m.g.h.

PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO DA ENERGIA

Na ausência de forças dissipativas, isto é, em um sistema conservativo, a energia


mecânica permanece constante .

Forças Dissipativas

Força de atrito, força de resistência do ar, etc.

A energia não pode ser criada ou destruída, mas pode apenas se r convertida de
uma forma para outra .

ENERGIAS : Cinética, Potencial, Sonora, Luminosa, Elétrica, Química, Térmica, etc.

Energia Mecânica = Energia Potencial + Energia Cinética

Q CALOR

Chama-se CALOR SENSÍVEL ao calor trocado (ganho ou perdido) por um corpo e


que acarreta mudança de temperatura do corpo, mas sem mudar a forma de
ligação de suas moléculas (forma sólida, líquida ou gasosa) .

Chama-se Calor Latente ao calor trocado (absorvido ou liberado) por um corpo e


que acarreta mudança na forma de ligação das moléculas do corpo (mudança de
estado), mas sem mudar sua temperatura (pressão constante).

Mudança de estado: Aquecimento e Resfriamento LATENTE são fenômenos


REVERSÍVEIS.

480
PROPAGAÇÃO DO CALOR

CONDUÇÃO : é a transmi ssão de calor de molécula para molécula .

CONVECÇÃ O : é a transmi ssã o de calor por deslocamento de porções de material


aquecido.

IRRADIAÇÃ O DE CALOR : é a t ransmissão de calor por meio de raios infravermelhos .

Q ONDAS

As ondas propagam Energia SEM propagar matéria . No mar agitado não há


deslocamento de massa d' água.
Uma onda ao se refletir não altera sua frequência, sua velocidade e seu
comprimento de onda.
As frentes de onda são perpendiculares aos raios de onda (direção de
propagação) .
O ângulo de incidência é igual ao ângulo de reflexão (i= r)
Ressonância: Princípio de superposição com a frequência NATURAL.
Aumento da energia mecânica.
Interferências construtivas : y = y1+ y2, sendo y = y1+ y 2as alturas positivas dos
pulsos.
Pode ocorrer também a interferência destrutiva.
As ondas após o cruzamento conservam suas características iniciais.
Por exemplo : mar com vagas e marulhos.

Q LUZ

Frequências 4,3 x 1014 HZ (vermelha) a 7,5 x 1014Hz (violeta) .

A frequência das radiações visíveis (luz monocromática) cresce do vermelho para


o violeta . [VAA- VAA -V] Vermelho, Alaranjado, Amarelo, Verde, Azul, Anil e
Violeta.

Luz ondas eletromagnéticas- vibração dos elétrons da fonte .

Q TERMODINÂMICA

Transformação adiabática

1 - Numa expansão adiabática a temperatura do gás diminui .


2- Numa contração adiabática a temperatura do gás aumenta .
3 - Um gás perfeito realiza uma transformação adiabática quando não ganha
nem perde calor durante essa transformação.

481
4- Transformação lsobárica a pressão do gás permanece constante.
5 - Transformação Isotérmica a temperatura absoluta do gás fica constante
6- Energia Interna é a soma das energias de agitação de todas as moléculas do
gás perfeito.
7 - A energia interna de uma dada massa de um gás perfeito depende somente
da temperatura absoluta do gás.

(Fonte: internet)

482
ANEXO G

•!• GLOSSÁRIO TEMÁTICO DE TERMOS E EXPRESSÕES


METEOROLÓGICAS E OCEANOGRÁFICAS (INGLÊS/PORTUGUÊS)

•:• GLOSSÁRIO DE TERMOS TÉCNICOS (PORTUGUÊS X PORTUGUÊS)


Site: www.dhn .mar.mil.br

•:• GLOSSÁRIO DE TERMOS TÉCNICOS (INGLÊS x INGLÊS)


Site: www.dhn.mar.mil.br

Q ESCALA BEAUFORT DE FORÇA DO VENTO


o ............ Calm ........... .. .... ... Calmaria
1 .. ...... .. .. Light air .......... .... .. Bafagem
2 .. .... ...... Light breeze .. ...... Aragem
3 .... .... .. .. Gentle breeze .. .. . Fraco
4 .... .... .. .. Moderate breeze Moderado
5 .... .. ...... Fresh breeze .... ... Fresco
6 .. .... .... .. Strong breeze .. ... Muito fresco
7 ...... .. .... Near gale ............ . Forte
8 .. ...... .. .. Gale ..... ...... ......... . Muito forte
9 .. .. ........ Severe gale ...... .... Duro
10 ...... .. .. Storm .... ...... ...... ... Muito duro
11 .. .... .... Violent storm ...... Tempestuoso
12 .... .... .. Hurricane .. .. ....... .. Furacão

Q DIREÇÃO DOS VENTOS


Northerly ................... de Norte (N)
Easterly.. ...... ...... ...... . de Leste (E)
Southerly .. ................. de Sul (S)
Westerly .. .... .... ...... .. .. de Oeste (W)
Northwester ly ...... ..... de Noroeste (NW)
North Easterly ...... ..... de Nordeste (NE)
South Westerly.. ....... de Sudoeste (SW)
South Easterly.. ......... de Sudeste (SE)
Winward .... .. .. .. ......... Barlavento
Leeward .... ...... .. .. .. .... Sotavento
Bound to.. .... ............. Em direção a

483
Toward to .. ...... ... .. ..... Em direção a/aproado
Veer .... .. ............. ... .. .. . Virar, rondar
Backing .. ... .... .... ... ... ... Vento rondando no sentido anti-horário
Veering ...... ....... ..... .... Vento rondando no sentido horário
Shifting .... ..... .... ..... .... Movendo-se
Coming gale .............. . Ventania próxima (que está por vir)
Path .. .... .. .. ..... .. .... ...... Trajetória de um ciclone
Track .. ... .. .. ....... .... ..... Trajetória de um ciclone
Vertex ou cod .... .. ... .. Vertex da trajetória de um ciclone quando
ocorre acentuada mudança de direção da
trajetória
Downwind .. .. .. .. .. ... .... A jusante/arriba
Upwind .............. ........ A montante/orsa
Upward.. ... .... .. .. .. ...... Ascendente
Downward ....... .... ...... Descendente (Subsidência)

~ VENTOS REGIONAIS

Bora Vento do Mar Adriático, de NE no inverno muito


forte e tempestuoso
Blizzard Vento das regiões polares. Muito frio e
tempestuoso
Harmattan Vento de NE, que transporta poeira fina do deserto
do Saara, afetando bastante a visibilidade entre as
Ilhas Cabo Verde.
Período crítico, dezembro e janeiro
Katabatic Vento catabático . Movimento subsidente do ar a
sotavento das montanhas
Levanter Vento do levante, costa espanhola e Gilbratar
Forte, gera ondas no mar de outubro a maio .
Mistral Vento mistral do mar Mediterrâneo
Monsoon Monções, ventos sazonais no Oceano Índico, a SW
da Índia e SE da China.
Norther Vento de N, no Golfo do México. Frio e seco
Roaring Forties Quarenta Rugentes . Ventos fortes de W entre 40° S
e soas (Silvio dos quarenta)
Sirroco Ventos de Se SE, no Mar Mediterrâneo, próximo à
costa N da África
Trades winds Ventos alísios
Vendavales Vento de SW, no estreito de Gibraltar
Minuano Vento frio, na costa do Rio Grande do Sul

484
Q ESTADO DO TEMPO ATMOSFÉRICO

Changeable...... .... .... ...... .. .. .... . Instável


Drizzle ... ............... ...... ... ... ... ....Garoa
Fair ... ........... .......... ... ... ............
Bom
Fog................ ... .... .... ..... ...... ... .
Nevoeiro
Hail ............ .. .. .. .. .. .. .. .. .. .... ..... ...
Granizo
Haze .................. .... .... .... .. ....... Névoa seca
Heavy rain ... ............ .. .. .. ..... .... Chuva forte
Light rain ... ... .. ....... .................. Chuva fraca
Lightning....... ............ ... ..... ...... Relâmpago
Mist......................................... Neblina ou névoa úmida
Moderate rain .. ......... .. ......... ... Chuva moderada
Occasional rain ................. .. .... Chuva ocasional
Rain shower. ....... .................... Pancadas de chuvas
Rain .... ..... ....... .. ...................... Precipitação
Rain storm ... ................. .. .. .... .. Chuva torrencial
Scattered showers... .... .. .. ....... Chuvas esparsas
Sleet........ .... ...... ................ ...... Saraiva
Snow shower............... ...... .. ... Precipitação de neve
Snow ........ ................ .... .. ...... ... Neve
Stable..... .. ..... .. ... ............ ...... ...Estável
Thunder .... .............. ... .... ..... ... .. Trovão
Thundershower. ..... ... ... ..... ...... Chuva de trovoada, temporal,
tormenta
Very light rain ....... .. .. ..... .... ... .. Chuva muito fraca
Weather .... .. ... ....... .... ... ...... .... . Tempo atmosférico
Widely scattered showers ...... Chuvas bem esparsas

Q COBERTURA DO CÉU

Oitavos .................. . Sky ........... .... .... .. ........ .. . Céu


(1<1/8) ....... ...... .... .. Clear sky .... ..... ........ .. .... Limpo
(1/8 a 2/8) .. .. ........ .. Sky slighty clouded ...... Pouco nublado
(3/8 a 5/8) .... .. ....... . Cloudy sky .... ...... .......... Meio encoberto, nublado
(6/8 a 7/8) .......... ... . Very cloudy sky ... .... ..... Quase encoberto
(8/8) .............. .... ..... Overcast sky .. ..... ...... .... Encoberto
Oitavos ......... .... ..... . Octas

Q VISIBILIDADE

Bad ................. .... .... ....... . Má


Excellent ... .... ............ ... .. . Excelente
Extremelly bad ... .. .......... . Péssima
Good ... .. ........ ... ....... .... ... . Boa

485
Moderate ..... ... .. .. ........... . Moderada
Very bad ...... ... ..... .... ..... ... Muito má
Very good ..... ..... ..... .. .. .... . Muito boa
Visibility .. .... ... ... ... ..... .... ... Visibilidade

Q CONFIGURAÇÕES SINÓTICAS

A surge of cold air ......... . Entrada ou ondulação de ar frio


Col .... ... ..... ... .... .... .......... . Colo
Cold air .......................... .. Ar frio
Cold front.. .... ...... .... ...... . Frente Fria
Convergence line .. ........ .. Linha de convergência
Decreasing ...... .... ...... .... . Em declínio
Features ... .. ... ... ... .......... .. Configuração, aspectos, características
Forecast ......... .... .... .. ...... . Previsão
Gale .. ..................... .... .... . Ventania
Gust .... .... ...... .. .... ........... . Rajada
High center .................... . Centro de alta
High pressure .. .... .. .. .... .. . Alta pressão
lncreasing ...... .. ........ ..... .. Em ascensão
lnstability line .... ...... ...... . Linha de instabilidade
ITCZ ..... ... .. ..... ...... ......... .. . Zona de convergência intertropical (ZCIT)
Lapse rate .. ...... .... .......... . Gradiente vertical de temperatura
(Adiabático)
Low center ...... .... ...... .... .. Centro de baixa
Low pressure ...... .. .. ...... .. Baixa pressão
Occasional ..................... . Ocasional
Occluded front ............ .. Frente oclusa
Otherwise mostley .. ...... . Mais frequente
Outbook ..... ... .... .... ...... .... Perspectiva
Ridge ...... .. ........... .... .... ... . Crista
Shear line .. .... .... .... .... .... . Linha de cortante, cizalhamento
Squallline .................... . Linha de trovoada
Squall ............. .. ..... ..... .... . Ventos de rajadas com chuva, aguaceiro,
ventania
Stable ... .... .... .... ........... ... . Estável
Stationary front .. ........ .. .. Frente estacionária
Storm center ...... .... ....... .. Centro de mau tempo
Storm cloud .................. .. Cumulonimbus (Cb)
Storm, storming .... ...... .. .. Mau tempo, tempestade
Synopsis .................... ..... . Resumo
Synoptic ......................... . Sinótica
Through Day ...... ...... .... .. . Ao longo do dia
Thunderstorms ............ .. Trovoada, tempestade

486
Trough ... ....... .. .. .......... .... Cavado
Warm air. .. .. ....... ... .. .... .. .. Ar quente
Warm front ...... .. .... ..... .... Frente quente
Warning...... ................. ... Aviso
Wide departure. .. ...... ..... Grande extensão

Q ESTADO DO MAR
o Calm-glassy ............ Espelhado ........ .. .. ... O metros
1 Calm-rippled .... .. .... Tranqu ilo ........... ..... o 0,1 m
2 Smooth-wavelets .. . hão ..... .............. ...... 0,1 0,5 m
3 Slight ...... ..... ...... ... .. Pequenas vagas .... .. 0,5 1,25 m
4 Moderate .... ........... Vagas ...................... 1,25 2,5 m
5 Rough ....... ...... ...... .. Grandes vagas .... .... 2,5 4,0 m
6 Very rough .... .......... Vagalhões ............... 4,0 6,0 m
7 High ..... ...... ..... ........ Grandes vagalhões 6,0 9,0 m
8 Very high .. ...... .... .... Revolto .. ........ ........ . 9,0 14,0 m
9 Phenomenal. .... ..... . Tempestuoso ...... .... o ver 14,0 m

Q ONDAS

Crest .............. ....... ....... . Crista


Deep water ........ .. ..... .. . Águas profundas
Fetch .... ...... ...... .... .... .. .. Pista, extensão da área geradora de onda
Height ...... ..... .... .......... . Altura
Period ... ..... .... .. .... .. .... ... Período
Seawing .... ..... ........ .. .... . Vagas
Shallow water .. .......... .. Águas rasas
Significant wave ......... .. Onda significativa
Storm surge ................ . Ressaca
Surge .... .. .. ....... .. ... .... .. .. Arrebentação
Swell ................. ... .. .... .. Marulhos
Trough ........ .. ... ...... ... .. . Cavado
Wave lengh ................. . Comprimento de onda

Q PERÍODO
Tarde ........ ... .... ... . (Afternoon) .. .. ........ 12 às 18
Noite .................. .. (Evening) .. ...... .. .. .... 18 às 24
Madrugada ...... .. .. (Nigth) .... ........ ........ 00 às 06
Manhã ......... ...... .. (Morning) ............... 06 às 12
Todo período .... .. (Ali period)

487
.::;> POLUIÇÃO

Manifolds .. ................. . Tomadas de descarga (Piano de válvulas)


Overflow tank ....... .... .. . Tanque de transbordamento
Run off .. .... ........ .. ........ . Escoamento superficial
Slop tank ... .......... ....... .. Tanque de resíduo oleoso
Ullage ........... ....... .... .... . Ulagem- medida da parte vazia do tanque
Unnage ...... .... .. ... ... .. ... . lnagem- medida da parte cheia do Tanque

.::;> TERMOS UTILIZADOS EM CARTAS PILOTO E BOLETINS


METEOROLÓGICOS

Afore Anteriormente
Aloft No alto, em cima
Anvil Bigorna (forma do topo de nuvem Cb)
Approach Aproximação
Arrival Chegada
Blocking Bloqueio
Breakdowns Avarias de um sistema
Breezes Brisas
Broad Amplo
Celerity Rapidez
Climate Clima
Cloud Burgts Tromba d'água
Cloud Nuvem
Clue Indício
Core Centro
Dash-Dotted Traço-ponto
Deepen Intensificar-se, aprofundar-se
Departure Partida
Depicted Registrada
Dewpoint Ponto de orvalho
Display Exibir
Ditto Idem
Doldrums Zona de calmaria equatorial
Downstream A jusante, corrente abaixo
Downwelling Submergência (contrário de ressurgência)
Drift Tendência
Drop Gota
Drought Seco
Dry air Ar seco
Enclose Incluir em
Encourages Incrementar
Encroach Passar os limites de

488
Enhance Intensificar
Ensuing Posterior
Eye of the storm Olho ou centro da tormenta
Far Em grande parte/longe/afastado
Farther Distante
Feeble Fraco
Feed Suprir
Feedback Realimentar, regeneração
Forego Preceder
Foreshadowing Previsão
Forward Anterior, dianteira
Freak Anormal
Freeboard Borda livre
Fringe Orla
Gage (Gauge) Padrão de medida, bitola, medidor (manômetro)
Gaging Aferição, calibração
Gale warning Aviso de vento muito forte
Gauging Medida
Hatched Tracejada
Humidity Umidade
Iceberg Montanha de gelo flutuante
lso Prefixo grego, significando igual
lsobar lsóbara
lsotherm lsoterma
Last Durar
Lifting Levantamento
Like Semelhante
Likehood Probabilidade
Likely Provável
Lonkage Correlação
Low Depressão, Baixa Pressão
Octas Oitavos
Overtake Alcançar
Passage Rotas
Point Quarta (11,25 graus)
Predictor Previsor
Prevail Predominar
Prior Anteriormente
Prospects Perspectivas
Rainfall Precipitação de chuva
Re ar Retaguarda
Recede Retroceder
Recurrence Repetição
Rely Basear

489
Remarks Observação
Row Linha, fileira
Scanty Escasso
Scattered Esparso, disperso
Sea levei Nível do mar
Shaded Sombreado
Shift Mudar
Skew Inclinação
Slamming Caturra da proa
Slant Inclinar-se
Smooth Suavizar
Soud Nuvens fragmentadas, tocadas pelo vento forte
Span Extensão
Spread Espalhar, abrir
Steadiness Permanência
Steer Guiar, dirigir
Stippling Desenho a pontos
Strenght Intensificar, fortalecer
Susta in Sustentar
Sweeping Vasto
Tool Instrumento
Trai I Vestígio
Trend Tendência
Underlying Subjacente, que está embaixo
Underway Ao longo da derrota
Unlike Diferente
Upon Contra, sobre
Upstream A montante, contra a corrente
Upwelling Ressurgência
Vicinity Vizinhança
Warming Aquecimento
Wedge Cunha
Wrong Erro

r:;;() GELO MARINHO

Bergy Bit Grandes pedaços de gelo flutuante, de 1 a 5 metros


de altura e 100 a 30m2de superfície .

Brash Ice Conjunto de gelos flutuantes, menores de 2 metros


de lado que procedem de fragmentação ou
degradação de outras formaçõe s maiores.

Fast Ice Formação costeiras de gelos marinhos permanentes,


de pouca altura (menos de 2 metros), de grande

490
comprimento e de larguras distintas, que procedem
da congelação d' água do mar ou da soldadura de
Pack Ice a terra firme . Quando afloram mais de 2
metros se classificam como Ice Shelf.

Fio e Gelos marinhos, de superfície quase plana, de 20


metros a 10 quilômetros de dimensão.

Glacier Grandes massas de gelo terrestre, que deslizam,


buscando níveis mais baixos, podendo atingir o mar.

Glacier Tongue Prolongamento de um Glacier mar adentro.

Growlers Pequenos pedaços de gelo flutuante que não


chegam a 20m2de superfície e que afloram menos 1
metro .

Ice Cake Gelo marinho, de superfície quase plana e de menos


de 20 metros de dimensão.

Ice Fie ld Placas de gelo, Pack ice de mais de 10 quilômetros


de dimensão.

Ice Free Extensão considerável de águas navegáveis, livres de


gelo, exceto eventuais " icebergs".

Ice lsland Denominação de iceberg tubular no hemisfério


norte.

Ice Patrol Serviço internacional de vigilância , controle e


informação sobre gelos que representam perigo
para a navegação.

Ice Shelf Área de gelos flutuantes, de extraordinárias


dimensões, que afloram de 2 a 50 metros, com
superfície plana ou ligeiramente ondulada.

Iceberg Massa de gelo flutuante de grandes dimensões,


desprendida de um Glacier, que afiara mais de 5
metros.

Nilas Capa de gelo na superfície do mar, com espessura


que chega a 10 centímetros.

Packice Denominação genérica das formações de gelo


marinho, banquisa de grande extensão, com
composição e disposição irregulares, alternando
superfícies de gelo com claros e cana is. Quando se
solda a costa, passa a ser "fast ice" .

491
Pancake Gelo marinho tipo "ice cake" de forma quase circular
de diâmetro menor que 3 metros e espessura menor
que 10 centímetros.

Polynya Superfície do mar, totalmente rodeada de gelos


(Brash ice e Nilas) .

Sea Ice Gelo de origem marinha .

Tabular Iceberg Massa de gelo flutuante desprendida de um " ice


shelf". Aflora até 5 metros, com superfície quase
plana e dimensões extraordinárias de várias
centenas de km 2 .

Q TABELA DE SIGLAS E ABREVIATURAS EM INGLÊS

AMVER AIAOmated Mutual Assistance Vessel Rescue System

AOR-E AUantic Ocean Region East (INMARSAn

AOR-W AUarâc Ocean Region West (NMARSAn

COSPAS-SARSAT Polar Orbiting Satellites lor EPIRBS

DSC Digital Selective Caling

EGC Enhanced Group Call (NMARSAn

EPIRB Emergency Position ndicating Radio Beacon

GMDSS Global Maritime Distress and Salety System

GPS Global Positioning System

INMARSAT nternational Maritime Satellite Organization

IOR hlian Ocean Region (NMARSAn

MSI Maritime Safety ntormation

NAVAREA An Area of lhe world in lhe Nalligation Waming Serllice

NAVTEX Telex System for Reception of MSI

NIL Nada consta

POR Pacific Ocean Region (INMARSAn

SAR Search and Rescue

SART Search and Rescue Transponder

SOLAS Safety of Ufe at Sea

(Fo nte: autor)

492

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