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Vozes de manobra

CAPÍTULO VIII

VOZES DE MANOBRA

Todo o pessoal de serviço no passadiço deve empregar a


fraseologia padrão quando disseminando e recebendo ordens relativas
à manobra do navio.

Em poucos lugares na Marinha, a terminologia e a fraseologia


são tão importantes quanto nas vozes de manobra dadas pelo Oficial
de Quarto ao timoneiro e sota-timoneiro. A possibilidade de,
repentinamente, conduzir à ocorrência de um desastre, faz com que
não haja espaço para ambigüidades e dúvidas nas ordens proferidas
num ambiente de passadiço.
Abreviações e personalismos devem ser desencorajados. Todo
o pessoal que maneja os instrumentos de controle da propulsão e
governo do navio deve estar adestrado e condicionado a receber e co-
responder às ordens de forma padronizada.

ATITUDE AO ORDENAR AS VOZES DE MANOBRA

As ordens devem ser transmitidas de maneira clara, com voz


firme, boa dicção e alta o suficiente para ser ouvida com nitidez.
Devem ainda manter a mesma cadência e o mesmo tom assertivo.
Nas ordens de governo, todas serão precedidas do vocativo
"TIMONEIRO". Os comandos para o timoneiro são transmitidos em
uma seqüência lógica. De maneira geral seguem a seguinte regra
prática: “O QUE?”; “PRA ONDE?”; e “QUANTO?”. A resposta da
primeira pergunta será dada pela palavra “LEME. A segunda parte
indica para onde se deseja ir, ou seja, “BOMBORDO”, “BORESTE”
e indica qual a direção desejada. A terceira parte significa a
intensidade da ação, ou seja, com quantos graus de leme se deseja
carregar (5º, 10º, etc) ou qual o rumo em que se deseja governar

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(“GOVERNAR EM ___”). O propósito de se disseminar comandos


desta maneira é garantir a compreensão rápida e precisa do que
deseja, por parte do timoneiro, que instintivamente ao escutar a
palavra “BOMBORDO” ou “BORESTE” já carrega o leme para o
bordo correto. Ato contínuo, ao receber a quantidade de graus, o
timoneiro posiciona o indicador do leme no valor especificado. Uma
exceção é quanto se deseja manobrar com todo o leme. Nesse caso, a
ordem será “TODO LEME À BORESTE (ou BOMBORDO)”
indicando que o leme deverá ser carregado com o grau máximo e o
mais rápido possível na direção indicada.
De forma similar, as ordens de propulsão são precedidas do
vocativo “SOTA-TIMONEIRO”. A regra prática anterior também se
aplica. A primeira parte será o eixo, ou seja, “BOMBORDO” ou
“BORESTE”. Quando se deseja dar ordem para os dois eixos
simultaneamente, a palavra “MÁQUINAS” será empregada. A
segunda parte indica a direção que se deseja: “ADIANTE” ou
“ATRÁS”. A terceira parte significa a intensidade da ação, indicando
a força a ser empregada pela máquina: “UM TERÇO”, “DOIS
TERÇOS”, “PADRÃO”, “TODA A FORÇA”, etc.
Em razão dos diferentes tipos de instalações de máquinas,
eixos e hélices, a fraseologia empregada na transmissão, nas diversas
classes de navios, sofre alterações e são previstas em procedimentos
internos específicos.
Resumidamente, quando empregando o telégrafo de manobra,
os comandos de máquinas são os seguintes:
1. “MÁQUINAS ADIANTE UM-TERÇO” (DOIS TERÇOS,
PADRÃO, TODA FORÇA) ou “MÁQUINAS ATRÁS UM-
TERÇO” (DOIS TERÇOS, TODA FORÇA).
2. “BOMBORDO (BORESTE) ADIANTE UM-TERÇO”
(DOIS TERÇOS, PADRÃO, TODA FORÇA) ou “BOMBORDO
(BORESTE) ATRÁS UM-TERÇO” (DOIS TERÇOS, TODA
FORÇA).
Um erro comum na fraseologia de máquinas é trocar os
termos “ADIANTE” e “ATRÁS” por “AVANTE” e “À RÉ”. Uma

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Aldis ou holofote para tráfego normal, reservando as comunicações dica prática é lembrar-se sempre que essas duas últimas palavras se
por fonia para mensagens de emergência. referem à posição relativa num navio. Exemplo: “O MCA nº 1 é
posicionado avante do MCP nº 3” ou “O alojamento de Cabos e
Marinheiros está localizado no convés 2, a ré da Praça de Máquinas
Auxiliares”.
As ordens de máquinas são transmitidas simultaneamente pelo
telégrafo de manobra / rotações e pelo circuito de comunicações
interiores correspondente. Em uma emergência, o sota-timoneiro
transmite, antes da ordem, o alerta de EMERGÊNCIA.
Os termos “UM TERÇO” e “DOIS TERÇOS” correspondem,
respectivamente a 1/3 e 2/3 da velocidade a ser atingida com
máquinas PADRÃO. O número de rotações e a quantidade de passo
são aqueles necessários para se alcançar a fração desejada da
velocidade padrão. Quando pequenos ajustes de velocidade se
fizerem necessários ou quando o número de rotações correspondente
às ordens transmitidas pelo telégrafo de manobra (“UM-TERÇO”,
“DOIS TERÇOS”, etc) não corresponderem exatamente a velocidade
desejada, o Oficial de Quarto deverá determinar: “SOTA-
TIMONEIRO, ATENDER PELO TELÉGRAFO DE ROTAÇÕES”
(ou fraseologia própria de cada classe de navio), indicando a seguir as
ROTAÇÕES / DESSI / PCL / PORCENTAGEM (ou qualquer outro
parâmetro) que se deseja em substituição aos termos (“UM-
TERÇO”, “DOIS TERÇOS”, etc.
Quando utilizando o telégrafo de manobra, o indicador de
ROTAÇÕES / DESSI / PCL / PORCENTAGEM permanece em um
valor preestabelecido para cada classe de navio e de conhecimento
geral. Quando utilizando o indicador de ROTAÇÕES / DESSI / PCL
/ PORCENTAGEM, o telégrafo de manobra permanece na posição
PADRÃO e, neste caso, qualquer ordem enviada pelo telégrafo de
manobra deve ser cumprida como EMERGÊNCIA.
É importante que o timoneiro e o sota-timoneiro repitam
todas as ordens de maneira forte e clara, do mesmo jeito que foram
emanadas pelo Oficial de Quarto. Tal prática funciona como um
cheque para o próprio Oficial que originou as ordens, proporcionando

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uma chance para correção de eventuais enganos ou MANOBRA COM REBOCADORES


desentendimentos.
As comunicações entre o passadiço e a estação de reboque
ORDENS DE LEME PARA O TIMONEIRO (proa ou popa) têm que ser confiáveis, sendo feitas através do circuito
telefônico auto-excitado de manobra e de transceptores portáteis de
a) "CIENTE" VHF-FM (para emergência). A radiotelefonia é um canal eficaz para
Dada somente por quem ordena a manobra, ao tomar conhecimento comunicações entre um navio a ser rebocado e o navio rebocador,
de que a ordem foi corretamente repetida pelo Timoneiro. NUNCA especialmente nas fases de preparação, aproximação e passagem do
PELO TIMONEIRO, este repete sempre a ordem recebida. dispositivo. Se necessário, enviar transceptores portáteis para o navio
avariado. Nas estações de reboque de ambos os navios, deve haver
b) "LEME A BB (ou BE) 5º, 10º, etc" um homem exercendo a função de sinalizador (raqueteiro), durante a
Carregar o leme para o bordo indicado, o número de graus ordenado. passagem do dispositivo. Durante o trânsito do trem de reboque,
Se não for especificado o nº de graus, atender com 15º. O Timoneiro levando em conta que os navios estarão a curta distância, poderão ser
informará a proa de 10 em 10 graus. utilizados canais de comunicações dos meios ótico e
Exemplo: acústico.
Oficial de Quarto: “LEME A BB 10º” No transcorrer da manobra, podem ser utilizados os seguintes
Timoneiro: “LEME A BB 10º” sinais de apito:
Oficial de Quarto: Ciente.
APITOS SIGNIFICADO
c) "TODO LEME A BB (ou BE)" 1 curto Estou com leme a boreste.
Carregar o leme para o bordo indicado, de 25º e, imediatamente, em 2 curtos Estou com leme a bombordo.
seguida, até 30°. 2 longos Estou dando adiante.
Exemplo: idem ao anterior. 1 longo 2 curtos Pára.
Quando empregando todo o LEME, há sempre o perigo do leme 2 longos 1 curto Toda força.
travar no esbarro. Por essa razão, deve-se evitar usar essa ordem, a 2 curtos 1 longo Entrar o cabo.
não ser quando em emergência. 2 longos 5 curtos Largar o cabo.
1 curto 2 longos Solecar o cabo.
d) “ALIVIA O LEME" 3 curtos Parar o cabo.
Reduzir de 1/3 o ângulo do leme. Esta ordem é dada para reduzir a 5 curtos, 5 curtos 5 curtos Emergência; largar o cabo.
velocidade de guinada. Observação – A duração do apito curto será no máximo de dois
segundos e a do apito longo no máximo de seis segundos.
Exemplos:
- Se o leme estiver carregado de 30°, alivia para 20°; Utilizam-se, também, por bandeiras, os sinais do Código
- Se o leme estiver carregado de 15º, alivia para 10°; e Internacional de Sinais (CIS); a noite, poderão ser utilizadas lâmpada

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Largar por mão um cabo – Largá-lo completamente, desfazendo as - A ordem também pode ser "ALIVIA O LEME PARA ____
voltas que possam segurá-lo. GRAUS".
Michelos – Pequenos pedaços de cabo, fio ou linha com que se Exemplo:
tomam botões provisórios, enquanto se faz um serviço que deles Oficial de Quarto: “ALIVIA O LEME”
necessita. Timoneiro: “ALIVIA O LEME”
Morder um cabo, uma talha – Apertar, engasgar, entalar um cabo Oficial de Quarto: Ciente.
ou amarra; diz-se que uma talha ficou mordida quando uma das
pernadas montou sobre a outra junto ao gorne do cadernal, impedindo e) "LEME A MEIO"
a roldana de girar. Trazer o leme ao plano longitudinal mediano do navio; corresponde a
Peias – Nome que tomam os cabos quando prendem a bordo levar o ponteiro do indicador de ângulo de leme à graduação zero.
quaisquer peças ou objetos, a fim de evitar que eles se desloquem Oficial de Quarto: “LEME A MEIO”
com o jogo do navio. Pear é prender qualquer objeto amarrando-o Timoneiro: “LEME A MEIO”
com peias. Oficial de Quarto: Ciente.
Recorrer – Folgar. Deixar que arriem os cabos ou a amarra o quanto
for necessário para aliviá-los. Diz-se também de um cabo ou amarra f) "QUEBRA A GUINADA”
que arria sob a ação do próprio peso ou do esforço que agüenta. Um Carregar, rapidamente, o leme para o bordo oposto àquele que se
nó ou volta pode recorrer. achava carregado, até que a proa pare de guinar, trazendo-o em
Rondar – É alar um cabo ou o tirador de uma talha até que fique seguida a meio.
portando. Exemplo:
Safar cabos – Colher os cabos nos seus respectivos lugares depois de Oficial de Quarto: “QUEBRA A GUINADA”
concluída uma manobra, para desembaraçar ou safar o navio; deixar Timoneiro: “QUEBRA A GUINADA”
os cabos claros à manobra. Oficial de Quarto: Ciente.
Socairo – É a parte do cabo depois do cabrestante que o está alando;
é agüentada por um homem postado junto ao cabrestante para manter g) “INVERTE O LEME”
o atrito das voltas sobre a saia; no tirador de uma talha, ou quando se Igual quantidade de graus de leme deve ser aplicada para o bordo
está alando a mão, é a parte que se alou, a qual deve ficar agüentada oposto ao que se achava o leme carregado.
em um cunho ou malagueta sob a volta, com um homem ao chicote.
Diz-se que o homem está agüentando o socairo. Nas alíneas acima, o pronto das ordens é dado pelas
Solecar – Dar um brando ao cabo, arriando-o um pouco; aliviar o informações de proa de 10 em 10 graus. Quando em manobras de
peso ou esforço; dar mais folga ao seio. atracação e desatracação, a presença de um Oficial de Segurança
Tesar – Esticar um cabo. garante o cumprimento da ordem em função de não haver uma
mudança de proa significativa.

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h) "NADA PARA BB (ou BE)" Coseduras – Botão que se dá nas alças do poleame, nas
As pequenas variações de rumo devem ser mantidas a BB (ou BE) do encapeladuras, nos estais etc.
rumo, governando de modo que a proa não passe para BB (ou BE) do Dar salto – Arriar repentinamente parte de um cabo de manobra.
rumo indicado. É normalmente usada para evitar obstruções, bóias, Desabitar a amarra – Tirar a amarra da abita.
navios cruzando, etc, quando não se deseja fazer alterações no rumo. Desaboçar – Desfazer a boça do cabo.
Exemplo: Desbolinar um cabo – Tirar-lhe as cocas.
Oficial de Quarto: “NADA A BB” Desencapelar – Tirar as encapeladuras; tirar um aparelho de onde
Timoneiro: “NADA A BB” está amarrado.
Oficial de Quarto: Ciente. Desgurnir – Tirar os cabos de laborar dos lugares em que estão
trabalhando; desfazer talhas, teques e estralheiras.
i) "A CAMINHO" Desengastar – Tirar um corpo estranho que o poleame tenha
Comunicação feita pelo Timoneiro, logo que conseguir se firmar no engolido com o cabo que nele labora, ou desfazer uma coca que tenha
rumo ordenado com o leme praticamente a meio (ângulo de leme mordido no gorne.
menor que 5°). Logo que transmití-la, o timoneiro informa, também, Dobrar a amarração – Aumentar o número de pernadas das espias
o rumo. para amarrar um navio no cais ou a outro navio.
Encapelar – Lançar as encapeladuras nos lugares respectivos. Diz-se
j) "LEME A BE (ou BB). GOVERNAR EM (nº de graus)" ainda encapelar um aparelho, quando se o coloca no lugar.
Carregar o leme 15° para o bordo citado, levando a proa ao rumo Encapeladuras – São as partes extremas dos cabos fixos dos
indicado. mastros, que ficam alceadas nos mastros, mastaréus etc.
Exemplo: Engasgar – Diz-se de um cabo que, passando por um gorne ou um
Oficial de Quarto: “LEME A BB GOVERNAR EM 320” retorno qualquer, fica impedido de correr em conseqüência de nós,
Timoneiro: “LEME A BB GOVERNAR EM 320” cocas, cordões arrebentados, ou qualquer corpo estranho.
Oficial de Quarto: Ciente. Enrascar – Diz-se dos cabos, velas etc. que se embaraçam entre si de
Pronto: “A CAMINHO 320” modo a não poderem trabalhar regularmente.
Oficial de Quarto: Ciente. Espia – Cabo grosso que se lança de um navio para terra ou para
outro navio, a fim de amarrá-lo.
k) "ASSIM" ou "GOVERNE ASSIM" ou "MARQUE ASSIM" Fiéis – Cabos finos com que se prendem quaisquer objetos, tais como
Ler, imediatamente, o rumo indicado, informá-lo e conservar a proa as fundas dos escaleres, as defensas etc.
neste rumo. Se o navio estiver guinando, trazer a proa de volta ao Furar uma volta, um nó – Diz-se assim quando a volta, ou o nó, foi
rumo lido por ocasião da ordem. dado erradamente; diz-se, também, de um teque ou talha cujos cabos
Exemplo: ficaram enrascados no poleame.
Oficial de Quarto: “ASSIM” Gurnir – Meter um cabo num gorne, olhal etc., ou passá-lo num
Timoneiro: “185” cabrestante ou num retorno.
Oficial de Quarto: Ciente.

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Alar de lupada – Alar aos puxões, com os intervalos necessários Pronto: “A CAMINHO 185”
para que o pessoal mude a posição das mãos ao longo do cabo. Nesta Oficial de Quarto: Ciente.
manobra é preciso que um homem agüente o socairo, que é a parte do
cabo que vai sobrando e se vai colhendo. Para agüentar o socairo dá- l) "MARQUE A PROA"
se volta singela numa peça fixa, nada se deixando voltar do que se Ler, imediatamente, o rumo indicado pela linha de fé e informá-lo,
alou. Lupada é cada um dos puxões dados. sem prejuízo de outras manobras que estejam sendo executadas.
Alar de mão em mão – Alar o cabo seguidamente, sem o pessoal Exemplo:
sair do lugar, pagando-o alternadamente com uma ou outra mão; Oficial de Quarto: “MARQUE A PROA”
também, neste caso, fica agüentando o socairo numa peça fixa. Timoneiro: “093”
Aliviar um cabo, um aparelho – É folgá-lo pouco a pouco. Oficial de Quarto: Ciente.
Amarrar a ficar – Dar um nó ou volta firme, de modo a não se Pode ser usado pelo Oficial de Quarto quando o timoneiro parecer
desfazer por si. Diz-se principalmente ao se dar volta às manobras ou está governando de forma apropriada, mas não estiver no rumo
ao amarrar uma embarcação miúda para passar a noite. correto, para comparar com outras repetidoras no passadiço.
Amarrilhos – Fios ou linhas que se amarram os diversos objetos a
bordo. Dá-se, especialmente, esse nome aos cabos com que se m) "ATENÇÃO"
amarram os toldos nos vergueiros. Ficar de sobreaviso para receber uma ordem.
Arriar um cabo – Largar, aos poucos, um cabo que suspende ou
agüenta qualquer peça. n) "BOM GOVERNO"
Arriar um cabo sob volta – Consiste em não desfazer totalmente as Governar com cuidado, manter-se firme no rumo ordenado.
voltas, podendo ser agüentadas quando preciso. Para arriar sob volta,
em geral, deixa-se uma ou duas voltas redondas no cabo. o) "COMO DIZ O LEME?"
Beijar – Fazer encostar duas peças quaisquer. Diz-se de uma adriça Informar o bordo e de quantos graus está carregado o leme.
quando chega ao seu lugar; de uma talha quando, içando, seus Exemplo:
poleames se tocam; de uma escota, quando o punho toca o gorne; Oficial de Quarto: “COMO DIZ O LEME?”
atopetar. Timoneiro: “LEME A BB 10º”
Boça – Pedaço de cabo ou de corrente empregado para aboçar. Oficial de Quarto: Ciente.
Brandear – Folgar um cabo, uma espia, uma amarra etc.; tornar
brando um cabo; dar seio a um cabo que esteja portando. p) “QUAL A TENDÊNCIA DO LEME?”
Coçado – Diz-se de um cabo que está ferido em conseqüência do Informar o número de graus a BE (ou BB) que necessita manter
atrito. carregado o leme para manter o rumo ordenado.
Colher o brando – Alar um cabo que esteja com coca até que fique Exemplo:
sem folga; rondar um cabo. Oficial de Quarto: “QUAL A TENDÊNCIA DO LEME?”
Colher um cabo – Arrumá-lo em aduchas; “quem dá volta colhe o Timoneiro: 5º A BB.
cabo”. Oficial de Quarto: Ciente.

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execução, observando a indicação do ângulo de leme empregada pelo


q) "DAR UM TOPE EM" ou "DAR UM TOPE" timoneiro.
Transmitido "TOPE, TOPE, TOPE" pelo Timoneiro no momento em 4. Em uma guinada sem rumo final, o timoneiro deve cantar a
que a linha de fé está praticamente parada em cima do rumo indicado proa de 10 em 10 graus conforme a proa varia. Caso o Oficial de
para o "TOPE" ou no rumo de governo se não for indicado o rumo. Quarto deseje arvorar tal procedimento deverá ordenar: “Timoneiro,
Exemplo: dispensado de cantar a proa”.
Oficial de Quarto: “DAR UM TOPE EM 320”
Timoneiro: “TOPE, TOPE, TOPE” ORDENS PARA MANOBRA DE ESPIAS
Oficial de Quarto: Ciente.
r) OUTRAS OBSERVAÇÕES: Uma boa aproximação para atracação é por vezes prejudicada
• Todos os rumos serão transmitidos com três algarismos; por uma manobra de espias mal feita. O correto conhecimento e
• Durante a manobra em águas restritas, quando forem dadas ordens aplicação da fraseologia adequada é fundamental para o sucesso de
para o leme, o Sota-Timoneiro informará a situação de máquinas; ao uma manobra de espias. Quando apropriado, as ordens abaixo
serem dadas ordens de máquinas, o Timoneiro informará a situação descritas devem ser acompanhadas do número da espia, bem como
do leme; e devem ser empregados telefonistas nas estações envolvidas. As
• Mesmo com o navio dando atrás, o Timoneiro deverá informar a espias devem ser designadas por números, que representam a posição
proa. relativa em que são amarradas a bordo. Notemos que não são os
cabeços de bordo que têm números, mas as espias é que são
Sempre que ordenando uma mudança de rumo, o Oficial de numeradas conforme sua posição relativa. Em cada amarração o
Quarto deverá proceder da seguinte forma: mesmo navio pode usar um número maior ou menor de espias e,
1. Dirigir-se para o bordo que irá guinar e confirmar que não neste caso, os algarismos variam. Em condições normais, os navios
há perigos para se efetuar a guinada; usam seis espias: duas lançantes de proa (nº 1 e 3); uma espringue de
2. A velocidade do navio determina o quão rápido a proa irá proa (nº 2); duas lançantes de popa (nº 4 e 6); e uma espringue de
variar. Em velocidades muito baixas será necessário um grande popa (no 5). A designação das espias por números é muito
ângulo de leme para se conseguir a guinada. Já em velocidades altas, importante, pois evita confusões, principalmente nas manobras de
muito leme poderá causar uma variação tão rápida da proa que atracar e desatracar. Quando o navio se move para vante ou para ré
poderá não ser controlada com segurança. Todos os Oficiais de com espias passadas, um lançante pode se tornar espringue e vice-
Quarto devem estar familiarizados com as Curvas de Giro de seu versa. Os nomes podem ser usados quando o navio estiver atracado,
navio. Geralmente, a soma do ângulo de leme com a velocidade, em pois então o uso e a direção de cada espia se tornam definitivos.
nós, não deve exceder o valor de 30 (Regra dos Trinta), a fim de que
a guinada não provoque uma inclinação excessiva no navio. Agüentar sob volta – Segurar um cabo que esteja portando, dando
3. A fim de se assegurar que não houve má interpretação de uma, duas ou mais voltas redondas para mantê-lo sob mão.
uma ordem de governo, o Oficial de Quarto deve monitorar sua Alar – Exercer tração num cabo para executar qualquer manobra.
Alar de leva-arriba – Alar caminhando sem parar.

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