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Presidente Obama - uma vitória histórica num País que precisa de mudanças. Nossa Senhora do Rosário depois da Procissão e no regresso à sua Igreja.
Serão quatro anos de muita luta por uma América que quer continuar a ser a melhor Pág. 15 a 18
O
em incomparável e inimitável sin-
VOTO fez História, é a lição mais impor- gularidade. Releva-se a sua simpli-
tante que se pode tirar destas eleições. cidade sedutora, que o superioriza
Se não fossem os milhões de novos votantes sem que ele disso se aperceba.
excitados pelos ventos de mudança de Parafraseando Pessoa: ser simples é
Barack Obama, estas eleições poderiam ter outros re- uma forma de ser superior, seja
sultados, nunca iguais aos conseguidos, até mesmo qual for o ângulo de visão. Depois,
pelos dois candidatos. Não há desculpa para quem não não se lhe conhece outra referência
vota. Por um voto se ganha por um voto se perde. que não a da bondade – uma
Deixar nas mãos de outros as nossas responsabilidades súmula da bondade –, a qual flo-
não é aceitável neste mundo complexo que precisa cada resce nos seus olhos pequeninos e
vez mais de ouvir a voz do povo. Parabéns ao Presi- brilha tanto como uma seara de
dente eleito Barack Obama. estrelas.
No Festival de Bandas, os mais antigos estranharam a É curioso verificar como Liduíno
ausência do Consul-Geral de Portugal. Como é que foi Borba tenta distanciar-se, narrati-
possível que na impossibilidade do Consul se deslocar vamente, de João Ângelo sem que,
a San José, não se tivesse pedido à Vice-Consul a sua de forma alguma, o consiga. Sem-
presença, ou mesmo ao Consul Honorário de Tulare. pre que o faz, deixa-se encantar por
E mais se dizia, que a Secretária da Banda Portuguesa João Angelo autografando o livro ao editor deste jornal tanto saber contido; pela beleza
de San José ao deslocar-se ao Consulado não conseguiu transparente de cada verso; pela
ser recebida pelo Consul depois de ter marcado esse Nota Introdutória sáveis pela sua lírica filosofia de partilha bucólica do quotidiano;
encontro. vida e pela linearidade do seu quo- pela naturalidade com que se deixa
Afinal o que é que se passa? Nesse mesmo dia o Con- tidiano. ver por dentro; pelo desassombro
“Liduíno Borba – profissional dis-
sul deslocou-se à tarde a San José para assistir ao jantar João Ângelo – Mestre das Can- consciente com que dá «os nomes
de Gala da PALCUS. São critérios que o nosso povo perso em múltiplos ramos do
comércio, cronista de pessoas, tem- torias é o retrato a corpo inteiro de aos bois»; pela forma como a sua
não compreende. um talento imensurável em fusão individualidade o torna universal, à
Compreendemos muito bem que o Consul não pode pos e lugares –, apresentou-me o
texto deste livro para que delicada com uma ruralidade pro- conta da escolaridade de uma vida
comparecer a todas as nossas actividades sociais, e isso funda e bela. É um título bem que se sobrepõe, em sabedoria, à de
não é a sua principal função, mas há eventos tão impor- escrevesse palavras a jeito de
aliciar eventuais leitores. Aceitei o achado para a vida de um poeta que qualquer ensino superior. Leia-se,
tantes para nós, que seria de bom senso comparecer ou conhece a alma das palavras; que por exemplo, o capítulo «frases
mandar-se representar, mesmo que seja por um ele- convite, não para cumprir o de-
sidério do autor (aliás, desne- verseja com sonoridade pastoril interessantes» que, na sua
mento da sua confiança da nossa Comunidade. Esta é como se a rima fosse jacto de leite displicência, carrega o peso de um
mais uma “acha” para a fogueira do divórcio entre o cessário), mas por razões muito
pessoais: é que se trata de um texto batendo no tarro; que constrói a saber tão claro como água do
Portugal político e a California. Já estamos a ficar acos- quadra sob o ritmo do bailado sen- chafariz.
tumados. que biografa um dos poetas-
improvisadores mais apaixonantes sual do gado em movimento, tor- Neste livro, é possível conhecer
Neste dia de Veteranos os nossos pensamentos vão que me foi dado conhecer e com nando a cantoria na paisagem verde João Ângelo na pluridimensionali-
para todos aqueles que lutaram por um mundo melhor quem tenho tido o privilégio de de todas as emoções. No entanto, dade do entendimento dele próprio
contra fascismos e outros ismos. Não podemos esque- conviver algumas vezes atrás desta serenidade bucólica, e do Mundo, tornando-se, natural-
cer também todos aqueles que durante 13 anos lutaram Para mim, João Ângelo é um es- João Ângelo olha o Mundo com a mente, pastor de sucessivos reban-
nas guerras do dito Ultramar e ainda continuam à es- panto lúdico, uma espécie de prazer perspicácia do filósofo e assimila-o hos de gente, dando-lhes a saborear
pera que o Governo Português reconheça os seus direi- convertido em poesia, um malaba- nas suas grandezas e misérias, nos as suas férteis pastagens de versos”.
tos. rista dos sentimentos e, sobretudo, seus anjos e demónios – herdeiro
jose avila o portador duma genuinidade cul- vicentino de um trovar de amigo e Alamo Oliveira
tural que carrega saberes respon- de escárnio, tudo sob um humor
fino e fulgurante.
Tribuna
da Saudade
N
esta ligeira crónica encalço das embarcações portu- vidas, atingindo a ilha de Santa editado por João
tenciono narrar a guesas. O caça-minas, por seu Maria na tarde de 16 de Outubro. Palma Ferreira.
história dum inci- turno, retaliou ao tiroteio mas Os restantes doze sobreviventes, Aparentemente,
dente que ocorreu nos sem sucesso, devido ao reduzido após um período de vigilância, uma rádio-
fins da Primeira Guerra Mundial, calibre das peças de fogo. O sub- foram autorizados pelos alemães mensagem
a cerca de 275 milhas da cidade marino continuou a avançar, a procurar terra num bote arrom- emitida do
de Ponta Delgada, ilha de São concentrando a sua artilharia bado, munidos apenas com “Augusto Cas-
Miguel, Açores. contra o paquete “S. Miguel”. quatro remos, um pacote de bo- tilho” foi rece-
Rompera a manhã do dia 14 de Foi, então, que numa arrojada lachas, quinze litros de água, uns bida em Ponta
Outubro de 1918. O paquete decisão, Carvalho Araújo orde- pãozinhos e uma lata de atum. Delgada. Ime-
português “S. Miguel”, com nou que o caça-minas rumasse Os corajosos sobreviventes, al- diatamente, a
carga e 206 passageiros a bordo, avante na direcção do U-139. guns deles feridos, cobriram uma canhoneira portuguesa IBO (um um navio inglês “Jonquil”, ad-
navegava rumo a Ponta Delgada, Esta arriscada manobra, evi- distância de mais de duzentas pequeno barco armado com artil- quirido pela Empresa Insulana
onde estava marcada a sua dentemente, desnorteou o in- m i l h a s n á u t i c a s , e mi - haria de reduzido calibre), partiu de Navegação, foi atribuído o
chegada p’ró dia seguinte. Escol- imigo e deu azo ao “S. Miguel” lagrosamente atingiram a Ponta p’rà cena do ataque. No trajecto, nome de Carvalho Araújo. No
tando o paquete seguia o caça- p’ra acelerar a rota em busca de do Arnel, no Nordeste da ilha de aproximadamente às quatro século passado, esse paquete
minas português “Augusto Cas- salvamento. De facto, o paquete São Miguel, na manhã de 20 de horas da tarde de 14 de Outubro, serviu os Açores, periodica-
tilho”, originalmente um vapor aportou em Ponta Delgada à uma Outubro, seis dias depois do a Ibo encontrou o “S. Miguel”, mente, no transporte de mala,
de pesca chamado “Elite”, osten- hora da manhã de 15 de Outubro. combate. esco ltando-o para Pon ta carga e passageiros. Nos meus
sivamente equipado com uma O combate prolongou-se por Luís José Simões, um dos sobre- Delgada. tempos de estudante, foi a bordo
peça de 47 milímetros na popa e duas horas, com os alemães vito- viventes dessa odisseia marítima, Às seis horas da tarde do dia do “Carvalho Araújo” que perfiz
outra de 65 milímetros à proa. riosos e sem perdas de vida, en- escreveu uma pormenorizada seguinte, 15 de Outubro, na com- várias travessias (ida e volta)
No comando do caça-minas en- quanto o caça-minas ficou exten- reportagem p’ró “Diário de panhia dum rebocador e quatro entre S. Miguel e Terceira.
contrava-se o primeiro-tenente sivamente desmantelado, com Notícias” (Lisboa, 1920), ao caças-submarinos americanos, a No que diz respeito ao nome
José Botelho de Carvalho numerosos tripulantes grave- título “Duzentas Milhas a Re- Ibo voltou ao local de combate. “Augusto Cabrilho” afixado ao
Araújo. mente feridos e alguns mortos, mos”. Em 1980, a completa tran- Não conseguindo avistar a pre- caça-minas, tal deve-se à
Por volta das 16:15 da manhã entre os quais Carvalho Araújo. scrição dessa heróica saga foi sença de náufragos, as embarca- memória do almirante Augusto
emergia o submarino alemão U- Um grupo de sobreviventes es- incluída no livro “Naufrágios, ções americanas regressaram a Castilho que, em 1893, na baía
139, disparando granadas no capuliu-se a bordo dum salva- Viagens, Fantasias & Batalhas”, Ponta Delgada a 16 de Outubro, do Rio de Janeiro, “arrostando
enquanto a Ibo permaneceu na com possantes cóleras e até
area mais algumas horas. ameaças bélicas”, salvou do
Dias depois, precisamente a 20 cárcere e da morte umas cen-
de Outubro, julgando-se perdidas tenas de revoltosos brasileiros,
as possibilidades na sobrevivên- que se haviam acolhido à sombra
cia dos náufragos, a Ibo era noti- da bandeira portuguesa. Digo
ficada da chegada do bote à isto em conformidade com a
Ponta do Arnel, p’ra onde seguiu informação extraída do livro
a fim de transportar os sobre- “Argueiros e Cavaleiros”, da
viventes p’ra Ponta Delgada. autoria de Henrique Lopes de
Desnecessário acrescentar que o
Mendonça.
nome de José Botelho de Car-
valho Araújo destaca-se, ainda
hoje, nos históricos e heróicos
Anais da Marinha Portuguesa. A
9 às 3 pm
4 15 de Novembro de 2008 COLABORAÇÃO Tribuna Portuguesa
Da Música e Traços
dos Sons do Quotidiano
caminhos velhos, a pé, nos meus eles iam arribados para a dita
( Cont. da edição anterior)
princípios, quando era criança, baía, ouviram gritos... e viram a
F
já em camionetas rudimentares, sombra de um bote... (Era do
oi o António Costa que,
com assentos de pau...E depois Cais do Pico, ficara atrás da
naquela viagem de fins
vem a chegada à Madalena, a lancha que o rebocava, eles, no
de Outubro de 1948,
espectativa se havia, se não Cais do Pico, dizem que não
salvo erro – viagem
havia lancha, com mau tempo e sabem de nada...embora não
terrível, apanharam-na o “Santo
o Canal fechado, a gente a ficar seja impossível, tal era o
Amaro”, o “Ribeirense”, o Terra
na Madalena, por um dois, três temporal, também não é tão
Alta”, o “Furnas” – e foi o
dias, às vezes mais, à espera de plausível como isso...Mas os da
António Costa que salvou o
bom tempo... Que, para dizer a Calheta talvez lhe pudessem ter
“Santo Amaro” de sofrer o que
verdade, na maior parte das passado um cabo: chegarem-se
os ou-tros sofreram. Saíra de
vezes em que não havia lancha a ele, prolongarem-lhe e
quarto, estava sentado no
não era propriamente pelo mar atirarem-lhe um cabo – lancha
beliche a fumar um cigarro, o
no Canal, mas no porto. que reboca um bote também
tio Matos disse-lhe (o iate já
E seguem-se histórias da reboca dois. Não o fizeram. E
sacudia bem) , “não te dispas
travessia, uma, a pior de todas combinaram guardar para
que eles não tardam a chamar-te
as viagens que fiz em toda a sempre segredo – que só foi
para a ponte”, e logo o vieram
minha vida, com 3 horas e meia violado porque havia a bordo
chamar, e ele foi, e o mestre
– e dessa o mar que nos tapava um marinheiro meio simplório
Alvernaz disse-lhe, “vamos
na Madalena era mesmo, além que deu com a língua nos
arribar para S. Miguel” e, o
de no porto, também no Canal. dentes...
António Costa, “agora é fugir, e
Depois vem histórias de figuras Afinal, mesmo no escuro da
já, para S. Sebastião, se vamos
do Canal: o Gilberto, o Manuel noite, que devia ser infernal, o
arribar apanhamos aí uma vaga
Tonim, o João Quaresma, com bote do Cais do Pico conseguiu,
atra-vessados e...” e meteram
os mestres da lanchas à mistura, sozinho e sem nehum apoio
para S. Sebastião, o António
Mestre Guilherme, o Mestre dos (em terra ninguém fazia a
Costa ao leme, dando ao barco
mestres nos atalhos do Canal, mínima ideia do que se passava
um rumo que não era
Mestre Simão, sem discípulo, para correr ao porto a ajudá-lo a
propriamente o da terra, e o
tão grande como ele, que mor- livrar-se das pedras) salvar-se.”
mestre Alvernaz, “com esse
reu, novo, aí na Califórnia...”
rumo não apanhamos a “Um barco, para quem o vê sair,
Terceira”, e o António Costa, “Uma vez, no período áureo da em modelo, do seu talento
“não apanhamos a Terceira, pesca à baleia no Sul do Pico, criativo, mais tarde lançado à
bem sabe que não apanhamos, apareceu, em Novembro, baleia água, em obra por suas mãos
vamos apanhar por sotavento a no Canal da Terceira. O tempo acabadas; para quem, mesmo
ponta das Con-tendas” julgo que estava mostrando que Mestre sem possuir cédula marítima,
a ponta das Contendas, “daí José Faidoca não queria que traz dentro de si o apego ao mar,
metemo-nos no norte da saissem. Mas, bem sabe, o Cap. se sente marinheiro, e o amestra,
Terceira, na Baía de S. Medina...Ninguém contrariava o o tripula, ou apenas nele viaja, -
Sebastião”, ou... na Vila Nova. Cap. Medina... E aí vão eles: um barco é muito mais que uma
Contou-me isto o António adianta-se a “Medina” com dois quilha, com costado, um convés,
Costa, numa tarde, no Campo de botes, se não estou em erro o com seu velame antigamente,
S. Francisco, em S. Miguel. Cap. Medina e o Manuel com seu motor e a sua
Com o mestre Manuel Terra... Faidoca, na babugem dela a aparelhagem sofisticada hoje em
Uma viagem muito má para S. “Faidoca” com meu primo João dia: é, para homens assim – e
Miguel. Tão má que, norma- Silveira, e atrás, muito atrás, a entre eles me conto – uma
lmente de doze a treze horas, “Fátima” com João Graxinha, o pessoa querida, uma pessoa que
levou mais de vinte, salvo erro Sebastião Machadinho, que está, nós amamos, uma pessoa que
vinte e duas ou vinte e três, da quase cego, aí em Sacramento. nós choramos, com muita dor,
Terceira a S. Miguel. Levava O tempo estava mostrando – e se a vemos desaparecer para
connosco a minha filha mais começou a vir a mais, sempre a sempre.
velha. O barco não sabia onde mais...A “Fátima”, julgo que foi Eu conheci o “Bom Jesus”,
se meter. O Fernando Machado o Sebastião Machadinho que se embora (aliás, era ainda muito
pegou-me na miúda, de meses, impôs, dizendo que, se fossem criança) nunca tenha nele
toda a noite aguentou com ela sempre para a frente cortava o viajado: aportava com
ao colo... E o barco...enfiava- cabo de reboque e ia varar no frequência à Calheta, era meu
se...e aquilo era bater...tornar a Topo, - fosse como fosse, a Pai seu agente, tripulantes dele,
bater...e o mar a cobri-lo, pelo “Fátima” virou para trás mais ou do Mestre Sousa me lembro,
convés, de ponta a ponta...Aí menos a 2/3 do Canal de S. Mestre Manuel Cipriano e o
para as três da madrugada, o Jorge. As outras lanchas esta- Mestre Manuel Terra. Ouvi a
Fernando diz-me, “aguenta a vam mais para diante, entraram história daquela dramática
pequena que preciso ir lá fora”. no Canal da Terceira, largaram viagem, pelo norte de S. Miguel
Fiquei eu com a miúda, foi o os botes, ainda balearam: a fora, não sei quantos dias debai-
Fernando, enquanto se demorou, “Medina”, a “Faidoca” e uma xo de temporal desfeito, sem
pouco tempo, o barco...e deixa lancha com os seus botes, do rumo, velame desmantelado
de bater...sem que no Cais do Pico. No mais, dos (ainda não havia motores), a
tempo tivesse havido restantes portos do Pico e de S. morte esperada na crista de cada
Sousa’s Wines & Liquors qualquer mudança. E
eu, em voltando o
Jorge ninguém saíu. A dada
altura, aquilo já se não podia
vaga, no fundo da bocarra de
cada abismo aberto entre as
Fernando, “quem é que aguentar, toca de juntar botes e montanhas das vagas que por
pegou agora no virem-se embora. Foi uma todos os lados se erguiam e ro-
EspEciais leme?”, e ele, “já deste
por isso?”, eu,
viagem em que ninguém ficou
lá porque não calhou. A
lavam...rolavam... Jovens
quando isto aconteceu, velhos
Vinho D’Oiro Tinto “qualquer um dá, ele, “Medina”, que vinha a uma ou eram quando mo contaram.
“pois foi o mestre duas milhas da “Faidoca” (a Nem andavam já embarcados e
$2.50 / garrafa Manuel Terra”...Claro “Faidoca” tinha tido que ir há muito deixara de existir o
que o mar continuou a buscar um bote seu, o do meu “Bom Jesus”: vendido para
galgar o convés, que o primo João Silveira, que se Ponta Delgada, encalhara – ou
barco continuou a deixara ir muito para leste, daí o encalharam-no na costa de
$12.99 Caixa rolar, rolar, enfiar-se... ter ficado um bocado atrás) Santa Maria. O “Terra Alta”, aí
de 24 latas Mas bater – nunca ainda se safou bem na Ponta do continua, conheci-o, pela
mais bateu. A mão que Topo: trazia consigo o Mestre primeira vez, no estaleiro,
pegara no leme era de dos mestres, soube escolher por inacabado. E a lembrança mais
Azeite um mestre.” onde navegar, entre o ilhéu e a distante do “Santo Amaro”
BOM ponta, para se poder safar. A vem-me, como a do “Bom
“O livro “Aquém e
“Faidoca”, porém aí, na Ponta Jesus”, dos meus tempos de
DIA Polvo Além Mar” é uma série
do Topo, envolveu-se na pior menino: de quando, julgo que
$8.99 de histórias, as
Congelado primeiras da ida dos
das maresias, talvez o temporal com o nome de “Loureiro”,
litro $2.50 libra lados da Ponta, ainda
agravado por maré ao vento, e escalava, esporadicamente, o
foi o diabo. Veio a noite, o cabo Sul.
pelos caminhos velhos,
de reboque rebentou,
para as Lajes, por mar
resolveram arribar, entrar no
ou por terra, se por
Topo um risco que podia ser
COMPRE através da Inter- terra a pé, e das Lajes
fatal, foram para uma baía por
para a Madalena, muito
net no baixo do farol, aí passaram a
400 Moffett Blvd, antes de mim no carrão
noite em contacto permanente
da Mala, puxado a
sousawine.com Mountain View, CA
650-967-4461
bestas, mais para trás,
quando tudo ao redor
com o José Marques, o vigia do
Topo, que nunca abandonou a
vigia. Pois, Margarida, quando
de toda a ilha eram
Tribuna Portuguesa COLABORAÇÃO 15 de Novembro de 2008 5
Muito Bons
Somos Nós
«Parece-me tudo bem, aqui – e é por isso que não pelo meu avô, que a escavou,
posso ficar muito tempo. Fico feliz, flácido, poliu e rolhou até transformá-la
C
numa boceta. Preciso dela. O
hamávamos-lhe “bo- seguramente pouco moderno – e um cronista de corrector do meu MacBook não
ceta” – e é assim que uma extraordinária forma de
eu continuarei a cha- coração que bem podia ser jornais não pode nunca dispensar-se de uma certa reconhece a palavra, assim como
revolta. Não tardo em Lisboa.» não reconhece “lenço-da-mão”,
mar-lhe, independen- invenção minha se eu não tivesse
“bo-tas-de-cano” ou sequer
temente de também a mim as efectivamente vindo a reencon-
mas no resto do ano já tem de uma certa re-volta. Não tardo “garou-pa” – e só regressar a
telenovelas brasileiras e as via- trá-la na garagem, no fundo de
sessões todos os dias. Os jornais em Lisboa. Desta vez, porém, esta casa, à procura de histórias e
gens aos trópicos me terem, um balde de pesca, onde há anos
ainda não chegam à ilha de levo a boceta. É feita de uma de pa-lavras que já não existem,
entretanto, pulverizado a ino- eu próprio a deixara como caixa
manhã, mas pelo menos já se espécie de feijão gigante, que me impede de ceder de vez à sua
cência. Persistiu até há uns anos de anzóis.
vendem no próprio dia. Os cresce no Brasil e na Venezuela pressão para que escreva como
no falar do povo destas ilhas José Guilherme. Toda a minha
racionamentos de água voltaram – e se aqui está foi porque a os outros todos.
uma pureza e uma precisão que vida foi, a certa altura, uma
a ocorrer este Verão, mas agora Floresta Atlântica a lançou ao
não cheguei a encontrar em reprodução em miniatura da vida
o jornal traz o mapa com as mar e a fez viajar milhares de neto.joel@gmail.com
Lisboa – e “boceta”, garante o grande e inalcançável dele. À
freguesias e os horá-rios dos quilómetros, à de-riva, até dar à In Revista NS
Dicionário da Porto Editora, o noite, quando se acabava o jantar
cortes. O pre-sidente do Governo costa na Terceira e ser recolhida
único que consegui enfiar numa e as mulheres queriam ver a
cha-ma-lhes “as novas
mala apinhada de computadores “Escrava Isaura”, refugiávamo-
Amé-ricas”. Ele deve
e livros e tacos de golfe e nos na casa-de-despejo – e então
saber: prometeu-nos
camisolas adequadas a um ali ficávamos horas a brincar aos
uma nova via rápida
Outono precoce, continua a ser a carpinteiros, ele com o seu ser-
antes das eleições de
melhor palavra para definir o rote grande e eu com o meu
2004, mon-tou o aparato
objecto. “Como?”, reagiu a serrote pequenino, ele com a sua
de cater-pillars antes das
Catarina, a boca já a fugir num plaina grande e eu com a minha
eleições de 2008 e há-de
riso. “Queres encontrar a boceta plaina pequenina. De dia, íamos
inau-gurá-la antes das
do teu avô?” “Precisamente isso: ordenhar as vacas, a Bem-Feita e
elei-ções de 2012. Mas
quero encontrar a boceta do meu a Estrela – e então lá subíamos
nem tudo acaba aí.
avô.” A caixa de rapé do meu os serrados os dois, ele com as
Ainda é a carrinha do
avô. suas botas-de-cano grandes e eu
peixe que me acorda de
Todos os anos, por esta altura, com as minhas botas-de-cano
manhã, com apitos
regresso à casa dele. Durmo na pequeninas, ele com a sua bilha
estridentes, deixando-
cama onde ele dormiu, como nos de leite grande e eu com a minha
me à porta bocas-negras
pratos em que ele comeu, abro e bilha de leite pequenina, ele
e impera-dores num
fecho as portas e as janelas que subindo a custo, apoiado no seu
último estertor de vida.
ele abriu e fechou. Há uma parte bordão grande de pau de roseira,
Os ovos chegam-me
de mim que se recupera, mas e eu imitando-o atrás, quase
directamen-te da
isso eu não preciso explicar-vos. rindo, com o meu bordão de
capoeira dos meus pais.
“Ninguém pode viver sem uma fona-de-porca girando no ar e
O queijo fresco é feito
aldeia”, diz o poeta, “todos nós despedaçando às escondidas as
por uma vizinha. E o
temos que ter uma avó” – e rocas-de-velha e as suas flores
leite, quisesse-o eu,
vocês, sei-o bem, também amarelas que davam um suco
podia bebê-lo ainda
tiveram uma avó. Eu, que me adocicado e a que chamávamos
morno, acabado de
perdoe Maria do Carmo, tive um “chupes”. Até que, enfim, ele se
ordenhar, sem pasteuri-
avô. Era pequeno e passional, sentava numa pedra e puxava da
zação nem nada.
sorridente e colérico em cata- sua boceta grande – e então eu
Parece-me tudo bem,
dupa. Como os velhos dos sentava-me ao lado puxava da
aqui – e é por isso que
Açores, comia sopas de leite, minha boceta pequenina.
não posso ficar muito
bebia café puro e cheirava rapé – Talvez estes Açores já não
tempo. Fico feliz,
e no bolso trazia invariavelmente existam. Na mesma mesa onde o
flácido, seguramente
três objectos: um lenço-da-mão, meu avô comia sopas de leite,
pouco moderno – e um
uma navalha afiada e a sua escrevo-vos eu agora através da
cronista de jornais não
boceta. Preta, selada com uma minha placa 3G. O cinema
pode nunca dispensar-se
rolha de cortiça puída – e com continua a fechar em Agosto,
Acendeu as luzes e man- mais velha acrescentou, tentando avivar a Disse enquanto enchia uma vez mais os
dou-as sentar. “Sentem- conversa. As pessoas temem o silêncio. É copos. Viu na cara delas que não compre-
Remadas se, querem alguma coisa
para beber? Vinho ou um
preciso continuar a falar mesmo quando
não hà nada para dizer. Ela nunca fora
endiam. Estavam perturbadas e nada do
que tinham aprendido nos filmes de Holy-
wiskey?” perguntou. boa na arte da conversa e, às vezes, man- wood as tinha preparado a como reagir
Não, não queriam. O tinha-se calada. Felizmente hà sempre numa situação destas. A mais velha
álcool fazia rugas e tinha uma pessoa que se responsabiliza em empinou o copo de Porto e sorveu o con-
calorías, pensou. manter o diálogo; neste caso a mais velha teúdo dum trago. Tinha as faces rosadas e
Acendeu um cigarro e era perita nessa arte. “Tens sorte que ele os olhos esgazeados. Até o cabelo es-
alegrou-se ao ver o olhar desaprovador te deixou uma casa.” A mais velha decla- preitava aflito e as pregas da saia se des-
Sim, tinha-o escolhido mas delas. O cigarro, uma relíquia dos seus rou entusiasmada. Toleirona, ela devia manchavam sem modéstia. “Porque te
pressentia que ele a tinha tempos de solteira. Sabía que ele detes- saber bem que esta a tinham comprado casaste?” perguntou a mais nova.
tava o fumo. Logo após o casamento, com o dinheiro da outra, a sua casa. Mas Fez-se que não ouvira a pergunta. Uma
intrujado tentou proibí-lha de fumar em casa. nada disse. Limitou-se a sorrir. coisa era certo, o homem que parecera tão
“Fuma no pátio mas não em casa.” Tinha- Encheu os copos com mais Porto. A mais emancipado e a atraira com discussões
Duas amigas tinham chamado hà pouco. lhe dito. Como se atrevia? Na casa dela. velha também se tinha decidido e bebia. sobre a igualdade dos sexos, tornara-se
“Gostaríamos de te visitar, estás dis- Sim em sua casa. A casa pertencia-lhe. Já “Não éramos bons um para o outro.” num marido antiquado que, mesmo
posta?” Que poderia dizer? Que remédio a tinha comprado com o seu dinheiro Disse num desabafo. “Isso é que eu não quando desempregado, controlava o din-
senão aturá-las. Ele teria dito logo que quando se casaram. acredito. Lá que ele era bom para ti, lá heiro dela e esperava que ela, além do
sim. Era assim. O mais importante eram Teve vergonha das suas mãos, das unhas. isso era.” Disse a mais velha. Ao ouvir emprego, se responsabilizasse pela roupa,
as aparências. E ela, conforme o que tinha As pobres mostravam as horas que pas- esta afirmação, teve medo não fosse dizer o carro, as compras, e a limpeza da casa.
aprendido com ele durante estes trinta sara no jardim, sem luvas e esquecida. algo grosseiro ou incriminador. Pois sabia Sim, tinha-o escolhido mas pressentia que
anos de casada, assentiu. “Claro que sim. “Para que queres mais plantas?” Ele tinha que se começasse a desabafar não conse- ele a tinha entrujado.
Venham, fazer-me-à bem.” Mentiu. Mais perguntado inúmeras vezes. Tinha ciúmes guiria conter-se. É verdade, devia ter feito A conversa continuou. Falaram dele.
uma mentira. Uma entre tantas durante de tudo o que lhe roubasse a atenção dele. esta decisão hà muito tempo, hà uns vinte Doutros. Fulano ou sicrano. Já era tarde.
estes trinta anos. E elas, porque vinham? Até das plantas. As mãos delas estavam anos quando se tinha apercebido do cin- Tempo de ir. A mais velha levantou-se. A
Visita de cortesia. Sabia que não gosta- cuidadosamente tratadas e reflectiam uma ismo que a inundava todas as vezes que outra seguiu-a. Ofereceram-se para o que
vam dela. Inumeráveis vezes, quando se manicura semanal. As suas, tentou es- as pessoas de fora comentavam no fosse. Amanhã, decerto, repetiriam tudo o
aproximava delas nalguma festa, condê-las. Olhou para as pernas. Tinha casamento maravilhoso que compartil- que se falara e talvez mais. Não lhe im-
calavam-se logo. Não tinham nada para umas pernas bonitas, bem o sabia, mas hava com o marido. Tinha perdido a fé portava.
lhe dizer e sabiam bem que ela não lhes não as depilara. Sabia que as “amigas” naquela união e teve medo e, em vez de As amigas sairam apressadas. A mais
trazia nenhuma novidade. Nunca sabia de todas as semanas submetiam as suas à decidir-se a deixá-lo, passou a viver de velha disse para a outra, “Agora é que ela
mexericos. Era sempre a última a saber. tortura da cera. Decerto que não tinham dia a dia, entregou-se ao trabalho por fica maluca. Aliás, sempre foi, era ele que
Abriu a porta. Lá estavam elas. Elegantes. um único pelo fora do seu lugar. completo, e esforçou-se cada vez mais a mantinha na linha, mas agora…” A
Tudo no seu lugar. Cabelo, olhos, unhas, “Vou buscar uns bolos”, disse. para ser a mulher que ele e os demais mais nova concordou, sem muita con-
saltos altos. Muito elegantes. Muito vul- “Não é necessário.” Protestaram. Foi de imaginavam. Ele tinha tanto orgulho na vicção. Sempre concordava com a mais
neráveis. Entraram sombrias. Provàvel- todos os modos, e acendeu outro cigarro. sua criação. Na sua obra de arte. E velha.
mente tentando imitar alguma actriz de Trouxe os bolos, biscoitos de massa quando ela tentara dizer-lhe que tudo era A casa estava agora silenciosa. Desligou
cinema em circunstâncias análogas, pen- sovado que tinha comprado na padaria uma ilusão ele respondia: “Para que lês as luzes. Tudo no seu lugar como ele
sou. Logo se arrependeu. Porque estava portuguesa. “Quem sabe se querem um este tipo de literatura?”. “Os livros tiram- gostava. Atirou com os sapatos para o
sempre a julgar? “Entrem” disse. “Vou vinho do Porto?” “Talvez” a mais nova te o juizo.” Os tais livros eram livros que canto. Foi buscar a tal garrafa de tinto.
acender as luzes.” respondeu. a ajudavam a analisar sua vida. A alma. O
“Que pensas fazer?” a mais velha pergun- espírito. Livros que a forçavam a olhar Respirou fundo. Despiu-se e olhou para o
Quando se fossem embora, abriríria uma espelho. Sorriu com carinho para a figura
boa garrafa de tinto, um bom livro da sua tou. “Ficar nesta casa tão grande, ou para dentro. A crescer.
extensa biblioteca, e esqueceria. Tentaria vendê-la?” “Não sei ainda.” Respondeu. “Era um homem difícil. Calado. Teria lá reflectida. Não lembrava a última vez
esquecer a mulher idosa que a olhava no E era verdade. Não sabia. “Uma pessoa preferido arrebates de fúria a dias de que tal acontecera. Era uma mulher com-
espelho. A mulher cansada e sem ilusões. habitua-se a viver numa casa grande.” A silêncio. Gritos a sorrisos mordazes.” pleta. Afinal a visita fizera-lhe bem!
6 15 de Novembro de 2008 COMUNIDADE Tribuna Portuguesa
Rasgos
d’Alma
S
cinquenta por cento dos açori- nem será tão cedo cor que me por avó branca no Hawaii mas hou mas sim pelo desempenho
onhei há dias – imag- anos desculpando-se das coisas seduza. descendente das zanzalas negras na tarefa que cumpriu. O mais
ine-se – que tinha a indo bem optaram por não ir às Associo-a ao luto, faz-me lem- do Quénia e aluno das escolas fácil está feito. A votação foi
desgraçada mania de urnas atirando estupidamente brar a tristeza e relembrar a es- amareladas da Indonésia – é o clara. As promessas estão ar-
ser escritor e andava para o lixo o seu sagrado direito curidão doutros tempos em as- novo presidente dos Estados quivadas. Mas o presente per-
em cata de tema para um filme de votar enquanto milhões de pectos sombrios duma vida que Unidos em melting pot na gran- manece escuro. O desafio agi-
a preto e branco mas estava a americanos queixando-se das já lá vai. diosidade desta America, ainda a ganta-se. O futuro está a
pegar de cabeça e já não era coisas indo mal por cá se pre- Pior do que pesada cor sem vida, inveja do mundo. começar.
capaz de por duas com três paravam para exercê-lo em porem, o preto sugere-me o mais Quando chegar a Janeiro, no Obama não é nem sera condão
ideias seguidas nem conseguia massa hipnotizados pelo sujo, mais porco, mais nojento rigor da cerimónia da inaugura- de varinha mágica para os prob-
ortografar pontos nem virgulas fenómeno que acaba de ser que a mentalidade humana teima ção presidencial, há-de haver lemas do pais. Há que dar
porque o juizo já não atinava eleito e me inspirou pronta- em descriminar na cor da pele quem estranhe ver o rosto hu- tempo ao tempo. A crise
mas queria continuar a escrever mente a escrever de maneira que determina a raça e alimenta mano da Casa Branca pela económica continua. O desem-
e escrevi o que senti que é muito que se perceba – mais que não o racismo ainda hoje em dia – primeira vez coreografado em prego não desarma. A guerra
triste quando a gente tem que seja – com virgulas, e pontos… em pleno século XXI – espal- tonalidade preta. Paciencia! anda lá fora. O Natal promete
começar a usar fraldas de roda hado por esse mundo e por esta O melhor é habituarem-se. ser frio. O Inverno pode ser
da cabeça por ter a estranha …E prontos! De maneira que a America onde, felizmente, vota- OBAMANIA é um fenomeno feio. Esperemos pela Inaugura-
sensação do cérebro estar a gente se entenda, decidi então mos à vontade o que nos vai na politico-social que está apenas a ção.
derramar pingo a pingo os mio- descascar nas calmas e em pa- consciência. dar os primeiros passos. Quer Depois, toca a arregaçar as man-
los pelas costuras e cá no meu lavras serenas a rude impressão Há gente por aí que parece não queiram quer não, o elegante gas.
doloroso delirio sem noções que, à priori, me deixou a ter consciência nenhuma do que senador de Chicago chegou, viu, Há muito trabalho a fazer.
gramaticais nem sensações que histórica eleição que acaba de diz nem qualquer ideia do que fascinou mas sabe perfeitamente
dêem para mais valeram-me ter lugar nestes fabulosos Esta- faz. E estou a falar de prezados bem que ainda não venceu como
então os tracinhos – e respirei dos Unidos da America de todos lusamericanos que se orgulham ambiciona. Qualquer sensato
fundo na esperança dum tema nós. de terem a lingua educada e o presidente reconhece logo à par-
qualquer – mas como não tinha É uma espécie de artigozinho juizo no seu lugar: tida que a história não o julgará
tema nenhum nem percebo despretensioso e sem grande “Votar no preto? Só se for por pela euforia na eleição que gan-
muito de nada decidi então qualquer qualidade jornalistica engano.”
escrever sobre politica onde há mas que não podia deixar de Enganou-se a America branca
sempre tanto que se lhe diga deixá-lo aqui à vossa dis- que não quis votar no preto.
sem ter-se necessariamente que posição: É inteligente, simpático, bem
chegar-se a conclusão alguma a falante e, às claras, para ser sin-
não ser quando chegam as Francamente, não percebo como cero, não me parece preto nem
eleições e nos querem con- é que ainda há quem teime e se branco. Para mim, tem um
vencer a toda a força que o gabe em teimar de ver esta fabu- pouco dos dois. Deve ser mulato
nosso voto faz realmente a losa America a preto e branco. concerteza. Tal como o Eusébio,
diferença e a gente não acredita Acho que é ser curto de vida o Pelé, o Mandela…
e tem mesmo o descaramento de demais. Para mim, esta gran- …Obama pode ser um nome
ficar em casa – chama-se ab- diosa nação vale sobretudo pela esquesito mas tem carisma de
sentismo – como aconteceu las- riqueza insofismável do colorido super-star (super estrela não soa
timosamente há um mês e pique que sustenta. bem.) Quem ainda tenha dúvi-
nas eleicões legislativas dos Branco não me diz nada. das será melhor desfazê-las.
nossos Açores em que mais de Preto tambem não é, nunca foi Barrack Hussein Obama – criado
S
Portugal País dos 3f’s (VI) antigamente isto é mais uma palavra de 50
escudos, que em trocos miúdos significa ou de uma ilha onde há mais Foi também consumido por essa Europa
F
«grosso modo», ajudar o próximo. Hoje vinho do que água... fora: Inglaterra, Alemanha, Itália e, em-
ADO - A grande Amália é O vinho não me é indiferente e, bora a escassez de documentação difi-
considerada a Diva do fado, mas há muito dinheiro, quiçá demais e muito é
desperdiçado. Antigamente a maioria era como bom graciosense que me culte o esclarecimento, terá chegado à
antes dela houve outra chamada prezo de ser, prefiro o vinho à cerveja. E mesa dos Czares da Rússia. Autores
«Severa». Carlos do Carmo pobre, paupérrima mesmo e a riqueza era
concentrada numa oligarquia plutocrática. porque estou, neste momento, a fazer como Chateaubriand, Garrett e Tolstoi
outro baluarte desta canção, recentemnte um trabalho sobre a vinha dos Açores, renderam-se ao “rescendente Pico”.
propôs que o fado fosse considerado Uns pouco ricalhaços dominavam a
maioria que era predominantemente po- gostaria de partilhar, com os leitores de Até que chegou o fatídico ano de 1852
Património da UNESCO e da huma- “O Dever”, alguns apontamentos da que trouxe à ilha do Pico uma desgraça
nidade. Eu penso que “a priori” já o é, bre. Hoje há muita riqueza.
Foi com imenso prazer que li na «Folha minha releitura da monografia O Vinho com o nome de oidium e, vinte anos
pelo menos nos nossos corações. O fado, do Pico, do historiador picoense Tomaz depois, haveria de surgir uma outra
infelizmente é associado à saudade que de Couve» (Santa Clara Weekly Nov.
2005) da pitoresca cidade do mesmo Duarte (1926-2003) — levantamento praga chamada filoxera. E seguiu-se o
geralmente é triste, o que todos nós exaustivo de quanto se escreveu sobre a descalabro económico para pro-
sabemos não é salutar. O povo Português nome, do progressivo Silicon Valley neste
grande estado da California, que duas vinha e o vinho do Pico e que constitui, prietários, morgados, barões, viscondes,
é saudosista por natureza. Lord Tyrawley, na minha opinião, a melhor síntese e o fidalgos e outros “senhores” da ilha do
embaixador Inglês na côrte de D. João V, Açorianas e Picoenses, Fátima Francisco e
Maria Alice Jensen, que através do seu melhor trabalho de investigação que Faial... E pior ainda para a plebe que
(o tal que esbanjou o ouro do Brasil e por alguma vez foi escrito sobre tal vivia do vinho e para o vinho: feitores,
isso foi cognominado de Magnânimo), esforço, determinação e vontade de bem
fazer adquiriram e distribuiram 250 ternática. quinteiros, vinhateiros, caseiros,
afirmou: “o que é que se espera de um Com engenho, suor e arte se define a rendeiros, carreiros, tanoeiros e outros
País, em que metade da população espera cadeiras de rodas a instituições de cari-
dade na cidade irmã Coimbra, no vitivinicultura da ilha do Pico. De facto, trabalhadores rurais.
a vinda do Messias e a outra espera a foi ao preço de um trabalho penoso, ár- E depois veio a casta americana Isa-
vinda do rei D. Sebastião numa noite de Continente Português. Volvidos aproxi-
madamente 3 anos, mais 180 cadeiras duo e difícil que o picaroto rebentou a bella, o nosso “vinho de cheiro”, que
nevoeiro?”. Como reza a história a crosta queimada para poder cultivar a hoje a comunidade europeia não quer
aventura pueril deste rei foi catastrófica foram distribuidas pelas nossas Ihas
Açorianas. «São duas mulheres do Pico». vinha que protegeu com muros soltos de provar... Seguiu-se a reconversão das
para o País. Por isso penso que não pedra lavosa. vinhas. E foi a introdução de novas cas-
devemos viver o passado, especialmente o Bem hajam. No mesmo jornal ( Santa
Clara Weekly 20-08-08), uma conterrânea Recordo aqui a frase lapidar do meu tas europeias de que haveria de resultar
menos famoso, mas sim o futuro saudoso colega Antonio Duarte (1932- as marcas “Terras de Lava”, “Basalto” e
promissor. Faialense Maria Augusta Rodrigues,
sobrevivente do cancro da mama, enfren- 1984), irmão de Tomaz Duarte: “Os o generoso “Lajido”.
FÁTIMA – É matéria de fé e de religião. maroiços são a epopeia de pedra do No dia 2 de Junho de 2004, a paisagem
A actual turbulência mundial, é em grande tando uma audiência maioritáriamente de
expressão Inglesa e com a prestimosa Homem do Pico”. da cultura da vinha na ilha do Pico pas-
parte causada pelo confronto histórico Com possível proveniência da ilha da sou a ser Património Mundial da Hu-
entre cristianismo, representado pelo ajuda da sua filha Rosa Maria, que actuou
como intérprete, revelou e partilhou de Madeira e/ou da ilha de Chipre, sabe-se manidade, após aprovacão da candida-
mundo e civilização ocidentais e o Islão que as vinhas do Pico foram muitíssimo tura pela agência das Nações Unidas
personificado pelo mundo Árabe. Mãe de forma positiva e corajosa, a sua expe-
riência com esta terrível doença. Como bem cuidadas por frades franciscanos, UNESCO, em reunião ocorrida na ci-
Deus só há uma, no entanto há muitas carmelitas e, mais tarde, pelos jesuítas e dade japonesa de Suzhou.
Nossa Senhoras. É curioso que em quem vive como eu, numa comunidade
multi-étnica, em que numa autêntica capuchinhos. A cultura destas vinhas, Tomaz Duarte tinha entretanto falecido.
Portugal a Rainha é Nossa Senhora de durante o ciclo do famoso “verdelho”, Mas convirá não esquecer que a ele se
Fátima, mas a Padroeira é a Senhora da Babilónia, se falam mais de 100 dialectos,
isto é honroso e de louvar. Aqui nos esteve na base de todo um notável fica a dever a iniciativa que conduziria à
Conceição. O povo diz: só nos lembra- património que marcou, de forrna in- constituição do Museu do Vinho. A ele
mos de Santa Bárbara quando faz trovões. Açores já há bons sinais neste sentido.
Tanto o Hiper Modelo do Faial como a delével, a ilha montanha, que chegou a se deve também as primeiras diligências
Se a memória não me falha foi o que ter 30.000 habitantes. Não faltava mão legislativas visando o ordenamento e
aconteceu a D. João IV, que invocou a edilidade Faialense, que considero bas-
tante progressiva e humanística, de obra para labutar em terra e no mar. classificação da paisagem do
protecção da Virgem, para resolver o Em terra eram os vinhedos numa exten- “verdelho”. Fê-lo sempre de viva voz,
problema da Restauração Nacional. ofereceram computadores a instituições de
ensino e de caridade. Que bonito seria um são de léguas a perder de vista. O mar em palestras, conferências e em escritos,
FUTEBOL – Li algures que o futebol é a complementava o sustento de tantos e sensibilizando aqueles que estavam in-
religião do povo, o que soa a Karl Marx, dos dois Hipers, que muito honram esta
progressiva vila e futura cidade da tão nurnerosos agregados familiares. sensibilizados... Deve-se-lhe também,
um dos fundadores do comunismo. O Um século antes do ciclo da laranja, foi entre outras actividades, a Festa das Vin-
espírito desportivo está a ser minado e Madalena, oferecessem computadores ao
Lar da Terceira Idade, como possível o vinho do Pico que conseguiu dimas.
contaminado pelo vil metal que é o “internacionalizar o Comércio Açori- Por conseguinte, foi o picaroto Tomaz
dinheiro. Fátima Campos Ferreira solução para combater o abandono e
solidão, ao que os nossos idosos estão ano”, segundo Tomaz Duarte. Durante a Duarte que conseguiu meter o Vinho do
jornalista da RTP, num dos seus sempre primeira metade do século XIX este Pico no mapa do Mundo.
apreciados programas «Prós e Contras», sujeitos. Já há programas deste género a
funcionar no Continente Português. Sob a vinho correu mundo, tendo sido muito
confrontando um painel dos manda – apreciado no Reino, ilha da Madeira, In O Dever
chuvas deste desporto, perguntou: se os óptica comercial, uma dádiva dessa
natureza seria WIN WIN, isto é tanto o Brasil, Indias Ocidentais e Orientais...
grupos estão falidos como é que afirmam
que tudo está bem? A nível local, o clube comércio como a comunidade
desta progressiva vila da Madalena tem beneficiariam. Temos a massa cinzenta
uma dívida global que ronda os 700 mil necessária para organizar e implementar
euros (Ilha Maior, 14 de Agosto 2008). um programa desta natureza. O repto está
lançado. É melhor dar do que receber. Career Opportunities
«Mens Sana In Corpore Sano» - alma sã
em corpo são deve ser o lema a seguir por
qualquer modalidade desportiva. Luso-American is seeking agents to build a career as a
FILANTROPIA – Como se dizia full time agent or work part time to earn extra income.
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São Francisco do Sul - Santa Catarina, Brasil
G
valorizar a riqueza e a longínquos do Brasil.
osto do mar. O seu mistério me diversidade do patrimônio naval Conta, também, com um
atrai e sempre desejei morar brasileiro. Está localizado na bela cidade número expressivo de
num barco. Talvez a porção do de São Francisco do Sul. Os edifícios que, réplicas de barcos
sangue português que me foi atualmente, o abrigam estão identificados tradicionais produzidos
legada por meus avós influencie tal com a história marítima de Santa por modelistas e artesãos
fantasia, é a explicação que me cabe, Catarina. de todo país.
porque fui criada nas montanhas e só vim A cidade de São Francisco do sul que é a Seu acervo, é composto
conhecê-lo aos dezesseis anos. terceira mais antiga do Brasil, colonizada por embarcações como
Mais tarde, quando me mudei para por portugueses, cuja beleza reside no saveiros, cúter, biana,
Salvador, Bahia, os verões eram passados casario em estilo colonial português que jangada, canoa, bote e
à beira mar e muitos finais de semana emoldura as ruelas do centro histórico, baleeiras e estão
dentro de uma escuna, com a família e os sedia importantes locais de preservação distribuídos pelas salas
amigos, navegando pelas ilhas. Um cultural que, agora, são ainda melhor temáticas que
passeio que recomendo a quem vier conservados e um dos exemplos é o reproduzem ambientes
conhecer nossa terra. Museu, que apresenta embarcações e uma regionais e falam sobre a
Ficava horas a olhar as jangadas, vasta coleção de objetos, mantendo viva a navegação no mundo e no Brasil, nas ilhas dos Açores, em suas incursões
admirando aqueles pescadores que, sem história do homem do mar e das espécies incentivando o visitante a conhecer a de caça rumo aos mares do sul.
nenhum temor, enfrentavam as ondas marítimas. história e a desfrutar dos prazeres da vida Com a decadência e a desativação das
naquelas embarcações que me pareciam Conforme narra o livro, com oito mil relacionada com o homem e o mar. armações, as baleeiras continuam a servir
tão frágeis e rudimentares, com seus quilômetros de costa, milhares de Destaca-se a embarcação “I.A.T”, com a à pesca artesanal e ao transporte de
troncos de madeiras amarrados e sua vela quilômetros de rios e lagoas navegáveis, o qual, a remo, o brasileiro Amyr Klink fez pessoas e mercadorias, entre as
que parecia delicada demais para os fortes Brasil é o país com maior diversidade de a travessia solitária do oceano Atlântico. comunidades ribeirinhas e são
ventos. embarcações. As gentes e as embarcações Além das salas de exposição, o Museu encontradas em locais de colonização
Hoje, como se adivinhasse esta minha do Brasil descendem das maiores Nacional do Mar abriga também açoriana, especialmente na ilha de Santa
paixão, recebo um valioso presente, o epopéias náuticas de todos os tempos: os auditório, loja de artesanato, cafeteria, Catarina, em São Francisco do Sul,
livro “ Museu Nacional do Mar – grandes descobrimentos. restaurante, estaleiro, oficina e uma Laguna e Penha.
Embarcações Brasileiras”, que me foi O patrimônio naval é um dos segmentos biblioteca especializada na temática O Museu Nacional do Mar é um espaço
dado pela Diretora do Museu, a amiga mais ricos e significativos da cultura naval, com 1200 títulos. cultural magnífico, com réplicas de
Ana Lucia Coutinho, cujo texto, escrito brasileira. A multiplicidade étnica é o Além de rápidas pinceladas sobre a embarcações e dioramas que são
em português, inglês e francês, é ilustrado principal fator desse patrimônio ser história da navegação desde a pré- verdadeiras obras de arte e nada fica a
por belíssimas fotos coloridas. Uma extenso. Influencias mediterrâneas, história, o livro fala sobre a construção dever em suntuosidade, criatividade e
publicação primorosa e bem cuidada, que africanas, orientais, indígenas, ibéricas e das embarcações expostas no Museu. As beleza. Vale o passeio até Santa Catarina,
nos conta um pouco da historia do Museu norte-européias são algumas das vertentes baleeiras, por exemplo, só existem em para conferir.
e do seu acervo. responsáveis por essa variedade. Santa Catarina. Foram trazidas pelos
Fonte:
O Museu Nacional do Mar, que é o único Hoje o Museu possui um acervo único, açorianos que adquiriram o conhecimento
Museu Nacional do Mar –
na América Latina neste segmento, foi com mais de 80 embarcações em tamanho para fabricar e utilizar o barco dos
Embarcações brasileiras
criado em 1991 com o objetivo de original, provenientes dos lugares mais baleeiros americanos, que faziam escalas
elendemoraes_rj@globo.com
Ao Sabor
do Vento
N
casamento deve ser entre duas homossexuais ou bissexuais e Sara, chamado Isaac e outro da allowed to marry whites.
ão interessa como pessoas de sexo oposto e que a são infelizes por não poderem se escrava, Hagar, chamado Ismael Bloomer was fined but
começa uma con- união de duas pessoas do mesmo assumir e viver a sua vida do de onde saíram os Israelitas e os appealed it to the State
versa, vai acabar sexo não é normal. Eu digo que jeito que se sentem felizes. Ismaelitas, respectivamente, Supreme case where he lost,
sempre em uma das pode não ser normal, mas, Está cientificamente provado gerando uma confusão tão but the fine of 1 cent was a
seguintes três coisas: sexo, natural é, de certeza, pois foi a que as pessoas que são “gay”, grande que ainda persiste hoje slap in the face to the
política ou religião. natureza que fez as pessoas nasceram dessa forma e mesmo em dia? Não era o casamento Minor’s.”
E o interessante é que durante dessa maneira e toda a gente tem que seja uma questão de definido como a união entre um Num país que proclama que há
este período de eleições não o direito de querer viver feliz da preferência sexual, onde é que homem e uma mulher brancos? separação entre a Igreja e o
importava com quem falás- forma que é. está o problema? Há bem poucos anos era contra a estado, algumas igrejas
semos, essas três coisas ficavam Como os leitores sabem, eu Na minha opinião o problema lei, brancos e negros se casarem. contribuíram com milhões para
misturadas numa só. tenho uma criação de pombas e está nos “straight” ou heteros- Ora, vejam parte de um trecho que a proposta 8 passasse, impe-
E tudo por causa da proposta 8. canários e já aconteceu que duas sexuais. Que me consta, não sobre os Melungos (Povo que dindo assim que duas pessoas do
Votei no Obama e votei contra a fêmeas, tanto dos canários como conheço “gay” algum que queira habitava nas montanhas do mesmo sexo tenham o direito de
proposta 8. das pombas, se acasalaram, pu- obrigar a um casal, homem e estado de Tennessee e das viverem felizes ao abrigo da lei.
Votei no Obama porque acho seram quatro ovos, no caso das mulher, a ficar casado a vida Carolinas) e que, supostamente, Penso que é tempo de retirarem
que ele é uma pessoa inteligente, pombas e oito no caso dos inteira, embora alguns tenham vem de uma mistura de a Bíblia dos tribunais e vocês já
honesta e cujos ideais políticos, canários e nenhum deles era fe- prometido isso e não cumprem. Portugueses, brancos e negros, pensaram na ironia de uma
penso eu, são os que têm mais cundado, o que prova que elas Assim como não cumprem com com os índios americanos. prostituta ser paga pelos serviços
possibilidade de tirar a América estavam nas tintas para os a fidelidade que prometeram “In the first case State vs ou pecado que comete com uma
da grande fossa onde se meteu. machos e não precisaram deles solenemente. James Bloomer this was an nota na qual está impressa a
Quanto à proposta 8, votei para coisa alguma e havia pom- E afinal o que é o casamento? assault case where Bloomer frase “ IN GOD WE TRUST”?
contra porque penso, e sempre bos com fartura no pombal e Em algumas religiões como os took Wilson Minor's marriage
pensei, que ninguém tem o canários no aviário. Mórmones e os Muçulmanos, license away from his brother jraposo5@comcast.net
direito de dizer à outra pessoa Muita gente vai franzir o nariz era permitido um homem casar John Minor with force. This
como deve viver a sua vida para este meu artigo, por com duas ou mais mulheres. Era case was first written about by
particular. Nem o governo, nem preconceito, mas é por essa muito comum os grandes Henry Price and later by Jean
a Igreja têm o direito de se meter homofobia que muitas dessas senhores terem filhos das suas Patterson Bible, Bloomer
na vida de cada um. gentes tem em casa ou esposas e filhos das escravas. argued that Minor was a Free
As normas sociais dizem que o na família, pessoas que são Não teve Abraão um filho de Person of Color and not
10 15 de Novembro de 2008 COLABORAÇÃO Tribuna Portuguesa
Reflexos do
Dia-a-dia igualdade racial, de equidade eleito recebeu votos de todos os n ú me r o d e r e pu b lic an o s
económica. Apesar de todo o grupos que compõem este aumentou em 3%, mas o número
veneno que foi lançado durante mosaico humano. Recebeu de democratas cresceu na ordem
os últimos oito anos, dentro e maiorias em estados que outrora dos 9,5%. Daí que sinto pena,
fora do país, Barack Obama estavam nas mãos da direita. muita pena, por quem não foi às
E
azuis, mas que somos, e sempre sempre nos disse que como Para além dos tradicionais urnas porque o candidato não era
sta é a América que eu
seremos, os Estados Unidos da povo, e como nação, éramos estados de ambas as costas do branco, ou quem não saiba olhar
amo. Na terça-feira, 4
América.” muito melhores do que queriam litoral norte-americano, além da cor da pele. Aliás, entre
de Novembro, a
A presidência de Barack Obama que fossemos. Que poderíamos tradicionalmente mais abertos ao todos esses seres humanos
América mostrou, ainda
carregará o peso dum grande ir além do medo, do rancor e do progresso, Barack Obama rece- doentes, porque o racismo é uma
outra vez, que apesar de todas as
simbolismo. Tal como referen- desespero do 11 de Setembro, e beu maiorias no Novo México, doença, encontram-se, infeliz-
suas inconsistências, apesar das
ciou no seu discurso, a sua que era essencial voltarmos, uma no Colorado, em Virgínia, no mente, alguns portugueses e
divisões implantadas ao longo
vitória rejuvenesce a ideia de vez mais, a sermos o que o Nevada, no Ohio e em Indiana, luso-americanos, deste estado da
dos últimos oito anos, apesar de
que a América é um lugar de mundo todo ainda deseja do entre outros. Estes são estados Califórnia. Coitados, tão fora do
divagar de vez em quando, este
oportunidades para todos. sonho americano, o país da onde a maioria dos votantes são mundo estão. Tão fora do
grande país, ainda é um baluarte
Ajuda, significativamente, a esperança, a terra da luta pelas brancos, religiosos e conser- mundo americano que votou e
de igualdades, um lugar
renunciar o estigma que este país igualdades, o lugar onde existe vadores. Ganhou o voto da recebeu com gritos de alegria a
constantemente a reinventar-se e
tem tido contra os afro- um verdadeiro compromisso maioria dos hispânicos, dos afro- eleição de Barack Obama. Tão
a lutar pela dignidade do ser
americanos há mais de 200 anos, com o futuro. Barack Obama americanos, do judeus, das fora do mundo português de
humano.
estigma esse que foi responsável disse-nos, repetidamente, aquilo mulheres, e apesar dos gritos onde vieram, porque segundo as
A vitória de Barack Obama veio
por alguns dos momentos mais que no íntimo todos sabíamos e apocalípticos de dirigentes sondagens efectuadas em
declarar, ainda mais uma vez,
repugnantes da história ame- ansiávamos, ou seja: que a católicos, como o arcebispo de Portugal, se os portugueses pu-
que a América pode ter
ricana, ou seja: a escravatura, o América poderia voltar a ser Denver, ganhou a maioria do dessem votar nas eleições
imperfeições, por vezes grandes
apartheid, e as leis discri- igual a si própria. Que pode- voto católico. americanas, 85% votaria por
ignomínias, mas tem, acima de
minatórias de Jim Crow. É uma ríamos voltar a respeitar as É inquestionável, e seria pura Barack Obama. Tenho dó desta
tudo, grandes virtudes. Ao
vitória que permite que muitos nações amigas e conversar com ficção, pensar-se que esta foi gente que só está bem no
longo dos meus 50 anos de vida,
cidadãos do mundo, de todas as os nossos inimigos. Que poder- uma vitória fácil e que resolverá enclave da sua pequena
o último dia 4 de Novembro,
cores e de todas as etnias, íamos inverter a surdíssima todos os problemas relacionados comunidade de sopas com coca-
ficará para sempre gravado na
possam, através de Barack política de Bush II e reco- com o racismo, com a xenofobia, cola, como foi dito algures, e
minha memória como o dia
Obama, conseguir as forças meçarmos a ouvir o mundo. com a homofobia, enfim, com que, infelizmente, já não
duma grande vitória no país que
necessárias para persistir com as Que poderíamos redescobrir as todas as fobias que nos pertence a lado nenhum.
escolhi viver, onde nasceram os
suas próprias lutas pela nossas vivências em comum, que rodeamos ou que nos rodeiam. Tal como afirmou o presidente
meus filhos e o meu neto, onde
igualdade. Para a humanidade vão muito além do super Conheço, infelizmente, algumas eleito Barack Obama: “Este é o
está sepultado meu pai (porque
este é um sinal, claro e egoísmo que fez com que um pessoas para as quais esta foi nosso momento. Este é o nosso
como disse algures o escritor
inequívoco, que os Estados Wall Street, egocêntrico e uma derrota para a América. tempo para pôr o nosso povo de
Gabriel Garcia Marquez, um
Unidos podem viver a demo- desregularizado, se desmo- Mas são uma minoria tão pe- novo a trabalhar e abrir portas de
país também é nosso quando lá
cracia que andam a proclamar. ronasse. quena que um dia destes desa- oportunidade para as nossas
enterramos os nossos queridos) e
Para o país, a presidência de Esta é uma vitória para o parecem, porque começam a crianças; para restaurar a
pelo qual laboro todos os dias no
Barack Obama dá-nos a verdadeiro espírito americano. É entrar num beco sem saída. Se é prosperidade e promover a causa
ensino público. Na terça-feira, 4
oportunidade de olharmos com que não se pode proclamar verdade que conheço um homem da paz; para recuperar o sonho
de Novembro, a América voltou
outra clareza para um futuro liberdade enquanto se aplica com 75 anos, que se diz americano e reafirmar aquela
a ser o país que sempre foi. Tal
onde o sofrimento e as injustiças tortura; não se pode promover democrata, mas que nunca verdade fundamental de que
como disse o presidente-eleito
do passado, apesar de jamais democracia enquanto se cria e votava e que este ano se somos um só feito de muitos e
Barack Obama, foram: “os
serem esquecidas, poderão ser apoia ditadores; não se pode ser recenseou porque o seu racismo que, enquanto respirarmos,
novos e os velhos, os ricos e os
transformadas numa causa um estado de direito enquanto se era tão forte que teve que votar temos esperança. E quando nos
pobres, os Democratas e os
nacional, pela qual se trabalhará retira todos direitos funda- pelo republicano McCain, confrontarmos com cinismo e
Republicanos, os negros, os
em família. Como em todas as mentais a quem não concorda também não é menos verdade dúvidas e com aqueles que nos
brancos, os hispânicos, os
famílias, haverão sempre connosco; não se pode abolir que conheço homens e mulheres dizem que não podemos,
asiáticos, os nativo-americanos,
divergências, mas acredito que todas as regras do capitalismo de todas as raças que, como eu, responderemos com o credo
os homossexuais e os heteros-
esta eleição permitir-nos-á enquanto se deseja um sistema na noite de 4 de Novembro, se intemporal que condensa o
sexuais, os saudáveis e os defi-
sentarmos à mesma mesa e económico mais humanizado. abraçaram como irmãos e espírito de um povo: Sim,
cientes—foram os americanos a
termos outro grau de respeito. Há ainda que dizer, des- choraram lágrimas de felicidade. podemos.
emitirem uma mensagem ao
É um momento histórico nos complexadamente, que o triunfo Esta foi uma eleição de Esta é a minha América - um
mundo, a mensagem de que
Estados Unidos. É que entramos de Barack Obama foi uma mudança. Aqui, no pequeno e lugar que nunca teve medo do
nunca fomos uma colecção de
na era do entendimento, da vitória verdadeiramente conservador (um dia, e em breve futuro.
estados vermelhos e de estados
americana. O novo presidente não será) condado de Tulare, o
Do vale à montanha
Do vale à montanha,
Fale-nos um pouco de si. Universidade dos Açores. Em 1998 envolver e participar nas diversas Da montanha ao monte,
decidi ir estudar para a Califórnia. actividades e organizações que Cavalo de sombra,
Chamo-me Sérgio Pereira e tenho 30 Em Janeiro de 1999 comecei o meu tornam a nossa comunidade única e Cavaleiro monge,
anos. Nasci e fui criado na freguesia bacharelato no Colégio de Merced e muito rica. Por casas, por prados.
de Ribeira Seca, Concelho de terminei-o na Universidade da Por quinta e por fonte,
Calheta na Ilha de S. Jorge, Açores. Califórnia, Davis. Após terminar o Qual foi a ultima vez que visitou Caminhais aliados.
Neste momento resido na cidade de bacharelato frequentei 3 anos de Portugal Continental ou Açores e o Do vale à montanha,
Turlock onde exerço a minha Medicina Veterinária na que mais apreciou? Da montanha ao monte,
profissão de Medico Veterinário. Universidade de St. George’s, um Cavalo de sombra,
Universidade privada localizada em Encontro-me neste momento nos Cavaleiro monge,
Porque é que escolheu Grenada. O quarto ano do curso fiz Açores. Aprecio tudo o que estas Por penhascos pretos,
Veterinária? na Universidade de Kansas na sua ilhas maravilhosas oferecem. É um Atrás e defronte,
escola de Medicina Veterinária. lugar singular e de uma beleza rara. Caminhais secretos.
Contam os meus pais que sempre Recebi o meu diploma a 17 de Junho Aqui tenho família e muitos amigos,
disse que queria ser Veterinário. de 2006 em Nova Iorque. visitar a minha terra é sempre uma Do vale à montanha,
Desde que me lembro não pensei em experiência única e que deixa muitas Da montanha ao monte,
ter outra profissão. Penso que o que Em poucas palavras o que é que os saudades. Cavalo de sombra,
me influenciou, e quando digo isto nossos industriais de lacticínios Cavaleiro monge,
quero dizer forma muito positiva, foi deveriam fazer para serem mais Se lhe pedissem para participar Por plainos desertos
o facto de ter crescido sempre com produtivos em termos de saúde nas nossas Corridas de Toiros Sem ter horizontes,
um contacto muito directo com animal. como Veterinário, aceitaria? Caminhais libertos.
animais de diversas espécies. O meu Do vale à montanha,
pai, Bartolomeu Pereira, foi Este é um tema para uma página Eu não sou conhecedor dos Da montanha ao monte,
empresário agrícola e toda a vida inteira deste Jornal. Contudo, deixe regulamentos das corridas de toiros, Cavalo de sombra,
lidou com gado bovino. Foi esse me dizer que acho que muitos dos contudo já assisti a corridas nos Cavaleiro monge,
contacto, essa vivência com vacas, nossos industriais deveriam ter mais Açores e já vi no Continente e pelo Por ínvios caminhos,
porcos, cavalos, galinhas, cães, atenção à saúde dos seus animais, que pode notar um veterinário Por rios sem ponte,
gatos, e outros, que me despertou o pois um animal saudável é um encontra-se presente e é responsável Caminhais sozinhos.
gosto pela bicharada. animal que produz. Para que isto seja pela supervisão dos animais que
uma realidade os nossos industriais fazem parte desta grande festa. Posso Do vale à montanha,
Tem alguma especialidade? deviam ter um contacto muito directo dar a minha opinião pessoal e Da montanha ao monte,
Porquê? com o seu veterinário para o profissional, acho que um médico Cavalo de sombra,
estabelecimento de protocolos que, veterinário deveria estar presente, Cavaleiro monge,
Não sei se se pode considerar antes de mais previnam as doenças, e isto porque á que ter em conta que Por quanto é sem fim,
especialidade o que faço, digo isto protocolos que, em caso de doença, decisões que envolvem conhe- Sem ninguém que o conte,
porque a escola c i m e n t o s Caminhais em mim.
me preparou m e d i c o Fernando Pessoa
para trabalhar veterinários não
com qualquer devem ser NOTA - Mariza canta este poema com o
a n i m a l , tomadas por nome “Cavaleiro Monge”
contudo, optei ... acho que muitos dos nossos quem não tem
por trabalhar
com gado bo- industriais deveriam ter mais esses
hecimentos.
con-
vino, caprino e
ovino.
atenção à saúde dos seus ani-mais, Quanto
pergunta
á
se
P o d e r e i
considerar que
pois um animal saudável é um aceitaria
participar como
neste momento
me encontro a
animal que produz m e d i c o
veterinário,
especializar respondo que
mais com estas teria que pon-
espécies. Dentro derar. Digo isto
da Medicina porque as
que pratico estou a tentar curem essas doenças. Sei que muitos corridas de toiros na Califórnia
especializar-me mais em cirurgia de pensam que é mais barato perguntar encontram-se muito voltadas para
bovinos, caprinos e ovinos. Optei por um conselho ao vizinho, mas um políticas e ideias de grupos e
estas espécies por me sentir mais á conselho profissional tem sempre indivíduos, e uma pessoa como eu a
vontade, isto porque como referi muito valor. exercer clínica privada tem que ter
acima cresci com um contacto muito um estatuto mais de espectador e
próximo do gado acima referido. Que conselhos daria aos jovens que mesmo de interveniente. Contudo
querem seguir uma carreira de não descarto completamente essa
Diga-nos o que é que faz e aonde? veterinária. hipótese.
Neste momento encontro-me a O que posso dizer é que é uma Como e que vê o futuro das nossas
trabalhar para a clínica veterinária M profissão muito rica e gratificante. O festas tradicionais?
& M Veterinária Practice que tem caminho que se percorre até chegar
sede em Denair. Esta clínica é ao ponto onde me encontro é longo, Vejo com bons olhos, mas também
composta por 3 Médicos e trabalha mas a compensação, e não estou a noto que a geração que aí vem está
com as 3 espécies que referi acima. falar em termos financeiros, mas sim mais desligada destes eventos. Acho
Oferecemos diversos serviços que pessoais e profissionais, é muito que a nova geração tem que ter mais
vão desde o maneio de explorações grande. orgulho nas suas raízes, e espe-
ao serviço de emergência 24 horas cialmente mais orgulho em falar a
por dia, os 7 dias da semana. Qual a vossa relação com a
comunidade portuguesa?
língua portuguesa
VOCALISTA
Onde estudou? Precisa-se vocal-
Só me encontro na Califórnia há
Fiz a escola primária na minha quase 10 anos. Contudo tenho tenta- ista (homem ou
freguesia, Ribeira Seca, depois fiz o do conviver ao máximo com a
ensino preparatório e unificado na comunidade portuguesa. Tenho mulher) com ex-
Vila da Calheta. Após terminar este muito orgulho em ser português e NOTA do Editor - por dificulda- periência em can-
ensino, e com a idade de 15 anos, fui tudo o que seja para promover a des técnicas não podemos inserir
para a Terceira onde terminei a nossa cultura torna-se num estímulo nesta entrevista uma foto do entre-
tar mú-sica Portu-
escola secundária. De seguida
frequentei dois anos universitários na
para mim. Agora que acabei os
estudos terei mais tempo para me
vistado. As nossas desculpas. guesa, para fazer parte de um
Conjunto Musical já esta-
belecido e com vários contratos.
Agora todos podem ver a RTPi e a RDPi sem O Conjunto Musical tem os seus
pagarem mensalidades. Basta comprar um ensaios em Escalon, CA.
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12 15 de Novembro de 2008 COLABORAÇÃO Tribuna Portuguesa
Apontamento
tenha sido difícil para O que nós éramos e continuamos a ser na renses e continentais compreenderam que
todos, hoje habituaram- sociedade norte americana está reflectido só todos unidos serão uma força étnica
se há eficiência, consu- nas estatísticas da IPUMS (U.S. Census representativa e respeitada, compre-
mismo e conforto que Bureau) 1970 and 2000 em percentagem enderão também o tempo que perderam
O
foram adquirindo com o (%). As estatísticas que vou indicar são só com divisionismos. Quando um grupo
século passado foi um dos que tempo. Isso fez parte da aculturação e do ano 2000, já que as de 1970 são étnico se organiza e protege como tal, a
mais marcou a emigração ética de trabalho nesta terra. A exigência aproximadamente metade das de 2000. O coesão aumenta, aumentando também o
açoriana. A migração também profissional, desde a pontualidade, dis- gráfico original tem várias variáveis mas, seu poder social e político. É tempo de
era notória e sentida, já que ponibilidade e responsabilidade levou-os só vou usar as seguintes: Portuguese Im- sermos reconhecidos como um grupo
todos os que podiam deixavam as ilhas e a serem respeitados no trabalho na comu- migrants and Portuguese Americans, participatório no processo económico e
fixavam-se no continente português. Os nidade e na vila ou cidade em que vivem. Males and Females, contudo recomendo político do país. Só a nossa voz como
estudantes universitários, embora não Devemos estar orgulhosos disso. que vejam a variável European American, grupo étnico pode levar-nos a ser recon-
fossem muitos, devido à falta de meios Embora tenham chegado a este país mal se nos quiserem comparar com os re- hecidos e respeitados pelos governantes
económicos iam e não voltavam. Poucos preparados para de imediato fazerem stantes europeus que cá vivem e trabal- deste país.
foram os que regressavam aos Açores parte do mosaico social, industrial e ham, cujas percentagens se apresentam Nós somos correctos, respeitadores, hon-
para servir as necessidades do povo, que comercial, contudo venceram, porque muito em paralelo com as nossas. estos, compreensivos e muito mais,
vivia sufocado pela mentalidade feudal conseguiram lutar pela sobrevivência na porque essa foi a educação que os nossos
açoriana, que o oprimia económica e so- esperança de uma vida melhor para todos. Como as estatísticas demonstram, a difer- pais nos ensinaram desde criança em
cialmente não podendo dar ao filho ou Chegaram com proficiências mínimas ou ença entre quem o Census Bureau casa, cá ou lá, mas neste país temos que ir
filha uma vida melhor, ou uma instrução
que os tornassem competitivos no
mercado do trabalho. Milhares de jovens
inteligentes, estudiosos, com grande US Cen- Profes- Farmers Managers Clerical Sales Crafts- Opera- Non- Laborers
potência intelectual ficavam na ilha por sus Bu- sional & men tives Profes-
não terem apoio financeiro para estu- reau 2000 Technical sional
darem em Lisboa. Passavam a fazer parte (%) Services
da subserviência social da “cunha” para
encontrar emprego. Os açorianos foram MALES
de tal forma marcados pela cultura servil-
ista da época, que ainda hoje apesar de Portu-
viverem em democracia, os mais jovens guese 6.5 1.2 10.2 6.4 3.1 26.2 21.7 8.2 16.5
preferem trabalhar na plataforma conti- Immi-
nental europeia ou na americana. grants
Os Açores foram desde o seu descobri-
mento a plataforma atlântica para a nave- Portu-
gação e para o processo imigratório do guese 15.1 1.6 11.5 10.4 7.3 20.2 14.3 11.6 8
país, tanto para Este como para o Oeste Ameri-
Atlântico. Uma emigração que desde a cans
segunda parte do século dezanove e FE-
começo do vinte, teve muito de ilegal já MALES
que era típico dar-se o “salto”, ou seja,
embarcar clandestinamente num barco Portu-
baleeiro, que depois de muitos meses de guese 11.9 0.3 5 21.4 5 5.2 25.6 23.4 2.2
sacrifício, sofrimento e discriminação, Immi-
para não dizer escravatura acabava por grants
chegar ao porto de destino. Na maioria
dos casos só mandavam buscar a família Portu-
anos depois de serem explorados nas guese 26.2 0.4 8.5 33.9 7.1 1 4.6 17.2 1.2
fábricas da Nova Inglaterra, como nos Ameri-
ranchos/leitarias da Califórnia. cans
Emigrar para os portugueses tem feito
parte integrante da necessidade de liberta-
ção. Como os Açores sempre foram ponto quase nenhumas em todas as áreas técni- chamou portuguese immigrants e portu- muito mais para além dessas boas quali-
de passagem do continente europeu para cas ou literárias, consequência do sistema guese americans é notório no tipo de dades. Competitividade faz parte inte-
o americano, os açorianos viram no mar o político português de opressão social e profissões escolhidas pelos portuguese grante do processo de inclusão ameri-
caminho para a liberdade, ou limitaram-se económica, que os obrigou a deixar os americans que facilitam a promoção cano. Eu direi que a maioria das pessoas a
ao condicionalismo que as ilhas ofere- seus cogumelos marinhos. Esta não foi sócio-económica, que podemos consid- que me refiro votam a todos os níveis nas
ciam. Enquanto que no continente portu- culpa sua, a culpa deve-se ao sistema Sa- erar fruto de uma instrução mais diferen- cidades e vilas que escolheram para viver,
guês a emigração na sua maioria desti- lazarista que não só limitou o conheci- ciada. Também é notório ver-se quanto a mas o que não existe é a coesão ou dia-
nava-se e destina-se à Europa, a açoriana mento, como também estrangulou. O 25 mulher portuguesa progrediu na sua pro- logo entre estes, organizações cívicas,
de preferência escolhia a América do de Abril de 1974 viria consolidar a moção profissional, já que sempre foi a desportivas ou religiosas nas suas locali-
Norte, embora o Brasil também tenha revolta estudantil dos anos sessenta que que menos oportunidade de trabalho ou dades em geral, para que o número de
sido um dos destinos de escolha no pas- levaria à democracia. instrução formal teve. votantes seja identificado como luso-
sado. Para quem deixa a sua terra todos os Seria bom relembrar aos mais jovens os Há mais uma outra estatística que se in- português. Nós hoje temos números de
momentos são tempo de ponderação e motivos pelo qual a emigração aconteceu. titula: Bachelor’s degree for persons of votantes suficientes e gente capaz de lid-
recordação, porque as dificuldades encon- Só conhece a complexidade da emigração portuguses ancestry, by state of residence erar o futuro da nossa comunidade, toda-
tradas no reajustamento à terra para onde quem emigra, e só conhece a América do (U.S. Census Bureau, 2000, American via é preciso vontade, persistência, com-
se emigra são complexas, difíceis e com Norte os que cá viveram, vivem e trabal- Factfinder), esse gráfico inclui sete esta- preensão e dedicação à nossa causa,
muito de aventura. ham. Hoje, e através da primeira, segunda dos (MA, CA, NJ, RI, NY, CT, FL) e diz- porque só nós podemos fazer algo por nós
Dois mil e oito marca os cinquenta anos e terceiras gerações somos um grupo ét- nos que a média de pessoas com bachare- próprios. Reajustando as palavras do Pre-
da erupção vulcânica dos Capelinhos que nico, inserido na sua totalidade em todas latos (quatro a cinco anos de educação sidente John Kennedy direi: não é o que o
originou o fluxo imigratório do fim dos as carreiras e profissões existentes neste universitária, chamado em Portugal licen- país pode fazer por nós, mas sim o que
anos cinquenta, sessenta e setenta para os vasto país. O esforço das primeiras gera- ciatura) eram em 2000 de 24%, sendo nós podemos fazer por nós próprios e
Estados Unidos, que talvez foi o maior de ções foi validado pelas gerações seguintes 19% a média dos descendentes portugue- consequentemente pelo país.
sempre. Não foram só faialenses que que hoje as representam, que conhecem o ses nos mesmos estados com bacharela- Todos podem atingir o seu máximo,
beneficiaram com o Azorean Refugee Act sistema social, político e económico e tos. Estes números são encorajadores, e profissional ou intelectual, mas têm que
or the Postore-Kennedy Act of 1958, já sabem como progredir numa sociedade ao mesmo tempo indicativos para muita ter vontade própria e tenacidade. Eu
que muitos outros açorianos e não só, em constante competição e desen- gente com responsabilidade política e talvez seja pragmatista, mas também não
também tiveram a mesma oportunidade volvimento. social na comunidade portuguesa aqui e deixo de ser realista e optimista, porque
de ir ao encontro de uma terra e vida no- Quem é persistente, trabalhador, dedicado em Portugal. Na realidade os jovens de vejo a realidade e praticabilidade das
vas. Vida incerta mas esperançosa para e honesto tem todas as possibilidades de quem vos falo estão muito mais inseridos coisas dentro das suas regras preesta-
toda a família. atingir os seus objectivos. Com pouca ou e activos a todos os níveis neste país do belecidas. Acredito que as pessoas são
Tal como as baleias que hoje livremente mais instrução todos ganham o pão que que possa parecer. compreensivas, humanas e respeitadoras
vêm á superfície respirar o ar puro e mer- alimenta e suporta a família. Contudo, e Devemos estar orgulhosos do que fizemos dos direitos dos outros, pelo que hoje
gulhar nas águas cristalinas do nosso mar, como todos sabem, a instrução é muito por ser e somos nesta terra que nos acol- mais do que nunca temos as condições
a terra também respirou pelo vulcão dos importante em qualquer país do mundo, heu. É a estes jovens que cabe a responsa- apropriadas para sermos uma comunidade
Capelinhos, e as gentes açorianas respira- neste país essa realidade não é diferente. bilidade de liderar e comunidade portu- activa e participativa na vida deste país
ram a liberdade quando receberam nas Hoje os nossos jovens, refiro-me a gente guesa no futuro. Com isto pretendo indi- em todos as suas vertentes.
suas mãos o passaporte, e o visto, que entre os vinte e quarenta anos de idade, car que a coesão étnica é essencial no
lhes abria a porta do vasto continente representam e reflectem bem o que é o contexto social, profissional, económico e
norte americano. Ainda que a adaptação mundo profissional norte americano. político. O dia que os açorianos, madei-
Tribuna Portuguesa COLABORAÇÃO 15 de Novembro de 2008 13
Joseph Furtado
Agua Viva
A Banda Açores 68 celebrou recentemente uma festa de angriação de fundos para a “Psoriasis Foundation”
de reunião no Salão Português de Alvarado, na no Sunol Valley Country Club.
cidade de Union City. E no dia 27 do mês pasado tocaram no salão Português
Lufada de
Ar Fresco
S
e existe uma palavra no voca- que são grelhadas até ao ponto de apare- tratamento de cada caso de cancro como Actualmente está na Universidade de
bulário de todas os idiomas mun- cerem zonas queimadas. Para além destas um caso único e exclusivo da pessoa em Davis a completar o B.S. em Nutrition
diais que cause pânico, essa causas, os especialistas também apontam questão, e no olhar dos cientistas, 2040 Biochemistry (Pre-Medicene), requeri-
palavra é o “Cancro”. Em 2007, a para a obesidade e o consumo de álcool parece ser uma meta bastante realista. Até mento necessário para prosseguir
nível mundial, o Cancro foi responsável como factores que aumentem o risco lá resta-nos apoiar os que mais precisam, Medicina em 2010.
pela morte de 8 milhões de pessoas e embora aqui o mar navegado seja um esperar, ter fé, e acreditar na ciência.
apareceram 12 milhões novos casos no pouco desconhecido pois existem mais Tribuna Portuguesa sauda este jovem que
mesmo ano. Trata-se da maior praga e a incertezas do que certezas. Nota do Editor - Paul Mello nasceu quer vingar numa profissão altamente
maior batalha cientifica dos nossos tempos. Por vezes torna-se difícil acreditar na- em Fremont em 1987, foi para a Terceira competitiva e complexa.
Se ao passear na rua nos dirigimos a uma quilo que os cientistas dizem pois são em 1995 e regressou à California em
pessoa ao acaso e lhe perguntamos se tem vários os casos que se conhecem de 2005 para continuar o seu sonho de
um amigo ou familiar com Cancro, a pessoas que toda sua vida fumaram e estudar Medicina.
probabilidade dessa pessoa responder beberam e acabam por viver para além do
“sim” é infelizmente elevada. esperado e sem que o cancro lhe bata à Fez o Liceu em Angra do Heroísmo e em
Particularmente na comunidade Portu- porta, enquanto outros, que, aparente- Maio de 2008 acabou o A.S. em Biologia
guesa, os números de casos não se mente levavam uma vida saudável, com High Honors.
contam pelos dedos. Na passada Festa de acabam por ser diagnosticados com
Nossa Senhora de Fátima de Thornton, Cancro. Tais casos se explicam com o
inúmeros portugueses presentes acende- facto de todos sermos diferentes uns dos
ram velas pedindo a Deus que ajudasse outros.
um familiar em sofrimento devido ao Especialistas que dedicam sua carreira à
cancro ou rezando pelos que já sofreram. investigação do Cancro afirmam que os
É difícil encontrar uma família que não prognósticos são animadores. Este verão
tenha sido afectada pelo cancro de forma passado tive a oportunidade de estagiar
directa ou indirecta. Quase todos nós no departamento de Neurocirugia da
temos ou tivemos familiares ou amigos Universidade de Davis-California e
que têm ou tiveram de sofrer imenso com durante esse periodo convivi com vários
o cancro, alguns sobrevivendo e outros cientistas que investigam o cancro e ao
partindo deixando feridas nas respectivas conversar com eles era patente a con-
famílias difíceis de sarar. O Cancro foi fiança que eles tinham num futuro
responsável pela partida do meu avô animador perspectivando alcançar uma
paterno, Alvarino Mello, em 2003 e cura brevemente. E a avaliar pelo artigo
recentemente deixou sérias marcas na da Dra. Bernadine Healy publicado numa
minha família materna ao ser responsável das recentes edições da revista “US
pelo falecimento do meu querido Tio José News”, o tal “brevemente” aponta para o
Alberto Rodrigues, que era um membro ano 2040. Tal previsão é possível devido
bem conhecido na comunidade portu- à nova perspectiva com que os cientistas
guesa da Califórnia. estão a encarar o Cancro: analisar cada
Ao vermos uns partir e outros a sofrer caso como um caso diferente de todos os
com o Cancro, a visita ao médico, para outros, aquilo que a Dra. Healy denomina
além de essencial, também causa ansie- de “personalized medicine” ou medicina
dade pois o Cancro não é daquelas coisas personalizada em Português. Prefira produtos dos nossos
que só acontecem aos outros e para além Neste momento, os cientistas trabalham
disso também não escolhe idades, embora para descodificar as letras que constituem patrocinadores
pessoas mais idosas estejam mais sujeitas. o alfabeto desta “língua” da qual pouco se
Esta ansiedade prende-se com o facto do entende. Provavelmente não será apenas
Cancro ser uma doença ainda sem cura
definida, embora haja tratamentos como
um cientista ou instituição a descobrir
uma cura definitiva, mas sim um grupo de
Sponsor our
cirurgia, quimioterapia e radioterapia. São
vários os casos de sucesso após trata-
vários cientistas espalhados pela mundo
contribuindo aos poucos com a desco-
advertisers
mento mas nem todo o tipo de cancro é berta de mais um letra para o “alfabeto” 122 páginas sobre Toiros, Cavalos,
tratável e aquele que pode ser tratado tem do Cancro. Corridas e Touradas à Corda
de ser “apanhado” a tempo. E mesmo Ao saber-se o “alfabeto” do Cancro será
sendo tratável, o canceroso é muitas vezes possível perceber como se formam as Resumo da Temporada de 2007 da Ter-
submetido a um sofrimento físico e psico- diferentes “palavras” (diferentes tipos de ceira, Graciosa, São Jorge e California.
lógico quase desumano. cancro) e assim se poderá tratar cada caso
Por agora, a melhor cura é a prevenção. como um caso diferente. Isto torna-se 395 fotografias de toiros
Estudos recentes parecem concordar nas fundamental porque embora quase todos 195 fotografias antigas na velhinha
causas de alguns cancros e apontam a os cancros pareçam semelhantes debaixo
exposição a radiações solares, infecções do microscópico, existem grandes dife- Praça de São João
de vírus, e produtos carcinogénios como renças genéticas de um caso de cancro do Contactar: Tribuna Portuguesa
alguns dos maiores responsáveis. pulmão para outro caso de cancro no
Carcinogénios químicos encontram-se no pulmão e a prova disso é que o mesmo 209-576-1951
tabaco e também se podem-se encontrar tratamento resulta para um caso mas não
em algumas comidas. Investigações re- resulta para o outro. Vende-se no Rosa Trade Rite Market, Padaria
centes também apontam para o Portanto, o grande objectivo dos Popular, San José, Fernandes Linguiça, Tracy
aparecimento de carcinogénios em carnes cientistas é conseguir métodos para o
Visite a webpage da
Portuguese Heritage Publicatiosn
of California
www.Portuguesebooks.org
Tribuna Portuguesa FESTAS 15 de Novembro de 2008 15
Como se pode observar pelas fotografias, muita juventude neste Bodo de Leite
Debaixo do pálio, o Padre Jacinto Bento, Monsenhor Myron Cotta e Padre Hilary Silva
Esquerda:
Presidente da Festa
Frank e Manuela
Enes com o filho
Nathan
Manuel e Maria Almada, Secretária; Maria Xavier, Tesoureira; Manuela e Frank Enes, Presidente
18 15 de Novembro de 2008 HILMAR/PATROCINADORES Tribuna Portuguesa
Amin
Ashrafzaden, MD
Padre Manuel Bernardo Soares dando a benção a esta função literária como é norma nestas ocasiões
Hélio Beirão, Roberto Lino e Nelson Ponta-Garça sendo filmados pelo Agostinho Barbosa para Contacto California
Embaixo - aspecto parcial da bonita Sala do Portuguese Athletic Club, com José Rodrigues no uso da palavra
O objectivo de vários clubes na quinta jornada é alcan- Grupo D: cer a seguinte combinação de resultados: o Villarreal
çar os oitavos-de-final da UEFA Champions League, derrotar o Manchester, e o AaB vencer o Celtic em casa,
quando fica a faltar uma ronda para terminar a fase de Os líderes Club Atlético de Madrid, dos lusos Maniche algo que deixaria o detentor do troféu na expectativa;
grupos. e Simão, e Liverpool FC, podem prolongar a sua per- uma vitória do Manchester em Espanha, combinada
manência na UEFA Champions League se vencerem em com um triunfo do Celtic, frustrará as intenções do Vil-
Grupo A: casa o PSV Eindhoven e o Olympique de Marseille, larreal.
Uma vitória do Chelsea FC, dos portugueses Hilário, respectivamente. O Atlético também se qualifica se em-
Paulo Ferreira, Bosingwa, Ricardo Carvalho e Deco, na patar e o Liverpool não conseguir vencer. Um ponto Grupo F:
deslocação ao terreno do FC Girondins de Bordeaux, O Olympique Lyonnais parte para a quinta jornada sa-
terceiro classificado, garante a qualificação para o final- bendo exactamente o que precisa de fazer para passar à
ista vencido da edição da época anterior, independente- próxima fase: não perder com a ACF Fiorentina, onde
mente do resultado entre AS Roma, segunda classifi- alinha Manuel da Costa. O FC Bayern München pode
cada, e CFR 1907 Cluj, último do agrupamento. O líder ter o mesmo número de golos que o Lyon, ainda assim
do grupo parte para a quinta jornada com um ponto de está numa posição mais confortável. Somente se o
vantagem sobre a Roma e o Bordéus. Bayern perder em casa frente ao FC Steaua Bucureşti
(de Tiago Gomes e Semedo), último classificado, e a
Grupo B: Fiorentina derrotar o Lyon é que os bávaros não po-
Os dois primeiros classificados podem apurar-se no dia derão festejar.
26 de Novembro, com uma jornada ainda por disputar.
O líder FC Internazionale Milano, orientado por José Grupo G:
Mourinho e onde alinham Figo e Quaresma, passa à O Arsenal FC detém uma vantagem de dois pontos so-
fase seguinte com uma vitória ou um empate frente ao bre o FC Porto, e conseguirá a qualificação com um
Panathinaikos FC, em casa. Os "nerazzurri" até se po- triunfo em casa sobre o FC Dynamo Kyiv. O FC Porto
dem dar ao luxo de perder, mas só no caso de o Anor- qualifica-se se vencer o Fenerbahçe SK, na Turquia, a
thosis Famagusta FC e Werder Bremen (de Hugo Sporting CP apurado para os oitavos-de-final após ter não ser que esse máximo de pontos coincida com uma
Almeida) empatarem, já que essa combinação de resul- vitória do Dínamo frente ao Arsenal.
vencido o FC Shakhtar Donetsk
tados seria suficiente. A formação cipriota, uma das
surpresas da prova, atinge os oitavos-de-final pela Grupo H:
primeira vez se vencer e o Inter fizer o mesmo no re- também será suficiente para os "reds", que, tal como o Depois de duas vitórias consecutivas sobre o Real Ma-
spectivo jogo. Atlético, contabilizam oito pontos, isto desde que o PSV drid CF, de Pepe, a Juventus de Tiago foi a primeira
não triunfe em Madrid. equipa a atingir os oitavos-de-final, logo na quarta jor-
Grupo C: nada. A formação espanhola também segue no seu en-
Aqui, está tudo resolvido: Barcelona e Sporting carim- Grupo E: calço se vencer o FC BATE Borisov, na Bielorrússia,
baram a passagem aos oitavos-de-final na quarta jor- Com o Manchester United FC, de Cristiano Ronaldo e desde que o FC Zenit St. Petersburg (do português
nada, quando o conjunto espanhol empatou com o FC Nani, e o Villarreal CF em boa posição, dispondo de Danny), terceiro classificado, não consiga vencer a Ju-
Basel 1893, e a formação lusa derrotou o FC Shakhtar uma vantagem de seis pontos sobre o Celtic FC e o Aal- ventus, em casa.
Donetsk. borg BK, ambos podem qualificar-se no dia 25 de No- Uefa.com
vembro. Os dois clubes só não o conseguirão se aconte .
Esporão - o melhor do
Alentejo $18.99
CAVALHEIRO
Solteiro, de 45 anos procura senhora entre
os 35 e 45 anos, para fins matrimoniais.
D
epois dos vas. Só se pede para o futuro o controle total das pessoas entre-barreiras, antes que
tiro s no
c h apéu , haja um dia algum problema que ponha em causa o futuro da nossa tauromaquia.
ainda não Aqui fica o pedido de um aficionado interessado em que a nossa festa seja melhor.
tive tempo de comprar
outro. Na América não
é fácil conseguir este pre em ção o tipo de toiro que deu
tipo de chapéu espan- c r e s - muita luta,
hol. cendo. Sonia Matias também toureou
Até lá, vou usar uma boina francesa, que usei muitas No fim um Colorado da Açoriana #
vezes quando era criança. cravou 144, mas a partir da altura em
um belo que o toiro tentou saltar a bar-
par de ban- reira, a cavaleira ficou muito
Thornton, 20 de Outubro darilhas. nervosa e a sua actuação
de 2008 Boa actuação do Rui. revelou isso mesmo. Toques,
Pega de Michael Lopes com falta de atenção na cravação,
Festa de Nossa Senhora de valentia, acabando o toiro de etc. Não preciso dizer mais.
Fátima de Thornton bater na trincheira, porque o Nada lhe saía bem. Às vezes
grupo abriu muito, deixando o acontece estas coisas. O toiro
toiro lever o forcado nos cornos cumpriu o seu trabalho.
Cavaleiros - Rui Fernandes,
até ao fim. Poderia ter sido De realçar que Sónia não deu
Sónia Matias
perigoso. volta à praça, mostrando enten-
Matador - José Ignácio Ramos
der a realidade das coisas e não
Grupo de Forcados de Tur- Rui Fernandes - um lindo par de bandarilhas. Reparem no cavalo.
Toiros assim, não seguindo o exemplo de muitos
lock
outros cavaleiros portugueses
Director da Corrida - João
O segundo toiro da ganadaria que dão volta por dá cá aquela
Gonçalves palha, demonstrando falta de
Toiros de Manuel da Costa Manuel da Costa Junior # 90,
corniaberto, era pesado de mais honestidade e profissionalismo,
Junior (3) e Açoriana (3). a que já estamos acostumados.
Banda de Tracy e possivelmente com idade, para
poder ter sido corrido nesta Muito bem, Sónia.
Praça cheia. Noite boa. Excelente pega de Tiago
Curiosidade - os seis toiros feira. Esta feira não serve para
fazer concursos de carne. Esta Pereira, muito bem ajudado
eram todos castanhos pelos primeiros ajudas. O toiro
(colorados). feira é importante de mais para
se poder aceitar tais toiros. baixou muito a cabeça, levou os
O Director avisou que não forcados ao chão e ao levantar a
queria pessoas debruçadas na Por azar o toiro era manso e
perdeu-se tempo com isso. cabeça ainda teve força para
barreira. Muito bem. Infeliz- deitar por terra o terceiro e
mente o matador e o nosso Mesmo assim Rui Fernandes
deu todo o seu melhor e tirou o quarto ajudas, ficando o Tiago e
Mário Teixeira não ouviram a o primeiro ajuda sempre nos
recomendação. que o toiro tinha dentro de si.
Manuel da Costa tem toiros cornos do toiro até o grupo reor-
bastantes para não ter necessi- ganizar-se. O primeiro ajuda
Rui Fernandes recebeu o esteve muito bem em ajudar a
primeiro colorado # 115, dade de apresentar este tipo de
toiro. colocar o Tiago nos cornos do
pesado, da ganadaria Açoriana toiro, quando este caíu.
com garras de vencer mais uma Nos compridos foi tudo igual
aos outros. Volta merecida do forcado e
vez. Muitos protestos contra os primeiro ajuda. Muito bem.
Nos curtos e com o toiro muito Pega de Jason McDonald bem ajudado pelo grupo
bandarilheiros. Muitos capato-
zos desnecessários. Nos compri- parado, houve dificuldades de
dos nada houve, ferros a correr, cravação, com muitas saídas em Sónia melhor no segundo
sem citar e sem parar o cavalo. falso.
O Rui, das duas uma - ou não se Cravou-se o que se poude e Sónia Matias também teve um
entende com o cavalo ou não como se poude. toiro com peso a mais e manso.
gosta de ferros compridos. Já no A primeira tentativa de Jason Numa terra onde não se ban-
Sábado foi a mesma coisa. McDonald poderia ter sido darilha (isto é, não se usam ban-
Nos curtos, bregou muito bem,. muito boa, mas o toiro ao des- darilhas de castigo) trazer toiros
O seu primeiro curto bateu viar-se para a esquerda, deixou desta género não serve a nin-
noutro ferro e caíu no chão. Nos o grupo fora, mas mesmo assim guém. Nem ao ganadero que
restantes, toureou sempre fron- Jason ageuentou-se até não po- fica mal visto, nem aos artistas
talmente dando vantagem ao der mais. que têm dificuldade em triunfar,
toiro sempre que este o quisesse A segunda tentativa de Jason, nem à Feira que trabalhou tanto
fazer. Cravou bem. O toiro carregada foi mesmo assim para que tudo corresse bem.
cumpriu. Rui gosta de aquecer e muito valente, mas com grande Temos que aprender para o fu-
depois dá espectáculo, Foi sem- ajuda do Tiago, tendo em aten- turo, para que isso nunca mais
aconteça.
Mesmo com um toiro compli-
cado, Sónia esteve melhor, ten-
tou cravar en su sítio, esteve
toureira e saíu da California
com muitos aficionados a seu José Ignácio Ramos num bonito e estético “doblone”
favor.
Frank Parreira na sua primeira forço. mostrar algumas caratectisticas
tentativa, já carregada, foi der- Dois bons pares de bandarilhas. de bravura, embora fosse um
rotado pelo toiro. Frank ma- Ofereceu a faena a Jim Verner, toiro feio na investida. Foi o
goou-se e tomou o seu lugar o aficionado prático americano. melhor toiro desta ganadaria,
Gary Rocha, que se aguentou Com “doblones” bonitos colo- mas como dissemos, valeu a
imenso tempo na cabeça, esteve cou e fixou o toiro onde quiz e coragem, a técnica e arte deste
preso pelas mãos aos cornos do entendeu. grande matador para tirar tudo o
toiro e foi ajudado pelos seus Séries pela direita e pela que um toiro tem.
companheiros a tomar a cornea esquerda mostraram mais uma Os milhares de pessoas que as-
como deve ser. Foi uma pega vez o valor deste grande mata- sistiram às duas corridas devem
complexa, que talvez não dor. Faena longa, bonita, tem- estar realmente satisfeitas.
valesse, numa competição de plada, toureira, fazendo inveja a Foi um final de temporada
pegas. todos aqueles que não se empre- digna da nossa tauromaquia.
Este tipo de toiro não merecia gam a fundo, quando na sua Está Thornton e todos nós de
tanto esforço dos forcados. frente aprecem toiros desta cate- parabéns.
goria. Bem haja este espanhol João Gonçalves esteve muito
José Ignácio Ramos esteve que toureia em Thornton da bem, com o senão de deixar os
muito bem com o seu primeiro mesma maneira como toureia bandarilheiros toureraem os
toiro, um colorado bonito e com em Madrid. Toiro cumpriu toiros à porta dos curros.
peso adequado a esta função. muito bem na muleta. Belo Dá ideia que todos têm medo
Como no Sábado, Ramos colo- toiro. dos cavaleiros. Quem tem
cou o toiro onde quiz e com o No seu segundo toiro, da gana- medo, compra…
capote esteve toureiro mas o daria de Manuel da Costa Junior
toiro não esteve à altura do es- esteve bem e ajudou o toiro a Até Abril 2009.
Sónia Matias deixou boa impressão em Thornton
Tribuna Portuguesa PATROCINADORES 15 de Novembro de 2008 25
Hoteis de Luxo
A Viagem inclui:
Viagem de ida e volta de
Modesto
Viagem de ida e volta de
avião de San Francisco.
Taxas dos Hotéis, trans-
ferências.
Pequeno Almoço diário.
9 Jantares - Entradas pagas -
Guias que falam Inglês.
Chame Maria Fagundes Bettis para
mais informações do itinerário diário.
2 Noites no Algarve
2 Noites em Lisboa
2 Noites em Fátima
1 Noite em Salamanca
1 Noite em Burgos
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3 Noites em Paris
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209-575-4192 or 800-846-8785
Horário:
Seg-Sexta
8:30 - 5:30 pm
Sábado
10 - 2:00 pm
State Youth President Mary Batista and Supreme President Natalie Batista
Ideiafix
miguelvalleavila@tribunaportuguesa.com
San José’s Five Wounds Portu- (IES) Hall with dance by The
guese National Church cele- Revivals.
brated its 94th anniversary on Thanks to the generous contri-
November 9, 2008. butions of parishioners, several
The Mass was concelebrated by improvements have been made
Pastor Rev. Tony Mancuso and in recent years to the almost
I write this column on the morning after. That is, the morning af-
Parochial Vicar Rev. António centennial church founded by
ter the American people redeemed itself from past errors in judg-
Reis, and it was followed by a Monsignor Henrique Augusto
ment. Congratulations to President-elect Barack Hussein Obama
community luncheon at the Ir- Ribeiro in 1914. It looks more
II, our 44th U.S. President!
mandade do Espírito Santo beautiful than ever.
What started as a grassroots campaign against the establishment
— from the Clinton political machine to the Bush-advised
McCain campaign — turned into an unstoppable movement for
positive change. Even war-hero John McCain realized that he
himself was witnessing history in the making and the end of the
Baby Boomer generation as residents of the White House.
What makes Obama’s election unique?
The first African-American President, son of a Kenyan father
studying in a 1960s racially-segregated America and a Midwest-
ern college student mother. The first Hawaiian-born President.
The first Generation X President. One of the youngest Presidents
ever (at age 47). Someone who was educated at a Catholic school
while living overseas in the largest Muslim country in the world, a
brilliant student at a prominent Ivy League school (Harvard Law),
but opted for helping the poor and disenfranchised in inner-city
Chicago rather than taking a well-paid position on Wall Street.
Someone who reached across age groups (from 18 to 106 year-
olds), men and women, rich and poor, across the entire American
continent (Northeast, Southeast, Great Lakes, Midwest, South,
Southwest, West Coast, and Hawaii), and beyond our national Above: A full church is a beautiful sight; Five Wounds Church at sunset.
Some of the inspirational people at Five Wounds Church (below (from left): organist Telma Medeiros,
borders (from small villages in Africa to young and well-
sacristan Champion, parishioner Aura Silva (as “young” as the church), and priest Rev. António Reis.
established democracies throughout the World).
As the 8 o’clock hour was reached on Election Night and Califor-
nia brought Senator Obama over the 270 required Electoral Col-
lege votes to clinch the U.S. Presidency, my wife turned to me and
with a tear running down the right side of her face said “I’ve never
been prouder to be an American!”
Indeed, we were witnessing history with a capital H. The last time
something like this happened was in November 1960 (before
Obama or I were even born) when a young Catholic, John Fitzger-
ald Kennedy — who had helped thousands of our fellow Azoreans
be admitted legally to the US after Faial’s Capelinhos Volcano —
made history and inspired a nation.
Realizing the weight of responsibility on his shoulders, President-
elect Obama gave his acceptance speech before over 100,000 peo-
ple in Chicago without overexcitement. In his typical analytical
mind, he prepared the roadmap for what’s ahead — an arduous Below (clockwise from top right): Five Wounds Youth Choir; Portuguese Tribune’s number 1 fans; Sisters;
economic recovery, reestablishing broken relationships abroad, the two Portuguese choirs; church façade; Pastor Rev. Tony Mancuso and Parochial Vicar Rev. António Reis;
and hunting down the true culprits of September 11. His admini- parishioners during Mass.
stration promises to be one about “us” and “we” rather than one of
“me” and “I” where even opposing views are heard.
What a breath of fresh air is coming to the White House. He is the
reflection of all of us Americans and an inspiration to us all. He is
Barack Obama. He is our President-elect.
This is a new day for America indeed! And a new day for the
World!
Mail to:
The Portuguese Tribune
PO BOX 579866
Modesto, CA 95357-5866
or call 209.576.1951
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28 Nov 15th, 2008 ENGLISH SECTION Portuguese Tribune
Above (from left): Attendees at the 12th annual PALCUS Leadership Awards Gala at San José City Hall
Above (from left): Mary Alice Rosa Gonsalves, Frank Gaspar receiving his award, and gala chair Angela Costa Simões
Celebrate
The Portuguese
Language and
Culture
Subscribe to
The Portuguese Tribune, Above (from left): Ana Moura with Tim Ries, Gigi Graciette, Rev. Bernardo Soares, and PHPC’s José Rodrigues with
PALCUS chairperson John Bento; below: the beautiful architecture of San José City Hall
the most complete
Portuguese bilingual
newspaper in the United
States
Call 209.576.1951 or email
PortugueseTribune@sbcglobal.net
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Portuguese Tribune ENGLISH SECTION Nov 15th, 2008 29
California
Chronicles
including prayers, mu- Mission to act as interpreters as well as immigrant, built a store at the old wagon
sic and routine formu- bodyguards. They would stop at the pools road, about three miles west of the creek.
F
las, with their Spanish of water in the sandstone rocks above the The place became known as Kreyenha-
equivalents. As someone Narrows in the Los Banos Creek and take gen’s, and a post office was established at
remarked, “to him belongs the honor of a bath. Then on the journey back to San the store in 1874, and named Los Banos
elipe Arroyo de La Cuesta, the rescuing from oblivion the only literary Juan Bautista they would stop at the same after the creek. After the railroad was
son of Matias Arroyo and Ysabel monument of its kind in California.” pools and take a bath again. Thus, the built in 1889, Henry Miller and Charles
de la Cuesta, was born April 29, 1780, at Arroyo de La Cuesta received praise for Padre named the creek El Arroyo de Dos Lux (both German immigrants) laid out
the village of Cubo in the province of his cheerful hospitality. British Capt. Banos (The Creek of Two Baths). the present town of Los Banos.
Burgos, Old Castile, Spain. At age 16 he F.W. Beechey was an overnight guest at The above information was culled from In closing, I would like to point out that
became a Franciscan and at age 24 was the Mission in 1826. He wrote how the Academy Scrapbook, Volume III, Num- Father Felipe Arroyo de La Cuesta was
ordained a priest. He volunteered to serve Padre had entertained everyone with ber 7, March 1953, a publication of the also an exceptional mechanic. He con-
in the American missions, and set sail food, stories, songs and curious proverbs, Academy of California Church History, structed a water clock, which communi-
from Cadiz on September 2, 1804, arriv- such as “Un dia alegre vale cien anos de founded by Msgr. James Culleton (1898- cated with a bell by his bedside, and
ing at Vera Cruz, Mexico in the winter of pesadumbre”, (one happy day is worth a 1978). which after being arranged at night,
that same year. He entered San Fernando century of sadness). In the morning, be- Eventually, the Creek of Two Baths be- would sound an alarm at a specific time.
College in Mexico City for further train- fore the guests departure, the Padre in- came known as El Arroyo de los Banos
ing. vited them to join him at Mass by quoting del Padre Arroyo, which was later
Years later he departed for California, another proverb, “Oir misa y dar cebada changed to Los Banos Creek.. About
arriving at Monterey on August 13, 1808. no impede jornada”, (to hear Mass and 1870, Gustave Kreyenhgen, a German
Almost immediately he was assigned to give alms delays no jourey). The episode
Mission San Juan Bautista, where he re- is all the more worth retelling when one
mained until 1833, and from where he recalls that those guests were Protestants
retired due to illness. In spite of being and they were in a hurry to leave for
crippled and almost paralyzed with rheu- Monterey that same morning.
matism, he continued to do mission work Another charming episode, associated
at San Miguel, San Luis 0bispo, La Puris- with the multi-talented Padre, has to do
sima and Santa Ines, where he died on with the use of a portable barrel organ,
September 20, 1840. which had been presented by Capt.
Soon after Mission San Juan Bautista was George Vancouver to one of the Missions
established in 1797, its first adobe struc- in 1793, and ended up at San Juan
tures were so shaken and cracked by a Bautista in 1829.
series of quakes that it was mandatory As the story goes, when the Mission was
that a new church be built. The work being attacked by warriors of the Tulares
started in 1803, and was completed in tribe, Arroyo de La Cuesta hastily
1812, under the supervision of Fr. Arroyo dragged the organ out, and began furi-
de la Cuesta, who proved also to be an ously grinding away at the crank. The
accomplished linguist. blaring music first puzzled, then delighted
Accordingly, he became familiar with as the raiders, who peacefully came into the
many as thirteen native American lan- Mission which they had intended to de-
guages, and was capable of preaching in stroy.
seven different native dialects. His origi- Arroyo de La Cuesta would often ride
nal manuscript, published in 1862 and horseback over the mountains to visit and
entitled Vocabulary or Phrase Book of the preach to the native Americans along the
Mutsun Language of Alta California, con- San Joaquin River. He was always ac-
sisted of 2,884 phrases of local dialects, companied by a few natives from the
Sextas-feiras às 11:30 pm
Sábados às 11:30 am e 6:30 pm Próximos programas: 22 Nov e 6 Dez
30 15 de Novembro de 2008 COMUNIDADE Tribuna Portuguesa
Batista Vieira, Padre Mancuzo, Peter McHugh, Celeste Brasil, Nuno Brasil,
Tony Goulart
Realizou-se em San José, o V Festival das que aqueceu um pouco um dia já de si cheio e todas as bandas deram o seu mel- de pessoas e o nosso pequeno comércio
Bandas Portuguesas da California, da frio e húmido. Tony Goulatr desempen- hor para demonstrarem à comunidade o apareceu também, para que os nossos
responsabilidade da Banda Portuguesa hou-se muito bem como mestre de seu valor. produtos possam ser conhecidos. Pena
desta cidade. Catorze bandas pela cerimónias. Mesmo assim muitas cen- De realçar a percentagem enorme de ju- foi, como já dissemos, que a chuva du-
primeira vez juntas, desde Petaluma até tenas de pessoas não abandonaram a rua, ventude em cada uma das bandas. rante o dia tenha prejudicado um pouco a
San Diego, passaram um dia a celebrarem nem abandonaram os concertos que tiv- Para o ano, o festival vai mudar-se para o movimentação das pessoas.
a música e a tocarem para a nossa comu- eram lugar até à noite dentro de uma Vale de San Joaquin em Tulare. Para o anos teremos o mesmo, com a
nidade. Dia cheio de actividades, mesmo enorme tenda. De notar a presença de Peter McHugh, do mesma alegria e a mesma movimentação
com a grande chuvada que houve nesse Para angariarem fundos, a Banda Portu- Condado de Santa Clara que, como sem- de pessoas que querem ajudar e participar
dia. Por sorte, durante o desfile das ban- guesa até teve um restaurante a servir boa pre, quiz participar num evento impor- num evento que já vai no seu quinto ano.
das, o céu carregado de nuvens negras, comida. tante da nossa comunidade. Parabéns a todos e em especial à Banda
abriu e deixou aparecer um sol de inverno Para os amantes da música foi um dia Este festival movimentou alguns milhares Portuguesa de San José.
Os músicos jovens também se cansam. Este é da Lusitania Band of North Bay, de Petaluma
Com estes tambores a rufarem na despedida do desfile, muitas lágrimas correrram em boas e bonitas faces
Tribuna Portuguesa FESTIVAL DAS BANDAS 15 de Novembro de 2008 31
Banda Portuguesa de San José fundada em 1971 e anfitriã deste grande Festival, que reuniu pela primeira vez as 14 Bandas da California
Filarmónica do Artesia D.E.S. fundada em 1972 Sociedade Filarmónica Nova Aliança de San José fundada em 1973
Sociedade Filarmónica União Portuguesa de Santa Clara fundada em 1974 Sociedade Filarmónica Nova Artista Açoriana de Tracy fundada em 1975
Bolsas de
32 15 de Novembro de 2008 FESTIVAL DAS BANDAS Tribuna Portuguesa
Sociedade Filarmónica Artista Amadora de San Leandro fundada em 1980 Azores Band of Escalon fundada em 1980
Mestres das 14 Bandas do V Festival - Gilberto Rosa (San Diego), João Pereira (Newark), Mario Capote (Tulare), Elisa Flores (Livinsgton), Anibal do Campo (Chino), Julio Matos (Santa
Clara), Henry Ramos (União Popular San José), Joe Amaral (Banda Portuguesa de San José), Paulo Fagundes (Nova Aliança San José), Steve Silva (San Leandro), Greg Fagundes
(Petaluma), Frank Silva (Tracy), Terry Silveira (Escalon), David Costa (Artesia). Uma grande equipa.