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2 15 de Dezembro de 2008 SEGUNDA PÁGINA Tribuna Portuguesa

EDITORIAL
Bailout ou bailemos a
Correspondendo ao sempre Faço questão de sublinhar que aos
valsa dos incompetentes amável convite do “Tribuna votos assim formulados nesta
Portuguesa”, é com muita quadra tão especial, se associam
Os tempos não estão para brincadeiras, por isso o amizade e respeito que en- todos aqueles que trabalham neste
Tribuna Portuguesa resolveu reunir o seu Conselho vio a todos os queridos Consulado Geral, de forma dedi-
Económico, constituído por sete pessoas, todas elas
netas do Editor. leitores deste jornal e, atra- cada e exemplar, em espírito de
Explicou-se profundamente a crise internacional e na- vés deles, a toda a Comuni- solidariedade e colectiva convicção
cional, referindo que o Jornal, muito embora sujeito à dade portuguesa e luso- de que aqui estão para continuar a
crise, está crescendo devagar com passos seguros para americana da Califórnia os bem servir a Comunidade.
o futuro. mais sinceros Votos de
A pergunta que nós fizemos ao Conselho foi a se- Feliz e Santo Natal de 2008 Com um Abraço muito Especial
guinte: já que todas as grandes empresas, como a Gen- bem como desejos de um e Fraterno,
eral Motors, Ford, Crysler, AIG e tantas outras, estão a Ano Novo vivido sempre
aproveitar a crise para “abusarem” do Estado (isto é, com esperança e com a António Alves de Carvalho
das nossas taxas), será que o Tribuna também deveria certeza e confiança nas
entrar nesse “campeonato”?
Giovanni, o mais velho (12 anos) disse - “Se o vovô for capacidades de cada Cônsul Geral de Portugal em San
tão sério como o Lee Yacoca, pode muito bem pedir 1 Família. Francisco
ou 2 biliões e pagar de volta em cinco anos, ganhando
os juros arrecadados. Daniel, Luna e Juliana (8, 7 e 6
anos) não concordaram e disseram: “O vovô não pre-
de transporte e carga e até o movimento no dia de São
cisa de pedir dinheiro, não seja como os outros que Abri o livro e logo Vapor; o cais coberto de albacora, as traineiras e as
ainda vão parar à cadeia”.
O mais reguilha dos netos, o Matthew (5 anos), disse reconheci nele o álbum fábricas do peixe; as procissões de Santa Catarina, Sen-
hor na Coluna, São Cristóvão, e Cruzeiro. As cenas de
alto e bom som: Vovô, screw them up. Get the money,
build a house in Graciosa or San Jorge, so we can go
das minhas memórias mais destaque dos primeiros catorze anos da minha vida
out there on vacations. Eu disse-lhe: “Matthew, o vovô e, aposto, da maioria dos calhetenses, ali estão represen-
é uma pessoas séria, não podia fazer isso”. Goretti Silveira tadas.
Os mais novos, Jaden e Amelia (4 e 2 e meio), con- Imagens Antigas da Vila da Calheta pertence na biblio-
cordaram que “o vovô não se meta nesta alhada. Os Acabo de receber o livro Imagens Antigas da Vila da teca de todos os estudiosos dos Açores pois como
que pedem agora não são homens de confiança, anda- Calheta da autoria de Carlos Alberto Noronha. Trata-se escreve o Professor Nemésio Serpa no prefácio: “...tudo
ram a viver à grande e à francesa à custa de todos nós. de uma colecção de fotografias da vila da Calheta, ilha isto nos é relatado de forma impressionista e com um
Deveriam estar na cadeia”. de São Jorge, Açores, Terra Natal do autor, da minha bom agarrar do que é a alma açoriana...” e irá sem
A acta foi assinada por todos nós, referindo-se que o família paterna, e também o lugar que me acolheu e me dúvida deleitar todos aqueles que viveram na Vila da
Tribuna Portuguesa agradecia a oferta desses biliões, viu crescer desde os dois anos de idade até aos catorze, Calheta nas décadas de 30 a 70. Lá encontrarão repre-
reconhecendo que não precisava de tal “esmola”. altura que emigrei dos Açores para os Estados Unidos. sentada “A Casa que já não é” do poema de Maria das
Mal peguei no livro senti uma estranha emoção. Con- Dores Beirão, a casa “...Que permanece nos sonhos de
2008 foi um ano difícil para muitos portugueses da templei e voltei a contemplar a capa. A imagem lá rep- cada um...” Lá também reconhecerão pessoas, momen-
nossa comunidade. Contratos terminados, despedimen- resentada é a Calheta na última década do século XIX tos e, quem sabe até, emoções, sons, e cheiros, há já
tos, falta de novas oportunidades de empregos, tudo — a Calheta dos tempos dos meus avós e bisavós. Abrí- muito esquecidos. Este livro é essencial a todos aqueles
isto passou por muita boa gente. O ano que aí vem não o e logo reconheci nele o álbum das minhas memórias. que desejam compartilhar memórias do seu passado e,
vai ser mais fácil. As preces de todos nós também de- Lá vi representado tudo o que tantas vezes desejo ex- cito o autor, Carlos Alberto Noronha na introdução,
vem ir para as nossa tropas, que estão a combater guer-
pressar em palavras e não consigo: as procissões, coroa- “...para que os meus leitores mais novos, vejam o pas-
ras, cujo objectivo é muito duvidoso e cujo fim é uma
ilusão. Bom Natal para todos e o melhor para 2009. ções e distribuição de esmolas; visitas de dignitários, sado e apreciem o presente e desejo que o futuro seja
filarmónicas e equipas de futebol e voleibol; bailes, ma- sempre risonho, em contínuo acto de estudos de
jose avila tanças, festas de carnaval e mascarados; barcos e navios aprendizagem.”

Year XXIX, Number 1054 Dec 15th, 2008


Tribuna Portuguesa COLABORAÇÃO 15 de Dezembro de 2008 3

Tribuna
da Saudade

P
ela emotividade em Gruta de Belém, “‘onde o farinha e que não era muito dura- duma maneira diferentemente quaisquer problemas de trânsito,
mim despertada, guardo Menino nascia ano após ano, doura, pelo menos tinha a vanta- igual, a modos como de quem apesar de se cruzarem anjos com
ainda o recorte com o como se de filho nosso se tra- gem de ser barata e feita em quer espelhar a própria vida pastores e reis com plebeus, que
artigo “Naquele tasse, porque ainda não perce- casa, que isto de ir à loja era numa verdadeira obra de arte.” se cumprimentavam afávelmente
Tempo”, que o “Diário Insular” bíamos que ele era o Pai.” complicado aqui há algumas Naquele tempo, “passávamos como se o mundo fosse outro,”
publicou aos 28 de Novembro de Que fascínio tinha Deus, recorda décadas atrás.” horas a fio a construir e muitas Ainda hoje encho-me de alegria,
1999, da autoria de Barbosa Barbosa d’Almeida, nesse tempo Barbosa d’Alrneida confessa mais a olhar embevecidos a obra “quando vejo um Presépio ca-
d’Almeida, pseudónimo dum em que lhe abríamos as nunca ter percebido porquê, mas de arte que haviamos construído seiro, sobretudo se ao Anjo faltar
amigo terceirense cuja identi- alas do nosso coração em sac- recorda que a sua Mãe insistia e, por vezes, parecia que tudo uma asa e se tiver um galo por
dade não me cabe o direito de rifícios de trabalho, em busca de sempre na colocação dum galo tinha movimento e o mistério da cima da Gruta. E uma estrela
revelar. farelo de serra na oficina do sen- por cima da gruta. “Se calhar era nossa fé adquiria vida.” também, que anuncia a boa nova
Naquele tempo, como acertada- hor Palhinha, em S Pedro, que porque no tempo do Menino Que saudade desses tempos, que deveria ter trazido a felici-
me n te es cre veu Barbos a nunca negava um saco do pro- Jesus não havia despertadores, “quando um sorriso era uma dade na paz, p’rós homens da
d’Almeida, o Natal começava duto que, depois de colorido em ou então, mais provável porque prenda de luxo,” E o sonho Terra e a Glória que dávamos a
dentro de casa, no mais profundo casa, servia p’ra asfaltar a ela tinha sido acordada na sua maior era continuar sempre cri- Deus nos Céus, hoje já meio
e belo que o coração de cada um estrada por onde passavam pas- meninice pelo cantar dos galos e ança, sempre inocente, “a acredi- esquecido pelo brilho das pren-
tinha. Vivia-se, então, “uma torinhos em romaria dos nossos julgaria que o Menino também tar sem uma única sombra de das que ofuscam os olhos dos
época que os nossos filhos e ne- mais felizes sonhos.” tinha direito.” dúvida que era assim mesmo que homens que compram a paz, em
tos nunca hão-de saborear, infe- Tenho uma imensa e ternurenta Era inconcebível, naquele tempo, havia acontecido há dois mil casa, nem que seja por um só
lizmente, porque a felicidade saudade do Anjo da Guarda, ter-se apenas a Arvore de Natal anos. Sem questionar nada. A dia.”
agora parece vir directamente da prossegue Barbosa d’Almeida, sem Presépio, visto que a Gruta tecnologia de então era a Graça Graças a Deus que vivi nessa
loja, embrulhada e tudo.” “que sempre encimou a gruta de Belém, “cercada de montan- de Deus que cada um transpor- época! Não há nada que possa
Naquele tempo ia-se ao mato natalícia, mesmo quando, por has e vales, rios e caminhos”, era tava dentro do peito, em forma fazer-me esquecer o farelo pas-
buscar leivas p’ra construir os tanta insistência e falta de jeito, sobremaneira o Presépio vivo da de manjedoura p’ró repouso do sado em tintas coloridas, nem o
caminhos, e facilitar a jornada acabava por partir uma asa que nossa imaginação, e bem assim Menino.” cheiro da terra nas mãos da cri-
dos Reis Magos, montados em nós colocávamos com uma cola “a recriação da vida de casa, com E se algum se atrever a dizer anca que já fui, e ainda dança no
pachorrentos camelos, até à muito especial, feita à base de os lugares dispostos sempre que, naquele tempo, era tudo um meu coração ao repicar dos sinos
atraso de vida, “hei-de responder na chamada p’rá Missa do Galo.
sempre que era uma vida E o meu amigo Barbosa
saudável numa familia de vir- d’Almeida conclui: “Ninguém
tudes intactas, onde a Fé era o consegue trazer de volta o pas-
motivo mais forte do que sado vivo, mas também, feliz-
qualquer máquina reluzente dos mente, ninguém nos pode roubar
nossos dias. as recordações de infância.”
Barbosa d’Almeida, num eco de NAQUELE TEMPO, e nesta
nostalgia, lança o desafio: recordação d’emigrante, vive
“Gostaria de andar uns anos lar- ainda o meu Natal de criança...
gos para trás e levar toda a gente
comigo a ver o meu presépio e
admirar as ruas que construía,
sem um único buraco e sem
4 15 de Dezembro de 2008 COLABORAÇÃO Tribuna Portuguesa

Da Música e Coisas
dos Sons da Vida

Encontro de Jovens 2008 na California

P
ara os leitores da Tri- Para os leitores que vivem no A sabedoria, que a colheita é
buna Portuguesa, cuja medo e desespero produto da sementeira
“Açores/Comunidades: uma ponte para o futuro” vida corre bem, desejo Por filhos que ainda não encon-
Realizou-se na California de 5 a 7 de Dezembro um encontro mun- traram Para os leitores, e são tantos...
dial de Jovens de descendencia Portuguesa com o apoio da Di- A continuação do presente A meta certa, desejo Que vivem uma vida de total
recção Regional das Comunidades e Juventude. Durante 3 dias um Doação
grupo informal de trabalho reuniu-se na UPEC e apresentou as suas Para os leitores, apanhados pela Amor...Amor e mais Amor, e a Que pensam nos outros como
conclusões na casa do Benfica de San Jose. presente situação económica e certeza que um dia lá chegarão irmãos
Este encontro surgiu em consequência do Encontro de Jovens – lutam com medos e incertezas, Que semeiam por onde passam
Açores/Comunidades: uma ponte para o futuro, que decorreu de 2 a desejo Para os leitores que se sentem Flores em forma de Sorrisos,
5 de Agosto de 2008, na cidade de Ponta Delgada. Esta iniciativa marginalizados Compaixão, Caridade, Paciência
resultou da necessidade de proporcionar a reflexão e o debate aos Esperança, no tempo e na mu- Ignorados Tolerância e Perdão, desejo
jovens oriundos das Comunidades, aproximando-os do movimento dança Atormentados por mil males,
associativo juvenil dos Açores, no sentido de despertar o interesse desejo Um coração exuberante....
daqueles pela terra de origem dos seus antecessores, bem como es- Para os leitores apoquentados Com eles todos os dias são
tabelecer pontes para o futuro e para a consolidação da participação por doenças incuráveis e por Que saibam que foi por eles que Dia de Natal.
política e cívica nas Comunidades através dos jovens. sofrimentos físicos ou mentais, o Natal aconteceu.
O resultado deste Encontro foi a Declaração de Ponta Delgada, desejo Para todos, um abraço de amor
consubstanciada na criação deste Grupo de Trabalho Informal, cujo Para os leitores que nutram sen- alegria e paz
intuito era o de preconizar um maior relacionamento entre as Paciência e fé… Milagres con- timentos de
Comunidades e os Açores, através da identificação de necessidades tinuam a acontecer. Malquerer, inveja e demais
in loco, no desenvolvimento de estratégias e na proposta concreta Mesquinhices, desejo
das medidas que melhor sirvam os propósito do Encontro de Jovens.
O Grupo de Trabalho Informal foi constituído com a representação
dos seguintes mandatários:

Açores – Paulo Nascimento Cabral;


Continente Português – Nuno Bettencourt;
Canada – Lucília Santos;
E.U.A. – Nelson Ponta Garça;
Brasil – Rogério Medeiros;
Rogério Sousa foi eleito o Mandatário Geral e o Delegado Paulo
Teves da Direcção Regional das Comunidades acompanhou o
grupo de trabalho. Esta reunião contou também com dois observa-
dores vindos do Canada : Terry Costa e Martin Medeiros.
O Grupo de Trabalho informal tem como objectivos específicos,
definidos na Declaração de Ponta Delgada, a marcação do local e
data do Encontro de Jovens de 2009; a criação de um documento
geral orientador sobre as necessidades sentidas pelos jovens nas
suas comunidades (Diáspora/Açores/Continente português); e a
criação de um portal online, cuja funcionalidade será a de permitir
uma maior aproximação entre as diversas associações das comuni-
dades, através da disponibilização de uma ferramenta de trabalho
cooperativa e agregadora, facilitando não só a comunicação como a
visibilidade entre as diversas associações dispersas pelo mundo por-
tuguês da Diáspora.
Após consulta, por parte dos mandatários do Trabalho de Grupo
Informal, a diversas associações, Casas dos Açores e demais or-
ganizações associativas da Diáspora, foram identificadas Necessi-
dades Gerais (comuns entre os diversos levantamentos efectuados),
assim como Necessidades Específicas (consubstanciadas em activi-
dades e propostas concretas de actuação).
Necessidades Gerais
- Aumento da Comunicação e interacção entre as comunidades e
associações na Diáspora e nos Açores, no sentido da promoção da
imagem dos Açores como um espaço de modernidade, inovação e
crescimento do futuro;
Celina e Manuel Tavares cele- com a família num banquete no Foi num ambiente alegre de
- Criação de um sistema de incentivo à Mobilidade dos Jovens entre
braram recentemente 50 anos de dia 15 de Novembro de 2008 no convívio familiar que os aniver-
a Diáspora e os Açores;
casados. O casal reside em Hay- The Bay Hotel & Marina em sariantes festejaram o dia do
- Criação de um sistema de incentivos à educação para os jovens da
ward, California e reuniram-se San Diego. seu enlace matrimonial em
Diáspora.
1958.
No dia seguinte, Domingo, dia
16, assistiram à Missa de Acção

Sousa’s Wines & Liquors de Graças na Igreja Católica de


Santa Agnes, em San Diego.
Durante a celebração houve
renovação dos compromissos
EspEciais matrimoniais e a Benção dada
pelo Reverendo Joseph Mel
Vinho D’Oiro Tinto Collier, pastor daquela
Paróquia, aos aniversariantes
$2.50 / garrafa pelas graças recebidas de Deus
ao longo destes 50 anos.
Depois da Missa, seus irmãos
$12.99 Caixa José e Albertina e filhos, ofere-
ceram na sua residência um
de 24 latas delicioso barbecue aos muitos
familiares presentes.
Azeite Celina e Manuel Tavares são
BOM naturais das Ribeiras, Ilha do
DIA Pico, Açores, e residem há
Polvo quase 40 anos em Hayward.
$8.99 Congelado São pais de um casal de filhos -
litro $2.50 libra Lina, casada com Steve Perry e
Hélio, casado com Michele.
Têm três netos, Joshua, Tyler e
Megan Tavares.
COMPRE através da Inter-
Tribuna Portuguesa sauda os
net no 400 Moffett Blvd, amigos Celina e Manuel Ta-
sousawine.com Mountain View, CA
650-967-4461 Celina e Manuel Tavares em 1958
vares, por este aniversário.
Tribuna Portuguesa COLABORAÇÃO 15 de Dezembro de 2008 5

Muito Bons
Somos Nós
«“Londres é que é a minha cena, estás a ver?”,
continuou Pedro. Fumávamos à varanda. A casa é


Às vezes”, explicou-me fim do jantar, pisca-me sempre o grande e civilizada – ninguém está proibido de fumar natural, um estilo, uma estética,
Pedro, “apetece-me fazer olho para irmos à varanda. Penso lá dentro. Mas Pedro, apesar dos seus vinte e tantos alguma vez conseguirão fazer
como o Frank do Tom que gosta de falar comigo – e, anos, continua a fumar às escondidas dos pais» como o Frank de Tom Waits,
Waits, estás a ver?” Eu enquanto vai desabafando sobre incendiando a casa, estacionando
estava a ver. Também já tive as vicissitudes da idade adulta, a rir e partindo em direcção a
vinte e tantos anos, também já esforçando-se por mostrar inte- trastes todos, alguém com quem todos a fumá-los, ninguém Norte. Ou muito me engano ou
fui um adolescente tardio – e resse naquilo que eu tenho a conversar. Até que, como se perguntava sequer de onde não chegarão a rir.
ainda hoje, de vez em quando, dizer, aproveita para se descair falasse de um teatro, ou mesmo vinham, quanto custavam ou
me apetece fazer como o Frank. com uma ou outra reivindicação apenas da mercearia onde ia onde poderíamos nós ir comprá-
Nos seus anos selvagens, Frank doméstica, na esperança que eu comprar os chupa-chupas em los num dia em que o Luís não
vendia mobiliário de escritório e vá entregar o recado aos pais. Londres, me falou no traficante. aparecesse. E a minha dúvida é neto.joel@gmail.com
pagava um empréstimo que Nunca os entrego – e portanto “Até o drug dealer a que íamos”, se estes miúdos que já têm a In Revista NS
contraíra para comprar as duas ninguém desconfia de que eles disse ele. “Até o drug droga como uma coisa tão
assoalhadas em que vivia com a sequer existam. Que Pedro tem dealer. Uma cave, tudo
mulher, um pedaço de lixo usado amarguras, todos ignoram. Se cheio de estilo,
que fazia bloody marys, um sol brilha naquela família, é decoração, estás a ver?
mantinha a boca calada e tinha Pedro. Nasceu bonito, teve notas Grande qualidade.” E eu
um Chihuahua que se chamava brilhantes e foi acabar a fa- ali fiquei, atónito, meio
Carlos, sofria de um problema culdade a Barcelona. Hoje em sem saber se devia anuir,
de pele e era completamente dia atende telefones – mas, com armado ao cota de es-
cego. Viviam tão felizes. Um aquelas capacidades e aquele pírito jovem que tam-bém
dia, Frank pára na loja de bom aspecto, o pior que pode conhece Londres e os
bebidas, enfia dois cocktails e acontecer-lhe é ser um sucesso, seus traficantes, ou
dirige-se à bomba da Shell. Aí, casar com uma boa rapariga e ter simplesmente voltar para
compra um jerrycan, atesta-o de filhos lindos. “É uma inspiração, dentro, chamar a Ana e o
gasolina, segue para casa, rega o Pedro”, conta-me a mãe. “Até João a um canto e
tudo, acende um fósforo e os professores de Barcelona explicar-lhes que o filho
estaciona do outro lado da rua a diziam: ‘O Pedro é a nossa fala de traficantes como
rir. Então, liga a rádio numa inspiração’.” Sinto sempre von- se falasse de merceeiros
estação top 40, apanha a via tade de perguntar-lhe: “Certo, da esquina e, bem vistas
rápida e aponta a Norte. Nunca Ana, mas sabes que é junkie, não as coisas, em vez de
conseguira engolir aquele cão, o sabes?” Nunca pergunto. Já fico andarem para trás e para
Frank. Pedro, que nem sequer é feliz por o Pedro continuar a a frente a falar da
casado, também gostava de pôr crescer. inspiração que o rapaz é
um dia o mundo todo a arder. Da última vez, falou-me de para toda a gente, mais
Eu, que o sou e não tenho Londres. É a cena dele. Esteve lá valia conversarem com
tentações de incendiar a minha duas vezes – e à segunda ele a ver se percebem
vida, também gostava de apaixonou-se. “Tudo, pá, tudo. para onde caminha.
estacionar um dia a rir das coisas Artistas, músicos, toda a gente Calei-me. Nós próprios,
que ardem. Sou dez anos mais na sua… Nada disto que temos eu e a Ana e o João e
velho do que ele. Dez anos é um aqui”, explicou, naquele seu todos os restantes, já
século inteiro. falar arrastado, naquela sua fumámos umas coisas.
“Londres é que é a minha cena, sensibilidade excessiva e naque- Mas o facto é que nunca
estás a ver?”, continuou Pedro. la sua atenção ao pormenor que conseguimos falar delas
Fumávamos à varanda. A casa é o transformam, mais do que num como quem fala de
grande e civilizada – ninguém junkie, num junkie óbvio. chupa-chupas. Para nós,
está proibido de fumar lá dentro. Estávamos bem ali: eu fumando foi sempre uma trans-
Mas Pedro, apesar dos seus vinte com ar interessado, ele tratando- gressão: o Luís já trazia
e tantos anos, continua a fumar me por tu como quem os cigarros enrolados – e,
às escondidas dos pais – e, no reencontra, no meio daqueles quando nos sentávamos

Our Lady
of Fátima
Society
Oakdale
Agradece a toda
a comunidade a
sua presença na
Festa, e em espe-
cial a todos aque-
les que deram
donativos para a
mesma.
Também deseja a toda a Comunidade
foto de jose enes Portuguesa umas
Marc e Paula Silva casaram no dia 22 de Novembro de 2008, na Igreja Católica Saint
Edwards, em Newark, California.
Depois do casamento houve recepção no Newark Pavilion.
Os pais da noiva são Duarte e Fatima Teixeira, residentes em Newark e os pais do
noivo, John (já falecido) e Adelina Silva, residentes em San José.
Boas Festas e
Feliz Ano Novo
O jovem casal ficou a residir em Fremont.
Paula trabalha no Departamento da Polícia em Palo Alto e o Marc numa Companhia do
Silicon Valley.

Tribuna Portuguesa sauda o jovem casal, desejando-lhes muitas felicidades.


6 15 de Dezembro de 2008 PATROCINADORES Tribuna Portuguesa
Tribuna Portuguesa COLABORAÇÃO 15 de Dezembro de 2008 7

Rasgos
d’Alma

F
vam diàriamente a fome à fa- zantes dias de maviosa harmonia Dará Deus em breve oportuni- complicadas com que o clássico
oi o chocolate mais milia inteira. desejar-se mal a alguém? dades de emprego aos inumeros idioma de Shakespeare e tam-
saboroso que até hoje Era tambem um consolo consta- cidadãos desempregados de cos- bem do Uncle Sam nos faz nor-
comi. tar ali à volta que, apesar das Alguém me dava a entender re- ta a costa por essa America fora malmente as delicias por esta
Deixara-mo o simpáti- carências próprias da época, não centemente o outro lado da de cabaz vazio na mão? É altura do ano sem ter forço-
co velhote das barbas brancas às se ouvia falar de ninguem ao moeda – a manifesta desilusão muito pouco provável. A crise samente que nos fazer subir a
tantas da madrugada no meu relento – à fome ou ao frio – do mundo real em que vivemos e está aí para durar. tensão arterial nem levantar o
minúsculo sapatinho religio- naquela abençoada noite de In- que de modo algum podemos Unemployment, ultimamente mau colesterol debaixo duma
samente ajeitado à sua espera lá verno. Pequenina e pobre, mal ignorar. sempre a aumentar (só em No- perigosa pilha de nervos. Uma
na defumada chaminé da sau- ou bem, a Ilha punha mesa e Sobretudo nós, os que emi- vembro perderam-se mais meio delas até se escreve igualzinha
dosa casa de meus pais nos Bis- providenciava abrigo a todos os grámos, porque nos foi dado milhão de trabalhos), apesar de em português e os médicos re-
coitos da Terceira de Jesus seus filhos que, ao bater da meia experimentar a diferença, mais afectar milhões de familias sem ceitam-na amiude contra o en-
Cristo. noite, se deslocavam em massa fàcilmente nos apercebemos das dinheiro para embrulhar ofertas, diabrado stress dos queixosos
Isto há já quase cinquenta anos até à igreja para celebrarem com diferenças. até nem é das palavras piores. dias que nos atormentam –
atrás, numa era em que os pre- alegria na festiva Missa do Galo Merry Christmas and Happy Quando se começa a analisar a chocolate – quase meio século
sentes eram escassos, simples a ansiada vinda do Menino Je- New Year, neste anglo idioma de corrente situação económica e os depois mantem-se inalterável no
mas de real significância para a sus. Entoavam-se-lhe cânticos, Shakespeare, são palavras que dados comparativos nos palpi- meu paladar como remédio
miudagem local que de forma rezavam-se-lhe oracões e, em tambem soam muitissimo bem tam um possivel paralelo com a santo, que guardo religiosamente
alguma dispensava a benemérita simbólico gesto duma milenária juntas em cada Dezembro que histórica recessão dos anos vinte debaixo da árvore e – porque em
visita do bondoso São Nicolau. devoção que aos poucos se vai passa. Levantam-nos a moral e do passado século, ai sim, fi- nossa casa o Menino mija –
O Natal tinha mesmo um sabor perdendo, beijava-se-lhe o pé. aproximam-nos um pouco mais camos periclitantemente à beira brindo ao anoitecer com um
especial para a petizada do meu O Menino difundia magia e in- uns dos outros, mais que não de esbarrar cara a cara com um càlicezinho de bom Vinho do
tempo. Alguns até andavam spirava encanto como adorável seja…em mera transmissão de colapso económico-social de di- Porto…à vossa saude!
descalços devido aos pais não criança de berço humilde que, pensamentos. Porque, na reali- mensões verdadeiramente alar-
terem dinheiro bastante para pelo menos aos meninos e meni- dade, em geral, tal como a mantes. É a bancarrota emo- Que tenham todos um bom Natal
comprarem sapatos aos filhos nas do meu tempo, fazia-nos economia, a moral anda bem cá cional que todo o mundo teme. e um felicissimo Ano Novo!
todos mas, por milagre imperi- poèticamente delirar com presé- por baixo neste todo poderoso Bankrupt enerva, assusta e faz-
oso da fantabulosa tradição, pios enfeitados de musgo verde país onde certos vocábulos de nos desesperar.
sapatinho ansioso naquela luzen- em esperança renovada num peso ameaçam estragar este ano Bailout mete confusão e dá
te noite de Consoada era artigo mundo concebivelnente melhor. o espirito natalicio a muita e boa muito que pensar.
de calçado que não podia escru- Soavam e soam tão bem nesta gente. Layoff – pesadelo que ninguem
pulosamente faltar ao segredo doce lingua de Camões os sin- Foreclosure, por exemplo, é um quer despertar.
natalicio do arco da chaminé. ceros desejos de Boas Festas termo cruel que continua a Recession – palavra que se re-
Foi coisa que sempre me meteu embrulhados em votos felizes de ameaçar e a amedrontar milhares ceia pronunciar.
muita impressão, imaginar como Próspero Ano Novo que augu- e milhares de familias atiradas Depression...?
é que o vèlhinho todo limpinho ramos sempre com imenso para o meio da rua a viverem em O melhor é mudarmos de con-
subia e descia sem nunca se su- carinho nesta quadra sem par a precárias condições financeiras, versa.
jar por aquele buraco negro do todos quantos queremos bem. sem eira nem beira…à deses-
fumo da cozedura habitual do Porque – honestamente – será perada mingua do fictício Deus Há, de facto, inumeras palavras
pão e dos alimentos que mata- mesmo possivel nestes electri- dará. bem mais doces e muito menos

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8 15 de Dezembro de 2008 COMUNIDADE Tribuna Portuguesa

Joseph Resendes foi nomeado Vice-


Presidente / Secretário da Luso Ameri-
can Life Insurance Society e tomará
posse no dia 1 de Janeiro de 2009.
Queijo de São Jorge - Pagar $17.98 por um quilo de
queijo do Topo é de mais ou é de menos? O que eu sei é que a
Joe Resendes tem 55 anos, começou na
industria do queijo de São Jorge já recebeu tantos milhões de
Sociedade como Regional Field Man-
escudos e de euros dos governos açorianos para melhorar a sua
ager em Fevereiro de 1992 e em Fe-
produção, que o queijo deveria ser mais barato, mesmo com os
vereiro de 2000 foi promovido a Vice-
transportes caros como estão hoje em dia.
President/Sales and Marketing.
Na sua nova posição de Vice-President/
Secretary, Joe terá à sua responsabili- Nova Geração - vieram de vários lugares, falaram entre
dade o Departamento de Vendas. si, discutiram ideias, gozaram um pouco e regressaram às suas
Joe Resendes graduou-se no Saint’s terras sabendo que podem contar com a California.
Mary’s College onde se licenciou em
Management.
Joe e esposa Lidia, vivem em Sunny- Luso American Education Foundation -
vale, California e tem dois filhos. O seu Manuel Bettencourt é o novo Presidente desta Fundação que
filho mais velho graduou-se este ano na tem ajudado centenas de alunos durante mais de quarenta anos.
Sacramento State University em Con- Ele já está tão calejado nestas andanças que nem dá pelo
tabilidade, e o filho mais novo Gary trabalho que vai ter durantes os anos da sua presidência.
graduou-se no Wilson High School em
Junho de 2008 e está actualmente a
estudar na U.C. Santa Cruz.
Orgulhosos estamos - Leiam o artigo sobre a CASE
Tribuna Portuguesa envia congratula- na página 16 deste jornal e fiquem orgulhosos como nós
ções ao amigo Joe Resendes. ficámos por saber que há almas boas, muitas delas já a
viverem noutros mundos, que dedicaram os seus parcos
proventos a ajudarem seminaristas e estudantes quer aqui, quer
nos Açores.
Se pudessemos, atiraríamos três bombões para o ar, como
reconhecimento destes gestos de amor ao próximo.

O que vem por aí - A maioria das nossas organizações


já fizeram ou vão fazer as suas festas de Natal, seguindo-se
depois do Natal, a temporada das matanças e do carangueijo.
Entretanto, sem muito barulho, o Carnaval prepara-se, até com
um certo segredo. Na realidade somos uma comunidade de
peso.

Morcelas - adoramos morcela. Fizemos um pequeno


estudo e chegámos à conclusão que morcela boa só feita por
mãos femininas. Caso haja algum cozinheiro do sexo
masculino que não concorde com esta ideia, só tem de mandar
uma prova para nossa casa e daremos a nossa opinião. Pode
ser... Já agora uma sugestão - porque não fazer uma amostra de
morcelas numa das nossas organizações sociais? Quem dá o
primeiro passo?

Sporting de Santa Clara - um jantar de sócios e amigos para lembrar a quadra natalícia, Dia de Portugal - A Angela Costa e todo o grupo que
onde se pode ver o Deodato (DJ, animou a noite), Manuel Oliveira e esposa, José Manuel Santos e organiza o Dia de Portugal, não deixam para amanhã o que
esposa Maria. Na outra mesa pode-se ver o José Agnelo Oliveira, esposa e amigos. podem fazer hoje. Já há comunicações na Internet a propor
encontros em todas as terceiras Terças-feiras de cada mês.
A isto chama-se eficiência e saber projectar um grande Festival
a tempo e horas.

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Portuguese Athletic Clube - aspecto do Salão com o Ranchinho de Natal da Nova Aliança,
enchendo os ares com as suas bonitas canções.
Tribuna Portuguesa PATROCINADORES 15 de Dezembro de 2008 9
10 15 de Dezembro de 2008 COLABORAÇÃO Tribuna Portuguesa

Sabor Tropical

M
esmo antes de ini- presentes que desejam receber. - “Ai meu Deus, ter que engolir necessitados. O Natal só é uma festa Religiosa
ciar dezembro, Os amigos se telefonam, as a minha futura nora e aqueles Essa festa de Natal nada tem a para os verdadeiros Cristãos, ou
sentimos no ar um famílias se reúnem para planejar seus filhos mal-educados, vai ser ver com a comemoração do seja, para aqueles que acreditam
cheiro doce de quais comidas e bebidas serão um suplício!” nascimento de Jesus Cristo. É só que Jesus nasceu Filho de Deus
felicidade, um sabor delicioso de servidas durante a ceia e na casa - “Se eu pudesse escolher, uma festa bonita, alegre, cheia e de uma Virgem, a Maria -
alegria, um esfuziante conten- de quem será a festa. viajaria com meu marido e filhos de graça para as crianças que segundo profecia de 700 anos
tamento que se espalha pela Tudo acertado! Hora de enfeitar só para não ter que suportar a amam a figura simpática do antes do Seu nascimento - e que
cidade, à medida que ela se veste a casa e armar a árvore. minha sogra e a minha cunhada Papai Noel. A bem da verdade, deu Sua vida pela nossa
com enfeites específicos e ado- Começam os desentendimentos: que come demais e não ajuda uma noite que pode ser, sim, salvação. E quem não acredita
rna suas árvores e vitrines com um acha que os ornamentos que lavar as louças”. muito feliz para aqueles que nessas narrativas da Bíblia (e
luzes em profusão, o que torna foram usados em outros anos E ninguém desiste! Mesmo assim se sentem quando têm muitos que se dizem Cris-
mais fascinante esse clima que estão em ótimo estado e pela sabendo que a noite pode ser um rodeados pela família e pelos tãos e não crêem “nessa
dá aos dias que antecedem ao crise é melhor economizar. O fracasso e acabar em confusão, amigos. É só uma festa como história”, como a chamam), não
natal, um brilho exuberante e um outro acha que seria melhor prosseguem com a euforia dos qualquer outra! Tanto que dela pode mesmo entender e colocar
colorido sem igual. jogar tudo no lixo e comprar preparativos. participam pessoas de credos e em prática o autêntico espírito
As propagandas, nas TVs, se novos, já que as lojas oferecem Entra ano e sai ano e tudo se religiões diferentes e se há do Natal.
intensificam. Jornais, revistas, coisas lindas, recém chegadas da repete: - “Natal é hipocrisia, é desentendimentos durante as Bom seria se os Cristãos dessem,
trocas de e-mails, sermões reli- China, enfeites deslumbrantes e comércio, motivo para comer e mesmas, não são pelo natal em si a partir deste ano, ao Ani-
giosos, conversas entre amigos, bem baratos (tão baratos que por beber, são os pobres cada vez e, sim, porque onde há reunião versariante, Jesus Cristo, o lugar
rádios, revistas que dissecam a aqui muitos já perderam o mais desiludidos, mendigos de família, salvo algumas ex- de honra que Ele merece e O
vida dos artistas, trazem à luz o emprego) e que não vale a pena dormindo sob as marquises, ceções, sempre há quem se convidassem à mesa, para
mesmo tema: o Natal! o aborrecimento de trocar desempregados desesperados, aproveita da ocasião para participar e comandar a Sua
Os centros comerciais, com um lâmpadas queimadas nem tirar o orfanatos cheios de crianças colocar em dia as “confusões” e própria festa.
fluxo enorme de curiosos consu- pó da árvore desbotada. abandonadas”, vocifera a se abastecer de aborrecimentos. Quem sabe, desse modo,
mistas, hipnotizam olhos e men- Junto com os preparativos, as maioria. -“É o Governo que Entretanto, o Natal foi criado repensando o Natal, não
tes com o luxo dos seus orna- compras e o trabalho de adornar continua a se fazer de surdo, os alguns séculos depois do estaríamos dando às pessoas que
mentos e suas ofertas tentadoras. o lar, vêm as advertências e maus políticos que aproveitam nascimento de Jesus Cristo, para nos rodeiam, motivos para
Os supermercados expõem, além reclamações: para roubar mais e mais, as comemorarmos, além do Seu reformularem, também, os seus
do básico e nacional, numa - “Puxa, vou ter mesmo que promessas que continuam só aniversário, os motivos pelos conceitos e preconceitos? E,
e mb a l a g e m c h a ma t iv a e sentar-me em frente ao meu promessas”, concordam muitos. quais o Pai O enviou ao mundo: assim, quem sabe, um dia, o
natalina, artigos importados e cunhado, que me deve e não me As redes de televisão, buscando “Deus enviou o Seu Filho, mundo venha a ser do jeito que
caríssimos! paga? Vai ser uma noite melhor audiência, fazem nascido de uma mulher, nascido sonhamos? Do modo que Jesus
O vermelho, do azevinho, um insuportável ter que olhar para a c a mp a n h a p a r a a n g a r ia r sob o domínio da Lei, a fim de nos ensinou!
arbusto que se cobre com essa sua cara e conter a vontade de donativos para um “Natal sem recebermos a adoção de filhos”, Um Feliz Natal para a Tribuna
cor, ao longo do inverno; o chamá-lo de vigarista”. fome” e conclama a população, segundo o que o Apóstolo Paulo Portuguesa, seus leitores e
verde, cor da esperança e o dou- - “Como poderei rir e abraçar a que se dispõe a ajudar: doa escreveu aos Gálatas e ao que colaboradores.
rado, cor do ouro, da pros- minha mãe e aquela minha irmã, roupas, ensina os filhos a divi- explica quando escreve aos
peridade, tornam-se as cores do se não me esqueço que durante direm os brinquedos com quem Romanos: “nasceu da elendemoraes_rj@globo.com
momento. todo ano elas brigam e xingam o não tem e quando compra descendência de David segundo
As crianças, até as que já não meu neto e o meu filho especial gêneros alimentícios, doa a carne, constituído Filho de
acreditam em papais noeis, e no natal vêm com a hipocrisia também um ou dois quilos de Deus em poder, segundo o Es-
escrevem cartinhas para o “bom de dar presentes e reunir a algo não perecível, que nunca se pírito Santificador pela
velhinho” e especificam os família?” sabe se será ou não entregue aos ressurreição de entre os mortos”.

Ao Sabor
do Vento

D
esejo um Feliz Natal e manãna”. É raro o dia que não aparece como por exemplo, a família não ter outro
um Próspero Ano de um ou outro lado, uma anedocta e, alimento qualquer, pois que o Alcorão
claro, o “punch line” é sempre dirigido à assim o permite.
Novo à administração nacionalidade de um dos ouvintes e não Isso acontece várias vezes e não é preciso
da Tribuna Portu- do interlucutor. ser na época do Natal para que tenhamos
guesa, a todos os seus colabora- Por vezes eu e o meu sócio temos que sair um lanche juntos, para nos alegrarmos,
dores e leitores. os dois da oficina e qualquer um dos oferecer algo e viver confraternizando-
vizinhos, na nossa ausência, recebe as nos. Assim deveria ser o Natal, todos os
Várias pessoas me têm pedido para que mercadorias, fala com algum cliente que dias, no meu entender.
eu escreva sobre o Natal. Eu penso que, chega e como nunca nos afastamos para O meu sócio - que já conheço há muitos
pelo menos uma vez, já o fiz, no entanto, muito longe, ligam-nos pelo telemóvel a anos – e os nossos dois vizinhos, são
confesso que para mim é difícil escrever dizer que um cliente nos espera. pessoas cultas, com as quais se pode
sobre tal tema. Não é tanto pela minha Se algum dos seus carros necessita manter um diálogo inteligente. Uma vez
convicção religiosa pois, como vocês reparações, nós fazemos pelo preço do que outra, durante as nossas conversas,
sabem, tenho mais dúvidas do que custo. vem ao baile a situação mundial, as
certezas e quanto a fé nem sei bem o Um dos vizinhos, o do Afeganistão, que guerras e os desacordos entre os povos de
grau. É que também muita gente faz da vende refrigerantes na sua loja, nunca nos certos países e, ali, num pequeno canto de
época do Natal uma imagem com- leva dinheiro, se vamos buscar algo para um “shopping center”, quatro indivíduos,
pletamente distorcida e desfocada e beber. Uma vez que outra traz-nos pão de nacionalidades diferentes, ajudam-se
querem, num dia do ano, emendar tudo o feito à moda do Afganistão e sempre que mútuamente, comem à mesma mesa e
que fazem de errado durante os outros eu vou à padaria, 9 ilhas em Rohnert vivem em paz. Porque não fazem assim
dias todos. Claro que eu não me estou Park, compro massa sovada e dou-lhe um os governantes?
referindo áqueles que fazem sempre tudo ou dois bolos. Há quase um ano que
certo e não pertencem ao grupo dos que somos vizinhos e nunca tivemos um
erram. problema que fosse.
Resolvi então falar ou melhor, escrever, Muitas vezes eu ou o meu sócio, levamos
sobre três pessoas, entre as quais, duas lanche para nós todos e, outras vezes, o
delas conheço há poucos meses. Trata-se vizinho do Afeganistão faz a mesma
do meu sócio, que é Húngaro e coisa. Para ele é fácil porque o meu sócio
protestante Luterano e os outros dois e eu , se bem que não devessemos,
proprietários dos estabelecimentos comemos de tudo. No entanto, por
anexos, que são Muçulmanos, um do motivos religiosos e que nós respeitamos,
Afeganistão e o outro da Turquia. o mesmo não acontece quando somos nós
Nenhum de nós compreende a língua que levamos a comida. Nunca
nativa dos outros, mas, é interessante que cozinhamos coisa alguma que contenha
todos dizemos “Buenos dias”, quando porco, por ser contra a sua religião.
chegamos e, ao fecharmos os Comer carne de tal animal eles não
estabelecimentos, dizemos “hasta comem, a não ser em casos excepcionais,
Tribuna Portuguesa PATROCINADORES 15 de Dezembro de 2008 11

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12 15 de Dezembro de 2008 COLABORAÇÃO Tribuna Portuguesa

Reflexos do
Dia-a-dia
computador. Segundo, mesmo ças o mesmo. Aumenta o núme- três que nos separam. Oxalá
quem possui a dita máquina se ro de crianças que são violadas que até à vossa época se tenha
aquartela em grupos. Todos sa- e negligenciadas. Porque ambos sabido construir um conceito de

O
bemos, espero que vocês ainda os pais trabalham, gasta-se Deus sem utilizar a fé como
Natal, e a despedida u m mu nd o d e g u e rr a s , saibam, que a comunicação é a menos tempo com os filhos. É arma e se tenha aprendido a
do ano velho, são escândalos, superstições, fobias, alma da democracia, daí a es- verdade, as crianças também respeitar os que não acreditam.
sempre momentos ódios, discriminações, igno- perança de que a Internet se são vistas como uma competição Espero que se entenda que a
que se usam para a râncias atrevidas, invejas e tornasse no instrumento que no orçamento da família. E democracia é muito mais do que
reflexão. É ritual que a comuni- mesquinhezes. Espero que no equilibrasse e não no instru- compra-se (ou tenta-se comprar) os desejos da maioria, é, essen-
cação social faça “um balanço” mundo perfeito em que vivem, mento que cada um usasse em o carinho dos filhos, através de cialmente, a protecção das mi-
do ano que agora finda, que tudo isto esteja erradicado—Ah, sua casa para falar somente com brinquedos e dos jogos de video, norias. Confio que se tenha
recordemos os momentos bons e como gostaria de ouvir a vossa aqueles que são como eles. Isto cada qual mais violento e descoberto que matando homens
maus que nos marcaram como gargalhada. para não falar da privacidade competitivo. E para que eles e mulheres que mataram outros
sociedade. E diga-se, que 2008 … alguns dos nossos mistérios que se aniquila com o uso da entrem no sistema, que pede que homens e mulheres não é a
teve vários momentos verda- mais antigos persistem. Mesmo alta tecnologia. Dá a impressão façamos tudo sem pensar, forma correcta de se mostrar
deiramente históricos. Daí que, com todos os avanços econó- que viver com os outros significa metemo-los em dez mil que é errado matar. Espero que
aproveitando o ritual, fui ao meu micos continuamos cada vez meramente viver em ligação aos actividades, desde o jogo de até à vossa geração tenha
baú de recordações, e encontrei mais separados. A divisão das outros, pelos fios. Daí que mui- beisebol ao clube de karaté. havido capacidade de se enten-
um texto escrito em 2001. Já lá classes, que sempre se negou tos homens e mulheres estejam Mas não passamos as nossas der o passado tal como ele foi,
vão sete anos que escrevi esta como inexistente na América, é mais ligados aos seus computa- histórias orais, o nosso legado sem a necessidade de o mistifi-
“Carta aos Meus Trinetos preponderante. As pessoas com dores do que ao próximo. Por familiar, a riqueza do nosso car. Que se tenha aprendido
Americanos.” Texto esse que rendimentos similares vivem nas isso vos conte uma história que passado. que as tradições e as instituições
está incluído no livro América: mesmas vizinhanças, socializam fez manchete em muitos jornais …há ainda uma desconexão dos não são todas perniciosas, mas
O Outro Rosto. É, obviamente com as mesmas pessoas, os seus durante o meu tempo. Um jovem seres humanos com a natureza. que podem ser utilizadas como
um texto datado, gira muito à filhos vão para as mesmas afro-americano em Harlem, No- É a corrupção do meio ambi- armas retrógradas. Espero que
volta do começo do século vinte escolas, e os seus hábitos— va Iorque, visitava constante- ente, a erosão das florestas e a se tenha passado da crueldade
e um, duma América antes do desde o clube de golfe ao jogo mente a biblioteca e adorava poluição dos oceanos e dos rios. com que se olha para os mais
horripilante 11 de Setembro, mas de bridge—são igualíssimos. contactar com outros pela magia Apesar dezenas de organizações, marginais, para um estado onde
há aspectos que para mim são Apesar de não ser economista, e desta tecnologia. Quando a e de alguns políticos de boa von- todos sejam tratados por iguais.
pertinentes e, infelizmente, em de detestar números, há coisas bibliotecária lhe perguntou tade (ainda existem meia dúzia) Confio, que se tenha aprendido
alguns casos, pouco ou nada que vocês precisam saber. É porque gostava tanto do compu- se preocuparem com o planeta, que há uma diferença enorme
mudaram. Aqui ficam pois que por vezes os livros da histó- tador ele respondeu-lhe: “o pouco se faz e talvez, vocês o entre uma grande América e
alguns excertos dessa carta ria não dizem tudo. Por exem- computador não sabe que sou poderão dizer, aquilo que se fez uma América grande.
escrita aos netos do meu neto, a plo, a classe média, que se diz preto.” É que e como vocês de- foi tarde de mais.
viverem na viragem do século ser a coluna vertebral da socie- vem saber, nunca o mundo havia … estamos um tanto ao quanto Com estes breves excertos dessa
XXI para o século XXII. dade americana, não passa, na comunicado tanto como na desconexos com nós próprios. carta aos netos dos meus netos,
realidade de um grupo de minha era, mas também nunca o Trabalhamos mais, para termos com estas reflexões de 2001, que
Escrevo-vos no começo de um subclasses com vencimentos mundo havia matado tanto. mais, e sermos menos. Até há na minha perspectiva ainda são
novo século, o vinte e um, e anuais que oscilam dos 30 mil Nunca se falou tanto em igual- quem pense que nos ocupamos pertinentes em 2008, desejo, a
pelas minhas contas vocês tam- dólares aos 300 mil dólares. dade e há mais desigualdade, mais com os nossos empregos cada um dos leitores da Tribuna
bém estão na passagem de Tenta-se ainda agrupar toda nunca se enalteceu tanto que porque assim temos menos Portuguesa, os mais sinceros e
século, para o vinte e dois. esta gente que é tão dissimilar todos somos iguais e se viu tan- tempo para a introspecção. ardentes votos de BOAS
Como será o vosso mundo, a como os 30 mil são dos 300 mil. tos actos de racismo. Andamos sempre à procura de FESTAS.
vossa América? Será que vocês Mas a realidade é que neste …a separação entre os seres uma aventura, como quem
ainda saem de casa? Pois no minha era cerca de 20% das humanos é assustadora. Entre precisa de algo que venha do
meu mundo com os avanças na famílias americanas ganham os homens e as mulheres apa- exterior, porque não queremos
tecnologia é mais fácil falar-se tanto como as restantes 80%. rece uma separação motivada gastar, o mínimo, com o interior.
com alguém a dois mil quiló- … as novas tecnologias, infeliz- pelo crescimento social das Daí que, gastamos mais em
metros de distância do que com mente, não têm servido como mulheres, que os homens ainda maquilhagens do que em livros.
o vizinho da porta. Se bem que veículo unificador. Primeiro, não souberam reconhecer e …especulo quanto terá pro-
ao sair-se de casa encontra-se nem todos têm ou podem ter um aceitar. Entre adultos e crian- gredido a vossa geração e as

Memorandum

S
e recuarmos na história, podemos não é passaporte religioso para a “mancha que as colheitas já estavam semeadas. como a liberdade e a felicidade não se
constactar que o imperador do pecado original”. A pobreza deveria Eram-lhes dadas roupas ainda não usadas, conquistam por decreto, assim também a
Constantino foi um entusiasta ser gravada e difundida como grito de comida melhorada e, em certos casos, santidade não deve ser vista como apólice
astuto do imperialismo religioso revolta contra o egoísmo humano... bebidas alcoólicas. Pronto! Estabelecia- de seguro exclusiva dos piedosos.
que promovia sermões festivos ilustrados Visitemos a realidade mais recente. se, assim, um clima colectivo de alegria
com muita algazarra teatral alusiva à Sabemos que os puritanos de com danças, cantares e... não só!
natividade do Redentor. A sua perspicácia Massachusetts não escondiam o seu Diríamos que a maioria dos emigrantes O nosso Natal deveria servir de “altar”
politico-religiosa tinha por objectivo teológico desdém pelo ortodoxo grego não esquece a pobreza do seu próprio para celebrar, com dignidade étnica, a
minimizar (e se possível neutralizar) o São Nicolau, referência que veio parar à “natal de belém”, nem ignora as coragem da Reconciliação, na convicção
desvario gerado pelo hedonismo das cultura “eurocêntrica” rotulada com o vicissitudes da sua própria “fuga para o serena de que “a humanidade é mais
festividades pagãs da época, com os jogos prestígio mercantilista do famoso Saint Egipto”. Aliás, Jesus é nosso irmão ignorante do que má...”
de azar e as suas orgias colectivas, Claus. Depois, a cultura anglo-saxónica emigrante: o Evangelho narra o episódio Sim, reconciliação! A palavra de ordem
coroadas pela prosmicuidade sexual. (com mais ou menos fervor calvinista) do dilema da sagrada Familia em busca seria “detestar o pecado, mas ajudar os
Séculos mais tarde, aconteceu a famosa veio dificultar a comunhão democrática duma vida melhor, face à inospitalidade pecadores”, na ânsia de ajudar os Pobres
revolução franciscana que veio serenar da alegria natalícia. Todavia, mais a Sul, étnica fomentada no torrão natal. Ainda a derrotar a pobreza...
os ânimos e simplificar o Natal cristão, nas plantações da Virgínia, começou a muito novinho, Jesus conheceu os
tornando-o património popular. O santo notar-se um fenómeno curioso que os trambolhões da emigração, ao colo de sua Haja Paz e Amor. Bom Natal!
de Assis viveu inspirado por uma Voz sociólogos designaram por “wassailing”, imaculada Mãe...
celestial que lhe falava da enorme ou seja, em fins de Dezembro de cada Ele veio ao mundo para nos lembrar que
diferença entre pobreza material e miséria ano, os escravos ficavam com licença “amar o próximo” não é um preciosismo
espiritual. O cristão sabe que a pobreza para gozar um ou dois dias de folga, dado legal ou norma de etiqueta social. Tal
Tribuna Portuguesa COLABORAÇÃO 15 de Dezembro de 2008 13

Temas de
Agropecuária
Canto da Décima Ilha
Sou desta Ilha, soma de tantas;
Pedra, vulcão de saudade.
Ilha de lava a queimar de amor,
Presentemente a escolha dos alimentação Corpo de gente, (rubro de) liberdade.
alimentos pelos consumidores humana.
têm em conta preços, qualidade “The Humane Sou desta Ilha, que é arco-íris
Society”, em Rasgando o céu da águia escura
e curiosamente o meio ambi- força, foram os Que é cor de tantas e me faz feliz.
ente. directos pro- E imagina o mar em névoas de lonjura.

G
motores e pa-
osto, conveniência, valor trocinadores Sou desta Ilha, feita de mil vozes,
nutritivo e preços da iniciativa Toadas de calor, Sol de Lá sem Dó,
(especialmente neste no boletim de No Sol Maior da sua ternura,
época de alta inflação no voto da Cali- Gritando silêncios numa voz só.
cabaz de compras) continuam a ser fornia alve-
parte da escolha dos alimentos do dia jando a pro- Sou desta Ilha, Décima de rimas,
a dia. dução de aves De poetas loucos, língua inventada.
No entanto um crescente numero dos e ovos, carne Navega serena em mares de espuma,
americanos estão adicionando ao seu de vitelo e porcos. Produtores de licença pela sua parte na poluição Minha Ilha Mátria reencontrada
critério de alimentos saudáveis leite da California acreditam que o “GHG”, segundo iniciativa do Su-
outros valores que incluem produtos proximo alvo será a industria de lac- premo Tribunal e regulado por
mais sensitivos e produzidos em ticinios, muito embora esta esteja na “Enviramental Protection Agency”
armonia com o meio ambiente e vanguarda da industria nacional EPA..
Viola, Minha Rival
práticas humanitárias. quanto à protecção e bem estar dos Os consumidores largamente consid-
A familia de produtos de lacticinios seus animais. Sonhada pelo Leal,
eram os produtos do leite alimentos
tem a longo prazo sido reconhecida Factores do meio ambiente são área Por suas mãos construída,
preferidos e saudáveis, e a sua
pela sua valiosa contribuição na de inquietação para a industria da És a única rival
grande importancia na alimentação e
saude e bem estar das populações. agropecuaria. Um relatório de cien- Que encontrei na minha vida.
desenvolvimento das crianças e ado-
Numerosos estudos e investigações cia e technologia ambiental dos pro- lescentes. Adicionalmente o leite está
cientificas continuan a revelar o posi- fessores de “Carnegie Mellon Uni- Pelas mãos do meu amado
classificado nos primeiros quatro
tivo impacto destes produtos na versity” indica que a maioria das És porém acariciada.
alimentos ricos em proteína, zinco e
saude dos ossos, na função imune e emissoes de “greenhouse gas” no O que sou eu a teu lado?
vitamina A. Nenhum outro produto
prevenção de doenças, esta cada vez sistema de alimentos dos Estados Pobre de mim, não sou nada!
alimentar contém tal combinação de
mais aparente de que o termo Unidos acontecem durante a pro- nutrientes numa só embalagem. As
“saudável” não é por si só o unico dução, em comparação com o trans- Quando, nas mãos dele, choras,
organizações de educacção nutritiva
termo dominante destas análises. porte dos mesmos. Um sistema de Cantas, gemes tresloucada,
subsidiarias da industria de lacticin-
Organizações Governamentais, tais comidas industrializado baseado em O que sou eu a teu lado?
ios há cerca de 90 anos “Dairy Coun-
como, “The Humane Society of the proteína-animal e energia intensivo Pobre de mim, não sou nada!
cil of California” e os seus contrapar-
United States” continuam a pres- especialmente com a continuação da tidos em outros Estados, bem assim
sionar a agricultura animal, proces- crescente falta de água que obriga a Mas eu não te quero mal:
como a industria em geral estão com-
sadores, cadeias de restaurantes e produção a extrair água para irriga- És fascinante e mimosa
premetidas, e têm obrigação, de
(servico rápido) tais como Carl’s Jr. ção das culturas das bacias subterra- Viola, minha rival,
manter o leite e seus produtos numa
Presentemente o “Safeway” anun- neas sujeito a altos custos da energia. Ó minha rival ditosa
relevante e saudável plataforma vi-
ciou iniciativas para aperfeiçoar Além desse facto, pode ser num fu- sivel ao consumidor.
(segundo dizem) a qualidade de vida turo não muito distante que as vacas Maria das Dores Beirão
e abatimento de aves e porcos para a leiteiras tenham que pagar uma taxa- Napa

Lucia Noia
Presidente / CEO e Directora Clínica
das Residenciais de Saúde Noia e
Centro Comunitário Noia

Deseja ao Tribuna Portuguesa


e a toda a Comunidade Portuguesa

BOAS FESTAS
E
FELIZ ANO NOVO
14 15 de Dezembro de 2008 COLABORAÇÃO Tribuna Portuguesa

Perspectivas

Conto de Natal

V
ivia ela numa terra espreitava lá no alto... repousava o Menino Jesus, pessoas amigas que a visitavam
bafejada por um sol Sem D. Amália saber como, o sorridente por se encontrar ro- de vez em quando.
meigo no húmido seu pensamento voou para os deado de paz e harmonia. A D. Amália gostaria tanto de ir
verão e fustigada por presépios que seus filhos, todos meiga vaquinha e o paciente ver, uma vez mais, o popular
gélidas chuvas torrenciais no os anos, erguiam numa pequena jumento bafejavam o divino presépio da próxima igreja
inverno, seguidas de primaveras mesa no canto de um dos mais Bebé com o calor dos seus paroquial, mas já não podia sonho extraordinário. Ela viu-se
floridas e sobrevoadas de pás- amplos quartos de cama. “Ai, hálitos, enquanto, em redor do caminhar até lá. Só poderia rodeada dos seus três filhos e
saros chilreantes que, às vezes, que saudades, meu Deus!”, fronteiriço lago, as ovelhinhas agora imaginar a costumada suas famílias, que vindos do
lhe pareciam vaticinar promessas balbuciou ela enquanto duas expressavam a sua alegria em grande afluência de fiéis à Missa longínquo continente fronteiriço
de novo vigor e de vida mais teimosas lágrimas lhe brotavam sons polifónicos. Anjos pratea- do Dia do Natal e conjecturar a à Europa, a abraçavam com
suave na sua caminhada por este dos olhos... dos (de folhas de alumínio) incontida alegria das crianças ao grande emoção... As ondas de
mundo... Ao aproximar-se o seu Nos recantos da sua ainda vívida sobrevoavam a cena, parecendo mirarem, embevecidas, as indizível alegria que a inva-
nonagésimo aniversário natalí- memória, a anciã viu-se, uma bailar aos sons das canções figuras do Presépio. Diziam-lhe diram naquele momento foram
cio, D. Amália já sentia o peso vez mais, atarefada na sua emitidas pela Rádio... Separada que este estava lindamente tamanhas que ela, de repente,
dos seus anos... recheada cozinha a ultimar os do presépio, erguia-se, sem emoldurado com dezenas de acordou, perplexa mas in-
Havia já muitos e longos anos, o preparativos para o Dia do Natal, retoques cosméticos, uma multicoloridas luzinhas que crédula...
marido partira para o Além, que sempre incluía um farto pequena “árvore do Natal”, onde piscavam sem cessar, parecendo Precisamente nesse momento,
deixando-a só na buliçosa vila jantar para toda a família e se pendurariam ofertas típicas da quererem dar as boas-vindas a alguém bateu à porta da casa...
atravessada por um largo ribeiro alguns amigos. Ao cheiro das quadra natalícia. todo o mundo... “Quem será?”, perguntava-se
que, em outras regiões com guloseimas que ela preparava, ou ela, espantada. “Quem será?”
tendências mais hiperbólicas, já havia cozinhado, para o jantar ***** ***** Apoiada à sua velha bengala, D.
seria chamado rio. da Festa, os filhos, sobretudo os Amália dirigiu-se para a porta,
A anciã vivia e sentia-se so- mais jovens, de vez em quando, A simplicidade do presépio em Ao antever o prazer das crianças semiabrindo-a com cautelosa
zinha. O casal havia tido uma entravam na cozinha a pedir-lhe nada diminuía a intrínseca da sua freguesia, o pensamento curiosidade. Estupefacta ao ver
filha e dois filhos, mas talvez “só um bocadinho”, mas ela, beleza do realidade da ocasião e de D. Amália voou para os seus quem estava perante ela, D.
impelidos por ideais não muito com um sorriso, dizia sempre dos esforços das crianças! Nem próprios filhos, primeiro para Amália deixou cair a sua bengala
diferentes daqueles que outrora “espera mais umas horas, e podia, de forma alguma, des- quando ainda eram miúdos, e amiga, e correu, de braços
impulsionaram os “navegadores” agora ajuda teus irmãos a moronar as suas grandiosas fan- logo após para o que ela ima- abertos ao encontro dos seus 3
lusitanos por ignotos mares, eles construir o nosso presépio”. tasias ou abalar as suas fortes ginava serem eles agora, depois dilectos filhos, que, sorridentes,
haviam preferido rumar a Não havia falta de “arquitecto” imaginações que, todos os anos, de tantos anos, todos crescidos e se enlaçaram num apertado,
destinos diversos e tecer os seus ou “obreiros” para a construção conseguiam dar novas nuanças e também rodeados de filhos... Os longo e amoroso abraço à sua
sonhos em terras longínquas, do tosco, mas sempre encantador dimensões ao “seu” presépio. seus três filhos, sempre bondosa mãe.... As emoções
onde viviam bem e em relativa presépio. Os três miúdos porfia- Naqueles já idos tempos, pen- dedicados, visitavam-na de vez eram tão profundas que as pala-
proximidade. vam em buscar tudo quanto era sava D. Amália, “respirava-se em quando, mas nesta fase da vras afogavam-se nas abun-
Na sua provecta idade e na necessário. Do quintal, vinham a um bem-estar algo inexplicável e sua avançada idade, D. Amália dantes lágrimas de alegria que
solitude do seu vazio lar, D. terra, o musgo, as pedras, os uma paz e harmonia conta- sentia-se mais necessitada dos vertiam de todos os olhos e dos
Amália vivia agora de saudades pequenos ramos de arbustos, as giantes que pareciam penetrar e seus carinhos, dos seus abraços e corações assim reunidos uma
do passado, enquanto, na sóbria plantas, a água, e outros mate- inundar as almas e os corações. do seu amor...Ah, como ela vez mais...
parede do estreito corredor, o riais; do sótão e do fundo dos O jantar da Festa era sempre adorava ouvir as suas vozes A cena repetiu-se quando D.
velho relógio parecia embalá-la armários, vinham caixotes, mais uma ocasião não só para sempre que eles telefonavam Amália comovidamente abraçou
com o seu constante e soporífico velhos espelhos, pitorescas ca- reforçar laços de amor, de para uns apreciados minutos de e beijou, um por um, os restantes
tiquetaquear. sinhas de papelão, folhas de amizade e de franca cama- conversa... Seria um sonhos membros das famílias do seus
alumínio, as ovelhinhas, as radagem, como também para abraçá-los todos uma vez mais, filhos, Os netos e as netas que
***** vaquinhas, o jumento, as pal- “dar graças a Deus, por mais suspirava ela, julgando-o ela agora via pela primeira vez
hinhas, e as venerandas pe- um ano de vida e pelos graças irrealizável, devido às distâncias trouxeram-lhe novo brilho aos
Porém, outros sons prendiam a quenas imagens da Virgem recebidas. Naqueles tempos, o e aos custos. olhos e amplos sorrisos aos seus
sua atenção. Era já a véspera do Maria, de São José, e do cunho do Natal era marca- Realista, ela preferia sonhar com lábios que não se cansavam de
Natal! Perto e distantes ecoa- Menino Jesus. damente religioso”. “Ai, que o passado, já que o futuro era oscular os novos rebentos da
vam, maviosos, os sons de tradi- Com expontânea alegria, e saudades, meu Deus!” mur- agora, para ela, curto e incerto, Família...
cionais e novas canções nata- capitaneados pelo irmão mais murava a anciã com um “Meu Deus!, pedia ela, para O lauto e festivo jantar que os
lícias. Embevecida na amálgama velho, todos se lançavam à obra. profundo suspiro. mim nada quero; só Vos peço filhos de D. Amália haviam
de coisas e episódios que lhe Pouco a pouco, o presépio emer- Na sua avançada idade, as forças que ampareis e protejais os planeado para o Dia da Festa
perpassavam pela mente, a gia.. Sobre pequenos caixotes físicas de D. Amália já eram meus filhos e suas famílias neste incluiu toda a Família e os mais
anciã, sentada no pequeno quarto habilmente disfarçados com escassas. Com crescente difi- caótico e desorientado mundo., íntimos amigos dos casais.
de serão, de súbito notou terra, pedrinhas e “árvores”, culdade, ela caprichava sempre Mas eu gostaria tanto de os Observando sorridente tudo e
estarem os vidros das janelas apareciam as colinas rendilhadas em manter a sua casa limpa e em abraçar agora”... E, com este todos, D. Amália, parecendo
cobertos de gotas do chuvisco de fileiras de casas típicas da boa ordem, e em preparar as suas desejo, D. Amália caiu ador- rejuvenescida, murmurava co-
que, mansamente, caía do semi- região, com dois ou três módicas refeições, ocasional- mecida na sua favorita cadeira movida: “Isto é um milagre, um
nublado céu. Até pareciam ser caminhos em direcção ao mente melhoradas com suple- de braços, ao som de ternas milagre de Amor e Saudade..
de prata, à luz de ténues raios do “estábulo” onde, ladeado pela mentos trazidas por alguns dos canções de Natal... .Melhor prenda de Natal eu não
sol que, num meigo sorriso, Virgem Maria e por São José já restantes familiares e outras O seu sono em breve evolveu em poderia ter recebido!”.
Tribuna Portuguesa PATROCINADORES 15 de Dezembro de 2008 15
16 15 de Dezembro de 2008 COLABORAÇÃO Tribuna Portuguesa

Agua Viva
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M
inha Mãe, é já Natal!
Ainda foi outro dia, que fazíamos planos
para decorar a nossa casa com toalhas de
mesa e cortinas novas, compradas na
Loja das Chitas, que agora em Angra já não existe, e
colocaríamos aqueles naperons bordados na sua Catholic Association for Seminarian Studies
máquina nova, último modelo da Singer, com desenhos (Associação Católica para Estudos nos Seminários),
ajustados pela Dona Primitiva Sarmento, muito sua uma fundação sem fins lucrativos, foi organizada há
amiga com muito orgulho seu. E que dizer daqueles mais de vinte anos por um grupo de padres portugueses,
tapetes feitos a ponto de veludo e almofadões de seda Padre Carlos Macedo, Monsenhor Valdemiro Fagundes,
que mais ninguém tinha, e que eu também a ajudei a Padre Albano Oliveira e Monsehor Manuel Alvernaz,
bordar. Tanto que guardei… E para quê, se quando todos residentes na Califórnia, com o fim de suavizar os
voltei já não havia nada. Mas, quem nos usurpou a encargos financeiros dos seminaristas a frequentarem os
casa, não levou a toalha do lava-mãos antigo, talvez últimos quatro anos do Seminário de Angra.
porque estava bordada com as suas iniciais de solteira Monsenhor Alfredo Mariano de Sousa, pároco da Igreja
rematada com renda inglesa, feita por si. Nem o do Espírito Santo, em Fremont, a primeira igreja fun-
dado por portugueses no Estado da California, legou o
cachené… Nem o velhinho xaile da avó Gesuína que
seu espólio a esta organização, permitindo-lhe aumentar
não conheci, porque morreu muito jóvem. Foi tudo o Padre Carlos Macedo
o numero e o valor das bolsas de estudo a serem
que restou, mais as memórias boas que conservo da atribuídas.
nossa casa, que por esta altura do ano estava sempre Neste ano lectivo de 2008-2009 foram atribuídas bolsas
quente pelo braseiro que fizera o pão alvo do nosso de estudo a 12 seminaristas do Seminário de Angra, no Califórnia, mas também para auxiliar os filhos da sua
contentamento por saber tão bem à saída do forno com valor de três mil dolares cada, e ainda catorze mil terra natal a frequentarem cursos universitários. Neste
azeite Galo no prato, a manteiga Milhafre e o chá ter- dolares em ajuda directa aquele Seminário. ano lectivo de 2008-2009, seis filhos da Ribeirinha fre-
nurento da conversa de serão, enquanto esperávamos Tendo este grupo de benfeitores determinado que havia quentam cursos superiores, dois dos quais na Faculdade
que o pai voltasse dos longos ensaios de trompete ora necessidade de ajudar na formação de padres para as de Medicina, e foram galardoados com bolsas de estudo
na Banda Filarmónica Recreio dos Artistas ora na Art várias paróquias que por todo o Estado da Califórnia Monsenhor Manuel V. Alvernaz, no valor de dois mil e
Carneiro Band, porque a música era a sua grande servem paroquianos portugueses, então resolveram alar- quinhentos dolares cada.
paixão desde menino, quando começou a sua primeira gar o seu apoio financeiro a todos os seminaristas luso- Durante quase três décadas de existência, a fundação
Filarmónica na Terra-Chã, com bombos e gaitas feitas americanos da California. Este ano passado quatro dos CASE já distribuiu centenas de milhares de dolares em
de cana de bambú. E agora também já ouvi que veio seus bolseiros foram ordenados padres e para o corrente bolsas de estudo entre os seminaristas do Seminário de
até na edição de 80 anos do Jazz na ilha Terceira… ano lectivo de 2008/2009, dois seminaristas luso- Angra, alunos universitários da Ribeirinha e seminaris-
Que bem! Tanto ele como Luís Soares, teriam ficado americanos foram galardoados com bolsas de estudo no tas luso-americanos na Califórnia.
valor de três mil dolares cada. O Rev. Padre Carlos B. Macedo, o único sobrevivente
contentes se tivessem vivido para ver. Também a re-
O Monsenhor Manuel Alvernaz, ilustre filho da fregue- deste grupo de beneméritos, é ainda a pedra angular
vista taurina “Festa na Ilha”, este ano trouxe às suas
sia da Ribeirinha, Ilha do Pico, então pároco da Igreja desta fundação. Natural de Ponta Delgada, Ilha de São
páginas, velhas memórias da antiga praça de toiros, em Miguel, e antigo aluno do Seminário de Angra, foi pas-
do Sagrado Coração de Jesus em Turlock, California,
cuja tribuna do Inteligente, está o pai com a sua in- tor da Igreja Nacional Portuguesa das Cinco Chagas,
resolveu que o seu parte do seu espólio fosse usado para
separável trompete para dar avisos aos artistas nas suas San Jose, California, por mais 20 anos.
aumentar as ajudas aos seminaristas dos Açores e da
lides taurinas.
Quantos Natais, Mãe… já passaram depois de tudo
isto!
Levaram todas as coisas, menos as nossas memórias. E
sempre, em cada dia, todos os anos, tudo aflora como
uma realidade que dói por não existir de verdade,
talvez porque foi num Natal já distante que a negra
morte bateu à porta, e esse foi o nosso último Natal ao
serão, com as nossas conversas, os seus conselhos pre-
ciosos, os seus sábios provérbios, sempre ajustados a
cada tempo e lugar.
Desde então os Invernos são mais frios, a árvore de
natal de cedro vermelho não tem o mesmo cheiro das
da nossa mata, o musgo do presépio não tem o verde
das geadas e da chuva miudinha que adoçava ainda
mais as flores do coquilho que embelezam as largas e
lustrosas folhas de roca, nem o perfume das ervas pisa-
das, como os fetos, os morangueiros bravos, a salsa
parrilha e todas as outras que a terra dá… A nossa
terra.
Feliz Natal! Festas Felizes! Feliz Ano Novo!

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Filipe S. Lima
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18 15 de Dezembro de 2008 ENTREVISTA Tribuna Portuguesa

Qual foi a ideia de fundarem o do vosso grupo? musica cantam?


vosso grupo coral?
Nos primeiros dez anos só As musicas são todas escolhidas
A ideia surgiu sem ser planeada. cantámos Missas mas ao cele- por mim, sou possuidor de um
Foi em Fort Bragg em 1993. Eu brarmos os nossos dez anos de grande arquivo de musicas e
e alguns dos nossos membros existência resolvemos fazer uma tenho o cuidado cada vez que
estávamos lá na festa do Espirito festa com jantar e para essa cele- vamos cantar escolher os cânti-
Santo e notámos que a Missa bração preparámos um reportório cos apropriados para a ocasião
era em Inglês e não tinha cânti- de musicas de concerto liturgicas ou a condizer com as leituras e
cos, apenas um senhor de idade e o nosso Hino, que tem letra evangelho do dia.
avançada a tocar orgão. Quando feita pelo grupo. Além de musica sacra, cantamos
a Missa acabou, o organista ten- o nosso Hino. E cantamos em
tou tocar o Hino do Espirito Sabemos que já actuaram fora homenagens, cuja letra é feita
Santo, mas ninguém cantava. Eu da California? Aonde foi e por um membro do nosso grupo
e outros amigos começámos a como decorreram essas actua- e em particular quando nos jun-
cantar o Hino e logo a seguir os ções? tamos, cantamos um pouco de
organizadores da festa convida- tudo, mas até hoje nunca aceita-
ram-nos para cantar a missa no A nossa primeira deslocação fora mos convites para musica Popu-
ano seguinte e assim começou. da California foi em 2003 à festa lar ou Folclóricas. Não é esse o
Por 4 anos era apenas isto que de São Vicente de Paula, Pa- nosso objectivo.
faziamos. Juntava-mo-nos algu- droeiro dos Amigos da Terceira,
mas vezes em particular apenas em Pawtucket em Road Island, Qual foi a experiência de lan-
para nos divertirmos. Um belo convite feito pelo nosso amigo çarem o vosso CD? Tem tido
dia os pais de um dos nossos Victor Santos. Em 2005 fomos à boas vendas?
membros celebravam bodas de grande festa do Espirito Santo a
ouro em Mountain View e Fall River, a maior festa de Por- O lançamento do nosso CD foi
pediram-me para irmos cantar a tugueses nos Estados Unidos. feito no Canadá e excedeu todas
missa nessa celebração. Nesse Além dos nossos membros tive- as nossa espectativas. A seguir a
mesmo dia fomos convidados mos o prazer de ter muita gente Toronto, as melhores vendas tem
para cantar na festa de Mountain que nos acompanhou num total sido na área de Tulare, Hanford e
View nas duas organizações e foi de 96 pessoas. Em 2007 tivemos Hilmar. Estamos muito satisfei-
assim que fomos descobertos um convite da comissão de festas tos com o resultado e desde já
nesta área. Embora com alguns da Nossa Senhora da Luz em agradecemos a todos que tem José Silva, fundador e ensaiador do Grupo
conflitos, o saudoso Padre Noia Toronto, Canadá. Na minha comprado o nosso CD.
convidou-nos a ir cantar uma maneira de ver todas elas foram fizemos 31 actuações, a ultima O nosso contacto pode ser feito
missa á Igreja Nacional Portu- um grande sucesso pelos aplau- Quais são os vossos projectos será na missa da meia noite na através do nosso site
guesa das Cinco Chagas e desde sos e pela maneira como nos para 2009? Igreja Nacional das Cinco Cha- www.gcsaudadesdaterra.com
então tomamos o compromisso receberam. gas. ou através do telefone 408-923-
de lá cantar todos os terceiros Para 2009 já temos 25 compro- 0264 .
Domingos de cada mês. Como é que são escolhidas as missos em São José e várias ci- Como é que que as nossas or-
vossas musicas? Além de mu- dades nos arredores. No ano de ganizações podem entrar em
A escolha das pessoas foi fácil? sica sacra, que outro tipo de 2008, que está prestes a findar, contacto convosco?
Como é que foram feitas?

A escolha foi o mais fácil.


Éramos um grupo de 7 amigos
que começámos este Grupo, de-
pois recebemos varias criticas
porque não usavamos orgão e os
nossos instrumentos não eram
próprios para cantar na Igreja,
mas como eu estava bem infor-
mado e sabia que nada de errado
estávamos a fazer, acabei por
convidar algumas das pessoas
que nos criticavam para fazer
parte do nosso Grupo e assim foi
aumentado até o numero de pes-
soas que eu tinha em mente.

Quantos elementos tem o vosso


grupo?

O nosso Grupo é composto por


30 elementos, claro que como
em qualquer outro grupo de vez
enquanto sai um por razões pes-
soais e assim que um sai con-
vidamos alguém para substituir
quem saíu, e qualquer membro
pode convidar alguém que con-
hece, mas tentamos não aumen-
tar o numero de trinta. Esq/dir: Blandina Dobrowski, Maria Costa, Alice Silva, Elza Bettencourt, Jovina Silva, Katlyn Leal, Liduina Espinola, Maria Faria, Odete
Mateus, Virgilia Oliveira, Helena Oliveira e Fátima Moules-Sousa.
Qual é o campo de actividades 2ª fila; João Bettencourt, Manuel Espinola, Durvalino Silva, João Costa, Henrique Cordeiro, Manuel Escobar, José Faria, Aurelio Oliveira, João
Cardadeiro, Decio Oliveira, Jorge Leal e Joe Silva.
Tribuna Portuguesa PATROCINADORES 15 de Dezembro de 2008 19
20 15 de Dezembro de 2008 PATROCINADORES Tribuna Portuguesa

Ganadaria e Coudelaria
António Cabral - Madera
Saudam toda a aficion e Comunidade
em geral e desejam Um Feliz Natal e
Um Ano Novo Cheio de Felicidades

Sário e Manuel Cabral

Feliz Natal e Um
Ano Novo com
muita Saúde e
Felicidades
Tribuna Portuguesa PATROCINADORES 15 de Dezembro de 2008 21
22 15 de Dezembro de 2008 PATROCINADORES Tribuna Portuguesa
Tribuna Portuguesa PATROCINADORES 15 de Dezembro de 2008 23
24 15 de Dezembro de 2008 ANIVERSÁRIO Tribuna Portuguesa

Pelo oitavo ano realizou-se, desta vez na


acolhedora Sala de Festas do Turlock Pen-
tecost, a Noite de Natal do Núcleo Sportin-
guista do Vale de San Joaquin.
Vindos de Portugal, estiveram presentes o
Vice-Presidente do Sporting, António
Menezes e o ex-jogador Pedro Gomes,
dono de um historial como atleta de grande
valor.
Como é habitual neste festa, houve troca
de recordações entre os nossos visitantes e
o núcleo e também a apresentação pública
da nova Rainha do Núcelo, Makayla Toste.
Depois de um bem servido jantar, e as
homenagens, seguiu-se o espectáculo mu-
sical da responsabilidade de Eduardo
Santana e Nucha, com os seus bailarinos.
De referir a presença de muitos benfiquis-
tas e portistas, num gesto de verdadeira
amizade clubista.
António Menezes no seu discurso, falou do
Sporting actual e das esperanças em serem
Campeões de Portugal este ano. Também
referiu o bom trabalho feito na Taça dos
Campeões e disse do prazer que sempre
tem em visitar a California. António Menezes, Vice-Presidente do Sporting, de tantas vezes vir
cá, já se sente mais californiano do que lisboeta Alvaro Aguiar, mestre de cerimónias. Um leão ferrenho.

Durante e cerimónia de entrega de recordações e homenagens.


António Menezes, António Martins (Presidente do Núcleo), Pedro Gomes (ex-jogador do João Toste (Vice-Presidente do Núcleo) homenageia Pedro Gomes. Este antigo jogador do
Sporting - 3 vezes Campeão, 3 Taças de Portugal e 1 Taça das Taças) e Alvaro Aguiar Sporting falou da sua experiência, quer como jogador, quer como treinador

Lindsey Ferreira, Alyssa Ferreira (Rainhas de 2006-2008), Elisa Martins, Makayla Toste O Sporting é um clube com muitos amigos, até os mais ferrenhos benfiquistas se sentem
(Rainha 2009) e António Martins, Presidente do Núcleo Sportinguista bem nas suas festas. Também havia muitos adeptos do Porto. E um do Lusitânia.
Tribuna Portuguesa ANIVERSÁRIO 15 de Dezembro de 2008 25

Eduardo Santana, pela segunda vez nesta Festa, e Nucha,


animaram a noite festiva O Sporting Clube de Portugal pelas mãos do seu Vice-Presidente António Menezes, ofereceu ao Núcleo Sportinguista do
Vale de San Joaquin, uma Bola de Cristal. António Martins, embevecido, procurava ver se o seu Sporting seria campeão
este ano. Parece que havia muitas nuvens no palco e não se via muito bem...

Antes do corte do bolo comemorativo do VI Aniversário do Núcleo.


Alyssa Ferreira, Makayla Toste, Sandra e João Toste, António e Elisa Martins, Mary e Frank Silva, António Menezes e
Pedro Gomes.

Se quer ser um bom Sportinguista, assine o melhor jornal


Português da California TRIBUNA PORTUGUESA
26 15 de Dezembro de 2008 PATROCINADORES Tribuna Portuguesa
Tribuna Portuguesa COMUNIDADE 15 de Dezembro de 2008 27

Coroas para Rainhas das nossas festas em todos os estilos e preços Salvas de diferentes desenhos

Coroas do Divino Espírito Santo em todos os tamanhos

Ouro português do melhor quilate

Música portuguesa e estrangeira para todos os gostos

Quem visita pela primeira vez a Casa Furtado, mesmo em frente à Igreja Nacional das
Cinco Chagas, em San José, fica assombrado pela variedade de produtos ali expostos.
Esta loja que já tem mais de 40 anos de existência é bem demonstrativa do esforço, do
trabalho e do saber que António Furtado e esposa puseram neste seu negócio.
Podem contactar a Casa Furtado através da sua webpage: www.furtadoimports.com
Desde artigos religiosos - coroas do Divino Espírito Santo, crucifixos, estátuas dos
santos populares, objectos para o baptismo e primeira comunhão, biblias, rosários, na
joalharia podem-se apreciar os anéis, pulseiras, colares, e brincos. Têm uma vasta
Loiça regional da mais bonita
colecção de produtos para ofertas, desde relógios, porcelanas, cristais, canetas, tal-
heres, além de música de todo o mundo.
Também vendem as bandas usadas nos bodos de leite, e gravam anéis, salvas de prata,
troféus, etc.. É verdadeiramente uma loja a visitar.

Crucifixos de variados tamanhos e feitios Imagens dos nossos santos populares e de Nossa Senhora de Fátima
28 15 de Dezembro de 2008 COMUNIDADE Tribuna Portuguesa

Como já é habitual realizou-se este ano no Centro


Comunitário de San Pablo, o almoço de Natal da
Luso American Education Foundation, depois do
encontro anual dos membros da mesma Funda-
ção, onde foram apresentados os resultados do
ano que agora acaba.
Foram nomeados novos comités, discutido as
finanças da Fundação, os resultados da Conferên-
cia Anual este ano realizada em Berkeley, bem
como o Youth Summer Camp, realizado em UC
Santa Barbara.
A Presidente cessante, Cecelia M. Souza apresen-
tou o seu relatório anual e recordou o sucesso da
Rose Bowl Parade, onde a nossa comunidade
esteve representada pela primeira vez.
Manuel Bettencourt falou sobre o banquete do
Dia de Portugal.
Os novos directores apresentaram as suas candi-
daturas e foram votados cinco novos directores.
Quem participa neste encontro todos os anos nota
a falta de participação de jovens, porque será im-
possível qualquer fundação sobreviver sem a in-
jecção de sangue novo. Esta ideia já foi dita tanta
vez, por tanta gente, que já nem faz mossa em
ninguém. O importante é reconhecermos que
daqui a poucos anos não haverá mais Cecelias,
Manueis e Deolindas, para guiarem este barco
que se pode afundar um dia. Algo tem de ser
feito. Esperemos que na próxima conferência a
realizar em Turlock na California State Univer-
sity, Stanislaus, se discuta este assunto em vez de
se perder tempo com rodriguinhos académicos
que não interessam a ninguém. Importante seria
também promover esta Conferência junto dos Manuel Bettencourt e Deolinda Adão receberam um Certificado de Reconhecimento da Presidente cessante da Luso-American
jovens estudantes do Vale Central e não só, e dos Education Foundation, Cecelia Sousa, por tudo o que têm feito em prol da Fundação.
já cursados e que estejam interessados a ajudar no
futuro da Fundação.

Sara Rodrigues, esposa de Arnold, Adelaide e João Manuel Dias, Arnold Rodrigues, Joe
Resendes e filho Gary,
Vista parcial da Sala do Centro Comunitário de San Pablo, onde se realizou o almoço

Laary Soares , o novo CEO da Luso American Life Insurance Society. Reconhece-se Maria Odom, Manuel e Filomena Bettencourt, Tony e Patricia Costa, sua filha Angela
Manuel Minhoto, CEO cessante, e Frank e Cecelia Souza. Simões e Francisco Alves

“Velha Guarda” da Fundação. Reconhece-se Francisco Cabrita, Américo Pereira, Rod- Jovens partilham a sus experiência na Semana de Campo em UC Santa Barbara. Gary
rigo Alvernaz, Manuel Bem Barroca, Donalda Melo (de costas). Resendes, Steve Resendes, Sara Rodrigues e Antoniete Machado
Tribuna Portuguesa PATROCINADORES 15 de Dezembro de 2008 29

Poderá ver o Contacto em: www.tribunaportuguesa.com

Sextas-feiras às 11:30 pm
Sábados às 11:30 am e 6:30 pm Próximos programas: 20 de Dez e 3 Jan
Quarto
Tércio
… para todos aqueles que durante a temporada taurina encheram as nossas praças,

H
oje vou ti- quer de noite quer de dia, se entusiasmaram pela festa, aplaudiram artistas de valor e
rar a minha aplaudiram os nossos toiros, os nossos cavalos, os nossos forcados e os nossos artistas
boina a to-
dos os Gru- locais. São todos eles que fazem da nossa festa a mais bonita das Festas. A eles se de-
pos de Forcados da vem todo o empenhamento dos nosso ganaderos, das nossas coudelarias, dos nossos
California pelo seu tra- forcados e das nossas organizações que de ano para ano querem sempre fazer mel-
balho árduo durante a
temporada e que agora hor.
pela festa de Natal se
vão reunir e solidificar
cada vez mais as amizades já existentes.

268 Touradas à Corda na


Terceira em 2008
O número de touradas na ilha Terceira, este ano, voltou
a ser maior do que em 2007.
Entre Maio e Outubro, a ilha foi palco de 268 touradas
à corda, um número que tem vindo a crescer nos últi-
mos 12 anos.
Esse aumento, significa novo recorde no número de
touradas, na ilha Terceira.
Desde de 1996, esta tradição tem vindo a crescer na
ilha Terceira, ano em que se realizaram 183 touradas à
corda. Volvidos 12 anos, o número já ultrapassou as
duas centenas e meia, um crescimento constante que
demonstra a pujança desta tradição, mas, em
simultâneo, está a provocar a discussão entre aficiona-
dos e ganadeiros, que começam a concluir que, o facto
de haver muitas touradas, não é sinónomo de quali-
dade.
Por concelhos, o de Angra do Heroísmo foi o que regis-
tou mais touradas à corda, 148, registando o da Praia da
Vitória, 120.
Mas, as touradas à corda não se ficaram pela Terceira e
já são tradição nas ilhas Graciosa e São Jorge e, no
corrente ano, ocorreram também no Pico, São Miguel e
Santa Maria.
Rui Messias / Carlos Tavares Sempre que o Labita se desloca à Terceira gosta de “palhaçadas” cómicas do Labita. Na segunda
dar um ou dois passes a um toiro, nas nossas tão Noite Tauromáquica realizada em Thornton, há
conhecidas Touradas à Corda. Aqui está a prova vários anos, este nosso amigo foi reconhecido por
deste acto em 2008, numa fotografia da Foto aquilo que ofereceu à festa.
Gabriel. Labita dentro da sua simplicidade de
métodos, foi um dos mais importantes elementos Esperemos que as Touradas à Corda na California,
da nossa festa brava, quando no seu principio, a continuem em força, tendo sempre em atenção a
maioria das pessoas enchiam as praças, não para segurança das pessoas e o respeito aos toiros, que
verem artistas de fora, mas sim para apreciarem as são o actor principal das nossa tauromaquia.

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portugueses em geral residentes na
California e na Costa Leste

Um Feliz Natal
e
Próspero Ano Novo
32 15 de Dezembro de 2008 COLABORAÇÃO Tribuna Portuguesa

Minha Língua
Minha Pátria
sas pois a inexperiência levava à do Conselho
abertura de galerias mal mina- apontando a

N
das, susceptíveis de desmorona- improbabili-
os anos da Segunda stancial da exploração do mentos. dade de uma
Guerra Mundial o volfrâmio, localizadas perto do Foi tal a proliferação destes pe- retaliação por
volfrâmio represen- Fundão, na Beira Baixa, estas quenos empreendimentos, quase parte da Ale-
tou um importante minas datam dos fins do século impossíveis de controlar por manha, posto
papel na economia portuguesa. XIX. Para além dos filões de repetidas rusgas da GNR, que já que este país se
O maior extractor da Europa, volframite, dos mais ricos do em Julho de 1942 o Governo encontrava
Portugal contava com a Ale- mundo, encontram-se aí outros começou a indeferir todos os numa desvan-
manha e a Grã-Bretanha como minérios, como os de estanho e requerimentos de instalação de tajosa situação
os seus dois melhores clientes. cobre. Com mais de 12 000 postos para tratamento do mi- militar e que
Dada a sua dureza, idêntica à do quilómetros de túneis abertos nério. portanto deix-
diamante, e o mais alto poder de pela mão do homem, tornaram- O súbito ascenso na escala ara de consti-
fusão de todos os metais, o se as maiores minas subterrâneas económica de numerosos cam- tuir uma
volfrâmio, também conhecido do mundo. poneses pobres, causado pela ameaça para a
como tungsténio (o termo Por outro lado a pesquisa e ex- valorização do minério, chegou a soberania portu-
provém de uma expressão sueca tracção da volframite, com fre- atrair gente de fora, inclu- guesa. nove dias depois. A Espanha,
que significa “pedra dura”), tem quência à margem da lei, por sivamente vinda de empregos A confrontação implicou uma país não beligerante, era também
sido utilizado em produtos tão pequenos agricultores do Norte e burocráticos. Muitos dos novos delicada decisão para o Governo poderosa exportadora do minério
variados como filamentos de Centro do país levou ao aban- ricos afluíam à capital e desper- de Salazar, que de facto receava e dadas as relativamente amisto-
lâmpadas eléctricas, brocas, dono dos seus cultivos, situação tavam atenções quando for- uma possível acção violenta por sas relações entre os governos de
lâminas de “bulldozers” e mate- potencialmente desastrosa, dada mavam grupos em frente dos parte do Governo de Hitler caso Franco e de Hitler, não seria
rial cirúrgico. Foi contudo na a escassez de alimentos então cafés do lado ocidental do Ros- as exportações fossem suspen- difícil imaginar qual teria sido o
indústria de guerra que o seu sentida por todo o território na- sio. Os lisboetas achavam-nos sas. Além disso, com o desen- destino final destas remessas.
emprego se revelou mais cional. risíveis ao observar os seus volvimento da indústria bélica A insistência britânica persistiu
notório. Em liga com o ferro Sem embargo, quinze ou vinte valiosos anéis e correntes de por parte tanto dos Aliados como pela primavera desse ano. Antes
empregou-se largamente na gramas de minério, que podia relógio, ou então as quatro ou do Eixo, os preços do minério inabalavelmente acreditando na
fabricação de projécteis anti- mesmo ser encontrado nos cinco canetas de tinta perma- subiam em flecha e representa- vitória alemã no conflito eu-
tanque, chapas de blindagem e muros de pedra que dividiam as nente assomando do bolso do vam uma valiosa entrada de divi- ropeu, Salazar começava a dar
maquinaria. courelas, rendiam mais do que colete, sabendo que muitos deles sas no país. indícios de uma opinião con-
A extracção e tratamento do um dia de trabalho de enxada na eram analfabetos. Salazar encontrava-se assim trária. Talvez concordando com
minério conhecido como volf- mão. De igual modo se achavam Por esses anos a exportação de entre dois fogos e, com a sua a argumentação de Churchill,
ramite intensificou-se a partir de restos de minério em poços e volfrâmio tornou-se um melin- habitual prudência, tentava en- deve ter concluído que era
meados de 1941, quando a Ale- trincheiras de explorações aban- droso ponto de negociação com contrar uma solução equitativa mínimo o perigo de uma inter-
manha nazista, após a invasão da donadas, assim como no leito de a Grã-Bretanha. Escasso noutros para o problema. Moral e legal- venção germânica.
Rússia, em Junho desse ano, ribeiros secos durante parte do países mas abundante em Portu- mente via-se comprometido com Reuniu-se o Conselho de Minis-
exigia enormes quantidades do ano, onde a erosão havia deposi- gal, este minério havia-se tor- a Grã-Bretanha mas sentia-se tros e acabou por se encontrar
metal para uso na sua indústria tado sedimentos. Nestes chega- nado imprescindível na indústria mais afim ao governo nazista. uma airosa saída, a de proibir, a
de armamento. vam a ganhar o seu dia raparigas de armamento dos países belig- Havia também de considerar que 1 de Junho de 1944, a exporta-
Em Portugal a exploração do munidas de pequenos sachos e erantes. O Governo de Sua Ma- parte das minas em território ção de volfrâmio para todos os
volfrâmio processou-se por estes um alguidar de zinco. jestade, alegando as cláusulas da português eram de propriedade países participantes no conflito.
anos a dois níveis, o das grandes A lavagem, durante o qual o velha aliança anglo-inglesa, in- alemã. E foi assim que um simples de-
empresas e a dos pequenos pes- minério, mais pesado, se sistia energicamente na cessação O Presidente do Conselho re- creto publicado no Diário do
quisadores, trabalhando indi- separava do cascalho. era feita à de fornecimentos aos seus inimi- sistiu enquanto possível por Governo pôs fim a um período
vidualmente ou em parceria. mão, geralmente por mulheres gos. O Primeiro-Ministro vários meios, um deles algo sub- que tanto havia marcado a vida
Quanto ao primeiro, há a desta- recolhendo dos detritos a volf- Britânico, Winston Churchill til. A 3 de Março de 1944 foram portuguesa.
car a gigantesca dimensão das ramite, negra e brilhante. Ex- chegou mesmo, em 24 de Março clandestinamente enviadas a
minas da Panasqueira. plorações artesanais de maior de 1944, a escrever nesse sentido Espanha 44 toneladas de
Provedoras de uma parte sub- vulto podiam revelar-se perigo- uma carta pessoal ao Presidente volfrâmio, seguidas de mais 41
Tribuna Portuguesa PATROCINADORES 15 de Dezembro de 2008 33

Deseja a toda a Comunidade Portu-


guesa e em especial aos aficionados
taurinos BOAS FESTAS e
Um Bom Ano de 2009
Cheio de Felicidade e de
Boas Corridas de Toiros

Deseja a toda a Comunidade Portu-


guesa e em especial aos
aficionados taurinos
Amin
Ashrafzaden, MD
BOAS FESTAS
Cornea & Refrac-
tive Surgery
Catarat Surgery
Um Bom Ano de 2009
Board Certified
Ophthalmologist
Cheio de Prosperidades
e de boa Festa Brava
Direcção de Diniz Borges
Apenas Duas Palavras
Adelaide Batista de Freitas não é um
nome desconhecido dos nossos
leitores. É uma voz importante nas
letras dos Açores. Tem publicado
poesia, ficção narrativa, ensaios e
estudos literários. É uma escritora
consciente dos mundos que compõem
o mundo açoriano, o das ilhas, a meio
do Atlântico Norte, e o das suas
comunidades dispersas pelo
continente norte-americano. Daí que
esta Maré-Cheia traz um texto da
nossa amiga, e distinta colaboradora,
Lélia Pereira Nunes, sobre o novo
livro de estudos literários da Adelaide.
É um texto que evoca o trabalho da
em textos de literaturas: açoriana e norte- Adelaide neste livro e na escrita.
americana. À Adelaide, os meus parabéns por
Que bela forma de se conhecer ou entrar mais esta publicação, por mais este
no livro e com gosto navegar por suas contributo. À Lélia, o meu agrade-
páginas como embarcadiço de uma cimento por mais esta excelente
baleeira da imaginação. colaboração.
”Nas Duas Margens: da Literatura Norte- Resta ainda, em edição de fim de ano,
americana e Açoriana”, um livro que agradecer a todos quantos têm
acabou de sair e que justifica mais que colaborado com esta humilde página
um simples registro, merece que se fale de artes e letras do Tribuna
de seu valor literário e de sua valiosa Portuguesa. É que sem a colabo-
autora, sua habilidade, talento, ração, a amizade e a generosidade de
generosidade intelectual, e contribuição tantos homens e mulheres ligados às
inconteste à literatura portuguesa e da letras, nos Açores e nas comunidades,
diáspora. jamais seria possível esta Maré-Cheia.
Adelaide Freitas, uma escritora de Desejo agradecer a todos quantos a
maturidade reverenciada, espírito aberto, lêem, a todos quantos têm tido a
coerente com seus princípios, generosidade de enviarem os seus
verticalidade no pensar e no agir, deu-nos
Lélia Pereira da Silva Nunes muito da sua pena vibrante e vigorosa:
comentários. Para todos, os meus
votos ardentes e sinceros de um bom
poesia, prosa poética, contos, narrativas Natal e um magnífico Ano Novo. Cá
“Quando penso no mar, o mar ficcionais, ensaios, um importante estudo estaremos com a primeira edição de
regressa sobre a obra de Hermann Melville,”Moby 2009, no dia 15 de Janeiro.
A certa forma que só teve em mim - Dick A Ilha e o Mar – Metáforas do
Quando ele acaba, o coração Carácter do Povo Abraços de amizade e gratidão,
Americano” (Doutoramento,1987) e um
começa.”
romance “Sorriso Por dentro da Noite” diniz
Vitorino Nemésio, que fala da emigração, do olhar de quem
“Correspondência ao ficou para trás, a esperança do amanhã, a
mar”citado.p.258 saudade infinita,o vazio da partida e dos Adelaide Freitas
sonhos...”olha lá para o mar,põe os teus
Na passarela mágica e de imensa beleza olhos a boiar e deixa-os navegar.” metaponto se encontra e se reafirma a
paradisíaca do Vale das Furnas durante o “Nas Duas Margens: da Literatura Norte- rotas de afeto, por caminhos da memória identidade individual e colectiva das
encerramento do II Congresso americana e Açoriana”, um conjunto de numa constante vigília esgueirando o gentes açoriana.”(p.50). Uma escrita
Internacional da Imprensa Não Diária os dezoito textos numa temática onde se olhar nas duas margens: uma à espera, o cidadã a potencializar lições e socializar
participantes foram agradavelmente percebe a sua força na defesa de uma sonho concretizável para além do mar, o conhecimentos.
surpreendidos com a oferta de um livro. literatura açoriana e de uma literatura fascínio, a promessa; a outra a realização Finalmente, quero destacar o texto “Para
Tratava-se da mais recente obra da produzida na outra margem, na América do “Sonho Americano”. Eis a imagística uma sensibilização ao universo feminino”
escritora açoriana Adelaide Freitas: ”Nas do Norte. Mais uma referência açoriana. Aí está o desenho, o bordado do em que a autora narra a história da
Duas Margens:da Literatura Norte- inescapável de sua expressiva obra. relacionamento entre as duas margens, os emergência e do florescimento de um
americana e Açoriana”,minutos antes Ensaios e outros escritos que dois universos tão distantes, tão distintos: discurso e ficção feminino, traçando a
apresentada. Sobre a trajetória de vida e a contextualizam e teorizam a cultura e a o Novo Mundo , “Califórnias perdidas de dialética da luta da mulher por seu direito
obra literária da autora discorreu com literatura nas duas margens desse imenso abundância” e a sociedade fechada das de independência, de voz , de liberdade,
grande propriedade e conhecimento a “rio Atlântico”, abrangendo o período de ilhas. de afirmação no mundo português ( a
Dra.Tereza Martins Marques. A obra, 1989 – 2003, com total domínio do A reflexão e o discurso coerente abraçam ousadia das Novas Cartas
uma compilação de textos e outros conhecimento do que discute e defende, os dois mundos distantes na geografia Portuguesas,1972) e a condição da
escritos sobre a literatura das duas numa narrativa viva, intensa, cheia de espacial e aproximados pela grande mulher açoriana e suas conquistas no
margens atlânticas foi apresentada numa significados e, sobretudo, fortemente corrente humana da emigração tecida tempo e no espaço, o romper amarras e
fala simples carregada de emoção, por testemunhal. Um estilo que cativa o com fios da esperança e fortalecida por assumir desafios. Aqui colocados com
seu marido e companheiro de vivências leitor, comove, convence, transborda no relações histórico-culturais entre Açores e discernimento, lucidez e sabedoria.
absolutas da lágrima ao sorriso, afeto, na gentileza de sua voz, na América. Ao estabelecer “uma poética de leitura
Vamberto Freitas. Uma obra que tem capacidade de olhar o ser humano por No que tange à literatura açoriana, a num contexto internacional sujeito a
muito de si na sua cuidadosa concepção. dentro, na alma – o melhor de si. autora oferece “A Historiografia na várias interpretações polissêmicas e,
Trata-se, sobretudo, de um livro de Adelaide poeta está presente mesmo nos Literatura Açoriana”, mostrando o portanto, questionáveis(...)”,dentro do
excelência gráfica e diagramação textos acadêmicos onde deixa fluir a sua processo dinâmico da mudança histórica espaço temporal considerado, a autora
impecável editado pela empresa Linhas e sensibilidade na análise acurada da e cultural, os questionamentos, o novo atingiu plenamente seu propósito – “um
Círculos - Unipessoal Ltda. com o ensaísta e crítica, às vezes até a exaustão, repensar, a construção de uma nova espaço aberto que,bem ou mal,espera e
patrocínio da Fundação Luso-Americana onde o apuro literário, o frescor, o ritmo e cartografia no âmbito da literatura a partir reclama o diálogo,rasgando caminhos e
para o Desenvolvimento (FLAD) e a linguagem escorreita, apaixonada se de uma visão gerada do espaço insular libertando-os do escuro para o salto da
produzido pela Nova Gráfica Ltda. num revelam em plenitude. Um curioso para o espaço continental numa inversão luz,para o azul do espanto.(p.11)
trabalho de ótima qualidade. A percurso com olhares, imagens ora fortes, do olhar institucional até então vigente e Nas Duas Margens: da Literatura Norte-
expressiva capa traz a assinatura de contestatórias, ora ternas, carregadas de subsistente, contribuindo para esta nova americana e Açoriana – um livro singular
Álamo Oliveira que tangido pela metáforas que intrigam, provocam. arquitetura da escrita açoriana nos seus que cruzou os dois sentidos do Atlântico,
sensibilidade, numa arte de pura criação Admirável resultado! múltiplos registros discursivos. Escolhe traçando pontes de afetos, falando com
poética, revela o quanto de cumplicidade Desde o texto inaugural “Moby Dick e a para objeto de sua análise as obras dos respeito de sua gente açoriana em
existe entre o conceito gráfico da capa e o Recuperação da Memória:Portugal na sua açorianos Martins Garcia, de João de constante mobilidade, embarcados ou
conteúdo do livro: textos, traços, Atlanticidade” (p.15-30) até a última Melo, de Álamo Oliveira, de Daniel de passageiros da mesma baleeira da
caracteres, vozes e olhares. Talvez, o escrita,um texto de corajoso alerta, em Sá e da americana de ascendência luso- imaginação.
mais indicado é dizer da intimidade que “Uma baleia vê os homens:O reacordar açoriana Katherine Vaz. Ao justificar a Adelaide Freitas atravessa o seu tempo
se percebe entre as imagens sobrepostas e da humanidade” (p.245-263) embrenha- sua escolha afirma que são obras em ritmo próprio. Segue seu caminho,
as letras, palavras, escritas que falam do se em trilhas d`alma, numa imersão assentadas “numa poética de ruptura e refaz seus passos conforme as exigências
ser humano, da vida, da paixão, do sofrer, visceral no microcosmo ilhéu na força convergência, de recuperação da de sua vida, de antes e de agora, no tecer
do chorar, do sorrir, de encontros, de que vem da terra, do mar, do grande memória, numa mútua relação de diálogo suave de seu universo.
partidas, do mar e de cenários telúricos cetáceo, na saga dos que partiram, em com o passado e o presente, em cujo
Tribuna Portuguesa NOVOS TALENTOS 15 de Dezembro de 2008 35

Fale-nos um pouco de si. O meu curso de Mestrado foi em Mestrado em Gerência de com o trabalho, e porque dei
espanhol na SJSU porque na Engenharia (Engineering preferência em visitar o país que
Nasci em Moçambique e passei
altura -- em 2003 -- a situação Management) da SCU, tanto me formou--Portugal.
uns anos no Zimbabué num
económica não me permitia concedido em 2001. Todavia, com esta nova
tempo mais sossegado. Porém,
estudar português longe de San Quanto às humanidades, estudei esperança na África lusófona
foram os anos a partir de 1978
José, onde eu trabalhava e ainda na SJSU entre 2003 e 2007, e pretendo voltar à Beira dentro de
em Leiria, Portugal, que
trabalho a tempo completo. obtive o Mestrado de Artes poucos anos. O mais difícil será
completaram a minha agradável
Embora a minha especialização (Master of Arts) em Espanhol recordar os sítios por onde andei
infância. Em 1984, quando tinha
fosse em espanhol, frequentei em Maio de 2007. Este diploma quando apenas tinha 2 anos.
11 anos, vim com os pais e
todas as aulas avançadas de foi, ao fim e ao cabo, aquele que Quando for, será com os meus
irmão para a área de San José,
português na SJSU. Em 2006 mais valeu a pena pela primos de Leiria, que ainda têm
por onde ainda vivemos.
também tive o privilégio de tirar contribução imediata que faço à relações familiares com a Beira.
Dediquei-me ao estudos técnicos
um Curso de Férias avançado em diversa comunidade californiana.
e consegui um título de Como é que vê o futuro da
língua, cultura, história e
engenharia em 1995. A tempo Que conselhos daria aos jovens nosso língua? O que é que se
literatura na respeitada
completo sou gestor técnico de que querem seguir uma deveria fazer para "sustentá-
Universidade de Coimbra.
projectos em San José, mas há carreira de professor la" no futuro?
poucos anos vim a fazer o que Diga-nos o que é que faz e universitário?
apreciou? A nossa língua vai evoluindo aos
sempre quis desde criança: aonde
Os jovens têm de ter uma mente poucos e ver-se-á mais
ensinar línguas. Talvez esta Desde 2002, tenho voltado a
Depois de dez anos como aberta e aceitar que a sociedade influência pelo contacto com as
paixão tivesse vindo do pai Portugal Continental quase todos
engenheiro no campo de é diversa, cultural e socialmente. várias comunidades lusófonas e
português, que sempre falou os verões. Em Junho de 2008,
Internet, trabalho agora como Tento mostrar-lhes a importância com outras línguas importantes.
muitas línguas, ou da mãe estive por Leiria e ao norte do
gestor de projectos a tempo do ensino de línguas e cultura Por este motivo, vejo que o
chinesa, que foi professora em país com o meu pai para "matar
completo em San José. Na porque é o que nos faz mais português será sempre uma
Moçambique. Seja de onde for, as saudades"--para apreciar os
empresa, coordeno vários aptos e creativos, não só no língua muito falada e respeitada
a paixão pelo ensino e promoção sítios por onde passei e estar na
projectos técnicos e recursos que trabalho mas também na a nível global. Além disso,
do português e espanhol é o que boa companhia de família e
se dedicam ao serviço de apoio sociedade. Também lhes acon- agora surgem vários autores
mais aprecio na minha carreira. amigos. Quando visito Portugal,
ao cliente. Sempre vou apren- selho que sejam persistentes nos lusófonos de África que farão
aprecio também a boa comida e
Porque é que escolheu ser dendo mais na área 'high-tech', estudos, posto que a apren- destacar ainda mais a nossa
a bonita paisagem litoral. Além
Professor? mas a minha verdadeira paixão dizagem requer muita dedicação. língua no mundo.
de Leiria, os lugares de que mais
encontra-se no que faço 'part- Outro ponto importante é saber Todavia, no caso do português
Sempre quis ser professor desde gosto são Coimbra, Marinha
time'. que a recompensa de poder na Califórnia vejo que há muito
que andava na escola primária Grande, Figueira da Foz e o
Este semestre, ensino Espanhol I ensinar e inspirar as gerações por fazer. Poucos luso-descen-
em Leiria. Também gostava de Porto. Também gostaria um dia
'part-time' na SCU, um instituto futuras é mais valiosa que dentes mantêm a sua língua em
línguas, pois eu já falava de visitar novos lugares, como a
privado de grande renome em quaisquer incentivos monetários. casa, e os que querem aprender
português, inglês e um pouco de costa do Alentejo, assim como
Santa Clara. Também, devido à não têm fácil acesso a lições de
chinês e francês. Creio que estes Qual a vossa relação com a os Açores e a Madeira.
minha experiência técnica, português. Acho que se deve
interesses provêem da influência comunidade portuguesa?
ensino Espanhol 4A e 4B Já visitou a sua terra natal, promover a nossa língua na
positiva dos pais, do meu pai que
'online', dois cursos que Da minha infância em Portugal Moçambique, desde que de lá Califórnia através da influência
me ensinou língua e história, e
administro a través da Internet aprendi o valor e a importância saiu? O que é que acha do política, de melhor acesso a
da minha mãe que me ensinou a
da SJSU. Além de ensinar, da nossa cultura. Embora nos novo Moçambique? aulas de português e de pro-
ser bom aluno e atento instrutor.
gosto também de contribuir para anos 90 ocupava-me mais com a moções de eventos lingüísticos e
Foi desta paixão que decidi Acho que Moçambique tem
a comunidade lusófona, onde carreira e os estudos técnicos, culturais. Assim como as orga-
entrar noutra carreira enquanto sofrido muito, tendo ido da
participo em conferências de para o ano 2000 comecei a nizações culturais promovem a
ainda mantinha o trabalho como direita salazarista à esquerda
ensino de línguas, ajudo no establecer amizades com os música, os bailes e os costumes
engenheiro informático. soviética, deixando-lhe os
ensino de português em privado portugueses da área da baía de portugueses, também se deve dar
Completei o meu curso de escombros da guerra civil e a
e na Universidade de San José. San Francisco, assim como da ênfase ao ensino da língua em
Mestrado em Espanhol em fome após a independência em
Além disto, duas vezes por mês, área de Sacramento e do Vale casa, na escola e na comunidade.
quatro anos, e para 2007 já 1975. Só nos anos 90 com a
junto-me num café com um Central. Participo em conferên- Como outros professores e
estava a ensinar espanhol e a dar democracia é que Moçambique
grupo de 'luso-entusiastas', onde cias e eventos organizados para a entusiastas do português, quero
explicações de português. Acho se pôde estabelecer como um
praticamos o português e promoção da cultura ou língua. fazer parte deste esforço
que a melhor realização que se país livre e independente. Penso
discutimos a integridade da No festival do Dia De Portugal didáctico. A final, através da
obtem do ensino é poder que este país, embora pobre,
nossa cultura. em San José em Junho, ajudo a língua, poder-se-á abrir ainda
partilhar a sabedoria e visão do merece ter a tranquilidade e paz
promover o ensino da língua e mais portas à bela cultura que é a
mundo multi-cultural. Como Onde estudou? de que agora desfruta. Com a
sou voluntário no que puder. portuguesa.
cresci em Portugal e como o nova amizade que Portugal faz
O meu primeiro curso foi em Hoje em dia mantenho-me em
espanhol é muito usado, dedico- com Moçambique e outros
Engenharia Electrónica contacto com portugueses de
me às línguas principais da países africanos lusófonos, vejo
(Electrical Engineering) na vários institutos e organizações
Ibéria e da Ibero-América -- um melhor futuro para o povo
SJSU, em San José, onde que apoiam a cultura lusa.
português e espanhol. multi-cultural moçambicano.
completei o bacharel de ciências
Qual foi a última vez que Nunca voltei a Moçambique
(Bachelor of Science) em 1995.
Em que é que se especializou? visitou Portugal Continental desde que saímos em 1975
Também possuo um título de
Porquê? ou os Açores e o que mais porque tinha estado ocupado
15 de Fevereiro de 2001
Tribune DESPORTO
ACTUALIDADE 1 de 15
Março
de Abril
de 2001
de 2001

BENFICA 2008-2009

foto cortesia da LUSA

Esta fotografia é uma homenagem a todos os benfiquistas da California, que já há mais de três anos não viam a sua grande equipa em primeiro lugar no Campeonato da Liga.
Em pé: Quim, Angel de Maria, Nuno Gomes, Sidney, Luisão, Cardozo, Katsouranis. Ajoelhados: Reys, Maxi Pereira, Jorge Ribeiro, Ruben Amorim.
Tribuna Portuguesa COMUNIDADE 15 de Dezembro de 2008 37

Ouça a Voz da Comunidade na


KNRY 1240 AM em Monterey
Domingos das 3 às 5 horas
Voz da Comunidade é transmitido a partir do novo
estúdio no Salão da I.S.T.W. em Watsonville.
Produzido e apresentado por um grupo de volun-
tários para serviço da comunidade Portuguesa da
Baía de Monterey e cidades circunvizinhas. Tam-
bém nos podem sintonizar através da Internet,
ligando para www.knry.com. Para qualquer anún-
cio de interesse comunitário, por favor entrem em contacto connosco,
escrevendo para PO Box 337 Watsonville, CA 95077 ou ligando para
831 722 7375 ou Fax 831 728 2732 ou ainda por email vozdacomuni-
dade@yahoo.com - todo este serviço será completamente grátis.

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Abrange toda a América, Canadá e México,
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Divirta-se, mesmo em tempo para o Natal.
Dê-me metade do seu valor e é sua.

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38 15 de Dezembro de 2008 COLABORAÇÃO Tribuna Portuguesa

Lagoas da Silva

N
aquele tempo era Inverno. que eu vim a saber que quem me punha o
O mês de Dezembro corria pacote de bolachas e mais tarde os vinte e
frio, muito frio. cinco tostões no sapatinho, era um
Nâo chovia, mas a geada acu- homem que vestia de vermelho, com
mulava-se nas valetas, razão do arrefeci- grandes e farfalhudas barbas, a quem
mento do orvalho. chamavam Pai Natal.
A meio da tarde daquele dia 24 eu pedi ao Nesse instante eu deixei que duas lágri-
meu avô que me levasse à praia, para que mas me rolassem pelo rosto, porque senti
eu pudesse ver o mar, porque naquele dia saudades do meu caminhar para a praia na
eu tinha saudades do mar. charrete do meu avô, daquele cavalo cas-
Ele fazia-me normalmente todas as von- tanho, enorme, do Pai Natal da minha
tades, mas naquele dia ele disse-me que aldeia, aquele que me dava o pacote de
não me podia levar à praia, porque era bolachas e os vinte e cinco tostões e da
Inverno, estava frio e sobretudo porque minha mãe, que sempre fora a melhor
estávamos na véspera do dia do nasci- mãe do mundo.
mento de Jesus. E triste fui eu continuando todos os Na-
No Verão, todos os fins-de-semana, o tais, por, Santo Deus, nunca ter tido um
meu avô levava-me a ver o mar, na Praia brinquedo, a não ser aquele cavalo alado,
de Mira. feito de madeira, que a minha mãe me
Viajávamos numa charrete puxada por comprou um certo dia numa das festas da
um cavalo castanho, enorme, meigo como galo. No ano seguinte, porque as bolachas de Padroeira.
um cachorro, possante como um touro. A Pela manhã, já era dia de Natal, e eu, mal baunilha não me largassem o pensar, eu E mesmo agora, pelo Natal, apesar
charrete era pintada de um verde-escuro, acordei, comi um naco de pão, bebi café pedi ao meu avô que me deixasse passar a daquele montão de alegria que eu cos-
as ferragens eram douradas e os raios com leite e corri para casa dos meus pais, Noite de Natal na casa de meus pais, tumo ver nos olhos dos meus netos, talvez
pintados de preto, um meio de transporte que moravam por ali, porque tinha sau- junto da minha mãe e dos meus irmãos. a principal razão do meu viver, eu fico
fino para a época. dades da minha mãe. Ele resmungou, mas acedeu e a partir triste, sobretudo porque o meu Pai Natal,
Mas naquela tarde, tudo porque Jesus Aos meus irmãos, que na véspera tinham daquele ano, todos os anos, alguém me que eu nunca conheci, aquele que me
estava prestes a nascer e por ser Inverno, colocado o sapatinho no borralho, por punha no sapatinho um pacote de bola- dava as bolachas e os vinte e cinco
ele não me quis levar à praia, naquela debaixo da chaminé, alguém lhe terá chas baunilha, que com o correr do tempo tostões, ainda nâo me trouxe aquilo que
charrete, puxada por aquele maravilhoso posto no sapato um pacote de bolachas de passou a vir acompanhado com uma eu sempre mais desejei…
cavalo. baunilha. moedinha de vinte e cinco tostões e da
Ao cair da noite, na minha meia dúzia de Ao acordarem, eles entraram em delírio, autorização para passar a hora da missa
anos, eu já cambaleava, enquanto o meu porque o Menino Jesus se lembrara deles, do galo, no meio do largo, a aquecer-me à portmundo@iol.pt
avô me contava histórias, porque sendo mas de mim, apesar do meu comporta- fogueira do Natal.
ele um bom católico me queria acordado mento, nem Ele nem ninguém se lem- E foi já crescido e bem longe da minha
à meia-noite, para ir com ele á missa do brara. mãe, da minha casa e da minha aldeia,
Tribuna Portuguesa PATROCINADORES 15 de Dezembro de 2008 39

Consul Honorário de Portugal


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Deseja a toda a Comunidade Por-
tuguesa um Natal muito Feliz e um
Ano de 2009 cheio de Saúde e
Prosperidade
P.O. Box 1344 Tulare, CA 93275-1344
559-688-7511
40 15 de Dezembro de 2008 COLABORAÇÃO Tribuna Portuguesa

Ao Cabo e Lufada de
ao Resto Ar Fresco

no mínimo irónico cado e padronizado, julgo que nossa melhor doçaria conven- Tempo de Agradecer

É que alguém como eu,


que nem um ovo sabe
estrelar, venha para
aqui escrever sobre culinária.
Fá-lo-ei não como cozinheiro
é no peixe que, nosAçores,
podemos marcar uma difer-
ença qualitativa.
Na carne soubemos ser,
simultaneamente, reprodu-
tual. Essas freiras, oriundas
muitas delas da nobreza, tro-
cavam entre si as receitas
trazidas das casas paternas e
requintavam-nas. Para além
Há poucos dias, celebrou-se o
Thanksgiving, um dos maiores
feriados nacionais dos Estados
Unidos. “Thanksgiving Day” tra-
A verdade é que as pessoas hoje
em dia cada vez agradecem menos
e reclamam mais e o exemplo
mais notório é o dos jovens. Os
que gostava de ser, mas sim tivos, produtivos e criativos. da doçaria e confeitaria, duzido para Português corres- jovens, e particularmente os jo-
na minha modesta qualidade Por exemplo, a alcatra da ilha rezam as crónicas que faziam ponde ao “Dia de Acção de vens portugueses da minha
de estudioso de coisas no Terceira é um sucedâneo da também deliciosos licores. Graças”. Trata-se de uma tradição geração, têm muito para agra-
âmbito da antropologia cul- chanfana beirã, só que no Não fora a clausura conven- Americana, mas que é posta em decer, especialmente às gerações
tural. Norte de Portugal é feita com tual e hoje não teríamos, por prática por quase todos grupos anteriores. O problema é que por
Associamos a culinária a cabrito e, nos Açores, com exemplo, o alfenim (que étnicos presentes nos Estados vezes nos esquecemos de agra-
cheiros, temperos, paladares e carne de vaca. ainda se vai fazendo nalgu- Unidos, e nós Portugueses não decer àqueles que há vários anos
sabores, esquecendo, por Temos uma culinária tipica- mas ilhas) nem teríamos o fugimos à regra. É um feriado que tiveram a coragem de emigrar
vezes isto: é que a culinária é mente e especificamente apetitoso “Pudim de Feijão gere um movimento fora do para um país desconhecido à
uma forma de cultura, faz açoriana. Mas temos mais do dos Frades do Convento da comum: o país pára, os super- procura de uma vida melhor para
parte da nossa tradição e do que isso: temos uma maneira Horta”, que a minha amiga mercados enchem-se de pessoas (e suas famílias; àqueles que pas-
nosso património cultural. de cozinhar, uma maneira de Isaura Rodrigues faz de comida), e as auto-estradas ficam saram a vida a fazer sacrifícios
Pessoalmente acho que é re- temperar. Temos esse forma primorosa. congestionados com pessoas que para que as suas famílias de hoje
lativamente fácil traduzir um segredo que não vem nos Longe vão os tempos em que vão visitar as suas famílias. É uma não conhecessem o verdadeiro
bom poema de Becket, mas é livros e que são os sabores e o chicharro salgado era o altura em que vários familiares significado da palavra “sacrifício”.
extraordinariamente dificil os saberes da mão que tem- conduto principal dos pobres. espalhados pelo país se juntam, Agradecer é o mínimo que po-
fazer uma boa caçoila, uma pera. Esses eram os tempos em que fazendo com que as páginas do demos fazer.
boa molha de carne, uma boa Vivendo em ilhas soubemos se comia para viver. Hoje livro, outrora rasgadas, se tornem Creio que alguns jovens
caldeirada, ou uma boa alcatra. também assimilar o con- vive-se para comer. Até a colar momentaneamente. precisavam de ouvir e prestar
A culinária, enquanto herança tributo estrangeiro e disso porque com a abertura de Cada família tem a sua forma de atenção às histórias que os seus
cultural, chega até nós na tirar proveito. Por exemplo, o grandes superfícies nestas celebrar este dia. A generalidade pais, tios, e sobretudo avós lhes
segunda metade do século bolo inglês que se faz nas ilhas, os nossos hábitos ali- das famílias juntam-se à volta de têm para contar sobre a vida de
XV, com o intenso tráfego ilhas do mentares têm vindo a mudar. uma mesa repleta de pratos tra- antigamente, pois muitos não
maritimo que traz a estas Faial e do Pico resulta da E nem sempre para melhor. dicionais próprios da respectiva fazem ideia. O Thanksgiving, as-
ilhas as armadas vindas do presença dos estrangeiros dos Estamos a comer mais em cultura, assim como o tão famoso sim como o Natal, são alturas do
Continente português e as cabos telegráficos submari- quantidade, mas não em peru. O facto de haver comida ano ideais para contar essas his-
naus regressadas das Indias nos por estas paragens. Fo- qualidade, avisam-nos os servida, não faz com que se trate tórias e recordar passadas memó-
que nos trazem, entre outras ram eles quei ntroduziram, medicos. Estamos a abusar do apenas de uma simples refeição, rias. Durante os meus 21 anos de
riquezas, as especiarias tão do entre nós, coisas que por aqui sal e das gorduras e a descu- mas sim de um momento carre- vida, esta era geralmente a altura
agrado dos orientais: a pi- não tínhamos: as frutas rar as fibras, alertam-nos os gado de grande simbolismo. É do ano em que os meus familiares,
menta, a canela, os cominhos, cristalizadas, as passas, as nutricionistas. Por causa da uma altura em que se agradece por e especialmente os meus avós,
o gengibre, a noz-moscada, o nozes, os figos passados, etc. má alimentação, do stress, do tudo de bom que tem acontecido aproveitavam para me contar
pau de cravo, o acafrão, o Mais tarde chegam-nos álcool e dos vícios dos tem- nas nossas vidas. Mas será que histórias do seu passado, desde os
colorau etc. outros produtos vindos das pos modemos, os nossos fil- mostrar gratidão num só dia do tempos de Salazar até à emigração
O que é curioso é que algu- Amémicas (produtos que aqui hos podem viver menos ano chega? para os Estados Unidos. As
mas dessas especiarias (o não tinhamos, como por ex- tempo do que nós, ameaçam Quando nos sentamos na mesa historias geralmente tinham uma
acafrão, por exernplo) emplo, farinhas lácteas) e que alguns cientistas. para a ceia do Thanksgiving, é moral, mas quando era mais novo
chegam primeiro aos Açores fomos incluindo na nossa E como só isto não bastasse, hábito agradecer a Deus pela nem sempre me apercebia disso.
antes de atingirem Lisboa, a culinária. paira sobre nós aquele ditado refeição assim como pela saúde Hoje essas histórias ajudam-me a
capital do reino. Os nossos hábitos gas- anglo-saxonico que diz que dos presentes, mas será que não ter uma ideia das dificuldades
Segundo dá conta Gaspar tronómicos resultam, pois, “tudo o que é bom na vida ou nos estamos a esquecer de al- vividas no passado e creio que
Fructuoso, nas Saudades da daquilo que herdámos e do é imoral, ou é ilegal ou en- guém? Eu creio que na lista de muitos jovens precisavam de ouvir
Terra, a base de alimentação que fomos assimilando. gorda”… agradecimentos deviam constar o mesmo para saberem dar o valor
dos nossos primeiros po- O fechamento destas ilhas Convirá não esquecer que, uma infinita quantidade de pes- àquilo que têm.
voadores partia do trigo (o nem sempre nos foi fa- sendo um acto cultural, soas: desde o cozinheiro ou cozin- Gostaria de desejar a todos um
milho só foi introduzido mais vorável. Mas há um factor cozinhar é uma forrna supe- heira que preparou a refeição, ao feliz Natal e um próspero Ano
tarde), da batata, do leite, da que foi determinante em ter- rior de arte. Saber comer tam- agricultor que cultivou as Novo e que aproveitem esta altura
carne e do peixe. mos de doçaria e bebidas. bém o é. hortaliças, ou as pessoas que do ano para conviverem com as
É certo que a matriz da nossa Refiro-me a clausura conven- Bom apetite, haja saúde e um contribuíram com algumas das vossas famílias e não se esqueçam
cozinha é bem portuguesa, tual. Foram os frades francis- abraço de mar para todos! suas economias para que a refei- de agradecer, mesmo que seja por
mas a forte influêcia local canos, carmelitas e, mais ção se tornasse possível, entre pouco, pois esse “pouco” não caiu
determinou algumas particu- tarde, os jesuítas que nos tantos outros. do céu.
laridades. Sobretudo a nivel deixaram os segredos de
In O Dever
dos pratos de peixe. Em como produzir os bons vin-
tempo de “fast food” e num hos e as boas aguardentes. Career Opportunities
mundo globalizado, massifi- E ficamos a dever às freiras a
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Presidente António e Maria Mendes


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Modesto
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“Matança do Porco”
Hosted by: Natalie Batista, U.P.E.C. Supreme President
When: January 9, 10, 11, 2009
Where: 10044 Van Horn Road, Bakersfield, CA 93313
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ENGLISH SECTION 15 de Maio de 2001

December 15th, 2008

Ideiafix
miguelvalleavila@tribunaportuguesa.com

UPEC Museum

A worldwide youth meeting took place in Ponta posed: 1) “Projecto Mostra Açores” will promote
Delgada in the Azores between August 2 and 5, the Azores with an internet portal containing vid-
2008. The result from this Azorean and Azorean eos, PowerPoint presentations, articles, etc.; 2)
descendent youth meeting was the Declaration of “Bolsa de Famílias de Acolhimento” will coordi-
Ponta Delgada to bring together the Azores with nate short-term (1-3 week) interchange with a host
the Azorean communities throughout the world. family where the youth will volunteer at a local
An informal team was created to
identify common needs in loco.
A few weeks ago, someone was proposing that people should not
The common needs were identified
display their Christmas ornaments and lights out of respect for as 1) increase communication and
those suffering from the downturn in the economy. interaction between the communi-
I beg to disagree. Now, more than ever, we need to be thankful for ties and associations in the Azorean
what we have — how much or how little —, for our families, for communities and in the Azores to
our friends, for our health, and for everything that the little baby promote the region as a modern,
boy who was born on December 25 over two millennia ago gave innovative space with a future; 2)
us. And for that, I’m thankful. the creation of an incentive program
It is now better than ever to spend time with our families, with our for the interchange of youth be-
friends, and make new friends with whom we can share this joy- tween the communities and the
ous celebration. Let’s take a short stroll around our blocks and say Azores; 3) the creation of an incen-
hello and wish Merry Christmas to our neighbors, admire the tive program for education in the
Christmas displays, smell the smoke from the fireplaces and the Azorean communities; and 4) the
cookies coming out of the ovens, hold hands with our loved ones, support for the Azorean communi-
and be more thankful than ever for ties. At UPEC
what we have. The work team met in California
And if someone in our families and hosted by Nelson Ponta-Garça and was composed community organization; and 3) “Bolsa de Horas”
neighborhood celebrates Hanukah, of the following representatives: Paulo Cabral from will work similar to a time bank where local pro-
Kwanza, or any other holiday this the Associação Norte Crescente of São Miguel, fessionals will post their availability for commu-
Paulo Teves from the Direcção Regional das nity volunteer hours on a database to be accessed
time of the year, let’s wish them well
Comunidades, Nuno Bettencourt from Casa dos by local community organizations.
as we are all brothers and sisters. Açores do Norte in Porto, Lucília Santos from The Portuguese Tribune will always support such
As the Portuguese Christmas song Carrefour Lusophone in Montreal, Canada, Terry creative initiatives. Congratulations to our colum-
goes, “É Natal! É Natal! Deus à terra Costa from Jovens de Vancouver of British nist Nelson Ponta-Garça for his leadership with
vem!” (It’s Christmas! It’s Christmas! Columbia, Canada, Rogério Sousa from the Asso- this team of young professionals.
God comes to earth!), may you and ciação Burra de Milho
yours have a Holy Christmas and may of Terceira, and Martin
the New Year bring happiness, health, Medeiros, a member of
and peace. the Portuguese Com-
munities Council, from
Toronto, Canada.
Feliz Natal! Próspero Ano Novo! At the close of the
three-day meeting in
Northern California, the
“New Generation”
group presented their
conclusions at Casa do
Benfica in San José on
December 7, 2008.
Aggressive, yet reach- From left to right: Paulo Cabral, Nelson Ponta-Garça, Paulo Teves, Nuno Betten-
able goals were pro- court, Lucília Santos, and Terry Costa; not shown: Rogério Sousa, Martin Medeiros

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Christmas in the Park in downtown San José, CA [MVA photos]
44 Dec 15th, 2008 ENGLISH SECTION Portuguese Tribune

Pela Primeira Vez


Nesta Praça
Jim Verner
The Portuguese Government is considering the inclusion jim-verner@earthlink.net
of elementary students of Portuguese abroad in their lap-
tops-for-kids program called Magalhães (see http://
www.portatilmagalhaes.com). In 1983, dairy farmer Manuel Costa Sr. had no plans
The Coordinator of Portuguese Programs in California, to become a breeder of fighting cattle. He simply
Ana Cristina Sousa, is collecting the names of all elemen- wanted to have some “toiros bravos” for parties and
tary-level students enrolled in Portuguese schools and family celebrations, so he bought a bull from Manuel
programs. Correia, one of the leading bull breeders at that time,
Anyone interested is asked to submit their names, to breed with his Holstein milk cows. The bull, from
teacher’s name, class, grade level, and contact informa- the Mexican ganaderia “La Punta,” was known as
tion (email and phone number) as soon as possible to: “Number 22.” It had earned a reputation for bravery
Ana Cristina Sousa when it was fought in a corrida and later used for
Coordenadora do Ensino Português Califórnia - EUA several “toiros à corda” events. “Number 22” obvi-
ously had some good genes, producing offspring
Coordinator of Portuguese Programs
from this cross that were brave. Most of calves not
California State University,
only looked like fighting cattle, they actually
Stanislaus charged and added fun and excitement to the Costa
One University Circle, get-togethers.
Dept. of Teacher Education But then the bull-breeding bug bit Manuel Costa and
Turlock, CA 95382, USA his son, Manuel Jr. They began selecting the best
Email acsousa@csustan.edu heifers, hoping to build a
Cell +1 209 202-0980 herd worthy of a corrida de
toiros. By the early 1990s,
bulls from Manuel Costa e
Filhos had been fought in
Gustine, Artesia, and other
praças, but the Costas learned
that there was a big differ-
ence between animals that
would charge enough for
family parties and animals
Susana Goulart Costa, an assistant professor of history at worthy of a corrida de toiros.
the University of the Azores, has just published a bilin- While the occasional animal
gual history of the Azores — Azores: Nine Islands, One showed good style, the ma-
History. jority were poor chargers –
Susana Costa is a native of those Holstein genes domi-
Angra do Heroismo, Ter- nating the fighting bulls’
ceira Island and a graduate DNA.
of the Faculdade de Letras So father and son decided to
da Universidade de Lisboa start over with better stock.
with a Master’s equivalent In the mid-1990s, the Costas
from the Universidade dos bought California bred cows
Açores. only after further successes that the ranch overcame the
Translated by Rosa Neves poor reputation from earlier years. Success in fighting
Simas and coordinated by bulls never comes easy, so the father and son kept me-
Deolinda Maria Adão, the ticulous records of the breeding and the results of heif-
ers and bulls. They also took good care of the animals.
Executive Director of the
Some of the cows bought from Manuel Correia are still
Portuguese Studies Program
producing beautiful and brave calves. One of these
at University of California, original cows, named “Maria do Natal” is still sleek and
Berkeley, Azores: Nine Is- healthy, with only the long, curled horns that come with
lands, One History was published in November 2008 by age suggesting she is 19 years old.
the University of California’s Institute of Governmental Today, the Manuel Costa bulls are recognized as some
Studies Press and is sponsored by UC Berkeley's Portu- of the best bred in California. The herd of cows shows
guese Studies Program, the Azorean government and the the stringent criteria Manuel applies to his selection.
Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento And the bulls waiting to be sent to corridas are impres-
(FLAD). from Manuel Correia. They also purchased a Mexican sive animals that would make any ganadero proud. In
To order your copy ($20 plus $5 shipping and handling), seed bull, from the famous ranch of La Punta. A few of addition to being fought in California, Manuel Costa
contact: the very best of the Costa crossbred cows were selected bulls are sold to bullfights held in others parts of the
Deolinda Adão, Executive Director to join the new herd. And now, the ganadaria Manuel United States. In fact, some bulls have even been ex-
Portuguese Studies Program Costa e Filhos was off on a new start. ported to Mexico – a fact that shows this ganadaria
Institute of European Studies This time the results were different. The first bulls founded by Manuel Costa Sr., and carried on by his son
207 Moses Hall from this new herd went to Madera, where their bravery has achieved the objective of producing world-class
Berkeley, California 94720-2316 impressed toureiros and aficionados alike. But it was fighting bulls.

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Tel/Fax: 408-272-5782 Pager: 408-507-5832
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clientes e Comunidade
Portuguesa um
Natal muito Feliz
e um
Próspero Ano Novo
46 Dec 15tht, 2008 ENGLISH SECTION Portuguese Tribune

California
Chronicles

N
ostalgically, with Those artistic representations
each passing Christ- contributed to the perpetuity of
mas, I regress to my the Nativity Scene, introducing
native Azores Is- figures and fashions, attitudes
lands, where I first saw and ad- and costumes, scenery and
mired the beautiful display of flower arrangements, all preva-
my family’s Presépio, the tradi- lent in the 18th century.
tional Nativity Scene. It was The Presépio’s original simplic-
then that I also learned the ten- ity and meditative mood may
der story of the Infant Jesus, have changed in modern times.
resting in a manger, flanked by However, of the authentic Presé-
Mary and Joseph. pio of Bethlehem, centered on
Undoubtedly, the Presépio is the Infant Jesus in a manger of
one of the world’s most fascinat- hay, with Mary kneeling at his
ing narratives. First, we must go side, Joseph contemplating the
to Bethlehem, to the night when divine scene, the animals laying
Jesus was born, thus fulfilling nearby, the shepherds raptured in
the ancient prophecies of a Sav- adoration, the angels hovering
ior’s birth. on the site, and a star shining
On the night of that first Christ- above the presépio, cannot be
mas, a star signaled Jesus arrival ignored.
to shepberds on nearby hills. It As I ready myself to celebrate
was a star which also guided the Christmas once again, I look
Magi to reach the location of the nostalgically for a serene return
Holy Family. to the primitive format of the
Bethlehem was the site of the original Nativity Scene, the
original Presépio, the first ever first Christmas, they were asso- cis of Assisi (1181-1226) reen- originated from the “franciscan Presépio I learned to love and
in the entire world. From that ciated with Jesus as a mature acted the marvelous scene of the interpretation.” appreciate during my childhood
unique Presépio radiated the fellowman. Filled with divine evangelical story. Mass was In the 18th century, there were in the Azores Islands.
light, warmth and grace which inspiration, the Evangelists celebrated next to a grotto, adja- numerous little Nativity Scenes
later encircled all the other wrote the Gospels. Their ac- cent to a replica of the presépio. made by nuns and sculptors,
prespios. counts of Jesus nativity were Other phases of the presépio certainly influenced by the origi-
The second phase of the presé- depicted in early paintings narrative were later perpetuated nal idea of St. Francis. It was
pio narrative was described by throughout th Catacombs. on the frescoes of medieval their way of lending more mean-
the Evangelists. Although they The third phase of the presépio painters and artists, as well as in ing to their artwork and adding
were not eyewitnesses of the had its realization when St. Fran- artifacts, with strong imprints contemporary color and tradition.

For the whaling lovers, this is our


Christmas Card for all of you….

Rádio Clube
Português
Director: João Vidal Cardadeiro
Produtor: José C. Rosa
Aos Sábados das 2:05 às 5 da tarde
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Monterey, CA
Telefones: 408-259-2988 San José
Tribuna Portuguesa COMMUNITY 15 de Dezembro de 2008 47

About Santa Clara Sporting


The Santa Clara Sporting Soccer Club is a
high-level competitive club in Santa Clara,
California, and affiliated with the Santa Clara
Youth Soccer League. Santa Clara Sporting is
one of the oldest and most successful competi-
tive youth soccer organizations in the United
States. With over 450 players on 28 teams from
under-10 to under-18, Santa Clara Sporting
continues to have a major impact on the local,
district, regional and national soccer scenes.
Our club was founded in 1971, by a group of
Portuguese soccer supporters who wanted to
establish a team to compete in the Peninsula
Soccer League. Our Class 1 and Class 3 teams
compete year-round in the CYSA and NorCal
Premier Soccer League.
Santa Clara Sporting Club is Ranked #3 in
Northern California, and Ranked #10 Nation-
wide by GotSoccer.com. Our annual Sporting
Tournament is Ranked #1 in Northern Califor-
nia by GotSoccer.com

Recent Accomplishments
Meeting and trophy room. The total social area of Sporting has 12.5K square feet (Bingo room has 9K square feet)
* Sporting Tournament Ranked #1 in North-
ern California by GotSoccer.com * 1 - Far-West Region IV SemiFinalist
* Santa Clara Sporting Club Ranked #3 in * 1 - 2006-07 CYSA District 2 Cup Cham-
Northern California and #10 Nationwide by pion
GotSoccer.com * 7 - 2006-07 CYSA District League Cham-
* 5 - 2007 CYSA District 2 Abronzino pions
League Champions * 4 - 2005 US Club Soccer Regional Cham-
* 2 - 2007 Cal-North State Cup Champions pions
* 2 - 2007 Cal-North State Cup Finalists * 1 - 2006 NorCal Cup Champion
* 36 CYSA ODP Athletes: 6 Cal-North State
ODP & 30 Cal-North District ODP Source - Santa Clara Sporting webpage
www.santaclarasporting.com

Sporting Club of Portugal jersey signed by all players


Merchandise on sale
46 Dec 15tht, 2008 SANTA CLARA SPORTING Portuguese Tribune

President - Sebastião Gonçalves (right in the picture); Vice-President José Agnelo Oliveira (left); Secretary - Shirley
Gonçalves; Treasurer - Fátima Fagundes; Bingo’s Section - Abel Azevedo, Marco Tulio Almeida; Accounting - Linda
Avila; Sports Section- Luís Azevedo, Teresa Azevedo, Carlos Brasil; Public Relations - Jorge Oliveira; Website Com-
Gift from the City of Angra do Heroismo to celebrate the 450th munications - Kevin Azevedo, James Pedreiro, Maria Miguel
Aniversary of its incorporation in 1534.

Sporting ‘92 Boys Win US Club Soccer National Cup

Sporting ‘96 Green (U11) -2008 State Cup Champions

Sporting ‘93 Girls Win US Club Regional Championship in Modesto

Sporting ‘91 (US16) Green - 2007-2008 Cal-North State Cup Champions

Sporting ‘92 (U15) - 2008 Cal-North State Cup Champions Sporting’95 Boys Win 2008 Santa Clara Sporting Invitational Tournament

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