QUINZENÁRIO INDEPENDENTE AO SERVIÇO DAS COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA

2 a Quinzena de Fevereiro de 2009

Ano XXIX - No. 1057 Modesto, California
$1.50 / $40.00 Anual

POLITICA

Vereador em Los Banos Nova Igreja

inaugurada em Modesto
Chama-se José
Henrique Sousa,
nasceu no Corpo
Santo, Angra do
Heroísmo e veio
muito novo para a
California. Estu-
dou na San Jose
State University,
trabalhou no Depar-
tamento de Parques de Los Banos. Depois de
se reformar concorreu a vereador da mesma
cidade e ganhou. Um exemplo a seguir.

EDUCAÇÃO

Oferta de Bolsas de Estudo

Cabrillo Civic Clubs of California estão a
aceitar aplicações para Bolsas de Estudo de
Estudantes do Liceu que sejam: descendent-
es de Portugueses, cidadãos Americanos ou
com residência permanente e com 3.50 GPA
ou mais alto.
As aplicações podem ser levantadas no Tu-
lare County High School ou através da web-
page www.cabrillocivicclubs.org
Para mais informações devem contactar
Mary Tamariz 559-686-5140
POLITICA Pág. 2
Já são dois na Casa Branca
A nova Igreja de St. Stanislaus
tem estilo Italiano, o terreno foi oferecido pela familia
Gallo e milhares de pessoas contribuíram para a sua
construção. É o novo orgulho desta cidade de 204 mil
pessoas, situada no centro da California e no Vale de San
Joaquin. Custou $16 milhões de dólares, com uma área
de 26,250 pés quadrados. Tem lugar para 1,300 pessoas.
A inauguracão foi presidida pelo Bispo de Stockton, Ste-
phen Blaire. Levou dez anos a planear e dois anos em
construção.
fotos de jose avila

SATA
foto de Leandro Rocha
Já são dois os luso-descen-
dentes que estão a traba-
lhar na Casa Branca. Pete

Internacional
Souza (na foto) como fotó-
grafo oficial do Presidente
Obama. Publicou um li-
vro em 2008 com o título
“The Rise of Barack Oba-
ma”. Pete é um freelance
fotojornalista e professor
assistente da Universidade de Ohio. David
Simas trabalhará como assessor do principal
conselheiro de Obama, David Axelrod. Da-
Escandalosos aumentos!
vid é advogado e até agora trabalhou como
Director de Operações do Governador de
Uma família de 4 pagará $6746.20
Massachusetts.
CULTURA
dólares para visitar o Pico.
A História dos Açores Oakland-Terceira = $1530.00 por pessoa
Na semana pas- Numa altura de crise, quando todas as companhias aéreas estão a descer os seus
sada anunciámos a preços, a SATA aumenta-os em 30% nas viagens para os Açores.
publicação de Uma No entanto, a mesma SATA diminuíu o custo das passagens Madeira/Lisboa, de
História dos Açores. 193.00 para 120.00 euros, ou seja 38 % de desconto. Dois pesos e duas medidas.
Esta semana foi Será que a nova Administração da SATA ainda não compreendeu a relação que deve
publicada mais uma haver entre os Açores, a America e o Canadá?
“História dos Açores A resposta a este escandaloso acto só poderá ser dada por todos nós.
- do Descobrimento Duas opções - pomos a nossa cabeça entre as pernas e aceitamos este sujo jogo da
ao Século XX”, da SATA, ou fazemos um boicote à SATA e usamos outras companhias, tal como a TAP,
responsabilidade do a CONTINENTAL e vamos aos Açores via Lisboa. Para muitos seria uma oportuni-
Instituto Açoriano dade de verem a capital que nunca viram. Temos o pão e o queijo...
de Cultura (IAC).
Esta obra tem um carácter mais científico, es-
crito por 30 autores, em dois volumes. portuguesetribune@sbcglobal.net • www.portuguesetribune.com • www.tribunaportuguesa.com
2 SEGUNDA PÁGINA
EDITORIAL
A SATA sateou-nos*...
“I screwed up” disse em frente das camaras de televisão
o nosso Presidente Obama. Palavras nunca ouvidas de
um Presidente, mas a honestidade vale bem mais do que
mentir.
Três telefonemas ao IRS tinham resolvido a questão e
nunca teria havido os três convites que demonstraram
que os assessores do nosso Presidente andaram muito
mal. Mais mal andaram as três pessoas (um ex-senador,
uma profissional e um economista de renome), que sa-
bendo dos erros que tinham feito (não pagando taxas,
como deviam), deveriam ter-se escusado. Sinceramente
tenho pena que o novo Secretario do Tesouro, por muito
inteligente que seja, tenha sido aceite pelo Congresso.
Ao nível dele, enganar o IRS é enganar todos nós.
Só mesmo a SATA me faria rir pela maneira escandalosa
como aumentou os custos das passagens para os Açores.
Ridiculamente aumentou cerca de 30% os preços deste
ano, enquanto em todo o mundo as companhias aéreas
estão a compreender a crise e a descerem os seus preços
para conquistarem mercado, tão difícl que é numa crise
nunca vista na nossa vida de mais de meio século.
Só mesmo a SATA para nos fazer rir e dar um murro
na mesa, pela falta de nível demonstrada pelo seu novo
Conselho de Administração, que tem dificuldade em
comprender o mundo em que vivemos.
Já muita gente que precisa de ir aos Acores começou a
marcar passagens na CONTINENTAL via Lisboa, mes-
mo que seja até mais caro, só para poderem dizer BAS-
TA à SATA e às suas fanfarrices.
Calculem que uma passagem de Toronto-Lisboa é mais
barata do que Toronto-Açores. E esta?
A resposta está em todos nós.
jose avila
* Esta palavra é nova. Gozem-na bem.
Filho de Açoriano é assessor do
Presidente Obama
David Simas na Casa Branca
Depois do fotógrafo Pete Souza, Da-
vid Simas é o segundo luso-descen-
dente de origem açoriana na Casa
Branca.
Aos 39 anos, o filho de um açoriano
e de uma alentejana, é, desde sexta-
feira, assessor de David Axelrod,
o principal conselheiro de Barack
Obama e autor do slogan de campa-
nha “Yes we can”.
“Recebemos a notícia com gran-
de prazer e orgulho”, contou ao DI
o pai, António Simas, que sempre
acreditou que o filho iria “singrar na
vida”.
Natural de Taunton, uma das três
cidades do Estado de Massachusetts
onde vivem mais portugueses (New
Bedford e Fall River são as outras
duas), David Simas manifestou-se
também, em comunicado “entusias-
mado e honrado” com o novo desafio
profissional.
O advogado era até agora director
de operações do governador de Mas-
sachusetts, Deval Patrick (primeiro
governador negro daquele Estado e
o segundo da história dos EUA), que
o recomendou para a equipa de as-
sessores políticos do recém-empos-
sado presidente dos Estados Unidos
da América.
No anterior cargo, apoiou Barack
Obama na corrida para a presidên-
cia, tendo sido um dos organizado-
res da campanha na costa Leste.
A sua paixão pela política revelou-
15 de Fevereiro de 2009
se cedo e, com cerca de 16
anos, assumiu-se como de-
mocrata.
Depois de um percurso es-
colar “sempre em escolas
católicas privadas”, como
sublinha o progenitor, li-
cenciou-se em Ciência Po-
lítica pela Universidade de
Stonehill e em Direito pela
Universidade de Boston.
Aos 18 anos, concorreu ao
primeiro cargo público, a
Comissão Escolar de Taun-
ton, iniciando assim uma
carreira de sucesso.
Antes de chegar à Casa
Branca, foi membro da Co-
missão Escolar e do Con-
selho Municipal de Taun-
ton, órgão a que presidiu,
conselheiro do mayor da
cidade, assistente do chefe
de gabinete do governador
Patrick e, mais tarde, seu “Ele fala português e já esteve duas
director de operações, entre outras vezes nos Açores”, revela o pai.
funções. David Simas é o segundo luso-
No início dos anos 90 do século XX, descendente de origem açoriana na
ficou ainda conhecido na comunida- Casa Branca.
de portuguesa como um dos líderes O primeiro foi Pete Souza, que Ba-
do movimento que pressionou as rack Obama escolheu para seu fotó-
empresas de televisão por cabo da grafo oficial.
região a transmitir gratuitamente a
RTP-Internacional.
Filho de um emigrante da ilha de são in DI
Miguel, as suas origens açorianas
não estão esquecidas.
Year XXIX, Number 1057, February 15, 2009

Tribuna da Saudade
Ferreira Moreno
D
evido às numerosas re-
ferências bíblicas aos
olhos de Deus, o olho
acabou por simbolizar
um Deus omnipresente e omnis-
ciente. No Livro dos Provérbios
(22:12) lê-se: “Os olhos de Javé
protegem o saber e fazem fracas-
sar as palavras do traidor”. Se-
gundo a narrativa evangélica de
S. Mateus (6:22), Cristo teria
dito: “O olho é a lâmpada do
corpo. Se o olho é são, o corpo
inteiro fica iluminado. Se o olho
está doente, o corpo inteiro fica
na escuridão”.
Nas pinturas do derradeiro pe-
ríodo da Renascença, o Olho de
Deus cercado por um triângulo
foi usado p’ra simbolizar a San-
tíssima Trindade. O olho adentro
do triângulo, com um círculo à
volta irradiando raios de luz, é
ainda hoje empregado p’ra suge-
rir a santidade infinita do Deus
Triuno.
Na nota de um dólar americano
encontra-se a figura duma pirâ-
mide encimada por um olho irra-
diante, representando o Olho de
Horus, primitivo deus egípcio do
sol. Originalmente, um olho
adentro duma pirâmide represen-
tava o deus em repouso aguar-
dando um renascimento. Embora
o deus estivesse sepultado, o seu
espírito permanecia vivo e vigi-
lante, como indicado pelo olho
aberto. No Egipto antigo foi cos-
tume pintar um par de olhos nos
caixões e sarcófagos,
bem como nas proas dos barcos,
em representação dos olhos da
Lua e do Sol, e como protecção
contra malefícios. Ainda hoje os
pescadores da área do Mediter-
râneo acreditam que um par de
olhos deve ser pintado nas em-
barcações a fim de não se perde-
rem no mar.
Todo o ser humano reage vee-
mentemente perante as represen-
tações do olho, e uma das razões
aduzidas cifra-se no contacto
inicial e visual entre a mãe e a
criança logo após o parto, e que
Olhos - Referências & Quadras
se torna num meio estabelecendo
o vínculo que assegurará a sobre-
vivência do bebé. Na Europa Me-
dieval era largamente receada e
temida a influência do mau olha-
do atribuído às feiticeiras, bem
como aos bruxos e até membros
do clero. O olho aparece, igual-
mente, em numerosas expressões
metafóricas. Por exemplo, diz-se
que uma pessoa tem mau olho,
quando consumida com ciúme,
inveja ou malícia contra outra
pessoa. Olho é também usado em
associação com a mente ou com
o coração. Daí que todos esses
sem entendimento, são referidos
como aqueles que são cegos de
P
vista.
or seu turno, o olho soli-
tário pode ser o símbolo
de coisa ruim, tal como
um Ciclope (gigante mi-
tológico) ou monstros com pode-
res destruidores, e por outro lado
pode significar instrução (luz) ou
aludir à eternidade divina. No
Egipto, dois olhos com asas sim-
bolizavam as duas divisões do
firmamento, o Norte e o Sul, o
Sol e a Luz. As estrelas são alter-
COLABORAÇÃO
nadamente os olhos da noite e os
olhos dos deuses celestiais, e re-
presentam igualmente perpétua
vigilância. Seguidamente, passo
a transcrever algumas quadras
chistosas àcerca dos olhos:
P’ra bem d’aqui chegar,
Muito caminho passei;
Parabéns dou aos meus olhos,
Que tão bem os empreguei.
Parabéns à vossa vinda,
Melhor à vossa chegada;
Já meus olhos estão cheios,
Posso viver descansada.
Os olhos daquela tia
Estão a ferir a mocidade:
Quando agora qu’ela é velha,
Que faria noutra idade...
Os olhos daquela tia
São dois sócios de alumiar;
Tão velha, tão delambida,
Com jeitos de namorar.
Os teus olhos são os sinos,
Que tocam p’rà audiência;
Ó ladrão, paga o que deves,
Tem a tua consciência.
Troquei meus olhos azuis
Pelos teus acastanhados,
E agora todos me chamam
Rapaz dos olhos trocados.
Os meus olhos são anzóis
Que pescam no mar sem rede,
Também te pescam a ti
Menina da saia verde.
Os meus olhos estão cegos,
Mas eu não sei confessar
Se foi o Sol que deu neles,
Se os teus por me olhar.
Com o fogo não se brinca,
3
É muito certo o ditado;
Fui brincar c’os teus olhos,
Senti-me logo queimado.
Ó minha bela menina,
Ó que pesado tributo,
Pago renda dos teus olhos,
Deles não recolho fruto.
Ó minha bela menina,
Quanto tempo te darei;
Se me pedes os meus olhos,
Cego por ti ficarei.
Estava p’ra ser freira
Com a patente na mão;
Em me lembrar os teus olhos,
Não mais quis ser freira, não.
Esses teus olhos, morena,
Têm um tom aveludado,
Uma dor que me faz pena
De não ser teu namorado.
Quando se fitam nos meus
Esses teus olhos, amor,
Fazem coisas, dizem coisas...
Cala-te, boca, que é melhor.
Sempre julguei que vivesse
Neste mundo sem amores;
Já vejo que não escapo
Aos teus olhos tentadores.
Só por ti não prego olhos,
Nem de noite nem de dia;
Olha o pago que tu deste
A quem tanto te queria.
Tendes dois olhos na cara
Que parecem dois ladrões:
O direito furta amores,
O esquerdo corações.
Chamaste-me olhos de gata,
Todas as gatas os têm;
Não fui roubar os meus olhos
Às gatinhas de ninguém.
4 COLABORAÇÃO 15 de Fevereiro de 2009

Da Música e dos Sons Traços do Quotidiano

Nelson Ponta-Garça Margarida da Silva
npgproductions@gmail.com santamarense67@yahoo.com

Artigo à José Ávila Duas Fadistas

Q
Para haver altos tem de haver baixos... uase que aposto que a
maioria dos amantes
Mariza do Fado não conhece
uma das suas grandes
intérpretes pelo seu nome de bap-
Cada vez mais Fado na Califórnia e no mundo,
tismo, Maria da Conceição Cos-
está a tornar-se Moda. Mas ela já não vem
ta, nascida no Porto no dia 25 de
a lugares Portugueses. Porque seria? Muito
Maio de 1945.
simples.
Começou a cantar na sua cidade
natal aos nove anos de idade ten-
Ramana Vieira and Ensemble do participado em festas particu-
lares e ganho alguns concursos.
Embora com um Português que deixa algo a Aos dezoito anos mudou-se para
desejar para uma artista que representa Portugal Lisboa para cantar em algumas
na Califórnia e no Mundo (Gallo Center em casas de Fado e depois no Casino
breve) estou ansioso para ouvir o seu novo tra- do Estoril.
balho discográfico. Ramana Vieira, com a sua Gravou o seu primeiro disco em
difícil personalidade mas bonita voz, acompan- 1959 o qual lhe deu projecção na-
hada por excelentes músicos, é um exemplo a cional. Em 1963 inicia uma nova
seguir de “Think outside the Box”. Parabéns! experimentação musical com o
chamado Pop-Fado que foi, na al-
Jorge Ferreira tura, muito criticado mas que teve
grande êxito. Em 1967 alcançou
Vem à Califórnia em 2009 num “espectáculo” o merecido sucesso com “Valeu
de playback de sucesso mundial. Se pelo menos, a Pena”, “Primeiro Amor”e “20
trouxesse a filha e cantasse “Papai, Minha Filha”. Anos”. Agora já devem ter cal-
Tema de grande sucesso Internacional. Vamos lá culado que a Maria da Conceição
ver se não passa o mesmo que passou à Agata, Costa é a grande fadista Maria
(Britney Spears de Portugal!). Penso que não, da Fé.
Jorge Ferreira é Açoriano e os Emigrantes e Imi- Em 1968 Maria da Fé contraiu
grantes gostam sempre destas coisas da saudade. Jorge Ferreira, em- matrimónio com o poeta e com-
Maria da Fé
lha Portuguesa” e a “Medalha de
Ouro da Cidade do Porto.
Maria da Fé foi distinguida com
o “Prémio para a Melhor Intér-
prete Feminina de 2006” pela
Fundação Amália Rodrigues.
Maria da Fé é uma das fadistas da
velha guarda que muito admiro.
Vale a pena ouvi-la até que a voz
lhe doa!
“viola da terra” no Grupo Folcló-
rico de Santa Cecília.
Mais tarde, foi estudar para Lis-
boa onde terminou o curso de
medicina em 2000. Durante os
anos académicos, foi vocalista
da banda rock, “Os Charruas”.
Katia trabalhou no Hospital Dis-
trital de Évora, e, mais tarde,
regressou a Lisboa par se espe-
cializar em Oftalmologia.
Em Outubro de 2000, no espectá-
culo de homenagem a Amália no
Coliseu de Lisboa, Katia Guer-
reiro foi considerada a melhor
actuação da noite e nessa ocasião
abraçou o Fado. Desde esse dia
a Katia Guerreiro passou a ser
médica-fadista.
Em 2001, apadrinhada pelo fa-
dista João Braga, Katia lança o
seu primeiro CD, “Fado Maior”,
que chegou a alcançar o topo de
vendas na Coreia do Sul. Essa
gravação incluiu fados popula-
rizados por Amália, a sua maior
influência, e poemas de Fernando
Pessoa, Sophia de Mello Breyner
Andresen e António Lobo Antu-
nes.

presário de sucesso, era a inspiração que tinhamos na nossas Ilhas positor José Luís Gordo.
de Bruma. Atracção de festas de freguesia, quase sempre antecedido No ano seguinte ela foi a primei-
de um ilusionista que nos brindava com o os mesmos “tricks” todos ra fadista a participar no Festival
os anos. Jorge Ferreira ficou conhecido com temas como “Carro Ne- RTP da Canção.
gro” “Carro Preto” e “Carro Branco”. Em 1975, de parceria com o es-
poso e António Mello Correia,
Maria da Fé inaugurou o restau-
Joey Medeiros rante “Sr. Vinho”, uma das mais
famosas e típicas casas de Fado
Mal ou bem, em menos de um ano já fez muita de Lisboa.
coisa! Música também é um negócio e tem de ser
Maria da Fé participou num fil-
gerida como tal. Sim Senhor, trabalho discográfico me do actor americano Robert
aos 15 anos, Banda com camisinhas a dizer, actua-
Wagner, cantando dois dos seus
ções no East Coast, Luso Convention, Tour com maiores sucessos: “Cantarei até
artistas de renome, equipamento de som pessoal, que a voz me doa” e “Portugal,
website, marketing etc... meu amor”.
Maria da Fé já gravou trinta LPs
Chico Ávila e vinte CDs. “Cantarei até que
a voz me doa”, com letra do seu
Mais virado para o romântico e menos pimba esposo, obteve o maior sucesso
no seu ultimo vídeo clip divulgado no Califór- de vendas com mais de 350 mil
nia Contacto RTP Internacional. “20 Anos sem unidades. Entre outros fados des-
te ver”. Mais ninguém faz vídeo clips? Exem- tacam-se: “Valeu a Pena”, “Pri-
plo a seguir… Vamos lá acordar pessoal, esta- meiro Amor”, “Fado Errado”,
mos no centro da tecnologia mundial. Vamos lá “Vento Norte”, “Obrigado”,”É
a ver se há alguma evolução. Sei lá, pelo menos Mentira” e “Divino Fado”.
um vídeo de uma chamarrita ou das velhas. Em 2005, Maria da Fé recebeu
a “Medalha do Mérito Cultural”
Em geral um panorama de “mais do mesmo” para 2009. “Vira o do Ministério da Cultura de Por-
disco e toca o mesmo”... tugal, como reconhecimento de
mais de quarenta anos de car-
reira. No mesmo ano recebeu a
“Cruz de Mérito da Cruz Verme-
K
No ano 2004 foi convidada por
atia (sem acento) diversas vezes pelo Governo Por-
Duarte d’Almeida tuguês para representar o Fado
d”Oliveira Rosado em recepções oferecidas a Presi-
Guerreiro Ochoa, dentes e Primeiros Ministros de
mais conhecida como simples- outros países de visita a Portugal
e acompanhou comitivas oficiais
mente, Katia Guerreiro, nasceu
portuguesas em várias visitas por
a 23 de Fevereiro, 1976, em Van-
derbijlpark, África do Sul. Ainda tudo o mundo.
Em 2005 foi nomeada “Perso-
criança foi viver com os pais para
São Miguel, Açores, onde inicou nalidade Feminina” tendo sido
considerada pelo público como:
o seu percurso musical ao tocar
“uma das mais bonitas vozes da
actualidade, aliada a uma invul-
gar capacidade vocal.” No ano
seguinte Katia foi apresentada
como mandatária da juventude
da candidatura de Aníbal Cavaco
Silva à Presidência da República
para as eleições de 2006.
Katia Guerreiro tem levado o
Fado a países tão diversos como:
Marrocos, Tunísia, Turquia,
Egípto, Grécia, Bulgária, Japão,
Coreia do Sul e Rússia.
A pequena Katia, que cresceu nos
nossos Açores, é hoje considera-
da uma das melhores intérpretes
da canção nacional. Das fadistas
da nova vaga ela é a minha pre-
ferida.
Katia Guerreiro

Luso-American Life
Insurance Society

Director of Sales
The Luso-American Life Insurance Society is
accepting resumes for the position of Director of
Sales to direct full time and part time salesagents
in California, Idaho and Nevada.
Position would include recruit new agents, train
and motivate agents, hold Agents weekly
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Please submit your resume to the attention of
Vice-President/Secretary Joseph Resendes.
For questions please call the Society at
(925) 828-4884.
Resumes will be accepted until February 25th.
Luso-American Life Insurance Society
7080 Donlon Way suite 200
Dublin, CA 94568

Muito Bons Somos Nós
Joel Neto
neto.joel@gmail.com
T
ambém eu, não pos-
so negá-lo, acabei por
eleger o EuroMilhões
como a derradeira tábua
de salvação. Foi sempre uma pre-
ocupação minha: identificar logo
de início, e depois manter ao can-
to do olho, a porta de saída dos
lugares, das situações, das roti-
nas em que me encontrava. Pare-
ce cinismo – e talvez seja. O facto
é que saber por onde podia sair
ajudou-me muitas vezes a ficar.
E, numa idade em que é já nor-
mal ter matérias como o coração
e a carreira mais ou menos apa-
ziguadas, um homem dá por si a
iniciar-se nas duas preocupações
que o acompanharão até ao fim:
a saúde e o dinheiro. Ora, quanto
à saúde, já se sabe, não se pode
fazer muito: deixa-se de fumar
e morre-se do coração, reduz-se
na gordura e leva-nos uma pneu-
monia. Dinheiro é outra coisa. A
certa altura um homem deixa de
acreditar que a coisa se resolve
pelo lado da receita e começa a
pensar no controlo da despesa.
Se aprende a fazê-lo, tudo bem.
Se não, começa a sonhar com o
EuroMilhões.
Tive sempre, com os jogos de
sorte e azar, uma relação de des-
confiança. Aprendi cedo que, no
final, a Casa ganha sempre – e a
notícia de que as probabilidades
de ganhar o EuroMilhões são tão
remotas que jogar ou não jogar
é a mesma coisa não me aman-
sou o cepticismo. Para mais, eu
ouvi histórias na infância. João
Cachinha, vizinho da frente, jo-
gava sempre no Totobola e nunca
Coisas da Vida
Maria das Dores Beirão
winesao@gmail.com
M
ais um ano que
passou, mais um
ano que entrou,
ou então apenas o
tempo que nunca pára.O certo é
que tudo muda a cada instante e
teimamos em apostar que o ama-
nhã virá tal como imaginamos e
insistimos em pensar que temos
nas nossas mãos o comando das
nossas vidas, até que os impre-
vistos e as doenças aparecem fi-
camos vítimas do medo, incertos
e fragilizados.
Foi um pouco assim uma tempo-
rada do ano que passou e ainda
do que entrou, até que finalmen-
te tudo se vai normalizando e a
gratidão volta ao nosso dia a dia.
Ora a nossa Sãozinha fez por há-
bito passar a segunda semana de
Janeiro em New Orleans e, este
já foi o nosso segundo ano que
fomos com ela. Certamente que
muitos dos nossos leitores já lá
estiveram, mas confesso que para
mim é um lugar mágico, onde a
cultura dum povo está viva em
cada esquina, os artistas da rua
pintam, desenham, cantam e to-
cam as mais lindas melodias. A
hospitalidade é palpável, o or-
gulho da pertença é bem visível,
mesmo depois de todos os males
ganhava – até que um dia jogou,
não validou o boletim, acertou
nos resultados todos e foi parar
a São Rafael, o nosso Júlio de
Matos. Rufino, que morava dois
passos acima, entrou um dia num
café para comprar um “Raspa”,
decidiu que afinal devia era beber
uma cerveja, tantas e tantas ve-
zes atirara notas de cem escudos
iguais àquela pela borda fora – e
foi precisamente o cliente seguin-
te quem, com o “Raspa” que teria
sido dele, ganhou mil contos. De
forma que nunca tive grande es-
peranças – e, se alguma vez arris-
quei, foi sobretudo por desfastio.
Um dia ganhei 140 contos – e a
senhora do quiosque, que regis-
ta todas as semanas milhares de
apostas, abriu-me um sorriso tão
rasgado que percebi o quão raro
era entregar um prémio. Há uns
tempos, perguntei-lhe qual fora a
maior batelada que dera a ganhar
nos trinta anos que levava daqui-
lo. Resposta: 700 contos.
Sim, falo de contos, não de eu-
ros. Nunca conheci alguém que
ganhasse o EuroMilhões – e as
histórias de relativo sucesso que
conheço são tão antigas que re-
montam aos escudos. Deixei de
jogar, pois. E, porém, o EuroMi-
lhões continuou a ser a minha tá-
bua de salvação. Sou ‘freelancer’:
a torneira pode jorrar nuns anos,
secar-se noutros e apenas pingar
nos restantes. Um homem ganha
receios. Ainda por cima ser todo
pela flexissegurança, como me
pediu Sócrates, não me tem va-
lido de nada: não tenho subsídios
de férias e Natal, custeio à parte
que a natureza lhes propôs, tei-
mam em voltar, em cantar o seu
“ jazz e blues”, como ninguém o
faz. As noites são maravilhosas e
cheias de vida. A cada passo uma
experiência musical. Se tudo isto
foi para mim um acordar para
novas realidades e expressões,
o que mais me marcou foi uma
visita guiada a um cemitério, e
deparar com dois monumentos
com uma placa com inúmeros
nomes port ugueses. Olhei para
o alto do monumento e então li
com surpresa...Sociedade Portu-
guesa de Beneficência, fundada
em 1848. Presidente Luis Pereira.
Seguiam-se depois uma grande
lista de Limas, Pereiras, Silvas,
Moreiras e outros que não con-
segui reter. Disse-me a cicerone,
que eram imigrantes que não po-
diam comprar campas individu-
ais e então era naqueles momu-
mentos que repousavam os seus
restos mortais. Ao tentar averi-
guar a presença de portugueses
naquelas paragens, vim a saber
que centenas de açorianos fo-
ram recrutados para trabalharem
nas enormes herdades da cana
do açúcar, muitos deles casaram
com mulheres mestiças e ali per-
maneceram até à guerra civil.
COLABORAÇÃO 5
A Casa somos nós
Nunca conheci alguem que ganhasse o EuroMilhões – e as histórias de
relativo sucesso que conheço são tão antigas que remontam aos escudos.
Deixei de jogar, pois. E, porém, o EuroMilhões continuou a ser a minha
a Segurança Social – e, quando gar-se, vencendo sem ele aquilo de novo o homem (as suas ansie-
em Setembro recebo carta das que haviam perdido três vezes dades, os seus ressentimentos, a
Finanças com o acerto do IRS, seguidas com ele. Esmagados sua paixão) quem fez a diferen-
pago sempre mais do que no ano por anos e anos de domínio de ça. Agora que penso nisso, talvez
anterior. De forma que esta é a Tiger, os europeus encontraram as histórias do João Cachinha e
altura do ano em que deito mãos na Ryder Cup a melhor forma de do Rufino nunca tenham sequer
à cabeça. E em que, inevitavel- vingar-se também, perdendo con- acontecido. E ainda é aí, acre-
mente, dou por mim a pensar: tra os outros aquilo que haviam ditem, que eu hei-de ir buscar
isto há-de resolver-se é com o vencido três vezes seguidas con- energia para mais um ano a pagar
N
EuroMilhões. tra ele. No fim, é verdade, ganhou impostos.
o fim-de-semana pas- a Casa. Mas, feitas as contas, foi
sado, de carta das Fi-
nanças numa mão e
computador na outra,
julguei ter encontrado a minha
taluda. Jogava-se a Ryder Cup, o
mítico torneio de golfe que há 80
anos opõe a Europa à América –
e ali estava o site da B’win, a que
eu nunca havia sequer acedido,
propondo-me dois euros por cada
euro apostado na vitória da Eu-
ropa. Favas contadas: a Europa
ganhara as três últimas edições,
os jogadores europeus haviam
vencido muitos torneios em 2008
– e ainda por cima os americanos
surgiam sem Tiger Woods, o me-
lhor jogador do mundo. Resulta-
do: aposta em grande. Balanço:
prejuízo em grande. E só então,
ao olhar para a festa dos ameri-
canos e para o (apesar de tudo) ar
blasé dos europeus, me ocorreu
como se explica isto do jogo.
Esmagados por anos e anos de
domínio de Tiger, os jogadores
americanos encontraram na Ry-
der Cup a melhor forma de vin-
Mais um ano que passou
Em 1847 fundaram a primeira “ livros que marcarão para sempre
Portuguese mutual aid society of a presença e a história portugue-
the United States; the Portuguese sa, dando vida à cultura popular
Benevolent Association”. No ano através as filarmónicas, grupos
seguinte devido a um desentendi- de folclore, danças de carnaval,
mento interno, formam a “ Lusi- clubes desportivos, festas religio-
tanian Benevolent Association” e sas, programas de rádio, espectá-
três anos mais tarde juntam-se e culos musicais, noites de fado e a
formam “ The Lusitanian Portu- lista continua. New Orleans
guese Benevolent Association”. Enfim temos mesmo que recuar
Alguns destes homens comba- um pouco, sair da cena e apreciar
teram na armada da conferação, o que tanta gente linda está fa- assim tão dificil dar o seu a seu
alguns vieram para a California e zendo por esta California fora. dono ? Eu penso que não...Bem
outros regressaram a Portugal. Temos por hábito falar do que é hajam!
O orgulho que sinto pelas gentes menos bom e ignorar o que se
que sairam daquelas ilhas, peda- faz com alguma excelência. Será Até à volta
cinhos de terra no meio do mar,
se atreveram às incertezas dos
oceanos, das terras, das linguas,
e têm a visão de formarem asso-
ciações para amparo mútuo, sim,
o meu orgulho não tem medida.
Cada vez me sinto menor, peran-
te tamanha grandeza, E sabem
que mais ? As circunstâncias
agora são outras, mas eles ainda
estão por aí, mantendo organi-
zações beneméritas, ensinando a
nossa língua e cultura nas escolas
desta nação, fazendo jornais, pão
vivo duma cultura, fazendo tele-
visão e trazendo às nossas casas
estórias maravilhosas da nossa
imigração, escrevendo e editando
6 COMUNIDADE
Falecimentos
Anibal Rodrigues Cabral
Com 84 anos de idade, faleceu, inespera-
damente, no dia 8 de Dezembro ultimo,
na sua residência em Hilmar, ANIBAL
RODRIGUES CABRAL, ex-Director da
Rádio e comerciante muito conhecido en-
tre a Comunidade Portuguesa,
O extinto nasceu no concelho do Gouve-
ia, Portugal, a 12 de Novembro de 1924,
sendo filho de Maria Pa1mira Cabral e de
José Antonio Rodrigues,
O falecido, que se tinha mudado para
Hilmar há cerca de 7 anos, residiu em
Newman, com sua esposa June Avila
(falecida), tendo anteriormente vivido na
área do San Jose, onde era proprietário-
gerente da “House of Lisbon”, conhecida
importadora de produtos portuguesee,
fundada há mais do meio século, naquela
cidade, (em frente à Igreja Nacional Por-
tuguesa das Cinco Chagas), pelo casal
Tony Nunes, de saudosa memória.
`A volta de 1970, Anibal Cabral mudou a
“House of Lisbon” para Newman, onde
ele e sua falecida esposa, abriu a Newman
Travel Agency, quo organizou muitas ex-
cursões para os Açores e Continente Por-
tuguês.
Antes do emigrar para a America, Anibal
Cabral era agente de produtos farmacêu-
ticos na praça de Lisboa, sendo um adepto
entusiasta do futebol e continuou na Cali-
Serafim Inácio Teixeira
Com a idade de 72 anos faleceu em Tur-
lock, Serafim Inácio Teixeira, nascido em
Santo Antão, Ilha de São Jorge, Açores.
Deixa de luto sua mulher Maria Asseli-
na Teixeira, em Turlock, filho Joe N. Tei-
xeira, casado com Elena, filhas Jacinta F.
Soares casada com Germano Soares, de
Turlock; Maria Herondina Teixeira, de
Turlock; Lucia Teixeira, de Modesto e
Iria Nunes, casada com Paulo Nunes, de
Ceres.
Deixa também a chorar a sua morte, seu
irmão Alexandre Teixeira, em Santo An-
tão, Topo; irmãs Maria Gloriana Betten-
court, da Fajã de São João, São Jorge;
Beatriz Brasil e Jacinta Oliveira, do Topo
e Amelia Brasil e Clementina Armas resi-
dentes em San José e sete netos.
fornia o seu interesse por aquele despor-
to, tendo sido muito activo no Portuguese
Athletic Club, de San Jose, durante os
primeiros anos sobre a fundação daquele
popular clube.
Em Newman, lançou um Programa Ra-
diofónico sob o nome “VOZ DO ATLAN-
TICO’, que foi transmitido, durante vári-
os anos, na Estação Portuguesa KLBS,
tornando-se assim, ainda mais popular a
figura dinâmica do seu Director, através
do Vale de San Joaquin.
Os serviços religiosos e funerários tiver-
am lugar na Igreja de San Joaquin e na
Hillview Funeral Chapel, ambas de New-
man,
Paz à alma do falecido, sentidos pêsames
à familia enlutada,
(Fonte-Modesto Bee)
Os serviços fúnebros vão ter lugar no dia
17 de Fevereiro de 2009 na Igreja de Nos-
sa Senhora da Assunção em Turlock.
O corpo ficará sepultado no Turlock
Memorial Park.
Tribuna Portuguesa envia sentidas condo-
lências a toda a família enlutada.
15 de Fevereiro de 2009
Coisas & Loisas
Zé Duarte - a sua página na Internet merece uma visita,
se quer aprender mais acerca do Vinho do Pico, da musica do Zé e
tantas outras coisas. Um regalo para todos os nossos sentidos.
www.zeduarte.com
$6,746.20 dólares é o preço para uma
família de 4 visitar o Pico na SATA In-
ternacional. Se alguém descobrir viagens mais baratas
digam-nos. Com a falta de competição nos Açores é dificil encontrar
melhor. A isto chama-se roubar a olhos vistos. E a SATA é de todos
nós, nem sequer é privada. Calculem lá se o fosse. O que dirá o Gov-
erno dos Açores a este roubo, escandalo, malandrice e todas as outras
palavras que queiram inventar para definir a falta de jeito deste Con-
selho de Administração da SATA, no tempo de crise em que vivemos
e que nem responde aos muitos telefonemas que já foram feitos pela
Rádio e Agentes de Viagens locais. Têm medo de quê? Da sua som-
bra? Não tenham pena deles porque eles não sabem o que fazem..
A mesma SATA que nos tenta enganar, faz
descontos na Madeira de 38 % - de 193 Euros para 120 - Madeira-
Lisboa, por causa da competição das companhias de Low Cost.
Quando a competição aperta.... Usem outra companhia, diria o meu
amigo Conselheiro, sensato como sempre.
Gilberto Amaral 20 Anos de Cantigas - a
festa de aniversário deste popular cantor da comunidade vai ter lugar
no dia 21 de Fevereiro no I.F.E.S., 432 Stierlin Rd, Mountain View
às 6:30 pm. Para reservas 408-891-4924. Mais uma oportunidade
para se ouvir musica portuguesa.
Aprender português na Internet - já há mais
um site onde se pode aprender português. Chama-se www.ama-
lingua.com e tem como outros objectivos o seguinte:
- Contactar estudantes de segunda e terceiras gerações e outros.
- Abordar a cultura e a língua portuguesa.
- Enquadrar aspectos culturais e científicos da Madeira.
- Promover a Madeira junto dos emigrantes em geral, com destaque
para as novas gerações.
- Promover intercâmbios entre escolas da Região Autónoma da Ma-
deira e escolas americanas. - Promover intercâmbio em outras áreas.
Educação é sempre a sacrificada - os nos-
sos representantes em Sacramenro cortaram 5 biliões de dólares na
Educação, no Orçamento tardio deste ano. Porque será que eles não
se “cortam” a si próprios?

Rasgos d’Alma
Luciano Cardoso
lucianoac@comcast.net
C
reio que todos já per-
cebemos bem que se
vivem atualmente dias
únicos de alta tensão
num mundo cada vez mais depri-
mido, desorientado, desiludido…
Sendo esta vida dois dias…com
o terceiro já na conta – bem bom
que não vivemos todos nesse
mesmo mundo. De contrário, o
mundo em que vivemos não seria
certamente tão fascinante.
“Vivo e viverei no mundo em que
sempre vivi.” Foi esta a respos-
ta imediata do fogoso madeiren-
se ao descarado terceirense que,
com alguma água no bico, lhe ha-
via manhosamente perguntado:
“…Em que mundo vives tu?”
Tudo porque o espirituoso madei-
rense começara por se gabarolar
em animado batepapo de grupo
fanfarrão à boa maneira portu-
guesa, como é costume, tagare-
lando futebol e politica à mistu-
ra: “…Não só temos o melhor
futebolista, o Cristiano Ronaldo,
como temos tambem o melhor
presidente do mundo, o Alberto
João Jardim – o único capaz de
endireitar Portugal e, se viesse
cá, tambem de certeza endireita-
va a América.”
O astuto terceirense, a querer pu-
xar-lhe pela lingua para espicaçar
ainda mais o debate, disputou-lhe
Catarina Freitas
900 H Street, Suite G
Modesto, CA 95354
Phone: 209.338.5500
Cell: 209.985.6476
Fax: 209.338.5507
cat@trustomega.com
com argúcia a opinião: “…Cris-
tiano Ronaldo, como marabilista-
“primadona”, não discuto o seu
valor. Como pessoa e consuma-
do jogador de equipa – até o Pau-
leta valeu sempre muito mais. E
quanto ao presidente de vocês lá
na Madeira, não digo que o João
Jardim não tenha algum valor.
Mas, como homem, à distância,
tambem não me parece valer
grande coisa…”
“Nem vocês todos juntos vale-
riam tanto como ele.” Rematou
exasperado o orgulhoso filho da
Madeira.
“Isso é porque ainda não sabes
quanto verdadeiramente vale
um terceirense nestes dias que
passam.” Recargou de pronto o
bem humorado filho da Terceira.
“Picado”, o madeirense deixou-
se enredar:
“Um terceirense…?...Quanto é
que vale?”
Apesar da demoralizante turbu-
lência económica que avassala
os nossos dias, das deprimentes
noticias diárias de desânimo,
descrédito, desemprego, desfor-
tuna, depressão, desvalorização
monetária e consequente diarreia
social – culturalmente falando –
por maior que se avolume por aí a
crise, felizmente, há valores que
não mudam e pessoas que não se
Aplauso Universal
deixam mudar.
Assim é a gente da minha gente –
o pessoal da minha terra.
Porque tristezas não pagam divi-
das, vivem animadamente estes
dias de Carnaval envoltos na ge-
nuina alegria que sentem e sem-
pre sentiram neste seu exclusivo
micromundo de cultura popular
sem rival cá no planeta que habi-
tamos.`
Quer lá na Ilha que nestes dias
não dorme, quer cá na diáspora
que tambem não os deixa dormir
– afortunados herdeiros duma
castiça e cativante tradição cultu-
ral – os terceirenses dão largas à
sua inconfundivel veia carnava-
lesca e arrastam atrás de si mul-
tidões que os aplaudem e incitam
ano após ano a fazer mais e me-
lhor.
Pelos vistos, melhorou consi-
deràvelmente o Carnaval deste
ano cá pelos engalenados salões
da diáspora. É opinião cada vez
mais generalizada por aí a de
que esta rapaziada de segunda
e terceira geracões cada vez vai
ganhando mais tarimba e maior
brio naquilo que faz. E insiste
em fazê-lo sempre com muito or-
gulho nas bonitas tradições que
seus pais e avós teimam em não
deixar morrer.
Da Arcata a San Diego – milha-
res de milhas de distância – horas
COLABORAÇÃO
e horas de viagem – a magnâni-
ma alma terceirense expande-se
por este enorme estado de ponta
a ponta, tal como percorre por
inteiro alguns estados da Costa
Leste deste grandioso pais. E só
peca por não poder chegar a todo
o lado.
Se o Carnaval da Terceira pudes-
se bailhar nestes dias por todos
os palcos do globo, ao menos por
umas horas, o mundo seria o pa-
raíso ideal que todos ambiciona-
mos.
A alegria é contagiante – o am-
biente excecional – toda a gente
feliz da vida…
Culturalmente, a Ilha estende-se
e excede-se nesta altura do ano.
As danças e os bailhinhos, as
personagens e os dançarinos, as
violas com os bandolinos e de-
mais instrumentos por aí brilhan-
temente afinados no mesmo obje-
tivo cultural – pelo simples facto
de tanta desta gente já ter nascido
fora do saudoso espaço ilhéu –
são o maior testemunho de que
a Ilha não é apenas um exótico
roteiro turistico bordado de pe-
dra queimada (a custar-nos cada
vez mais os olhos da cara – quase
uma fortuna – para a podermos
revisitar).
A Ilha, nestes dias, somos todos
nós que nascemos e descendemos
7
das ilhas.
É bonito verem-se jorgenses, pi-
coenses, florentinos, faialenses,
alguns madeirenses e outros que
nem são ilhéus irmanarem-se por
aí nesta carnavalesca tradição
sem par.
O Carnaval terceirense, aquando
na diáspora, transcende bairris-
mos e transforma corações.
Conheço muita gente que, nesta
quadra festiva, até gostaria de ser
da Terceira. Mas não pode.
É um mundo deveras especial e
òbviamente restrito. Só quem lá
nasce, verdadeiramente, pode dar
o valor.
Quanto valerá então um tercei-
rense no atual mundo em que vi-
vemos?
Por ser claramente suspeito na
resposta, prefiro permanecer im-
parcial, deixando-vos com outra
pergunta:
Numa altura em que por todo
lado só se fala de descrédito, de-
semprego, desfortuna, depressão
e demais deprimentes desânimos
– os terceirenses e seus descen-
dentes – culturalmente mergu-
lhados no seu original, divertido
e popular “dilúvio” carnavales-
co – ao inundarem por completo
nestes dias o coração do povo de
alegria e boa disposição – não
valerão mesmo uma fortuna?
8 COLABORAÇÃO 15 de Fevereiro de 2009

Comunidades do Sul Crónica de Montreal

Fernando Dutra Antonio Vallacorba
avallacorba@aol.com

Como as coisas vão - upside down Livro de

C
ontinua tudo na mesma
mas na realidade, cada
e sensatas e que, de certo modo,
sejam do seu agrado para que não
que ele canta, não é passaro co-
nhecido, mas a qualidade prome-
Eduardo Furtado
vez para pior, por lá e rebente a bomba... te, os acompanhantes, na maoria, “O Mistério do Senhor Bom
por cá, nomeadamen- Ainda bem que o folclore, o fado já provaram anteriormente o que
te nos governos, por quase todo e o futebol continuam de saude, valem, iniciará com apenas uns Jesus da Pedra”

o mundo. Todos falam, gritam,
dão murros nas mesas, roubam,
criticam-se uns aos outros, men-
tem descaradamente, todos que-
rem ter razão, o que não faz sen-
tido algum.
Por lá, por Portugal, os bancos
tem dado que falar, os próprios
responsáveis tem sido os piores
e ladrão de casa é difícil de ser
o futebol continua muito proble-
mático, protestos por tudo e por
nada, muitos com toda a razão,
nomeadamente na parte das arbi-
tragens, na maior parte dos casos,
das más arbitragens. Não são in-
tensionais, o problema é que não
sabem melhor e, quem faz como
sabe, a mais não é obrigado.
O maior problema do desporto-
pios e, mais tarde esperemos pe-
las gargalhadas....
Também na Casa Branca, esta-
rá um luso-descendente, Obama
escolheu para fotógrafo oficial
do governo, Pete Souza, neto de
açorianos. Também lá estará um
lindo cão de água, oferta de um
algarvio ao Presidente America-
no.
U
ma sobrinha minha religião e preencheram as horas
teve a amabilidade de lazer no tempo em que não ha-
de fazer chegar às via televisão, nem Internet, nem
minhas mãos, a pe- telemóvel...e em que, por isso
dido de Eduardo Furtado e via mesmo, mais se corria à imagi-
nação e criatividade, e mais se
Estados Unidos, este interes-
afirmava a dimensão associativa
sante livro em epígrafe, o qual ou comunitária da vida humana,
se diga a verdade, demorou a hoje, francamente, em crise”.

caçado. Da parte do governo,
embrulha e desembrulha e não
chegam a parte alguma, tratam-
se mal uns aos outros durante as
assembleias, confusões e parti-
dos a mais. Quantos mais gatos
mais ratos, um país tão pequeni-
no, com tantos partidos represen-
tativos, causa grande impressão,
talvez mais um se avizinha, se o
Manuel Alegre levar a sua avan-
te...
Paciência, já foi um país à beira
mar plantado, com o nome de
jardim, continua no mesmo sítio,
mas de jardim bem pouco existe.
Basta observar o que se passa di-
áriamente nos principais bairros
das grandes cidades, inclusiva-
mente nas ruas dos centros das
mesmas, as pessoas andam sé-
riamente amendrontadas, nome-
adamente senhoras. É realmente
perigoso passearem pelas ruas de
Lisboa.
Bem dizia o Alberto João Jar-
dim, aqueles gajos de outro lado
do Atlantico só fazem asneiras,
referindo-se aos governantes
portugueses. Com ele tem de
ser brincadeiras bem pensadas
rei é que vários clubes não fazem
para as despesas e continuam a
comprar jogadores, por qualquer
preço, são estrangeiros a mais em
Portugal. Recentemente o Ben-
fica entrou em campo com dez
jogadores estrangeiros, outros
também se aproximam deste. Isto
é muito mau para o desporto na-
cional, a prata da casa está com
pouco valor e os poucos que a
tem, são comprados pelos clubes
multimilionários, como o caso do
melhor do mundo, o famoso Cris-
tiano Ronaldo.
Por cá continua tudo muitíssimo
mal, upside-down, a fé e esperan-
ça é que nos salvam, fé e espe-
rança para um futuro que ainda
se encontra para lá do horizon-
te, ainda vamos ter pior até que
se note melhoramentos. O novo
Presidente tem boas promessas e
intensões. Barack Obama será o
Presidente em que todos confiam,
no entanto terá uma imensa tare-
fa pela frente, não será necessá-
rio fazer muito para fazer mais do
que o Presidente Bush.
Agora temos o pássaro na gaiola,
dentro em breve veremos como é
N
a cidade de Garde-
na, cidade onde já
viveram muitos por-
tugueses a cerca de
uma dúzia de milhas da cidade
da Artesia, quem usar a moda
dos calções com o rabo de fora,
se for visto pela polícia pagará
uma multa de cinquenta dólares.
Estas peças de vestuário, nem
são calças, nem calções. Muitos
jovens optam por esta estrava-
gante moda para andarem com as
cuecas a fazer “show”. A polícia
daquela cidade considera ofensa
publica. Esta cidade está de para-
béns e outras seguirão o exemplo.
Também nesta cidade, em breve,
iniciarão as multas aos “shows”
das mamas `a vontade, em certos
casos, cinquenta por cento sera
tolerável, no entanto essas que
andam aos setenta e cinco por
cento descascadas, faltam vin-
te e cinco por cento para o “Top
Less”, deverão ter cuidado com
os observadores em uniforme...
chegar, pois fora lançado em
Agosto de 2008. Daí o atraso
na sua revisão.
“O Mistério do Senhor Bom
Jesus da Pedra” é, segundo o
autor, “uma viagem pela his-
tória do Senhor da Vila”. Mas
eu diria mesmo tratar-se da
própria história da simpática
capital micaelense, Vila Franca
do Campo, compilada num im-
pressionante volume com mais
de 700 páginas e profusamen-
te ilustrado nas suas cerca de
1.100 fotografias.
Continuando a citar o autor,
escreve ele que “Nesta viagem
histórica entre a meditação,
devoção e veneração, preten-
do dar a conhecer as origens e
história da Imagem do Senhor
Bom Jesus da Pedra”. Senhora da Imaculada Concei-
Confessa, por outro lado, ter
Numa referência de muito relevo
para as comunidades açorianas
da Diáspora portuguesa, é o fac-
to de o autor as ter querido incluir
aqui também, ao registar as res-
pectivas cidades e países onde se
realizam anualmente solenidades
em louvor do Senhor da Pedra,
atravéns de um pouco de história
e fotografias locais do aconteci-
mento.
Temos, assim, os casos da Missão
de Nossa Senhora de Fátima de
Laval, Quebeque; Igreja de Nos-
sa Senhora de Fátima de Vitória,
Colômbia Britânica, e Igreja de
Santa Inês, de Toronto, todas no
Canadá; e de New Bedford, Ma.,
Estados Unidos, onde a primeira
festa terá sido inicialmente reali-
zada em 1929, na Igreja de Nossa
ção, completam-se agora 80 anos

Falecimento
José Luis Parreira
Faleceu em Tulare, José Luis Parreira. Era natural
da freguesia da Ribeirinha, Ilha Terceira, onde ti-
nha nascido a 17 de Julho de 1926.
Deixa de luto sua mulher Isaura Parreira, seus fi-
lhos José Henrique, Antonio e Hazel, além de sete
netos.
Jose Luis Parreira era filho de Aniceto e Maria
Amelia Parreira, ja falecidos. Seus pais eram já
nascidos na America, mas por motivo de doença
tinham regressado aos Açores
Desde criança que tinha uma paixão por pombos.
Nos seus tempos de jovem era muito festivaleiro e
entrou em vários danças de Carnaval. Dizia-se que
ele era um bom dançarino de salão.
Em 1949 conheceu aquela que seria sua esposa,
Isaura e casaram depois de três anos de namoro em
1952.
Em 1965 resolveu vir à America de passeio, até
porque a carta de chamada do seu irmão estava a
demorar. Depois de onze meses regressou aos Aço-
res e passados dois meses receberam a carta de cha-
mada. Naquele tempo tudo era feito devagar e tive-
ram em São Miguel à espera do visto dois meses.
Vieram directamente para Tulare onde o Jose Luis
sempre trabalhou na agricultura e continuou a ter
os seus pombos e canários.
Em 1998 a doença chegou e começou a ter muitos
problemas com bronco pneumonias.
Tinha muita fé que iria sempre melhorar e assim
foi, durante alguns anos.
Em 2003 celebrou com muita alegria, juntamente
com os seus filhos e toda a família, os seus cin-
quenta felizes anos de casamento com a Isaura.
Nos últimos anos da sua vida, vivia apaixonado pe-
los seus netos e bisneta.
Tribuna Portuguesa envia sentidas condolências a
toda a familia Parreira.
decidido “acompanhar e com-
preender o significado do culto
e os momentos de momentos de
intensa religiosidade, mas des-
crever e transmitir o mundo de
devoção, penitência e espiritua-
lidade que envolve as festas do
Senhor Bom Jesus da Pedra não
é missão fácil”.
Para o padre António Cassiano,
esta obra é “um contributo para
um melhor conhecimento do
povo de Vila Franca do Cam-
po e da sua história, em áreas
não pouco importantes da vida,
como a religião, a cultura e o la-
zer. Os leitores mais jovens en-
contrarão nele uma boa oportu-
nidade de aprender como seus
pais e avós expressaram a sua
em Agosto próximo.
Eduardo Furtado é natural de
Vila Franca do Campo, onde
exerce a sua profissão como fun-
cionário da respectiva Câmara
Municipal. Para além do presente
livro, lançado durante as Festas
do Senhor da Pedra do ano tran-
sacto, distinguiu-se ainda com
mais duas obras de investigação:
a primeira, lançada em Julho de
2005, “Guardiões do Mar dos
Açores”, versando essencialmen-
te os faróis do Arquipélago aço-
riano; e o “Mistério dos Ilhéus
das Formigas”, também lançado
em Agosto de 2009, o qual nos
permite descobrir uma das zonas
mais remotas dos Açores.

A jude os nossos patro-

cinadores comprando
os seus produtos

Sabor Tropical
Elen de Moraes
elendemoraes_rj@globo.com
A
inda vivemos a “era
do petróleo”, mas dois
fatores nos colocam
diante de questiona-
mentos sobre a sua durabilida-
de: as reservas naturais que se
esgotam e a poluição ambiental
crescente, que ameaça toda hu-
manidade.
George Bissel, por volta de 1853,
em visita à sua terra natal, quan-
do ao passar pelo oeste do Estado
da Pensilvânia, ao ver o “óleo de
pedra” borbulhando nos manan-
ciais ou jorrando das minas de
sal, não poderia imaginar que
aquele produto seria, num futu-
ro bem próximo, a riqueza para
muitos povos e motivo para tan-
tas guerras.
Mais tarde, ao visitar sua antiga
faculdade, O Dartmouth Colle-
ge, viu o mesmo “óleo de pedra”
numa garrafa, em cima de um
armário, na sala de um professor.
Era conhecido, também, como
“óleo de Sêneca”, em homenagem
aos índios da região, que transmi-
tiram aos brancos a sua utilidade
como remédio.
Bissel que era professor e ad-
vogado em New York, falava
muitas línguas, tendo um faro
excepcional para os negócios, sa-
bia que aquele líquido negro era
inflamável e poderia ser utilizado
como iluminante. Havia outros
produtos utilizados para esse fim,
mas, ou eram caros e escassos
E
ra uma manhã, como
tantas outras, em que o
meu filho se preparava
para ir para a escola. Ti-
nha ele 12 ou 13 anos. Havíamos
tomado o pequeno-almoço. Com
a mochila dos livros às costas,
preparava-se para sair quando
notei que ele tinha uma meia pre-
ta e outra branca. Perguntei:
- “Que diabo é isso Michael?”
-Isso o quê? Pergunta ele.
-Isso de estares calçando uma
meia preta e outra branca.
-Olha, olha! O pai agora é que
deu por isso? Eu já venho vestin-
do estas meias há pelo menos um
mês.
-Tu não sais de casa dessa manei-
ra. Vai já ao teu quarto e muda
de meias.
-Essa é boa. O pai andou a dormir
na forma durante um mês, acorda
agora e diz que eu não vou para a
escola desta maneira.
-Não vais, não.
-Vou sim. E a discussão come-
çou-se a acender. Eu, infelizmen-
te, tenho o raio do costume de fa-
lar alto, não sei se é por não ouvir
bem ou se é mesmo um defeito de
fabrico que, por mais que eu ten-
te, não consigo resolver.
A minha mulher entra na discus-
são e diz que não vê mal nenhum
por ele calçar uma meia branca e
outra preta.
Agora tinha duas pessoas contra
ou, os mais baratos, faziam muita
fumaça. Ele conseguiu investi-
dores, convencendo-os da des-
coberta rendosa. Contratou um
renomado professor de química,
da Universidade de Yale, para
fazer as pesquisas. Os resultados
foram favoráveis: o óleo poderia
ser refinado, obtendo um subpro-
duto de altíssima qualidade como
iluminante. Foi criada, então, a
Pensylvania Rock Oil Company e
logo em seguida surgiu a primei-
ra dúvida: haveria óleo suficiente
para o ambicioso projeto ou eram
apenas gotejamentos das fendas
subterrâneas de carvão?
Bissel procurava respostas e ao
ver a propaganda de um remédio
à base de petróleo, num cartaz
que mostrava torres de perfu-
rações para encontrar sal, onde
o petróleo acabava aparecendo
(uma técnica desenvolvida pelos
chineses havia mais de um sécu-
lo e meio, importada pela Europa
e depois pelos Estados Unidos),
vislumbrou o uso da mesma
técnica de perfuração, só para o
petróleo. Surgiram tantas difi-
culdades, acertos e desacertos,
que todos achavam que ele e seus
companheiros estavam loucos.
Entretanto, em 1859 o petróleo
jorrou, dando inicio a uma agita-
ção como a da corrida do ouro,
na Califórnia. Nascia a “luz da
Era”.
Porém, quando em 1882, outro
Desculpa...
Tens razão
mim e a coisa não estava a ficar
bem. Eu dizia que era eu quem
mandava nele e, portanto, tinha
que calçar meias iguais. A mãe
dizia que também mandava e
que, portanto, não era necessário
mudar as meias.
A coisa continuava a azedar e o
tempo a passar. Eram horas de
irmos para o trabalho e ele para
a escola. E nenhum de nós vaci-
lava.
Sem mais nem menos o Michael
atira com a sacola ao chão, diri-
ge-se à sala de estar e começa a
abrir as portas de um armário e a
tirar coisas para fora. Álbuns de
fotografias, livros, etc., etc.. E ele
Ouro Negro
americano (Thomaz Alva Edson)
descobriu a lâmpada elétrica e
essa nova descoberta se trans-
formou numa ameaça ao império
do petróleo e com ele o futuro
da “Standard Oil”, então a maior
empresa do mundo, fundada por
John D. Rockfeller, uma outra
descoberta veio salva-lo: “a car-
ruagem sem cavalos”, o nosso
automóvel!
Os campos de petróleo se espa-
lharam pelo mundo e o resto da
história é sobejamente conheci-
do.
Petróleo
desde 5,000 AC
Acredita-se que desde o ano 5.000
AC, o betume (também conheci-
do como asfalto), substancia na-
tural, lodosa, semi-sólida, rica em
carbono e hidrogênio, que vinha
à superfície através das fendas,
era usado como argamassa nas
construções da Babilônia, na mu-
ralha de Jericó e até no processo
de mumificação, no Egito, como
poderosa arma de guerra, já que
nos relatos de Homero falam de
ataques a embarcações com bo-
las de fogo, que não podiam ser
apagadas. Relato parecido é feito
quando Ciro, rei da Pérsia, ataca
a Babilônia.
Mas foi na China, por volta do
ano 200 AC, que ao escavarem
poços em busca de sal, desco-
só dizia:
-Tem que estar aqui porque eu já
vi.
-Oh, homem! Que diabo é que
procuras?
-O pai já vai ver assim que eu
achar.
-E o pai ainda é que vai por estas
coisas para trás no seu lugar.
Essa agora! O raio do rapaz a dar-
me ordens. Estava a fazer um sal-
seiro com aqueles álbuns todos
e eu ainda é que teria de colocar
tudo no seu lugar.
-Tu estás é mesmo maluco disse
eu.
-Maluco?! O pai vai ver quem é
que está maluco.
COLABORAÇÃO
briram óleo e gás. Mar-
co Pólo faz referencia
ao uso de “pedras ne-
gras” que são queimadas
como se fossem pedaços
de madeira, ou seja, o
carvão mineral. Relata,
ainda, ao passar pela Ar-
mênia e na fronteira com
a Geórgia, uma grande fonte da
qual saia um “licor” semelhante
a óleo e tão abundante que podia
carregar 100 navios de uma só
vez, que servia para a queima e
para untar camelos, protegendo-
os contra doenças.
Na Europa, só a partir da idade
media se tem noticias de poços
cavados manualmente por cam-
poneses. A técnica do refino che-
gou com os árabes, mas era usa-
do como panacéia por monges e
médicos.
No Brasil, a história do petróleo
começou por volta de 1858. Um
decreto permitiu a extração do
mineral betuminoso para fabri-
cação de querosene e só oitenta
anos mais tarde o petróleo pas-
sou a jorrar em Lobato, na Bahia.
Em 1954 foi criada a Petrobrás,
a estatal que colocou o nome do
Brasil no cenário mundial do pe-
tróleo.
No cenário offshore, a Bacia de
Campos, descoberta há 30 anos,
atualmente a principal provín-
cia petrolífera do Brasil, divide-
se por 64 plataformas com suas
Ao Sabor do Vento
José Raposo
jraposo5@comcast.net
A minha mulher já não dizia
nada. Até, se me recordo ela foi
embora para o trabalho e ficamos
eu e o Michael na discussão.
E os álbuns a voarem de um lado
para o outro, até que ele mostran-
do uma fotografia de um rapaz
com os seus 18 anos me pergun-
ta:
-Quem é esta pessoa nesta foto-
grafia?
-Sou eu – respondi.
-E o que é que o pai faz vestido
com umas calças com uma perna
vermelha e outra preta? E ainda
por cima na perna vermelha tem
bolsos pretos e na preta bolsos
vermelhos?
-Eu posso explicar. O pai explica
9
usinas termoelétricas com capa-
cidade para gerar energia para
iluminar uma cidade com um mi-
lhão de habitantes. Possui cerca
de mil poços interligados, 4.200
quilômetros de dutos no fundo
do mar, com 120 embarcações
de apoio, sendo 10 navios e 110
rebocadores.
Com área de cem mil quilômetros
quadrados, o complexo da Bacia
de Campos já pode ser visto até
por satélite, no litoral brasileiro,
tamanha a concentração de luz.
É uma cidade em alto mar com
população flutuante em torno de
40 mil pessoas, que se deslocam
da terra para os navios e platafor-
mas, num vôo de helicóptero que
dura uma eternidade se formos
pensar nos riscos que ele envol-
ve. Durante todo o translado só
se vê a imensidão do mar até se
distinguir na linha do horizonte
as dezenas de plataformas com
a chama acesa de suas torres de
segurança.
Mas essa é outra história que será
contada numa nova oportunida-
de.
isso mais logo quando eu vier da
escola, porque eu já estou atrasa-
do E, sem mais nem menos, saiu
pela porta fora.
Quando trabalhava no escritório
do Armazém Canadá, num deter-
minado ano, pelo Carnaval, pedi
ao alfaiate que me fizesse o tal
par de calças. Claro que os usei,
também, sem ser pelo Carnaval.
Quando o meu filho chegou da
escola, disse:
-O pai que explique agora!
Eu só respondi:
-Desculpa... Tens razão!
10 COLABORAÇÃO
Wall Street - uma
ga na nci a s e m ré d e a s
E
nquanto que a elite de
Washington debate, até
ao último instante, as
propostas de recupe-
ração económica, quer a da Câ-
mara dos Representantes, quer a
do Senado, o Presidente Barack
Obama, leva a sua luta junto do
povo americano, particularmente
daqueles que sofrem com esta de-
vastadora recessão económica.
Como é do conhecimento comum
o presidente levou a sua mensa-
gem junto de comunidades, como
a de Elkart, no estado de Indiana,
onde o desemprego é de 15%, ou
seja: o dobro da média nacional.
Ainda bem que o Presidente de-
cidiu levar a mensagem junto dos
cidadãos. Daqueles que, entu-
siasticamente, o elegeram e ainda
o apoiam. É que as negociações,
mantidas ao longo de duas sema-
nas com a minoria republicana,
não têm dado qualquer fruto,
pelo menos na Câmara dos Re-
presentantes. Os conservadores,
guiados pelo Congressista Eric
Cantor, republicano de Virgínia,
um estado que nas últimas elei-
ções votou pelo Presidente Oba-
ma, preferem obstruir o proces-
so legislativo e omitir qualquer
apoio aos milhões de americanos
que vivem tempos bastante di-
fíceis. Um bocado distanciados
dos problemas que afectam os
cidadãos no seu dia a dia, a mi-
noria republicana, aliada a uma
comunicação social cada vez
Memorandum
João-Luís de Medeiros
jlmedeiros@aol.com
1 - Versos e conversas en-
tre condiscípulos
… e eu também concordo: as duas
doenças mais graves do mundo
são a intolerância e a indiferen-
ça. Por isso não evito o risco de
escrever para o leitor apressado,
desde não seja praticante cíni-
co do indiferentismo. Assumo a
desculpável presunção de escre-
ver para seres humanos, dado
que o animal não intelige aquilo
que lhe chega pela via do seu al-
fabeto biológico. Quem se der ao
prazer da escrita tem de cuidar da
almofada para atenuar a dor: há
quem sustente que o sofrimento
é um ingrediente da evolução...
Continuamos a assistir à crescen-
te “mcdonaldization” das nossas
comunidades ensanduichadas. O
pior é que não se sabe onde está
o bife (para usar a expressão rea-
ganiana).
Confesso o meu fastio perante
a solenidade burocrática da mi-
séria.Temos de aprender a sor-
rir sem escarnicar do próximo.
Ainda não há muitos meses dei
por mim distraído a sorrir, sozi-
nho, junto a uma vitrine de vis-
tosos bikinis, mesmo ali à beira
da Sé Catedral do Funchal. Bem
sabemos que a paradisíaca terra
madeirense nunca aceitaria uma
Etocracia de cariz trindentino.
Por outro lado, nos Açores, aque-
les antigos pecados “mortais”
outrora inscritos no catecismo da
nossa mocidade são agora atenu-
ados na sua venialidade, graças
mais feroz, tenta atravancar um
verdadeiro plano de salvamento
nacional, sem o qual os Estados
Unidos viverão dias muito mais
amargos.
A comunicação social, procla-
mou recentemente que o Presi-
dente Barack Obama tinha “per-
dido a mensagem deste plano de
recuperação económica.” Porém
a percepção através do pais não
poderia ser mais diferente. Uma
sondagem da companhia Gallup,
que como se sabe tem tendências
conservadoras, indica que quase
70% do público apoia a governa-
ção do Presidente Obama e cerca
de 52% apoiam o plano de recu-
peração económico, com 38%
contra e 10% de indecisos. A
mesma sondagem diz que cerca
de 51% dos americanos favore-
cem o investimento público, algo
que o Presidente tem insistido
como a pedra basilar da sua po-
lítica de recuperação económica,
enquanto que apenas 36% favore-
cem reduções nos impostos, algo
que os republicanos sempre favo-
recem, quer estejamos em bons
ou maus lençóis económicos. É
ao sotaque da língua em que são
praticados. Antigamente, não ha-
via apólices de seguros para os
acidentes do pecado...
Devido ao desfile acelerado das
desgraças do quotidiano, as pes-
soas já não têm energia para
aprender a linguagem do porme-
nor: deixou de estar na moda ter
alegria em viver com a “alavanca
das mudanças” em posição neu-
tral. Cuidado: não me quero ar-
vorar em excepcão. Há cerca de
20 anos, quando pela primeira
vez visitei Philadelphia, não quiz
falhar um “olhar” à célebre “fen-
da” existente no histórico “Liber-
ty Bell” – o sino que badalejou,
festivamente, no dia 4 de Julho de
1776. Mais tarde, aquando da ce-
lebração do aniversário natalício
de George Washington (1846),
rezam as crónicas que o famoso
sino ficou silencioso, devido ao
agravamento da sua romântica
“racha”...
A propósito, creio que há muita
gente que já conhece o famoso
lapso ortográfico, ou seja o facto
da palavra “Pennsylvania” ter sido
na altura inscrita no sino apenas
com um “N”. Curiosamente, no
documento original da Constitui-
ção estadual, a palavra “Pennsyl-
vania” apresenta também a mes-
ma “falha”ortográfica... (Colhi
estas informações, na década de
80, nas várias visitas a Pennsyl-
vania, como guia-turístico, em
regime part-time).
Esta conversa vem a propósito do
saudável desassossego de quem
que não sabem outra música.
No país, os cidadãos apesar de
serem bombardeados com as
mensagens negativas e falaciosas
do Partido Republicano, conti-
nuam a favorecer um plano que
tenha em consideração os mais
vulneráveis e a classe média.
Apesar da comunicação social
ter sido bastante tendenciosa, o
povo americano, desta vez, não
permite que o sol seja tapado
pela peneira. Apesar de nas úl-
timas duas semanas os republi-
canos terem tido voz muito mais
activa nos programas de notícias,
o povo está a ler entre linhas. É
que segundo o Center for Ameri-
can Progress, ao longo do debate
do plano para a recuperação eco-
nómica do país, os congressistas
republicanos foram convidados e
estiveram nos pequenos ecrãs 75
vezes, enquanto que os democra-
tas estiveram apenas 41 vezes. É
mais do que óbvio a tendência da
comunicação social americana,
particularmente as televisões,
para a agenda conservadora.
Daí ser imperativo que o Presi-
dente leve a sua mensagem di-
Eu aprendiz
me confesso...
se considera aprendiz da Vida.
Em vésperas de carnaval as gar-
gantas estão ainda em período de
afinação para o barulho que se
avizinha. Entretanto é imperioso,
inadiável, “botar” mãos à obra.
Segundo o tradicionalismo bíbli-
co, a cultura Judeo-Cristã sempre
respeitou o trabalho manual.
Naquele tempo, face ao grande
dilúvio, não passou pela cabeça
de ninguém chamar os bombei-
ros! O Criador sabia que os hu-
manos não têm guelras, pelo que
terá dito a Noé: - mê filho, mãos
à obra; trabalho não quebra osso;
toca a construir a barcaça...
2 – afinal, merecemos ou
não o desafio da sobrevi-
vência...?
Nos cadernos elementares de
história pátria, aprendemos que
no tempo de D. João II, Portu-
gal tinha uma população rural
com cerca de um milhão de ha-
bitantes. Sempre que visitamos
aqueles recuados tempos e cons-
tatamos o que de espantoso foi
então feito, há uma série de in-
terrogações que espreitam o meu
amadorismo estudantil. Claro
que não fingimos ignorar o fe-
nómeno da escravatura mais ou
menos atenuada pelo entusiasmo
da fé; a curiosidade pela moder-
nidade e pelo pragmatismo da
exploração do saber alheio. As
mulheres do “canteiro lusitano”
não atrapalhavam a empresa: não
se sentiam atraídas pelo mistério
Reflexos do Dia–a–Dia
Diniz Borges
d.borges@comcast.net
rectamente aos cidadãos como
o fez recentemente em Indiana,
na Florida e em Illinois. O povo
americano está consciente de que
esta será uma grande contenda.
O cidadão comum não precisa
ser relembrado da crise, vive-a
e sente-a no seu quotidiano. O
Presidente Obama, que até hà
muito pouco tempo esteve mui-
to próximo do cidadão comum,
e que não foi criado num berço
de ouro, sente os anseios do povo
americano. É pois urgente que a
Casa Branca saiba ultrapassar os
filtros duma comunicação social
viciada. É também importante
que esta administração, e o pró-
prio Presidente Obama (apesar do
seu desejo de mudar Washington,
da sua esperança de modificar o
excesso partidarismo que divide
a capital americana) esteja ciente
que o essencial é reconstituir-se
as políticas americanas para que
sejam cada vez mais abrangentes.
É crucial que se desfaça todo o
infortúnio dos últimos oito anos.
É também necessário relembrar
que os planos de reduções nos
impostos, agora propostos pela
minoria republicana, são as mes-
mas políticas que tivemos duran-
te a administração Bush, as quais
nos trouxeram a adversidade que
hoje vivemos.
Não é demais relembrar aos ame-
ricanos, e à comunicação social,
que tal como disse o presidente
na sua primeira conferência de
da distância nem pelo rigores do
clima sub-equatorial. As nati-
vas, por seu lado, eram “vestais”
muito apetecíveis à marinhagem,
compreensivelmente sequiosa de
pólvora sensual.
A história nem sempre pode ca-
lar rumores. Desde o princípio,
o Islão foi o mais enfadonho
impecilho da sobrevivência por-
tucalense na Ibéria ocidental. Já
naquele tempo, contra os “mou-
ros”, a brutalidade não admitia
limites. Por outro lado, a pressão
da hierarquia eclesiástica sobre o
projecto dos descobrimentos não
sugeria tréguas. Os frades eram
passageiros oficiosos para manter
a “escrita em dia” da salvação da
alma da marinhagem. A ganância
dos meios estava justificada pela
eminência dos fins. Cerca de oi-
tenta anos antes do trágico desa-
parecimento de Dom Sebastião, e
quase quatro séculos após a con-
quista de Lisboa, o destino lusi-
tano estava ainda cruzado com
a expansão islâmica. Na frente
oriental era imprescindível o con-
trolo marítimo de pontos cardeais
para o mercantilismo naval: Or-
muz, Malaca, Macau (ali mesmo
nas redondezas do Rio das Péro-
las), e sobretudo Goa, na costa
ocidental da Índia.
No exercício da violência pou-
co tínhamos a aprender com a
barbárie da época. Exemplo: na
sua segunda viagem de Vasco
da Gama à India (1502) aconte-
ceu um episódio de incrível te-
atralidade bélica: na refrega do
15 de Fevereiro de 2009
imprensa, a actual crise foi her-
dada. O infortúnio que se vive na
América não foi criado por ele,
nem tão pouco pelos legisladores
democratas. Esta crise é, sobre-
tudo, o resultado duma série de
políticas devastadoras que inclu-
íram duas guerras; reduções fis-
cais para os mais endinheirados
do país; a liberalização do sector
financeiro, permitindo a ganân-
cia cruel dum Wall Street sem
rédeas; enfim, o desleixe duma
administração, e dum partido,
cujo olhar raramente penetra o
cidadão comum.
Como se sabe os legisladores
republicanos na Câmara dos Re-
presentantes votaram em bloco
contra a legislação de recupera-
ção económica e investimento
nacional. Fizeram-no apesar de
nos seus distritos, nas suas cida-
des, as entidades locais terem já
feito as suas listas com projectos
válidos que precisam ser finan-
ciados. Fizeram-no enquanto
mais 600 mil americanos ficaram
sem emprego. Fizeram-no ape-
sar das maioria dos governadores
estarem a favor dum plano que
venha salvar os seus desastrosos
orçamentos. Mas o mais impor-
tante é que votaram contra porque
criam mostrar que estavam uni-
dos. Ainda bem que a sua união
partidária é mais importante que
o futuro do país. Talvez os eleito-
res se lembrem disso em 2010.
confronto com uma flotilha de
guerrilheiros islâmicos prontos
a impedir o acesso a Calcultá, há
narrativas que atestam que foram
cortados narizes, orelhas e mãos
a cerca de 800 moiros...
O Reino de Portugal desde cedo
vem padecendo de falta de auto-
nomia psico-politica: primeiro,
rastejou sob os auspícios do Pa-
pado; depois, engatinhou à mercê
do bastão de sua majestade bri-
tânica. Entretanto, a República
chegou de arrasto com o século
XX: após a longa teimosia sala-
zarenha, o povo veio ressequido
espreitar a liberdade (1974), aca-
bando por ficar estonteado peran-
te a exigência dos seus manda-
mentos. E assim continua...
Haja saúde cívica... Uma vez que
as raízes da falsária estabilidade
financeira estão a ser arrancadas
pelo vendaval da mudança, con-
vinha começar com pequenos
(mas decididos) gestos de abertu-
ra nos Açores e nas Comunidades
emigrantes: ensaiar alguns pas-
sos em direcção à ecumenicidade
político-partidária para jovializar
o discurso inter-geracional e,
consequentemente, fortalecer e
mobilizar a confiança mútua para
enfrentar desafios, e não apenas
comparar egotismos.
Afinal, merecemos ou não o
desafio da sobrevivência?
Como quem diz: eu aprendiz me
confesso...

Temas de Agropecuária
Egídio Almeida
almeidairy@clearwire.net
Situação Precária na Agropecuária
Não obstante os esforços e
iniciativas da industria, a
situação da agropecuária
continua precária
S
egundo todos os indica-
dores não há forma algu-
ma viável para adocicar a
situação da industria de
lacticinios em geral. 2009 será,
segundo todos os indicadores,
um dos piores anos em recente
memária para os produtores de
leite dos Estados Unidos. Presen-
temente há apenas uns poucos si-
nais luminosos, numa caminhada
cheia de dificuldades, tais como
falta de chuvas adequada, difi-
culdades económicas a nível do-
méstico e global, o que contribui
e de que maneira para a perda dos
mercados comerciais, que duran-
te cerca de dois anos reduziram
os inventários e embora com al-
tos custos de produção permiti-
ram a industria manter um balan-
ço económico que presentemente
se está tornando impossível.
Até há poucos anos, os produto-
res de leite dos Estados Unidos
produziram leite para o merca-
do doméstico, e a demanda total
pelo leite e produtos do mesmo
era estável e fácil de prever, ge-
ralmente crescendo entre 1 e 2
por cento anuais. Os circulos dos
preços do leite eram então fáceis
de calcular assim como a futura
demanda. A industria era então
dinamicamente controlada, os
negócios muito mais estáveis, o
que permitiu décadas de cresci-
mento e sucesso para todos aque-
les ligados à industria.
Depois vieram as grandes mu-
danças no mundo dos mercados
de lacticinios, com o aumento
da demanda nos mercados além
fronteiras, pelos produtos de lac-
ticinios dos Estados Unidos, que
exportaram o equivalente de 5%
da sua produção em 2003 e cres-
ceram gradualmente para 10%
em 2007, continuando até 12 %
nos primeiros meses de 2008,
números nunca antes alcança-
dos. Este aumento na demanda
encorajou uma subida de preços
aos produtores, que por sua vez
aumentaram as suas manadas,
quando os numeros de vacas
nos Estados Unidos subiram de
8,986,000 em 2004 para 9,284,
000, em 2008
Agora que as condições nos mer-
cados mundiais e nacionais estão
parcialmente mudadas, e muita
da presente demanda reduzida,
os Estados Unidos calculam que
as exportações descerão o equi-
valente a 2.5 biliões de libras de
leite em 2009.
Tudo isto em perspectiva, e se
adicionarmos a severa situação
económica que está afectando
a procura doméstica, especial-
mente o crescimento normal da
mesma, não parece provável que
se possa esperar uma correção no
mercado, que é imprescindível
para o bom funcionamento finan-
ceiro desta importante industria.
Baseado em todos estes factos,
alguns peritos conselheiros da
industria são da opinião de que
há presentemente um excesso de
produção equivalente a 6.5 bili-
ões de libras de leite anuais, que
impedem estabilizar o mercado e
receber um preço razoável pelo
leite. Para manter este nível de
produção há que conquistar os
mercados perdidos e expandir os
presentes. Esta industria sempre
teve dificuldades com o factor
(procura e demanda), e nos dias
de hoje vai ficando ainda mais
dificil, pelo facto de que o nume-
ro de vacas em cada exploração
continua a crescer a passos lar-
gos, e estão todos `a espera que o
balão rebente, mas lá em casa do
vizinho e não na minha.
COLABORAÇÃO 11
Sabores da vida
Quinzenalmente convidaremos uma pessoa a dar-nos
a receita do seu prato favorito, com uma condição -
que saibam cozinhá-lo.
A nossa convidada nesta quinzena é Alice Ávila, nascida em São
Jorge, casada com Joaquim Avila, residente em San José.
Pudim
de Café
10 ovos
1 lata de leite condensa-
do
2 latas de café forte
morno
Usa-se a lata do leite
condensado para medir o
café (já feito)
Meio copo de açucar para
forrar a forma
Mode de preparar
Bate-se muito bem os
ovos com o leite conden-
sado e o café.
Depois forra-se a forma
com açucar queimado e põe-se o pudim dentro da forma.
Vai ao forno a cozer em banho maria a 350 graus por duas
horas.
Retira-se do forno e quando estiver frio põe-se no frigorifico.
Desenforma-se na altura de servir.
Bom apetite.
12 COLABORAÇÃO
Perspectivas
Fernando M. Soares Silva
fmssilva@yahoo.com
O
riunda do grego clás-
sico, esta palavra, na
sua acepção básica,
significa pretensão,
fingimento, impostura, intrujice
ou falsidade. Em sentido mais
amplo, a hipocrisia define-se
como o acto, a atitude ou o hábito
de, dissimulando os seus verda-
deiros motivos e propósitos, o (ou
a) hipócrita, muitas vezes com in-
tencional maldade, mente e actua
“pretendendo” professar ideias,
ideais, princípios ou sentimentos
diferentes ou contrários, mas que,
em seu parecer, lhe poderão ofe-
recer, no momento, certas vanta-
gens materiais ou sociais.
Há quem diga, como o escritor Pe-
ter Wastholm, que “todos os seres
humanos são hipócritas”. Num
sentido estrito, no decurso da vida
qualquer pessoa tem actos e ocasi-
ões onde a verdade da realidade é
obscurecida ou destorcida sem, no
entanto, causar problemas ou com-
plicações danosas a outros. Serão
essas acções hipócritas? Basica-
mente, sim, mas a hipocrisia que é
considerada grave defeito de carác-
ter, que é danosa e tem sido con-
denada por todo o mundo é aquela
que se torna habitual e inveterada,
e intencionalmente é, ou pode ser,
injuriosa ou prejudicial a outros.
Nem todas as acções menos “trans-
parentes” merecem o rótulo de
verdadeiramente “hipócritas”. Por
exemplo, a tendência de se colorir
os cabelos para disfarçar as mudan-
Nascimento
Xavier Thomas Valance
O Xavier Thomas Vallance é filho
de David e Monique Vallance.
Nasceu no dia 1 Janeiro de 2009
`as 2 horas e dois minutos da ma-
nhã, pesava 6.11 libras e tinha 19
polegadas de comprimento.
ças capilares causadas pelo rodar
dos anos, bem como a moda do uso
de calçado com altos tacões para
se dar a impressão de maior altura
física, ou ainda o costume de se co-
brir e esconder, com a aplicação de
variados cremes, as rugas faciais
sulcadas pelo avançar da idade,
não são mais do que ensaios vai-
dosos e balofas tentativas de quem
ainda vive “realidades virtuais” e
alimenta vãs ilusões que, diga-se a
verdade, não convencem ninguém,
nem afectam, de forma alguma, o
girar do nosso planeta...
Por outro lado, quando, por exem-
plo, os pais dizem peremptoria-
mente aos filhos que eles não de-
vem fumar, por serem o fumo e o
tabaco nocivos à saúde, mas conti-
nuam eles próprios a fumar mesmo
diante dos filhos, esses pais come-
tem um acto hipócrita de possíveis
e sérias consequências. Quando a
família confronta problemas alco-
ólicos, mas promove ou frequenta
autênticas bacanais, a hipocrisia é
berrante. O mesmo se diga do uso e
consumo de drogas ilícitas fora ou
dentro do contexto familiar.
Ao contrário do que se possa supor,
a hipocrisia é omnímoda; isto é,
manifesta-se de diversas maneiras,
e em várias nuanças, em pratica-
mente todos os contextos sociais,
desde os mais proeminentes e sa-
grados até aos mais ordinários e
banais. Nos tempos que atravessa-
mos, e, em especial, nos mais po-
pulosos e complexos agrupamen-
tos sociais, a hipocrisia tronou-se
tão comum que é quase ignorada
Os avós maternos são Marie B.
Kelly e Jonine Barreiro e os
avós paternos Carrie e Gary
Vallance, de Kentucky.
Tribuna Portuguesa congratula
os novos pais e avós.
Hipocrisia e Hipócritas
e tolerada, e só temida, quando o
hipócrita “é apanhado” nas redes
dos seus próprios ludíbrios e na su-
jidade do mal por ele, ou por ela,
causado. Vemos isto em altas e
baixas esferas governamentais, nos
lustrosos mas escorregadios corre-
dores das políticas, nas arcanas sa-
las de conferência das mais obesas
corporações, e até mesmo, irreve-
rentemente, à sombra de templos
consagrados ao Divino.
É hipócrita quem é todo, ou toda,
sorrisos e palavrinhas doces dian-
te de uma pessoa, mas não hesita
em a espezinhar e caluniar peran-
te outros. É hipócrita quem divaga
de um relacionamento conjugal ou
amoroso para, ao mesmo tempo,
entreter ou andar à cata de outros
encantos, quiçá enganosos e con-
traproducentes. É hipócrita quem
defrauda outros com artificiosos
contratos, negócios ou falsas pro-
messas de lucro irrealizável. É hi-
pócrita quem faz promessas sem
intenção de as implementar. E é hi-
pócrita quem finge ser o que não é...
A existência e proliferação da hipo-
crisia têm sempre sido realidades
irritantes no decurso de todos os
tempos da história da Humanida-
de. Através dos séculos, a hipocri-
sia tem sido repudiada e condenada
A
de muitos e diversos modos.
ssim se pode ver, por
exemplo, na Bíblia
Sagrada, ou mais pre-
cisamente no Livro de
Job do Antigo Testamento, onde
o hipócrita é apontado como um
CONSULADO GERAL DE PORTUGAL
S. FRANCISCO - CALIFORNIA
COMUNICADOS
1. O Consulado-Geral de Portu-
gal em San Francisco apresenta
os seus melhores cumprimentos
e tem a honra de comunicar que
o Instituto Camões acaba de lan-
çar a Biblioteca Digital Carnões,
com cerca de 1200 títulos, entre
artigos, livros, partituras e tex-
tos de cultura humanística por-
tuguesa, com consulta gratuita,
a qual pretende ser repositório
da cultura em língua portugue-
sa, tendo como principal critério
a publicação de obras integrais,
para leitura gratuita, sem neces-
sidade de registos ou subscricão;
aconselha-se a consulta de in-
formaçào disponível em www.
instituto-camoes.pt/noticias-
ic-portugal/biblioteca-digital-
camoes.html.
2. O Consulado-Geral de Por-
tugal em San Francisco informa
“sem Deus” e “profano”, isto é
como pessoa “irreligiosa” e sem
“princípios morais”. No Novo
Testamento, Jesus Cristo critica,
repetidas vezes e com grande se-
veridade, os escribas e os fariseus
do seu tempo, com expressões de
acerbo desagrado, chegando até
ao ponto de lhes dizer: “Ai de
vós, escribas e fariseus, hipócri-
tas, porque sois semelhantes aos
sepulcros caiados que, por fora,
se mostram belos, mas interior-
mente estão cheios de ossos de
mortos e de toda a imundícia “.
(São Mateus: 23-1-36); e São Lu-
cas: 11-37-54).
que, por se encontrar em obras
de substituicão do soalho da
Chancelaria, estará encerrado
nos dias 26 e 27 de Fevereiro
corrente.
San Francisco, 10 de Fevereiro
de 2009.
15 de Fevereiro de 2009
Também, como o indica o texto
Dhammapada, o próprio Gautama
Buda condena quem toma a “apa-
rência” de asceta (monge) como
pessoa cheia de vis paixões. E no
Islamismo, o Alcorão insurge-se
contra os que, proclamando-se de-
votos fiéis e promotores da paz, na
realidade não o são. Em síntese, a
reprovação universal é unânime!
Em conclusão, e reflectindo a per-
cepção e a indignação contemporâ-
nea, aqui se reproduz o apropriado
comentário do famoso dramaturgo
norte-americano Tennessee Willia-
ms (Thomas Lanier Williams –
1911-1983): “The only thing worse
than a liar is a liar that’s also a hy-
pocrite!”
3. O Consulado Geral de Portu-
gal em San Francisco tem a hon-
ra de informar que se encontra a
decorrer prazo de inscrições até
ao dia 20 de Fevereiro de 2009
para estágios no Congresso dos
EUA, proporcionados pelo “Con-
gressional Hispanic Leadership
Institute” e a “Ford Motor Com-
pany”, destinadas a estudantes
universitários, americanos ou
residentes legais permanentes
de origem portuguesa.
Para quaisquer informacoes so-
bre esses estágios, os interessa-
dos poderão entrar em contacto
com o Consulado Geral de Por-
tugal em San Francisco, pelo te-
lefone (415) 346-3400.
San Francisco, California,
aos 10 de Fevereiro de 2009
3298 Washington Street -
San Francisco California 94115
Tel (415) 346 3400 / 1 Fax (415)-
346 1440
 COLABORAÇÃO 13

Agua Viva
Filomena Rocha
95 Anos da Irmandade
filomenarocha@sbcglobal.net do Espírito Santo de S. Jose
A Irmandade do Espírito Santo de São José celebrou o Texto de Joe da Silva
Sim, nós podemos! seu nonagésimo quinto Aniversário, com um saboroso e
abundante jantar. A deliciosa sobremesa foi oferecida e
preparada pelo casal João e Connie Goulart.
bém tem uma grande Fadista que é a Zelia e disse aos
presentes que vai fazer os possíveis para que ela tenha

O
A sala estava repleta de admiradores do fado, o ambiente uma oportunidade de cantar para os Portugueses da Cos-
Apito, (que não é dourado), tocou já em qua- estava requintado e acolhedor, o silêncio foi do melhor ta Leste. Todos os presentes aplaudiram muito a ideia,
se todos os salões portugueses da California, e que se podia esperar. A Connie Goulart, como Mestre porque afinal as nossas organizações por vezes gastam
até os imigrantes que não são muito adeptos de de Cerimonias, começou por apresentar Zelia Freitas dinheiro para trazer aqui artistas de outros Estados e até
carnavais, acorreram para ver as danças e baili- que foi mesmo o mimo da noite e os aplausos foram tão de Portugal. Ainda bem que tentamos fazer este inter-
nhos de Teatro Popular da Ilha Terceira por excelência. quentes que fizerem com que os artistas se sentissem no cambio entre as nosss comunidades, mas não devemos
Cumpridas as distâncias longas, que a amizade e o gosto à lugar certo. deixar sempre de lado os valores que aqui temos na nos-
tradição parecem encurtar, esta é talvez a melhor ocasião Zélia Freitas possuidora de uma belíssima voz, não só sa California.
de dizer o que se pensa, na forma de expressão mais ale- cantou bem, como encantou todos os presentes. Parabéns `a Irmandade de Espírito Santo de São José
gre, jocosa, com chacota e picardia, em que a vida social e José Carlos e Tania Silva vindos da Costa Leste, agrade- pela magnifica noite que nos porporcionou e pela passa-
política, pelo menos três dias por ano, não escapam à críti- ceram aos guitarristas a forma com que os receberam e gem do seu aniversário.
ca do povo, sobretudo nos Bailinhos, na arte dos ditos em os acompanharam deixando parabéns aos Californianos,
rima, feita de quadras, quintilhas e sextilhas, nas “modas” mais própriamente da zona de São José e arredores, por
e “enredos” que compõem o tema trazido pelos persona- terem um grupo de Guitarristas deste elevado nível.
gens e dançarinos de cada grupo. E se esta forma de Teatro O José Carlos deixou bem claro que a California tam -
Popular ainda hoje fortemente atribuída a Gil Vicente, nos
faz rir conforme o espírito que lhe foi empregue, a mesma
arte nos pode fazer chorar ou pensar, se escrita como Dra-
ma, que tanto pode contar a vida de um Santo, de um rei
ou raínha, de um herói ou um facto histórico, e ser inter-
pretada em Dança, cujo Mestre de Espada em riste nos faz
recuar no tempo e no modo como os homens lutavam entre
si e defendiam o seu pequeno território ou o País, corren-
do à espadeirada a moirama ou quaisquer outros inimigos
de Portugal. E mais uma vez, uma tradição, que veio da
Pátria-Mãe se instalou na Terceira ficando para sempre.
Infelizmente, já muito raramente os poetas populares, es-
crevem sobre santos e heróis da pátria e dedicam-se mais
a escrever casos da vida quotidiana, o que ainda vamos
vendo por aqui, visto que na Terceira já quase nem se vê,
razão porque se vai perdendo a história de um Povo, sobre-
tudo se como imigrantes vamos perdendo essas lições de
história, e até de certo modo a crença e Fé nos Santos.
Se até quase nem os padres católicos falam sobre os San-
tos, nem mesmo nos dias dedicados a eles… Agora as
homilias têm tempo estipulado e não têm qualidade para
convencer ninguém, porque alguns sacerdotes não pare-
cem convencidos de coisa nenhuma.
Mas, voltando a este outro “enredo”, digamos que nem to-
dos os poetas populares conseguem fazer Danças ou Baili-
nhos, e há que fazer justiça aos que ainda se dedicam a esta
Arte, aplaudindo os seus trabalhos que obedecem a alguns Os guitarristas Helder Carvalheira, Manuel Escobar, João Cardadeiro, os Fadistas Zélia Freitas, José Carlos Azevedo e
clássicos formalismos dos chamados Autos “Vicentinos”. Tania Silva, acompanhados pela Direcção da IES. Embaixo: Tania Silva
Quanto à questão de vestuário, que é parte importante do
Festival Carnavalesco, se nos Bailinhos o colorido e o bri-
lho das lantejoulas ressaltam à vista e lhe emprestam um
valor especial, nas Danças de Espada o vestuário obedece
a um outro rigor muito próprio. Tal como a espada tem a
sua função, os vestidos, sapatos e chapéus de fino cetim
das jóvens, os fatos dos homens e até os chapéus debrua-
dos de arminho com altos penachos, têm o seu significado
que nos conduzem aos tempos da Fidalguia, assim como
as danças aos salões da Côrte em que os pares estavam na
frente um do outro, indo ao centro dando-se as mãos ou o
braço, conforme a coreografia feita para a música, tocada
nos intrumentos da época: o cravo e a flauta.
De realçar que as Danças com a Vida de Santos normal-
mente se apresentavam no domingo de Páscoa e nos se-
guintes, no Adro da Igreja ou no Terreiro, pois esta Arte de
Teatro Popular, foi desde o seu início criada e “marcada”
para a rua. Só muitos anos mais tarde é que teve honras de
palco, por oferecer melhores condições de visibilidade e
som aos espectadores.
Mas, porque o Mestre já apitou para a Despedida, eu dei-
xo-vos por hoje com estes meus humildes versos, desejan-
do a todos um Feliz Carnaval e uma Santa Quarta-Feira
de Cinzas.

Com muito gosto e prazer,

Vim aqui para trazer
Alegria à minha maneira.
E lembrar à gente minha
Esta tradição velhinha
Da linda Ilha Terceira.
14 COMUNIDADE 15 de Fevereiro de 2009

S
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Helder Carvalheira, Manuel Escobar e João Cardadeiro. Foto de Carlos da Silva - Coreografia de Carlos Goulart Jr.

A História do Grupo
O Trio de Guitarras “Sete Colinas” composto por Helder Carvalheira na guitarra Abril 18, No Estado de Colorado, com Jesualda Azevedo
portuguesa, Manuel Escobar na viola de acompanhamento e João Cardadeiro Maio 2, IFDES Hall, Gilroy Ca, com José Carlos e Jesualda Azevedo
no baixo acustico, foi fundado em 2003, com o objectivo de preencher uma Maio 22, SES Hall, Elk Grove Ca. com Isalino dos Santos, Arminda Alver-
lacuna há muito existente na California. Inicialmente e presentemente o trio naz, Avelino Teixeira e Zurai Mejdowbi (estes dois vindos do Canadá)
tem acompanhado os mais populares fadistas neste Estado radicados, jun-
tamente com outros vindos da Costa Leste dos Estados Unidos, Portugal e
Açores. Nomes famosos como Teresa Tapadas, Liliana, Tanya Silva, Isalino dos
Santos, José Carlos, Dinis Paiva, Madalena Pata, Jesualda Azevedo, Aurélio
de Oliveira, Leonel Garrido, Henrique Cordeiro, Max Gracio, Sandra Pacheco,
Lorraine Jacinto, Norberto Arruda, Angela Brito, Zelia Freitas, Manuel Pacheco,
Ana Vinagre, Crystal Mendes, Arminda Alvernaz, José Duarte e muito em breve
Chico Avila, tem feito parte dos espetaculos de fado ao longo destes anos. O
Trio “Sete Colinas” em 2004 gravou e lançou no mercado o seu primeiro tra-
balho discográfico subordinado ao tema “Noites Nas Sete Colinas” que tem
merecido do publico muita admiração e carinho. Acabam de finalizar o tempo
de estudio ao concluir as gravações de guitarradas, rapsódias de musica tra-
dicional Açoriana e Madeirense, no volume 2 intitulado “Sete Colinas Ao Luar”.
Prevê-se o seu lançamento para os fins de Março, e estará a venda na internet
CD Baby, Amazon.com e também na Casa Furtado e outros sites.

Este Conjunto de Guitarras tem futuros espectáculos nas seguintes lo-

calidades:

Fevereiro 28, Maple Hall, San Pablo Ca. com Angela Brito, Manuel Pache-
co e Lorraine Jacinto
Março 20, Newark Pavilion, Newark Ca. com Nathalie Pires e Chico Avila
Março 21, DES Hall, Artesia Ca. com Nathalie Pires e Chico Avila
Março 28, IDESI Hall, Novato Ca. com Jose Duarte e Sandra Pacheco
 PATROCINADORES 15

amricdream@aol.com
16 ENTREVISTA
José Enes e seus amigos
Mark Enes, Emanuel Silva, José Enes e Kevin Coelho - quatro heroínas de se tirar o chapéu
Carnaval é tudo isto. Irreverência, humor, maldizer
(com inteligencia), e muita alegria. Mesmo antes da
semana de carnaval a movimentação de vários grupos
através da California já é apreciável, o que atrai mi-
lhares de pessoas que querem ver os novos bailhinhos,
as danças de espada e depois poderem `a sua maneira
classificar os que mais gostaram.
Artesia Carnaval em Acção do José Enes e Compa-
nheiros trouxe-nos uma Dança de Pandeiro “Jury
15 de Fevereiro de 2009
Fotos de Jorge
Avila “Yauca”
Duty” da autoria de Hélio Costa e com o Mestre em
estreia, Kevin Coelho.
No Bailinho “Heroínas Açorianas”, José Enes, Ema-
nuel Silva, Mark Enes e Kevin Coelho deram azo à
sua alegria, ao seu talento e transmitiram o melhor
que o Carnaval tem - espontaneidade.
O autor foi Hélio Costa, que transmitiu muito bem em
Kevin Coelho teve uma boa estreia como Mestre. Assim se começa
verso, tudo aquilo que lhe tinha sido encomendado.
a gostar do Carnaval.

Banda Portuguesa de San Jose
Richard Mendes, Aurelio Correia, David Garcia, Jose Pacheco e Arnaldo Borges “Praia - um quinteto de muito valor
A Banda Portuguesa de San José vestiu-se de gala este
ano e apresentou uma Dança de Espada “O Amor em
Caderno” da autoria de Daniel Arruda, tendo como
Mestre Joe B. Ribeiro, um Bailinho de Senhoras “Con-
selhos de Cabelos Brancos” da autoria de Helio Costa e
Mestre, Diane Aguiar.
Para finalizar apresentaram o Bailinho dos Senhores
“Ilha Terceira vem `a California” de Daniel Arruda.
Até ao fecho desta edição, este grupo já tinha actuado
oito vezes - na sua própria Sede, Tulare TDES, Artesia
DES, Nossa Senhora da Assunção em Turlock, na Ban-
da Açoriana de Escalon, ISTW de Watsonville, Newark
Sempre foi assim. De
pequenino é que se
torce o pepino. Quatro
anos de idade e já
pandeira -
Nathan Mendes.
COMUNIDADE 17
Fotos de Jorge
Avila “Yauca”
Pavillion e PAC em San José.
O Bailinho dos Senhores vai `a Terceira para o Carna-
val para demonstrar mais uma vez que na California o
Carnaval é vivido e bailado com uma emoção e sabe-
doria igual ao daquela Ilha.
Os ensaiadores deste grupo foram Luis Toste “Chine-
lo” e David Garcia.
Para a semana espera-se uma grande movimentação de
bailinhos em toda a California.
O Tribuna gosta de dedicar no Sábado de Carnaval cer-
ca de doze horas de prazer em ouvir e ver o que de
melhor se faz na California.
18 PATROCINADORES 15 de Fevereiro de 2009

Compre produtos dos

nossos patrocinadores
 COLABORAÇÃO 19

O Sexo e o Divino
Apontamentos da Diáspora
Caetano Valadão Serpa
v.serpa@verizon.net

A
conexão entre o sexo
e o divino tem sido,
em todas as religiões
do mundo ocidental,
dos assuntos mais intrigantes da
história humana. Em contrapar-
tida, as religiões orientais mani-
festaram sempre uma aceitação
bastante mais natural do sexo. No
ocidente, a atitude religiosa tem
sido grandemente influenciada
pelo cristianismo que elaborou
longas listas de pecados baseadas
sar profunda apreensão e mesmo
ansiedade o mistério da morte e
a barreira intransponível entre
quem partiu para sempre e quem
ficou, na incerteza, a aguardar
vez `as portas da eternidade. Pa-
rece que somos os únicos seres
racionais a habitar o sistema so-
lar, embora a Terra seja apenas
um minúsculo grão de areia na
imensidade universal. Todavia,
esta unicidade extraordinária e
dignificante não tem sido garantia
milagre da natureza. Mas tem
sido desconsiderado, desprezado
e abusado pelas próprias religiões
em castrações físicas e espiritu-
ais como se Deus tivesse errado
no projecto da criação. Para mui-
ta gente pouco mais é que matéria
prima para colecção de anedotas
ou para catálogo de pecados. Os
nomes dos órgãos sexuais quase
só se usam em linguagem figura-
da para salvaguarda da inocência
das crianças e respeito pelas al-
Por sua vez, na civilização egípcia
e como excepção ao machismo
religioso ocidental, a fertilidade,
a religião e a sexualidade eram
temas atribuídos `a mulher. Nes-
te cenário, o islamismo é talvez
a religião mais paradoxal quanto
ao sexo, ditado pela divergente
interpretação clerical dos imãs.
Por um lado, chega a um rigor
de morte quanto `a virgindade
pré-matrimonial e ocultismo do
corpo feminino, por outro, a um
seria menos homem ou menos
deus se fosse filho de São José
como o foi da Virgem Maria? Ou
se a Virgem Maria, se fosse sim-
plesmente Maria, uma santa mãe,
seria menos digna de ser a mãe
de Jesus.
Para quê esta rejeição do sexo?
Não criou Deus o género humano,
homem e mulher? Não será que a
santidade se baseia na rectidão de
coração e nas boas obras e não na
virgindade física ou espiritual?

na doutrina da concupiscência e
no pessimismo jansénico. Por esta
quase identificação do sexo com
o pecado na sua relação biológica
com a transmissão da vida e a re-
ligião pela tentativa de explicar a
razão de ser da existência, o sexo
e o divino encontram-se, com
frequência, em campos opostos.
Biologicamente, podemos saber
e provar donde vimos, todavia,
muito mais difícil é demonstrar
para onde vamos. Afinal, qual é o
destino da humanidade e de tudo
isto que nos rodeia, no imediato
e `a distância, a vogar no imen-
surável cosmos em suspensão,
sem falarmos da caverna negra
do universo, black hole, autênti-
co abismo desconhecido. Mesmo
para quem conta Deus no rolo das
suas certezas, não deixa de cau-
de uma vivência pacífica e har-
moniosa, compartilhada na bele-
za e fertilidade naturais do nosso
planeta azul, por mais incrível
que pareça, raramente, chegamos
ao ponto de nos amarmos.
Aqui, nesta discórdia, entra o
sexo, esse estímulo poderoso e
misterioso instinto, que, na res-
ponsabilidade e tensão do existir,
pode facilitar as relações inter-
pessoais, proporcionando-nos os
momentos mais felizes da vida
numa comunhão de escolha e
privilégio e oferecendo-nos a
possibilidade de nos revermos,
com certeza genética, nos filhos e
filhas, netos e netas, e, para quem
com um pouco mais de sorte,
bisnetos e bisnetas. A carne da
nossa carne em gerações sucessi-
vas, talvez, o mais extraordinário
P
mas mais puritanas.
orque será que as reli-
giões vivem obcecadas
pelo sexo? Algumas até
pretendem prescindir
dele como ideal de perfeição.
Mesmo os antigos romanos, que
não parecem ter tido um grande
apreço pela castidade, criaram
a instituição das Vestais, jovens
virgens intocáveis, recrutadas
na corte imperial entre meninas
de 6 aos 10 anos, para servirem
como sacerdotisas. Tinham de
permanecer virgens por 30 anos
sob pena de serem enterradas vi-
vas. Todavia, e paralelamente a
este rigor cruel e desumano, pro-
moviam-se maratonas de orgias
sexuais em que as próprias mães
das vestais e as esposas dos im-
peradores também participavam.
laxismo crasso quanto `a poliga-
mia e aos haréns.
Quanto ao cristianismo, a religião
católica, a mais conservadora e
intransigente, continua a exigir
do seu clero, o voto perpétuo de
castidade e o estatuto de celibatá-
rio, sem acesso ao casamento ou
`as relações sexuais normais. Al-
guns dos seus dogmas e dos mais
conhecidos e venerados dizem
respeito ao sexo. Maria, a mãe de
Cristo, foi virgem, antes, durante
e depois do parto, segundo a dou-
trina da igreja. Cristo foi gerado
como homem por obra e graça do
Espírito Santo, sem a intervenção
do homem, neste caso, São José é
apenas pai putativo, protector, pai
suposto. Quanto a Cristo, verda-
deiro deus e verdadeiro homem,
será apropriado pensar se Cristo
Será que para alguém ser ‘santo
ou santa’ é necessário prescindir
do sexo? Perante os escândalos
sexuais das últimas décadas, não
terá chegado o tempo de repensar
todo este rigor e obsessão com o
sexo?
Se a alta hierárquica eclesiástica
tivesse sido mais fiel `as orien-
tações do Concilio Vaticano II,
talvez, não se sentiria agora for-
çada a pagar pesadas indemniza-
ções monetárias e na obrigação
moral de eleger monumentos `as
vitimas dos abusos sexuais do
clero, aqui nos EUA e por todo o
mundo. Autênticos padrões a as-
sinalar holocaustos de vergonha e
tristeza!.

Recordar é viver

O nosso amigo Armando Na outra foto podem-se ver

Martins teve a gentileza de
partilhar connosco algumas
fotografias da nossa comuni-
dade nos anos 70’s.
Acima pode-se ver uma fes-
ta no Goodman’s Hall em
Oakland, 1973.
A direita vêem-se Armando
Martins, a grande e inesque-
civel Amalia Rodrigues e Al-
berto Lemos em 1977.
elementos da nossa Imprensa
e Rádio em Novembro 1973,
na residencia de Bernie Fer-
reira na Alameda. Esq/dir:
Ramiro Rosa, Irondino Me-
deiros, Jose Silveira, Agnelo
Clementino, Bernie Ferreira,
Gilberto Aguiar, Ezequiel
Pardal, Eduino Silva, Aires
Medeiros, Jose Mestre. De jo-
elhos: Fernando Azevedo.
20 COLABORAÇÃO
Yosemite Park visto por
uma portuense de férias
Climb the mountains and get their good tidin-
gs. Nature’s peace will flow into you as sunshine
flows into trees. The winds will blow their own
freshness into you, and the storms their energy,
while cares will drop off like autgmn leaves.” (1).
S
ão sábias as palavras de
John Muir (1838-1914),
escocês defensor da Na-
tureza e que se encantou
com a beleza de Yosemite. Este
parque nacional situa-se na parte
central da California, no Vale da
Sierra Nevada. Tem uma superfi-
cie de 3.083 km2 e é património
da humanidade desde 1984.
Desde nova que sonho em visitar
estes parques colossais america-
nos. Sou açoriana e tenho famí-
lia próxima desse outro lado do
Atlântico, daí que quando planeei
uma viagem à California, há mui-
to falada, fiquei entusiasmada
por saber da existência dos seus
varios espaços verdes protegidos,
Yosemite à cabeça de todos eles
em tamanho.
Não é por acaso que Yosemite é
o segundo a ser declarado parque
nacional, em 1890, logo atrás de
Yellowstone (1872). Uma con-
quista dos seus vários admira-
dores, entre eles John Muir que
atravás da escrita e estudo, numa
vedadeira campanha de marke-
ting, chamou a atenção do Gover-
no Federal para a riqueza natural
e histórica de Yosemite, para a
necessidade da sua preservação
e para os varios perigos que o
parque enfrentava ou poderia en-
frentar.
Com efeito, não obstante esta
área ter sido registada na acta do
Congresso em 1864 “para uso
público, como zona de férias e
de recreito”, não existia nenhu-
ma preocupação ecológica, pois
as paisagens naturais abundavam
na America de então.
A beleza do lugar e a ambição
do garimpo atraíram os primei-
ros visitantes brancos nos anos
50 do século XIX, e com eles
inauguram-se os primeiros esta-
belecimentos de acolhimento e
deram-se os primeiros confron-
tos corn os indígenas. A chegada
dos mineiros provocou conflitos
com os nativos, que resultaram
na expedição punitiva do “Ma-
riposa Battalion” sob a autorida-
de do Estado da California. Esta
guerra terminou no extermínio
duma tribo em 1851; dela o par-
que herda o nome. Escritores,
artistas e fotúgrafos ajudaram a
disseminar a fama deste lugar e
hoje Yosemite recebe mais de 3.5
milhões de pessoas por ano. Os
meses quentes são os mais po-
pulares, mas o parque mantém
uma série de actividades durante
a estação fria, com pistas de ski
e lagos gelados. A maioria dos
visitantes, no entanto, limita-se a
um passeio a pé ou em bicicieta
na zona do Vale.
Aqui estão centralizados uma
série de serviços do parque, e
aquele também fica o célebre ho-
tel de luxo Ahwahnee, certamen-
te belíssimo, mas há felizmente
toda urna cartada de opções mais
baratas. São também organiza-
das excursões de camioneta aos
locais mais panorâmicos e popu-
lares. Fiz uma delas ao Glacier
Point, uma impressionante vista
sobre a meseta granítica da High
Sierra e sobre o Vale, em que o
Half Dome reina nos nossos sen-
tidos. Uma cúpula de granito ma-
ciço que parece ter sido cortada
ao meio como uma cebola, e que
se tornou no símbolo de Yosemite.
Outro rochedo famoso desta zona
e que se crê ser a maior peça de
granito do mundo, (emerge do
fundo do Vale numa altura de
914 metros), é o El Capitan. Os
alpinistas prestam-lhe culto, e foi
aqui que se ensaiaram as primei-
ras escaladas livres. Este colosso
é tão grande que tive dificuldade
em detectar com os meus binócu-
los três esforçados homens que
naquela altura o desafiavam.
Existe um plano de protecção
aprovado em 1980, e que tem so-
frido constantes melhoramentos
para os quais tem contribuido
vários debates publicos promo-
vidos pelo Parque. Prevê reduzir,
entre outras coisas, os equipa-
mentos rodoviários para limitar
esse tipo de trafego, e aumentar a
qualidade e o número dos trilhos
pedestres. Considero mesmo que
essa é a melhor forma de ver a
imensidão daqueles bosques, da-
queles prados e daquelas formas
rochosas. Não faltam trilhos de
vários graus de dificuldade e com
diferentes tipos de recompensa.
Abundam brochuras inforrnati-
vas sobre todos eles e podemos
sempre pedir ajuda ao pessoal
interno.
A determinada altura, o nosso
guia-motorista do Glacier Point
decidiu mostrar-nos algo de par-
ticular interesse. Como não éra-
mos muitos, deixou-nos ir atras
dele a pisar os mesmos sítios que
ele pisava, até uma pequena cla-
reira onde tinham desabrochado
umas flores ao engano. Explicou
ele que exactamente naquela altu-
ra do ano, (estávamos na primei-
ra semana de Novembro) os dias
tinham a mesma duração que na
Primavera. Era por isso que algu-
mas plantas se desorientavam. A
sua sobrevivência era muito curta
com a chegada rápida do frio e da
noite, impiedosos.
Yosemite tem muitos pontos de
interesse para além da sua plata-
forma granítica, sem duvida ma-
jestosa. Tem cascatas como a do
“Véu de Noiva” com 190 metros,
ou como o conjunto em dois pa-
tamares das Yosemite Falls com
739 metros no total. É pois a se-
gunda cascata mais alta do mun-
do depois do “Salto do Anjo” de
978 metros na Venezuela. Tem
lagos glaciares de águas límpidas
inscritos em prados de monta-
nha, que na Primavera se cobrem
de flores e são bordejados por ex-
tensos bosques de coníferas.
Aqui também se encontram algu-
mas espécies ameaçadas, e não é
assim tão raro um encontro com
a “megafauna.” Os visitantes
tem acesso a informação básica
e precisa de como devem proce-
der nestes acasos. Se num trilho,
num acampamento, ou até mes-
mo dentro de portas, se cruza-
rern com um urso, um “mountain
lion” (puma), nunca, mas mes-
mo NUNCA se deve virar-lhe
as costas para fugir. Deve-se, de
preferência, atirar-lhe pequenas
pedras, dando-lhe sempre espaço
.necessário para ele partir, tentar
rnostrar-lhe que somos um ani-
mal grande com o qual ele não
deve querer confrontar-se.
Mais ainda, é aconselhável mos-
trarmo-nos o mais alto possivel,
até com a ajuda de casacos, mo-
chilas ou o que tivermos à mão.
Se estivermos em grupo, deve-
mos juntarmo-nos e as crianças
devem sempre ser pegadas ao
colo. Finalmente, uns rugidos po-
derosos, tudo isto afastando-nos
dele. Será possível ter todo este
sangue frio? Ainda é pior no caso
de existirern filhotes. O sentido
de protecção é muito forte nestes
casos. Se mesmo assim formos
atacados, “fight back!”.
Por incrível que pareça, os encon-
Eva de Sousa Carvalho
tros mortiferos tem sido com os
veados. Culpa exclusiva das pes-
soas que lhes querern fazer festi-
nhas ou tirar-lhes uma fotografia
muito próxima, ou ainda dar-lhes
comida. Aqui, então, as pessoas
estão a infringir uma regra muito
cara ao parque e importante na
preservação da vida selvagern.
Aliás, toda a comida que trans-
portamos, ou que abandonamos
na tenda ou num veículo, deve
estar correctamente embalada em
caixas proprias à prova de inves-
tidas violentas. Uma mochila não
chega; os danados também já as
reconhecem como fonte alimen-
tar, por isso é perigoso abando-
na-las no caminho. Além disso,
o parque dispõe de contentores
especiais para o lixo já a contar
com as tentativas de assalto.
Numa das noites que passei no
parque, alojada numa casa de
uns rangers conhecidos, dois
raccoons invadiram-nos o átrio
à procura de comida e deixaram
tudo em patanas, fora o susto que
me pregaram a pensar que podia
ser um urso. E porque não? Eles
abrem portas e a nossa não estava
fechada à chave. Aqueles zorros
trapalhões e malandros entraram
pela porta dos cães, e as cadelas
acabaram por afungentá-los e
tudo acabou bem.
O mesmo não se passou na porta
ao lado. A vizinha, soubemo-lo
no dia seguinte, tinha sido obri-
gada a socorrer-se da ajuda dos
guardas florestais por ter sido re-
almente invadida por um urso na
própria casa. Urso este que, pelo
caminho, ainda investiu contra
alguns carros estacionados por
ali perto.
Em todos os finais da tarde vi
veados portentosos e suas fami-
lias. Descem até ao vale para se
alimentarem dos desperdicios
humanos. Para além da ‘mega-
fauna”, mais rara, é fácil cruzar-
mo-nos com esquilos nos trilhos,
de pelo castanho ou riscados.
Ouvem-se os passaros, mas são
mais difíceis de ver. A certa altu-
ra deparei-me com umas aves mi-
núsculas, que subiam as árvores
aos pulinhos.
Em Yosemite, as grandes dife-
renças de altitude permitem a co-
existência de um amplo espectro
de vegetação. Há várias espécies
de árvores, entre as quais está
a famosa sequoia gigante. Um
exemplo negativo do sacríficio
15 de Fevereiro de 2009
da natureza em prol de interes-
ses turisticos foi a construção do
Wawona Tunnel Tree. Um tunel
escavado em 1881 numa sequoia
centenaria. Passavam por aí car-
ruagens, primeiro, e mais tarde
automoveis. Naturalmente, a ár-
vore não aguentou o atentado e
caíu em 1969 durante uma tem-
pestade de neve.
Podem-se ver as sequoias em Ma-
riposa Grove (cerca de 500 árvo-
res), em Tuolumne Grove (cerca
de 25), e ainda em Merced Grove
(cerca de 20). Esta zona é bastan-
te mais calma porque se acede
somente a pé. A árvore mais anti-
ga do parque localiza-se em Ma-
riposa Grove, chama-se Grizzly
Giant e estima-se que tenha 2.700
anos. O seu tronco mede uns 10
metros de diâmetro.
Na época em que os primeiros
brancos surgirarn no parque a
paisagem era mais aberta. Havia
menos arvores e a floresta não
era tão densa. Assim foí possivel
a entrada do Mariposa Battalion.
Hoje é dificil imaginar como os
cavalos puderam percorer aque-
las encostas. O guia explicou-nos
que a floresta tem os seus ciclos
e que até os incêndios, quando
não são provocados pelo homem,
devem ser integrados nesta sua
autogestão. São positivos como
fertilizantes, e por isso também
geradores de vida. Umas das po-
líticas do parque é a da menor
interferência possível no meio.
Quando uma árvore cai, só será
removida se obstruir uma estra-
da. Doutra forma é apenas uma
arvore morta que tem em si pro-
priedades enriquecedoras para
a solo. Por todas estas razões e
outras que farão parte da expe-
riêncla de cada um, é que vale a
pena dar um pulo a este belíssimo
parque nacional da California.
(1) “Subam montanhas e rece-
bam as suas boas novas. A paz da
natureza vai fluir em vós como
a sol flui nas árvores. Os ventos
vão soprar-vos a sua frescura, e
as tempestades a sua energia,
enquanto as receios cairão como
folhas de Outono.”
Eva Carvalho nasceu na Ribei-
ra Grande em 1972. Cresceu no
Porto onde se cursou em Historia
de Arte. Trabalha na Biblioteca
Almeida Garret no Porto.
fotos de jose avila
 PATROCINADORES 21

LUSO AMERICAN LIFE Grupo de Carnaval

FRATERNAL ACTIVITIES
OF THE SOCIETY de Artesia
Luso American Fraternal Federation
Sociedade Portuguesa Rainha Santa Isabel

February 2009 LAFF

Date Time Council City Location
Saturday 28th 6:00 pm 29B Visalia Nielsen’s Rest.
No-Host President 137 S M Street
Cocktails Visit Tulare, CA
6:30 Dinner RSVP Shirley
Mello 559-591-
4694 or Joseph
Silva 559-733-
4974
Saturday 28th 5:30 pm Crab Feed Oakley Flor do Oakley
Cocktails Dinner Sponsor: Luso Hall Dança de Pandeiro de Crianças “Palhaços de palmo e meio” por Hélio Costa
7:00 Dinner Donation: A m e r i c a n 520 2nd Street,
$40.00 Scholarship Oakley, CA
Under 13 9 2 5 - 8 2 8 -
1/2 price 4884 Carmen
March 2009
Sunday 1st 12:30 pm 15B Riverdale Riverdale Me-
No-Host Co- P r e s i d e n t s morial Hall
cktails Visit 3085 W Mt.
1:00 Lunch Whitney Ave
Riverdale

Fe SPRSI
Feb, Saturday TBA 36-46-48 Hollister,
28th Salinas,
Gilroy
March 2009
Bailinho de Idosos (Avós das Crianças) “A Dança da Vida” de Hélio Costa
Sunday 1st Noon 116 Riverdale Riverdale Me-
Joint Visit P r e s i d e n t s morial Hall
w/Luso Visit 3085 W Mt.
Council Whitney Ave
Riverdale Riverdale
15B Info: call Kathy
Evangelho 559-
906-520
Saturday 7th TBA 110 More info to
follow

Bailinho de Homens (Pais das Crianças) “A Discursão do Padro Amado” de Hélio Costa

20-30’s Associate President Liz SPRSI Presidents:

Alves, State President Liz
Rodrigues, State Youth Constance Brazil, Tisha Cardoza,
President Gary Resendes Brianne Mattos
Contact LAFF 925-828-4884

Custo: $150,000.00 dolares

22 DESPORTO
Liga Profissional de Futebol
Multas para os 3 Maiores
O lance do penálti por falta de
Yebda sobre Lisandro merece
forte contestação do clube da
Luz, que exige agora um cas-
tigo para o avançado portis-
ta. Em declarações à Benfica
TV, João Gabriel, director de
comunicação dos encarnados,
expressou o desejo de ver Li-
sandro suspenso, baseando-se
no artigo 122.º, n.º 2, do Regu-
lamento Disciplinar da Liga.
Este artigo diz que um jogador
“que provoque uma decisão er-
rada da equipa de arbitragem”
por ter “simulado de forma
evidente falta inexistente”, e
que leve à marcação de um pe-
nálti “com benefício para a sua
equipa na atribuição final dos
pontos em disputa”, “é punido
com pena de suspensão de um
jogo na primeira infracção ou
de dois jogos em caso de rein-
cidência”. Como tal, o dirigen-
te benfiquista mostra-se
NOTICIAS
Alerta Amarelo
Jesualdo teme por meia equi-
pa, incluindo o trio Licha-
Hulk-Cebola, Bento também
tem com quem se preocupar,
correndo o risco de ficar sem
o seu fiel escudeiro João Mou-
tinho, mas o alerta estende-se
a Quique, José Mota, Jorge Je-
sus e Manuel Machado. Estão
todos de olho no registo dis-
ciplinar. Nas próximas quatro
jornadas, vai haver jogos entre
equipas que ocupam os pri-
meiros cinco lugares - apenas
o Nacional, sexto classifica-
do, não defronta nenhum dos
conjuntos que se encontram à
sua frente. E todos estes trei-
nadores têm jogadores, alguns
deles, quase todos, nucleares,
em risco iminente de exclusão
por acumulação de cartões
amarelos. Só Jorge Jesus não
tem ninguém em perigo para
o único jogo frente a equipas
que estão acima do seu Braga,
porque o encontro com o Lei-
xões é já o próximo.
O treinador do FC Porto, en-
tão, vê os titularíssimos Fuci-
le, Fernando, Lisandro, Hulk e
Rodríguez presos por apenas
mais um cartão daquela cor.
“curioso por saber a
decisão da Comissão
Disciplinar” da Liga
atirando: “Vamos
ver se tem coragem
para aplicar o regu-
lamento.” Por isso, e
lembrando que a CD
pode decidir a puni-
ção por si própria, ex-
pressa: “Estou convencido de
que o Lisandro corre o risco
de não ser utilizado frente ao
Sporting.”
Além do camisola 9, João Ga-
briel pede também a suspen-
são de Bruno Alves. “Não me
passa pela cabeça que a ten-
tativa de agressão de Bruno
Alves [num lance com Suazo]
não seja merecedora de suma-
ríssimo”, atirou, lembrando
que Katsouranis foi punido na
última época por tentar agre-
dir Luisão.
Quem não ficou imune às crí-
ticas foi Pedro Proença: “Peço
para que nunca mais apite jo-
gos do Benfica, pois em oito
anos fomos prejudicados em
21 pontos.”
In Ojogo
Para já, estão todos certos no
encontro, no Dragão, frente
ao Rio Ave, mas nos jogos se-
guintes já dependem… deles
próprios. E, nas jornadas 20 e
21, os líderes do campeonato
vão defrontar Sporting (casa)
e Leixões (fora). O que signifi-
ca que é grande o risco de al-
guém poder vir a falhar o clás-
sico com os leões no Dragão
ou o duelo com a equipa mais
surpreendente da temporada
- que foi a única, até agora, a
conseguir ganhar no estádio
dos azuis e brancos.
Já Quique Flores, que esta jor-
nada, diante do Paços do Fer-
reira, já se vê privado de Maxi
Pereira por este ter completa-
do, no clássico, uma série de
cinco cartões amarelos, tem à
bica os indiscutíveis Luisão e
Yebda - sendo que o franco-
argelino é mesmo o único jo-
gador do plantel utilizado em
todos os encontros das águias
esta época, no campeonato.
Ou seja, se Luisão e/ou Yeb-
da forem admoestados, este
domingo, com um amarelo, fi-
cam logo a saber que não vão
poder participar no dérbi em
No rescaldo dos encontros da
17.ª jornada do campeonato,
a Liga Portuguesa de Futebol
Profissional (LPFP) anunciou
hoje a aplicação de multas ao
Sporting (1.900 euros), Benfi-
ca (1.600) e FC Porto (750) na
sequência de situações ocor-
ridos nos respetivos jogos de
domingo. Segundo o comuni-
cado divulgado pela Liga, os
leões terão de pagar 400 euros
por terem impedido o árbitro
de dar início ao jogo à hora
marcada ou por terem atra-
sado o recomeço da segunda
parte, de acordo com o artigo
92, n.º 2 do regulamento disci-
plinar. Além disso, o Sporting
também prevaricou no artigo
148, n.º 1 do mesmo regula-
mento, que refere que ‘o clu-
be cujo sócio ou simpatizante
agrida qualquer das pessoas
referidas no artigo 138, espe-
tador ou pessoa presente den-
tro dos limites do complexo
desportivo, antes, durante e
depois da realização do jogo,
Academia do Sporting
O Presidente do Sporting
encontra-se na África do Sul,
onde participou na apresen-
tação da Academia Sporting
África (ASA), um projeto em
parceria com o Bloemfontein
Celtic e que terá como diretor-
técnico Mich d’Avray.
‘Esta é a primeira experiência
de internacionalização, julgo,
de um clube português no
estrangeiro, nomeadamente
através da sua formação, reco-
nhecida mundialmente como
das melhores. Espero que seja
um primeiro passo para que a
Academia possa cobrir outros
países e eventualmente outros
continentes’, admitiu, à Ante-
na 1.
A comitiva leonina, além de
Soares Franco, é constituída
por Pedro Mil-Homens e Rita
Figueira, administradores
da SAD, e Paulo Cardoso e
Diogo Matos, respetivamente
coordenador do departamento
de scouting e diretor-comer-
cial da Academia.
Pormenores
As obras de construção da
ASA, que ficará implantada
junto ao aeroporto de Bloe-
mfontein, têm início previsto
Alvalade.
O mesmo acontecerá, porém,
aos leões Abel, Grimi, João
Moutinho e Hélder Postiga,
15 de Fevereiro de 2009
é punido com a pena de multa
de 1.250 a 2.500 euros’.
Já o FC Porto e o Benfica fo-
ram multados por comporta-
mento incorrecto do público
no clássico disputado no Está-
dio do Dragão, que terminou
empatado (1-1), num embate
marcado pelas queixas encar-
nadas relativamente ao traba-
lho do árbitro Pedro Proença.
Relativamente aos restantes
castigos aplicados pela Co-
missão Disciplinar da Liga, há
a referir que Delfim (Trofen-
se), Maxi Pereira (Benfica),
Lourenço (Beira-Mar), Javier
e Stephane (Olhanense) e Tel-
mo (Varzim) foram suspensos
por um jogo e falham a próxi-
ma jornada da Liga Sagres e
Liga Vitalis. Filipe Sousa, de-
legado da Olhanense ao jogo
com o Sporting da Covilhã,
foi igualmente suspenso por
um mês por ‘lesão à honra ou
reputação’ da equipa de arbi-
tragem.
In Ojogo
para o mês de abril e con-
clusão em janeiro de 2010.
O complexo terá dormitório
(com capacidade para 112 jo-
gadores e 2 técnicos), 4 cam-
pos de relva natural e 1 artifi-
cial, ginásio, balneários, áreas
de restauração, lazer e estudo,
sala de imprensa e de confe-
rências, auditório ou loja de
merchandise.
A Extra Dimensions, do por-
tuguês Carlos Catalino, inves-
tidor, anunciou que irá con-
tratar treinadores, scouters e
pessoal médico. O Sporting
cederá um diretor-técnico, um
chefe de observadores e um
treinador Sub-19, que exerce-
rão funções a tempo inteiro.
In Record
caso defrontem o Belenenses,
no Restelo. Amarelo é a cor te-
mida. E proibida para todos.
In Ojogo
PATROCINADORES 23
24 TAUROMAQUIA 15 de Fevereiro de 2009

Quarto Tércio
SANJOANINAS 2009 José Ávila
Cativar aficionados foi palavra de josebavila@gmail.com

ordem na visita à California Atiro o meu

chapéu ao ar por
saber do regresso às
praças de toiros do
nosso matador Ma-
rio Miguel. Ele virá
à California em Maio
e toureará na Terceira
na Corrida da Praia
da Vitória em Agos-
to. A não perder.

Tiro o meu chapéu de contente por se ter re-

alizado na Ilha Terceira, o Forum Mundial da Cultura
Taurina, onde se discutiu a Festa Brava com os maiores
especialistas da matéria.

Enfio o meu chapéu até aos pés só de

pensar que a SATA possa ser tão leviana nos aumentos
de preços brutais que fez este ano. No entanto a SATA
faz preços políticos nas suas rotas para a Europa, para
conquistar clientela. O que eles sabem a nós já nos es-
queceu.

Já há cartel para a Corrida de Aniver-

Na passagem por Merced, na nova Tertulia da Ganadaria de Antonio Nunes.
José Couto, Miguel Brasil, Luisa Brasil, Filomena e António Nunes, Miguel Costa, Graziela Pereira
Já o ano passado expressei a minha opinião àcerca deste
tipo de visitas. Não o vou fazer este ano. O importante
é que as Sanjoaninas tenham sorte nas suas escolhas e
que a Feira Taurina e não só, tenha o sucesso que a todos
agrada. Infelizmente este ano caíu-nos em cima uma cri-
se mundial, que mais uma vez demonstrou que há muitos
homens neste mundo que deveriam ser amarrados à cor-
da, como se faz nas touradas da Terceira para não faze-
rem o que fizeram - criaram miséria, criaram uma crise
nunca vista, roubaram à vista de todos, enganaram todo
o mundo e justiça ainda não se viu. É verdade também
que muitos de nós, não prestámos a atenção devida áquilo
que poderíamos ter e abusamos, ajudando também a criar
esta crise.
Oxalá a nossa comunidade não seja tão afectada como
outras, mas tudo indica que aqueles que trabalham na
agropecuária vão ter um ano ou mais de dificuldades. E,
maioritáriamente são esses que costumam encher os avi-
ões da SATA em direcção à Terceira.
Para ajudar ainda mais este enredo que mais parece car-
navalesco, a SATA, desgraçadamente, sem comprender
o mundo em que vive, aumentou em 30 % os preços das
passagens, quando todas as companhias aéreas estão a
descer os preços e quando a gasolina desceu de $140 para
$38 dólares o barril, ou seja, desceu 73 % num ano.
Será talvez altura de oferecermos ao Conselho de Admi-
nistração da SATA uma calculadora com pilhas, porque
parece que a deles já não as tem.
sário do Grupo de Forcados de Turlock a realizar no
dia 24 de Maio, na Praça de Toiros de Stevinson.
Cavaleiros Paulo Ferreira, Filipe Gonçalves e Rui Lopes,
da Terceira, pela primeira vez na California. O Grupo
aniversariante competirá com os do Ramo Grande, da
Terceira. Toiros de duas ganadarias - Manuel Sousa &
Filhos e Açoriana. A corrida será realizada à tarde.
Nova Tertúlia em Merced - na nossa pró-
xima edição vamos dedicar esta página à nova Tertulia
de Antonio Nunes, de Merced - 900 chocalhos dão bem
a ideia da grandeza de uma colecção única, de um afi-
cionado de primeira água. O tirar o chapéu ficará para
a semana.
Nova temporada - daqui a um mês vamos co-
meçar a ver algumas actividades nas nossas ganadarias,
sinal do novo ano taurino que se avizinha. O Cavaleiro
Paulo Ferreira já está na California para começar não só
a sua preperação, mas também preparando ao mesmo
tempo os cavalos da Coudelaria M&M.
Uma oferta - oferecemos um almoço a quem nos
emprestar uma fotografia do Franklin Oliveira a tourear

Grupo de Forcados um touro Brahma nos anos 70. Vá lá todos a procurar

nas gavetas. Um almoço não se poder perder.

do Ramo Grance
na California

São novos, são arrojados e criaram mais
competição na Terceira, fazendo com que
os aficionados do norte da Ilha tenham
mais uma desculpa para se deslocarem a
Angra e verem os seus filhos e netos a om-
breaream com um Grupo de Forcados da
Tertulia mais antigo e mais sabido.
Este grupo foi criado com peso e medida,
não caíu do céu aos trambolhões, como
`as vezes acontece em muitos outros lu-
gares. E é assim que se faz festa brava.
Brincar com toiros não é coisa fácil e re-
quer muito treino, muita técnica, muito
espírito de equipa e foi isso tudo que os
do Ramo Grande já mostraram na Ilha
Terceira. Sejam benvindos!
 PATROCINADORES 25

VISITAS OFICIAIS PARA O MÊS DE FEVEREIRO

February 21: 5:00PM – Hayward, Council #3

Tel: (510) 483-7788
February 22: 1:00PM – Tracy, Council #137
Tel: (209) 835-4341
February 28: 6:00PM – Redlands, Council #100
Tel: (909) 794-6556

Para mais informação telefone para os números indicados

26 ARTES & LETRAS
Lélia Pereira da Silva Nunes
Começar de novo e contar comigo
Vai valer a pena ter amanhecido
Ter me rebelado, ter me debatido
Ter me machucado, ter sobrevivido
Ter virado a mesa, ter me conhecido
Ter virado o barco, ter me socorrido
Começar de novo e contar comigo
Vai valer a pena ter amanhecido.
(...)
Ivan Lins e Victor Martins,
Começar de Novo
O
s ventos marcam as estações,
alvoroçam os dias, sopram os
anos e embalam os sonhos.
Levam para bem longe nossos
desejos e esperanças, atravessando ma-
res, continentes, tempo. Trazem para bem
perto fragmentos de bons momentos, ar-
repiam desejos à flor da pele e o seu toque
ousado acaricia o corpo sedento pelo abra-
ço apaixonado. Ora são fortes, furiosos,
ora mansos, suaves. Ventanias ou brisas
do destino. Ventos são assim, provocantes
e imprevisíveis como a virada de um novo
ano que chega com o delírio do coro po-
pular na contagem regressiva: dez, nove,
oito, sete, seis, cinco, quatro, três, dois,
um... Meia Noite... Feliz 2009!
Aí está – a grande noite da virada e, num
instante, abre-se outro tempo. Uma noite
que tem a habilidade de encantar e a magia
de fazer acreditar que ela tem o poder de
redenção, de renovar a vida.
É a emoção da virada, do recomeço ou da
ultrapassagem de uma linha imaginária
costurada na cronologia do calendário que
marca o nosso tempo em espaços-meses
ou o começo do futuro baseado no fato
astronômico – o movimento de translação.
Para o poeta Mario Quintana “a cronolo-
gia deve ser um truque do calendário para
efeitos de computação histórica. Temos
todas as nossas idades ao mesmo tempo.”
Gosto muito mais dessa imagem poética
do que a realidade que esfarela a magia e
transforma tudo numa grande ilusão. Onde
o tempo não para, não é dominado e nem
inventariado. Vai passando e nós vamos
vivendo dia após dia ancorando memórias
e planejando o futuro em espaços talhados
de janeiro a dezembro, anotados em agen-
das coloridas, calendários e almanaques
como o Borda D`Água, de Lisboa, que há
80 anos é “reportório útil a toda gente”, si-
milar ao nosso Sadol, distribuído pelo La-
boratório Catarinense desde 1946.
O ritual de celebrar a passagem de um ano
para o outro é um acontecimento surpre-
endente sob todos os aspectos e, sobre-
tudo, por conseguirmos sobreviver com
dignidade apesar de todas as pressões e
cobranças sofridas no correr dos dias.
Queremos o que o ano de 2009 pode ofere-
cer de melhor: a esperança de começar de
novo, como se fosse a vez primeira, agora
zerada, dando chance a si e aos seus so-
Vento Kalunga
nhos ainda possíveis – refluxo de quimeras
infinitas. De encontrar em nosso caminhar
a presença constante das pessoas que ama-
mos e que realmente importam. São elas
que fazem e vão fazer a diferença pelo que
significam em nossa vida, por sua capaci-
dade de perdoar as nossas loucuras, por
sua imensa capacidade de amar, e isto é
fundamental. É o que canta Tom Jobim,
num dos grandes clássicos da Bossa Nova,
Wave : “Vou te contar, os olhos já não po-
dem ver/Coisas que só o coração pode en-
tender./Fundamental é mesmo o amor,/É
impossível ser feliz sozinho...”
A Terra acabou de completar a sua rota
translacional, temos mais é que celebrar a
vida e brindar o amanhã do jeito que vier.
Foi com este desejo que me preparei para
cumprir o tradicional ritual desta noite da
virada – o rito de passagem.
Até a Ilha se vestiu de gala, de uma alvu-
ra reluzente ao sol, na manhã lavada de
formosura neste dia de 31 de dezembro
de 2008. As cores e as luzes derramadas
sobre a cidade-ilha. Cromatismo e lumino-
sidade, a deslumbrar a vista. Dia dourado
de sol, céu azul e o mar a bater suas ondas
deixando segredos de espuma na areia da
praia. Todo este sol magnífico – luz em
feixes de um amarelo fulgente, como os
girassóis de Van Gogh, era um convite
irresistível para ir à praia. Ou melhor, ir-
recusável.
Alguns banhos de mar depois, uma lista
abandonada de mil coisas para fazer e lá
estava eu caminhando à beira-mar, deli-
ciada, com espírito leve, sentindo o canto
do vento, o vaivém das ondas cadenciando
os meus passos na areia molhada. Gaivo-
tas pousam perto de mim, outras cruzam o
céu traçando rotas inimagináveis em voos
planados e “sobrevoam meus temores”
como na canção Gaivota de Gilberto Gil.
Fico por ali olhando aquele imenso mar
bolinar a linha do
horizonte. Fantasio
uma viagem sem
barco e deixo o meu
olhar navegar por
um mar de Ilhas que
são partes de mim,
neste finalzinho de
2008 que se despe-
de deixando marcas
profundas e colo-
cando em marcha
uma nova ordem
social e econômi-
ca provocada pelo
endividamento ex-
cessivo. Para o ano
vai ser preciso inovar, reinventar o sistema
financeiro, encarar o desafio de produzir
mais riqueza com menor risco. Entre tur-
bulências políticas e geopolíticas, a eleição
de Barack Obama virou um sonho coleti-
vo para o mundo globalizado e só o futuro
responderá ao vento da esperança que so-
pra em todas as latitudes.
Em termos pessoais, foi um ano de gran-
des feitos, de vivências, de partilhas, de
momentos que já são partes do arquivo da
memória em conexão com o fluxo da vida.
Não dá pra esquecer! Inesquecível e me-
morável como a noite que assisti, no Pas-
seio Marítimo de Algés, a apresentação do
cantor Leonard Cohen, com sua voz rouca
a cantar Dance me to the End of Love, Hal-
lelujah e I´m Your Man, canções lendárias
como o próprio Cohen. Tudo faz sentido,
como peças de um grande puzzle que vão se
encaixando e formando um todo. Ou uma
colcha de retalhos com inúmeros pedaci-
nhos coloridos, cada um de uma textura e
tamanho, costurados com arte como a lin-
da colcha que fez e me presenteou a Dona
Mariquinha, lá de Santo Amaro da Ilha do
Pico, mãe do escritor Urbano Bettencourt.
Pois, o meu puzzle ou a minha colcha de
retalhos de 2008 foi formada com muitas
cores e sonhos em bocadinhos, misto de
tantos Brasis e Portugais-açorianos que
aprendi a amar a cada regresso.
Quanto ao ano de 2009 – o ano do Sol – as
previsões falam que será o ano da luz, do
ouro, do fogo, do poder, da transformação.
Será regido pelo Sol, o astro rei, a energia
vital. Traz consigo vigor, prosperidade, es-
perança, generosidade, harmonia. Prome-
te ser um ano “quente” em todos os senti-
dos, especialmente para os nascidos sob os
signos do Fogo – Leão, Aries e Sagitário –
tudo será promissor do trabalho ao amor.
Mas para os nascidos sob os signos da Ter-
ra e da Água estão reservados muito tra-
balho e esforço para extrair alguma dádiva
astral. Ou seja, mais uma vez estou fora
da turma protegida pelos astros. Será que
adianta apostar no charme, na simpatia, no
sorriso? Inquieta como sou, não vou ficar
de braços cruzados esperando acontecer.
Vou à luta! Correr atrás dos meus desejos
para viver 2009 com intensidade real, no
compasso próprio de cada momento. Viver
de verdade e bem, com entrega absoluta,
sem medo de ousar, de errar ou correr ris-
cos. Vou galopar o vento da esperança à
procura da paz e da harmonia, sob a ben-
ção de Oxalá, a divindade que governará
2009, e a proteção de Iansã, meu orixá –
divindade do fogo, senhora da guerra, da
tempestade, dos ventos e da sensualidade.
Afinal, 2009 chegou... Fui esperá-lo ao
lado da família e amigos na Avenida Bei-
ra-Mar Norte. Noite de Lua Nova, ponto
de luz acesa no teto do céu escuro sem
estrelas. Mar negro, revolto. Agitado pelo
vento nordeste que não quis ficar de fora
da grande festa. Aliás, todo ilhéu tem um
caso com o vento. O nosso é com o Vento
Sul. “El viento es un caballo/óyelo como
corre/por el mar, por el cielo./ Quiere lle-
varme: escucha/como recorre el mundo/
para llevarme lejos.(...)” fala Pablo Neru-
da, no poema “El viento em La Isla”.
Sendo um ritual de passagem, o branco
virou tradição e cor oficial. É o branco
da paz, de Oxalá, da alva alma renascida.
Assim, a cidade toda desceu para a Beira-
Mar e um imenso mar de gente, vestida de
branco, ondulava por toda Avenida feeri-
camente iluminada.
Um arsenal de simpatias, superstições,
15 de Fevereiro de 2009
Apenas
Duas
Palavras
Diniz Borges
d.borges@comcast.net
A
qui está mais um texto mag-
nífico da nossa colaboradora
e amiga Lélia Pereira Nunes.
Um texto verdadeiramente
delicioso para o começo de 2009. Uma
panorâmica pelos ritos que se vive em
cada passagem de ano. A Lélia, para
além de escrever muito bem, envolve-
nos nos mitos e na simbologia que a
humanidade foi criando para assina-
lar a viragem do calendário e a sempre
presente, esperança de melhores dias.
Porém e como concluiu no texto que
convidamos os nossos leitores a lerem
devagarinho, saboreando cada palavra e
cada frase, é importante, acima de tudo
que cada qual “Viva e ame sem conta,
esta é a chave para um Ano Novo Feliz.
Use o seu coração como senha e deixe
para o tecedor do vento a tarefa de voar
sobre o tempo.”
Abraços
diniz
patuás e até algumas poções encantadas
para assegurar saúde, fartura, sorte no
amor, conquistar seu “Gato(a)” e afastar
mal-olhado foram seguidas à risca para
atrair bons fluídos, muita energia positiva
e, assim protegidos, adentrar 2009 com
pé direito e muito “axé”. Da roupa bran-
ca à calcinha nova. Uma tradição no mí-
nimo divertida – as charmosas calcinhas
da sorte. Aliás, este ano a cor mais vendi-
da nas lojas de lingerie foi a amarela, que
chama dinheiro, abundância, riqueza. Será
que espanta a crise e maus ventos? Entrei
2009 vestindo calcinha de seda vermelha,
cor do amor total que cantou Vinicius de
Moraes.
Mar da Ilha é também o mar de Yemanjá, a
senhora das águas. O mar, água epifania
da natureza é o poderoso portal – Kalunga
Grande –que recebe os pedidos e as ofe-
rendas ao romper do Novo Ano. Tiro as
sandálias e entro no mar encrespado pelo
vento, sentindo nas pernas o bailado fre-
nético das ondas, ofereço rosas brancas
para Iemanjá torcendo que ela aceite e não
a devolva à areia da praia, quebrando o en-
canto.
Um swing de cores explode em círculos no
céu, um espetáculo pirotécnico ilumina a
Ilha, o mar e a Ponte Hercílio Luz anuncia
o alvorecer do 2009 contagiando a todos
numa explosão de alegria, de sons, de vo-
zes, de muitos braços que se abrem para
receber milhões de abraços, mãos que
se tocam e bocas que se encontram num
grande beijo.
Sob a chuva de fogos de artifício, na eu-
foria de celebrar o Ano Novo, brindamos
com champagne, deixando sua espuma
borbulhante transbordar ao estouro da ro-
lha saltando forte num augúrio de maior
felicidade.
Viva e ame sem conta, esta é a chave para
um Ano Novo Feliz. Use o seu coração
como senha e deixe para o tecedor do ven-
to a tarefa de voar sobre o tempo.
Feliz 2009!
 s e r v i n g t h e p o r t u g u e s e – am e r i can c o mm u n i t i e s s i nc e 1 9 7 9 • E N G L I S H S E C TIO N

portuguese Ideiafix
Miguel Valle Ávila
miguelvalleavila@tribunaportuguesa.com

The last Portuguese Restaurant in San José’s Little Portugal

Sousa’s continues tradition of serving
comfy and homey food
Sousa’s Restaurant reflects the labor of
love of its owners, Leonel and Aira Sou-
sa, who for the last 27 years have served
traditional Portuguese dishes at their Little
Portugal location.
The décor is modest with photos of famous
Fado singers especially the world-renow-
ned Amália Rodrigues and even a picture
of Princess Di of Wales next to a large ar-
chway in the form of a Portuguese Fado
guitar. The two dining rooms face busy
Alum Rock Avenue.
Even though, Sousa’s Restaurant does
not have a huge online presence, it is still
able to appear as the 7th best restaurant in
San José as rated by 10Best.com (http://
www.10best.com/San_Jose,CA/Voted_
Best_of_the_City/Restaurants/) ahead of
well-known San José restaurants Gordon
Biersch Brewery (#8) and Henry’s World
Famous Hi-Life (#9).
As with many other Portuguese restau-
rants in the United States, the weakest are-
as are the salads (iceberg lettuce mostly)
and steamed vegetables (almost always
overcooked). As for the rest, it mostly sa-
tisfies with comfy and homey flavors.
Most of my recent experiences with
Sousa’s Restaurant have been large fami-

ly and community event gatherings where
Chef Leonel offers a variety of Portuguese
and Continental choices in a buffet-style
setting.
The bacalhau à Gomes de Sá (salted cod),
alcatra (beef stew), frango panado (brea-
ded chicken breast), carne de porco saltea-
da (marinated pork), among other choices
have brought memories of the old country.
The portions are abundant leaving very lit-
tle space for dessert.
For family gatherings, Sousa’s Restaurant
continues to offer a great value when or-
dering a buffet with the many Portuguese
cuisine options that Chef Leonel prepares.
When in San José, stop by the last remai-
ning Portuguese restaurant for that home-
made, unpretentious cuisine.
Reviews:
“I have been treated to this place only
once but thats all it took for me to love
it. Steak with a fried egg, fries, rice and
veggies! It reminded me of the azores
where i originally learned to love this
traditional classic. Its homey if not a lit-
tle dated but thats what I love in a meal
out”.
Ashley B., San Jose
“As a Portuguese girl who grew up on
home cooked Portuguese cuisine, the
dishes offered at Sousa’s are very re-
miniscent of Grandma’s cooking. No,
it isn’t gourmet and the execution isn’t
meant to impress but the old school
flavors that incoporate spicy and salty
of Sao Miguel, Sao Jorge, and Terceira
are all intact. try the Beef `a Portugue-
sa. The portions are very filling so go
hungry. Also, the Caldo Verde and Pra-
ta de Mariscos are very delish!
Veronica B., Milpitas

To promote Goan culture in the larger a Goan Youth Panel which will highlight

Goa Festival in Milpitas community and in keeping with the 2009

theme YEAR OF THE YOUTH, Goa Su-
important current issues.

dharop is hosting a Goan event on Sunday, RSVP to Savio Menezes via email at sa-
February 22 February 22, 2009 at the India Community
Center at 525 Los Coches Street, in Mil-
viom@hotmail. com.

pitas, California. The event runs from 11 For more info, go to www.goasudharop.
AM to 2:30 PM and it’s a rare opportunity org and www.indiacc.com.
to savor the culture of Goa, to learn about
traditional Goan festivals, Goan entertain-
ment, Goan folkdances, and much more.
World renowned Goan artist Laxman Pai
will display his artwork. We will also have
28 ENGLISH SECTION
John P Abranches, last surviving son
of Aristides Sousa Mendes, dies at 78
John Paul Abranches, who spearheaded
efforts to honor and “rehabilitate” his fa-
ther, Portuguese diplomat and Righteous
Gentile Aristides de Sousa Mendes, pas-
sed away in Antioch, California, on Febru-
ary 5, 2009, after a long illness.
John Paul was 78. He was the last sur-
viving son of his parents, Aristides and
Angelina de Sousa Mendes. His full name
was João Paulo de Sousa Mendes do Ama-
ral e Abranches.
John Paul was my friend, and, along with
many others, I helped him in his efforts.
John Paul’s father, Aristides de Sousa
Mendes, who had been Portuguese consul
in San Francisco, California, in the early
1920’s, was the Portuguese consul in Bor-
deaux, France, in 1940, when Paris fell to
the advancing German army, and Jewish
and other refugees fled southwestward to
escape into neutral Spain. But the Spanish
authorities would not allow refugees to en-
ter Spain without a Portuguese visa.
Against the orders of Portuguese dictator
António Salazar, who had directed that no
Jews or other “undesirables” be allowed
visas, Aristides de Sousa Mendes, with the
support and assistance of his wife Ange-
lina, his older sons Pedro Nuno and José,
and Rabbi Haim Krueger, issued Portu-
guese visas “around the clock” in June
1940 to as many refugees as possible, wi-
thout regard to nationality or religion. He
is credited with saving the lives of 30,000
refugees, including 10,000 Jews.
Aristides de Sousa Mendes’ acts of moral
courage and “disobedience” resulted in his
dismissal from the Portuguese diplomatic
corps, his public disgrace, and his own im-
poverishment. He died a pauper in Lisbon,
Portugal, in 1954; his wife Angelina had
predeceased him.
Because of his “disgrace,” most of Aristi-
des’ children could not find employment in
Portugal, and were forced to immigrate to
other countries.
As set forth in the obituary placed by the
Abranches family in the Contra Costa Ti-
mes, Feb. 8, 2009, John Paul was born on
January 7, 1931, in Louvain, Belgium, and
was raised in France and Portugal.
With the assistance of Jewish charitable
agencies, John Paul moved to the United
States at the age of 19. He joined the U.S.
Army in 1951 and was stationed in Fair-
banks, Alaska. Following his Army stint,
he moved to San Francisco and met the
love of his life, Joan (Casey), to whom he
was married for 51 years. Together, whi-
le living in Dublin, CA, they raised four
children: Paul (Nelly), Newman, CA; Pe-
ter, Antioch, CA; Sheila, Queens, NY: and
Eileen (Joe), Oakley, CA, all of whom sur-
vive him.
John worked as an Architectural Drafts-
man for The Hofmann Company in Con-
cord for many years. As his family relates,
in his spare time John was a big believer
in helping others. As a member of the St.
Raymond’s Catholic Church in Dublin,
CA, he was an active participant in the St.
Vincent de Paul Society, and the Chairman
of the Vietnamese Refugee Committee in
Dublin; he helped many new immigrants
to his community learn to read, write and
speak English.
But John’s great mission during his enti-
re adult life was to honor and rehabilitate
the name of his father Aristides, who, even
after Portugal’s democratic revolution in
1974, remained a “non-person” in Portu-
gal.
In 1967, through the efforts of John’s sis-
ter Joana, Aristides de Sousa Mendes was
recognized as a Righteous Gentile at Yad
Vashem in Israel. Despite this honor in Is-
rael, Aristides de Sousa Mendes remained
largely unknown in the larger Jewish and
Portuguese communities, and unheralded
in his homeland.
I met John Paul when I hired his nephew,
Carlos de Sousa Mendes, as a Portuguese
tutor in 1985. Carlos told me the story of
his grandfather, Aristides, and introdu-
ced me to his uncle John Paul and to John
Paul’s wife Joan, who became my friends.
Later that year, I traveled to Lisbon and
met more of the Sousa Mendes family, in-
cluding Dr. Pedro Nuno de Sousa Mendes,
John Paul’s older brother, who had helped
their father Aristides issue the precious vi-
sas in June 1940.
I learned that John Paul had been trying
for decades to rehabilitate and honor the
name of his father. For instance, he gave
me a copy of an article about Aristides de
Sousa Mendes written by San Francisco
News Call-Bulletin columnist Guy Wright
in 1961, at the request of a young John Paul
Abranches. I tried to interest press people
in the story, but was told that we needed a
current news event on which to “peg” the
story of Aristides.
In early 1986, John Paul and his wife Joan,
inadvertently created such an “event”: a
petition (Joan’s idea) to the new Portuguese
President, Mário Soares, who himself had
been a victim of the Portuguese dictator
Salazar, to rehabilitate and honor Aristides
de Sousa Mendes. John Paul and Joan set
up a card table with the petitions in front
of their parish church at St. Raymond’s, in
Dublin, CA.
This “event” caught the attention of an
Oakland Tribune writer, Roland De Wolk,
whose article (Oakland Tribune, March 17,
1986), in turn, caught the eye of Robert
Jacobvitz, executive director of the Jewish
Community Relations Council (JCRC) of
the Greater East Bay.
Thereafter, under Robert’s direction, we
(Robert, John Paul, Joan, and I) formed
the International Committee to Comme-
morate Dr. Aristides de Sousa Mendes.
Our letterhead was in three languages:
English, Portuguese, and Hebrew.
As Robert related in an e-mail to me:
“I realized that the Sousa Mendes family
were themselves unidentified victims of
the Holocaust, and that they had no one in
any position of authority, either within the
Jewish Community or anywhere else, to
advance their cause: To correct a terrible
wrong that had befallen a Man and his fa-
mily, I had no choice as a Jew but to help
this family.”
We all commenced to work full time (in
addition to our “day jobs”) on this cause.
My Portuguese helped me with Portugue-
se-language media and contacts. Robert
contacted the JCRCs throughout the nation
where there were significant Portuguese-
American populations. Events joining the
Portuguese and Jewish communities began
happening all over the U.S.; resolutions
were passed in State Legislatures. And
in House of Representatives, Portuguese-
American Congressman Tony Coelho and
Jewish-American Congressman Henry
Waxman also joined the cause.
Newspaper articles began appearing in
the mainstream, Jewish, and Portuguese-
language press. The New York Times
covered the story. (New York Times, May
4, 1986, p. 16.). In San Jose, CA, the Por-
tuguese Tribune, under the editorship of
Artur Cunha de Oliveira, took up the cau-
se. Jornal Português, under the editorship
of Alberto Lemos, also published articles
about the case.
People whose lives had been saved (or
whose parents’ lives had been saved) by
Aristides’ visas came forward. Indivi-
duals and groups from all over expressed
interest. Our little “international” com-
mittee became, in fact, truly international.
International attention mounted, including
in Portugal.
In May 1987, Portuguese President Má-
rio Soares came to Washington, D.C., and
presented a Portuguese medal to the late
Aristides de Sousa Mendes at the Portu-
guese Embassy. I watched in amazement
as most of Aristides’ surviving children,
and many of the grandchildren, met, all
together for the first time, in Washington.
There were happy conversations in Portu-
guese, French, and English. These were
beautiful sounds.
The day after the medal presentation, we
met again with President Soares at the Li-
brary of Congress building in Washington,
where President Soares apologized to the
Sousa Mendes family for the wrong done
to them and their father during the Sala-
zar dictatorship. Robert and I knew that
we were witnessing history being properly
rewritten.
On March 18, 1988, in the presence of
Sousa Mendes family members, Aristides
de Sousa Mendes was finally rehabilitated
and posthumously honored by Portugal’s
Assembleia da República.
At present time, Aristides de Sousa Men-
des is honored in Portugal as a hero and
humanitarian. Schools and streets are na-
med after him. In a recent public poll, he
was voted among the ten greatest Portu-
guese of all times. (New York Times, July
25, 2007.)
He continues to be honored worldwide,
and he is presently the subject of a play
that opened recently in London:
John Paul was a sweet and gentle man; but
Portuguese Tribune contributor
Franklin Soares weds Elizabeth Joesten
Franklin Soares who challenged the Five
Wounds Portuguese National Church
status quo in a series of articles a few
years ago on The Portuguese Tribune
married Elizabeth Joesten on January
16, 2009. The proposals presented by
Franklin led to the creation and expan-
sion of the Sunday evening youth mass.
The wedding of Franklin and Elizabeth
took place at Five Wounds Portuguese
National Church and was presided by
the church’s pastor Rev. Tony Mancuso.
The spring-like sunny day allowed the
more than 300 family members and
guests to take a picture on the steps of
the almost centenarian church.
The reception took place at the Irman-
dade do Espírito Santo (IES) Hall, adja-
cent to the church.
The couple took a short time off at a be-
ach resort in Santa Barbara, California,
and is planning a trip to Portugal in the
summer for their honeymoon.
The Portuguese Tribune congratulates
Franklin and Elizabeth on their wedding
15 de Fevereiro de 2009
when it came to working to honor his pa-
rents, he had a steel will. From 1986 until
2004, John Paul Abranches spoke to many
groups and at many events throughout the
United States and beyond. He was fluent
in English, Portuguese, and French.
John’s wife Joan was a true partner in all
these endeavors throughout their marria-
ge. In fact, as set forth above, it was her
petition idea that launched the successful
effort to “rehabilitate” Aristides. And as
John and Joan’s children reached adul-
thood, they, too, did their part.
John Paul told me once that public spe-
aking was hard for him, and that even after
many speeches, these undertakings were
stressful, but that he felt a duty to accept
each request for a presentation in order
to speak on behalf of his beloved father.
He always made the point that his father
should not only be honored, but emulated,
as people continue to need help to survive
in the present day.
As John Paul said at Tifereth Israel, New
Bedford, Massachusetts, in April 1987:
“[My father] did not want to disobey or-
ders, but he could not endure the thought
of closing his eyes to the approaching tra-
gedy. The danger was obvious. He himself
had delivered most of his children to the
safety of [neutral] Portugal months ear-
lier. And could he deny these people [the
fleeing refugees] the opportunity to do the
same?
“What do this man’s actions mean to us to-
day? [They mean] that each one of us can
make a difference. It is, by doing what is
morally right, regardless of the consequen-
ces, that we can prevent such a tragedy
from happening again.” (Standard-Times,
New Bedford, Massachusetts, April 30,
1987.)
In addition to his wife Joan and his four
children, John also leaves behind four
grandchildren, two sisters, Teresinha Swec
and Marie Rose Faure, many beloved nie-
ces, nephews, and in-laws, and many dear
friends.
May his memory be a blessing.
Anne Treseder, with help
from Sheila Abranches and
Eileen Garehime
extensive to their parents José Franklin
and Cidália Soares, our subscribers in
San José, and James and Dianna Circo-
Joesten, also of San José.
The newlyweds moved into their new
home at the Rivermark residential area
of Santa Clara.

California Chronicles
Ferreira Moreno
T
he goats, according to
the Funk Wagnalis New
Encyclopedia, “even
though closely related
to the sheep, ultimately differ
in various aspects, such as the
length of the tail and the format
of the horns. Besides, male goats
have beards in the wild state, go-
ats are nomadic and are generally
found in mountainous habitats. A
number of breeds of goat are rai-
sed domestically throughout the
world. The goat is used for meat,
as a milk producer, as a pet, and
as a beast of burden.
Many parts of the animal are eco-
nomically valuable for a variety
of purposes, such as the skins for
leather and the pelts for rugs and
robes. One variety of domestic
goat, important for its commer-
cial value, is the Angora. The
best Angora is covered, except
for the face and the legs below
the knees, with long, fine, silky
hair called mohair. The brilliant,
transparent texture of mohair has
made it a valuable material. The
Kashmir goat, a small animal
native to Kashmir, india, is the
source of the fine wool cashmere,
from which the famed cashmere
shawls are made.”
In the Encyclopedia Britannica
it is pointed out that “in China,
Great Britain, Europe and North
America the domestic goat is pri-
marily a milk producer. The goat
is especially adapted to small-
scale production of milk for the
family table. One or two goats
will supply sufficient milk for a
family throughout the year, and
can be maintained economically
in small quarters where it would
not be practical to keep a cow.
Goat’s milk, used extensively in
the making of cheeses, is pure
white in color, and compares fa-
vourably with cow’s milk in fla-
vor and keeping qualities under
sanitary conditions. It has certain
characteristics differing from
cow’s milk, which make it more
easily digested by infants, invali-
ds and persons allergic to cow’s
milk. These qualities explain
why the goat has long been kno-
wn in Europe as the “wet nurse”
of infants.”
Goat Stories (1)
Haguelonne Tous-
saint-Samat, in ‘‘His-
tory of Food’’, wrote
that “with the Ice Age
drought that affected
the northern half of
the northern hemis-
phere, the scarcity of
watering places gave
rise to concentrations
of small deer and go-
ats. These were the
first animals which
man began to con-
trol, helping himself
to them in judicious
quantities, as analysis of the bo-
nes that remain has shown. When
they were young, such animals
could be caught in nets and brou-
ght to a convenient place near the
camp. People then had a supply
of meat on the hoof which would
keep fresh until slaughtered.
Roasted sheep, goats, lambs and
kids, and in some circumstan-
ces oxen, were the first sacrifices
made to the gods. Ancient litera-
ture, including the Old Testament,
is full of accounts of sacrifices,
with the meat roasted over the
fire, its odour rising to heaven to
please the deity, and its sizzling
fat, mingled with aromatic herbs,
anointing the altars.’’
The 16th chapter of the Book of
Leviticus describes how Aaron
symbolically laid the sins of the
ENGLISH SECTION 29
Israelites on the head of a goat symbolism of the goat as an em-
and sent it into the wilderness. At blem of wickedness, although
the same time that this was going in the Renaissance the goat was
on, a second goat was sacrificed usually shown in that fashion in
to the Lord. From here originated order to distinguish the sinners
“scapegoat” signifying someone from the righteous.
who bears the blame for another. In Europe goats were thought to
In ancient Rome, a man dressed have been familiars of witches
in goatskin would be led through or of the Devil, who comb their
the streets and flogged as a sym- beards once a day. The lechery of
bol of earlier atonement sacrifi- the goat is part of European pro-
ces. verbial lore. The Americanism
In early Christian art, the goat “to get his goat” means to reduce
was taken as a symbol of the a man to frustration and rage.
damned, as depicted in the pa-
rable of the Last Judgment. This
interpretation was based on a
passage of Matthew’s Gospel
(25:31-46), which rela-
tes how Christ upon his
final coming shall sepa-
rate the believing from
the unbelieving, as the
shepherd separates the
sheep from the goats.
In that parable, Jesus
employed a scene com-
monly observed in Pa-
lestine, where the sheep
and the goats shared the
same pasture, but when
it was time to take them
to market the two were
separated into different
enclosures.
Naturally, the parable
alludes merely to the
division and implies no
30 ENGLISH SECTION 15 de Fevereiro de 2009

Do meu Jardim

Alicia Filomena Cota

Listen Carefully
sweetcherrialicia@hotmail.com

G
rowing up, I often he-
ard “Quem não briga,
não ama” or “Quem
não briga, não chora.”
This Portuguese saying comes
back to me when I hear friends
fighting or deep in an argument.
Automatically I repeat, “Those
who do not fight do not love each
other.” Here is one proverb of
many proverbs that we can find
throughout Portuguese dialogue.
Their content and messages are
honest and easy to identify when
the time is right. In addition,
there is distinctiveness in their
delivery that we as descendants
familiarize with because they are
special to our own culture. Al-
though it would be a long and te-
formulate the way customs evol-
ve. This interpretation is dispu-
table because of varying percep-
tions for its meaning.
For example, a friend of mine
tried to explain to me the meaning
of this proverb is about humility.
In disagreement, I have chosen to
interpret this proverb as a way of
understanding why some coun-
tries have customs that we do not
practice. Anyhow, this proverb
gives truth to how resources on
Earth are distributed and ways
in which its settlers tend these
resources. Culturally, our Earth’s
makeup differs from region to re-
gion where resources differ and
where peoples of these regions
have developed their culture in
minent feature of local diet. As
we have seen or heard, matança’s
where family and friends come
together to slaughter a pig follo-
wed with a lunch is a major sta-
ple of Azorean culture. Outsiders
might wonder why Azoreans fes-
tively drink and dance next to a
pig draining its contents while we
ourselves wonder why a Middle-
Eastern man or woman would
sport the latest fashions in long
dresses. Moreover, whether wea-
ring long dresses or killing pigs
on an island, a short and concise
Portuguese saying helps our un-
derstanding of Earth’s natural di-
versity and why certain customs
take place in one region and not
another.
making less money. On the other
hand, acquiring less money for
a more meaningful career might
be worth the risk for some peo-
ple. Finally and most commonly
are risks from love, which many
individuals around the world un-
derstand. Indeed taking the leap
with a person might be the best
experience for some couples, but
for others, it is nothing short of
a tumultuous roller coaster ride
headed to nowhere land.
“Antes só do que mal acompa-
nhado.”
Roughly, “it is better to be alone
than in bad company.” Probably
one of the most significant pie-
ces of advice my grandmother
verb as the one mentioned helps
us realize it is best to hang out
with people with whom have our
best interests at heart and who
can help us as we help them.
Thinking about these sayings
and the many others I have he-
ard throughout my life, I wonder
if I have taken for granted yet,
another important characteristic
to being Portuguese. Victims of
society’s pressures and expecta-
tions, it is easy to neglect the sig-
nificance of advice and guidance
our elders or peers share in their
own unique Portuguese ways. I
am writing about more than just
when avó pats her heart and calls
out to Nossa Senhora for help
when she sees her granddaughter

dious endeavor, I thought it would
be intriguing to look closer at the
meaning behind some common
Portuguese proverbs.
Scholar of proverbs Wolfgang
Mieder finds:
A proverb is a short, generally
known sentence of the folk which
contains wisdom, truth, morals,
and traditional views in a meta-
phorical, fixed and memorizable
form and which is handed down
from generation to generation.
“Cada terra com seu uso…
...cada roca com seu fuso.”
In other words, “Every land its
own custom, every wheel its own
spindle.”
With what the Earth offers us, we
develop ways to integrate these
resources, which later begins to
correlation with these resources.
For instance, Middle Eastern and
North African countries with lit-
tle water and sand have a much
different makeup from subtropi-
cal islands such as os Açores.
In arid Middle Eastern and Nor-
th African areas, locals are often
times found wearing long dresses
and head wraps covering their fa-
ces in order to protect themselves
from the sand that flies with the
wind. In addition, raising pigs
in these regions is inconsistent
with the climate according to an-
thropologist Marvin Harris. He
argues, pigs do not have the abi-
lity to sweat and so roll around in
mud in order to cool themselves
off. Where water is scarce in the
Middle East, it would not make
sense to raise pigs. Yet on islands
such as os Açores, pigs are a pro-
S
“Quem não arrisca não petisca.”
imply said, “without risk,
there is no reward,” this
saying describes the pos-
sibility of growth from
taking risks. How many of us can
say that we have not won from
taking a calculated risk. Ok, we
can lose too. Let us focus on the
positive here. How important this
saying is depends on the person
but can serve some truth to every
person. For example, a child jum-
ping from a couch reaps risk of
his falling and breaking a limb
but also teaches a child indepen-
dency if they fall and get back on
their feet without the help of an
adult. Second, if a person were to
pursue a career closer to their he-
arts but not as fiscally rewarding
as another profession, they risk
will repeat to her grandchildren,
walk out of the house with ho-
this wise saying applies to every
les in her jeans. This is more for
soul in existence. Have you he-
those moments throughout the
ard, show me who your frien-
day when a mother tells her child
ds are and I will show you who
“O rato que muitas vezes vai ao
you are? It goes along with the
moínho, lá uma vez fica com o
same saying they have here in
focinho” or when an uncle stut-
America. Negative associations
ters something profound such as,
can destroy our reputation. Fur-
“Não fales mal do teu vizinho,
thermore, the ways in which bad
por que o teu mal anda por o ca-
company affects our lives is not
minho” mid-sentence of drinking
worth our livelihood. The mode
wine and devouring cozido.
in which we live our lives often
In all, sometimes listening to the
depends on how others percei-
value behind Portuguese proverbs
ve us and having negative indi-
can truly help us in making thou-
viduals in our lives may lead to
ght-out decisions. If we listen ca-
catastrophic effects. In addition,
refully to their meaning we pro-
we have all heard “you are the
bably can relate some experience
company you keep.” With this in
that validates their truth. So stop
mind, the wrong company may be
ignoring and start listening.
more disastrous to our well-being
than going through life alone.
Thus, a wise and important pro-

LPFS selects new Directors 2009-2010 Milpitas Resident

Director, Timothy Borges (UPEC), Vice-President, Liliana Lourenco (IDES), President, Carolina Mazilu (LUSO),
Secretary, Carla Cardoso (SES), not pictured: Treasurer, Barbara Fraga (UPPEC)
Above right: Liz Rodriguez (LUSO), Carolina Mazilu (SPRSI/LUSO), Joe R. Peres (Supreme Council of I.D.E.S.),
Shirley Perry (Supreme Council of U.P.P.E.C.), Tisha Cardoza (SPRSI/LUSO)
The League of Portuguese Fraternal Benefit Societies
of California, (“The League”) was organized in the
State of California, in the City of Oakland in March
of 1937.
It is presently comprised of the following societies:
I.D.E.S., Luso-American Insurance Society, S.E.S.;
U.P.E.C. and U.P.P.E.C.
The creation of a forum wherein ideas and develop-
ments may be exchanged which are in the interests of
the member-Societies and which promote the better-
ment of the Fraternal Benefit System, promote and
enhance the Portuguese people, their culture and
traditions as well as further the cultural interchange
between the people of Portugal and the Portuguese-
American Community.
When the need arises, as it has many times in the
past, the League sponsored several fund-raisers and
has assisted in the collection of charitable donations
for the less fortunate.
The League also receives with open arms represen-
tatives from the government of the Mother Country.
During the past year, the League hosted the follo-
wing events: A dinner honoring the Portuguese
Immigrants as part of 2008 Portuguese Immigrant
Week Celebrations; A luncheon honoring Dr. Anto-
nio Braga, Secretary of the State of the Portuguese
turned 100
Emilia Serpa was born Jan.
29, 1909 in Lajes, Flores of
Portugal’s Azores Islands, the
youngest of eight children.
Her family says her life has
been truly blessed.
She married Frank Freitas
Serpa in 1929 and two years
later the couple immigrated to
America, living at the corner
of King and Story roads in San
Jose where Frank worked as a
dairyman.
The couple moved to Milpitas
Communities and, most recently, in conjunction with in 1935, where Frank started
the Portuguese American Forum of Santa Clara, the Serpa Brothers, a dairy with
League sponsored a reception honoring Dra. Alzira his two brothers on Jacklin
Silva, outgoing Azorean Government Director for the Road and what is now Escuela
Portuguese Communities. Parkway. Emilia’s family says
On January 27, the league met at Sousa’s Restaurant she cooked three full meals for sew as a 4-H leader. She loved
in San José to select the officers for 2009-2010: Presi- the 12 milkers employed at the baking beautiful desserts and
dent, Carolina Mazilu (LUSO), Vice-President, Lilia- dairy, all of whom also lived creating wonderful Portugue-
na Lourenço (IDES), Secretary, Carla Cardoso (SES), there. In 1948, the Serpas sold se dinners.
Treasurer, Barbara Fraga (UPPEC), and Director, Ti- their share of the dairy, pur- Outside of the home, Emilia
mothy Borges (UPEC). chasing a 292-acre ranch on has belonged to many Portu-
In attendance at the meeting were past presidents: a piece of land now known as guese societies, the Milpitas
Timothy Borges (UPEC), Carol Bates (UPPEC), Jo- Dixon Landing Road and Mil- Green Thumb Club and the
anne V. Camara (UPPEC), Liliana Lourenço (IDES), pitas Boulevard. Business ex- Milpitas Historical Society.
Jackie M. Flynn (IDES), Larry Soares (LUSO), Jose- tended into Fremont, where the She and her husband also hel-
ph Vieira (LUSO), and Al Antunes (IDES). Serpas sold beef and cattle. ped many Portuguese families
The current present of several of the fraternal socie- The ranch was sold in 1965, establish themselves in the
ties also attended: Liz Rodriguez of the Luso-Ame- and the Serpas moved into a area over the years. They were
rican Life Insurance Society, Carolina Mazilu, Lea- home near Old Calaveras and married 53 years until Frank
gue President and member of SPRSI, a Division of Evans roads, where Emilia still passed away in 1982.
Luso-American Life Insurance Society, Joe R. Peres lives today. Emilia was honored by Milpi-
of the Supreme Council of I.D.E.S., Shirley Perry of Her family says Emilia had tas Mayor Bob Livengood at
the Supreme Council of U.P.P.E.C., Tisha Cardoza of always been known as a first- the Jan. 20 Milpitas City Cou-
SPRSI, a Division of Luso-American Life Insurance class homemaker and taught ncil meeting.
Society. many local young girls how to Courtesy of Milpitas Post.

The Greater Bay Area
Fraternal Congress
nomeou Fraternalistas do Ano
Pela vigéssima sétima vez foram reconhe-
cidos os fraternalistas do ano, da respon-
sabilidade da “Greater Bay Area Fraternal
Congress Branch # 1. O acontecimento
teve lugar no Fremont Elks Lodge no dia 7
de Fevereiro de 2009.
As mais de 200 pessoas presentes foram
recebidas com palavras de carinho pelo
Frances Carvalho, proposta pela S.E.S.
Maria S. Corella, proposta pela U.P.P.E.C.
Angie Gorgulho, proposta pela I.D.E.S.
Jeanny M. Rapp, proposta pela I.O.F.
COMUNIDADE 31
Vice-Chairman John Avila e Geraldina
Alves, Presidente. Os oradores da tarde
foram David Peak, Presidente da CFC e
John de Melo.
Olga Bove apresentou os fraternalistas do
ano. Foram também nomeados os novos
Directores para 2009, tendo como Presi-
dente, Frank Maranzino, da K.O.C..
Maria Cabral, proposta pela UPEC
Hugo Zarate (ausente), proposto pelos Knights of Columbus. Entregue ao George
Emily M. Scharer, proposta pela S.P.R.S.I.
Mary DeMartini, proposta pela O.W.O.W.
Monica D. Bellizzi, proposta pela Thrivent
32 ÚLTIMA PÁGINA
Galletto the best in Modesto
Tom Gallo desde pequeno que sonhou ter um restaurante italiano e quando conheceu
Karyn, esta tambem partilhava do mesmo gosto. O Restaurante Galletto ocupa o espaço
que era outrora do Wells Fargo Bank, uma joia de art-deco de 1930.
Quando ambos viram o edificio por dentro, logo pensaram que ele seria o sonho das suas
vidas. E assim aconteceu em 2001 quando abriram o restaurante, que fica situado no
coração da baixa da Cidade de Modesto, no canto da Rua J e Rua 11. Como podem ver
nas imagems o pátio é de uma beleza sóbria e o interior representa o estilo Deco dos 30’s.
O interior do restaurante, vendo-se ao fundo a Cozinha onde o Chefe John M. Surla prepara
os melhores pratos da cozinha italiana com produtos frescos da nossa área.
Na nossa visita ao restaurante falou-se em muitos pratos portugueses que poderiam ser ser-
vidos no Galletto - carne de porco alentejana, alcatra, bacalhau à Gomes de Sá, etc..
Tom Gallo orgulha-se de ter a melhor casa de visitas de Modesto - Galletto Ristorante
15 de Fevereiro de 2009
No rés do chão tem uma sala de banquete para 80 pessoas e uma sala de jantar adjacente
à adega, recheada de bons vinhos, muitos deles da sua própria família Gallo.
Aos Domingos, das 10 am as 2 pm o Galletto serve um Champangne Brunch Buffet, de
admirável bom gosto. Muita gente procura o Galletto para casamentos, festas de aniver-
sario, festas de Empresas, baptizados.
Uma visita ao Galletto é meio caminho andado para se apaixonar pela comida italiana.
Chefe John M. Surla na adega do restaurante, rodeado de centenas de vinhos americanos e
de tantos outros países. John Surla antes de vir para Modesto trabalhou como Sub-Chefe na
Golden Vine Winery, de Roberto Mondavi, na Disney’s California Adventure em Anaheim,
California. John estudou no Diablo Valley College de Pleasant Hill.
Galletto - Art Deco dos anos 30