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QUINZENÁRIO INDEPENDENTE AO SERVIÇO DAS COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA

1
2 a Quinzena de Janeiro de 2010
Ano XXX - No. 1078 Modesto, California
$1.50 / $40.00 Anual

1+1+1+1 =
A UNIÃO FAZ A FORÇA
TELEVISÃO

PORTUGUESE FRATERNAL SOCIETY OF AMERICA - da fusão de quatro nasceu uma, mais forte, mais competitiva. Páginas 16, 17, 18

CULTURA Pág. 4 DESPORTO TRANSPORTES Pag. 15

Sanjoaninas 2010 Gabriel Silva Preços da SATA mais


na California um futuro campeão convidativos para 2010
A Comissão das Chama-se Ga- Como podem ler no anúncio da página 15, os preços da
Festas das Sanjo- briel Silva e co- SATA Internacional são mais convidativos este ano.
aninas 2010 chega meçou a patinar A viagem Oakland - Terceira e volta, custa $799.00 mais
à California no dia aos quatro anos taxas, ou seja $1064.00 dólares.
20 de Janeiro. de idade. Joga Para a viagem Pico e Faial o custo é de $1010.00 mais ta-
A Comitiva é cons- nos juniores dos xas.
tituida pela Presi- Sharks e com Esperemos que o próximo objectivo da SATA Internacional
dente das Festas treze anos ape- seja o de criar uma tarifa especial para todas Ilhas por
Leticia Vieira, que nas já tirou o igual preço. As comunidades das Américas merecem isso.
se faz acompa- curso de arbitro, Segundo informações da Azores Expresso, a campanha
nhar de José Cou- sendo o mais deste ano está com bom ritmo de vendas, o que é um bom
to, representando novo da história sinal.
a Tauromaquia e deste desporto.
Vanessa Martinho, Além de se de-
relações públicas. dicar de alma e
No dia seguinte coração ao des-
juntar-se-á à co- porto que mais
mitiva a Presidente gosta, Gabriel
da Câmara Municipal de Angra do Heroismo, Andreia Silva é tambem editor do Boletim da sua Escola - St.
Cardoso. John Vianney, em San José, California.
Este ano a comitiva traz consigo um grupo chamado Gabriel é filho de Gabriel e Camila Silva e neto do nos-
“Alma do Fado” que fará uma homenagem a Amália. so amigo e assinante Carlos Silva, de San José.
Veja o programa da visita na página 4. Parabéns ao Gabriel.

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2 SEGUNDA PÁGINA 15 de Janeiro de 2010

Crónicas do Perrexil
A Justica não é
J. B. Castro Avila
EDITORIAL igual para todos...
Faltou liderança... Depois de ler na revista Time e no
Modesto Bee a história da demissão
arguido e já na parte final do julga-
mento, o célebre advogado de defesa
do o Tribunal condenou a 28 anos de
cadeia um homem da Terceira que
de quatro Bispos Irlandeses, por te- concluíu, em frente aos nossos olhos pegou fogo à mulher e ao filho, es-
Arnold Schwarzenegger veio para Sacramento com uma rem encoberto durante vinte anos as e em frente a um Juíz que ainda acre- tando ela grávida.
missão bem definida. Alterar regras do jogo político para patifarias pedófilas de 170 padres ditava no sexo dos Anjos, que afinal Neste julgamento perdi dois ou três
que a California fosse melhor governada e que todos os que abusaram de crianças indefesas, o pobre pedinte tinha escorregado e dias de aulas, mas valeu a pena.
anos não tivessemos que assistir à vergonhosa façanha de veio-me à memória uma conversa tinha caído sobre a faca que o argui-
como não saber fazer orçamentos a tempo e horas. que a minha avó me disse um dia do tinha na mão. Já agora conto-vos outro episódio ju-
Passados estes anos, Arnold falhou a sua missão. É verda- depois de um célebre julgamento em Oh my God! Como era possível este dicial, desta vez passado na Cidade
de que ele era pago a um dólar por ano, por isso talvez não Angra do Heroismo no princípio dos desfecho? Nós, jovens na altura, fi- da Horta. Eu deveria ter uns 14 anos
devessemos esperar muita coisa dele, mas rodeou-se de anos sessenta. cámos boquiabertos. Toda a sala e estava de férias lá por uns dias.
muitos assessores (que pouco o ajudaram) que ganhavam A história deste julgamento (um dos apercebeu-se que estávamos perante Houve um jogo no Estádio do Faial
tanto como um deputado. Nesse aspecto ele só desperdi- mais tristes episódios da Justiça) uma autêntica fraude judicial. Sport e alguém bateu no árbitro. Pas-
çou dinheiro. conta-se em poucas palavras. Claro que um funcionário publico sados dias ouvi que o julgamento era
O seu mandato acaba em pouco tempo e a California nada Um pobre pedinte na hora de almo- nunca poderia perder em favor de no outro dia.
aprendeu com ele e ele nada aprendeu com a California. ço bateu à porta de uma das casas da um pobre pedinte. Nesse dia a Jus- Lá compareci no Tribunal para mais
Os partidos dominantes do poder precisam urgentemente baixa de Angra. Alguém veio abrir a tiça foi mesmo injusta para ele e o uma vez observar como se fazia Jus-
de serem contra balançados com um terceiro partido que porta e distraídamente trazia a faca Juíz, coitado, engoliu em seco, acre- tiça nos Açores.
urgentemente tem de aparecer. O que se lê na imprensa so- que estava a usar no almoço. Re- ditou em todas as tretas que o advo- A sala tinha pouca gente. Talvez en-
bre as guerrilhas políticas em Sacramento dá para um fil- sultado: o pobre pedinte acabou no gado da defesa pôs na mesa. Foi um tre oito a dez pessoas.
me de terror e quem paga sempre são os que menos podem Hospital de Angra esfaqueado. triste espectáculo que nunca mais Sentei-me a meio da sala e observei
ou as organizações que mais precisam como a Educação. Possívelmente esta notícia nunca esquecerei. todo o princípio do julgamento com
saíu na imprensa local porque no Mas ainda o que mais me irritou- a defesa e acusação a esgrimirem ar-
Recebemos uma cópia da mensagem de Natal do Secretá- tempo do fascismo a censura cortava foi ver o advogado de defesa tentar gumentos.
rio de Estado das Comunidades e pensámos logo: “Mensa- todos estes casos de violência. comparar a família do pobre pedinte Passado mais ou menos uma hora,
gens, leva-as o vento”. O que precisamos é de acção. Não me lembro quanto tempo é que com a família, não do arguido, que o Juíz interrompe o julgamento e
Um Secretário de Estado só é reconduzido num governo demorou até ao julgamento, mas era de outra ilha, mas com a família diz: “Aquele senhor ali faça favor de
se houver uma ou duas razões de três: penso que foi rápido. da esposa dele. Que raio de critério sair”.
1°. Se fez um bom trabalho durante quatro anos A Sala de Julgamentos do Tribunal era esse? Uma autêntica fantasia. Olhámos todos para tráz para ver
2º. Se é amigo do Primeiro Ministro de Angra estava cheia para ver um Ao chegar a casa contei este triste de quem se tratava e nada vimos de
3°. Ou se é um “Apparatchik” do seu Partido (vejam a defi- caso inédito. Muitos alunos do Liceu episódio durante o jantar e a minha anormal. Novamente o Juíz diz a
nição deste termo russo muito usado em política). faltaram às aulas, eu incluído, claro avó disse “A Justiça não é, nem nun- mesma frase e nada aconteceu, até
está. ca será, igual para todos”. que ele diz: “O senhor de pullover
Deixamos à vossa consideração qual destas razões é que O advogado de defesa era um dos Sábias palavras de uma graciosense. amarelo saia se faz favor”.
sustentaram a recondução do actual Secretário de Estado mais brilhantes defensores que ja- Eu era o unico na sala com pullover
das Comunidades, que ninguém conhece. Passem bem. mais a Terceira teve. Diga-se em abono da verdade que amarelo e saí. Passados 50 anos ain-
Depois do advogado de defesa e de nessa mesma Sala de Julgamentos, da estou para saber porquê.
jose avila várias testemunhas falarem bem do vi a Justiça ser servida e bem, quan-

Year XXX, Number 1078, Jan 15, 2010


COLABORAÇÃO 3

Tribuna da Saudade
Lendas do Bom Ladrão
Ferreira Moreno
que se notabilizaram sobrema- vulgarmente associados com os a fazer restituição, que o Menino
neira na literatura apócrifa dos ladrões serem Dimas e Gestas. Jesus agradeceu e prometeu que

N
primeiros séculos da Cristanda- De igual modo, temos conheci- lhe pagaria na devida altura.
o capítulo 23 do em inglês é Saint Dismas. Apa- de. mento doutros nomes, tais como Noutro episódio, na Fuga p’ró
Evangelho de S. Lu- rentemente, o anglicizado nome Assim, no Arábico Evangelho Zoathan e Camatha. Egipto, a Sagrada Família per-
cas lê-se, “Quando Dismas deriva do grego Dysme, da Infância diz-se que, na Fuga Era eu ainda criança nas ilhas, noitou numa estalagem, cujos
chegaram ao chama- significando morte ou moribun- p’ró Egipto, a Sagrada Família e já me regalava a ouvir contas proprietários tinham um filho le-
do lugar da Caveira, ali crucifi- do. A referida cidade de San foi assaltada por uma quadrilha as histórias do Bom Ladrão. Por proso. Maria teria levado o Meni-
caram Jesus e os criminosos, um Dimas, com uma população ava- de bandidos, cujos chefes eram exemplo, aquele episódio quan- no Jesus juntamente com o filho
à sua direita e outro à sua esquer- liada acima de 36 mil habitantes, Titus e Dumachus. Movido por do a Sagrada Família se abrigou do casal. Este ficou milagrosa-
da”. Enquanto um dos criminosos foi estabelecida em 1887 pela San compaixão, Titus pediu a Du- numa caverna de salteadores, e mente curado da doença, encar-
crucificados insultava Jesus, o Jose Land Company, numa locali- machus a dar livre passagem aos um deles ficou encantado com o reirando mais tarde por uma vida
outro repreendeu-o e pediu a Je- dade denominada Mud Springs. viajantes. Ante a recusa obstina- Deus-Menino. Quando a Sagra- de contrabando e ladroagem, que
sus, “Senhor, lembra-te de mim Outra curiosidade, digna de re- da de Dumachus, Titus conse- da Família se aprontava a cami- o levaria a ser crucificado. Ago-
quando entrares no teu Reino”. gisto, está transcrita no Marti- guiu subordiná-lo com quarenta nhar novamente, o salteador de nizando no alto da cruz, Dimas

A
Jesus respondeu, “Eu te garanto, rológio Romano. Na hipótese de dracmas. nome Dimas depositou o meni- demonstrou ser um ladrão ex-
hoje mesmo estarás comigo no Jesus ter sido crucificado aos 25 narrativa prossegue no no colo de sua Mãe, em cima cepcional, pois que justamente à
Paraíso”.Entretanto, esta passa- de Março, é esse dia designado descrevendo que Ma- da burrinha, e ofereceu-lhe um beira da morte foi ele, incontes-
gem da narração evangélica não
em Jerusalém p’ra uma comemo- ria teria prometido alvo cordeirinho. Num sorriso de tavelmente, o ladrão que roubou
revela a identidade do criminoso,
ração litúrgica ao Bom Ladrão. a Titus um lugar à agradecimento, Jesus teria dito a o Paraíso!
a quem Jesus garantiu entrada no
Igualmente de particular interes- mão direita de Deus e remissão Dimas que se tornariam a encon- Ó minha bela menina,
Paraíso, mas através dos tempos,
por via de lendas e narrativas se, convém apontar que, desde a dos seus pecados. E o Menino trar, o que alegadamente ocorreu O teu amor é ladrão;
apócrifas, o malfeitor à direita Idade Média, São Dimas tem sido Jesus, voltando-se p’ra Maria, te- ao tempo da crucifixão. Apanhei-o lá na quinta
de Jesus tornou-se popularmente venerado e invocado como patro- ria acrescentado, “Daqui a trinta Ouvi episódio semelhante ao Roubando o meu coração.
conhecido com o nome de Dimas no de prisioneiros e de gatunos. anos os judeus vão crucificar-me contarem-me que, uns trinta
e alcunha de O Bom Ladrão. Exceptuando o que escreveu S. em Jerusalém e estes dois saltea- anos antes da crucifixão, quando Murmurar na vida alheia
Curiosamente, na Califórnia, Lucas, nada mais sabemos a res- dores serão crucificados comigo, a Sagrada Família atravessava É pior que ser ladrão;
a cerca de trinta milhas de Los peito da história do Bom Ladrão. Titus à minha direita e Dumachus o deserto a caminho do Egipto, A quem furta, Deus perdoa,
Angeles, encontra-se a cidade Mas tal qual como nos casos dou- à minha esquerda, após o que Ti- Dimas ter-se-ia lançado sobre Mas a quem murmura, não!
de San Dimas, assim chamada à tras personalidades mencionadas tus entrará comigo no Paraíso”. dois bandidos da sua igualha, os
memória do Bom Ladrão e cor- nos Evangelhos (Pilatos, José da Esta história, como tantas outras, quais haviam roubado a bolsa e o
respondendo à influência da orto- Arimateia, Lázaro, Marta), de- foi acolhida com extraordinária jumento de José. Sem delongas,
grafia espanhola, cujo sinónimo pressa se fabricaram narrativas popularidade, embora os nomes Dimas obrigou os companheiros

O Carnaval já anda por aí Fotos de Jorge Ávila “Yaúca”

Grupo de Carnaval Cultural de San José actuando em


Escalon no dia 9 de Janeiro, 2010
4 COLABORAÇÃO 15 de Janeiro de 2010

Da Música e dos Sons Perspectivas


A Tragédia
Nelson Ponta-Garça Fernando M. Soares Silva
npgproductions@gmail.com
do Autismo fmssilva@yahoo.com
(I)
As mais ouvidas em 2009
A
s desordens neuro- cializou em medicina pediátrica apresentados seguidamente os
lógicas actualmente que ele exercia no hospital pedi- mais basilares e relevantes dados
chamadas autistas átrico da Universidade de Vie- e aspectos dos fenómenos autis-
quiçá já existiam sé- na. Depois do findar da Segunda tas que tanto preocupam a Hu-
culos antes de serem assim re- Guerra Mundial, o Dr. Asperger manidade dos nossos tempos.
conhecidas e cunhadas por dedi- foi nomeado Director do Depar-
cados médicos que, após vários tamento de Pediatria da mesma PRINCIPAIS CARACTERÍS-
estudos e meticulosos rastreios, universidade, posto que ele ocu- TICAS E SINTOMAS DE DE-
repudiaram a cruel e lastimável pou durante 20 anos. SORDENS DE ESPECTRO
prática de se considerar retardado As síndromes estudadas por este AUTISTA
mental ou louco quem manifes- insigne pediatra hoje são deno-
tasse sintomas ou anormalidades minadas SÍNDROMES ASPER- As desordens autísticas podem
semelhantes à esquizofrenia ou a GER. No seu estudo “Psicopa- ser detectáveis com acuidade
perturbações psicológicas. tologia Autista na Meninice” em crianças com 1 ano de idade,
A primeira pessoa a usar a pa- escrito antes de 1943 mas publi- mas, em geral, são mais notórias
lavra “autismo” num dos seus cado em 1944, o Dr. Asperger es- aos 3 anos de idade. É importante
estudos publicado em 1911, foi pecificou e definiu as síndromes salientar-se que o aparecimento
o psiquiatra suíço DR. EUGEN referentes aos modos de agir e de qualquer sintoma de aparente
BLEUTER, que, a empregou em às habilidades da criança autista, natureza autísta é sempre motivo
referência às síndromes de esqui- isto é, referentes à sua psicopatia suficiente para submeter a crian-
zofrenia. Note-se aqui que o Dr. autista. ça a uma avaliação profissional
Bleuter foi também quem inven- O Dr. Asperger notou a predomi- especializada.
tou o termo “esquizofrenia”. A nância das seguintes anomalias De uma maneira geral, os pais ou
palavra “autismo” era usada oca- no benigno tipo de autismo por familiares são os primeiros a no-
sionalmente naquela época para ele estudado: Falta de empatia, tar anomalias no modo de agir e
designar alguém com síndromes que resulta em dificuldade em reagir da criança, apercebendo-se
que o, ou a, colocavam fora da formar e manter relacionamentos de diferenças ou inibições verifi-
“realidade da vida”. de amizade; conversação monó- cadas talvez desde o nascimento,
Só mais tarde, em 1943, o médi- tona, repetitiva e unilateral; con- tais como inabilidade do bebé
co austríaco DR. LEO KANNER centração ou absorção intensa e ou da criança em responder ou
(1894-19810) deu ao “autismo” o exclusiva em coisas de interesse reagir aos que o circundam, ou
seu significado contemporâneo. especial; movimentos desajeita- persistente tendência em focar a
Nascido na Áustria e educado na dos. Ele também verificou que sua atenção em qualquer coisa ou
Alemanha, o Dr. Kanner emigrou numa criança vitimada por sín- evento só por breves momentos.
para os EUA em 1924. Em 1930, dromes autistas a faculdade de Note-se que estes sinais de pos-
após já haver trabalhado 5 anos comunicação muitas vezes não é sível desordem autstica também
na famosa faculdade de Medicina afectada negativamente. Isto é, a surgem em crianças cujo desen-
da Universidade John Hoplins, criança nem sempre é destituída volvimento parece ou parecia ser
em Baltimore, no Estado de Ma- de fala, e pode falar. Actualmen- normal.
ryland, o Dr. Kanner foi escolhido te é costume dizer-se que o, ou a, As principais características des-
e nomeado para organizar e diri- autista capaz de falar é autista do tas doenças são, em variáveis
gir a primeira clínica norte-ame- tipo “Asperger”. graus de intensidade, marcantes
ricana de psiquiatria infantil num É interessante realçar que o Dr. inibições e dificuldades em in-
hospital pediátrico. Assim, o Dr. Asperger durante a sua meninice teracções sociais, anomalias nos
Kanner foi o primeiro psiquiatra sofria de alguns dos síndromes processos de comunicação verbal
pediátrico nos EUA. O seu livro actualmente chamados “asper- e não-verbal, e restritivos bem
“Child Psychiatry” (1935) foi a ger”; talvez este facto tenha sido como repetitivos e estereotipados
primeira obra em inglês dedicada uma poderosa motivação na sua padrões de comportamento.
ao estudo e realce de problemas enorme dedicação profissional ao Mais especificamente: A gravida-
psicopediátricos. estudo do autismo benigno em de e o tipo de cada desordem de
Baseado nos seus estudos come- crianças. Ele tinha experiência espectro autístico dependem dos

Programa da Visita das


çados em 1938, o Dr. Kanner em própria… e havia tido fases difí- respectivos sintomas e dos seus
1943 publicou um novo estudo ceis e penosas durante a sua me- conjuntos de anomalias. Public
onde, sob o rótulo Early Infantile ninice e juventude. Os historia- Health Training Network Web-

Sanjoaninas 2010
Autism, ele identificou e descre- dores revelam que, entre outros cast, apresentado por “Autism
veu os sintomas característicos problemas, ele tinha dificuldade Among Us” aponta os seguintes
de doenças de autismo infantil. em adquirir amigos, e era “remo- indícios de possíveis doenças au-
Antes do aparecimento das con- to” e solitário, embora talentoso e tísticas:
clusões do Dr. Kanner, as crian- expressivo em varias línguas. A)O bebé, já com a idade de 1
Chegada a São Francisco no dia 20 de
ças vitimadas por desordens de Talvez baseado em parte na sua ano, não balbucia, não aponta ou
Janeiro da Presidente das Sanjoani- cunho autista eram classificadas própria experiência autista, e qui- não gesticula significativamente.
nas, Letícia Vieira acompanhada por deficientes mentais ou emocio- çá também fundamentado na sua B)Ao atingir 16 meses de idade,
José Couto, representando a Tauro- nais, e por vezes relegadas a rela- prática profissional, o Dr. Hans ainda não formula uma palavra.
maquia, Vanessa Martinho relações tivo ostracismo social. Asperger acreditava que muitas C)Ao atingir 2 anos de idade, ain-
publicas e um grupo de 2 guitarristas Nas suas experiências clínicas o crianças benignamente autistas da não combina duas palavras.
e 2 fadistas, cujo conjunto tem o nome Dr. Kanner havia observado que possuidoras de talentos especiais D)Não responde ao ouvir o seu
de Alma do Fado. muitas das crianças confiadas ultrapassariam as suas anomalias próprio nome
No dia 21 às 7 horas da noite a comi- aos seus cuidados psiquiátricos e eventualmente funcionariam E)Perdeu habilidade linguística
tiva será recebida no Salão não exibiam sinais de perturba- bem, ou muito bem, nas suas res- ou de interacção social.
IFDES em Gilroy pela organização ção mental ou emocional, e que pectivas sociedades. Nisto ele F)OUTROS SINTOMAS: Não
Gilroy Sister Cities Association, onde os aparentes problemas cogniti- diferiu do seu conterrâneo Dr. estabelece contacto visual com
será servido um copo de água. vos deveriam ter outras origens Leo Kanner que não se mostrou outras pessoas:
e causas. O seu supramencionado optimista numa positiva recupe- G)Exibe constante ou quase
No dia 22, a comitiva vai estar na área de São Jose visitando vá- Early Infantile Autism é, na ver- ração do indivíduo autista. Ao constante, mudança de atenção e
rios lugares turisticos, e darão uma entrevista na Rádio. dade, uma correcção cientifica de contrário de Kanner que atribuía interesse no que faz;
Às 7 horas haverá jantar na SF Nova Aliança. Depois do jantar uma errada classificação tradi- as desordens autistas a causas H)Não sabe como brincar com
e da apresentação do Programa das Festas deste ano, seguir-se-á cional. O termo “autismo” usado principalmente psicológicas, As- brinquewdos, ou alinha-os com-
um espectaculo de Fados, com o Conjunto Alma do Fado, como pelo Dr. Bleuter no contexto da perger acreditava serem as cau- pulsivamente;
tributo à grande Amália Rodrigues. esquizofrenia, foi adoptado pelo sas biológicas, ou mais, precisa- I)e faz o mesmo a outros objec-
Os bilhetes custam $20.00 e podem-nos reservar chamando o Dr. Kanner quiçá para expressar mente, neurológicas. tos;
a tendência do autista em afastar- O doutor Asperger faleceu antes J)Não sorri;
408-842-4619 ou 408-483-3886
se da “realidade normal da vida”. de os seus processos de identifi- K)Ocasionalmente parece ter di-
Enquanto o Dr. Leo Kanner se cação de desordens autistas serem ficuldade em ouvir.
No dia 23, visita à Cidade irmã de Gustine e área circunvizinha.
concentrava na elaboração dos reconhecidos e popularizados in- L) Às vezes, se o seu sistema
seus estudos, independentemente ternacionalmente. A expressão sensorial é deficitário, a criança
No dia 24, visita à Cidade irmã de Tulare. o médico pediatra HANS AS- “Síndromes Asperger” deve-se manifesta estranhas reacções a
PERGER (1906-1980) abordava à cientista britânica Lorna Wing certos sons, tais como o tocar do
No dia 25 e 26 visita à Cidade de Artesia aspectos de desordens de espec- que discordava do modelo autista telefone, os ruídos de uma venta-
tro autista, focalizando a meni- tradicional proposto pelo Dr. Leo nia, o rolar e bater das ondas do
No dia 27 partida para os Açores. nice. Era natural de Viena, na Kanner em 1943 mar, ou o mero som de um aspi-
Áustria, onde estudou e se espe- Em sínteses explicativas, serão rador. (continua prox. edição)
COLABORAÇÃO 5

Muito Bons Somos Nós


As curvas de Zé Carioca
Joel Neto ...como explicar-lhe que, onde um dia a Playboy teve Marilyn Monroe, a Playboy portuguesa tenha
neto.joel@gmail.com Cláudia Jacques; que, onde um dia a Playboy teve Jane Mansfield, a Playboy portuguesa tenha
Cristina Areia; que, onde um dia a Playboy teve Ursula Andress, a Playboy portuguesa tenha o meu
candeeiro do Zé Carioca, ainda por cima acompanhado de um candeeirinho chamado (louvado
seja Deus Nosso Senhor, Maravilhoso Conselheiro, Anjo da Aliança) Jéssica?

C
onfronto-me com mais boy-a-que-temos-direito desnuda Mais: se alguma coisa tem pre- Hefner as escolhas que fazem lo: “Mas Hugh (podemos tratá-lo
um criterioso casting agora Ruth Marlene, que se faz ocupado a Playboy portuguesa, para a capa da revista? Pronto, por Hugh?), não se esqueça de que
para a capa da Playboy acompanhar nas fotografias pela é fazer as pessoas felizes. Pelo vá lá: não falo de Ricardo Araújo cada uma destas raparigas se des-
portuguesa e lembro- sua irmã Jéssica (não, não é brin- andar da carruagem, não há-de Pereira, que de facto é um naco pe por apenas 800 euros…” – e o
me de uma anedota da infância. cadeira, a moça chama-se mesmo tardar muito até termos a senhora (embora tenhamos ficado todos mais provável é que o argumento
Um homem abastado, pai de Jéssica, louvado seja Deus Nosso dona Júlia Pinheiro na capa, para com a impressão de que tinha colha. Efectivamente, e após 55
uma só filha, recebe em casa um Senhor, Pai da Eternidade, Prín- infinito deleite de tantos e tantos muito mais para mostrar, pois anos a investir milhões para fazer
pretendente à mão da miúda. O cipe da Paz). Pois é quanto bas- frequentadores dos centros de dia aquilo, no fundo, foram só as co- uma revista que não fosse apenas
jantar corre bem: Pedro Miguel ta para declararmos consumado deste país, tão necessitados an- vinhas do queixo e mais nada). de divas despidas, Hugh Hefner
está nervosíssimo, Margaridinha mais um feito único da autoria dam eles de uma alegriazinha – E também não falo de Ana Ma- está agora falido, como se lê por
da Playboy portuguesa. Depois e, mais tarde ou mais cedo, ainda toda a imprensa norte-americana.
idem aspas –mas a mãe, bondosa, lhoa, que como todos sabemos
de ter sido a primeira Playboy do haverá, enfim, umas páginas para E talvez seja isso, aliás, a explicar
desdobra-se em simpatias para foi a inspiração primeira do es-
mundo a colocar um homem na a taróloga Maya, o que, tendo em porque é que, depois de tantos ve-
com o rapaz e o velho, bem vis- tilo de Rhianna (e que, portanto,
capa (Ricardo Araújo Pereira, na conta as ansiedades da senhora, lhos empresários de comunicação
tas as coisas, podia estar muito edição de Dezembro), a Playboy não deixa de ser um gesto de uma Los Angeles conhece bem). Mas social terem tentado sem sucesso

M
mais mal-encarado do que está. portuguesa confirma-se tam- caridade imensa. como explicar-lhe que, onde um obter o franchise da Playboy para
Até que a refeição acaba, as mu- bém como a primeira Playboy as não deixa de dia a Playboy teve Marilyn Mon- Portugal, o fundador da revista
lheres retiram-se para a cozinha do mundo que os leitores efecti- provocar-me algu- roe, a Playboy portuguesa tenha tenha optado por entregá-la a uns
e os homens sentam-se junto à la- vamente compram pelos artigos. ma curiosidade a Cláudia Jacques; que, onde um tipos que, para não fazerem uma
reira, para fumar. “O cavalheiro Pelas mulheres que ela lá traz é reacção do velho dia a Playboy teve Jane Mans- revista apenas de divas despidas,
pretende casar com a minha filha que ninguém a compra, de certe- Hugh, lá na mansão californiana field, a Playboy portuguesa tenha decidiram fazer uma revista ape-
por amor ou por interesse?”, per- za absoluta. onde costuma mandar uns piro- Cristina Areia; que, onde um dia nas de mulheres nuas.
gunta, enfim, o velho dr. Sousa, Por acaso, estou a ser mauzinho. pos às coelhinhas antes de mais a Playboy teve Ursula Andress, a
cheio de gravidade. O moço pen- Na verdade, até tenho bastante um crapaud com o motorista (a Playboy portuguesa tenha o meu in NS’, 9 de Janeiro de 2010
sa, meneia a cabeça, franze a tes- ternura por Ruth Marlene, que, denúncia não é minha, é de Ken- candeeiro do Zé Carioca, ainda
ta. E dispara: “Olhe, doutor, deve depois da última plástica que fez por cima acompanhado de um
dra Wilkinson, uma rapariga que
ser por amor, porque interesse ao nariz, ficou parecidíssima com candeeirinho chamado (louvado
viveu lá ano e meio e só fez sexo
nela eu não tenho nenhum.” um candeeiro do Zé Carioca que seja Deus Nosso Senhor, Ma-
duas vezes) a este, digamos, esta-
O mesmo, de alguma forma, se eu tinha na mesa de cabeceira du- ravilhoso Conselheiro, Anjo da
rante a infância, e à luz do qual do de coisas. Quer dizer: como é
passa com a Playboy portuguesa. Aliança) Jéssica?
praticamente aprendi a ler (devo- que os senhores da Playboy por-
Depois de Ana Malhoa, Cláudia Pois talvez o elucidem, assim que
lhe tanto, ao diabo do candeeiro). tuguesa justificam ao bom do Mr.
Jacques e Cristina Areia, a Play- o velho começar a levantar cabe-

Os cheiros de Angra
Crónicas Terceirenses
Victor Rui Dores
victor.dores@sapo.pt

G
uardo, da minha adolescência partilhava-se muita ternura. E quando o verdadeiramente conheci. Mesmo ao lado, era “morrinha de cão”.
terceirense, cheiros, aromas e desejo era inadiável, ia-se para o Relvão… os odores variados da loja de retalho do E outros cheiros existiam. Ia-se para o Li-
odores que continuam impreg- Ou para o Tanque do Preto… Basílio Simões & Irmãos Lda. E, a fazer ceu com versos na algibeira e com discos
nados na minha memória afec- No Pátio da Alfândega vagueava um no- esquina para a Rua da Sé, o cheiro inten- do Zeca Afonso debaixo do braço. Havia
tiva. bre vagabundo chamado Leonço, de cabe- síssimo a café do Berbereia. intensa actividade cultural. Dentro e fora
Nos inícios dos anos 70 do século passado, los e barbas brancas, ele que usava sempre Nesse tempo, a Praça Velha era lugar de do Liceu e do Seminário. Escrevi a minha
eu era aluno do Liceu de Angra – em fase as calças muito puxadas e nunca calçava cavaqueira e local pertencente à estátua de primeira prosa no “Vida Académica”. Ou-
de iniciação poética e a contas com uma meias. Contava-se que, um dia, um caixei- Álvaro Martins Homem e aos engraxado- tros estudantes, mais velhos do que eu e já
intensa crise sentimental. Nesse tempo, ro-viajante o havia provocado: res e taxistas… finalistas – o Marcolino Candeias, o Rui
Angra cheirava a mar e, mais do que uma -Então, Leonço, tens umas meias que nun- Mais à frente e era o cheiro inebriante das Rodrigues, o Luís Fagundes Duarte e ou-
cidade sossegada, ela era um modo de ser. ca mais as gastas… flores exóticas e das árvores frondosas do tros – eram considerados uma “cambada
Eu vivia na rua das tascas (a Rua de Santo Ao que Leonço replicou: Jardim Duque da Terceira. (Não se podia de comunistas”, segundo o reitor Eliseu
Espírito) e ainda hoje recordo exactamente -Aí é que o meu amigo se engana. É que eu pisar a relva, sob pena de se pagar uma Pato François… Falava-se em surdina con-
o forte e intenso cheiro do vinho da “Ade- tenho umas cuecas feitas do mesmo tecido multa de 20 escudos…). O “Nicks” e o Tio tra a Guerra Colonial. As reuniões clan-
ga Santa”, do “Escondidinho” ou da “Ade- e já têm um buraco… Bailhão, recostados à fresca sombra, eram destinas em casa do dr. José Bretão (a que
ga Biscoitense”. os guardiães do Jar- eu assistia sem perceber patavina), o pro-
Em “Dia de São Vapor”, o Cais da Alfân- dim… grama “Vampiros” e as crónicas corajosas
dega enchia-se de gente, malas, caixotes, Na Rua da Sé, havia do padre Coelho de Sousa aos microfones
sacas e carros de praça. O “Lima” ou o o cheiro dos produtos do Rádio Clube de Angra, as “recomen-
“Carvalho” Araújo” e, anos mais tarde, o alimentícios do Mini- dações” poéticas que nos dava Emanuel
“Funchal” ou o “Angra do Heroísmo” fica- Max (a modernidade Félix eram já o prenúncio que Abril estava
vam fundeados ao largo da baía e pequenas a chegar a Angra) e a chegar… Aliás nesse tempo de opressão
lanchas, num vaivém constante, levavam e do Zeferino. E lá esta- e repressão, tudo servia como manifesta-
traziam passageiros e mercadorias. (Ali, va (e continua a estar) ção cultural e política, até a Tourada dos
por perto, as águas de um esgoto escor- a Pastelaria Ataná- Estudantes…
riam para o mar e serviam de engodo para sio impregnada dos Quando, na rua, encontrava Armindo Jor-
pescadores de todos os dias… E pairava no odores apetecíveis da ge, meu saudoso professor primário, ele
ar aquele cheirinho agridoce…). melhor doçaria ter- que sempre vaticinou para mim um futu-
Era também em “Dia de São Vapor” que ceirense. ro de historiador, recordava-me o glorioso
o Pátio da Alfândega, com a sua esplana- E havia a tasca do passado da ilha Terceira:
da repleta de mesas e cadeiras de vimes, Anexa ao Café Atlântico, havia a barbea- Bailhão (alcunha de João Machado Bendi- -Não te esqueças que aqui já foi só Por-
assumia um ar festivo e elegante. Os em- ria de mestre Rocha, homem afável, me- to), onde comi o melhor pão de milho e o tugal.
pregados do Café Atlântico, situado ali tódico e bem disposto, que me cortava o melhor queijo de cabra da minha vida. E depois recordava-me o papel da Tercei-
ao lado, esmeravam-se no serviço. Com cabelo uma vez por mês e era um “expert” Não esquecerei o cheiro da fruta fresca do ra na resistência ao domínio filipino e na
o Monte Brasil em frente, o Pátio da Al- nas tácticas futebolísticas. Ainda sinto os Mercado Duque de Bragança. E para sem- importante acção desempenhada nas lutas
fândega era uma verdadeira sala de visi- perfumes daquela barbearia… pre recordarei os bons filmes que vi no Te- liberais. (O que, hoje, não me canso de
tas para todas as classes sociais. Gente da Ali, na Rua Direita, havia um dos cafés atro Angrense ao cheiro nauseabundo do lembrar aos meus alunos).
alta sociedade misturava-se com magalas mais carismáticos de Angra do Heroísmo: “chulé” dos soldados que povoavam o 4º É verdade. Saí um dia da Terceira. Mas a
do Castelo, vendedores ambulantes (o “Já o Chá Barrosa, local de tertúlias e de mui- piso da geral (a “pulga”)… Terceira não saiu de mim.
Deu”), concubinas, maricas, reformados, to fumo e onde eu ia beber pirolitos… À noite, a caminho da rua do mar para o Não sei se tenho saudades do tempo que lá
polícias, guardas-fiscais, marítimos, ope- E havia o cheiro saboroso das queijadas Cais das Pipas, era aquele cheirinho fétido vivi ou se é da idade que tinha nesse tem-
rários, pescadores… da Pastelaria Lusa, cujo proprietário, o a urina… po… O que sei é que, em termos culturais,
O Pátio da Alfândega cheirava a maresia. incontornável senhor Manuel Pereira da O Joaquim das Horas acertava invariavel- continuo a ser profundamente terceirense.
E, nas banquetas do Pátio da Alfândega, Costa, foi o primeiro “gentleman” que eu mente no tempo e, para ele, nevoeiro baixo
6 COLABORAÇÃO 15 de Janeiro de 2010

LÍDER DO FUTEBOL Traços do Quotidiano

AGORA PODE VER A LIGA


Margarida da Silva
ESPANHOLA NO ESPN santamarense67@yahoo.com
LIGA PORTUGUESA
NA RTP E SPT NO PACOTE
LUSO $24.99 Foi há 19 anos A passagem Santa Maria-Boston foi mar-
cada para o dia 30 de Dezembro de 1967.
Por muitos anos que viva, jamais esquece-
RTP $4.00+100 CANAIS TURBO BRONZE $19.99 AO MÊS

E
rei o que senti quando foi anunciada a par-
Especial válido por 12 meses ste artigo foi escrito no dia 28
de Outubro de 1987. Mas, agora
tida através dos altifalantes do aeroporto.
Estava a ser arrancada das “pedras negras”
Instalamos de 1 a 4 Tv’s com contrato de 2 anos ao relê-lo, lembrei-me que talvez para um mundo sem fronteiras. A emoção
alguns estimados leitores gostas- do momento é difícil de explicar. Parte de
ANTENA ESPECIAL SÓ PARA A RTP E RADIO E mim queria partir, outra parte queria ficar.
sem de o ler e, quem sabe, recordar a sua
CANÇÃO NOVA aventura a caminho da América. Como era a primeira vez que entrava para
COMPRE A ANTENA E NÃO PAGA NADA POR MÊS Foi na tarde cinzenta e fria do dia 10 de De- um avião, foi com bastante ansiedade que
subi os degraus da aeronave. A viagem
LIGUE AGORA MESMO PARA LUCIANO COSTA zembro de 1967, que os meus pais, Victor decorreu cheia de sol e sem balanços mas,
e Margarida Nunes, manos, Isilda, Victor,
1-559-435-1276 CELL 1-559-347-8257 Cecília, Maria e eu dissemos adeus ao nos- mesmo assim, parecia que o relógio queria
so torrão natal e, de abalada, caminhámos gozar com os mais cobardes...
Falamos Português até à terra da América. Como quase todos A primeira paragem foi no aeroporto
que emigram, não foi fácil a partida. Kennedy, em New York. Para quem nun-
COSTA ELECTRONICS Os familiares e amigos encheram a nos-
sa casa para um último abraço, um adeus
ca lá passou, calculem a sensação de sair
dos Açores e passar naquele aeroporto
DEALER AUTORIZADO DO DISH NETWORK
até quando Deus quizesse! Parecia que na véspera de passagem de ano. Depois
também que o tempo queria associar-se seguimos para Boston onde nos espera-
à tristeza da partida. Chuvoso e frio fa- va o primo José Gonçalves que nos levou
zia arrochar ainda mais o coração com a para Gloucester no seu “espada”, um novo
saudade que já começara a chegar, que nos Mercury. Permanecemos naquela cidade
acompanharia na viagem, e que connosco durante cinco dias na companhia dos tios
ficaria na nova Pátria adoptiva. José e Ludovina Morais e sua família. A
Apesar da despedida e da distância que mana Isilda e eu pernoitámos em casa dos
nos iriam separar, todos queriam um futu- primos José e Maria do Carmo Gonçalves.
ro melhor para nós. Tentar a sorte como já Estava a dormir há pouco tempo, quando
tinham feito tantos familiares e conterrâ- acordei ao som de uns ruídos estranhos.
neos. Podia-se verificar que todas as pes- Era o aquecimento da casa que eu des-
soas que tinham saído da nossa freguesia conhecia. De manhã, ao chegar à janela,
para outras ilhas, continente e Américas, deparei com um cenário que jamais esque-
tinham melhorado as suas vidas, incluindo cerei. Céu límpido e casas e ruas cobertas
parentes nossos na Califórnia que já tanto de neve que caira abundantemente durante
bem nos tinham feito. a noite. Nem o mais talentoso pintor pode-
A decisão de emigrar foi tomada certa ria duplicar na tela tamanho espectáculo.
CASAL OFERECE-SE PARA TRABALHAR noite durante a ceia. O pai perguntou se A Maria do Carmo preparou um delicioso
em limpesas, quer em casas particulares era nosso desejo ir para a América, mas, pequeno almoço mas, de tudo o que ela
que para isso, os filhos teriam que ajudar a colocou sobre a mesa, o que mais me pren-
ou em escritórios. sustentar o lar, porque, na sua idade, não deu a atenção, foram as fatias de queijo
Contactar 209-664-0352 o poderia fazer sozinho. Todos concorda- amarelo individualmente embrulhadas em
ram e, embora mais tarde alguém tivesse fino plástico. Como era diferente do nosso
criticado isso, nenhum dos filhos se arre- queijo do Pico!
pendeu. Em Gloucester tivemos as nossas primei-
Só quem emigra sabe bem os problemas ras experiências na América. Entre outras,
que envolve a preparação dos documen- quedas no “snow”, visitas às grandes “sto-
tos, as despesas e as dores de cabeça... No res”, ver televisão, as comidas. Tudo era
nosso caso, tivemos de tratar da documen- novidade para nós e comecávamos a ob-
tação no Faial para “emigrar” para São servar a grandeza e o bulício desta terra.
Miguel, onde, de novo, tivemos que fazer Após aqueles belos dias passados em Glou-
mais papelada... cester e ao ver como os nossos familiares
Quando se viam grupos de pessoas com viviam, ganhámos ânimo para a nossa
grandes envelopes debaixo do braço, logo adaptação à nova vida na Califórnia.
se sabia que eram as radiografias, símbolo Chegou a altura de mais um adeus e de to-
de emigração. Ainda hoje estou para sa- mar o avião para San Francisco onde nos
ber quem teve a ideia de dizer que, quem esperava os tios Manuel e Maria da Silva,
bebesse cerveja preta antes de tirar as ra- responsáveis pela nossa vinda e a quem
diografias, ficava com os pulmões limpos. fico eternamente grata, a tia Sara Candido
Quer dizer, se alguém tivesse algumas ci- e filha Maria José, o Sr e Sra Rui Silva e
catrizes nos pulmões, não havia problema. filha Cecília, e o Sr. Joaquim Vargas. Mui-
Era só ir à Melo Abreu e pronto, ficava toa abraços e algumas lágrimas. Caloro-
tudo clarinho... sas boas-vindas e muita amizade. Era a

A Foto da Quinzena Durante a nossa estadia em Ponta Delgada


fomos hóspedes da tia Ana Cipriano que
durante muitos anos abriu as suas portas a
última etapa da nossa viagem Açores-Ca-
lifórnia e o começo da nossa peregrinação
emigrante. Foi há 19 anos...
tantos emigrantes.

by Jorge Avila “Yauca”


Portuguese Cultural Class
Purpose: To reacquaint those of Portuguese ancestry with their Portuguese roots,
including history (immigration to the U.S.A. included) and a study of Manteca’s
Portuguese community over the years, cultural traditions, .religious and fraternal,
foods, language and folk dances, with an emphasis on Azorean influence.
Target Group: Anyone age 14+ who wishes to refresh their Portuguese culture or
any other person who would like to know more about the Portuguese culture.
When: Wednesday’s 6:00-8:00 p.m. Dates: Jan. 6 tbru Mar. 3, 2010
Nine, two hour sessions (18 hours of total instruction)
Where: Manteca Ripon Pentecost Society (M.R.P.S. Hall) Chapel/Capella
133 N. Grant Street, Manteca
Fee: $50 - Also covers cost of printed curriculum materials ,the main
course for a Portuguese potluc~ and Chamarita lessons.
Each island of the Azores is covered, Fatima, Festas, Fado etc.’
(SIGN UP/AND PAY AT DELICATO WINETASTING ROOM HWY 99/
FRONTAGE ROAD TO INSURE A SPOT IN THE CLASS)

Instructor: Mary (Gomes) Del Pino


Credentialed High School Teacher
First Editor of the Luso-American Fraternal Magazine
COLABORAÇÃO 7

Tónica ideal
Rasgos d’Alma
Luciano Cardoso
lucianoac@comcast.net

A
no novo, renovada esperança, de vez em quando para um “contratista” lhes prestar assistência. A dada altura, já a cabeça deixando escapar um amarelado
reavivados estímulos reacen- açoriano que me trata muitíssimo bem. meio “stressado”, pede-me o “bossa” uma sorriso entredentes com palavras inespe-
dem-nos a chama anímica no Aliás, não o vejo tratar ninguem mal. Bem qualquer ponta de madeira ajeitada para radas: “Pancada milagrosa! Passou-me a
reabrir do calendário. pelo contrário. O homem trata os empre- largar umas quantas pancadas num pesa- dor de cabeça.”
Novidades? Tudo indica que sim. Que este gados muito melhor do que manda a lei. do tubo de metal que não queria dar de si. Passado o episódio sem estragos de maior,
ano vai ser ligeiramente melhor do que o Às vezes, até parece mentira. Mas, esta é Arranjei-lhe um tosco toro de “tubaifor” talvez grato pelo remédio santo que lhe
transacto, ja não parecem restar grandes mesmo verdade. que ele de pronto entregou ao meu colega curara abruptamente a enxaqueca, o nosso
dúvidas. dizendo-lhe para desferir cautelosamen- simpático patrão decidiu-se generosamen-
É uma perspectiva feliz que começa a te as pauladas no tubo que segurava com te por nos pagar o almoço, sentando-se à
reunir consensos encorajantes e a ganhar firmeza entre as mãos. Zeloso mas tam- mesa connosco. Ainda condoído e enver-
contornos animadores. Os especialistas na bem nervoso, ao querer fazer-se forte para gonhado pela desastrada pancada de há
matéria já vislumbram o definhar da crise mostrar serviço e ganhar alguns pontos ali bocado, o meu colega tratou logo de assu-
e, cada um de nós, à sua maneira, tambem na cara do patrão, o meu colega desancou mir a culpa procurando desculpas: “…para
tenta arranjar argumentos válidos para ul- a primeira pancada com conta, peso mas a próxima, garanto que não volta a acon-
trapassar as dificuldades. Os meus perma- sem medida. O pau bateu no tubo e esca- tecer…”. O “bossa” interrompeu-o. Estava
necem optimistas. poliu de pronto para a nuca desprotegida bem humorado: “…para a próxima, não há
Afectado pelo desemprego mas sempre do “bossa”, que soltou um grito dolorido que enganar. Se me voltarem as dores de
atarefado com trabalho útil que não deixo enquanto levava as mãos à cabeça, con- cabeça, eu aviso-te. Em vez duma pancada
por mãos alheias, venho hoje ilustrar aqui torcendo-se em óbvia dor. O meu colega mal dada, dá-me duas bem medidas.”
com um simples exemplo o meu ousado e ficou sem saber o que fazer e eu temi por
instintivo optimismo. ele. Aquela desajeitada pancada podia-lhe As gargalhadas, à sobremesa, caíram-nos
Primeiro, e para que possamos arrancar vir a sair bem cara. muitissimo bem. Eram, afinal, a tónica
todos de boa fé rumo ao que de bom nos A cara do patrão metia dó quando me pe- ideal para arrancarmos optimistas para
espera, acho importante desfazermo-nos diu para lhe apalpar com a ponta dos de- este novo ano – inspirados naquele espiri-
de certos mitos prejudiciais à saúde comu- dos o feio “galo” a cacarejar-lhe capricho- to fraterno e tolerante que, às vezes, tanta
nitária. samente na superficie inflamada do couro falta nos faz.
Há certas “bocas” que se mandam por aí cabeludo. “Está despedido. O meu colega
ao desbarato em atrevidinho tom de sa- não escapa des-
loia brincadeira que não nos ficam nada ta”, desabafei
bem. Antes pelo contrário. O malicioso para com os
zumzum, por exemplo, dalguns “bossas” meus botões.
portugueses carregarem com a má fama de Sem saber onde
serem uns perfeitos “sanabaganas” para os se meter, ele
seus luso-empregados, terá porventura al- tambem pen-
guma piada? Acho que não. Há, no entan- Foi no penúltimo dia do ano. Trabalhá- sou o mesmo.
to, quem se divirta por aí a denegrir com vamos os três com afinco num projecto Nisto, contra
certo ar de gozo a nossa empreendedora urgente que requeria redobrado esforço as nossas falha-
gente de sucesso comprovado. Qual é o e a máxima concentração. O meu colega das previsões, o
problema em dar-se crédito e reconhecer- ajudava mais de perto o nosso deligente “bossa” levanta
se valor a quem o merece? patrão que, mesmo a contas com uma ter- vagarosamente
Trabalhei durante nuitos anos para uma rível dor de cabeca, fazia das tripas cora-
“companhia” de portugueses que me dei- ção para acabar com a empreitada dentro
xaram as melhores recordações. Trabalho do prazo exigido. Eu estava ali apenas pra
8 COLABORAÇÃO 15 de Janeiro de 2010

A Outra Voz Crónica de Montreal


Goretti Silveira Antonio Vallacorba
goretti@domdinis.com avallacorba@aol.com

C
ada Ano Novo chega a manhã do primeiro dia do ano
cheio de esperança —
que trará mais paz,
mais amor, mais pros-
2010, sinto-me mais sábia e mui-
to mais segura na vida que há dez
anos. Monumento aos ex-
Combatentes do Ultramar
peridade. No entanto, como po- Gostaria de acreditar que a cons-
demos ver, ouvir, e ler todos os ciência humana, tal como nós,
dias, e por todo o mundo a vio- continua a crescer e a desen-
lência reina: violência doméstica, volver a caminho do “paraíso”

O
misogamia, discriminação racial, prometido. Só temos que olhar à
sexual, e etária; famílias destitu- nossa volta para apreciarmos as monumento em honra desenvolvendo um conceito de sociada a um acto histórico para
ídas e desalojadas; empresas fali- grandes transformações sociais aos ex-combatentes universalidade da cultura por- a comunidade, para os comba-
das e milhares de desempregados; da última década do século XX portugueses do Ul- tuguesa e invocando a presença tentes e para Portugal”.
ataques de terrorismo; guerras e e da primeira década do século tramar, sobre o qual do Combatente Português nos Para o dinâmico presidenete da
ameaças de mais guerras. XXI. Peter F. Drucker num artigo vos falei no verão passado, foi vários continentes”. Foi concre- Associação Portuguesa dos Ve-
A revista Times denominou os na revista Atlantic Monthly, em oficialmente inaugurado com tizado com o apoio da provín- teranos da Guerra, de Winnipeg,
últimos dez anos, o prazo entre Novembro de 1994, escreve que pompa e circunstância, para re- cia do Manitoba, da Liga dos Manitoba, Pedro Aires Simões
os anos 2000-2009 a “Deca- nenhum outro século na história gozijo de toda a comunidade e Combatentes, da comunidade Correia, natural de Ponta Delga-
de from Hell.” Começou com moderna sofreu mais transfor- dos organizmos envolvidos. Canadiana e Portuguesa, da re- da e meu amigo de infância, ao
9/11 e terminou com a dizima- mações sociais do que o século O Memorial, tornando realida- ferida Associação Portuguesa salientar o desejo e o empenha-
ção financeira, afirmando que XX e que nenhuma delas devido de uma iniciativa da Associa- de Manitoba e da Chapel Lawn mento patentes na comunidade
ção Portuguesa de Manitoba e Memorial Gardens. em ter querido homenagear os
os primeiros dez (10) anos deste à política sangrenta daquele pe-
Núcleo da Liga dos Combaten- Continuando a citar a supermen- heróis da Pátria, e evidenciando,
século provávelmente serão con- ríodo. Pelo contrário, afirma que
tes de Portugal em Winnipeg, cionada revista, o evento, a que também, todos os apoios rece-
siderados a década mais desen- o século XX provou que a polí- de que Pedro Correia é ilustre assistiram elementos dos três bidos, esta é uma “realidade de
corajante e decepcionante para os tica, as guerras civís e mundiais, presidente, homenageia os com- ramos das forças armadas ca- que todos se sentem orgulhosos
americanos da era após-Segunda massacres, limpezas étnicas, e batentes do passado, presente e nadianas e o Cônsul Português, e que prestigia os Portugueses,
Guerra Mundial. O jornal San holocausto, foram inúteis e em futuro. entre inúmeras outras individu- a Liga dos Combatentes e Por-
Jose Mercury News, por sua vez, vão. Drucker prediz que estas Constituindo um acontecimento alidades civis do Manitoba, “de- tugal”.
chama esta mesma era a “Lost transformações continuarão na inédito entre as nossas comuni- senvolveu-se de acordo com um O feliz acontecimento foi en-
Decade” e usa o NASDAQ (Na- primeira década do século XXI dades espalhadas pelo Canadá programa devidamente elabora- cerrado com uma agradável re-
tional Association of Securities e termina a sua tese declarando e respectivos núcleos da Liga do, que começou por evidenciar cepção nas instalações dos jar-
Dealers Automated Quotations) que, se o século XX foi a época dos Combatentes, mereceu ex- a atitude da Cidadania de todos dins da Chapel Lawn Memorial
para exemplificar o seu ponto de de transformação social, o século tensiva cobertura da parte da os presentes, com o toque dos Gardens, com elevado número
vista. Esta bolsa, uma das mais XXI terá de ser a época de inova- comunicação social da comuni- Hinos Nacionais do Caanadá e de esposas dos combatentes e o

T
influentes do mundo, no começo ção social e política. dade portuguesa do Manitoba e de Portugal, a cargo da Banda sentimento de regozijo e orgu-
da década, chegou a listar mais al como Drucker in- dos “Média” canadianos locais. Lira de Fátima, de Winnipeg”. lho de todos os presentes.
de 5.000 ações de diferentes em- sinua, não creio que Paralelamente, foi alvo de mui- De relevo, também, o facto de, Felicito a comunidade irmã de
presas, muitas do Silicon Valley, muitas das instituições ta consideração nas páginas da logo após a inauguração do Winnipeg, com uma saudação
e em Março de 2009 baixou a existentes tenham a revista continental, Combaten- monumento, o coronel Lucas muito amiga e de orgulho por
pouco mais de 1.000, uma queda te, da Liga dos Combatentes, de Hilário, com o apoio do mais este notável projecto em terras
capacidade de lidar com as pre-
de 74.9 por cento. Lisboa. novo combatente residente em canadianas, que muito honra
sentes condições precárias do Segundo a “Combatente”, em Winnipeg - Paulo Gomes - ter Portugal, marca com distinção
É compreensível que muitos se mundo. Na minha experiência,
sintam desencorajados e pessi- cuja capa reproduz uma suges- entregue a bandeira de Portu- a comunidade local e premeia
a maioria dos seres humanos são tiva foto do monumento sob o gal, usada no acto, ao Cônsul de toda a dedicação e esforço da
mistas mas, do meu ponto de vis- “homens de boa vontade”, seres título “mais um marco de Por- Portugal e meu amigo de longa Associação Portuguesa dos Ve-
ta, penso que todos estes acon-
sensíveis, caridosos, e pacíficos tugal no Mundo”, trata-se de data, Paulo Cabral, “para que o teranos da Guerra, daquela pro-
tecimentos fazem parte do que um “projecto do arquitecto por- Consulado se tornasse fiel depo-
— ao contrário do que nos pos- víncia.
chamamos em inglês “growing tuguês Varandas dos Santos, sitário da mesma, por estar as-
sam dizer — foram as instituições
pains”, dores de crescimento.
Acredito que a consciência da que falharam miseravelmente.
humanidade está sempre a evo- Tenho esperança que o século
luir e a crescer. Um número cada XXI será realmente a época de
vez maior começa a compreender inovação social e política. Faço
que fazemos todos parte da mes- votos para que a segunda década
ma família, a Humanidade, e que deste século, ainda bastante jo-
compartilhamos da mesma casa, vem, seja impregnada de ideias
a Terra. A tecnologia desenvol- e acções inovadoras e que todos
vida durante esta década muito os “homens de boa vontade” te-
contribuiu para aproximar todos nham a sabedoria e a circunspec-
ção para rejeitar todas as cren-
os membros da nossa “família”.
ças, sociedades, congregações,
O mundo, embora agora mais pe-
instituições, e partidos politicos
queno, tem os meios e a capaci-
que já não podem justificar a sua
dade de se tornar mais acolhedor
existência entre a humanidade —
e tolerante.
uma verdadeira inovação social e
Não nego, a nível pessoal, os
política.
últimos dez anos foram anos de
Feliz Ano Novo!
desafio e de grandes mudanças,
algumas bastante dolorosas, mas
também vivi momentos de gran-
de alegria e descobrimento. Hoje,

Consulado Geral Chanceler


Júlia Chin
de Portugal em Ext. 200
São Francisco Júlia.chin@sfrancisco.dgaccp.pt
Telefone 415.346.3400
Fax 415.346.1440 - Venceslau Silveira
congenportugal@sfrancisco. Ext. 202
dgaccp.pt venceslau.silveira@sfrancisco.
Extensões telefónicas e endere- dgaccp.pt
ços de e-mail: - Anthony Lao
Ext. 203
Cônsul Geral anthony.lao@sfrancisco.dgaccp.pt
Dr. António Costa Moura - Susana Pinto
Ext. 207 Ext. 204
amoura@dgaccp.pt susana.pinto@sfrancisco.dgaccp.pt
Vice-Cônsul - Anabela Sousa
Manuela Silveira Ext. 205
Ext. 201 anabela.sousa@sfrancisco.
manuela.silveira@sfrancisco. dgaccp.pt
dgaccp.pt - João Mendonça
Ext. 206
COLABORAÇÃO 9

Comunidades do Sul
Grupo Coral da Hora
Fernando Dutra
Social Portuguesa de Artesia
C
omo é tradição, no dia Fado apreciação e aplausos. Além do mestre de cerimónias, Da nossa parte sinceras congra-
5 do mês de Dezembro Estão de parabéns todos os in- sr. Antonio Coelho, usaram da tulações e agradecimentos pelo
este magnífico grupo tervenientes nesta festa de Natal palavra o Mayor da Cidade, Tony convite endereçado.
levou a efeito mais um Chegou a hora do Fado e Rafael bem como todo o grupo organi- Lima, Manuel Madruga e Ercílio
convívio Natalício e simultânea- Ferreira, acompanhado por Ivo zador com um excelente progra- Cardoso, Presidente da Artesia
mente celebraram o seu décimo Cota e Larry Coelho, cantou três ma. D.E.S.
aniversário ao serviço da comu-
magnificos fados. O Rafael podia
nidade. Pelas 12:30, o mestre de
ser um excelente fadista, mas está
cerimónias e director do mesmo,
mal aproveitado, apenas canta
António Coelho, anunciou o pro-
grama, fez as apresentações da uma ou duas vezes por ano. Tam-
praxe, incluindo a do Mayor da bém apreciámos o grupo jovem
Cidade, Tony Lima e chamou D. da Luso American em algumas
Alice Pacheco a qual procedeu à canções do Natal. Subiu então ao
Oração de Graças. Seguiu-se o palco Juliana Sousa que acompa-
inicio do programa, com a actu- nhada por Ivo Cota e Larry Co-
ação do supracitado grupo que, elho, mostrou que também daria
sob a regência do mestre, Manuel uma boa fadista. O caso é idênti-

co ao do Rafael, só canta em fes-


Madruga da Silva, os seus vinte
tas deste género e evidentemen-
componentes e quatro tocadores,
te sem ensaios. O outro fadista,
Manuel Ivo Cota no acordeão e
piano, Antonio Sousa, no violi- pensamos que foi a primeira vez
no, João Esteves, bandolim, Lary que se apresentou em publico, Pa-
Coelho à viola e Manuel José- trick Sales, acompanhado pelos
Martins no saxafone. Apresenta- mesmos tocadores, desempenhou
ram um maravilhoso programa, a sua missão para agrado geral.
constando do seguinte: “Natal Como é muito novo deveria con-
de Esperança”, “Noite de Famí- tinuar, porque voz e apresentação
lia”, “Boas Festas”, “Eu tive um não lhe faltam. Seguiram-se dois
sonho”, “O Tia Anica”, ”A vida”, jovens, Andrew Coelho e um
“Canção do Grupo de Amizade”, amigo americano, cada um com a
“Parabéns a Você” e “America sua viola, tocaram e encantaram,
the Beautiful”. Realmente foi um várias cancoes, em inglês, a duas
programa espectacular. vozes. Combinaram perfeitamen-
Um pequeno intervalo que foi te, bem afinados e entoados.
aproveitado para o lauto lanche, Para terminar apreciámos a ban-
onde todos foram servidos com da de metais do Artesia D.E.S.,
diversas comidas apetitosas e vinte elementos incluindo o
abundantes. maestro, o dinâmico David Cos-
ta. Como nos anos anteriores,
este grupo de metais interpretou
diversos e significativos nume-
ros musicais natalícios, dignos de

Nascimento • Tiago Câmara Ferreira


Nasceu na madrugada do dia 24 de Se-
tembro, Tiago Câmara Ferreira, filho
de Deanne Câmara Ferreira e Fernando
Ferreira, com domicilio em Filadelfia,
Pennsylvania. Pesou 7 lb. e 14 oz. Nas-
ceu no The Birth Center (em Bryn Mawr,
Pennsylvania) com a assistência duma
parteira e uma enfermeira. Os avós ma-
ternos (na foto) são Joe e Silvina Câmara,
de Turlock. Os avós paternos são Elza
Vendramel e Samuel Ferreira de Maringa,
Brazil.

Tribuna Portuguesa congratula todas as


familias.
10 COLABORAÇÃO 15 de Janeiro de 2010

Reflexos do Dia–a–Dia Relacionamento com Portugal


Diniz Borges tugueses durante uns dias não
lhes dá direito a dizer, nem a ele
que, infelizmente, ainda prevale-
ce na maioria dos casos das rela-
tem um salão em cada localidade,
tem sim uma influência extraor-

O
nem a ninguém, que conhecem ções Portugal/Comunidades. dinária em todos os aspectos da
d.borges@comcast.net as comunidades da Califórnia. outro “incidente” foi vida deste estado e deste país.

É
Permitam-me abrir um parênte- numa sessão com en- Sem entrar nas explicações que
o início de mais um relacionamento dificultoso como se para relembrar dois episódios tidades americanas e são desnecessárias para quem cá
ano. Um ano, que como todas as suas comunidades, mas anedóticos que vivi com os “peri- uma delegação vinda vive, trabalha e reflecte, citei este
todos os que o procede- a dos Estados Unidos, e a da Ca- tos” que nos visitam. das nossas ilhas, daquelas que, caso, concreto (um caso da vida
ram, será assinalado por lifórnia em particular, tem sido Já lá vão uns anos (talvez uns 15) ano após ano, por estes lados apa- real como diz uma prima minha)
uma amalgama de eventos que extremamente complexo. que na cidade de São José, num recem para vender as suas festas. para vermos como é dificultoso o
marcarão as nossas vidas indi- Por um lado as comunidades da congresso da Luso-American Nesse dito encontro foi-me dito, relacionamento Portugal/Comu-
viduais e colectivas. Nas nossas Califórnia estão, como se sabe, Education Foundation, tive uma por um outro “perito” que era im- nidades.
comunidades de origem portu- geograficamente bastante disper- longa conversa com uma entida- Sem entrarmos em simplismos
pressionante como os portugue-
guesa do estado da Califórnia, sas. Desde Arcata no norte a San de dos Açores que vinha frequen- exagerados, diga-se a bem da
ses tinham uma forte presença
será, indubitavelmente, mais um Diego no sul, vivem pequenos nú- tar o evento, um dos raros even- verdade, que Portugal, e a vasta
tos de reflexão que ainda temos no mundo Californiano o que não maioria das pessoas que nos vi-
ano de transição para as novas cleos de portugueses e luso-des- acontecia com outros grupos étni-
comunidades. A tal metamorfo- cendentes que ainda têm algum nas nossas comunidades. Após sitam ligadas a agências gover-
os cumprimentos iniciais, come- cos, como por exemplo os mexi- namentais, pouco ou nada enten-
se que andámos a falar há anos. relacionamento com Portugal e canos. Tentei não ser totalmente
E apesar de ser íngreme reflectir- com a cultura do seu país de ori- çámos a travar um debate sobre dem das nossas vidas, do nosso
as nossas comunidades. Pouco indelicado, embora tenha pouca mundo entre dois mundos, das
se as nossas comunidades em voz gem ou do país dos seus antepas-
falei, porque o dito político, na paciência para a mediocridade realidades que marcam as nossas
alta, faço-o neste espaço porque sados. Mas este facto ainda hoje
há muito que me habituei a pagar continua despercebido por Por- altura Secretário Regional, que embrulhada num inadmissível e comunidades em todo o estado
o preço dessa factura. tugal e muitos dos seus políticos tinha visitado a Califórnia 4 ve- extremamente barroco eurocen- da Califórnia. É que na minha
Em 2009, tivemos um pouco das e governantes ligados à temática zes, dois a três dias de cada vez, trismo. Daí que perguntei que perspectiva, que admito ser mui-
mesmas actividades e vivemos os das comunidades. Daí que ainda daí que já estava licenciado em me explicasse o que queria dizer to minha e um bocado fora da or-
mesmos dilemas que há anos nos se auscultam clamores do terreiro sociologia comunitária. Chegou com tal afirmação de que os por- todoxia, não precisamos que nos
circunscrevem como comunida- do paço (que para muitos de nós ao ponto de me dizer como eram tugueses tinham construído mui- digam, nem que somos os melho-
des étnicas no multiculturalismo não representa mais do que um as nossas comunidades e como to mais do que os mexicanos, ao res de todos os emigrantes, me-
californiano. Lamentámos as termo caricato) a verbalizarem, e seriam no futuro. Porque, como que me respondeu: Olhe para as lhores do que os nossos vizinhos
mesmas vicissitudes e pouco ou em voz bem alta na comunicação se diz na minha ilha (por sinal a cidades onde vivem portugueses e amigos que vieram de outras
nada fizemos para as modificar. social, que fizeram uma visita mesma do dito politico pseudo- lá está um salão do Espírito San- terras, detentores de outras cultu-
Daí que para olharmos a 2010, às comunidades da Califórnia, intelectual) faltou-me a pachorra, to, e em algumas cidades outros ras e com os quais comungamos
não seria má ideia, fazermos uma quando apenas estiveram numa apenas retorqui: dou-lhe os para- edifícios para bandas, os clubes o sonho americano, nem que por
retrospectiva a 2009 e relembrar- cidade ou numa região. béns pela sua super inteligência, cá apareçam uns dias para se li-
desportivos e não se vê isso nos
mo-nos alguns dos assuntos que Caso para relembrar o actual é que vivo nesta comunidade há cenciarem em “doutores das nos-
mexicanos. Acreditem que o que
estiveram na ribalta das nossas Secretário de Estado das Comu- (hoje mais uns anitos) 26 anos e sas comunidades.”
citei parece anedótico, mas não é.
pequenas praças públicas. nidades, que esteve em San Die- estudo-a há mais de uma década Será 2010 o ano em que as comu-
Primeiro, sou um admirador das
Um dos assuntos que marca as go, mas para ele, esteve na Cali- e não tenho metade das certezas nidades de origem portuguesa no
obras das nossas comunidades.
nossas comunidades, além das fórnia. Se é verdade que esteve que o senhor tem. Os meus para- estado da Califórnia tomarão de
Os salões do ES e os outros edifí-
habituais festas, que são impor- numa cidade da Califórnia, por béns por em meia dúzia de dias uma vez por todas uma posição
cios merecem o nosso respeito, a
tantes para o espírito social que sinal uma das cidades mais bo- perceber mais destas comuni- nesta matéria? Seria muito bom
nossa admiração e o nosso apoio.
temos, foi, o das relações Portu- nitas da Califórnia (não sei se já dades do que muitos de nós em que finalmente as nossas comuni-
Porém como dizem os meus alu-
gal/Comunidades. Como se sabe repararam mas nunca escolhem décadas de vivências, activismo e dades, com todos os seus talentos,
nos, nada de misturar laranjas
Portugal, e os seus sucessivos go- as mais feiinhas) e uma das que observação. Escusado será dizer tivessem a palavra que precisam
com maçãs. É que, se é verdade
vernos, ora do centro/direita ora mais gosto, estar em San Diego, que não ficámos muito amigos. ter no relacionamento Portugal/
que a comunidade mexicana não
do centro/esquerda, tem tido um ou outra cidade onde vivem por- Mas creiam que é esta atitude Comunidades.

Convergência de afectos*
Memorandum
João-Luís de Medeiros
jlmedeiros@aol.com

B
om dia! Vamos adiante. procidade, na mira de ser herdeira da pro- como estamos prestes a escutar os dize-
Começo por saudar os presentes Agora vou cuidar da magnânima pergunta messa jurídica da troca dum bem por outro res do artista Semy Braga (que faz parte
e por expressar o meu sincero que acaba de ser proposta ao painel de que bem considerado equivalente... da embaixada cultural que veio do outro
contentamento por estar aqui, faço parte: Entretanto, caros companheiras(os), seja- lado do equador para “abrasar” a nossa
como participante, neste invulgar “episó- Porque Escrevo? me permitido lembrar uma quadra que fiz convivialidade artística), vou interromper
dio democrático” da rotina sócio-cultural Vamos a ver se consigo descobrir a chave publicar em 2007: este meu curto desabafo emocional, usan-
da Universidade dos Açores. Na minha do o cofre da espontaneidade... Ainda não do como interruptor alguns versos do meu
condição de amador da teimosia de viver, logrei saber se escrevo para descortinar ... luta contra todo o mal poemeto “Em busca do Poema”, patente
creio estar dispensado duma justificação segredos porventura escondidos na voz do faze o bem e logo esquece: no (Re)verso da Palavra:
nobilitante para me credenciar `a participa- silêncio. Reconheço que disponho de ma- a vida é missa-campal
ção neste honroso painel. De resto, é sem- gro capital inventivo para investir em de- quando a justiça acontece. marchar com a coragem de ter medo
pre bom lembrar que as universidades não finições. Preocupa-me mais a “chave-do- sem temor das curvas do mistério:
devem ficar cativas da sua missão “disse- segredo” da mensagem do que a idolatria Recapitulemos: o bem-comum não deveria atlanta-comovido a oeste do dilema
minadora” do conhecimento armazenado do perfil do mensageiro. Gosto de pensar à uma alavanca calculista para o investimen- cativo na vala-comum duma espera
na velha escola do “quieta non movere”. A sombra das palavras, não por comodismo to matreiro na “bolsa” da reciprocidade. A em queda-livre em busca do poema...
aposta democrática na inter-convivialidade puritano, mas pela prudência; as palavras Escrita é a aleluia da palavra ressuscitada
sócio-cultural com os que se distinguem nem sempre seguem pressurosas em busca na brancura do papel. Fico desde já à mercê das vossas questões,
nas trincheiras comunitárias da lusofonia, da luz das ideias inquietantes... Mas afinal ... porque escrevo? para descortinar algo
diz bem da maturidade do testemunho de E também gosto de escrever quando me Vejamos: escrevo porque preciso de ar que tenha porventura ficado nublado pela
coragem académica em curso. sinto sob o pálio dos inventores da alegria para respirar; não me divirto a “brincar- emocionalidade discursiva deste vosso
O simpático convite da Direcção Regional de fintar a morte. Já esclareço: quando me às- escondidas” atrás do guarda-vento do poeta-emigrante, que há três décadas mur-
das Comunidades faz parte dessa aposta sinto “notário oficioso” da tristeza de ter mistério da Vida! Gosto muito de escre- murou aos seus conterrâneos que “emigrar
descomplexada no entusiasmo participati- nascido, atrevo-me a rasgar as folhas des- ver no papel da imaginacão... Para mim,
não é partir nem vergar – é partir para um
vo do talento disperso pela geografia, mas botadas da espera... (se calhar, escrever é escrever é não falhar presença no cais de
novo-estar.”
solidário com o projecto de reaproximação como ser massagista das curvas do pensa- desembarque da palavra-de-honra... para
Termino, com um excerto poético das res-
e concertação da diversidade artístico-li- mento, para fazê-lo murmurar ideias que- celebrar o presente e escutar o evangelho
ridas ao ouvido das emoções...). do futuro! sonâncias aquecidas no crepitar da foguei-
terária.
Gostaria ainda de salientar o facto (para Sugiro que talvez valha a pena aprender- Sim, também escrevo quando ouço as so- ra da saudade, como ilhéu descendente de
mim muito gratificante) deste painel ser mos uns com os outros a não resvalar no natas melancólicas da dor alheia. (Acho gerações formadas “na escola da tortura
presidido pelo professor Eduíno de Jesus. delírio de rubricar a história com o traça- que foi a poetisa Maya Angelou quem repetida e no uso do penar tornado cren-
Atrevo-me a ir um pouco “ao arrepio” do do das nossas ego-urgências. Que adianta sugeriu esta interrogação maravilhosa: - te”...
protocolo para dizer que o escritor Eduí- ficarmos cativos do circuito-fechado da “porque será que os pássaros cativos em
no de Jesus é uma das mais conceituadas auto-escultura? Desde há muito vimos gaiolas continuam a cantar...?” vim, estou aqui, para testemunhar
referências literárias do panorama artísti- aprendendo que o mastro da vida dispensa Ó céus! delicio-me a escrever (esculpir a dor-de-parto da palavra de honra:
co da diáspora açoriana. Aproveito ainda estandartes para despertar vaidades... palavras?) quando reparo no arco-íris da – vamos proibir o Infinito de minguar
para recordar, com justificada emoção, um Confesso que sou candidato a operário da inteligência duma Mulher-poema, cujo a finitude humana...
dos primeiros textos da sua autoria que me escrita: sou aprendiz do ofício de construir perfil desafia o “analfabetismo” estético-
foi dado ler: refiro-me ao preâmbulo ao li- pontes de comunicacão com dois sentidos: emocional dos que bocejam distraídos pe- (*) – I Encontro “convergência de afectos”
vro do saudoso poeta Virgílio de Oliveira, Chegadas & Partidas. E aprecio quando rante a beleza que dispensa dizeres eston- da diáspora lusófona, realizado na
intitulado “Rosas que vão Abrindo”, edita- a solidariedade vive “solteira” – ou seja, teantes da vulgaridade provinciana... Universidade dos Açores
do nos Açores, em 1957. a solidariedade não deve namorar a reci- Estimados Companheiros e Colegas: Outubro, 2009
COLABORAÇÃO 11

Temas de Agropecuária
Egídio Almeida
2009 um ano para esquecer
egidioisilda@charter.net

2009, um ano que, como nenhum restaurar o valor dos bens de raíz que tem
outro, marcou e transformou a in- vindo a declinar, e são indispensáveis para
dústria de lacticínios dos Estados valorizar e proteger os empréstimos finan-
Unidos ceiros.
Além dos desvastadores problemas finan-
Ninguém nesta indústria ficou triste assis- ceiros, o ano passado causou problemas
tindo à despedida do ano 2009. emocionais para muitas famílias ligadas à
Foi uma contínua luta com altos custos de agricultura e que viram anos de trabalho
produção e inconcebíveis baixos preços e sacrifícios evaporar-se a pouco e pouco,
pelo leite. Esta situação descarregou uma impossibilitando-os de passá-los para as
pesada onda de inacreditável pressão nas gerações vindouras.
famílias da agricultura em geral, especial- Verdadeiramente 2009 foi um ano como
mente a agropecuária, ao mesmo tempo nenhum outro na história recente, mas
que pôs à prova aqueles que os servem, tem sido único, não só como um desastre
quer com máquinas, rações, a indústria financeiro, mas um ano de determinação
bancária e até outros serviços necessários, para aqueles que escolheram continuar
e indispensáveis, ao bom funcionamente esta vida árdua que muitas vezes não com-
destas indústrias. pensa os sacrifícios que passam àqueles
Muitos na indústria decidiram, ou foram que continuarão por esse caminho.
forçados a parar por completo ou parcial- Olhando o futuro, um pouco mais brilhan-
mente as suas operações, porque os incal- te e urgente, que esta indústria implemen-
culáveis prejuízos se tornaram uma carga te mecanismos para garantir que desastres
tremenda, e insuportável cuja recupera- como este não vão continuar a acontecer,
ção financeira razoável seria impossível em que anos de sacrifício vão evaporando
a muitos. Pelo menos 800 operações de a pouco e pouco. As Agências Federais e
lacticínios nos Estados Unidos cessaram Estaduais bem assim como organizações
produção, inscrevendo-se no Programa associativas privadas, tem que actuar em
CWT. Calcula-se que apenas uma pequena união, para assegurar um preço estável
percentagem voltará à produção, depois do pelos produtos do leite, dando maior voz
requerimento de um ano. áqueles que os produzem, e não aqueles
Enquanto que todos os indicadores apon- que tem capacidade de manipular os mer-
tam para um 2010 mais prometedor, levará cados, ao mesmo tempo que os produtores
muito tempo para estas famílias agrícolas não se devem dar ao luxo de ignorar as
e muitas outras indústrias relacionadas re- leis da oferta e procura observando as exi-
cuperarem. Analistas indicam-nos que os gências dos mercados, doméstico e global
preços do leite atingirão o custo de pro- e produzindo de acordo com os mesmos,
dução neste ano, mas mesmo quando isso evitando assim perdas substanciais.
acontecer há que recuperar o perdido e

SJGI tem o prazer


de apresentar

Eduardo da
Silveira, M.D.
Diplomado em
Gastroenterologia.
Especialista em Doenças
do Fígado e do Aparelho
Digestivo.

O Dr. Eduardo da Silveira


fala múltiplas línguas
incluindo o Português,
Inglês, Espanhol e Francês.

Bem-vindos a San Jose Gastroenterology (SJGI)


Agradecemos a oportunidade de
oferecer os melhores cuidados médicos em
Gastroenterologia e Endoscopia Digestiva.

Dois escritórios para o servir em San Jose


MONTPELIER OFFICE: 2340 Montpelier Dr., Suite A
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Telefone: (408) 347-9001


12 PATROCINADORES 15 de Janeiro de 2010
COLABORAÇÃO 13

Agua Viva Sociedade De St. AntÃO DE GUSTINE


Filomena Rocha
Uma das Bençãos de Deus
para New Bethany
filomenarocha@sbcglobal.net

... já cheira a Carnaval


A
o encerrrarmos as cele- grande ajuda, o nosso sincero agra- As Irmãs Franciscanas Hospitaleiras

A
brações do décimo ani- decimento e profunda gratidão. da Imaculada Conceição agradecem
inda ouvimos sinos a tocar até à exaustão em versário da New Bethany New Bethany é um Lar Residencial profundamente à Comissão da Festa
muitos campanários do mundo cristão, fogue- não temos palavras que com Enfermaria localizado em Los de St. Antão de Gustine, tanto dos
tes a estoirar em cores de júbilo e exuberância expressam adequadamente o nosso Banos que foi inaugurado e dedi- anos anteriores como a do ano pre-
pela vinda de um ano que todos desejamos profundo agradecimento por tantas cado no dia 15 de Janeiro de 1999. sente, bem como a todos o que vêm
seja melhor do que o que passou em muitos sentidos; ou- Bênçãos recebidas ao longo destes Este recebeu os primeiros residents contribuindo anualmente para a sua
vimos música nos ares e ainda a dos Revival a tocar no dez anos de dedicação e serviço aos no dia 1 de Março de 1999; mais tar- festa. Ao mesmo tempo que expres-
delicioso repasto de Fim-de-Ano, a abrilhantar o requin- nossos residentes. Uma das grandes de em Julho do mesmo ano, a par- samos sincera gratidão por todo o
tado e faustoso salão do Athletico; abraçamos os amigos e bênçãos que jamais deixaremos de te de enfermaria ficou a funcionar bem feito a favor de New Bethany,
conhecidos com a cumplicidade da alegria e boa vontade agradecer é a generosidade da So- para doentes a longo e curto prazo. encorajamos outros a fazerem o
de uma boa viragem da página velha para uma nova do ciedade de Santo Antão pela grande New Bethany, com um total de 111 mesmo, considerando que O Senhor
calendário e já estamos fazendo o balanço ao que valeu ajuda que nos vem oferecendo desde quartos para confortàvelmente ac- abençoa os que dão com alegria.
e não valeu a pena ter vivido, ter sofrido, amargurado ou o dia 16 de Novembro do ano 2003. comodar pessoas de terceira idade, Que Deus abençoe cada membro da
simplesmente ter suportado com esperança de coisas me- Desde esta data até ao presente, tem sido uma bênção para a Comu- presente e passadas comissõs e to-
lhores um dia. Estou certa de que em muitos outros salões membros da comissão organizadora nidade do Vale central. Aqui os re- dos os que de boa vontade os apoiam
de festa se passou quase o mesmo, se bem que muita gente da Festa deste grande Santo têm-se sidents tem assistência e supervisão na prática da caridade.
optou por ficar em casa, não só para evitar um gasto mais, deslocado todos os anos à New Be- 24 horas por dia e sete dias na sema- No encerramento do aniversário dos
mas porque sabe bem estar com a família a degustar uma thany em Los Banos, para se encon- na, vivendo num ambiente atractivo, dez anos de New Bethany, foi publi-
trarem com a Ir. Júlia Dias Fonseca, confortável, alegre e pacífico. As cado em Inglês um livro, entitulado,
boa ceia cozinhada à medida de cada paladar.
Directora da parte residencial deste Irmãs e empregados, cuja dedicação “A Shower of Blessings” da autoria
As festas em família são propícias a avalição de aconteci-
Lar e apresentar um donativo. De- exceede em qualidade, procuram dar da Directora, Irmã Júlia Dias Fon-
mentos, de sentimentos individuais e colectivos e de uma
pois de uma reunião juntos e tendo resposta às necessidades fisicas, es- seca. Trata-se de uma colectânia de
forma ou outra é sempre bom repensar o que se tem de conhecimento do custo elevado e pirituais, emocionais, sociais e inte- reflexões feitas ao longo destes dez
precioso no aconchego do lar, em termos de saúde, bem- da grande necessidade de apoio fi-
estar, amizade, amor, alegria e paz, coisas que faltam nanceiro para uma causa tão digna,
imenso em muita gente à volta do Mundo. a comissão tem vindo apresentar a
Por vezes pensamos que temos pouco e se olharmos para New Bethany parte dos seus fundos
o lado, encontramos pessoas que têm menos do que nós. da festa de St. Antão, Padroeiro dos
Devemos estar gratos a Deus pelo pouco que possamos Animais, realizada todos os anos
ter mas ao mesmo tempo não devemos ficar impassíveis no dia 17 de Janeiro. A assinalar
ao que se passa na nossa comunidade. este grande jesto de generosidade e
Por enquanto ainda ouvimos música portuguesa da nossa de caridade, uma placa memorial
estação, ainda que poucas horas; ainda temos Missa em foi integrada na àrvore da vida de
português, ainda que menos; ainda temos um restaurante New Bethany cujos benfeitores são
português nesta área que teima em resistir, umas socieda- lembrados diàriamente nas ora-
des portuguesas com bandas, futebol e carnavais e uma ções de todos os beneficiados. Este
única mercearia, -Trade Rite Market - que se estrangu- é o sétimo ano que esta Sociedade
la para sobreviver com mercadorias de qualidade vindas vem contribuindo para New Be-
de Brasil, Portugal e ilhas de Açores e Madeira, com um thany. Esta ajuda financeira é como lectuais dos residents num ambiente anos através das quais se pode apro-
seviço de refeições que pode ir para casa do cliente em uma resposta à oração diária feita de respeito e dignidade. As Obras de fundar o conhecimento acerca de
menos de um ai, é só pedir por telefone ou internet, mas durante a Missa pelas necessidades Misericórdia são practicadas dia e New Bethany e de outros assuntos
até quando? Isto para alguns poderá não valer um comi- espirituais e temporais de New Be- noite na New Bethany. Pessoas que de interesse espiritual e religioso. Se
thany. Esta Sociedade benemérita, à apoiam a Sociedade de St. Antão de tiver gosto de obter uma cópia des-
nho, mas também sei que existem os que se preocupam
semelhança do seu Santo Padroeiro Gustine, contribuindo com os seus te livro, podem chamar para o (209)
com a hipotética ideia de que o que é Português deixará
que ainda bastante jovem, distribuiu donativos para a sua festa anual de 827-8933 ou comunicar directamen-
de existir em poucos anos - da nossa visinhança, da nossa
a sua riqueza pelos mais nessitados, Janeiro 17, estão a praticar a carida- te com a autora via e-mail jdf2003@
vivência diária, acostumada aos produtos das nossas ter- tem vindo anualmente contribuin- de, ajudando New Bethany na sua yahoo.com. O donativo é apenas de
ras de origem. É que apesar dos luxos e das vaidades, dos do para a New Bethany, ajudando a missão de bem-fazer em favor dos $10.00.
teres e haveres que muitos possam exibir, continuamos a manter, e a melhorar a qualidade de nossos irmãos já de idade avançada Irmã Júlia Dias Fonseca
ser por dentro os mesmos, com um pé em terra e outro no vida para os seus residents. Por esta e com necessidade de assistência.
barco e o coração dividido em muitos compartimentos de
saudade.
Que este seja um Ano Novo Feliz até final para todos, de
entre-ajuda e muita Paz, e já com cheiro a Carnaval!

1600 Colorado Avenue


Turlock, CA 95382
Telefone 209-634-9069
14 FESTAS 15 de Janeiro de 2010
PATROCINADORES 15

Nuno Puim, da Azores-Expresso

Levar cada vez mais


pessoas aos Açores
Como decor- gramas de fidelização do pax (passageiro
reu a campa- frequente), tarifário variado, etc.
nha da SATA Em termos de oferta para 2010, temos
Internacional planeado um aumento de capacidade em
em 2009? relação a 2009, pois acreditamos que a
crise já faz parte do passado e 2010 será
2009 foi um um ano de retoma, embora lenta. Estamos
ano muito di- atentos às mais pequenas oscilações
fícil para a do mercado e tentamos reagir em confor-
viação civil, midade. Temos também planeado fazer
e a SATA não alguns investimentos em outros mercados
esteve imune à por forma a
crise que se fez disfrutarmos de alguma diversidade.
sentir. Ainda em termos de melhorias, cremos
No que se refere ao caso particular das que a renovação da frota da SATA Air
rotas dos EUA, houve um decréscimo Açores será um factor significativo para
significativo no tráfego das rotas de Bos- um melhor serviço aos nossos passagei-
ton e Oakland, reflectindo, naturalmente, ros. Haverá um maior leque de escolha
condições económicas menos favoráveis para outros destinos a partir dos Açores e
sentidas naquele país. isso será, sem dúvida, uma mais valia.
Vários terão sido os factores nagativos
que contribuiram para... mas creio que po- Quais as vossas expectativas para este
demos destacar o desemprego, o preço dos ano?
combustíveis e possívelmente a baixa do Conforme atrás referido, as espectativas
Dólar em relação ao Euro. tem de ser vistas com optimismo e é o que
estamos a fazer. Temos de ser realistas, en-
Quais são as grandes diferenças da frentar os desafios que temos de enfrentar
campanha de 2010? com cabeça fria, determinação, emprenho
e dedicação à nossa causa que é levar cada
Procuramos introduzir um novo modelo vez mais pessoas aos Açores. Temos cons-
tarifário permitindo mais varidas com- ciência que somos uma empresa pequena
binações tarifárias e, consequentemente, e com especificidades muito próprias, e
preços mais acessíveis, além de uma re- que temos variadíssimas dificuldades a ul-
dução na sobretaxa de combustível. Nes- trapassar. Contudo, não poderemos nunca
te momento a SATA oferece um leque perder de vista o nosso objectivo. Assim
de serviços comparável a qualquer outra sendo, 2010 apresenta-se como «mais um»
transportadora de dimensão: vendas atra- desafio que pretendemos ultrapassar com
vés de todos os sistemas informáticos uti- calma e serenidade, esperando melhorar
lizados pelos agentes, vendas através de o nosso serviço em todos os quadrantes e
website próprio, transporte de carga, pro- em prol dos Açores.
16 COMUNIDADE 15 de Janeiro de 2010

4 = 1 para melhor
ACONTECEU HISTÓRIA NA IGREJA DAS CINCO CHAGAS Texto e fotos de Miguel V. Avila

Com a fusão a 1 de Janeiro último dos Conselhos Supremos da Irmandade do Divino


Espírito Santo (IDES, fundada em 1889), Sociedade do Espírito Santo (SES, 1895),
União Portuguesa do Estado da California (UPEC, 1880) e União Portuguesa Protec-
tora do Estado da California (UPPEC, 1901) na nova Portuguese Fraternal Society of
America, os seus directores e associados reuniram-se numa Missa de Unificação no
passado dia 10 de Janeiro.

A Igreja Nacional Portuguesa das Cinco Chagas em San José engalanou-se para rece-
ber a delegação e estandartes das quatro associações que de lá sairam já como uma.
A Missa foi celebrada em Português pelo Rev. António Reis e o Pároco Rev. Donald
Morgan recebeu a comitiva e serviu de anfitrião neste importante e histórico momento
da vidas das sociedades fraternais. O Rev. Don Morgan aproveitou a ocasião para dese-
jar os maiores sucessos à nova sociedade fraternal e anunciar o começo de uma missa
da família - tão desejada pela comunidade - já a partir de 7 de Fevereiro pelas 12h30.
A Tribuna congratula-se com esta união e deseja as maiores felicidades à PFSA.

Mary Jean Calote, Tisha Cardosa, SPRSI Grand President, Jackie e Virgil Hood, UPPEC
Supreme President, Carol Bates, UPPEC Supreme Treasurer-CEO

Supreme Presidente Anthony Mendes, Marjorie Gifford, Director e Edward Rodrigues


Past President

Jack Perry, Director e Joe Dias, Marshal

Marie Kelly-Barreiro, UPEC Presidente

Jackie e Virgil Hood, Supreme President of UPPEC


Embaixo: Duarte Teixeira e Fatima Teixeira, SES Supreme Presidente

Antoinette Duarte, SES e Timothy Borges, UPEC


COMUNIDADE 17

A IGREJA NACIONAL DAS CINCO CHAGAS foi testemunha de um acto histórico nas vidas das nossas FRATERNAIS

Supreme Pres. UPEC, Marie Kelly-Barreiro e Jonine Barreiro,

Supreme Pres IDES, Anthony e Gloria Mendes

Uma fotografia que já pertence ao passado


Padre Antonio Reis no altar da nossa linda Igreja Nacional das Cinco Chagas

TRIBUNA PORTUGUESA sauda a nova Organização


PORTUGUESE FRATERNAL SOCIETY OF AMERICA
18 COMUNIDADE 15 de Janeiro de 2010

PFSA - Portuguese Fraternal Society of America

Na primeira fila reconhecem-se Manuela Silveira, Vice-Cônsul de Portugal, Isolete


Grácio, Marie Kelly e Jonine Barreiro, Virgil e Jackie Hood.
Já na escadaria da Igreja das Cinco Chagas, uma foto para a história Embaixo: Padre Antonio Reis benzendo o estandarte da nova organização que era
transportado por Richard Castro
COMUNIDADE 19
Minha Língua Minha Pátria
A Arte da Guerra no Portugal
Eduardo Mayone Dias
eduardomdias@sbcglobal.net
medievo e quinhentista

1
.A cavalaria A loriga, por sua vez, consistia num saio
também de malha, coberto de placas ou
Nos inícios da nacionalidade portu- escamas de metal.
guesa era primordialmente o embate As primeiras armaduras compunham-se
entre duas forças de cavalaria o que deter- de uma couraça de tela grossa ou de couro
minava a vitória numa batalha. revestida de peças metálicas. A armadu-
Os guerreiros pertenciam na sua essência ra completa ou arnês, começada a usar no
à nobreza, Existiam também os cavaleiros- século XII, incluía um grande número de
vilãos, homens livres que dispunham de peças, unidas entre si por ganchos.
bens suficientes para possuir uma monta- A cabeça era protegida pelo elmo, ao prin-
da, designados pelos concelhos. median- cípio de topo plano com ou sem apêndi-
te certos privilégios, para servir na hoste ce nasal que assentava sobre uma touca
real. de cota de malha descida até aos ombros.
Os cavaleiros ou os seus antepassados ha- Mais tarde passou a utilizar-se um elmo
viam recebido do soberano os chamados arredondado, com crista e viseira móvel.
feudos, vastas terras cultivadas pelos ser- A couraça revestia o tronco enquanto que
vos da gleba, estes quase escravos. Com os os braços, pernas e pés se cobriam com
proventos das colheitas os cavaleiros po- várias peças permitindo o movimento.
diam atender aos altos custos das armas e Nas mãos iam as manoplas mas muitos
armaduras. Formaram-se então as mesna- cavaleiros preferiam não as usar na mão
das ou hostes senhoriais, que constituíam esquerda, a que segurava as rédeas. Exis-
forças disponíveis para entrar em acção, a tiam de igual modo armaduras para prote-
lento, três ou quatro disparos por minuto, Alcácer-Quibir em 1578 e as forças ingle-
uma voz do rei, nas frequentes contendas ger os cavalos.
em oposição aos dez que um hábil archei- sas de apoio à causa de D. António Prior
do tempo.
ro conseguia. Além disso, o besteiro fica- do Crato e, desembarcadas em Peniche
Também faziam parte da cavalaria os 2. A infantaria va exposto enquanto recarregava a arma e pouco depois.
membros das ordens militares, como San-
muitas vezes tinha de ser protegido com Para a Índia saiu “gente de guerra”, com
tiago, Hospitalários ou Templários, estes Com o decorrer dos anos a infantaria co-
um escudo por um companheiro. Podiam um contrato de três anos, ajudas de custo
já presentes no Condado Portucalense e meçou a assumir certo relevo no comba-
chegar a cavalo ao campo de batalha mas e liberdade de comerciar. Afonso de Al-
eventualmente nacionalizados e converti- te. Entre várias armas por ela empregadas
regra geral desmontavam para combater, buquerque organizou as primeiras forças
dos na Ordem de Cristo. contava-se o pique, uma pequena lança, e
A utilização de armas disparáveis era con- permanentes na Índia, com 300 piqueiros,
A ascensão à categoria de cavaleiro era o chuço, idêntico mas desprovido de lâmi-
siderada desonrosa pelos cavaleiros, que 50 besteiros e cinco espingardeiros, enqua-
lenta e trabalhosa. Aos sete ou oito anos na no alto. A alabarda assemelhava-se ao
criam apenas poder ganhar glória enfren- drados por capitães suíços. No reinado de
os jovens de classe nobre eram designa- pique mas a haste encimava-se por uma
tando directamente inimigos do seu nível D. Sebastião formaram-se as Ordenanças
dos para servir como pagens na casa de lâmina em forma de meia-lua.
social. O uso da besta, sobretudo, era de- do Reino, constituídas por moradores, an-
família. Aos doze partiam para viver com Durante a Idade Média desde as ameias
testado pela nobreza. Enquanto um cava- tecessoras dos regimentos de infantaria.
outros fidalgos. Aí familiarizavam-se com dos castelos lançavam-se pedras e azeite a
leiro capturado pelo inimigo normalmente Muitos historiadores consideram que a
hábitos sociais e com um rudimentar uso ferver sobre os sitiantes. No entanto o úni-
recebia a clemência dos seus pares, em valorização da infantaria como arma de-
das armas. co armamento de arremesso baseava-se na
idênticas circunstâncias um besteiro era cisiva do combate teve início em Portugal
Aos catorze anos entravam ao serviço de sua propulsão em processos manuais de
executado. com a batalha de Aljubarrota, travada a 15
um cavaleiro como escudeiros. Compe- flexão ou torção, ou seja o que se designa
A introdução da pólvora na Europa alterou de Agosto de 1385. É sabido que o Mestre
tiam-lhes polir as armas e armaduras e actualmente por neurobalística. Existiam
drasticamente a arte da guerra. Na linha de Aviz e o Condestável, D. Nuno Álva-
ajudar o seu mentor a vestir e despir os basicamente três armas deste tipo, a fun-
da utilização das armas de fogo (a piroba- res Pereira, pretendiam com a sua reduzi-
apetrechos defensivos de guerra, já que da, o arco e a besta.
lística) a besta deu lugar à espingarda, ao da hoste, deter o avanço do exército de D.
uma armadura completa podia pesar até A funda, a mais rudimentar das três, era
arcabuz e ao mosquete. João I de Castela, que se julgava o herdeiro
trinta quilos. uma tira de couro ou uma corda com uma
A espingarda medieval, antecessora das legítimo do trono português após a morte
A certo ponto entrariam em combate, trans- bolsa a meio, onde se colocava uma pedra.
armas de fogo ligeiras, disparava balas de de D. Fernando.
portando o escudo do senhor e auxiliando- O fundibulário segurava as duas pontas,
pedra. Estava dotada de uma longa coro- O Mestre de Aviz contava apenas com 1
o no que fosse possível. Aos 21 anos, se fazia a funda girar sobre a altura da cabe-
nha e apoiava-se numa forquilha. Só no 700 lanças, já que muitos nobres portu-
experimentados em batalha, tornavam-se ça e quando calculava a direcção desejada
século XVI se adaptou uma coronha per- gueses, apegados ao sistema feudal, reco-
elegíveis para ser armados cavaleiros. O soltava uma das pontas e a pedra era arre-
mitindo o apoio sobre o ombro. nheciam o rei de Castela como verdadeiro
ritual da cerimónia era variável mas podia messada.
O arcabuz, introduzido no século XV, po- soberano e se haviam incorporado no seu
incluir um jejum, banho purificador, uma O arco, com uma altura de cerca de um
dia perfurar uma couraça de ferro. Mon- exército.
noite de vigília e oração, comunhão e bên- metro e oitenta, levava anos a fabricar en-
tado sobre uma armação de madeira, em Iam também com o Mestre 800 besteiros,
ção da espada, quanto a madeira secasse e se adaptasse
1392 substituída por uma coronha que 600 archeiros ingleses e cerca de 4 000
Tudo terminava com a “pranchada”, pe- à curva necessária. A corda obtinha-se à
reduzia o impacto do recuo, possuía um homens de pé. A esta hoste opunham-se
queno golpe desferido com a parte plana base de fibra de linho, de seda ou de tripa
cano de ferro e era accionado por um ga- 5 000 lanças, 8 000 besteiros e 15 000 ho-
da espada pelo soberano ou senhor sobre a entrançada. Tratava-se de uma arma efi-
tilho. Tinha um alcance de 50 metros mas mens de pé.
nuca ou ombro do neófito. Em casos espe- caz, com um alcance mortal de 40 a 100
apenas de 25 se se necessitava maior pre- Foi uma inspirada táctica do Condestável
ciais de distinção em combate, o escudei- metros. Um archeiro levava para o campo
cisão. Os arcabuzeiros podiam combater a que levou à vitória portuguesa. De facto
ro era armado cavaleiro numa cerimónia de batalha de 60 a 70 flechas mas com cer-
pé ou a cavalo. formou o seu quadrado, com uma das alas
simples realizada no próprio campo de ta frequência tinha de ser remuniciado.
O mosquete, mais manejável, começou a integrada pelos archeiros ingleses, num
batalha. Eram normalmente pouco numerosos os
ser usado no século XVI e, curiosamente, estreito terreno na base de uma colina e
A lança, que podia alcançar o comprimen- archeiros incluindos numa hoste. Enquan-
perdurou até ao XIX. Era uma arma grande entre dois ribeiros, e mandou cavar trin-
to de quatro metros, era a arma inicialmen- to os restantes peões faziam uma vida
e pesada, embora mais ligeira e certeira do cheiras em frente, o que impediu um pode-
te usada pelo cavaleiro no campo de lide. normal no trabalho agrícola, sendo apenas
que o arcabuz, com um longo cano. Carre- roso ataque frontal pela cavalaria inimiga,
Se perdida ou quando começava a fase do chamados a servir em caso de uma conten-
gado pela boca, disparava-se por meio de castelhana e francesa.
corpo-a-corpo, utilizava-se a espada, de da ou por ocasião dos “fossados”, sortidas
uma mecha ou de uma pederneira que pro- A primeira carga desta cavalaria conse-
vários tipos. O montante, longo e pesado, realizadas a fins do verão para captura das
duzia uma chispa. Para maior precisão no guiu romper a vanguarda portuguesa. D.
tinha de ser brandido com as duas mãos. colheitas do inimigo, os archeiros haviam
disparo podia apoiar-se numa forquilha. Nuno pôde contudo reorganizar o quadra-
Em vez da espada muitos cavaleiros pre- adquirido um relativo grau de profissio-
As suas balas tinham o dobro do peso das do fazendo desmontar os cavaleiros que
feriam emprgar a maça de armas, uma ca- nalização. Demoravam anos a conseguir
utilizadas no arcabuz e maior alcance. quebraram as suas lanças para mais fácil
beça metálica, por vezes dotada de pontas, uma necessária presteza e tinham de se
Um mosqueteiro experimentado disparava manejo e formaram a primeira linha de de-
ligada a um cabo. Uma alternativa era o exercitar constantemente.
uma ou duas vezes por minuto, enquanto fesa. Esta manobra desorientou o inimigo,
chicote de armas, uma empunhadura que A besta usava um princípio idêntico ao do
que um arcabuzeiro necessitava dois mi- aliás já duramente flagelado pelos archei-
continuava numa haste que no cimo se di- arco, já que consistia num braço metálico
nutos para cada disparo. Na luta corpo- ros e decidiu a batalha.
vidia em três ramas, cada uma terminando terminado por um arco e dotado de um ga-
a-corpo era viável calar uma baioneta no No campo ficaram cerca de 3 000 caste-
numa bola de ferro de onde emergiam agu- tilho que desfazia a tensão dada à corda do
cano da arma, o que no entanto impedia lhanos, cujos corpos chegaram a atulhar
çados picos. arco e impulsionava o disparo. Um carril
o disparo. um dos ribeiros. Muitos outros inimigos
Para sua protecção os cavaleiros usavam o neste braço alojava curtas setas metálicas,
No tempo de D. Manuel existiam em Lis- foram mortos no dia seguinte nos campos
escudo, a cota de malha e a armadura. O muitas vezes envenenadas, ou pequenos
boa, junto à Porta da Cruz, as chamadas vizinhos por cavaleiros e aldeãos que os
escudo, de madeira ou metal, podia apre- projécteis de ferro chamados virotes ou vi-
tercenas, depósitos de armas e oficinas perseguiam.
sentar diversas formas e ser de dimensão rotões, capazes de penetrar uma couraça.
para a sua fabricação. Fora de facto uma vitória, a primeira em
suficiente para cobrir quase todo o corpo. Com um alcance de 300 metros, o manejo
Quanto aos efectivos da infantaria obser- Portugal, da infantaria sobre a cavalaria.
Detido pelo braço esquerdo, deixava a mão era fácil, apenas apontar e apertar o gati-
va-se a partir da época da expansão uma
direita livre para manejar uma arma. lho, O besteiro podia disparar de bruços
mais moderna organização militar, que
A cota de malha, envergada sobre um em terra, de pé ou mesmo a cavalo.
incluía soldados e marinheiros recrutados (conclui na próxima edição)
gibão acolchoado, consistia numa veste Precursora das armas de fogo, largamente
por contrato e recebendo soldo, tal como
formada pelo entrelaçamento de peque- usada, a besta permitia pontaria por um
mercenários estrangeiros. Entre estes re-
nos anéis de metal, geralmente ferro. O processo idêntico ao das armas modernas.
cordem-se os espanhóis, ingleses, alemães
gibanete era uma gibão de malha de ferro. O seu uso implicava todavia um processo
e italianos que partiram na expedição a
20 COLABORAÇÃO 15 de Janeiro de 2010

Ao Sabor do Vento Sabor Tropical


José Raposo Elen de Moraes

Até um dia, meu amigo!


raposo5@comcast.net elendemoraes_rj@globo.com

À
pressa, pegou o comboio que lher tenha sido, não digas uma coisa des-
o levaria em sua longa e der- sas. Quando se diz uma cantiga em cima
radeira viagem. Seguiu sem se de um palco, a maior parte das vezes as
despedir, sem tempo para um pessoas não se lembram do que foi dito,
último abraço, sem dizer adeus. Estava lá,
Ai que saudades de ti, minha aldeia, a como ele ainda não estava a par, resolvi mas o que se escreve fica para sempre.
no horário marcado!
quem deitaram o lindo nome de Altares, deixar com isilda a tarefa de dar-lhe a tris- O Daniel era pessoa de pouca escola, no
Tomou assento à janela e viu as flores do berço de homens honrados, assim como te notícia. entanto, era um óptimo repentista e há,
jardim da sua vida terrena despetalando- este teu filho imigrado que vê brotar entre para aí, outros tantos que não ficam atrás.
se, lentamente, enquanto perdiam a ex- suspiros de saudade e o amor que sente por O DANIEL MORREU! Há tempos, na Tribuna Portuguesa, foi
pressividade da suas cores. As pétalas caí- ti, suas eternas fontes de lágrimas! lançado o alvitre para se fazer, aqui na
das, levadas pelo vento, plainavam alegres Lá distante, Deus te abençoe, ALTARES” Disse-me a minha mulher e em seguida Califórnia, como que um congresso de
até se perderem no horizonte e, em busca Talvez, seu ultimo olhar tenha sido para perguntei-lhe como ficou sabendo. Res- Cantadores ao Desafio. Eu disse que es-
do infinito, cantavam: sua ilha Terceira, antes de cruzar os um- pondeu-me que a Elen chamou do Brasil taria pronto a ajudar. Talvez, não devesse
“Rainha cheia de brilhos, brais que o levariam aos braços de Deus, a dar a notícia. ter-me oferecido! Deveria ter esperado que
Mãe deste teu filho amigo, seu Pai muito amado, e por ele, tantas ve- pedissem a minha ajuda, pois a ideia não
Que me livra dos sarilhos, zes, em seus versos, entronizado. Entristeci-me, imensamente, e pensei: vingou... Que eu saiba, o casal Beirão, de
Da desgraça e do perigo, Morreu o Poeta? Não! O Poeta não morre: pelo menos acabou de penar e conseguiu Napa, foram as únicas pessoas, até hoje,
Depois de eu criar meus filhos imortaliza-se através da sua obra. realizar o seu último grande sonho. que fizeram uma festa para honrar os Can-
Estou pronto a ir contigo!” Há anos, como sabem, o Daniel me disse tadores ao Desafio.
Na vida que se congelava, sentiu sua alma que o seu sonho era publicar um livro an- Temos uma Organização, a Portuguese He-
mergulhar no hiato que se fez entre sua tes de morrer. Não foi fácil e se não fosse ritage Publication of California, que tem
matéria e seu espírito e, imortal, levantar a ajuda de tanta boa gente, o sonho do Da- feito lançamentos e publicado alguns Poe-
vôo rumo à eternidade para tomar posse niel nunca passaria de um sonho. Houve tas e Escritores de grande talento, na nossa
de um novo tempo. Viu-a banhar-se, pelo quem abriu a carteira para o ajudar; houve comunidade. A maioria dos Cantadores ao
caminho, nas “Fontes de Lágrimas” e jun- quem não pôde ajudar monetariamente, Desafio - como o Daniel - são pessoas que
tar, num belo rosário, as contas das suas mas ajudou de outra forma; houve quem não têm a cultura e o saber desses outros
doces recordações: imediatamente recusou a ajuda no que quer intelectuais, mas, são gentes que também
“O tempo passa e a saudade fica. Fontes de que fosse e houve, ainda, quem prometeu enriquecem, preservam e difundem a nos-
lágrimas renascem... muito, que se deslocaria de Portugal para sa cultura, são gentes que têm talento e
Quem me faria acreditar que a meninice e vir ao lançamento do livro e que traria um valor. Não foram à escola para aprender a
a juventude me fugissem! Quem me faria cheque de mil euros e essa pessoa não veio escrever poemas, porém a arte nasceu com
acreditar que a velhice chegaria! Ninguém e esse cheque nunca chegou. Não obstante eles e, se bem que a Portuguese Heritage
o faria. Mas hoje me soam as benditas o seu nome figura na lista dos contribuin- Publication of California e os seus respon-
palavras dos antigos: “Este mundo não é tes. Quando eu contei ao Daniel que esse sáveis tenham feito um excelente trabalho,
nosso e a vida são dois dias.” E se recordar senhor comendador havia prometido tal seria uma óptima ideia se tal organiza-
é viver... quantia, ele disse: - Oh, José, quando a es- ção chamasse a si a responsabilidade de
recordo a camisa ponteada, as calças re- mola é muito grande o santo desconfia! publicar um livro sobre os cantadores ao
mendadas e os pés nus pelo chão, calcando E houve, também, alguém que quis lixar o desafio, aqui da Califórnia. Isso só pode-
as pedrinhas da rua; E Daniel Arruda, além de perpetuar-se na Daniel, depois de se ter feito as festas do ria vir a contribuir para o prestígio de tal
recordo o saboroso pão trabalhado à misé- sua descendência, no amor da sua compa- lançamento do livro e que conseguiu fazer organização e deixar para as gerações fu-
ria e eu faminto; nheira e no carinho dos seus diletos ami- negros muitos meses da sua vida. turas algo do qual nos poderíamos todos
recordo as pobres palhas onde adormecia gos, terá seu nome lembrado pelos seus O Daniel não era perfeito, ninguém é, po- orgulhar. O Daniel realizou o seu sonho:
e sonhava, a velha manta que me cobria poemas, pelos seus versos instigantes e rém foi uma pessoa sincera, que ajudou a deixou escrito suas danças, suas cantigas e
nas geladas noites de inverno e o quarto cheios de bom humor, como Cantador ao comunidade no que pôde e a comunidade seus poemas e assim viverá, eternamente,
defumado pela candeia; desafio e pelos seus dramas de carnaval, soube retribuir quando ele precisou de ajuda. na memória dos Portugueses da Califor-
recordo a boa professora que me ensinou todos eternizados no livro “Em busca de Numa fase da sua vida, o Daniel serviu nia, da sua Terceira, dos seus amigos e dos
a escrever a palavra saudade e o saudoso um sonho”. de pai e de mãe para os seus filhos. Lem- amantes das cantorias ao desafio.
vigário que, com suas santas mãos, me elendemoraes_rj@globo.com bro-me de uma cantoria que fomos fazer Não pude ir ao funeral, mas fui ao rosá-
baptizou com a água, em nome do Pai, do em Buhach, para angariar fundos para o rio e fiquei deveras comovido quando, tal-
Filho e do Espírito Santo. E foi ele quem Soube da morte do Daniel por Angelina Azores Relief Fund, e os filhos do Daniel vez, pela primeira vez na Igreja Nacional
pela primeira vez, desvendou minha boca Bertão, sua amiga, e enquanto ela me dava foram connosco. Estavam bem vestidos e Portuguesa das Cinco Chagas se ouviu as
com o corpo de Jesus; a noticia, entristecida lembrei as muitas portaram-se muito bem durante a viagem vozes dos cantadores ao desafio, acompa-
recordo o Império do Divino Espírito San- horas dos serões que ele, eu e José Raposo de ida, durante a estadia em Buach e du- nhadas pela guitarra e violão a prestar ho-
to, a despensa onde se guardavam as es- fizemos durante a correção dos seus poe- rante a viagem de regresso. Ainda hoje a menagem a alguém. Mais comovido ainda
molas e as Sociedades onde passei parte mas, momentos de alegrias e choros emo- filha mais nova do Daniel, a Falícia, fala fiquei quando a voz do Luíz quebrou o si-
da minha juventude; cionados, que estreitaram nossos laços de nessa viagem. lêncio sepulcral, ao cantar um lindo fado
amizade. Durante o tempo que eu e a Elen ajudamos enquanto o caixão com corpo do Daniel
Resolvi ao Daniel na correcção do seu livro, nos ri- saía da Igreja.
telefonar mos muito, zangamo-nos e, muitas vezes, À família enlutada as nossas condolências.
para co- choramos os três juntos. Lembro-me de Paz à sua alma.
mentar com um poema que ele escreveu e que acabava jmvraposo@gmail.com
José sobre nestes termos:
o aconte- “.... estás entregue a satanás.”
cimento e Eu disse: - Ó Daniel por pior que essa mu-
COMUNIDADE 21

Falecimentos como participante no programa de rádio


automóvel na KSQQ.
Rodeado da sua família mais chegada,
um primo seu. Começou então a ensinar
Português nesta cidade e empregou-se na
U.P.E.C..
Mário Rodrigues foi decididamente um Em 1965 trabalhou para Merced County
Mário Rodrigues homem feliz que espalhou felicidade pelos Housing Authority e acompanhou de per-
familiares e amigos que com ele convive- to a construção dos “Migrant Centers” em
ram. Merced e Cortez, onde se tornou “Housing
A sua lembrança estará sempre presente Manager” durante 25 anos até se reformar
na memória da sua família e amigos. em 1990.
Lino Sousa foi um activo membro de di-
versas Sociedades - U.P.E.C, I.D.E.S,
Lino Pedro de Sousa S.E.S, U.P.P.E.C., St. Anthony Society,
Buhach Pentecost. Em Maio de 1988 foi
membro fundador da Festa de Santo Cris- Turlock, filha Maria Inês Almeida residen-
to de Buhach. te nos Biscoitos, Terceira.
Deixa a chorar a sua morte, sua esposa Também deixa a chorar a sua morte 4 ne-
Norma Jean, filho Michael, esposa Mar- tos, Alexandra Almeida, da Terceira, The-
ci, de Glendale; Richard, esposa Adele, de resa Robinson e marido Rusty, de Hanford,
Visalia: 4 netos, Mateo DeSousa, Elizabe- Steve Dias, de Albuquerque, New Mexico
th DeSousa, Caroline DeSousa and Maya e Felipe Duque, da Terceira. Dois bisnetos
DeSousa, uma irmã Maria Jacinta Lima, - Beatriz Almeida e Francisco Almeida da
No passado dia 27 de Dezembro, pelas 11 São Miguel, Açores.
horas da manhã, faleceu Mário Rodrigues, Terceira. Irmã Maria Calmarinda Louren-
rodeado pela sua esposa Josefina Rodri-
guez e seus três filhos Nelson e esposa
José Coelho Dias Jr ço e marido João, do Chino.

Angie; Melanie e marido Manny Sousa e Com a idade de 87 anos faleceu nos Bis-
Mark e esposa Monique bem como os seus Tribuna Portuguesa envia sentidas condo-
Lino Pedro DeSousa faleceu no Mercy coitos, Ilha Terceira no dia 23 de Dezem- lências a todas as famílias enlutadas.
cinco netos, na sua residência em Oakdale, Medical Center em Merced no dia 30 bro de 2009, José Coelho Dias Jr.
no Estado da California. de Dezembro de 2009 com a idade de 81 Veio para os Estados Unidos em 1971 e
Contava setenta anos de idade e gozava de anos. Seus pais foram Manuel Pedro de radicou-se no Chino e depois em Artesia,
um excelente período de reforma depois de Sousa e Esmeria Arruda de Sousa, da Ri- tendo regressado à Terceira em 1979.
25 anos de trabalho exemplar em ‘Alma- beira Seca, Ribeira Grande, São Miguel, Veio a California em 1980 e depois em
den Lincoln and Mercury’. Açores. Lino nasceu a 23 de Setembro de 1991 onde se demorou seis meses com a
Mário Rodrigues foi um pessoa muito ac- 1928. Estudou na Ribeira Grande e no Se- familia.
tiva e um líder em vários aspectos, nomea- minário de Angra do Heroísmo. Depois
damente, membro-fundador da conhecida de servir a tropa veio para Stockton com Deixa de luto seu filho Joe E. Dias, de
associação ‘Os Amigos dos Cedros’, bem
22 DESPORTO 15 de Janeiro de 2010

Liga Portuguesa de Futebol


Sporting de Braga “Campeão” da 1ª Volta

Completou-se a primeira volta da Liga


2009/10, espera-se mais uma com idên-
tica ou superior emotividade. O anúncio
recorrente da morte do futebol português
é manifestamente exagerado. A cada ano,
surgem novas provas de vitalidade. Desta
vez, graças a um Sp. Braga avassalador.
Domingos Paciência assumiu o compli-
cado legado de Jorge Jesus e superou a
fasquia, na primeira metade da viagem.
Este Sp. Braga não pára, ri-se de cada vez
que alguém aposta na sua queda e segue a
caminhada altiva, no topo da tabela clas-
sificativa. Na sexta-feira, voltou a apre-
sentar uma candidatura forte, frente ao
europeu Nacional da Madeira.
Há muito mais Sp. Braga nesta Liga,
o suficiente para acompanhar o retor-
no do forte investimento do Benfica em
treinador e jogadores. Luís Filipe Vieira
apostou muitas fichas, recebendo em tro-
ca vitórias, bom futebol, entusiasmo de
adeptos e estádios cheios por todo o país.
adeptos. Os milhões investidos em Ja- cer um derby regional, comprovando que
O vermelhão faz-se sentir, mas o trono
neiro, nada habitual no clube, despertam há sempre bons treinadores em Portugal.
pertence aos encarnados do Minho.
a curiosidade para a segunda volta. Tal Basta procurar bem e arriscar.
Mais atrás, um F.C. Porto com cróni-
como aconteceu com os ocupantes do Nota final para dois empates, entre quatro
ca tendência para evoluir de trás para a
pódio, excepção feita ao Sp. Braga, os le- equipas que ocupam os últimos lugares
frente. Tal como no passado recente, os
ões também venceram à justa, agora na da tabela classificativa da Liga. Assim,
dragões esperam recuperar posições na
recepção ao Leixões (1-0). será difícil sair de lá.
segunda volta. Aliás, Jesualdo Ferreira
Nos restantes encontros da última jorna-
sabe que os números são idênticos aos
da da primeira volta, destaque para mais in Maisfutebol.pt
anteriores. Mas a oposição está mais for-
um trunfo do V. Guimarães no legado de
te. E o Dragão segue assim, nem formoso
Paulo Sérgio. Garantindo três pontos no
nem seguro.
reduto do Marítimo, os vitorianos ficam
O Sporting está a 12 pontos da li-derança
numa posição invejável na corrida à Liga
e assume-se com a principal desilusão
Europa. Outra nota positiva para André
da época. Com Carlos Carvalhal, espe-
Villas Boas, com a sua Académica a ven-
ra recuperar a alegria condicionada dos

Liga de Honra pode aumentar para 20 clubes


A Comissão para Regeneração da Liga A proposta que a Comissão para Rege- posta mais concreta que terá de ser apre-
de Honra continua a trabalhar na altera- neração da Liga de Honra está a estudar sentada à Assembleia-Geral da Liga,
ção do actual modelo do segundo cam- inclui ainda a alteração de número de para ser ou não aprovada. De qualquer
peonato nacional e em cima da mesa tem lugares de subida e descida de divisão. das formas, mesmo que a proposta seja
uma proposta para alargamento da Liga Desta forma, passaria a haver três clubes aprovada, as alterações não serão ainda
de Honra para vinte clubes. promovidos à Liga e três despromovidos aplicadas na próxima temporada.
O aumento do número de competidores à Honra.
passaria pela inclusão de quatro equipas Estas ideias foram hoje reveladas por Lo- Recorde-se por fim que a ideia da inclu-
B, ou seja, quatro equipas secundárias de pes de Castro, presidente do Varzim, um são de equipas B dos três grandes na Liga
clubes que compitam na Liga principal. dos clubes que integra a Comissão de Re- de Honra foi defendida por Tiago Cravei-
Recorde-se que os três grandes já tiveram generação da Liga de Honra. O dirigente ro, Secretário-Geral da Liga de Clubes,
equipas B, mas deixaram morrer os pro- informou também que no próximo dia 19 recentemente em entrevista ao jornal O
jectos em grande causa devido à impossi- de Janeiro vai haver uma reunião geral Jogo.
bilidade das mesmas competirem na Liga dos clubes da Liga de Honra para análise
de Honra: actualmente apenas podem jo- destas propostas. in ojogo.pt
gar na II Divisão ou inferiores. Depois disso, será formulada uma pro-

Naval em risco
“Quartel General” de exclusão
depende da FIFA A Liga portuguesa de futebol profissional
(LPFP) revelou, esta segunda-feira, que in-
terpôs um procedimento criminal à Naval,
que poderá provocar a exclusão da Liga.
O treinador-adjunto da selecção nacional, Agostinho Oliveira, deixou a entender que A comissão executiva da LPFP vai agir
o estágio antes do Campeonato do Mundo deverá ser feito em Portugal, mas que o criminalmente contra os dirigentes e revi-
estágio na África do Sul está dependente de uma decisão da FIFA. sor oficial das contas, que tinha dado o seu
“Em princípio, o estágio será em Portugal”, afirmou Agostinho Oliveira, sem querer aval e confirmado que o clube não tinha
confirmar a cidade de Covilhã, onde a Federação Portuguesa de Futebol já reservou dívidas para com jogadores ou técnicos.
um hotel durante três semanas. “É uma possibilidade”, referiu. Para se inscreverem na Liga, os clubes têm
Por outro lado, o ‘quartel-general’ na África do Sul continua por definir e segun- de apresentar o comprovativo onde garan-
do Agostinho Oliveira “está dependente de uma decisão da FIFA”. “Houve outras tem que não têm salários em atraso para
selecções do grupo que escolheram o mesmo local na África do Sul”, respondeu com jogadores ou equipa técnica.
o adjunto de Carlos Queiroz, que excluiu em definitivo a opção do alojamento em Como a LFPF tem dúvidas nos documen-
tos apresentados pela Naval interpôs um
Moçambique.
procedimento criminal, visto que não tem
Agostinho Oliveira não indicou o local escolhido para o estágio em Portugal, mas
jurisdição para declarar a falsidade ou não
reconheceu que seria bom “os jogadores dormirem em altitude”.
dos documentos em questão.
Portugal está integrado no grupo G e estreia-se no Mundial 2010 a 15 de Junho frente Assim, e também de acordo com a LPFP,
à Costa do Marfim. A 21, a equipa das “quinas” defronta a Coreia do Norte e, quatro qualquer decisão será apenas tomada de-
dias depois, joga com o Brasil. pois de a Justiça civil se pronunciar sobre a
O Mundial 2010 é o primeiro a disputar-se no continente africano e decorre entre 11 eventual invalidade dos documentos.
de Junho e 11 de Julho.

sapodesporto in abola.pt
PATROCINADORES 23

Assine o Tribuna Portuguesa e fique a par


do que se passa na nossa Comunidade
24 TAUROMAQUIA 15 de Janeiro de 2010

Forcados Amadores de Quarto Tércio


José Ávila
Turlock nas Sanjoaninas 2010 josebavila@gmail.com

Atiro o meu
chapéu nem sei
quantas vezes
contra o Muro de
Berlim (que já não
existe) pela tristeza
que senti, ao saber
do cancelamento da
Feira Taurina do Pico
do Padres que se iria
realizar em Abril. Oh Manuel de Sousa Junior, como é
que pudeste fazer isso à gente?

Tiro o meu chapéu três vezes à Comissão


Taurina das Sanjoaninas 2010, pelo convite que fize-
ram ao Grupo de Forcados Amadores de Turlock para
participarem na Feira Taurina deste ano, com a certeza
que eles, mais uma vez, irão orgulhosamente representar
bem, toda a forcadagem da California, como o fizeram
no passado.
As Sanjoninas acabaram de anunciar que os Forcados 26 de Junho: Cavaleiro Luís Rouxinol
Amadares de Turlock estarão presentes na Corrida de Cavaleiro Rui Fernandes
Concurso de Ganadarias a realizar no dia 26 de Junho, Cavaleiro Tiago Carreiras
Tiro o meu chapéu ao Sário Cabral pela
pegando dois toiros. Nessa mesma corrida será premia- oportunidade que ele irá ter em tornar-se Cavaleiro de
Forcados da Tertulia Tauromáquica
da a melhor pega e o melhor toiro. Esta será mais uma Alternativa, o que no entanto implica muitas maiores
Terceirense, Amadores de Turlock e
oportunidade para que a forcadagem Californiana mos- responsabilidades que terá que gerir no futuro com mais
Amadores do Ramo Grande
tre todo o seu valor em terras açorianas. eficiência.
Toiros: 2 Rego Botelho, 2 José
Albino Fernandes e 2 Herd.s de
20 de Junho: Cavaleiro Luís Rouxinol Ezequiel Rodrigues Fico com o meu chapéu a dançar no
Matador Miguel Angel Perera ar em expectativa ao saber das dificuldades que certas
Forcados da Tert. T. Terceirense O custo da Feira Taurina está orçamentado em 380 mil organizações têm, em nomear Vice-Presidentes. Porque
Toiros de Rego Botelho euros. será? Haverá alguém que explique tim-tim-por-tim-tim
Para os tempos de crise e mantendo uma qualidade aci-
24 de Junho: Cavaleiro Rui Fernandes ma da média, esta será uma feira de sucesso, como a do
as razões dessas dificuldades e como superá-las?
Rui Lopes, que toma a alternativa ano passado.
Forcados do Ramo Grande Muito mais do que nomes sonantes, interessa aos aficio- Tiro o meu chapéu a todos os aficionados que
Ruben Pinar nados ver profissionalismo, arte e boa disposição para no dia 1 de Janeiro foram à primeira Tourada à Corda do
Toiros de José Albino Fernandes triunfar. ano.
25 de Junho: Cavaleiro Tiago Pamplona O triunfo de uma feira não se faz sómente com artis- Havendo uma boa aguardente para aquecer, não há frio
Cavaleiro Tiago Carreiras tas, faz-se com praças cheias de aficionados, que devem que afaste o povo das touradas à corda. Aí valentes!
Cavaleiro João Pamplona participar num empreendimento artístico de bom nível
Matador António Ferrera como este.
Forcados da Tertúlia Terceirense
Toiros: 4 de Rego Botelho,
3 de José Albino Fernandes

E por aqui, o que é que nos


espera?
Para já a má notícia do dia - o cance- 6, 7, 8 passagens. Para quem? Para a ções sejam solidárias umas com as
lamento inesperado da Feira do Pico família, para os amigos, para, para, outras, se não, nunca haverá remédio
dos Padres. para, para..... Inacreditável, não e? para curar esta maleita dos abusos.
A boa noticia, é a referente à alter-
nativa do cavaleiro Praticante Sário Quando será que os artistas portu- Outro dia encontrei a lista de mata-
Cabral, que irá acontecer na Corri- gueses aprendem de uma vez por to- dores mexicanos que estão a actuar
da da Festa de Patterson, a realizar das a pedir o justo preço. A maioria na Praça Mexico, a maior do Mundo,
na Praça de Gustine a 14 de Junho. deles nunca ganhou na sua vida o que nesta temporada de 2010.
Estarão presentes os Cavaleiros de ganham aqui. Nunca, mas nunca. Se eles são bons para tourear na Pra-
Alternativa Victor Ribeiro e Paulo É preciso deixar-nos de fantasias, ça mais importante da America do
Ferreira. A não perder. dizer não a estes abusos, e contra- Sul, então seriam também bons para
tar espanhóis ou mexicanos, até que tourear nas nossas praças. Aqui fica
O ano de 2010 deve continuar a ser os nossos aprendam a respeitar-nos o nome deles:
um ano de contenção de despesas como os respeitamos a eles.
nas nossas organizações taurinas, Como é possivel os artistas portu- Jerónimo, Alberto Huerta, Miguel
por isso é natural que os artistas que gueses pedirem dezenas e dezenas Ortas ‘Miguelete’, Guillermo Mar-
nos visitarão não sejam aqueles que de milhares de dólares, quando nem tínez, Omar Villaseñor, Fermín
todos gostariam de ver. O importan- toureiam em Portugal nem em parte Spínola, José Luis Angelino, Leo-
te é que, qualquer que sejam eles, se nenhuma? poldo Casasola, Alejandro Amaya,
portem com dignidade profissional e Como é possivel pedirem-se milha- Israel Téllez, Christian Ortega,
que mostrem a sua arte e a sua téc- res e milhares de dólares e depois Manolo Lizardo, Juan Antonio
nica taurina. tourear como se fizessem um frete? Adame, Jorge López,Ismael Ro-
Pena temos que a maioria dos ar- Nós não precisamos de fretes, o que dríguez, Aldo Orozco, Fermín Ri-
tistas portugueses (melhor dizendo, precisamos é de homens sérios, ho- vera, Pedro Rubén, Juan Chávez,
os seus empresários) ainda vejam a nestos e que venham ganhar o seu Víctor Mora, Guillermo Capetillo,
California como a terra dos dólares dinheiro em troca do seu valor, da Manolo Mejía, Alfredo Lomelín,
pendurados nas árvores à espera que sua arte e da sua integridade. Isso é Humberto Flores, Federico Pizar-
eles os venham colher. o que nós precisamos. ro, Fernando Ochoa, Uriel Moreno
Vocês acreditam que há empresários, E se as nossas organizações caírem ‘El Zapata’ y Pepe López.
que além de pedir o justo (ou injusto) nas armadilhas, então isto quer dizer
preço para o seu artista tourear, ain- que elas estão ao mesmo nível deles, Estes artistas estão a duas ou três
da têm o descaramento de pedir 3, 4, isto é, não sabem o que estão a fa- horas de avião, chegam num dia e
5, 6, 7 e 8 passagens? zer. regressam a casa no outro dia. As-
sim se pode poupar muito e ver bons
Vou repetir - ainda pedem 3, 4, 5, É necessário que as nossas organiza- artistas.
PATROCINADORES 25

Portuguese Historical Center


Recognition Dinner
The Portuguese Historical Center Recognition Dinner is to be held on Saturday,
February 27, 2010. At this dinner we will be recognizing four (4)members of our
community who we believe show leadership, dedication and hard work. Weare proud
to announce our four (4) recipients:
2010 Humanitarian of the Year - Gabe Leal
2010 LifetimeAchievement Award - Joe Silva
2010 Business Leader of the Year - Tony Calabrese
2010 Organization of the Year - Cabrillo Civic Club # 16

Along with the dinner we are happy to have “Kicks Entertainment” who will be per-
forming as the evening entertainment. Please visit their website at www.kicksband.com
and listen to their fantastic music.
The Portuguese Historical Center’s only income comes through membership each year.
To help with the expenses of this dinner we are sending a Sponsor Form. We hope that
you will help us with some of the cost, so this event can be a successful one.

Sincerely,
Daniel A Silva
Recognition Dinner Chair

Name or Company __________________________________________


Address _________________________________________________
Contact Person_____________________________________________
Phone Email___________________________
Portuguese Historical Center Sponsor $1000.00 - 10 Dinner Tickets
Name or Business displayed at the Dinner
___ Tunaman’s Memorial Sponsor $500.00 - 5 Dinner Tickets
Name or Business displayed at the Dinner
___ Skipper Sponsor $250.00 - 2 Dinner Tickets
Name or Business displayed at the Dinner
___ Crew Member Sponsor $100.00
Name or Business displayed at the Dinner
___ Membership Sponsor $50.00

Send checks payable to:


Portuguese Historical Center, P.O. Box 60749, San Diego, CA92166
26 ARTES & LETRAS 15 de Janeiro de 2010

A Divina Miséria Apenas


Duas
de João de Melo Palavras

Diniz Borges
d.borges@comcast.net
Victor Rui Dores
Bem-vindos à primeira Maré Cheia para
“E nada pode haver de mais literário promovido em 1934 narrativas mais ou menos apa- figura central do livro, sendo 2010. Começamos o ano com um texto
triste para quem morre do que pelo Secretariado de Propa- rentadas entre si: “O Tempo de que a morte daquele pároco extremamente interessante do nosso ami-
ser enterrado à chuva, sentir ganda Nacional, concorrendo Todos Nós” (publicada na re- é, de alguma forma, a morte go e distinto colaborador o poeta Victor
o corpo misturar-se com a ou- com o pseudónimo Vasco Reis, vista Aresta, 1984), o conto “O simbólica da Igreja Católica. Rui Dores. É uma recensão ao novo livro
tra lama de que fomos feitos, apresentou um livro execrável Homem da Idade dos Corais” Acima de tudo, o livro dá con- do escritor João de Melo. Um açoria-
a qual há-de ser sempre o lixo intitulado A Romaria, o qual (inserto no livro Bem-Aventu- ta de muitas e variadas formas no que há muitos anos está radicado no
de Deus, a divina miséria da viria a relegar para a categoria ranças (Dom Quixote, 1992) e de obscurantismo – memória continente português. Aliás, nos últimos
nossa criação”. (pág. 78) B a Mensagem, de Fernando “A divina miséria” assim mes- de um tempo em que grassava
anos João de Melo, que for professor du-

E
Pessoa. mo já figurando enquanto título o medo, a angústia, a cruelda-
rante algumas décadas, vive e trabalha
stão agora na moda Ora, é na palavra que começa no livro Entre Pássaro e Anjo de, a injustiça e a intolerância,
em Madrid onde é adido cultural na em-
os “romancistas” e acaba toda a arte literária. O (Círculo de Leitores, 1987). numa visão desapiedada da
que torna perene a literatura O texto surge agora, revisto e Igreja: aqui se denuncia preci- baixada de Portugal.
que escrevem para o
Mercado, cujos livros é justamente a qualidade da aumentado, perfeitamente au- samente a “tirania eclesiástica” Damos as boas vindas a 2010, a uma nova
denotam muito Dan Brown, escrita e a dimensão humana tónomo. (pág. 84), “as leis da ditadura década, destacando o novo livro de João
muito diálogo, muitas peripé- das personagens que povoam Não há literatura sem geogra- eclesiástica” (pág. 91)... de Melo.
cias e muitas frivolidades sen- as verdadeiras obras de fic- fia. E, em A Divina Miséria, Um narrador autodiegético (ou
timentais e (tele)novelescas… ção. Dito de outra maneira: a João de Melo dá-nos uma visão seja, o narrador é participante abraços e bom ano
José Rodrigues dos Santos, e testemunha na acção) conta diniz
Margarida Rebelo Pinto e que- a história desse povo sereno e
jandos estão nesta lista. Por submisso aos ditames da moral
outro lado, existem os verda- católica: a confissão, a culpa, o colonizados pela nação americana.
deiros escritores para quem a remorso, a superstição, as pe- Na sua essência, A Divina Miséria (de)es-
literatura é uma forma de Arte nitências, as humilhações. O creve a morte de padre Governo – a real e
e que encaram a escrita como sacristão Calheta tipifica – e a simbólica. Em tom de brincadeira e ma-
objecto estético. bem – essa submissão ances- ledicência, alguém me dizia que este é um
João de Melo encaixa-se cla- tral. Aqui se fala da opressão livro de caixão à cova… Mas não. Este é
ramente neste último grupo, dos poderes terreno e divino, mais um sério ajuste de contas que João
pelo alto nível vocabular das tipificados não só no padre de Melo faz com a História e com o pas-
suas obras, pela sua prodigiosa Governo, mas também no re- sado, até porque como escreveu William
imaginação criadora, por uma gedor Guilherme-José. Apenas Faulkner, “o passado não está morto. Nem
sintaxe esplendorosa e pelo o “revolucionário” João Lázaro sequer é passado”.
deleite estético produzido na representa a consciência crítica Bem vistas as coisas, catártica é a boa li-
consciência do leitor. desse mundo de misérias. Dele teratura.
Habita em João de Melo um é que vêm propostas de liberta-
estilo, uma linguagem de cria- ção. Simbolicamente, na parte Horta, 9 de Janeiro de 2010
ção, a precisão da palavra e da final do livro, essa libertação
frase, a multiplicidade de signi- será feita por marines ameri-
ficações. Com mais de 30 anos canos que invadem Rozário,
de percurso literário e uma numa clara alusão a que, den-
vintena de títulos publicados, tro e fora do espaço insular,
os livros deste autor dão con- sempre fomos culturalmente
ta da experiência açoriana, da
vida em Lisboa, da dimensão
de África (ele que deu um notá-
vel testemunho literário sobre
os horrores vividos e sentidos
na Guerra Colonial), das mito-
logias do quotidiano e de uma
ideia de universalidade a partir
do espaço insular.
Retomando o tema de abertura
desta recensão: costumo dizer
aos meus alunos que a diferen-
ça entre a boa e a má literatura
está na diferença entre comer perenidade da literatura está que é ao mesmo tempo mítica
um fillet mignon e uma sandes na escrita literária, não está na e realista da ilha, falando-nos
de chouriço… E, nesta matéria, reportagem jornalística… On- de um tempo insular e insula-
é óbvio que os portugueses an- tem como hoje, os bons livros do, marcado pelo contencioso
dam a consumir muitas sandes escasseiam, os maus abundam. social. Rozário, uma pequena
de chouriço… Que se cuidem, pois, aqueles comunidade açoriana, é o lugar
Ocorrem-me, a propósito, dois que, nos nossos dias, produ- onde tudo se passa e onde pulsa
exemplos de escritores que zem sandes de chouriço, digo, todo o universo e todo o ima-
viveram gloriosamente um escrevem livros de fácil, rápida ginário de um povo rural mar-
presente literário e que foram e larga difusão… cado pela religião, que sofre o
absolutamente esquecidos no Vem tudo isto a propósito da isolamento, o cerco atlântico
futuro: Pinheiro Chagas (1842- leitura que acabo de fazer de (isto é, tem o mar imenso como
1895), “profícuo escritor” na A Divina Miséria, de João de única fronteira e horizonte) e
sua época, mas que hoje só é Melo (Dom Quixote, 2009), está sujeito à “pavorosa soli-
conhecido por razões que se novela ao longo de vários anos dão” de que fala Raul Brandão
prendem com a toponímia da urdida e cuja gestação assim em As Ilhas Desconhecidas.
cidade de Lisboa. E Reis Ven- se explica: esta é uma nova O “leitmotiv” de A Divina Mi-
tura (1910-1988), o consagrado versão, bastante ampliada e su- séria prende-se com a morte e
plumitivo que, num concurso cessivamente reescrita, de três o funeral do padre Governo,
COLABORAÇÃO 27

Arnaldo Matos
e
João Neves
Desejam a todos os seus estimados clientes, familiares,
amigos e toda a comunidade

UM BOM ANO NOVO


CHEIO DE PROSPERIDADE
Tel: 408-258-7240 Fax: 408-2589-7133
1897 Alum Rock Ave, San José, CA 95116
28 ENGLISH SECTION 15 de Janeiro de 2010
ser v ing the portuguese – a m erican co m m unities since 1 9 7 9 • ENGLISH SECTION

Ideiafix
portuguese
Miguel Valle Ávila
miguelvalleavila@tribunaportuguesa.com

The Best of 2009


PERSONS OF THE YEAR Congratulations on its first 100 years!

Bernadine and Lionel Goularte are lea- Rev. Harvey Fonseca of St. Jude Thad-
ders and philanthropists in the Portuguese- deus Catholic Church in Livingston was
American community. They established honored by Pope Benedict XVI with the
the Portuguese Heritage Collection at the title of Monsignor in 2009. He previous-
Martin Luther King Jr. Library at San José ly served in Tulare, Merced, and Hanford.
State University. With their significant mo- One more Portuguese-American priest
netary donations, the Portuguese Studies who through his dedicated work was awar-
Program survived budget cuts and lack of ded such an honor by the Vatican.
enrollment and thrived in 2009 to become
an official Minor at SJSU. Bernie and Lio- ARTISTS OF THE YEAR
nel were the big promoters of a 4-month-
long Portuguese exhibit at the King Li- Maestro Joana Carneiro assumed the
brary on the Portuguese Discoveries and role of conductor at the Berkeley Sym-
the Capelinhos Volcano. This exhibit was phony Orchestra in 2009. She is one of
prominently displayed in the main exhibit the few female symphony conductors and
hall at the library and was visited by thou- brings new dynamism and enthusiasm to EDUCATIONAL among the local (potential) voters.

sands of library patrons and visitors. Lio- classical music. EVENT OF THE YEAR We are happy to report that the LAEF
nel was also presented with the 2009 Dia under the leadership of José Luis da Silva
de Portugal Award by the Luso-American Tributo, the excellent ensemble from São The elevation of the Portuguese Studies and Manuel Bettencourt is implementing
Education Foundation. Jorge Island in the Azores, marveled the Program to official Minor at San José significant changes to its organizational
One of Bernie and Lionel’s many le- audience at the Portuguese Band of San State University was the culmination of a structure and conference model starting in
adership qualities is to know when to Jose hall. Unfortunately, the event was dream of over three decades. Congratula- 2011, that SATA has come clean on its cost
step down from leadership roles in an not sold out and many community mem- tions to program director Dr. Virginia da structure including a first-ever exclusive
organization to give opportunities to the bers lost an opportunity to see live the best Luz Tarver and lecturer Aurélio Dias- interview with its CEO, that the Portu-
newer generations while still supporting Azorean band. Tributo composer (and the Ferreira for taking the program to this guese Consulate has better working con-
the organization’s initiatives. A definite best São Jorge has produced since Francis- next step. More enrollment and support ditions, the article and opinion pieces on
lesson for many of our community lea- co Lacerda) and musician António Severi- will lead to an official Major... Renato Leal’s electoral campaign visit and
ders. no accompanied local talents Nelson Pon-
the lack of attention by ‘our’ current Mem-
ta-Garça, Roberto Lino and Os Lá Fora in Honorary mentions go to the Luso-Ame- bers of the Portuguese Parliament struck a
concerts. rican Education Foundation Summer
ORGANIZATIONS Camp that helps our youth leaders grow
chord in the Azores and among politicians
which will hopefully attract new attention
OF THE YEAR Honorary mentions go to Sete Colinas educationally and professionally and the and action in 2010.
guitar group for being our best local per- Jardim Infantil (Daycare and Preschool)
New Bethany in Los Banos celebrated 10 formers of the fado and to soprano Sepi- Dom Dinis that celebrated 25 years of edu-
years of doing good for the elderly. The deh Moafi for her performance (especially cating our young children.
Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Ima- the Kyrie) at the Dia de Portugal concert at
culada Conceição manage this beautiful Five Wounds Portuguese National Church
PROJECTING OUR
2009 – In Memoriam
elder care institution with 111 rooms. A with the Mission Chamber Orchestra and
great example of can-do attitude. Deo Gloria Choir. IMAGE ABROAD’ AWARD Serafim Inácio Teixeira, 1937-2009
The Portuguese Historical and Cultural Anibal Rodrigues Cabral, 1924-2009
Alzira Silva stepped down in January 2009 José Luis Parreira, 1926-2009
Society of Sacramento celebrated its 30th INSPIRATION as Director of the Azorean Government’s John Paul Abranches, 1931-2009
anniversary. No other organization in the
Sacramento area has promoted the Portu- OF THE YEAR Direcção Regional das Comunidades after Conchita Cintron, 1922-2009
guese presence as well as the PHCS. 12 years. She had been one of the strongest Abel Manuel Faria Jr., 1957-2009
The Portuguese classes at the Morgan advocates of the talents of our community Ana Oliveira Vieira, 1914-2009
BOOK OF THE YEAR Hill Adult School taught by Fernando and great supporter of cultural and edu- José T. Gomes, 1921-2009
Salvador are an inspiration of what can be cational programs. She has already been Amilcar Quaresma, 1943-2009
The New Portuguese Table by David done at the local level to teach the Portu- greatly missed. Rev. Manuel Bernardo Soares, 1929-2009
Leite of Leite’s Culinaria (Portuguese guese language. And the students use The Maria Noelia Mota, 1933-2009
Tribune’s 2005 Organization of the Year) Portuguese Tribune as a learning aid. Manuel Eduardo Vieira was recognized António Tavares Filho, 1939-2009
took the culinary publishing world by in Portugal with the “Prémio Empreende- Isabel Pacheco Silveira, 1949-2009
storm. Going into its second edition, The REVELATIONS dorismo Inovador da Diáspora Portugue- Raul Solnado, 1930-2009
New Portuguese Table is a delight to read sa” (The Innovative Entrepreneurial Award Ilda da Encarnação Silva Vale, 1918-2009
with delicious recipes to try. By far, the
OF THE YEAR in the Portuguese Diaspora). He was also Rev. Carlos (Charles) Macedo, 1924-2009
book with the largest impact in promoting presented with the PALCUS Business Le- Frank R. Santos, 1925-2009
Os Lá Fora band was (hopefully still adership Award. With a childhood friend, Paula do Amor Divino, 1925-2009
Portuguese culture in the US in 2009.
is) a great approach to new music in the he has also built a “hipermercado” in his Bel R. (Belchior Reis) Martin, 1924-2009
Portuguese-American community. May
BUSINESS OF THE YEAR the group make a comeback in 2010 be-
native Pico Island. Josefina Mendes, 1941-2009
Joe A. Mattos, 1929-2009
cause we desperately need an alternative Forcados Amadores de Turlock were in- José Soares, 1914-2009
A.V. Thomas Produce continued to bro-
to “pimba” music. vited to participate in several bullfights in Daniel Arruda, 1957-2009
aden its distribution channels — its swe-
et potatoes and yams proudly displayed Portugal and were awarded the best pega Mario Rodrigues, 1939-2009
Garrett Monteiro at age 10 is a talented at the most important bullring in Portu- Lino Sousa, 1928-2009
in the “Buy Local” campaign at Safeway
young player of the Portuguese guitar. gal, Praça de Touros do Campo Pequeno, And many others who left the Portugue-
and other big chain supermarkets —, is
May he continue and become our local re- in Lisbon. Congratulations and thanks for se-American community poorer.
the largest distributor of sweet potato in
ference on the guitarra portuguesa. demonstrating that the Portuguese-Ameri- May their souls rest in peace!
the United States, and is the world’s lar-
gest organic sweet potato producer. Ma- can community can compete with the best
nuel Eduardo Vieira and his management CULTURAL EVENT anywhere. 2009 Welcomed Newborns
team at A.V. Thomas Produce continue to OF THE YEAR Xavier Thomas Vallence, January 1
innovate even in the traditional agricultu- ‘CALLS TO ACTION’ Mason and Landon Gomes, February 4
ral industry. Mariza’s concert at Oakland’s Paramount OF THE YEAR James Carlos Vaz, February 12
Theatre before over 3,000 enthusiastic
Charles Michael Prenger, March 16
RELIGIOUS spectators brought pride to being Portu- In 2009, The Portuguese Tribune took Anjolie Christine Marie Banderas, May 10
guese and an admirer of this new wave of
OF THE YEAR fado. She had five standing ovations and
firm positions in different areas and topics. Alissa Silva, June 6
The key positions were about the antiqua- Sofia Isabel Soares Ávila, August 1
delighted spectators from Asia, Africa, ted Luso-American Education Foundation
St. Elizabeth’s Church (Igreja de Santa Europe, the Americas, and even Oklaho- Fernando Bryant Zapiain Jr., August 31
(LAEF) Conference model, the expen-
Isabel) in Sacramento celebrated its cen- ma. AMAZING MARIZA! was the entry Luis Manuel Miranda Pimentel, Sept. 15
sive costs and lack of clarity on SATA
tennial in 2009. It is the oldest Portuguese on facebook that evening. Luke Franklin de Oliveira, September 16
Internacional’s trips and cost structure
National Church west of New England. Mia Ashley Teixeira Silva, October 9
from/to Oakland International Airport,
The parish was founded by Fr. João V. Honorary mentions goes to Modesto’s And many others who were welcomed
the much needed remodeling of the Portu-
Azevedo of Pico, Azores, on October 24, Gallo Center for the Arts and the San into the Portuguese-American commu-
guese Consulate in San Francisco, and the
1909 and the church was dedicated on Fe- Francisco Jazz Festival for promoting nity. May they become our leaders of
lack of interest in the Portuguese elections
bruary 2, 1913. Portuguese musicians to broad audiences. tomorrow!
ENGLISH SECTION 29

Tribuna: at Age 30 and Beyond


As The Portuguese Tribune celebrated its 30th anniversary in September 2009,
it is reaching farther than ever before. In late 2008, the management decided to
publish its entire edition online free of charge at www.portuguesetribune.com.
By early 2009, the readership of the online version reached over 20 countries. In
mid-2009, the online presence was augmented with updates on social network
Twitter (twitter.com/porttribune) and by November, the Tribune’s facebook
page was launched reaching more than 500 fans within its first five weeks.
During the summer of 2009, The Portuguese Tribune contributed with weekly
columns to the oldest Portuguese daily newspaper, Açoriano Oriental.
Through its online presence, The Portuguese Tribune was the first media outlet
to notify its reader of a fire at the IES Hall in San José (later released by the
San Jose Mercury News, Yahoo!News, USA Today, TV stations, etc.) and a
3.8 earthquake in the San Francisco Bay Area (later released by the San Jose
Mercury News and the San Francisco Chronicle).
December 2009 also saw the launch of the Tribune’s YouTube page with short
videos from community events and the world premiere of an 8mm film sho-
wing the devastation of the January 1, 1980 7.2 earthquake on Terceira Island,
Azores.
The Portuguese Tribune was also the only print media organization to report
live from Five Wounds Portuguese National Church at the unification mass of
the newly formed Portuguese Fraternal Society of America (PFSA) on January
10, 2010 with regular updates on its facebook page.
2010 will bring more and better from YOUR Portuguese Tribune!

LAEF thinks about its Future


The members of the Luso-American Education Foundation met at its annual
membership meeting on December 12, 2009 at the POSSO building in San José
to discuss regular business, elect new directors and officers, as well as discuss
its future.
At the request of LAEF Chairman of the Board, José Luis da Silva, and Presi-
dent Manuel Bettencourt, an ad-hoc advisory committee had met on Septem-
ber 26 at the LALIS headquarters in Dublin, CA to define the future path of
the organization. The group defined a new Vision and Mission Statement for
the LAEF that were subsequently presented and approved at the LAEF Bo-
ard meeting on November 14. The new Vision is “To Advance the Portuguese
Culture and Language in the United States” and the Mission Statement is “To
lead initiatives for the advancement of the Portuguese culture and language;
To support qualified students in accessing higher education; To foster lifelong
learning programs.”
Members of the ad-hoc advisory committee Miguel Ávila, Angela Costa-
Simões, Nelson Ponta-Garça, Francisco Alves, and Diniz Borges presented
proposed education and cultural strategies, a plan for the conferences (to start
in 2011), communication approaches, and a new organizational structure. The
LAEF Board will further define and approve these education, cultural, and
communication strategies in early 2010.
The LAEF membership showed good signs of being open to change to grow
into the 21st century.
30 COMUNIDADE 15 de Janeiro de 2010

página da educação
ANA CRISTINA SOUSA | COORDENADORA DO ENSINO PORTUGUÊS NA CALIFÓRNIA | ACSOUSA@CSUSTAN.EDU | (209) 202-0980

A Página da Educação é organizada e blico os programas e actividades de A participação dos leitores será
editada pela Coordenação do Ensino escolas e organizações educativas em também muito apreciada. Esta página
Português na Califórnia (CEP.CA). O toda a Califórnia. Aqui encontrará estará online no Blog da Coordenadora
seu objectivo é dar a conhecer ao pú- notícias, temas da educação, ideias … em versão bilingue (português e inglês).

2010 ANO DO ENSINO PORTUGUÊS


n a C a l i f ó r n i a
Renascença
Quem é que já não observou um grupo de
luso-americanos de meia idade a conversar

Portuguesa
numa festa? Que língua ou línguas falam
eles? Podem iniciar a conversa em Português,
continuar em Inglês e acabar em Portinglês,
Quem tenha acompanhado os artigos da essa imaginosa mescla das duas primeiras.
Coordenadora de Ensino Português desde a Mas se chega uma criança ou mesmo um
implementação da Coordenação de Ensino da jovem, imediatamente se lhe dirigem em
Califórnia e outros estados ocidentais Inglês, como se a língua de Camões não
(CEP.CA) em Outubro de 2007, poderá já ter servisse para a comunicação com os mais
reparado num dos seus objectivos principais – novos, ou como se estes nascessem com
dar maior apoio e visibilidade ao ensino da alguma incapacidade para a aprenderem.
língua portuguesa através do envolvimento de
toda a comunidade. Ou seja, não basta o COMUNIDADE SOMOS TODOS NÓS
esforço de professores, escolas, admi- Na verdade, somos todos responsáveis pela
nistrações escolares e até governos de outros sobrevivência da nossa língua e da nossa
países e regiões (Portugal e Açores) se os cultura. Não podemos encomendar somente
principais “clientes” não “comprarem” o pro- às escolas a missão que é de uma comunidade
duto, ou se este não for de boa qualidade. inteira. Nas famílias, nas lojas e empresas
HERANÇA AMEAÇADA portuguesas, nas festas, nas escolas, nas

Os leitores talvez nem saibam que todos os


igrejas, nas associações e fundações, todos
temos oportunidade de falar em Português. Esta página é interactiva
dias se estão a perder falantes de Português Melhor ainda, todos temos o dever de falar
na Califórnia. Português. Em todos esses locais os nossos Correio dos Leitores
jovens deviam poder ouvir e falar Português.
Basta olhar para os números oficiais. Em Todas as ideias presentes nesta página
O exemplo, o modelo vem da família e da
2000 havia na Califórnia 78.390 pessoas que comunidade como um todo. A escola, por Ana Cristina Sousa estão abertas à discussão. Todos os
declaravam falar Português em casa. Em 2005 mais importante que seja, por muito que tente, Coordinator of
Portuguese Programs
pedidos de esclarecimento serão
esse número tinha baixado para 71.026, nunca poderá substituir esse papel formativo e
verificando-se que em apenas 5 anos se respondidos. Os comentários mais
educativo. t: (209) 667-3819
perderam 7.364 falantes de Português, tanto f: (209) 664-7183 interessantes serão aqui trazidos à
entre as gerações mais velhas, como entre as RENASCENÇA PORTUGUESA? c: (209)-202-0980 colação. Para tal basta ligar-se à
mais novas. O Português está a tornar-se em
Descubra de novo o prazer de falar Internet e navegar até ao blogue
pouco tempo numa herança ameaçada.
Português – a doce língua – como lhe da Coordenadora. Leia, comente,
O QUE PODEMOS FAZER? chamava Cervantes, o grande escritor
espanhol. Este ano, apoie o Ensino Português participe. Sinta que faz parte.
Poderá haver quem pense que por já não ter e “adopte” uma escola ou um programa de Pode também enviar correspondência:
filhos a estudar, ou ter os netos encaminhados, Português na sua zona de residência, ou Center for Portuguese Studies
não tem nada que se preocupar com o futuro noutra região da Califórnia. Tenha orgulho em College of Humanities and Social
do Português na Califórnia. A sua vida está participar activamente nesta nova Renascença Sciences | CSU Stanislaus
feita; deixa isso para os outros. Nada poderia Portuguesa. O futuro agradece! One University Circle
ser mais errado. Turlock, CA 95382, USA

ORGULHO PORTUGUÊS
TOP TEN DAS
ESCOLAS
NÚMERO DE ALUN
OS DE PORTUGUÊ
S
rapaz encontra rapariga Elim Elementary (Hilmar
) 282
Tulare Union 198
San José High Academy
123
Hilmar High 94
Jorge de Sena (Turlock)
80
Turlock High 73
Los Banos High 70
Tulare Western 70
Vitorino Nemésio (Tular
e) 65
rapariga encontra rapaz
Mission Oak 65

Dezembro 2009
COMUNIDADE 31

Festa de Natal e Matança em Hilmar

Tito Rebelo também quiz participar nesta noite de festa em Hilmar


Grupo de Violas da Casa dos Açores, sob a maestria de Gino Almeida

Carmencita cantou Fado sempre acompanhada por uma “inesperada” bailarina

O Grupo Coral do Pastor André

Adelino Toledo, António Azevedo, Vital Marcelino, José Ribeiro e João Pinheiro

Vital Marcelino, André Santos, Michelle Rosa, Lizandra Jorge e Carmencita

Lizandra Jorge cantando o Fado

A Casa dos Açores, da presidência de Vital Marcelino, levou a efeito a sua festa de Natal
no dia 13 de Dezembro, com um programa de variedades como se pode ver nas fotos
desta página, além da visita do Pai Natal que encantou as criancas.
No dia 8 de Janeiro teve lugar a tradicional matança, que este ano teve um sucesso ines-
perado - 540 “take-outs” e cerca de 500 pessoas a encherem por completo o pavilhão de
Hilmar. Diga-se em abono da verdade que a morcela estava muito boa, sem exageros de Em pé (esq/dir) - Noémia Vieira, Lionilde Parreira, Madalena Marcelino, Fátima Monteiro,
condimentos que às vezes podem estragar uma festas destas. Tudo feito e condimentado Hermínia Parreira, Conceição Silveira, Margarida Cabral, Natália Sousa, Lina Alves, Cre-
de maneira correcta e simples. Assim se preserva uma tradição. milde Faustino e Anália Furtado. Sentadas - Sãozinha Rodrigo, Odília Vieira, Elene Souza
32 ÚLTIMA PÁGINA 15 de Janeiro de 2010

As festas de Natal na Comunidade

Joe Simas, Tony Silva, Amélia e José Loeo, José Silva, Fernando Silva, Horácio Neves
e Abilio Sousa
A festa de Natal do Abilio Sousa é sempre muito alegre e com muita gente

A Familia Fontes na noite de Natal em Casa de Joe Souza, em Stevinson

O Sporting de Santa Clara juntou os seus amigos na Festa de Natal

Festa de Natal da “League of Portuguese Fraternal Benefit Society of California”.


Em cima: Presidente da Liga, Carolina Mazilu e Antonio Costa Moura, Cônsul Geral
Embaixo: Joe Câmara, League Treasurer and Past Secretary of UPPEC, Barbara Fraga,
League Past President and Past Treasurer of UPPEC, Carol Bates and League Representative
and Past Secretary of UPPEC Lidia Mata.

O Portuguese Athletic Club de San José alegrou-se na Passagem do Ano

A Noite de Reis foi bem passada na Tertúlia de António Nunes (o maior


coleccionador de chocalhos do mundo), em Merced.

Um povo folgazão como o nosso, não podia desperdiçar a oportunida-


de para festejar o Natal, a Passagem de Ano e os Reis, e assim, por esta
linda California fora, foram às dezenas ou centenas as festas comemo-
rativas desta quadra festiva.
O importante é que continuemos a festejá-las todos os anos, alegre-
mente e com muita saúde.

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