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ignobiliora — disse lã Tertuliano; donde Jeremias, bem a Cristo que paguem tributos os nobres, a
falando de Jerusalém: Princeps provinciarum jfacia quem isentam as leis, quanto mais em um caso tão
est sub tributo" — contrapôs o tributo à nobreza, e extraordinário e maior, que pode acontecer em um
exagerou a Jerusalêm senhora, para a lamentar tri- reino, em que se arrisca a conservação do mesmo
butária. No passo que nos fez o gasto temos tam- ceino, do mesmo rei e a mesma nobreza?
bém isto. Quando os ministros de César pediram o Por duas razões principalmente me parece que
tributo a 8. Pedro, perguntou-lhe Cristo: Quid tibi corre. grande obrigação à nobreza de Portugal de
videtur, Simon?*. Que vos parece, Pedro, neste ca- concorrerem com muita liberalidade para os subsí-
so? — Reges terrae, a quibus accipiunt tributum, a dios e contribuições do reino. A primeira razão é
filtis, an ab alienis”*. Os reis da terra, de quem porque as comendas e rendas da coroa, os fidalgos
recebem tributo? Dos filhos, ou dos estranhos? — Ab deste reino são os que as logram e lograrão sem-
alienis*. Dos estranhos — respondeu S. Pedro. — pre, € é justo que os que se sustentam dos bens da
Ergo liberi sunt filire"*. Logo, isentos somos nós coroa não faltemà mesma coroa com seus próprios
bens: Quae de manu tua accepimus, dedimus tibi.
de pagar tributos — diz Cristo. — Eu, porque sou Fi-
lho do Rei dos reis, e vós, porque sois domésticos - Não há tributo mais bem pago no mundo que o
e criados de minha casa, que os que têm foro ou fi- que pagam os rios ao mar. Continuamente estão
liação na casa real, isentos e privilegiados são de pagando este tributo, ou em desatados cristais, ou
pagar tributos. — Hoc exemplum probat — diz o dou- em prata sucessiva — como dizem os cultos — e ve-
tíssimo Tanero: -: etiam familiares ipsius Christi a mos que, para não faltarem a esta dívida, se desen-
tranham'as fontes e se despenham as águas. Pois,
tributo liberos esse, cum et in humana. politia non
quem deu tanta pontualidade a um elemento bruto?
tantum filius ibse regis, sed etiam familia ejusa tri-
Por que se despendem com tanto primor umas
butis libera esse soleat. - Isto resolveu Cristo de ju-
águas irracionais? Por quê? Porque é justo que tor-
re. Mas de facto, que resolveu? Ut autem non scan-
“nem ao mar águas que do mar saíram. Não é pen-
dalizemus eos, vade, et da eis pro me et te'tttt. —
samento de quem cuidais, senão de Salomão. Ad
Resolveu que; sem embargo de serem privilegia-
locum unde exeunt Flumina revertuntur*: Tornam
dos; pagassem'o tributo, porque seria matéria de
“OS TIS perpetuamente ao mar — e em tempos tem-
escândalo que, quando pagavam todos, não pagas-
-pestuosos com mais pressa e muito tributo — por-
sem eles. — Pois, se nos casos comuns lhe parece
“Que; mais ou menos grossas, do mar recebem todas
- Súas correntes. Que injustiça fora da natureza, e
* Lm 1, 2. iA princesa das províncias ficou sujeita ao tributo.)
* Mt 17, 24. [Que te parece, Simão?). : Que escândalo do universo, se, crescendo caudalo-
»* Ibid. [De quem recebem os reis da tema O tributo ou o --S08"0s" rios, € fazendo-se alguns navegáveis com a
censo? De seus filhos, 6u dos estranhos?) : ' liberalidade do mar, represaram avarentos suas
- Águas, e lhe negaram o devido tributo? Tal seria, se
Mr Id, 25.