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SEBASTIANISTAS,
SEGUNDA PARTE.
POR
JOSE' AGOSTINHO DE MACEDO.
Credat Judaeus Apella
Non ego......
Horácio.
L I S B O A,
NA IMPRESSÃO REGIA.
ANNO 1810.
Com. Licença.
CARTA
AO I L L U S T R A D O
POVO PORTUGUEZ.
PROLOGO
DA SEGUNDA PARTE
DOS
SEBASTIANISTAS
OS
SEBASTIANISTAS
SEGUNDA PARTE.
desejo' pãf^ ,
sp &ra^ingeniiidádev, que intentertau^'
bem desenganar ^degabusar 1 e.converter
para o grémio da boa raj^ao os Sebastia-
nistas. Vaqs|^rojécípilrt^^es ! ^ expe%
í^^fe^E^to^íO^ra^àoe^^^SK C y ê r ^ S ^ ' í *
raiiíente Juta* negocio de cósta açim't>e.
vejo cbeio deçonfusão', que n ^ fíz rn|is
que ir pfégaf á casa dos Orates. Ve/ice- •• -
a razão muitas paik<5es, cyra á Mediciná
muitas moléstias, rcnde-se á evidencia o
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írsLs t e i m o s o , o m a i s t e s t a r u d o y G . i n a i s
qUèncià", a p p a r e q a o m e s m i s s i m o Newton
com ós séas .concludentes cálcujos , eu
d e i x a r e i Éj@j§
rem
t á e r a capaz^múito'fEésrar:de
ra a Robespierre, que estava chegando'
EIRei D. Sebastião para o fazer passear
até "a gúilhotiii^ Húm. Sebastiaftista he
peor que humfPoeta. Algum jàia estava
eu • persuadido pela minha;lfibsma expe-
riência , e observação í que a metromania
era a mais yiolênía dè.jodas as paixões
o;maièvitifernaJ;:rde todos, os furores. Vi
Poeta CQÍn-muíhér,'é^sete filhís-rotos^^.
nus, e.berraMo por açorda á roda dei-"
lé , e eiic séth ter huma; fatia de pão ?
buscando hum cpnsoante para fechar hu-
ma quadra. Vi Poeta no Limoeiro cora
certeza; de embarcai; dentro erft três dias
para as Pedras deengoche, fazendo huma
decima á suá despedida , e conheci hum
• g í ^ s i a d o r - d e W ^ ^ V . ^ e r a capai de
repetir humas quadraS ao Carrasco ; > a
B2
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H M É H para Jhç enxotar as mos-»
cas de citm da. pellè das çóstas. ..Ainda
Vi mais que tudo i^Ov bsTpmesirio dia era
que eutrárão pela primeira vez nèsta Ca.
pitai , e Com passo d e a r á q u e , os bra-
vos da Geroriqa , os triunfadores da Arhei-
dià • pâfí
homensde bem dáljÍra tbdnyr» não bia
riada , nesta .niesma hora çiingòada, e a
mais amarga da iUinha vida, cm q ue me
rcbentavão pelos olhos fóra iagrimas co-
mo laranjas bicaes, encontrei hum Poeta,
cujos Ossos deriscànjão, rito em paz, no
Lazareto da Trafaria., que me embutio
huma Ode â,;huhs annos. com a mesma
frescura com que estaríamos em Cintra
iía noite dè. S. João no tempo da nofsà
paz. Po3sestasmaCiçasMbeças,estès pe-
trificados ^ ^ ^ ^ j ^ ^ ^ s ^ i ^ s f f l i m
toico? do Parnaso são brandos como hiíià
jr^jjei^Q^W^^à^-çiòi^; huinà "eêra o á'
;,vistâ d.ós miolos de hum Sebastianista.
Cousa mais dura ? mais compacta ,. e me-
nos porosa .hão se encontra eou' iodos oà
-tres R.ejtios
D i ^ W e ine lisongeavãi cie os coiiver-:
tèrV: Fui o Prégadbr dô. deserto., Ã niu-
mais e s t e n s o s ^ o s m a i s profundos, os
mais prudentes planos de campanha para
0brar-mps/:0*ffensivãmente contra o T y -
ranno. Elie serve-se das armas da fàzão,
he-preciso corr.batello com estas armas;
Verdade, sêjà, : que os arseriaes das nossas
cabeçasestãointéirame'titedcspejadQsdes-
te petrecho. Náo :séi por que fatalidade
se metteo a Tenente General' das nossas
Fundigoes o . vobis / e. q u e maré pi-
lhou elle para nos deixar ir pela agóa
abaixo estacão importante munição. (Hum
confuso murmurio-,-; è hum pranto surdo
se ouvio então por toda a sala ) escuta
escuta. Qs-.nossos esforços se devem em-
pregar em restabelecermos o-Império da
razão; nias dizèrtí más . lingoas , qué se
elia: :;t,òrbá"/;deixaremos de ser Sebastia fíis-
tas ^fatal desgraça - que o;destino arrede
de nos. Mas se nos Falta a riazão., por
Ah | Portugal,,; Portugal 1
Fiel na divina L e i , - •
/ Verás o Encoberto Rei •
Com a Coroa Imperial. ÉÉ
SEGUNDA PARTE
DOS
SEBASTIANISTAS.
i são qjfigjj
Zeno , -hum-
de admirar, que préguem grandes cata-
•nadas' nos Sebastiaxiistãsr; e ^se/a scena
1'Portugueza tiver tanta fortuna que a el-
la "suba, á- flor, e o ^ é m e dos Dramas
TragicoTCom'co-E*ntremezaticos intitu-
lado"»-o Crítico Bezuntão >' ( Bezuntãò ?
f ^ c t n será Bezuíitão ? ) Ah pobres Se-
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bastíanistas! Não lhes quero estâf na
pelle! Já/ digo, hãò he de àdmirar ern
homens desta têmpera rija, e boas fo»
lhas. Cada frase he penetrante como
huma sovina-: mas que admiração foi a
minha , quando li o escrito da Tia M a -
ria ! Quando esperava achar hum génio
brando, meigo, e assucarado, acho hum
vinagrão,'que faz arripiar ócabelío. Ou-
tro dia disse eu cá com cs meus botões
»>~Ora se houvesse hum curioéo , que
ajuntasse toda 1 enorme papel lada Sebas-'
tica que tem sahido, e quizesse fazer
hum Diccioriario dos nomes affrontosos i
qUe alli" se achão contra mim-, e contra
es Sebastianistas, forte 'gasto teria o tal
DicCionario na Ribeira Nova , e suas
Com missa rias volantes de pregão, e ce*
lha!V '
Ora pois,-senão são Sebastianistas ,
è se atacão tanto os Sebastianistas, para
que escrevem ? Para nadaf? Tres coisas
me fiaêrão admirar, huma cm Sá, ou-
tra em^Rocha Pato, outra em Pinheira.
Em Sá -, dizer que eu quiz com a
mãozinha do Folheto dar saque ás algi-
beiras dos amigos, e elle vender o seu.
Em Rocha Pato, ser D. Quixóte huma
personagem ideal, e não valer a com-
paração para os Sebastianistas; e quando
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Explicação
FIM