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(2.a parte)
SUMARIO
RESUMO DWOGRAFICO
Obituarw dc broncos (inclusZve fdhos ak mamelucos livres) em
Sorocaba, 1680-1700. ( 6 )
bbitos - adultm 87
crianças 20
casados 45 (inclusive 2 ou 3 viuvas)
solteiros-adultos 32
filhos naturais 3 (somente as crianças)
legítimos 104 (porem, os adultos não trazem filiação
completa, muitos são filhos haturais).
Conclusão moral: entre os brancos a sociedade tendia a estabili-
zar-se a s familias ilegalmente constituidas. A filiação ilegítima exigia
sempre o lado fraco, o escravo vermelho (neste período). Depois de
adulto, o filho ilegítimo livre casava-se, muitas vezes com branca (ou
vice-versa) e já se afirmava a farnilia honrada. Vê-se tambem o zelo com
que os pais criavam as filhas solteiras, brancas.
111
IV
i
ACHEGAS
Á HISTORIA DE SOROCABA 99
Lá se foi o Bragança!
Em sessão de 7 de julho, Carlos José Silva Teles é no-
meado almotacé e marca-se o dia 8 para o juramento das Ba'ses
da Constituição e obediencia ao Governo Provisorio instalado
em São Paulo.
O povo concorreu mais numeroso do que noutras ocasiões,
no dia seguinte. O Rei ausentara-se para Lisboa e o Brasil es-
tava no periodo decisivo da separação definitiva, mas, ainda
assim, o Príncipe Regente foi contemporizando, jurou a Cons-
tituição portuguesa, e ordenou que o mesmo se fizesse em todo
o pais.
A tarefa da Câmara' de Sorocaba foi sobremodo facilitada
pela de São Paulo, que lhe enviara a ata do seu juramento. Co-
piou-a no livro da Câmara o escrivão Pedroso, palavra por pa-
lavra, e foi lida ao povo e tropa. Os paulistanos, jurando a Cons-
tituição, haviam constituído o seu primeiro governo provisorio
com o proprio capitão-general Oyenhausen na presidencia, e
José Bonifacio e Martim Francisco entre os membros. Assim
contentavam os Andradas o povo, fazendo-se aclamar por ele;
e ao Príncipe, conservando na governança o que trdzia autori-
dade delegada por el-Rei. Lá na Corte, D. Pedro se equilibrava
entre a independencid e a colonia, deixando os acontecimentos
sê resolverei por si, ficando sempre amigo dos brasileiros co-
mo seu Imperador e dos portugueses como seu rei, imperador
revolucionario e rei kgitimista. Os leitores entendem semelhan-
te "embrulho"? E' que a Providencia velava sobre a unidade do
Brasil, então só posiivel sob uma coroa. Real não, que os povos
da América fervilhavam de republicanismo; então imperial,
por dom desses povos. E tudo isto nos enche de esperança: o
Brasil não sofrerá os horrores doutras nações, porque, vi-
siveliilente protegido por Deus, encontrará o seu caminho entre
os escolhos, fanal glorioso e esplendente.
Teriam pensado nisto os que firmaram o termo de verean-
ça aquí em Sorocaba? Pelo .menos o juiz presidente assinou em
letras grandes João Pires de Arruda Botelho, como se dissera:
estão vendo, eu, fui eu que presidí a esta sessão! 114 assinatu-
ras ! Foi-se embora o Rei? Viva o Rei!
ACTO D E JURAM.T0
i
-
não casados
O
6. Rita e,.ravo e administ.
7. Pascoa administrada do coronel Antonio Antunes . . . filha de pais infiéis
de Jorge Moreira . . . . . . . pai incógnito
>
$9
8. José administrada
9. Gertrudes administrados " Manuel Francisco . . . . . 11
pais casados r
Manuel Silva Pereira . . . .
7 >> 3,
10. Julião " carijós "
11. Rosa
12. Bonifacio
mulatos
escravos
" Luiz Teixeira da.Silva . . . .
" João Pires de Almeida . . . .
VI-1739 1,
9 8>
" Antonio Antunes . . . . . . pai incógnito
t
18. José
I
" Antonio Antums . . . . . . >t 7
1
31. José ,, 3,
" Raimundo de Godói . . . . dezembro 39 n
32. Filipe escravo com carijó " José Pereira . . . . . , . 11
pais casados
33. Miguel >I 1' I,
" Maria de Almeida . . . . . ,, ,,
34. José adulto, carijó do rio abaixo, de Antonio Nunes Pais dezembro 1739 pais infiéis
35. Isabel escravos de Mecia Leme . . . . . . . janeiro 1740 pais casados
36. Mecia escrava " Joáo Pires de Arruda . . . . pai incógnito
37. José escravo com carijó " Tomé de Lara de Abreu . . . ,, pais casados
38. Eugenia escrava " Manuel Pereira . . . . . . ,< ,, pai incógnito
39. Catarina administrada " Clara Domingues . . . . . 1< v* pais casadas
40. Vicente 9,
" Felix Leite . . . . . . . fevereiro 1740 gai incógnito
41. Angela mãe infiel, adm.' " Manuel Pereira Sardinha . . . abril " , I)
Por esse quadro estatístico, que dispensa maiores explica-
ções, pode-se avaliar como nasciam os escravos e administra-
dos em 1739 - 1740, em Sorwaba.
Considerações raciais: a mistura do branco com a carijó
e a preta, dando em resultado mamelucos e mulatos, todos filhos
naturais (o branco sensual tambem podia ser branco só por ser
livre e seria, muita vez, marneluco).
A mistura do indio com preta, si é que, como tudo indica,
a palavra "escravo" se reservou para os africanos e a "admi-
nistrado" para os indios.
Considerações de ordem humanitaria: os senhores faziam
casar legalmente os seus escravos, alguns por motivo religioso
e quasi todos para aumentarem o braço servil. Ainda havia Je-
suitas defensores dos indios. Mas filho de africana com carijó
e vice-versa nascia escravo mais ou menos legal. Nem se fala
dos de pais incógnitos. Haveria ainda escravização do selva-
gem? Sim, embora tivesse passado o ciclo da caça ao indio em
massa, um ou outro miseravel caía nos grilhões da escravidão
disfarçada com o nome de administração. Isto quer dizer a ex-
pressão: pais infiéis, cativa, dos recentemente e ainda pagãos.
Procedencia: os pdiaguás ? certo, os de Cuiabá.
Consideração de ordem religiosa: o batismo das crianças.
Uma delas é o senhor quem batiza em casa. O casamento dos
pais. O não batizarem a força' os adultos. O respeito da Igreja
por essas criaturas, escrevendo-lhes os nomes em livros proprios.
Considerações utilitarias. Um crime dos tempos. Nãb se
redime, mas se explica: os brancos e livres estavam dirigindo
as lavouras, a exploração, as últimas bandeiras. Portugal todo
era mais ou menos, em população, como a capital de São Paulo
de hoje. Como é que haveria de se fazer o Brasil? Com que
gente, si não com estes? Note-se que os casamentos se efetua-
vam dentro da mesma casa para ai ficarem os frutos.
Já agora, podemos tirar rápidas notas do livro todo, até 1766.
Veja-se, por exemplo, já em 1743, este fato: o vigario Pedro
Domingues batiza uma criança, filha do seu escravo Manuel
com uma carijó de Gertrudes de Moura: casados, e não só por
dinheiro, talvez até por amor. Fala-se muito de padres e frades
que tinham escravos; e não se diz do modo como os tratavam,
muito diverso da maioria dos leigos. Tambem eles haviam mis-
ter quem os djudasse a viver: ora, o trabalho no tempo e país
em que viviam era o do braço escravo. Até hoje, os operarios
e negociantes preferem trabalhar e negociar ccmi o clero. . .
Xotem-sje os nomes dos padrinhos. A preferencia dos pais
'
para escolherem seus compadres se dividia mais ou menos igual-
mente entre os servos, seus companheiros, e os brantos. seus se-
nhores. Isto é, desde a escravidão vermelha já havia mutua
compreensão, pois, entre muitos senhores e muitos servos.
"Gentio do rio abaixo". Estas palavras aparecem varias
vezes. Grandes matas cobriam as margens do Sorocaba até à
foz no Tietê. O Sarapuí e o Tatu'í, seus tributarios, e, mesmo, o
ribeirão Ipanema, estavam nas mesmas condições: é facil ao
observador perspicaz tirar essas~conclusõessó de uma vista ge-
ral sobre a região. Já agora se pode perguntar si este gentio do
rio abaixo era alguma tribu que continuou livre depois que os
paulistas levaram as suas atividades para o ouro servindo-se
dos africanos, ou é um nome geral para os indígenas que vaga-
vam em todo o sertão, a começar pelas margens do Sorocaba.
3utras notas: -
Botucatú e Guareí eram fazendas dos jesuitas. Nesta ú1-
tima esteve em visita de desobriga o célebre inaciano Estanis-
iau de Campos, passando por casa de seu irmão em Itú (está
lia sua "vicla"). Expulsos eies por Pombal, os indios e escravos
daquelas duas propriedades pertencentes a paroquia de Soro-
caba vieram aquí batizar os seus filhinhos. Veja-se este assen-
to: "Aos vinte e sele dias do mez de Julho de mil e setecentos
e sessenta e seis annos nesta Matriz baptizei e puz os Santos
Oleos a Antonio, innocente de Domingos e sua mulher.. . na,
escravos da fazenda de Uvutucatú. Foram padrinhos Francis-
co, escravo de João Dias Vieira e Rebeca, escrava de Maria de
Almeida Leite, todos desta freguezia, de que fiz este assento.
O vigario José Manoel de Campos Bicudo." Neste ano, se-
gundo Azevedo Marques, Simão Barbosa Franco dava inicio
ao povoamento de Botucatú por ordem de dom Luiz Antonio
de Sóusa Botelho Mourão. Observe-se a coincidencia do viga-
rio Campos Bicudo ser da mesma familia do inimigo dos je-
suitas (ou de suas reduções do Uruguai) Manuel de Campos
Ricudo, que nem por isso lhes deixou de passar escritura de
doação, a 28 de dezembro de 1719, de uma sesmaria nos çam-
pos de Botucattí.
Estes campos parecem-nos ser aquem e abaixo da serra
pelo seguinte raciocinio: 1.O os campos da fazenda Guareí tam-
bem pertenceram a um Campos Bicudo e foram fazenda dos
jesuitas e, nesse caso, seriam da mesma doação com o nome
local: 2." estão no caminho antiquíssimo primeiro de Sorocaba
e depois de Itapetininga a Botucatú, cujos vestigios conhecemos
pessoalmente.
Aqueles escravos podem ser africanos, os do assento supra
mencionado. Estes, não: "Aos dezaseis dias do mez de Março
de mil e setecentos e sessenta e quatro baptizei e puz os San-
tos Oleos a João, innocente filho de Maxima e de pai incog-
nito, administrada dos Padres da Companhia da fazenda de
Vytycatú. Foram padrinhos Izidoro casado e Rita molata sol-
teira, escravos de Maria de Almeida, todos desta freguezia de
que fiz este assento que assigno Rafael Tobias de Aguiar, vig."
(*). Porem, em 1662, foi batizado Bartolameu, filho de "es-
cravos da fazenda de Vytycatú que foram aos Padres da Com-
panhia". Tambem nesse ano foi batizada Nataria, filha de
Maxima (provavelmente a mesma) "escrava que foi dos Pa-
dres da Companhia" e de pai incógnito. E esta confusão de ca-
tegorias: administrado e escravo, mostra que nem sempre a
primeira se reservava aos indios e a segunda aos pretos. A so-
lução do caso está em que os Jesuitas gerai!ilente só possuiam
à maneira de administração, em São Paulo, os indios a quem
protegiam. E;n.contramos tambem um assento de batismo de
criança filha de indios da fazenda Guareí que foi dos Paclres
da Companhia. Outro, de Ana, filha de Paulo da Silva e sua
mulher Justa, indios que foram da fazenda do Colegio de Ara-
çarigmnza (27-V-1764). E aquí fazemos uma pausa.
(*) Este sacerdote era tio-avô do brigadeiro Tobias, mas não al-
cançou o nascimento do ilustre homônimo. Coisa ae somenos importan-
cia a primeira vista, pensamos, contudo, que se ~ o d c r i acorrigir o nome
d o padrinho de batismo do brigadeiro: não é este padre, como por um
engano muito compreensivel escreveu o grande genealogista Silva Leme
I e já vimos repetido por outros fundando-se em boa fonte, mas é o Sa-
i rutaiá, Salvador de Oliveira Leme, hiiavb materno, pelos Aires; como
vem no livro de batizado:.
branco, porque não foi para o livro deles. Inacia, no mesmo
ano, era filha de pais infiéis, mas não tinha donos. Algum casal
de indios a entregara aos padrinhos tambem indios ; e isto prova
a cristianização progressiva desta gente, nem sempre com a dura
interferencia dos caçadores brancos. João Pais de Barros, sol-
teiro, e Teodora Pais, casada (devem ser da familia do sarg.-
mor Martins Claro, pela mãe) eram padrinhos de uma Ber-
narda, carijó, filha de pais infiéis.
- José de Borba (afim da mesma familia) tem carijós
administrados, 1741. Eis aquí um assento interessante: "Aos
trinta dias do mez de Outubro de mil setecentos e quarenta e
hum annos baptizei e puz os Santos Oleos a Joanna, innocente
filha de Braz e sua mulher Antonia caribwa:, administrados dos
Religiosos de Sam Francisco do Convento de Itú. Foram pa-
drinhos João Moreira, casado e Maria Moreira, solteira de que
fiz este acento (sic) Pedro &mingues."
Em 1742 já aparece o batismo de uma criança, filha de ad-
ministrados da Companhia de Jesús, sem especificar o local de
origem. Nesse ano é padrinho um Baltasar de Borba.
Em 8 de julho de 1742, foi feito cristão "Jeronymo, adul-
to, filho de pais infiéis de nação gentilica do brasil, adminis-
trado de João Galera".
Outro assento: em 20 de setembro de 1743 foi batizada
uma filha de Catarina, india da aldeia de Barueri.
Dona Lucrecia Pedrosa (a viuva do capitão-mor regente
de Cuiabá Fernando Dias Falcão) é mencionada como "dona
viuva" em 8 de setembro de 1743, quando fez levar à pia o ino-
cente Salvador, filho de Marcela, sua administrada mulata, e
de pai incógnito. (*)
Em novembro, há o batismo de Francisco, filho de pais
casados, da administraçáo dos Padres da Cbmpanhia de Jesús
do Colegio de São Paulo. Em Sarapuí há a tradição de um
Colegio da Companhia. A influencia dos jesuitas era tão grande
que, sem sairem dos seus pateos paulistanos, ajudavam o povoa-
mento progressivo deste sertão, um tempo chamado oficialmen-
te sul-paulista.
Em dezembro, veio à pia uma adulta filha de pais infiéis
(*) Ou Itapetininga, t a m l ~ e m
Os maiores senhores de administrados foram Antonio An-
tunes Maciel e Domingos Soares Pais. De escravos, Francisco
Teixeira da Silva e Salvador de Oliveira Leme, o Sarutaiá (ho-
mem de olhar severo, segundo nos disse verbalmente o snr. dr.
Afonso de Taunay). Dificilmente se fará, pelo livro de bati-
zado~,a separdçáo por raças. A julgar só pelo argumento po-
sitivo, meia duzia apenas seriam os africanos com a origem in-
dicada. Há grande probabilidade de serem pretos os menciona-
dos escravos. Sem fazer uma estatística rigorosa, contrabalan-
çam-se em número, mais ou menos, os administrados ou cari-
jós e os escravos. Proveniencia "dos vermelhos? Primeiro o
Guairá se despovoou; antes e contemporaneamente, século 17,
os carijós foram perseguidos ao longo da serra do Mar até os
Patos, e deram os nomes aos de outras tribus escravizadas.
Depois, Cuiabá e Mato Grosso e Goiaz.
,Incantestavelmente, a sensualidade dos senhores ou do
branco em geral foi bem grande, sendo tan~bemmais ou me-
nos igual ou maior o número de filhos de pais incógnitos que
os de legítimo consorcio.
Houve 64 batismos de servos em 1760. Destes. só 25 não
são de pais incógnitos e de 8 ou 9 deles se duvida si eram ca-
sados os pais, por assentamento incompleto.
Julgamos ter prestado um pequeno serviço aos estudiosos,
principalmente aos do futuro, aos quais o inseto destruidor do
papel proibirá d consulta às fontes originais.
E)
"Aos vinte e sete de Janeiro de mil setecentos cincoental e
um annos baptizei e puz os Santos Ole%s a Ignacio, filho de
Valerio e de sua mulher Catharina, todos indios dos Padres da
Companhia de Jesus, assistentes em ai fazenda de Guarehy, £oF
ram padrinhos Jeronymo de Almeida casado e Ignez de Lima,
solteira, de que fiz este assento, dia, mez, era ut supra. Fran-
cisco de Campos."
Este assento prova a asserção do autor destas linhas, noii.
tra ocasião, que o caminho do Guairá passava por Guareí, fa-
zenda que um tempo teria sido dos jesuitas, o que era deduzido
de haver lá um rio Sto. Inacio e uma tradicional capela velha
da Companhia, porquanto, passando ela pelos cail?pos de BO-
tucatú segundo Taunay, já dos jesuitas, teria de procurar O
traçado mais cômodo que era o vale do Paranapanema. E'
certo que os jesuitas conheceram esse caminho, eles que fala-
vam a lingua e recolhiam a tradição dos selvagens. O ~ ~ a d r e
Estanislau de Campos, S. J., visitou Guareí. Cf. "Brasileiros
da fé". Este livro alcança o ano de 1806 e conieça em 1750.
Só se fazem nele os assentos de escravos. Mais para o fin, não
se diz expressamente que sejam escravos, donde se conclue se-
rem pretos livres, pois os brancos tinham um livro Aparte.
Em 1750, de fevereiro a outro fevereiro de 1751, h0u1.o
55 crianças escravas batizadas. Quasi 2/3, de pai incógnito.
10 administrados. 7 "do serviço de". 16 "carijós da casa
de". 1 carijó liberta. 1 carijó forro. 1 india. 1 "acostada em
casa de". 1 mamaluca. 1 mamaluca forra. 1 "mulata caribóca".
0 s restantes, simplesmente "escravos".
Em 1791 aparece um "gentio de CSuiné".
Em 1790, nasceram 70 escravos. Wsde os fins dos 70
desaparecem os eufemismos. São, doravante, escravos. oii
forros, ou não se diz nada.
Em 1758 "Manoel José Braga, solteiro, viandante, com
Francisca Nunes de Siqueira, solteira', foi padrinho de baptis-
mo de Simão, filho de Maria, escrava de Manuel Nunes."
Este Manuel casou com Francisca de Almeida Lara. Por-
tuguês de Bragal, casou-se com uma "paulista de 200 annos".
Pais de Luiz Castanho de Almeida, tataravó paterno em linha
n~asculinado autor deste estudo.
VI11
- *
ACHEGASÁ HISTORIA DE SOROCABA 133
XII
XIII
xv
O IPANEMA E M 1813 (*)
XVI
da Guerra.
No projeto de arAndamento, o bondoso Diretor se referia,
especialmente, a uma caixa para a enfermaria e a escola, com
elementos forneddos pela empresa', o governo e o operario. .
*
* *
Relatovio de 1883 - Os relatorios eram semestrais e anuais.
Em março de 1883, o Mursa exprime claramente os motivos do
chamado déficit, isto é, a diferença encontrada entre o lucro
da fábrica e a despesa: é que entrava na classe das despesas ai
construção para melhorar a produção; e não se levava em conta
que as despesas de administração .ficah maiores para um Es-
tado do que,para um particular. Mesmo assim, os produtos do
Ipanema resultavam mais baratos do que os das outras fábri-
cas, por serem a força' hidráulica e os jornais reduzidos. Em
1882, foram extraidos 1.016.641 kgs. de minerio da mina rica,
157.882 da miaa pobre, 275.014 de calcareo, 44.590 de chisto
argiloso (fundente) e 3.'224 toneladas de carvão":
Havia 1 quilômetro de via-ferrea da fábrica à estáção da
Sorocabana, e 4.200 metros dos fornos altos às minas. En-
traram para o fomo alto 16,640 cargas, sendo 1.664 .O00kgs.
de carvão, 895.750 de minerio rico, 157.882 de minerio pobre,
75.017 de ~ e d r acalca~ea,44.590 de chisto argiloso, 1.982 m.3
de lenha em cavaco; e deram 518.849 kgs. de ferro gusa cfn-
zento e 99.819 kgs. de obras moldadds,
"A obra mais importante que se fundiu nesta oficina foi
o gradil e portão para o Jardim Público da Capital desta Pro-
vincid. A construção do novo forno alto progrediu nos Últimos
meses e até o mês de maio próximo deve achar-se concluida".
O fomo teria 12 metros, economizando carvão e duplicando a
produção de ferro gusa, o qual, sendo fabricado com carvão
vegetal e minerio magnético puro, oferece vantdgens que difi-
cilmente se encontram em outros ,fornos da mesma natureza.
As fundições resfriadas feitas nas oficinas da Estrada de Ferro
DL Pedro-' I1 já têm provado com evidencia a: superioridade
deste produto.
L
,
* *
Cruz de ferro: primeiro krabalho executado com ferro fundido e m
Ipanema - Fotografia tirada. em 1905, pelo Dr. Edmindo Krup.
DESPESA RECEITA
Prodzcçãb cal&hda
204:155$800
*
* *
O novo ministro aumentara, em 85, os vencimentos de
alguns empregados, mas a Tesouraria, em São Paulo, custou
a pagar pela nova tabela.
O fornecedor da fábrica (negociante) era Antonio Holtz.
5 vagões levam, em março, 25 toneladas de ferro gusa para-o
Arsenal. "A estrada de ferro Pedro I1 não tem relações coni
a Sorocabana"; por isso, foram por Santos, como amostra, 12
granadas de fundição dupla, cujo nucleo interior era composto
de estrelas de ferro gusa cinzento e branco, alternadamente; em
vez de verniz, sugeria Mursa serem elas cobertas de um metai,
pela electrólise. Enviara, tambem, ferro maleavel fibroso e gra-
nuloso, para amostra.
Em 29 de março de 1885, Mursa mandava a Carlos A. de
Sampaio Viana, Inspetor da Alfândega do Rio, amostras pedi-
das de verguinhas e arame, explicando pacientemente o pro-
cesso da fabricação: passagem por um trem de laminadores,
pelas fieiras e pela galvanização.
Ao Qr. José Eiwbank da Câmara, Diretor da Pedro 11, rr-
metia conta.
Novas dqzlilaas - Em 10 de abril de S5, chegou da Eii-
ropa, remetido pelo Dr. Antonio Augusto Fernandes Pinheiro,
um ventilador de alta pressão. Estavam a chegar mais. Cami-
nho : Santos-Jundiai i Mayrink-Ipanema. O ventilador veio no
paquete inglês Elbe e pesava 1.472 kgs.
Visita do Ministro - Em 15 do mesmo mês, dizia Mursa
ao seu Superior: "Tendo V. Excia. pessoalmente examinado o
estado atual desta fábrica, reconhecido suas necessidades mais
urgentes e avaliado os recursos que suas oficinas oferecem,
pouco me cabe dizer. . ." Estavam-se demarcando terras no
Assuiiguí e Pardo. Máquinas a chegar: turbinas já menciona-
das, laminadores, tesoura de cortar ferro, gerador de vapor
para 30 cavalos. Este relatorio não difere sensivelmente dos
outros. Escola: 112 alunos.
Exposição P~owincial de 1885 -
"Esta fábrica enviou os
seus produtos à Exposição que teve lugar na Capital desta Pru-
vincid. O pavilhão desta Fábrica, ocupando uma superficie de
*-*I
NOTAS:
- Os documentos do arquivo foram recolhidos a São Pau-
lo, a última vez, em 1860.
- A República encontrou o Ipanema fornecendo, apenas,
3.000 kgs. diarios de ferro.
XVII
DIVERSOS
A) N a praça do Co~uelho
O pelourkho '
A décima urbana
O escrivão se irrita