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A ABSTRAÇÃO E A REFLEXÃO
Mário Pedrosa, o crítico como revolucionário
Franklin Pedroso
Aprovada por:
�ú�
Prof. Almir Paredes Cunha
ii
FICHA CATALOGRÁFICA
PEDROSO, Franklin
A abstração e a reflexão - Mário Pedrosa, o crítico como revolucionário
XI, 295 f.
3- Abstracionismo 4-Tese
ili
Para meus pais
e meus sobrinhos, Felipe e Daniel
iv
AGRADECIMENTOS
amizade e estímulo.
Examinadora.
incentivo de sempre.
V
SINOPSE
VI
ABSTRACT
Tbe presentation of Mário Pedrosa's life and work and analysis of bis ideas
in rela tion to bis concept about art criticism. tbe role of a critic and bis defense
of tbe abstract an in Brazil. This dissena tion. based above all in Pedrosa's texts,
is restricted to tbe fifties and shows the influence and imponance of this critic
in tbe course of the ans in Brazil.
vii
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'
SUM Á RIO
1- INTODU Ç AO pag. 01
3.6- A cr
ítica de arte em arquitetura pag. 42
Vlll
5- A DEFESA DO ABSTRACIONISMO pag. 57
6- CONCLUS Ã O pag. 70
7 - BIBLIOGRAFIA pag. 75
8- NOTAS pag. 79
9- AP Ê NDICES pag. 84
IX
o
Os
O XI
o
1- INTRODUÇÃO
tanto, coligimos suas idéias através de seus artigos e de suas colunas diárias em
diversos jornais.
Este trabalho está retrito, sobretudo, aos anos cinquenta, deixando inclu
Esta dissertação divide-se em três partes, sendo que a primeira pode ser
principais fatos e acontecimentos de sua vida, desde seu nascimento até home
nas suas principais idéias com relação à este tema e na apresentação de alguns
tópicos de teóricos e críticos nos quais ele se i_nspirou para a formação de seu
próprio pensamento.
/ \
crítico Má rio Pedrosa na sua defesa da arte abstrata no Brasil. Baseado em suas
'"'N pr ó prias ideias, esta dissertação visa constatar se est ? sua defesa est á dentro do
,
''N
" que ele pró prio considerava como atua çã o da cr ítica e o papel de um cr ítico de
arte.
O
listados , em ordem cronol ó gica , no final deste trabalho , inclu ídos como
apê ndice.
També m fazem parte deste apê ndice entrevistas realizadas para coleta e
confirmaçã o de dados referentes à cronologia de M á rio Pedrosa e opini ões sobre
sua atuaçã o como cr ítico de arte. Para tanto selecionamos os nomes de Aracy
Amaral , para ter a vis ão de uma cr ítica de arte ; Darle Lara, companheiro
2
o
pol ítico e detentor da maioria dos artigos e textos originais de M ário Pedrosa, os
quais resultaram no levantamento bibliográ fico do cr ítico; Lygia Pape dando a
visã o de uma artista pl ástica e Maria Carmelita Pedrosa Campos, sua irm ã,
n fornecendo um aspecto da vida familiar.
nadas, assim como entrevistas com o cr ítico de arte Frederico de Morais e com
os artistas pl ásticos Alu ísio Carv ã o, Fayga Ostrower , Adriano de Aquino,
o
Abraham Palatnik, Antonio Manuel e Fl á vio Shir ó, onde estes confirmam a
O
Nã o é inten ção desta an á lise esgotar este assunto e sim dar uma nova visã o
3
N
1900 Nasceu por volta de duas horas da tarde , na quarta - feira 25 de abril ,
no Engenho Jussaral , distrito de Cruangi, em Timba ú ba, Estado de Pernambuco,
sendo filho de Pedro da Cunha Pedrosa e Antonia Xavier de Andrade Pedrosa.
M ário é o sexto filho de uma fam ília de dez ( Maria Stella, Maria Beatriz,
Manoel, Pedro , Maria do Carmo , M Á RIO, Cl ó vis, Maria Carmelita , Maria
Elizabeth e Homero ) .
Seu pai , além de magistrado em Pernambuco e na Paraíba , dedicou -se
"'N
també m à política, tendo sido deputado à Assembléia Constituinte da Paraíba em
/
1881 e 82, deputado estadual de 1905 a 1908, vice- presidente da Para íba de 1908
a 1911 e senador pelo mesmo Estado de 1912 a 1923.
1902 A fam ília transfere- se para João Pessoa , Para íba . M á rio é batizado
pelo padre José Març al Pedrosa, tendo como padrinhos o Juiz Seccional
1906 Nesta cidade, M ário vai estudar com as freiras do Colé gio Nossa
Senhora das Neves. Depois vai estudar no Col é gio Diocesano Pio X , onde é
contempor â neo de Agildo Barata , e , em seguida, no Liceu Paraibano.
4
'“ N guarda os jovens Milton Rodrigues de Carvalho, Severino Peixoto e Manuel
Veloso, que també m deveriam estudar no colé gio jesu íta Maison Mello , em
Collè ge Scientifique
como já fizera na Para íba , organiza um time de futebol. Fica famoso
devido a um gol de cabeç a, esmurra um seu professor su íç o que jogava no time
contr ário , é convidado a pedir desculpas, entra em v árias brigas ao lado de
1916 Com a guerra , a familia acha mais prudente fazer com que Má rio
retorne ao Brasil. A viagem de volta é bastante arriscada. M á rio atravessa a
Europa de trem e embarca num navio ingl ês em Lisboa no momento em que a
guerra submarina estava no auge , o que obriga o comandante a efetuar zigueza-
gues constantes na tentativa de despistar as embarcações inimigas. A penosa
travessia dura mais de vinte dias, com todos os passageiros viajando no escuro ,
Pouco depois do regresso de M ário à Para íba , seu pai , eleito senador por
este Estado , transfere - se para o Rio de Janeiro . M á rio joga futebol e tê nis no
Fluminense , e vai pouco depois para Itajubá, em Minas Gerais , para realizar os
exames preparat ó rios para o curso superior .
natural .
5
1918 Ao longo deste ano , M ário dedica- se a leituras literá rias, freqiienta
concertos no Teatro Municipal e partidas de futebol, suas paix ões. Por causa da
1919 Ingressa na faculdade, mas no final do ano tem pneumonia e vai para
a Paraíba , deixando seus exames para segunda é poca.
vai para S ão Paulo, onde fora nomeado fiscal interino do Imposto de Consumo .
Nesta cidade, trabalha també m para o Diário da Noite , dirigido por Oswaldo
Chateaubriand , onde exerce a crítica literária e freqiienta os intelectuais locais,
conhece M á rio de Andrade , Pl ínio Salgado e v á rios modernistas. Seus colegas
de redaçã o sã o: Di Cavalcanti , L ívio Xavier , Rafael Correia de Oliveira , Plí nio
circulaçã o suspensa pela pol ícia logo após o lan çamento do primeiro n ú mero.
1926 Vai morar na Paraíba, pois fora nomeado agente fiscal para este
-
Neste mesmo ano , o PC decide mand á lo para Moscou , onde deveria estudar
na Escola Leninista. M ário parte para a R ú ssia credenciado por Astrogildo
Pereira, mas ao chegar na Alemanha em pleno inverno adoece e é considerado
Durante este per íodo , escreve um livro, misto de ensaio e ficção no gê nero das
obras surrealistas, intitulado Sinal de Partida . Este trabalho n ã o chegou a ser
publicado , pois foi apreendido pela pol ícia.
''N
1928 Vai para Paris para o casamento de Elsie Houston e Benjamin Péret.
Conhece a í Pierre Naville, André Breton , Yves Tanguy , Juan Mir ó e escritores
-
do grupo surrealista como Aragon e Paul Eluard , ligando se a este movimento .
7
respeito para La Revue Musicale , publicado sob o título de Villa- Lobos et son
peuple ; le point de vue brésilien .
Volta a Berlim e manté m contato com Pierre Naville , diretor da revista
opini ões de Trotsky . Tais divergê ncias acabaram por levar esses militantes
'A Bolchevique Lê nin . ” ( Dicion ário histó rico e biogr áfico brasileiro ). M á rio volta
8
'N -
O
o jornal reconhecia que esse fato levaria muitos dos que se diziam comunistas a
se sentirem mais entusiasmados com o movimento. Assim, logo ap ós a publica-
çã o do documento de Prestes, conhecido como O manifesto de maio , M á rio
Pedro viaja para Buenos Aires, tentando convencê - lo a se associar a um jornal
que circularia no interior do país e seria editado na capital argentina por Lívio
Xavier. Prestes no entanto recusou o convite. ” ( Dicion á rio hist ó rico biogr áfico
brasileiro )
1931 Ainda enfermo , vai para S ão Paulo com Mary Houston e trabalha
- ï
no Diário da Noite .
Publicou o primeiro ensaio marxista sobre a situaçã o brasileira , em que
analisava as causas da revolu ção de 1930. Este ensaio , feito em colaboraçã o com
Lívio Xavier, foi impresso em Luta de Classe e numa revista francesa dirigida
por Pierre Naville.
Neste mesmo ano , vai para Campos de Jord ão para tratar de uma infiltra ção
tuberculosa no pulm ão, l á permanecendo oito meses , e aproveitando a ocasi ã o
para escrever o ensaio Revolução Permanente. Este texto perdeu - se , depois de
n
9
da Esquerda (constitu ída em Paris em 1930), com o objetivo de favorecer o
trotskismo em oposi çã o ao stalinismo, a Liga consegue controlar a UTG ( União
dos Trabalhadores Gr áficos ) de S ã o Paulo até 1934.
1
1932 Após retornar de Campos de Jordã o, M ário vai morar em Indian á-
polis e funda a Casa Editora Unitas com alguns companheiros. Publicam textos
marxistas e M ário traduz e prefacia os ensaios de Trotsky sobre a crise alemã,
'"'N dois meses, e Mary vai para o Pres ídio Paraíso , no bairro hom ó nimo, ambos em
São Paulo.
fundado por Fl á vio de Carvalho. Com esta conferê ncia, M á rio abre “ um novo
tempo na crítica de arte do pais ” ( Aracy Amaral ) , com uma an á lise de “ fundo
fundadores do primeiro seman á rio anti - facista do Brasil , O Homem Livre onde
publicou o texto de sua conferê ncia sobre Kaethe Kollwitz neste mesmo ano.
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1934 Intensa atuaçã o pol ítica: tenta formar uma frente ú nica das esquer-
das contra o integralismo. No dia 7 de outubro , a esquerda consegue impedir uma
passeata integralista no Largo da S é em S ã o Paulo , onde ocorre um grande
tiroteio com mortos e feridos de ambos os lados e, inclusive , na pró pria pol ícia.
A
10
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rrs
Num determinado momento em que a polícia havia conseguido dispersar os
manifestantes, M ário se encontrou sozinho num canto da praça. Foi então
cercado por v ários integralistas que gritavam : ’’ vamos acabar com esse podre ’ ’ .
-
vermelho, colocou se diante de Má rio dizendo N ão tenha medo , eu vim aqui
para ajudar você ” . Diante disto, os integralistas o deixam em paz. Poré m , pouco
r\ depois Má rio seria baleado ao amparar o estudante Décio Pinto, que morreu.
Seus amigos o aconselham a precaver- se , pois seu nome é um dos primeiros
~
s\
numa lista de pessoas a serem mortas pelos integralistas. M á rio refugia - se entã o
r\
na Galeria It ú , na rua Bar ão de Itapetininga, onde ocorre a exposição modernista
de Portinari . Mais tarde ele escreveria um artigo sobre esse pintor no Diário da
Noite .
1935 -
Transfere se para o Rio de Janeiro e passa a trabalhar na Ag ê ncia
Havas. Ajuda clandestinamente a Alian ç a Nacional Libertadora e se liga a certos
elementos do PCB , como Barreto Leite, que escreve a famosa carta a Prestes
criticando a ANL.
Logo após sua partida , Mary Houston també m vai para o Rio de Janeiro indo
'"'N
-
trabalhar na Câ mara Municipal como taqu ígrafa . Os dois casam se e Mary fica
O
grá vida. No ú ltimo mê s de gravidez a pol ícia vai até a casa de D. Arinda Houston
para prender M á rio, que consegue fugir com a ajuda da sogra. Começ a a í um
período de grandes escapadas, no qual ele tem que viver na clandestinidade.
Com o golpe deste ano ( com o qual n ã o tinha qualquer envolvimento ) ,
passa a ser procurado intensamente pela pol ícia , sendo obrigado a esconder - se
em in ú meras casas, inclusive na garçonni ère de um amigo na Av . Niemeyer. As
vezes arrisca-se a sair pela manh ã e passa o dia inteiro na Biblioteca Nacional ,
onde segundo ele “ nenhum tira se lembrar á jamais de ir ” . Nesta é poca , realiza
íi
ry
edição de um pequenino jornal clandestino na fronteira do Uruguai. Durante sua
ausê ncia do Rio, a pol ícia confisca sua biblioteca com diversos manuscritos
inéditos.
1936 .
Em 2 de janeiro nasce sua filha Vera, que ele s ó conhecerá quarenta
dias mais tarde, na casa de amigos, pois a polícia manteve Mary sob vigil â ncia
1938 Mary é presa no Rio durante sete meses e M á rio permanece refugiado
em Paris. Testemunha a morte misteriosa do filho de Trotsky , Leon Sedov , e
n
trabalha pela funda çã o da IV Internacional integrando um comité secreto de três
12
M ário fica de posse dos arquivos do comité e , apesar do acontecido, prossegue
com os preparativos para o congresso de fundaçã o da IV Internacional. Posteri -
ormente , esses arquivos ser ão enterrados no jardim da casa de um simpatizante
tem grande repercusão dentro do partido, no qual expõe seu ponto de vista
fazendo restrições à defesa incondicional.
No mês de outubro Mary chega a Nova Iorque e consegue um emprego
como taqu ígrafa bilingue no Departamento de Estado em Washington , de modo
que o casal se transfere para esta cidade.
1941 M á rio volta ao Brasil , passando antes pelo Peru , Bol ívia , Chile ,
Argentina e Uruguai . Entra no pa ís pelo sul e , ao chegar no Rio de Janeiro , é
13
O
preso. Surge entã o o convite do presidente da Uni ã o Panamericana para que o
o casal v á trabalhar nos Estados Unidos. Com a ajuda de Dr. Pedro Pedrosa, pai de
M ário, que interviu junto a Felinto Muller , Má rio é liberado com a condi çã o de
embarcar imediatamente para os Estados Unidos.
Logo em seguida, Mary també m vai trabalhar em Nova Iorque. Por intermédio
da jornalista Niomar Muniz Sodré, M ário conhece Paulo Bittencourt e passa a
-
'N fortemente impressionado e adere ao abstracionismo passando a ser um dos seus
mais ferrenhos defensores.
Correio da Manhã fundando neste per íodo o seman á rio Vanguarda Socialista
para defender a criaçã o de um partido socialista . Em abril , participa da criaçã o
da Uni ão Socialista Popular ( USP ) juntamente com Martins Gomide , Edmundo
14
1946 Cria a seçã o de artes pl ásticas do Correio da Manhã e passa a assin á -
la. Trabalha ainda para a sucursal do Estado de S ão Paulo e, posteriormente, na
Tribuna da Imprensa ,onde assina um artigo semanal sobre arte e outro sobre
política.
1948 Alexander Calder visita o Brasil e M ário profere uma conferê ncia
sobre seu trabalho no auditó rio do Ministé rio da Educa çã o no Rio de Janeiro e
outra no Museu de Arte Moderna de S ão Paulo , onde Calder realizou exposi ções.
15
para a cadeira de Histó ria da Arte e Esté tica da Faculdade Nacional de Arquite-
tura , conquistando o segundo lugar. O primeiro lugar ficou com Flexa Ribeiro ,
16
Seus textos: Forma e Personalidade e Panorama da Pintura Moderna são
publicados pelo Ministé rio da Educaçã o e Sa úde .
Faz concurso para a Faculdade de Arquitetura da Universidade do Brasil , no
Rio de Janeiro, sendo nomeado livre -docente.
1952 Trabalha como professor catedr á tico no Colé gio Pedro II.
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e Lygia Clark recebeu o pré mio da
Prefeitura Municipal de Petr ó polis.
Como membro da comissão artística, passa praticamente todo o ano na
Europa , organizando a programa çã o da II Bienal de Sao Paulo, onde sã o
montadas salas especiais com os artistas Pablo Picasso , Piet Mondrian , Henry
Moore , Edward Munch , Alexander Calder , Paul Klee e Marino Marini . Ainda
este ano, apresenta a tese Arte e ciê ncia no Congresso Internacional de Cr íticos
17
mostra os artistas: Abraham Palatnik, Alu ísio Carv ão, Carlos Val, César Oiticica,
Dé cio Vieira, Elisa Martins da Silveira, Eric Baruch , Franz Weissman , Hé lio
.
Oiticica, Ivan Serpa, Joã o José da Silva Costa, Lygia Clark Rubem Ludolf e
Vincent Ibberson . Integra o j ú ri de premia çã o da III Bienal de S ão Paulo .
1956 -
Participa do concurso de livre docê ncia da cadeira de histó ria do
colé gio Pedro II com a tese intitulada As principais correntes pol íticas na
Rissone.
Profere conferê ncia durante a primeira Exposiçã o Nacional de Arte Con -
creta, realizada nos Museus de Arte Moderna do Rio de Janeiro e de S ã o Paulo,
18
Tóquio preparando o ensaio A caligrafia sino - japonesa moderna e a arte
abstrata do ocidente , dentro do projeto de aproxima ção entre o ocidente e o
oriente preconizado pela UNESCO . No Japã o , escolhe os pintores para o pré mio
de crítica em Paris.
Brasília , a Cidade Nova , s í ntese das artes . Programa para os cr íticos visitantes
uma visita à Seção de Terapê utica Ocupacional do Centro Psiqui á trico de
Engenho de Dentro , sob direçã o da Dra Nise da Silveira.
19
r\
Em març o viaja para a Europa, em abril para a Uniã o Sovié tica, com o
' 'V objetivo de trazer os suprematistas russos para a Bienal. Apesar de interceder
junto à Ministra da Cultura da URSS , Sra Furstova , n ão obté m ê xito em sua
tentativa, conseguindo unicamente o envio de uma representaçã o oficial de
artistas sovié ticos. Durante sua ausê ncia, o presidente J â nio Quadros cria o
-
Cultura. Em junho, J â nio Quadros o autoriza a redigir um projeto lei transfor -
mando a Bienal de São Paulo em institui çã o p ú blica aut ó noma . No mês seguinte ,
ele é reeleito vice - presidente da A .I. C. A ., durante a assembl éia geral realizada
em Munique .
Em 21 de agosto, profere palestra sobre Lasar Segall no Sal ão Ass írio do
Teatro Municipal do Rio de Janeiro , organizada pela R ádio Minist é rio da
Educaçã o e Cultura. No dia 31 deste mesmo m ê s pede demissã o do cargo de
Secretá rio Geral do CNC, mas o Ministro da Educaçã o pede - lhe que permaneç a
no exerc ício de suas fun ções.
Durante a VI Bienal de Sao Paulo , M ário realiza palestras nos dias 28 e 30
— S
de novembro e 2 e 7 de dezembro , tendo como temas, respectivamente, a
20
na arte japonesa em relaçã o aos pintores do gesto e da atualidade ; e sobre a
situaçã o da arte atual brasileira no contexto da arte internacional contempor â-
nea.
1
'"'N
/
diretor do museu .
Bienal de S ã o PauLo , sendo a sauda çã o feita por M ú cio Porf írio Teixeira e
Sé rgio Milliet .
21
o
o.
O
M ário participa, juntamente com Pierre Restany , do inqu é rito sobre Arte e
O liberdade promovido pelo Prof Joaquim Montezuma de Carvalho, de Moçambique.
O
Este question á rio foi enviado para críticos de arte de diversos países, com o
o Magalh ães.
Os
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/
1966 Em fevereiro regressa de Paris e participa das elei ções federais
como candidato dos artistas , intelectuais e estudantes pelo MDB , invocando seu
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D fazer campanha e com ícios, M á rio distribu ía na Central do Brasil seu Tratado
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pol ítico sintético sobre a classe oper ária brasileira. N ão consegue ser eleito. A
o
.
1968 Em janeiro é nomeado Presidente do Comit é Assessor Brasileiro
'"“ N
do Pré mio Codex de Pintura Latino- Americana de Buenos Aires, Argentina. Em
23
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24
•
r\
É convidado a integrar o Instituto de Arte Latino- americana e a lecionar
Hist ó ria da Arte Latino- americana na Faculdade de Belas Artes do Chile por
de artistas e cr
íticos de todo o mundo. Em pouco tempo M ário consegue reunir
grande n ú mero de obras , entre as quais encontravam - se nomes de prestígio como
'"'N
1974 Em Paris tenta recuperar as obras doadas ao Museo de la
Solidariedad , reorganiza seu comité e lan ç a a id é ia do Museu da Resistê ncia.
Durante o ex ílio em Paris , começ a a escrever suas mem ó rias sob o título de A
pisada é esta . Juntamente com Lassaigne e Miguel Rojas Mix , faz planos de
' 'i editar livros sobre arte latino- americana para Skira , o que o obriga a pesquisar
25
em Madrid e Paris. Come ç a a elaborar as Teses para o terceiro mundo e escreve
um artigo sobre o livro de Pierre Naville Pouvoir militaire et socialisme sobre
a revolu ção portuguesa.
de S ã o Paulo, lan ç a uma colet â nea de artigos seus sob o tí ulo de Mundo , homem ,
arte em crise .
1976 Redige em franc ês otra - balho que seria publicado no Brasil em 1978
com o tí tulo de A crise mundial do imperialismo e Rosa de Luxemburgo . Participa
do Congresso de Arte Negra em Portugal.O Discurso é publicado no Brasil no
M á rio , que circula com um passaporte de refugiado pol ítico concedido pelo
governo francês.
26
o
tava no seu entender “ o movimento hist ó rico mais importante e fecundo da hora
brasileira ” .
Em setembro, organiza a exposi ção de Fernando Diniz - paciente do Centro
Psiqui á trico Pedro II - na Galeria S érgio Milliet da FUNARTE, no Rio de
Janeiro . Pouco depois, é contratado como consultor científico para o projeto
Treinamento Terapê utico e Manuten çã o do Museu de Imagens do Inconsciente.
27
1980 Diversas homenagens sã o prestadas pelo seu octag ésimo aniversário.
A imprensa se manifesta amplamente, a Bienal de S ã o Paulo organiza um evento
em sua honra no qual é relan ç ado o livro Arte / Forma e personalidade e cria o
Prémio M ário Pedrosa a ser outorgado a um artista latino- americano pelo
conjunto de sua obra. A Galeria Jean Boghici do Rio de Janeiro realiza uma
exposiçã o de artistas amigos de M á rio ou sobre os quais ele escreveu. Sua irmã,
Maria Beatriz, freira carmelita descalç a, oferece uma missa em seu louvor no
1981 De seu retorno até 1981, M ário chegou a escrever trê s cap í- tulos
de sua versã o da histó ria do Brasil vista sob a ó tica dos oprimidos, livro que teria
como título A hora pol ítica do Brasil . Trabalhava ainda em sua autobiografia,
no livro Arte : para quem ? A editora Perspectiva lan ç a Dos murais de Portinari
aos espa ços de Brasília .
No dia 5 de novembro, à s 3 horas da manh ã, M ário Pedrosa morre em seu
apartamento de Ipanema, no Rio de Janeiro , v ítima de c â ncer . E enterrado às 9
horas do dia seguinte no Cemité rio S ão Jo ã o Batista, sob forte emoçã o das mais
de 300 pessoas presentes. Frei Marcos Mendes , da Ordem dos Dominicanos orou
Socialista foi tocado e acompanhado por seus amigos. Foi lida també m a carta
da Organizaçã o Socialista Internacionalista e da Converg ê ncia Socialista , ambas
ligadas ao Comité de Reconstru ção da IV Internacional ( C ó rqui ) .
28
íticos de Arte , passou a denominar de Prémio
A Associação Brasileira de Cr
M ário Pedrosa o antigo Trof é u ABC A (criado em 1978 ), destinado a galhardoar
anualmente um artista pl ástico brasileiro , sendo que a mudan ç a de atribuiçã o
l úcidos do pa ís ” .
29
-
/ 'S
'"'N
muito r á pido , contribuindo para toda esta transformação . Era fase onde a naçã o
M ário Pedrosa por diversas vezes tocou na questã o da cr ítica de arte e seu
papel em v ários de seus artigos , chegando inclusive a escrever textos especifi -
camente com estes temas; o que é a cr ítica de arte e qual a fun ção do cr ítico .
"
• 'S 30
Este problema foi e continua sendo de grande import â ncia e complexidade ,
pois segundo M ário Pedrosa , a terminologia de seu tempo, e a de hoje també m ,
portanto , uma vez codificada pelo tempo, era puramente acadê mica ". 2
No século XIX 0 cr
ítico dispunha de um novo arsenal, pois com o impressionismo
ele podia analisar problemas té cnicos pict ó ricos, sobretudo quanto à cor . J á no
nosso século muitos conceitos de ordem filosófica , esté tica e t écnica foram
O
postos em circulação de modo muito intenso e r á pido.
M á rio Pedrosa afirma que 0 problema deveria ser generalizado para que
abrangesse a terminologia global da cr
ítica de arte. Ainda conforme 0 cr ítico , "
quem diz terminologia diz tudo , uma ciê ncia , uma filosofia ". 3
Nesse momento a cr
ítica passavam a ser uma atividade total. Consequentemente
0 cr ítico deveria passar a ter conhecimento em quase todos os dom ínios já que
naquele momento a tendencia era do cr ítico de arte absorver 0 historiador de arte
e nao mais como antes em que ocoma 0 inverso.
31
M ário Pedrosa reescreve em um dos seus artigos no Jornal do Brasil , uma
citação do cr
ítico franc ês Jacques Lassaigne para demonstrar as exigê ncias de
conhecimentos em diversas á reas dos quais o crítico passa ent ã o a ser obrigado
'
a .
possuir 4
ções mas sobretudo conhecimentos gerais nas diversas á reas. A falta desses
conhecimentos geram um campo restrito , limitado de visã o por parte de quem
analisa e, consequentemente , uma decad ê ncia da cr
ítica.
O que deve ser feito agora é partir da obra e chegar até a subjetividade do
' 'V
artista , fazer justamente 0 caminho inverso utilizado pelo criador .
32
ér
r\
r\
M ário Pedrosa sustenta que a grande originalidade do nosso tempo foi a de
isolar a obra de arte de todas as conotações tais como social, pol ítica, ps íquica,
religiosa e té cnica. Afirma també m que o nosso século foi o que recolocou o
r\ fen ô meno artístico no seu devido lugar na ordem social e cultural , pois ela
passou a estar presente tanto no trabalho artesanal quanto industrial.
'A
Ao partir da obra para chegar diante da natureza ú ltima desta, assim como
momento em que h á uma visão final , ou seja, h á uma fusã o de todas as leituras
anteriores, e surge assim a obra de arte em sua plenitude, " com suas estruturas,
-
'' 'V
'
A
M ário Pedrosa menciona també m o mé todo de leitura da obra de arte do
psicanalista Ernst Kris. Este afirma que a abordagem da obra de arte n ão se da
de uma só vez. Todos devem aprender a 1er e , segundo ainda o psicanalista, a
primeira leitura é elementar. A este processo ele chama das " leituras " ou
" aproximações sucessivas". 8
O 33
-
/ s
Quando Ernst Kris menciona a arte , ele afirma que a satisfaçã o superficial
o
dada ao p ú blico durante a primeira abordagem pode ser apenas uma isca. De
r\ contatos. S ó depois, num segundo olhar é que a obra lhe deixa aparecer como
uma imagem fugaz e, é neste momento que ocorre um desejo de contato mais
O
prolongado com a obra. E, numa terceira leitura, o enredo perde interesse
ínseca da obra. Tanto
passando a ser um elemento externo , n ã o fazendo parte intr
que diversas obras podem ter o mesmo enredo e M á rio Pedrosa salienta que toda
obra de real valor art ístico é uma s ó , n ã o se confundindo com outras de mesmo
enredo. Elas podem , no entanto, até ter rela ções e analogias com enredos opostos
M ário Pedrosa coloca muito bem o papel da cr ítica de arte quando afirma
que o problema desta é "discernir essas qualidades, detectá - las, descobrir- lhes
o significado emp írico , emocional , pl á stico e espiritual , ou simbó lico " . 9
">
/
34
r\
o, Portanto o cr ítico para fazer uma an álise n ão pode penetrar na obra de arte
n
munido apenas de suas palavras , de sua linguagem, de seus conhecimentos já
-
estabelecidos; é preciso primeiro sent í la, estar diante da obra para poder
revelar seu sentido. Ele n ã o pode basear - se apenas em teorias ou manifestos
para julg á- las.
O
O
É preciso sobretudo, n ão apenas para o cr
ítico mas para todos aqueles que
rs
-
se p õem diante de uma obra de arte, sofrer um > "experi ê ncia ". Essa experiê ncia
obra , prov é m de críticos. Sendo assim, o professor Kris acredita que a psicologia
Sendo assim , o cr
ítico pode até ser considerado como pane integrante do
35
3.3 Critérios de julgamento
'- N
'•N Ojulgamento da obra de arte sofreu uma perda muito grande em termos de
Por um lado , a liberação de critérios foi necessária " para libertar o p ú blico
''N
dos preju ízos, pseudoculturais que aprendeu no trato das obras artísticas ". 11
-
' 'N
Isto era evidente no critério de semelhan ç a com algum modelo natural ou
exterior preexistente. Mas com obras em que a semelhan ça era imposs ível , em
obras " sem assunto " , o pr ó prio gosto passou a imperar e é neste momento ,
conforme palavras do crítico, "surgiu a extrema anarquia de crité rios de julga-
mento que hoje prevalece por toda parte " . 12
Esta questão foi levantada em um artigo de 1960 mas mesmo hoje isto é de
extrema importâ ncia. Referindo- se ao gosto , M ário Pedrosa citou em um artigo
fundamento. Uma obra de arte julgada pelo gosto se perde devido ao seu extremo
subjetivismo.
36
-
r\
Outro ponto de extrema importâ ncia levantado por M á rio Pedrosa , embora
seja uma continuação deste pensamento, foi o crit ério para apreciar e julgar uma
obra de arte. Ele baseia - se nos princ ípios de Charles Baudelaire afirmando que
Para ser justa , quer dizer, para ter razã o de ser , a cr ítica deve ser
parcial , apaixonada , pol ítica , isto é, feita de um ponto de vista que
abra mais horizontes , M
encontrar a vis ã o inicial do artista ao realizar sua obra , se submete à " experiê n -
cia " conscientemente , exatamente o contr á rio do artista . Mas neste percurso o
crítico , com consciê ncia , carrega consigo seus conhecimentos, seu tempera -
-
''v
mento, sua emo çã o.
37
'"N
-
/ N
M ário Pedrosa lembrou que " pol ítico " a que se refere Baudelaire significa
que a cr ítica deve ser sincera , discriminadora e afirmativa, e que ela n ão pode ser
/*%
desprovida de crité rios e nem ser indiferente aos valores e à escala de valores.
De acordo com seu depoimento é mais uma função do crítico a de estabelecer esta
escala de valores. Pois a crítica deve estabelecer valores para pode discenir as
o arte com a maior precisã o poss ível . E para tanto , é preciso adotar um " ponto de
vista ", pois isto permite ao crítico avistar mais horizontes e, assim , o redime de
sua parcialidade, paix ã o e pol ítica; ele deve possuir capacidade para identificar
à obra de arte conscientemente.
Alé m disto M á rio Pedrosa sustentava que era també m dever do crítico de
arte acompanhar os passos dos artistas em suas pesquisas e investigações assim
O como se esforçar para n ã o só captá- las mas també m para coloc á- las em situação.
Poré m , para que um cr
ítico possa defender , situar , explicar e hierarquizar a id é ia
ou movimento do artista , ele deve ter v á rios â ngulos de visão que lhe sejam
pr ó prios e n ão a unilateralidade do artista, a qual é inerente à personalidade deste
ú ltimo.
38
houve uma mudan ç a també m de critérios cr
íticos. Isto sobretudo neste século
onde v ários movimentos apresentaram - se e , forç osamente, o crítico de arte foi
igualmente compelido a rever seus crité rios de julgamento. Neste texto , Má rio
A
Pedrosa ilustra de forma exemplar o papel do crítico de ane.
39
3.4- O cr í tico de arte
0 Professor Giulio Carlo Argan em seu livro Arte e crítica d' arte , expõe
com muita clareza o papel de um crítico que reconhece e sustenta um trabalho
criativo e que condiz com seu tempo.
(... ) o cr
ítico aproxima - se e, frequentemente, associa-se aos artistas,
faz parte dos seus grupos, participa da sua " pol ítica " , colabora na
definição de programas e na elaboração dos manifestos , inicia e
conduz polêmicas; e , enquanto ajuda os artistas a esclarecer e
enunciar as suas poé ticas, incita-os a levar a sua pesquisa até ao
má ximo n ível intelectual. (...) O cr ítico , que n ã o só participa dos
movimentos artísticos contempor â neos como os promove e os esti -
mula, é uma presen ç a necess ária no seio das " vanguardas"; e é
significativo que se trate quase sempre de um homem de letras que,
como l íder da cultura, sustenta a necessidade da transforma ção
estrutural e funcional de todas as atividades artísticas, n
arte todos os dias. O que restava para ele era o comentá rio , mas acontece que
mesmo esses coment á rios eram sempre complexos. Para ele a cr ítica já abrangia
40
um campo de atividades bem vasto, e como ele era. uma pessoas extremamente
'"'N culta, tais comentários tratavam sempre de algo ligado ao que vinha defendendo
e com a complexidade e a profundidade que lhe eram caracter ísticas .
Causando grandes pol ê micas, M ário Pedrosa foi criticado por muitos em
v á rias situações, mas apesar disto n ão saia a p ú blico para defender sua cr
ítica da
cr ítica. Para ele , um cr ítico militante n ão tinha direito à defesa pois, como ele
mesmo disse, a "luta era livre " e n ã o via razã o para ré plicas e tr é plicas ou
qualquer outra explica ção de sua cr ítica.
41
r\
r\
3,5 - A arte de retaguarda
Afirmava que n ão via saída para essa crise e , sendo assim , estava na
retaguarda. Na retaguarda sim , pois n ão havia mais nada de novo , nenhum
aprofundamento do problema da arte e assim n ão via razão para o crí tico . O
que era preciso era uma resistê ncia à pressão do capitalismo , do mercado , e
para ele essa resistência deveria ser n ão em nome dos valores da arte , mas sim
em nome dos valores permanentes do homem .
' \
Não podemos deixar de mencionar aqui a questão da crí tica de arte em
arquitetura levantada por M ário Pedrosa . Por diversas vezes ele chamou a
atenção para este problema , fez v árias incurs ões neste campo e f o i , inclusive ,
Bras ília . 19
'A
42
M ário Pedrosa lembrou em um de seus textos o cr
ítico Geoffrey Scott que ,
'“ N
/
r\
>
Mas o fato é que por um bom tempo a cr ítica de arte em arquitetura ficou ,
como nos disse M á rio Pedrosa, " inibida e complexada " e que n ã o se entregava
com paix ã o , vigor ou complacê ncia ao seu objetivo maior , 0 qual é a apreciaçã o
esté tica. Ele afirmou que a arquitetura para um cr ítico é arte e n ã o constru çã o
43
/ ""'S
técnica, social , esté tica. Nessa é poca Geoffrey Scott já defendia a tese de que era
'“'N
preciso que a cr
ítica de arte em arquitetura tivesse conscilencia para distinguir,
r\ separar os v á rios elementos e problemas que a compõem . Em seu livro, citado
anteriormente , ele comenta uma senten ç a de Sir Henry Wotton do livro Elements
of architecture onde aponta três condições pré vias indispensá veis à boa
f N
Baseado nestes pontos de Wotton , M ário Pedrosa afirmou que para uma
boa an álise da apreciação da arquitetura , seria preciso isolar essas três condi -
r\
A cr
ítica moderna passou a analisar a arquitetura do ponto de vista est é tico ,
ou seja , a terceira condição , a do deleite , já que é a ú nica capaz de analisar
—
' S
pré dios de diferentes estilos; pois h á mudan ç as tanto nas té cnicas de constru çã o
quanto nos seus programas. E M á rio Pedrosa alertou que h á um perigo nesta
abordagem puramente esté tica, pois ela pode nos levar ao subjetivismo, "ou as
inevitá veis limitações no poder de aprecia ção de um s ó indiv íduo , em face de
44
r\
Por outro lado ele disse que este ponto de vista faz com que o cr
ítico deixe
de lado alguns pontos que poderiam confundir sua orientação.
—
"N
'
' v
Ele muito acreditava nas idéias do crítico Geoffrey Scott para a an álise de
gico de " primeiramente ". O que quer dizer é nosentido de " ver " espontaneamen -
te , ser provocado para isto j á que os olhos da maioria, envolvidos na pressa do
cotidiano, só percebem numa "segunda instâ ncia ". Isto nos lembra as "leituras "
do Prof . Ernst Kris com relaçã o à abordagem da obra de arte.
atrav é s dos sentidos. Isto para ele valia para a an á lise de qualquer obra de arte,
45
M ário Pedrosa també m tratou de outro ponto que foi o da "classificação de
formas segundo os seus efeitos ". Isto para que haja uma concentraçã o no efeito
que a forma dos edif ícios exerce sobre o observador ignorando os detalhes
estilísticos. O que em arquitetura é de extrema importâ ncia para a fruição dos
Esses elementos fazem, na verdade , ainda em nossos dias, com que a crítica
de arquitetura como obra de arte seja confundida por muitos como crítica de
materiais, cr
ítica da construçã o civil , cr
ítica pol ítica e assim por diante. Faz
també m com que o crítico divague por diversos campos.
imediatamente percebida.
-
' 'N
46
/“ N
4- 0 CONCEITO DE INTERNACIONALISMO
Para ele , que nesta é poca encontrava - se muito preocupado com esse car á ter
internacional crescente da arte moderna , isto era já um problema hist ó rico.
O fato é que esta questã o cresceu de tal maneira que a Associa çã o Interna -
cional de Cr íticos de Arte resolveu dedicar um de seus congressos, o de Varsó via
em 1960 , à este tema. Havia uma necessidade de se debater sobre os motivos
nacionais e o internacionalismo da arte moderna , pois havia id é ias diversificadas
com relaçã o à isto. Na ocasi ão , os delegados poloneses da A. I. C. A. propuseram
as seguintes quest ões para os debates do congresso:
*
Ia quest ã o: E a arte moderna um fen ô meno internacional e até que
ponto ?
2a quest ã o : Pode - se falar da contribuiçã o dos diferentes meios e das
tradi çõ es nacionais para o desenvolvimento da arte moderna e em
que medida ?
3a questã o: Admitindo- se que a arte moderna tenha tal ou qual
alcance internacional , pode ela , e em que medida, contribuir ao
desenvolvimento das diferentes particularidades nacionais e das
tradi ções de arte dos diferentes pa íses ? 25
47
4.1- A arte como fenômeno internacional
M ário Pedrosa j á possuia suas idé ias com relação à estes temas bem
definidas e claras; considerava uma das quest ões mais controvertidas da est é tica
contempor â nea , o car á ter internacional da arte moderna , um dos temas mais
moderna é fen ô meno internacional , então como medir a contribuiçã o dos meios
vez mais de acordo com os valores esté ticos; consequentemente ela se interna-
cionalizava. Segundo ele , a razã o disto era bem simples, pois os valores plásticos
passaram ent ão a ser julgados por si mesmos e que vinham de duas fontes
primeiras diretas para toda obra e criaçã o art ística, as quais ele considerava n ão
de car á ter regional e sim universal. Essas fontes diretas eram para ele, " a fonte
A primeira era o pr ó prio homem - artista que, tido como base , revelava que
suas reações e seu processo elaborador era o mesmo para qualquer artista,
independente de sua nacionalidade ou posição geogr á fica. J á para a fonte social
té cnica, M á rio Pedrosa disse que cada vez mais o mundo inteiro caminhava para
48
momento . Consequentemente o artista contempor â neo passava a ter que se
para então trazer o melhor proveito para sua arte. Estaria aí o ponto de origem
do parentesco das criações mais ousadas da arte contempor â nea, " independente
dos países, de suas tradições e idiossincrasias ".
contempor â nea do ponto de vista arquitetô nico é mais f ácil e preciso , por dois
tal. Para o primeiro ele nos diz que é atrav é s das t écnicas de constru çã o , dos
M ário Pedrosa levantou també m outra questão; segundo ele , toda vez que
se colocava em debate o tema do internacionalismo, a quest ão do fen ô meno
regional era levantada. Um outro ponto de extrema import â ncia que contribuiu
de forma decisiva para o estudo do internacionalismo . Essa questão era para ele,
49
o
regionais " n ão devem ser tidos como "caracteres abor ígenes". M ário Pedrosa
grosseiro , primitivo ". Para a criaçã o de formas regionais arquitetô nicas é preciso
muitos e muitos anos devido ao fato de que a adequação de uma cultura a uma
M ário Pedrosa declarou com firmeza que é sob este crité rio "que devemos
olhar para nossa arquitetura, nossas artes ". E aqui que encontramos o por que
momento dominava o mundo. H á uma citaçã o que deixa bem clara o processo de
50
pensar que Bras ília ser á um dos fatores mais decisivos para que essa cultura
regional desabroche, enfim , plenamente , em nosso país , dentro da linguagem
internacional , atrav és da qual os homens de todos os quadrantes e horizontes
se entender ã o , na fraterna e existencial intercomunicaçã o que só a Arquitetu -
ra, a Arte podem dar . 28
rN
A defesa da arquitetura moderna no Brasil , sobretudo a constru çã o de
Bras ília , é um ponto muito interessante na sua obra. E um tema que vale a pena
ser estudado em profundidade. Poré m , n ã o nos deteremos aqui na quest ã o da
arquitetura. Vale a pena lembrar , no entanto, que este assunto foi para ele um
ponto de grande reflex ã o , tanto que apó s sua proposta no congresso italiano ele
Venturi , Bruno Zevi, Richard Neutra, Giulio Cario Argan, Jorge Romero Brest,
Otl Aicher, Tom ás Maldonado, Herbert Read, Meyer Schapiro, Andree Bloc,
Raymond Cogniat entre muitos outros.
I
51
r\
y
«
n
o 1 - A arte moderna como fen ô meno internacional
2- A ane moderna como resultado e expressão das m últiplas tradi-
O
ções e tend ê ncias art ísticas dos diferentes povos.
3- A arte moderna e as perspectivas do desenvolvimento da arte dos
O
O diferentes povos.
o terceiro é colocado , que para M ário Pedrosa era o mais importante de todos,
pois é atrav é s dele que torna-se poss ível saber "em que medida o elemento
nacional ou regional pode participar no sentido de fundir e unificar ou diversi -
ficar e diferenciar o processo de internacionalizaçã o da arte moderna ". 29
De acordo com suas afirmações este ú ltimo tema era de máxima importâ n -
cia para que fosse poss í vel abordar o problema em seu conjunto. Isto principal -
O
mente porque ele tinha sua visã o voltada para o Brasil , já que esta ú ltima referia -
52
O
r
linguagem universal através da arte, fa�ia com que cada país, em fase de
desenvolvimento cultural, processasse seu crescimento interior, produzindo
uma cultura nacional, regional. Pare ele era preciso estabelecer a relação desses
dois processos, e acreditava poder discutir dentro do último tema do congresso,
o qual tratava do "processo de internacionalização através da sucessão de ismos
e o processo de crescimento interior".
53
então falar em unidade da arte moderna em relação às questões estéticas,
simbólicas": muito citado em suas análises. Com isso, afirma que toda uma
corrente estética moderna desenvolveu a concepção do caráter significativo
simbólico da arte.
expressão. Este crítico endossa a idéia de Cassirer que a arte possui a mesma
qualidade espiritual que a língua, o mito, a magia, pois elas se encontram no
54
Afirmou também que o símbolo na ane tem natureza e função diferentes
daquelas da fala discursiva ou fins práticos. Elas somente tem qualidades de
expressão na obra em que se apresentam.
Tendo isto como base, Mário Pedrosa foi enfático ao afirmar que é neste
sentido que se pode falar de arte como linguagem, colocando-a no mesmo plano
do mito, das forµ1as do pensar intuitivo, não-conceituai. E é pela ane moderna
possuir qualidade sensível, vital, n�o-conceitual, não-intelectual que Mário
Pedrosa encontrou mais um ponto de sua universalidade, possibilitando então a
comunicação entre sensibilidades humanas, independentes de sua localização
geográfica. Ele sustentou que é aí que este fenômeno ocorreu pela primeira vez
na história cultural do Planeta. O caráter internacional da anc moderna era
inevitável já que se formava a cada dia um fenômeno de civilização mundial.
Para Mário Pedrosa todos os povos caminhavam num mesmo sentido no que
se referia à um avanço tecnológico. Realidade que se refletia em todos os países.
Os artistas, por sua vez, passavam a estar num mesmo nível tecnológico. mesmo
cm diferentes países. Foi levantado no Congresso de Varsóvia que isto poderia
causar uma uniformidade nas artes. Mário Pedrosa contestou dizendo que cada
obra de ane necessita ser um produto único. individual. "Se não é, é que a obra
encerra em si valores anísticos". 34
55
depoimento, sustentou que somente um mesmo contexto cultural e de civilização
pode permitir, pode produzir unidade na arte. O grande conceito que estava ao
lado dessa unidade, que dominava o pensamento artístico e estético moderno era
o de vitalidade. Porém, compreende-se aqui vitalidade como sinônimo de
qualidade, pois ela não pode deixar de estar presente na arte que procura uma
56
5- A DEFESA DO ABSTRACIONISMO
5.1 Antecedentes
defender esta arte com grande entusiasmo. Foi ele também que reuniu à sua
volta, nessa mesma época no Rio de Janeiro, artistas que passaram a questionar
primeiro grupo de artistas abstratos. Faziam parte do grupo Ivan Serpa. Almir
forma 110 obra de arte que defendeu no ano seguinte para a cadeira de História
da Arte e Estética da Faculdade Nacional de Arquitetura. Esta tese foi uma das
publica uma coletânea de seus artigos escritos entre 1933 e 1948, sob o título de
Ane, necessidade vital. Tanto a tese quanto este livro são sínteses de seu
pensamento crítico e sua posição estética. A tese, principalmente, o transformou
57
A arte abstrata era. para Mário Pedrosa uma possibilidade de haver uma
revolução da sensibilidade;·pois como não possuia mais o papel documentário
que a arte de outrora exercia, sua função era naquele mómento, "a de ampliar o
campo da· linguagem na pura percepção". J6
A ane abstrata não foi aceita facilmente no Brasil. Havia uma repulsa por
pane de outros críticos.
O que contribuiu para a difusão desta arte foram, além das criações do
Museu de Ane Moderna de São Paulo e do Rio de Janeiro, as conferências do
crítico Jorge Romero Brest, que vindo da Suíça e com direção ao seu país, a
Argentina, passou pelo Brasil e proferiu palestras no Rio de Janeiro e em São
Paulo em 1948. Tomás Maldonado, também argentino, trouxe a questão da arte
concreta para o Brasil junto à Romero Brest. Nesse mesmo período houve uma
grande exposição de Max Bill no Museu de Ane de São Paulo, que foi um grande
acontecimento para a arte moderna no Brasil.
S8
Essa primeira Bienal teve grande importâ ncia no curso da arte concreta no
Brasil . Logo a seguir formaram - se grupos no Rio de Janeiro e em S ão Paulo com
o intuito de explorar esta arte abstrata geom é trica e as idé ias de Max Bill .
Vieira , H é lio e Cé sar Oiticica e Joã o José da Silva Costa. Mais tarde juntaram -
-
' N se ao grupo Lygia Clark , Franz Weissmann e Am ílcar de Castro . Em 1953 o
Grupo Frente é formado no Rio de Janeiro e se apresenta numa exposi çã o
' "N
• - Em S ã o Paulo o grupo é formado a partir de Waldemar Cordeiro e Geraldo
' -' t
Lauand , Lothar Charoux , Maur ício Nogueira Lima e Casemiro Fé jer . Destes
Para M á rio Pedrosa a primeira Bienal de S ã o Paulo teve uma importâ ncia
decisiva para os brasileiros , ela foi um marco divisó rio das artes pl ásticas no
Brasil . Foi onde muitos entraram em contato com a abstraçã o ; foi o primeiro
contato que o p ú blico teve com a arte moderna e isto proporcionou um grande
-
' 'V
impacto onde , para alguns produziu indignaçã o e para outros a perplexidade . Isto
porque todos estavam acostumados com as obras que poss íam um assunto ; n ã o
estavam preparados para apreciar obras " n ã o somente sem assunto mas també m
• '- x
sem figuras , sem objetos reconhec íveis ". 37
Esta Bienal apresentou , segundo este cr í tico , duas tend ê ncias fundamen -
tais, ou seja, a arte realmente moderna , constitu ída pelos n ã o- figurativos de
59
todas as nuan ç as, "a da arte concreta, impessoal , construtivista, vulgarmente
Mas a abstrata foi a de real impacto da grande mostra. Fazendo com que
muitos outros cr íticos, que eram antiarte abstrata , passasem a ter uma outra visã o
do abstracionismo .
Isto deixou claro para ele que o que se apresentava ali era indiscutivelmente
uma marcha para uma arte realmente internacional . Ele constatou que esta
Bienal de 1951 passou a exercer grande influ ê ncia nos jovens artistas, principal -
mente naqueles em processo de forma ção . O abstracionismo era para ele muito
mais do que uma manifestação expressiva.
60
si ção de que a forma conté m um significado simbó lico . E isto só é
poss ível se estabelecermos a distinção entre o s í mbolo e o signo : " o
primeiro nos permite conceber o seu objeto "; o segundo " nos limita
a lidar com o que ele significa" . 41
-
Sendo assim, a arte abstrata possibilitaria um direcionamento para uma
civilização de novos signos, de imagens - símbolos . Isto nos faz recordar os
pontos em que M ário Pedrosa desenvolve apoiado nas id é ias de Ernst Cassirer ,
Foi defendendo estes pontos de vista que o crítico muito contribuiu para a
manifestação art ística da década de cinquenta , principalmente por sua influê ncia
teó rica sobretudo , nos artistas cariocas na vanguarda . N ão o classificando
como o idealizador , como responsá vel te ó rico do concretismo , podemos , no
entanto , afirmar que foi com suas idé ias , de seu conhecimento que ele abriu o
caminho para que jovens artistas pudessem desenvolver suas manifestações
art ísticas .
Na verdade , a distin çã o entre arte abstrata e arte concreta foi feita , aqui no
Brasil , por Jorge Romero Brest durante suas palestras de 1948 no Rio de Janeiro
e S ão Paulo. 42
'"A Segundo ainda seu pensamento , 0 concretismo foi importante neste ponto ,
pois 0 Brasil era um país de constru çã o nova , e a arte concreta possibilitava uma
disciplina no n ível da forma.
O
'"A
O país vivia neste momento uma é poca de intenso crescimento industrial ,
um desenvolvimento que contagiava a todos, e 0 concretismo tinha um compro-
misso com esse desenvolvimento.
te ó rico foram aplicadas tanto pelo grupo carioca quanto pelo grupo paulista
(...) Os seus membros são todos jovens. E as adesões com que tem
crescido tem sido invariavelmente de personalidades ainda jovens.
'A
Isso quer dizer que 0 grupo está aberto ... para 0 futuro. Para as
geraçõ es em forma çã o (...)
-
A A virtude maior deles continua a ser a que sempre foi: horror ao
^A ecletismo. S ão todos eles homens e mulheres de f é, convencidos da
miss ã o revolucion á ria , da miss ã o regeneradora da arte . Uma coisa os
une , e com a qual n ã o transigem , dispostos a defend ê - la contra tudo
e contra todos - a liberdade de criaçã o . (... )
Os artistas do Grupo Frente procuram a disciplina é tica e a disciplina
criadora: do contr á rio n ão poderiam experimentar livremente como
0 fazem . (...)
62
O
Algo nos diz , entretanto, que esta exposição vingar á; que ser á um
marco no processo de conquista da opiniã o culta pela arte atual , pela
A
"
arte verdadeiramente viva do nosso tempo. (...)
Sustentar as pr ó pria convic ções é a suprema cortesia que se pode
y
eles. E é nessa linha que com o apio do p ú blico, ou sem ele, nos
deixamos comprometer e irremediavelmente para externar aqui a
nossa convicção de que a presente manifestaçã o coletiva desse
'
punhado de artistas fervorosos pode sofrer o cotejo com o que, no
gê nero , se exibe, atualmente , de mais vivo pelas capitais artistica -
mente v á lidas do mundo contempor â neo. 44
- -
5.4 Paulista e cariocas diferen ças e divergê ncias
-
evidê ncia à partir de dezembro de 1956, quando realizou se a I Exposiçã o
Nacional de Arte Concreta no Museu de Arte Moderna de São Paulo e , posteri -
Janeiro. 45
intelectualidade para " realizar uma pura e perfeita operaçã o mental como um
c álculo de engenheiro. Estranho ou indiferente a qualquer modalidade de
experiê ncia pessoal ".46
Este grupo apresentava um cará ter mais radical com rela çã o ao conceito
puramente visual da forma. J á os cariocas eram mais " româ nticos". Estes n ã o
Estas diferenças ficam cada vez mais enfatizadas entre os dois grupos
acarretando no surgimento do Neoconcretismo no Rio de Janeiro.
Mas assim mesmo , de acordo com M á rio Pedrosa , tanto os paulistas quanto
os cariocas do campo concretista apresentavam , "em v ários graus, boa parte das
esperan ças brasileiras no futuro de suas artes visuais ". 48
Seja como for , para este crítico, o que era importante na obra concreta era
a apresentaçã o de uma idé ia formal nova e bem refletida, numa inven çã o visual
levada à s ú ltimas consequ ê ncias, onde n ã o buscasse a emoçã o do observador e
''A
sim a sua inteligê ncia e , sobretudo , sua capacidade de apreens ão visual . Enfatiza
que a apreciaçã o deveria permanecer no n ível da visualidade.
O
"A O fato é que todas estas teorias resultaram numa autodisciplina por parte de
todos os artistas denominados concretistas; e M ário Pedrosa indagou 0 por que
deste rigor em um país como 0 Brasil.
64
n
Ele lembrou , inclusive, que na Europa e nos Estados Unidos, a arte que se
ele afirmou que o " paradoxo" sempre lhe pareceu premonitório e perguntou:
" N ão seria ind ício de um recomeç o espiritual e, àiGAMos é tico no Brasil ? E por
Na verdade ele acreditava que nesse paradoxo havia o ponto inicial para um
(...) essa gram á tica e essa sintaxe concretista tem servido para
alguma coisa. Quando os jovens se esquecerem dela - e esse tempo
chegar á - suas obras estar ão maduras, cheias de vida e de suco , mas
banhadas na mesma atmosfera espiritual brasileira e internacional
que a nossa arquitetura cnou. st
Para muitos M ário Pedrosa foi considerado sectário , partid á rio, pol ítico , e
s ó admitia a arte abstrata , sobretudo o concretismo. Diziam sempre que ele foi
-
contra o informalismo, mas isto deve se ao fato de que para ele havia dentro do
que se designou de informalismo, duas atitudes esté ticas e psicol ó gicas espiri -
tuais de grandes diferen ç as; ele realmente foi contra a designaçã o informal e n ã o
Com relaçã o ao termo informal , dizia ele que era efetivamente alvar e sua
- Sua repugn â ncia à classificação de arte informai é porque acreditava que
esta n ão tinha sentido, o termo deveria ser outro.
signogr áfica ou gr áfica é aquela onde a figura predomina sobre o fundo , já por
Sendo assim , M á rio Pedrosa afirmou que o artista n ão se deté m nesta fase
de complexidade. O que ele faz é prosseguir paia alcan ç ar uma simplicidade. E
é este processo que ele diz estar presente " no curso da obra de todo grande artista,
ou melhor , de todo artista aut ê ntico". 57
Este processo vem lhe confirmar a sua repugn â ncia ao tachismo devido ao
fato de que na criaçã o das obras tachistas essa sucess ã o de etapas, desde a
Dizia ainda que havia uma passividade diante da natureza, ou da mat é ria,
reproduzida e cultuada na esté tica do tachismo. Por consequ ê ncia a mat é ria n ã o
possía infra -estrutura din â mica já que ela era transposta ao plano menor e
artificial da tela.
Um cr ítico nos dias de hoje deve estar cada vez mais atualizado e ter sempre
a preocupa çã o de ampliar seu conhecimento em diversas á res , em diversos
dom ínios.
de seus contempor â neos afirmando que ele era uma pessoa extremamente culta
Isto o possibilitou a ter condi ções para elaborar grandes an álises de obras
de arte. Conseguia analisá -las, limitando- se à pr ó pria obra e muito lutou para que
a cr ítica de arte no Brasil mudasse seu olhar. Foi ele quem mudou radicalmente
a crítica de arte neste país a partir de sua conferê ncia no Clube dos Artistas
Modernos em S ã o Paulo, em 1933, na exposi çã o de Kaethe Kollwitz. Nesta
ocasi ão foi a primeira vez que no Brasil a cr ítica exerceu uma an álise marxista,
de fundo sociol ó gico da obra de um artista. Isto foi algo completamente novo
*
E bem verdade que v ários dos artistas abstratos brasileiros basearam -se em
teorias e reflex ões colocadas em debates pelo cr ítico. Mas isto até determinado
momento , pois a seguir cada artista , levando consigo as id é ias gerais , criou ent ã o
M á rio Pedrosa realizava sempre esta " releitura ” da obra de arte; partia dela
para chegar ao que estava na mente do artista. Conseguindo captar isto, ele entã o
detectava as qualidades intr ínsecas da obra e descobria seu " significado emp írico ,
71
Isto aconteceu com a leitura das obras dos artistas denominados abstratos,
e é a partir da í que ele defende toda essa geração de novos artistas. Ele sabia
''N
Ao mesmo tempo ele detectava e combatia a obra de arte sem valor art ístico ,
combatia o " mal - feito " . Para isto ele soube , conforme outra fun çã o da cr ítica de
arte , estabelecer valores de crit é rios para revelar as qualidades da obra de arte.
'“ S
o Em todo este momento defendeu uma linguagem universal atrav é s da arte.
E é na busca dessa internacionalização que ele defende intensamente o abstracionismo.
Mas foi com relação ao concretismo brasileiro que M ário Pedrosa obteve
uma vinculaçã o de maior intensidade . Foi atrav és de seus textos e de contatos
com os artistas que ele proporcionou a reflex ão desta arte. Ele acreditava que a
arte concreta poderia mudar a sociedade . Como o Brasil era para ele um país
" rom â ntico " e o movimento concreto exigia uma disciplina, ele estava convicto,
na é poca, de que isto era possível. O país estava, na sua concepçã o , "condenado
ao moderno". E está a í outra razão de sua defesa.
'A
Sua defesa deve - se també m ao fato de que a arte abstrata possuia uma
linguagem internacional e isto possibilitava uma integra çã o maior da arte que se
72
^N
Com relaçã o à arte abstrata informal, M ário Pedrosa deixou claro que a sua
repulsa era contra o termo informal . Via a í també m uma raz ão contr á ria para o
que ele sustentava como fator para uma disciplina neste pa ís. Ele també m deixou
claro que nunca foi contra ao que se classificou de arte abstrata informal .
M ário Pedrosa deixou muito dos outros cr íticos em situaçã o inc ó moda, pois
ele sempre foi muito polê mico e defendia seu ponto de vista com grande
intensidade. Para muitos ele foi sectário , partidá rio , pol ítico e só admitia a arte
abstrata. É bem verdade que ele foi partidário , pol ítico e apaixonado com relaçã o
às suas defesas; poré m , ele n ã o s ó admitia apenas a arte abstrata , mas era um
crítico que estava sempre aberto para qualquer discussã o e recepçã o de novas
idé ias e tend ê ncias. Para isto , Má rio Pedrosa mesmo afirmou que a fama, o
renome, o conceito, os mal -entendidos que se formam em torno de um crítico,
n ã o dependem de sua vontade , pois eles fazem parte do of ício.
Um fator decisivo para essa sua fama era a de que ele sempre expressou
aberta e sinceramente sua opini ã o, proporcionando portanto margem para uma
contra-cr ítica. Ele nunca se defendeu com relaçã o à isto , pois n ão via motivos
para um crítico militante defender da cr ítica a sua cr ítica. Esse seu descaso para
uma justifica çã o é expresso em um de seus artigos no Jornal do Brasil .
Estado , 1977.
3- . Arte para quê ? . São Paulo , Nobel , 1984.
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O PEDROSA , M á rio. Em ordem do dia - a terminologia da cr ítica.
O'
Jornal do Brasil . Rio de Janeiro, 11 jul 1957.
O
5 - Op . cit. 2.
6- PEDROSA , M á rio. Em face da obra de arte. Jornal do Brasil . Rio de
Janeiro , 19 jan 1957.
o
7 - Op . cit. 6 .
o
8- Psychoanalytic explorations in art , da International Universities Press;
o
o traduzido para o portugu ê s pela Editora Brasiliense em 1968 com
o o t ítulo de Psican álise da arte .
9- Op. cit. 6 .
o
10- PEDROSA , M á rio . Ainda sobre o cr ítico. Jornal do Brasil . Rio de
Janeiro , 18 jan 1957.
79
r\
11- . O gosto, o pior juiz. Jornal do Brasil . Rio de Janeiro, 30 jul 1960.
12- Op. cit. 11.
13- FIEDLER , Konrad. In : PEDROSA , Má rio. O gosto, o pior juiz. Jornal
do Brasil . Rio de Janeiro , 30 jul 1960.
14- BAUDELAIRE , Charles. In : PEDROSA , M á rio. O ponto de vista do
crítico. Jornal do Brasil . Rio de Janeiro , 17 jan 1957.
15- PEDROSA. O ponto de vista do crítico. Jornal do Brasil . Rio de
Janeiro , 17 jan 1957.
16- . Do porco empalhado ou os crité rios da cr
ítica. Correio da Manhã .
Rio de Janeiro , 11 fev 1968.
17 - ARGAN , Giulio Carlo. Arte e crítica de arte . Lisboa, Estampa , 1988.
18- PEDROSA , M ário. O cr ítico e o diretor. Jornal do Brasil . Rio de
Janeiro, 22 set 1960.
19- M á rio Pedrosa dedicou v ários de seus artigos à Brasília tendo també m
organizado o Congresso Extraordin á rio da Associação Internaci -
-
44 PEDROSA, Má rio. Grupo Frente - Segunda mostra . Rio de Janeiro,
9- APENDICES
Pelo fato de que a maior coletâ nea dos artigos, livros , ensaios e apresenta -
ções de catá logos pertence à coleção de Darle Lara , a qual apresenta lacunas , é
-
' N possível que hajam outros artigos que n ã o constem desta listagem .
84
Alguns dos artigos foram republicados em alguns de seus livros. Para tanto ,
tais artigos foram assinalados para indicar onde estã o republicados conforme as
•"“ N
seguintes indicações:
* 2 - Dimensõ es da arte .
* 3 - Mundo , homem , arte em crise .
85
5 .
}
'- 'N
A
- Hendrick Van Baien , colaborador íntimo de Rubens. Correio da Manhã .
Rio de Janeiro, 03 dez 1946.
#
• •
1946. .
- Zé iia Salgado . Correio da Manh ã . Rio de Janeiro, 21 dez 1946 .
-
Z N
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1946. •
z -\
1947
o
. r\ - Retrato de Fidalgo, Correio da Manh ã . Rio de Janeiro , 03 jan 1947 .
- O segredo da voga de Rousseau. Correio da Manhã . Rio de Janeiro , 08
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,
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- Confusões do Embaixador -Senador. Jornal do Brasil . Rio de Janeiro, 30
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- Geração parisiense de " jovens av ós ". Jornal do Brasil . Rio de Janeiro, 13
ago 1957.
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- O carioca e a arte. Jornal do Brasil . Rio de Janeiro, 14 , 15, 16 e 17 ago
1957. *5.
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- Descoberta da arte. Jornal do Brasil . Rio de Janeiro , 21 ago 1957 .
- Quatro grandes da Bienal . Jornal do Brasil . Rio de Janeiro, 24 ago 1957 .
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Paulo, 1961.
- H é lio Oiticica. Projeto " Cã es de caç a ". Museu de Arte Moderna do Rio
O de Janeiro. Rio de Janeiro , 1961.
- Ianelli. Petite Galerie . Rio de Janeiro , 1963
r\ •
- Significa çã o de Lygia Clark. Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro .
Rio de Janeiro , 1963.
- Maria Leontina. Galeria Acervo . Rio de Janeiro, nov /dez 1963.
- Décio Vieira e Rubem Ludolf . Galeria IBEU. Rio de Janeiro, 1965.
- Franz Weissmann ( sala especial ). Catálogo 8 Bienal . Funadação Bienal
q
f N
de S ã o Paulo. S ã o Paulo, 1965.
- A obra de Felicia Leirner (sala especial ). Catálogo 8 Bienal. Funda çã o
q
r\
113
MBS
r\
r\
DIVERSOS
: r\
r\
114
f
r
^
'-N
r\
9.2- ENTREVISTAS
rs
r\
o
n
115
.
^
ENTREVISTA COM ARACY AMARAL
r\ 28 ,11.90
116
ra ç ao. Depois eu tive contato com ele quando ele veio
117
AA - Para o Mexico e para Paris. E e justament e em 60 ,
arte em crise.
118
Sao Paulo , um admirador fiel que e o Darle Lara , que
ria que cada pessoa que teve contato com M ário Pedrosa ,
fizesse uma introdução para cada um dos livros. Ela ti-
nha tudo determinado ; ant ão eu acho que at é é uma coi-
119
r\
voc ê conhece.
FP - Conhe ç o , claro.
120
partir
de que a arte tinha perdido. sua razao de ser a
do renasci mento , quando a arte se desvin cula da reli -
é
cada de 30 em que ele estava debruç ado sobre o ser huma
no ; é o periodo do famoso texto , para mim , que para mim
é inaugura l , como eu já escrev i , sobre a Kaethe Kollwitz
de uma é poca em que ele morou aqui em S ão Paulo , isso
foi em 34.
hem , hem , hem . Eu digo para ele que eu acho que a meu
121
ver o primeiro cr í tico brasileiro contempor âneo , por-
que antes dele , antes destes textos de 34 n ó s tinhamos
pessoas vinculadas à literatura que escreviam textos
muito mais liter ários , entende ? S ão poetas que
viam sobre arte , etc e tal. E ele n ão , ele
escre -
é uma pessoa
que come ç a a escrever sobre arte , o intelectual que se
debruç a sobre arte , entende ? Ent ão n ão tem nada a ver
com aquela cr í tica de fim de s é culo XIX , no s é culo XIX , '
GRAVA ÇÃ O
AA - E eu coloco voce , justamente a sua atua-
ção na d é cada de 30 em Sao Paulo , uma atuação .
exponencial porque eu considero naquele seu
texto da confer ê ncia da Kaethe Kollwitz , abre
uma nova fase , abre a cr í tica contempor ânea
de arte no Brasil . Bem , n ão é um escritor ou
um poeta que escreve num jornalzinho falando
sobre arte de uma forma liter ária , bem nao e ,
nao tem o ran ç o , digamos assim , da cr í tica
descritiva que n ó s tinhamos em fins de s é culo ,
é a primeira vez que aparece uma crí tica con-
tempor ânea â n í vel internacional no Brasil. E
naquele artigo seu , voc ê entusiasmado justa-
mente com um trabalho da Kaethe Kollwitz , vo-
r
122
r\
/V
123
-
' N
tos que voce come ç a a viver? Como e que voce
s\
124
rs
'
m AA 0 artesanal?
125
se considerava , um inventor. Ele... uma vez até o Má-
rio Pedrosa , não sei se ele vai conseguir contar aqui
ele me contou , não sei se ele repete aqui depois , que
ele inventava at é dispositivos , por exemplo , de descar -
gas de banheiros , sabe? Uma porta que abria , ele era
'"N
uma pessoa...
'
AA - Muito amigos.
126
GRAVA ÇÃ O
MP Exatamente.
127
l á perto , pra l á do Guggenheim , j á quase no
Harlem , e é um museu onde tem muitas casas de
bonecas , que é um artesanato t í pico dos Esta-
dos Unidos , que os americanos fazem , e tinha
casas de bonecas desde o s é culo XVIII at é ago
ra ; at é hoje feitos no interior dos Estados U
nidos nas pequenas cidade durante as noites
de inverno. E tudo com aquelas min úcias das
janelas , das figurinhas , do mobili á rio , aque -
las coisas como selva , da madeira trabalhada ,
"
'
' N
lixada, e depois , logo depois eu vi a exposi-
ção do Calder , eu vi o circo do Calder , vol-
''•N tei no Whitney e vi outra vez o circo do Cal-
o der. E tinha tamb é m umas exposi çõ es de um ar-
tista considerado , digamos assim , uma nova
tend ê ncia americana fazendo trabalhos em cera
mica , almofadas , todas elaboradas , tamb é m a-
quelas colchas de retalhos tipicamente ameri-
canas. Eu acho que tudo é um contexto s ó , e
uma tradi ção , digamos assim , de trabalho ma-
nual , o americano , e o Calder se insere , eu
acho.
MP Pois e.
le trabalhava.
128
AA - Qual era a galeria que ele trabalhav a ,
nao sei .
129
e arte , se nao e arte , mas o homem desenvol
vendo para seu proprio , digamos assim , para
si pr ó prio. A arte tamb é m das crian ç as como
voce mesmo escreveu sobre um grupo do Ivan
Serpa aqui que n ão era para fazer artista , mas
era para desenvolv ê -los como gente ; a arte
dos alienados que era tamb é m para ajud á-los ,
quase que uma terapia , a se encontrarem , a se
situarem dentro do real. Arte voltada para o
homem , n ã o mais de preocupa ção social , pol í ti_
ca diretamente , digamos assim , como seria a
arte , mas uma outra arte , vinculada ao homem.
/N
FP - Exatamente.
GRAVA ÇÃ O
130
MP Bem , eu tive realmente interesse muito
grande. Eu acho que isso foi importante fazer
que influenciasse a vida social.
131
'
'-v
te purame nte desinte ressada , que nao fosse so
ciai ; havia uma coinci d ê ncia muito grande en- ,
MP - É claro.
132
''N
/
MP Exato.
133
AA - É , n ão d á para ele conversa r muito ; e ele fazia as
sim , assim , e eu esperava a resposta, e ele n ão dava , en
t ão eu tocava a falar e pegava a falar para ver se ...
GRAVA ÇÃ O
134
FP - Bem , gostaria ent ão que voc ê falasse um pouco mais
"h
do tempo em que ele esteve trabalha ndo no Museu de Arte
Moderna de S ão Paulo.
135
n
FP - Qual deles?
AA - De 60 a 62.
136
r
'
FP - E nesse momen to ele organiz a varias exposi çõ es
?
, eu
AA - Ele organ izou varias exposi çõ es , eu acho que
tenho... ele organiz ou v árias exposi çõ es , nao. 0
Museu
sei que era um sonho que ele teve , que ele inclusi ve me
falou e eu sabia etc. sabe o ... Aqui e o livro que
137
tra em .sua ú ltimafase de seu primei ro period o ; mas nao
Svevo e
tardari am os atrit os de M á rio Pedros a com Wanda
conseq uentem ente , com o Cicill o porque V/anda Svevo era
i_
a pessoa de confia n ç a do Cicill o. Os proble mas finance
pa-
ros pareci am ind ê nicos ; a instab ilidad e da entidad e
em dia
recia-se com a segura n ç a dos museu s ainda hoje
que se
entre n ó s. Em 1960 a id é ia de M á rio Pedros a era
encont rasse um patroci nador para o MAM ; seria uma saida
em v á
para a sobrev iv ê ncia da entida de. Pensou-se ent ã o
de
rias alterna tivas. Uma delas , segundo Paulo Mendes
nao
Almeid a , seria o Estado de Sao Paulo , mas o jornal
aceito u. Propus eram ent ã o a id é ia a Luiz Eul álio Bueno
Vidigal , que aceita ria , mas alegou primei ro precisar
consul tar Chatea ubrian d , que por sua vez que aceita sse
,
138
mente . Assim , ap ó s a doação do acervo à Univer sidade
os
139
norte americana que as quais a lavagem do dinheiro pela
cultura é um dado prestigioso ; nossos homens de dinhei -
‘
ro n ão tem o menor interesse cultural. Ali ás , s ão de n í_
vel cultural bastante baixo. Isso é uma fatalidade que
o Brasil tem , entende ? É uma fatalidade que a gente vi -
ve , eu acho. Isso amargou muito a vida do M ário , embora
o
ele tivesse grandes amigos , entende ? N ão apenas , diga-
mos assim > assessores diretos dele como Br áulio Pedroso ,
como Cl áudio Abramo. Ele estava sempre rodeado de ami-
gos. Ele tinha um grupo assim de admiradore s que se -
1980?
FP - Tenho sim.
anos.
140
foi mar ç o ou abril.
realizar...
FP - um trabalho.
141
realment e a gente se desgast a de uma forma tal em cada
por ano
livro publicad o. E eu quis publica r um livro
quando eu era direto ra do MAC. Voc ê tem que levanta r
o
grande e ...
Eu nao sabia que ele tinha tomado essa ... Se ele fez
/\
isso , ele at é que teve uma sabedor ia. Se bem que voce
nistrad or ". Tem coisas em que as vezes voce tem que fa-
142
zer. Ha situaçõ es em que voc ê tem . que ser o curador , o
cr í tico , o levantado r de fundos , o administra dor , sabe ?
Diretor. Voc ê tem que se ocupar em todas as facetas de
um museu , n ão ?
f
FP - Mas quando ele retorna ao Rio , ele retoma a cri -
—
\
tica de arte , ele ...
AA - Exatament e.
143
'"'N
144
uma Lygia Clark e um H é lio Oiticica v ão fazer do con-
AA
fluida pelo Pop , por todos os movimentos que vem do Es -
tados Unidos na d é cada de 60 que v ão , os artistas vao
largar as tintas e v ão come ç ar a trabalhar com objetos ,
com performances , com happenings e etc. Mostra que ele
estava aberto portanto , à essa ligação com o meio am-
i
biente , com o ambiental , com nossas circunst âncias e de
uma certa forma voltavam aos poucos às preocupaçõ es de
ordem pol í tico-social em função dos acontecimento s que
145
pois , ele tera que sair do pais , porque ele se sente ,
digamos assim , talvez pressionado. E no Chile prossegui
r á , seja no Museo de la Solidaridad , prosseguir á , embo-
ra eu tenha estado no Chile no Come ç o deste m ê s e eu
procurei saber l á como foi a estadia do M ário l á , con-
versando com um artista que era maduro j á nesta epoca
e ele achou que o M ário fez um trabalho , ele tinha li-
gação com o Miguel Rojas Mix , mas era uma pessoa soli-
t ária. Ele me deu a impress ão de que o M ário se ressen-
tia de uma certa solid ão , entende ? Ele estava num am -
biente diferente , embora o Chile seja um paí s extrema-
mente acolhedor.
FP - Qual texto ?
FP - Tenho sim.
146
AA -É esse o pensamento de que ele volta imbuí doquando
ele volta. Esse aqui é um dos últimos textos dele.
FP -0 de arte popular?
o
147
I-
N
'
148
dele com a pol í tica. Muitos j á me falaram que o Mario
separava a pol í tica da arte. Com relação à arte ele era
um homem e na pol í tica ele era outro. Voc ê n ão acha que
O'
FP - N ão , foi no Rio mesmo.
AA - na Brasiliense ?
149
ENTREVISTA COM DARLE LARA
29.11.90
"'s
/
DL - -
Mas eu pude ajudá lo nas fases difíceis , Quando
foi da elaboração da tese dele , tinha que ajudar , por-
que ele estava sozinho. Ele tinha sempre esse problema.
Falta o dinheiro sempre. 0 dinheiro era sempre muito
curto , então as coisas eram feitas com uma falta de re -
r v 150
O
r A
^
1
151
teve uma epoca , acho que em quarenta e poucos , ele co -
nheceu algué m que lhe ofereceu o emprego de relações pu
blicas da então Aerovia do Brasil no Rio. E daí esse em
prego foi oferecido em função , pelo fato dele ser jorna
lista. 0 fato dele plantar notícias no jornal. Nessa al
_
tura houve uma greve de aeroviarios da aeronáutica e
queriam que . ele plantasse not ícias contra o pessoal em
greve no jornal. Evidente que ele se recusou a este pa -
pel e foi se o emprego de aeroviário. Ele ent ão era
- um
homem que se dedicava muito ao estudo , com muito sacri -
fício e não podia ter dois empregos , porque isso nao
lhe daria tempo de pensar sobre tudo. Em função disso ,
como tamb é m era mal remunerado , sempre a vida particu -
lar dele sempre foi muito simples , sem percalç os , vamos
dizer assim. Era uma vida que ele gostava. Sempre com
a preocupação do meio social. Toda a vida dele foi liga
da ao social , à preocupação polí tica , numa transforma -
ção da sociedade. Por isso não dava tempo de pensar em
empregos. 0 ideal dele era mais importante.
- -
/\
152
bomb ásticas , ele pichava. Ele n ão queria saber se valia
ou nao. Ele tinha horror a isso ; achava que era uma vi-
garice. Tamb é m esta quest ão de honestidade ... ele era
muito fiel às suas ideias. Naquela d é cada de 50 , havia
A
mei acad ê mico
/
153
rio foi ver. Porque a ideia surgiu a partir de uma ami-
go comum , que era um pintor , Almir Mavignier. Hoje nao
sei , ele mora na Europa ; que trabalhava la no Centro
Psiqui átrico do Engenho de Dentro. E ent ão chamou a a-
ten ção do Mario. E o Mario foi ver e achou uma coisa
fant ástica. Ent ão come ç ou a fazer artigos mostrando a
import ância da arte alienada .
154
fazer psicologia da forma e este amigo ent ão nao acredi
tava e tinha partido da psicologia hiperbolista e o
M ário continuou guardando a ideia da psicologia da for-
ma at é que surgiu aquela oportunidade da tese que ele
ent ã o resolveu... houve aquela oportunidade de partici-
par do concurso da escola de ...
FP - De aruqitetura.
.
Ele ent ã o resolveu partir para aquilo que ele achava
que ia fazer e n ão estava preocupado com se ia ocorrer
de ganhar a prova , de vencer o concurso ou nao. Para
ele era importante fazer aquilo e ele fez. Naturalmente
com a precariedade de meios que ele tinha e com a mat é -
ria brilhante que naquela ocasi ão mereceu elogio do
Ethienne Souriau , enfim , uma nota para ele na revista
de psicologia. Eu acho que naquela ocasi ão n ão foi dada
a devida import ância.
155
FP - Voc ê se lembra quem compunh a- a banca examinad ora ?
'“ N
156
carreira . Voc ê era catedr ático ; catedr ático era todo
157
e contempor âneo dele. Estudaram juntos na Faculdade de
•
Carioca.
y.
voc ê arrebentar com um tab ú. Ent ão o Antonio Bento con-
seguiu oferecer que ele publicasse esse artigo e mais
158
nheiro s sabia m
que em geral , reper cutia muito. Os compa
influ en-
''"N
disto. Assim , n ão sei se n ão queri a se deixar
ciar , mas acredi to que , n ão sei , isso é opini
ão minha ,
partic ular , que tivess e o Freder ico de Morais
, acho eu ,
-
' 'S sofre sse uma influ encia assim , que ele mirass
e nesse es
apta
pelho. Assim me parec e , n ã o sou uma pessoa muito
me pare
para dizer , para fazer uma afirmaç ao desta , mas
'
'V "
cia isso .
FP - E os artist as ?
muito importa nte que inclu sive depois vou mostra r a vo-
c ê , cart õ es que ele diz discre tament e , que foi muito e s ^
M ário batal hou por alguns amigos para conseg uir bolsas
de estudo . 0 primei ro assim a dar um atest ado de reco -
menda ção á entida des estran geiras onde ele tinha certa
159
to engraç ado , o car á ter dele que ali ás atrapalhou um
pouco. Atrapalhou nesse sentido de hoje voce n ão ter
visto o pensamento dele 100% escrito. Ele dizia que ele
n ão era o Socrates. Mas a gente dizia: " Mas M ário , voc ê
n ão escrevia assim esse penasmento , n ão fica assim ..."
E ele: " Eu n ão sou o Socrates ". Ali ás , é at é uma coisa
curiosa , eu fiz assim uma cr í tica nesse sentido: " Tudo
seu e muito espaç o , muito disperso e isso custa assim
a ter o seu pensamento por escrito ". A Prof. Ot í lia a-
cha que o M ário é assim mesmo , que o que vale no M ário
é a dispers ão. Se ele fosse levado assim à cr í tica for-
mal , assim e tal , regular , professor , entrar às 8 sair
às 6 , ele n ão teria produzido isso , n ão teria essa ri -
queza , tudo isso fruto de uma é poca. Uma é poca em que
n ão havia estudo organizado no Brasil. Tudo dele era as
sim , "self-made ". E um homem brilhante , com uma capaci-
dade de apreens ã o brilhante . É pena e lament ável que
hoje que se vive catando as coisas , mas ele nao se preo
cupava muito com isto. Ele sempre foi estimulador do
jovem . Ele tinha um prazer imenso em estimular.
-
'N sobre est é tica , sobre pintura de um modo geral ou qual-
quer outra atividade art í stica ou sobre pol í tica, En-
fim conversa que varava a noite. A casa dele era cons-
tantemente visitada , ele era procurado diariamente ; quan
do n ã o ia visitar algu é m. À s vezes ia ao atelier de al-
gu é m , às vezes era convidado e diziam : " D á um pulo aqui
160
para ver o meu trabalho " coisa e tal. Ele ia com muito
'
' N
DL - Sem d ú vida alguma , era um coração aberto.
'“N
161
'N
'
pois fui comprando sempre normalmente aos s ábados. 0
Mario fazia uma esp é cie de dissertação sobre um cap í tu-
lo qualquer de alguma coisa sobre o socialismo. Ele foi
o fundador. Ja era praticamente ele o c é rebro . Ele ti -
nha ido a Europa , aos Estados Unidos e tinha passado es
se tempo todo na Europa , e ent ão conhecia , estava a par
das coisas e era a luta contra o stalinismo , vamos di-
zer assim. Mostrar que a R ússia n ã o era socialismo , n ão
tinha nada de socialismo . Muito bem , ent ão eu comecei
a frequentar e a ouvir essas palestras. 0 Mario era sem
pre muito dispersivo , quer dizer , relapso nessa quest ão
de hor ário. Muitas vezes se marcava reuni ão para as
2:30 h . Se n ão tomasse cuidado ele ia chegar às 4:00 da
tarde . Ele sempre foi assim. Hor ário com M ário , muito
dif í cil , havia ... Que de um modo geral ele n ã o tinha
essa preocupaçã o assim de precis ão. De modo que ele ehe
garia l á , n ão muito ... Eu n ão sei porque os companhei_
ros me acharam assim com cara ..., n ão sei , de bom su-
jeito. Eu ent ão fui encarregado de ir na casa dele , ar-
ranc á-lo de casa para que chegasse n ão às 2:00 h , mas
pelo menos às 2:30 h ou 3:00 h. Que n ão chegasse as
4:00 h. Ai ficou esta , esse relacionamento com ele . E
ficamos intimos assim. Eu procurava ajuda-lo nessas coi
sas que ele precisava , conversava muito com ele . Muitas
vezes ia na casa dele de manha , ficava l á , bat í amos pa-
po e tamb é m esse socr ático , vamos dizer assim , usufruir
um pouco do conhecimento dele , à base do bate - papo , dis
cutir , discutir na realidade ... mas falar: " Estou fa-
zendo isso assim e assado . Descobri uma nova fonte , as-
sim e assado , coisa e tal ". E a gente aprendia. Com is-
r\ so eu fiquei animado vamos dizer assim , secret ário per
y
162
balhos dele eu . , as vezes ele tinha em casa , mas as
vezes tamb é m descuidava e eu guardava , recortava e ti -
nha um , guardava comigo . Guardei no arquivo. E poste -
riormente , depois com a agitação da vida dele , voltou à
atividade pol í tica , essa coisa toda. Eu ent ão , mais uma
raz ão para eu guardar essas coisas que podiam , na vida
agitada dele , nao guardaria. Nunca ; e nao iam saber
mais . É preciso guardar isso para saber , ficar uma ma-
neira do pensamento. Mas uma constante do pensamento do
Mario era o pensamento revolucion ário em todos os senti
dos. Vpc ê v ê que ele sempre , nos trabalhos est é ticos de
le , sempre foram revolucion ários assim no sentido da
descoberta de novos sentidos , de novas faces , de novos
ângulos. Ent ão voc ê veja , nunca foi , nunca se acomodou.
Ele tinha um projeto isto e ; sim quando foi diretor
do Museu de Arte Moderna de s ão Paulo , ele tinha planos
de fazer um museu realmente din âmico e que infelizmente
n ão foi poss í vel. Mas ele tamb é m , à partir do momento
que ele viu que era imposs í vel fazer o que ele planeja-
va , o que ele achava que deveria ser , n ão quis ser
, um
burocrata. Separou-se do Cicillo e disse: " Voc ê fica
com o seu emprego , com seu lugar que eu n ã o sou ... n ão
quero ser empregado. N ão venho aqui s ó para ... Ou eu
venho aqui para fazer coisas ou ent ã o n ão precisa de
mim. P õ em aí um burocrata qualquer". Uma atitude que
chocou muito , que foi ... Fizeram uma homenagem à ele.
Foi muito badalado. Naturalmente , os rebentos deles , n ão
acharam isso bonito , mas ele nao deu import ância.
163
c ária porque o que ele ganhava era muito pouco e mal da
va para viver razoavelmente bem. Tamb é m tinham outros
problemas dificeis poque ele morar aqui , sozinho a fa
m í lia n ão queria acompanh á- lo. E se transferiu para S ão
Paulo porque nao tinha remuneração a altura para montar
uma casa. Nao ter com quem conviver , para ficar sozinho
aqui , era uma situaçã o muito angustiante , vamos dizer
assim , muito sufocante. Mas de qualquer maneira isto ,
n ã o foi este o motivo. 0 motivo foi que ele achou que
n ão tinha condi çõ es. Ele at é ...
164
r“N
r'v 165
--
Z ' •
retornad o ao Rio. Ficou o Museu de Arte , quer dizer o
Museu de Arte Moderna. Ficou um museu sem acervo por-
que o titulo , vamos dizer assim , de Museu de Arte Moder
na continu ou , quer dizer , um grupo ... 0 Mario lutou pa
ra a instalaç ao de um outro Museu de Arte MOderna , com
V
os cart õ es do Horta , se n ã o me engano , o Luí s Coelho
que eram pessoas que tinham assim , que tinham ligaçõ es
com a arte e que tinham ficado com o t í tulo do Museu de
Arte Moderna. E houve todo um esfor ç o de reorgan izar o
Museu de Arte Moderna que é este que est á aí. Existe o
Museu de Arte Moderna e o acervo que o Cicillo doou,
que era parte do antigo Museu de Arte MOderna , fundou o
Museu de Arte Contempo r ânea.
rs
DL - Voltou para o Rio. H á sempre muito esse car áter de
le desse aspecto revoluc ion ário que M á rio sempre mar-
cou tudo dele. Voc ê v ê que ele sempre estava adiante. E
esse fato do social emocion ante ser , da arte n ã o ser u-
ma coisa em si , uma coisa abstrat a , uma abstração , va-
/ ~\
mos dizer assim , mas fazendo parte. Quando voc ê pergun-
'A "
166
-
/s
em grande crise , nao tinha dinheiro para comprar qua-
queria
ver se voc ê , com sua influ ê ncia com o Dr. X , voc ê deve
> conseguir . Fale com Fulano em meu nome e coisa e tal ".
Haviam alguns artistas que pousavam-se de esquerdista
tinham assim ... E muito engraç ado que em algumas car-
tas ele esculhambava com os caras. " Este é um filho da
puta , um cag ão. Ele n ão vai sair brigando com Fulano ,
ele promete mas n ã o vai fazer nada". E é uma trabalhei -
ra desgraç ada , n ã o sei se , porque se est á tentando or-
rN ganizar um quadro , deve ter muito tempo . 0 ideal , sabe ?
167
O)
O
FP - Mas foi um grande trabalho do Mario.
n
DL Ah , foi um grande trabalho. Ah sim , uma das primei,
ras exposições » o museu não teve dinheiro para reali -
H zar , não teve tempo para realizar muita coisa. Primeiro
que tamb é m era muito difícil organizar num país com
uma transição daquela , falta de dinheiro , uma dificul -
n dade de dinheiro danada. Mas uma das exposições que ele
p ô de organizar foi , nessa ocasi ão at é eu estava no Chi -
O
le e eu vi , uma exposição de cartazes de protesto.
n
FP
. Ele reuniu tudo isso?
*"\
i
id éia de ...
168
:
n
o
o
tica?
o FP - Voc ê o ajudou tamb é m nos livr os sobre poli
algum a coisa etc . e tal Procu rava fazer com que saiss e
algum a not í cia ou se ele vinha aqui , procu rava ajuda r
169
o
'"N
DL - A opção brasileira.
O
só esses tris. Teve outros dispersos , artigos.
O
>
/* nao , quer dizer » se a revolução n ão tinha sido traí da ;
porque afirmaram que ... por todos que havia uma tend ê n
cia meio conciliat ó ria , digamos assim , ainda n ã o tinha
quer dizer , rompido.Com St álin sim , mas achava que era
uma ... ainda tinha algum resqu í cio de revolu çã o , Por
que um grupo negava , negava que , quer dizer , que a Revo
lução Russa , quer dizer , que o regime russo , fosse ou
tivesse alguma coisa a ver com o socialism o. Era na
verdade , um imperialis mo ; era mais do que um pais que a
revolução tinha sido renegada e que ... um paí s comunis
ta n ão seria mais do que um instrument o da R ú ssia , dos
interesse s da R ússia. Naquela é poca os trotskista s ain-
da n ã o ... n ão pensasse t ão categorica mente. Ele e uma
parte de um grupo com o tempo ... o Partido Trotskista ,
faziam parte da Guarda Nacional cuja sede era , na epo-
ca , nos Estados Unidos > durante a guerra. Mas isso nao
o impedia de continuar marxista e sempre estudando , re -
elaborand o as teses ou repensando se certas teses , se
certos pensamento s para ele continuava m atuais ou , se
diante de certos casos que n ã o tinham dado certo , se de
veria repensar aqueles problemas ou encarar o ..
• 9 cer-
tas composi çõ es marxistas de um outro ângulo coisa que
o fascinou sempre porque ele sempre pensou nesse lado.
Ele continuou sempre assim. Porque ele continuou sem-
pre , embora n ão trotskist a ou " free - lancer" , mas com
um pensamento sempre revolucio nário. Aqui no Brasil pou
171
co se pode fazer. At é uma caracte r í stica curiosa que a
Vanguar da Sociali sta , que foi um jornal deito para di -
vulgar essa nova id é ia de que a Russia n ão era socialis
.
mo , principa lmente , sempre numa é poca em que se remava
contra a mar é , porque foi a fase , o auge da R ússia , lo -
go depois da guerra. Se dizia que ... fazia pol í tica, a
duração mais bem pensante de que mostrar, procurar cri -
ar uma nova teoria , mostrar , embora a base , a frase
feita a luz , vamos dizer assim , na falta de um termo do
marxism o , at é as id é ias estavam erradas porque o stali -
nismo nao era, era mais uma ditadura que nao era do pro
letariad o , afastar porque era at é bem pensante , dava
at é status. E voc ê v ê que toda ... houve uma luta e ca-
da vez ficava mais sozinho , o grupo ia diminuin do ; at é
que n ão tendo mais raz ão de continu ar e tamb é m havia u-
ma pessoa que era o benfeit or , vamos dizer assim , era
... achando que era in ú til continua r naquela luta ingl ó
ria e a pessoa continua r financia ndo. Cada vez ficava
mais pesado , n ão tinha nem sentido. Ent ão , num gesto
pol í tico resolvem os doar o jornal ao Partido Socialis-
ta Brasilei ro e nos ent ão resolvem os fazer um numero fi
nal : "Filiemos todos ao Partido Sociali sta". E era uma
burocrac ia.
172
FP - á
j nos últimos anos , o Mario tinha um intere sse
maior pelo PT. Fale um pouco sobre isso.
173
“s
/
174
FP - Isso est á naquele livro do Carlos Senna , Retratos
do ex í lio.
175
ia passar » se nao me engano , por perto da Embaixada do
FP - Que o fizessem.
176
DL Ele foi para Paris , enfim , onde ele tinha amigos ,
n ão tamb é m nessa ocasi ão , j á tinha essa possibili-
é? E
dade um pouco mais de apoio metrial porque a Vera ja
DL Pela anistia.
177
golpe , essa coisa toda , nao tirí ha assim essa repercus-
178
dando apoio às vanguardas , n ão preocupado com o lado o-
ficial , e que essa , justamente esse car áter lhe deu uma
proje ção merecida no mundo inteiro. Tanto que tivesse
havido a oportunidade , ele n ão teve , quer dizer , oportu
nidade financeira , ele n ão deixaria de ir a nenhum con-
gresso da Associação Internacional de Arte , enfim , imes-
' ''i
FP - Isso me fez lembrar aquele manifesto dos artistas
e intelectuais internacionais endere ç ado ao Presidente
do Brasil onde afirmavam ele ser um grande defensor do
Brasil .
179
DL - É 5 isso era. Eie sempre pensou nisso > nao lhe fal -
'
pessoas que queriam que ele vivesse , que ele ... manti -
—
N
DL Sim. E ela sempre o sustentou. Sustentou financei -
ramente a casa. E por sorte ela ganhava muito bem . Ti -
nha um emprego de taqu í grafa na C âmara Municipal de
grande remuneração que lhe permitia ter um padr ão de vi_
da mais ou menos bom e que permitia ajudar o marido ,
n ão fazendo press ão para que ele se ... ficasse se preo
cupando com o dia a dia. E ela o sustentou at é o fim.
Ele bastante doente , muito trabalho e tamb é m apesar da
situação financeira n ão ser grande , n ão era mis é ria , mas
em todo o caso , dava. Os gastos eram imensos. Ela nao
se incomodava em fazer os servi ç os dom é sticos que nao
eram muito do jeito dela , mas ela fazia sem se queixar.
Ela sempre o acompanhou. Sofreu um pouco em 34. Ela foi
solidaria em todos os momentos. Em 34 , quer dizer , est £
ve presa e teve a casa vasculhada pela pol í cia , revista
o da pela pol í cia enfim ... Nos Estados Unidos, foram oa-
180
P /“ N
'"N
que depois lhe foi útil. Ela era taqu í grafa , em portu-
gu ê s , franc ê s e ingl ê s. À s vezes , ajudav a a ganhar b ó-
nus , surgir am servi ç os extras onde ganhava bastan te bem
num congre sso ou ... Uma grande companh eira.
e bom som desse meu conv í vio com ele , o que ele fazia.
181
f
r\
ENTR EVIS TA COM LYGIA PAPE
O 08.0 3.91
e
que eu come cei a trans ar no Museu de Arte Moder na ?
ai
/
182
"N
'
FP - Ent ão deve ter sido em 55.
183
r
son descob riu, que era uma maravi lha. L á ia M á rio Pedro_
sa , Mary Pedro sa , eu , o Oco , amigo dele , o Jackso n ; en-
t ão , a gente ia descob rindo a cidad e , era uma coisa as-
sim. 0 M ário depois... a Mary compr ou uma casa , fez
era uma pessoa que lia muito , que tinha uma cultur a mui
to grande , uma grande sensib ilidad e , que conhec ia prati_
184
Se
camente a todos os artistas europeus , americanos
,
e co-
não os conhecia pessoalmente , mas sabia que eram
s
nhecia tudo. Então era um diálogo assim onde as coisa
iam acontecendo. Entendeu?
natu-
LP - É. Mas passava no sentido assim de uma troca
es
ral. E tamb é m tinha uma coisa que na realidade todos
ses que frequentavam a casa do Mário , esses mais chega-
Já
dos ao Mário , eram todos de uma linha construtiva
,
lho que
havia uma seleção natural pela vontade do traba
voc ê fazia ; isso não impedia que o Guignard fosse muito
bem recebido pelo Mário , o Flávio Shiró tamb é m ,
que e
185
poca , por exemplo , ninguém percebia ou não
gostava , in -
elusive era uma reação muito violenta. Voce
primeiro
e voc ê ,
ser figurativo ; segundo , voc ê não ser abstrato ,
trabalhar só com formas geométricas , era uma
guerra. E
ele
LP Claro. Ele defendia porque era uma coisa que
gostava. Ele não estava interessado em criar uma esco -
la , ou gerir uma escola , nao e nada disso. Mas
era um
ceu aqui no Brasil nessa é poca. Era uma coisa assim , uma
situação privilegiada.
neo-
FP - Qual foi a opinião do Mário nonosurgim ento do
Brasil.
concreto? Ele na é poca não estava
186
LP - que era uma coisa que ele ti
Caligrafia japonesa -
e lá
nha admiração enorme. Ele passou um tempo enorm
porque o Mario era uma pessoa muito profunda. Ele
nao
,
era uma pessoa que improvisava coisas ele ia a fundo
as.
/ /
do? ele era um crí tico aberto às coisas que ele achava
187
que realmente eram relevantes. E era um apaixonado > ele
defendia isso como ele podia at é destruir uma outra coi
sa que ele achasse que nao tinha sentido. Essa paix ão
or, do Mario era uma coisa tamb é m que era muito emocionant e
porque o cr í tico em geral é muito frio , assim , calculiss
ta , ou que fazia uma certa , fazia uma certa intermedia-
ção s ó. 0 Mario n ão , o Mario era um homem que vivia in
'A
LP Claro. Mas e claro , porque sen ão , sen ão ele fica
/
do , informado das coisas que estavam acontecen do , nov í s
simas no mundo inteiro. E era um homem que participa va
das Bienais. Ele fazia parte da Associação Internacio -
nal de Cr í ticos de Arte. Ent ão era um homem reconheci do
no mundo inteiro pelas qualidades dele pelo m é rito de -
le. E era um homem que tinha uma percep ção muito aguda
188
r%
1 189
^
'N -
-
/ V
'
'N
homem que por exemplo , o Mario era uma das pessoas que
190
"“N
/
''"S
191
o so Mario ficou muito chocado e criou-se uma certa difi -
-
' 'N culdade , porque o museu era o único lugar que realmente
poss í vel para voc ê fazer aquela exposi ção aqui no Rio.
'•'v
Ainda n ã o havia o Paç o Imperial , o Museu de Belas Artes
era aquela coisa , entende ? Que estava l á fechada assim
com aquelas coisa l á. Ent ã o n ão havia um espaç o. A Í O
/ -
• 'S movimento assim. E aí o M ário ficou muito envolvido tam
b é m com a salvação do museu.Ele at é fez um projeto mui -
to bonito , o Museu das Origens. Que ele foi propor para
a Niomar e que a Niomar acho que n ão gostou. Que era
~\
/
ia cair numa esparrela destas de folcl ó rica . A Í em 79 ,
192
por-
tinuar o projeto , tudo , mas com mais dificu ldade
r\
que j á n ão havia um lugar para apresen tar ele , que era
a base para voce levanta r o financia mento. Em Sao Paulo
tamb é m j á havia um grande apoio para a exposi ção Mas
,
nuido , inclus ive por causa ... Eu acho que este inc ê n-
dio do museu foi uma coisa que afetou o M ário profun da-
mente. Era um lugar assim que ele tinha uma paix ão , um ,
193
se tom. A Mary tamb é m era de uma eleg ê ncia. Eu nunca vi
um casal assim ; esperar a morte , que era uma coisa ine-
que
vit á vel. 0 Mario n ão sabia , ningu é m falou com ele
ele estava com cancer , mas ele ja devia perceber. Mas
a
LP Tinha
194
los. Uma coisa assim , uma especie de inicio
Ele . come-
•
a hist ó ria do Brasil essa hist ó ria oficia l ,
é uma fic-
Brasil
ç ao. Ent ão ele ia fazer uma outra histori a do
que era lind í ssima, Esses textos eu n ão tenho
aqui comi
FP - E a autobio grafia?
eu acho que sim. Ele tem uma irm ã freira tamb é m , nao
195
quitetura , nao me lembro o nome agora porque conheci
muito pouco , mas o Quito deve saber deles todos.
—
'i
196
w
da situaç ao.
Realm ente nao era ele quem forma va , nao havia uma
FP -
-v, lia muito , estud ava muito , sabia do que estav a acont e -
'
m;
cendo , mas n ã o era pesso a que formav a , de jeito nenhu
n ão era poss í vel isso. Agora , ele presti giava , ele ti -
nha inter esse em acompa nhar o trabal ho , viaja r. Quando
o Ivan come ç ou a fazer aquela cultu ra de autom ó vel , com
aquel a tinta de ripol an , a gente ia para l á para O
do traba lho , elogi ava, porqu e era uma coisa que ele se
envol via tamb é m. Mas ele nunca criou grupo s ou admin is-
r\
197
r\
O
zes , ia eu de carro , levava eles dois para a Praia da
198
/"N
FP - Isso quando ?
H
LP - Ja no final , assim quando ele voltou na ultima vez
em 78. Mas ele era um guerreiro. Quando ele queria de-
199
r\
o com ele ,
FP - Voc ê acha que esses ex í lios mexer am muit
com a perso nalid á de dele ?
pol tica profu ndame nte criat iva , profu ndame nte
í inven ti -
200
tinha personalidades como o ãnio
j de Freitas tamb é m , que
LP - Nao. Lá , quando
í amos , que ficavamos lá hospedados.
' 'V
Então às vezes Carvão tamb é m ia , o Jackson tamb é m ia ,
eu ia as vezes. Ia mais no final , já quando Mário veio
da segunda vez. Mas era assim um lugar delicioso , era
uma praia deserta nessa é poca. SÓ tinha aquela casa da
Mary. Foi ela quem inventou o estilo , construída toda
com material de demolições. Era uma casa super original
aquela casa de dois andares , num lugar que não tinha
nem casa nenhuma. Que é Búzios daquela é poca ; naquela
'"A
201
do quilo mbo que
havia m uns negros assim , reman escen tes
pele negra bri -
ficar am isola dos ; alt í ssimo s , com uma
lhante. Era uma coisa linda , eram lindos
esses morad o-
to dos
FP - Gostar ia que voce falas se do relaci onamen
dois.
mo M ário comple tava ela. E tem uma hist ó ria muito inte-
ressan te que ela conta , que é quando ela conhe ceu o M á-
.
pareci da com ela Essa parte assim , como se conhe ceram ,
isso n ão sei muito bem n ão. Eu conhe ci j á os dois casa
dos , j á juntos .
'-N 202
mente ; sempre por questõ es politicas.
Mas fora disso...
/
^
mais viver". Quando ela foi morar com a Vera aí > e pou -
co depois ela morreu. Agora , ela tamb ém fazia um traba-
TN
'
o. 203
anos ; Ela pesq uisa va
go que ela escr eveu dura nte muito s
--
' v
aquil o inces sant emen te ; Uma pesqu isa
assi m muit o long a ,
de muit os anos.
fez
LP - Ela termi nou mas n ão publ icou. Depoi s ela
~- V
da mulh er pa
outra tradu ç ao das carta s de Jame s Joyc e ,
cada.
ra ele e vice-vers a. E essa foi publi
ã o o que ela
Porq ue . . e ela era muit o cabe ç uda , e ent
.
A
as assi m : " Nao
deter mina va era lei. Ela tinha umas cois
vou faze r isso " ou " Vou faze r isso". A cabe ç
a dela era
O
204
que ela simaptizava mais outros menos. No grupo do Ma-
rio , tinham alguns que eram amigos dela , outros nao e -
ram. Então era uma coisa assim que ela tinha o espaç o
: 205
ou era pela pol í tica?
"h
LP - Aquilo que eu te falei. Eu acho que ele era criati
vo , ele era inventivo nas duas areas. Ele tinha sempre
uma vis ão assim muito din â mica das duas situaçõ es, E
ele trabalhava as duas coisas , vivia as duas coisas da
mesma maneira , intensa e criativa.
O
)
FP - Mas voc ê acha que havia uma distin çã o , o M ário cr í
tico o M ário pol í tico ?
T>
206
T)
uma como outra.
o
LP - Ah , foi uma operaç ao porque tinha que ser levado
para um lugar , o mais proximo. Que tinha que levantar
um lugar , qual era a embaixada que ia aceit á-lo. A do
Chile finalmente , chegou-se a um acordo que ele poderia
... ent ão tinha que ir para um lugar onde ele estava es
condido , que fosse at é conseguir levar ele para a Embai ,
„ '
'h pois n ó s levamos ele porque aí o Embaixador morava dois
207
pr é dios acima, Chegamos a um acordo e ai eu tirei Mario
da casa da Niomar. Eu tinha um Volkswagenzinho , tirei
FP - E o policiamento ?
m
/0
\
208
filmei ele l á na Embaixada do Chile també m.
"h
FP Isso esta naquele livro do ...
•
nha morrido afogado. Porque de repente , a parte da cabe
' A
209
'"'N
ç a ficou para baixo e ele ficou ao contr ário. Quase que
ele morre afogado. A Í eu virei ele de novo e isso foi
vra.
-
'N
210
que eu percebi que depois da morte do M ário , houve uma
tentativa , uma necessidade de negar o M ário. Era uma
forma meio infantil de se afirmar. Outros cr í ticos , nao
sei o que , e ficou um pouco um clima de , assim meio ...
^ A 'w
Tanto que nao se ve hoje praticamente , nao se fala no
M ário. Eu acho que est á mais do que na hora de come -
ç ar ...
211
/X
vai poder
em que voc ê n ão deixa fazer o filme , voce nao
falar do PT , ent ão tinha o PC do B , o Parti d
ão , n ão sei
o que. 0 Mario tinha sido expuls o do Partid ão ,
o Mario
s pes-
era trots kista , ent ão Mario era odiad o por essa
do M á-
soas. Ent ão n ão havia nenhu m inter esse em falar
esta va vi_
rio depois da morte dele ; porqu e enqua nto ele
vo , ele se mexia. Mal ou bem todo mundo falava
. Mas de -
fun ção da
pois disso , ãcho que o silen cio foi muito em
ativi dade pol í tica do M ário. Tanto que eu n ã
o conse gui
x
FP - Mas voce acha que esse abafa mento na parte
/
como
212
de insinuar que Mario estaria com ideias defasadas. Mas
n ão é verdade porque voc ê pega hoje , como voc ê v ê , vem
um cr í tico ou representante da Bienal da Documenta de
213
uma esp é cie de premoni çã o aguda , de pura intelig ê ncia
214
zer uma releitura do Mario porque o Mario est á muito
atual.
FP - Realmente.
215
> A
'A
FP - É muito bonito.
A
/
foi esgotada e eu perdi o meu. Agora , foi engra ç ado na
é poca que o M ário escreveu A op ção imperialista. A Mary-
216
trancava ele: " Agora voce vai escrever". Foi um tal
/N
de
trancar , porque era muita solicitação na casa dele. Nao
sei como ele consegui estudar e trabalhar. AÍ ela isola
va ele assim para ele se conter. Ai a gente ficava la
na sala. Era muita solicitação e ele ... todo mundo lá
o tempo todo , então ele tinha ... ele escrevendo à mão ,
quer dizer , ent ão era uma coisa lenta , devagar.
217
de festas era uma pessoa super alegre , gostava de pas-
sear. A gente ia pelos sub ú rbios visitar as pessoas to-
das. Isso tudo a gente fazia intensamente. Era muito
gostoso.
LP Claro. Tamb é m.
218
Ele queria escrever um trabalho sobre isso. E ele acha -
va que não ia ter tempo , entende?
219
"V
fala muito na cultura do negro , - n ão é? Da cultura do
r\
portugu ê s , mas n ão se fala nunca na cultura do í ndio.O
í ndio tem uma penetraçã o muito maior. A farinha que se
r\
rs
-
'"N
220
î
'"N
'“ 'N
—
r\
ENTREVISTA COM MARIA CARMELITA PEDROSA CAMPOS
14.05.91
Oi
FP - Gostaria que a senhora continuasse a falar sobre o
Mario.
< S
*
MC - Ai é que est á. 0 gravador está me inibindo.
"N
'
MC - Porque meu pai era um homem polí tico , promotor.
Quando o Mário nasceu , ele era agricultor , ele tinha
deixado ... Quando houve a República ele foi posto em
disponibilidade. Ele era juiz l á na Paraí ba. Ent ão ele
foi para o engenho. Comprou o Jussaral e M ário nasceu
-
'N
no Jussaral. Mário nasceu em 1900. Em 1902 ele transfe-
-
riu se deixou o engenho , ele não quis mais saber de
ser agricultor. Foi seguir a carreira dele de advocacia
e aí foi para a Paraíba , João Pessoa. Naquela é poca não
era Jo ão Pessoa , era Paraí ba. Lá o Mário já estava com
o
221
'"N
'"'S
dois anos. Então ficamos em Joao Pessoa at é mais ou me -
nos 1916. Mario nesse interim foi para a Europa estu-
dar , em 1912 , porque estava muito vadio. A razao foi es
ta. Porque papai tinha sido eleito senador mas como ia.
terminar o mandato de um senador aqui no Rio , ele vi -
nha substituir. Ele então não quis trazer a fam í lia. A
família ficou em João Pessoa e ele veio só. E Mario fi -
cou lá , mas aí ele pensou que Mario já estava dando tra
"h balho para estudar , a fazer a escola. E ficar a mamae
"h
com aqueles meninos todos l á. Nisso apareceu uma oportu
nidade de um amigo dele que ia para a Europa levando
'
h
dois meninos que iam para um col é gio lá.
FP - Na Suíç a?
FP - 1916.
MC - 1916. Foi isso 1916. Porque nos nos mudamos de -
pois que ele chegou. Nos viemos em junho.
222
'“ N
O
MC - Faculdade ? Depois que ele entrou para a faculdade ,
ele come ç ou a ... tinha l á um professor que ele dizia
muito o nome em casa. Esse Professor Castro .
FP - Castro Rebello ?
223
me do outro , eu nao sei. Ficou largando suas ideias pa-
"
ra ele. Mas continuou indo assim sem dar muita demons-
''N
traç ao de que as ideias dele estavam sendo diferentes
das nossas.
"N
'
224
r\
ram. Eie foi para ... Ele teve uma vez nos Estados Uni-
‘
FP - Felinto M ü ller ?
ras buscas com a pol í cia , ele foi preso. Ele não foi
MC - É , j á estavam.
225
MC - Ele j á estava em Sao Paulo. Agora n ão sei se Mary
FP - No Di ário da Noite ?
MC Nao. Acho que ele nao passou esse tempo todo nao.
226
MC Sim. Ah , e verdade. Ele foi , mas ele passou pouco
tempo . Passou muito pouco tempo. Esse e o tempo que eu
morava em Sao Paulo. De modo que ai eu nao estava bem
a ... Esqueci . Agora , de fato deve ter sido nessa epo-
ca que ele foi para o sert ão. Deve ter sido isso , ou
ent ão ficou na capital.
227
MC - É. Não , em 1930 ele não foi preso.
" Meu Deus do céu, j á vem not í cias ! ". Alguma coisa ti -
FP - Uma passeata.
/A 229
MC - Fico u basta nte tempo.
, onde se en
FP Foi em 1937 , quan do ele vai para Pari s
volve na Quart a Inte rnac iona l .
-
/ v
r\ os e quand o
MC - É. Depoi s ele foi para os Esta dos Unid
ü ller era dele -
ele volto u dos Esta dos Unid os , Feli nto M
preso . E quan-
gado. Ele fico u preso . Chego u aqui e foi
convi dou-o para
do a Ag ê ncia Amer icana , em Nova Iorqu e ,
Felin to M ü l-
trab alhar l á , aí papai foi no dele gado , ao
filh o a
ler e disse : " Bom , j á que voc ê s não aceit am meu
dei -
qui no Rio , ele chega aqui , vai logo preso , ent ão
xem ele ir embor a. N ão tem nada , n ão fez nada
, ele esta
muit o tris tes. Eles fize ram uma carta para M ário expl -
i
230
a pa-
carta que papai escreveu e mandou para ele fechad
o conte ú
ra ser entregue para ele fechada , ningué m sabe
de 30 , 32.
voc ê ". Aposto como voc ê vai perguntar: " Voc ê vota em
com ele , toda quarta feira ele almoç ava comigo , ela sen
-
tava se ao seu lado , era o tempo todo com ele.
- Tinha
231
FP - Então ele era uma pessoa que estava sempre em con -
Nr tato com a fam ília.
papai morreu tinha aquele choro grande. " Nao nao faç a
isso nao. Reze , rezem , voces não tem fé? Rezem ,
/\
rezem
para ele ". E concordava. Quando ele fez 80 anos , minha
irmã , que é religiosa , mandou perguntar a ele se aceita
ria como presente dela uma missa. Uma missa celebrada
lá no Carmelo com cantos gregorianos. AÍ ele disse : "Na
turalmente que eu recebo eu quero com muito gosto".Mas
não podia ser no dia do aniversário dele porque era um
dia de semana. Então foi no dia l 2 de maio. 0 aniversá -
* rio dele foi celebrado no l 2 de maio. A famí lia foi to-
da para l á e foi uma festa. Ele conversou com ela , as
outras irmãs todas vieram v ê lo , enfim. Mário era muito
-
apegado à gente. Qualquer um de nós. Os meninos gosta -
vam muito dele as meninas ou garotos.
FP - E a morte dele?
232
Os
r\ MC - Quase que eu assisto a morte dele. Porque eu ia
'“
N
les quiseram fundar um centro. Ele ,> meu marido e ou-
tros... 0 Xavier mesmo. Xavier nao conheceu muito J mas
Mario e outros paraibanos quiseram montar um centro pa -
rv raibano. Centro paraibano.
FP - Aqui no Rio?
233
'"N
D
O
MC - Então foram fazer os convites , foram feitos aqui
no Rio. Fizeram uma festa , foram dar uma conferência.
Dr. Castro Pinto é que ia fazer essa conferê ncia. Ele
-
'N tinha sido Presidente do Estado , Governador naquele tem
po. Era Governador , Governador do Estado , depois tinha
sido Senador. Uma pessoa brilhante , brilhante , de uma
intelig ência , mas de uma mod éstia terrível. Para ser
234
''h
'A
'A
ninguém estava percebendo e ele estava
fazendo. E sem -
A
pre comandando. Estudava piano. Então quand
' o a gente
^A
queria ... as vezes ele não estudava piano , mamãe fica
,
va quieta. Quando no domingo ele se preparava para sair
na hora mamae dizia: " Não. Não estudou piano
. Não estu-
dou piano , então nao sai ".
O
O ele. Porque ela nem sabia quem eram nem nada. Eu vou
n
,
^
"Q
235
"'N
'
r>
rs
^\
/~N
e Hermelindo Fiaminghi.
14.07.77
"N
'
236
ENTRE VISTA COM MARIO PEDRO SA
14.07.77
O
237
na ocasi ao nem em í ndio ,
/" N
' aqui do Bras il e nao falav a
form adore s
nem em ocas , enfim , em todos este s eleme ntos
com plano s fan-
da cultu ra ind í gena e voc ê volt ou aqui
a que voc ê me
t ástic os de fazer uma expo si ção. Eu queri
a caus a , o que
diss esse o que que acon tece u qual foi
s eleme ntos cul
moveu voc ê a valor izar , a pesqu isar este
turai s ind í genas.
M ário Pedr osa - Esta t í stic as form id áveis , empre sas for-
mid áveis , arran ha-c é us form id áveis.
t
'- N
238
-
f'»
-
rs
''N distribuí da ao povo. 0 povo não tem nada que ver com is
to. Esta característica desse progressivismo eu não to -
po. 0 Brasil é uma país incompleto porque a Amazônia
são 2/3 do território brasileiro. Então , nao tem saida.
239
mentismo , de
Enquanto não mudar de rumo de desenvolvi
polí tica econominco social , cultural
, a tend ência e
ta , numa região
/*\
transformar a Amazonia numa região deser
da. E os índios
fora do ecumeno brasileiro ; não há saí
maticamente , at é
continuam a morrer paulatinamente siste
de saparecer. Uma nação de quatro milhõ
es de homens que
voce
240
r*\
que os artis-
nao teve tempo ainda de ter contato com o /\
voce tomou
tas brasileiros estão fazendo mas pelo que
conhecimento na Europa o que voc ê teria vontade de di
brasi-
zer sobre a situação atual da arte contemporânea
leira? A situação dos artistas pl ásticos
brasileiros ho
je.
ON
Depois de passar quase dez anos fora
Mário Pedrosa -
do Brasil , eu não posso saber qual é a situação dos ar-
reflexos na Europa?
Mário Pedrosa Eu não sou mais crí tico de arte por ter
-
assumido uma responsabilidade intensa quando existia um
movimento de arte moderna criativo. Hoje nao existe
mais. Quer dizer eu não sou mais crí tico porque não há
mais razao de ser.
241
>
aquilo
houve de importante nas Bienais de Sao Paulo
Rio
que houve de importante no Museu de Arte Moderna do
de Janeiro , o que houve tamb é m de importante como
o mo -
vimento concreto , voc ê foi o ideó logo do movimento
con-
que
cretista brasileiro. Então , eu me pergunto , como e
voc ê chega a esta posição hoje , um homem que influiu co
vo-
mo voc ê influiu na arte brasileira , como é que hoje
c ê acha que não tem mais condiçõ es para assumir este
' pa
quis que voc ê não é mais crí tico porque não há um movi -
mento de renovação , criativo. Agora , me diz uma coisa ,
do
o que voc ê pretende fazer no Museu de Arte Moderna
Rio com esta grande exposição indí gena? Que sem dúvida
,
Rhada Não sei , viu Mário? Nos anos que nós vivemos ,
242
sobre coment ário. Porque todos estes movimentos
sao re -
parte.Eu
flexos de movimentos que já existiram em outra
está
não vou falar sobre o Brasil , eu acho que a arte
es-
em decadência. Me permitam dizer a posição da arte
?
Fiaminghi Voc ê acha que a crí tica de arte não lhe per
-
mite mais ser atuante como voc ê era? Embora como inte -
lectual a sua função é crí tica. Dentro deste aspecto vo
cê acha que os movimentos renovadores que hoje voc ê a -
cha que eles são diluidores? 0 concretismo foi um movi -
mento renovador?
243
'"'V
r\
Mario Pedrosa - Não sei se ele recria mes ele e. De al
guma maneira ele colabora com a criatividade geral , ele
colabora com os artistas.
Mário Pedrosa
A
[
^ - E a gente aprendia também , voce sabe? A
244
•S,
'
•’
' N Rhada - Mario , eu vejo essa dicotomia em relaçã o à cr í -
tica , n ão h á d úvidas. Eu acho que esta condi ção orienta
dora junto aos artistas mesmos e tamb é m criadora num
certo sentido , ela j á desempenhou este papel e agora e -
la n ã o tem mais esta fun ção. Mas eu tamb é m vejo de ou-
tro lado , que a cr í tica , ela assume hoje um papel de di.
vulgação que é importante para o artista , que é impor-
~
/ S
245
A
as
'-N que é.As Bienais estavam ai , todas , para explicare m e £
tes motivos. Hoje elas est ão todas em crise , porque n ão
r\
sino do que pode ser uma sociedad e que olhe para todos
246
'N
isso?
"h
""'i Mario Pedrosa - Um pouco.
O
"h
Rhada - Mario , você não acha que ...
í
Mário Pedrosa - Eu queria falar das três regiões do
O
grande parte do sul retome energia bastante para esten -
der estas energias e dar ao país uma unidade profunda .
Então é uma gigantesca proposição , mas eu sempre faç o
proposições que são gigantescas ou não , isto não impor-
ta. Isto é uma função intrínseca de todo intelectual.
O
sabe
247
.^*S
n
Fiaminghi - Esta sua id éia gigantesca é uma retomada das
nas-
Mario Pedrosa - Eu quero mostrar como um povo que
^ :
ceu do nada , b árbaro somente , não tem nada para ensinar
a nós todos? Tem. Tem porque viveram sempre num meio ho
!
^O mogêneo. Isto , ecologicamente , é de uma profunda verda -
de . Na apresentação desta exposição , a floresta aonde £
O
les viviam esteja presente , para não se querer mais des
_
truir a floresta , porque se continua destruindo a flo -
resta ainda hoje. Os índios viveram nas florestas , viv£
248
'"N
"N
'
'
Fiaminghi - Eu tive oportunidade de constatar isto , o
que voc ê est á dizendo , no projeto que foi levado na pe -
núltima Bienal , na exposição. Eu pude perceber ali que ,
se nós tiv é ssemos que falar em " designer" , que é um ter
O mo importado , realmente nós só vamos falar dos índios .
Porque eu constatei que eles tem um " designer" em fun -
ção. Aquilo que nó s sempre procuramos descobrir , porque
no nosso meio , o nosso "designer" , é uma palavra fácil ,
o " designer" , porque para nós é um problema de status ,
O para o índio ele é natureza , ele é verdadeiro. Percebi
249
Fiaminghi - A palha escura e a palha clara ) não está a-
li apenas para fazer um desenho , e faz. Ela esta ali co
mo estrutura de reforço daquele lado. Onde o cesto e
mais largo ; então uma palha mais resistente , uma palha
mais queimada , uma palha mais cinza.
de criar.
250
Mario Pedrosa -
'
251
o Mario o foi quando da efervesc ência de toda aquela •
o termo crí tico não cabe muito - para o Mario neste aspe£
to. Quer dizer , o Mario , se eu bem entendi , ele partici
_
pa disso. Ent ão , o movimento de arte hoje não proporcio
A
252
to , pr é - renascimento em que havia as corporaç oes e ai
-
's parte da humanidade . Eu sustentei muito profundamente a
O cultura moderna , a cultura da arte moderna. Se generali
zav tudo e existe uma profunda separação do Terceiro
Mundo o hemisf é rio sul do hemisf é rio norte e que nao e
:
^
253
a saída. Eu acho que não se pode mais separar a arte
destes problemas fundamentais. Onde se deduz que a arte
e uma atividade secund ária , decorativa de meios ricos ,
consci ência
Rhada - Voc ê acha Mário , que uma tomada de
como esta , proposta por uma exposição do ní vel que voc ê
vai organizar , ela colabora para o início de uma quebra
de uma mentalidade colonial?
'
artistas concretos. Voc ê foi o teorico do movimento.
•
h
254
certas coisas. Ca
Realmente , voltar atras seria repetir /
m
es criticas , as no
be agora aos revisionistas , as revisõ
que ja fizeram.
vas análises do movimento , mas nao aos
todos os que
Eu estou encontrando este comportamento em
fizeram o concretismo e eu acho valido.
Plenamente váli
do.
por publicações?
trê s Brasis e
ce chame a atenção dos jovens para estes
A
/N
-
outras latino americanas. Agora há algumas correntes de
antropó logos hoje que acham que esta cultura indí gena
256
legado é esta id é ia de que a nossa cultura ind í gena era
paup érrima e tamb ém faz parte desta imposição colonial
257
/S
'
que eles possam pegar , com o tipo de fruta que eles po£
sam ter. Ent ão , ouvindo voc ê agora , eu liguei um outro
aspecto e a í é que eu precisaria de umas informaçõ es.Me
parece que o í ndio sula-americano , dos paises sul-ameri
canos de origem espanhola , herdaram muito de conhecimen
to. Aprenderam a trabalhar com estanho ou trabalhar com
ferro , que os nossos n ão trabalharam , o ouro , a arquite.
tura com pedra. Me parece que aquelas coisas incas , me
lembra muito aquelas casas espanholas. Ent ão , eu acho
que a nossa cultura ind í gena , apesar de tudo , ela e ain
da a mais pura e a que mais pode contribuir ...
258
da se encontra na regi ão amazonica
/N
...
259
/’S
do IDART , na pessoa de
som .1 numa especie de homenagem
Maria Eugenia Franco ...
de
Maria Eugenia - E de Rhada Abramo do Departamento
Artes Plásticas do Centro de Pesquisa
.
e por tu-
s
/
ada como vo
co desta nostalgia. Não assim t ão caracteriz
s de nos
c ê acabou de explicar para a gente , mas algun
rando gri-
tamb é m se enveredou por este caminho , procu J
260
n
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t,
261
.
t
!
n 05.11.91
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rs 262
"•s
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n>
Muito bem , a abertura da mostra de dez anos
sem Ma
RW
rio Pedrosa no Centro Cultural e nada melhor
do que a -
de Morais.
"0 brir como um critico do quilate do Frederico
Frederico , o que voc ê teria a dizer asim ...
aprendi com ele , entre outras coisas , que o crí tico não
O
deve se demitir nunca de sua função , exercer plenamente
O
a sua atividade crí tica , com dignidade , com seriedade ,
com cultura ; em todos os momentos ele deve estar atento ,
O para saber localizar a obra não apenas no contexto , di -
gamos , do seu autor , do artista , mas também no contexto
do país , sobretudo no contexto mais amplo na historia
O
: n da arte. Quer dizer , o Mário tamb é m ensinou que a arte
o é um exercício de liberdade e que a plenitude desse e -
o xerc ício depende naturalmente de um processo democráti -
o co , depende de um processo de abertura polí tica , e que
263
portanto , exercitar a critica é tamb é m exercitar
a de -
an
n\ mocracia. Então eu acho que essa exposição e emocion
te , mais do que merecida e é uma felicidade poder estar
aqui agora.
rio ...
-
'h
zer.9 da maneira como nos recebia ,9 como nos entusiasmava
O e ..
RW - Como pessoa.
'h
'
'•
h FM Exatamente. É isso aí.
264
que pe
RW - Freder ico , esta exposi ção e todo um " leque "
• ..
ga a arte de 50 para c á ; concret a, neocon creta e
mas eu n ão sei , mas acredi to que h ã muito tempo eu
n ão
vi
FM - Bom , eu devo dizer o seguint e : que eu ainda nao
y
e ..
265
FM - Varias vezes. É que eu atualmente tenho umas horas
mortas e ...
RW - Por exemplo ?
266
-
r\
''N
impac to assim da
AC Olha , eu estou aqui sobr e o
nteme nte , quer di -
maio r emo ção de ver uma coisa apare
zer , real mente do passa do mas t ão prese nte.
Uma reun i ão
''N- de trab alhos muito nece ss ário para os dias
de hoje , pa-
.""N conta to com esse s dois ú ltimo s , mas muita s vezes me sur
267
-
''s
que para n ó s era fresco. Nos ainda est ávamos numa é poca
'"'N era
de manuseio desses element os , desses sinais em que
necess ário. A pr ó pria experi ê ncia cubista , ele é muito
semelhan te porque os element os que eles convenci onaram
entre si , de especula r o despojam ento da cor mas a es-
268
expres sionis mo
princ ipalm ente depoi s da ruptu ra com o
que ainda tinha uma origem muito acad ê mica e
que domina
manife sta-
va aqui , que sufoca va qualqu er outro tipo de
pl ásti-
ç ao imper ativa , vamos dizer dentro das artes
quand o
cas claro. E esse traba lho foi feito exatam ente
, que
se preten dia, ainda concr etism o , nao neoco ncret ismo
ind ú s-
a coisa tinha que ser feita numa mesma area da
tria , como se o quadr o fosse uma produção. Coisa
que ho
nha cabe ç a n ão é hoje. Meu esp í rito , num certo veio po-
coisa
de ser mas a minha alma , essa eu acho que e uma
assim sempre , se não é pedan te dizer , em revolução. Al -
de
can ç ando sempre outro s patama res de conhe ciment os ,
divag açã o , de sonho , de fantas ia. Que nesse tempo , ha-
via uma rigide z à esses assun tos , fanta sia , sonho s ...
269
O
isso ..
270
r\
AC - Naneoconcreta.
RW - Na neoconcreta , depois -
exato mas tendo o arcabou
ç o concreto.
eu po-
AC - A emoção foi colocada de uma maneira em que
dia sonhar , entende?
agradecer ...
271
ENTREVIST A COM FAYGA OSTROWER
05.11.91
o
RW - E como e esses quadros estarem expostos dentro do
272
é que a gente vai se projet ar no futuro , Eu a-
de como
porque
cho que por isso esta exposi ção e tao bonita ;
. s a-
ela foi feita com . . Eu acho que nas mais diversa
bordagen s , cada um queria fazer o melhor que podia
. Eu
y •
pessoas .
Eu adorava o Mario como pessoa , uma maravilh a
de pessoa , mas nem sempre concord ava com ele. Ent ão , es
se ambient e que depois ... eu acho que com a ditadur a
273
FO - Não.
RW - Transfor madoras.
274
r * ÁT
ar-
gente quer afinal de contas e isso se reflet e nas
tes , n ão é?
obra?
r\
FO - N ão. A imagem ... voc ê v ê que hoje em dia at é para
fazer pol í tica é preciso fazer uma imagem. N ão é a pes-
soa , n ão s ão as id é ias , n ão é a represen tação de cer-
tas , de certos ideais , n ão , nada disso , é uma imagem
275
que voc ê não pode fingir é criar , voc ê não pode decre-
tar por ... a criação nem pode fingir a criação , nao
dia , voce tem uma coisa fictícia mas deixa , nao chega a
ser uma criação real , verdadeira , genuína , sabe? Voce
ências de vida.
RW
ra uma frase do Mario Faustino , que o Mario Faustino
estava ligado de certa forma ao concretismo ...
~\
/
tistas plásticos que , por acaso venham á esta exposição
possam rever para aprender e aprender para renovar?Quer
dizer , rever o que foi feito d é cadas atrás , qual era o
impulso da arte brasileira na é poca e tentar renovar a
partir daí.
276
da idade , sabe ? Depende do que voc ê quer. Voc ê s ó rece-
be aquilo que voce quer receber n ão é ? Se voc ê n ão es-
A
CN
277
J
0 Mario ja ha-
via se refugiado , v ários intelectuais j á estavam sendo
perseguidos ; ent ão , o M ário para a gente era um exemplo
intelectual , um exemplo de , enfim , de pensamento um
exemplo , no fundo mesmo de vontade de mudan ç a , de revo-
lução propriamente. No fundo ele é uma fonte de inspira
ção para minha geração que come ç a a trabalhar a partir
de uma s é rie de ideias lan ç adas por ele como estopim.
278
' S •
's
dele para
Ç como um grande intelectual , me aproximo
° exposi ção ago-
O beber nessa fonte. Quer dizer , ver essa
ra , montada com esses artistas , Volpi , Palatnik 1
Weis -
smann , Carvão , quer dizer , artistas que eu já
admirava
a como
O muito naquela epoca; ver essa exposição montad
rs de ...
-
^
RW - Voc ê conhecia essas obras?
)
-
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^
n
^o
o
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r\
o
o
o
o
o
280
O
“N
'
O
M ário Pedrosa e eu expus á ele o meu dilema. " N ão posso
fazer aquilo. Se eu vou fazer aquilo , estou traindo a
281
de den-
mim mesmo. Eu n ão essa possibil idade de extrair
'
' N tro de mim umas coisas t ão ricas , t ão fabulosa s como
que voc ê sente , que voce tem uma afinidad e com aquilo.
Ent ão , eu tinha ...
282
AP - Eu comecei a trabalhar com engrenagen s , rodas de .
RW - N ão h á necessida de de um significado ?
283
ca que á forma é uma coisa importante . que tem atuação
'
A
284
AP Eu acho que nao. 0 Mario podia ser ... ele era re-
/ /
285
RW - A sabedoria do Mario , da ...
286
que tinha a
provav elment e , o Portin ari era uma figura
da . si-
sua import ância , é indubi t ável > ele agia dentro
... Eu mesmo me lembro , logo
tuação da epoca , de coisa
no come ç o , antes de eu conhec er o M ário Pedrosa
, eu fui
at é Por
RW - Ent ão na exposi ção > no Mario Pedrosa , cabe
r
tinari ?
pelo
Y Adriano de Aquino - É porque o Portin ari parecia ,
por-
menos para a minha geração foi mais ou menos isso ,
que o Portin ari nos parecia, por toda a divulgação ofi -
cial , ele nos parecia o pintor moderno. Enquant o n ó s sa
b í amos que isto era um embuste , ele n ão era " o " pintor
moderno. 0 pintor moderno era o Volpi ; o pintor moder-
no eram outros pintore s.
AP - Exato.
287
J,
'"
' N
O*
AP - Era considerado moderno mas nao era ; era realmente
acad é mico. E isso que o Mario sempre ... sempre achava
‘
Adriano de Aquino - Essa posi ção que o Palatnik acabou
^ de revelar , eu acho que no fundo , deveria ser o que de
fato , poucos encontros que eu digo , n ó s n ão falamos e _s
pecificamente do Portinari mas , quer dizer , no fundo ,
o que a gente pode captar em torno da discuss ão do que
se falava na é poca , era exatamente isso , quer dizer , o
Portinari enquanto laudo oficial da pintura moderna mas
nada mais que isso.
AP - É isso aí.
í 288
'
-
Coca Cola. Na verdade a gente urina. Porque ele diz que
é uma contestação ao Tio Sam , à todo um capitalismo , a
toda ... quer dizer , uma situação polí tica , assim no Pe
drosa mesmo , uma atitude. E isso foi realizado l ã , com
ele presente , o Frederico ...
^89
RW paradoxal voc ê fazer uma arte contestatoria
- Não é
Ipanema?
dentro de uma galeria de alta burguesia em
fogo ,
AM - Ah sim , mas de repente voc ê esta dentro do
voc ê está perto do fogo e voc ê tem mais ê que sair no
O
RW 0 famoso nu de Antonio Manuel.
290
Quer dizer , me ensinou toda uma estetic a , uma maneira
vida ,
de vida e princip almente assim , o lado humano da
que
todo um conhecim ento , um saber que o Pedrosa tinha ,
era assim fant ástico impressi onante e sem , digamos as-
ã .
sim , uma coisa pomposa , um intelec tual ó ide. Pedrosa n o
Ele era um espont âneo nas coisas que ele fazia e na es-
pontane idade dele , cheio de saber e - cheio de energia
tamb em •
/X
Isso 50
291
A
-
seis anos , chama se Mario em homenagem ao Mario Pedro -
sa.
293
./*N
RW 0 Museu do Inconsciente?
RW Que e de 48 ...
294
FS ... ainda em tintas fresca s . Ent ão eu vi esse qua-
para tr ás , N ão é ?
dro e minha mem ó ria voltou muitos anos
incapa z de pintar
48. E quando eu vi esse quadro , fui
<v /
w
j
mos uma relação assim de amizad e , de uma fam í lia e tiv£
mos assim porque eu era garoto ; e ele ja era um homem
RW Era o mestre.
nha por ele ... É por isso que , se n ão tem quadro meu
295
m
-
^v
o 296
»