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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E SAÚDE

BIBLIOTHECA NACIONAL

DOCUMENTOS
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HISTÓRICOS
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DOCUMENTOS
HISTÓRICOS
1559-1577

ProDimenlos Seculares e E.ilesíjsliios

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VOL. XXXVI

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EXPLICAÇÃO

dos Pro-
Este volume completa a publicação
vem do
vimentos Seculares e Eclesiásticos, que
que con^
anterior, e inicia o das Provisões Reaesalguns
tinúa no seguinte. Para elle passam do pro-
vimentos mencionados na Explicação numero prece-
ao de
dente, suprimidos por excederem
Taes foram as cartas
paginas convencionado. de 1559 esta
regias de 7 e de 14 de Setembro
cada mez aoo
declarando o mantimento que cabia
no Brasil, e
Padres da Companhia de Jesus ver os me-
aquella nomeado Luis Martins para manei^
taes que se dizia haver nestas partes, pela
determinasse.
ra e ordem que o governador segum-
Sabe-se que Luis Martins, no anno
de Sã para o
te, veio em companhia de Men
Sao Vicente,
Sul, com destino á Capitania de
insistência as no-
onde se propalavam com mais
Al. fez duas en-
tidas sobre achados auriferos.
Braz Cubas,
tradas ao sertão, a primera com da_ es^o
da qual estava de volta no começo 1561.
de que
chuvosa, Outubro ou Novembro
infere-se do epi-
nessa oceasião descobriu ouro, -
Varnhagen,
tafio do fundador de Santos, 16,
Historia Geral dd Brasil tomo segundo, ps.

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da 3.R edição; na outra entrada, em que por doen-
te não o acompanhou Brás Cubas, penetrou até
trinta léguas do litoral e achou o ouro que mos-
trou aos officiaes da Câmara da Villa do Porto
de Santos, reunidos por seu requerimento, con-
forme consta da certidão passada pelo tabellião
Jacome da Mota, em 11 de Maio de 1562, pu-
blicada nos Annaes da Bibliotheca Nacional, vo-
lume XXVII, ps. 235-236.
Passam ainda para este volume, pelo mo-
tivo declarado, os alvarás de 3 de Agosto de
1557, encarregando de ouvidor geral e de pro-
vedor-mór da fazenda ao licenciado Braz Fra-
goso, que chegou a Bahia com o segundo bispo
D. Pedro Leitão e tomou posse de seus cargos
em 4 de Dezembro de 1559. Além dos 200$000
de ordenado, que lhe cabiam como ouvidor ge-
ral, teve mais 60$000 de mantimento pelo officio
de provedor-mór. O primeiro desses cargos per-
tencera ao Dr. Pero Borges, a quem por carta
regia de 9 de Setembro de 1559 se mandava for-
necer agasalho e embarcação para regressar ao
Reino, logo que acabasse de dar sua residência;
o segundo fora de Antônio Cardoso de Barros,
que veio com Thomé de Sousa e foi companheiro
do bispo D. Pero Fernandes na tragédia do
Cururipe.
Por dois outros alvarás, agora publicados
neste volume, teve Braz Fragoso 600 réis por mez
para cada um dos dois homens seus; assentados
em soldo, que o deviam servir por seus cargos.1
Entre vários provimentos eclesiásticos que
se seguem, todos do anno de 1559, vêm a carta
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onde se fez acrescentamento aos ordenados
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do deão, chantre, mestre-escola, thesoureiro e '


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seis conegos da Sé da cidade do Salvador, e a


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provisão por que se mandou fosse pago ao bispo ¦ ¦'¦: . "\C--k-¦-;.a ::,:.;¦. r-rx.ifry-rrr-vi
e cabido pelas rendas dos dízimos é miunças
daquella cidade, de Pernambuco e dos Ilhéos.
Construia-se a Sé da cidade; para suas
obras, por alvará de 14 de Setembro, mandou-se
dar 100$000 cada anno até serem acabadas de
todo; mas outro alvará da mesma data determi-
nou que daquella importância só se dessem réis
40$000, continuados, e mais outro tanto para
os reparos, depois de concluídas. Para haver \tf

um tangedor de órgãos, por alvará de 9 de Se-


tembro foi arbitrado o mantimento annual de
12$000, enquanto se hão acabassem as obras da
Sé, porque, quando fossem terminadas, haveria
o ordenado de 40$000; para o serviço das mis-
sas e das lâmpadas, o alvará de 13 de Setembro
mandou dar cada anno uma pipa de vinho, quin-
ze alqueires de farinha e um quarto de azeite.
A carta regia de 15 de Junho determinou que
houvesse na Sé um mestre de canto, que servisse
de mestre da capella, não devendo ser nomeado
para esse cargo dignidade nem conego, por ser
isso do serviço da mesma Sé, ainda que houves-
se algum com provisão do bispo D. Pero Fer-
nandes, pondo-se ao que fosse novamente pro-
vido o encargo de ensinar mais órfãos e pobres
do que então se ensinava. O alvará de 30 de
Agosto providenciou para que, quando na Sé
servisse uma' pessoa dois cargos compatíveis,
como conego e pregador, ou outros benefícios
semelhantes, de maneira que por servir um não
perdesse o serviço do outro, pudesse vencer os
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' mantimentos e ordenados dos mesmos cargos,


A
- salvo o caso das distribuições quotidianas.
carta regia de 10 de Setembro deu poderes ao
em nome do rei as
governador para apresentar tra-
dignidades da Sé, porquanto seria grande
balho, opressão e despesas aos clérigos que hou-
vessem de ser providos das dignidades, conezias,
vigararias, capellas, etc, irem ao Reino a pedir
a Sua Alteza que os apresentasse aos ditos ber
neficios. Pelo alvará de 12 de Setembro man-
dou o rei que á custa de sua fazenda se fizesse
na cidade do Salvador um aljube para prisão dos
clérigos, metendo-se a obra em pregão e arre-
matação por empreitada a bons officiaes, que a
quizessem fazer por menor preço.
Seguem-se outros provimentos eclesiásticos,
de caracter individual, como seja o alvará de
15 de Junho de 1559, autorizando o bispo a vi-
sitar os clérigos da costa do Brasil; outro de 4
de Setembro, mandando dar-lhe embarcação;
quando fosse visitar os lugares de seu bispado;
outro ainda de 16 de Setembro, para que pu-
desse mandar comprar e resgatar dos gentios e
naturaes da terra o que necessitasse para uso e
maneio de sua casa e mantença de seus escra-
vos, não só na Bahia, como em quaesquer partes
de seu bispado, a troco de moeda e mercadorias
com que os christãos podiam resgatar com os
índios; mais outro, de 4 de Setembro, dava-lhe
200$000 mais, por três annos, correndo esse
tempo do primeiro dia de Janeiro de 1559. Esse
acrescentamento foi continuado por mais um
triennio, a começar do primeiro de Janeiro de
1562, por força do alvará de 2 de Setembro do

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anno anterior. Em 8 de Maio de 1565 o bispo


dirigiu uma petição ao governador, alegando ter
um alvará de Sua Alteza de 200$000 de mercê,
alem de seu ordenado, o qual já mandara duas
vezes reformar, e pedindo-lhe passasse certidão
do que lhe era devido na terça de 1565, que
começou em Janeiro; o governador deferiu, pas-
sando-se-lhe provisão para seu pagamento me-
diante fiadores idôneos, que obrigavam suas fa-
zendas e pessoas, sendo caso que ao bispo não
viesse reforma do alvará, e que foram seguida-
mente Fernão Vaz da Costa e Garcia d'Ávila. w -..
Ao bispo veio afinal a provisão dos 200$000 de
mercê, enquanto Sua Alteza não mandasse o
contrario, ficando por essa razão desobrigados
os fiadores, por assento lavrado em 22 de Ou-
tubro de 1566. Por alvará de 2 de Setembro de
1562, teve o bispo os 20$000 ordenados para o
não fosse
pregador da Sé, enquanto esse cargo
provido.
Os pagamentos dos ordenados ao bispo e
cabido eram effectuados na Bahia pelos rendei-
ros dos dizimos dos assucares Heitor Antunes,
Francisco de Aguilar e Manuel da Costa; em
Pernambuco, pelo almoxarife Pedro Rodrigues
Anzulho e Amador de Alpoim; ainda na Bahia
de Maga-
pelos thesoureiros Gaspar de Barros
lhães e Luis d'Armas, e pelo rendeiro dos dizi-
mos das miunças Manuel Affonso.
A respeito do vigário geral Dr. Francisco
Fernandes acham-se aqui reunidos seis provi-
mentos: a carta regia de 4 de Fevereiro de 1557,
na qual lhe foi muito encommendado que em tudo
o que os Padres da Companhia de Jesus lhe

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e fazendo
pedissem os ajudasse e favorecesse,
outras recommendações acerca do serviço do
culto divino e da paz entre os conegos, que con-
stava não a tinham entre si tão inteiramente
como convinha; a provisão do cabido, de 26 de
Agosto do mesmo anno, para que servisse de
do falleci-
provisor e vigário geral na vagante
mento de D. Pero Fernandes; o alvará de 13
de Setembro de 1559, para se passar certidão
do que liquidamente lhe fosse devido nas partes
do Brasil afim de lhe ser pago no Reino; outro
alvará da mesma data, mandando dar-lhe embar-
cação para transportar-se ao Reino; a carta regia
a 14 de Setembro, para qüe ajudasse com seu
parecer ao bispo D. Pedro Leitão, demorando-
"tempo
se para isso na sede do bispado o que
fosse preciso, não passando de um anno; e a
certidão do bispo D. Pedro Leitão do tempo em
que serviu os cargos de vigário geral e provisor.
No cargo de deão da Sé, vago por fallecimen-
to de Fernão Pires, foi confirmado o clérigo de
missa Marcos Pires, nomeado por carta de apre-
. sentação do rei D. Sebastião, de 30 de Junho
de 1559 e empossado em 14 de Dezembro do
mesmo anno. Por provisão de 11 dos mesmos
mez e anno, foi nomeado o clérigo Ruy Pimenta
para a conezia que vagou por falíecimento de
Diogo Marques; o clérigo Bartholomeu Garcia,
para a conezia que renunciou Luis Barreiros; o
clérigo Pedro da Fonseca, para a conezia de
Diogo Gonçalves, que falleceur o clérigo João
Fernandes, para a conezia de Duarte Dias; o
clérigo Domingos Martins, para a conezia de
Affonso Pires; para meias cohezias, os clérigos
Francisco de Paiva, Antônio Pinto e Francisco
de Argolo; para mestre de capella, Bartholomeu
Pires, e para moços do coro, Felippe e Belchior.
Os nomeados tiveram na mesma data a apresen-
tação do governador Men de Sá. O Padre Ruy
Pimenta renunciou sua conezia em favor do pa-
dre Antônio Pinto; foi posteriormente provido no
chantrado da Sé, do qual tomou posse em 6 de
Setembro de 1560.
Por provisão de 13 de Fevereiro de 1563
foi nomeado o padre Simão Gonçalves para o
cargo de cura da Sé, que havia perdido o padre
adultério e outros
João Lourenço, querelado por
crimes; para a parochia separada da mesma Sé
foi provido o clérigo Vicente Rolão, que come-
1562; para a
çou a servir em 12 de Março de
vigararia da igreja da Villa-Velha, pela renun-
ciação de Pedro da Fonseca, foi provido o clérigo
ambas as fór-
João Barantes (ou Marantes, que
mas se encontram nos documentos), que come-
1562 e aca-
çou a servir em 12 de Fevereiro de
bou em 4 de Abril de 1565; para cura da igreja
de Igaraçu, foi provido o clérigo Pedro Annes
do Vale; para a vigararia de Pernambuco, vaga
o clérigo Sil-
por fallecimento de Pedro Manso,
vestre Lourenço; para um beneficio na Capitania
de Olinda da Nova Lusitânia, o clérigo Pedro
Barbosa; para a vigararia da Capitania de Ita-
marácá, o clérigo Domingos Martins Monteiro.
Para as diversas capellanias da S.é da cidade do
Salvador aparecem providos e confirmados os
clérigos Pero Gonçalves, que tomou posse no
Miguel Martins,
primeiro de Fevereiro de 1560;
na que vagou pela renunciação de Marcai Ro-
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drigues, posse em 6 de Setembro do mesmo
anno; Diogo Rodrigues, na que vagou pela re-
nunciação de Henrique Nunes, posse em 21 do
mesmo mez e anno; Manuel Affonso, filho do
cirurgião mestre Affonso, na que vagou pela
renunciação de Jacobus Rodrigues, posse em 5
de Outubro do mesmo anno; e Henrique Rodri-
gues, na que vagou pela renunciação de Vicente
Rolão, posse em 20 de Março de 1562.
Outros documentos se referem ainda a ne-
gocios eclesiásticos neste volume, mas são prin-
cipaes os arrolados aqui.
Quanto aos provimentos seculares, que se
seguem, merece menção o alvará do governador
Men de Sá, de 13 de Maio de 1559, por onde
Antônio Ribeiro passou a servir de provedor da
Capitania da Bahia até ter provisão de Sua Al-
teza; teve-a realmente com a data de 9 de Junho
daquelle anno, porque era casado com Maria
de Argolo, filha de Rodrigo, o castelhano, de-
funto, e Joanna Barbosa, sua mulher. Antônio
Ribeiro e Maria de Argolo tiveram a descen-
dencia que se vê em Jaboatão, Catalogo Genea-
lógico, in Revista do Instituto Histórico, tomo
LII, parte l.a ps. 181, na qual se conta o bispo
de Ceuta D. Agostinho Ribeiro, baptisado a 4
de Março de 1564. Com outra filha de Rodrigo
de Argfojo casou Christovão Pires, que teve por
isso o officio de escrivão do thesouro da Capi-
tania da Bahia, por provisão do governador de
24 de Junho de 1563, coma obrigação de ir ou
mandar ao Reino, dentro de dois annos, a buscar
provisão confirmada. Merece igualmente men-
ção o alvará de 17 de Agosto de 1559, que di-

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XIII

vidiu o officio de escrivão da fazenda em dois


ramos, para nelles servirem Manuel de Oliva
de Mendonça e Francisco de Barbuda (Bar-
budo e Barbedo se lê por erro na cópia do có-
dice aqui transcripto), casados com duas filhas
de Luisa de Manjoulo, que pelos serviços de
seu defunto marido Simão Rabeilo tinha o ai-
vara de lembrança de 16 de Dezembro de 1556,
— por isso que entre os dois havia duvidas e
desconfianças sobre qual das filhas de Luisa de
Manjoulo seria a possuidora do officio dotal.
Em relação a Barbuda esta noticia discorda da
que anda em Jaboatão, Catalogo Geneatogico
citado, ps. 127-128, que o dá casado tres vezes,
mas-nenhuma deilas com qualquer das filhas de
Simão Rabeilo. Esse Barbuda é o mesmo a
a baixo,
quem mandou abrir pelas costas de alto
com um machado, Paulo de Carvalhal de Vas-
concellos, que por esse crime foi degolado na
Bahia, — Annaes da Bibliotheca Nacional vol.
XLIX, ps. 80.
A provisão real de 12 de Maio de 1559
deu a Fernão Vaz da Costa, casado com Cie-
mencia Doria (na cópia do códice aqui tran-
scripto lê-se — de Lira, por erro), uma das órfãs
vindas no governo de D. Duarte da Costa, o
officio de contador das partes do Brasil, o qual
devia começar a servir tanto que Damião Lopes,
aca-
que o ocupava por provisão do governador,
basse o triennio. Essa provisão real foi aposti-
lada em 4 de Agosto do mesmo anno, para que
Fernão Vaz tivesse o cargo por dez annos, que
começaram a correr de 11 de Maio de 1561,
tomou posse aquelle
quanto prestou juramento e
contador.
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drigues, posse em 6 de Setembro do mesmo


anno; Diogo Rodrigues, na que vagou pela re-
nunciação de Henrique Nunes, posse em 21 do
mesmo mez e anno; Manuel Affonso, filho do
cirurgião mestre Affonso, na que vagou pela
renunciação de Jacobus Rodrigues, posse em 5
de Outubro do mesmo anno; e Henrique Rodri-
gues, na que vagou pela renunciação de Vicente
Rolão, posse em 20 de Março de 1562.
Outros documentos se referem ainda a ne-
gocios eclesiásticos neste volume, mas são prin-
cipaes os arrolados aqui.
Quanto aos provimentos seculares, que se
seguem, merece menção o alvará do governador
Men de Sá, de 13 de Maio de 1559, por onde
Antônio Ribeiro passou a servir de provedor da
Capitania da Bahia até ter provisão de Sua Al-
teza; teve-a realmente com a data de 9 de Junho
daquelle anno, porque era casado com Maria
de Ârgolo, filha de Rodrigo, o castelhano, de-
funto, e Joanna Barbosa, sua mulher. Antônio
Ribeiro e Maria de Argolo tiveram a descen-
dencia que se vê em Jaboatão, Catalogo Genea-
lógico, in Revista do Instituto Histórico, tomo
LII, parte l.a ps. 181, na qual se conta o bispo
de Ceuta D. Agostinho Ribeiro, baptisado a 4
de Março de 1564. Com outra filha de Rodrigo
de Argolo casou Christovão Pires, que teve por
isso o officio de escrivão do thesouro da Capi-
tania da Bahia, por provisão do governador de
24 de Junho de 1563, com a obrigação de ir ou
mandar ao Reino, dentro de dois annos, a buscar
provisão confirmada. Merece igualmente men-
ção o alvará de 17 de Agosto de 1559, que di-

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XIII

vidiu o officio de escrivão da fazenda em dois


ramos, para nelles servirem Manuel de Oliva
de Mendonça e Francisco de Barbuda (Bar-
budo e Barbedo se lê por erro na cópia do có-
dice aqui transcripto), casados com duas filhas
de Luisa de Manjoulo, que pelos serviços de
seu defunto marido Simão Rabello tinha o ai-
vara de lembrança de 16 de Dezembro de 1556,
— por isso que entre os dois havia duvidas e
desconfianças sobre qual das filhas de Luisa de
Manjoulo seria a possuidora do officio dotal.
Em relação a Barbuda esta noticia discorda da
que anda em Jaboatão, Catalogo Genealogico
citado, ps. 127-128, que o dá casado três vezes,
mas-nenhuma dellas com qualquer das filhas de
Simão Rabello. Esse Barbuda é o mesmo a
a baixo,
quem mandou abrir pelas costas de alto
com um machado, Paulo de Carvalhal de Vas-
concellos, que por esse crime foi degolado na
Bahia, — Annaes da Bibliotheca Nacionai, vol
xlix, ps. 80. r ircn
A provisão real de 12 de Maio de 1559
deu a Fernão Vaz da Costa, casado com Cie-
mencia Doria (na cópia do códice aqui tran-
scripto lê-se — de Lira, por erro), uma das órfãs
vindas no governo de D. Duarte da Costa, o
officio de contador das partes do Brasil, o qual
devia começar a servir tanto que Damião Lopes,
do governador, aca-
que o ocupava por provisão V "'
bksse o triennio. Essa provisão real foi aposti-
lada em 4 de Agosto do mesmo anno, para que
Fernão Vaz tivesse o cargo por dez annos, que
começaram a correr de 11 de Maio de 1561,
tomou posse aqueile
quanto prestou juramento e
contador.
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de 1559 .
A provisão real de 26 de Junho
casado com
fez mercê a Salvador da Fonseca, vieram
Anna de Paiva, uma das seis órfãs que de e*
em companhia de Men de Sá, do officio da
crivão do provedor da cidade do Salvador
de Ja-
Bahia, o qual começou a servir cm 28
Moraes,
neiro Je 1562, quando Francisco dc
acabou
provido por três annos pelo governador, do vo-
seu tempo. A acrescentar á Explicação
de
lume anterior (ps. XVI), o casamento
vie-
Anna de Paiva, faltando das seis órfãs que
ram com o terceiro governador apenas o de Da-
miana dc Gocs; aliás todas casaram honrada-
mente, como disse Men de Sá no capitulo ter-
ceiro do seu Instrumento, in Annaes da Biblio-
theca Nacional vol. XXVII, ps. 131, e jura-
ram diversas testemunhas inquiridas no mesmo
Instrumento. Essas donzellas vieram sob a
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mulher,
guarda de Braz Alcoforado e sua
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ibidem, ps. 186. .


Por provisão de Men dc Sá, de 11 de
cargo
Janeiro de 1561, Pedro Teixeira teve o
de contador da fazenda real; delle não tomou
posse, porque logo depois teve o dc almoxarife
do armazém de mantimentos da cidade, por pro-
visão do mesmo governador e em virtude de
renuncia dc Diogo- Lopes de Meira, que o ocu-
pava.
Rodrigo de Freitas teve provisão de D.
João III para servir o cargo de escrivão do the-
souro das rendas reaes, mas sua provisão se
perdeu no naufrágio da náu Nossa Senhora da
Ajuda. Veio-lhe resalva que contém alguns
erros na cópia aqui reproduzida: deve essa re-

¦: *¦ '."'
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XV
não
salva ser de 1555, e não de 1565, de 30 e
uma
de 31 de Novembro, dia inexistente. Tem
apostila com a data de 9 de Março de 1559, que
"Hei
diz: por bem que esta Carta passe pela
tempo,
Chancellaria, posto que seja passado o
Mando
em que por ella houvera de passar, e
Livro das
a Gabriel de Moura que a registe no
Mercês, que faço, posto que também seja pas-
re-
sado o tempo em que nelle houvera deser
rainha. Por
gistada". Estava assignada pela
ter Rodrigo de Freitas entrado para a Compa-
officio
nhia de Jesus, proveu Men de Sá no
Alvares por todo
que lhe pertencia a Sebastião bem.
o tempo que Sua Alteza houvesse por
Dessa provisão não se apura a data, porque
estão em branco na cópia os algarismos do anno,
de Freitas pas-
quiçá 1560. O padre Rodrigo 1573
sou a Pernambuco,em 1568; em fins de
veio para a Bahia com o Dr. Antônio de bale-
sua
ma e dahi seguiu para Lisboa, levando em
ao
companhia o indio Ambrosio Pires; voltou
de
Brasil em 1583 com o visitador Christovão
Gouvêa e o padre Fernão Cardim.
Por provisão do governador, de 29 de Ue-
cru-
zembro de 1559, Antônio Homem teve dez
zados em cada anno por seus serviços, enquan-
to não tivesse outro ordenado de Sua Alteza;
do
por outra provisão do mesmo governador, teve o
derradeiro de Dezembro daquelle anno,
cirurgião mestre Affonso 6$000 de ordenado
a botica; por ou-
pelo trabalho que tinha com Bar-
tra, de 8 de Janeiro de 1560, teve Gaspar de
ros de Magalhães o officio de contador das par-
Diogo
tes do Brasil. Esse Gaspar de Barros e
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10 daquelles
Lopes de Meira foram providos em
cargos de
mez e anno por Men de Sá para os
serem taes car-
juizes dos feitos da fazenda por
ausência do governa-
gos necessários durante a de Ja-
dor, que estava para partir para o Rio
"^
1558
À provisão real de 4 de Setembro de
de
mandou pagar a Paios Dias a tença anmial
15^.
12$720, a partir do dia de Sao João de
Essa provisão tem uma nota á margem: Palie-
de
ceu Paios Dias aos 5 dias do Mez de Junho — Oli-
1569 annos, pelo que puz esta Verba.
va
Por provisão de Men de Sá, de 3 de Ja-
neiro (de 1560), foi Antônio Serrâo nomeado
em que o go-
para servir de escrivão da armada
vernador ia ao Rio de Janeiro e a correr a costa;
da segunda armada que veio correr a costa e
feitor Ja-
povoar o Rio de Janeiro, foi nomeado
come Pinheiro, por provisão do mesmo gover-
nador, de 9 de Setembro de 1563.
Por carta de 24 de Dezembro de 1560 fez
Men de Sá a Vasco Rodrigues de Caldas e cem
homens brancos, que iam ao sertão a descobrir
minas de ouro, prata, aljofar, pedras preciosas
e outros quaesquer metaes, a mercê de isenta-los
de dizimos, sisa, quarto, quinto e demais direi-
tos sobre tudo que por ventura trouxessem. Essa
carta de mercê já se lê nos Annaes da Bibliothe~
ca Nacional vol. XXVII, ps. 231-233. A ex-
pedição de Vasco Rodrigues de Caldas parece
ter-se realizado nos dois primeiros mezes de
1561, porque a ella é que se deve referir uma
carta de Felippe Guilhem, datada de 12 de Mar-
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XVII
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era
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ço desse anno, que se lê, muito mutilada,


Sousa Viterbo, Trabalhos náuticos dos Porfu-
I, 150-
guezes nos séculos XVI e XVIL vol. ps.
152, Lisboa, 1898. Outra carta, esta do Padre
Leonardo do Valle, escripta na Bahia em 26 de
"O
anno
Junho de 1562, insere esta noticia:
ou es-
passado se fez uma entrada com atoardas
dos
peranças que havia de ouro, em que ia um
honrados da terra por capitão de certos homens,
assi da mesma terra, como da nau da índia São
Paulo, que aqui veio, e se deixaram ficar pera
isso..." — Cartas avulsas (dos Jesuítas), edi-
ção da Academia Brasileira na Collecçâo Afra-
nio Peixoto, ps. 365, Rio, 1931. Dessa nau
São Paulo era capitão Ruy de Mello da Câmara,
do
que veio de arribada a Bahia e foi provido
necessário que havia na terra por Men de Sá,
Annaes citados, ps. 164. Conforme hypothese
muito aceitável, a bandeira encaminhou-se pelo
valle do Paraguaçu acima e attingiu á chapada
Diamantina, sessenta ou setenta léguas pelo ser-
tão a dentro. Hostilidades do gentio puzeram
em grande perigo os expedicionários e fizeram
mangrar inteiramente seus intentos. ¦Ai
Vasco Rodrigues de Caldas fora vereador
da Gamara da Bahia e como seu procurador an-
dou por Lisboa, a propugnar pelas liberdades
dos habitantes do Brasil perante a rainha, piei-
teando a reducção da somma sobre que o ou-
vidor geral tinha alçada, e que passasse essa ai-
cada a- um tribunal presidido pelo governador,
do qual a Câmara participasse, e ainda outros
benefícios. A carta dos officiaes da Câmara,
de 22 de Julho de 1562, dirigida á rainha, apre-

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XVIII
tinha servi-
sentava-o como pessoa nobre, que
do de vereador, com bons serviços nas guerras
cre-
da Capitania, a quem Sua Alteza podia dar
~- Annaes cita-
dito a tudo quanto dissesse,
dias
dos, ps. 237. Outra carta da Câmara, dois
depois, particularizava suas queixas e preten-
ções, ibidem, 239-241.
O officio de carcereiro de cadeia e presos
delia deu Men de Sa, por provisão de 3 de Ju-
nho de 1562, a Francisco Homem, com 5$60ü
do que tinham os
por anno, que era mais 2$000
outros carcereiros. João de Castilho fora feito
condestavel dos bombardeios de Porto-Seguro
se perdesse sua
por Thomé de Sousa; mas como outra
provisão, Men de Sá lhe mandou passar
em 7 de Outubro de 1560. Para almoxarife
da villa de Porto Seguro proveu aquelle gover-
nador, em 9 de Dezembro de 1562, a João de
£astro; a Affonso Rodrigues Bacelar, em dia
qué está em branco, de Outubro, que deve ser
de 1560, proveu o mesmo governador no officio
dè provedor da Capitania de Itamaracá.
Por ultimo, a Diogo Zorrilla, moço da ca-
mara da infanta D. Maria, è que se achou em
todas as guerras que o governador D. Duarte
da Costa teve com Índios, Men de Sá fez mercê
do officio de alcaide do mar da cidade do Salva-
dor, por despacho e provisão de 8 é 18 de Ja-
11 ¦* ' -' neiro (?) de 1571. Sobre esse Zorrilla, persò-
hageffl interessante na colônia, veja Varrihagen, '¦

Historia Gerai do Brasil tomo primeiro,- ps. 425


14' v,

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*' (nota 35), 435 (nota 3) t 440v(nota 13), da
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4;a edição.
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XIX

No anterior volume (ps. 344-345) inseriu-


se um documento importante, ao qual escapou
referencia especial no lugar competente. Trata-
se da participação que fez o governador Dom
Duarte da Costa de uma ordem de Sua Alteza,
para que nada mais se dispendesse ã custa da
real fazenda com as mulheres fidalgas castelha-
nas, que Thomé de Sousa mandara vir do Porto
dos Patos para a Capitania de São Vicente.
Thomé de Souza fora informado de que uma
armada de Diogo de Senabria nomeado gover-
nador do Rio da Prata, naufragara perto da ilha
de Santa Catharina, e dè como por aquellas
bandas estavam ao desamparo umas sessenta
pessoas, entre as quaes várias mulheres D. Men-
cia de Calderon, mãe do governador, suas fi-
lhas e outras mulheres de officiaes, o capitão
Juan de Salazar e mais castelhanos. Por con-
ta da Fazenda real, Thomé dè Sousa mandou
dar-lhe 100 cruzados; posteriormente D. Duar-
te da Costa favoreceu-os com igual quantia e
algum panno, e deu resgate ao capitão Sala-
zar. Â demora dos náufragos em São Vicen-
te foi de quatorze mezes e durante esse tem-
po D. Mencia gastou mais de 200 cruzados,
que ficou devendo a Pedro Rosei, feitor de Eras-
mo Schetz. Por fim, decidiu-se a ir ao Paraguay
por terra; a 20 de Março de 1550 constava em
Assumpção que já era chegada ao Guaira, —
Varnhagen, Historia Geral tomo primeiro, ps.
335-336, da 4.a edição. Negando maior auxi-
lio pecuniário ás mulheres castelhanas, o rei re-
commendava, entretanto, que se lhes fizesse em
tudo todo bom tratamento.
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XX

Era ainda para notar, e não o foi no lugar


de Sousa, do pri-
próprio, a provisão de Thomé
meiro de Junho de 1549, dando a Garcia d'Ávila
os officios de feitor e almoxarife da cidade do
Salvador e seus termos, e da alfândega delia,
de taes
por não haver naquella cidade official
cargos, servindo elle enquanto Sua Alteza não
Garcia
provesse ou mandasse o contrario.
d'Ávila prestou juramento e tomou posse de seus
officios no dia seguinte.

As Provisões Reaes abrem neste volume,


como está no códice, com o Regimento dos pro-
vedores parciaes, de cincoenta e dois capitulos,
além do preâmbulo. Esse Regimento, dado em
Almerim a 17 de Dezembro de 1548, foi extra-
ctado por J. Francisco Lisboa, Obras, vol. IIR
ps. 315-318, São Luis do Maranhão, 1865; pu-
blicado integralmente na Revista do Instituto
Histórico, tomo LXVII, parte l.\ ps. 189-204,
e na Historia da Colonização Portugueza dó
Brasil vol. III, ps. 353-359.
Fora de lugar, pela ordem do códice, en-
contra-se paginas adiante o Regimento do pro-
vedor-mór da fazenda real, dado a Antônio Car-
doso de Barros na mesma data do Regimento
dos provedores parciaes, ainda em Almerim.
Contém trinta e dois capitulos, e foi publicado
na Revista do Instituto Histórico, tomo XVIII,
ps. 172-182 (1855), conforme cópia offerecida
pelo imperador D. Pedro II; em extracto por
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XXI

IIÍ, ps. 311-315


J. Francisco Lisboa, Ofcras, vol.
e na Historia da Colonização Portugueza, vol.
III, ps. 350-355.
Seguem-se as cartas de doação de capita-
nias, com os respectivos foraes, a Duarte Coelho,
a Pero do Campo Tourinho, a Vasco Fernandes
Coutinho, a Martim Affonso de Sousa, a Jorge
de Figueiredo Corrêa e a Francisco Pereira
Coutinho. São esses documentos mais ou me-
nos conhecidos, pois têm sido impressos mais
de uma vez; sua publicação agora apresenta a
vantagem, que é apreciável, para os estudiosos,
de reuni-los em um só corpo. Faltam as doa-
Góes,
ções de Pero Lopes de Sousa, de Pero de
de João de Barros e Ayres da Cunha, de Fernão
Alvares de Andrade e de Antônio Cardoso de
Barros, para completar a dúzia dos donatários
do Brasil; em compensação, ocorrem aqui docu-
mentos menos divulgados, como são os que se
referem ás doações de terras na Bahia a D.
Antônio de Athayde, conde da Castanheira, ve-
dor da fazenda real das ilhas de Taparica e
Tamarandiva, na entrada da Bahia de Todos
os Santos, da banda Leste da cidade; a- Fran-
cisco Toscano, morador na cidade de Évora, de
duas léguas de terras da barra do rio Para-
com a
guaçú, da parte do Norte, até entestar
sesmaria dada a Fernão Rodrigues de Castel-
Branco; e este, que foi depois o primeiro testa-
menteiro de Men de Sá, de duas léguas na en-
trada do Paraguaçú; a Estacio de Sá, sobrinho
do governador, das terras junto ás de Francisco
Toscano; a D. Álvaro da Costa, filho de D.
Duarte, das terras cotnprehendidas da barra do
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Paraguaçú, da banda do Sul, até á barra do


de Andrade, que
Jaguaripe; a Simão da Gama
vindo por commandante do galeão São João
Baptista, no tempo de Thomé de Sousa, prefe-
riu ficar na Bahia com sua mulher D. Leonor,
das terras situadas da ponta do rio de Pirajá para
o Norte, até encontrar a sesmaria de Affonso
de Torres; sua carta perdeu-se quando era en-
viada para o Reino em um navio de Sebastião
da Ponte, seu cunhado, tomado no mar pelos
francezes, do que pediu carta testemunhavel,
Barreto, a
que lhe foi deferida; a Egas Muniz
a Miguel
João de Velosa, a Affonso de Torres,
de Moura e ao Dr. Braz Fragoso, quando largou
a Fernão da Silva os cargos de ouvidor geral
e provedor-mór da' fazenda.
Egas Muniz (ou Moniz) Barreto, tronco
da família no Brasil, era natural da villa de
Machiço, na ilha da Madeira, e não da ilha
Terceira, como escreveu Jafroatão, Catalogo Ge-
nealqgico citado, ps. 144-145, Alem dos qua-
tro filhos machos, áhi enumerados, tinha tam-
bem uma filha, que o genealogista desconheceu.
Sua sesmaria era de uma légua em quadra, com
uma água para engenho de assucar e uma ilha
chamada dos Francezes. ¦(
João de Velosa já estava na Bahia ao tempo
do donatário Francisco Pereira Coutinho, que
lhe deu terras no esteiro do Pirajá, onde logo
ordenou fazer engenho, que não acabou; em
1555 havia ali apenas uma casa de taipa desço-
berta e roças de alguns mantimentos, A' vista
disso el-rei mandou a D. Duarte da Coste que
tomasse as terras para fazer nellas um engenho
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XXIII

por conta da fazenda real. Constava então que


Vellosa estava na ilha da Madeira, — Vara-
hagen, Historia Geral, tomo primeiro, ps, 251
e304 (nota 24).
Affonso de Torres era, como João de Ve-
losa, antigo colono, é teve terras vizinhas com
as delle e as de Simão da Gama, no rio de Pi-
rajá. Finalmente, a Miguel de Moura foram
concedidas as terras doadas a Estacio de Sá,
defunto, por as não aproveitar. Ha ainda uma
sesmaria concedida a Gaspar Folgado, junto a
de Miguel de Moura, que não está bem indivi-
duada.
O officio de escrivão das sesmarias exer-
cia Onofre (ou Inofre) Pinheiro de Carvalho,
que foi depois nomeado mamposteiro dos cati-
vos na Bahia.

A segunda parte do códice das Provisões


Reaes compõe-se dos Mandados, documentos
de summo interesse, que serão insertos no vo-
lume seguinte. ,
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Bibliotheca Nacional, 15 de Abril de 1937.


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RODOLFO GARCIA
Director

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(Conclusão)

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(Conclusão)

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CÓDICE 1 -19 -16 I


{Conclusão)

Carta por onde os Padres de Jesus hão


de haver seu mantimento cada mez.

^Mem de Sá. E;u El-Rei vos envio muito Sau-


dar. El-Rei Meu Senhor, e Avô, que Santa Glo-
ria haja houve por bem, que se desse a certo
numero de Religiosos da Companhia de Jesus
nessas Partes do Brasil tudo o que lhe for ne-
cessario para sua despesa., mantimento, e, vesti-
do, e porque se lhes dava o dito mantimento
em mercadoria era oppressão, é inconveniente
para elles, houve Sua Alteza por betm' por uma
sua Provisão feita a doze de Fevereiro de 557,
que em lugar do mantimento, que dantes estava
ojrdenado pela dita maneira se desse cada mez
a cada um dos ditos vinte e oito Religiosos da
dita Companhia, que então andavam nas ditas
Partes nas Capitanias donde estiverem quatro;
panacus de mandioca, e um alqueire de arroz,
e; uim drüzadoi em dinheiro; e quando nãoi houver
de arroz, se lhes desse um alqueire de milho
da terra, e isto por tempo de quatro annos, que
se começarão do dia em que se começarem
haver as ditas cousas em diante. Ei porque sou

''''/ ¦
.¦„.:'-.' . ¦¦¦-. .
¦ •'''¦' 'c'r:;rr:;~: s-',.'kkr '

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v-d^jVd
i

-4-
Fazenda
informado, que os Officiaes de Minha
ordenava,
entenderam, que pela dita Provisão se
Padres mais cousa
que se não desse aos ditos Rei m'eu
alguma da esmola, que dantes o dito
Senhor, e Avô tinha ordenado que houvesse
declarar por esta
para sua despesa, o quiz
Carta, e é: que a dita Provisão se entenda
co-
somente, no mantimento e despesa de
Man-
mer. Hei por bem, e Mando que o dito
timento, e tudo o mais, que de principio
se ordenava para os ditos Padres, e Reli-
em diante para
giosos se dê da feitura desta
trinta;, e fseis pessoas da dita Companhia a saber:
Os vinte e oito que nas ditas Partes estão, e
sete mais, que nesta armada vão; e quanto ao
mantimento, que pela dita Provisão feita a 12
'de Fevereiro de 1557 El-Rei, Meu Senhor, e
Avô, mandou, que se desse aos ditos 28 Religio-.
sos por tempo de quatro' annos. Hei por bem,
chegar
que do dia, que embora esta armada
ao Brasil em diante se dê para as mais as ditas
sete pessoas da dita Companhia, que vão na
dita armada!i e a todas trinta, e seis pessoas se
dê o dito mantimento, e m'ais esmola para sua
despesa por tempo de outros quatro annos mais,
que começarão do dia que os primeiros quatro
annos se acabarem em cada uma das ditas Par-
tes, em que estiverem repartidos pela maneira,
que na dita Provisão se declara, e o alqueire
de arroz, que se houver de dár a cada um dos
ditos Padres; Hei por bem, e Mando que seja
^picado, e que de tudo lhe façaes fazer bom
pagamento com Certidão dos Superiores das
Casas ou lugares das ditas Partes, onde os ditos
Padres Religiosos residirem do numero dos que
'¦~y '¦¦.¦¦"'?-;;'¦ ~.\ ':..y"-\"'¦..-¦''*'¦,;.».-''¦*-"
iyy~.- v-.".:'

1
5-
em cada um delles residem posto que na dita
Provisão diga, que o meu Governador passe
Certidão, dos que estiverem em cada uma das
ditas Capitanias, porque por serem muito dis-
tantes será difficultoso saber-se sempre o nu-
mero oerto> e haver a dita Certidão quando for
necessário; e. quando sobre as ditas esmolas
e quaesquer outras, que eu mandar fazer aos
ditos Padres tiver alguma duvida, Hei por bem,
a
que se determine,, e entenda da maneira, que
elles for maL favorável, e não seja necessário
de novo requerer outra Provisão, ou declaração
disso, e esta Carta se trasladará nos Livros do
Official, que as ditas esmolas lhe houver de
houve assim'
pagar, para que saibam, como eu
ditos1 Padres
poir bem:, e o próprio se tornará aos
houverem mister
para sua Guarda; e quando
o traslado delle para mandar diversos escriptos,
onde estiverem repartidos os ditos Religiosos
vós, ou quem vosso Cargo tiver, ou a qualquer
'dos Provedores de Minha Fazenda, e o dará
fé. Os
assignado por elle em modo, que faça
man-
ditos Padres me fizeram saber como lhes
Bahia
dareis dar um sino para o Collegio da
e lhes
de todolos Santos, o que houve por bem,
Capi-
faço delle esmola. B pelo traslado deste
de
tulo assignado por Vós, ou pelo Provedor
Conhe-
Minha Fazenda nas ditas Partes, e com
mando aos
cimento do Reitor do dito Collegio
dito Smo
Contadores, que levem em conta o
em^Ke-
ao Official sobre quem está. carregado Pan,
celta. Feita em Lisboa a 14 de Setembro Des-
taleãode a fez de 1559. A Rainha.
Registe-se esta Carta
pacho do Provedor-mor. Dezembro de
no Livro da Fazenda a dois de

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1559. Borges. A qual Carta eu Sebastião de Rã-


bello Escrivão da Fazenda aqui registei fiel-
mente sem duvida, que a ello faça, e concertei
com o Escrivão abaixo assignado aos 2 dias do
Mez de Dezembro de 1559.

Carta por onde ha de haver Luiz Mar-


tins fi0$ reis cada anno de ordenado para
ver os metaes etc.

Eu El-Rei. Faço saber a Vós Mem de Sá do


Meu Conselho Capitão da Bahia de todolos San-
tos e Governador Geral das Partes do Brasil, que
eu envio ora ás ditas Partes Luiz Martins para
ver os metaes, que se diz que nellas ha pela ma-
neira, e ordem, que por vós for ordenado, como
vereis pior uma Carta Minha, com o qual Cargo
Hei por bem, que tenha em cada ura1 anno, em-,
quanto no dito negocio entender, e houver por
bem, e não mandar o contrario, quarenta mil
reis, os quaes começará a vencer do dia, que
a essa Capitania chegar em diante, e lhe será
pago no Thesoureiro das Minhas Rendas da Ci-
dade do Salvador da dita Capitania, e pior este
; Meu Alvará somente, que será registado no
Livro de sua Despesa pelo Escrivão de seu Car-
go, e pelo traslado delle, e Conhecimentos do
dito Luiz Martins, lhe será levado em Conta o
que lhe pela dita maneira pagar á razão dos
ditos 40$ reis pior anno: Notifico-vol-o assim, e
Mando, que o mettaes de posse do dito Cargo
para entender nelle por vossa ordenança, e
depois haver o dito Ordenado, como dito é,
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dando-lhe primeiro juramento dos^ Santos Evan-


gelhos, que bem e verdadeiramente o fará. e
este hei por bem, que valha, e tenha força, e
vigor, como se fosse Carta feita em Meu Nome,
e passada pela Chancellaria, sem1 embargo da
Ordenação do 2.° Livro titulo 20, que o Contra-
rio dispõe e Cumpra-se inteiramente, posto que
não passe pela Chancellaria. Francisco Lopes
o fez em Lisboa a 7 de Setembro de 1559 annos.
Despacho de Braz Fragoso Provedor-mor. Gum-
pra-se. Braz Fragoso. O qual Alvará eu Sebas-
tião de Rabello,Escrivão da Fazenda aqui trás-
ladei fielmente, e concertei com o Escrivão abai-
xo assignado aos 9 dias do Mez de Dezembro
de 1559.

Alvará por onde o Licenciado Braz Fra-


das Partes do
goso serve de Ouvidor Geral
Brasil mm 200$ reis de Ordenado cada
anno, e começa de vencer de 4 dias do
Mez de Dezembro de 1559 annos.
Gover-
Eu El-Rei. Faço saber a Vós meu
bem,
nador das Partes do Brasil, que eu Hei por
e Me Praz, que o Licenciado Braz Fragoso, que
encarregado
por outra Minha Provisão tenho tempo
de Ouvidor Geral das ditas Partes por
de três annos tenha, e haja de seu mantimento
um anno
ordenado com. o dito Offieio em cada
como com
duzentos mil reis,, que é outro tanto ora serve
elle levou o Doutor Pero Borges, que dia,
do que
o qual ordenado começará a vencer leva do
se vos apresentar com a Provisão, que
mett.do mi
oito Cargo, e por bem delia for

? f i-i '
-8-

servir em diante,
posse delle, e o Começar a Ren<
elhe será pago no Thesoureiro de Minhas
todolos
das, e'Direitos da Capitania da Bahia de
so-
Santos das ditas Partes por este meu Alvará
nem
mente, sem mais outra Provisão minha,
da
de Minha Fazenda, e pelo traslado delia, e
outra do dito Officio, que tudo será registado
no Livro da Despesa do dito Thesoureiro pelo
Escrivão de seu Cargo, e Conhecimento do dito
Licenciado Braz Fragoso lhe serão os ditos
200$ reis levados em conta em cada um! dos
ditos tres annos, que lhes assim pagar; Notifico-,
o
vol-o assim, e mando, que lhe deixeis haver
dito Ordenado, e façaes delle pagamento, como
dito é, e lhe cumptaes, e guardeis inteiramente
este Meu Alvará, como se nelie contém, o qual
valerá, como se fosse Carta feita em Meu Nome,
e Sellada de Meu Sello pendente, sem embargo
da ordenação do Livro 2.° titulo 20,.que diz,
durar
que as musas, cujo effeito houverem de
mais de um anno passem! por Cartas, e passando
Froes o
por Alvarás não valham. Bartholomeu
fez em Lisboa aos 3 dias do mez de Agosto de
I. 1557 annos. Verba. Do primeiro ordenado, que
o Licenciado Braz Fragoso vencer do primeiro
tempo, que servir este Cargo de Ouvidor Gerai
do Brasil, lhe serão descontados cem mil reis,
que lhe El-Rei Nosso Senhor mandou dar adian-
tados dos 200$ reis que leva de Ordenado cada
anno com o dito Cargo por esta Provisão, os
quaes 100$ reis lhe Sua Alteza assim mandou
dar em João Rodrigues Corrêa que serve de
Thesoureiro da Casa da Mina por Provisão feita
a 27 dias de Fevereiro deste anno de 1559, que
declarava, que se puzesse aqui esta Verba, e
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outra tal no Registo desta Provisão, que está


nos Livros da Fazenda onde fica posta em Lis-
boa aos 7 de Março de 1559 annos. A. qual Pro-
visão vinha assignada pela Rainha Nossa Se-
nhora. A qual eu Sebastião de Rabeilo aqui
trasladei fielmente, e concertei com o Escrivão
abaixo assignado aos 4 dias do Mez de Dezem-
bro de 1559.

Alvará ipor pnde o Licenciado Braz Fra-


da Fazenda do dito
gosp serve de Provedor a
Senhor das Partes do Brasil, começou
De-
vencer o dita Cargo a 4 dias do Mez de
zembro de 1Õ59 annos.

Eu El-Rei. -Faço saber a Vós Meu Gover-


Hei por
nador das Partes do Brasil, que Eu
Braz
bem, e Meu Serviço, que o Licenciado
tenho
Fragoso, que por outra Minha Provisão
ditas Partes
encarregado de Ouvidor Geral das
sirva o Officio de
por tempo de tres annos
Pirovedor^nor de Minha Fazenda, ie juntamente
e haja em
coto o dito Cargo de Ouvidor Geral,
de seu iriam!-
cada um anno sessenta mil reis
de Prowdor-
mento ordenado com o dito Officio
Provisão
mor, alem dos 2001 reis, que por outra
Geral os
ha de haver com o Cargo de Ouvidor
do dia, que foi-meto-
quaes começará a vencer o <WSP|*
do em posse do dito Cargo, e
no Thesou.
servir em diai*. e lhe serão pagos da Captfa-
Direitos
reiro de Minhas Bendas, e
nia da Bahia de to**» Santos Wg&gg
Alvará somente sem mais outra P^*«*f<
traslado delia,
nem de Minha Fazenda. B pelo - '".,fc

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dO dito
que será registada no Livro da Despesa
Thesoureiro pelo Escrivão de seu Cargo, e Co-
nhecimentos do dito Licenciado Braz Fragoso
lhe serão os ditos sessenta mü reis levados em
Conta em cada um dos ditos três annos, que lhos
assim pagar. E por esta Vos Mando, que vós o
mettaes em posse do dito Cargo de Provedor
de Minha Fazenda das ditas Partes do Brasil,
e lhe. deixeis servir os ditos 3 annos, e haver
os ditos1 e todos os proes, e precalços, que com
o dito Officio lhe direitamente pertencerem,
de
11 porque assim! é ininha Mercê. 0 qual Officio
Provedor4mor de Minha Fazenda o. dito Licen-
ciado Braz Fragoso o servirá conforme ao Re-
Car-
gimento, e Provisões que levou Antônio
doso de Barros, que foi provido do dito Car-
go, e fará dellas assim e tão inteiramente
como o dito Antônio Cardoso por bem das
ditas Provisões o podia fazer, porque assim
Hei por bemi, e Mando, que este Meu Alvará
valha, e tenha força, e vigor, como se fosse Car-
ta feita em Meu Nomle e Sellada de Meu Sello
pendente, sem embargo da Ordenação do Livro
2.o titulo 20, que dispõe o Contrario, que diz,
R
que as cousas, cujo effeito houver de durar mais
de um anno passem por Cartas, e passando por
Alvarás não valham e o dito Licenciado Braz
Fragoso jurará na Chancellaria aos Santos
Evangelhos, que bem, e verdadeiramente sirva
o dito Officio, e use delle, guardando em tudo
a Mim Meu Serviço, e ás Partes seu direito,
Bartholomeu Froes o fez em Lisboa a 3 de
Agosto de 1557 anhos. A qual Provisão vinha
assignada pela «Rainha Nossa Senhora de seu
Signal, que costuma fazer. A qual eu Sebastião
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-11-
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de Rabello Escrivão da Fazenda aqui trasladei


fielmente, sem duvida, que a ello façaes, e Con-
certei com o Escrivão abaixo assignado aos 4
dias do Mez de Dezembro de 1559 annos.

Alvará por onde Braz Fragoso ha de


haver mantimento para dois 'homens seus
a 600 reis ppr mez.

Eu El-Rei. Faço saber aos que este Alvará


X

virem, que eu Hei por bem, e Me Praz, que o


Licenciado Braz Fragoso do Meu Desembargo,
Partes
que ora Mando por Ouvidor Geral das
do Brasil, e Provedor de Minha Fazenda nellas,
vença, e haja o mantimento, e ordenado seu,
e de seus homens, que por Minhas Provisões
leva com os ditos Officiaes do, dia, que chegar
á Cidade do Salvador da Bahia de todolos San-
tos em diante, posto que logo não comece a
servir os ditos Officios por ahi não estar o Go-
vernador das ditas Partes, que lhe dê a posse
delles, e iMando ao dito Governador, e a quaes-
deste
quer meus Officiaes a que o Conhecimentolhe fa-
diante
pertencer, que do dito tempo em
e ordenado,
çam dar. e apagar o dito mantimento,
como dito é, posto que nas ditas Provisões delle
co-
diga, que o comece a vencer do dia, que
e
meçar a servir os ditos Officios em diante,
nelle
lhe cum^a.e guarde este Alvará como se
Clian-
contém, posto que não seja passado pela
em con-
cellaria sem embargo da Ordenação,
aos 9
trario. Jorge da Costa o fez em Lisboa
o liz
de Setembro de 1559. Manoel da Costa •'.tVH

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— 12-

escrever. O qual Alvará vinha assignado pela


Sebastião
Rainha Nossa Senhora. O qual eu
a que trás-
de Rabello Escrivão da Fazenda
ello faça,
ladei fielmente sem duvida, que a
assignado
e concertei com o Escrivão abaixo
annos.
aos 4 dias do Mez de Dezembro de 1559

Alvará, por onde o Licenciado Braz


Fragoso possa fer dois homens assentados
em soldo.

Eu EFRei. Faço saber a quantos este Meu


Alvará virem, que Eu Hei por bemj, è Me Praz,
ora envio
que o Licenciado Braz Fragoso, que
do Brasil possa
por Ouvidor Geral ás terras
ter comsigo, emquanto servir o dito Cargo dois
homens para o acompanharem', e servirem com
elle, para os quaes haverá de mantimento a
razão de seiscentos reis por mez cada um, que
lhe serão pagos no Thesouro d'e Minhas Ren-
das, e Direitos da Cidade da Bahia de todolos
Santos das ditas Partes, a qual Mando, que do
dia, que o dito Braz Fragoso começar a
servir o dito Cargo de Ouvidor Gerai em diante
lhe dê, e pague os ditos 600 reis por m|ez para
cada um dos ditos dois homens com Certidão
do Escrivão dante o dito Ouvidor; de como
servem com elle. E pelo traslado deste Alvará,
do
que será registado no Livro da Despesa
dito Thesoureiro pelo Escrivão de seu Cargo,
e Conhecimento elo dito Ouvidor, e a dita Cer-
tidão. Mando aos Contadores, que lhe levem
em conta, o que lhe pela dita maneira pagar;

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13

e este Hei por bem, que valha, e tenha força,


e vigor, como se fosse Carta feita em Meu Nome,
e sellada de Meu Sello pendente, e sem embargo
da Ordenação do Livro 2.° titulo 20, que diz,
durar mais
que as cousas, cujo effeito houver de
de um anno passem por Cartas, e passando por
Alvarás não valham. Bartholomeu Froes a fez
em Lisboa de 1557. A qual Provisão Vinha
assignada pela Rainha Nossa Senhora. A qual
eu Sebastião de Rabello Escrivão da Fazenda
aqui trasladei fielmente sem duvida, que a ello
faça, e concertei com o Escrivão abaixo as-
de
signado aos 4 dias do Mez de Dezembro
1559 annos.

Carta, por onde as Dignidades, Coner


do CÔro hãa de
gos, Capellães, e Moços
haver accrescentaniento Me seus Otdena-
dos, além do que têm por outra Provisão'
d'M-Rei. ,
de Por-
D. Sebastião por Graça de Deus, Rei Mar <«
•>¦*

tugal, e tíos Algarves daquem, e datem Na-


África Senhor de Guiné, e da Conquista, Arábia Per-
vesacão Commercio de Ethiopia,
da índia etc. como Governador, e Perpe-
M Ordem, e Cavai,
tuo Administrador que sou da Jesus Chrs
laria do Mestrado de Nosso Senhor *^™
Faço
to, aos qne esta Carta virem
«tf^!
eu Hei por bem, e Me Praz de
saber Deao,
qnatro Dignidades, a setg«_»_$g
m Escola, e (tesoureiro, e aos jfW^do Brasd
Partes
Sé da Cidade do Salvador nas saber; Ao Deao
a
as quantias abaixo declaradas

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¦
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.

— 14 —

vinte mil reis, além dos outros 20$ reis, que já


tem; e a cada uma das outras três Dignidades
vinte mil reis
quinze mil réis mais alem dos
um dos ditos
que têm de sua instituição, e a cada
seis Conegos dezoito mil reis alem dos doze
mil reis, que têm, para que daqui em diante
tenham e hajam em' cada um anno a saber: o
dito Deão 40$ reis, e cada uma das três Digni^
dades trinta, e cinco mil reis; e cada um dos
ditos Conegos trinta mil reis; e todas as ditas
Dignidades, e Conegos, não haverão a parte,
em que
que lhes cabia do Dizimo das Miunças,
dez mil
podiam montar a cada um' pior anno
reis: E assim Hei por bem de atícrescentar aos
seis Capellães da dita Sé quatro mil reis alem
dos 8$ reis que têm, para que cada um delles
tenha, e haja outrosim daqui em diante doze
mil reis cada anno; e por este Hei por bem, a
Me Praz, que alem das ditas Dignidades e Cone-
gos haja na dita Sé dois meios Conegos, e que
Cada um delles tenham, e hajam de seu manti-
mento Ordenado quinze mil reis cada anno; e
assim hajam miais dois moços de Coro, além
dos outros dois, que tenha a dita Sé para serem
por todos quatro, e que cada um dos quatro
Moços do Coro hajam de mantimento ordenado
em cada um anno seis mil reis, entrando nellesi
os dois mil reis, que já tem cada um1 dos dois,
que atégora houve na dita Sé, os quaes accres*
centamentos, e mantimientos nesta Carta decla-1
rados serão pagos ás ditas Dignidades, Conegos,
Meios Conegos, e Capellães, e Moços do Coro
na fôrma, modo maneira conteuda, e declarada
em uma Minha Carta, que mandei passar sobre
os pagamentos dos mantimentos, e Ordenados?

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— 15 —

e acerescentamentos do Bispado desta Cidade


do Salvador, e (Ministros da dita Sé. B portanto
Mando ao Provedor de Minha Fazenda nas ditas
Partes do Brasil, que pela maneira declarada
na dita Provisão faça pagar aos sobreditos as
quantias, que pior esta Carta Hei por bem, que
cada um haja de seus acerescentamentos, e m'an-
timcntos, e a faça em tudo cumprir, e guardar
assim, e da maneira, que se nella contém, e
assim Mando ao Barão de AM to Veador de Mi-
nha Fazenda, que faça assentar os ditos aecres-
centamentos, e mantimentos no Livro da Fa-
zenda da dita Ordem no modo declarado emi
esta Carta, que para firmeza dello lhe mandei
dar, Simão Borralho a fez em Lisboa aos 14
dias do Mez de Setembro*. Anno do Nascimento
de Nosso Senhor Jesus Christo de 1559; Eu
Duarte Dias á fiz escrever. A qual Provisão
vinha assignada pela Rainha Nossa Senhora. A
da Fa-
qual eu Sebastião de Rabello Escrivão
zenda aqui trasladei fielmente, sem duvida, que
elle faça, e concertei com' o Escrivão abaixo
assignado aos nove dias do Mez de Dezembro
de 1559 annos. -i

Carta por onde Pedro da Fonseca Cie-


rigo de Missa ha de haver de servir de
V Conego da Sé da Cidade do Salvador.
de Por-
D. Sebastião por Graça de Deus Rei
Mar em
tugal e dos Algarves daquem, e dalem Na-
África Senhor de Guiné,, e da Conquista,

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-16 —

vegação Cõmmercio de Ethiopia, Arábia, Per-


sia. e da índia etc Como Governador, e per-
da Ordem', e Car
petuo Administrador, que sou
vallaria do Mestrado de Nosso Senhor Jesus
Christo. Faço saber a Vós Reverendo D. Pe-
dro Leitão Bispo da Cidade do Salvador das
Partes do Brasil, que pela boa informação, que
me destes de Pedro da Fonseca Clérigo de Mís^
sa de sua bondade Vida, e Costumes, e por ser
examinado, e havido por idôneo pelos Deputa-
dos da Mesa da Consciência para servir uma
Conezia da dita Sé, que está vaga por falleci-
mento de Diogo Gonçalves, que delia foi ul-
tlmo possuidor: Hei por bem, e Me Praz de o
apresentar como de feito apresento á dita Co-
nezia, e )Vos encommendo, que o confirmeis nei-
Ia, e lhe passeis disso vossas Letras de Confir-
mação em forma, nas quaes fará expressa mem
da
ção para guarda, e Conservação do direito
dita Ordem. Jorge da Costa a fez em Lisboa a
30 de Junho. Anno do Nascimento de Nosso
Senhor Jesus Christo de 1559. Manoel da Costa
a fez escrever. A qual Provisão vinha assigna»
da pela Rainha Nossa Senhora. A qual eu Se-
bastião de Rabello Escrivão da Fazenda aqui
trasladei fielmente sem duvida que a ello faça,
e concertei com o Escrivão abaixo assignado
aos 9 dias do Mez de Dezembro de 1559 annos.
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-17-

Provisão, por que Sua Alteza manda,


que se pague ao Bispo, e Cabido da Sé das
. Rendas desta Cidade, de Pernambuco, e dos
Ilhéos.

D. Sebastião por Graça de Deus Rei de Por^-


tugal, e dos Algarves daquem, e dalem Mar em
África Senhor de Guiné, e da Conquista, Na*
vegação Commereio de Ethiopia Arábia, Per-
sia, e da índia. Como Governador e Perpetuo
Administrador que sou da Ordem, e Cavalla-
ria do Mestrado de Nosso Senhor Jesus Christo
etc. Faço saber aos que esta Carta virem, que
eu Hei por bem, e me praz, que os lüantimen-
tos ordenados, e acerescentados do Bispo da
Cidade do S-alvador, e das Partes do Brasil,
Dignidades, Conegos, e Ministros da Sé da dita
Cidade, e assim os cem mil reis, que ordenei,
que se dessem cada anno para as obras da dita
Sé, os quarenta mil reis que se somente hão de
dar dos ditos cem mil reis pára a fabrica da dita
Sé, depois de serem as ditas obras acabadas se
pague tudo em cada um anno ao dito Bispo, Dig-
nidades, Conegos, e Ministros da dita Sé, e
Prioste delia pelo Rendimento das Rendas dos
Dizimos, e Miunças, que á dita Ordem', e a mim
pertencem e ás terras do Limite da dita Cida-
de do Salvador, e de Pernambuco, e da Villa
dos Ilhéus, e até todo o sobredito ser pago por
inteiro, e sem quebra alguma se não fará outra
alguma despesa do Rendimento das ditas Ren-
tias, etee se arrendarem: Hei por bem, queísejam!
com condição, que os Rendeiros dellas sejam
obrigados pagar os ditos dinheiros ao dito Bis?-
e
pô, O' Pessoas, que os houverem de haver,
para isso tiverem Provisões Minhas, os quaes

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18
eleito
Rendeiros acudirão ao Prioste que for
da dita Sé as terças
pelo dito Bispo, e Cabido
do anno com a quantia, que nos ditos Ordena-
dos, mantimentos, e accrescentamentos montar
Prioste receber cada um
para da mão do dito
o que assim houver de haver. E portanto Mando
ao ProvedoMiior de Minha Fazenda nas ditas
Partes que ora é, e ao diante for, que na man.
neira sobredita faça pagar os ditos mantimenn
tos ordenados, e accrescentamentos, e assim os
ditos cem mil reis para as obras da dita Sé, e
os 40$ reis da fabrica depois de acabadas as
ditas obras pelos rendimentos das ditas Rendas,
ou de cada uma dellas pelas Provisões, que
cada um temi, e conforme a ellas, o qual piaga-
mento farão os Thesoureiros,. ou Almoxarifes
das ditas Partes acima declaradas, ou de cada
uma dellas, quando as ditas Rendas não forem
arrendadas; e sendo o farão os Rendeiros na
maneira, que dito é; e este com mandados do
dito Provedor, em que declare, de que rendas
e em que Officiál lhe manda fazer os ditos par
mandar
gamentos, e as quantias, que lhe assim
Provedor
pagar, os quaes Mandados lhes o dito
passará em tal maneira, que os ditos pagamen-
tos se não possam duplicar; e sendo para isso
necessárias Verbas nas Provisões, que tiverem,
ou nos Registos dellas, as fará pôr ao tempo,
que lhes passar os ditos mandados, de modo,
que os ditos mantimentos, Ordenados, e accres-
centamentos se não possam' pagar mais que uma
só vez cada anno, o que todo assim hei por bem,
sem embargo de qualquer Regimento, ou Pro.-
visões Minhas, que assim haja em contrario,
havendo respeito a esta ser a primeira, e prin-
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19
cipal obrigação dos ditos Dízimos, e Miunças,
E pelos traslados das ditas Provisões dos Man-
timentos, Ordenados, e aeerescenlamentos e des-
ta Carta com os ditos mandados do Provedor,
e Conhecimento do dito Prioste, do que rece-
ber, Mando, que seja levada em conta aos ditos •\
Thesoureiros, ou Almoxarifes, a quantia, que
cada um pagar; e pagando-lhes os ditos Ren-
deiros, Mando aos ditos Thesoureiros, e Almo-
xarifes, Officiaes, que forem obrigados acudir
com as quantias dos ditos arrendamentos, que
lhe tomem em pagamento o que assim pagarem
pelos ditos mandados, e na maneira acimia de-
clarada, e as ditas quantias serão levadas em
conta ao ditos Thesoureiros, ou Almoxarifes a
que pertencer a arrecadação das ditas rendas.
E por firmeza dello lhe mandei dar esta Carta,
que Mando, que se cumpra, e guarde inteirar
mente, assirm e jda Maneira, que se nella contém.
Simão Borralho a fez em Lisboa aos 9 dias
do Mez de Setembro Anno do Nascimento de
Nosso Senhor Jesus Christo de 1559. Eu Duarte
Dias o fiz escrever. A qual Provisão vinha as-
signada pela Rainha Nossa Senhora. Eu Sebas-
tião de Rabello Escrivão da Fazenda aqui trás-
ladei bem, e fielmente sem duvida que a ello
faça, e concertei com o Escrivão abaixo asr
signado aos 9 dias do Mez de Dezembro de
1559 annos.

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20—

Alvará por onde El-Rei Nosso Senhor


manda dar á Sé desta Cidade cem mil reis
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cada anno.

I Eu El-Rei. Como Governador, e Perpetuo


Administrador que sou da Ordem, e Cavállaria
do Mestrado de Nosso Senhor Jesus Christo etc.
"Faço
saber aos que este Alvará virem, que eu
Mandei por outra Minha Provisão que se desse
cada anno a custa de Minha Fazenda cem mil
reis para se dispenderem nas obras da Sé da
Cidade do Salvador das Partes do Brasil até
ser acabada de todo; e porque como a dita Sé
for acabada se não hão de dar mais para ella
os ditos cem mil reis, Hei por bem!, e Me Praz,
mil reis se
que dahi em diante dos ditos cem
dêm em cada um anno para a fabrica da dita
Sé quarenta mil reis somente para reparo delia,
os quaes se pagarão pelo rendimento das Rem
das dos Dizimos das ditas Partes, no' modo,
fôrma, e maneira declarada em uma Minha Car-
ta, que passei sobre os pagamentos dos ditos
100$ reis e dos mantimentos Ordenados, e ac-
crescentamentos do Bispo desta Cidade, e Mi-
nistros da dita Sé; e os ditos 40$ reis se entrei
garão á Pessoa que se eleger em Cabido para
recebimento da dita Fabrica o que o dito Bispo
tomar, tomará dellas conta. E portanto Mando
ao Provedor de Minha Fazenda das ditas Partes
do Brasil, que tanto que a dita Sé for acabada
faça no modo sobredito entregar cada anno dahi
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em diante ao Recebedor da Fabrica dos ditos


40$ reis. B pelo traslado da dita Carta, e deste
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Alvará, e mandados do dito Provedor com' Co-
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Cebedor feito pelo Escrivão de seu Cargo, em1 .


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que declare, que ficam os 40$ reis Carregados


sobre elle em Receita: Mando que sejam le-
vados em conta ao Thesoureiro, e Almoxarife,
ou ao Official que lhos assim pagar cada anno,
e ao Barão de Al vi to Veador de Minha Fazenda,
que no Livro da Fazenda da dita Ordem faça
assentar este Alvará, que quero, que valha, e
tenha força, e vigor, como se fosse Carta feita
em Meu Nome por mim assignada,;. e passada
pela Chancellaria, sem embargo da Ordenação
do 2.° Livro titulo 20, que diz, que as cousas,
cujo effeito houverem de durar mais de um1
anno passem por Cartas, e por Alvarás não
valham, Simão Borralho a fez em Lisboa a 14
dias do Mez,de Setembro de 1.559. Eu Duarte
Dias o fiz escrever. A qual Provisão vinha assig-
nada pela Rainha Nossa Senhora. A qual eu Se-
bastião de Rabello Escrivão da Fazenda aqui
trasladei, fielmente sem duvida, que a ello faça;
e concertei com o Escrivão abaixo assignado
aos 9 dias do Mez de Dezembro 1559 annos;
Com o Despacho, que diz o Provedor-mor Braz
Fragoso, Cumpra-se, e Registe-se nos Livros da
Fazenda.

(Nota á margem): — Este titulo não cor-


responde ao Alvará, porque só manda dar 40$
reis dos 100$ reis que se tinham dado por outra
Provisão para as Obras da Sé, continuados e a
dar os 40$ reis, depois de acabadas as obras,
para os reparos da mesma Sé.

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-22
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accrescen-
Alvará, por que Sua Alteza
do Sal-
tou mais Conegos na Sé da Cidade
vador.
e Perpetuo
Eu El-Rei. Como Governador,
e
Administrador, que sou da Ordem Cavallaria
Jesus
Senhor
do Mestrado da Ordem de Nosso Alvará virem,
Christo. Faço saber aos que este
aos poucos Ministros, que
que havendo respeito das Partes do
a Sé da Cidade do Salvador Divino, pe a
Brasil tem para o serviço do Culto
razão é necessário provesse quem. nela
qual forem, e que
sirva pelos ausentes, quando o mantimentos
nâo accresçam aos presentes os de ha-
e ordenados; que os ausentes houverem Igrejas Ca-
ver se serviram, como se faz nas assim
thedraes destes Reinos; e querendo pro-
ai-
ver. Hei por bem, e Me Praz, que quando
da dita *£.**;
guma Dignidade, ou Conego Licença ^do Bispo
sente da dita Cidade com
delia, ou semi a dita licença, que o mantimento,
ou Conego
e Ordenado, que a tal Dignidade,
'tiver o haja a Pessoa, que o dito Bispo quizer
ausente; a saber
para servir, pelo que assim for
a quantia, que lhe montar do dito mantimento, servir,
Ordenado, soldo a livra do tempo, que
dita ma-
á qual Pessoa será pago o que pela com
neira houver de haver por este Alvará como
Certidão do dito Bispo, em que declare de lhe
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serve, e em ausência de quem, e o que
monta do dito tempo, assim, e da maneira, que
se sei-
se houvera de pagar ao dito ausente,
vira, e conforme a Provisão, que passei _sobre Bispo,
os pagamentos dos Ordenados do dito
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dita í>e,
Dignidades, Conegos, e Ministros da

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23-

e o dito Bispo fará estatuto de todoto que dito é,


cm que declarará, que os a que isto pode tocar,
ou acceitar pela dita maneira, por ser assim
necessário para serviço da dita Sé. E este Al-
vara quero, que valna, e tenha força, e vigor,
posto que o effeito delle haja de durar mais
de um anno sem embargo da Ordenação do
2.° Livro titulo 20, que o Contrario dispõe. Sir
mão Borralho o fez em Lisboa aos 7 dias do
Mez de Setembro de 1559. E eu Duarte Dias
o fiz escrever. A qual Provisão vinha assignada
pela Rainha Nossa Senhora. E eu Sebastião de
Rabello Escrivão da Fazenda aqui trasladei fiel-
mente sem duvida, que a ello faça, e concerr
tei com o Escrivão abaixo assignado aos 9 dias
do *Mez de Dezembro de 1559 annos.

(Nota ú margem): — Não se acerescentou,


mas se ordenou, que substituir ^ o Bispo Pes-
soa que servisse em lugar dos ausentes com li-
cença, ou sem ella, havendo estes o mantimento
e ordenados etc.

Alvará para que o Bispp* D, Pedro Lei-


tão possa Visitar os Clérigos desta Costa
do Brasil.

Eu ELRei. Como Governador, e Perpetuo


Administrador que sou das Ordens, e Cavalla-
rias dos Mestrados de Nosso Senhor Jesus Chrisr
to, e de Santiago e Ayiz, Faço saber a Vós D.
Pedro Leitão Bispo da Cidade do Salvador das
Partes do Brasil, que pela confiança que de vós
possaes
tenho Hèi por bem, e Me praz, que das ditas
Freires
£te, e visiteis aos Clérigos, houver todalas
Orden , que no dito Bispado serem vis,-
vezes que vos parecer necessário
emendareis, casüga-
JS? os quaes, pnnireis,
como vos pare-
reis de suas culpas, e excessos,
bem, que nos casos
cer justiça; e .assim Hei por contra
de visitado, em qne podeis proceder
secnlares, o possaes fazer contra ^» nas ditas
soas de cada uma das ditas Ordens, que cor
Parte? viverem, de cujas culpas podereis
Mim por
nhecer, como Delegado por ^virtudeos
taes, como
desta mesma Commissão, sendo conhecer
dos Seculares, de .que assim podeis
que
como Ordinário. E muito vos encommendo, eu
emquanto
o façaes assim^ e isto se cumprirá
o Contraio
houver por bem, e não mandar
e tenha força
E este Alvará quero, que valha,
em Meu Nome
e vigor, como se fosse Carta feita
CiíançeUa-
por Mim assignada, e passada pela nao
ria de cada uma das ditas Ordens posto que emr
sem
seja passado pela dita Chancellaria,
barão de qualquer Regimento, ou Provisão, que
o fez em
em contrario haja, Jorge da Costa
da Costa
Lisboa a 15 de Junho de 1559. Manoel Uer
o fez escrever. Sendo caso, que os ditos
a-Mesa
rigos tenham appellação, lha dareis para
despa-
do Despacho da Consciência, onde se
Fror
cham as cousas das ditas Ordens. A qual Se-
visão vinha assignada pela Rainha Nossa
nhore com todolos mais Registos necessários.
da
A qual eu Sebastião de Rabello Escrivão
Fazenda aqui trasladei fielmente, e concertei
9 dias
com o Escrivão abaixo assignado aos
do Mez de Dezembro de 1559 annos.

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fuard para o Almoxarife dfEl-Rei dar


azeite, vinho, e farinha á Sé desta Cidade.

Eu El-Rei. Mando a Vós Almoxarife do Ar-


mazem dos Mantimentos da Cidade do Salvador
da Bahia de todolos Santos na Costa do Brasil,
que deis em cada um anno emquanto não man^
dar o Contrario as Cousas abaixo declaradas

para serviço das Missas, e as lâmpadas da
da dita Cidade; a saber uma pipa de vinho,
de
quinze alqueires de farinha, e um quarto
azeite> E pêlo traslado deste Alvará, que será
registado no Livro deste Alva digo, no Livro
de Vossa Despesa pelo Escrivão de vosso Cargo,
e com conhecimento em1 fôrma do Thesoureiro
da djta Sé, ou da Pessoa, que o Bispo da dita
Cidade Ordenar, que receba as ditas cousas,
Mando aos Contadores, que vos levem cada anr
no, o dito vinho, farinha, azeite em conta; e
tenha força
quero, e Me Praz, que este valha,
e vigor, como se fosse Carta, feita em Meu Nor
me, e Sellada de Meu Sello pendente, sem eu*
foargo da Ordenação do 2.° Livro titulo 20,
como
que dispõe o Contrario, e cumprir-se-ái,
nelle é conteúdo, posto que não seja passado
o fez em Lis-
pela Chancellaria. Adrião Lúcio 1559.
boa a 13 dias do Mez de Setembro de
André Soares o fez escrever. O qual Alvará
vinha assignado pela Rainha Nossa Senhora
da
O qual eu Sebastião de Rabello Escrivão
Fazenda aqui trasladei fielmente, e concertei
dias
com o Escrivão abaixo assignado aos 9
do Mez de Dezembro de 1559 annos.
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' A/i/and, /wr omífc Antônio Ribeiro ser-


ve de Provedor desta Capitania até ter Pro-
visão de Sua Alteza.
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Mém de Sá do Conselho d'El-Rei Nosso Se-


nhor, Capitão desta Cidade do Salvador da Ba--
hia de todolos Santos e Governador Geral em
todalas Capitanias, e terras -de toda esta Costa
do Brasil pelo dito Senhor etc. Faço saber ao
Provedor-mor da Fazenda do dito Senhor nes-
tas Partes, que eu vi a Petição atrás de Antônio
Ribeiro, e havendo respeito ao que nella diz,
hei por bem, e serviço do dito Senhor de lhe
confirmar o Officio de Provedor desta Capi-
tania, como nelle tinha, e isto até vir a Armada
do Reino, por que se espera, onde diz, que lhe
á de vir Provisão em fôrma do dito Senhor,
e vencerá o Ordenado pela Provisão, que tem
como até aqui venceu até vinda da dita armada.
Cumpri-ó assim, e ai não façaes. Dada nesta
Cidade do Salvador sub Meu Signal, e Sello
de Minhas Armas hoje 13 dias do Mez de Maio.
Antônio Serrâo o fez de 1559 annos. A qual
Provisão eu Sebastião de Rabello Escrivão da
Fazenda aqui trasladei fielmente, e concertei
com o .'Escrivão abaixo assignado aos 13 dias
do Mez de Dezembro de 1559 annos. Vinha
assignada a dita Provisão. Mem de Sá.

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-27

Aluará de Sua Alteza para haver um


tangedor, na Sé desta Cidade que fanja os
Orgtâos. /

Eu El-Rei. Como Governador, e Perpetuo


Administrador, que sou da Ordem, e Cavallaria
do Mestrado de Nosso Senhor Jesus Christo.
Faço. saber aos que este Alvará virem, que Hei
por bem, e Me praz, que na Sé da Cidade do
Salvador das Partes do Brasil haja daqui em
diante um tangedor dos Órgãos o qual haverá
de mantimento ordenado doze mil reis em cada
um anno a custa de Minha Fazenda emquanto
se não acabar de. fazer a dita Sé; porque tanto
que for acabada haverá o dito Ordenado dos
quarenta mil reis, que são ordenados para a
fabrica della\; e o dito Tangedor servira o dito
Cargo conforme o Regimento, que lhe para isso
dará o Bispo das Partes do Brasil, e o Cabido
da dita Sé; e o tempo, em que assim' houver
de haver o dito Ordenado a custa de Minha Fa-
zenda lhe será pago no Official, ou Officiaes,
em que por uma Minha Provisão ordenei, que
fossem pagos os mantimentos, e Ordenados, e
aocrescentamento ao dito Bispo, e ás Dignida-
des, Conegos, e Ministros da dita Sé. E pelo
traslado da.dita Provisão, e desta eom Conheci-
mento do dito Tangedor, e Certidão do dito
Bispo ou do Deão da dita Sé, de como o dito
Tangedor serve nella, e cumpre as obrigações,
lhe
que tem conforme ao dito Regimento,Sé que não \è
ha de ser dado, e de como a dita ¦
acabada, serão os ditos doze mil reis levados em A

Conta ao Thesoureiro Almoxarife, ou Ollicial


outro, que ihos pagar: e Mando ao Barão de

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-28

Aivito Veador de Minha Fazenda, que os faça


assentar no Livro da Fazenda da dita Ordem
com as ditas declarações, e este Alvará quero
fosse
que valha, tenha força, e vigor, como se
Carta Feita em Meu Nome, por Mim assignada
e passada pela Chancellaria, sem embargo da
Ordenação do 2.° Livro titulo 20, que diz, que
ás cousas, cujo effeito houver de durar mais
de lur anno, passem por Cartas, e por Alvarás
não valham. Simão Borralho a fez eiri Lisboa
aos 9 dias do Mez de Setembro de 1559 annos.
Eu Duarte Dias o fiz escrever. O qual Alvará
vinha assignado pela Rainha Nossa Senhora,
e cornos mais Registos. O qual Eu Sebastião
Rabello Escrivão da Fazenda aqui registei fiel-
mente sem duvida, que a ello faça, e concer-
tei com o Escrivão abaixo assignado aos 9 dias
do mez de Dezembro de 1559 annos.
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Alvará, por que Sua Alteza ha por bem


que se paguem ú Sé, e gastem nas Obras
delia 100$ reis. i-'"1

Eu El-Rei. Como Governador, ,e Peripe


Administrador, que sou da Ordem, e Cavallaria
do Mestrado de Nosso Senhor, Jesus Christo.
Ua'1' ¦'•¦-¦
Faço saber aos que este Alvará virem, que eu
:
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¦ Hei por bem, e Me Praz, que se dêm ema cada
um anno a custa de Minha Fazenda para as
Obras da Sé da Cidade do Salvador das Partes
do Brasil cem mil reis, que se dispenderão pelos
Officiaes de Minha Fazenda com parecer do

,, ¦:_ ^..-.!,.''•!¦.¦.-: "V.-V.l.-.-. ¦¦¦_-¦¦ . '¦ .' . V ¦'¦:¦.:!.-:¦¦".-


— 29
.
"". a- ", *
* :
Bispo da dita Cidade nas ditas obras até a
dita Sé ser de todo acabada; porque como for
se não darão mais, a qual Despesa, se fará do
Rendimento das Rendas dos Dizimos das ditas
Partes pela maneira declarada em uma Minha
Carta, que passei, sobre o modo, que se ha
de ter no pagamento dos ditos cem mil reis,
e dos mantimentos ordenados, e accrescenta-
mento do dito Bispo, e Ministros da dita Sé. E
portanto Mando ao Provedor de Minha Fazenda
nas ditas Partes, que ora, é, e pelo tempo for,
que no modo. conteúdo na dita Carta faça pagar,
e dispender em cada anno nas ditas Obras os di-
'tos
cem mil reis com' parecer do dito Bispo como,
dito é, até a dita Sé ser de todo acabada; epelo
traslado delia, e deste Alvará, e Mandados do
dito Provedor com conhecimentos da Pessoa,
ou Pessoas a que os mandar pagar, ou entregar
os ditos 100$ reis cada anno, Mando, que sejam
levados em conta ao Thesoureiro, Official, ou
Almoxarife, que os assim mandar pagar; e as-
sim Mando ao Barão de Alvito Veador de Minha
Fazenda, que faça assentar no Livro da. Fazen-
da da dita Ordem este Alvará, que quero, que
valha, tenha força., e vigor, como se fosse Carta
feita em Meu Nome por Mim assignada, e pas-
sada pela Chancellaria, sem embargo da Orde-
nação do 2.° Livro titulo 20, que diz, que as
Cousas, cujo effeito, houver de durar mais de
uni anno, passem por Cartas; e por Al Varas
não valham. Simão Borralho o fez em Lisboa
aos 14 dias do Mez de Setembro de 1559 annos,
eu André Soares o fiz esorevjer.' O qual Alvará
vinha assignado pela Rainha Nossa Senhora.
E eu Sebastião de Rabello Escrivão da Fazen-
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duvida, que a
da aqui trasladei fielmente sem
Escrivão abaixo
ello faça, e concertei com o
de Dezembro de
assignado aos 9 dias do Mez
1559 annos.

nesta Ci-
,: Alvará paw se fazer Aljube
déãe do Salvador.
Perpetuo
Eu El-Rei. Como Governador, e
Cavallaria
Administrador, qne sou da Ordem, e
Christo etc.
do Mestrado de Nosso Senhor Jesus Fazenda
Faço saber a Vós Provedor de Minha bem,
nas Partes do Brasil, que eu Hei por ditas
das
e Me Praz, que na Cidade do Salvador dos
Partes se faça um Aljube para a pHsão
Pelo que
Clérigos a custa de Minha Fazenda.
a obra
vos Mando, que façaes metter em pregão em-
do dito Aljube, e a deis, e arremateis de
e que a por menos
preitada a bons Officiaes, que
preço a quizerem fazer; e a quantia, por ou
se assim arrematar Mando ao Thesoureiro,
Almoxarife das Rendas da dita Cidade que pa-
tiver do Rendi-
gue de qualquer dinheiro, que de
mento dellas aos Officiaes, que a houverem e
haver: e por este com seu. Conhecimento, a
vossa Certidão, em que declareis os Officiaes
em quanto) quan-
que se a dita obra arrematou, e Al-
tia, e de como tem feitoj, e acabado o dito
Rematação
jubt de tudo, conforme ao auto de levado em
que se disso fizer. Mando que seja o
conta ao Thesoureiro, ou Almoxarife, que lhe
pela dita maneira pagar, este se cumprirásemposto
em-
que não seja passado pela Chancellaria, Borra-
tíargo, da Ordenação em Contrario. Simão

** S-êC, "SiWt
lho o fez em Lisboa aos 12 dias de Setembro
de 1559 annos. Eu Duarte Dias o fiz escrever.
O qual Alvará vinha assignado pela Rainha Nos-
sa Senhora. 0 qual Eu Sebastião de Rabello
Escrivão da Fazenda aqui trasladei fielmente
sem duvida, que a eilo faça e concertei com o
Escrivão abaixo assignado aosv 9 dias do Mez
de Dezembro Sebastião de Rabello aqui o Es-
crevi.

Outro Alvará sobre os que servem dois


Cargos.

Eu El-Rei. Como Governador, e Perpetuo


Administrador, que sou da Ordem, e Cavallaria
e Mestrado de Nosso Senhor Jesus Christo. Faço
saber aos que este Alvará virem, que havendo
respeito a nas Partes do Brasil ser algumas vezes
necessário encarregar-se um Sacerdote de dois
Cargos, e Ministérios Ecclesiasticos: Hei por
bem, e Me Praz, que qando na Sé da Cidade
do Salvador das ditas Partes servir uma Pessoa
dois Cargos compatíveis; como são, Conego, e
Pregador, e outros Cargos,, e Beneficios seme-
lhantes, de maneira que por servir um, não
se perca o serviço do outro, vença, e haja a
tal Pessoa os mantimentos, e Ordenados dos
ditos dois Cargos, e beneficios: isto porem sé
nião entenderá em distribuições quotidianas;
porque ainda que a Pessoa, que for Conego oir
tiver outro qualquer beneficio seja Pregador,
se fizer falta no Coro será apontado, segundo o
costume da dita Sé. E enconirriendo ao Bispo da
dita Cidade do Salvador, e Mando a quaesquer

'¦!'¦
7 .-' -' >'''; 7 \
-32-

o Conhecimento deste
Officiaes, e 'Pessoas a que e laçam cum-
ue tencer que assim o cumpram,
tenha
£e es e Alvará Me Praz, que valha e
Carta feita em
Ca e vigor, com» se íosse e
Meu Nome pôr Mim assignada, passada pela
B
ChLcellari'aPda dita Ordem. ^«^**SK
ella não seja passada sem f^W Mfettfl,; O»
haja
Regimento, que em contrario
de Agosto de 1559
ta o fez em Lisboa, a 30 dias
fez escrever. E isto
annos. Manoel da Costa o Pessoas para
Quando se não puderem achar
vinha assignado
os ditos Cargos. O qual Alvará
Nossa" Senhora. Eu Sebastião de
5ÍSS7 registei fiel-
Rabello Escrivão da Fazenda aqui e concer-
mente, sem duvida, que ello faça, aos 9 dias
tei com o Escrivão abaixo assignado
do Mez de Dezembro de 1559 annos.

Traslado da Carta do, Officio de Escri-


v$o da Fazenda de Manoel de Oliva.
ReiMde
D. Sebastião por Graça de Deus, Mar
Portugal, e dos Algarves daquem, e dalem Na-
em África Senhor de Guiné, e da Conquista
Per-
vegaçjão, Commercio de Ethiopia, Arábia,Minha
sia, e da índia etc. A quantos esta Se-
Carta virem Faço saber, que El-Rei Nosso um
nhor. e Avô, que Santa Gloria haja passou de
foi
Alvará a Luiz a de Manjoulo mulher que e
Simao de Rabello Cavalleiro de sua Casa,
Almoxarife que foi da Villa de Arzila, de que
saber
o traslado1 é o seguinte: Eu El-Rei Faço
a quantos este Meu Alvará virem, que havendo
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eu respeito aos serviços de SimJaO de Rabello
Cavalleiro, que foi da Minha Casa, Almoxarife
da Villa de Arzila Hei por bem, e Me Praz de
fazer Merdê a Luiza de Manjoulo sua mulher do
Officio de Escrivjão da Fazenda nas Partes do
Brasil para a Pessoa, que casar com uma de
suas filhas, qual ella nomear, e assim;, e da ma-
neira, que o tinha o dito Simão Rabello com o
ordenado conteúdo no Regimento na vagante
dos Providos por Minhas Provisões feitas antes
de 27 de Maio deste anno presente de 1556, em
que lhe fiz a dita Merdê; e antes que a tal pes-
soa casar com a dita sua filha se apresentará
ao Conde da Castanheira Veador de Minha Fa-
zenda para ver se é apto para servir o dito Of-
ficio, e isendo lhe, digo e sendo-o lhe fará fazer
delle sua Provislão em fôrma tanto que com1
ella" for casado, e para sua guarda, e minha
lembrança lhe Mandei dar este Alvará, que
quero, e Me Praz, que valha, e tenha força,
e vigor, como se fosse Carta começada era! Meu
Nome, e sellada de Meu Sello Pendente, sem
embargo da Ordenação em Contrario. Miguel
Fernandes o fez em Lisboa a 16 dias de Dezem-
bro de 1556. A qual sua filha será a que pri-
meiro casar por vontade de sua Mãe. André
Soares ói fez escrever. E porquanto entre Ma-
noel de Oliva de Mendonça, que era casado com
uma filha do dito Simão Rabellq, e da dita Lui-
za de Manjouioj, segundo foi visto em Minha
Fazenda do Negocio da índia, e Francisco de
Barbudo, que é casado com outra filha dos
sobreditos, havia duvida, e desconfianças, sobre ei

a qual delles pertence o dito Officio de Escri-


vão da Fazenda das Partes do Brasil, por es-

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—34- :
entre si a con-
Cusarem a tal duvida, servirão
em do.s ramos
Certado apartar o dito Officio
sua parte, e assun parti-
para cada um servir desta maneira a
rem entre si o ordenado delle
de Oliveira ser-
saber Que elle dito Manoel
e Provisões,
Visse'de Escrivão dos Despachos,
tratassem e
e de todas as mais cousas, que se
Mesa da Fa-
houvessem de fazer na Casa, e
zenda das ditas Partes do Brasil, que perten-
Fazenda; e o
cerem ao Officio de Escrivão da dos
dito Francisco de Barbudo fosse Escrivão
dos Feitos
Feitos, que se tratassem no Juizo
houvesse
da dita Fazenda; e cada um delles
de mantimento ordenado de cada um anno qua-
reis, que
renta mil reis, que é a metade dos 801
da
são ordenados ao dito Officio de Escrivão
Fazenda, e Escrivão dos Feitos tudo juntamen-
te como se até ora serviu, e isto havendo-o
Eu assim por bem; c por Me ser pedido por
fizesse esta MerCe,
parte dos sobreditos, que lhes
e Eu ser informado, que não era inconveniente
dita
a Meu Serviço servir-se o dito Officio da
maneira, antes parecia, que servindo-se assim
apartadamente, se fariam melhor os Negócios
e com mais diligencia, e as Partes seriami me-
lhor, e mais brevemente despachadas: e por
fazer Mercê aos ditos Manoel de Oliva, e Fran-
cisco Barbudo houve por bem, que por ora
o dito Officio se apartasse, e dividisse pela ma-
neira eonteuda nesta Carta, pela qual Me Praz
de fazer Mercê ao dito Manofcl de Oliva do Offi-
í;';.' ''^íAí-ií cio de Escrivão dos Despachos c Provisões, e
cousas outras, que se fizerem, e tratarem na
Casa do Despacho, e Negocio da Fazenda das
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ditas Partes do Brasil em dias de sua vida, e

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35-
com' quarenta Imil reis somente de seu mantimen- /..¦.
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to ordenado em cada um anno, o qual Officio


começaria a iservir depois de cumpridas as Provi-
soes, que delle tiver passadas a outras Pessoas
feitas antes de 27 de Maio do anno de 1556,
em que foi passado o dito Alvará, acima trás-
ladado, e esta Mercê lhe faço com tal declara-
ção, que em qualquer tempo,, que eu houver por
Meu serviço de mandar, que os ditos, Officios
sirvam ambos juntamente, como se até ora ser-
vem, ò possa fazer. E havendo assim por bem1,
se verá por Direito a qual deUes pertence a
serventia delle para este somente os servir, sem
minha Fazenda ficar obrigada a por razão de
os assim mandar ajuntar dar satisfação alguma
a nenhum delles, nem elles poderão requerer;
houve
porque com esta condição, e declaração
menos
por bem de apartar o dito Officio,nem
minha Fazenda, digo, menos Minha Fazenda
obrigação aeerescentar, nem mais dar ordenado
a cada um delles, que os quarenta mil reis que
ora tenl, porque com os ditos 40$ reis cada
um digo, reis de ordenado cada um foram' con-
tentes de servir os ditos Officios1: e Me pediram
bem. No-
por Mercê, que assim o houvesse por
tifico assim ao Capitão da Capitania da Bahia
de .todos os Santos, e Governador Gerai das ditas
Partes do Brasil e ao Provedor-mor de Minha
Fazenda em Elias, e Mando-lhe, que quando
ao dito Manoel de Oliva por bem desta Carta
couber entrar no dito Officio, o mettam em pos-
em sua vida,
posse dellé, e lho deixem servir
e haver os ditos 40$ reis de Ordenado, como
lhe
dito é, e todos os proes, e precàlços, que
em-
direitamente pertencerem, sem' duvida nem
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— 36 —¦¦
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bargo algum, que lhe a iello seja posto, por-


que assim é Minha Mercê, os quaes lhe serão
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¦pagos no Thesoureiro das Minhas Rendas e
Direitos da dita Capitania da Bahia por esta
Minha Carta, que será .registada no Livro
da Despesa do dito Thesoureiro pelo Escri-
vão de seu Cargo, e pelo traslado delia, e
conhecimentos do dito Manoel de Oliva, lhe
será levado em conta o que lhe pela dita
maneira pagar a razão dos ditos 40$ reis por
annoí; e. o dito Manoel de Oliva foi havido por
apto para servir o dito Officio por D. Gil Anes
da Costa do Meu Conselho, e Veador de Minha
Fazenda, e jurará na Chancellaria aos Santos
Evangelhos, que.bemj,, e verdadeiramente o sirva
e ás
guardando em tudo, a Mim Meu ServiçO,

!- Partes seu Direito, e o Alvará da Lembrança,
- .
que acima vae trasladado se rompeu ao assignar
desta Carta, e de outra do Officio de Escrivão
dos Feitos, da Fazenda das ditas Partes, do
Brasil, que foi passada a Francisco Barbudo;
e por o jdito Alvará não estar registado emi parle
alguma, não declara, que se ponha verba no
Registo delle. Balthazar Ribeiro á fez era Lis-
boa a 17 de Agosto Anno dO Nascimento de
Nosso Senhor Jesus Christo de 1559. E eu Bar-
tholomeu Froes o fiz escrever. A qual Cartn
Vinha e está assignada pela Rainha Nossa Se-
Èd-C •'.-. ' . *" ¦" -.¦.:-v'T ,:;'¥:' "í'..,'.-*:' nhora, e Sellada do Sello pendente passada pela
Chancellaria, e com todos os registos necessa-
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rios, como Suá Alteza manda, e por verdade,
eu sobredito, Manoel de Oliva Escrivão da Fa-
zenda destas Partes do Brasil, a trasladei neste
Livro, Concertei,* ereceneeei bem, e fielmente,
e na verdade com outro Official, e Escrivão desta
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— 37 —
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dita Cidade, que assignou ao Concerto, e o as-


signei de Meu Signal costumado aos 12 dias do
Mez de Dezembro de 1559. Manoel de Oliva de
Mendonça. Concertada por mim Escrivão An-
tonio Lamego.
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Provisão* do Officio de Provedor da Fa-


zenda da Capitania da Bahia de Antônio
Ribeiro-
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D. Gil Anes da Costa do Conselho de El-


Rei Nosso Senhor Veador de sua Fazenda. Faço
saber aos que esta virem, que Sua Alteza passou
ora uma Pnovisão nas Costas de um Alvará de
Lembrança de El-Rei, que está em Gloria, do^
qual Alvará ide Lembrança, e Provisão o traslado
de verbo ad verbuto é o seguinte, como de uma
Certidão, que está nas costas do dito Alvará. Eu
El-ReiFaço saberi a quantos este Meu Alvará vi-
rem, que havendo ,eu respeito a Me pedir a Rai-
nha Minha sobre todas muito amada, e Presada
Mulher, Hei por bem, e Me praz de fazer Mercê
a Rodrigo de Argueiho seu Porteiro da Câmara
para a'pessoa, que casar com uma de suas filnas,
a cpial elle nomear do Officio de Provedor da
Fazenda da Cidade do Salvador da Bahia de
todolos Santos nas> terras do Brasil, com o Or-
denado conteúdo nó Regimento, assim, e da
maneira, que o ora tem,, e serve o dito Rodrigo
de Argoló por Minha Provisão; e antes que a
tal Pessoa case com a filha de Rodrigo de Ari-
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— 38 —

se apresentara ao Con-
golo estando neste Reino Minha Fazenda
de da Castanheira Veador de
o dito Ofhtíio, e
para ver se é a^to para servir Provisão em
sendo lhe mandará fazer delle sua
com a
fôrma tanto que fizer certo casamento
dito e; e
filho do dito Rodrigo de Argolo como
estando a tal Pessoa no Brasil apresentar-se*
ver
ao Meu Governador nas ditas Partes para
maneira
sef é rapte* e sendo-o lhe fará fazer pela
Officio, e
sobredita Provisão em fôrma do dito
Lembrança lhe Man-
para sua guarda, e minha
dei passar este Alvará, que Hei por bem, que
Notme,
valha, como se fosse Carta feita em Meu
e passada pela Chancellaria; posto que este por
do
elle não passe, sem embargo da Ordenação
2.o livro, titulo 20 que dispõem o' contrario.
Adrião Lúcio o fez* em Lisboa a 22 de Dezern-
bro de 1553. E casando a dita Pessoa no Brasil,
o
e sendo apta, como dito é, lhe passará disso
dito Governador sua Certidão nas costas deste
Alvará para por elle e Certidão, e a: nomeação
do dito Rodrigo de Argolo se lhe fazer Provi-
são em fôrma do, dito Officio pela maneira
sobredita! i e a tal Pessoa poderá servir um anno
pela Provisão do Governador, e nelle mandará
tirar Carta do dito Cargo. André Soares o"1 fez
escrever Dom Duarte da Costa do Conselho
d'El-Rei Nosso Senhor e Governador Geral em
todas as Capitanias, e terras da Costa do Brasil,
e Capitão desta Capitania dá Bahia de todolos
Santos etc. Faço saber que Antônio Ribeiro es-
tante nesta Cidade me fez a saber que elle es-
tava contratado com Joanna Barbosa mulher
de Rodrigo de Argolo defunto pára haver de
casar com Maria de Argoio sua filha, a qual
tinha nomeado para a Pessoa, que còm ella
casasse o Officio de Provedor da Fazenda do
dito Senhor nesta Capitania da Bahia conteúdo . .^

nesta Provisão, e se apresentou a mim para ver


se era pessoa de qualidade, e apto para poder,
haver, e servir o dito Officio conforme a dita
Provisão, e por ser apto, e hábil, e de quali-
dade para haver o dito Officio? e o servir, como
Sua Alteza manda, e por eu haver por boa a
dita Nomeação, o dito Antônio Ribeiro perante
mim casou com' a Maria de Argoio, e a recebeu
na Sé desta Cidade por sua mulher, e eu lhe
mandei passar Provisão do dito Officio, para
o servir como Sua Alteza manda, e que dentro
de um anno vá, ou mande tirar sua Carta do
dito Officio, como se neste Alvará contém, que
começará do dia, que daqui partir o primeiro
Navio para o Reino em diante; e por me de
tudo o {dito Antônio Ribeiro pedir uma Certidão
lhe mandei passar a presente por mim ussigna-
da, e sellada com o Sello de Minhas Armas.
Feita nesta Cidade do Salvador da Bahia de
todolos Santos aos 13 dias do Mez de Novem-
bro. Sebastião Alves o fez de 1556. Eu El-Rei
Faço saber a quantos este Meu Alvará virem,
de Antor
que sendo-me apresentado por parte Salvador
nio Ribeiro morador na Cidade do
'Bahia
da de todos os Santos nas terras do
Brasil o Alvará de Lembrança atrás esoripto
de El-Rei Meu Senhor e Avô, que Santa Gloria
haja me enviou dizer, que depois de Rodrigo
e
de Argoio a que Sua Alteza pelo dito Alvará,
Officio
como nelle é declarado fez Mercê do
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40-

de Provedor da Fazenda da dita Cidade do'


Salvador para a pessoa, que casasse com uma
de suas filhas a que elle nomeasse ser, e falle-
cido nomeara Joanna Barbosa sua mulher no
dito Officio a Maria de Argolo filha mais velha
do dito seu marido, e será para a pessoa, que
com ella casasse, declarando no Instrumento,
lhe fizera
que. se disso fez que o dito seu Pae
a dita nomeação em unu testamento, que sé roam-
também'
pera por depois fazer outro, e em que
o entendia assim; e que estando elle Antônio
Ribeiro concertado para casar com a dita Maria
de Argolo se apresentara por bem do dito Al-
vara, e com elle e a dita nomeação ao Gover-
nador das ditas terras para o haver por apto,
e que por ver, que o era para servir o dito Of-
ficio, elle casara com a dita Maria de Argolo,
e de tudo lhe passara o dito Governador a sua
Certidão atrás escripta nas costas do dito Al-
vara,. Pedindó-me lhe mandasse passar ProviM
são em fôrma do dito Officio: e porque pela
nomeação que a mulher do dito Rodrigo de
'Argolo fez a dita sua filha se lhe não
pode pas-
sar a dita Provisão, senão com mostrar testa-
mento do dito defunto, por que conste ter feito
a dita nomeação conforme ao dito Alvará: Hei
por bem», e Me Pr az havendo respeito ao que o
-ilito Antônio Ribeiro diz se ver em minha Fa-
zenda do Negocio da índia pela Certidão do
"Governador, e Instrumento de Nomeação
¦

.
.
dito
de que se acima faz menção, que elle sirva o
yAí:A'A:'Yí::' "'"}''% dito Officio de Provedor da Fazenda da dita
Cidade do Salvador por tempo de um anno,
que começará da feitura deste era diante, no
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qual tempo será obrigado a apresentar na dita


Fazenda testamento, ou Cédula do dito Rodrigo Wo gg ¦;OoggO :g. -go.g;.'
de Argolo seu Sogro, em que declare nomear
no dito Officior a dita sua filha Maria de Argolo
mulher delle Antônio Ribeiro e mostrar na Ci-
dade' do Salvador Provisão Minha em fôrma
do dito Officio; e não havendo o dito testamen-
to, ou Cédula apresentará Carta testemunhai
com testemunhas perguntadas de como oi dito
seu Sogro fez a tal Nomeação, e dar-se a
vista deste caso á filha, ou filhas, que mais
houver do dito Rodrigo de Argolo para dizerem
por sua parte o que fizer a bem de sua justiça:
e sendo menores dar-se-lhe-& para isso Curado-
res, e do que disserem se fará termo, e tudo
virá por Certidão authentica para se apresentar
também na dita Fazenda. Notifico-o assim1 ao
Governador das ditas terras do Brasil, e a quaes-
quer outros Officiaes, e pesspas a quem o con-
teudo deste pertencer, e mando-lhe, que cumt-
pram, e guardem este Alvará, como se nelle con-
tém, de que se lhes apresentará o traslado as-
signado por D. Gilianes da Costa do Meu Con-
selho, e Veador de Minha Fazenda, com o qual
irá também o traslado do dito Alvará atrás
escripto com o da Certidão do dito Gover-
nador, que está nas Costas deste, como dito é;
e este se cumprirá, posto que não passe pela
Chancellaria. Miguel de Moura o fez em Lis-
boa a 9 dias de Junho dte 1559. E' por virtude
da dita Provisão, de que acima vae o traslado
sé passou este para nas terras do Brasil se cum-
Gaspar
prir o que Sua Alteza por ella manda.
Malheiro o fez em Lisboa ao 1.° de Julho de
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irem
1559 e tío teor deste se passou outro, para for
como um delles
por duas vias; e portanto
obra alguma.
cumprido, pelo outro se nâo fará
Rabello Es-
A qual Provisão eu Sebastião de
assigna-
crivão da Fazenda fiz registar, e vinha
do
da por D. Gilianes da Costa do Conselho
dito Senhor, e vae na verdade sem duvida, que
abaixo
ella faça, e concertei com o Escrivão
Dezembro
assignado aos 20 dias do Mez de
de 1559.

Carta, por que Sua Alteza dá poder ao


Governador para apresentar em Nome de
Sua Alteza as Dignidades desta Sé.

D. Sebastião por Graça de Deus, Rei de Por-


Mar
tugal, e dos Algarves daquem, e dalem,
em África Senhor de Guiné, e da Conquista, e
Navegação, Commereio de Ethiopia Arábia, Per-
sia, e da índia etc, Como Governador, e Per-
Ordem', e Ca-
petuo Administrador, que sou da
vallaria do Mestrado do Nosso Senhor Jesus
Christo, Faço saber a Vós Mem de Sá do Meu
Conselho, e Governador das Partes do Brasil,
e ao Governador dellas que pelo tempo for, que
do
porquanto D. Pedro Leitão Bispo da Cidade
Salvador das ditas Partes vae ora residir no dito
Bispado, seria grande trabalho, oprpressão, e des-
pesa aos Clérigos, que houverem de ser provi-
dos das Dignidades, Conezias, Vigairarias, Ca-
Sé da
pellas, e quaesqüer outros Benefícios da
dita Cidade,, e Igreja do dito Bispado do Salva-
xx- ¦ ¦ ¦. dor, e sua Diocese, assim os novamente Creados
como os que ao diante vagarem, que são todos
1 '
'¦' "-

¦¦;¦' ¦•'¦ -¦
-

¦
do Meu Padroado, e apresentação, como Gover-
nador, e perpetuo Administrador, da dita Ordem
haverem de vir ao Reino a me pedir, que os
apresente aos ditos beneficios, e lhes mande
dar delles Minhas Cartas de apresentações, e tor-
narem com ellas ao Brasil para o dito- Bispo por
virtude das ditas apresentações haver de con-
firmar os taes beneficios, e os prover delles, e
pelo assim sentir por serviço de nosso Senhor,
e bem da dita Sé, e Igrejas do dito Bispado do
Salvador, pela presente vos dou Commissâo, e
poder jjara que por mim, e em) Meu Nome
apresenteis por vossas Cartas as ditas Digni-
dades, Conezias, e Beneficios assim de novo
creados, como que ao diante vagarem, os quaes
beneficios apresentareis aquelles Clérigos, que
vos o dito Bispo por seus assignados nomear,
e declarar, e outros alguns não; porque eu Con-
fio do dito Bispo,, que nomeará a elles pessoas
idôneas, suffiçientes,; e taes como para o Serviço
da dita Sé, e Igrejas convém, e que desencar-
regará nisso minha Consciência, e a sua, como
é obrigado; e por esta encommendo mUito ao
dito Bispo, que faça assim, è pelas ditas Vossas
Cartas de apresentação, confirme os ditos be-
neficios aos apresentados nelles, e lhes passe
delles suas Letras de Confirmação em fôrma,
nas quaes. fará expressa menção de como os
confirmou em minha apresentação para guar-
da, e conservação do Direito da dita Ordem;
e isto se cumprirá assim emquanto eu o houver
e haverá
por bem, e não mandar o Contrario;dito Bispo :. '%?.?,
somente lugar nos Clérigos, que o
nomear aos beneficios, que estiverem no Brasil
nestes Rei-
porque nomeando alguns, que estão

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nos serão apresentados por mim, sendo primei-
ro examinados na Mesa da Consciência pelos
e para
Deputados delia, como tenho ordenado;
mim
firmeza disto mandei passar esta Carta por dita
da
assignada, e sellada com o meu Sello
das
Ordem, a qual se trasladará em cada um'a
Cartas de apresentação, que assim passardes
tempo ver, e saber
para se por ella em todo o
como o fizestes por minha Conunissão, e poder de
na maneira acima dita. Dada nesta Cidade
da
Lisboa aos 25 dias do Mez de Julho. Jorge
Costa o fez Anno do Nascimento de Nosso Se-
nhor Jesus Christo de 1559. Manoel da Costa
o fiz escrever. Postula. Hei por bem, que os
Clérigos, que o dito Bispo do Brasil nomear ao
dito Governador para elle os apresentar ao dito
Bispe aos ditos Benefícios tanto que por elle
forem confirmados, nelle, tenham', e hajam com
os ditos benefícios áquelles mantimentos, proes,
ulti-
que tinham os Clérigos, que delles foram
mos, e imttíediatos possuidores por Provisões
del-Rei Meu Senhor, e Avô, que Santa Gloria
haja, e minhas, posto que os ditos mantimentos
fossem aocrescentados em maiores, que os que
as Igrejas tinha de sua primeira fundação, e
instituição. E Mando ao dito Governador, e ao
Provedor-mor de Minha Fazenda das Partes do
Brasil,, e amiaesquer outros Officiaes,; e Pessoas,
a que o Conhecimento deste pertencer, que as-
sim o cumpram, e façam cumprir. Jorge da
Costf o fez em Lisboa a dez dias do Mez de
Setembro de 1559. Manoel da Costa o Tez es-
crever. E eu Sebastião de Rabeilo'Escrivão da
Fazenda aqui trasladei fielmente aos 23 de De-
zeinbro de 1559.
" ' '¦¦'¦¦'.! '
' --'
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-45-
* ¦ ¦-.: i

Alvará, por que Sua Alteza ha por bem,


que se dê embarcação ao Bispo quando for
visitar.
Eu El-Rei. Faço saber a quantos este Meu
Alvará virem, que eu Hei por benij e Me Praz,
que quando o Bispo da Cidade do Salvador da
Bahia de todolos Santos na Costa do Brasil for
visitar os Lugares do Seu Bispado se lhe dê
embarcação, e Navios Meus, havendo-os assim
ao tal tempo, podendo-se-lhe dar, sem prejui-
zo do Meu Serviço; e o mesmo se fará quando
o seu Vigário Geral houver de ir visitar o dito
Bispado, ou outra qual pessoa por seu man-
dado, e Cumpram assim como se tudo dava ao
Bispo D. Pedro Fernandes seu Antecessor. E
Meu Go-
portanto Notifico assim a Mem de Sá
vernador das Partes do Brasil, e quem ao dian-
te o dito Cargo servir, e Mando-lhes, que cum-
pram, e guardem;, e façam cumprir, e guardar,
como aqu£ é conteúdo; e este não passará pela
Chancellaria. Adrião Lúcio o fez em Lisboa a
4 dias de Setembro de 1559. André Soares o
fiz escrever. A qual Provisão eu Sebastião de
Rabeilo Escrivão da Fazenda fiz escrever, e
subscrevi, e Concertei fielmente, e vâe na ver-
dade aos 23 de ...... de 1559.

Provisão do Governador por que manda


dar a Antônio Homem dez cruzados.
Se-
Mem de Sá do Conselho d'El-Kei Nosso
da B»
nhór Capitão desta Cidade do Salvador
Geral em
hia de todos os Santos, e Governador

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de toda esta Costa
todas as Capitanias, e terras Faço saber aos
do Brasil pelo dito Senhor etc. e o Co-
oue esta Minha Provisão for mostrada, eu
nhecimcnto delia com direito pertencer, que
Homem: e ha-
vi a Petição atrás de Francisco
Hei por bem,
vendo respeito ao que nella diz.
mandar dar
e serviço do dito Senhor de lhe
tenho de
dez cruzados a conta dos cento, que
emquanto
Sua Alteza, e isto em cada um anno,
ordenado,
não tiver com o dito Officio outro
de Sua Alteza. Pelo que Mando ao Thesoureiro
Contado
do dito Senhor, que lhos pague, e aos
res que por este lhos levem em Conta. Cum'pn-odo
assim, e ai não façaes. Dado nesta Cidade
Salvador sob meu Signal, e Sello de Minhas
An-
Armas hoje 29 dias do Mez de Dezembro.
de
tonio Serrão o fez de 1559 annos. Manoel
Oliva Escrivão da Fazenda a registei na ver-
dade, e a Concertei com á própria. |,

'
í V'--' . r

Nomeação, e Apresentação da Conezia


para Ruy Pimenta.
Conforme a Provisão, que trago de Sua Al-
teza, em que me dá Licença, poder nomear
em todos os beneficios, que vagarem no Bis-
pado do Brasil, e assim dá poder a V/S. em^seu
nome de apresentar, nomeio ora a Ruy Pimenta
'!- na Conezia, que vagou por fallecimento de Diogo
Marques, e a Bartholomeu Garcia na Conezia,
..'-,C' '-. '
,,77 77!'7 V''-;- 77 :7

' que em Minhas Mãos renunciou Luiz Baírei-


ros, e a Jo&o Fernandes na Conezia de Duarte
Dias, e a Francisco de Paiva numa meia Co-
'--¦'¦-
'-

¦...
i5 •.-¦:

:¦'.-¦.¦¦¦.¦

— 47—.

nezia, e a Francisco de Argolo noutra, e a Hen-


rique Nunes em uma Capellania, e a Pedro Gon-
çalves noutra,, e a (Bartholomeu Pires por Mestre
da Capella por Sua Alteza assim o haver por
seu Serviço, que nenhuma Dignidade servisse
de Mestre da Capella, e a Felipe, por Moço
do Çôro,, e a Belchior; e assim nomeio a Do-
mingos Martins na Conezia de Affonso Pires,
e assim nomeio a Domingos .Martins na Cone-
zia de Affonso Pires, (sic). e por assim me pa-
recer serviço de Nosso Senhor, e elles serem
sufficientes pára os taes Officios. Peço a V.
S. muito por Mercê, que conforme ao Alvará de
Sua Alteza os queira apresentar, e por passar
na Verdade fiz este, e assignei hoje 11 de Dei-
zembro de 59 annos. A qual Nomeação estava, n
assignada pelo Bispo D. Pedro Leitão. Bispo
do Salvador. E eu Manoel de Oliva aqui trás-
ladei na verdade. i-ívi^í:!;

Apresentação. .A: ¦¦¦*•.' . •

Mem de Sá do Conselho d"El-Rei Nosso Se-


nhor Capitão desta Cidade do Salvador da Ba-
hia de todos Santos, e Governador Geral em
todalas Capitanias, e terras de toda esta Costa
do Brasil pelo dito Senhor etc. Faço saber, que
Conforme a Provisão, que tenho de Sua Alteza,
o Muito
por que manda, que as Pessoas, que
Reverendo Senhor D. Pedro Leitão Bispo desta
Cidade do Salvador nomeasse todos os Bener
ficios vagos no dito Bispado do. Brasil os possa
nos
apresentar para sua Senhoria os Confirmar
ditos Beneficios emque os assim tiver nomea-
dos apresentô ora as pessoas seguintes a saber

¦ 'PppífP

¦¦ h ..... - "¦ -. : í ¦¦.';¦:.:


•',>'.' >:l'p ¦
-48-
fal-
a Ruy Pimenta na Conezia, que vagou por
lecimento de Diogo Marques, e a Batholonieu
Garcia na Conezia, que renunciou Luiz Barrei-
ros, e a João Fernandes na Conezia de Duarte
Dias, e a Domingos Martins na Conezia de Af-
fonso Pires, a Francisco Paiva numa Meia Cer
nezia, e a Francisco de Argolo em outra, e a
Henrique Nunes numa Capellania, e a Pedro
Gonçalves noutra, e a Bartholomeu Pires por
Mestre da Capeila, ,e a Felipe, e a Belchior por
moços do Coro, us quaes pessoas assim apre-
sento ao Senhor Bispo, por Sua Senhoria as
ter nomeadas, como se mostra nesta sua Cer-
tidão atrás para o que mandei fazer a presente
apresentação, por mim assignada, e sellada com
do Mez
^o sello de Minhas Armas hoje 11 dias
de Dezembro. Antonio Serrão a fez de 1559
annos. A qual Apresentação eu Manoel de Oliva
Escrivão da Fazenda trasladei da própria bem,
e fielmente e a concertei com a própria, e vae
na Verdade.

Ordem Regip, que manda pagar ao Vi-


gario Geral Francisco Fernandes o que gas-
tou na Visita da Bispado.

Eu El-Rei Mando a Vós Almoxarife, ou Re-


cebedor do Almoxarifado da Bahia de todolos
Santos nas Partes do Brasil, que de qualquer
H dinheiro que tiverdes de vosso recebimento deis
ao Doutor Francisco Fernandes Vigário Geral
nas ditas Partes cem cruzados, que gastou na
visitação que nellas fez, os quaes lhe assim
Mando pagar em vós á custa de Minha Fazenda,

¦ -
/

eA~
'¦,'' ........

posto que lhe houvessem de ser pagos á custa


de D. Pedro Leitão Bispo do Brasil de Meu Con-
selho, por a dita Despesa se fazer em obra da
obrigação do dito Bispado; porquanto havendo
respeito a elle vencer digo a elle não vencer a
parte que seu antecessor tinha da metade de
fora, e vir ser para Minha Fazenda, e ao pouco
ordenado, que tem o Hei assim1 por bem1 por
fazer Mercê ao dito Bisipo, e por este com1 o Co-
nhecimento do dito Doutor Francisco Fernan-
des, mando, que vos sejam o ditos Gem! cruzados
levados em conta sem embargo, de não ser pas-
sado pela Chancellaria, e da Ordenação em Con-
trario. Simão Borralho o fez em Lisboa aos
dois dias de Setembro de 1559 annos. E eu
Duarte Dias o fiz escrever, e eu Manoel de
Oliva o trasladei aqui bem, e fielmente e na
verdade.

Alvará^ por que Sua Alteza manda dar


ao Bispo 200$ reis mais por três annos.

Eü El-Rei. Como Governador, e perpetuo


Administrador que sou da Ordem, e Cavallaria
do Mestrado de Nosso Senhor Jesus Christo.
Faço saber aos que este Alvará virem, que eu
Hei por bem*, e Me praz por fazer Mercê a T>.
das
Pedro Leitão, Bispo da Cidade do Salvador
du-
Partes do Brasil, que elle tenha, e haja
de
zentos mil reis em cada um' anno por tempo
dia
três annos somente, que começarão do 1.°
de
de Janeiro, que passou deste anno presente
reis,
559 em diante, e-isto alem dos duzentos mil os
dito Bispado-,
que tem cada anno do dote do
L ''"* . /dd

- ¦
;*i3
50 —
assim hei por bem
quaes duzentos mil reis, que
de lhe accrescentar lhe serão pagos cada um
dos ditos três annos na fôrma, modo, e maneira
declarada em uma Provisão geral, que Mandei
dos mantimentos,
passar sobre os pagamentos
ordenados, e accrescentamentos do dito Bispo,
Deão, Conegós, e Ministros da Sé da dita Ci-
dade; e pelo traslado da dita Provisão, e deste
Alvará com conhecimento do dito Bispo, Mando,
levados
que sejam os ditos duzentos mil reis
em conta ao Thesoureiro Almoxarife, ou Offi-
ciai, que os assim pagar cada um dos ditos três
annos, e este Alvará quero que valha, e tenha
força, e vigor, como se fosse Carta feita em
Meu Nome por mimí assignada, e passada pela
Chancellaria, sem embargo da Ordenação do
2.° Livro, titulo que diz, que as cousas, cujo
effeito houver de durar mais die, um anno pas-
sem por Cartas, e por Alvarás não valham.
Simão Borralho o fez em Lisboa aos 4 dias
Mando ao Barão de
"Veador de 1559, o
de Setembro
Alvito de Minha Fazenda, que faça as-
sentar o dito accrescentamento no Livro da Fa-
zenda da dita Ordem pela maneira acimia de-
clarada. E eu Duarte Dias o fiz escrever. E eu
Manoel de Oliva o trasladei do próprio na
verdade.

(Notas ú margem): — Começou a correr o


tempo dos três annos, do 1.° dia de Janeiro de
1559.

Hião de ser idesoontados ao Bispo destes 600$


reis, que tem por este Alvará 200$ reis, que no
Reino lhe foram dados para a expedição, das
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-51- I

Letras, em que entraram os Câmbios, os quaes


200$ reis ha de pagar no anno de 1559 cem "¦¦¦A

mil reis, e os outros cem mil reis no anno de


1560, e por esta maneira lhe não serão pagos
mais de 400$,reis, que ficam de resto dos 600$
reis descontados os ditos 200$ reis como se
viu nas Costas deste Alvará por outro Alvará
feito por Simão Borralho em Lisboa a 16 de
Setembro de 1559. O qual era assignado pela
Rainha Nossa Senhora, e registado na Chancel-
laria da Ordem de Christo, e portanto eu Con-
tador puz esta Verba para por ella ser descon-
tado o Bispo deste Alvará de 600$ reis por estes
3 annos hoje 21 de Maio de 1560.
Gaspar Barros Magalhães.
¦ <. l ¦ ! j1 -i- ¦¦¦'-. ¦ ¦ ¦'¦.-"- >'¦¦¦-:¦¦'¦¦
v > _' . ¦'-¦*

Seguia-se em este lugar a confirmação de


"~:. ,

Bartholomeu Pires pelo Bispo D. Pedro Leitão,


de Mestre da Capella da Sé, que não foi copia-
da por se achaç- riscada no Livro donde se
extrahiu esta Copia, , „

m
Provisão do Governador, por que man-
da dar ao Me4w Affoim 6$ refc.
Se-
Mem de Sá do Conselho d'El-Rei Nosso
nhor Capitão desta Cidade do Salvador da Ba-
em
hia de todolos Santos, e Governador Geral
todas Capitanias, e terras de toda esta Costa
ao
do Brasil pelo dito Senhor etc. Faço saber
nes-
Provedor-mor da Fazenda do dito Senhor
-^- '.-¦ ¦¦'..-.¦
:

':- f.?1..i-!

¦:¦ iíy. '


—.52 —
atrás do Mestre
tas Partes que eu vi a Petição
Senhor e ha-
Affonso Cirurgião d'El-Rei Nosso
Hei por bem e
vendo respeito ao que nella diz.
causas, que
serviço do dito Senhor, vistas as
de Sua
allega de lhe mandar dar da Fazenda
trabalho,
Alteza seis mil reis de Ordenado pelo
botica, isto até escrever
* t que diz, que tem com a sua, e
a Sua Alteza sobre isso, e vir Resposta
disto e de seu ordenado mando ao Thesoureiro
das Rendas do dito Senhor, que lhe paguem
dois mil reis adiantados visto como vae servir
Sua Alteza nesta armada; e por este com seu
Conhecimento feito pelo Escrivão de seu Cargo,
e assignado pelo dito Mestre Affonso e por o
dito Escrivão: mando aos Contadores do dito
Senhor que lho levem em conta. Cumtpri-o assim,
e Al não façaes. Dado nesta Cidade do Salva-
dor sub meu signal, e sello de minhas armas
hoje derradeiro dia do Mez de Dezembro. An-
tonio Serrão o fez de 1559.

Traslado de uma Posfilla da Letra, e


Si\gnal do Governador.

Haja Mestre Affonso estes seis mil reis


em cada um anno do tempo passado, em que
lhe foi devidoi, e elle se obrigará a trazer Pro-
visão dentro de anno, e meio,, e não a trazendo
de Pagar tudo o que tiver recebido por o seu
ordenado, ou fazenda, hoje 7 dias de Junho
de 1563 annos.

¦"-.¦'¦vv,: ;
''/': '¦•¦'¦'

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y.
- 53 - f--^.';..-. ¦;¦¦..."¦''' . ; ' ¦¦"-¦% ."'d' .. :' -'\'~n--i-d^d?:-$dM&
¦
:.,-:'í;-lv

Proiffisão do Goverhador para Gaspar


de Barros servir de Contador.

Mem de Sá do Conselho del-Rei >{osso Se-


nhor Capitão desta Cidade do Salvador Bahia
de todolos Santos, e Governador Geral em toda--
Ias Capitanias e terras de toda esta Costa do
Brasil pelo dito Senhor etc. Faço saber ao Pro-
vedor-mor da Fazenda do dito Senhor nestas
Partes, que confiando eu na bondade; e habi-
lidade de Gaspar de Barros Magalhães, que em
tudo o em que o encarregar do Serviço do dito
e.fielmente, o encarre-
' Senhor o servirá bem, Partes,
go ora do Officio de' Contador destas
com o qual Cargo haverá de Ordenado em cada
um anno setenta mil reis, que é outro tanto,',
como tinham, e haviam1 os Contadores, que até
ora serviram, isto pagos no Thesoureiro do dito
Senhor; e pelo traslado desta, que será regis-
lado no Livro da Receita, e Despesa do The-
soureiro, e com seu Conhecimento feito pelo
Escrivão de seu Cargo e assignado por ambos
mando aos contadores do dito Senhor, que lhe
levem em conta tudo o que se lhe montar ha-
ver em todo o tempo, que servir o dito Cargo,
Senhor não
que será emquanto El-Rei Nosso
serviço, e o
prover,, ou a mim me parecer seu
dito Ordenado lhe será pago aos quartéis por
meus mandados ou do dito Provedor-mor, e elle
a meu Regimento,
jurou perante mim conforme
o dito Cargo,
que bem, e verdadeiramente sirva
de Deus e de Sua
guardando em tudo o serviço vo,s
Alteza, e o direito das Partes: pelo <pie
do
mando, que o deixeis servir o dito" Officio,
de hoje este ma
qual hei por mettido de posse

- '¦-. '.' ¦ '¦:,:¦' ¦ ;¦¦¦'.'


".'"¦¦'jv.-i
;.'V. ;<*>¦.""*'.^.-t¦;¦'"¦.¦ ¦,'-.. ..-¦¦.

¦'.;:Víi. ' -

<}
d{-,i-"-dd
-54-

e ai não façaes.
por diante. Curn^o assim, sub meü Si-
Dado nesta Cidade do Salvador
dias do
anal, e sello de Minhas Armas hoje 3
fez de 1560
mez de Janeiro. Antônio Serrão o
aqui na
annos, e eu Manoel de Oliva o trasladei
verdade.
Nur
Seguia-se a confirmação de Henrique
Sé; que não
nes em uma das Capellanias da
uma
foi Copiada por se achar riscada, tendo
Verba que dizia ter renunciado a dita Capcllar
nia nas mãos do Bispb a 16 de Setembro de
1560 annos.

Carta de Paios Dias.


D. Sebastião por Graça de Deus Rei de
Portugal e dos Algarves daquem, e daletn Mar
em África, Senhor de Guiné, e da Conquista,
Navegação! Commercio da Ethiopia, Arábia, Per-
sia, e da índia etc. Como Governador, e, peiipe-
tuo Administrador, que Sou da Ordem!,, e Cavai-
laria do Mestrado de Santiago. Faço saber a
Dias
quantos esta Minha Carta virem, que Paios
Cavalleiro Fidalgo de Minha Casa, e Cavalleiro
da dita Ordem, morador na.Cidade do Salvador
da Capitania da Bahia de todolos Santos das
Partes do Brasil, me enviou dizer, que El-Rei
Meu Senhor e Avô, que Santa Gloria haja ha-
vendo respeito aos serviços, que delle tinha
recebido lhe fizera mercê de doze mil, sete-
centos, e vinte reis, que montam1 em uma mo-
radia de tença em cada um anno com o habito
da dita Ordem do dia de São João Baptista dó
anno de 1554 annos em diante, e disso maW-

-
clara pôr Verba em seu titulo no Livro da Ma-
Iricula dos moradores da Minha Casa, e ora
mais não haver, nem vencer a dita moradia do
dito tempo em diante, e lhe mandava passar
Padrão em fôrma da dita tença feito a 28 dias
do Mez de Agosto do dito anno, com declaração
Dizimo
que da dita tença não havia de pagar
ao Convento da dita Ordem, por lhe"deser por
ella descontada sua moradia, e depois o dito
Padrão ser passado pela Chaneellaria da dita
Ordem, e assentada a dita tença no Livro da
Fazenda delia, o dito Senhor houvera por bem
Padrão;
por sua Postula posta ao pé do dito
feita a dez dias de Fevereiro do anno: de 1556,
cada um
que a dita tença lhe fosse paga em
anno de Janeiro do dito anno de 1556 em, diante
no Thesoureiro da dita Cidade do Salvador da
dita Capitania da Bahia e mandara riscar o
assento delia do dito Livro da dita Fazenda da
dita Ordem, e por-se lá, e no registo da dita
Carta que estava registada no Livro dos Ro-
Ordem verbas,
gistos da Chaneellaria da dita
como lhe a dita tença havia de ser paga do
dito Janeiro em diante no dito Thesoureiro da
dita Cidade do Salvador, com a qual requerendo'
da
ao dito Thesoureiro lhe fizesse pagamento
na
dita tença, conforme o como o dito Senhor
dita
dita Carta mandava, o não fizera por a
Registos
Carta não ser registada no Livro dos
de Mi-
dás Mercês, e satisfações dos moradores
de
nha Casa, qúe está em poder de Gabriel
dita Cida-
Moura, e mandando a dita Carta da
este Remo
de do Salvado*,, e Partes do Brasil a
a nau em que a
para se registar no dito Livro! Remo o Bispo
enviara em que vinha para este

. M .¦ ¦"
4
¦

..." ¦ .'*„ v* 'í

-56—

da dita Cidad^, se perdera com toda a gente,


e Fazenda, que trazia na Costa da dita Capita-
nia de Pernambuco das ditas terras do Brasil, i
sem se salvar cousa alguma, segundo se tudo
me
podia ver por uma Carta testemunhavel, que
apresentara passada em Meu Nome, e assigna-
da pelo Doutor Pero Borges do Meu Desembar-
nas ditas
go, e Provedor de Minha Fazenda
Partes do Brasil, em que vinha o traslado do
dito Padrãot, e Postula, por onde o dito Senhor
mandara a dita tença lhe fosse paga na dita
Cidadq, que se tirara do Livro da Receita, e
Despesa de Antônio do Rego, que ora serfvia
de Thesoureiro delia, onde estava trasladada,
em que mais largamente tudo era declarado,
pedindo-mie houvesse por bem por lhe fazer
mercê,, lhe mandasse passar outra Carta de Pa-
drão com salva em fôrma da dita tença para
a fazer registar no dito Livro,., e requerer ao
dito Thesoureiro o pagamento, do que lhe delia
ser devidoi, e daqui em diante vencesse, e visto
seu requerimento e dita Carta testemunhavel,
em que tudo era declarado;, como m'e enviou
dizer, em que vinha o traslado do dito Padrão,
e Postula, a qual era feita por Sebastião AÍves
Escrivão de Minha Fazenda nas Partes aos vinte
dias do Mez de Agosto do anno de 1557, e as-
signado pelo dito Doutor Pero Borges do Meu
DesembargO), e Provedor-mor de Minha Fazen-
da dellas em como foi visto o Livro da Fazenda
da dita Ordem por Álvaro Pires Fidalgo de
Minha Casa e Escrivão da Minha Fazenda do
Reino,, e da Fazenda da dita Ordem, e nella
achou assentada a jdita tença, e o assento riscado
delia, e posto por elle nelle verba, como o dito
*« ¦'"",-¦¦¦:'
s* -

' ¦.'•¦ - ¦¦.¦'.¦.-'".... ' "¦¦•;


,'

Senhor Rei Meu Avô mandara pagar do dito


Janeiro do dito anno de 1556 em diante ao
dito Paios Dias no dito Thesoureiro na Cidade
do Salvador, lhe mandei dar esta presente Carta
de Padrão com salva da dita tença, pelo qual
Hei por bem havendo respeito aos serviços,, que
o dito Paios Dias fez ao dito Senhor, e por lhe
fazer mercê,, que elle tenha, e haja de Minha
Fazenda em cada um anno de tença cora o
habito da dita Ordem os ditos 12$720 reis,
dia de São
que montam em sua moradia do
João Baptista do dito anno de 1554 annos em
diante da qual tença não será obrigado pagar
Dizimo ao Convento da dita Ordem, por lhe
ser por elle descontada sua moradia, e Hei por
bem, que lhe sejam os ditos 12$720 reis assen-
de
tado's„ e pagos do dito Janeiro do dito anno
1556! por diante no dito Thesoureiro da dita
Ba-
Cidade do Salvador da dita Capitania da
hia de todolos Santos nas terras do Brasil, que
ora é, e ao diante for como o dito Senhor pela
dita Postula do dito Padrão, que se perdeu
Mando
mandou que lhe fossem pagos, pelo qual
diante lor,
ao dito Thesoureiro, que ora é, e ao
lhe dê, e pague
que do dito Janeiro em diante um anno aos
os Oitos 12S720 reis em cada
e sem quebra algu-
quartéis delle por inteiro, do Re-
ma, posto que assim haja sem embargo
esta dita Carta geral
gimento em contrario por Minha, nem
somente, sem ntòis outra Provisão
traslado de -
do Veador de Minha Fazenda pelo Eson-
Ia, que se registará, e conservara pelo
sua Despesa e
vão de seu Cargo no Livro de
que
seu Conhecimento, Mando aos Contadores,
anno, que
lho levem em conta em' cada um

¦ ; »* 'P;kr ':', '¦ oS!


¦

. v.. ..'""¦¦-¦

.A;.-: ;-¦'¦

-58-
os quaes
pela dita maneira lhos assim pagar,Thesoureiro
12$720 reis de tença lhe o dito
Carta, que lhe delia foi
pagará se pela outra lhos pagar,
dado lhos não pagar, e se pela outra
nao,
lhos não pagará por esta em maneira que
Paios Dias, nem nella
pague a jdtatença ao dito mais que
haja pagamento delia em cada um' anno
em
uma só vez, porque lhe não ha de ser levado
ter as
Conta que lhe assim mais pagcár1; e indo
ditas Cartas antes a sua mão trará, ou enviará
uma dellas á Minha Fazenda do Negocio do
Reino, ou índia, e Mina, e para nellas se rom-
Fazenda da dita
perem, e no dito Livro da
Ordem-no titulo;, e assento da dita tença foi
Pires, como Man-
posto Verba pelo dito Alvàro
dei dar delia este Padrão com salva ao dito
Paios Dias0 e a dita Carta testemunhavel foi
rota ao assignar desta. Dada na Cidade de Lis-
boa a 4 dias de Outubro. Pero Cubas a fez.
'Anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus
Christo de 1558. E eu Álvaro Pires digo eu
Manoel dè Oliva Escrivão da Fazenda fiz trás-
ladar, e a concertei com a própria, bem, e fiel-
mente, e na verdade com as entrelinhas, que
não façam duvida,, que dizem e quinhentos/ e
dar/ pagar/, e Concertados, que dizem — Pa-
drão/ ella/ Padrão/ Bispo/ dia/ era/ que do dito
Janeiro/ são/ e riscado, que diz/ em1/ e subscrevi
hoje 5 de Janeiro de 15 ... annos.

(Nota ú margem): — Falleceu Paios Dias


aos 5 dias do Mez de Junho de 1569 annos,
pelo que puz esta Verba.
¦.,..:;;
Oliva. #:'v ¦¦ ¦
,.¦ -.¦ .-¦_. j •
¦¦¦ ¦

-59 — .-'¦

Provisão de Pedro Teixeira de Escri-


vão da Provedor ia, e ílfandega desta Ca-
pítamia.

Mem de Sá do Conselho a°El-Rei Nosso Se-


nhor Capitão desta Cidade do Salvador Bahia
de todolos Santos, e Governador Geral em toda-
Ias Capitanias, e terras de toda esta Costa do
Brasil pelo dito Senhor etc. Faço saber ao Pro-
vedor-mor da Fazenda de Sua Alteza nestas Par-
tes, que confiando eu em Pedro Teixeira, que em
tudo o que o encarregar do Serviço de Sua Alte-
za o servirá bem, e fielmente os Cargos de Es-
crivão da Pròvedoia, e Alfândega desta Capi-
tania emquanto Francisco de Moraes serviu o
Officio,, e for ausente, com o qual Cargo ha-
verá de Ordenado em cada um anno trinta mil
reis pagos no Thesouro, que é outro tanto, como
tinha Francisco de Moraes; e assim mais todos
os proes, e pirecalços, que lhe direitamente per-
tencerem, e o dito Pedro Teixeira começará
a vencer o dito Ordenado da feitura deste ern^
diante, e lhe será pago pelo traslado desta, que
será registado no Livro da Fazenda, e da Re-
ceita, e Despesa do dito Thesoureiro, e com
seu Conhecimento feito pelo Escrivão de seu
Cargo, e assignado por ambos, mando aos Con-
tadores do dito Senhor, que lhe levem em conta
o que lhe pagarem, e montar haver eniqnanto:
servir, e lhe será dado juramento dos Santos
Evangelhos, que bem, e verdadeiramente sirva
de
o dito Officio;, guardando em1 tudo o serviço
do
Deus, e de Sua Alteza, e Direito das Partes,
desta pelo fcs-
que se fará assento nas Costas
crivão da Fazenda, pelo que Vos Mando, que

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— 60 —

è haver o dito
o aeixeis servir o dito Cargo,
nem' em-
Ordenado como dito é, sem duvida,
não façaes.
bargo, que a ello ponhaes, e ai
meu Signal,
Dada nesta Cidade do Salvador sub
Janeiro.
e sello de Minhas Armas hoje 13 de
de
Antônio Serrão a fez de 1560. E eu Manoel
Oliva Escrivão da Fazenda a trasladei aqui.

Confirmação de uma das Conezias da


Sé em Ruy Pmwnta.
da
D. Pedro Leitão por Mercê de Deus, e
Santa Sé Apostólica de Roma Bispo da Cidade
do
do Salvador Bahia de todolos Santos, terras
Brasil, e Commissario Geral por Autoridade
Apostólica em todas as Capitanias, e lugares
das ditas terras, e do Conselho de El-Rei Nosso
Senhor. A todos os que esta Minha Carta de
Confirmação,, e posse: virem saúde exn' Jesus
Christo., de todos é verdadeira Salvação,
?Fazemos que
saber, que perante Nós appareceu Ruy
Pimenta Clérigo de Ordens menores, e nos
apresentou uma Carta de apresentação do Se-
nhor Mem de Sá do Conselho do dito, Senhor
Capitão dá dita Cidade, e seu Governador
Geral nas ditas Capitanias, e terras desta Costa
do Brasil, pela qual Carta em Nome do dito
Senhor, como Governador, e perpetuo Adminis-
trador que é„ e Mestrado da Ordem, e Cavalla-
ria de Nosso Senhor Jesus Christo nos apre-
sentou o dito- Ruy Pimenta a uma Conezia da
Sé da dita Cidade, que vagou por Jallecimento
de Diogo Marques!; e vista por Nós a dita-Carta
¦.¦....,¦ ¦¦;¦¦-.' :¦ ' x. . .:,: .¦¦ ¦ -¦,¦¦..- r . ¦ ¦
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de Apresentação, confiando na bondade, e bom
saber do dito Ruy Pimenta, e sendo por nós
examinado o achamos apto, e sufficiente para
servir a dita Conezia, como cumpre a Serviço
de Deus^ e descargo de Nossa Consciência, pelo
qual por imposição do barrete, que em sua
Cabeça puzemos o confirmamos, e com effeito
o havemos por confirmado na dita Conezia a
apresentação do dito Senhor a quem de Direito
é da
pertence como Mestre, e Governador, que
dita Ordem, e Cavallaria, com a qual Conezia
o dito Ruy Pimenta haverá o ordenado Limi-
tado na Provisão Geral do dito Senhor, e os
mais réditos, e proveitos, que direita, e Cano-
nicamente deve haver, e outrosim será obri-
na dita
gado a servir,, e residir pessoalmente
Conezia, como o direito manda, e Nós ordena-
mos, e togo jurou em Nossas Mãos aos Santjos
Evangelhos de ser sempre obediente a Nós, e
a Nossos Superiores digo Successores e a residir
no dito Bispado inteiramente, e de cumprir, e
e de Nossos
guardar todos Nossos Mandados,
Vigários Geraes, Ouvidores, e Loco Tenentes, e
de nunca directe, nec indirecte ser contra Nós,
o
nem pontra Nossos Mandados, e de guardar
Regimento, e Instituição, que para bom Gover-
e
no, e -Regimento do dito Bispado fizermos,
hou-
Ordenações e ordenarmos, e mentres não
ver Constituições, e de cumprir, e guardar
Me-
as Constituições do Arcebispado de Lisboa
se
tropoiitano, assim, e da maneira que nellas e
contêm no Cap. ego enim de jure jurando;
emi virtude
por esta presente Carta mandamosde excomniu-
de Santa obediência, e sub pena
sendo
nhão a qualquer Clérigo, ou Notario, que

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62-

requeridos pelo dito Ruy Pimenta o mettam


de posse real, e actualmente incorporando nella
com todas as solennidades, que o Direito re-
e Coriporai
quer, e da tal posse real, e actual,
lhe passem seus instrumentos em fôrma, para
em tes-
guarda, e conservação de seu Direito,
temunho do qual lhe mandamos passar a pre-
sente Carta de Confirmação por Nós assignada,
e sellada de Nosso Sello nesta Cidade do Sal-
vador aos 22 do Mez de Dezembro. Antônio
de Aguiar Nosso Escrivão da Camara a fez
Anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus
Christo de 1560. B eu Manoel de Oliva a trás-
ladei aqui na verdade. E o dito Ruy Pimenta
tomou posse da dita Conezia em 24 de Dezem-
bro de 1559 annos, segundo eu vi por um ins-
trumento de posse que me apresentou feito por
João Marante Escrivão da Camara do dito Bis-
jpo, e assignado por Bartholomeu Garcia Conego,
e Antônio Gonçalves, e Affonso Pires.

(Nota ú margem): — Esta Conezia houve


o Padre Antônio Pinto por renunciação que
fez delia Ruy Pimenta, como consta pela Carta
do dito Padre a fls. e o dito Ruy Pimenta foi
apresentado ao Chantre desta Sé pelo Sr. Go-
vernador e Capitão Diogo Muniz Barreto como
por sua Carta se via registada neste Livro a
fls. de que fiz eu Contador esta declaração aos
25 dias de Abril de 1560. Magalhães. *•>
Confirmação do Deão MarCos Pires

D. Pedro Leitão por Mercê de Deus, e da


Santa Sé Apostólica Bispo da Cidade do Salva-
dor da Bahia de todos os Santos das Partes do
Brasil, Commissario Geral por autoridade Após-
tolica em todas as Capitanias, terras'* e lugares
das ditas Partes do Conselho d'El-Rei Nosso
Senhor ete. A quantos esta Nossa Carta de Con-
firmação., e posse virem saúde em Jesus Chris-
to, que de todos é verdadeira Salvação, Faço
saber,, que perante Nós appareceu Marcos Pires
Clérigo, <jte Missa^ e nos apresenteu uma Carta
de Apresentação d'El-Rei Nosso Senhor, a qual
é a Seguinte. D. Sebastião Por Graça de Deus|
Rei de Portugal e dos Algarves daquem', e da-
lem Mar em África Senhor. -fie? Guiné, e da
Conquista Navegação-, Çommercio de Ethiopia,
Arábia,, Pérsia, e da índia etc. Como Goivema-
dor(, e Perpetuo Administrador, que sou da Or-
dem e Cavallaria, do. Mestrado de Nosso Se.
nhor Jesus Christo. Faço saber a vós Revê-
rendo D. Pedro Leitão Bispo da Cidade do
Salvador das Partes do Brasil, que pela boa
informação, que Me destes de Marcos Pires Cie-
rigo de Missa, e de seu saber, vida, e costumes,
Mesa
e por ser examinado pelos Deputados da
da Consciência, e havido por idôneo Vmi&&
Cidade,
vir a Dignidade de Deão da Sé da dita
de Fernão
que ora está vaga por fallecimento «
Pires, que delia foi ultimo possuidor,, ^ei por
de leito
bem, e (Me praz de o apresentar, como
apresento á dita Dignidade e vos encommendo,
nella, e lhe passeis disso vos-
que o confirmeis
nas quaes
sas Letras de Confirmação em fôrma

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como o confirmastes
fará expressa menção dí e conserva-
a minha Apresentação para guarda,
Ordem'. Jorge da Costa
çao do Direito da dita do Mez de Junho
ffez em Lisboa a 30 dias
Senhor Jesus
Anno do Nascimento de Nosso
da Costa o fiz
Christo de 1559 annos. Manoel
Carta deApre-
escrever. B vista por Nós a dita
e sa con-
sentação, e Confiando na bondade
sendo por
sciencia do dito Marcos Pires, o qual
e sufficiente
Nós examinado o achamos apto,
de Deão da Se da Ci-
para servir a Dignidade falle-
dade do Salvador, que ora está vaga por ser-
a
cimento de Fernão Pires, como cumpre
Consciência
viço de Deus, e descargo de Nossa
em sua cabeça
por imposição de Barrete que
na dita Dignidade da
puzemos o confirmamos apre-
dita Sé do Salvador do Novo Bispado
sentação do dito Bispado digo do dito Senhor
a quem de Direito pertence, como Governador
e perpetuo Administrador, que é da Ordem, e
Cavallaria do Mestrado de Nosso Senhor Jesus
Christo, com a qual Dignidade haverá em cada
uto anno toda o ordenado Limitado na Provisão
a servir
geral de Sua Alteza e será obrigado
e por
pessoalmente, como por Nós é mandado,
Direito obrigado,, e o dito Marcos Pires jurou
em Nossas Mãos aos Santos Evangelhos de ser
sempre obediente a Nós, e a Nossos Successor
res, que canonicamente entrarem no dito Bis^
nossos
pado, e de cumprir, e guardar todos os
Mandados, e de Nossos Ouvidores, e loco Te-
nentes, e de outrosim cumprir, e guardar Oi que
se contém no Cap<. ego enim de jure jurando,
e por esta presente Carta mandamos em' vir-
tude de obediência, e sub pena de excomtounhão
a qualquer Clérigo, ou Notário do dito Nosso
Bispado, que vos esta apresente, sendo reque-
ridos o mettam de posse real, actual, e corpo-
ral da dita Dignidade por todas aquellas cousas,
que são do costume, e costumam1 dar nas taes
posses, e lhe dêm disso seus Instrumentos para
guarda, e conservação de seu Direito; em tes-
temunho do qual Mandamos passar a presente
Carta de Confirmação por Nós assignada, e
sellada de Nosso Sello. Dada na Cidade de Lis-
"Mez
boa aos 30 dias do de Julho. Diogo jMarques
a fez de 1559 annos. A qual Carta eu Manoel
de Oliva Escrivão da Fazenda trasladei aqui
bem, e verdadeiramente, semi levar cousa, que
duvida faça somente as entrelinhas, que dizem
— Deputados tudo, e se fizeram por fazer
verdade.
E o dito Marcos Pires tomou posse do Car-
aos 14
go de Deão desta Cidade do Salvador
de Dezembro de 1559 annos, segundo que eu
vi' por um Instrumento de Posse, que lhe foi
dada feito por Antônio de Aguiar Escrivão, e
assignado pelo Chantre, e Antônio Gonçalves,
e Bartholomeu Garcia Conegos.

Carta do Officio de Almoxarife de Dior


go Lopes de Meira.
Dom João por Graça de Deus Rei de Por*
iugal, e dos Algarves daquem, e dalem Mar em
África Senhor de Guiné, e da Conquista, Na-
vegação, Commercio, de Ethiopiá, Arábia Per-
sia, e da índia etc. A quantos esta Minha Carta
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eu respeito aos
virem Faço saber, que havendo
me tem feito
Serviços que nas Partes da índia
da Ordem de
Diogo Lopes de Meira Cavalleiro
de lhe fazer
Santiago. Hei por bem, e Me Praz
e Armazéns e
Mercê do Officio de Almoxarife,
da Bahia
mantimentos da Cidade do Salvador
tem-
de todolos Santos nas Partes do Brasil por
como ordenado contendo
po de cinco annos, e mi-
no Regimento na vagante dos providos por
ou vagando
nhas Provisões feitas antes desta,
seja. E portanto o
por qualquer maneira que Meu
Notifico assim a D. Duarte da Costa do
Conselho Capitão da dita Cidade, e Governador
das terras do Brasil, e qualquer outro Capitão,
e Governador, que ao diante for, e ao Provedor-
mor de Minha Fazenda em ellas, e Mando-lhes
dito Diogo Lo-
que quando pela dita maneira ao
o mettam em
pes couber entrar no dito Officio,
dito tempo
posse delle e lho Leixem servir pelo
de cinco annos e Haver o dito ordenado., como
dito é, e todos os proes, e precalços, que lhe
direitamente pertencerem, sem nisso lhe ser pos-
ta duvida, nem embargo algum1, por que assim
é Minha Mercê, e elle jurará na Chancellaria
que bem, e verdadeiramente o sirva, guardandoo
em tudo o que cumpre a Meu $erviço, e
o dito
que montar no Dito Ordenado tomará
Diogo Lopes em si, e-pelo traslado desta Carta,
que será Registada no Livro de sua Despesa
do
pelo Escrivão de seu Cargo, e com Certidão
dito Provedor-mor do que lhe montar haver
do tempo, que servir Mando que lhe seja le-
vado em conta. Dada em Lisboa a 20 de No-
vembro. Adrião Lúcio a fez. Anno do Nascimen-
to, de Nosso Senhor Jesus Christo de 1554 annos.
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-67-
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André Soares a fez escrever. O qual começou


'empossado do dito Cargo a 9 de
a servir, e foi
Dezembro de 1559 annos. Eu Manoel de Oliva
Escrivão da'Fazenda a trasladei aqui.

Alvará por que. foram providos Gaspar


ãe BarPo^, e Diogp Lopes de Meira de Jui-
zes dos Feitos da Fazenda na ausência do
Governador Mem de Sá para o Rio de Ja-
neiro.

Mem de Sá do Conselho d'El-Rei Nosso


Ba-
Senhor Capitão desta Cidade do Salvador,
em
hia de todolos Santos e Governador Geral
Costa
todalas Capitanias, e terras de toda esta
ao
do Brasil pelo dito Senhor etc. Faço saber
e
ProviddoriMor da Fazenda do dito Senhor,
vou ora
aos que esta virem, que porquanto eu
Juizes
ao Rio de Janeiro, e cá são necessários
de Sua Alteza dou
para os Feitos da Fazenda e a Diogo
a Gaspar de Barros por um Juiz,
Lopes de Meira pior outro por me parecerem
aptos para isso; e por isso lhe mande! passar
«mio
este Alvará por mim assignado, e seUato
Sello de Minhas Armas hoje 10 diasdoMez
1560. E | eu
Janeiro Antônio Serrão o fez de
o escrevi.
Manoel de Oliva Escrivão da Fazenda

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Confirmação de Bartholomeu Úarcia a


uma das Coneziasda Sé. »

D. Pedro Leitão por.Mercê de Deus, e da


da Cidade
Santa Sé Apostólica de Roma Bispo
terras
do Salvador Bahia de todolos Santos,
do Brasil e Commissario Geral por Autoridade
Apostólica em todas as Capitanias, e lugares
Nosso
das ditas terras, e do Conselho d'El-Rei
Senhor etc. A todos os que esta Minha Carta
de Confirmação, e posse virem saúde exn) Jesus
Christo Nosso Senhor, que de todos é verdadei-
ra Salvação. Fazemos saber, que perante nós
appareceu Bartholomeu Garcia, Clérigo de Mis-
sa, e Nos apresentou uma Carta de apresenta-
d'El-
ção do Senhor Mem de Sá do Conselho
Rei Nosso Senhor, Capitão da dita Cidade, e
seu Governador Geral nas ditas Capitanias, e
terras desta Costa do Brasil, pela qual Carta
em Nome do dito Senhor comO Governador e
Perpetuo Administrador, que é do Mestrado, e
Ordem da Cavallaria de Nosso Senhor Jesus
Christo Nos apresentou ò dito Bartholomeu Gar-
cia a uma Conezia da Sé da dita Cidajde que
vagou por renunciação, que delia fez em Nossas
Mãos Luiz Barreiros ultimo possuidor dá dita
Conezia, e vista por Nós a dita Carta de aipre-
sentação, confiando' na bondade, ^ bom saber
do dito Bartholomeu Garcia, e sendo por Nós
examinado o achamos apto, e sufficiente para
'servir
a dita Conezia, como cumpre a serviço
de Deus, e descargo de Nossa Consciência, pelo
qual por imposição de barrete, que em sua
Cabeça puzemos, o confirmamos, e com effeito
o havemos por confirmado na dita Conezia a
69- -

apresentação do dito Senhor a quem de Direito


pertence, como Mestre e Governador que é da
dita Ordem, e Cavallaria, com a qual Conezia
o dito Bartholomeu Garcia haverá q Ordenado
Limitado na Provisão Geral do dito Senhor, e
os mais réditos, e proveitos, que de Direito, e
Canonicamente deve haver, e outrosim será obri-
í^ado a servir, e residir pessoalmente na dita
Conezia como o Direito manda, e Nós ordena-
mos, e logo jurou em Nossas Mãos ao Santos
Evangelhos de servir sempre obediente a Nós,
e a Nossos successores Canonicamente no dito
Bispado entr'antes, e de cumprir, e guardar
todos Nossos Mandados, e de Nossos Vigários
Geraes, Ouvidores, e loco Tenentes, e de nunca
directe, nec indirecte contra Nós ser nem con-
tra Nossos Mandados, e de guardar o Regimento
do, dito Bispado fizermos, e ordenarmos elni men-
Constituições de Cumprir, e
' tes não houver de Lis-
guardar as Constituições do Arcebispado
boa Metropolitano; assim, e da maneira, que
nellas se eontémto e assim jurou de guardar tudo
aquillo que se contém1 no Cap1. ego enim de jure
jurando, e por esta presente Carta Mandamos
em virtude de Santa obediência, e sob pena
de excommunhão aquelle Clérigo, ou outro, que
sendo requeridos pelo dito Bartholomeu Garcia,
o meftam de posse real, actualmente encorpo-
rando-o nella com todas as solennidades, que
o Direito requer, e* da tal posse real, actual,
e Corporal lhe passem seus instrumentos em
de
publica fôrma para guarda, e conservação
seu Direito, em testemunho do qual lhe manda-
mos passar a presente Carta de Confirmação
Nosso Sello
por Nós assignada, e sellada de
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(

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— 70 —

do mez
nesta Cidade do Salvador aos 14 dias
Escri-
de Dezembro Antônio de Aguiar Nosso
de
vão da Câmara a fez Anno do Nascimento
Nosso Senhor Jesus Christo de 1559 annos. Eu
Manoel de Oliva a trasladei aqui, e o dito Bar-
thoiomeu Garcia tomou posse da dita Conezia,
segundo vi pelo instrumento da posse, que me
apresentou aos 14 dias do Mez de Dezembro
do anno de 1559 annos. Feito por João Marante
Escrivão e assignado por Ruy Pimenta, e An-
tonio Gonçalves e o Mestre Escola.
— Começou a vencer de
(Notaú:piar®em):
14 de Dezembro de 1559.

Carta da Conezia de Affonso Pires, em


que servia Domingos Marfins.
• ¦. ¦ '',.''¦
¦

D. Pedro Leitão por Mercê de Deus, e da


Santa Sé Apostólica de Roma Bispo da Cidade
do Salvador Bahia de todolos Santos, terras do
Brasil, e Commissario Geral por autoridade Após-
tolica em todas as Capitanias, e lugares das ditas
terras,, e do Conselho d'El-Rei Nosso Senhor a
Vós Reverendos Deão, Dignidades, e Cabido da
dita Nossa Sé, e bem assim a quaesquer outras
Pessoas a que o Conhecimento desta, pertencer
'Saúde
em Jesus Christo Nosso Senhor como
Governador, e perpetuo Administrador, que é
da Ordem, e Cavallaria de Nosso Senhor Je-
sus Christo a quem por bullas apíplicadas ás
rendas dos Dizimos destas Partes do Brasil são
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annexas, por justos respeitos, que a isso o mo-
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71
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veram, houve por bem, e por seu serviço, que


as Dignidades, e Conegos, que por alguma ma-
neira vagassem ou por ausência, ou por outra
qualquer via Nós provêssemos outra pessoa ido-
nea, que em seu lugar servisse, e que o tal assim1
do
provido houvesse o ordenado, e mantimento
dito Proprietário ausente, como mais largamente
se contém na dita Provisão de Sua Alteza, que
Livros da Fazenda do
por estar registada nos
dito Senhor destas Partes, a não mandamos
aqui inserir, e também por já vos ser intimada.
E porque Antônio Pires Conego da dita Sé está
ausente no Reino, e não pode servir seu bene-
ficio, e a dita Sé padeceria em seu serviço por
falta de Ministro, e Confiando na bondade, e
sufficiencia de Domingos Martins Clérigo de Or-
dens de Evangelho, o provi ora, e lhe encom-
mendei Cargo, e administração do dito Conego
elie o
por virtude da dita Provisão, para que
sirva, e cumpra todas âs obrigações á dita Co-
nezia annexas, e no tempo, que a servir haverá
o ordenadoi, e todos os proes, e precalços direi^
tamente, como o mesmo Affonso Pires os havia,
e deve haver, e será apontado pelo Prioste, que
hora é, e pelo tempo for, assim, e da maneira,
Domingos
que o dito Conego o era, e o dito
Martins servirá a dita Commenda emquanto o
elie bem fizer, e Nós não mandarmos o con-
trario. Notifioo-vok) assim,, e vos Mandamos em'
virtude de Santa obediência, e sub pena de ex-
eommunhão incorrenda, que lhe deixeis servir
a dita encommenda da dita Conezia, e sub pena
de vinte cruzados para a Nossa Chancellaria
mandamos ao Prioste, que ora é, e pelo tempo
íor, que lhe acuda com os seus ordenados no
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— 72 —

tempo Limitado nas Provisões do dito Senhor,


e com os mais benesses, e precalços, e dis-
tribuições, como a cada um dos ditos Conegos;
e para certeza dello lhe mandamos passar a
presente sub Nosso Signal, e Seilo de Nossas
Armas aos 22 dias do Mez de Dezembro. Anto-
nio de Aguiar Nosso Escrivão da Câmara a fez
Anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus
•Domingos Mar-
Christo de 1560 annos. E o dito
tins tomou posse, segundo vi por um Instru-
mento, que se me apresentou.

Carta da Capellãnia de Pero Gonçalves.

D. Pedro Leitão por Mercê de Deus, e da


Santa Sé Apostólica de Roma Bispo da Cidade
do Salvador, Bahia de todolos Santos; terras do
Brasil, e Commissario Geral por autoridade
Apostólica era todas as Capitanias, e lugares
das ditas terras, e do Conselho d'El-Rel Nosso
Senhor. A todos os que esta Minha Carta de
Confirmação, e posse virem, saúde em Jesus
Christo, que de todos é verdadeira Salvação.
Fazemos saber, que perante Nós appareceu Pe-
dro Gonçalves clérigo dte Ordens menores, e
nos apresentou uma Carta do Senhor Mem de
Sá do Conselho do dito Senhor Capitão da dita
Cidade, e seu Governador Geral nas ditas Ca-
pitanias, e terras desta Costa do Brasil,' pela
qual Carta em Nome do dito Senhor como Go-
, vernador, e perpetuo Administrador, que é, do
Mestrado, e Ordem da Cavallaria de Nosso Se-
nhor Jesus Christo Nos apresentou o dito Pero
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Gonçalves a uma Capellania, e vista por Nós á


dita Carta de Apresentação, confiando na bon-
dade, e bom1 saber do dito Pero Gonçalves; e
sendo por Nós examinado o achamos apto, e
sufficiente para servir a dita Capellania, como
cumpre a serviço de Deus, e descargo de Nossa
Consciência, pelo que por imposição de barrete,
que em sua Cabeça puzemos o confirmámos, e
com effeito o havemos por confirmado na dita
Capellania a apresentação do dito Senhor a
quem de Direito pertence como Mestre, e Go-
vernador que é da dita Ordem, e Cavallaria,
com a qual Capellania o dito Pedro Gonçalves
haverá o ordenado limitado na Provisão Geral
do dito Senhor, e os mais réditos, e proveitos,
que direita, e canonicamjente deve haver, e ou-
trosim será obrigado a servir, e residir pessoal-
mente na dita Capellania, como o Direito o
manda, e nós o ordenamos, e logo jurou enU
Nossas Mãos aos Santos Evangelhos de ser sem-
pre obediente a Nós, e a Nossos Suceessortesí
canonicamente no dito Bispado entrantes, e de
cumprir, e guardar todos Nossos Mandados, e
de Nossos Vigários geraes, ouvidores, e loco
Tenentes, e de nunca directe, nec indirecte
ser contra Nós nem contra Nossos Mandados,
e de guardar o Regimento, e instituição, que
para o governo, bem, e Regimento do dito Bis-
pado fizermos, e Ordenarmos e mentes não
houver Costituições de cumprir, e guardar as
Constituições do Arcebispado de Lisboa Metro-
se
politano, assim, e da maneira, que nellas
contém; e assim jurou de guardar tudo aquil-
Io, que se contém no Capitulo ego enim de
man-
jure jurando; e por esta presente Carta
t ).;•¦'v

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-74 —

damos em virtude de Santa obediência, e sub


a qualquer Clérigo, ou
pena de excommunhão
Notado, que sendo requeridos pelo dito Pe-
dro Gonçalves o mettam de posse actual, e real-
mente, e incorporando nella com todas as
sblennidades, que o Direito manda, e da tal
e lhe passem seus
posse, e actual, e corporal,
instrumentos em publica forma para guar-
da, e Conservação de se4i Direito, em teste-
munho do qual lhe mandamos passar a presente
Carta de Confirmação por Nós assignada, e sei-
lada de Nosso Sello nesta Cidade do Salvador
m os 14 dias do Mez de Dezembro Antônio
de Aguiar Nosso Escrivão da Câmara a fez armo
do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo
de 1559 annos. E o dito Pedro Gonçalves tomou
um
posse da dita Capellania, segundo vi por
instrumento de posse, que me apresentou ao
l.o dia do Mez de Fevereiro do anno de'1560
annos. E o dito Instrumento era feito por João
Marante Escrivão, e assignado pelo Deão e Mes-
tre Escola', e Ruy Pimenta, e Antônio Gonçalves.

Carta da Conezia de Pedro da Fonseca.

D. Pedro Leitão por Mercê de Deus, e da


Santa Sé Apostólica Bispo da Cidade do Salva-
dor da Bahia de todolos Santos nas Partes do
Brasil, e Commissario Geral por autoridade
Apostólica em todas as Capitanias, terras, e lu-
gares das ditas Partes, e do Conselho d'El-Bei
Nosso Senhor etc. A quantos esta Nossa Carta
de Confirmação, e posse virem, saúde em' Jesus
Christo, que de todos é verdadeira Salvação.

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-75

Fazemos saber, que perante Nós appareòeu Pe-


dro da Fonseca Clérigo de Missa, e nos apre-
sentou uma Carta de Apresentação d'El-Rei Nos-
so Senhor, a qual é a seguinte. D. Sebastião;
por graça de. Deus Rei de Portugal, e dos Al-
garves daquem, e dalem-Mar em1 África Senhor
de Guiné e da Conquista, Navegação, Commer-
cio de Ethiopia, Arábia, Pérsia, e da índia.
Como Governador e perpetuo Administrador,
que sou da Ordem, e Cavallaria do Mestrado
de Nosso Senhor Jesus Christo etc. Faço saber
a vós Reverendo D. Pedro Leitão, Bispo da Ci-
dade do Salvador das Partes do Brasil, que pela
boa informação, que me destes de Pedro da .
Fonseca, Clérigo de Missa, e de sua bondade,
vida, e Costumes, e por ser examinado, e ha-
vido por idôneo pelos Deputados da Mesa da
Consciência para servir uma Conezia da dita
Sé, que ora está vaga por fallecimento de Dio-
go Gonçalves, que delia foi ultimo possuidor:
Hei por bem-, e Me Praz, de o apresentar, como
de feito o apresento á dita Conezia, e vos en*<
commendo, que o confirmeis nella, e lhe pas-
seis disso vossas Letras de Confirmação em
fôrma, nas quaes fará expressa menção de como
o oonfirmastes a Minha Apresentação para guar-
da, e Conservação do Direito da dita Ordem1.
Jorge da Costa o fez em Lisboa a 30 de Junho
Anno-do Nascimento de Nosso Senhor Jesus
Christo de 1559. Manoel da Costa a fez escre-
ver. E vista por Nós a dita Carta de apresenta-
çãó, e confiando na bondade, e boa conscien-
cia do dito Pedro da Fonseca, o qual sendo por
nós examinado o achamos apto, e sufficiente
do $al-
para servir a Conezia da Sé da Cidade
-76-

vador, que ora está vaga por faliecimento de


Diogo Gonçalves, que delia foi ultimo possuidor,
como cumpre a serviço de Deus, e descargo
de Nossa Consciência por imposição do bar-
rete, que em sua cabeça puzemos o confirma-
mos na dita Conezia da dita Sé do Salvador do
Nosso Bispado a apresentação do dito Senhor
a quem de Direito pertence, como Governador,
e Perpetuo Administrador, que é da Ordem, e
Cavallaria do Mestrado de Nosso Senhor Jesus
Christo, com a qual Conezia haverá em cada
um1 anno o ordenado limitado na Provisão geral
de Sua Alteza; e será obrigado a servir, e re-
sidir pessoalmente, como por Nós é mandado,
e por Direito obrigado, o qual Pedro da Fon-
seca jurou em Nossas Mãos aos Santos EVan-
gelhos de ser sempre obediente a Nós, e a Nos-
sos Successores, que canonicamente entrarem
no dito Bispado;, e dle cumprir, e guardar todos
Nossos Mandados!, e d'e Nossos Ouvidores e loco
Tenentes, e de outrosim cumprir, e guardar o
que se contém no Cap. ego enim de jure ju-
rando; e (por esta presente Carta mandamos em
virtude de obediência e sub pena de excommu-
^^^
nhão a qualquer Clérigo ou Notario do dito.
Nosso Bispado, que vista a presente sendo re^
queridos, o metiam* de posse real, actual, e Cor-
poral da dita Conezia por todas aquellas cousas
que são de 'Costume, e se costumam dar nas
taes posses, e lhe dêm disso seus instrumentos'
para guarda e conservação de seu Direito em)
testemunho do qual mandamos passar a pre^
sente Carta de Confirmação por Nós assignada,
e sellada de Nosso Sello. Dada na Cidaide de
Lisboa aos trinta dias do Mez de Julho Diogo
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Marques a fez de 1559 annos. E o dito Pedro
da Fonseca tomou posse da dita Conezia se- a:1- '-',¦<¦:¦'a ,;' '¦'"¦': a..;, •
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gundo vi por um instrumento de posse, que C.Ci-


me apresentou aos 7 dias do Mez de Dezembro
de 1559 annos digo que tomou a dita posse
dia de Nossa Senhora da Conceição oito dias
do Mez de Dezembro do anno de 1559. Segundo
vi por um Instrumento de posse, que me apre-
sentou feito por João Marante Escrivão, e as-
signado por Affonso Pires, e Antônio Gonçalves ¦>

e Bartholomeu Garcia, Conegos.

Confirmação do Chantre Ruy Pimenta.

D. Pedro Leitão por Mercê de Deus, e da


Santa Sé Apostólica de Roma Bispo da Cidade
do Salvador da Bahia de todos os Santos, terras
do Brasil, e Commissario Geral por autoridade
Apostólica em todas as Capitanias, e lugares
das ditas terras, do Conselho d'El-Rei Nosso
Senhor. A todos os que esta Minha Carta de
Confirmação, e posse virem saúde em Jesus
Christo Nosso Senhor, que de todos é verdadei-
ra Salvação. Fazemos saber que perante Nós
appareceu 'Ruy Pimenta Clérigo de ordens Me-
nores, e Nos apresentou uma carta de Apre-
sentàção do Senhor Diogo Moniz Barreto Fi-
dalgo da Casa d'El-Rei Nosso Senhor, Capitão
da dita Cidade, e seu Governador Geral nas
ditas Capitanias, e terras desta Costa do Brasil,
pela qual Carta em Nome do dito Senhor como
Governador, e Perpetuo Administrador, que é
do Mestrado, e Ordem da Cavallaria de Nosso
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Senhor Jesus Christo Nos apresentou o dito


Ruy Pimenta ao Chantrado da Sé da dita Ci-
dade, que vagou por renunciação, que delle fez
em Nossas mãos João Lopes, ultimo possuidor
do dito Chantrado, e também pelo eu achar in-
truso nelle por fallecimento de Francisco de
Vacas Chantre finalmente, que pela renuncia-
mãos
ção do dito João Lopes que em Nossas
tem feito, ou por estar vago por fallecimento
do dito Francisco de Vacas, o apresento ao dito
Ruy Pimenta ao dito Chantrado pelo melhor
modo, e maneira, que com direito posso fazer.
E vista por Nós a dita Carta de Apresentação,
confiando na bondade,, e bom saber do dito Ruy
Pimenta, e sendo por Nós examinado, o acha-
mos apto, e sufficiente para servir a dita Chan-
tria, como cumpre a serviço de Deus, e des-
cargo de Nossa Consciência, pelo que por im-
posição de barrete, que em sua, cabeça puze-
mos o confirmamos',, e com effeito havemos por
confirmado na dita Chantria a apresentação do
dito Senhor, a quem de Direito pertence, como
Mestre, e Governador, que é da dita Ordem, e
Cavallaria, com a qual Chantria o ditd Ruy
Pimenta haverá o Ordenado Limitado na Pro-
visão Geral do dito Senhor, e os mais réditos,
e proveitos, que direita, e canonicamente deve
haver, e outrosim será obrigado a servir, e re-
sidir pessoalmente na dita Chantria, como o
Direito manda, e Nós ordenarmos; e logo jurou
em Nossas Mãos aos Santos Evangelhos de ser
sempre obediente a Nós e a Nossos Suocessores
canonicamente no dito Bispado entrantes, e de
cumprir, e guardar todos Nossos Mandados, e
de Nossos Vigários Geraes, Ouvidores, e Loco

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Tenentes, e de nunca directe, nec indirecte ser


contra Nós, nem contra Nossos Mandados, e
de guardar o Regimento, e Instrução, que para
bom governo, e Regimento do dito Bispado fi-
zermos e ordenarmos e. mentes não houver
Constituições do Aroebispado de Lisboa digo
Constituições, de cumprir, e guardar as Consti-
tuições do Arcebispado de Lisboa Metropolita-
no, assim., e da maneira, que nellas se contém
no Cap. ego enim de jure jurando; e por esta
presente Carta Mandamos em virtude de Santa
obediência, e sub pena de exoommunhão a qual-
quer Clérigo, ou Notario, que sendo requeridos
pelo dito Ruy Pimenta o mettam de posse Real,
e actualmente, encorporando-o nella com todas
as solennidades, que o Direito requer, e da
tal posse Real, actual, e Corporea lhe passem
seus Instrumentos em publica fôrma para guar-
da, e Conservação de seu Direito, em testemu-
nho do qual lhe mandamos passar a presente
Carta de Confirmação por Nós assignada, e
sellada de Nosso Sello nesta Cidade do Salva-
dor aos 15 dias do Mez de Março. Anno do
Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de
1560. E eu João de Amarante que ora sirvo de
Escrivão da Câmara do dito -Senhor Bispo, que
o escrevi. E o dito Ruy Pimenta tomou posse
do dito Chantrado, segundo eu Escrivão da Fa-
zenda vi por um Instrumento de posse, que p
dito Ruy Pimenta serviu este Chantrado e co-
meçou a servir aos 23 dias de Março de 1560
annos, como vi por uma Certidão do Bispo
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feita, e assignada pelo dito Bispo aos 14 de
Maio do dito -anno e por mais declaração trás-
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ladei aqui a dita Certidãoj,y e é o seguinte., V.'•'¦"¦'¦'"

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Senhor. Certifico a Vossa Mercê;, que Ruy


Pimenta Começou a servir o Chantrado, que
foi de João Lopes aos 23 de Março de 1560
annos, o que constou por seu juramento, e pelo
Apontador da Nossa Sé, e por assim passar na
Verdade passei esta Certidão por mim feita, e
assignada, para Vossa Mercê lhe mandar pagar
hoje 14 de Maio do dito anno. E esta Certidão
parece ser do Senhor Bispo.

(Nota á ^margem): — A Carta de Ruy Pi-


merita Chantre vae adiante,, e esta não lhe serve
por não ser a apresentação dó Governador a
quem pertencia como El-Rei Nosso Senhor o
manda e vae a folhas, e folhas, e portanto fiz
esta declaração aqui e risquei esta Carta.
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Confirmação da Meia Conezia de An-


tonio Pinto,

D. Pedro Leitão por Mercê de Deus, e da


Santa Sé Apostólica de Roma Bispo d'a Cidade
do Salvador Bahia de todos os Santos terras do
Brasil, e Commissario Geral por autoridade
Apostólica em todas as Capitanias, e lugares das
ditas terras, e do Conselho d'ELRei Nosso Se-
nhor. A todos os que esta Minha Carta de Con-
firmação, e posse virem saúde em Jesus Christo
Nosso Senhor, que de todos é verdadeira Sal-
vação. Fazemos saber, que perante Nós apipa-
receu Antônio Pinto Clérigo de Ordens Meno-
res, e nos apresentou uma Carta de apresen-
tação do Senhor Diogo Moniz Barreto-Fidalgo

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— 81 —

da Casa d'El-Rei Nosso Senhor; Capitão da dita


Cidade, e seu Governador Geral nas ditas Capi-
tanias, e terras desta Costa do Brasil, pela qual
Carta em Nome do dito Senhor comio Governa-
dor, que é, e perpetuo Administrador do Mes-
trado, e Ordem da Cavallaria de Nosso Senhor
Jesus Christo nos apresentou o dito Antônio
Pinto a uma Conezia da Sé da dita Cidajde que
ora vagou por renuneiação, que delia fez Ruy
Pimenta ultimo possuidor da dita Conezia; e
vista por Nós a dita Carta de Apresentação,
confiando na bondade e bom saber do dito
Antônio Pinto, e sendo por Nós examinado o
achamos apto, e sufficiente para servir a dita
Conezia, como cumpre a serviço de Deus, e
descargo de Nossa Consciência, pelo qual por
imposição de barrete, que em sua Cabeça pu-
zemos Confirmamos, e com effeito havemos por
confirmado na dita Conezia a apresentação do
dito Senhor a quem de Direito pertence como
Mestre, e Governador que é da dita Ordem, e
Cavallaria, com a qual Conezia o dito Antônio
Pinto haverá o ordenadp Limitado na Provisão
do dito Senhor, e os mais réditos, e proveitos,
ou-
que direita, e canonicamente deve haver,
trosim será obrigado! a servir, e residir pessoal-
mente na dita Conezia, como o Direito manda,
e Nós Ordenamos. E logo jurou em Nossas Mãos
aos Santos Evangelhos* de ser sempre obedien-
te a.Nósl, e a Nossos Successores Canonicamen-
te no dito Bispado entrantes, e de cumprir, e
Nossos
guardar todos Nossos Mandados, e de
Vigários Geraes, Ouvidores, e loco Tenentes,^ e
de nunca directe, nec indirecte ser contra Nos,
nem Contra Nossos Mandados, e de guardar o

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Regimento, e Instrucção, que para bom Gover-
no, e Regimento do dito Bispado fizermos, e
Ordenarmos e (mentes não houver Constituições
do Wrcebispado de Lisboa Metropolitano, assim,
e da maneira, que nellas se contém, e assim
jurou de guardar tudo aquillo, que se contém no
Cap. enim de jure jurando!; e por esta presente
Carta Mandamos em virtude de obediência, e
Sub pena de excommunhão a qualquer Clérigo,
ou Notario, que requeridos forem pelo dito An-
tonio Pinto, o mettam de posse real, actualmen-
te, encorporando-o nella com todas as solenni-
dades, que o Direito requerer, e da tal posse
real, actual,, e Corporal lhe passem seus Instru-
mentos em esta fôrma para guardiã, e Conserva-
ção cie seu Direito: em testemunho do qual lhe
mandamos passar a presente Carta de Confirma-
ção por Nós assignada, e Sellada de Nosso Sello
nesta Cidade do Salvador aos 15 dias do Mez
de Março Anno do Nascimento de Nosso Se-
nhor Jesus Christo de 1560 annos. E eu João
de Amarante, que ora sirvo de Escrivão da Ca-
mara do Senhor Bispo, que o escrevi. O qual
Antonio Pinto tomou posse da dita Conezia,
segundo eu Manoel de Oliva Escrivão da Fa-
zenda vi por um Instrumento de Posse, que me
elle apresentou digo que nunca me mostrou o
Instrumento de Posse, nem o vi, inda que aci-
ma diga, que o vi: e portanto fiz esta declaração
hoje o l.o de Novembro de 1560 annos. Oliva.

(A' margem): — Esta Conezia é de Francis-


co de Paiva a quem o Senhor Bispo deu por
uma Carta, que ao diante vae a folhas .... por
Antonio Pinto a não querer, nem tomar posse
-83-

delia, e portanto fiz esta Verba, e risquei a


dita Carta hoje o 1.° de Novembro do dito anno
e for servida por outras Pessoas.
Oliua.

Apresentação do Capitão e Governador Dio-


oo Moniz Barreto. ,,-v

Confirmação da Meia Conezia de Fran-


cisco de Paiaa.

D. Pedro Leitão por Mercê de Deus, e da


Santa Sé Apostólica de Roma Bispo da Cidade
do Salvador Bahia de todolos Santos, terras
do Brasil, Commissario Geral por Autoridade
Apostólica em todas as Capitanias e lugares
das ditas terras, e do Conselho d'El-Rei Nosso
Senhor etc. A todos os que esta Minha Carta
de Confirmação, e posse virem Saúde em Jesus
Christo Nosso Senhor, que de todos é verdadeira
Salvação. Fazemos saber, que perante Nós ap-
pareceu Francisco de Paiva Clérigo de Ordens
menores, e Nos apresentou uma Carta de Apire-
sentação do Senhor Mem de Sá do Conselho
do dito Senhor, Capitão da dita Cidade, e seu
Governador Geral nas Capitanias, e terras desta
Costa do Brasil pela qual Carta em Nome do
dito Senhor, como Governador e perpetuo Ad-
ministrador, que é da Ordem, e Cavallaria de
Nosso Senhor Jesus Christo Nos apresentou o
dito Francisco de Paiva a uma Meia Conezia
da Sé da dita Cidade, e vista por Nós a dita
Carta de Apresentação, confiando na bondade.

7
— 84 —

e saber do dito Francisco de Paiva, sendo por


Nós examinado, o achamos apto, e sufficiente
Conezia, como cumpre
para servir a dita Meia
a Serviço de Deus, e descargo de Nossa Con-
sciencia; pelo qual por imposição de barrete,
confirmamos, e
que em sua Cabeça puzemos,
com effeito havemos por confirmado na dita
meia Conezia a apresentação do dito Senhor,
a quem de Direito pertence, como Mestre e
Governador, qua é da dita Ordem, e Cavallaria,
com a qual Meia Conezia o dito Francisco de
Paiva haverá o ordenado limitado na Provisão
réditos, e pro-
geral do dito Senhor, e os mais
veitos, que direita, e Canonicamente deve haver
outrosim será obrigado a servir, e residir pes-
soalmente na dita meia Conezia, como o Direito
Manda, e Nós Ordenarmos. E logo jurou em
Nossas Mãos aos Santos Evangelhos de ser sem-
pre obediente a Nós, e a Nossos Suceessores
Canonicamente no dito Bispado entrantes, e de
cumprir, e guardar todos os Nossos Mandados,
e dos Nossos Vigários Geraes, e Ouvidores, e
loco Tenentes, e de nunca directe, nec indirecte
ser contra Nós, nem contra Nossos Mandados,
e de guardar o Regimento, e Instrucçao, que
para bom governo, e Regimento do dito Bis-
pado fizermos, e jOrdenannos e mentes não hou-
ver Constituições de Cumprir, e guardar as
Constituições do Arcebispado de Lisboa Metro-
politano, assimj, e ida maneira, que nellas se con-
tém, e assim jurou de guardar tudo aquillo, que
se contérh no Cap. ego enim de jure jurando;
e por esta presente Carta Mandamos em vir-
tude de Santa obediência, e sub pena de exeom-
munhiâo a qualquer Clérigo, ou Notario, que

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-85-

sendo requeridos pelo dito Francisco de Paiva,


o mettam de posse real actualmente, encorpo-
rando nella com todas as solennidades, que o
Direito requerer, e da tal posse real, actuai, e
Corporal lhe passem seus Instrumentos era pu-
blica fôrma para guarda, e Conservação de seai
Direito. Em testemunho do qual lhe mandamos
passar a presente Carta de Confirmação, por
Nós assignada, e sellada de Nosso Sello, nesta
Cidade do Salvador aos 13 dias do Mez de
Dezembro. Gaspar Ferraz a fez. Anno do Nas-
cimento de Nosso Senhor Jesus Christo de 1559
annos. Antônio Aguiar a fez escrever..
O qual Francisco de Paiva tomou posse
da dita Conezia, segundo eu Escrivão vi por
um Instrumento de posse, que me apresentou
aos 14 dias do Mez de Fevereiro do anno de
1560 annos feito por Antônio de Aguiar Escri-'
vão, e assignado pelo Deão, e Mestre Escola, e
Antônio Gonçalves.
— Era 20 ele Junho de 1560
(A' margem):
annos renunciou este Francisco de Paiva esta
Meia Conezia nas Mãos dó Senhor Bispo se-
da Fazenda
gundo eu Manoel de Oliva Escrivão
vi por uma renuneiação feita por João Marante;
e portanto fiz esta declaração.

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Bispo para resgatar.
Alvará do ''¦'¦'••¦¦.:••'.':•¦:./¦¦.'.¦.«•'<¦¦ '¦:'}:¦'- '.'¦.'¦
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Eu El-Rei. Faço saber a quantos este Alvará


virem, que eu Hei por bem, e Me Praz, que
D. Pedro Leitão Bispo da Cidade do Salvador
-86-

das Partes do Brasil, que ora está para partir


para as ditas Partes possa mandar comprar,
e resgatar dos gentios, e naturaes da terra em-
quanto lá residir, e estiver aquellas cousas, de
que tem necessidade para uso, e maneio da
sua casa, e mantença de seus escravos, e ser-
vidores, as quaes compras, e resgates poderá
fazer assim na dita Capitania da Bahia, como
quaesquer outras Capitanias das ditas Partes,
e isto a troco da mloeda, e mercadorias, com
que os Christãos podem resgatar com os gen-
tios, e não de outra alguma; e assim Hei por
bem, que as ditas cousas, que pela dita ma-
neira mandar resgatar, lhe sejam recolhidas,
e trazidas nos meus Navios, que forem ás ditas
Partes, e nelLes lhe seja para as taes cousas
dado embarcação. Notifico assim ao Meu Go-
vernador Geral das ditas Partes do Brasil, e
aos Capitães das Capitanias dellas, e a quaes-
quer outros Officiaes a que o Conhecimento
deste pertencer, e Mando-lhes, que não ponham
duvida alguma âo que dito é, e cúmprafm1, e
guardem, e façam mui inteiramente cumprir,
e guardar esta Minha Provisão ao dito Bispo,
come aqu.' é conteúdo, porque assim o hei por
bem. O qual valerá como se fosse Carta feita em'
Meu Nome, e sellada de Meu Sello pendente,
sem embargo da Ordenação do. Livro 2.° ti-
'tulo
20, que dispõe o contrario; e assim se
cumprirá, posto que não passe pela Chancel-
laria, sem embargo da Ordenação do dito Li-
vro em contrario. Balthazar Ribeiro o fez em
Lisboa a 16 de Setembro de 1559. E eu Bar-
tholomer Froes o fiz escrever.

"..'-¦ . -/-'"«r a..¦¦-


a; :.-.-.
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87-

Ha V. A. por bem, que D. Pedro Leitãoí


Bispo da Cidade do Salvador das Partes do
Brasil, que ora está para partir para as ditas
Partes possa mandar comprar, e resgatar dos
çentios, e naturaes da terra emquanto lá residir
aquellas cousas, de que tiver necessidade para
isso, e maneio da sua Casa, e mantença de
seus escravos, e servidores, as quaes compras,
e resgates possa fazer a troco de moeda, e mer-
cadorias, com que os Christãos podem resgatar
com os gentios, e não de outra alguma, e lhe
seja para ellas dado embarca-ção, e valha como
Carta, e que não passe pela Chaneellaria. O qual
Alvará vinha assignaao pela Rainha Nossa Se-
nhora. segundo paecia. E eu Manoel de Oliva
Escrivão da Fazenda o registei aqui hoje sete
de Maio de 1560 annos.

Confirmação da Meia Conezia de Fran-


cisco de Argolo.

D. Pedro Leitão por Mercê de Deus, e da


Santa Sé Apostólica em todas as Capitanias, e
lugares das ditas terras, e do Conselho d'El-Rei
Nosso Senhor etc. A todos os que esta Minha
Carta de Confirmação, e posse virem saúde em
Jesus Christo Nosso Senhor, que de todos é
verdadeira Salvação. Fazemos saber, que pe-
rante Nós appareceu Francisco de Argolo Cie-
rigo menores e Nos apresentou uma
'Carta de Ordens Sa
de Apresentação do Senhor Mem de
do Conselho do dito Senhor, Capitão da dita
Cidade, e seu Governador Geral nas ditas Ca-

&
" • -

'¦¦¦.:"¦¦

oo —

Costa do Brasil;, pela


pitanias, e terras da dita
Senhor, como Ad-
qual Carta em Nome do dito
ministrador, que é do Mestrado., e Ordem da
Cavallaria de Nosso Senhor Jesus Christo Nos
apresentou o dito Francisco de Argolo a uma
meia Conezia da Sé da dita Cidade; e vista
e con-
por Nós a dita Carta de Apresentação,
fiando na bondade, e bom saber do dito Fran-
cisco de Argolo, e sendo por Nós examinado,
o achamos apto, e sufficiente para servir a
dita Meia Conezia, como cumpre a Serviço de
Deus, e descargo'de Nossa Consciência, pelo
Ca-
qual por imposição de barrete, que em sua
beca puzemos o confirmamos, e com effeito o
havemos por Confirmado na dita Meia Cone-
zia a apresentação do dito Senhor, a quem de
Direito pertence, como Mestre e Governador,
que é (da Ordem, e Cavallaria com a qual Meia
Conezia o dito Francisco de Argolo haverá o
Ordenado limitado na Provisão geral do dito
'Senhor,
e os mais réditos, e proveitos, que di-
reita, e Canonicamente deve haver e outrosim
será obrigado a servir, e residir pessoalmente
na dita Meia Conezia, como o Direito manda, e
Nós Ordenamos. E logo jurou em Nossas Mãos
aos Santos Evangelhos de ser sempre obedien-
te a iNexs|, e a Nossos Successores canonicamente
no dito Bispado entrantes, e de cumprir, e guar-
dar todos Nossos Mandados, e de Nossos Viga-
rios Geraes, Ouvidores, e loco Tenentes; e de
nunca directe, nec indirecte ser contra Nós,
nem contra Nossos Mandados, e de guardar
o Regimento, e Instrucçao, que para bom go-
verno do dito Bispado fizermos, e ordenarmos
ç mentes não houver Constituições, e de cum-
r

'¦ r:|^

.j >¦ -•./¦ci>-CCC'
;,
totoC.CC- :
'¦>".f"V • 'to ,." ' 'r

...ii. . -/ ¦ -í'".*. to -. .'


.. -89-

prir, e guardar as Constituições do Arcebispado


de Lisboa Metropolitano, assim, e da maneira,
que nellas se contém, e assim jurou de guardar
tudo aquillo que se contém no Cap1. ego enim
de jure jurando);; e por esta presente Carta Man-
damos em virtude de Santa Obediência, e sub
ou
pena de excommunhão a qualquer Clérigo
notario, que sendo requeridos pelo dito Fran-
cisco de Argolo, o mettam de posse real, actual-
mente encorporando-o nelle com todas as solen-
nidades, que o Direito requer, e da tal posse
real, e actual,, e Corporal lhe passem seus Ins-
trumentos em publica fôrma para guarda, e
Conservação de seu Üireito; em testemunho do
Carta de
qual lhe mandamos passar a presente
Confirmação por Nós assignada, e sellada de
Nosso Sello nesta Cidade do Salvador em os 20
dias do Mez de Dezembro. Antônio de Aguiar
Nosso Escrivão da Câmara a fez Anno do Nas-
cimento de Nosso Senhor Jesus Christo de 1559
annos. E eu Manoel de Oliva Escrivão da Fa-
zenda registei aqui aos sete dias do Mez de
Maio de 1560 annos. E o dito Francisco de
Argolo tomou posse da dita Meia Conezia> se-
de posse, que
gundo eu vi por um Instrumento De-
Me apresentou em véspera de Natal 24 de
e
zembro de 1559. Feito por João Marante,
Gon-
assignado por Affonso Pires, e Antônio
çalves e Bartholomeu Garcia.
— 90 —

Certidão do Bispo em. que Certifica o


tempo, que começaram a servir seus Bene-
fidos os Clérigos nella Conteúdos.

Certifico a Vossa Mercê, que João Barantes


Clérigo de Missa começou a servir a Meia Co-
nezia dc Francisco de Paiva a 19 de Janeiro;
e a Conezia de Duarte Dias a 15 de Fevereiro
come constou pelo juramento, que lhe dei, e
pelo testemunho do Apontador da Sé; e ou-
trosim começou a servir Domingos Martins Cie-
rigo de Missa a Conezia de Affonso Pires aos
22 de Dezembro em diante; e João Fernandes
Clérigo de Missa serviu a Conezia de Duarte
Dias acima declarado até 17 de Dezembro até
que a dei a João Barantes, que foram a 18 de
Fevereiro. E por assim passar na verdade fiz
esta Certidão, e assignei para que Vossa Mercê
lhes mande fazer seus pagamentos, conforme
a Provisão, que trago de Sua Alteza hoje 9
de Maio de 1560 annos. A qual Certidão segun-
do parecia era feita da Letra do Bispo D. Pe-
dro Leitão, e assignada de seu Signal.

Outra Certidão.

Assim Certifico a Vossa Mercê, que Pedro


da Fonseca começou a tanger os Órgãos da
dita Sé dia de Natal 25 de Dezembro de 1560
annos;, e o Mestre da Capeila no mesmo dia de
Natal da dita era, e os dois Moços do Coro, que
Sua Alteza ora novamente acerescentou, como
se verá por sua Provisão, que Vossa Mercê
— 91 —

mandou registar começaram a servir a 15 de


Dezembro de 1559 annos; e por assim passar
na verdade, lhe dei esta Certidão por mim feita.
e assignada hoje de Maio de 1560 annos.
E outrosim esta Certidão parecia ser feita da
Letra^ e Signal do dito Bispo. E portanto fiz
aqui esta declaração hoje 14 de Maio. Manoel
de Oliva Escrivão da Fazenda as trasladei, e re-
gistei de 1560 annos e assignei por me mandar
o Doutor Braz Fragoso Provedor-mor. Manoel
de Oliva de Mendonça.
Declaro mais a Vossa Mercê, que João Ba-
rantes serviu a Meia Conezia do dito Francisco
de Paiva até 14 de Fevereiro de 1560 annos.
E por assim passar na verdade fiz esta decla-
ração hoje 14 de Maio de 1560 annos.
Certifico maisi a Vossa Mercê, que Domingos
Martins começou a servir a Conezia, que foi
*Ruy
de Pimenta aos 24 de Maio de 1560. E
por assim passar na verdade lhe dei esta Cer-
tidão por mim feita, e assignada hoje 14 de
Maio1 do dito anno, e declaro a Certidão ser
feita, e assignada pelo dito Bispo, e registei
esta com todas as mais por mandado do Doutor
Braz Fragoscj, Provedor-mor e portanto assi-
gnei aqui. Manoel de Oliva de Mendonça.

Nomeação de Moço do Coro da Sé a


Diogo filho de Diogo Rodrigues.

O Bispo. Fazemos saber aos que este Nosso


Alvará virem, que Nós nomeamos, e apresen-
tamos a Diogo filho de Diogo Rodrigues, para
V -92-

de Nossa Sé, com
que sirva de Moço do Coro
o qual haverá seis mil reis, que Sua Alteza por
sua Provisão accrescentou ora aos Moços do
Coro, os quaes haverá, e lhe serão pagos con-
forme a dita Provisão; e por este Mando ao
Prioste, que ora é, e pelo tempo for, que lhe
e, fôrma da
pague os ditos 6$ reis na maneira,
dita Provisãoi; e o dito Diogo será obrigado a
servir o dito Cargo de moço do Coro assim, e
da maneira, que Nós ordenarmos por Nosso
Regimento, o qual Cargo servirá emquanto o
elle bem fizer, ou Nós não mandarmos o con-
trario; e {para Certeza deito lhe mandamos pas-
sar este Nosso Alvará por Nós assignado, e sei-
lado com o sello digo) e sellado comi o Nosso Sei-
lo aos 19 dias do Mez de Dezembro. Gaspar
Ferraz a fez. Anno do Nascimento de Nosso Se-
nhor Jesus Christo de 1559 annos. Antônio de
Aguiar a fez escrever.

Carta Regia: para haver um Mestre da


Capella da Sé.

Reverendo Bispo Amigo. Eu Hei por bem


por alguns justos respeitos, que Me a isso mo-
vem, que haja na Sé da Cidade do Salvador das
Partes do Brasil um Mestre de Canto, que sirva
de Mestre da Capella da dita Sé, o qual Vós No-
meareis, e será removível para poderdes sem-
pre ter quem sirva o dito Cargo, e não nomea-
reis nelle Dignidade, nem Conego da dita Sé
por ser isso do Serviço delia, ainda que haja
algum, que tenha Provisão do* Bispo D. Pedro
-93-

Fernandes, se constar, que* o dito Bispo lhe não


podia dar o dito Cargo perpetuo, parecendo-vos,
que se devem aocrescentar a elle mais obriga-
Or-
ções, e pôr-se-lhe encargo de ensinar mais
faos, e pobres dos que agora ensina, o fareis
á Pessoa^ a que novamente proverdes do dito
Cargo, o que assim Cumprireis, posto que elle
não seja passado pela Chancellaria. Jorge da
Costa o fez em Lisboa a 15 de Junho de 1559.
Manoel da Gosta o fiz escrever. 0 qual Alvará
e Provisão estava assignado pela Rainha Nossa
Senhora segundo parecia por seu signal.

Assentamentos das Dignidades, Conegos,


Meios Conegos, Capellães, e Moços do Coro.

Dom Sebastião por Graça de Deus Rei de


Portugal e dos Algarves daquem, e dalem-Mar
em África Senhor de Guiné, e da Conquista,
'Navegação, Commercio da Ethiopia Arábia, Per-
Perpe-
sia, e da índia etc. Como Governador, e
e Cavai-
tuo Administrador, que sou da Ordem
Jesus
laria do Mestrado de Nosso Senhor
saber
Christo aos que esta Carta virem. Faço
Praz de aocrescentar
que eu Hei por bem, e Me Lhantre
as quatro Dignidades a saber Deão,
Conexos
Mestre Escola Thesoureiro, e aos seis
Partes do
da Sé da Cidade do Salvador nas
a saber
Brasil as quantias abaixo declaradas,
vinte,
ao Deão vinte mil reis alem dos outros
das outras WM"
que já temi; e a cada uma dos 20$ reis,
dádes quinze mil reis mais alem
-94-

que tem de sua Instituição, e a cada um dos


ditos seis Conegos dezoito mil reis alem dos
dez mil, que tem para que daqui em diante
tenham, e hajam em! cada um anno a saber o
dito Deão 40$ reis, e cada uma das ditas três
Dignidades 35$ reis, e cada um dos ditos Co-
negos trinta mil reis; e todas as ditas Dignida-
des. e Conegos não haverão a parte, que lhes
cabia dos Dizimos das Miunças em que podiam
montar a [cada lum por anno dez mil reis, e assim
Hei por bem de accrescentar aos seis Capiel-
lães da dita Sé quatro mil reis alem dos oito
mil, que têm, para que cada um delles tenha e
haja outrosim daqui em diante doze mil reis
cada annoí e por esta Hei por bem, que alem das
ditas Dignidades, e Conegos haja na dita Sé dois
Meios Conegos, e que cada um delles tenham
e hajam de seu mantimento ordenado quinze
mil reis cada anno; e assim hajam mais dois
Moços do Coro, alem dos outros dois, que na
dita Sé ha para serem pior todos quatro, e que
cada um dos ditos quatro Moços do Coro hajam
de mantimento ordenado em cada um anno seis
mil reis entrando nelles os dois mil reis, que já
tem cada um dos dois, que tégora houve na
dita Sé os quaes accrescentaniientos, e manti-
mentos nesta Carta declarados, serão pagos ás
ditas Dignidades, Conegos, Meios Conegos, e
Capellães, e Moços do Coro na fôrma modo, e
maneira conteuda, e declarada em uma Minha
Carta, que mandei passar sobre os pagamentos
dos mantimentos, Ordenados, e aeerescenta-
mento do Bispo da dita Cidade do Salvador, e
Ministros da dita Sé. E portanto Mando ao Pro-
vedor de Minha Fazenda nas ditas Partes do
'¦ ¦'
¦

Brasil, que pela maneira declarada na dita Pro-


visão faça pagar aos sobreditos as quantias,
que por esta Carta Hei por bem que cada um
haja de seus accrescentamentos e mantimentos,
e faça em todo cumprir, e guardar assim1, e da
maneira, que se nella contém; e assim Mando
ao Barão de Alvito Veador de Minha Fazenda
faça assentar os ditos accrescentamentosi, e man-
timentoos no Livro da Fazenda da dita Ordem
no modo declarado em esta Carta, que para fir-
meza dello lhe mandei dar. Simão Borralho a
fez em Lisboa aos 14 dias do Mez de Setembro
anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus
Christo de 1559. Eu Duarte Dias a fiz escrever.

(A' marg\em): — Ao 1.° de Junho houveram


pagamento em Heitor Antunes, e Francisco de
Aguilar rendeiros dos assucares; a saber o Deão
15$221, o Thesoureiro l$360, o Mestre Escola
131026, Pedro da Fonseca 6$033, Antônio Gon-
çalves 11366, Buy Pimenta 5G3, Domingos Mar-
tins 666, João Fernandes 1$166, Francisco de
Argolo 291, os quaes pagamentos venceram até
o derradeiro de Abril do Anno de 1560 do l.°
Terço com o mais que lhes era devido do anno
hoje
passado, que portanto puz aqui esta Verba
5 de Junho de 156Q - 3$380 reis desta verba
pagou Heitor Antunes somente, e a mais quantia
pagou Manoel da Costa rendeiro das miunças,
e '5 assucares. g; v
: Outrosim houveram pagamento em Jorge
Martins Almoxarife dos Ilhéus os Padres seguin-
tes Domingos Pedro que lhes era devido de
seus ordenados até o derradeiro de Abril deste
a saber o.
presente anno de 1560 do 1.° terço
-96-

Thesoureiro Í1I66G 2/3 Chantre 3692, e ao dito


Chantre do tempo que serviu de Conego 6833
2/3 Bartholomeu Garcia Conego 10$G00, Pero
da Fonseca 10$ reis, Antônio Gonçalves 10$
reis Affonso Pires 10$ reis, Domingos Martins
383 2/3 João Fernandes, João Barantes ambos
10$ reis Francisco de Argoio e Meio Conego
5$ reis, e a João Barantes, e a Francisco de
Paiva do tempo, que lhe o dito João Barantes
serviu a Meia Conezia a ambos 4$250, e sem
embargo de ter postas verbas nas suas Cartas,
lhe fiz aqui esta declaração de como houveram
o dito pagamento.
Houve pagamento o Senhor Bispo D. Pedro
Leitãq, e o Cabido em Pedro Rodrigues Amzulho
Almoxarife de Pernambuco, ou em quem o Car-
go servir da quantia de 312$773 reis que ven-
ceram de seus Ordenados té o derradeiro de
Agosto do anno ide 1560 a saber o Bispoi 157$777
reis 2/3 e o Deão Marcos Pires 13$ 440 reis, e
a Ruy Pimenta Chantre 11$667 reis 2/3, e a
Felipe Estacio Thesoureiro 12$445 2/3, e ao
Mestre Escola Silvestre Lourenço 12$446 reis
2/3 e Henrique Nunes Capellão do tempo que
serviu a Conezia de .... 5$300 Antônio Gon-
çalves Conego 12$466 reis 1/3. Pedro da Fon-
seca Conego 10$800 reis Bartholomeu Garcia
Conego ll$416j, e a João Baranches, que serviu
a Conezia de Duarte Dias 10$ reis, e a Fran-
cisco dc Paiva Conego pelo Padre, que serviu a
Conezia de Antônio Pinto, que ora é sua 8$456
reis Francisco de Àrgolo Meio Conego 3$991
reis 2/3, Miguel Martins do tempo que serviu
a Capellania do dito Marcai Rodrigues 2333 reis,
... j

Diogo Rodrigues do tempo que serviu a Capei-


lania de Henrique Nunes 933 reis 2/3 e ao dito
Henrique Nunes Capellão 3$066 reis 2/3; a Pe-
dro Barbosa Capellão 4$312 reis, Jacobus Ro-
drigues Capelão 4$312 reis, Diogo de Almeida
4$312 reis 1/3, Pedro Gonçalves Capellão 4$
reis, quatro Moços do Coro 8$460 reis. E por-
tanto puz aqui esta Verba hoje 19 de Dezem-
bro de 1561, que foi o dia, em que se lhe pas-
sou o mandado e assignou.
oiivá.

Ao 1.° de Junho houveram pagamento a


saber Jacobus Rodrigues de 4421, Diogo de Al-
meida 4421, Henrique Nunes 4421, Pedro Gon-
dois
çalves Nunes 3$ reis João Gonçalves 2566,
Moços do Coro novos cada um 2216, outros 2
velhos cada um 2287, o Mestre da Capella 998
todos em Manoel da Costa, e Antonio de Souza
do Rendimento das miunças, e portanto puz aqui
esta verba, e o dito pagamento foi do que lhe
era devido até o derradeiro de Abril deste anno
de 1560 annos.

Houve pagamento o Bispo D. Pedro Leitão


em Christovão Rodrigues Arguelho (sic) Almoxa-
rife de Pernambuco de 190$ reis, que venceu até
o derradeiro de Junho: de 1560, e portanto puz
aqui esta verba hoje 2 de Agosto de 1560 digo,
em o dito
que houve pagamento o dito Bispo
Pedro Rodrigues Almoxarife de Pernambuco de
190$ reis somente; porque dos outros cento ioi
Terra The-
pago no Reino em João Rodrigues
soureiro da Casa da Mina, e portanto fiz esta
declaração hoje 3 de Agosto de 1560 annos. ,
98
'. L

Houve pagamento Pedro da Fonseca Co-


nego do 1.° de Maio até 6 de Agosto do anno
dfi 1560 do Officio de Tangedor dos Órgãos
'Heitor Antunes Rendeiro dos assucares de
em
31200 reis, que se lhe montavam no dito tenípo
de Tangedor. E portanto puz aqui esta Verba
hoje 8 de Agosto do dito anno de 1560.

Aos quatro de Janeiro de 1561 houveram


da terça
pagamento o Senhor Bispo, e Cabido
derradeira do anno passado de 1560, que se
começou o 1.° de Setembro, e se acabou o der-
radeiro de Dezembro do dito anno de 1560 a
jsaber; 181$ reis em Manoel da Costa Rendeiro
das Miunças, e 109$333 e 1/3 em Fernão Vaz
da Costa Thesoureiro para os pagar do Rendi-
mento do Engenho de Pirajá, que o Rendeiro
havia de dar do anno passado, e se montou
na dita quantia de 250$333 reis e 2/6 ao dito
Senhor Bispo, e todo o Cabido a saber as 4
Dignidades e 6 Conegos, e 2 Meios Conegos, e
6 Capellães, e 4 Moços do Coro: e portanto puz
aqui esta Verba hoje 7 do dito Mez de Janeiro
do dito anno de 1561 anno e assignei.
Otipa.

Houtve Bartholomeu Pires Mestre


'Capella pagamento
da de 13$335 reis em Heitor Antunes
Rendeiro dos assucares, que venceu até o der-
radeiro de Dezembro de 1560, e portanto puz
esta Verba hoje 8 de Janeiro de 1561 annos.
i

Houve mais pagamento Pedro da Fonseca


Conego de 4$ reis de Tangedor dos Órgãos do
i.o de Setembro de 1560 até o derradeiro de
'¦ 1
.

, ' ' '"' ' \ ¦


¦ <
,

. . . f. ..,,, .
m

¦1
I

Dezembro delle a razão de 200$ reis por anno,


e por que os recebeu no Thesoureiro Fernão
Vaz da -Costa puz aqui esta Verba hoje 8 de
Janeiro de 1561 annos, digo que os recebeu l
em Gaspar de Barros Thesoureiro. ¦
i
!'

Oliva.
!i
Houve pagamento o Padre Pedro da Fon-
seca de 4$ reis em Gaspar de Barros Thesou- [:
.1.
reiro, que venceu de tanger os Órgãos da Sé :V
:V-.-ygr£f
do 1.° de Janeiro do anno presente de 1561 até I
o derradeiro de Abril delle a razão de 200$ reis ¦

por annoj, e portanto puz aqui esta Verba hoje


4 de Julho de 1561, digo que houve o dito pa-
gamento em Pedro Rodrigues Amrulho (sic) Al-
moxarife de Pernambuco,, e portanto fiz esta de-
claração, e assignei no dito dia mez e anno
acima.
Oliva.

Houveram pagamento o Senhor Bispo, e


Cabido da Sé em Manoel da Costa da quantia
de 283$666 reis; que lhe montavam haver em
a terça deste anno de 1561, que se começou o
l.o de Maio de 1561 digo de Maio e acabou o
derradeiro de Agosto!; a saber ao Senhor Bispo
133$333 reis 1/13 e ao Deão 13$333 reis l/30 e
as três Dignidades a cada um 11$66G reis 2/3 e
aos seis Conegos a cada uifl 10$ reis, e aos 2
Meios Conegojs a içada um 5$ reis, e1 aos 6 Capei-
lães a cada um 4$ reis, e aos quatro Moços do
Coro a cada um 2$ reis por mandado feito a
14 de Outubro de 1561 e portanto*, piuz esta Ver-
ba em os 13 do dito mez, e anno.
Oliva.

Ju&i i.,^, j». ^. .i-1 r.*

':": •
r

- v
O
Houveram pagamento o Bispo D. Pedro Lei-
Conegos,
tão e o Cabido, a saber Dignidades,
reis, que
Miuistros da Sé da quantia de 283S66G
anno
lhes eram devidos do 1.° de Janeiro deste
delle em
de 1562 até o derradeiro de Abril
Jorge Marüns Almoxarife dos Ilhéus por man-
dado do Provedor-mor feito a 25 de Maio do
dito anno; pelo que puz esta Verba no dito
dia. ^,.
Oliva.

Houveram pagamento o Senhor Bispo e Ca-


bido em Pedro Rodrigues Amrulho Almoxarife
dc; Pernambuco da quantia de 283$666 reis e
2/3 de real; que venceram do 1.° de Janeiro
deste anno de 1561 até o derradeiro de Abril
delle a saber o dito Senhor Bispo 133$333 1/3,
e o Deâo 13$383 reis 1/3 e as 3 Dignidades a
cada um 11$66G reis 1/3; e aos seis Conegos a
cada um 10$ reis e aos dois Meios Conegos.
cada um 5$ reis-,1 e a 6 Capellães cada'|um 4$ reis
e a 4 moços do Coro cada um 2$ reis, e por1-
tanto puz esta Verba hoje 17 dc Julho de 1561
annos.
Oliva.

Houve pagamento o Padre Pedro da Fon-


seca de 4$ reis em Gaspar de Barros Thesou-
reiro, que venceu em tanger os Órgãos desde
o 1.° de Maio de 1561 até o derradeiro de Agos-
to delle por mandado do Provedor-mor feito
a 13 de Novembro de 1561. Pelo que puz aqui
esta Verba no dito dia.
¦
. X......' Oliva.

~, '
¦ -AA- ¦..f '* ¦;-'
. „'
"¦; '* .
3
*

Houveram pagamento; o Senhor Bispo, e Ca-


hido da terça derradeira, que se começou o
l.o de Setembro de 1561 e se acabou o derradei-
ro delle, a saber o dito Senhor da quantia de
133*333 reis 1/3 100$ reis em Pedro Rodrigo
Alm xarife de Pernambuco e os 33$333 1/3, e
as 3 Dignidades cada uma 11$666 2/3 e aos seis t
Conegos a cada um 10$ reis, e os dois Meios
Conegos a Içada um 5$ reis, e aos seis Capellães
a cada um 4$ reis, e aos 4 Moços do Côroi a cada
um 2$ reis tudo em Pedro Rodrigues por man-
dade de Provedor-Mor feito a 2 de Janeiro de
1562 pelo que puz esta Verba.

Oliva.
' '
j ¦
.

Houve pagamento o Padre Francisco da Luz


da quantia de 4$ reis em' Gaspar de Barros The-
soureiro de tanger os Órgãos de Sé, que ven-
ecu do 1.° de Setembro de 1561 até o derra-
deiro de Dezembro delle a razão de 200$ reis
que tem, e portanto fiz esta Verba hoje 18
de Fevereiro de 1562.
Oliva.

Houveram' pagamentoi o Bispo D. Pedro Lei-


tão, e Cabido a saber; Dignidades Conegos, e
Meios Conegos; Capellães, Moços do Coro em
Pedroi Rodrigues Anzulhoi Feitor e Almoxarife de
Pernambuco da quantia de 283$66G reis 1/3,
que todos venceram de' uma Terça, que se co-
meçou o l.o dia do Mez de Março do presente
anno de 1562, e se acabou o derradeiro de
Agosto do dito anno pior mandado do Provedor-

"*"'¦

-X;X.:.$.
'

¦¦ ':

-•s ' *"¦¦'.;

-k >' — 102 —
de 1562,
mor feito a 2 de Setembro deste anno
Verba no dito dia, mez, e
pelo que puz esta
anno de 1562.
Oliva.

Lei-
Houve pagamento o Bispo D. Pedro
Thesou-
tão de 20$ reis em Gaspar de Barros
mandado
reiro a conta de seu ordenado por
Dezembro de
do Provedor-mor feito a 4 de
o dito dia
1562, pelo que puz esta Verba em
mez, e;anno. ™,
Oliva.

D.
Houveram pagamento o Senhor Bispo
1/3
Pedro Leitão da quantia de 113$333 reis
até o derradeiro
que venceu de seu Ordenado a
dia de Dezembro áo anno passado de 1.562
Ren-
saber 1121950 reis em Manoel da Costa
deiro dos Dizimos das Miunças dos annos pas-
Ren-
sados, e os 383 reis em Manoel Affonso
deiro dos Dizimos das Miunças do presente an-
os
no: e portanto puz esta Verba, e houve
ditos pagamentos, por mandado do Proivedor-
mor feito a 12 de Fevereiro de 1563.
Oliva.

Houveram pagamento o Deão, Mestre Es-


cola, Chantre, Thesoureiro, e seis Conegos, dois
Meios Conegos, e seis Capellães, 4 Moços do
Coro de 150S716 reis, que a todos era devido
de seu Ordenado até o derradeiro de Dezembro
de 1560 em Manoel Affonso Rendeiro das Miun-
feito a 12
ças, por mandado do Provedor-mor

V
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¦

103 I
de Fevereiro de 1563; pelo que puz esta Verba
com a de cima a 17 de Fevereiro do dito anno
de 1563.
Oliva.

Houveram pagamento o Senhor Bispo, e


Cabido da quantia de 283S666 reis 2/3 que ven-
ceram de seu ordenado do 1.° de Janeiro do
anno presente de 1563 até o derradeiro dé Abril
do dito anno em Pedro Rodrigues Amrulho Al-
moxarife de Pernambuco por mandado do Pro-
vedor-nior feito a 15 de Maio de 1563 pelo
que puz esta Verba no dito dia mez e anno
acima.
, Oliva.

Houveram pagamento o Senhor Bispo, e


Cabido em o Almoxarife da Capitania de Per-
nambuco Pedro Rodrigues Amrulho de 266S666
reis, e quatro ceitis desta segunda terça que co-
meçou de 1.° de Maio de 1564, e acabou o der-
radeiro de Agosto da dita era; pelo que puz
aqui esta Verba hoje 18 de Setembro da dita era.

Francisco de Barbudo.

Houfveram pagamento o Senhor Bispo, e


Cabido em o Thesoureiro Gaspar de Barros
da quantia de 283$66G reis 1/3 que se vence-
ram do 1.° de Maio de 1563 até o derraideiro
de Agosto delle por mandado do Provedor-mor
feito a 13 de Outubro de 1563 pelo que puz
esta Verba no dito dia.
Oliva.
' í,if! £t, ;. ;¦,:,
¦ - ¦<
V.-.-- # .,;¦ ¦'¦' :¦¦; "

o Senhor Bispo c
Houveram pagamento
<ie
Cabido tm o Almoxarife de 283Sobui re s
fô*g»j™£
Rodrigues Anzulho da quantia
de Setembro de 1563 ate
que venceram de O dda era_por o,
o derradeiro de Dezembro ^
do Senhor Governador Mem de Sa feito a
dem
puz esta
l^de Abril de 1554 annos, pelo que
verba no dito dia.
Francisco de Barbedo (sic)

Bispo, e
Houveram pagamento o Senhor
ÍArttas da quau-
Cabido em. o Thesoureiro Luiz
digo e i/á a
tia de 283$666 reis e dois cutiz
terça que se
conta do que venceram de uma
de 15b4, e
começou o l.o do presente anno
do dito anuo
se acabou o derradeiro de Abril
Governador Mem de
por mandado do Senhor 15b4 an-
Sá feito a 9 de Maio do dito anno de
dia mez,
nos; pelo que puz esta Veroa no dito
e anno. r
Franrôiseo de Barbedo.

ü.
Houveram pagamento o Senhor Bispo
Pedro Leitão e Cabido em o Almoxarife Pedro
Rodrigues Anzulho da Capitania de Pernam-
buco de 153$610 reis e 4 ceitis desta pn-
ele
meira terça, que começou do 1.° de Janeiro
dita
64, e acabou ao derraneiro de Abril da
era; e o mais que falta para se acabar de en-
cher esta terça lhe foi pago no Thesoureiro Lujs
U
d'Armas pelo que puz aqui esta Verba hoje
dias do Mez de Outubro de 64 annos.
-
j

'¦''¦""„>.¦.'¦¦ ''¦"' '¦'¦'¦ '¦'¦ ''/-'":':'.


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*

— 105 — v.- ¦
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Houlveram pagamento o Senhor Bispo, e


Cabido em.Luis d'Armajs Thesoureiro nesta Ci-
dade do Salvador da quantia de 283S666 reis
e 2/3 de real da Ia Terça que se acabou pelo
fim de Dezembro de 1564, que venceram de
seus ordenados por mandado do Senhor Go-
vernador Mem de Sá feito 22 de Fevereiro de
1565 pelo que piuz esta Verba no dito dia.
I
Cosmo de Siqueira. 1!

Houjveram pagamento o Senhor Bispo, e


Cabido de 283$666 reis e 2/3 que venceram
da primeira Terça do anno de 1565 em Pedro.
Rodrigues Anzulho Feitor, e Aímoxarife de Per-
nambuco por Mandado do Senhor Governador
Mem de Sá, nas Costas do qual passei a Cer-
tidão de como jpuz aqui esta Verba hoje 10
de Maio de 1565.
Francisco de Barbedo. > •

Ha de ser descontado ao Senhor Bispo


5$50C reis digo Ha de haver pagamento o Se-
nhor Bispo, e Cabido de seu Ordenado confor-
me ao assento, que está feito no Livro dos
Atíoordiãos a fls., e Conforme a elle hão de ser
das
pagos, e a seu Conhecimento ao passar
Certidões. i
Armando Ribeiro.

Hão de ser descontados ao Senhor Bispo


5$500 reis, que devia de Direitos de quatro
escravos que trouxe Pantaleão Thomé, de que
Sua Senhoria era obrigado a pagar os ditos
Direitos pior os cumprir com a mtesma condi- I -;
*

'¦'¦:.

'-Mm--. '".'¦'"¦
m'''¦¦¦ ,;¦'' i-;>' ¦

-106 —

Despacho dlo Livro


ção. como se pode ver pelo
da Alfândega a folhas 16, de que lhe puz aqui
esta Verba hoje 13 de Julho de 1565 annos.

Francisco de Barbedo.

Houveram pagamento o Senhor Bispo, e


Cabido de 283S666 reis, e 1/3 de real, que Ven-
ceram da terça passada, que começou o l.° de
Maio de 1565, e acabou o derradeiro de Agos-
to delle; o qual pagamento lhe foi feito no Al-
moxarife da Capitania de Pernambuco. Ataador
d'Alpoim por mandado do Senhor Governador
Mem de Sá, nas Costas do qual passei Certidão,
como aqui puz esta Verba hoje 29 de Dezem-
bro de 1565.
Francisco de Barbedo.

Desta quantia desta Verba feita por Fran-


cisco Barbedo, foi tirado este Mandado do Se-
nhor Governador a parte do Senhor Bispo, e
feito delle mandado em Nome do Provedor-mor
para o dito Amador de Alpoim, ou quem1 o Car-
go servir pagar ao Bispo somente o que lhe
montou nesta terça acima por pedir que lhe
o apartasse, e foi passado mandado a 8 de
Maio de 1566, e Certidão nas Costas delle de
como fiz esta Verba.
Oliva.

Houve pagamento o Senhor Bispo, e Ca-


bido de tudoi o que lhe era devido da terça pias-
sada; a saber do 1.° de Setembro de 1565 até
o derradeiro de Dezembro delle por dois man-
dados do Provedor-mor um do Bispo do Ct.°
\tí7 —

33$333 reis feito a 8 de Maio de 1566 e o do


Cabido de 15$333 reis, feito a 9 do dito mez e
anno, e em elles passei Certidão de como fica
posta Verba hoje 13 do dito Maio e arino de
1566 annos. O qual pagamento houveram1 em1
Amador de Alpoim Almoxarife de Pernambuco,
ou quem o Cargo servir.
Oliva. i

Estes 5$500 reis que o Senhor Bispo detvia


de Direitos já lhe foram descontados em a terça,
que se começou a 1.° de Março do presente
anno de 66, e acabou o derradeiro de Agosto
delle, que foi passado para Luis ápArmas The-
soureiro lhos pagar e vae a verba na folha
avante em cima de tudo, pelo que fiz esta de-
claração hoje 24 de Outubro de 1566 annos.
Oliva.

Houve pagamento o Bispo em Amador de


Alpoim Almoxarife de Pernambuco, ou quem
o Cargo servir de 1331333 reis 2/3 que venceu
do l.o de Janeiro de 1566 até o derradeiro de
Abril delle por Mandado do Provedor-Mor feito
a 9 de Maio, pelo qual puz esta Verba, e passei
certidão nas Costas do Mandado.

E o Cabido houve pagamento de 150$333


reis 1/3 que venceu na dita Terça do 1.° de
Janeiro de 1566 até o derradeiro de Abril delle
em Luis de Armas Thesoureiro por mandado
do Provedor-mor feito a 10 de Maio de 1560;
Maio de
pelo que puz""estas Verbas hoje 13 de
1566, e passei Certidão nas Costas do Mandado.
Oliva.
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-108-

Este pagamento da Verba acima fez Vicente


Monteiro Thesoureiro por Postula do Provedor-
mor feita- a 2 de Abril de 1589 annos (sic).

Neste Lugar seguia-se uma Verba de paga-


mento do Bispo, que por estar muito apagada
se não piode perceber.
"Este
pagamento acima fez Vicente Monteiro
Thesoureiro, e não Luis de Armas por Postula
do Provedor-mor, feita ao pé do mandado, a 21
de Janeiro de 1567 annos pelo que fiz esta de-
daração.
Oliva.
,f .7 '. 7

Os mais pagamentos, que se fizeram' ao


BisjpO, e Cabido vão no Livro novo folhas 9.

Outra Provisão dos 200$^ reis.

Eu El-Rei Como Governador, e Perpetuo


Administrador que sou da Ordem1, e Cavallaria
do Mestrado de Nosso Senhor Jesus Christo.
Faço saber aos que este Alvará virem, que eu
Hei por bem', e Me Praz por fazer Mercê a D.
Pedro Leitão Bispo da Cidade do Salvador das
Partes do Brasil de lhe acerescentar duzentos
mil reis mais em cada um anno, alem' dos du-
zentòs mil reis, qüe tem de seu dote com' o dito
Bispado, e isto por tempo de três* annos somen-
te, que começarão do 1.° dia do Mez de Ja-
neiro do anno, que vem de 1562 em diante, em1
que se acabam outros três annos por que lhe já
— 100-

fiz a dita Mercê; os quaes 200$ reis, que lhe


assim accrescento lhe serão pagos a custa de
Minha Fazenda nas ditas Partes do Brasil, como
se lhe até ora pagaram', e na fôrma, modo, ma-
neira conteuda em uma minha Carta geral, que
Mandei passar sobre o pagamento dos manti-
mentos, e accrescentamentos do dito Bispo, Di-
gnidades Conegos, e Ministros da Sé da dita Ci-
dade. E portanto Mando ao Provedor-mor de
Minha Fazenda nas ditas Partes, e a quaesquer
outros Provedores, Officiaes e pessoas a quem
pertencer que façam pagar ao dito Bispo os
'ditos
200$ reis cada um anno pelo dito, tem!po
de três annos somente conforme a dita Carta;
e pelo traslado delia, e deste Alvará, que será
assignado pelo dito Provedor-mor, e Conheci-
mento do dito Bispo, Mando, que sejam os ditos
200$ reis levados em conta ao Thesoureiro, ou
Almoxarife, ou Official que lhos assim pagar
cada üm dos ditos três annos, e aos Veadores
de Minha Fazenda, que lhos façam assentar no i

Livro delia da dita Ordem1; e este Alvará quero,


que valha, tenha força e Vigor, como se fosse
Carta por Mim assignada, e passada pela Chan-
cellaria da dita Ordem, sem embargo de qual-
quer Provisão, ou Regimento em Contrario, Si-
mão Borralhoi o fez em Lisboa aos 2 dê Seteni-
bro de 1561, e Eu Duarte Dias o fiz escrefver.
Ei eu Manoel de Oliva o registei aqui do próprio
que está assignado pela Rainha Nossa Senhora, ; a
e com todas as mais cousas necessárias.
de
(Notós ámargeem): — Aos oito de Maio il
1565 annos nesta Cidade do Salvador na Casa
do Negocio da Fazenda estando eu Escrivãrõ

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Bispo me foi
ahi por um Pagem do Senhor * Despacho
com
apresentada uma Petição Mem de Sá,
dado nella do Senhor Governador seguinte: 0
é o
de que o teor da dita Petição
«Ue temi um
Bispo faz a saber a V. S. em como
mil reis de
Alvará de Sua Alteza de duzentos
o mandou ja
Mercê, alem de seu Ordenado, e
Senhoria ter-
duas vezes reformar, e por Vossa
tem de cos-
lhe mandada, que a reforme, como
tume e se pode ver pelas «formações passadas,
a dita Pro-
e tem por certo lhe será reformada
lhe mande
visão por Petição. Peço a V. S.
lhie é devido nesta terça
passar Certidão do que anno,
de 1565, que começou em Janeiro do dito
Provi-
sem embargo de lhe não ter vindo sua
for de-
são pelo que dará fiança ao que lhe
man-
vido e passado, no. que receberá mercê,
logo
dando ao Contador lhe passe Certidão. E
ao pé da dita Petição estava um' Despacho
foi
do Senhor Governador Mem de Sá, o qual
se-
visto por mim Escrivão, que se contém o
Bispo, do
guinte: Passem Provisão ao Senhor 200$ reis,
dos
que se lhe deve da terça passada
dando fiam
que tem por Alvará de Süa Alteza, 1565, ou
ça a lhe vir do Reino este anno de
couber
pagar a quantia, que lhe na dita terça
hoje 8 de Maio de 1565 annos. E logo ahi me
foi apresentado por fiador, e principal pagador
da quantia da dita terça, que sommaim1 66S666 e
1/3 a Fernão Vaz Meirinho <Xó Eicclesiastico, e
morador nesta Cidade, o qual se obrigou, que
não trazendo o dito Senhor Bispo a dita Provi-
são de Sua Alteza conforme o dito Despacho
a pagar a dita quantia, para o que obrigou
realmente toda sua fazenda, e pessoa, bens mo-
¦¦

.'
¦¦' '•
.1.'
!"

-111-
:-.;...
vei&j e 'de raiz havidos, e por haver, testemunhas
que ao todo foram presentes Salvador da Fon-
seca Escrivão da Provedoria morador nesta Ci-
dadq, e a (Marcos de Oliveira Porteiro da Fazen-
da; e eu Francisco de Barbedo Escrivão, da
Fazenda, que esta fiança tomei, e escrevi hoje
8 dias do Mez de Maio Escrivão digo de Maio
Francisco Barbedo Escrivão da Fazenda, que o
escrevi. Fernão Vaz. Amador de Oliveira. Sal-
vador da Fonseca.

Tem mais umi anno de espera para mandar


trazer a Provisão, o qual lhe foi passado por o
Senhor Governador Mem de Sá sobre a mesma
fiança, a qual o dito Fiador ficou obrigado as-
sim, e da maneira que está acima na dita fiança,
o qual aqui assignou com. testemunhas Amador
de Oliveira Thesoureiro da Fazenda, e Salvador
da Fonseca Escrivão da Provedoria, e eu Fran-
cisco de Barbedo Escrivão da Fazenda, que
atíceitei a dita fiança, assim como está escripta
acima como dito é. Eu o dito Escrivão que o
escrevi. Fernão Vaz.
d-d
A 9 de Maio dJe 1566 annos me apresentou
um creado do Senhor Bispo um Alvará do Se-
nhor Governador Mem de Sá, pelo qual havia
por serviço de Sua Alteza, que fossem pagos ao
Senhor Bispo duzentos mil reis; que lhe pediu
lhe mandasse pagar por ter Provisão de Sua
Alteza âe Mercê para sempre, e que desse fian-
ça a não! a trazer de os tornar â Sua Alteza. E
logo por Garcia de Ávila foi dito, que elle se
obrigava, que sendo caso, que ao Senhor Bispo
lhe não viesse o dito Alvará de os pagar pelo

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— 112 —

Altoza, náo os. tor-


dito Senhor Bispo a Sua oe obrigou as-
nando o dito Bispo; o de como. «•£«-". .e
Xou aqui testemunhas Antônio Bispo, Manoel de
So Vaz moço do Senhor
Fernão Vaz.
Oliva o escrevi. Garcia de Ávila.
dos duzentos
Ao Senhor Bispo veiu Provisão Alteza nao
Sua
mil reis de mercê, emquanto
razão os ria-
mandar o contrario; pela qual
íicam.desobriga-
dores atrás do Senhor Bispo no Livro
doss! e a Carta da Mercê está registada fazer
da Sé que Sua Alteza mandou novamente a quizerem
a folhas 11, onde se adiará quando
ver: pelo que fiz este assento; e desobrigaçao
hoie 22 de Outubro de 1566 annos.
Oliva. -

Alvará para se passar, Certidão da que


Dou-
se Uquidammte àeüe nestas Partes ao
. tor Francisco ferwmdes para lhe ser pago
no Reino,

Eu El-Rei Mandei a Vós Mem de Sá do Meu


nas
Conselho, que ora estaes por Governador
Partes do Brasil, que no que nellas licitamente
for devido ao Doutor Francisco Fernandes, que
está por Vigário Geral das ditas Partes de seu
ordenado lhe façaes passar Certidão em forma
houver por
para lhe cá ser pago, quando o eu
bem, e de como se lhe passou se porão as ver-
bas necessárias, onde a dita Certidão em fôrma
sahir com declaração, que se lhe passou por
Meu Mandado, para lhe cá ser paga a quantia

"-V-V- ' "*


. .-. "¦.:¦¦¦*"¦/:<::: -'J-?~$ . .' -..¦- ...-.-' :¦"¦¦ .""' ..-. '¦'¦>,:' ..,- '-jó'.- -
-113- /

que nella vier declarado, quando o eu houver


por bem, como dito é, e este não passará pela
Chancellaria. Álvaro Fernandes o fez em Lis-
boa a 13 de Setembro vde 1559. André Soares
o fiz escrever.
Para Mem de Sá, que ora está por Governa-
dor das Partes > do Brasil, que do que nellas
liquidamente for devido, ao Doutor Francisco
Fernandes, que nas ditas Partes está por Vi-
gario Geral, lhe faça passar Certidão em fôrma,
com declaração, que a quantia, que nella vier
declarado, lhe ha de ser cá paga, quando Vossa
Alteza houver por bem, e que este não, passe
pela Chanioellaria, e eu Manoel de Oljva Escri-
vão da Fazenda, o registei aqui por mandado,
do Doutor Braz Fragoso Provedor-mor, e vae
na verdade hoje 7 de Agosto de 1560 annos. ;

Alvará], por que Sua Alteza manda dar


ao Vigário Geral Francisco Fernandes em-
barmção para se transportar ao Reino.

Eu El-Rei Faço saber a vós Mem de Sá


do Meu Conselho), e Meu Governador nas Partes
do Brasil, que eu Hei por bem, e Me Praz,
que em um dos Navios d'armada, que ora vae
para essas Partes-, de que vae por Capitão-mor
'Bartholomeu
de Vasconcellos façaes dar embar-
cação ao Doutor Francisco Fernandes1, que está
por Vigário Geral dessas Partes para se vir para
este Reino; e portanto vol-o notifico assim', e
Mando, que lhe façaes dar a dita Embarcação,
e, mantimento para elle, e piara três ereadôs seus
114
'que com elie hão de vir. Cumpri-o assita', posto
Chancellaria. Álvaro
que este não passe pela
Fernandes o fez em Lisboa a 13 de Setembro
de 559. E sendo caso, que o dito Doutor fique
servindoi o dito Cargo por mais tempo, por onde
não possa vir na dita armada, lhe será dada
embarcação, e mantimento., como dito é, tanto
Reino, e isto em
que se quizer vir para este
tempo estiver
qualquer Navio meu, que ao, tal
escrever.
para partir. André Soares o fiz
Ha Vossa Alteza por bem, que seja dado em-
barcação no Brasil em um dos Navios d'Ar-
mada, que para Cá hão de vir ao Doutor Fran-
cisco Fernandes, que lá está por vigário. Gerai,
e que lhe será dado mantimento para elie, e
hão de
para três creados seus, que com elie
vir, e que este não passe piela Chandellaria,
e eu Manoel de Oliveira Escrivão da Fazenda
d registei aqui por mandado do Doutor Braz
Fragoso Provedor-mor, e vae na verdade hoje
7 de Agosto de 1560 annois.

Carta, por que Sua Alteza reemnmenda


ao Doutor Francisco Fernandes ajude com o
seu parecer ao Bispo D. Pedro Leitm, de-
morandorse para isso nesta Cidade o tempo,
que for precisoi, não passando de um anno.
Doutor Francisco Fernandes. Eu El-Bei Vos
envio muito saudar. Porque D. Pedro Leitão
Bispo desse Bispado vae ora residir nelle, e
tem necessidade de ser informado das cousas do
dito Bispado, e ajudado de vosso parecer pela

: ;
ii
1

\ -115-
experiência, que dellas tendes, vos encommendo,
que o ajudeis por alguns mezes até a primeira
Embarcação, que houver para o Reino; e pa-
recendo ao. dito Bispo, que vossa estada lá lhe
é necessária por mais tempo, não passando de
um anno, vos agradecerei quererdel-o fazer.
Emquanto ás cousas, que Me requerestes em
uns apontamentos, que Me enviastes, a que por
agora vos não respondo, Eu terei lembrança
disso, para quando vierdes, vos fazer aquella
Mercê, que Me parecer, que vos cabe; havendo
respeitoi a (boa conta, que de vós tendes dada nas
cousas desse Bispado, e na Ordem das Visita-
ções que fizestes, das quaes tive boa informa-
ção. Jorge da Costa a fez em Lisboa a 14 de
Setembro de 1559. Manoel da Costa o fiz es-
crever, Para o Doutor Francisco Fernandes Vi-
gario Geral do Brasil etc.

Carta de Sua Alteza èscripta ao Bacha-


rei Francisco Fernandes.

Bacharel Francisco Fernandes. Eu El-Rei


Vos envio muito saudar. O Doutor Antônio Pi-
nheiro me deu Conta da diligencia, e manei-
ra, que unheis na visitação:, e provimento das
cousas espirituaes, e de vossa jurisdição nesse
Bispado, de que recebi prazer, encommendo-vos
vós con-
que assim o façaes ao diante, como de
fio; e assim vos encoiirimendo muito, que em
tudo o que os Padres da Companhia de Jesus
vos pedirem os ajudeis, e favoreçaes no intento
e Sal-
que têm do Serviço de Nosso Senhor,
vação das Almas.

•\

¦'-."¦••7;;'
-116 — r

Eu escrevo ás Dignidades, e Conegos da Sé


do Salvador, que sendo certo, que o Bispo é
fallecido vos façam commissão da Sé Vagante
dos Cargos de ProVisor, e Vigário Geral no es-
Partes, para que vós
piritual, e temporal dessas
tenhaes Cargo de reger, e governar o Bispado
até ser provido, de Prelado, e assim lhes escre-
vo acerca do serviço da Igreja, e augmento do
Culto Divino, e sobre a Paz, que sou infor-
mado, que não têm entre si tão inteiramente
como convém; encommendo-vos, que assim acer-
ca do Serviço do Culto Divino, como Governança
de Justiça, e Paz entre os Conegos, tenhaes
aquella moderação, e resguardo, que convém a
taes Cargos, usando,; e tendo com elles, e com o
povo todos os bons modos e maneiras, que pu-
derdes, para que sem escândalo viva em píaz, e o
Serviço de Nosso Senhor, e a gente da terra
tome disso exemplo, e edificação para salvação
de suas almas,;, e quando algumas cousas succe-
derem de mais substancia, e que toquem ao
bom governo desse Bispado o fareis com o pia-
reoer e conselho do Governador Mem de Sá
do Meu Conselho, que ora vae por Governador,
e tereis muito cuidado de escreverdes o que
achardes por Visitação do estado, que está
a terra, e gente delia no serviço de Nosso Se-
nhor, e assim o que vos parecer, que se deve
de provei por meu Mandado*, ou por via do Ec-
clesiastico: Encommendo-vos muito, que tenhaes
especial cuidado, do que nesta vos escrevo, como
confio, que fareis, porque receberei disso Pr a-
zer, e vol-o terei em serviço..
B emquanto ao que Me enviastes pedir ader-
ca dos accerscentamentos das, Prebendas das
v

¦ ¦

-117

Dignidades, e Conegos dessa Sé, e lhes desse


alguns Dizimos para o dito accrescentamento,
Eu me informarei do Governador D. Duarte da
Costa, que ora ha de vir, e prover ei nisso como
houver por bem[; e (depois que vós tiverdes feita
visitação no Bispado, Me escrevereis a infor-
mação do que achardes acerca dos ditos Di-
zimos, e ido mais, que vos parecer,.em cada um
dos lugares, que visitardes. Antônio Pita a fez
em Lisboa a 4 de Fevereiro de 1557. O Liceu-
ciado Jorge Sego o fez escrever. Para o Bacha-
rei Francisco Fernandes. Para Vossa Alteza a
ver. E eu Manoel de Oliva Escrivão da F"azenda
trasladei aqui estas duas Cartas por mandado do
Doutor Braz Fragoso Provedor-mor hoje 7 de I

Agosto de 1560 annos.

Provisão do Cabido para o Doutor


Francisco Fernandes servir de Provisor, e
Vigário Gerai.

As Dignidades, e Conegos desta Sé da Cida-


de do Salvador nestas Partes do Brasil na va-
gante do fallecimento de D. Pedro Primeiro
Bispo, que foi desta Cidade saúde em Jesus
Christoi Nosso Senhor, que de todos é verdadeira
salvação. Fazemos saber, que confiando nas Le-
trás, bondadej, e sã consciência do Doutor Fran-
cisco Fernandes Capellão d'El-Rei Nosso Senhor
e também por Sua Alteza o mandar a estas
Partes servir de Vigário Geral em ausência do
dito Bispo, e [pior outras muitas rezões, que Nos
a isso movem Nós na melhor fôrma, via, e
¦•'.... ¦

— 11R —

e Ordenamos por
modo que podemos elegemOs,
espiritual, e tem-
Provisor, e Vigário geral no
noral em todo este Bispado, e lhe damos poder
e cor-
oeral e espiritual para visitar, inquirir,
utroque foro e
ri,ir,' e Castigar, e absolver in
vezes, e, jurisdi-
lhe eommetemos em tudo nossas assim,
cão no foro da consciência, e contencioso,
concede aos
e da maneira, que o direito dá, e
Doutor
Provisores, e Vigários Geraes; e o dito
bem', e ver-
jurará aos Santos Evangelhos, que o
dadeiramente sirva o dito Cargo, guardando
e as Liberdades
que os Sacros Cânones dispõem', Man-
desta Sé, e a justiça ás Partes, e por esta
do-vos em virtude de obediência, e sub pena
cru-
de exoommunhão incorrenda, e de cincoenta
zados para a Chancellaria a todas as pessoas
de qualquer estado], ei proeminencias, que sejam
assim Ecelesiasticas, como Seculares, que por
tal o conheçam, e obedeçam. Dada nesta Ci-
dade sub Nosso Signal e Sello da dita Sé aos
26 de Agosto. Diogo Marques Escrivão da Ca-
mara, e Conego a fez de 1557 annos. E eu
Manoel de Oliva va registei aqui por mandada
do Doutor Braz Fragoso Provedor-Mor hoje 21
de Agosto de 1560 annos. E estava a dita Pro-
visão assignada por muitas Pessoas, Dignidades,
Conegos.

¦-,....
:¦.->.... ....¦-.

a .ao o oia«
-119-

Certidão do Bispo, do dia, que o Dou-


lor Francisco" Fernandes entrou a servir de
Vigario\ Geral, que foi no dia em que chegou
a esta Cidade com o mesm\o Bispo.

D. Pedro Leitão Bispo desta Cidade do Sal-


vador etc. Aos que esta Nossa Certidão virem,
e o conhecimento delia coim direito pertencer,
fazemos saber, que o Doutor Francisco Fer-
nandes serviu os Cargos de Provisor, e Vigário
Geral por Nosso mandado neste Nosso Bispado
desde o dia, que aqui chegamos a esta Cidade,
que foram quatro de Dezembro do anno pas-
sado de 559, até o primeiro de Agosto desta
presente era de 60, e pior andar occupado na
sua embarcação não pode mais servir o dito
Cargo; e por nos de tudo pedir Certidão lhe
mandamos passar a presente sub Nosso Signal,
e Sello aos 16 dias do Mez de Agosto Fernão
Vaz Nosso Eserivjão a fez de 1560 annos. A
qual Certidão eu Manoel de Oliva Escrivão da
Fazenda registei aqui por mandado do Doutor
Braz Fragoso Provedor-mor, e a dita Certidão
estava assignada pelo dito Bispo.

Carta Regia, pela qual Sua Alteza man-


da dar agasalho, e eníbarcação para o Dou-
tor Pero Borges regressar para o Reino,
logo que tiver dada sua residência.

Mem de Sá Amigo. Eu El-Rei Vos envio


muito saudar. Hei por bem, e Meu Serviço que
tanto, que o Doutor Pero Borges do Meu Desem-
';•..;',, ¦

120

bargo acabar de dar sua residência se possa


vir para o Reino em qualquer dos primeiros
navios, que para elle vierem. Mando-vos, que
lhe façaes dar agasalho; e embarcação em cada
um1 dos ditos navios, que melhor, e mais segura-
mente possa) vir, Jorge da Costa a fez em Lis-
boa a 9 de Setembro de 1559. Manoel da Costa
o fez escrever. E eu Manoel de Oliva Escrivão
da Fazenda o registei aqui,, e o dito Alvará vi-
nha assignado pela Rainha, Nossa Senhora, se-
gundo parecia por seu signal.

Provisão da Vigairaria de João Baran-


tes da Igreja da Villa Velha.

D. Pedro Leitão por Mercê de Deus e da


Santa Sé Apostólica de Roma Bispo da Cidade
do Salvador Bahia de todolos Santos terras do
Brasil, Commissario Geral por autoridade Após-
tolica em todas as Capitanias1, e lugares da dita
Costa do Conselho d'El-Rei Nosso Senhor. A
todos os que esta Nossa Carta de Confirmação1,
e posse virem saúde em Jesus Christo Nosso
Senhor, que de todos é verdadeira salvação.
Fazemos saber, que perante Nós appareceu João
Barantes Clérigo de Missa, e nos apresentou
uma Carta de apresentação do Senhor Mem de
Sá do Conselho do dito Senhor Capitão da dita
Cidade e-Governador Geral nas ditas Capitanias
e terras desta Costa do Brasil, pela qual Carta
em Nome do dito Senhor, como Gnovernador, e
e
perpetuo Administrador, que é do Mestrado,
Ordem da Cavallaria de Nosso Senhor Jesus
**

.rn.,
-121-

Christo nos apresentou o dito João Bar antes


uma Vigairaria da Povoação da Villa Velha,
que vagou por remmeiaçãO', que delia fez em
Nossas Mãos Pedro da Fonseca ultimo possui-
dor delis finalmente, eme pela renunciação do
dito Pedro da Fonseca que em Nossas Mãos
tem feito; e visto por Nós a dita Carta de Apire-
sentação, confiando na bondade, e bom saber,
e sciencia do dito João Barantes e sendo por
Nós examinado o achamos apto, e sufficiente
a
para servir a dita Vigairaria, como cumpre
serviço de Deusj, e descargo de Nossa Conscien-
cia, pelo qual por imposição de barrete, que
em sua cabeça puzemos confirmamos^ e com
effeito havemos por confirmado na dita Vigai-
raria apresentação do dito Senhor a quem de
Direito pertence, oomo Mestre, e Governador,
a qual
que é Ida dita Ordem, e Cavallaria, com
Vigairaria o dito João Barantes haverá o Or-
denado limitado na Provisão Geral do dito Se-
nhor; e os mais réditos, e Direitos, e pro digo
réditos, e proveitos, que direita, e canonica-
mente deve haver, e ter, e será obrigado a
servir, C residir pessoalmente na dita Vigai-
raria,' como o Direito Manda, e Nós ordenamos.
Emquanto ás cousas, que Me requerestes ein
Nós, e a Nos-*
gelhos de ser sempre obediente a
sos Successores canonicamente no dito Bispado
entrantes, e ide cumjprir, e guardar todos Nossos
Mandadois, e de Nossos Vigários Geraes» Ouvido-
res, Loco, Tenentes, e de nunca directe, nec indi-
recte ser contra Nós, nem Contra Nossos manda-
dos, e de guardar o Regimento, e instrucção, que
no dito Bispado
para bom goverlioí, e Regimento
fizermos e ordenarmos e mentes nao houver

. 1

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— 122-

Constituições, e de cumprir, e guardar as Cons-


tiluições do Aroebispado de Lisboa Metro^poli-
tano, assimi, e da maneira, que se nella contém';
e assim jurou de guardar tudo aquillo que se
contém no Capitulo ego enim de jure jurando;
e por esta presente Carla mandamos em virtude
de Santa Obediência, e sub pena de excommu-
nhão a qualquer Clérigo, ou Notario, que sendo
requerido pelo dito João Barantes, o mettam
de posse real, a actuaímente incorporando nella
com todas as solennidades^ que o Direito re-
quer, e da tal posse real e actual lhe passem
seus Instrumentos em publica' forma para guar-
da, e conservação de seu Direito, em testehiu-
nho do qual lhe mandamos passar a presente
Carta de Confirmação por Nós assignada, e sei-
lada com o {Sello de Nossas Armas. João Maran-
te Nosso Escrivão da Câmara a fez na Cidade
do Salvador ao derradeiro dia de Abril de 1565
annos Dias Henrique.

(Nota ú Margem): — João Barantes come-


çou a servir) a Vigairaria da Villa Velha segundo
vi por uma certidão do Bispo que me apresentou
a 15 dias de Março de 1565 annos, houve 18$
reis de um anno. Oliva.

Carta da Meia Conezia de Marcai Ro-


drigues.

D. Pedro Leitão por Mercê de Deus, e da


Santa Sé Apostólica de Bonía, Bispo d'a Cidade
do Salvador da Bahia de todolos Santos, terras
I

— 123

do Brasil, e Commissario Geral por autoridade


Apostólica em todas as Capitanias, e lugares
da dita Costa e do Conselho de El-Rei Nosso
Senhor etc A todos os que esta Minha Carta
de Confirmação e posse virem Saúde em' .Te-
sus Christo Nosso Senhor que de todos é ver-
dadeira Salvação. Fazemos saber, que perante
Nós apfpiareeeu Marcai Rodrigues Clérigo de
Ordens Menores, e Nos apresentou uma Carta
de Apresentação do Senhor Mem de Sá do Con-
selho d'El-Rei Nosso Senhor, e Capitão, e Go-
vernador na dita Cidade na qual se continha
entre outras cousas, que em Nome do dito
Senhor, como Governador, e perpetuo Adminis-
trador. quey é da Ordem^ e Mestrado da Cavalla-
ria de Nosso Senhor Jesus Christo apresentava
o dito Marcai Rodrigues a uma Meia Conezia
da Sé da dita Cidade, que ora vagou por rei-
nuneiação de Francisco de Paiva ultimo pos-
suidor, e por ser vaga como dito é, e por virtude
da dita Apresentação, confiando Nós na bon-
dade e (bom saber, e sufficiencia do dito Marcai
Rodrigues; o qual sendo por Nós primeiro exa-
minado o achamos apto, e sufficiente para ser-
vir a dita Meia Conezia, como cumpre a serviço
de Deus, e descargo de Nossa Consciência, e o
Confirmamos por imposição do barrete, que em
sua cabeça puzemos, e com effeito o havettws
como
por confirmado na dita Meia Conezia, todo
dito é, com a qual Meia Conezia haverá
o Ordenado Limitado na Provisão do dito Se-
nhor, e todos os mais proes, e precalços, obra-
ções, e venerações, que direita, e canonicamen-
te lhe cabe haver; e o dito Marcai Rodrigues
será obrigado a servir o dito Beneficio, e Meia

í.

^elic ¦¦'¦¦ ¦ ;¦ ¦ .¦¦¦


124 —

Conezia, e residir pessoalmente como o deve,


e as Constituições dispõem, e logo jurou aos
Santos Evangelhos em Nossas Mãos, de sempre
ser obediente a Nós, e a Nossos Successores
Canonicamentc entrantes, e de cumprir, e guar-
dar Nossos mandados, e de Nossos Vigários
Geraes, Ouvidores, Loco Tenentes, e de nunca
directe, nec indirecte ser contra Nós, nem con-
tra Nossos Mandados, e de guardar o Regimento,
e instrucção, que para governo, e Regimento
fizermos, e Ordenarmos do dito Bispado q men-
tes não houver Constituições do Aroebispado
da Cidade de Lisboa Metropolitano da maneira,
que nelle se contém no Capitulo, ego enim de
jure jurando; e por esta presente Carta Man-
damos em virtude de Santa obediência, e sub
pena de excommunhão a qualquer Clérigo, ou
Notario, que requerido for do dito Marcai Ro-
drigues, o mettam de posse Real, e actual do
dito beneficio, incorpiorando-o realmente, e
aetualmente com todas as solennidádes, que o
Direito requer; e da dita posse assim dada, ou
a seu certo Procurador lhe passem seus Ins-
trumentos em publica fôrma para guarda, e con-
servação de seu Direito; em testemunho do qual
Mandamos passar a presente Carta de Confir-
mação por Nós assignada, e sellada, de Nosso
Sello nesta Cidade do Salvador em os 8 de Ju-
nho, João Marante Nosso Escrivão da Câmara
o fez Anno do Nascimento de Nosso Senhor
Jesus Christo de 1560 annos digo por Nós as-
signada, e sellada de Nosso Sello nesta Cidade
do Salvador em os 3 dias do Mez de Setembro
Joãe Marante Nosso Escrivão da Câmara a fez
Anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus
Christo de 1560 annos.
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;

n -125 —

E o dito Marcai Rodrigues tomou posse da


dita Meia Conezia, segundo eu Manoel de Oliva
Escrivão da Fazenda vi' por um Instrumento
de posse feito pelo dito João Marante, e assi-
gnado pelo Deão! e Mestre Escola, e um Conego
aos 6 dias do Mez dc Setembro do anno de
1560 annos.

Carta da Capellania de Miguel Martins.

D. Pedro Leitão por Mercê de Deus, e da


Santa Sé Apostólica de Roma, Bispo da Cidade
do Salvador da Bahia de todolos Santos, terras
do Brasil, e Commissario geral por autoridade
Apostólica em todas as Capitanias e lugares da
dita Costa, e do Conselho d'El-Rei Nosso Sen
nhor etc. A todos os que esta Minha Carta de
Confirmação, e posse virem saúde em1 Jesus
Christo Nosso Senhor, que de todos é verda-
deira Salvação. Fazemos saber, que perante Nós
appareoeu Miguel Martins Clérigo de Ordens me-
nores, e Nos apresentou uma Carta de Apre-
sentação do Senhor Mem de Sá do Conselho
de El-Rei Nosso Senhor, Capitão, e Governa-
dor da dita Cidade, na qual se continha entre
outras cousas, que em Nome do dito Senhor,
como Governador, e perpetuo Administrador,
que é do Mestrado, e Ordem da Cavallaria de
Nosso Senhor Jesus Christo apresentava o.dito
Miguel Martins a uma Capellania d'a Sé da dita
Cidade, que ora vagou por renunciação de Mar-
çal Rodrigues ultimo possuidor, e por ser vaga
como dito é, e por virtude da dita apresentação,
confiando Nós na bondade, e bom saber, e suf-
•v '!¦*-* ':'ííY: '" '- ¦';
-126-

ficiencia do dito Miguel Martins, o qual sendo


o achamos apto,
por Nós primeiro examinado,
e sufficiente para servir a dita Capellania, como
cumpre a Serviço de Deus, e descargo de Nossa
Consciência, e o Confirmamos por imposição
do barrete, que em sua cabeça puzemos, e com
effeito o havemos por confirmado na dita Ca-
Capellania
pellania, como dito é, com a qual
haverá todo o ordenado limitado na Provisão
do dito Senhor, e todos os mais proes, e pre-
calços, oblações, ou concessões, que direita, e
canonicamente, lhes cabe haver, e o dito Miguel
Martins, será obrigadoi a servir o dito Beneficio,
e Capellania, e residir, e cumprir inteiramente
como o Direito, e as constituições dispõem. B logo
jurou aos Santos Evangelhos em Nossas Mãos
de sempre nos ser obediente a Nós, e a Nossos
SuOcessores canonicamente entrantes,, e de cum-
cumprir, e guardar Nossos Mandados e de Nos-
sos Vigários Geraes, Ouvidores Loco Tenentes,
e de nunca directe, nec indirecte ser contra Nós,
nem contra Nossos Mandados, e de guardar o
regimento, e Instrucçao, que para bom governo,
e Regimento fizermos, e Ordenarmos do dito
Bispado e mentes não houver Constituições, e
cumprir, e guardar as instituições do Aroebis-
pado de Lisboa Metropolitanq da maneira, que
nelle se contém!; e assim jurou de guardar tudo
o que se contém no Capitulo ego enim de jure
jurando; e por esta presente Carta mandamos
em virtude de Santa obediência, e sub pena de
exoommunháo a qualquer Clérigo, ou Notario,
que requerido for do dito Miguel Martins, o
mettam de posse real, e actual do dito Beneficio,
e Capellania, incorporando-o realmente, e actual-

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-127-

mente, e com todas as solennidades, que o Di-


reito requer, e da ditk posse a elle dada, ou a
seu certo Procurador, lhe passem seus Instru-
mentos em publica fôrma, para guarda, e con-
servação de seu direito; em testemunho do qual
mandamos passar a presente Carta por Nós as-
signada^ e sellada de Nosso Sello nesta Cidade
do Salvador em os 3 dias do Mez de Setembro.,
João Marante Nosso Escrivão dâ Câmara a
fez Anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus
Christo de 1560 annos.
E o dito Miguel Martins tomou posse da
dita. Capellania, segundo eu Manoel de Oliva
Escrivão da Fazenda vi por um Instrumento
de Posse feito pelo dito João Marante aos 6
dias do Mez de Setembro de 1560 annos. O qual
estava assignado, pelo Deão, Mestre Escola e
Antônio Gonçalves Conego, e pelo dito Es-
crivào.

Carta do Offião de Escrivão do The-


s\ouro âe Rodrigo de Freitas.

Dom João por Graça de Deus Rei de Por-


tugal, e dos Algarves daquem1 e dalem Mar em'
África Senhor.de Guiné, e da Conquista Na-
vegação, Commercio de Ethiopia, Arábia, Per-
sla,, e ida índia etc. A quantos esta Minha Carta
virem Faço saber, que eu passei uma Carta
a Rodrigo de Freitas Cavalleiro Fidalgo. de Mi-
nha Casa do Officio de Escrivão do Thesouro
das Minhas Rendas do Brasil de que o teor de ¦j!
verbo ad verbum é o seguinte. Dom João por
Graça de Deus Rei de Portugal, e dos Algarves
'
-128 ."-'

daquem), e dalem Mar em' África Senhor de Gui-


né e da Conquista Navegação, Commereio da
Ethiopia, Arábia, Pérsia, e da índia etc. A quan-
tos esta Minha Carta virem Faço saber, que
havendo eu respeito aos Serviços que me tem
feito Rodrigo de Freitas Cavalleiro Fidalgo de
Minha casa, que ora Me anda servindo nas Par-
tes do Brasil, e por confiar delle, que no Officio
de Escrivão do Thesouro das Minhas rendas do
Brasil, que reside na Cidade do Salvador da Ba-
hia de todolos Santos das ditas Partes me Ser-
virá bem, e fielmente com todo o recado, que
a meu serviço cumpre: Hei por bem1, e me
Praz de lhe fazer Mercê do dito Cargo em dias
de sua vida com o Ordenado conteúdo no Re-
Minhas
gimento na Vagante dos providos por
Provisões feitas antes de 23 de Novembro do
anno passado de 554, em que lhe fiz a dita
Mercê. E portanto o Notifico assim ao Meu Go-
vernador nas ditas Partes, que ora é, e ao diante
for e ao Provedor-mor de Minha Fazenda em
'ellas,
e Mando-lhes, que quando pela dita ma-
neira ao dito Rodrigo de Freitas couber entrar
no dito Officio o mettam em1 posse delle, e lho
deixem servir em dias.de sua vida, e com1 elle
haver o ordenado como dito é, e todos os proes,
e precalços, que lhe direitamente pertencerem,
sem nisso lhe ser posto duvida, nem embargo
algum, porque assim é, Minha Merejê; e o dito
Meu Governador, ou Provedores de Minha Fa-
zenda dará juramento ao dito Rodrigo de Frei-
tas antes de ser em posse do dito Officio, que
bem, e verdadeiramente o sirva, guardando em
todo, que cumpre a Meu serviço; e de como
lhe foi dado o dito juramento, se fará assento

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-129-

nas Costas desta; e por firmeza do que dito


é lhe mandei passar esta por mim' assignada,
e sellada com o Meu Sello pendente. Dada em
Lisboa a cinoo de Outubro Adrião Lúcio a fez
Anuo do Nascimento de Nosso Senhor Jesus
Christo de 1565 annos, e o dito Rodrigo de Frei-
tas não pagará Chancellaria, nem Ordenado do
dito Officio, porquanto de tudo lhe faço Mercê,
somente pagará aos Officiaes da dita Chancel-
laria o que lhe pertencer haver por Meu Re-
gimento. André Soares a fez escrever. E ora
me foi dito por parte do dito Rodrigo de Freitas,
que a dita Carta se lançara com tormenta ao
mar da Nau Nossa Senhora da Ajuda, que ia
para as ditas Partes do Brasil: PedinÔo-me,
que houvesse por bem de lhe mandar passar
esta com salva, a qual se cumprirá inteiramente
como nella se contem. Dada emi Xabregas a
31 de Novembro. Álvaro Fernandes a fez anno
do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo
de 1555. André Soares a fez escrever. A qual
Carta estava assignada por El-Rei Nosso Se-
nhor, que está em Gloria, segundo eu Manoel
de Oliva Escrivão da Fazenda vi por um signal
seu. E tinha uma Postula, que dizia assim. Hei
por bem que esta Carta passe pela Chancella-
ria, posto* que seja passado o tempo, em que
por ella houvera de passar, e Mando a Gabriel
de Moura, que a registe no Livro das Mercês,
que faço, posto que também seja passado o
tempo em que nelles houvera de ser registada.
Álvaro Fernandes o fez a 9 de Março de 1559
annos. A qual Postula estava assignada pela
Rainha Nossa Senhora, segundo parecia por seu
signal, e a registei neste Livro aos sete de ....,
<*e 1560 annos.
Confirmação da Capellania de Diogo
Rodrigues.
d'e Deus, e da
D Pedro Leitão por Mercê
da Cidade
Santa Sé Apostólica de Roma Bispo
os Santos, ter-
do Salvador da Bahia de todos auto-
ras do Brasil, e Commissario Geral por
e lu-
ridade Apostólica em todas as Capitanias
e do Conselho dEi-Rei
gares da dita Costa, Minha
Nosso Senhor etc. A todos os que esta
Saúde eto
Carta de Confirmação*, e posse virem
todos e
Jesus Christo Nosso Senhor, que de
verdadeira Salvação. Fazemos saber que perante
de Or-
Nós appareceu Diogo Rodrigues Clérigo
de
dens Menores, e nos apresentou uma Carta
Con-
Apresentação do Senhor Mem de Sá, do
selho do dito Senhor Capitão da dita Cidade,
e seu Governador Geral nas ditas Capitanias,
e terras desta Costa do Brasil, pela qual Carta
em Nome do dito Senhor como Governador,
e
Perpetuo Administrador, que é do Mestrado,
Ordem da Cavallaria do dito Senhor digo de
Nosso Senhor Jesus Christo nos apresentou o

dito Diogo Rodrigues a uma Capellania da
da dita Cidade, que vagou por renunciação, que
delia fez erm Nossas Mãos Henrique Nunes ulti-
mo possuidor da dita Capellania: e* vista por
Nós a dita Carta de apresentação, confiando
na bondade, e bom saber do dito Diogo Ro-
drigues; e sendo por Nós examinado; o acha
mos apto, e sufficiente para servir a dita Ca-
Deus, c
pellania, como cumpre a serviço de
descargo de Nossa Consciência; pelo qual por
imposição de barrete, que em sua cabeça pu-
zemos o confirmamlois, e com effeito> o havemos
\
\ 'M

— 131 —

por confirmado na dita Capellania a apresen-


tação do dito Senhor a quem de Direito per-
tence, como Mestre, e Governador, que é da
dita Ordem, e Cavallaria, com a qual Capellania
o dito Diogo Rodrigues haverá o ordenado li-
mitado na Provisão Geral do dito Senhor, e
os mais réditos, e proveitos, que direita, e
Canonicamente deve haver e outrosim será
obrigado a servir, e residir pessoalmente na
dita Capellania, como Oi Direito manda, e Nós
o Ordenamos. E logo jurou em Nossas Mãos aos m
Santos Evangelhos de ser sempre obediente a
Nós e a Nossos Successores canonicamente en-
trantes, e de cumprir, e guardar todos Nossos
Mandados, e (de Nossos Vigários Geraes, Ouvido-
res e loco Tenentes e de nunca directe, nec in-
directe ser contra Nós nem contra Nossos Man-
dados, e de guardar o Regimento!, e Instrucção,
que para bom Governo, e Regimento do dito
Bispado fizermos, e ordenarmos e mentes não
houver Constituições de cumprir, e guardar as
Constituições do Arcebispado de Lisboa Metro-
politano, assim, e da maneira, que nellas se
contém;, e assim jurou de guardar tudo aquillo
que se'contém no Capitulo ego enim de jure
jurando, e por esta presente Carta Mandamos
em virtude de Santa obediência, e sub pena de
exoommunhão a qualquer Clérigo, ou Notario,
que sendo requeridos pelo dito Diogo Rodrigues,
o mettam de posse real, e actualmente, iricor-
porando-o nella com todas as solennidades, que
o Direito requier, e da tal posse real, actual, e
Corporal lhe passem seus Instrumentos em' pu-
blica fôrma para guarda, e conservação de seu
Direito, em testemunho do qual lhe mandamos
¦
v a ,¦¦*>¦!*(

-132-

Carta de Confirmação por


passar a presente Sello, nes a
Nós assignada, e sellada de Nosso do Mez de
Cidade do Salvador em os 18 dias da Ca-
Setembro, João Marante Nosso Escrivão
Nosso Se-
mara a fez Anno do Nascimento de
nhor Jesus Christo de 1560.
E o dito Diogo Rodrigues tomou posse da
Oliva vi
dita Capellania segundo eu Manoel de
Posse feito pelo dito
por um Instrumento de
João Marante aos 21 do Mez de Setembro de
1560 annos. O qual estava assignado pelo Deão
e Chantre, e Antônio Gonçalves Conego, e pelo
dito João Marante.

Provisão de Sebastião Alves de Escri-


vão do Thesouro.

Mem de Sá do Conselho d'Ei-Rei Nosso Ser


nhor, Capitão da Cidade do Salvador da Bahia
de todolos Santos, e Governador Geral em todas
as Capitanias, e terras desta Costa do Brasil
pelo dito Senhor etc Faço Saber ao Provedor
da Fazenda do dito Senhor, e ao seu Thesou-
reiro nestas Partes do Brasil, e a todos os outros
Officiaes da Fazenda de Sua Alteza, e assim
de justiça a quem esta Minha Carta for mos-
trada, e o Conhecimento delia com direito per-
tencer, que por Rodrigo de Freitas Escrivão
do Thesouro destas Partes, se metter na Ordem
dos Padres da Companhia de Jesus, e náo poder
servir o dito Officio conforme a Direito, e Or-
d'dd:dd:. denação de Sua Alteza, e respeitando eu os Ser-
viços, que Sebastião Alvares Cavalleiro da Casa
".
-'¦¦:¦ •.•-'¦¦¦:
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d'El-Rei Nosso Senhor lhe tem feito, e confiando


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¦'.•'.."•'¦¦-.-'a. '.., ™
¦.-- j, ... ...

133-

eu nelle, que em tudo o que o encarregar, do


serviço de Sua Alteza o servirá bem, e fiel-
mente, em Nome do dito Senhor lhe faço Mercê
do dito Officio todo o tempo, que o Sua Alteza
houver por bem, e me a mim parecer seu ser-
viço, com o qual cargo haverá os quarenta mil
reis, que tinha de Ordenado o dito Rodrigo de
Freitas, e os pões, e precalços pertencentes ao
dito Officio, o qual Ordenado, proes, e precalços
começará a vencer de hoje ern diante: Notifico-
vol-o assim, e mando, que o mettaes de posse
do dito Offioioj, c lho leixeis servir, e delle usar,
e haver o dito Ordenado, proes, e precalços,
como dito é, o qual lhe será pago pelo Thesou-
reiro destas Partes pelo traslada desta Carta,
que será registada no Livro de sua Despesa, e
com conhecimento do dito Sebastião Alvares
mando aos Contadores do dito Senhor, que lhe
levem em Conta tudo o que lhe assim pagarem á
razão dos ditos 40$ reis por anno, sem mais
outro mandado nem conhecimento o qual Se-
bastião Alvares jurou perante mim aos Santos
Evangelhos, que bem, e fielmente sirva o dito
Oflicio, guardando o serviço de Deus, e de sua
Alteza, e o Direito das Partes. Em firmeza do
que dito é lhe mandei passar a presente por
faim assignada, e sellada com1 sello de Minhas
Armas. Dada nesta Cidade do Salvador aos 4
dias do Mez de Outubro, Antônio Serrao a fez
de .. — tomou posse no dito dia quatro a qual
lhe o dito Doutor Braz Fragoso Provedor-mor
deu. -aV - -a- A

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-134 —

Provisão de João de Castilho para ser-


de
vir de Condestavel dos Bombardeiros
Porto Seguro.

Mem de Sá do Conselho d'El-Rei Nosso Se-


da Bahia
nhor Capitão da Cidade do Salvador
de todas
de todolos Santos, Governador Geral
do
as Capitanias, e- terras de toda esta Costa
Brasil pelo dito. Senhor etc. Faço saber ao Ca-
Seguro, e a todas
pitão da Capitania de Porto
as justiças, Officiaes, e pessoas a que o co-
nhecimento desta pertencer, que João de Cas-
tilho morador na dita Capitania me enviou di-
como Thomé de Souza sendo Governador
zer,'fizera
o Condestavel dos Bombardeiros dessa
dita Villa de Porto Seguroj, e lhe mandara passar
disso sua Provisão por ser apto para isso, e que
xnandando-a registar a esta Cidade no Livro
da Fazenda, como é costume se perdera de ma-
neira, que ficara sem ella; pelo que me pedia
lhe mandasse passar outra em fórmía; o que
visto ptor mim mandei ao Condestavel Francisco
Affonso desta Cidade, que visse a dita Petição!, e
disso' me desse informação. B pelo dito Çondesta-
vel me certificar ser o Suppilicante para isso sul-
ficiente, lhe mandei passar a presente, pela qual
vos mando que o conheçaes por Condestavel, e
lhe deixeis usam" o dito Cargo,, e guardeis suas Li-
herdades, e com esta ¦ levará o privilegio, que
tem os' taes Condestaveis, trasladado em modo,
se
que faça fé, o que lhe será guardado como
nelle contém. Cumpri-o assim, e ai não façaes.
Dada nesta Cidade do Salvador* sub meu signal,
e sello de Minhas Armas hoje 7 dias do mez
de Outubro, Antônio Serrão a fez de 1&60 annos.
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— 135-

Confirmação de uma Capellania da Sé


a Vicente Rolão.

D. Pedro Leitão por Mercê de Deus, e da


Santa Igreja de Roma, Bispo da Cidade do Sal-
vador da Bahia de todolos Santos, e terras do
Brasil, Commissario Geral por autoridade Após-
tohca em todas as Capitanias, e lugares desta
Costa, e d'El-Rei Nosso Senhor etc. A todos os
que esta minha Carta de Confirmação, e posse
virem saúde em Jesus Christo Nosso Senhor epie
de todos é verdadeira salvação. Fazemos saber
que perante Nós appareceu Vicente Rolão Cie-
rigo de Ordens Menores, e Nos apresentou uma
Carta de Apresentação do Senhor Mem de Sá
do Conselho d'El-Rei Nosso Senhor, Capitão da
dita Cidade, e seu Governador Geral nas ditas
Capitanias, e terras desta Costa, pela qual Carta
em nome do dito Senhor como Governador, e
perpetuo Administrador, que é do Mestrado, e
Ordem da Cavallaria de Nosso Senhor Jesus
Christo'Nos apresentou o dito Vicente Rolão a
uma Capellania da Sé da dita Cidade que vagou
por renunciaçâo, que delia fez em Nossas Mãos
Diogo de Almeida, ultimo possuidor da dita Ca-
pellania, e vista por Nós a dita Carta de Apre-
sentação, confiando na bondade, e bom saber
do dito Vicente Rolão; e sendo por Nós èxami-
nado, o achamos apto, e sufficiente para servir
a dita Capellania, como cumpre a serviço de
Deus, e descargo de Nossa Consciência, pelo
qual pior imposição de barrete, que em sua Ca-
beca puzemos, o confirmamos, e com effeito o
havemos por confirmado na dita Capellania a
apresentação do dito Senhor, a que de Direito
pertence, como, Mestre, e Governador, que é da
'
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136

dita Ordem, e Cavallaria, com a qual Capellania


o dito Vicente Rolão haverá o ordenado limitado
na Provisão geral do dito Senhor, e os mais
réditos, e proveitos, que direita, e canonka-
mente deve haver, e outrosim será pbrígado a
servir, e residir pessoalmente na dita Capiellania.
B logo jurou em Nossas Mãos aos Santos Evan-
geihos de ser sempre obediente a Nós, e a Nos-
sos Successores, Canonicamente entrantes, e de
cumprir e guardar todos Nossos Mandados, e
de Nossos Vigários Geraes, Ouvidores, e loco
Tenentes, e de nunca directe, nec indirecte ser
contra Nós, nem contra Nossos Mandados, e de
guardar o Regimento, e Instrucção, que para
o bom governo,, e instrucção digo governo, e
regimento do dito Bispado fizermos, e Orde-
narmos e mentes não houver Constituições, e
de cumprir, e guardar as Constituições do
Arcebispado de Lisboa Metropolitano, assim, e
da maneira, que nellas se contem; e assim ju-
rou de guardar tudo aquillo que se contém no
Capitulo ego enim de jure jurandoi; e por esta
presente Carta Mandamos em virtude de Santa
obediência, e sub pena de exeommunhão a qual-
quer Clérigo ou Notario, que sendo requeridos
pelo dito Vicente Rolão, o mettam de posse real,
e actual, incorporando-o nella, com todas as so-
lennidades, que o Direito requer, e da tal posse
real, actual, e corporal, lhe passem seus Instru-
mentos em publica fôrma para guarda, e con-
servação de seu Direito. Em testemunho do qual
lhe Mandamos passar a presente Carta de Con-
firmação por Nós assignada, e Sellada de Nosso
Sello nesta Cidade do Salvador aos 9 dias do
Mez de Outubro, João Marante Nosso Escrivão
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137

da Câmara a fez Anno do Nascimento de Nosso


Senhor Jesus Christo de 1560 annos.
O qual Vicente Rolão tomou posse da dita
Capellania, segundo eu Manoel de Oliva Escri-
vão da Fazenda vi por um Instrumento de posse,
que me apresentou aos 10 dias do Mez de Ou-
tubro de 1560 annos feito por João Marante, e
assignado pelo Deão-, Mestre Escola, e Antônio
Gonçalves Conego, e Marcai Rodrigues.

Provisão do Cura da Ig/reja de Igara-


çv em Pernambuco Pedro Anes do Vale.
Eu El-Rei Como Governador, e perpetuo
Administrador que sou da Ordem, e Cavallaria
do Mestrado de Nosso Senhor Jesus Christo etc.
Faço saber aos que este Alvará, virem que eu
Hei por bem, e Me Praz, que emquanto Pedro
Anes do Vale Clérigo de Missa morador na Villa
de Olinda das Partes do Brasil Capitania de Du-
arte Coelho servir de Cura de S. Cosmos, que
está na dita Capitania na Povoação de Igaraçü, e
dizer na dita Igreja as Missas, que é obrigado
tenha, e haja de Minha Fazenda em cada um
anno dezesete mil reis; a saber quinze mil reis
de mantimento ordenado com o dito Cargo, e
dois mil reis para farinha plara as hóstias e
Vinho para as Missas, os quaes dezesete mil
reis lhe serão pagos no Almoxarifado da dita
Capitania aos quartéis do anno por inteiro, e
sem quebra alguma posto que ahi haja por este
só Alvará Geral sem mais outra Provisão. UJ
Recebedor
portanto Mando ao Almoxarife, ou

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do dito Almoxarifado, que ora é, e ao diante


fôr. que tiê e pague em cada um anno ao dito
Pedro Anes emquanto servir o dito Cargo os
ditos 17$ reis pela maneira que dito é, pior este
só Alvará Geral^ e pelo traslado delle, que será
registado no Livro do dito Almoxarifado pelo
Escrivão delle com Certidão do Vigário da Igre-
ja da dita Villa de Olinda de comof o dito Pedro
Anes serve, e cumpre as obrigações, que tem
com seu Conhecimento Mando, que lhe sejam1
levados em conta, e ao Barão de Alvito Veador
de Minha Fazenda, que lhe faça assim assen-
tar o Livro da Fazenda da dita Ordem; e este
Alvará quero, que valha, tenha força, e Vigor,
como se fosse Carta feita em meu Nome por
mini assignada^ e passada pela Chancellaria, sem
embargo da Ordenação do 2.° Livro titulo 20,
que diz, que as cousas, cujo effeito houver de
durar mais de um annò passem por Cartas, e
por Alvarás não valham. Simão Borralho a fez
em Lisboa aos 22 dias do Mez de Agosto de
1559, E eu Duarte Dias o fiz escrever. O qual
eu Escrivão trasladei aqui por Mandado do Dou-
tor Braz Fragoso Provedor-mor aos 15 dte Ou-
tubro de 1560, e estava assignada pela Rainha
Nossa Senhora, segundo parecia, e visto pelo
Barão. ;. í i. i i j~ f

Provisão de Antônio Serrão de EsCri-


'para
vão da Armada, que foi o Rio de Ja-
neiro.

Mem de Sá do Conselho d'El-Rei Nosso Se-


nhor Capitão desta Cidade do Salvador da Ba-
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— 139

hia de todolos Santos, e Governador Geral em


todalas Capitanias, e terras de toda esta Costa
do Brasil pelo dito Senhor etc.
Faço saber aos que esta Minha Provisão
for mostrada, e o Conhecimento delia com1 di-
reitò pertencer, que oonfiando em Antônio Ser-
rão, que em tudo o que o encarregar do Serviço
de Sua Alteza o servirá bem', e fielmente, o en-
carrego ora de Escrivão d'armada, que ora vae
commigo ao Rio de Janeiro e a correr a Costa,
com o qual Cargo haverá de Ordenado, e man-
timento mil reis por mez a Conta dos cem cru-
zados, que tenho de Sua Alteza para dar, os
vier
quaes lhe pagarão da vinda, que embora
todo o tempo, que tem vencido da feitura desta
em diante; e por esta com seü conhecimento
feito pelo Escrivão do Thesoureiro assignado
dito Se-
por ambos, mando aos Contadores do
nhor lhe levem em Conta ao dito Thesoureiro
tudo o que pagar, e montar haver no tempo,
Serrão.
que servir o dito Cargo, ao dito Antônio nesta
Cumpri-o assim, e ai não façaes. Dada
Cidade do Salvador sub meu Signal, e sello de
Minhas Armas; hoje 3 dias do Mez de Janeiro.
Antônio Serrão houve juramento perante mim1.
A qual Provisão estava assignada do Signal do
dito Governador Mem de Sá e Sellada com seu
Signal, segundo eu Manoel de Oliva Escrivão
da Fazenda vi.

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^-140 —

Confirmação da Capellania de Manoel


Affonso, filho do Mestre Affonso.

D. Pedro Leitão por Mercê de Deus, e da


Santa" Sé Apostólica de Roma, Bispo da Cidade
do Salvador da Bahia de todolos Santos, terras
do Brasil e Commissario Geral por autoridade
Apostólica em todas as Capitanias, e lugares
da dita Costa;, e do Conselho d'El-Rei Nosso Se-
nhor. A todos os que esta Minha Carta de Con-
firmação, e Iposse virem, saúde em1 Jesus Christo
Nosso Senhor, que de todos é verdadeira Sal-
vação. Fazemos Saber, que perante Nós appa-^
receu Manoel Affonso Clérigo de Ordens me-
nores, e Nos apresentou uma Carta de Apre-
sentação do Senhor Mem de Sá do Conselho
d'El-Rei Nosso Senhor, e Capitão da dita Ci-
dade e seu Governador Geral nas ditas Capita-
nias, e terras desta Costa do Brasil, pela qual
Carta em Nome do dito Senhor, como Gover-
nador, e perpetuo Administrador que é do Mes-
trado e Ordem da Cavallaria de Nosso Senhor
Jesus Christo Nos apresentou o dito Manoel
Affonso a uma Capellania da Sé da dita Cidade
que vagou por renunciação dè Jacobus Rodri-
gues ultimo possuidor da dita Capellania final-
mente, que pela .renunciação do dito Jacobus
Roklrigues, que ,em Nossas Mãos tem feito o apre-
sente ao dito Manoel Affonso á dita Capellania
pelo melhor modo, e maneira, que com Direi-
to o posso fazer. 'e
B vista por Nós a dita Carta
de Apresentação, Confiando na bondade, e
i bom saber do dito Manoel Affonso; e sendo por
Nós examinado, o achamos apto, e sufficiente
para servir a dita Capellania, como cumpre a
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141

serviço de Deus1, e descargo de Nossa Conscíeii-


cia, pelo qual por imposição de barrete, que
em sua cabeça puzemos, o confirmamos, ê\ com1
effeito o havemos por confirmado na dita Ca-
pellania apresentação do dito Senhor a quem
de Direito pertence, como Mestre, e Governa-
nador que é da dila Ordem, e Cavallaria, oom
a qual Capellania o dito Manoel Affonso haverá
o Ordenado limitado na Provisão geral do dito
Senhor, e os mais réditos, e proveitos, que
direita, e canónicameiite deve haver, outrosim
será obrigado a servir, e residir pessoalmente
na dita Capellania, como o Direito requer, e
Nós ordenarmos. E logo jurou em Nossas Mãos
aos Santos Evangelhos de ser sempre obedien-
te a Nós, e a Nossos Successores canonicamente
no dito Bispado entrantes, e de cumprir, e guar-
dar todos Nossos Mandados, e de Nossos Vi-
garios Geraes, Ouvidores, e loco Tenentes, e de
nunca directe, riec indirecte ser contra Nós, nem
contra Nossos mandados!; e de guardar o Regi-
mento, e Instrucção, que para bom governo,
e Regimento do dito Bispado fizermos, e Orde-
narmos, ementes não houver Constituições e de
cumprir, e guardar as Constituições do Arcebis-
pado de Lisboa Metropolitanp, assim e da ma-
neira, que nellas se contém; e assim jurou de
guardar tudo aquillo que se contém no Capitulo
ego enim de jure jurando, e por esta presente
Carta mandamos em1 virtude de Santa obedien-
cia, e sub pena de excomtnunhão a qualquer
Clérigo, ou Notario, que sendo requeridos pelo
dito Manoel Affonso o mettam de posse real,
e actuahnente incorporando-o nella com todas
as solennidades, que o Direito requer e da-tal
kvi

Corporal, lhe passem seus


posse real, actual, e
instrumentos em publica fôrma para guarda, e
conservação de seu Direito. Em testemunho do
Carta de
qual lhe mandamos passar a presente sellada de
Confirmação por Nós assignada, e
Nosso Sello nesta Cidade do Salvador hoje 4
de Outubro. João Marante Escrivão da Câmara
a fez Anno do Nascimento de Nosso Senhor
Jesus Christo de 1560 annos. O qual Manoel
Affonso tomou posse da dita Capellania, segundo
eu Manoel de Oliva Escrivão da Fazenda vi por
um Instrumento de posse feito por João Maran-
te, e assignado pelo Deão, e Mestre Escola, e
Antônio Gonçalves, e Francisco de Paiva, Co-
negos, e Marcai Rodrigues aos 5 de Outubro
do dito anno de 1560 annos.

Confirmação da Conezia de Francisco


de Paiva.

D. Pedro Leitão por Mercê de Deus, e da


Santa Sé Apostólica de Roma Bispo da Cidade
do Salvador Bahia de todos os Santos, terras
do Brasil, Commissario Geral por autoridade
Apostólica em todas as Capitanias, e lugares
da dita Costa do Gonselho d'El-Rei Nosso Ser
nhor etc. A todos os que esta Minha Carta de
Confirmação, e posse virem, Saúde em Jesus
Christo Nosso Senhor, que de todos é verdadeira,
Salvação. Fazemos saber que perante Nós ap-
pareceu Francisco de Paiva, Clérigo de Ordens
Sacras, e Nos apresentou uma Carta de Apre-
sentação do Senhor Mem de Sá do Conselho
-\ ¦

-143 —

do dito Senhor, Capitão da dita Cidade, e seu


Governador Geral nas ditas Capitanias, e terras
desta Costa; pela qual Carta em Noniie do dito
Senhor, como Governador, e. perpetuo Adminis-
trador quei édo Mestrado, e Ordem da Cavalla-
ria de Nosso Senhor Jesus Christo Nos apresen-
tou o dito Francisco de Paiva a uma Conezia
da Sé da dita Cidade por renunciação, que delia
fez em Nossas Mãos Ruy Pimenta ultimo pos-
suídor da dita Conezia, e vista por Nós a dita
Carta de apresentação, confiando na bondade,
e bom saber do dito Francisco de Paiva; e
sendo por Nós examinado, o achamos apto, e
suffieiente para ;servin a dita Conezia, como cum-
pre a serviço de Deus., e descargo de Nossa Con-
sciencia; pelo que por imposição de barrete,
que em sua cabeça puxemos, o confirmamos,
e com effeito o havemos por confirmado na
dita Conezia a apresentação do dito Senhor a
Go-,
quem de Direito pertence, como Mestre, e
vernador, que é da dita Ordem, e Cavallaria,
com a qual Conezia o dito Francisco de Paiva
haverá o Ordenado Limitado na Provisão geral
do dito Senhor, e os mais réditos, e proveitos,
ou-
que direita, e Canonicamente deve haver, e
trosim será obrigado! a servir, e residir pessoal-
mente na dita Conezia, como o Direito m'anda,
e Nós OrdenamoíSi, e jurou em1 Nossas Mãos aos
Santos Evangelhos de ser sempre obediente a
Nós, e a Nossos successores canonicamente no
dito Bispado entrantes, e de cumprir, e guardar
todos Nossos Mandados, e de Nossos Vigários
nunca
geraes, Ouvidores, e Loco Tenentes, e de Man-
directe, nec indirecte ser contra Nossos
dados, e de guardar o Regimento, e Instrucçâo,
-144-
regimento do dito
que para bom governo, e
Bispado fizermos, e Ordenarmos e mentes não
houver Constituições, e de Cumprir, e guardar
as Constituições do Arcebispado de Lisboa Me-
tropolitano, assim, e da maneira, assim', que
nellas se contém no Cap. ego enim de jure ju-
rando; e 'por esta presente Carta Mandamos em
virtude de Santa obediência, e sub pena de ex-
cohimunhião a qualquer Clérigo, ou Notario, que
sendo requeridos pelo dito Francisco de Paiva,
o mettam de posse real, actualmente incorporam
do-o nella com todas as Solennidades, que o
Direito requer, e da tal posse e real, actual, e
Corporal, lhe passem seus instrumentos em pu-
blica fôrma para guarda, e Conservação de setu
Direito em testemunho do qual Mandamos pas-
sar a presente Carta de Confirmação por Nós
assignada, e sellada de Nosso Sello nesta Cidade
do Salvador em os 23 dias de Outubro. João
Marante Nosso Escrivão da Câmara o fez de
1560 annos.

-
Carta de Mercê, que o Senhor Gover-
ndéor Mem de Sú fez a Vasco Rodrigues de
Caldas e a 100 homens, que vão com elle
a descobrir Minas.

Mem de Sá do Conselho d'El-Rei Nosso Se-


nhor Capitão da Cidade do Salvador, e Gover-
nador Geral em todas as Capitanias, e terras
de toda esta Costa do Brasil pelo dito Senhor
etc Faço saber, que por eu ser informado, e
saber de certo que El-Rei Nosso Senhor, que
está em gloria mandara a Thome" de;Souza do
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Meu Conselho digo de seu Conselho Capitão


que foi da dita Cidade, e Governador das ditas
terras do Brasil, e lhe escrevera por vezes, que
devia dé mandar alguns homens pelo Sertão den-
tro a descobrir algumas minas, e saber se havia
ahi ouro, ou prata, ou alguns outros metaes, o
que elle praticara por vezes com algumas pes-
soas, que lhe parecia, que deste negocio po-
diam entender, e lhe dar alguma informação;
e por ser certo, que nenhuma daquellas pes-
soas, que naquelle tempo moravam1 nestas Par-
tes, e (Capitanias do Brasil, podiam fazer melhor
este negocio, que Francisco Bruza de Espinhoza
Castelhano, por ser grande lingua, e homem de
bem, e de verdade, e de bons espíritos, falara,
e se concertara com elle para ir descobrir as
ditas Minas, e neste tempo succedeu ir-se para
o Reino, e Vieiu D. Duarte da Costa pôr Capitão
da dita Cidade, e Governador Geral destas Par-
tes do Brasil, o qual outrosim por esta causa
mandara ao dito Francisco Bruza de Espinhoza
com doze homens pela terra dentro, o qual acha-
ra muitas informações boas de haver entre o
gentio ouro, e prata, e por ser a gente pouca
não fora mais pela terra dentro/, que duzentas,
e tanías Léguas, e a não acabaram de desço-
brir: B ora Vasco Rodrigues de Caldas morador
na dita Cidade doSalvador por fazer serviço a
Sua Alteza se òffereceu a ir com cem homens,
e algum gentio pela terra a dentro a descobrir
a? dü?. minas, e saber, se havia nellas ouro,
ou prata, ou alguns outros metaes, tudo a sua
custa, e dos seus companheiros, e por elle ser
homem, que teto1 muitas qualidades, e assim
de esforço de sua pessoa, como de muita expie-

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-146 —

riencia com o gentio por haver muitos annos,


Guerra, como fez em
que os trata na Paz, e na
muitas guerras, que o mandei por Capitão, nas
sua industria, e va-
quaes depois de Deus, por
lentia houve muitas victorias; e por me pare-
cer, que dará boa conta de tudo o que lhe
for' encarregado, me concertei* com elle para
terra
que fosse com os ditos cem homens pela
dentro a descobrir as ditas Minas; e por elle
Vasco Rodrigues de Caldas, e os ditos seus cem
companheiros irem a este negocio a sua pro-
algum
pria custa,'sem interesse, nem prêmio
de Sua Alteza, e me pedirem, que o ouro ou
prata, aijofar, pedras preciosas, e quaesquer
outros metaes, que ora vão descobrir fosse o
seus
que trouxessem em soldo para elles, e para
filhos, herdeiros, ou para quem os elles qui-
zessem dar, e deixar; e visto o seu pedir lhes
concedo em Nome de Sua Alteza o que assim1
trouxerem de ouro, ou praia, ou das outras cou-
sas acima ditas para elles, e para seus herdeiros,
ou para quem os elles quizessem d,ar, e deixar,
sem das ditas cousas, que assim trouxerem1, nem
i
de nenhuma dellas pagarem Dizimes, Sisa, quar-
to, quinto, nem outro nenhum Direito por qual-
quer outro Nome, que seja chamado, nomeado,
posto que nos Reinos de Portugal, e nestas Par-
tes do Brasil pelas Ordenações, e Costumes dei-
les sejam obrigados a pagar quaesquer Direi-
tos; porquanto hei por livre, e desembargado
o dito Vasco Rodrigues de Caldas e aos ditos
seus Companheiros, dós ditos Direitos, os quaes
Cem homens serão os que se acharem1 escriptos
por seus próprios Nomes, sobrenomes, e alcu-
nhas, e misteres de que usam, por um1 auto, que
*
, ¦' R .
-147-

disso mandei fazer, que ficará em poder do


Provedor-mor de Sua Alteza e o dito Vasco Ro-
drigues de Caldas, e os seus cem companhei-
ros, quando com ajuda de Nosso Senhor forem
a descobrir as ditas Minas, serão obrigados a
mostrar tudo o que trouxerem assim ouro, como
prata, ou quaesquer outras cousas de qualquer
qualidade, que forem ao Capitão e Officiaes da
Fazenda do dito Senhor da Capitania onde piri-
ineiro chegarem porque não irão primeiro a
nenhuma outra parte, que a cada uma das Capi-
tanias desta Costa do Brasil do dito Senhor, è
se virão onde eu, ou o Governador destas Partes
estiver; e assim entregarão aos Officiaes o ro-
teiro, que são obrigados a fazer, segundo fôrma
do seu Regimento,, e cumprindo tudo isto da ma-
neira que dito é, e este meu Alvará se cumprirá,
e alem disto Sua Alteza lhes fará as mercês, e
honras segundo o negocio lhes sucoeder, e se-
gundo elle Vasco Rodrigues de Caldas, e seus
Companheiros a fizerem, e este Alvará se re-
gistará no Livro de Sua Alteza nesta Capitania
da Bahia dò Salvador^ a qual concessão, e Al-
vara, lhe eu fiz, por ver outras semelhantes Pro-
visões passadas ao dito Francisco Bruza de Es-
pinhoza p£lo dito D. Duarte da Costa, e nella
referir assimj,! e lha ter passado Thomé de Souza
sendo Governador hoje 24 dias de Dezembro
Vidente Monteiro a fez de 1560 annos. O trás-
lado da qual Provisão eu Manoel de Oliveira
Escrivão aqui registei, e vae na verdade.

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Carta da Chantria de Rug Pimenta


Chantre da Sé desta Cidade.

D.-Pedro Leitão por Mercê de Deus, e da


Santa Sé Apostólica de Roma Bispo da Cidade
do Salvador da Bahia de todolos Santos, terras
do Brasil, Commissario Geral por autoridade
Apostólica em todas as Capitanias, e Lugares
da dita Costa do Conselho d'E-1-Rei Nosso Se-
nhor. A todos os que esta Minha Carta de Con-
firmação,, e posse virem saúde em' Jesus Chrislo
Nosso Senhor, que de todos é verdadeira Sal-
vação. Fazemos saber, que perante Nós appa-
rèceu Buy Pimenta, Clérigo de Ordens Sacras,
e nos apresentou uma Carta de Apresentação do
Senhor Mem de Sá do Conselho d'E'1-Rei Nos-
so Senhor, Capitão da dita Cidade, e Governa-
dor Geral nas ditas Capitanias, e terras desla
Costa, pela qual Carta em Nome do dito Senhor,
como Governador e perpetuo Administrador,
que é do Mestrado, e Ordem da Cavallaria de
Nosso Senhor Jesus Christo Nos apresentou o
dito Ruy Pimenta ao Chantrado da Sé da dita
Cidade, que vagou por renunciação, que delle
fez em Nossas Mãos João Lopes ultimo possui-
dor do dito Chantrado, e também pelo eu achar
intruso nelle por fallecimento de Francisco de
Vacas Chantre finalmente, que pela renuncia
ção do dito João Lopes, que em Nossas Mãos
tem feito, ou por estar vago por fallecimento
do dito Francisco de Vacas o apresento ao dito
Ruy Pimenta ao dito Chantrado
pelo melhor
modo, e 'maneira, que coto- direito o
posso, e deve1
fazer. E vista por Nós a dita Carta de Apresen-
tação, confiando na bondade, e bom saber do
dito Ruy Pimenta,; e sendo por Nós examinado
o achamos apta e sufficiente para servir a dita
Chantria, como cumpre a serviço de Deus, e '

descargo de Nossa Consciência pelo qual por


imposição de barrete, que em sua cabeça pu-
zemos O confirmamos, e com» effeito o havemos
por confirmado na dita Chantria à apresentação
do dito Senhor a quem de Direito pertence,
como Mestrej e Governador, que é da dita Or-
dem, e Cavallaria, com a qual Chantria o dito
Buy Pimenta haverá o ordenado Limitado na
Provisão geral do dito Senhor e os mais re-
ditos, e proveitos, que direita, e eanonicamente
deve haver, outrosim será obrigado a residir,
e servir pessoalmente na dita Chantria, como
o Direito manda, e Nós Ordenamos. Ei logo ju-
rou em Nossas Mãos aos Santos Evangelhos
de ser sempre obediente a Nós;, e a Nossos Sue-
cessores eanonicamente entrantes digo canoni-
cameríte no dito Bispado entrantes, e de cum-
prir, e guardar todos Nossos Mandados, e de
Nossos Vigários Geraes, Ouvidores, e Loco Te-
nentes, e de nunca directe nec indirecte ser con-
tra Nós, nem contra Nossos Mandados, e de
guardar o Regimento, e Instrucção, que para
bom governo, e Regimento do dito Bispado fi-
zermos, e Ordenarmos e mentes não houver Cons-
tituições, e de cumprir, e guardar as Constitui-
ções do Arcebispado de Lisboa Metropolitano
assim;, e da maneira, que se nellas contém.; e
assim jurou de guardar tudo aquillo que se con-
tem no Capitulo ego enim de jure jurando. E
por esta.presente Carta Mandamos em virtude
de Santa obediência, e sub pena de excomniu-
nhão a qualquer Clérigo, ou Notario, que sendo

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— 150 —

mettato
requeridos pelo dito Ruy Pimenta, o
nel-
de posse real, e actualmente incorporando-o
Ia com todas as solennidades que o direito re-
e corporal, lhe
quer, e da tal posse real, actuai,
em1 publica fôrma
passem seus Instrumentos
de seu Direito, em
para guarda, e conse/vação
testemunho do qual lhe mandamos passar a pre-
sente Carta de Confirmação por Nós assignada,
e sellada de Nosso Sello nesta Cidade do Salva-
dor em os 3 dias do Mez de Setembro. João Ma-
rante Nosso Escrivão da Câmara a fez Anno
do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo
de 1560 annos.
O qual Ruy Pimenta tomou posse do dito
Chantrado aos 6 de Setembro de 1560 annos,
segundo eu vi por um instrumento de posse
feito por João Marante, e assignado pelo Deão,
e Mestre Escola, e Antônio Gonçalves Conego.

Traslado da Provisão por onde Pedro


Teixeira serve de Contador.

Mem de Sá do Conselho d'El-Rei Nosso Se-


nhor, Capitão da dita Cidade do Salvador da
Bahia de todolos Santos, e Governador Geral
em todalas Capitanias, e terras de toda esta
Costa do Brasil pelo dito Senhor etc. Faço saber
aos que este Meu Alvará virem, que confiando
eu na bondade:, e habilidade de Pedro. Teixeira,
que em tudo o que o> encarregar do Serviço de
Sua Alteza, o servirá beto, e fielmente, o enear-
rego ora do Officio de Contador da Fazenda do
dito Senhor destas Partes, com o qual Cargo
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151-

baverá o Ordenado era cada um anno setenta


mil reis, qüei é outro tanto, como Unhara» e ha-
viam os Contadores, que até agora serviram,
e isto pagos no Thesoureiro do dito Senhor, e
no Li-
por o traslado deste, que será registado
vro da-Receita.e Despesa do Thesoureiro, e com
seu Conhecimento feito pelo Escrivão de seu
Cargo, assignado por ambos, mando aos Con-
tadores do dito Senhor, que lhe levem em Conta
tudo o que lhe montar haver, e todo o tempo,
Sua Alteza
que servir o dito Cargo emquanto
não prover, ou mandar o Contrario, o qual Pe-
dro Teixeira jurou perante mim aos Santos
"e
Evangelhos, que bem, verdadeiramente ser-
virá o dito Cargo, guardando em tudo o serviço
de Deusfc e de Sua Alteza e ás Partes.seu Direito,
do qual Officio o hei por mettido de posse .....
diante vencerá o dito Orde-
o que do hoje era"assim,
nado. Cumpri-o sem duvida, nem em-
bargo algum, que a ello ponhaes. Dada nesta
Cidade do Salvador sub Meu Signal, e Sello
Vi-
de Minhas Armas hoje 11 dias de Janeiro,
cente Monteiro a fez de 1561 annos.
Si-
A qual provisão vinha assignada com o
Governador Mem
gnai Costumado do Senhor e a
de Síá, e sellado com o Sello de suas armas,
trasladei da própria bem, e fielmente sem1 cousa,
Lamego Es-
que duvida faça por mim Antônio do
crivão dos Contos, e Matricula aos 7 dias
Mez de Abril de 1561 annos. E a própria tornei
ao dito Pedro Teixeira. Antônio Lamego.

§ -
Mi-

152 — d''d-':-:'

Traslado de uma Provisão, que El-Rei


Nosso Senhor fez a Fernão Vaz da Costa
de Contador destas Partes do Brasil.

D. Sebastião por Graça de Deus Rei de Por-


tugal, e dos Algarves daquem e dalem-Mar em
África Senhor de Guiné, e da Conquista Nave-
gação Commercio de Ethiopia, Arábia, Pérsia,
e da índia. A quantos esta Minha Carta virem
Faço saber que confiando eu de: Fernão Vaz
da Costa morador nas Partes do Brasil casado
com Clemência de Lira creada da Rainha Mi-
nha Senhora, e Avó, que no Cargo de Contador
das terras do Brasil me servirá bem, e fielmen-
te, como a Meu Serviço cumpre. Hei pior beta,
e Me Praz de lhe fazer Mercê do dito Cargo em-
quanto eu houver por bem, e não mandar o
contrario, o qual Começará a servir tanto que
Darnião Lopes, que ora serve o dito Cargo por
Provisão de Mem de Sá do Meu Conselho, que
' está por meu Governador nas ditas Partes do
Brasil acabar de servir três annos; e o dito
Fernão Vaz haverá com o dito Cargo cada anno
o ordenado conteúdo no Regimento, e proes, e
precalços a elle direitamente ordenados; portan-
to o Notifico ao dito Mem1 de Sá, e a qualquer
outro Governador, que ao diante for nas ditas"
Partes do Brasil e Mando-lhe, que mettam em
posse do dito Cargo, tanto que o dito Damião
Lopes acabar de servir os ditos três annos ao
dito Fernão Vaz e lho deixem servir, e haver
o dilo Ordenado, como dito é, sem lhe a isso
ser posto duvida nem embargo: algum
porque
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"...-¦:>¦
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-153-
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assim é Minha Mercê. B antes que o dito Fer-


não Vaz seja mettido em posse dò dito Cargo,
lhe será dado juramento pelo dito Governador
das ditas Partes, que bem, e verdadeiramente
sirva, guardando em tudo o que cumpre a Meu
Serviço, e ás Partes seu Direito, do qual jura-
mento se fará declaração nas Costas desta, que
por firmeza do que dito é lhe Mandei passar
por mim assignada;, e sellada de Meu Sello pen-
dente. Dada em Lisboa aos doze de Maio. Álvaro
Fernandes a fez Anno do Nascimento de Nosso
Senhor Jesus Christo de 1559. André Soares a
fez escrever.
0 qual Alvará, e Postula vinha assignada
pela Rainha Nossa Senhora, e vista por D. Gi-
lanes, e Registada no Livro de Gabriel de Moura
e passada pela Chancellaria, e abaixo, e atrás
do dito Alvará ...... postulas assignadas a saber
uma pela Rainha Nossa Senhora, e duas de D.
Gilanes Mem de Sá, que dizem o seguinte.
Posto que na Carta acima diga que Fernão
Vaz servirá o Cargo nella conteúdo emquanto
eu houver por bem, e não mandar 0 Contrario,
servil-orá por tempo de dez annos não man-
dando eu dentro do dito tempo o contrario;
e de comoi o assim houve por bem se porá verba
no Registo da dita Carta, que está nos Livros
de Minha Fazenda. Feita em Lisboa a 4 dias
de Agosto, de 1559 annos. André Soares a fez
escrever.
Pagou o Supplicante de ordenado deste Of-
íicio na Chancellaria 15$ reis em Lisboa a 26 ¦ ¦

de Julho de 1559,

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81

<¦¦'¦¦ O «ira Postula.


I-
Vistn como depois do assento acima se pas-
nesta
sou a Postula de Sua Alteza, que está
Carta, pague oito mil reis somente na Chancel-
íaria.

Outra Postula do Senhor Governador


Mem de Sá.

O Senhor Mem de Sá por virtude desta


Carta mandou dar juramento a Fernão Vaz da
Costa, e lhe foi dado, como Sua Alteza nella
manda, e o metteu de posse do dito Officio, e
manda, que se registe no Livro do Thesouro
da Receita, e Despesa do Thesoureiro, e pelo
traslado da dita Carta mandou aos Thesourei-
ros, que paguem a Fernão Vaz da Costa, o or-
denado, que tinham os outros Contadores, antes
Conheci-
passados em cada um anno, por seus
mentos, feitos, pelo Escrivão do Thesouro, as-
signados por ambos Mando aos Contadores do
dito Senhor, que lhe levem, em Conta tudo o
que lhe assim pagarem do tempo que sertyir,
hoje 11 dias do Mez de Abril de 1561 annos.
O qual Alvará, e Postula trasladei da pro-
e fiel-
pria sem cousa, que duvida faça bem,
mente por mto Vicente Monteiro aos 11 dias
de Abril de 1561 annos. Francisco de Barbudo.
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155- :
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Traslado de uma Carta que El-Rei Nos-


sp Senhor fez Mercê a Francisco de Bar-
budo (de Escrivão dos Feitos) destas Partes
do Brasil.

D. Sebastião por Graça de Deus Rei de Por-


tugal e dos Algarves daquem, e dalem Mar em'
África Senhor de Guiné, e da Conquista, Na-
vegação Commercio de Ethiopia, Arábia, Per-
sia, e da índia. A quantos esta Minha Carta
virem Faço saber e a Avo, que Santa Glo-
ria haja ..... de Manjoulo,. mulher Cavai-
leiro de Sua Casa, e Almoxarife da Villa de Ar-
zila, de que a quantos este Meu Alvará virem,
de Simão
que' havendo respeito aos Serviços
de Rabello Cavalleiro, que foi de Minha Casa,
e Almoxarife, que foi da Villa de Arzila: Hei
a Luiza de
por bem/ e Me Praz de fazer Mercê
Manjoulo sua mulher do Officio de Escrivão
da Fazenda nas Partes do Brasil para a pessoa,
filhas, que ella
que casar com uma das suas
nomear, e assim, e da maneira, que o tinha
o dito Simão de Rabello, e com o ordenado
Conteúdo no Regimento na Vagante dos ProVi-
dos por Minhas Provisões feitas antes de 16
e
de Maio deste anno presente de cincoenta
a
seis, em que lhe fiz a dita Mercê; e antes que
tal pessoa-case com a dita sua filha se apresen-
tara ao Conde da Castanheira Veador de Minha
dito,
Fazenda para ver se é apto para servir o
Officio, e sendo-o lhe fará fazer sua Provisão
em fôrma tanto que com ella for casado e para
Mandei
sua ^líárda, e minha Lembrança lhe
valha,
dar este Alvará, que quero, e me Praz que
come-
ej tenha força!, e <viigor, como se fosse Carta!
¦-. .
¦**
.

Meu Sello
cada em Meu Nome, e sellada de
em Con-
pendente, sem embargo da Ordenação
trario. Álvaro Fernandes o fez em Lisboa a
16 de Dezembro de 1556; a qual sua filha
será a que primeiro casar por vontade de sua
Mâe. André Soares o fez escrever. E porquanto
entre Francisco de Barbudo, que é casado com
uma filha do dito Simão Rabello, e da dita
Luiza de Manjoulo, segundo fez certo em Minha
Fazenda do Negocio, da índia, e Manoel de Oliva
de Mendonça, que é casado com outra filha
dos sobreditos havia duvida, e differença so-
bre a qual delles pertencia o dito Officio de Es-
crivão da Fazenda das ditas Partes do Brasil,
por escusarem a tal duvida, se vieram1 enlre si
a concertar de apartar o dito Officio em dois
ramos, para cada um servir sua parte, e assim
partir entre si o ordenado delle desta maneira.
Que elle dito Francisco de Barbudo fosse Es-
crivão dos Feitos, que se movessem, e tratas-
sem no Juizo dos Feitos das ditas Partes, e o
dito Manoel de Oliva servisse de Escrivão dos
Despachos, Provisões1, e de todas as mais cousas,
que se tratassem, e houvessem de fazer na Casa,
e Mesa das ditas Partes do Brasil, e pertenòem
ao t)fficio de Escrivão da Fazenda, e Escri-
vão dos Feitos tudo juntamente como se-ate-
gora serviu, e isto havendo eu por bem digo
assim por bem'; e por me ser pedido por parte
dos sobreditos, quê lhes fizesse esta Mercê, e
eu ser informado, que não era inconveniente
a Meu Serviço servir-se o dito Officio da dita
maneira,, antes parecia que servindo-se o dito
Officio da dita maneira digo servindo-se assim
apartadamente se fariam melhor os negócios,
' #
-157

e com mais diligencia,, e as partes seriam1 me-


lhor, e mais brevemente despachadas; e por
fazer mercê aos ditos Francisco de Barbudo,
e Manoel de Oliva houve por bem, que por
ora o dito Officio se apartasse., e dividisse pela
maneira conteúdo nesta Carta, pela qual Me
Praz de Fazer mercê ao dito Francisco de Bar-
budo do Officio de Escrivão dos Feitos, que
se tratar no Juizo dos Feitos . do Brasil
em dias de sua vida somente de seu m!an-
timento, e ordenado em cada um anno o qual
Officio começará a servir depois de cumpridas
as Providencias, que tiver passadas a outras
pessoas feitas antes de 27 de Maio do anno de
1556, em que foi passado o dito Alvará acima
trasladado; e esta Mercê lhe faço com tal de-
claração, que em qualquer tempo, que eu nouver
por Meu Serviço mandar, que os ditos Officios
se sirvam ambos juntamente, como se ora ser-
vem, o possa fazer, e havendo assim por bem
se verá por Direito a qual delles pertence a
serventia delles; para esse somente o servir, sem
Minha Fazenda ficar obrigada por razão de ps
assim ajuntar dar satisfação alguma a nenhum
delles, nem elles o poderão requerer, porque
com esta Condição^ e declaração houve por bem
de apartar edito Officio:, nem menos terá mi-
nha Fazenda obrigação de acerescentar, e dar
mais ordenado a cada um delles que os ditos
,40$ reis, que ora tem, porque com os ditos
40$ reis de Ordenado cada um foram contentes
de servir os ditos Offieios? e Me pediram por
Mercê lhe assim houvesse por bem. Notifico-o
assim ao Capitão da Capitania da Bahia de
todolos Santos, e Governador Geral das ditas

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-

-158-
Minha
Partes do Brasil, e ao Provedor-mor de
Fazendc em ellas, e Mando-lhes, que quando
ao dito Francisco de Barbudo por bem desta
Carta couber entrar no dito Officio, o mettam
em posse delle, e lho leixem servir em sua vida,
e havei os ditos 40$ reis de Ordenado,, como
dito é, e todos os proes, e precalços, que lhe
direitamente pertencerem semi duvida, nem em-
bargo algum, que lhe a ello seja posto, porque
assim é .Minha Mercê, os quaes lhe serão pagos
no Thesouro de Minhas Rendas., e Direitos da
dita Capitania da Bahia, por esta Minha Carta,
Despesa, pelo
que. será. Registada no Livro da
Escrivão de seu Cargo;, e pelo traslado delia, e
Conhecimento do dito Francisco de Barbudo
lhe serão levados em Conta o que lhe pela dita
maneira pagar a razão dos ditos 40$ reis por
anno, e o dito Francisco Barbudo foi havido
apto para servir, o dito Officio por D. Gilanes
da Costa do Conselho, e Veador de Minha Fa-
zenda, e jurará na Chancellaria aos Santos
Evangelhos, que bem», e verdadeiramente o sirva,
Partes
guardando em tudo Meu Serviço, e ás
seu Direito> e o Alvará da lembrança, que aci-
ma vae trasladado se rompeu ao assignar desta
Carta Officio de Escrivão dos Despachos
Provisões, e oousas outras, que se fizerem, e
tratarem na Mesa do Despacho do negocio da
Fazenda das ditas partes- do Brasil, que foi
passada ao dito Manoel de Oliva de Mendonça,
e por o (dito Alvará não estar registado em parte
alguma não declara, que se ponha verba no
registo delle. Balthazar Ribeiro a fez em Lis-
boa a 17 de Agosto de 1559, e eu Bartholomeu
Froes o fiz escrever.
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A qual Carta vinha assignada pela Rainha ¦

Nossa Senhbni|, e vista por D. Gilanes, e regis-


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tada no Livro de Gabriel de Moura, e passada '•¦ '

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duas
pela Chancellaria e nas Costas delia estão
Postulas uma assignada por João Simão, e An-
tonio Vieira, e outra do Senhor Governador Mem
de Sá;, que dizem o seguinte.
Do primeiro pagamento, que Francisco Bar-
budo houver de haver por virtude desta Carta
lhe serão descontados mil reis por outro
tantq, que se mandaram pagar do ordenado deste
Officio na Chancellaria, os quaes Sua Alteza
houve por bem, que IheTossem descontados do ". .y.

segundo é
primeiro pagamento, que vencesse,
declarado por um Alvará, que se lhe para isso
da Costa Ren-
passou, que fica em poder de João
deiro da Chancellaria em Lisboa a 19 de Se-
tembro de 1559.
Cumpra-se esta Carta de Sua Alteza, como
se nella'contém; e Francisco Barbudo seja met-
tido de posse, e sirva o dito Officio de hoje
a dita Carta
por diante;, e haja o Ordenado, que
lhe dá aos 28 dias do Mez de Março de 15bl
annos. ~. d, s
A qual Carta, e Postulas trasladei da pro-
bem, e fiel-
pria, sem cousa, que duvida faça aos
mentéi por mim Vicente Monteiro Escrivão
28 dias do Mez de Março' de 1561 annos.

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p;

Provisão de Affonso Rodrigues Bacelar


Provedor da Capitania de Tamaraeá.

Mem de Sá do Conselho d'El-Rei Nosso Se-


nhor Capitão da Cidade do Salvador Bahia de
todos os Santos, e Governador Geral em toafelas
Capitanias, e terras de toda esta Costa do Brasil
pelo dito Senhor etc Faço saber a quantos esta
Minha Provisão for mostrada, e o Conhecimen-
to delia com direito pertencer, que confiando
eu na bondade,, e discrição de Affonso Rodrigues
Bacellar, que em tudo o que o encarregar do
Serviço de Sua Alteza, o servirá bem, e fiel-
mente como convém, o encarrego ora do Of-
ficio de Provedor da Capitania de Tamaraeá
com todos os proes, e precalços, que os outros
Provedores até aqui haviam com o dito Officio,
o qual servirá emquanto Sua Alteza não pro-
ver, e a mim me parecer seu serviço; e o dito
r Affonso Rodrigues haverá juramento em Cama-
ra nos Santos Evangelhos, que bem, e verda-
deiramente sirva o dito Cargo, guardando em
tudo o Serviço de Deus, e de Sua Alteza, e o
Direito das Partes, de que se fará assento nas
Costas desta pelo Escrivão da Câmara, em que
ambos assignarão; ecom isso mando, <zg|e seja
mettido <íe posse do dito Officio, e lhe*deixem
haver o dito ordenado, como o haviam os outros
Provedores, porque assim o hei por,serviço de
Sua Alteza .... sem duvida, nem embargo que
a ello .... Dada em esta Cidade .... sub meu
signal e sello de Minhas Armas do mez
de Outubro Antônio Sèrrão ...
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161 — *

Carta do Officio de Pedro Teixeira de


Almoxarife dos Armazéns.

Mem de Sá do Conselho d'El-Rei Nosso Se-


nhor Capitão da Cidade do Salvador da Bahia
Rodeios Santos, e Governador Geral em to-
delejte
laias Capitanias, e terras de toda esta Cosia do
darás
Brasil pelo dito Senhor eto. Faço' saber ao Pro-
vedor-mor da Fazenda do dito Senhor nestas
ditas Partes, e ao Ouvidor Geral, e a todos os
mais Officiaes assim da Fazenda, como da Jus-
tiça a que esta Carta for mostrada, e o Conheci-
mento delia com direito Pertencer, que Diogo
Lopes de Meira Almoxarife do Armazém! e man-
timento desta Cidade me enviou dizer por sua
Petição;, que elle tinha a serventia de Almo-
xarife do dito Armazém, e Mantimentos, de que
lhe El-Rei Nosso Senhor fez mercê por tempo
de cinco annos com cincoenta mil reis de orde-
nado, dos quaes cinco annos tinha servido vin-
elle
te mezes, pouco mais ou mJenosi; e por que
dis-
Supplicante é já muito velho, e muito mal
e sua disposição
postei, e o dito Officio para elle, ser
era muito trabalhoso pelo dito Officio em si
de muito trabalho,, para o que elle Supplicante
não era, como dito tinha pior sua idade, e dispo-
res-
siçâ^pelo que me pedia, que havendo
licença para trás-
peito ao que dito é, lhe desse
servir dos ditos
passar o tempo, que tinha para na dita
cinco annos em Pedro Teixeira morador
Teixeira
Cidade, havendo respeito ao dito Pedro
Cargo,
ser apto, e sufficiente para servir o dito
o qual sé obrigaria a dar conta do tempo que
Alteza,
servisse, conforme ao Regimento de Sua
tinha
* ¦
elle somente daria do tempo,, que
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-162 —

servido. E vista por mim a Petição de Diogo


Lopes de Meira, e as causas que nella allega, e
como renunciou o seu Officio no dito Pedro
Teixeira, Hei por serviço do dito Senhor dar
o dito Officio de Almoxarife ao dito Pedro
Teixeira por o dito Diogo Lopes ser disso con-
tente, e lho renunciar, e cada um dará conta
do tempo, que o servir, e haverem o .... dos
50$ reis que tem de ordenado o dito Officio,
assim como tinha1 o dito Diogo Lopes de Meira,
e os Almoxarifes passados e os proes, e precal-
ços. que direitamente pertencem ao dito Cargo,
e o servirá o dito Pedro Teixeira o tempo, que
resta para cumprimento dos cinco annos, e do
tempo, que cada um servir dará conta, e haverá
o dito Ordenado, e mantimento comlo dito é, o
qual Ordenado lhe será pago no Thesoureiro
das Rendas do dito Senhor destas Partes do
Brasil. E pelo traslado desta, que será registado
no Livro de sua Receita, e Despesa pelo Escri-
vão de seu Cargo, e Conhecimento feito pelo
dito Escrivão, e assignado pelo dito Pedro Tei-
xeira Mando aos Contadores do dito Senhor
que lhos levem em conta ao dito Thesoureiro,
e Mando ao Provedor-mor da Fazenda do dito
Senhor, que o metta em posse do dito Officio,
e lho leixem servir, e acabar os ditos cinco
annos, e o dito Pedro Teixeira jurou perante
mim aos Santos Evangelhos conforme a meu
Regimento, que bem, e verdadeiramente sirva
o dito Officio, guardando em todo o serviço de
Deus, e, ás Partes seu Direito. Pelo que Vos
Mando, que o deixeis servir. Cumpri-o assim,
e ai não façaes. Dada em esta Cidade do Sal-
¦/.¦ ' '¦"
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163-

vador sub meu signal, e sello de Minhas Armas


aos 21. dias de Julho, Vicente Monteiro a fez
de 1561 annos.

Pnowsfào de Salvador da Fonseca de


Escrivão dante o Provedor da Cidade do
Salvador.

Eu El-Rei Faço saber a quantos este Meu


Alvará virem, que havendo respeito a Me pedir
D. Duarte dá Costa Governador, que foi das.
Partes do Brasil e a Salvador da Fonseca seu
creado ser casado no Brasil com Anna de Paiva
uma das Órfãs, que foram para o Brasil em
Companhia de Mem de Sá, que ora serve de
Governador das ditas Partes: Hei por bem, e
Me Praz de fazer Mercê ao dito Salvador da
Fonseca do Officio de Escrivão dante o Pro-
vedor da Cidade do Salvador da Bahia de to-
dolos Santos nas ditas Partes por tempo de cinco
annos, e com o Ordenado conteúdo no Regi-
mento, assim conto lho haviam os passados;
Com declaração, que se eu em algum: tempo
mandar diminuir alguma cousa do dito Orde-
nado, que minha Fazenda lhe não seja por elle
em obrigação alguma, o qual Officio começará
o dito Salvador da Fonseca a servir, tanto que
Francisco de Moraes, que ora serve por Pro-
visão do dito Mem de Sá acabar de servir pior
dia
tempo de três annos, que se começarão do
em que foi mettido de posse do dito Otiicia
dito
em diante. E portanto Notifico-o assim ao
dito
Mem de Sái e Mando-lhe, que tanto que o
Officio digo o dito Francisco de Moraes acabar
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—164 —
dito tempo dc
de servir o dito Officio pelo
dito Salvador
três annos, como dito é metta ao
leixe servir
da Fonseca em posse delle, e lho
annos, e com elle ha-
pelo dito tempo de cinco e precalços,
verá o dito ordenado, e os proes,
sem a ello
que lhe direitamente pertencerem, algum,
lhe ser posto duvida, nem embargo por-
e elle jurará na Chan-
que assim, é Minha Mercê; o
cellaria, que bem, e verdadeiramente sirva
dito Officio, guardando em todo Meu Serviço,
e ás partes seu Direito, o qual Officio vagou por
fallecimento de Braz Fernandes Escrivão, que
foi dos Contos; e quero, e Me praz, que este
Valha, e tenha força, e vigor, como se fosse
Carta feita em Meu Nome, e sellada de Meu
Sello pendente, sem embargo da Ordenação do
2.o Livro titulo 20, que diz que as cousas, cujo
effeito houver de durar mais de um anno pas-
sem por Cartas, e passando por Alvarás não
valham. Adrião Lúcio o fiz em Lisboa a 26
de Junho de 1559. André Soares o fez escrever.

Despacho do Senhor Governador Mem de Sá.

Seja mettido em posse Salvador da Fonse-


ca do Officio de que Sua Alteza lhe fez Mercê,
e vencerá o Ordenado desde o diaj, que for
metlido de posse, e o Francisco de Moraes aca-
bar de servir o dito digo o tempo hoje 28 de
Janeiro.
E foi mettido de posse pelo Provedor-mor
'no dito dia acima, e começou a servir a 29 de
Janeiro do dito anno de 1562, desde o dito em
diante começou a vencer seu Ordenado. .

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¦A-y{

165

Traslado da Provisão dos Vigários da


Villa Velha, e da Fazenda de Torres.

Eu El-Rei. Como Governador e Perpetuo


Administrador; que sou da Ordem, e Cavallaria
do Mestrado de Nosso Senhor Jesus Christo etc.
Faço saber aos que este Alvará virem, que eu
houve ora por bem, que na Bahia de todos os
Santos do Bispado do Brasil se creassem; e eri-
a Igreja de Nossa
gissem em novas Freguezias
Senhora da Graça, e a Igreja de Santa Cruz,
cada um dos
que estão na dita Bahia, e que
Vigários das ditas duas Igrejas, hajam de seu
mantimento Ordenado em cada um anno quinze
mil reis, e para vinho, farinha, e outras despe-
reis a
sas da Thesouraria das ditas Igrejas 3$
Crear
cada um. comei é declarado nas Cartas da
e porquan-
ção e lereoção das ditas Freguezias: e
to nellas não ha ainda Vigários confirmados;
ha-
havendo eu respeito a dilação, que poderá
ver em ellas tirarem suas Cartas de Apresente-
necessidade q[ue ha
ção. e Confirmação e a Hei por
de as ditas Igrejas se servirem Logo
o dito
bem, e Me Praz, que os Clérigos, que
as
Bispo do dito Bispado ordenar, que sirvam
houver
ditas Vigairarias, emquanto nellas não
em cada
vigários confirmados, tenham,, e hajam
a saoer
um! anno dezoito mil reis cada mm' delles;
e três mu
quinze mil reis de seu mantimento, despesasda
reis para vinho,,e hóstias, e as mais
o que
Thesouraria, do que elles terão Cargo,
Almoxarüe
tudo lhe será pago no Thesoureiro
dita Ba-
ou Recebedor de Minhas Rendas na
«nC-ff-
idade todolos Santos, e sua Comarca
Clérigos
tidao do dito Bispo de como os ditos

/>.
servem as ditas Igrejas por seu mandado, e oto>
e portanto Mando
prem todas suas obrigações
aos ditos Thesoureiros, Almoxarife ou recebedor
da dita Bahia, que dê, e pague a cada um dos
ditos Vigários os ditos 18$ cada anno, por este
só Alvará Geral, sem mais outra Provisão; e
registado no Livro
pelo traslado delle, que será
de sua Despesa com Conhecimento dos ditos
Clérigos;, e a Certidão do dito Bispo acima decla-
rada, Mando, que lhe sejam levados era Conta,
e despesa cada annof, que os assim pagar a cada
um delles, e aos Veadores de Minha Fazenda
Livro delia
que lhos façam assim assentar no
da dita Ordem, e este Alvará quero, que valha,
tenha força, e vigor, como se fosse Carta feita
em Meu Nome por mim assignada, e passada
pela Chancellaria da dita Ordem, sem embargo
de qualquer Regimento), ou Provisão em Con-
trario Simão Borralho o fez em1 Lisboa a 26
de Agosto de 1561 annos e eu Duarte Dias o fiz
l': escrever. E eü Manoel de Oliva Escrivão da
Fazenda o Registei aqui do próprio, e vae na
verdade em São Salvador aos 18 de Fevereiro
de 1562 annos.

Provisão para o Bispo poder prover os


)Offidaes da Sé pelos ausentes.

Eu El-Rei Como Governador; e perpetuo


Administrador, que sou da Ordem, e Cavallaria
do Mestrado de Nosso Senhor Jesus Christo etc.
Faço saber a vós Provedor-mor de Minha Fa~
zenda nas Partes do Brasil, ou a-quem o dito
Cargo servir, que eu sou informado, que por
• V'

algumas das Dignidades, Conegos, Capellães, e


Ministros da Sé da Cidade do Salvador das ditas
Partes do Brasil falleoereni:, ou serem ausentes,
ou impedidos), e não servirem a dita Sé, o Bispo
da dita Cidade prouve alguns Clérigos para ser-
virem por elles emquanto assim são ausentes,
ou impedidos, ou Eu não prover dos que estão
vagos, e que os Thesoureiros, Almoxarifes, ou
Officiaes a que pertence o pagamento dos Or-
deitados, mantimentos das ditas Dignidades, Co-
negos, Capellães, e Ministros da dita Sé, os não
serviam' por man-
queriam pagar aos que assim
dado do dito Bispo, por dizerem, que não tinham
Provisões Minhas, e os pagavam a aquelles,
não
cujos são os taes benefícios, posto que os
servissem pelas Provisões, que tinham dos ditos
mal
mantimentos; pela qual razão era a dita Sé
servida; e querendo eu a isso prover, havendo
a tudo respeito: Hei por bem, e Me Praz, que
os Clérigos, que por Mandado do dito Bispo
Co-'
servirem na dita Sé pelas ditas Dignidades,
negos, Capellães, e Ministros delia, que estive-
rem vagos por morte, ou renunciação, ausentes,
é impedidos, e assim os que até ora serviram,
isso
sejam pagos do que lhe O dito Bispo por
a,
ordenar, que hajam o que assim servirem
Digm-
custa do mantimento ordenado das ditas
e dos
dades, Conegos, Capellães e Ministros,
mes
acereseentameiitos, que tiverem, e o que as
assim for pago se desconte da quantia, que
Pessoas, cujos sao os taes benefícios houverem
apresen-
de haver. E portanto Vos Mando, que
servirem
tando-vos os ditos Clérigos, que assim
serviram Cer,
pelos sobreditos, e os que o já
tidão do dito Bispo de como o serviram por

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168 —
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seu mandado, e quanto tempo, e a quantia, que


lhes ordenou, que por isso houvessem, lhes fa-
custa dos ditos
çaes logo pagar com effeito a
mantimentos, e aecrescentanTentos assim, e da
maneira, que se houveram de pagar as pessoas,
cujos são, ou forem os taes beneficios, Dignida-
des, Conezias, não passando das quantias, que
as taes pessoas houveram de haver se serviram,
e lhes é ordenado pelas Provisões dos ditos
mantimentos e acerescentamentos, e primeiro,
que se lhe façam os ditos pagamentos fareis pôr
verbas nos registos das ditas Provisões, em que
declarareis as quantias, que os ditos Clérigos
pagarem, por iassim Servirem, e o tempo, que ser-
virão, para que se desconte, e as hajam menos os
Proprietários dos taes Beneficios, e se não fa-
çam os ditos pagamentos duas vezes; e isto se
entenderá assim nos mantimentos ordenados,
que se pagavam á custa de Minha Fazenda, como
nos que se pagam por ordinário á custa dos
Rendeiros das Rendas das ditas Partes do
Brasil; assim Mando aos Thesoureiros, Almoxa-
rifes, ReCebedores, Officiaes a que pertencer fa-
zerem os ditos pagamentos, que pela dita m'anei-
ra paguem aos ditos Clérigos, que até ora servi-
rara, e ao diante servirem pelas ditas Dignida-
des, Conegos, Capellães, e Ministros da dita §é
as quantias, que o dito Bispoi declarar em suas
Certidões. E pelo traslado deste, e das Provisões
dos ditos mantimentos, e acerescentamentos, e
a certidão do dito, Bispo atrás declarada, e outra
vossa, de como ficam postas as ditas Verbas, e
tíom conhecimentos dos ditos Clérigos, lhe será
levado em conta, e Despesa a quantia, que lhes
assim pagarem á custa de Minha Fazenda, e o

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que estiver mettido por ordinário á custa dos
Rendeiros, e este Alvará se registará no Livro
dos Registos do Almoxarifado, onde se os ditos
pagamentos houverem de fazer; e este Alvará
quero, que valha, e tenha força, e Vigor, como
se fosse Carta feita em Meu Nome por.mim as-
signada, e passada pela Chancellaria da dita
Ordem, sem embargo de quaesquer Regimentos;
ou Provisões em contrario. Simão Borrai ho a
fezg a 2 dias de Setembro de mil ....
1'iz escrever.

Alvará para o Bispo haver os 20$ reis


ordenados para o Pregador da Sé. emquanto
este não for provido.

Eu El-Rei. Como Governador, e Perpetuo


Administrador, que sou da Ordem, e Cavallaria
do Mestrado de Nosso Senhor Jesus Christo.
Faço saber aos que este Alvará virem, que eu
Hei por bem, e Me Praz que em quanto na
Sé da Cidade do Salvador das Partes do Brasil
não houver pessoa, que sirva de Pregador, Dom
Pedro Leitão Bispo da dita Cidade haja os vinte
mil reis cada anno, que eram ordenados ao Pre-
gador, que pregasse na dita Sé, e isto havendo
eu respeito ao dito Bispo por si cumprirá a
dita obrigação! e para se poder ajudar dos outros
vinte mil reis para poder ter um .... com1 cuja
ajuda possa ficar mais desembaraçado para sup-
prir ao trabalho,, e obrigação do púlpito: e por^
tanto Mando ao Provedor-mor de Minha Fazen-
da nas ditas Partes do Brasil que emquanto na
dita Sé não houver Pregador faça pagar ao

.
dito Bispo os ditos 20$ reis cada anno, assim,
e da maneira, que se houveram de pagar ao
dito Pregador, e conforme a Provisão, que dei-
les tem, e pelo traslado delia, e deste Alvará,
e
que será assignado pelo dito Porvedor-mor,
sua Certidão de como por não liaver Pregador
na dita Sé se pagaram os vinte mil reis ao
dito Bispo, e seu Conhecimento Mando, que se-
Alrao-
jam levados em conta ao Thesoureiro, ou
xarife, ou Official, que lhos assim pagar cada
anno, e este Alvará quero, que valha tenha força,
e vigor, como se fosse Carta feita em Meu Nome
por mim assignada, e passada pela Chancellaria
da dita Ordem, sem embargo de qualquer Pro-
visão, ou Regimento em Contrario. Simão Bor-
ralho o fez em Lisboa aos 2 dias de Setembro
de 1562. E eu Duarte Dias o fiz escrever, e eu
Manoel de Oliva o registei aqui do próprio, que
vinha assignado pela Rainha Nossa Senhora,
com todas as mais diligencias necessárias. E a
registei aqui aos 18 de Janeiro de 1563 annos.

Alvará? por que Sua Alteza manda ac-


cnescentar 10$ reis ao Ordenado tio Mestre
da Capella.

Eu El-Rei. Como Governador, e Perpetuo


Administrador, que sou da Ordem, e Cavallaria
do Mestrado de Nosso Senhor Jesus Christo etc.
Faço saber aos que este Alvará virem, que ha-
vendo eu respeito ao concerto, que o Bispo da
Cidade do Salvador das Partes do Brasil fez coto
Bartholomeu Pires Mestre da Capella da Sé da

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dita Cidade, e a informação, que delles escreveu,


e ao trabalho, que lhe accresceu de ensinar
de graça os Órfãos,, e pobres, que ao Bispo pa-
recer; e havendo também respeito ao dito Bar-
Iholomeu Pires casar com uma filha de Paula
Serrão Hei pòr bem, e Me Praz de lhe açores-
eentar dez mil reis em cada um1 anno por tem-
po de tres annos somente,, alem dos 20$ reis,
que ao dito Cargo são ordenados, para que do
primeiro dia do mez de Janeiro do anno que
vem de 1562 em diante, tenha, e haja 30$ reis
cada um dos ditos tres annos, os quaes 10$ reis,
que lhe assim accrescento, lhe serão pagos a
custa de Minha Fazenda pelo rendimento de
Minhas Rendas na Capitania da Bahia de to-
dolos Santos, na fôrma, modo, e maneira decla-
rada em uma Carta, que passei sobre o p^a-
gamento dos Ordenados, accrescentamentos, e
mantimentos do dito Bispo, Dignidades, Cone-
gos, e Ministros da dita Sé, e conforme a ella,
e isto com Certidão do dito Bispo de como o
o dito Bartholomeu Pires serve o dito Cargo,
e cumpre as obrigações, que tem; e portanto
Mando ao Provedor-mor de Minha Fazenda nas
ditas Partes* e a quaesquer outros Officiaes dei-
Ia a que o direito pertencer, que pelo rendi-
mento de Minhas Rendas- na dita Capitania, fa-
Pires os ditos
"10$ pagar ao dito Bartholomeu
çam
reis cada um dos ditos tres annos na ma-
neira declarada na dita Carta; e pelo traslado
delia, e deste Alvará, que será assignado pelo
dito Provedor-mor, e a dita Certidão do Bispo
acima conteúdo, e conhecimento do dito Bar-
Iholomeu Pires Mando que sejam levados digo
sejam os ditos 10$ reis levados em conta ao

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-~172 —

Thesoureiro, e Aímoxarife, ou Official, qüe lhos


assim pagar cada um dos ditos três annos, como
dito é, e aos Veadores de Minha Fazenda, que
lhos façam assentar no Livro delia da dita Or-
demí; e teste Alvará quero, que valha, tenha força,
e Vigor, como se fosse Carta feita em Meu Nome
por mim assignada, e passada pela Chancellaria
da dita Ordem, sem embargo de qualquer Re-
gimento,
s ou Provisão em Contrario Simão Bor-
ralho o fez em Lisboa a 2 de Setembro de
1561. E eu Duarte Dias o* fiz escrever. O qual
Alvará estava assignado pela Rainha Nossa Se-
nhora. i' ! I

(Nota ú margem): — Pòr esta Provisão se


não ha de fazer já obra alguma, e as verbas
do pagamento que se fizerem ao diante se hão
de pôr no Livro da Sé folhas 18 no titulo do
Mestre da Capella em uma Carta, que lá tem
registada de accrescentamento de 10$ reis mais
além dos 20$ pelo tempo de 3 annos.
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Confirmação da Capellania de llenri-
que Rodrigues.

a D. Pedro Leitão pOr Mercê de" Deus, e da


Santa Sé Apostólica de Roma Bispo'da Cidade
do Salvador da Bahia de todolos Santos, terras
'do
Brasil, Commissario Geral por autoridade
Apostólica em todas as terras Capitanias, e lu-
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gares da dita Costa do Conselho d'El-Rei Nos-
so Senhor A todos.ofc que esta Nossa Carta de
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Confirmação, e posse virem, saúde em
Jesus
Christo Nosso Senhor que de todos é verdadeira
Salvação. Fazemos saber que
perante Nós ap.
pareceu Henrique Rodrigues Clérigo de Ordens
menores, e Nos apresentou uma Carta de
apcre-
sentação do Senhor Mem de Sá do Conselho
do dito Senhor, Capitão da dita Cidade, e seu
Governador Geral nas ditas Capitanias, e terras
desta Costa do Brasil, pela qual Carta em Nome
do dito Senhor, como Governador, e Perpetuo
Adminsitrador, que, é do Mestrado, e Ordem da
Cavallaria de Nosso Senhor Jesus Christo Nos
apresentou ao dito Henrique Rodrigues a uma
Capellania da Sé da dita Cidade que vagou por
renunciação, que delia fez em Nossas Mãos Vi-
cente Rolão ultimo possuidor da dita Capellania
finalmente, que pela renunciação do dito Vicente
Rolão, que em Nossas Mãos tem feito apresenta
ao dito Henrique Rodrigues á dita Capellania,
pelo melhor modo, e maneira, que em Direito
o possa fazer, e vista por Nós a dita Carta de ,
Apresentação, confiando na bondade, e bom sa-
ber do dito Henrique Rodrigues; e sendo por
Nós examinado*, o achamos apto, e suf fiei ente
para servir a dita Capellania, como Cumpre a
serviço de Deuis, e descargo de Nossa Conscien-
cia; pelo qual por imposição de barrete, que
em suá Cabeça puzemos, o confirmamos, e com
effeito ó havemos por confirmado na dita Capei-
lania a apresentação do dito Senhor, a quem de
Direito pertence, como Mestre, e Governador,
que é da dita Ordem* e Cavallaria, com a qual
Capellania o dito Henrique Rodrigues haverá
o Ordenado Limitado na Provisão Geral do dito
Senhor, e os mais réditos, ê proveitos, que di-

¦'.-¦¦¦;
:/kkk::
-174-

reita, e canonicamente deve de haver, e outro-


sim será obrigado a servir, e residir pessoal-
mente na dita Capellania, como o Direito manda,
e Nós ordenarmos. B logo jurou em Nossas
Mãos aos Santos Evangelhos de ser sempre obe-
diente a Nó«s, e a Nossos Successores canonica-
mente no dito Bispado entrantes, e de cumprir,
e guardar todos Nossos Mandados, e de Nossos
Vigários Geraes!, Ouvidores, e Loco Tenentes, e
de nunca directe, nec indirecte ser contra Nós,
nem contra Nossos Mandados,, e de guardar o
Regimento;, e instrucção, que para bom Governo,
e Regimento do dito Bispado fizermos!, e Or-
denarmos e mentes não houver Constituições!,
de cumprir!, e guardar as Constituições do Ar-
cebispado de Lisboa Metropolitano, e assim,
e da maneira, que nellas se contém no Cap.
ego enim de jure jurando: e por esta presente
Carta Mandamos em virtude de obediência, e
r sub pena de excommunhãoj, a qualquer Clérigo,
ou Notarioj, que sendo requeridos pelo dito Hen-
rique Rodrigues-, o mettam de posse Real, actual-
mente, incorporando-o nella com todas as so-
lennidades-, que o Direito requer, e da tal posse
real,, actual, e corporal lhe passem seus instru-
mentos em publica fôrma para guarda,, e Con-
servação de seu Direito: e em testemunho do
qual lhe mandamos passar a presente Carta
de Confirmação por Nós assignada; e sellada
de Nosso Sello nesta Cidade do Salvador em
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' os 20 dias do Mez de Março João Marante Es-
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crivão da Câmara do Senhor Bispo a fez Anno
do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo
de 1562 annos.
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— 175-
E o dito Henrique Rodrigues tomou
da dita Capellaniá, segundo eu Manoel de posse
Oli-
veira Escrivão da Fazenda vi um instru-
por
mento de posse feito por João Marantei, e assi-
gnado por Francisco da Luz Vigário Geral, e
por Francisco de Argolo Meio Conego, e Mar-
çal Rodrigues, e outros Capellães aos' 21 dias
do Mez de Março do dito anno de 1562 annos.

Provisão de Francisco Homem para o


Officio de Carcereiro.

Mem de Sá do Conselho d'EI-Rei Nosso Se-


nhor Capitão da Cidade do Salvador da Bahia
de todos os Santos, e Governador Geral em todas
as Capitanias^ e terras de toda esta Costa do
Brasil pelo dito Senhor etc. Faço saber a vós
Braz Fragoso, Provedor-mor da Fazenda do dito
Senhor nestas ditas Partes, que èu me concertei
com Francisco Homem morador nesta Cidade
para que tenha Cargo da Cadeia,, e presos delia,
como Carcereiro,, e lhe dou em cada um anno
cinco mil, e seiscentos reis á custa da Fazenda
do dito Senhor, que são mais dois mil do que
OS'outros Carcereiros tinham., os quaes lhe dei,
respeitando a qualidade de sua pessoa, e ser
homem muito sufficiente para o dito Cargo, e
ter presos de muita importância, e estar sem-
pre sujeito,, e não poder ir fora, os quaes 5$600
reis lhe pagarão aos quartéis em dinheiro o
que se por boa conta achar de maneira, que
a cabo do dito anno elle fique pago dos ditos
54$600 reisç os quaes começará a vencer de
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-176 —

tres dias deste Mez de Junho em diante mando-


vos que lhe mandeis fazer bom pagamento dos
ditos 5$600 reis por anno aos quartéis, por
este Meu Alvará, que será registado no Livro
da Fazenda com Conhecimento do dito Fran-
cisco Homem e Certidão de um1 Juiz da Cidade,
de como serve de Carcereiro, Mando aos Con-
tadores, que ihos levem em Conta ao Thesou-
reiro os ditos pagamentos. Dada nesta Cidade
do Salvador sub Meu signal, e sello de Minhas
Armas aos 3 dias de Junho. Vicente Monteiro
a fez de 1562.

Confirmação da Yigairaria da nova Pa-


roóhia da Villa Velha em Pedm da Fon-
seca. v

D. Pedro Leitão por Mercê de Deus, e da


Santa Sé Apostólica de Roma. Bispo da Cidade
do Salvador da Bahia de todolos Santos, terras
do Brasil, Commissario Geral por Autoridade
Apostólica em todas as Capitanias, e lugares
da dita Costa, e do Conselho de El-Rei Nosso
Senhor etc. A quantos esta Nossa Carta de Con-
firaiação virem, saúde em Jesus Christo Nosso
Senhor, que de todos é verdadeira Salvação.
Fazemos saber,, que perante Nós appareceu Pe-
dro da Fonseca Clérigo de Ordens de Missa, e
Nos apresentou uma Carta.de Apresentação do
Senhor Mem de Sá do. Conselho do dito Senhor,
Capitão da dita Cidade, e seu Governador Geral
nas ditas Capitanias, e terras desta Costa do
Brasil,, pela qual Carta em Nome do dito Senhor
«orno Governado r^ e perpetuo Administrador,
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que é do Mestrado, ' e ^-"-Jcin


Ordem ua i. • ííp
dn Cavallarin
r £iytaicül»
\r cSenhor
Nosso > . oe
Jesus Chrktn \t~
dito P<**ro da *££^%*E2u£:
mente ora creada
por..paFochi^|l^
e per si da S4 da dita Cidadã
parada
dor doIa vi
por Sua Alteza na Povoaçao da ViUa
e vista por Nós a dita Carta Velha
de Apresentação'
e sendo por Nós examinado, '
„ achaml ap
e sufficiente e idôneo
para servir a dita W
raria Parnchial, e Fitegueria, como
cumpra a ter-
v.ço de Deus, c descargo de Nossa
Consciência-
pelo que por imposição de barrete,
cabeça puzemos confirmamos, e com que em sua
effeito ha-
vemos por confirmado na dita Vigairaria
sentação do dito Senhor a apre-
quem de Direito per-
tence como Mestre, e Governador,
dita Ordem, e Cavallaria, com o qUe é da
Vigário haverá o Ordenado Limitado qual Cargo de
na Pro-
visão do dito Senhor,
que ora passou, e os
mais réditos, e proveitos,
que direita, e canoiii*
camente lhe couber haver; e outrosim será
obri-
gado a servir, e residir pessoalmente na dita
Vigairaria, como o Direito manda, e Nós
orde-
narmos. E logo jurou em Nossas Mãos aos San-
tos Evangelhos de ser sempre obediente a Nósj,
e a Nossos Successores no dito Bispado entran-
tes, e de cumprir, e
guardar todos nossos Man-,
dados e de Nossos Vigários Geraes, Ouvidores,
e loco Tenente% e de nunca directe, nec indireote
ser contra Nós nem contra Nossos Mandados, â
de guardar o Begimento, e instrucção,
que para
bom governo, e Begimento do dito Bispado, fi-
zermos,, e ordenarmos e mentes não houver
Constituições do Arcebispado de Lisboa Metro-
poiitano,, assim, e da maneira, que nellas se
'^"
V^t1''-. V---:

-178 —

contém; e assim jurou de guardar tudo aquillo


que se contém no Cap. ego enim de jure ju-
rando; e jpor esta presente Carta Mandamos em
virtude de Santa obediência, e sub pena de ex-
communhãoi a qualquer Clérigo, ou Notario, que
requeridos forem pelo dito Pedro da Fonseca o
mettam de posse real, e actualmente, e incorpo-
rando-o nella com todas as Solennidades, que o
Direito requer, e da tal posse real, e actual, e
corporea lhe passem seus instrumentos em1 pu-
blica fôrma para guarda, e Conservação de seu
Direito, em testemunho do qual lhe mandamos
passar a presente Carta de Confirmação pior
Nós assignada; e sellada com o Sello de Nossas
Armas na Cidade do Salvador em os 20 de Fe-
vereiro. João Marante Nosso Escrivão da Ca-
mara a fez Anno do Nascimento de Nosso Se-
nhor Jesus Christo de 1562 annos, e eu Manoel
de Oliva a registei aqui em os 22 de Julho do
dito anno.
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(Notmy ú Margem): — Começou a servir este


Vigário de 18 de Fevereiro de 1562 annos em
diante, como vi pela Certidão do Senhor Bispo.
Fernão Vaz da Costa.

Acabou de servir' a 4 de Abril de 1565 annos


esta Vigairaria.
Oliva.

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— 179-

&pft<$ çue tfec/ara, gwe se uma


Carta contra o Almoxarife dos pmsou
Ilhéus para
pagar o Ordenado do Vigário.
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Aos 22 de Outubro passou uma Carta


o
Doutor Braz Fragoso de 1562
para o Provedor
da Capitania dos Ilhéus fazer
pagar a Gaspar
Mendes Vigário da Villa dos Ilhéus todo o Or-
denado, que lhe Jorge Martins Almoxarife
deve
até a apresentação da dita Carta, e não lha
querendo pagar fazer execução em a Fazenda
do dito Almoxarife até ser
pago com effeito,
e para dahi em diante lhe fazer
piagar seu orde-
nado aos quartéis de cada um anno, e não o
querendo pagar lhe fareis execução em sua fa-
zenda,, tantas vezes quantas necessárias lhe for
até ser por inteiro pago e satisfeito, sub
pena
de lhe pagarem todas as pierdas, damnos, e eus-
tas e vindas, que a esta Fazenda vier requerer
seu pagamento., pior lha lá não quererem
pagar
por ...... a primeira^ e mais principal obrigação,
a que os Dizimas da Capitania dos Ilhéus são
obrigados,, dito Provedor-mor que
perante elle serve

Carta do Almoxarife João de Castro de


Porto Segura.

Mem de Sá do Conselho d'El-Rei Nosso Ser -


¦

nhor Capitão da Cidade do Salvador da Bahia


de todolos Santos,, Governador Geral em todalas
Capitanias^ e terras de toda a Costa do Brasil
pelo dito Senhor etc. Faço saber a quantos esta
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-180 —

Minha Provisão for mostrada, e o Conhecimen-


to delia com direito pertencer, que eu Hei por
serviço de Sua Alteza, que João de Castro sirva
b Officio de Almoxarife sem embargo do tempo
ser passado,, e de não ter dado conta até se pro-
ver delle,, e isto sem embargo do Regimento,
virão dar suas
que diz, que os Almoxarifes
contas, tanto que acabarem o tempo, porque
forem providos,, com o qual Cargo elie haverá
todos os proes,, e precalços ao dito Ordenados,
e lhe dará juramento na Villa de Porto Seguro
na Câmara delia, que bem, e verdadeiramente
sirva o dito Officio, guardando em tudo o Ser-
Viço de Sua Alteza, digo de Deus, e de Sua Al-
teza, e ás partes seu Direito, do qual juramento
se fará assento nas Costas desta Minha Pro-
visão, e com isto mando, que lhe deixeis servir
o dito Cargo, cumpri-o assim, e ai não façaes.
Dada nesta Cidade do Salvador sub meu Si-
de
,gnal, e Sello de Minhas Armas aos 9 dias
Dezembro, Vicente Monteiro a fez de 1562 an-
A qual leva um despacho do Provedor-mor,
nos. 'diz
que Cumpra-se, e registe-se a 9 de Dezem-
bro de 1562.

Confirmação do Vigário de Pernambuco


Silvestre Lourenço.

D. Pedro Leitão por Mercê de Deus0 e da


Santa Sé Apostólica de Roma, Bispo da Cidade
do Salvador Bahia de todolos Santos, terras do
Brasil, Commissario Geral por autoridade Após-
toliea em todas as Capitanias e lugares da dita
Costa, e do Conselho d'El-Rei Nosso Senhor etc.
A quantos esta Nossa Carta de Confirmação,
e posse virem saúde em Jesus Christo Nosso
Senhor,, que de todos é verdadeira salvação. Fa-
zemos saber que perante Nós apipareceu Sil-
vestre Lourenço Clérigo de Missa, e Nos apre-
sentou uma Carta de Apresentação do Senhor
Mem de Sá do Conselho do dito Senhor, Capi-
tão da dita Cidade, e seu Governador Geral nas
ditas Capitanias,, e terras da dita Costa do Brasil,
como
pela qual Carta em Nome do dito Senhor,
Governador, e perpetuo Administrador, que é
do Mestrado;, e Ordem da Cavallaria de Nosso
Senhor Jesus Christo Nos apresentou ao dito
Silvestre Lourenço á Vigairaria da Capitania
de Olinda da nova Lusitânia, que vagou por
fallecimento de Pedro Manso ultimo possuidor
da dita Vigairaria finalmente, que por a dita
Vigairaria estar vaga por fallecimento do dito
Pedro Manso;, o apresentamos ao dito Silvestre
Lourenço á dita Vigairaria pelo melhor modo.,
e maneira, que com direito o podemos fazer;
e vista por Nós a dita Carta de Apresentação,,
confiando na bondade severidade, sã conscien-
do
cia, e bom saber, e experiência, que temos
exa-
dito Silvestre Lourenço, e sendo por Nós
ser-
minado, o achamos apto, e sufficiente para
de
vir a dita Vigairaria, como cumpre a serviço
Deus. e descargo de Nossa Consciência; pelo
em sua La-
que por imposição de barrete, que
beca puzemos, o confirmamos, e havemos por
confirmado na dita Vigairaria a apresentação
como
do dito Senhor., a que. de Direito pertence,
Mestre, e Governador, que é da dita Ordem,
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Cavallaria,, com a qual Vigairaria o dito Silves-
tre Lourenço haverá o ordenado limitado na
Provisão Geral do dito Senhor, e assim os re-
ditos, e proveitos, que direitamente, e Canonica-
mente deve haver; e outrosim será obrigado a
servir, e residir pessoalmente na dita Vigaira-
ria,, como o Direito manda, e Nós Ordenarmos.
E logo jurou em Nossas Mãos aos Santos Evan-
gelhos de ser sempre obediente a Nós, e a Nos-
sos Successores Canonicamente no dito Bispado
entrantes, e de cumprir, e guardar todos Nossos
Mandados,, de nossos Vigários Geraes, Ouvido-
resj e loco Tenentes, e de nunca directe, nec in-
directe, ser contra Nós, nem contra Nossos Man-
dados0 e de guardar o Regimento, e Instrucção
que para bom Governo, e Regimento do dito
Bispado fizermos, e Ordenarmos e mentes não
houver Constituições do Arcebispado de Lisboa
Metropolitano, assim, e da maneira, que nellas
se contém no Cap. ego enim de jure jurando:
e por esta presente Carta Mandamos em virtude
de Santa Obediência, e sub pena de exeommu-
nhão a qualquer Clérigo, ou Notario, que sendo
requeridos pelo dito Silvestre Lourenço, o met-
tam de posse real, aqtual, incorporando-o nella
com todas as solennidades, que o direito re-
quer, e da tal posse real, actual, e corporea lhe
passem seus instrumentos emi publica fôrma
para guarda, e conservação de seu Direito, Em
testemunho do qual lhe mandamos passar a pre-
sente Carta de Confirmação por Nós assignada,
e sellada com o sello de Nossas Armas hoje 9
dias do Mez de Fevereiro João Marante Escri-
'vão da Câmara
a fez Anno do Nascimento de
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Nosso Senhor Jesus Christo de 1563 annos. E


eu Manoel de Oliva a registei acfui aos 13 dias
do dito mez, e anno.

Confirmação de Pedro Barbosa no Be-


ne ficio da Capitania de Olinda da nova Lu-
sitania.

D. Pedro Leitão por Mercê de Deus, e da


Santa Sé Apostólica de Roma, Bispo da Cidade
do Salvador Bahia de todolos Santos, terras do
Brasil, Commissario Geral por Autoridade Após-
tolica em todas as Capitanias, e lugares da dita
Costa, do Conselho de El-Rei Nosso Senhor etc.
Aos que esta Nossa Carta de Confirmação^ e
posse virem saúde em Jesus Christo Nosso Se-
nhor,, que de todos é verdadeira Salvação. Fa-
zemos saber, que perante Nós appareceu Pedro
Barbosa Clérigo de Ordens Sacras, e Nos apre-
sentou uma Carta de Apresentação do Senhor
Mem de Sá do Conselho do dito Senhor Capitão
da dita Cidade, e seu Governador Gerai nas
ditas Capitanias, e terras desta Costa do Brasil,
come)
pela qual Carta em Nome do dito Senhor,
Governador, e perpetuo Administrador, que é
da Ordem, e Mestrado da Cavallaria de Nosso
Senhor Jesus Christo Nos apresentou o dito
Pedro Barbosa a um beneficio'da Capitania de
Olinda da nova Lusitânia finalmente o apre-
sentamoss ao dito Pedro Barbosa por Beneficiado
da dita Igreja de Olinda pelo Melhor modo,, e
e
maneira, que com direito o podemos fazer,^
vista por Nós a dita Carta de Apresentação,,

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-184 —

confiando na bondade, e bom saber do dito


Pedro Barbosa; e sendo por Nós examinado o
achamos apto, e sufficiente para servir de Bene-
ficiado, como cumpre a serviço de Deus, e des-
cargo de Nossa Consciência, pelo qual por im-
posição de barrete, que em sua Cabeça puze-
mos, o confirmamos, e com effeito o havemos
por confirmado por Beneficiado a apresentação
do dito Senhor, a quem de Direito pertence,
como Mestre, e Governador, que é da dita Or-
dem, e Cavallaria, com o qual'beneficio- o dito
Pedro Barbosa haverá o ordenado limitado na
Provi são geral do dito Senhor, e os mais re-
ditos, e proveitos, que direita e canonicamente
deve haver, e outrosim será obrigado a servir,
e residir pessoalmente no dito Beneficio, como
o direito manda, e Nós ordenarmos. E logo ju-
rou em Nossas Mãos aos Santos Evangelhos
de ser sempre obediente a Nós, e a Nossos Sue-
cessores canonicamente no dito Bispado entran-
tes, e de cumprir, e guardar todos Nossos Man-
dados, e de Nossos Vigários Geraes,'Ouvidores,
e loco Tenentes, e de nunca directe, nec indi-
recté ser contra Nós, nem contra Nossos Man-
dados, e de guardar o Regimento do dito Bis-
pado fizermos1, e Ordenarmos e mentes não hou-
ver Constituições e de cumprir, e guardar as
Constituições do Aroebispado de Lisboa Metro-
politano, assim, e da maneira, que nellas se
contém; e assim jurou de guardar tudo aquillo
que se contém no Cap. ego enim de jure juran-
do; e por esta presente Carta e mandamos em
virtude de Santa obediência, e sub pena de ex-
communhão a qualquer Clérigo, ou Notario, que
sendo requeridos pelo dito Pedro Barbosa, o
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—185--
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mettam de posse real, aetual, e Corporal, e lhe


passem seus Instrumentos em! publica fôrma
para guarda, e conservação de seu Direito; em
testemunho do qual lhe mandamos passar a pre-
sente Carta por Nós assignada, e sellada com o
Sello de Nossas Armas na Cidade do Salvador
hoje .... de Fevereiro João Marante Nosso Es-
crivão da Câmara a fez Anno do Nascimento
de Nosso Senhor Jesus Christo Manoel
de Oliva a registei - j

Confirmação da Vigairaria de Vicente


Rolão.
s

D. Pedro Leitão por Mercê de Deus, e da


Santa Sé Apoostolica de Roma, Bispo da Cidade
do Salvador Bahia de todos os Santos terras
do Brasil, Commissario Geral por autoridade
Apostólica em todas as Capitanias, e lugares da
dita Costa do Conselho d'El-Rei Nosso Senhor
etc. A todos os que esta Nossa Carta de Confir-
máção, e posse virem saúde eto1 Jesus Christoi
Nosso Senhor, que de todos é verdadeira Sai-
vação. Fazemos saber, que perante Nós appa-
receu Vicente Rolão Clérigo de Ordens de Missa,
e Nos apresentou uma Carta de Apresentação
do Senhor Mem de Sá, do Conselho do dito Se-
nhor Capitão da dita Cidade, e seu Governa-
dor Geral nas ditas Capitanias, e terras desta
Costa do Brasil, pela qual Carta em Nome do
dito Senhor; como Governador, e perpetuo Ad-
ministrador, que é do Mestrado, e Ordem da
Cavallaria de Nosso Senhor Jesus Christo nos

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— 1S6 —

apresentou o dito Vicente Rolão a uma Vigaira-


ria, que ora Sua Alteza mandou criar por-Pa-
rochia separada por si da Sé da dita Cidade
Carta de
por Freguezia. E visto por Nós a dita
Apresentação, confiando na bondade e bom sa-
ber do dito Vicente Rolão;f-e sendo pior Nós exa-
minado, o achamos apto, e sufficiente para ser-
vir a dita Vigairaria, e Freguezia, como cumpre
a serviço de Deus, e descargo de Nossa Con-
sciencia, pelo qual por imposição de barrete,
que era sua Cabeça puzemos, o confirmamos, e
havemos por Confirmado na dita Vigairaria a
apresentação do dito Senhor a quem de Di-
reito pertence, como Mestre, e Governador, que
é da dita Ordem, e Cavallaria, com o qual Cargo
de Vigário haverá o ordenado limitado na Pro-
visão geral do dito Senhor, que ora passou, e
os mais réditos, e proveitos, que direita, e Ca-
nonicamente lhe couber haver; e outrosim será
obrigado a servir, e residir pessoalmente no
dito Cargo de Vigário, como o Direito manda,
e Nós ordenamos. E logo jurou em Nossas Mãos
aos Santos Evangelhos de ser sempre obediente
a Nós, e a Nossos Successores canonicamente
no dito Bispado entrantes, e de cumprir, e guar-
dâr todos Nossos Mandados, e de Nossos Viga-
rios Geraes, Ouvidores, e loco Tenentes, e de
nunca directe, nec indirecte ser contra Nós, nem
contra Nossos Mandados e de guardar o Regi-
mento, e Instrucção que para bom governo, e
Regimento do dito Bispado fizermos, e Orde-
narmos e mentes não houver Constituições, e
de cumprir, e guardar as Constituições do Ar-
cebispado de Lisboa Metropolitano, assim, e da
maneira, que nellas se contém, e assim jurou
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-187-
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de guardar tudo aquillo, que se contem no Cap. -a

ego enim de jure jurando,; e por esta presente


"Mandamos
Carta em Virtude de Santa Obedi-
encia, e sub pena de excommunhão a qualquer
Clérigo, ou Notario, que requeridos forem pelo
dito Vicente Rolão, o mettam de posse real,
actual, incorporando-o nella com todas as solen-
nidades, que o Direito requer, e da tal posse
real, actual, e Corporea lhe passem seus Ins-
trumentos em publica fôrma para guarda, e con-
servação de seu Direito. Em testemunho do qual
lhe mandamos passar, a presente Carta de Con-
firmação por Nós assignada, e sellada com o
sello de Nossas Armas nesta Cidade do Salva-
dor aos 12 dias do Mez de Março, João Marante
Escrivão da Câmara do Senhor Bispo a fez
Anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus
Christo de 1562. E segundo eu Manoel de Oliva,
que esta registei vi por um despacho do Senhor
Bispo começou a servir de 12 dias de Março
de 1562.

Alvará de Antônio Ribeiro Provedor da


Fazenda da Cidade da Bahia. .

Mem de Sá do Conselho d'El-Rei Nosso Se;-


nhor Capitão da Cidade do Salvador da Bahia
de todos Os Santos, e Governador Geral em todas
as Capitanias, e terras de toda esta Costa do
Brasil por El-Rei Nosso Senhor nestas Partes,
que eu vi a Petição de Antônio Ribeiro Prove-
dor da Fazenda do dito Senhor nesta Cidade
do Salvador, e havendo respeito ao que nella
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-188

diz- Hei por bem, e serviço do dito Senhor, que


Capi-
elle sirva o dito Officio de Provedor da
e
tania da Bahia, e vença o Ordenado, proes,
dito Officio, e os ven-
precalços costumados ao
cera desde o tempo, que se acabar a Provisão,
minha Provisão
que tinha de Sua Alteza e esta
lhe valerá, até vinda dos Navios, que vierem
do Reino, depois que lhe pagarem, digo que
o
chegarem os que vieram da Armada para
ser-
Rio de Janeiro; por que assim o hei por
viço do dito Senhor Pelo que vos mando, que
o leixeis servir o dito Cargo, e haver o dito
Ordenado com todos os proes, e precalços, que
os
lhe direitamente pertencerem como dantes
havia, e tinha. Cumpri-o assim,, e ai não façaes.
Dada em esta Villa de Nossa Senhora da Vido-
ria sub meu signal, e sello de minhas Armas
hoje 5 dias do Mez de Agosto Antônio Serrão
o fez de 1560 annos.

Outra Carta de Antônio Ribeiro.

Mem de Sá do Conselho d'El-Rei Nosso Se-


nhor Capitão da Cidade do Salvador Bahia de
todos os Santos, Governador Geral em todas as
Capitanias, e terras de toda a Costa do Brasil
pelo dito Senhor etc. Faço saber aos que este
Meu Alvará for mostrado, e o Conhecimento
delle digo delle com direito pertencer,
'que eupertencer
vi a Petição atrás de Antônio Ribeiro, e
havendo respeito ao que nella diz; Hei por ser-
viço do dito Senhor, que o dito Antônio Ribeiro
sirva o Officio de Provedor, como até aqui ser-

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— 189

viu por Provisões de Sua Alteza, e minha, sem


embargo de não ter Provisão em fôrma, a qual
será obrigado a trazer nos primeiros Navios,
que vierem do Reino de Sua Alteza. Pelo que
mando a todalas Justiças, que o cumpram este,
e façam guardar sem duvida, nem embargo ai-
guin, que á ello seja posto. Dado nesta Cidade
do Salvador, sub meu signai, e sello de minhas
armas aos 16 de Junho, Vicente Monteiro o fez
ele 1561 annos.

Houve outro Alvará do Senhor Governador,


por que havia por serviço de Sua Alteza, que
Antônio Ribeiro Vencesse seu ordenado a vinda
desta armada, em que veiu Christovão
Capitão-mor, e lhe veio Carta
O resto desta Verba se não pode Copiar
por estar toda rota.

Provisão de Domingos Martins Montei-


ro de Vigário da Capitania de Tamaracá.

D. Pedro Leitão por Mercê de Deus, e da


Santa Sé Apostólica de Roma Bispo da Cidade
elo Salvador Bahia de todos os Santos, terras
do Brasil, Commissario Geral por autoridade
Apostólica em todas as Capitanias, e lugares da
dita Costa-, e do Conselho d'El-Rei Nosso Senhor
etc. A quantos esta Nossa Provisão virem1 saüde
em Jesus Christo Nosso Senhor, que de Iodos
é verdadeira Saúde, e Salvação. Fazemos saber,
que confiando na bondade, e sã consciência,
e bom saber de Domingos Martins Monteiro,
e por lhe fazermos Mercê o provemos ora de

'í*üy.-.:
Vigário da Capitania de Tamaracá, o qual Offi-
cio de Vigário da Capitania de Tamaracá, o
qual Officio de Vigário, e Cargo servirá em-
quanto elle o bem fizer, e Nós não mandarmos
o Contrario, e no tempo, que servir a dita Vi-
gairaria, e Cargo haverá com elle o ordenado
de dezoito mil reis e três mil reis de Thesou-
reiro cada um anno a dita Vigairaria, e por
esta Nossa Provisão Mandamos em virtude de
Santa obediência, c sub pena de excommunhão
a todos os Juizes, e Justiças, e quaesquer ou-
trás Pessoas lho leixem servir o dito Cargo de
Vigário, e cura emquanto o Nós houvermos por
bem da maneira acima declarada; e para Cer-
teza dello lhe mandamos passar a presente sub
Nosso Signal, e Sello de Nossas Armas. Dada
na Cidade do Salvador hoje 2 dias de Junho
Manoel Martins Escrivão dante Nós, e Nosso
Vigário Geral a fez anno do Nascimento de
Nosso Senhor Jesus Christo de 1563 annos. A
qual Eu Manoel de Oliva Escrivão da Fazenda
Registei aqui por Mandado do Provedor-mor,
e vinha assignada pelo Senhor Bispo, passada
pela sua Chancellaria.
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Provisão do Provedor-Mor para o Viga-


rip Domingos Martins ser pago do seu or-
denado.

O Doutor Braz Fragoso do Desembargo de


El-Rei Nosso Senhor, ProVedor-mOr de sua Fa-
zenda Ouvidor Geral com alçada era todas as
Partes do Brasil etc. A Vós Provedor da Capi-
-v - ¦' ' ¦
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191 —

tania de Tamaracá da Fazenda do dito Senhor,


e Almoxarife da dita Capitania a que o Conhe-
cimento desta Carta pertence. Faço saber como
o Senhor D. Pedro Leitão, Bispo desta Cidade
do Salvador, e Commissario Geral da Costa do
Brasil proveu ora do Cargo de Cura, e Vigário
dessa Capitania4 a Domingos Martins Monteiro
Clérigo de Missa por virtude de uma Provisão
de El-Rei Nosso Senhor pelo achar apto, e suf-
ficiente para servir o dito Cargo, como pela
sua Provisão vereis. Pelo que vos mando a am-
bos juntamente, e a cada um per si, que depois
do dito Domingos Martins mettido em! posse
da dita Vigairaria, e Curadoria da hora, que
empossado fôr, e começar a servir, lhe pagueis
seu ordenado costumado aos Vigários, e Curas,
que antes delle foram, assim, e da 'maneira, que
aos passados pagavam1; e por esta Minha Carta,
que será registada no Livro da Receita, e Des-
pesa do Almoxarife, que ora é, e ao diante for
emquanto o dito Domingos Martins servir com
Certidão dos Officiaes da Câmara de como serve
o, dito Cargo, e diz todas as Missas da Obrigação
á dita .Vigairaria ordenadas), e com conhecimento
do dito Domingos Martins lhe serão levados em
conta o que assim pela dita maneira lhe pagar,
e vencer; pelo que lhe mandei passar esta Mi-
nha Carta por mim assignada, e Sellada com o
Sello do dito Senhor, que perante mim serve
aos 2 dias do Mez de Junho. Manoel de Oliva
Escrivão da Fazenda a fez de 1563. E o mesmo
Manoel de Oliva a registou aqui na Verdade.
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_ 192 —

Provisão para seruir o Padre Simão


Gonçalves de Cura da Sé Vago pelos Cri-
mes do Padre João Lourenço, que o exer-
cia.

D. Pedro Leitão por Mercê de Deus, e da


Santa Sé Apostólica de Roma, Bispo da Cidade
do Salvador Bahia de todos os Santos, terras
do Brasil, Commissario Geral por autoridade
Apostólica em todas as Capitanias, e lugares da
dita Costa do Conselho de El-Rei Nosso Senhor
etc. A quantos esta Nossa Carta virem saúde
em Jesus Christo Nosso Senhor, que de todos
é verdadeira Salvação. Fazemos saber que Nós
provemos ora novamente ao Padre Simão Gon-
çalves sub Thesoureiro da Nossa Sé pelo achar-
mos apto, e sufficiente para servir o Officio
de Cura da dita Sé, confiando na sua bondade,
lm -sã consciência, e bom saber, e por estar vago o
1 dito Curado por o Padre João Lourenço ultimo
ii possuidor do dito Cargo o perder, e o não, poder
servir conforme aos Nossos Regimentos, e por
estar querelado por feitos crimes; a saber de
adultério, e die outros crimes1, que nas ditas que-
relas mais largamente se contém -por onde per-
i de por Direito o dito Beneficio, e Curado e ou-
tros (juaesquer, tendo-os elie,, nem os pode tor-
nar a haver em algum tempo pelo sobredito, e
o dito Simão Gonçalves o servirá emquanto o
bem fizer, e Nós não mandarmos o Contrario,
e elie haverá todos os proes, e precalços^ que
direitamente lhe couber haver, assim, e da iria-
neira, que o dito Joião Lourenço o tinha;, e
possuia; e por esta em virtude de Santa Obe-
diencia e sub pena de excommunhão, e vinte
.....
.,.<¦;.,

.193

cruzados, a metade para Nossa Chancellaria,, e


1 a metade
para o Nosso meirinho, Mandamos ;a
todas as pessoas de qualquer estado, e proemi-
nencia, que sejam Leixem servir ao dito Simão
Gonçalves o dito Cargo, e Beneficio sem se in-
trometterem em1 cousa, que ao tal Cargo perten-
ce, e (ai não façam. Dada na Cidade do Salvador
sub Nosso Signajl,; e sello de Nossas Armas), hoje
13 de Fevereiro. Antônio Pinto, que ora serve
de Escrivão da Câmara a fez Anno do Nasci-
mento de Nosso Senhor Jesus Christo de 1563
annos.

Provisão de Christovão Pires de Esôri-


,vã\o do ThesOiiiro desta Capitania.
Mem de,Sá do Conselho d'El-Rei Nosso Se-
nhor Capitão da Cidade do Salvador da Bahia
de Todos os Santos^, e Governador Geral em
todas as Capitanias^ e terras de toda esta Costa
do Brasil pelo dito Senhor etc. Faço saber ao
Piwedor-mor da Fazenda do dito Senhor nestas
Partes e ao Provedor-mor da Fazenda do dito
Senhor digo Partes, e a todos os outros Prove-
dores, Officiaes da Fazenda de Sua Alteza, a
que esta minha Provisão for apresentada, e o
Conhecimento delia com direito pertencer, que
por Christovão Pires morador na Villa dos
Ilhéus se me. apresentar para eu ver se elle é
apto para servir de Escrivão do Thesouro desta
Capitania conforme ao Alvará do dito Senhor,
porquanto estava Contratado para haver de Ca-
sar com Anna de Argolo filha dè Rodrigo dê
Argolo defunto^ e por o haver por apto,, e ser
¦

-194 —

servirá Sua Al-


pessoa em quem confio, que as cousas,
teza bem, e fielmente emi todas com
que
a
casar
o encarregar, lhe dei licença para
a recebeu
dita Anna de Àrgolo, e perante mim
e o encarre-
por mulher em sua Casa: portanto a servirá, assim,
go ora a dita escrivania, a qual de
e da maneira, que a tinha servido Rodrigo
....
Freitas, e tiaverá Com ella em cada um1 anno
ta mil reis de Ordenado, que é outro tanto, como
e
o tinha o dito Rodrigo de Freitas, e os proes,
ordenados, o qual
precàlços á ella direitamente
ordenado lhe será pago no Thesoureiro destas
Partes por meus Mandados, ou do Provedor-
mor: e o dito Christov|ão Pires jurou perante
mim' nos Santos Evangelhos, conforme a meu
Regimento que bem e verdadeiramente servirá
a dita escrivania, guardando em tudo o ser-
viço de Deus, e de Sua Alteza, e ás Partes seu
Direito, e outrosim será obrigado a dentro em
dois annos a ir, ou mandar ao Reino trazer Pro-
visão confirmada, conforme ao dito Alvará: e
portanto mando ao Provedor-mor, que o metta
'de
posse da dita escrivania, e lha Leixe servir
e delia usar, como o dito Senhor manda no dito
Alvará, e haver o dito Ordenado,;, proes, e pre-
calços, e de como houve a dita posse fará as-
sento ao p,é desta Provisão, Dada nesta Cidade
do Salvador a 24 dias de Junho. Vicente: Mon-
teiro a fez de 1563, e sub meu signal, e sello
de minhas Armas 1563 annos. Certifico, eu Ma-
noel de Oliva, que está Provisão registei aqui,
do
que o dito Christovão Pires tomara posse
em .
-195 -

Pwvism para \Jacome Pinheiro servir ¦

de Esériúãp da Armada^, que vae com o Go-


tiemdéor correr a iGosfa,, e povoar o Rio de
Janeim- -

Mem de Sá do Conselho de El-Rei Nosso


Senhor, Capitão da Cidade do Salvador da Ba-
hia de Todos os Santos, e Governador Geral em
todas as Capitanias,; e terras de, toda esta Costa
do Brasil pelo dito Senhor etc. Faço saber ao
Provedor-mor da Fazenda do dito Senhor des-
tas ditas Partes, que confiando eu na bondade,
e habilidade de Jaoome Pinheiro, que em tudo o
que o encarregar do serviço de Sua Alteza, o
servirá bem, e fielmente, como deve, o encar-
rego ora de Feitor da Armada, que comtnigo
vae em serviço do dito Senhor a correr a Costa,
e povoar o Rio de Janeiro, com o qual Cargo
haverá de Orklenado* dada mez seiscentos reis,
e quatrocentos de mantimento pagos da Fazen-
da do dito: Senhor; e o dito Jaoome Pinheiro; co-
meçará a vencer do dia, que daqui partir a
dita armada j e pelo traslado desta, que será re-
gistada no Livro da Receita, e Despesa do The-
soureiro, e com seu Conhecimento feito pelo
Escrivão de seu Cargo, assignado por ambos»,
mando aos Contadores do dito Senhor, que le-
vem em conta tudo o que lhè pagarem', e mon-
tar haver em todo o tempo, que servir o dito
Cargo, e elle jurou perante mim aos Santos
evangelhos, conformlq aímeu Regimento que bems
dito Officio, guardan-
e verdadeiramente sirva o "Deus
do em tudo o serviço de e de Sua Alteza,
e o direito das Partes. Cumpri-o assim e ai
não façaes. Dada nesta Cidade do Salvador sub
— 196 —
aos 9 dias
meu signal, e sello de Minhas Armas,
fez de 1563.
de Setembro Vicente Monteiro a

Postilla da Carta.

O Senhor Governador ao Provedor .... por


Serviço de Sua Alteza, que o dito Jacome Pi-
hheiro comece a servir digo a vencer seu ordc-
nado! e hiantimento do 1.° dia do Mez de Outubro
em diante, em o Salvador a 30 de Setembro
de 1563. A qual Postilla estava assignada pelo
Doutor Braz Fragoso, Provedor-mor, e eu Ma-
noel de Oliva a fiz, e registei aqui.

Registo da Petição de Diogo Zorrilla


e Provisão^ por que o Governador o proveu
do Officio^, que requêreu, , transcriptas so-
mente do que foi perceptível, por estarem
muito estragadas pelo tempo.

Diz Diogo Zorrilla Moço da Câmara da In-


fanta D. Maria, que elle haverá quinze annos,
que veiu a esta .... de El-Rei D. João Nosso
Senhor, que D. Maria Nossa Senhora, ca-
sado com sua mulher, na qual idade semlpre
.... e se achou em todas as guerras que o Go-
vernador D. Duarte da Costa teve com os In-
dios. e serviu nellas com sua Pessoa, e Armas
valorosamente, como se verá pelos Instrumentos,
que disso tem., e ser .... que V. S. vê que foram
muitos, e mui grandes, e de muita ...,.. alem do
qual serviu mais de dez annos de Feitor, e Cura
..... índios, e serve hoje em dia sem1 por isso
-197- 'í
lhe pagando fazendo, e requerendo sua
Justiça por El-Rei Nosso Senhor dado a
V. S. está muito necessário na terra 5 >
El-Rei como V, S. muito bem por
causa das occupações já ditas veiu a ter
encarregado de já mulheres para casar
Pede a V. S., havendo cousas, que
diz,. e V. S. sabe lhe faça mercê assim,
e da maneira, que nos lugares de África,
com seus proes, e precalços, que costumam ter
os que tem o dito Cargo, e Officio por tempo
de — annos, e que nem lhe possa ser tirado
o dito Officio senão por Alvará expresso de
El-Rei Nosso Senhor, no qual receberá mercê.»

Despacho do Governador

Hei por serviço de Sua Alteza, vistos os


Serviços de Diogo Zorriila dar de Alcaide
annos, com todos os proes,, e precalços,
que ao dito ...... o qual Officio lhe não será
tirado senão pior hoje em 8 dias de Ja-
neiro de 1571 annos. Mem de Sá.

Provisão.

Mem de Sá do Conselho de El-Rei Nosso Se-


nhor Capitão da Cidade do Salvador da Bahia
de todos os Santos, Governador Geral em todas
as mais Capitanias,, e terras de toda a Costa do
Brasil pelo dito Senhor etc. Faço saber ao Pro-
vedor-mor da Fazenda do dito Senhor das ditas V
. ?*;
Partes, como eu vi a Petição atrás escripta de
Diogo Zorriila Moço da Câmara da Infanta D.
Maria, e havendo respeito ao que nella diz, e
— 198 —

nestas Partes: Hei


aos serviços, que tem feito
.... de Alcaide .....
por bem de lhe fazer mercê Cumpri-o
Salvador ..... e ás partes seu direito,
as mais Jus-
assim :. • não façaes vos, e todas
assim o hei
tiças apresentado for, por que
Cidade do Salvador sub
vlr serviço ..... da 18 dias
meu signal, e isello de Minhas Armas aos
... Escrivão da Fazenda.o fez e
do
annos. Mem de Sá.
quinhentos, e setenta, e um Escrivão
Cumpra-se.' Silva. Eu Manoel de Oliva
de
da Fazenda a fiz registar aqui em 4 de Maio
1571. Oliva.
Encerramento do dito Liüro.

Tem este Livro duzentas Folhas escriptas,


de
rolas, e emendadas. Bahia 22 de Outubro
mil seiscentos, e oitenta, e dois. João Antunes.

FIM DO CÓDICE 1 — 19-16-1

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Um i.° le Ppooisles
CÓDICE 1-19- 7- 2

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CÓDICE 1-19-7-2

Traslado do Regimento dos Provedo^


res das Capitanias de todo o Estado do
Brasil de como hão se servir.

Eu El-Rei'. Faço saber a quantos este meu


Regimento virem, que eu envio ora ás terras
do Brasil por Provedor-mor de minha Fazenda
'Antônio Cardoso
de Barros, ao qual mando em
seu Regimento, que vá prover as Capitanias das
'ditas
terras, e ordene em' cada uma dellas e^asas
para Alfândega, e Contos, e Livros para o ne-
gocio das duas Casas, e assim ordene em ramos
apartados as rendas, e Direitos, que eu tiver
nas ditas Capitanias, e proveja em tudo o mais,
que cumprir ao negocio d!e minha Fazenda; ,.;-..''
e porque aos Provedores e Officiaes delia, que
ha de haver nas ditas Capitanias não é dado
até ora Regimento da maneira, em que hão ¦ álll
de servir seus Cargos hei por bem de lho or-
denar na maneira seguinte.
Os ditos Provedores com os Escrivães de
seus Cargos irão á. Casa dos Contos, que em
Cada uma das ditas Capitanias mando, que haja
os dias, que o dito Provedor ordenar com os
toais, que lhe parecerem necessários para fazer
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— 202-

e farão ter em
b negocio de minha Fazenda,
na dita Casa o dito
boa guarda os Livros, que
os quaes Livros
Provedor-mor ha de ordenar,
uma pessoa,
farão carregar em Receita sobre
da dita Casa.
que servirá de Porteiro na dita Casa
No Livro dos Regimentos, que
'ia de haver fará trasladar pelo Escrivão do seu
dâ tal Capitania
Cargo a doação, que o Capitão
e o Regimen-
de mim tiver: e o faral a ella dado,
estes, e outros
to do dito Provedor-mor, e assim
e Provisões minhas, que
quaesquer Regimentos,
ao negocio de minha Fazenda tocarem. 1 ro-
No Livro dos arrendamentos da dita
Rendas, e
védoria haverá titulo apartado das
Direitos, que nella tiver, e me pertencerem para
mez de No-
cada ramo seu titulo apartado, e no
man-
vembro em cada uni anno o dito Provedor
e Ui-
dará metiam ení pregão as ditas rendas,
seguinte
reitos para se arrecadarem de Janeiro
em diante, e correrem por anno, ou annos jun-
for or-
lamente segundo pelo dito Provedor-mor
as
denaoo, declarando Logo o lugar, em que
e alem
ditas rendas se houverem de arrendar,
es-
de assim andarem em pregão mandará pôr
as
criptos em alguns lugares públicos de como
em
ditas rendas se hão de arrendar, e o lugar
ser notório,
que se hão de arrematar para a todos
e poder nellas lançar quem quizer, e os lanços,
os receberão
que se nas ditas rendas fizerem
e tanto, que
parecendo-lhe, que são de receber,
forem recebidos serão escriptos pelo Escrivão
si, e
da Provedoria no dito Livro cada um por
em seu titulo um após outros até as ditas rendas
assi-
serem arrendadas, e serão os ditos lanços
pelas
gnados com duas, ou três testemunhas

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— 203 —

partes, que os fizerem, e sempre os receberão


dom' idondiçâo que andem em pregão,, e em aberto
os mais dias, que puderem será até o dia de
Janeiro primeiro seguinte, e o dito lanço man-
'darão mettam em
pregão na dita quantia, com
as condições, que lhe for feito, e com declara-
ção do dia de arrematação, no qual dia as arre-
matará o dito Provedor sendo presente o Escri-
vão do seu Cargo na Casa dos Contos, man':-
dando primeiro notificar aos Competidores se
querem níais lançar,, e farão a dita arrematação
na mor quantia, que se lançar na dita renda,
a qual arrematação se escreverá no Livro, e
será assignada pelo rendeiro com três testemu-
nhas, e assim pelo dito Provedor,, e logo se as-
sentarão quaesquer parceiros, que o Rendeiro
nomear, tomando a Kíada um ao tempo, que re-
ceber o lanço fiança a décima parte, e tanto
que as ditas arrematações forem escriptas no
dito Livro, os ditos Provedores mandarão dar
aos Rendeiros seus arrendamentos, feitos por
seus Escrivães e assignados por elles, em que
se declare como andaram em1 pregão, e as con-
dições, com que forão arrematadas, e liberdades,
que hão de haver para conforme ao dito ar-
rendamento correrem e arrecadarem1 as ditas
rendas.
Ei passado} o [arrendamento do primeiroí anno!
não poderão os ditos Provedores receber lanços
em as ditas Rendas nos outros annos seguintes
em menos quantia da ein que se arremataram1
os annos atrás.
Tanto qüè os ditos Provedores tiverem arre-
matadas as ditas Rendas as darão em um cader-
no feito pelo Elscrivão do seu cargo;, e assignado
-204 —

Almoxarife, em1 que de-


pelo dito Provedor ao
clare, como as ditas Rendas são arrematadas,
declarando-lhe as pessoas que as arremataram,
e a quantia^ e condições do anno, ou annos por
os taes
que se arremataram, e os parceiros, que
rendeiros nomearam1, e os fiadores, que os taes
Rendeiros nomearam, e os fiadores, que deram'
á décima parte, e mandarão ao dito Alm'oxarife
Renda, e den-
que os haja por rendeiros da dita
tro em trinta dias do dia da arrematação lhe
tomem suas fianças a quarta parte, ou a metade,
receber, e
quando os ditos Rendeiros quizerem
de como se hão de pagar aos quartéis e man-
dará aos Escrivães dante o dito Almoxarife,
Almo-
que carreguem em Receita, sobre o dito
xarife, ou Recebedor a quantia, por que as ditas
rendas foram arrematadas para elle ter cuidado
de as arrecadar dos rendeiros, ou de seus fia-
dores aos tempos já dados no Regimento de
minha Fazenda, e assim enviarão os ditos Pro-
vedores outro tal caderno á Bahia onde ha de
estar o dito Provedor-mor para saber o que
as ditas rendas renderão, e a despesa, que se
nellas podem fazer; e no dito Caderno declá-
rarão quanto as ditas rendas crescem, alem da
quantia, em que estivera os annos passados, fi-
cando alguns dos ditos Ramos por arrendar, por
não haver Lançadores ou por qualquer outra
cousa os ditos Provedores escreverão no dito
quando o mandarem ao dito Provedor-
Caderno "Ramos,
mor os que assim' ficarão por arrendar
de
para elle ordenar pessoas, que as hajam
arrendar, digo, hajam de receber, e porém em-
quanto o dito ProVedor-mor não prover de Pes"
soas, que hajam de arrecadar o' dito Ramo os
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ditos Provedores darão cargo a algumas pessoas


da terra fieis, e abonadas, que recebam os taes
Ramos, dando-lhes ordem como o façam, e ju-
ramento, que arrecadem tudo o que pertencer
ás ditas Rendas, guardando meu serviço, e ao
povo seu direito, e que não recebam cousa ai-
guma sem ser presente o Escrivão do Altooxa-
rifado. .
Sendo caso, que os ditos Rendeiros mandem
fiança ás ditas Rendas ao tempo, e da maneira,
que são obrigados, e pelo Almoxarife for no-
tificado aos Provedores como não é dada a dita
fiança, os ditos Provedores mandarão logo cha-
mar os ditos Rendeiros, e lhes mandarão, que
dêm logo suas fianças como são obrigados, e
serão, digoj e se as logo não derem farão remo-
ver as ditas rendas mandando as mettapí em
pregão, e as arrematarão a quem por ellas toais
der, e tudo, o que a dita renda diminuir do pri-
meiro arrendamento, o dito Almoxarife arre-
cadará pelos bens dos ditos Rendeiros, e não
bastando pelos fiádores, que tiverem dado a
décima parte, e se isto não bastar mandará
prender os ditos Rendeiros até que paguem, e
tudo o que passar no dito arrendamento se pro-
verão (sic) ao dito Provedor-mor para elle or-
denar o que houver por meu Serviço.
Os ditos Provedores terão cuidado de como
entrar o mez de Janeiro avisar aos AlmoxariL
fes, e Reoebedores, que acabem por todo o dito
mez de arrecadar tudo o que for devido pelos
Rendeiros, e o que sobre os ditos Almoxarifes
for carregado em Receita, e que até quinze
dias de Fevereiro concertem as Despesas, e Re-
eeitas de seus Livros e logo como passarem os
-206 —

ditos quinze dias de Fevereiro de cada um anno


lhe começarão a tomar as ditas contas, e não
-aievantarão dellas mão até se acabarem, e de-
vendo alguma cousa o farão logo arrecadar dos
ditos Almoxarifes, e Reeebedores, e o que as-
sim arrecadarem enviarão entregar ao meu The-
soureiro, que ha de estar na Bahia, e escreve-
rão ao dito Provedor-mor o dinheiro, que assim
enviam, declarando aos Officiaes, que os taes
dinheiros ficaram devendo, e de que tempo;
e não pagando logo os ditos Almoxarifes, e Re-
oebedores o que ficarem devendo, os ditos Pro-
vedores os mandarão prender, e vender, e ar-
rematar suas fazendas aos tempos conteúdos em
minha Ordenação, e porão outros reeebedores,
que entretanto recebam até que o Provedor-
mor proveja de outro Recebedor, e dando boa
conta o deixarão receber o outro anno seguinte,
e no segundo anno farão o mesmo, e acabando
de receber cinco annos o dito Provedor lhe to-
mará conta, segundo fôrma do Regiiriertto de
minha Fazenda, e fará a saber ao Provedor-
mor como o dito Almoxarife ha de dar conta
para que lhe ordene Recebedor, que ordene,
digo, que receba entretanto o sexto anno, em
oue, o outro der a dita Conta nomeando-lhe para
elle alguns meus criados, ou pessoas taes, que
sejam aptas, e sufficientes para servir o dito
Cargoj,. e (hãoí o ptrovendo elle dito Provedor porá
no dito officio de Almoxarife o dito anno Sexto
recebedor, que receba as rendas, e tome as fian-
ças aos Rendeiros, e fará os pagamentos, que
nelle forem desembargados, e lhe darão jura-
mento, que bemí, e verdadeiramente sirva o dito
Car&o!, e o (dito Almoxarife nãp tdrnará a servir

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-207-

o seu officio, nem receberá cousa das ditas ren-


das até as Contas dos ditos cinco annos serem
vistas pelo dito Provedor-mor, e mostrar Cer-
tidão sua, em que declare, como tem dado Conta
com entrega e por ella será o dito Almoxarife
mettido em posse de seu Officio acabando ò
dito anno, que ha de carregar sobre o Rece-
bedor, as quaes contas os ditos Provedores terão
cuidado de tanto que forem acabadas de as
enviar ao dito Provedor-mor pelo Porteiro dos
Contos com todos os Livros, e papeis, que ás
ditas Contas pertençam.
Os ditos Provedores cada um em suas Capi-
tanias conhecerão^ por acção nova dê todos os
feitos, causas e dividas, que se moverem sobre
cousas, que tocarem a minha Fazenda entre
meus Almoxarifes, Recebedores, Rendeiros, e
qüaesquer outros Officiaes, e pessoas, que mi-
nhas Rendas receberem, arrecadarem, e dispen-
derem, que uns, como outros trouxerem1, e assim
nos que houvienem entre elles, e o povo, e de to-
dalas cousas, que pertencerem a minha Fazenda,
e delia dependerem por qualquer via, que seja,
e posto que as taes demandas sejam entre par-
tes, e jeu seja já pago hei por bem, que somente
dellas pertença aos ditos Provedores, os quaes
conhecerão de todas as ditas cousas, e as deter-
minarão finalmente como lhe parecer justiça
sem aplpellaçãon nem aggravo, e isto sendo oS
feitos, e cousas, que assim determinarem de dez
mil reis, ou dahi para baixo, ou sobre cousas,
que os valha, e sendo sobre maior quantia dará
appellação, e aggravo para o Provedor-mor, e -A:
porém estando o dito Provedor-mor presente
r-208-
feitos, e causas,
poderá avocar a si quaesquercomo se contém ems
nelles
que, quizer, e proceder
seu Regimento.
Ei isto mesmo hei por bem, que sendo algum
Officiai de minha Fazenda accusado por erros
o Conhecimento dos
que fizerem em seu Officio,
taes casos pertença aos ditos Provedores assim
como. a qual-
quanto ao perdimento dos Officios,
isso merecer.
quer outra pena crime, que por
Os ditos Provedores farão guardar os pri-
vilegios, e Liberdades, que por minhas Ordenam
conhecerão
ças são outorgadas ao Rendeiros, e
dos feitos dos ditos Rendeiros, onde elles forem
aocusados, ou demandados, posto que as ditas
cousas não toquem a minhas Rendas,, e> nos casos
dos ditos Rendeiros, de que assim hão de conhe-
cer darão appellaçâo, e aggravo para as Justiças
a que por Direitot, e por bem de minhas Orde-
nações houver de pertencer e os Juizes da terra
dos taes casos conheçam e isto não sendo sobre
cousas de minhas Rendas, ou do que dellas de-
Prove-
penderem, e em todo guardarão os ditos
dores o que acerca disto é determinado por mi-
nha Ordenação no 2.° Livro titulo 29 das Li-
herdades, e privilégios concedidos aos Rendei-
ros; e porem isto se entenderá sendo a renda,
ou quinhão, que nella o Rendeiro tiver de dez
mil reis, posto que pela Ordenação se requeira,
que a renda, de que fôr Rendeiro seja de vinte
mil reis, e não chegando á dita quantia não
gozará de privilegio algum de Rendeiro, e isto
se entenderá nos Rendeiros, que tiverem quinhão
nos ditos dez mil reis, e dahi para cima-
E por que nas Alfândegas das ditas Capita-
nias se ha de arrecadar a Dizima das mercado-
r ¦
V ,

209-

rias, que ás ditas terras forem, ou deilas saírem


por me pertencerem segundo fôrma do foral dado
a cada uma das Capitanias das ditas terras, cada
Provedor em sua Provedoria será Juiz da dita
Alfândega emquanto eu o houver por bem', e
terá na arrecadação da dita Dizima a maneira
seguinte.
Hei por bem, e mando, que todalas nláus,
' e navios,
que de meus Reinos, e Senhorios, ou
fora delles forem ás ditas terras do Brasil, vão
direitamente a cada uma das partes, onde houver
Alfândega, e Casa da Arrecadação de meus Di-
reitos para ahi serem vistos, e descarregarem
na dita Alfândega quaesquer mercadorias, que
levarem, e pagarem a Dizima deilas de que se
dever, e isto posto que as ditas mercadorias, que
levarem,"sejam taes, e de taes pessoas, ou vão
de lugares, que deilas se não hajam de pagar di-
zima, e ainda que as ditas naus, ou navios não
levem mercadorias, todavia irão direitamente a
qualquer parte onde houver a dita Casa da Al-
fandega para se ali saber, que navios são, e a
que vão, e serem buscados se levam mercado-
rias algumas defesas, e provando-se, que qual-
quer navio, ou náu tomou primeiro nas ditas ter-
ras do Brasil outro porto, em que não haja Al-
fandega, e que alguma da gente delle desear-
rega alguma mercadoria do dito navio em terra,
ou a carregou nelle, posto que a tal terra seja
de paz, hei por bem que o Senhorio do dito
navio pierca, e o.Capitão mestre, e Piloto, que
nelle forem perderão a valia da mercadoria,
que se provar, que descarregou, ou carregou
mais serão degradados por cinco annos para

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— 210 —

Ilha de São Thomé, e não indo no dito Navio:


Senhorio delle, o Capitão, Mestre, e Piloto perde-
rão a valia do tal navio.
Tanto que os ditos Navios chegarem ao por-
to onde assim houver Casa d'Alfândega, se o
Provedor, e Almoxarife ou qualquer delles logo
lha não fez o Capitão, ou Mestre do tal Navio
poderão lançar fora a uma pessoa que lhe vá
fazer a saber sua chegada, os quaes Officiaes
tanto que o souberem sahirão ao dito navio
ambos, ou qualquer delles se ambos não estive-
rem na terra com o Escrivão d'Alfândega en-
trarão dentro, e saberão do Mestre, e Piloto do
tal navio que mercadorias trazem, dando-lhe ju-
ramento se trazem Livro de carregação, ou folha
das avarias, e trazendo Livro lho pedirão, e li-
cará em poder do Almoxarife, e jurando, que
o não trazem lhe mandarão, que pelo dito jura-
mento declarem todas as mercadorias, que trou-
xerem, e mando ao dito Mestre, e Piloto, que
entreguem o tal Livro, ou Folha se o trouxe-
rem, o qual o dito Almoxarife terá em seu poder
até o tal navio acabar de descarregar; e vindo
no dito Navio pessoas, que tragam camas, ou
arcas de suas vitualhas farão o dito Pro-
vedor, e Almoxarife abrir, e serão por elles
vistas, e não trazendo nellas cousas, de que se
deva de pagar Dizimo lhas desembargarão, e
mandarão levar fora, e achando nas ditas Cai-
xas cousas de que se deva pagar direitos as
farão levar á dita Alfândega com todas as mais
mercadorias, que no dito navio vierem, sendo
horas para isso, e sendo tão tarde que se não
possa naquelle dia acabar de descarregar o dito
Escrivão d'Alfândega escreverá as mercadorias.
211

que nas ditas Caixas vierem, e alem disso fi-


cará no dito navio um guarda, que dormirá e
estará nelle até se acabar de descarregar, e assim
estará, e dorminá no dito navio emquanto se
descarregar o mestre delle, e não consentirá que
nelle se faça furto, nem outro algum desaguisa-
do, nem tirem delle oousa alguma sob pena
de cincoenta cruzados e da"se cadeia, e de pagar
qualquer mercadoria, que provar, que se ti-
r.ou do dito navio.
Qualquer pessoa, que abrir arca, cofre, ou
outra vasilha sem licença do dito Provedor, pos-
to que dellas-não tire mercadoria alguma pa-
gará dez cruzados, e provando-se, que tirou das
ditas vasilhas alguma mercadoria perderá a va-
lia delia, e pagará a dita pena.
0 dito Provedor notificará a gente do dito
navio, que cada uma tire sua mercadoria, e
a leve á dita Alfândega porque dando o Mestre
o tal navio por descarregado se perderá qual-
quer cousa, que depois nelle for achado, e da
dita notificação se fará assento pelo dito Escri-
vão.
Mando, que depois dos ditos Navios serem
nos Portos das ditas Capitanias, e assim antes
de serem portos como depois de o serem, ne-
nhuma pessoa vá aos ditos navios nem saia
delles antes de meus Officiaes irem a elles, nem
vão a elles de noite, posto que já lá tenham
ido os ditos Officiaes, ou estejam dentro, e isto
emquanto os ditos navios descarregarem, e de
todo não forem descarregados sob pena de dez
cruzados, e se perder a barca, ou batei, em que
a tal pessoa for, das quaes penas as duas partes
será para o Rendimento da dita Alfândega, e
a outra para quem o aceusar, , . j,

myymmã
vV ' \vV:;i,v,.:., VO/;.;,--;
-212 —

Todalas mercadorias, que forem nos ditos


navios se descarregarão de dia até sol posto, e
não de noite,, e os ditos Officiaes não darão li-
cença para se descarregarem do sol posto por
diante, e dando elles a tal licença hei por bem,
se assim
que não valha, e a mercadoria, que
tirar de noite com a barca, ou batei, em1 que
se tirar, se tomará por perdida, e o Mestre do
tal navio pagará vinte cruzados, posto que ai-
legue, que se tirou com licença, o qual poderá
demandar o dito caso aos Officiaes, que lhe
a dita licença deram.
As ditas Mercadorias, que só assim descar-
regarem se levarão direitamente á dita Alfan-
dega, posto que sejam taes, que dellas se não
deva dizima, as quaes mercadorias se levarão
publicamente, e levando qualquer pessoa alguma
da dita mercadoria escondida ao redor de si, ou
em mangas, ou debaixo da Capa, ou de maneira,
que pareça que vae escondida será tomada por
perdida ainda que diga, que a levava para a
dita Alfândega, os dois terços para o dito ren-
dimento, e outro para quem o tomar, descobrir,
ou accusar.
Sendo as ditas mercadorias trigo, vinhos,
louça alcatrão, e outras destas qualidades não
terão as pessoas cujas forem obrigação de as
levar á dita Alfândega para nella se pagar a
dizima por serem cousas mAiito difficultosas de
levar, e por emquanto nos ditos navios forem
as ditas cousas os Mestres delles farão dellas rol
antes que as descarreguem, o qual levarão á dita
Alfândega com declaração de quanta é a dita
mercadoria, e depois de feito Rol o dito Prove-
dor as irá dizimar ao Porto onde as descarre-
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— 213 —

garem para depois de dizimadas as poder levar,


e fazer dellas o que lhe bem vier sem mais
irem á Alfândega, e a dita Dizima fará o dito
Provedor arrecadar e carregar em Receita so-
bre o dito Almoxarife.
Tanto que as ditas mercadorias, que liou-
verem de ir á dita Alfândega forem1 a ella leva-
das o dito Provedor, e Almoxarife com o Escri-
vão da dita Alfândega se assentará em uma
mesa, que na dita casa haverá e fará vir pe-
rante si as ditas mercadorias, e aquellas de
que se não houver de pagar direitos despacha-
rão logo:, e as levarão as pessoas, cujas forem,
e as outras, de que se deverem Direitos, dizi-
marão, e carregarão em Receita a dita Dizima
sobre o dito Almoxarife, e sendo algumas das
ditas mercadorias de qualidade, que não possam
ser trazidas á (dita Mesa como, é ferro, couros, e
outras semelhantes, em tal caso o dito Provedor,
Almoxarife e Escrivão irão onde ellas estiverem,
e ahi a .dizimarão, e assentarão em Livro, e não
ao dizimar
podendo o Almoxarife estar presente
das ditas cousas mandará por si uma pessoa,
a dita Di-
que veja como se carrega sobre elle
zima em Receita.
E sendo a mercadoria, que se dizima lal,
de que se não possa na mesma cousa pagar de
dez um, o Juiz, e Almoxarife, o farão naquillo
terra, e pelo
que valer segundo os preços da
dito aforamento pagará o mercador a Dizima a
dinheiro, e não sendo o dito mercador contente
do tal aforamento em tal caso avaliará a dita
mercadoria, e pela dita avaliação se tomara
a dita Dizima nas ditas cousas por sorte, e se
se
carregará sobre o dito Almoxarife, e o que
— 214 —

assim arrecadar em mercadoria se declarará no


assento da Receita a qualidade delia; e se fôr
cousa de medida, os covados, ou varas, que
tem, e ise for de pesos, quintaes, ou arrobas para
em todo tempo se poder tomar disso conta ao
dito Almoxarife.
E depois que as ditas mercadorias forem
na dita Alfândega se não tirarão dellas sem se-
rem dizimadas primeiro, e pagos os Direitos
dellas nem com licença do dito Provedor sob
pena de se perderem os dois terços para o reu-
dimento da dita Alfândega, e outro para quem
o descobrir.
Haverá na dita Alfândega dois sellos de
Cera differente um do outro a saber um que
se porá em todo pano de côr, e de linho de que
se pagar Dizima, e outro nas semelhantes cou-
sas de que se não houver de pagar a dita
dizima, os quaes sellos estarão em uma arca de
duas fechaduras, de que o Provedor terá uma
chave, e o Escrivão outra.
E achando-se alguma seda, panos de lã, ou
linho sem algum dos ditos Sellos serão perdidos,
os dois terços para o rendimento da dita Alfan-
dega, e outro para quem o descobrir, ou achar.
O dito Provedor será Juiz dos ditos desça-
minhados, e cousas sobreditas, e as determinará
finalmente sem appellação, sendo a quantia de
dez mil reis, ou dahi para baixo, e sendo da dita
quantia para cima dará appellação.
Depois de dizimadas as ditas mercadorias o
dito Provedor com o Almoxarife perante o Bis-
crivão da dita Alfândega em ella publicamente
em pregão venderão as ditas mercadorias, que
foram arrecadadas da dita Dizima a quem' por

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-215 —

cilas mais der a dinheiro de contado, e a quantia!


por que se venderem se carregará sobre o
dito Almoxarife no Livro de sua Receita com
declaração da sorte da mercadoria, que se ven-
der, e preçoí, e pessoas a que se vender.
Quando alguns navios partirem das ditas
terras as pessoas, que os carregarem serão obri-
gados de antes que os comecem a carregar o
fazerem saber ao Provedor da Capitania donde
estiverem, e lhe declararão as mercadorias, que
hão de carregar), e assim serão obrigados depois
de carregados antes de partirem o tornarem a
fazer saber ao dito Provedor, e o Mestre do tal
navio lhe levará um rol das mercadorias que
são carregadas, e o dito Provedor depois de
visto o rol irá vêr o dito navio, e mercadorias,
que nelle estiverem carregadas, e achando ai-
gumas de fora hei por bem que se percam em
dobro, e posto que no dito navio não vão mer-
cadorias todavia o dito Mestre será obrigado
o fazer saber ao dito Provedo|ij, e lhe pedir Li-
cença para partir, sem a qual elle não partirá
sob pena de perder o dito Navio, e o dito Mes-
Ire será avisado, que depois do dito Provedor ir
ver o dito Navio, ou lhe der Licença para partir
não consentir que nelle se metta mercadoria
alguma sob pena de perdimento do dito navio,
e mercadorias, que se nelle metterehi' sem lhe
valer dizer que não nas viu metter.
Dizendo os Mestres dos Navios, que de lá
partirem, e pessoas, cujas forem as mercadorias,
• Reinos,
que nelles vierem, que vêm para meus
e Senhorios, e que por isso não são obrigados a
pagar Dizima das mercadorias, que trouxerem
nos ditos navios elles se obrigarão a dentro

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— 216 —

de um anno levar ou enviar ao dito Provedor


Certidão dos Officiaes de minhas Alfândegas
onde descarregarem de como nellas descarrega-
ram as ditas mercadorias coto' declaração da
qualidade dellas', e quantas eram, e a dita obri-
gação ficará assentada no Livro, que para isso
haverá, em que se declarará as mercadorias, que
leva.
E se as pessoas, que assim carregarem as
ditas mercadorias não forem moradoras na Ca-
pitania donde partirem darão fiança ao que
montar na Dizima delia, que dentro do tempo
de um anno mandarão a dita Certidão, e man-
dando-a, ou levando-a se registar no assento,
que ha de ficar no Livro da dita obrigação,
ou fiança de como satisfez e não mostrando
a dita Certidão dentro no dito tempo o dito
Provedor arrecadará pela dita fiança a dizima
das ditas mercadorias, ou daquella parte delia
de que não levarem, ou enviar Certidão de como
as descarregaram em minhas Alfândegas, assim,
e da maneira,1 que a pagaram se as carregarem
para fora do Reino.
Quando algumas pessoas, que lá forem mo-
radoras vierem para estes Reinos, e trouxerem
para elles mercadorias pedirão Certidões ao Pro-
vedor da Capitania donde partirem de como
assim lá são moradores para cá gozarem de Li-
berdade, que lhe pelo dito foral é concedida, e
o dito Provedor toe dará a dita Certidão feita
pelo Escrivão da dita Alfândega, e assignada
por elle dito Provedor, o qual antes de lha pas-
sar se informará se as pessoas, que lhas taes
Certidões pedirem são moradoras nas ditas ter-
ras com mulher, e casa, e quanto tenrpo ha

;-::--tf'tf'.
— 217 —

que lá vivem, e se as mercadorias, que trazem1


são de suas novidades, ou as compraram, e a
quem, e se são dellas pagos os direitos, e do
que nisso achar lhe passarão suas Certidões
passadas por outros Officiaes, digo Certidões;
e sendo as ditas Certidões passadas por outros
Officiaes, ou pessoas se não cumprirão nem isso
mesmo se guardarão não vindo com1 a tal de-
claração, posto que pelo dito Provedor sejam
passadas.
E porquanto dos assucares, que se fizerem
nas ditas terras, e dos mfeles;, e de tudo o iriais
Direitos, e
que dellas sair me pertencem os
assim as dizimas dos que das ditas terras sairem
no
para fora do Reino pelo modo conteúdo
foral hei por bem, que na arrecadação dos ditos
assucares se tenha a maneira seguinte.
Lavrador algum, nem pessoa outra, que fi-
zer assucares nas ditas terras não tirarão por si,
nem por outrem fora da casa de purgar o dito
assucar sem primeiro ser alcaldado, e pago o
dizimo delle sob pena de o perder.
E tanto que o Lavrador, ou pessoa outra,
o tiver
que tiver assucar na dita casa de purgar
feito, e acabado fará saber ao Almoxarife, ou
de arrecadar
pessoa, que por mim tiver cargo
os meus Direitos, de como tem' feito tanta som-
ma de assuearj, e que é já alcaldado, de que mos-
trará Certidão do Alcadador, e lhe requererá
e o dito Almoxa-
que vá receber o dito Dizimo!,
rife ou pessoa; que o dito Cargo tiver será obn-
com seu Escrvao,
gado a vir recebe!*, e arrecadar
e receberão do bom., e máo igualmente na pi-
lheira, e o farão logo acarretar, e levar aos lu-
encaixe, os quaes
gares onde for ordenado que se

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218 —

Officiaes serão obrigados a ir receber o dito


assucar dentro em três dias do dia que lhes for
notificado sob pena de vinte cruzados e metade
para o Lavrador, ou para cujo o dito assucar
for, e a outra metade para uma obra pia qual
o Provedor ordenar; e passando outros três
dias alem dos primeiros três pagarão outros
vinte cruzados pelo sobredito, e isto será
não tendo elles tal impedimento por onde
o não possam fazer, e para certeza de como
lho fizeram saber o Escrivão de seu Officio lhe
dará disso fé, e não estando o Escrivão presente
será perante duas testemunhas de credito, as
quaes penas cada um dos ditos Provedores exe-
cutará em sua Capitania, e o fará assim' cumprir
com diligencia, ouvindo as partes, de maneira
que os Lavradores, ei pessoas que assucares fize-
rem sejam avisadas, e não recebam nisso perda,
nem damtio algum.
Tanto que o dito Almoxarife receber o Di-
zimo do dito assucar fará carregar sobre si em
Receita pelo Escrivão do seu Cargo, o qual terá
muito cuidado de o carregar em um Livro, que
para isso haverá numerado pelas folhas, e as-
signado pelo dito Provedor, no qual Livro estará
cada Lavrador intitulado por si, e no assento
de cada um se declarará, que a tantos dias de
tal mez, e anno recebeu o dito .Almoxarife de
Fuão tanto assucar. e de tal sorte, e se é de sua
novidade, ou se o comprou, e a quem, e disso
dará um escripto ao Lavrador, o que também
declare como fica carregado sobre o dito Al-
moxarife, ou pessoa que receber, e pelos es-
criptos serão os Lavradores, ou pessoas, que as-
sucares fizerem obrigados a darem sua conta

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-219— i

sem mais ser necessário haver outro conheci-


mento, dos quaes escriptos o Escrivão não levará
dinheiro algum.
Quando os ditos Lavradores, ou pessoas, que
delles comprarem assucares os quizerem1 carre-
gar, podel-os-hão levar por mar, ou por terra
pelos ditos escriptos á Alfândega do lugar, onde
se houverem de carregar e tanto eme lá chega-
rem o Provedor, e Almoxarife verão os ditos
assucares, e os despacharão, e vindo os ditos
assucares já encaixados o dito Provedor dará
ás pessoas, cujo o dito for, que decla-
juramento 'branco,
rem, se é e de meles, ou remetes por ho-
mens, que o entendam fará estimar as ditas cai-
xas dando-lhe primeiro juramento dos Santos
Evangelhos, que estimem1 o mais justamente, que
poderem, quantas arrobas vêm em cada caixa
pela dita estimação, sendo as partes contentes
se haverá a dita Dizima, e assucares encaixa-
dos,, e jempapelado bavendo-se de pagar lá, e não
sendo as partes os meus Officiaes contentes da
dita estimação, então se pesarão as ditas Caixas
para se saber a sorte dos assucares, que nellas
vêm: Hei por bem, que alem! do juramento, que
se ha de dar ás partes para declararem a quali-
dade do dito assucar, e se tomar a dita Dizima
por sorte descontando a tara, e se carreguem
em Receita sobre o dito Almoxarife pelo dito
Escrivão d'Alfândega com declaração de quanta
é a dita Dizima, e de quem o receberam', em
que dia, mez, e antio, e sfe é d'Assucar de canna,
se de meles, e se é da novidade da mesma pes-
soa, que o carrega, ou se 0 comprou, e dizendo,
Pro-
que o comprou declarará a quem1, e o dito
vedor fará vir perante si a pessoa, ou Lavrador
— 220 —

a dita
a que o tal assucar coinfprou, e declarando
se assentará assim no dito
pessoa, que o vendeu
Livro- e posto que do tal assucar se não haja
fará o
de pagar Dizima da sahida, e todavia se
dito assento no dito Livro com as ditas declara-
verem os ditos assen-
ções assim para depois se
tos com o dito Livro dos Dizimos, como para
se cotejar com a Certidão, que hão de trazer
de como descarregaram os ditos assucares nas
Alfândegas de meus Reinos, e se fará o que atrás
é dito, que se faça com as outras mercadorias,
e não leva-
que se nas ditas terras carregarem,;
rem a dita Certidão de como as descarregaram'
nos ditos meus Reinos, e Senhorios.
No fim de fcada um anno os Provedores cada
um em sua Capitania verá os Livros assim os
em que estiver carregado o assucar, de que
se pagou dizimo, como o da sahida d'Alfandega,
e saberá se sahiu mais assucar de alguma, pes-
soa que aquelle de que estiver pago o dito dizi-
mo, e achando, que sahiu mais lhe fará pagar
em dobro todo aquelle que pelos Livros da sa-
hida se achar, que menos pagou do que devera
pelo foral por assim sonegar, e não pagar o que
era obrigado.
E porque os Capitães hão de haver a Re-
dizima assim do que se arrecadar para mim do
dito assucar, como de tudo o mais, que das mi-
nhas rendas nas ditas terras para mim se arre-
cadar, mando aos ditos Provedores, que elles
lhe. façam pagar a dita Redizima segundo fór-
ma de suas doações, e, da mão dos ditos Officiaes
haverão os ditos Capitães a dita Redizima, e não
da mão dos Lavradores, nem de outra alguma
pessoa sob pena de o Capitão, que ô contrario
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221-

fizer perder pela primeira vez a Redizima da-


vez ser suspenso da
quelle anno, e pela segunda
lhe pertencerem na
jurisdição, e rendas, que
dita Capitania até minha mercê, e o Provedor
de
lhe fará pagar a Redizima do assucar assim
bom, como de máu.
E mando aos ditos Capitães, e pessoas, que
nas ditas Capitanias, e a
por elles estiverem não
todas as outras Justiças das ditas terras, que
Regimen-
conheçam das cousas, de qué por este
nem se
to hão de conhecer os ditos Provedores,
to-
intrometterão nellas, nem outra alguma, que
ou delia depienda sub
que á minha Fazenda,
Jurisdições até minha
pena de suspensão de suas é dado por
mercê, salvo daquellas em que lhe
aos ditos
este Regmiento que provejamf; e mando
Provedores, que querendo, elles conhecer, pro-
lho não
ver ou introtoetter-se em alguma dellas
envia-
consultam, e façam disso autos, os quaes
do negocio
rão a este Reino a minha Fazenda
como lor
da índia para nella se despacharem,
Justiça. ,_,.
Fallecendo alguma pessoa nas ditas terras
fallecer
do Brasil o Provedor em cuja Capitania
tendo-o feito
se informará se fez testamento, e
se entregue
se nelle se dispoz, que sua fazenda
*""
a alguma pessoa, assim se fará, e
se entregue
testamento, ou não dispondo, que
de seu cargo
lá o dito Provedor com o Escrivão
fará inventario de toda a fazenda, Wg*
fará vender em
raiz, que delle ficar, e o movei
e o rematará a qjiert po
pre ao publicamente, alguns le
elle mais der, e depois de cumpridos
se lá façam, »»^
gados se os deixar, que se fizer fará
nheiro, que sobejar em o dito movei
'¦' 0.'¦;"'., '
g; . X .

'
* g ^ g-
¦¦:¦¦'-'-..-'''¦ Ic-Cr- a, V,
---222-

entregar ao dito Almoxarife, e carregar sobre


elle em Receita em um' Livro, que para isso
haverá, e o fará enviar á Cidade de Lisboa no
primeiro navio, que depois disso de lá vier, e
se entregará ao Thesoureiro dos defuntos, que
está na dita Cidade, com o qual dinheiro o trás-
lado do testamento, e o dito Inventario virão
com declaração do que se vendeu do conteúdo
nelle em pregão cada eousa por si, e os bens de
raiz se os houver fará o dito Provedor arrendar
até os herdeiros do dito defunto de cá irem, ou
mandarem vender, ou fazerem dos ditos bens o
que quizerem, e o dito Provedor, Escrivão Al-
moxarife terão o dito Cargo da Fazenda dos de-
funtos emquanto eu não dispuzer delle em ou-
tra maneira, ou não mandar o contrario.
E posto que diga que a fazenda dos defuntos
se entregue ao Almoxarife, hei por bém, que se
entregue a uma pessoa em cada Capitania que
ao Provedor delia bem parecer para que a dita
pessoa o envie ao Thesoureiro dos defuntos de
Guiné, que está em. Lisboa; e o dito Provedor
terá cuidado de fazer enviar o dinheiro, que
da dita fazenda se fizer ao dito Thesoureiro nos
primeiros navios, que vierem do Brasil.
Os ditos Provedores conhecerão de todos
os feitos, cousas, e demandas, que se moverem
sobre dadas de sesmarias de terras, e águas, que
os Capitães derem em1 suas Capitanias, ora os
ditos feitos, e duvidas sejam entre os Capitães,
e partes, ora entre outras partes, os quaes feitos,
e duvidas processarão, e determinarão final-
mente sem appellação, nem aggravo, sendo so-
bre eousa, que valha dez mil reis para cima em
tal caso darão appellação, e aggravo para o
Provedor-mor.

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Os ditos Provedores cada um em sua Prove-


doria fará fazer um Livro, que terá as folhas
numeradas, e assignadas por elle, em que se
registarão todas as Cartas de Sesmarias, de ter-
ras, e águas, que os Capitães tiverem até ora
dadas, e adiante derem e as pessoas a que fo-
ram dadas as ditas Sesmarias, e ao diante se de-
rem serão obrigadas a registar as Cartas das
ditas Sesmarias do dia, que lhe forem dadas a
um anno, e não as registando no dito tempo
as perderão, e isto farão os ditos Provedores
apregoar em Lugares públicos, para a todos ser
notório, e farão fazer assento no dito Livro de
como se assim apregoou, e terão sempre cui-
dado de saber se as pessoas a que assim foram
dadas as ditas Sesmarias as aproveitaram' dentro
no tempo de sua obrigação, e achando, que as
não aproveitaram mandarão notificar aos Capi-
tães para elles as poderem dar a outras pessoas,
que as aproveitem, e os ditos Capitães serão
obrigados de dar as ditas terras para que não
estem por aproveitar.
Hei por bem, que pela terra firme a dentro
não vá pessoa alguma tratar, nem de umas Ca-
pitanias para outras por terra, posto que a terra
este de paz sem licença do Governador,, é não
sendo elle presente será com Licença do Pro-
vedor da Capitania donde for, ou do Capitão
delia sob pena de ser açoitado sendo peão, e
sendo de mor qualidade pagará vinte cruzados,
e a metade para os captivos, e a outra metade
alguns
para quem' o accusar, porque para evitar
inconvenientes, que se disso seguem assim o hei
dará senão a
por bem, e a dita licença se não
a bom re-
pessoa, que ....... recer que irão

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— 224 —

cado, e que de sua ida, e trato se não! siga pre:


vá com licença
juizo algum, posto que diga que
do Provedor ou do Capitão será a dita Licença
do dito Capitão porque elle hei por bem que a
dê .... presente Thomé de Souza, e não estando
ahi o dito Capitão, então a dará o Provedor.
Hei por bem que as pessoas, que forem a
tratai e a negociar suas fazendas por mar de
umas Capitanias para outras, em navios seus ou
de outras pessoas ao tempo, que começarem a
carregar, e, assim antes de sairem do Porto o
façam saber ao Provedor de minha Fazenda,
o tal navio
que estiver na Capitania donde ....
houver de partir, as quaes pessoas lhe declara-
rão por rol as mercadorias, que levam), e o dito
Provedor irá em pessoa ver se as ditas merca-
dorias são as conteudas no dito rol, e achando,
que são mais, ou partindo-se o dito navio sem
licença do Provedor se perderá o dito navio e
assim as mercadorias, que nelle forem, e tudo se
carregara em Receita sobre o meu Almoxarife,
e não levando o dito Navio mais mercadorias,
que as conteudas no dito rol o dito Provedor
dará licença^ e o deixará ir, e o dito rói se regis-
tara em um Livro, que para isso fará para se
nelle escreverem as mercadorias conteudas no
dito rol com declaração de como tal navio partiu
com licença do Senhorio delle, e as pessoas que
no dito navio forem serão obrigadas de tanto
que chegarem ao lugar onde houverem' de des-
carregar as mercadorias, que assim levarem o
fazerem primeiro saber ao Provedor de Minha
Fazenda, que no dito lugar estiver, e trazerem
quando tornarem Certidão do dito Provedor de
como as lá venderam], ou escambaram aos ditos
¦ ¦
-
.

m
Capitães., e (moradores das povoações onde assim
forem, e ido retorno, que dellas trazem para que
se saiba que as mandaram1 aos Christàos, e não
aos gentios.
Tanto que o dito Navio tornar á Capitania
donde partiu o Provedor delia saberá logo se
o Senhorio e (pessoas que no dito navio foram
trazem a dita Certidão na fôrma acima declara-
da, e não a trazendo, ou trazendo-a de menos
mercadorias das que levou incorrerá na pena
sobredita; e mando aos ditos Provedores, que
quando os ditos navios tornarem se informe
cada um em sua Capitania por testemunhas,
que perguntarão devassadamente com o Escri-
vão do seu Cargo se a gente do dito navio resi-
ou
gatou mercadoria alguma com1 os gentios,
se lhe deu armas, ou salteou, ou lhe fez damno,
e os que achar culpados procederá, e prenderá
contra elles dando appellação e aggravo para o
Provedor-mor de minha Fazenda, o qual tomará
conhecimento do caso, e o despachará pela ma-
neira que se contém em seu Regimento.
Hei por bem que daqui em diante pessoa ai-
navio, nem
guma faça nas ditas terras do Brasil
caravellão algum sem licença, a qual se pedirá
a Thomé de Souza, que envio por Governador
as ditas terras do Brasil, estando elle presente
na Capitania onde se o tal navio houver de
lazer, e não estando presente se pedirá ao Pro-
vedor-mor se ahi estiver, e não estando se pé-
dirá, e a poderá dar o Provedor da dita Capi-
tania, a qual licença se dará a pessoas abasta-
das, e seguras, e que dêm fiança abastante por
de ir
que se obrigue, que quando houverem
tratar com o tal navio o façam saber ao dito.
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— 226 —

Provedor, c cumpram inteiramente o que se


contém no Capitulo atrás.
E a mesma fiança serão obrigados a dar
os que ora têm navios feitos, e com1 elles qui-
zerem trata^, e não a dando não poderão tratar
com elles, nem tel-os, e os Senhorios dos En-
genhos d'assucares, que ora têm navios, ou ao
diante os tiverem não darão a dita fiança, e
porém ficarão obrigados quando quizerem1 na-
vegar, vir tratar nos ditos navios e fazerem e
cumprirem as mais diligencias contendas no dito
Capitulo, e não as cumprindo incorrerão nas
penas declaradas nelle.
E porque os navios de remos são mais con-
venienles para navegarem na dita Costa do
Brasil, e servir na guerra quando cumprir os
ditos Provedores cada um em sua Capitania no-
tificarão as pessoas que quizerem fazer navios,
que fazendo-os de remos de quinze bancos, ou
dahi para cima, e que tenham de banco a banco
três palmos de goa; nei por bem, que não pa-
guem direitos nas minhas Alfândegas do Reino
de todas as munições, e apparelhos, que para os
taes navios forem necessários, e mando aos Of-
ficiaes das ditas Alfândegas, que por o* traslado
deste Capitulo com Certidão do Provedor de
Minha Fazenda da Capitania onde se o tal navio
houver de fazer de como a pessoa, que o faz tem
dado fiança; a o fazer da dita grandura, e feição
dentro de um anno, e que não o fazendo pague
os ditos Direitos em dobro lhe alcaldem, e des-
pacheni o que assim mandar trazer para o dito
navio sem disso pagar direitos, alguns, e fazendo
os ditos navios de dezoito bancos, e dahi para
Cima haverão mais atem1 dos ditos Direitos qua-

¦ '..
r- :¦ -
.
.

— 22

renta cruzados de mercê a custa de minha Fa-


zenda para ajuda de os fazerem, os quaes lhe
serão pagos das minhas rendas das ditas ter-
ras do Brasil, e o Provedor-mor os fará pagar
ás pessoas, que fizerem os ditos navios de remo
de dezoito bmicos, para cima como dito é, mos-
trando as taes pessoas Certidão do Provedor
da Capitania donde se assim fizer, em que de-
clare que as ditas pessoas lhe têm dado fiança
por que se obriguem a os fazer dentro de um'
anno, e não os fazendo pagarem os ditos Di-
reitos, e assim os ditos quarenta Cruzados em
dobro.
Os ditos Provedores terão cuidado cada um
em sua Capitania de em cada um anno saber
se as pessoas, que se obrigaram! a fazer os ditos
navios cumpriram suas obrigações para que não
sendo cumpridas fazerem arrecadar delles, ou
dos seus fiadores os ditos Direitos em dobro, e
assim1 a mercê dos ditos quarenta cruzados se os
tiverem recebido*, e os Senhorios dos taes navios
terão obrigação de quando houver guerra na
dita Capitania, ou nas outras Comarca" servir
nella os ditos navios, digo Comarcas mandarem
servir nella os ditos navios.
E porque será meu serviço, e proveito de
meus Reinos pela abastança das madeiras, que
ha nas ditas terras do Brasil fazer-se lá naus
hei por bem que as pessoas, que nas ditas terras
do Brasil fizerem naus de cento, e trinta tomeis,
ou dahi para cima hajaah a mercê, e gozem das
liberdades, que hão e de que gozam por bem
do Regimento de minha Fazenda os que fazem'
naus da dita grandura neste Reino, e as pessoas,
que quizerem fazer as taes naus se obrigarão,
— 228-

ao Provedor da Capitania donde as quizerem


fazer, e lhe darão fiança de cem cruzados ao>
menos, que dentro em um anno as comecem de
fazer, e tando que as ditas pessoas derem a dita
fiança, os ditos Provedores lhe passarão Cer-
tidão de como a têm dado, e com ella mando
aos Officiaes de minhas .Alfândegas onde vie-
rem ter as cousas, que as ditas pessoas manda-
rem trazer por as ditas naus lhas despachem
livremente sem pagarem direitos alguns, e nas
costas da dita Certidão declararão os ditos Offi-
ciaes, q que lhe assim despacharem, e quanto
montou os ditos direitos disso, e lhe tornarão
a dita Certidão para sua guarda, e vindo as ditas
naus, que assim fizerem ao Reino se arquea-
rão segundo Regimento, e se lhe pagará o que
lhes montar haver de suas arqueações nas ren-
das das ditas terras do Brasil, e os ditos Prove-
dores terão cuidado de saberem se as taes pes-
soas cumprem a dita obrigação, e cum!prindo-a
• lhe farão desobrigar suas fianças, e não a cum-
prindo lhe pedirão a dita Certidão, que lhe pas-
sarão, e achando nella declaração de como lhe
foram despachadas algumas oousas fará arre-
eadar pelas ditas pessoas, ou pela dita fiança,
que tiverem dada o que achar, que montava
nos direitos das oousas, que lhe foram1 despa-
chadas, e não lhe mostrando a dita Certidão
os. executarão pelos direitos de todalas cousas
de que lhe deram a dita Certidão que ha de
ficar registada no Livro.
Eu tenho ordenado, - que os Capitães das
Capitanias das ditas terras, e Senhorios dos En-
gerihos, e moradores delia sejam obrigados a
ter artilharia, e armas seguintes a saber: Cada

.."!-* ¦¦¦ . - - i.'z';.


.>

-229—'

Capitão em sua Capitania ao menos dois fal-


cões, e seis berços, e seis meios berços, e vinte
arcabuzes, ou espingardas, e a pólvora neces-
saria, e vinte bestas, e vinte lanças, ou cliuços
e quarenta espadas, e quarenta corpos d'Armas
d'Algodão dos que na dita terra do Brasil se cos-
tumam, e os Senhorios dos Engenhos, e fazen-
das, que hão de ter terras, ou casas feitas tenham
ao menos quatro berços, dez espingardas, e dez
bestas, e vinte espadas, e dez lanças, ou cliuços,
e vinte corpos das ditas armas de algodão; e
todo o ímorador das ditas terras, que nellas tiver
casa, terras, ou águas, ou navio tenha ao menos
besta, ou espingarda, espada, lança, ou chuço,
e que os que não tiverem as ditas armas se pro-
vejam dellas da notificação a ura anno, e pas-
sado o dito tempo, achando-se, que as não têm
paguem em dobro a valia das armas, que lhe
fallecerem das que são obrigados ter, a metade
para captivos, e a outra metade para quem o
accusar, e tenho mandado, que o Provedor-mor
cuida-
quando correr as ditas Capitanias tenha
do de saber se as ditas pessoas tinham ditas
armas, e de executar as penas sobreditas nos que
nellas incorrerem, para que a dita diligencia se
faça; hei por bem que quando o dito Provedor-
mor não fizer a dita diligencia dentro de tres
mezes depois de passada o dito anno da notifi-
cação, em que se hão de prover das ditas ar-
mas cada Provedor em süa Capitania fará a dita
diligencia, e autos disso, os quaes enviará ao
dito Provedor-mor para proceder por elles se-
Regimento, e
gundo fôrma deste Capitulo, e seu
querendo-se algumas das ditas pessoas prover
lá das ditas cousas, ou ei'algumas dellas as po-
230

derão requerer ao Provedor-mor para elle lhas


mandar dar pelos preços, que me custaram1 pos-
tos lá; e esta diligencia de se saber se as ditas
e armas acima de-
pessoas têm; a dita artilharia,
claradas se fará em cada um anno, e posto que
diga que a fará o dito Provedor-mor, e que não
a fazendo elle a fará cada Provedor em sua Ca-
Provedor-mor,
pitania hei por bem, que o dito
ou Provedores farão a dita diligencia somente
na artilharia, e armas, que os ditos Capitães
são obrigados a ter como se contém neste Ca-
Capi-
pitulo, e os taes Capitães cada um em sua
tania farão a dita diligencia oom as outras pes-
soas por virtude do dito Capitulo hão de ter a
artilharia, e armas, que nelle é declarado.
Eu tenho mandado ao Provedor-mor em seu
Regimento, que para que o assucar, que nas
ditas terras do Brasil se houver de fazer seja da
bondade, e perfeição, que deve de ser ordene,
que em cada Capitania haja jalcíaldador, que seria
elegido pelo dito Provedor-mor, e sendo elle au-
sente pelo Provedor da tal Capitania com o Ca-
pitão delia, e Officiaes da Camarai, e que a pes^
soa, que assim for elegida sirva o dito Cargo,
emquanto o bem fizer, e lhe seja dado juramen-
to, e íque de todo o assucar alcaldar, e se carre-
gar para fora haja de ser prêmio um real por
arroba a custa das pessoas, cujo o dito assucar
for, e que as ditas pessoas que o dito assucar
tiverem o não tirem dá Casa de purgar sem) .pri-
meiro ser visto, e acaldado sob pena de o per-
derem, e que o caldador seja avisado, que não
alcaide assucar algum senão sendo da bondade,
e perfeição, que deve na sorte de que cada um
for; pelo que mando aos ditos Provedores, que
231

cada um em sua Provedoria não sendo nella


presente o dito Provedor-mor tenha cuidado de
ordenar, que se faça o dito alcaldador pela ma-
neira conteuda neste Capitulo.
ditos Provedores
Este Regimento mando aos'seus
Almoxarifes, e Escrivãies de Cargos, que
inteiramente o cumpram no que a cada um per-
tencer como se nelle contém. Domingos de Fi-
•meiredo o fe^ em Almeirim a dezesete de De-
zembro' de mil quinhentos, e quarenta e oito.
E eu Manoel de Moura o fiz escrever. O qual é
assignádo por sua Alteza do signal que costuma
fazer nos taes •. Regimentos. E com a vista do
Conde da Castanheira.

Traslado da Doação da Capitania de


Duarte Coelho.

Dom João por graça de Deus Rei de Portu-


e dalem Mar em
gal, e dos Algarves daquem,
África Senhor de Guiné, e da Conquista Nave-
Arábia, Pérsia,
gaeão, Commereio de Ethiopia
e ds índia etc. A quantos esta minha Carla1
virem. Faço saber que considerando eu quanto
serviço de Deu<s e meu proveito,, e bem de meus
Reinos, e Sonhorio's, e dos naturaes, e Subditos
delles, e ser a minha Costa, e terra do Brasil
se
mais povoada do que atégora foi assim para
Di-
nella haver de celebrar o Culto, e Officios
vinos, e se exalçar a nossa Santa Fé Catholicia
dita
com. trazer, e (p[rovocar a ella os naturaes da
terra, Infiéis, e idolatras, como pelo muito pro-
veito, que se seguirá a meus Reinos e Senho-
,. A A
¦

1.
-252 —

rios, e aos naturaes, e Subditos delles de se a


'dita'
terra povoar, e aproveitar houve por bem
de a mandar repartir, e ordenar em Capitanias
de certas em certas léguas para dellas prover
aquellas pessoas, que me bem parecer; pelo qual
se guardando (sic) eu os muitos serviços, que
Duarte Coelho Fidalgo de minha Casa a El-Rei
meu Senhor, e Padre, que Santa Gloria haja, e
a mim1 tem feitos, assim nestes Re\ios, como nas
muito tempo, e em
partes da índia onde serviu
muitas cousas de meu serviço, nas quaes sempre
deu de si mui boa conta, e havendo como ha<ra-
zão de lhe fazer mercê assim; por os Serviços: que
até aqui tem feito como por os que espero, que
me ao diante fará, por todos estes respeitos, e
movem, e por
por alguns outros, que me a isto
folgar de lhe fazer mercê de meu próprio moto,
certa sciencia, poder Real, e absoluto, sem mo
elle pedir, nem outrem por elle; Hei por bem,
e me praz de lhe fazer como de feito por esta
presente Carta faço mercê, e irrevogável doa-
'ção
entre vivos valedôra deste dia para todo
sempre de juro,, e herdade para elle. e todos seus
filhos;, netos, herdeiros, e successores, que após
elle vierem assim descendentes, como transver-
saes, e collateraes segundo adiante irá declara-
do de sessenta léguas de terra na dita Costa do
"Rio
Brasil as quaes se começarão no de São
Francisco, que é do Cabo de Santo Agostinho
para o sul. e acabarão no Rio que cerca em re-
dondo toda a Illha de Tamaracá;, ao qual Rio ora
novamente ponho nome de Rio de Santa f|, e
mando que assim se nomeie, c chame daqui em
diante, e isto com tal declaração, que ficará com
o dito Duarte Coelho a terra da banda do Sul
.,\- ai ¦ ^ ;

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>

— 233 —

do dito Rioj, onde Christovão Jaques fez a pri-


meira casa de minha Feitoria, e a cincoenta
passos da dita Casa da Feitoria pelo Rio a den-
tro ao Longo da Praia se porá um padrão! de ini-
nhas Armas, e do dito padrão se lançará uma
Linha cortando ao loeste pela terra firme a
dentroí,, :e a terra da dita Linha para o Sul será
elo dito Duarte Coelho, c do dito padrão pelo
rio abaixo! íparaj a barras e mar ficará assim mes-
mo com elle dito Duarte Coelho a metade do
dito Rio de Santa Cruz para a banda do Sul,
e assim entrará na dita terra, e demarcação
delia todo o jdito Rio de São Francisco!, q a me- \
tade do Rio de Santa Cruz pela demarcação
sobredita;, pelos quaes Rios elle dará serventia
aos Vizinhos delles de uma parte, e da outra,
e havendo na frontaria da dita demarcação ai-
gitinas Ilhas hei por bem', que sejam do dito
Duarte Coelho, e annexas a esta sua Capitania,
sendo as taes Ilhas até dez Léguas de terra digo,
Léguas ao mar na frontaria da dita demarcação
pela Linha de Leste}, a qual Linha se entenderá
do meio da Barra do dito Rio de Santa Cruz
cortando direito a Leste-, e as ditas sessenta Le-
guas de terra se entenderão!, e serão de largo ao
longo da Costa}, e entrarão na mesma largura
pelo Sertão!, e terra firme a dentro tanto quanto
puderem entrarj, e for de mintía Conquista, da
qual terra pela sobredita demarcação lhe assim
faço doação!,, e (mercê de juro, e de herdade para
para todo sempre como dito é, e quero, e me
praz;, que o dito Duarte Coelho, e todos seus
herdeiros?, Successores, que a dita terra herda-
rem>, e sudcederem se possam chamar Capitães,
e Governadores dellas.

Í''*-J.Í!í!i.V: "»(VK:-ív:
'¦¦

— 234 —

;-

¦ -,
¦'".

E outrosim lhe faço doação, e mercê de


elle', e seus
juro e herdade para sempre para
descendente^ e suecessores no modo sobredi-
da
to da Jurisdição Civil;, e Crime da dita terra
Coelho e seus herdeiros;,
qual elle dito Duarte
e suecessores usarão na fôrma, e maneira seguin-
te. Poderá por si, e por seu Ouvidor estar á
eleição dos Juizes, e Officiaes, e alimpar, e
^Üe Confirma-
apurar as pautas, e passar Cartas
os quaes se
ção aos ditos Juizes, e Officiaes,
chamarão por o dito Capitão, e Governador, e
de
elle porá Ouvidor,, que poderá conhecer
acções novas a dez léguas donde estiver, e de
dita
appellaçòes, e aggravos conhecerá em toda
Capitania,, e Governança, o os ditos Juizes darão
appellação para o dito seu Ouvidor nas quantias,
e do que o
que mandam minhas Ordenações,
dito seu Ouvidor julgar assim1 por acção nova,
como por appellação^, e aggravo sendo em cau-
sas eiveis não haverá appellação, nem aggravo
até quantia de cem mil reis,, e dahi para cima
dará appellação á parte, que quizer appellar,
E nos casos Crimes hei por bem que o dito
Capitão,, e Governador, e seu Ouvidor tenham
inciusi-
jurisdição, e alçada de morte natural
ve em escravos^ e gentios, e assim mesmo em
todos os
peões, Christãos, homens Livres em
casos,, assim piafá absolver, como para condem-
nar sem haver appellação, nem aggravo, e nas
de dez
pessoas de maior qualidade terão alçada
annos de degredo,, até cem cruzados de pena
sem appellação nem1 aggravo, e porém nos qua-
tro casos seguintes: a saber heresia quando o
herético lhe for entregue..pelo Eeclesiastico,
e traição,, e sodomia, e moeda falsa terão ai-
— 235

cada em toda pessoa de qualquer qualidade, que


seja para condemnar os culpados á morte,, e
dar suas sentenças a execução sem appellação
nem aggravo; e porém' nos ditos quatro casos
para absolver de morte posto que outra pena
lhe queiram dar menos de morte darão appel-
lação, e \aggravoi, e appellação por parte da Jus-
tiça.
E outrosim me praz^ que o dito seu Ouvi-
dor possa conhecer de appellações,, e aggravos,
que a elle houverem de ir, em qualquer Villa, ou
lugar da dita Capitania, em que estiver posto
que seja muito apartado desse lugar onde assim
estiveri5 com tanto que seja na própria Capitania,
e o dito Capitão, e Governador poderá pôr Mei-
rinho dante o dito seu Ouvidor, e Escrivães, e
outros quaesquer Officiaes necessários,, e acos-
tumados nestes Reinos assim na Correição da
Ouvidoria,, como em1 todas as Villas, e Lugares
da dita Capitania, e governança e será ao dito
Capitão^ e Governador, e seus Successores obri-
gados quando a dita terra for povoada em tanto
crescimento, que seja necessário pôr outro Ou-
vidor de o pior onde por mim, ou por seus Sue-
cessores for ordenado.
E outrosim me prazL, que o dito Capitão, e
Governador, e todos seus Successores possam por
si fazer nellas todas, e quaesquer piovoações,
que se na dita terra fizerem;, e lhe a elles pare-
cer, que o devem ser, e ás quaes se chamarão
Villas, e terão termo, e jurisdição, Liberdade,
e insígnias de Villa, segundo foro, e costume de
Meus Reinos, e isto porém se entenderá, que po-
derão fazer todas as Villas que quizerem das
piovoações, que estiverem ao Longo da Costa
"\"*.i.y--\ ¦
¦,."*-¦¦ ¦ ¦ V ...-¦'.' >^:^,'.;," ¦."; ¦

236 —

se navegarem por-
da dita terra,, e dos Rios, que
firme pelo Sertão as' não
que por dentro da terra
espaço de seis Léguas de
poderão fazer menos ficar ao menos
uma a outra para que possam
cada uma das
três léguas de terra de termo a
fizerem as
ditas Villas, e ao tempo, que assim
e
taes Villas ou cada uma dellas lhe limitarão,
depois não
assignarão logo termo para ellas, e
assim tiverem" dada por
poderão da terra que licença.
termo fazer mais outra Villa sem minha
E outrosim me praz, que o dito Capitão, e
Governador, e Iodos seus Successores a que esta
Capitania vier possam novamente crear,, e pro-
e
ver por suas Cartas os Tabelliães do Publico,
Judicial, que lhes parecer necessário nas Villas,
e povoações, da dita terra assim1 agora, como
suas Cartas as-
pelo tempo adiante, e lhe darão
sigiiadas pior elles, e selladas com seu sello, e
lhes tomarão juramento, que sirvam seus Of-
ficios bem, e verdadeiramente, e os ditos Tabel-
liães servirão por as ditas Cartas sem miais tira-
rem outras de Minha Chancellaria; e quando os
ditos Officiaes vagarem por mOrte, ou renun-
ciação ou por erros de se assim é os poderão
isso mesmio dar1,, e lhes darão os Regimentos por
onde hão de servir conformes aos de minha
Chancellaria; e hei por bem que os ditos Ta-
beliiães se possam chamíar, e chamem' pelo dito.
Capitão, e Governador, e lhe pagarão suas pen-
a
soes segundo fôrma do foral, que ora para
dita terra mandei fazer, das quaes pensões lhe
e
assim mesmo faço doação, e mercê de juro,
herdade para sempre.
de
E outrosim lhe faço doação, e mercê
utò"
juro e herdade para sempre das Alcaidarias
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— 237 —

res de todas as ditas Villas, e povoações da dita


terra, oom todas as rendas, direitos, foros, e
tributos;, que a ellas pertencerem segundo são
escriptas, e declaradas no foral, as quaes o dito
Capitão, e Governador, e seus Suecessores ha-
verãoi, e arríecadarão para si no modo, e ürianeira
no dito foral conteúdo, e segundo fôrma delle,
e as pessoas a que as ditas Alcaidarias-mores fo,-
rem1 entregues da mão do dito Capitão, e Gover-
nador, elle lhes tomará homenagem dellas se-
gundo lorma de minhas Ordenações.
E outrosim ane praz por fazer mercê ao dito
Duarte Coelho., e a todos seus Suecessores a que
esta Capitania e [govfernança vier de juro;, e her-
dade para sempre, que elles tenham', e hajam
todas as moendas, e de aguas, marinhas do sal,
e quaesquer outros Engenhos de qualquer qua-
lidade, que sejam, que na dita Capitania e go-
vernança se puderem fazer, e hei por bem, que
pessoa alguma não possa fazer as ditas moendasj
marinhas, nem Engenhos senão o dito Capitão,
e Governador, ou aquelles a que elle para isso
der licença, de que lhe pagarão aquelle foro, ou
tributo, que se com elles concertar.
E outrosim lhe faço, doação, e mercê de juro
e herdade para sempre de dez léguas de terra
ao longo, da Costa da dita Capitania, e governan-
ça, e entrarão pelo Sertão tanto quanto podem
entrar, e for de Minha Conquista, a qual terra
será sua livre, e isenta, sem delia pagar foro,
tributo, nem direito algum, somente o Dizimo de
Deus] á Ordem do Mestrado de Nosso Senhor Je-
sus Christo, dentro de vinte annoís do dia que
do dito Capitão e Governador tomar posse da
dita terra poderá esoolher, e tomar as ditas dez

¦
.

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'¦*"
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-238-v
que mais
Léguas de terra em qualquer parte, senão
auizer e não as tomando porém juntas e nao
ou cinco partes,
partidas em quatro menos de duas léguas as
sendo de uma a outra
sendo aforadas, ou as rendas
quaes terras não
virão sempre a quem
dellas, quando o forem
e Governança pelo
succeder a dita Capitania,
e das novidades,
modo nesta doação contendo: nao será o dito
terras der
que Deus nas ditas as pessoas que de
Capitão, e Governador, nem
trouxerem obrigados
sua mão as tiverem', ou
algum somente o
a me pagar foro, nem Direito se ha
Dizimo de Deus á Ordem, que geralmente Capi-
da dita
de pagar em todas as outras terras
tania como abaixo irá declarado. nem os
Item o dito Capitão, e Governador,
tomfcr terra
que após elle vierem não poderão si,
alguma de Sesmaria na dita Capitania para
filho herdeiro
nem para sua mnlher, nem para o
e repartir
delia, antes darão e poderão dar,
todas as ditas terras de Sesmaria a quaesquer
e condição que
pessoas de qualquer qualidade, sem toro,
sejam, e lhes bari parecer livremente
de Deus
nem direito algum1 somente o dizimo
á Ordem de tudo
que serão obrigados de pagar e de-
o que nas ditas terras houverem segundo
as po-
clarado no foral e pela mesma maneira do
derão dar, e repartir por seus filhos fora
Morgado, e assim, por seus parentes; e porem
dai
aos ditos seus filhos, e parentes não poderão^ a
mais terra da que derem! ou tiverem dada
todas as ditas
qualquer outra pessoa extranha; e e a
terras, que assim der de Sesmaria a uns,
outros será conforme a Ordenação das Sesma-
ter-
marias e com1 a obrigação dellas: as quaes
— 239

ras o dito Capitão, e Governador, nem seus Sue-


cessores não poderão em tempo algum tomar
para si, nem para sua mulher, nem filho her-
deiro como dito é> nem pol-as em outrem para
depois virem a elles por modo algum que seja
somente as poderem haver por titulo de compra
verdadeira das peesoas, que lhas quizerem ven-
der passados oito annos depois das taes terras
serem aproveitadas, e em outra maneira não.
Outrosim lhe faço doação, e miercê de juro, í
c herdade para sempre da metade da Dizima do
pescado da dita Capitania, que a mim perten-
cem, porque a outra mietade se ha de arrecadar
para mim, segundo no for ai é declarado, a qual
metade da dita Dizima se entenderá do pescado,
que se matar em toda dita Capitania fora das
doze léguas do dito Capitão, e Governador; por-
quanto as ditas doze léguas é terra sua livre,
isenta, segundo atrás é declarado, v
Outrosim lhe faço doação, e mercê de juro,
e herdade para sempre da dita Dizima digo da
Redizima de todalas Rendas, e Direitos, que á
dita Ordemy e a Mim de Direito na dita Capita-,
nia pertencem a saber: que de todo o Rendi-
mento, que a dita Ordem, e a Mim pertencem
digoi e a Mim couber assim dos Dizimos, como
de quaesquer outras Rendas, ou direitos de qual-
quer qualidade que sejam haja o dito Capitão, e
Governador, e seus Successores uma Dizima,
que é de dez partes uma.
Outrosim me praz, por respeito do cuidado,
que o dito Capitão e Governador* e.seus sueces-
sores hão de ter de guardar, e conservar o
ferasil, que na dita terra houver de lhe fazer
doação, e mercê de juro, e herdade para sem'-

A- . :¦.¦';;&.Siri
-240-

liquidamente ren;
«re da vintena parte do que
os custos o Brasil
der para Mim,, forro de todos a estes Reinos
nue se da dita Capitania trouxer
se fará na Casa da
e a conta do tal Rendimento
onde o dito Brasil ha
Mina da Cidade de Lisboa o Brasil for
de vir, e na dita Casa tanto que delle lhe será
vendido, e arrecadado o dinheiro de contado
logo pago, e entregue em dinheiro
delia aquillo que por
pelo Feitor, e Officiaes montar, e isto por-
La conta na dita Vintena
na dita terra houver
quanto todo o Brasil, que meus Successores,
ha de ser sempre meu, e de
nenU outra
sem o dito Capitão, e Governador,
nemJ vendel-o
akuma plessoa poder tratar nelle,
o dito Capitão, e as-
para fora, somente poderá aproveitar-
sim os moradores da dita Capitania
lhes fome-
se do dito Brasil ahi na terra no que,
e tratando
cessario segundo! é declarado no foral nas
nelle, ou vendendo para fora incorrerão
foral.
penas contendas nk> (dito mercê
Outrosim me praz fazer díoação, e-
sueces-
ao dito Capitão!, e Governador, e a seus
dos
sores de juro,, e hendade para sempre, que
escravos, que elles resgatarem, e houverenina
Rei-
dita terra ido Brasil possam mandar a estes
fazer
nos vinte e quatro peças Cada anno para
virão
delles o que bem vier, os quaes escravos
outro
ao Porto da Cidade de Lisboa, e não a
dos
algum porto, e mandará com elles Certidão
Officiaes da dita terra de como são seus, pela
os ditos
qual Certidão lhe serão cá |despachados alguns,
escravos forros sem delles pagar direitos
nem cinco por cento e alem destas vinte e qua-
tro peças, que assim cada anno, poderá mandar
ma-
forras: hei por bem, que possa trazer por

.J
-241-

rinheiros, e grumetes em1 seus navios todos os


escravos, que quizerem e lhes forem necesarios.
Ei outrosim me praz por fazer mercê ao dito
Capitão e Governador, e a seus successores, e
assim aos vizinhos, e moradores da dita Capita-
nia, que nella não possa em tempo algum haver
direitos de sisa, nem imposições, saboarias, tri-
butos dé sal, nem outros alguns direitos, nem
tributos de qualquer qualidade, que sejam, salvo
aquelles que por bem desta doação, e do foral
ao presente são ordenados, que haja.
Idem esta Capitania, e Governança, e Ren-
das, e bens delia hei por bem, e me praz, que
se herdíe, e sulciceda de juro e herdade para todo
sempre pelo dito Capitão e Governador, e seus
descendentes, filhos, e filhas legitimas, e com
tal declaração, que emquanto houver filho Le-
filha
gitimo varão no mesmo grau não succeda
filho, e
posto que seja de maior idade, que o
não havendo macho, ou havendo-o e não sendo
em tão propinquo grau ao ultimo possuidor como
a fêmea, que então suCceda a fêmea, e emquanto
houver descendentes legitimes machos, ou fêmeas
bastardo
que não succeda na dita Capitania
algum, e não havendo descendentes machos, c
fêmeas legítimos, então suecederão os bastardos
machos, e fêmeas não sendo porém de damhado
coito, e suecederão pela mesma ordem dos le-
as fêmeas
gitimos primeiro os machos e depois
em igual grau com tal condição, que se o pos-
suidor da dita Capitania a qtiizer antes deixar 'II
a um seu parente transversal, que aos descen- H
dentes bastardos machos, nem: fêmeas, e legiti-
vi" -

m
1 V

mos, ném bastardos da maneira que dito é em


tal caso suecederão os ascendentes machos e ie-
¦ ;jí ¦ .:•;«-'

- 242 —

defeito delles as
meas primeiro os machos; e em
nem' ascen-
fêmeas, e não havendo descendentes
modo
dentes' succederão os transversaes jpeio
machos que fo-
sobredito sempre primeiro os
fêmeas, e uo
rem em igual grau, e depois as
se quizer
caso dos bàstirdOS o possuidor poderá
legi-
deixar a dita Capitania a um transversal
sejam
tiino e tiral-a aos bastardos posto que
descendentes em muito mais propinquo grau,
da lei
e isto hei assim pqr bem sem embargo
nem
mental, que diz, que não succedam fêmeas,
bastardos, nem transversaes nem ascendentes;
todo me praz, que nesta
porque sem embargo de nao
Capitania succedam fêmeas, e bastardos,
e as-
sendo de coito damnado, e transversaes,
cendcntes do modo, que, já é declarado.
E outrosim quero', e me piraz, que em temlpo
algum se não possa a dita Capitania, e gover-
nança e todas as cousas, que por esta Doação
dou ao dito Duarte Coelho partir, nem escambar,
espedacar nem em outro modo emalhear (sic)
nem em casamento a filho, ou filha, neml a outra
filho, ou ou-
pessoa dar, nem para tirar pae, ou
tra alguma pessoa de captivob nem' para outra
mi-
cousa ainda que seja mais piedosa; porque
e
nha tençãOj, e vontade é que a dita Capitania
Go-
Governança, e Cousas ao dito Capitão, e
vernador nesta doação dadas andem sempre jtin-
tas, e ise não partam, nem' alienem em» tempo Nal-
ou eis-
gum, e aquelle que a partir; ou alienar, outra
pedaçar, ou der em casamento ou por
cousa pior onde haja de ser partida ainda epie
seja mais piedosa por este mesmo feito pfòrca
a dita Capitania, e governança, e passe direita-
mente a aquelle a que houvera de ir pela Or-

'¦'"¦ " -''A/ AA'k.j-


kkl

— 243

dem de Suceeder sobredita se o tal que isto


assim não cumprir fosse morto.
E outrosim me praz, que por caso algum
de qualquer qualidade que seja, que o dito Ca-
pitão,, e Governador commeta, por que segundo
Direito,, e Leis destes Reinos mereça perder a
dita Capitania, Governança, e jurisdição, e Ren-
das delia a não perca seu successor, salvo se
for traidor á Coroa destes Reinos; e em todos
ois outros casos, que commeter será punido quan-
to o Crime o obrigar; e porém o seu Successor
não perderá por isso a dita Capitania, governan-
ça, jurisdição, rendas, e bens delle como dito é.
Item me. praz,, e hei por bem, que o dito
Duarte Coelho e todos seus Successores a que
esta Capitania, e Governança vier usem intei-
ramente de toda a jurisdição,, poder, e alçada
nesta doação contenda assim e da maneira,, que
nella é declarado,, e pela confiança que delles
tenho^ que guardarão nisso tudo o que cumpre
ao serviço de Deus,, e meu, e bem1 do Povo, e
Direito das partes hei outrosim por bem, e me
M
prazv, que nas terras da dita Capitania não entre, kíWÈ
nem possa entrar em1 tempo algum corregedor,
nem alçada, nem outras algumas Justiças para
nellas usar de jurisdição alguma por nenhunia
via, nem modo que seja, nem menos será o
dito Capitão suspenso da dita Capitania, e Go-
vernança, e jurisdição delia, e porém quando o
'dito
Capitão cair em algum erro,, ou fazer cousa
que mereça, e deva ser castigado, eu, ou meus
successores o mandaremos vir a nós para ser
ouvido com sua justiça, e lhe ser dada aquella
pena, ou castigo, que de Direito por tal caso
merecer.
— 244 —

como Rei, e Se-


Item esta mercê Uie faço
como Governador,
nhor destes Reinos, e assim
sou da Ordem, e
e perpetuo Administrador, que
Nosso Senhor Jesus
Civallaria do Mestrado de
dou poder, e
Christo e por esta presente Carta
elle por
autoridade ao dito Duarte Coelho, que e tome,
tomar,
si e por quem lhe aprouver possa
das terras, e
a posse Real, e Corporal e actual
e das Ren-
da dita Capitania, e da Governança,
cousas con-
das e bens delia, e de todas as mais
teudas nesta doação,, e use de tudo inteiramente
hei por
como se nella contém;, as quaes doações
e guar-
bem. quero, e mando, que se cumpram,
cláusulas,
dem em todo,, e por todo com todas as
e decla-
condições, e declarações nella conteudas,
algum,
radas sem mingua,, nem desfallecimento
mental,
e para todo o que ditoj é derrogo a lei
e quaesquer outras leis, ordenações, direitos, glo-
haja,
sai e costumes que em contrario disto
ou possa haver por qualquer via, e modo que
seja. posto que sejam taes, que fosse necessário
ad
serem aqui escriptas, e declaradas de verbo
verbum sem embargo da Ordenação do segundo
Livro titulo quarenta, e nove que diz que quan-
faça
do se as taes Leis, e direitos derrogarem se
expressa menção dellas, e da substancia dellas,
e a
e por esta protoetto ao dito Duarte Coelho,
todos seus Successores, que nunca em tempo
algum vá, nem consinta ir contra esta minha
doação em parte, neto em todo, e rogo, e enconi-
mendo a todos meus Successores, que lha cura-
e assim
praiii e mandem cumprir, e guardar;
mando a todos meus Corregedores, Desenibar-
Officiaes, e
gadores, Ouvidores, Juizes, Justiças, cura-
I pessoas de meus Reinos, e Senhorios, que

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— 245 —

oram, e guardem, e façam cumprir e guardar


esta minha Carta de Doação, e todas as cousas
nella conteudas,, sem lhe a isso ser posto du-
vida, embargo, nem contradição alguma, por-
que assim é minha mercê; e por firmeza de
todo lhe mandei dar esta Carta por mim assi-
gnada, e sellada de meu Sello de chumbo. Ma-
noel da Costa a fez em Évora a dez dias do mez
de Março Anno do Nascimento de Nosso Senhor
Jesus Christo de mil quinhentos e trinta, e qua-
tro, e eu Fernão d'Elvas Thesoureiro-mor d'El-
Rei Nosso Senhor Escrivão da Fazenda digo,
de Sua Fazenda a subscrevi, a qual é assignada
por sua Alteza do signal, que costuma fazer nas
taes Cartas de doação.

Traslado das duas Postulas, que estão


até a subscripção.
Esta doação vae èscripta em cinco folhas
com esta do meu signal, as quaes cinco folhas
vão todas assígnadaS ao pé de cada tuna pelo
Doutor Christovão Esteves do Meu Conselho,
Desembargo, e meu Desembargador do Paço,
e Petições. Manoel da Costa o fez em Évora a
dez dias do Mez de Março de mil quinhentos,
e trinta' e quatro.
Posto que no decimó Capitulo desta Carta
diga, que faço doação, e mercê ao dito Duarte
Coelho de juro, e herdade para sempre da m'e-
tade da dizima do pescado da dita Capitania hei
nem
por bem que a tal mercê não haja effeito,
i.rmm

tenha vigor algum porquanto se viu que não


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metade da Diziiría por ser
podia haver a dita de lhe
da Ordem; em! satisfação delia me praz
fazer como de feito por esta presente faço doa-
herdade para semlpre
ção, e mercê de juro, e
de outra metade de Dizima do mesmo pescado,
além1 da Dizima
que ordenei, que mais pagasse,
inteira, segundo! é (declarado no foral da dita Ca-
dizima do dito pescado
pitania a qual metade de
o< dito Capitãoí e todos seus herdeiros, e successo-
res a que a dita Capitania vier haverão), e arre-
cadarão para si no modo, e maneira conteuda no
dito foral, e segundo, fôrma delle, e esta Postilla
e será registada ao
passará pela Chancellaria,
Manoel da Costa
pé do Registo desta doação. 'de
a fez em Évora a vinte e seis de Setembro
mil quinhentos trinta e quatro. As quaes postil-
Ias ambas são assignadas por Sua Alteza do
signal,, que costuma fazer nas taes, e é a dita
doação, e esta derradeira Postilla passada pela
Chancellaria duas vezes onde pagou X6jy reis
a XX6 de Abril de XXXIIII a primeira, e da
segunda vez não pagou nada, e fica tudo regis-
tado no Livro delia segundo se todo viu na dita
doação*

Traslado do Foral da Capitania de


Duarte Coelho.
I
IIr..' Dom João por graça de Deus Rei de Por-
tugal, e dos Algarves daquem e dalemi Mar ern
'
¦á -

África Senhor de Guiné, e da Conquista, Na-


vegação, e Commercio de Ethiopia, Arábia, Per-
sia, e 'da índia ele. A quantos esta minha Carla
virem faço saber, que eu fiz ora doação, e|meroe
'Duarte
a Coelho Fidalgo de minha Casa, para
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247-

elle, e todos seus filhos, netos, herdeiros, e sue-


eessores de jure, e herdade para sempre da Ca-
pitania, e Governança de sessenta léguas de ter-
ra na minha Costa do Brasil, as quaes se oomfc-
çarão no-Rio de São Francisco, que é do Cabo
de Santo Agostinho para o Sul., e acabam no
Rio de Santa Cruz, que é do dito Cabo para
Linha, segundo mais inteiramente é conteúdo,
e declarado na Carta de doação, que da dita
terra lhe tenho passado, e por ser muito neces-
sarie haver ahi foral dos direitos, foros, e tribu-
tos,, e cousas, que se na dita terra ha de pagar
assim do que a mim,,, e á Coroa de meus Reinos
pertence, como do que pertence ao dito Ca-
pitão por bem da dita sua doação: eu havendo
respeito a qualidade da dita terra, e a se ora no-
vãmente ir morar, povoar, e aproveitar, e porque
se isto melhor, e mais cedo faça, sentindo-o as-
sim por serviço de Deus e meu e bem do dito
Capitãoi e 'moradores da dita terra; e por folgar
de lhes fazer mercê houve por bem' de mandar,,
ordenar, e fazer o dito foral na fôrma, e ma*
neira seguinte.
Item primeiramente b Capitão, da dita Ca-
pitania e seus Successores darão, e repartirão
todas as terras delia de Sesmaria a quaesquer
pessoas de qualquer qualidade, e condição, que
sejam, comtanto que sejam Christãos Livremen-
te sem foro nem' direito algum somente o Di-
zimo, que serão obrigados pagar á Ordem1 do
Mestrado de Nosso Senhor Jesus Christo de todo
o que nas ditas terras houverem', as quaes Ses- i
marias darão na fôrma, e maneira, que se con-
tém em minhas Ordenações, e não poderão to-
mar terra alguma de' sesmaria para si nem para
-248 —

o filho herdeiro da dita


sua mulher, nem para dar a*>*
%ZÍ i Porém podel-a-ão a seus parentes como £ se
ihos se os tiver e assim
e se algum dos filhos,
cn sua doação contém;
da dita Capitania, o„
2» não forem herdeiros
alguma sesmaria por
ialquer outra pessoa tiver
a tenha, e vier a herdar
q iquer maneira, que do d.a, que nella
a dita Capitania será obrigado seguinte de a
sueceder a um anno primeiro
Sesmaria em' outra
àrgar e traspassar a dita
nodito tempo per-
pessoa, e irão, a traspassando com mais outro,
dera para mim a tal Sesmaria
e por esta mando
tanto preço, como ella valer;
na dita Capi-
ao meu Feitor, e Aímoxarife, que
tal caso miicie
tania por mini estiver, que em
e a taça as-
logo mão pela dita terra para mim,
e faça exe-
sentar no Livro dos meus proprios:, assim
cução pela valia delia, e não o fazendo
hei por bem, que perca seu Officio, e nHe pague
na
de sua fazenda outro tanto quanto montar
valia da dita terra.
Item havendo nas terras da dita Capitania
sor-
Costa mares, Rios, Bahias delia, qualquer
te de pedraria, pérolas, aljofar, ouro, prata,
sor-
cobre, estanho, chumbo, ou outra quaesquer
te de metal, pagar-se-á a mim o quinto, do qual
como se
quinto haverá o Capitão sua Dizima, a
contém em1 sua doação, e ser-lhe-á entregue
ao tempo
parte que lhe na dita Dizima montar
que se o dito quinto para mim' arrecadar por
meus Officiaes.
Item o páu de Brasil da dita Capitania, e
assim qualquer especiaria, ou drogaria de qual-
quer qualidade, que seja, que nella houver píer-
tencerá a mim, e será tudo sempre meu, e de
meus Suiocessores, sem o dito Capitão, nem outra

¦
wmm^mmmmmmmmmmmmmm^Kmmmm

249 —

alguma pessoa poder tratar nas ditas cousas nem'


em alguma dellas lá na terra, nem as poderão
vender, nem tirar para meus Reinos, ou Senho-
rios, nem para fora delles sob pena de quem o
contrario fizer perder por isso toda sua fazenda
a
pará a Coroa do Reino, e ser degradado para
ilha de São Thomé para sempre: e porém quan-
to ao Brasil hei por bem, que o dito Capitão, e
assim os moradores da dita Capitania se possam
aproveitar delle ahi na terra no que lhes for ne-
cessario, não sendo em queimar, por que quei-
mando-o incorrerão nas sobreditas penas.
Item de todo o pescado, que se na dita Ca-
di-
pitania pescar não sendo á canna se pagará
zima á Ordem', que é de dez peixes um; e alemi
da dita Dizima hei por bem, que se pague mais
meia Dizima, que é de vinte peixes uni; a qual
Dizima; o Capitão da dita Capitania haverá, e ar-
recadará para si, porquanto lhe tenho delia feito
mercê como se contém em sua doação.
Item querendo o dito Capitão, e moradores,
e povoadores da dita Capitania trazer, ou man-
dar trazer por si, ou por outrem a meus Reinos
ou Senhorios, qualquer sorte de mercadorias,
que na dita terra, e partes delia houver, tirando
escravos, e as outras mais cousas, que acima
são defesas podel-o-hão fazer, e serão recolhi-
dos, e agasalhados em quaesquer portos, Ci-
dades Viilas, ou Lugares dos ditos meus Reinos,
ou Senhorios-, em que vierem' portar, e não serão
constrangidos a descarregar suas mercadorias
riem a as vender em' algum dos ditos portos, Ci-
dades, ou Viilas contra suas vontades se piara as
ditas partes antes quizeram ir fazer seus pro-
veitos, e querendo-as vender nos ditos lu-

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Senhorios não pagarão


gares de meus Reinos, ou sisa do que ven-
dellas direitos alguns somente a
Regimentos, ou
derem posto que pelos foraes,
obrigados a
costume dos taes lugares fossem
tributos,.e poderão os
pagar outros direitos, ou a quem' qui-
sobreditos vender suas mercadorias
se lhes bem
zerem e teval-as para fora do Reino
Regimentos,
vier sem embargo dos ditos foraes,
e costumes, que em contrario haja.
e Se-
Item todos os navios de meus Reinos,
mercadorias
nhorios, que á dita terra forem com
em mi-
de que já cá tinham pagos os direitos
Certidão
nhas Alfândegas, e mostrarem disso
na dita
dos meus Officiaes dellas não pagarão
carrega-
terra do Brasil direito algum, e se lá
Reino
rem mercadorias da terra para fora do
a mim, da qual Di-
pagarão da sahida Dizima se
zima o Capitão haverá sua Redizima como
as
contém em sua doação; ,e porém trazendo
taes mercadorias para meus Reinos, ou Senho-
e
rios não pagarão da sahida, cousa alguma;
estes, que trouxerem as ditas mercadorias para
meus Reinos, ou Senhorios serão obrigados de
dentro de um anno levar, ou enviar á dita Capi-
tania Certidão dos Officiaes de minhas Alfan-
degas do Lugar donde descarregarem de como
assim descarregaram em meus Reinos, e as qua-
lidades das mercadorias, que descarregaram, e
quantas eramj; e não mostrando a dita .Certidão
dentromo dito tempo pagarão a Dizima das ditas
mercadorias, ou daquella parte dellas, que nos
ditos meus Reinos, ou Senhorios não desCarre-
garem, assim, e da maneira, que hão de pagar
a dita Dizima na dita Capitania se carregarem
hão
para Jóra do Reino, e se for pessoa, que
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haja de tornar á dita Capitania dará lá fiança


uo que montar na dita dizima para dentro no
dito templo de um1 anno mandar Certidão de
como veiu descarregar em meus Reinos, ou Se-
nhorios, e não mostrando a dita Certidão no
dito tempo se arrecadará, e haverá a dita Dizima
pela dita fiança.
Item quaesquer pessoas estrangeiras, que
não forem naturaes de mteus Reinos, ou Senho-
rios, que á dita terra levarem ou mandarem le-
var quaesquer mercadorias, posto que as levem
de meus Reinos, ou Senhorios, e que cá tenham
pago Dizima pagarão lá da entrada Dizima
a mim das mercadorias; que assim levarem,
e carregando na dita Capitania mercadorias da
terra para fora, pagar-me-hão assim1 mesmo di-
zima da sahida das taes mercadorias, das quaes
Dizimas, o Capitão haverá sua Redizima segundo
se contém em sua doação, e ser-lhe-á a dita Re-
dizima entregue por meus Officiaes ao tempo]
que se as ditas dizimas para mim arrecadarem.
Item de mantimentos, armas, artilharia, poi-
vora, salitre, enxofre, chumbo, e quaesquer ou-
trás cousas de munição de guerra, qúe á dita
Capitania levarem, ou mandarem levar, o Ca-
pitão, e moradores delia, ou quaesquer outras
pessoas assim naturaes como estrangeiros hei
'-¦

por bem que se não paguem Direitos alguns,


dt
e que os sobreditos possam livremente vender
todas às ditas cousas, e cada uma dellas na dita
Capitania ao Capitão, e aos moradores, & povo-
adores delia, que forem Christãos, e meus Sub-
ditos.
Item todas as pessoas assim' de meus Reinos,
e Senhorios, como de fora delles, que á dita
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. !
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-252 —
........... ^
tratar, nem com-
Capitania forem não poderão
alguma com os gentios
prar, nem vender cousa o Captião, e
da terra, e tratarão somente com
e res-
Povoadores delia, comprando, vendendo,
o que puderem haver;
gataiido com elles tudo
e quem o contrario fizer hei por bem que perca
com
em dobro toda a mercadoria, e cousas, que
os ditos gentios contratarem, de que será a terça
e a outra terça par-
parte para minha Câmara,
te para quem o aceusar, e a outra terça parte
terra houver, e não
para o Hospital, que na dita
o havendo ahi será para a fabrica da Igreja
delia.
Item quaesquer pessoas, que na dita Capita-
nia carregarem seus navios serão obrigados an-
tes que comecem a carregar, e antes que saiam
fora da dita Capitania de o fazer saber ao Ca-
tirem
pitão delia para prover e ver que se não
mercadorias defesas nem partirão isso mesmo
da dita Capitania, sem licença do dito Capitão,
e não o fazendo assim, ou partindo sem a dita
licença perder-se-ão em dobro para mim todas
as mercadorias, que carregarem posto que não
sejam defesas; e isto porém1 se entenderá em-
quanto na dita Capitania não houver Feitor, ou
Official meu, porque havendo ahi, a elle se
fará o que dito é; e a elle pertencerá fazer a
dita diligencia.
Item o Capitão da dita Capitania, e os mo-
radares, e povoadores delia poderão Livremente
tratar, comprar, e vender suas mercadorias com
os Capitães das outras Capitanias, que tenho
providos na dita Costa do Brasil, e com os mo-
radores, e povoadores dellas: a saber de umas

y>y'':&
-253-

Capitanias para outras, das quaes mercadoriaSj


e compras, e vendas dellas não pagarão uns nem
outros direitos alguns. '
Item todo o vizinho, e morador, que viver
na dita Capitania, e for feitor, ou tiver oonrpa-
nhia com alguma pessoa, que vier fora de meus
Reinos^ e Senhorios, não poderão tratar com os
gentios da terra, posto que sejam Christãos; e
tratando com elles hei por bem, que perca toda
sua fazenda, com que tratar, da qual será um1
terço para quem o accusar, e os dois terços para
as obras dos muros da dita Capitania.
Item os Alcaides-mores da dita Capitania,
e das Villas, e povoações delia haverão, e arre-
cadarâo para si todos os direitos, foros, ou tri-
butos, que em meus Reinos, e Senhorios par
bem de Minhas Ordenações pertencem!, e são
concedidos aos Alcaides-mores.
Item nos Rios da dita Capitania, em que
houver necessidade de pôr barcas para a pas- i
sagem delles, o Capitão as porá, e levará dellas
aquelle direito, ou tributo, que lá em Cantara
for taxada, que leve, sendo confirmada por mim.
Item cada um dos Tabelliães do Publico, e
Judicial, que nas Villas, e Povoações da dita
Capitania houver será obrigado a pagar ao Ca-
um
pitão quinhentas reis de pensão em cada
anno.
Item os moradores, e povoadores, e povo
da dita Capitania serão obrigados em tempo
de guerra a servir nella com o Capitão se lhe
necessark) for: notifioo.o assini ao Capitão da
dita Capitania, que ora é, e adiante for e ao
meu Feitor, e Alihoxarife, e Officiaes delia, e
aos Juizes, e Justiças da dita Capitania, e a to-

¦¦¦.'.. ¦''•.. "-::--..


- ¦ . "-
¦¦¦'¦¦
¦
.

-254-
de meus Reinos,
dalas suas Justiças, e Offfciaes da Fa-
e Senhorios, è assiin da Justiça, como cada um
e a
zenda, e mando a todos em geral,
e façam
em especial, que cumpram, guardem:,
esta minha
inteiramente cumprir, e guardar se nella
Carta de Foral assim e da maneira, que em-
contém, sem lhe nisso ser p.)sto, duvida,
assim
barão, nem contradição alguma, porque
é minha mercê, e por firmeza dello mandei pas- de
sar esta Carta por mim assignada, e sellada re-
se
meu Sello pendente, a qual mando, que
feitoria da dita Ca-
èiste nos Livros de minha
Alfândega de Lis-
pitania, e assim na minha nos
boa e pela mesma maneira se registará
Livros das Câmaras das Villas, e povoações da
o
dita Capitania para que a todos seja notório
conteúdo neste foral, e se cumprir inteiramente. -três
Manoel da Costa a fez em Évora a vinte e
dias do mez de Setembro Anno do Nascimento
de Nosso Senhor Jesus Christo de mil quinhen-
tos e trinta, e quatro, A qual Carta de Foral é
assignada por Sua Alteza do signal, que costuma
fazer nas taes Provisões, e passada pela sua
Chancellaria a vinte!, e sete de Setembro do dito
anno de trinta, e quatro.
i::v:'h'£<--':*&
f:

Traslado da Doação da Capitania de


Pero do Campo-

Dom João por graça de Deus Rei de Por-


tugal, e dos Algarves daquem, e dalem1 Mar em
África Senhor de Guiné, e da Conquista Nave-
e
gação Commereio d?Ethiopia, Arábia, Pérsia,

'-xl-lxr^.:' ' ¦ " ¦¦¦¦¦¦ ¦' ¦¦ "' " ¦ ':'.¦


'. . .
— 255 —

da' índia. A quantos esta minha Carta virem1 faço


saber que no Livro dos Registos dos Officios,
Padrões e Doações do anno de mil quinhentos,
e trinta, e quatro que está em minha Chancel-
laria é escripta, e registada uma Doação, de
que o teor tal é: Dom João por Graça" de Deus
Rei de Portugal, e dos Algarves daquem, e da-
lem Mar em África Senhor de Guiné, e da Con-
quista Navegação e Commercio, da Ethiopia,
Arábia, Pérsia, da índia. A quantos esta minha
Carta virem faço saber, que considerando eu
quanto serviço de Deus, e meu proveito, e bem1
de meus Reinos, e Senhorios, e dos naturaes. e
subditos delles e ser a minha Costa, e terra do
Brasil mais povoada do que atégora foi, assim1
para se nella haver de celebrar o Culto, e Of-
fidos Divinos, e se exalçar a nossa Santa Fé
Catholica com trazer, e provocar a ella os na-
turaes da dita terra, infiéis, e idolatras, como
pelo muito proveito, que se seguirá a meus Rei-
nos, e Senhorios, e aos naturaes, e Subditos
delles de se a.dita terra povoar, e aproveitar
houve por bem de mandar repartir, e ordenar
em Capitanias de certas em' certas léguas para
dellas prover aquellas pessoas, que me bem pare-
cer, pelo qual havendo eu respeito aos serviços,
que tenho recebido, e ao diante espero receber
de Pero do Campo Tourinho, e por folgar de lhe
fazer- mercê de meu próprio moto, certa scien-
cia, Poder Real, e absoluto sem' mo elle pedir,
nem outrem por elle Uei por bem, e me praz de •\

lhe fazer, como de feito por esta presente Carta


faço mercê, e irrevogável Doação, entre vivos
valedora deste dia para todo sempre dè juro, e
herdade para elle, e todos seus filhos, netos, her-

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-256-
após elle vierem as-
deiros. e successores, que
transversaes, e colla-
sim descendentes, como
declarado de cincoenta
toaes como adiante irá
dita Costa do Brasil as quaes
guas * terra na se acabarem' as
se começarão na parte onde
feito mercê a
cincoenta léguas de que tenho
na dita Costa do
Jorge de Figueiredo Corrêa
couber nas ditas
Brasil da banda do Sul quanto
Capitania quaes-
cincoenta léguas, entrando nesta
até dez léguas ao mar
quer Ilhas, que houver ditas cmcoen a
,ía frontaria, e demarcação das
ao dito Pero do
léguas de que ahi faço mercê
se entenderão,
Campo; as quaes cincoenta léguas
e entrarão ba
c serão tie largo ao longo 0a Costa,
a dentro tanto
mesnva largura pelo sertão firme
for de minha Conqms-
quanto puderem entrar, e lhe
ta da aual terra pela sobredita .demarcação
e herdade
assim faço doação, e nifcrcê de juro,
e quero, e me praz
para sempre como dito é,
toclos seus herdei-
que o dito Pero do Campo, e e
ros, e successores, que a dita terra herdarem Ca-
succederem se possam! chamar, e chamem
faço doação, e toer-
pitães delia. E outrosim lhe
cê de juro e herdade para todo sempre, para
modo
elle, e seus descendentes, e successores no
da dita
sobredito da jurisdição Civel, e Crime
e seus
terra, da qual elle dito Pero do Campo,
ma-
herdeiros, e successores usarão na fôrma, e
neira seguinte. Poderá por si, e por seu Ouvidor
estar á eleição dos Juizes, e Officiaes, e ahmpar,
e apurar as pautas, e passar Cartas de Confm-
se
mação aos ditos Juizes, e Officiaes os quaes
chamarão pelo dito Capitão, e elle porá Ouvidor
novas dez le-
que poderá conhecer de acções
e aggra-
guas donde estiver, e de appellações, os
vos conhecerá eto toda a dita Capitania, e
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ditos Juizes darão appellação para o dito seu


Ouvidor nas quantias, que mandam' minhas Or- 9wsB

denações; e do que o dito seu Ouvidor julgar


assim por acção nova, como por appellação, e
aggravo, seudo em causas eiveis não haverá ;ap-
pellação nem aggravo até quantia de cem mil
reis, e fdahi para cima darão appellações á parte
que quizer appellar.
E nos casos crimes hei por bem que o
dito Capitão e seu Ouvidor tenham a jurisdição
e alçada de morte natural inclusive em escravos,
e gentiois, e .assim mesmo em peões, Christâos, ho-
mens livres em todos os casos, e assim para ab-
solver, como para condemnar sem haver appel-
lação nem aggravos, e nas pessoas de maior qua-
lidade terão alçada de dez annos de degredo até
cem cruzados de pena sem appellação, nem ag-
gravo, e porém nos quatro casos seguintes: he-
resia, quando o herético lhe for entregue pelo
Ecclesiastico, e traição, e Sodomia, e moeda fal-
sa terão alçada em toda pessoa de qualquer
qualidade, que seja para condemnar os culpa-
dos a morte, e dar suas sentenças a execução
sem appellação, nem aggravo, e porém nos ditos
quatro casos para absolver da morte, posto que
outra pena Ine queiram dar menos de morte 1 ^1ÉÍ"""""""B
darão appellação, e aggravo"; e appellação por
parte de Justiça. '
E outrosim me praz, que o dito seu Ouvidor PP:
'Sr'
¦.

possa conhecer de appellações, e aggravos, que


a; elie houverem de ir em qualquer villa, ou lugar
da dita Capitania, em que estiver posto que es-
teja muito apartado desse lugar donde assim
estiver comtanto que seja na própria Capitania,
e o dito Capitão poderá pôr meirinho dante o

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dito seu Ouvidor, escrivães, e outros Officiaes
necessários, e costumados nestes Reinos assim
na Correição da Ouvidoria como em todas as
Villas, lugares da dita Capitania, e serão o dito
Capitão, e seus Successores obrigados quando
dita terra for povoada em tanto crescimento que
seja necessário pôr outro Ouvidor de o pôr onde
por mini, ou por meus Successores for ordenado.
E outrosim me praz, que o dito Capitão, e
todos seus successores possam por si fazer Vil-
Ias todas, e quaesquer povoações, que se na
dita terra fizerem, e lhe a elles parecer, que o
devem ser, as quaes se chamarão, Villas, e terão
tarmo, e jurisdição, liberdades, e insígnias de
Villas segundo foro, e costume de m'eus Reinos,
e isto porém se entenderá, que poderão fazer
todas as Villas, que quizerem das povoações que
estiverem ao longo da Costa da dita terra, e
dos Rios, que se navegarem, porque por dentro
da terra firme pelo sertão as não poderão fazer
menos espaço de seis léguas de uma a outra para
que possam ficar ao meníos três léguas de termo
a cada uma das ditas Villas; e ao tempo, que
assim fizerem' as ditas Villas, ou cada uma dei-
Ias lhe limitarão, e assignarâo logo o termo para
ellas, e depois não poderão da terra, que assim
tiverem dada por termo fazer mais outra Villa
sem minha licença.
E outrosim me apraz, que o dito Capitão, e
todos seus successores, a quem esta Capitania
vier possam novamente crear, e prover por suas
Cartas os Tabeiliães do publico, e Judicial, que
lhe parecer necessário nas Villas, e povoações
da dita terra assim agora, como pelo tempo
adiante, e lhes darão suas Cartas assignadas

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por elles, e sellaclas com os seus sellos, e lhe to-
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marão juramento, que sirvam seus Officios bem,


c verdadeiramente, e os ditos Tabelliães servi-
rão pelas ditas Cartas sem mais tirarem outras
de minha Chancellaria; e quando os ditos Of-
ficios vagarem por morte, ou por renunciação,
ou por erros de se assim é os poderão assim
mesmo dar, e lhes darão os Regimentos por
onde hão de servir conformes aos da minha
Chancellaria hei por bem que os ditos Tabel-
liães se possam chamar, e chamem por o dito
Capitão, e lhe pagarão suas pensões segundo
fôrma do foral, que ora para a dita terra miandei
fazer, das quaes pensões lhe,assim mesmo faço
doaçãoi, e mercê de juro, e herdade para sempre.
E outrosim lhe faço doação, e mercê de ju-
ro, e herdade para sempre das Alcaidarias-mores
de todas as ditas Villas, e povoações da dita ter-
ra com todas as rendas, e Direitos, foros, e tri-
butos, que a ellas pertencerem, segundo são es-
criptas, e declaradas no Foral, as quaes o dito
Capitão, e seus Successores haverão, e arrecada-
rão para si no modo e maneira no dito Floral
conteúdo segundo fôrma delle e a pessoa que
as ditas Alcaidarias-mores forem entregues da
mão do dito Capitão, elle lhe tomará homena-
agem dellas segundo fôrma de minhas Orde-
ilações.
E outrosim me praz por fazer mercê ao dito
Capitão e a todos seus successores a que. esta
Capitania vier de juro, e herdade para sempre,
que elles tenham, e hajam todas as moendas
dágua, e marinhas do Sai, e quaesquer outros
Engenhos de qualquer qualidade, que sejam que
na Capitania se puderem fazer hei por bem,
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que pessoa alguma não possa fazer as ditas


moendas, marinhas nem Engenhos senão o dito
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Capitão, ou aquelles a que elle para isso der Li-


cença, de que ihe pagarão aquelle fôro; ou tribu-
to, que se oom elle concertar
E outrosim lhe faço doação e mercê de jure,
e de herdade para sempre de dez léguas de ter-
ra ao longo da Costa da dita Capitania, e en-
trarão pelo Sertão tanto quanto puderem entrar
c for da minha Conquista, a qual terra será
sua isenta sem delia pagar foro, Tributo, nem
direito algum somente o dizimo de Deus á Or-
dem do Mestrado de Nosso Senhor Jesus Chris-
to, e dentro de vinte annos do dia, que o dito
Capitão tomar posse da dita terra poderá esco-
lher, e tomar as ditas dez léguas de terra, em
qualquer pártej que mais quizer, não as tomando
porém juntas senão apartadas em quatro, ou
cinco partes, e não sendo de uma a outra menos
de duas léguas; as quaes terras o dito Capitão,
e seus Suecessores poderão arrendar, e aforar
em fatiota, ou em1 pessoas, ou como quizerem1;
e lhes bem vier, e pelos foros e tributos que qui-
zerem e as ditas terras não sendo aforadas ou
as rendas dellas, quando o forem virão sem-
pre a quem sueceder a dita Capitania pelo modo
nesta doação conteúdo. E das novidades, que
Deus nas ditas terras, der não será o dito Ca-
pitão, nem as pessoas, que de sua mão. as trou-
xerem obrigados a me pagar foro, nem direito
algum somente o Dizimo de Deus á Ordem,
que geralmente se ha de pagar em todas as
outras terras da dita Capitania, como abaixo
irá declarado.
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E o dito Capitão, nem os que após elle vie-


rem não poderão tomar terra alguma de Sesma-
ria na dita Capitania para si, nem para sua mn-
lher, nem para 0 filho herdeiro delia, antes da-
rão, e poderão dar e repartir todas as ditas
terras de sesmaria a quaesquer pessoas de qual-
quer qualidade, e condição que sejam, e lhe
bem parecer livremente sem foro, nem direito
algum, e somente o Dizimo a Deus, que serão
obrigados de pagar á Ordem de tudo o que nas
ditas terras houver segundo é declarado no fo-
ral: e pela mesma maneira as poderão dar e
repartir por seus filhos fora do morgado;
c assim por seus parentes; e porém aos ditos
seus filhos, e parentes não poderão dar mais
terra da que derem, ou tiverem dada a qual-
quer outra pessoa estranha, e todas as dilas ^^^8
terras, que assim der de Sesmaria a uns e
a outros será conforme a Ordem das Sesmarias,
e com obrigações dellas, as quaes terras o dito
Capitão nem seus Successores não poderão em
tempo algum tomar para si, nem para sua mu-
lher, nem filho herdeiro, como dito é, nem pol-as
em outrem1 por titulo para depois virem a elles
por modo algum' que seja, somente as poderão
haver de compra verdadeira das pessoas, que
lhas quizerem vender, passados oito annos
depois das taes terras serem aproveitadas e em
outra maneira não.
E outrosim lhe faço doação, e mercê de jure,
e herdade para sempre da metade da Dizima do
pescado da dita Capitania, que a mim' perten-
cer, porque a outra metade se ha de arrecadar
para mim segundo no foral é declarado, a qual
metade da dita Dizima se entenderá do pescado
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fora das
que se matar em toda a dita Capitania
dez Léguas do dito Capitão, porquanto as ditas
10 léguas de terra será livre, isenta, como já é
declarado.
E outrosim lhe faço doação, e jtriercê de juro,
e herdade para sempre da Redizima de todas as
rendas, e direitos, que á dita ordem, e a mim
de Direito na dita Capitania pertencer; que de
todo o rendimento, que a dita Ordem, e a Mim
couber assim das Dizimas, como de quaesquer
outras Dizimas, que é de dez partes uma.
E outrosim me praz por respeito do cuidado,
que o dito Capitão, e seus Successores hão de
ter de guardar, e conservar o Brasil, que na dita
terra houver de lhe fazer doação, e mercê de
jure. e herdade, para sempre da vintena parte
do que liquidam ente render para mim forro de
todas os custas o Brasil, que se da dita Capitania
trouxer a estes Reinos, e a conta do tal rendi-
mento se fará na Casa da Mina da Cidade de
Lisboa onde o dito brasil ha de vir, e na dita
Casa tanto que o Brasil fôr vendido, e arrecada-
do o dinheiro delle lhe será logo pago entregue
em dinheiro de contado pelo Feitor, e Officiaes
delia aquiilo que por boa conta na dita vintena
montar; e isto porquanto todo o Brasil que na
dita Capitania houver ha de' ser sempre meu,
e de meus Successores senr o dito Capitão, e Go-
vernador, nem outra alguma pessoa poder tratar
nelle, nem vendel-o para fora somente poderá
o dito Capitão., e assim os moradores da dita Ca-
pitania aproveitar-se do dito Brasil ahi na terra
no que lhe for necessário, segundo; é declarado
noj foral, e tratando nelle, ou vendendo para fora
incorrerão nas penas conteudas no dito foral.
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E outrosim me praz fazer doação, e, mercê


ao dito Capitão, e a seus Successores de juro,
e herdade para sempre que dos escravos, que
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elles resgatarem, e houverem na dita terra do ¦

Brasil possam mandar a estes Reinos' vinte e


quatro peças cada anno para fazer dellas o que
lhe bem vier, os quaes escravos virão ao porto
da Cidade de Lisboa, e não a outro nenhum por-
to, e mandará com1 elles Certidão dos Officiaes
da dita terra de como sâOr seus pela qual Cer-
tidão lhe serão cá despachados os ditos escravos
forros, e sem delles pagarem direitos alguns
nem cinco por cento, e alem destas vinte e
'
quatro peças, que assim cada anno poderá man-
dar forras, hei por bem, que possa trazer por
marinheiros, e grumetes em seus navios todos
os escravos, que quizerem, e lhe forem neces-,
sarios.
E outrosim me praz por fazer mercê ao dito
Capitão, e a seus Successores, e assim aos Se-
nhorios, e (moradores digo e assini aos Vizinhos,
¦——

e moradores da dita Capitania, que nella não


de sisas,
possa em tempo algum haver direitos
nem imposições, saboarias, tributos do Sal, nem
outros alguns Direitos, nem tributos de qual-
aquelles, que
quer qualidade, que sejam, salvo
ao presente
por bem desta doação, e do foral
são ordenados, que haja. ^
Item esta Capitania, e rendas, e bens delia
sue-
hei por bem, e me praz, que se herde, e
sempre
ceda de juro, e de herdade para todo
descendentes filhos,
pelo dito Capitão, e seus em-
e filhas legitimas, com tal declaração, que
varão no mesmo
quanto houver filho legitimo seja em maior
grau não sueceda filha posto que
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idade, que o filho, e não havendo macho, ou
havendo, e não sendo em tão propinquo grau
ao ultimo possuidor como a fêmea, que então
succeda a fêmea, e emquanto houver descen-
dentes legítimos, machos, ou fêmeas, que não
succedá na dita Capitania bastardo algum; e
não havendo descendentes machos, nem fêmeas
legítimos, então succederâo os bastardos machos,
e fêmeas, não sendo porém de damnado coito,
e succederâo pela mesma ordem dos legitimes
primeiro os machos, e depois as fêmeas em igual
grau, com condição, que se o possuidor da dita
Capitania a quizer antes deixar a um seu pa-
rente transversal, que aos descendentes bastar-,
dos quando não tiver legítimos o possam' fazer,
e não havendo descendentes machos, nem fe-
meas legítimos nem bastardos da maneira, que
dito é, em tal caso suecederá os ascendentes ma-
chos, e fêmeas primeiro os machos em defeito
delles as fêmeas e não havendo descendentes,
nem ascendentes succederâo os transversaes pelo
modo sobredito senrpre primeiro os machos que!
forem em1 igual grau, e depois as fêmeas, e nq
caso dos bastardos o possuidor poderá se qui-
zer deixar a dita Capitania a um transversal
legitimo, e tiral-a aos bastardos posto que sejam
descendentes em muito mais propinquo grau; e
isto hei assim por bem sem embargo da Lei
mental, que diz, que não suecedam fêmeas, neití
bastardos, nem transversaes nem1 ascendentes,
porque sem embargo de tudo me praz que nesta
Capitania suecedam fêmeas, e bastardos, não
¦
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sendo de coito damnado, e transversaes, e des-
eendentes, e do modo, que
já é declarado.

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E outrosim quero, e me praz, que em tempo
algum se não possa a dita Capitania, e todas as ¦

cousas, que por esta doação dou ao dito Pero JBBÊÊ——mfm^—mmfBKmfmmW':


:A\
'".
do Campo partir, nem escambar, espedaçar, nem >:
''' ' '
em outro modo alhear nem a Casamento a filho, '' .'*
ou filha, nem! a outra pessoa dar nem para tirar ¦ ..."¦.'¦

pae, ou filhos ou outra alguma pessoa de Captivo,


nem para outra cousa ainda que seja mais pie-
doso; porque minha tenção, e vontade é que
a dita Capitania} e cousas ao dito Capitão nesta
doação dadas andem sempre juntas, e se não
partam nem' alheiem em tempo algum, e aquel-
le que a (partir, ou alhear, ou despedaçar, ou der
em casamento, ou para outra cousa por onde
haja de ser partida ainda que seja mais piedosa ' -sM

por este mesmo feito perca a dita Capitania, e


passe direitamente aquelle a que houver de ir,
pela sobredita ordem de succeder, como se o tal
eme isto assim não cumprir fosse morto. ^***^B
ímmMm
E outrosim me praz, que por caso algum
de qualquer qualidade, que haja, que o dito Ca-
pitão commeta, por que segundo direito, e Lei
destes Reinos mereça perder a dita Capitania, ju-
risdição* Rendas delia a não perca seu Suecessor,
salvo se for traidor á Coroa destes Reinos; e em
todos os outros casos, que commeter será pu-
ilido quanto o crime obrigar; e porém o succes-
¦• '¦."¦jh-'
sor não perderá por isso a dita Capitania, ju- ..'. ¦

risdição, rendas, e Leis delia como dito é. -

Item me praz, e hei por bem, que o dito


Pero do Campo1, e todos seus Sueeessores a que
esta Capitania vier usem inteiramente de toda a
jurisdição, poder e alçada nesta doação con-
teuda, assim, e da maneira, que nella é declara-
do(; e pela confiança, que delle tenho, que guar***

'.-. ¦*
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266

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darão nisso tudo o que cumprir ao serviço de
Deus, e meuA e bem do pov-cy e Direito das par-
wIB&$ès^SBÊ*ÊêB£ê tes hei outrosim por bem!, e me praz, que nas
terras da dita Capitania não entrem nem pos-
':
~

¦'.-... ¦ '".. '¦•'¦'¦ ¦':


' '¦' - - '.<;
... \:

sam entrar em tempo algum Corregedores, nem


alçada, nem outra alguma Justiça possam usar
de jurisdição alguma por nenhuma via, nem
modo que seja, nem' menos será o dito Capi-
tão suspenso da di»a Capitania, e jurisdição dei-
Ia; e porém quando o dito Capitão cair em! ai-
gum erro, ou fizer cousa, que mereça, e deva
ser castigado, eu ou meus Successores o manda-
remos vir a nós para ser ouvido com' Justiça, e
lhe ser dada aquella pena, ou castigo, que de
direito por tai caso merecer.
Item esta mercê lhe faço como Rei, e Senhor
destes Reinos, e assim comto Governador, e per-
petuo Administrador, que sou da Ordem!, e Ca-
vali ária, e mestrado de Nosso Senhor Jesus
Christo, e por esta presente Carta dou poder,
e autoridade ao dito Pero do Campo, que elle
por si, e por quem lhe áprouVer possa tomar,
e tome a posse real, e corporal, e actual das ter-
ras da dita Capitania, e das rendas, e bens delia,
e de todas as mais cousas conteudas nesta doa-
ção, e usar de tudo inteiramente como se nel-
Ia contém, a qual doação hei por bem, quero, e
mando, que se cumpra, e guarde em todo, e por
todo com todaias cláusulas, condições, e decla-
rações nella conteudas, e declaradas, sem min-
gua nem desfallecimento algum, e para todo o
"
que dito é derrogo a Lei mental, e quaesquer
outras Leis, e Ordenações, direitos, glosas, e
costumes, que em contrario disto haja, ou possa
haver por qualquer via e modo, que seja, posto
^w^^p^^^^

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. - „'¦ A'"'-.

que fossem taes, que fosse necessário serem' aqui


expressas, e (declaradas de verbo ad verbum, sem'
embargo da Ord. do 2.° L.° tit. 49, que diz, que
¦

quando se às taes Leis, e Direitos derrogarem


se faça expressa menção dellas, e da substancia
dellas. E por esta prornetto ao dito Pero do Cam<-
po, e a todos seus Successores, que nunca em
tempo algum vá nem consulta ir contra esta
minha doaçãp em parte nem em1 todo, e rogo, e
encommendo a todos meus Successores, que a
cumpram, e mandem cumprir, e guardar; e as- ¦/ã;aiá"v
sim mando a todos meus Corregedores, Desem- A:A-

bargadores, Ouvidores, Juizes, e Justiças, e Of-


ficiaes, e pessoas de meus Reinos, e Senhorios,
que cumpram, e guardem, e façam cumprir, e
guardar esta min na Carta de doação, e todas .
as cousas nella conteudas sem' lhe nisso ser
posto, duvida, embargo nem contradição algu-
ma, porque assim é minha mercê, e por fir-
mezá dello lhe mandei dar esta Carta por mim
assignada, e sellada de meu Sello de chumbo, a
qual é escripta em três folhas com esta do meu
signa,!, e ;são todas assignadas ao pé de cada uma
por Dom Miguel da Silva Bispo de Vizeu domeu
Conselho, e meu Escrivão da Puridade, Manoel
da Costa a fez em Évora a vinte e sete dias de
Maio do Anno do Nascimento de Nosso Senhor
Christo de mil, e qdinnentos, e trinta e quatro.
E posto que no onzeno Capitulo desta Carta diga,
que faço doação, e mercê ao dito Pero do Cam-
po de juro, e herdade para sempre da metade da
Dizima do pescado da dita Capitania hei por
bem, que a dita iriercê não haja effeito, nem
tenha vigor algum, porquanto se viu, que não
da
podia haver a dita metade da Dizima por ser
'¦¦¦¦"

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— 26S-

Ordem; e porém' em lugar delia hei por bem, e


me praz de lhe fazer mercê de jure, e de herdade
para sempre, e da mesma Dizima dg dito pesca-
do, que tenho ordenado, que se mais pague na
dita Capitania além da Dizima inteira segundo
é declarado no foral da dita Capitania, a qual
meia dizima o dito Capitão, e todos seus her-
deiros, e snccessores a que esta Capitania vier
haverão, e arrecadarão para si segundo fôrma
do dito foral, e esta postula passará pela Chan-
cellaria e será registada ao pé do Registo desta
doação. Manoel da Costa a fez em Évora a sete
de Outubro de mil e quinhentos e trinta, e qua-
tro. Da qual Carta de Doação que assim está es--
cripta, e registada em a dita Chaneellaria por
parte do dito Pero do Campo Capitão me foi
pedido, que lhe mandasse dar o traslado delia
em uma minha Carta porquanto a própria, que
de mim houvera a tinha na dita Capitania, e
terra do Brasil, e tinha delia necessidade para
apresentar na Casa da índia, para si e outras
partes para se por ella ver, e saber a mercê,
que lhe assim tenho feito: e visto por mim seu
dizer e pedir lhe mandei aqui dar em' esta in-
corporada assim e da maneira, que se nella
continha, a qual mando, que em todo se lhe
cumpra, e guarde^ e dê tanta cumprida como se
daria á própria dó dito livro, porquanto foi com
ella concertada bem, e fielmente sem lhe ser pos-
ta duvida, nem embargo algum; porque assim
me praz. El-Rei o mandou pelo Doutor Álvaro ¦j
¦

Fernandes do seu Conselho, e seu Chanceller-


mor em todos seus Reinos, e Senhorios. Ber-
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M^-Mf^-^M^^M-^xffi .!V", nardo Belleago a fez em a Cidade de Lisboa aos
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vinte e um dias do mez de Junho Anno do Nas-


cimento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil,
e quinhentos, e trinta e oito.
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Traslado do Foral e Privilegio da Ca-


pitania de Porto Seguro do Brasil, que é
de Pero do Campo.

Dom João por graça de Deus l\ei de Por-


tugal, e dos Algarves daquehr- e dalem Mar em
África Senhor de Guiné, e da Conquista, Nave-
gação, Çommercio de Ethiopia, Arábia, Pérsia,
e da índia etc, A quantos esta minha Carta
virem faço saber que eu fiz ora doação, e mercê
a Pero do Campo Tourinho para elle e todos
seus filhos, netos, e herdeiros, e successores de
juro, e herdade para sempre da Capitania de
cincoenta léguas de terra na minha Costa do
Brasil na terra de Porto Seguro segundo mais
compridamente é conteúdo, e declarado na Carta
de doação, que da dita terra lhe tenho passado,
e por ser muito necessário haver ahi foral dos
Direitos, foros, tributos, e cousas, que se na
'dita
terra hão de pagar assim do que a mim, e
á Coroa de meus Reinos pertencer, como .do qüe
pertencer ao dito Capitão por bem da dita sua
doação; e eu havendo respeito a qualidade, da
dita;, e a se ora novamente, como porque se.
isto melhoor, e mais cedo faça, sentindo-o as--
sim por Serviço de Deus, e meu, e bem do,dito*
¦¦ ¦¦

Capitão, e moradores da dita terra, e por foi-


gar de lhes fazer mercê houve por bem1 de
mandar Ordenar, e fazer o ditojoral na forma,

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.. 270

maneira seguinte: Primeiramente o Capitão


_E_r__b____-_-_u-9 da dita Capitania e seus Successores darão, e
..
¦
repartirão todas as terras delia de sesmaria a
quaesquer pessoas de qualquer qualidade, e con-
dição, que sejam oomtanto que sejam christãos
livremente sem' foro, nem Direito algum somente
o Dizimo que serão obrigados a pagar á Orde-m'
Ho Mestrado de Nosso Senhor Jesus Christo de
todo o que pas ditas terras houver, as quaes
Sesmarias darão da fôrma, e maneira, que se
contém em minhas Ordenações, e não poderão
tomar terra alguma de Sesmaria para si, nem
da
para sua mulher, neto para o filho herdeiro,
dita Capitania; e porém podel-a^ão dar aos ou-
tros filhos, se os tiver que não forem herdeiros
da dita Capitania; e assim aos seus parentes,
como se em sua dOação contém; e se algum dos
filhos, que não forem herdeiros da dita Capi-
tania, ou qualquer outra pessoa tiver alguma
Sesmaria por qualquer maneira, que a tenha, a
vier herdar a dita Capitania será obrigado do
dia, que nella succeder, a um anno «primeiro se-
guinte de a largar, e traspassar a tal Sesmaria
em outra pessoa; e não a traspassando no dito
tempo perderá para mim a tal Sesmaria com
mais outro tanto preço, que mais ella valer; e
por esta mando a meu Feitor, ou Almoxarife,
que na dita Capitania por mito estiver, que em
tal caso lance logo mão da dita terra para mim,
e a faça assentar no Livro dos meus próprios,
e faça execução pela valia delia; e não o fazendo
assim hei por bem, que perca seu Officioi, e
me pague de sua Fazenda outro tanto quanto
montar na valia da dita terra. Havendo nas ter-
ras da dita Capitania costa, mares, rios, ba^
hias delia, qualquer sorte de pedrarias, pero- '¦''•*¦ *

Ias, aljofar, ouro, e prata, coraes, cobre, es-


tanho, e chumbo, e outra qualquer sorte de
metal pagar-se-á a mim o quinto do qual
quinto haverá o Capitão sua Dizima, como se
contém em1 sua doação,, e ser-lhe-á entregue a
parte, que lhe na dita dizima montar ao tempo
que se o dito quinto, e meus Officiaes para mim
arrecadar. O Páu do Brasil da dita Capitania,
c assim qualquer especiaria, ou drogaria de qual-
quer tonalidade, que seja, que nella houver oer
tencerá a mim, e será tudo sempre meu, e de
meus Successores, sem* o dito Capitão nem outra
alguma pessoa poder tratar nas ditas cousas,
nem em alguma dellas lá na terra, nem as pode-
rão vender, nem tirar para meus Reinos, e Se-
ntiorio., nem para fora delles sob pena de quem
o contrario fizer perder por isso toda a sua
fazenda para a Coroa do Reino», e será degreda-
do para á Ilha de São Thomé para sempre, e
dito
porém quanto ao Brasil hei por bem- que o
Capitão, e assim os moradores da dita Capitania
se possam aproveitar delle no que lhes assim
naiterra for necessário não sendo em o queimar;
porque queimando-o incorrerão nas sobreditas
penas.
De todo o pescado, que se na dita Capitania
Dizima
pescar não sendo á canna se pagará a
á Ordem, que.é de dez peixes um; e alem da
dita Dizima hei por bem, que se pague mais
meia Dizima, que! é de vinte peixes um; a qual
meia Dizima o Capitão da dita Capitania have-
rá, e arrecadará para si, porquanto lhe tenho
feito delia mercê. Querendo o dito Capitão, mo-
radores, e povoadores da dita Capitania trazer,

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272

ou mandar trazer pior si, ou por outrem a meus


Reinos, e Senhorios quaesquer sortes de merca-
dorias, que na dita terra, ou parte delia houver
tirando escravos, e outras cousas, que atrás são
defesas podel-o-ão fazer, e serão recolhidos, e
agasalhados em quaesquer partes, Cjjjdades, Vil-
Ias, ou lugares dos ditos meus Reinos, ou Senho-
rios, em que vierem1 aportar, e não serão cons-
trangidos a descarregar suas mercadorias, nem
as venderem em algum dos ditos Portos, Cidades,
e Villas contra suas vontades se para outras par-
tes antes quizerem ir fazer seus proveitos, e que-
rendo-as vender nos ditos lugares de meus Rei-
nos. ou Senhorios não pagarão dellas direitos
alguns somente as sisas áo que venderem, posto
que pelos foraes, Regimentos, ou Costumes dos
ditos lugares fossem obrigados a pagar outros
Direitos, ou tributos, e poderão os sobreditos
vender suas mercadorias a quem quizerem e
leval-as para fora do Reino se lhes bem vier
sem embargo dos outros foraes, Regimentos, ou
costumes, que etn contrario hajam.
Todolos navios de meus Reinos, e Senhorios,
que á dita terra forem com mercadorias, que
já cá tenham pagos os Direitas em munhas
Alfândegas, e mostrarem disso Certidão dos
meus Officiaes dellas não pagarão na dita terra
do Brasil direito algum, e se lá carregarem mer-
Cadorias da terra fora do Reino pagarão da sa-
hida Dizima assim da qual Dizima o Capitão
haverá uma Redizima como se contém em sua
doaçãoi; e porém trazendo as ditas mercadorias
para meus Reinos, ou Senhorios não pagarão
da sahida cousa alguma, e estes que trouxerem1
as ditas mercadorias para meus Reinos, ou Se-

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273-

nhorios serão obrigados de dentro de um anno


levar, ou enviar á dita Capitania Certidão dos
Officiaes de Minhas Alfândegas do lugar onde
descarregaram de como assim descarregaram em
meus Beinos, e as qualidades das mercadorias,
que descarregaram, e quantas são; e não mos-
trando ajdita Certidão dentro no dito tempo pa-
ou
garão a Dizima das ditas mercadorias,
daquella parte dellas, que nos ditos meus Reinos,
ou senhorios não descarregaram, assim', e da
maneira, que hão de pagar a dita Dizima na
dita Capitania se carregarem para fóraido Reino,
e se for pessoa, que não haja de tornar á dita
Capitania dará fiança ao que montar na dita
dizima no dito tempo de um anno mandar Cer-
tidão de como veiu descarregar em1 meus Reinos,
ou Senhorios; e não mostrando a dita Certidão
no dito tempo se arrecadará, e haverá para mim
a dita Dizima pela dita fiança.
fo-
Quaesqüer pessoas estrangeiras, que não
rem nahiraes de meus Reinos, ou Senhorios, que
á dita terra levarem, ou mandarem levar quaes-
de meus
quer mercadorias, posto que as levem
Reinos, ou Senhorios, e que cá tenham pago a
Dizima pagarão lá de entrada Dizima a mim das
mercadorias, que assim levarem; e carregando
na dita Capitania mercadorias da terra para
fora pagarão assim mesmo Dizima da sahida das
taes mercadorias, das quaes Dizimas o Capitão
haverá sua Redizima segundo se contém em
sua doação, e ser-lhe-á a dita Redizima entregue
se as ditas Di-
por meus Officiaes ao tempo que
zimas para mim arrecadarem. Do mantimento,
armas, artilharia, pólvora, salitre, enxofre, ehum-
de
bo, e quaesqüer outras cousas de munição

¦ ¦ -
ou nian-
guerra, que á dita Capitania levarem,
darem levar, o Capitão ou moradores delia, ou
como
quaesquer outras pessoas assim naturaes,
estrangeiros, hei por bem que se não paguem
direitos alguns, e que os sobreditos possam livre-
mente vender todas as ditas cousas, e cada uma
dellas na dita Capitania ao Capitão, e moradores,
e povoadores delia, que forem Christãos, e meus
Subditos.
Todalas pessoas assim de meus Reinos, e Se-
nhorios, como de fora delles, que á dita Capi-
tania forem não poderão tratar, nem- comprar
nem vender cousa alguma com os gentios da
terra, e tratarão somente com o Capitão, e po-
voadores delia comprando, vendendo, e resga-
tando com elles todo o que puderem haver; e
quem o contrario fizer hei por bem, que perca
em dobro todalas mercadorias, e cousas, que
com os ditos gentios contratarem, de que será
a terça parte para minha Câmara, è a outra
terça parte para quem os aceusar, e a outra par-
te para o Hospital, que na dita terra houvier, e
não no havendo assim digo ahi será para a
fabrica da Igreja delia.
Quaesquer pessoas, que na dita Capitania
navegarem seus navios serão obrigados antes
que comecem a carregar, e antes que saiam
fora da dita Capitania de o fazer saber ao
Capitão delia para prover e ver, que se não ti-
rem mercadorias defesas, nem partirão assim
mesmo da dita Capitania sem licença do dito
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Capitãq, e (não: o fazendo assim, ou partindo sem
a dita licença perder-se-ão em dobro para mim
todas as mercadorias, que carregarem, posto que
não sejam de fora; e isto porém se entenderá
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emquanto na dita Capitania não houver feito


Official, nem Deputado para isso, porque ha-
vendo-o ahi a elle se fará saber o que dito é,
c a elle ^pertencerá fazer as ditas diligencias, e
dar as ditas Licenças.
O Capitão da dita Capitania, e os moradores,
e povoadores delia poderão livremente, tratar
comprar, e vender suas mercadorias com os Ca-
pitaes das outras Capitanias, que tenho provido
na dita Costa do Brasil, e com os moradores e
povoadores dellas: a saber de umas Capitanias
para outras das quaes mercadorias, compras, e
vendas dellas não pagarão uns nem outros di-
reitos alguns.
Todo vizinho, e morador, que houver na
dita Capitania!, e for feitor, ou tiver companhia
com alguma pessoa, que viver fora de meus Rei-
nos ou Senhorios não poderá tratar com os
Brasis da terra, posto que sejam Christãos, e
tratando com elles hei por bem que perca toda
a fazenda com que tratar, da qual será um
terço para quem o accusar, e os dois terços
pára as obras dos muros das ditas Capitanias.
Os Aleaides-mores da dita Capitania, e das
Villas, e Povoações delia haverão, e arrecadarão
para si todos os foros direitos, tributos, que em
meus Reinos, e Senhorios por bem de minhas
Ordenações pertencerem, e são concedidos aos
Alcaides-mores., Nos Rios da dita Capitania que
houver necessidade de pôr barcas para passa-
gem delles o Capitão as porá, e levará delles
aqueile Direito, ou tributo, que lá em Câmara
for taxado, que leve sendo confirmado por mim.
Cada um dos Tabellíães do publico;, Judicial, e
Notas, que nas Villas, e Povoações, que na dita

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— 276
Ca-
Capitania houver será obrigado a pagar ao
de pensão em cada um
pitão quinhentos reis e povo da
anno. Os Povoadores, e moradores,
tempo de
dita Capitania serão obrigados em
o Capitão se lhe neces-
guerra servir nella com da dita
sario for: notifico-o assim ao Capitão
meu
Capitania, que ora é, e ao diante for, e ao
aos
Feitor, e Almoxarife, e Officiaes delia, e
Juizes.' Justiças da dita Capitania, e a lodalas
e
outras Justiças, e Officiaes de meus Reinos,
Senhorios assim da Justiça, como da Fazenda,
es-
e mando, a todos em geral, e a cada um em
e façam intei-
pecial, que cumpram!, è guardem,
ramente cumprir esta minha Carta de Foral as-
lhe
sim, e da maneira, que se nella contém, sem
a isto ser posto duvida, nem embargo algum,
e firmeza dello
porque assim é minha mercê, por
mandei passar esta Carta por mim assignada,
e sellada de meu Sello pendente, a qual mando
de minha Al-
que se registe no Livro do Registo
fandega, e assim nos Livros de minha Feitona,
e da dita Capitania, e pela mesma maneira se
registará nos Livros das Câmaras das Villas da
a
dita Capitania, e povoações delia para que
e
todos seja notório o conteúdo neste Foral,
de
se cumprir inteiramente. Dada em a Cidade
Évora a vinte e três do mez de Setembro, Dio-
de Nosso
go Lopes a fez. Anno do Nascimento
Senhor Jesus Christo de mil quinhentos e trinta,
e quatro annos.

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-277 ¦ i
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Traslado do Eoral da Capitania do Es-
pirito Santo, de que é Capitão Vasco Fer-
nandes Coutinho.

Dom João por graça de Deus Rei de Portu-


oal e dos Algarves daquem e dal em mar em
África Senhor de Guiné, e da Conquista, Nave-
Arábia, Pérsia
gaçãp Cõmmercio de Ethiopia,
e da índia etc.
A quantos esta minha Carta virem' faço sa-
ber, que eu fiz ora doação, e mercê a Vasco
Fernandes Coutinho Fidalgo de Minha Casa da
Capitania de eincoenta léguas de terra na minha
Costa do Brasil para elle, e todos seus filhos,
netos, herdeiros, e successores de juro, e de
herdade para sempre, segundo mais inteiramen-
te é (conteúdo, e declarado na Carta de Doação,
e por ser
que da dita terra lhe tenho passado*,
muito necessário haver ahi foral dos Direitos,
foros1, e tributos, e cousas, que se na dita ter-
ra hão de pagar, assim do que a mim,, e á Coroa
de meus Reinos pertencer, como do que perten-
cer ao dito Capitão por bem da dita sua doação
eu havendo respeito a qual idade da dita terra,
e a se- ora novamente ir morar, povoar, e apro-
veitar: e porque se isto melhor, e mais cedo
faça, sentindo-o assim por serviço de Deus, e
meu, e bem do dito Capitão, e moradores da
dita terra,; e por folgar de lhes fazer mercê hoti-
ve por bem de mandar ordenar, e fazer o dito
foral na fôrma e maneira seguinte.
dita
l.o) Item primeiramente o Capitão da
Capitania, e seus Successores darão, e reparti-
rão todas as terras de cada sesmaria a quaes-
e condição,
quer pessoas de qualquer qualidade,

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278 —

que sejam comtanto que sejam Christãos livre-


mente sehi foro nem direito algum' somente o
Dizimo, que serão obrigados de pagar á Ordem
do Mestrado de Nosso Senhor Jesus Christo de
todo o que nas ditas terras houver, as quaes Ses-
manas darão da fórm'a, e maneira, que se con-
tem em minhas Ordenações,, e não poderão to-
mar terra algumru de Sesmaria para si, nem p#ra
sua mulher, nem para o filho herdeiro da dita
Capitania; e porém podel-o-ão dar aos outros
filhos se os tiver, que não forem herdeiros da
dita Capitania, e assim aos seus parentes, como
se em sua doação contém); e se algum dos filhos,
que não forem herdeiros da dita Capitania, ou
qualquer outra pessoa tiver alguma Sesmaria
por qualquer maneira que a tenha vier a her-
dar a dita Capitania será obrigado do dia, que
nella succeder a um anno primeiro seguinte de
largar, e traspassar a tal Sesmaria em outra
pessoa; e não a traspassando no dito tempo
perderá para mim' a dita Sesmaria com mais
outro tanto preço, quanto ella valer; e por esta
mando ao meu feitor, ou Almoxarife que na
dita Capitania por mim' estiver que em tal caso
lance logo mão pela dita terra para mim', e a
faça assentar no Livro dos meus próprios, e
faça execução pela valia delia; e não o fazendo
assim hei por bem que perca o seu Officio, e
me pague de sua fazenda outro tanto montar
na valia da dita terra. '
2.°) Item havendo nas terras da dita Capi-
tania, Costa, mares, Rios e Bahias qualquer sor-
te de pedraria, pérolas, aljofar, ouro, prata, co-
ral, estanho, cobre, e chumbo, ou outra qual-
quer sorte de metal pagar-se-á a mim o quinto,

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"qual
do quinto naverá o Capitão sua dizima,
como se contém' em sua doação, e ser-lhe-á en-
tregue a parte, que lhe na dita Dizima montar
ao tempo que se o dito quinto por meus Offi-
e-iaes para mim1 arrecadar.
3.°) Item o páu do Brasil da dita Capita-
nia, e assim qualquer especiaria, ou drogaria
de qualquer qualidade, que seja, que nella hou-
ver pertencerão, e será tudo sempre meu, e de
meus successores sem1 o dito Capitão, nem outra
alguma pessoa poder tratar nas ditas cousas,
nem em alguma dellas lá na terra, nem1 as po-
derão vender, nem traspassar a meus Reinos, e
Senhorios, nem para fora delles, sob pena de
quem o contrario fizer perder por isso toda sua
fazenda para a Coroa do Reino, e ser degradado
para; a Ilha de São Thomé para sempre; e porém
quanto ao Brasilhei por bem, que o dito Capi-
tão, e assim os moradores da dita Capitania se
possam aproveitar delle no que lhes ahi na ter-
ra for necessário não sendo em o queimar, por
que queimando-o incorrerão nas sobreditas
penas.
4.o) Item de todo o pescado, que se na
dita Capitania pescar, não sendo á Canna se
pagará a Dizima á Ordem, que é de dez peixes
um, e além da dita Dizima, hei por bem que se
pague mais meia dizima, que é de vinte peixes
um, a qual meia Dizima o Capitão da dita Ca-
pitania .haverá, e arrecadará para si; porquanto
lhe tenho delia feito mercê.
5.o) Item querendo o dito Capitão, mora-
dores, e povoadores da dita Capitania trazer, ou
mandar trazer por si, oú por outremí a meus Rei-

nos, ou Senhorios qualquer sorte de mercado-
1

— 280

houver, li-
rias, que na dita terra, e partes delia
atrás
rando escravos, e as outras cousas que
recebidos,
são defesas podel-o-âo fazer, e serão
e agasalhados, em quaesquer portos, Cidades,
Se-
Villas, ou Lugares dos ditos meus Reinos, e
nhorios, em que vierem aportar, e não serão
constrangidos a descarregar suas mercadorias,
nem as vender em algum dos ditos Portos, Ci-,
dàdes Villas contra suas vontades se para outras
fazer seus proveitos,
parles antes quizerem ir
e querendo-as vender nos ditos lugares de meus
Reinos, ou Senhorios não pagarão dellas di-
reitos alguns somente a sisa do que venderem,
ou costumes
posto que pelos foraes, Regimentos,
dos taes lugares fossem obrigados a pagar ou-
tros direitos, ou tributos e poderão os sobredi-
tos vender suas mercadorias a quem quizerem,
e leval-as para fora do Reino se lhes bem vier
sem embargo dos ditos Foraes Regimentos, ou
costumes, que eto contrario haja.
6.°) Item todos os navios de meus Reinos,
e Senhorios que á dita terra forem coto merca-
dorias, de que já cá tenham pagos os direitos
em minhas Alfândegas, e mostrarem disso Cer-
tidão dos meus Officiaes dellas não pagarão na
dita terra do Brasil direito algum, e se lá carre-
Reino
garem mercadorias da terra para fora do
Di-
pagarão da sahida Dizima a mim', da qual
zima o Capitão haverá sua Redizima, como se
contém em sua doação; e porém trazendo as taes
mercadorias para meus Reinos, ou Senhorios
não pagarão da sahida cousa alguma, e estes
que trouxerem as ditas mercadorias para meus
Reinos ou senhorios serão obrigados de dentro
de um anno levar ou enviar á dita Capitania
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Certidão dos Officiaes de minhas Alfândegas do


lugar onde descarregarem, e de como assim des-
carregaram em meus Reinos, e as qualidades das
mercadorias, que descarregaram] e quantas eram,
c não mostrando! a dita Certidão dentro no dito
tempo pagarão a dizima das ditas mercadorias,
ou daquella parte dellas, que nos ditos meus Rei-
nos, ou Senhorios não descarregaram, assim, e
da maneira, que hão de pagar a dita Dizima na
dita Capitania se carregarem para fora do Reino,
e se for pessoa, que não haja de tornar á dita
Capitania dará lá fiança ao que montar na dita
Dizima para dentro no dito tempo de um anno
mandar Certidão de como veiu descarregar em
meus Reinos, ou Senhorios, e não mostrando a
dita Certidão no dito tempo se arrecadará, e
haverá para mimj a dita Dizima pela dita fiança.
7.o) Item quaesquer pessoas estrangeiras,
Reinos, ou Se-
que não forem naturaes de meus
nhorios que á dita terra levarem, ou mandarem
levar quaesquer mercadorias, posto que as le-
ca
vem de meus Reinos, ou Senhorios, e que
tenham pago dizima, pagarão lá da entrada di-
e
zima das mercadorias, que assim levarem,
da
carregando na dita Capitania mercadorias
terra para fora pagarão assim mesmo dizima
Di-
da sahida das taes mercadorias, das quaes
zimas o Capitão haverá sua Redizima segundo
se contém em sua doação, e ser-lhe-á entre-
Redizima entregue
gue digo, e ser-lhe-á a dita
se as ditas LU-
por seus Officiaes ao tempo que
zimas para mim arrecadarem. _,.
8 o) Item de mantimentos, armas, artilha-
ria, pólvora, salitre, enxofre, chumbo, e quaes-
de guerra, que
quer outras cousas de munições
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-282 —

á dita Capitania levarem:, ou mandarem levar,


o Capitão, e moradores deila ou quaesquer ou-
trás pessoas assim naturaes, como estrangeiros;
hei por bem;, que se não paguem direitos alguns
e que os sobreditos possam livremente vender
todas as ditas cousas, e cada uma dellas na dita
Capitania ao Capitão, e aos moradores, e povoa-
dores delia, que forem Christãos, e meus sub-
ditos.
9.°) Item todas as pessoas assim de meus
Reinos, e Senhorios, como de fora delles, que á
dita Capitania forem não poderão tratar nem
comprar, nem vender cousa alguma com os gen-
tios da terra, e tratarão somente com o Capitão,
e povoadores delia, comprando, e vendendo, e
resgatando com elles tudo o que puderem haver,
e quem o contrario fizer hei por bem, que per-
ca em dobro toda a mercadoria, e cousas, que
com os ditos gentios contratarem, de que será
a terça parte para minha Câmara; e a outra
terça parte para quem os aceusar, e a outra
terça parte para o Hospital, que na dita terra
houver, e não o havendo ahi será para a fabri-
ca da Igreja delia.
10.°) Item quaesquer pessoas, que na dita
Capitania carregarem seus navios serão obri-
gados antes que comecem carregar, e antes que
saiam fora da dita Capitania de o fazerem saber
ao Capitão delia para prover e ver que se não
tirem mercadorias defesas, nem par/tLão assim
mesmo da dita Capitania sem1 Licença do dito
Capitãoj, e não» o fazendo assim, ou partindo sem
w Licença do dito Capitão, perder-se-ão em dobro
para mim todas as mercadorias, que carregarem
posto que não sejam defesas; e isto porém se en-

'
-283 —

tenderá emquanto na dita Capitania não houver


leitor, ou Official meu deputado para isso, por-
que havendo-o ahi a elle se fará saber o que
dito é\;j e a elle se fará saber, digo, e a elle per-
tencerá fazer a dita diligencia, e dar as ditas
licenças.-
11.°) Item o Capitão da dita Capitania, e
os moradores delia poderão livremente tratar,
comprar, vender, suas mercadorias com os Ca-
pitães das outras Capitanias, que tenho pro-
vido na dita Costa do, Brasil, e com os morado-
res, e povoadores dellas a saber, de umas Capi-
taiiias para outras, das quaes mercadorias, com-
pras, e vendas dellas não pagarão uns, nem
outros direitos alguns.
12°) Item todo vizinho, e morador, que
viver na dita Capitania, e for feitor, ou tiver
companhia com alguma pessoa, que viva fora de
meus Reinos, ou Senhorios não poderá tratar
com os Brasis da terra, posto que sejam Chris-
tãos, e tratando com elles hei por bem que perca
toda a fazenda, com que tratar, da qual será
um terço para quem o accusar, e os dois terços
para as obras dos muros da dita Capitania.
13.°) Item os Aicaides-mores da dita Ca-
pitania, e das Villas, e Povoações delia haverão,
e arrecadarão para si todos os foros, direitos,
e tributos, que em meus Reinos, e Senhorios,
por bem de minhas Ordenações pertencerem, e
são concedidos aos Aicaides-mores.
14.0) item nos Rios da dita Capitania, era
que houver necessidade de p,ôr barcas para a
passagem delles o Capitão as porá, q levará dei-
Ias aquelle tributo, que lá em Câmara for ta-
xado, que o leve sendo confirmado por mim.
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-284-

Pu-
15 o) Item cada um dos Tabeüiães do
da
blico e Judicial, que nas Villas, e Povoações
dita Capitania houver será obrigado de pagar
em
ao dito Capitão quinhentos reis de pensão
cada um anno.
16.°) item os povoadores, moradores, e
obrigados em tem-
povo'de da dita Capitania serão o Capitão se
pp guerra de servir nella com
lhe necessário for: notnico-o assim ao Capitão
e a
da dita Capitania, que ora é, e adiante for,
e
meu Feitor, e Almoxarife, e Officiaes delia,
to-
aos Jui2e4 e Justiças da dita Capitania, e a
das as outras Justiças, e Officiaes de meus Rei-
nos,, e Senhorios assim da Justiça, como da Fa-
zenda; e jatando a todos em geral, e a cada um
em especial,, que cumpram, guardem, e façam
inteiramente cumprir, e guardar esta minha Car-
ta de foral assim, e da maneira, que se nella
contém,, sem lhe nisso ser posto duvida, nem em-
bargo algum; porque assim é minha mercê; e
Carta por
por firmeza dello mandei passar esta
mim assignada, e sellada de meu Sei 1q,pendente;
a qual mando, que se registe no Livro dos Re-
e assim
gistos da minha Alfândega de Lisboa,
nos Livros de minha Feitoria da dita Capitania,
e pela mesma maneira se registará nos Livros
da Câmara das Villas, e Povoações da dita Capi-
tania para que a todo-s seja notório o conteúdo
neste foral, e se cumprir inteiramente. Dada na
aos sete dias do mez de Ou-
Cidade de Évora 'Nascimento
tubro Anno do de Nosso Senhor
Jesus Christo de mil quinhentos, e trinta, e
quatro. Pero de Mesquita a fez.
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285-

Traslado da Doação da Capitania do Es-


pirito Santon, de que é Capitão Vasco Per-
nandes Coutinho.

Dom João por graça de Deus Rei de Portu-


gal, e dos Algarves dâquem e dalem Mar em
África, Senhor de Guiné, e da Conquista Nave-
gação, Commercio de Ethiopia, Arábia, Pérsia,
e da índia etc. A quantos esta minha Carta virem
faço saber, que considerando eu quanto ser-
viço de Deus, e meu, e bem de meus Reinos,
e Senhorios, e dos naturaes, e subditos delles,
e ser a minha Costa, e terra do Brasil mais po-
voada, do que até agora foi assim para se nella
haver de celebrar o Culto, e Officios Divinos,
e se exalçar a nossa Santa Fé Catholica com
trazer, e jprovotear a eila os naturaes da dita ter-
ra, Infiéis, e Idolatras, como por o muito provei-
to, que se seguirá a meus Reinos, e Senhorios,
e Subditos delles de se a dita terra povoar, e
aproveitar houve por bem de a mandar repartir,
e ordenar em Capitanias de certas, era certas
léguas para dellas prover aquellas pessoas, que
me bem parecer pelo qual esguardando eu os
muitos serviços, que Vasco Fernandes Couti-
nho Fidalgo a El-Rei meu Senhor, e Padre quê
Santa Gloria haja, e a Mim tem feito assim* nes-
tes Reinos como em África, e nas partes da índia
onde serviu em muitas cousas, que se nas ditas
de si mm
partes fizeram, nas quaes deu sempre mercê de
boa conta. E por folgar de lhe fazer
meu próprio moto, certa sciencia, poder Real,
e absoluto sem mo elle pedir, nem' ou^rem por
efteito
elle: Hei por bem de lhe fazer, como de
mercê, e irrevogável
por esta presente Carta faço
doação entre vivos valedora deste dia para todo
sempre de juro, e herdade para elle, e todos
seus filhos, netos, e herdeiros, e successores,
descendentes, como
que após elle vierem assim'
transversaes, e collateraes segundo adiante irá
declarado de cincoenta léguas de terra na dita
Costa do Brasil as quaes se começarão na parte
onde acabarem as cincoenta léguas de que te-
nho -feito mercê a Pedro de Campo Tourinho,
e correrão para a banda do Sul tanto quanto
couber nas ditas cincoenta léguas, entrando
nesta Capitania quaesquer Ilhas, que houver até
dez léguas ao, mar,, na frontaria, e detoartíação
destas cincoenta léguas se entenderão*, e serão
de largo ao longo digo léguas de que assim
faço mercê ao dito Vasco Fernandes, as quaes
cincoenta léguas se entenderão, e serão de largo
ao longo da Costa, e entrarão na mesma largura
tanto quanto
pelo Sertão, e terra firme a dentro
Conquista da
puderem entrar, e for de minha
lhe assim
qual terra pela sobredita demarcação
faço doação, e mercê de jure, e herdade para
todo sempre, como dito é. B quero, e me praz
seus her-
que ao dito Vasco Fernandes e a todos
herdeiros, e Successores, que a dita terra herda-
rem e isuccederem se possam chamar, e chamem
Capitães, e Governadores delia.
l.o) Outrosim lhe faço doação, e mercê de
elle,
jure-, e de herdade para todo sempre para so-
e seus descendentes, e successores no modo
bredito da jurisdição Civel, e Crime da dita
terra, da qual elle dito Vasco Fernandes, e seus
herdeiros, e Successores usarão na fôrma, e ma-
neira seguinte.

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—287-

2.°) Poderá por si, e por seu Ouvidor estar


á eleição dos Juizes, e Officiaes, e a limpar, e
apurar as pautas„ e passar Cartas de Confirma-
ção aos ditos Juizes;, e Officiaes, os quaes se cha-
marão pelo dito Capitão, e Governador, e porá
elle Ouvidor, que poderá conhecer de acções
novas a dez léguas onde estiver, e de appella-
ções, e aggravos conhecerá em toda a dita Ca-
pitania, e governança, e os ditos Juizes darão
appellação para o. dito' seu Ouvidor nas quantias,
eme mandam minhas Ordenações; e do eme o
o dito seu Ouvidor julgar assim por aeçáo nova,
como por appellação. e aggravo, sendo em cau-
sas Civeisi, não haverá appellação, nem aggravo,,
até quantia de cem mil reis, e dahi para cima
dará appellação á parte, que quizer apellar.
3.°) Ê nos casos Crimes hei por bem, que
o dito Capitão,, e Governador, e seu Ouvidor te-
nham jurisdição, e alçada de morte natural in-
clusive em escravos, e gentios, e assim mesmo
em peões Christãos homens livres em1 todos os
casos assim para absolver como para condemnar
sem haver appellação;, nem1 aggravo; e porém
nestes quatro casos seguintes: Heresia,, quan-
do| o herético lhe fôr entregue pelo Eeclesiástico;,
e traição, e sodomia, e moeda falsa, terão ai-
cada em toda a pessoa de qualquer qualidade,
que seja para condemnar os culpados á morte,
e dar suas sentenças a execução sem appellação,
nem aggravo. E porém nos ditos quatro casos
para absolver de morte darão appellação, e ag-
gravo, e appellação por parte da Justiça.
4.°) Outrosim me praz, que o dito seu Ou-
vidor possa conhecer das aüpellações, e aggra-
vos, que a elle hpuverem de ir em qualquer Vil- ¦ :¦. :,i£

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em que estiver
Ia ou lugar da dita Capitania*
desse lugar onde
posto que seja muito apartado na própria Ca-
assim estiver eomtanto que seja
Governador poderá
pitania; e o dito Capitão, e Ouvidor, e Es-
pôr meirinho dante o dito seu necessa-
crivães e outros quaesquer Officiaes na Cor-
rios e'costumados nestes Reinos assim Villas,
as
reição da Ouvidoria, como em todas
o dito Ca-
e lugares da dita Capitania. E serão
Successores obri-
pitão e Governador, e seus
for povoada em tanto
gados quando a dita terra Ouvidor
crescimento, que seja necessário outro Successo-
de o pôr onde por mim, ou por meus
res for ordenado. ... nCapi-•
50) E outrosim me praz, que o dito
tão Governadora todos seus Successores possam
por si fazer Villas todas, e quaesquera .ellespoivoaçoes,
e lhe pare-
que se na dita terra fizerem, \ u-
cer, que o devem ser, as quaes se chamarão e in-
Ias, e terão termo, e jurisdição, Liberdades de
signias de Villas segundo foro-, e costume
meus Reinos. E isto porém se entendera, que
das
poderão fazer todas as villas, que quizerem
longo da Costa dja
povoações, que estiverem ao
dita terra, e dos rios, que se navegarem, porque
Sertão as nao
por dentro da terra firme pelo seis léguas de
de
poderão fazer menos espaço menos
uma a outra para que possam ficar ao das
três léguas de terra de termo a cada uma as
ditas villas. E ao tempo, que assim fizerem
ditas Villas, ou cada uma dellas lhe limitarão, depois
e assignarão logo termo para éllas, e daua
não poderão da terra que assim tiverem minha
Villa sem'
por termo fazer mais outra
licença. ^
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6.°) E outrosim me praz», que o dito Capi-
tãoi, e GoVern adore todos seus Successores a que
esta Capitania vier possam novamente criar, e
prover por suas Cartas os Tabelliães do Publico,
é Judiciais, que lhes parecer necessários nas
Villas, e povoações da dita terra assim agora,
como pelo tempo em diante, e lhe darão suas
Cartas assignadas por elles, e selladas com seu
sello, e lhes tomarão juramento, que sirvam
seus Officios bem e verdadeiramente, e os ditos
Tabelliães servirão pelas ditas Cartas sem mais
tirarem outras de minha Chancellaria; e quan-
do os ditos Officios vagarem por morte, ou re-
nunciação, ou por erros de se assim1 é os pode-
rão isso mesmo dar, e lhes darão os Regimentos
por onde hão de servir conforme aos de minha
Chancellaria: B hei por bem, que os ditos Ta-
belliães se possam chamar, e chamem pelo dito
Capitão, e Governador, e lhe pagarão suas pen-
soes segundo fôrma do foral, eme ora para a
dita terra mandei fazer, das quaes pensões lhe
assim mesmo faço doação, e mercê de jure, e
de herdade para sempre.
7.o) E outrosim lhe faço doação, e mercê
de jurie^ e de herdade para sempre das Alcaidar
rias-mores de todas as ditas Villas, e Povoações
da dita terra com todas as rendas, foros, e tri-
butos, que a ellas pertencerem segundo, são, es-
criptas, e declaradas no Foral, as quaes o dito
Capitão, e Governado^, e seus Successores haye-
rão5 e arrecadarão para si no modo e maneira
no dito foral conteúdo, e segundo fôrma delle, e
as pessoas a que as ditas Alcaidarias-mores To
rem entregues da mão do dito Capitão, e Gover-

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— 290 —

nador, elle lhes tomará homenagem dellas, se-


Ordenações.
gundo' forma de minhas
t8.o) E outrosim me praz por fazer mercê
ao dito Vasco Fernandes, e a todos seus Succes-
sores a que esta Capitania, e Governança vier
de jure, e de herdade para sempre, que elles
tenham, e hajam todas as moendas dágua, mari-
nhas dc sal, e quaesqüer outros engenhos de
na dita Ca-
qualquer qualidade, que sejam, que
fazer: hei por
pitania!, e Governança se puderem
bem que pessoa alguma não possa fazer as ditas
moendas, marinhas, nem Engenhos senão o dito
Capitão^ e Governador, ou aquelles a que elle
aquel-
para isso der Licença, de que lhe pagarão
le foro, ou tributo, que se com elles concertar.
9.o) E outrosim lhe faço doação, e mercê de
leguís de
jure, e herdade para sempre de dez
terra ao longo da Costa da dita Capitania, e go-
vernança, que entrarão pelo Sertão, e terra fir-
me tanto quanto puderem entrar, e for de minha
Conquista, a qual terra será sua livre, e isenta
sem delia pagar foro, tributo, nem Direito algum
somente o Dizimoi á Ordem, e Mestrado de Nos-
so Senhor Jesus Christo, e dentro de vinte annos
do dia, que o dito Capitão, e Governador tomar
as
posse da dita terra, poderá escolher e tomar
ditas dez léguas de terra em qualquer parte, que
mais quizer, não as tomando pocém juntas se-
não repartidas em quatro, ou cinco partes, e
não sendo de uma a outra menos de duas léguas,
as quaes terras o dito Capitão, è Governador, e
seus Successores poderão arrendar e aforar em
fatiota, ou em pessoas, ou como quizerem, e lhes
bem vier, e pelos foros e tributos que. quizerem,
e as ditas terras não sendo aforadas, ou as ren-

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-291-

dás dellas quando o forem virão sempre a quem


sueceder a dita Capitania, e governança pelo
modo nesta doação conteúdo, e das novidades,
que Deus nas ditas terras der não será o dito Ca-
pitãOí, e Governador, nem as pessoas, que de
suas mãos as tiverem, ou trouxerem obrigados
a me pagar foro nem direito algum somente o
Dizimo de Deus á Ordem,, que geralmente se ha
de pagar em todas as outras terras da dita Capi-
tania, como adiante irá declarado.
10.°) Item o dito Capitão, e Governador,
nem os que após elie vierem não poderão to-
tomar terra alguma de sesmaria na dita Capi-
tania para si nem para sua mulher, nem para o
filho herdeiro delia, antes darão., e poderão dar,
e repartir todas as ditas terras de Sesmaria a
quaesquer pessoas de qualquer qualidade, e con-
dição, que seja> e lhes bem parecer livremente
sem foro, nem direito algum somente o Dizimo
de Deus, que serão obrigados de pagar á Ordem
de todo o que nas ditas terras houverem se-
gundo é declarado rio foral, e pela mesma ma-
neira as poderão dar, e repartir em seus filhos
fora do morgado, e assim por seus parentes; e
porém aos ditos seus filhos, e parentes não po-
derão dar mais terra da que derem, ou tiverem
dada a qualquer outra pessoa estranha, e todas
as ditas terras, que assim der de Sesmaria a uns,
e a outros será conforme a Ordenação das Ses-
maria, e com a obrigação dellas, as quaes
terras o dito Capitão, e Governador e seus
Successores não poderão em tempo algum to-
mar para si, nem para sua mulher, nem filho
herdeiro como dito é, nem pol-as em outrem
para depois virem a elles por modo algum, que

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seja, somente as poderão haver por titulo de


compra verdadeira das pessoas, que lhas qui-
zerem vender passados oito annos depois de as
taes terras serem aproveitadas, e enl outra ma-
neira não.
ll.o) Outrosim lhe faço doação, e mercê
de juro e ide herdade para sempre da metade da
Dizima do pescada da dita Capitania, que a mim
se ha de ar-
pertencer, porque a outra metade
recadar para mim segunda no Foral é declara-
do, a qual metade da dita Dizima se entenderá
do pescado, que se matar em toda a dita Capi-
tania fora das dez léguas do dito Capitão; por-
sua livre, e
quanto as ditas dez léguas de terra é
isenta segundo atrás é declarada.
12.°) Outrosim lhe faço doação, e mercê
de jure, e de herdade para sempre da Redizima
de todas as rendas, e direitas, que á dita Ordem
e a mim de Direito na dita Capitania pertence-
rem a saber: que de todo o rendimento, que á
dita Ordem, e a (mim couber, assim dos Dizimas
como de quaesquer outras rendas ou direitos
de qualquer qualidade,, que sejam haja o dito
Capitão e Governador, e seus successores uma
Dizima, quo é de dez partes uma.
13.o) Outrosim me praz por respeito do
cuidado, que o dito Capitão, e Governador, e
seus Successores hão de ter de guardar, e con-
servar o Brasil, que na dita terra houver de lhe
fazer doação, e mercê da vintena parte do que
liquidamente render para mim forro de todos
os custos o Brasil, que se da dita Capitania
trouxer a estes Reinos, e a conta do tal rendi-
mento se fará na Casa da Mina da Cidade de
Lisboa onde o dito Brasil ha de vir; e na dita

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— 293 —

Casa tanto que o Brasil for vindo, e arrecadado


o dinheiro delle lhe será Jogo.pago, e entregue
em dinheiro de contado pelo Feitor, e Officiaes
delia aquillo que por boa conta na dita vintena
montar; e isto porquanto todo o Brasil, que na
dita terra houver ha de ser sempre meu e de
meus Successores, sem o dito Capitão e Gover-
nador, nem outra alguma pessoa poder tratar
nelle. nem vendel~o para fora; somente poderá
o dito Capitão, e assim os moradores da dita Ca-
pitania aproveitar-se do dito Brasil ahi na ter-
ra, no que lhes for necessário, segundo é decla-
rado no foral; ,e tratando nelle, ou vendendo-o
para fora incorrerão nas penas contendas no
dito foral.
14.°) E outrosim me praz fazer doação, e
mercê ao dito Capilão, e Governador, e a seus
Successores de jure, e de herdade para sempre,
que dos escravos, que elles resgatarem, e liou-
verem na dita terra do Brasil possam mandar
a estes Reinos vinte e quatro peças cada annoi
para fazer dellas o que lhes bem. vier, os quaes
escravos virão ao porto da Cidade de Lisboa,
e não a outro nenhum porto, e mandará com1
elles Certidão dos Officiaes da dita terra de
como são seus, pela qual Certidão lhe serão cá
despachados os ditos escravos forros sem dei-
les pagar direitos alguns nem cinco por cento;
e além destas vinte e quatro peças, que assim
cada anno poderá mandar forras, hei por bem
e grumetes
que possam' trazer por marinheiros,
em seus navios todos os escravos, que quize-
rem, e lhe forem necessários.
15.°) Outrosim me praz por fazer mercê
ao dito Capitão! e Governador e a seus Successo-
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res. e iassim aos vizinhos, e moradores da dita Ca-


pitania que nella não possa em tempo algum
haver direitos de sisa nem imposições saboa-
rias, tributos de sal, nem outros alguns di-
rei tos, nem tributos de qualquer qualidade que
sejam salvo aquelies que por bem, desta doação,
e do foral ao presente são ordenados, que haja.
16.°) Item esta Capitania, e governança, e
Rendas, e Bens delia hei por bem, e me praz,
que se herde, e suceeda de juro e herdade para
todo sempre pelo dito Capitão, e Governador, e
seus descendentes, filhos, e filhas legitimos, com
tal declaração que emquanto houver filho le-
gitimo, varão no mesmo grau, não suceeda fi-
lha. posto que seja em maior idade, que o filho,
e não havendo macho, ou havendo-o, e não
sendo em tão próximo grau ao ultimo possuidor
como a fêmea, que então suceeda a fêmea; e
emquanto houver descendentes legitimos ma-
chos, ou fêmeas, que não suceeda na dita Capita-
nia bastardo algum, e não havendo descendentes
machos, ou fêmeas legitimos então suecederão
os bastardos, machos, e fêmeas, (não sendo po-
réin de damnado coito) e suecederão pela mes-
ma Ordem dos Legitimos primeiro os machos,
e depois as fêmeas em igual grau, com tal con-
dição, que se o possuidor da dita Capitania a
quizer antes deixar a um seu parente transver-
sal, que aos descendentes bastardos, quando não
tiver legitimos o possa fazer, e não havendo
descendentes machos, nem fêmeas legitimos, nem
bastardos da maneira, que dito é em tal caso
suecederão os ascendentes machos, e fêmeas, pri-
meiro os machos, e em defeito as fêmeas, e não
havendo descendentes, nem ascendentes suece-

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derão os transversaes pelo modo sobredito sem-
em igual
pre primeiro os machos, que forem'
gráúj. e depois as fêmeas, e no caso dos bastar-
dos o possuidor poderá se quizer deixar a dita
Capitania a um transversal legitimo, e tirai-a
aos bastardos, posto que sejam descendentes em'
muito mais próximo grau, e isto hei assim por
bem sem embargo da Lei mental, que diz que
não suceedam fêmeas, nem bastardos, nem trans-
versaes, nem ascendentes; porque sem embar-
sue-
go de todo me praz, que nesta Capitania
cedam fêmeas, e bastardos, não sendo de coito
damnado, e transversaes, e ascendentes do modo
(pie já é declarado.
17.°) E outrosim quero, e me praz, que
em tempo, algum se não possa a dita Capitania,
e governança, e todas as cousas, que por esta
doação, dou ao dito Vasco Fernandes partir,
nem escambar, espedaçar, nem' em outro modo
em alhear, (sic) nem em casamento a filho ou
filha nem outra pessoa dar, nem1 para tirar pae,
ou filho, ou outra alguma pessoa de captivo,
nem para outra cousa ainda que seja mais pie-
dosa porque minha tenção, e vontade é que
a dita Capitania, e governança, e cousas ao dito
Capitão, e Governador nesta doação dadas, an-
dem sempre juntas, e se não partam, nem alie-
nem em tempo algum; e aquelle que a partir,
ou alienar, ou despedaçar, e ou der em casa-
'para outra cousa
mento, ou por onde haja de
ser partida ainda que seja mais piedosa, por
esse mesmo feito perca a dita Capitania, ou
aquelle a cjue
governança, e passe direitamente
houvera de ir pela Ordem de succeder sobredda,
se o tal, que isto assim não cumprir fosse morto.

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— 296

18°) Outrosim me praz, que por caso ai-


gum de qualquer qualidade que seja, que o dito
Capitão commeta, por que segundo direito, e
leis destes Reinos mereça perder a dita Capi-
tania, governança, jurisdição, e rendas delia, a
não perca seu successor, salvo se fôr traidor á
Coroa destes Reinos, e em todos os outros casos,
que com meter será punido quanto o crime o
obrigarj e [porém seu Successor não perderá por
isso a dita Capitania, governança, jurisdição,
rendas, e bens dellas, como dito é.
19.°) Item me praz, e hei por bem, que o
dito Vasco Fernandes, e todos seus Successores
a que esta Capitania, e governança vier usem
inteiramente de toda a jurisdição, poder, e ai-
cada nesta doação oonteuda assim, e^da mJanei-
ra, que nella é declarado; e pela Confiança que
delles tenho, que guardarão nisso tudo o que
cumprir ao serviço de Deus e meu, e bem do
povo, e direito das partes: hei outrosim por
bem, e me praz, que nas terras dá dita Capita-
nia não entrem, nem1 possam entrar em tempoi
algum Corregedor, nem alçada, nem outras ai-
gumas Justiças para nella usar de jurisdição
alguma por nenhuma via, nem modo, que seja,
nem menos será o dito Capitão suspenso da dita
Capitania, e governança, e jurisdição delia: e
porém quando o dito Capitão cair em algum1
erro, ou fizer cousa por que mereça, e deva
ser castigado, eu ou meus Successores o manda-
remos vir a nós para ser ouvido com sua justiça,
e*lhe ser dada aquella pena, ou castigo, que por
Direito por tal caso merecer. <
20.°)^ Item esta mercê lhe faço como Rei, e
Senhor destes Reinos;. e assim como GotVerna-
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dor, e perpetuo Administrador, que sou da Or-
dem, e Cavallaria do Mestrado de Nosso Se-
nhor Jesus Christo. E por esta presente Carta
dou poder, e autoridade ao dito Vasco Fernan-
des, que elle por si, ou por quem lhe aprouívter
possa tomar, e tome a posse real, corporal, e
actual das terras da dita Capitania, e governan-
çaj, e das rendas, e bens delia, e de todas; as mais
cousas conteudas nesta doação,. e use de tudo
inteiramente como se nella contém; a qual doa-
ção hei por bem, quero, e mando, que se cum-
pra, e guarde em todo;, e por todo com todas as
cláusulas, condições, e declarações nel'a conteu-
das, e declaradas, sem mingua, nem desfalleci-
mento algum; e para todo o que dito é derogo
a Lei mental, e quaesquer outras Leis, Ordena-
ções, Direitos, glosas, e costumes, que em con-
trario disto haja, ou possa haver, por qualquer
via, ou modo que seja, posto que sejam taes,
que fosse necessário serem aqui expressas, e
declaradas de verbo ad verbum, sem embargo
da Ordenação do Segundo Livro titulo quarenta
e nove, que diz, que quando se as taes Leis, e di-
reitos derogarem, se faça expressa menção dei-
Ias, e da substancia dellas e por esta prometto
ao dito Vasco Fernandes, e a todos seus Succes-
sores, que nunca em tempo algum vá nem con-
sinta ir contra esta minha doação em parte, .- ... ';
nem em todo; e rogo, e encommendo a todos
meus Successores, que lha cumpram, e mandem
cumlpriri, e guardar, e assim; mando a todos meus
J
\
,;
¦ ¦ -.
a Corregedores., Desembargadores, Ouvidores, Jui-
zes, Justiças, Officiaes, e pessoas de meus Rei-
nos,, e Senhorios, que cumpram', e guardem1, e
façam cumprir, e guardar esta minha Carta de
HBe^e^Be^e^e^HHHe^fl
, •

298

doação, e todas as cousas nella conteudas, sem


lhe nisso ser posto, duvida, embargo, nem con-
tradição alguma, porque assim é minha mercê.
E por firmeza de todo lhe mandei dar esta Carta
por mim assignada, e sellada de meu sello de
chumbo,, a qual é escripta eni quatro folhas com
esta do meu signal, e são todas assignadas ao pé
de cada lauda por Dom Miguel da Silva Bispo
de Vizeu meu Escrivão da Puridade, e do meu
Conselho. Manoel da Costa a fez em Évora ao
primeiro dia do mez de Junho Anno do Nasci-
mento de Nosso Senhor Jesus Christo ""de•>' mil,
quinhentos, e trinta, e quatro.

Traslado da Postula, que está até a


subscripção.
E posto que no décimo Capitulo desta Carta
diga que faço doação, e mercê ao dito Vasco! Fer-
nandes Coutinho de jure, e de herdade para sem-
pre da metade da Dizima do pescado da dita
Capitania; hei por bem, que a tal mercê não
haja effeito, nem tenha vigor algum', porquanto
se viu que não podia haver a dita metade de
Dizimt? por ser da Ordem, e em satisfação dei-
Ia me praz de lhe fazer, como dè feito por esta
presente faço doação, e mercê de jure, e de her-
dade para sempre da outra metade da dizima do
mesmo pescado, que tordenei, que se mais pa-
gasse alem da Dizima inteira, segundo é decla-
rado no Foral da dita Capitania; a qual metade
da Dizima do dito pescado o dito Capitão, e to-
dos seus herdeiros e successores a que a dita
Capitania vier haverão, e arrecadarão para si

¦i-..
. ., Spfi

no modo, e maneira contenda no dito Foral,


e segundo forma delle, e esta postula passará
pela Chancellaria, e será registada ao pé do
Registo desta doação. Manoel da Costa a fez
em Évora a vinte e seis dias de Setembro de
mil quinhentos, e trinta, e quatro. •

Traslado da Doação da Capitania de


São Vicente, de que é Capitão Maríim Af-
fonso de Souza.
Dom João por graça de Deus Rei de Por-
tugal, e dos Algarves daquem, e daleto Mar em
Al rica Senhor de Guiné, e da Conquista íNave-
gação, Commercio de Ethiopia, Arábia, Pérsia,
e da índia etc. A quantos esta minha Carta vi-
rem. Faço saber, que considerando eu quanto
Serviço de Deus, c bem de meus Reinos e Se-
nhorios, e dos naturaes, e subditos delles e ser
a minha Costa (e terra do Brasil mais poivoada
do que até agora foi, assim para se nella haver
de Celebrar o culto,; e Officios Divinos, e se
exalçar a nossa Santa Fé Catholicla em trazer,
e provocar a ella os naturaes da dita terra, In-
fieis, idolatras, como pelo muito proveito, que
se seguirá a toeus Reinos, e Senhorios, e aos na-
turaes, e Subditos delles de se a dita terra po-
voar, e aproveitar'houve por bem de a miandar
repartir, e ordenar em Capitanias de certas em'
certas léguas para dellas prover aquellas pes-
soas, que me bem parecer pêlo qual esguar-
dando eu a criação,; que fiz em Martito Affonso
de Souza do meu Conselho, e aos muitos ser-
viços, que me tem1 feito, e ao diante espero, que

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-300-
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fará; e por folgar de lhe fazer mercê de meu


Poder Real, e ab-
próprio moto, certa sciencia,
soluto sem mo elle pedir, nem outrem por elle
I hei por bem, e m'e praz de lhe fazer, como de
feito por esta presente carta faço mercê, e ir-
revogavel doação entre vivos valedora deste dia
elle
para todo sempre de jure, e herdade para
e todos seus filhos, netos, herdeiros, e Successo-
res, que após elle vierem ascendentes, como
transversaes, e collateraes, -segundo irá decla-
rado de Cem léguas de terra na dita Costa do
Brasil repartidas nesta maneira: a saber cin-
coenta, e cinco léguas, que começarão de treze
léguas ao Norte do Cabo Frio, e acabarão no
Rio Curpare, e do dito Cabo Frio, começarão
as ditas treze léguas ao longo da Costa para a
banda do Norte, e no Cabo dellas se porá um
uma
padrão das minhas armas, e se lançará
linha pelo rumo de Nordeste até altura de vinte
e um graus, e desta dita altura se lançará outra
linha, que corra direitamente a loeste, e se porá
outro padrão da banda do Norte do dito Rio
de Curpare e se lançará uma linha pelo rumo de
Noroeste até altura de vinte e três, graus, e
desta altura cortará a linha direitamente a Lo-
este, e as quarenta, e cinco léguas, que fallecem
começarão do Rio de São Vicente, e acabarão
doze léguas ao Sul da Ilha de Cananéa, e no
Cabo das ditas doze léguas se porá um padrão
e se lançará uma linha, que virá direitamente a
Loeste do dito Rio de São Vicente no braço da
banda do Norteie se porá um padrão, e. se lan-
çaná uma Linha que corra direitamente a Loeste,
e serão do dito Martim Affonso quaesquer Ilhas,
que houver até dez Léguas ao mar na frontaría,

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e demarcação das ditas cem léguas, as quaes


cem léguas se entenderão, e serão de largo* ao
longo da Costa, e entrarão pelo Sertão, e terra
firme a dentro tanto quanto puderemi entrar, e
for de minha Conquista, da qual terra, e Ilhas
doação e
pelas ditas demarcações lhe assim' faço
mertíê de jure, e de herdade para todo sempre,
como dito é, e quero, e me praz, que o dito .Mar-
tim Affonso, e todos seus herdeiros, e Succes-
sores, que a dita terra herdarem-, e suceederem
se possam chamar, e chamem Capitães, e Go-
vernadores dellas.
Outrosim lhe faço doação, e mercê de jure,
e de herdade para todo sempre para elle, e seus
descendentes, e Successores no modo sobredito
da jurisdição Civel, e Crime da dita terra, da
e Sue-
qua'l elle Martim Afonso, e seus herdeiros,
cessores usarão na fôrma, e maneira seguinte.
Poderá por si ou por seu Ouvidor estar, á elei-
e apurar
ção dos Juizesj, e Officiaejí, e a alimpar,
as pautas, e passar Cartas de. Confirmação aos
ditos Juizes,, e Officiaes os quaes se chamarão
elle porá Ou-
pelo dito Capitão., e Governador, 3
vidor, que poderá conhecer de acções novas ate
dez léguas donde estiver, e de appelíaçoes, e
appellação
governança; e os ditos Juizes darão man-
para o dito seu Ouvidor nas quantias, que seu
dam minhas Ordenações, e do que o dito
Ouvidor julgar assim, por acçâo nova, comO por
appellação, e aggravo,, sendo em cousas cíveis
não haverá appellação, nem aggravo ate quam
tia de cem mil reis, e dahi para cima dará appel-
lação á parte, que quizer appellar: e nos ca-
e
sos Crimes hei por bem, que o dito Capitão^
Governadora e seu Ouvidor tenham jurisdição,

'!%
WSrW'
-302

e alçada de morte natural inclusive em escravos,


£ gentios, e assim mesmo em pieões Christãos,
homens Livres em todolos casos assim para ab-
solver como para condemnar sem haver appel-
lação, nem aggravo; e porém nos quatro casos
seguintes a saber heresia quando o herético lhe
for entregue pelo Ecelesiastico, e traição, e so-
domia, e moeda falsa terão alçada em toda pes-
soa de qualquer qualidade, que seja para con-
demnar os culpados á morte, e dar suas sentem
aggravo;
ças a execução sem appellação, nem
e porém nos ditos quatro casos para absolver
de morte, posto que outra pena lhe queiram
dar menos de morte, darão appellação, e aggra-
vo, e appellação, por parte da Justiça, e nas
de dez
pessoas de mor qualidade terão alçada
annos de degredo, e até cem cruzados de pena
sem appellação, nem1 aggravo.
Outrosim me praz, que o dito seu Ouvidor
possa conhecer de appellações, e aggravos, que
a elle houverem de ir enu qualquer Villa, ou lu-
gar da dita Capitania, em que estiver posto
que seja muito apartado desse lugar donde es-
tiver, comtanto que seja da própria Capitania;
e o dito Capitão, e Governador poderá pôr mei-
rinho dante o dito seu Ouvidor, e Escrivães, e
outros quaesquer Officiaes necessários e acos-
tumados nestes Reinos, assim na Correição da
Ouvidoria, como em todas as Villas e Lugares
dá dita Capitania, e governança, e serão o dito
Capitão, e Governador, e seus Successores obri-
gados guando â dita terra for povoada em tanto
crescimento, que seja necessário outro Ouvidor
de o pôr onde por mim, ou por meus Successo-
res for ordenado. R •

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303-
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Outrosim me praz, que o dito Capitão, e


Governador, e todos seus Successores possam
por si fazer Villas todas, e quaesquer povoa-
ções, que se na dita" terra fizerenu, e lhe a elles
parecer, que o devem ser, as quaes se chama-
rão Villas;, e terão termo, e jurisdição, e Liber-
dades, e insígnias de Villas, segundo toro, e
costume de meus* Reinos, e isto porém se enten-
dera, que poderão fazer todalas Villas, que qui-
zerem das povoações, que estiverem ao longo
da Costa da dita terra, e dos Rios que se nave-
garem porque por dentro da terra firme pelo
Sertão as não poderão fazer menos espaço de a

seis léguas de uma a outra para que possam fi-


car ao menos três léguas de terra de termo a
cada uma das ditas Villas, e ao tempo, que assim
'ditas Villas ou cada um'a dellas lhe
fizerem as
limitarão, e assignarão logo termo para ellas, e
çlepois não poderão da terra, que assim tiverem
áada por termo fazer outra Villa sem minha
licença.
Outrosim me praz, que o dito Capitão., e
Governador, e todos seus Successores a que esta
Capitania vier possam novamente tirar, e prover
e Ju-
por suas Cartas os tabelliães do Publico
dicial, que lhe parecer necessários nas Villas,
e povoações da dita terra assim agora, como
Cartas as-
pelo tempo adiante, e lhe darão suas
signadas por elles, e selladas com seu sello, e
lhes tomarão juramento que sirvam seus Offi-
cios bem, e verdadeiramente, e os ditos Tabel-
liães servirão pelas ditas suas Cartas sem mais
tirarem outras de minha Chancellaria, e quando
os ditos Officios vagarem por morte, ou por re-
nuneiação, ou por erros de se assim é os pode-
¦;/;

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darão os Regimen-
rão isso mesmo dar, e lhes aos de
tos por onde hão de servir conforme
os ditos
minha Chancellaria, e hei por bem que
chamem pelo
Tabelliães se possam chamar, e
suas
dito Capitão, e Governador, e lhe pagarão
do foral, que ora para
pensões segundo fôrma lhe
a dita terra mandei fazer, das quaes pensões c
de jure,
assim mesmo faço doação, e mercê
herdade para sempre. *
de
Item outrosim Ine faço doação e mercê
das Alcaidanas-
jure e de herdade para sempre da
mores de todas as ditas Villas, e povoações
foros, e
dita terra com todas as rendas direitos,
é de-
tributos, que a ellas pertencerem, segundo
e Go-
clarado no foral, as quaes o dito Capitão,
arreca-
vernador, e seus Successores haverão,, e
dito
darão para si no modo, e maneira no
foral conteúdo, e segundo fôrma deite; e as pes-
soas a que as ditas Alcaidarias-mores forem §&•
tregues da mão do dito Capitão, e Governador,
for-
elle lhes tomará homenagem dellas segundo
ma de minhas Ordenações.
ao
Item outrosim me praz por fazer mercê
dito Martim Affonso, e a todos seus Successores
a que esta Capitania vier de jure, e de herdade
e hajam todas
para sempre, que elles tenham,
moendas d'águas, marinhas de sal, e quaesquer
se-
outros Engenhos de qualquer qualidade, que
se
jam, que na dita Capitania, e governança ai-
puderem fazer: e hei por bem que pessoaman-
moendas,
grana não possa fazer as ditas e
nhas, nem Engenhos senão o dito Capitão,
der
Governador, ou aquelles a que elle para isso
tn-
licença, de que lhe pagarão aquelle foro, ou
buto, que se com elles concertar.

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305-
Item outrosim1 lhe faço doação, e mercê de raSufl

jure, e de herdade para sempre de vinte léguas


de terra ao longo da Costa da dita Capitania, e
entrarão pelo Sertão tanto quanto puderem en- •I
trar, e for de minha Conquista, a qual terra
será sua livre,, e isenta, sem delia pagar direitos,
foro. nem tributo algum somente o Dizimo á
Ordeni do Mestrado de Nosso Senhor Jesus
*
Christo, e dentro de vinte annos do dia, que o
diío Capitão, e Governador tomar posse da dita
terra poderá escolher, e tomar as ditas vinte
léguas de terra em qualquer parte, que mais qui-
zer, não as tomando porém juntas senão repar-
tidas em quatro, ou cinco partes, e não sendo
de uma a outra menos de duas léguas, as quaes
terras o dito Capitão, e Governador, e seus sue-
cessores poderão arrendar, e aforar em fatioía,
ou em piessoas, ou como quizerem, e lhes bem
**n ""üíik
e pelos foros, e tributos, que quizerem, e
ditas terras não sendo aforadas, ou as rendas
dellas quando o forem virão sempre a quem sue-
ceder a dita Capitania, e.governança pelo modo
nesta doação conteúdo, e das novidades, que
Deus nas ditas terras der não será o dito Ca-
pitão, e Governador, nem as pessoas, que de
sua mão as tiverem1, ou trouxerem obrigados
a me pagar foro, nem direito algum somente o
Dizimo de Deus á Ordem, que geralmente se
ha de pagar em todas as outras terras da dita
Capitania, como abaixo irá declarado.
Item o dito Capitão, e Governador, nem os
que após elle vierem'não poderão tom'ar terra
alguma de Sesmaria na dita Capitania para si,
nem para sua mulher, nem para o filho herdeiro
delia, antes darão, e poderão dar, e repartir
todas as ditas terras de sesmaria a quaesquer
e condição que
pessoas de qualquer qualidade,
sejam, e lhes bem- parecer livremente sem foro
nem direito algum somente o Dizimo de Deus,
á Ordem de todo
que serão obrigados a pagar
o que nas ditas terras houverem? segundo é de-
cl arado no Foral e pela mesma maneira as po-
derão dar, e repartir por seus filhos fora do
morgado, e assim por seus parentes; e porém
aos ditos seus filhos, e parentes não poderão, dar
mais terra da que derem, ou tiverem dada a
outra qualquer pessoa estranha, e todas as ditas
terras, que assim der de Sesmaria a uns, e a
outros serão conforme a Ordenação das Ses-
marias. e com a obrigação dellas, as quaes ter-
ras o dito Capitão, e Governador, nem seus Sue-
I cessores não poderão em tempo algum tomar
para si, nem para sua mulher, nem filho
herdei-
ro, como dito é, nem pol-as em outrem para.de-
sepf
HB
pois virem a elles por modo algum que
I somente as poderão haver por titulo de compra
verdadeira das pessoas, que lhas quizerem ven-
der, passados oito annos depois de as taes ter-
ras serem aproveitadas, e em outra maneira não.
Item outrosim lhe faço doação, e mercê de
jure, e ide herdade para sempre da meia Dizima
do pescado da dita Capitania, que é de vinte
n. peixes um, que tenho ordenado, que se pague
Hfii
além da dizima inteira, que pertencer a Ordem
HiI segundo no Foral é declarado, a qual meia Di-
H zima se entenderá do pescado, que se matar em
1 toda a dita Capitania fora das vinte léguas do
dito Capitão, e Governador; porquanto as ditas
Bifl vinte Léguas é terra sua livre, e isenta segundo
atrás é 'declarado. .'>
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,','¦'¦¦:'.

— 307 -

Outrosim lhe faço doação, e mercê de jure,


<: herdade para sempre da Redizima de todas
as rendas, e Direitos, que á dita Ordem, e a
Mim de direito na dita Capitania pertencerem;
a saber: que de todo o rendimento, que á dita
Ordem, e a\Mkn couber assim dos Dizimos como
de quaesquer outras rendas, ou direitos de qual-
quer qualidade, que sejam haja o dito Capitão,
e Governador e seus Successores a sua Dizima,
que é (de dez partes uma.
Outrosim me praz por respeito do cuidado,
Sue-
que o dito Capitão^ e Governador, e seus
cessores hão de ter de guardar, e conservar o
brasil, que na dita terra houver de lhe fazer doa-
sempre
ção, e tmercê de jure e de herdade para
da vintena parte do que liquidamente render
o brasil, que
para mim forro de todos os custos
se da dita Capitania trouxer a estes Reinos, e a
conta do tal rendimento se fará na Casa da Mina
da Cidade de Lisboa, onde o dito brasil ha de
vir, e na dita Casa tanto! que o brasil for veiv
didoj, e ^arrecadado o dinneiro delle lhe será logo
contado pelo
pago, e entregue em dinheiro de
Feitor, e Officiaes delia aquillo, que por boa
conta na dita vintena montar, e isto porquanto
todo o Brasil, que na dita terra houver ha de
ser sempre meui, e dos meus Successores sem o
dito Capitão, nem outra alguma pessoa poder
tratar nelle, nem vendel-o para fora somente po-
dera o dito Capitão, e assim os moradores da
dita Capitania aproveitar-se do dito Brasil abi - . si
e
na terra no que lhes for necessário segundo
to - declarado no foral, e tratando nelle, ou vendeu-
dono, para fora incorrerão nas penas conteudas
no dito Foral.
— 306—*

todas as ditas terras de sesmaria a quaesquer


e condição, que
pessoas de qualquer qualidade,
sejam, e lhes bem parecer livremente sem foro
nem direito algum somente o Dizimo de FJeus,
á Ordem de todo
que serão obrigados a pagar
o que nas ditas terras houverem!1 segundo é de-
clarado no Foral e pela mesma maneira as po-
derão dar, e repartir por seus filhos fora do
morgado, e assim por seus parentes; e porém
aos ditos seus filhos, e parentes não poderão dar
mais terra da que derem, ou tiverem dada a
outra qualquer pessoa estranha, e todas as ditas
lerras, que assim der de Sesmaria a uns, e a
outros serão conforme a Ordenação das Ses-
marias, e com a obrigação dellas, as quaes ter-
ras o dito Capitão, e Governador, nem seus Sue-
eessores não poderão em tempo algum tomar
herdei-
para si, nem para sua mulher, nem filho
ro, como dito é, nem pol-as em outrem pamclc-
seja,
pois virem a elles por modo algum que
somente as poderão haver por titulo de compra
verdadeira das pessoas, que lhas quizerem vem
der, passados oito annos depois de as taes ter-
ras. serem aproveitadas, e em outra maneira não.
Item outrosim lhe faço doação, e mercê de
jure, e ide herdade para sempre da meia Dizima
do pescado da dita Capitania, que é de vinte
peixes um, que tenho ordenado, que se pague
além da dizima inteira, que pertencer a Ordem
segundo no Foral é declarado, a qual meia Di-
zima se entenderá do pescado, que se matar em
toda a dita Capitania fora das vinte léguas do
dito Capitão, e Governador; porquanto as ditas
vinte Léguas é terra sua livre, e isenta segundo
atrás é'declarado. V ¦
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-307-

Outrosim lhe faço doação, e mercê de jure,


e herdade para sempre da Redizima de todas
as rendas, e Direitos, que á dita Ordem, e a
Mim de direito na dita Capitania pertencerem;
a saber: que de todo o rendimento, que á dita
Ordem, ,e a\Mini couber assim dos Dizimos como
de quaesquer outras rendas, ou direitos de qual-
ciuer qualidade,, que sejam haja o dito Capitão,
e Governador e seus Successores a sua Dizima,
que é (de dez partes uma.
Outrosim me praz por respeito do cuidado,
Sue-
que o dito, Capitão,, e Governador, e seus
cessores hão de ter de guardar, e conservar o
brasil, que na dita terra houver de lhe fazer doa-
ção, e (mercê de jure e de herdade para sempre
da vintena parte do que liquidamente render
brasil, que
para mim forro de todos os custos o
se da dita Capitania trouxer a estes Reinos, e a
conta do tal rendimento se fará na Casa da Mina
da Cidade de Lisboa, onde o dito brasil ha de
vir, e na dita Casa tanto! que o brasil for veu,-
didoj, e (arrecadado o dinneiro delle lhe será. logo
pago, e entregue em dinneiro de contado pelo
Feitor, e Officiaes delia aquillo, que por boa
conta na dita vintena montar, e isto porquanto
todo o Brasil, que na dita terra houver ha de
ser sempre meus, e dos meus Successores sem o,
dito Capitão, nem outra' alguma, pessoa poder
tratar nelle, nem vendel-o para fora somente po-
dera o dito Capitão, e assim os moradores da
dita Capitania aproveitar-se do dito Brasil ahi
na terra no que lhes for necessário segundo e
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declarado no foral, e tratando nelle, ou vendeu-


do-o. para fora incorrerão nas penas contendas
no dito Foral.

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Outrosim me praz por fazer mercê ao dito


Capitão, e seus Successores de jure, e de herda-
de para sempre, que dos escravos, que elles res-
terra do Brasil
galarem," e houverem na dita
e oito
possam mandar a estes Reinos quarenta
dellas o que lhes
peças cada anno para fazer
bem vier? os quaes escravos virão ao porto da
Cidade de Lisboa, e não a outro algum porto, e
mandarão comi elles Certidão dos Officiaes da
dita Terra de como saio seus, pela qual Certidão
lhe serão despachados os ditos escravos forros,
sem delles pagar Direitos alguns, nemi cinco por
cento; e talem destas quarenta, e oito peças, que
assim' cada anno poderá mandar forras hei por
bem, que possa trazer por marinheiros, e Gru-
metes em seus Navios todos os escravos, que
quizer, e lhes forem necessários.
Item outrosim me praz por fazer mercê ao
dito Capitão!, e a seus Successores, e assim aos
vizinhos, e moradores da dita Capitania, que
nella não possa em tempo algum haver direito
de sisas, nem imposições, saboárias, tributo do
sal, nem outros alguns direitos, nem tributos de
qualquer qualidade, que sejam, salvo áquelles,
que ptor bem desta doação, e do foral ao presente
são ordenados, que haja.
Item esta Capitania, e governança, e rendas,
e bens delia hei por bem, e me praz, que se herde,
ei succeda de jure, e herdade para todo o sempre
por o dito, Capitão, e Governador, e seus descen-
dentes filhos, © filhas legitimes com' tal decla-
ração, que emquanto houver filho legithnio va-
rão no mesmo grau não succeda filha, posto que
seja em maior idade, que o filho, e não havendo
macho, ou havendo, e ríão sendo em tão pro-
309-

ximo grau ao ultimo possuidor como a fêmea,


houver
que então succeda a fêmea, e emquanto
descendentes legítimos machos, ou fêmeas, que
não succeda na dita Capitania bastardo algum,
e não havendo descendentes machos nem; fe-
meas legítimos então succederão os bastardos
machos, e f<emteas, não sendo porém' de damnado
coito, e succederão pela mesma ordem dos legiti-
mos primeiro os machos, e depois as fêmeas
em igual grau, cortí tal condição, que se o pós-
suidor da dita Capitania a quizer antes Leixar
a um seu parente transversal, que aos desoen-
dentes bastardos, quando não tiver legítimos o
machos
possa fazer,, e ,não havendo descendentes
nem íemieas legítimos, nem bastardos na ma-
neira, que dito é, em tal caso succederão os
ascendentes machos, e fêmeas primeiro os ma-
chos, e as fêmeas em defeito delles; e não ha-
vendo ascendentes, nem descendentes suecede-
ríio os transversaes pelo modo sobredito sem1-
em igual
pre primeiro os machos, que forem
dos bastar-
grau, e depois as fêmeas, e no caso
dos, o possuidor poderá se quizer leixar a dita
Capitania a um transversal legitimo, e tiral-a
aos bastardos posto que sejam descendentes em!
muito m-ais próximo grau, e isto hei assim por
bem sem embargo da Lei mental, que diz, que
nao suiòcedam feitíeas, nem bastardos, nem trans-
versaes, nem ascendentes, por que sem embargo
de todo me praz, que nesta Capitania suceedaim
'os não sendo de coito damna-
fêmeas, e basta-
do, e transversaes, e descendentes do modo que
já é declarado. em
Item outrosim quero, e me praz, que
e
tempo algum se não possa a dita Capitania,

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310 —
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esta doa-
governança, e todas as cousas, que por nem1
ção dou ao dito Martim Affonso, partir,
¦escambar, e lespedaçar, nem' em' outro modo ema-
w lhear (sic) nem em casamento a filho, ou filha,
nem a outra pessoa darem para tirar pae, ou
filho, ou outra alguma pessoa de captivo nem
mais piedosa;
para outra cousa ainda que seja
é que a dita
porque minha tenção, e vontade
Capitania, e governança, e cousas ao dito Ca-
dadas andem
pitão, e Governador nesta doação
sempre juntas, e se não partam, nem alienem em
tempo algum, e aquelle que a partir, ou alie-
nar, ou espedaçar, ou dar em casamento, ou por
outra cousa, pior onde haja de ser partida, ainda
eme seja mais piedosa, por esse mesmo feito
e passe
perca a dita Capitania, e governança,
direitamente áquelle a que houvera de ir pela
Ordem de suCceder sobredita, se o tal que isto
assim não cumprir fosse morto.
Item outrosim me praz, que por caso algum
de qualquer qualidade que seja, que o dito Ca-
pitão, e Governador comhiieta por que segundo
direito, e Leis destes Reinos mereça perder a
dita Capitania, e governança jurisdição, e Ren-
das, e bens delia a não perca seu Successor
salvo se for traidor á Coroa destes Reinas, e
em todos os outros casos, que commeter será
punido quanto, o crime o obrigar; e porém, o seu
successor não pierderá por isso a dita Capita-
niá, e governança, jurisdição, rendas, e bens
delia como dito é.
Item mejplraz, e hei por bem, que o dito!
Martins Affonso|, e toldos seus Successores a que
esta Capitania, e governança vier usem inteira-
mente da <üta Jurisdição, poder, e alçada nesta
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311 —

doação conteuda assimi e da maneira, que nella


é declarado, e pela confiança que delles tenho,
o que cumprir ao ser-
que guardarão nisso tudo
viço de Deus}, e rneu, e bem do povo, e o direito
elas partes.
Hei outrosim por bem', e me praz, que nas
terras ela dita Capitania não entre nem possa
entrar em tetopo algum Corregedor, nem alçada,
nem outras nenhumas justiças para nellas usa-
rem de jurisdição alguma por nenhuma via,
nem modo que seja, nem menos será o dito
Capitão suspenso da dita Capitania, e gover-
nança, e jurisdição delia; e porém quando o
dito Capitão cair em alguto erro, ou fizer cousa,
eu ou meus Sue-
por que mereça ser castigado,
cessores o mandaremos vir a nós para ser ou-
vido com sua Justiça, e lhe será dada aquella
tal caso
pena, ou castigo, que de Direito por
merecer.
Item quero,, e mando, que todos os herdei-
ros, e successores do dito Martito Affonso, que
esta Capitania herdarem, e succedereto por qual-
de Souza, e tra-
quer via, que seja se chamem'
algum delles is o
gam as armas dos Souzas, e se este
assim não cumprir hei por bem que por
mesmo"e feito perca a dita Capitania, e Successão
aquelle que cie
delia, passe logo direitamente
Direito havia de ir se este tal que isto assim
não cumprir fosse morto.
eòe-
Item esta mercê lhe faço como Rei,
nhor destes Reinos, e assim como Governador
Ordem,
e perpetuo Administrador, que sou da Je-
e Cavallaria do Mestrado ele Nosso Senhor
sus Christo), e por esta presente Carta dou poder ene
e autoridade ao dito Martim Affonso, que

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312 —

por si, ou por quem lhe aprouver possa tomar,


e tome a posse Real, e Corporal, e aetual das
terras da dita Capitania, e governança, e das
rendas, é bens deila, e de todas as mais cousas
contendas nesta doação, e succeda tudo inteira-
mente, como se nella contém, a qual doação hei
por bem, quero, e mando que se cumpra, e.guar-
de em todo, e por todo com' todalas cláusulas»
condições, e declarações nella conteudas, e de-
claradas, sem mingua, nem desfallecimento ai-
gum, e para todo o que dito é derogo a Lei
mental, e quaesquer outras Leis, e Ordenações,
direitos, glosas, e costumes, que em contrario
disto liaja, ou possa haver por qualquer via, e
modo, que seja, posto que sejam taes, que seja
necessário serem aqui expressas, e declaradas
de verbo ad verbum senr embargo da Ordena-
ção do terceiro livro titulo quarenta e nove,
que diz, que quando se. as taes Leis, e direitos
derogarem se faça expressa menção dellas, e
da substancia dellas. B por esta prometto ao
dito Martim Affonso1, e a todos seus Successores,
que nunca em tempo algum vá, nem consulta
ir contra esta minha doação em parte nem em
todos, e rogo-, e mando a todos meus, Successores,
que lha cumpram.), e mandem cumprir, e guar-
dar, e .assim mando a todos meus Corregedores,
Desembargadores^ Ouvidores, - Juizes, e Justiças,
K ¦:¦¦¦ '¦
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e Officiaes, e pessoas de meus Reinos, e Senho-


rios, que cumpram, e guardem, e façam cum-
prir, e guardar esta minha Carta de doação, e
todas as cousas nella oonteudas sem lhe nisso
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ser posto duvida^ embargo, nem; contradição ai-
guma; porque assim é minha mercê, e por fir-
meza de todo lhe mandei dar esta Carta por mim
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— 313
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•issignada, e sellada de meu Sello de chumbo a
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e são todas as-


qual vae escripta em Ires folhas,
si°nadas ao pé de cada lauda por Dom Miguel
da Silva Bispo de Vizeu do meu Conselho, e
meu Escrivão da Puridade. Pero de Mesquita
a fez em Évora aos vinte dias de Janeiro anno
do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo
de mil quinhentos, e trinta, e cinco.

Traslado do Foral da Capitania de São


Vicente de que é Capitão Marfim Affonso
de Souza.

Dom João por graça de Deus Rei de Por-


tugal, e dos Algarves daquem, e dalem Mar em
África Senhor de Guiné, e da Conquista, navega-
e da
ção, Commereio de Ethiopia Arábia, Pérsia,
Índia. A quantos esta minha Carta virem' Faço
saber que eu fiz ora doaçãol, e mercê a Martim'
Affonsc de Souza do meu Conselho para elle,
e todos" seus filhos, netos, herdeiros, e Succes-
sores de jure, e de herdade para sempre da Ca-
Costa
pitania de cem léguas de terra na minha
do Brasil segundo mais inteiramente é declara-
do, e conteúdo na Carta de doação, que da dita
terra lhe tenho passada, e por ser muito neces-
sario haver ahi foral dos direitos, foros, ,e tn-
hutos, e íoousas, que se na dita terra hão de pa-
de meus
gar assim do que a mim, e á Coroa
Reinos pertencer, como do que pertencer ao dito
Capitão por bem da dita sua doação, e eu har
vendo respeito a qualidade da dita terra, e a
se ora novamente ir morar povoar, e aproveitar,
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— 314 —
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e porque se isto melhor, e mais cedo faça, sen-


tindo-o assim por serviço de Deus, e meu, e bem
doj dito Capíitão;, e moradores da dita terra, e por
folgar de lhes fazer mercê houve, por bem: de
mandar Ordenar, è fazer o dito foral na fôrma,
e maneira seguinte.
Primeiramente o Capitão da dita Capitania,
e seus Successores darão, e repartirão todas as
terras delia de sesmaria a quaesquer pessoas
de qualquer qualidade, e condição, que sejam
comtanto que sejam Christãos livremente sem
foro, nem direito algum somente o Dizimo, que
serão obrigados a pagar á Ordem do Mestrado
de Nosso Senhor Jesus Christo de todo o que
nas ditas terras houver, as quaes Sesmarias da-
rão na fôrma, e maneira, que se contém em
minhas Ordenações, e não poderão tomar terra
alguma de Sesmaria para si, nem1 para sua mu-
lher, nem para o filho herdeiro da dita Capita-
nia; e porém podel-a-ão dar aos outros filhos se
os tiverem, que não forem1 herdeiros da dita
Capitania, e assim aos seus parentes como se
em sua doação contém; e se algum dos Officiaes
digo dos Filhos, que não forem herdeiros da
dita Capitania ou qualquer outra pessoa tiver ai-
guma Sesmaria por qualquer maneira, que a
tenha, e vier a herdar a dita Capitania será obri-
gado do dia, que nella Suooeder a um anno pri-
meíro seguinte de a largar, e traspjassar a tal
Sesmaria em1 outra pessoa, e não a traspassando
no dito tempo perderá para mim a dita Ses-
maria com mais outro tanto preço quanto ella
valer; e por esta mando ao meu Feitor, ou Al-
moxarife, que na dita Capitania por mim estiver,
que em tal caso lance logo mão pela dita terra

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— 315»
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para mim!, e a faça assentar em o Livro dos


meus próprios, e faça execução pela valia delia,
e não o fazendo assim hei por bem, que perca
seu Officio, e mo pague de sua fazenda outro
tanto quanto montar na valia da dita terra.
Item havendo nas terras da dita Capitania
Costa, mares, rios, bahias delia, qualquer sorte
de pedrarias, pérolas aljofar, ouro, prata, coral,
cobre, estanho, chumbo, ou outra qualquer sorte
dei metal pagarão' a mim' o quinto, do qual quinto
haverá o Capitão uma Dizima, como se contem
em sua doação, e ser-lhe-á entregue a parte, que
lhe na dita Dizima montar ao tempo, que se o
dito quinto por meus Officiaes para mim arre-
ca d ar.
Item o píáu do Brasil da dita Capitania, e
assim qualquer especiaria, ou drogaria de qual-
quer qualidade, que seja, que nella houver per-
tenderá a mim, e será tudo sempre meu, e de
meus Successores sem o dito Capitão, nem' outra
alguma pessoa poder tratar nas ditas cousas,
nem em alguma dellas lá na terra, nem nas po-
derão vender nem tirar para meus Reinos, e
Senhorios, nem para fora delles, sob pena de
sua
quem o contrario fizer perder por isso toda
fazenda para a Coroa do Reino, e ser degradado
e
para a Ilha de Santo Thomé para sempre;
o dito
porém -quanto ao Brasil hei por bem1 que
Capitão., e assim os moradores da dita Capita-
nia se possam aproveitar delle no que lhes ahi
na terra for necessário, não sendo em o queimar,
porque queimando-o incorrerão nas sobreditas
penas.
Item querendo o dito Capitão, moradores, e
mandar
povoadores da dita Capitania trazer, ou
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-316

trazer por si ou por outrem a meus Reinos,


ou Senhorios quaesquer sortes de mercadorias,
que na dita terra, e parte delia houver tirando
escravos, e as outras oousas, que atrás são de-
fesas podel-onão fazer, e serão recolhidos, e aga-
salhados, em quaesquer portos, Cidades, Villas,
ou lugares dos ditos meus Reinos, e Senhorios,
em que vieremi, aportar, e não serão constran-
gidos a descarregar suas mercadorias nemi as
vender em algum1 dos ditos Portos, Cidades, e
Villas contra suas vontades se para outras partes
antes quizerem ir fazer seus proveitos. E que-
rendo-as vender nos ditos lugares de meus
Reinos, ou Senhorios não pagarão dellas direitos
alguns somente a sisa do que venderem', posto
que pelos foraes, regimento, ou costume dos
taes lugares fossem obrigados a pagar outros
direitos, ou tributos, e poderão os sobreditos
vender suas mercadorias a quem1 quizerem, e le-
val-as para fora do dito Reino se lhes bem vier,
sem embargo dos ditos foraes, Regimentos, ou
costumes, que em' contrario haja.
Item todolos navios de meus Reinos, e S[e-
nhoriOs que á dita terra forem comi mercadorias,
de que já cá tenha pagos os direitos em1 minhas
Alfândegas, e mostrarem1 disso Certidão dos
meus Officiaes dellas não pagarão na dita terra
"Brasil
do direito algum, e se lá carregaram mer-
cadorias^da terra para fora do Reino pagarão
da sahida Dizima a mim da qual Dizima o Ca-
em
pitão haverá sua Redizima como sé contém
sua doação); e porém trazendo as taes mercado-
rias para meus Reinos, ou senhorios não paga-
rão da sahida cousa alguma, e estes que trouxe-
¦ '¦¦',:..

rem as ditas mercadorias para meus Reinos,


-317-
:
ou Senhorios serão obrigados de dentro de um a
anno levar, ou enviar á dita Capitania Certidão
dos Officiaes de minhas Alfândegas do lugar
onde descarregaram, de como assim descarre-
çaram em meus Reinos, e as qualidades das
mercadorias, que descarregaram-, e quantas
eram, e não mostrando a dita Certidão dentro
no dito tempo pagarão a dizima das ditas mer-
cadorias, ou daquella parte dellas, que nos ditos
'Reinos,
meus ou Senhorios as não descarrega-
rem, assim' e da maneira, que hão de pagar a
dita Dizima na dita Capitania, e se carregarem
não
para fora do Reino, e se fôr pessoa, que
haja de tornar á dita Capitania dará lá fiança
ao que montar na dita dizima para dentro no
dito tempo de um anno mandar Certidão de
como veiu descarregar em meus Reinos, ou Se-
nhorios, e não mostrando a dita Certidão no
dito tenipo» se arrecadará, e haverá para mim
a dita Dizima pela dita fiança.
Item qüaesquer pessoas estrangeiras, que
não forem naturaes de meus Reinos, ou Senho-
rios, que á dita terra levarem, ou mandarem le-
var qüaesquer mercadorias posto que as levem
de meus Reinos, ou Senhorios, e que cá tenham1
Dizima a
pago dizima, pagarão lá da entrada
mim das mercadorias, que assim levarem;, e car-
regando na dita Capitania mercadorias da terra
da sa-
para fora, pagarão assim mesmo dizima
hida das taes mercadorias, das quaes dizimlas
o Capitão haverá sua Redizima segundo se com
tém em sua doação», e ser-lhe-á entregue a dita
se
Redizima por-meus Officiaes ao tempo que
ás ditas Dizimas para mim arrecadarem.
¦ ¦ ¦}¦..-'¦ - ¦ ¦'¦ ¦.'.,.,'..
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Item de maiitimentos. armas, artilharia, pol-
vora salitre, enxofre, chumbo, e quaesquer ou-
trás cousas, de munição de guerra, que á dita
Capitania levarem, ou mandarem levar o Capi-
tão, e moradores delia, ou quaesquer outras pes-
soas assim naturaes como estrangeiros hei por
bem qtie se não paguem direitos alguns, e que
'Sobreditos
os possam livremente vender todas
as ditas cousas, e cada uma dellas na dita Ca-
e povoadores
pitania ao Capitão, e moradores,
delia, que forem Christãos, e meus Subditos.
item todas as pessoas assim de meus Reinos,
e Senhorios, como de fora delles, que á dita
Capitania forem, não poderão tratar, nem com-
com! os geiitios
prar, nem vender cousa alguma
da terra, e tratarão somente com o Capitão, e
vendendo, e res-
povoadores delia, comprando, haver,
gatando com elles todo o que puderem
e quem o contrario fizer hei por bem, que perca
em dobro toda a mercadoria, e cousas, que com
os ditos gentios contratarem, de que será a
terça parte para minha Câmara, e a outra ter-
outra parte
ça parte para quem os accusar, e a
houver, e não
para o iHos>pital, que na dita terra
no havendo ahi será para a fabrica da Igreja
delia.
Item quaesquer pessoas, que na dita Capi-
tania carregarem seus navios serão obrigados
antes que comecem a carregar antes que sejam
fora da dita Capitania de o fazer saber ao Ca,-
não ti-
pitão'delia para procurar, e ver que se
. rem mercadorias defesas, nem partirão assim
mesmo da dita Capitania sem licença do dito:
Capitãoí, e fcião)o fazendo assim, ou partindo sem1
a dita licença perderão em dobro para miimi
::.,:¦" ¦;,:V . ¦ : ¦.¦¦¦.¦ . ...

319-

todas as mercadorias, que carregareni posto que


não sejam defesas, e isto porém se entenderá
emquanto na dita Capitania não houver feitor,
nem tDfficial nem Deputado para isso, por que
havendo-iO ahi, a elle se fará saber o que dito é,
e a elle pertencerá fazer as ditas diligencias, e
dar as «ditas licenças.
Item! o Capitão da dita Capitania, e os mora-
dores, e povoadores delia poderão livremente
tratar comprar vender sua mercadoria com os
Capitães das ditas Capitanias, que tenho piroh
vido na dita Costa do Brasil, e com os morado-
res, e povoadores delia a saber de umas Capi-
tanias para outras, das quaes mercadorias, com-
nem
pras, e vendas dellas não pagarão uns
outros direitos alguns.
Item todos vizinhos, e morador, que viver
na dita Capitania, e fôr feita, ou tiver Campar
nhia com alguma pessoa, que viva fora de meus
Reinos, ou Senhorios não poderão tratar com
os brasis da terfa, posto que sejam Christãos,
e tratando com elles hei por bem' que perca
toda a fazenda com que tratar, da qual será
um terço para quem os accusar, e dois terços
para as obras dos muros da dita Capitania.
Item os Alcaides-mores da dita Capitania,
e das Villas e povoações delia haverão, e arreca-
darão para si todos os foros, direitos, e tnbu-
tos, que. em'meus Reinos, e Senhorios por bem
de minhas Ordenações pertencem, e são con-
cedidos aos Alcaides mores.
Item nos rios da dita Capitania, em que hou-
ver necessidade de pôr barcas para a passagem
delles o Capitão as porá, e levará dellas aquei-
'¦/.:¦*'
¦

Câmara for
le direito, ou tributo que lá em
mim.
taxado, que leve, sendo continuado por
Item cada um' dos Tabelliães do publico, e
dita Ca-
Judicial, que nas Villas, e povoações da
de pagar ao dito
pitania houver será-obrigado um
Capitão quinhentos reis de pensão em cada
anno
Item os Povoadores, moradores, e povo da
dita Capitania, que ora é, e adiante for serão
obrigados em tempo de guerrra servir nella com
o Capitão se lhe necessário fôr.
Notifico assim ao Capitão da dita Capitania,
ao meu feitor, AlmOr
que ora é, e adiante fôr, e
xarifes, e (Officiaes delia, e aos Juizes, e Justiças,
e Officiaes de meus Reinos, e Senhorios assim
da Justiça, como da Fazenda, e mando a todos
em geraL e a cada um em especial, que cumpram,
cumprir, e
guardem, e façam inteiramente
foral assim', e da
guardar, esta minha Carta de
maneira, que se nella contém semi lhe nisso ser;
assim
posto duvida, nem embargo algum porque
é minha nierOê;, e por firmeza delle mandei pas-
sar esta Carta por mim assignada, e sellada de
meu Sello pendente, a qual mando que se re-
Alfândega
giste no Livro dos Registos de minha
de Lisboa, e .assim nos Livros de minha feitoria
da dita Capitania^ e pela mesma maneira se re-
Villas, e po-
gistará nos Livros das Câmaras das
voações da dita Capitania para que.a todos seja
notório o conteúdo neste foral, e se cumlprirá
'inteiramente. Dada em a Cidade de Évora aos
do mez de Outubro. Diogo Lopes a fez
Anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus
Christo de mil quinhentos, e trinta, e quatro
annos.

^íbsíid-':

^¦¦''-''''•-'-d^d'^''.

V<v;:;
Traslado du Doação da Capitania dos
Ilhéus, de que é Capitão, e Governador Jor-
ge de l7igueireão Corrêa

Dom João por graça de Deus Rei de Por-


tugal e dos Algarves daquem', e dalem!- Mar em
África Senhor de Guiné, e da Conquista, Nave-
gação, e Commtercio de Ethiopda, Pérsia, é da
índia. A quantos esta minha" Carta virem1 faço
saber que considerando eu quanto serviço de
Deus, ie ímeu proveito, e bem1 de meus Reinos, e
Senhorios, e dos naturaes e subditos delles, e
ser minha Costa, e terra do Brasil niais povoada
do que até agora foi assim1 para se nella hafver
de Celebrar o Çúlto], e Officios Divinos, e se exal-
çar nossa Santa Fé Catholica com trazer, e pro-
vocar a elia os naturaes da dita terra, Infiéis,
e Idolatras como polo muito proveito que se se-
guiria a meus Reinos, e Senhortoís, e aos nâtu-
raes,; e, (Subditos delles de se a dita terra povoar,
e aproveitar houve por bem de mandar repar-
tir, e iordenar em Capitanias de certas em! certas
léguas para dellas prover aquellas pessoas, que
me bem parecessem, pelo epial esguardando eu
os muitos serviços, que Jorge de Figueiredo
Corrêa Fidalgo de minha Casa e Escrivão de
minha Fazenda a mim tem feito e petos que es-
pero, que adiante me fará, por todos estes res-
peitos, e por alguns outros, que me a isto mói-
veram, e por folgar de lhe fazer mercê de meu
próprio moto certa sciencia, poder Real, e abso-
luto, sem mo elle pedir, nem outrem por elle hei
por bem, e me praz de lhe fazer como.de feito
por esta presente Carta faço mercê, e irrevoga-
vel dc-ação entre vivos valedora deste dia para'

'¦yA:y
— 322 —
'

¦ -'
.

todo sempre de jure, e de herdade para elle, e


e netos, e herdeiros, o
para todos seus filhos,
successores, que após elle vierem assim descen-
dentes, como transversaes e coliateraes segundo
adiante irá declarado de cincoenta léguas de ter-
ra na dita Costa do Brasil, e que começarão na
Santos da banda do
ponta da Bahia de todos os
sul, e (correrão ao longo da Costa para o dito Sul
cincoenta léguas, as
quanto couber nas ditas e será de
quaes cincoenta léguas se entenderão,
largo, ao longo da Costa, e entrarão na mesma
largura pelo Sertão, e terra firme a dentro quan-
to puder entrar, e for de minha Conquista com
todas as Ilhas, que houver até dez léguas ao
mar na frontaria, e demarcação das ditas chi-
coenta léguas, da qual terra pela sobredita
demarcação lhe assim faço doação, e mercê
de jure, e de herdade para todo sempre como
dito é, e çmero e me praz que o dito Jorge
de Figueiredo Corrêa, e todos seus .herdei-
ros, que a dita terra herdarem, e succedc-
rem se possam' chamar, e chamem Capitães,
e Governadores delia.
Outrosim lhe faço aoação, e mercê de Jure,
e de herdade para iodo sempre para elle, e seus
descendentes, e Successores no modo sobreclito
da jurisdição Civel, e Crime da dita terra, da
e
qual elle dito Jorge de Figueiredo Corrêa,
seus Successores usarão na fôrma, e maneira
seguinte. Poderá por si, e por seu Ouvidor estar
á eleição dos Juizes, e Officiaes, e alimpar, e
apurar as pautas, e passar Cartas de Confirma-
se cha-
ção aos ditos Juizes, e Officiaes, os quaes
marão pelo dito Capitão, e Governador, e elle
porá Ouvidor, que poderá conhecer de acções

gg a-: ¦*<

.... o
' ' '¦'
a
novas a idez Léguas onde estiver, e das appella-
ções, e aggravos conhecerá em toda a dita Ca-
pitania, e governança, o os ditos Juizes darão
apipellação para o dito seu Ouvidor nas quan-
tias, que mandam minhas Ordenações; e do que
o dito seu Ouvidor julgar assim por acção nova,
como por appellação, e aggravo sendo em! cou-
sas eiveis não haverá appellação nem aggravo
até quantia de cem mil reis, e dahi para cima
dará appellação á parte, que guizer apellar.
E nos casos crimes hei por bem!, que o dito
Capitão, e Governador e seu Ouvidor tenham
jurisdição, e alçada de morte natural, e inclusi-
va em escravos, e gentios, e assim mesmo em
ca-
peões Christãois e homens livres em todolos
sos assim como para absolver, como para con-
demnar sem haver appellação, nem aggravo, e
nas pessoas de maior qualidade dez annos de de-
appella-
gredo, e até cem cruzados de pena sem
cão nem aggravo; e porém nos quatro casos se-
lhe
guintes, a saber, Heresia quando o herético
. for entregue pelo Dcelesiastioo, e traição, e sodo-
mia, e moeda falsa terão alçada em toda pessoa
de qualquer qualidade, que seja para condemnar
os culpados a morte, e dar sua sentença a exe-
cução sem appellação nem aggravo; porém nos
ditos quatro casos para absolver de morte posto
de mor-
que outra pena lhe queiram dar menos
te darão appellação, e aggravo, e appellação
por parte da Justiça.
E outrosim me praz, que o dito seu Ouvidor
possa conhecer de appellações, e aggravos, que
a elle houverem de ir em! qualquer Villa, ou
lugar da dita Capitania, que estiver posto que
seja muito apartado desse lugar donde assim

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estiver comtanto que seja na páropria Capitania
e o dito Capitão, e Governador poderá pôr Mei-
rinho dante o dito seu Ouvidor, e Escrivães, e
outros quaesquer Officiaes necessários, e cos-
fumados nestes Reinos assim na Gorreição da
Ouvidaria como em todalas Villas, e lugares da
dita Capitania, e governança, e será o dito Ca-
Successores obri-
pitão, e Governador, e seus
fôr povoada em tanto
gados quando a dita terra
crescimento, que seja necessário outro Ouvidor
de o pior onde por mim, ou por meus suecesso-
res fôr ordenado.
E4 outrosim me praz, que o dito Capitão, e
Governador e todos seus Successores possam
por si fazer Villas todas e quaesquer pojvoações,
elle parecer,
que se nadita terra .fizerem), e lhe a
Villas,
que o devem ser, as quaes se chamarão
e terão termo^ e jurisdição, foro, e Costume
de meus Reinos, Liberdades, e insignias de Vil-
Ias, e isto porém se entenderá, que poderão
fazer todas as Villas que quizerem das povoa-
dita
ções, que estiverem ao longo da Costa da
terra, e dos Rios, que se navegarem, porque
as não
por dentro da terra firme pelo Sertão
Léguas
poderão fazer menos de espaço de seis
de uma a outra parte, eme possam1 ficar ao
menos seis léguas de uma a outra, digo ao menos
três léguas de terra de termo a cada uma das,
ditas Villas;,; e ao tempo^ que se fizerem' as ditas
villaso ou cada uma dellas, lhe limitarão, e assi-
não po-
gnarão logo termo para ella, e depois
derão dâ terra, qué assim tiverem dada por
li-
. termo fazer mais outra Villa sem minna
oençav, <.;¦- .¦¦í-í-:-.':. ..-"¦.¦'¦•VV.-j ;v '
E outrosim me praz, que o dito Capitão, e
Governador, e toldos seus Suecessores a que esta
Capitania vier possam novamente criar, e prover
por suas Cartas os Tabelliães do publico, judi- /

ciai, que lhes parecer necessários nas Villas, e


povoações da dita terra assim agora, como pelo
tempo adiante e lhe darão suas Cartas assigna-
dâs por elles, e selladas com seu Sello, e lhe to-
marão juramento, que sirvam seus Officios bem,
e verdadeiramente, e os ditos Tabelliães servi-
rãa por as ditas Cartas sem mais tirarem outras
de minha Chancellaria, e quando os ditos Offi-
cios vagarem por morte, ou por renunciação,
ou por erros de se assim é poderão isso mesmo
dar, e lhes darão os Regimentos por onde os
hão de servir conforme aos de minha Chan-
cellaria, e hei por bem, que os ditos Tabelliães
se possam chamar, e chamem por o dito Capi-
tão,, e Governador, e lhe pagarão suas pensões
secundo, fôrma do foral, que ora para' a dita Ter-
ra mandei fazer, das quaes pensões lhe assim
mesmo faço doação, e mercê de jure, e de her-
dade para sempre.
E outrosim lhe faço doaçãoi, e mercê de
Alcaidarias-
jure e de herdade para sempre das
mores de todas as ditas Villas, e povoações da
dita terra com todas as rendas, e Direitos, foros,
e tributos, que a ellas pertencerem, segundo são
cscriptasi, e declaradas no foral, as quaes o dito
Capitão, e Governador, e seus Suecessores ha-
verãoj, e arrecadarão para si no modo, e maneira
no 'dito foral conteúdo segundo fórmía delia,
e as pessoas a que as ditas Alcaidarias-niores
forem entregues da mão do dito Capitãoi, e Go-
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vernador, elle lhes tomará homenagem dellas,
segundo fôrma de minhas Ordenações.
E outrosim me praz por fazer mercê ao
dito Jorge de Figueredo Corrêa, e a todos seus
Successores a que esta Capitania, e Governança
vier de jure, e de herdade para sempre, que
elles tenham, e hajam todas as moendas d'água,
marinhas do sal, e quaesquer outros Engenhos
de qualquer qualidade, que sejam, que na dita
Capitania, e governança se puderem fazer: e
hei por bem, que pessoa alguma não possa fazer
as ditas moendas, marinhas, nem Engenhos r-e-
não o dito Capitão, e Governador, ou aquelles,
a que elle para isso der licença, de que Ihq
se com
pagarão aquelle foro, ou tributo, que
elles concertar.
E outrosim lhe faço doação, e mercê de
léguas de
jure. ede herdade para sempre de dez
terra ao longo da Costa da dita Capitania, e
governança,, e entrarão pelo Sertão tanto quanto
a
puderemi entrar, e for de minha Conquista qual
terra será sua livre, e isenta sem1 delia pagar
foro, tributo, nem direito algum somente o Di-
zimo á Ordem do Mestrado de Nosso Senhor
Jesus Christo, e dentro de vinte annos do dia,
da
que o dito Capitão e Governador tomar posse
dita terra poderá escolher, e tomar as ditas dez
léguas de terra em qualquer parte, que mais qui-
zer, não as tomando porém juntas senão reparti-
das em quatro, ou cinco partes, e não sendo de
uma: a outra menos de duas léguas, as quaes ter-
ras o dito Capitão, e Governador, e seus Succes-
"sores
poderão arrendar, e aforar em fatiota, ou
era pessoas, ou como quizerem, e lhes bem vier,
7,." ;-.7-.',
e pelos foros, e tributos que quizerem, e as ditas
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-327-

terras não sendo aforadas ou as rendas dellas


quando o forem virão sempre a quem suoceder
a dita Capitania, e governança pelo modo nesta
doação conteúdo, e das novidades, que Deus
nas ditas terras der não será o dito Capitão, e
Governador, nem as pessoas, que de sua mão
as tiverem, ou trouxerem obrigados a me pagar
foro, nem direito algum somente dizimo a Deus,
á Ordem, que geralmente se ha de pagar em
todas as outras terras da dita Capitania], como
abaixo irá declarado.
Item o dilo Capitão, e Governador, nem os
que após elie vierem não poderão tomar terra
alguma de sesmaria na dita Capitania para si,
nem para sua mulher, nem para o filho her-
deiro delia antes a darão, e poderão dar, e re-
partir todas as ditas terras de sesmaria a quaes-
V

quer pessoas de qualquer qualidade, e condi-


ção, que seja, e lhes bem parecer livremente,
sem foro, nem direito algum somente o Dizimo
a Deus, que serão obrigados a pagar á Ordem
de todo o que nas ditas terras houverem se-
gundo é declarado no foral, e pela mesma ma-
neira as poderão dar, e repartir por seus filhos,
tora do morgado, e assim a seus parentes, e po-
rém aos ditos seus filhos, e parentes não po-
derão dar mais terra da que derem, ou tive-
rem dada a qualquer outra pessoa estranha,
c todas as ditas terras, que assim der de
Sesmaria a uns e outros será conforme a
•Sesmaria, e com a obrigação
Ordenação das
dellas, as quaes terras o dito Capitão, e Gover- j
nador, nem seus Successores não poderão em:
lem-po algum para si tomar, nem para sua mu-
Üier, nem filho herdeiro como dito é, nem piol-as •
em outrem para depois virem a elles por modo
algum que seja, somente as poderão haver por
titulo de compra verdadeira das pessoas, que
lhes quizerem vender passados oito annos de-
pois das terras serem aproveitadas, e em outra
maneira não.
E outrosim lhe faço doação, e mercê de
jure, e dc herdade para sempre da metade da
Dizima do Pescado da dita Capitania, que a mim
pertencer; por que a outra metade se ha de
arrecadar para mim, segundo no Foiral é decla-
rado;; a qual metade da dita Dizima se entenderá
do pescado que se matar na dita Capitania fora
das dez Léguas do dito Capitão, e Governador;
porquanto as ditas dez léguas é terra sua livre,
c isenta, segundo atrás é declarado.
E outrosim lhe faço doação, e mercê de
jure, e de herdade para sempre da Redizima
de todalas Rendas, e Direitos, que á dita Ordem,
e a mim' de Direito na dita Capitania perten-
cer: a saber que de todo o rendimento, que á
dita Ordem, e a mim couber, e assim dos Di-
zimos, como de quaesquer outras rendas, ou di-
reitos de qualquer qualidade, que sejam haja o
dito Capitão, e Governador e seus Successores
uma dizima, que é de dez partes uma.
'E outrosim me
praz por respeito do, cuidado,
que o dito- Capitão e Governador, e seus Succes-
sores hão de ter de guardar, e conservar o brasil,
^í:-l::í.í;-'':-'k:i~-:?y?F-
'¦¦¦''
que na dita terra houver de lhe fazer doação, e
mericê de jure e de herdade para sempre da viu-
tena parte do que liquidamente render para mim
forro de todos os custos o brasil, que se da
dita Capitania trouxer a estes Reinos, e a conta
...
do tal rendimento se fará na casa da Mina .da

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— 329 —

Cidade de Lisboa onde o dito Brasil ha de vir,


e na dita Casa tanto que o Brasil fôr vendido,
e arrecadado o direito delle lhe será logo pago,
e entregue em. dinheiro de contado pelo Feitor,
e Officiaes delia aquillo que por boa conta
na dita vintena montar; e isto porquanto todo
o Brasil, que na dita terra houver ha de ser
sempre meu, e de meus Successores, sem o dito
Capitão, e Governador, nem outra alguma pes-
soa poder tratar nelle, nem vender para fora,
somente poderá o dito Capitão, e assim os mo-
radores da dita Capitania aproveitar-se do dito
Brasil ahi na terra no que lhe for necessário,
segundo é declarado no foral, e tratando nelle,
ou vendendo-o para fora correrá nas penas con-
teudas no dito foral.
E outrosim me praz fazer doação, e mercê
ao dito Capitão;, e Governador, e a seus Succes-
sores de jure, e de herdade para sempre, que
dos escravos, que elles resgatarem, e houverem1
na dita terra do Brasil possam mandar a estes <
Reinos vinte e quatro peças cada anno para
fazer dellas o que lhe bem vier, os quaes es-
cravos virão ao Porto da Cidade ele Lisboa, e
não a outro, algum Porto, e mandarão com elles
Certidão dos Officiaes- da dita terra de como
são seus, pela qual Certidão lhe serão cá despa-
chados os ditos escravos forros, sem delles pa-
gar direito algum, nem cinco por cento; e além
destas vinte e quatro peças, que assim cada
anno poderão mandar forras: hei por bem, que
em
possa trazer por marinheiros, e grumetes
seus navios todos os escravos, que quizerem,
e lhe forem necessários,

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mercê ao
E ouirosim me praz por fazer
Capitão, e Governador, e seus Successores, •
dito
da dita Capi-
e assim aos Vizinhos, e moradores
algum ha-
tania que nella não possa em tempo
saboa-
ver direitos de sisas, nem imposições,
alguns Di-
rias de tributo de sal, nem outros
reitos, nem tributos dé qualquer qualidade, que
bem desta doa-
seiam salvo aquelles que por
cão e do foral ao presente são ordenados, que
haja. ,
' esta Capitania, e governança, e rendas,
Item
se her-
e bens delia hei por beto,, e me praz, que
todo
de e suceeda de jure, e de herdade para
e seus
sempre pelo dito Capitão, e Governador,
com tal
descendentes filhos, e filhas legitimos
legiti-
declaração, que emquanto houver filho
filha
mo varão rio mesmo grau não suceeda
idade, que o filho e
posto que seja em maior sendo
não havendo macho, ou havendo-o e não
como
em tão próximo grau ao ultimo possuidor
a fêmea, que então suceeda a fêmea; c emquanto
ou le-
houver descendentes legitimos machos,
bastar-
meas que não suçceda na dita Capitania
do algum'; e não havendo descendentes machos,
bas-
nem fêmeas legitimos, então suecederão os
de
tardos machos, e fêmeas, não sendo porem
Or-
damnado coito, e suecederão pela mesma
e de-
dem dos legitimos, primeiro aos machos,
tal condição,
pois as fêmeas em igual grau com an-
a
que se o (possuidor da dita Capitania quizer aos
tes deixar a um sen parente transversal que
descendentes bastardos, quando não tiver legi-
timos o possam fazer, e não havendo descendeu-
tes machos, nem fêmeas legitimos, nem bastar-
dos da maneira, que dito é, em tal caso suece-
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-331

derão os ascendentes machos, e fêmeas primeiro


os machos, e em defeito delles as fêmeas, e não
havendo descendentes, nem ascendentes succe-
derão os transversaes pelo modo sobredito, sem-
pre primeiro os machos, que as fêmeas em igual
grau, e depois as fêmeas; e no caso dos bastar-
dos o possuidor poderá se quizer lejxar a dita
Capitania a um transversal legitimo, e tiral-a
aos bastardos, posto que sejam descendentes em
muito mais próximo oráu e isto hei assim por
bem sem embargo da Lei mental, que diz, que
não succedam fêmeas, nem bastardos, nem trans-
versaeS; nem ascendentes, porque sem embar-
sue-
go de tudo me praz, que nesta Capitania
cedam fêmeas, e bastardos não sendo de coito
damnado, e transversaes, e ascendentes do modo,
que já é declarado.
E outrosim quero, e me praz, que em tem-
po algum se não possa a dita Capitania, e go-
verhança, e todas as cousas, que pior esta doa-
ção dou ao dito Jorge de Figueiredo Corrêa
partir, nem escambar, espedaçar, nem em outro
modo, nem alhear, nem em casamento a filho,
ou filha, nem outra pessoa dar, nem para tirar
pae, ou filho, nem outra alguma pessoa de capti-
vo, neto para outra cousa ainda que seja mais
é que
piedosa; porque minha tenção, e vontade
a dita Capitania, e governança, e cousas ao dito
Capitão, e Governador nesta doação dadas an-
dem sempre juntas, e se não partam, nem alie-
nem em tempo algum; e aquelle que a partir,
ou alienar, ou espedaçar ou dar em casamento,
ou por outra cousa por onde haja de ser partida
ainda que seja mais piedosa, por esse mesmo
feito perca a dita Capitania, e governança, e

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houvera de ir
passe direitamente aquelle, que e se o tal
pela ordem de sueceder sobredita, que
isto assim não cumprir fosse morto,
E outrosim me praz, que por caso algum
Ca-
de qualquer qualidade, que seja, que o dito
segundo
pitão, e Governador commeta, por que
direito, e Leis destes Reinos mereça perder a
dita Capitania, e governança, jurisdição, e ren-
das delia a não perca seu Suecessor, salvo se
for traidor á Coroa destes Reinos, e em todos os
outros casos, quccommeter será punido quanto
o crime o obrigar, e porém o seu Suecessor não
e
perderá por isso a dita Capitania, governança,
e jurisdição, rendas, e bens delia, como dito é.
Item me praz, e hei por bem, que o dito
Jorge de Figueredo Corrêa, e todos seus Sue-
Cessores a que esta Capitania, e. governança vier
usem inteiramente de toda a jurisdição, e poder,
e alçada nesta doação, conteuda, assim, e da
maneira, que nella-é declarado, e pela confiança,
tudo o
que delles tenho, que guardarão* nisso
e bem
que cumprir ao serviço de Deus, e meu,
do povo; e direito das partes, e outrosim hei
da dita
por bem, e me praz, que nas terras
Capitania não entre, nem possa entrar em' tem-
outras
po algum Corregedor, nem1 alçada, nem
algumas Justiças para nellas usar de jurisdição
alguma por nenhuma via, nem modo, que seja,
nem menos será o dito Capitão suspenso da dita
Capitania, e governança, e jurisdição delia; e
algum
porem quando o dito Capitão cair em
erro, e fizer cousa por que mereça, e deva ser
castigado eu ou meus Successores o mandaremos
vir a nós para ser ouvido com sua justiça, e lhe
¦A:-i*.-'AA.-* ¦'¦- A'-AA .\v- ¦.
v'"'-:^-.'r;,v!

;
¦

será dada aquella pena, ou castigo, que de di-


reito por tal caso merecer.
.-¦(,.. .,»'. ;. í-.í »¦

'i>y. '¦'¦-¦¦
¦'"*'' '.:' \v*§

333-

E outrosim hei por bem, e me praz por fa-


zer mercê ao dito Jorge de Figueiredo Corrêa,
que elle possa nomear em sua vida, ou por seu
fallecimento á successão da dita Capitania qual-
"ou filhas,
(píer de seus filhos, que elle quizer
posto que nesta doação seja declarado, que a
successão da dita Capitania virá depois de seu
/allecíniento a seu filho mais velho, e não tendo
filho, a sua filha, e porém por fallecimento do
filho, ou filha, que elle assim na dita Capitania,
e governança nomear virá a successão delia á
herdar
pessoa, que de direito deva de haver e
assim no modo que no Capitulo da successão da
dita Capitania é declarado, e não nomeando em
tal caso viera a successão da dita Capitania á
da Sue-
piessoa, que por bem do dito Capitulo
cessão deva vir.
E porquanto o dito Jorge de Figueiredo Cor-
rêa; é o ptrimeiro Capitão e Governador desta Ca-
mercê,
pitania hei por bem por nisso lhe fazer
r^ e ficar memória delle, que todos seus Successo-
¥. ,\
res, e pessoas, a que a dita Capitania vier se
Chamem de Figueiredo, sob pena do que se
não chamar de Figueiredo perder a dita Capi-
tania, e Governança, e não poder sueceder na
dita Capitania, e governança, por esse mesmo
feito passará logo a outro Succèssor a quem de
direito pertencer se o tal, que isto assim não
cumprir fosse mortoi, e serão assim mesmo obn-
a trazer as ar-
gados os ditos seus Successores
mas dos Figueiredos.
be-
Item esta mercê lhe faço como Rei, e
nhor destes Reinos, e assim como Governador,
e ád perpetum Administrador, que sou da Or-
dem, e Cavallaria do Mestrado de Nosso Senhor
n
"Jesus
Christo, e por esta presente Carta dou
dito Jorge de Figueiredo
poder, e autoridade ao lhe aprou-
Corrêa, que elle por si, e por quem
e corporal,
ver possa tomar, e tome a-posse real,
e gover-
e actual das terras da dita Capitania,
todas as
nança, e das rendas e bens delia, e de
e usem
mais cousas contendas em esta doação,
contém, a
de tudo juntamente como se nella
e mando, que
qual doação hei por bem quero, todo com
se cumpra, e guarde em' todo, e por
nel-
todalas cláusulas, e condições, e declarações
nem
Ia conteudas, e declaradas, sem mingua,
dito
desfallecimento algum, e para todo o que
Leis
é derogo a Lei mental, e quaesquer outras
ordenações, direitos, e glosas, e costumes, que
em contrario disto haja, ou possa haver por
qualquer via, e modo, que seja, posto aqui que se-
serem! ex-
jam taes, que fosse necessário
ad verbum, sem
pressas, e declaradas de verbo
embargo da Ordenação do segundo Livro titulo
se as
quarenta, e nove, que diz que quando expires-
faes Leis, e direitos derrogarem se faça
sa menção deilas, e da substancia deilas, e por
esta prometto ao dito Jorge de Figueredo Cor-
em
rêa "e a todos seus Suceessores, que nunca
tempo algum1 vá, nem oonsinta ir contra esta
minha doação em parte, nem em todo, e rogo
e encommendo a todos meus Suceessores, que
lha 'cumpram; e mandem cumprir, e guardar,
Des-
e assim mandot a todos meus Corregedores,
e
embargadores, Ouvidores, Juizes, e Justiças,
.Officiaes* e pessoas de meus Reinos, e Senhorios,
cumprir, e
que cumpram, e guardem, e façam
e todas
guardar esta minha Carta de doação, ser
as cousas nella conteudas, sem lhe nisso
'¦ A\'''AA-'^.'":M'i:''i-
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posto duvida, nem embargo, nem contradição


alguma, e porque assim é minha mercê, e por
firmeza delle lhe mandei dar esta Carta por mim
assignada, e sellada do sello pendente de cera
de minha Chaneellaria, a qual vae escripta em
cinco folhas com esta do meu Signal, e com a
primeira, em que se esta doação começou na
parte de dentro, as quaes são todas assignadas
ao pé de cada uma por Dom Miguel Bispo de
Vizeu do meu Conselho, e meu Escrivão da Pu-
ridade. Vicente Fernandes a fez em Évora a
vinte, e seis dias do mez de Junho. Anno do
Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de
mil quinhentos, e trinta e quatro annos; e eu
Fernando Luis Thesoureiro-mor d'El-Rei Nos-
so Senhor, e Escrivão de Sua Fazenda a fiz
escrever, e subscevi.

Traslado do Foral da Capitania dos


Ilhéus, de que é Capiti&p Jorge de Figueredo
Corrêa.

Dom João por graça de Deus Rei de Por-


tugal etc. A quantos esta minha Carta virem
faço saber, que eu fiz ora doação, e mercê a
Jorge de Figueredo Corrêa Fidalgo de minha
Casa, e Escrivão de minha Fazenda para elle,
e todos seus filhos netos herdeiros,, e Successores
de jure, e de herdade para sempre da Capitania
de cincoenta léguas de terra na minha Costa do
Brasil, segundo mais inteiramente é conteúdo,
e declarado na Carta de doação, que da dita

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terra lhe tenho passada; e por ser necessário
haver ahi foral dos direitos, foros, e tributos
e cousas, que se na dita terra hão de pagar, as-
sim do que a mim, e á Coroa de meus Reinos
ao dito Ca-
pertencer, como do que pertencer
doação, e eu ha-
pitão por bem da dita sua
vendo respeito á qualidade da dita terra, e a
se ora ir novamente morar, povoar, e aprovei-
târ; e porque se isto melhor; e mais cedo
faça, sentindo-o assim por serviço de Deus, e
meu, e bem do dito Capitão, e moradores da dita
terra, e por folgar de lhes fazer mercê houve
e fazer o dito
por bem de mandar ordenar,
foral na fôrma, e maneira seguinte.
Item primeiramente o Capitão da dita Ca-
e repartirão
pitania, e seus Successores darão,
todas as terras delia de sesmaria a quaesquer
e condição, que
pessoas de qualquer qualidade,
sejam comtanto que sejam Christãos livremente
sem foro, nem direito algum somente o Dizi-
mo, que serão obrigados pagar á Ordem do
Mestrado de Nosso Senhor Jesus Christo de todo
o que nas ditas terras houver, as quaes Sesma-
rias darão da fôrma, e maneira que se contém
em minhas ordenações, e não poderão tomar
terra alguma de Sesmaria para si, nem para sua
mulher, nem para o filho herdeiro da dita Ca-
os ou-
pitania; e porém podel-a-ão dar a todos
tros filhos se os tiverem, que não forem herdei-
ros da dita Capitania, e assim aos seus parentes,
como se em sua doação contém; e se algum dos
filhos, que não forem herdeiros da dita Capita-
nia, ou qualquer outra pessoa tiver alguma Ses-
maria por, qualquer maneira, que a tenha, e vier
dia,
,a herdar a dita Capitania, será obrigado do
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yy,
• •

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337

que nella succeder a um anno primeiro seguiu-


te de a largar, e traspassar a tal Sesmaria em
outra pessoa, e não a traspassando no dito tem-
po perderá para mim a dita Sesmaria com mais
outro tanto preço quanto ella valer, e por esta
mando ao meu Feitor ou Almoxarife, que na
dita Capitania por mim estiver, que em tal caso
lance logo mão pela dita terra para mim, e a
faça assentar no Livro dos meus próprios, e
laça execução pela valia delia, e não o fazendo
assim hei por bem que perca seu Officio e me
pague de sua fazenda outro tanto quanto inon-
lar na valia da dita terra.
Item havendo nas terras da dita Capitania,
costa, mares, rios„ e bahias delia qualquer sorte
de pedraria, pérolas, aljofar, ouro, prata, coral,
cobre, estanho, 'chumbo, ou outra qualquer sorte
de metal, pagar-se-á a mim o quinto, do qual
quinto Jtiaverjá o dito Capitão sua dizima como se
contém em sua doação, e ser-lhe-á entregue a
parte, que lhe na dita dizima montar ao tempo,
que se o dito quinto por meus Officiaes para
mini arrecadar.
Item! o páu do Brasil da dita Capitania, e as-
sim qualquer especiaria, ou drogaria de qual-
quer qualidade que seja, que nella houver per-
tenoerá, e será tudo sempre meu, e de meus
Successores sem o dito Capitão, nem1 outra algu-
ma pessoa poder tratar nas ditas cousas nem em
alguma dellas tá na terra, nem as poderão ven-
der, nem tirar para meus Reinos, e Senhorios,
nem para fora delles, sob pena de quem o con-
trario fizer perder por isso toda sua fazenda
para a Coroa do Reino, e ser degradado para a
Ilha de Santo Thomé para sempre, e porém

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— 33S —

bem, .que o dito Ca-


quanto ao Brasil hei por
da dií a Capitania se
pitãq, e lassim os moradores
no que lhes ahi na ter-
possam aproveitar delle o queimai-,
ra for necessário não sendo em
incorrerão nas sobreditas
porque queimando-o
penas. :,-.;se na dita La-
Item de todo o pescado, que
á canna se pagará a
pitania pescar não sendo além da
Dizima á Ordem que é de dez uma: e
meia,,Dizi-
dita Dizima hei por bem que se pague
meia íüV
mia que é de vinte peixes um, a qual
e ar-
ziraa o Capitão da dita Capitania haverá,
delia lei-
reoadará para si, porquanto lhe tenho
to mercê. ' ,
Item querendo o dito Capitão, moradores,
ou man-
e povoadores da dita Capitania trazer,
Remos,
dar trazer por si, ou por outrenv a meus
ou Senhorios quaesquer sortes de mercadorias,
r que na dita terra, e partes delia
houver tirando
escravos, e as outras cousas, que acima sao
de-
e aga-
fesas, podelonão fazen, e serão recolhidos,
Villas,
salhadós em quaesquer portos, cidades,
ou lugares dos ditos meus Reinos, e Senhorios,
em que vierem aportar, e não serão constran-
nem as
gidos a descarregar suas mercadorias, Vil-
vender em algum dos ditos portos, Cidades
Ias contra suas vontades, se para outras partes
antes quizerem ir fazer seus proveitos, e quereii-
do-as vender nos ditos lugares de meus Reinos,
e Senhorios não pagarão dellas direitos alguns
somente a isisa do que venderem, posto que pelos
lu-
'¦¦'"¦ ¦ ' '"';•'¦'¦ ¦¦'• k'fSÍ'M^'-'r'
' foraes, Regimentos, ou costumes dos taes
outros direitos,
-->.-'¦ ¦.-."-.¦:¦.-
gares fossem obrigados a pagar suas
ou tributos, e poderão os sobreditos vender
mercadorias a quem: quizerem, e leval-as para
fora do Reino se lhes bem vier sem embargo
dos ditos foraes, Regimentos, ou costumes, que
em contrario haja.
Item .todolos navios de meus Reinos, e Se-
nhorios, que á dita terra forem com mercado-
rias, de que já cá tenham pagos os direitos
em minhas Alfândegas, e mostrarem disso Cer-
íidão dos meus Officiaes dellas não pagarão na
dita terra do Brasil direito algum;, e se lá carre-
garem mercadorias da terra para fora do Reino
pagarão da sahida dizima a mim, da qual dizi-
ma o Capitão haverá sua Redizima como se
contém em sua doação: e porém trazendo as
taes mercadorias para meus Reinos, ou Senho-
rios não pagarão da sahida cousa alguma, e
estes, que trouxerem as ditas mercadorias, a
meus Reinos, ou Senhorios serão obrigados de
dentro de um anno levar, ou enviar ádita Capi-
tania Certidão dos Officiaes de minhas Alfande-
as-
gas do lugar onde descarregarem de como
sim descarregaram em meus Reinos, e as quali-
dades das mercadorias, que descarregaram., e
quantas eram), e não mostrando a dita Certidão
dentro do dito tempo pagarão a dizima das ditas
mercadorias, ou daquella parte çlellas, que nos
ditos meus Reinos, e Senhorios não descarre-
de piagar
garam, assim, e da maneira, que hão
a dita dizima na dita Capitania se carregarem
não haja
para fora do Reino;, e se fôr pessoa que
de tornar á dita Capitania dará lá fiança ao
no dito
que montar na dita dizima para dentro
tempo de um anno mandar Certidão de como
veiu descarregar em meus Reinos, e Senhorios,
e não mostrando a dita Certidão no dito tempo
se arrecadará, e haverá para mim a dita Dizi-
ma pela dita fiança.
BB?
¦ ,:¦'¦' .

340 —

Item quaesqüer pessoas estrangeiras, que


não forem naturaes de meus Reinos, e Senho-
rios, que á dita terra levarem ou mandarem
levar quaesqüer mercadorias posto que as levem
de meus Reinos, ou Senhorios, que cá tenham
dizima a
paga dizima, pagarão lá da entrada
mim das mercadorias, que assim levarem, e car-
regando na dita Capitania, mercadorias da terra
sa-
para fora, pagarão assim mesmo dizima da
hida das taes mercadorias, das quaes dizimas
o Capitão haverá sua Redizima segundo se con-
tém em sua doação, e ser-lhe~á a dita Redizima
entregue por meus Officiaes ao tempo, que se
as ditas dizimas para mim arrecadarem.
Item de mantimentos, armas, artilharia, e
pólvora salitre, enxofre, chumbo, e quaesqüer
outras cousas de munição de guerra, que á dita
Capitania levarem, ou mandarem levar, o Ca-
pitão, e moradores delia, ou quaesqüer outras
pessoas assim naturaes, como estrangeiros hei
por bem que se não paguem direitos alguns,
e que os sobreditos possam livremente vender
todas as ditas cousas, e cada uma dellas, que
forem Christãos, e meus Subditos (sic).
Item todas as pessoas assim de meus Reinos,
e Senhorios, como de fora delles, que á dita Ca-
pitania forem não poderão tratar, nem comprar,
nem vender cousa alguma com os gentios da
terra, e tratarão somente com o Capitão, e po-
voadores delia, comprando, vendendo,, e resga-
laudo com elles todo o que puderem haver; c
quem o contrario fizer hei por bem1 que perca
em dobro todai a mercadoria, e cousas, que com
os ditos gentios contratarem, de que será a ter-
m. ça parte para minha Gamara, e a outra terça
* ¦
,

- 341

parte para quem os accusar, e a outra terça


parte para o Hospital, que na dita terra houver,
e não no havendo ahi será para a fabrica da
Igreja delia.
Item quaesquer pessoas, que na dita Capi-
tania carregarem -seus navios, serão obrigados
antes que comecem) a carregar, e antes que saia
fora da dita Capitania de O' fazer saber ao Ca-
pitão delia para prover, e ver, que se não tirem
mercadorias defesas, nem partirão assim mesmo
da dita Capitania sem licença do Capitão, e não
o fazendo assim, ou partindo sem; a dita licença,
perder-se-ão para mim em dobro todas as mer-
cadorias, que carregarem, posto que não sejam
defesas, e isto porém se entenderá emquanto na
dita Capitania não houver feitor, ou Official
meu Deputado para isso, porque havendo-o ahi
a elle se fará saber o que dito é, e a1 elle perten--
cera fazer a dita diligencia, e dar as ditas li-
cenças.
Item o Capitão da dita Capitania, e os mo-
radores, e povoadores delia poderão livremente
tratar, e comprar, e vender suas mercadorias
cora os Capitães de outras Capitanias, que tenho
provido na dita Costa do Brasil, e cora os mo-
radores, e povoadores dellas: de umas Capita-
nias para outras, das quaes mercadorias, com-
pras, e vendas dellas não pagarão uns, e outros
direitos alguns.
Item todo o vizinho, e morador, que viver
na dita Capitania, e for feitor, ou tiver compa-
nhia com alguma pessoa, que viva fora de meus
Reinos, ou Senhorios não poderá tratar.com
os brasis da terra, e posto que sejam Christãos,
e tratando com elles hei por bem que perca

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será
toda a fazenda com que tratar, da qual
dois terços
um terço para quem o aocusar, e
da dita Capitania.
para obras dos muros
Item os Alcaides-mores da dita Capitania,
e arre-
e das Villas, e povoações delia haverão,
e tri-
cadarâo para si todos os foros, e direitos,
butos que em meus Reinos, e Senhorios por
e são
bem de minhas Ordenações pertençam,
concedidos aos Alcaides-mores.
Item nos rios da dita Capitania, em que
houver necessidade de pôr barcas para passa-
e levará dellas
gem delles o Capitão as porá, lá em Câmara
aquelle direito, ou tributo, que
for taxado, que leve, sendo confirmado por mim.
Item cada um dos Tabelliães do publico, e
dita
Judicial, que nas Villas, e povoações da
dito
Capitania houver será obrigado pagar ao
Capitão quinhentos reis de pensão em cada um'
anno.
Item os povoadores, e moradores, e povo
da dita Capitania serão oorigados em tempo
de guerra de servir nella com o Capitão se lhe
necessário for.
Item notifico-o assim ao Capitão da dita Ca-
ao meu fei-
pitania que ora é, e-adiante for, e
tor, e lAlmoxarife, e Officiaes delia, e aos Juizes,
e Justiças da dita Capitania; e a todas as outras
Justiças, e Officiaes de meus Reinos e Senho-
rios assim da justiça, como da fazenda, mando
I a todos em geral, e a cada um em especial, que
cumpram, e guardem, e façam inteiramente
¦
¦ ¦
..

cumprir, e guardar esta minha Carta de foral


-
V.
assim, e da maneira, como se nella contém sem
lhe nisso ser posto duvida, embargo, nem1 con-
'. " '»V ¦¦
'¦/ ¦ . _ a."' ¦:¦,'¦

tradiçãt alguma, porque assim é minha mercê,

14
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o, -343-
¦¦",
}'¦>¦¦-'¦¦¦
..-...£>..

e pára firmeza delle mandei passar esta Carta


por,mim assignada, e sellada de meu Sello pen-
dente, o qual mando, que se registe no Livro
dos Registos de minha Alfândega de Lisboa, e
assim nos Livros de minha feitoria da dita Ca-
pitania e pela mesma maneira se registará nos
Livros das Câmaras das Villas, e povoações da
dita Capitania para que a todos seja notório o
contendo neste foral, e se cumpra inteiramente.
Dada na Cidade cie rgvora a onze dias de Março,
Pero de Mesquita a fez Anno do Nascimento de
Nosso Senhor Jesus Christo de mil quinhentos.
e trinta, e cinco. E eu Fernanda]vares Escrivão
da Fazenda, e da Câmara d'El-Rei Nosso Senhor
e seu Thesoureiro-mor a fiz escrever, e subscrevi.

Traslado do Regimento do Provedor-


mor da Fazenda ^El-Rei Nosso Senhor des-
tas piar/es do JBrasil.

Eu El-Rei. Faço saber a vós Antônio Car-


doso de Barros Cavalieiro Fidalgo de Minha
Casa, que vendo eu quanto serviço de Deus e
meu é serem as terras do Brasil povoadas de
Christãos pelo muito frueto, que se disso segue,
e mando ora fazer uma fortaleza na Bahia de
todos os Santos, e prover as outras Capitanias,
ser melhor
para que daqui em diante possam
Thome
povoadas; e a isto ordenei, que fosse
dé Souza Fidalgo de minha Casa, que envio
de
por Capitão da dita Bahia, e Governador
todalas terras do Brasil. B porque as minhas
Rendas, e direitos das ditas terras até aqui nao

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¦ >-vHnflu»flHH9nÍM^^H&'

-
344 -

foram arrecadadas, como cumpria por não ha-


ver quem provesse nellas, e daqui em diante
espero, que com a ajuda de Nosso Senhor irão
em muito augmento. E para que a arrecadação
dellas se ponha na Ordem;, que a meu Serviço
cumpre, ordenei ora de mandar ás ditas terras
uma pessoa de confiança, que sirva de Prove-
dor-mor de Minha Fazenda em1 ellas, e por con-
fiar de vós, que nisso mç sabereis bem. servir
com aquelle cuidado, e diligencia, que de vós
espero hei por bem de vos encarregar do dito
Cargo, no qual tereis a maneira seguinte.
Ireis daqui em companhia do dito Thomé
de Souza direitamente á dita Bahia de lodolos
Santos; e porque elle leva por meu Regimento
a maneira, que ha de ter em assentar a terra,
e fazer a fortaleza, e povoacão na dita Bahia,
e prover as outras cousas, que cumpre a meu
Serviço, vos mando, que em tudo o que elle
comvosco praticar acerca das ditas cousas lhe
deis vosso parecer, e o ajudeis em tudo o que
puderdes, e lhe de vós for necessário.
Tanto que chegardes á dita Bahia vos in-
formareis, que Officiaes de minha Fazenda ha
em cada Capitania para proverem, e arrecada-
rem minhas rendas, e aos que achardes por
informação, que ha nas ditas Capitanias escre-
I vereis em como eu vos mando por Provedor-mor
de minha Fazenda nas ditas terras, e que por-
1
¦ii
tanto vos escrevam logo, que rendas, e Direitos
ha na Capitania onde forem Officiaes, que me
«íi
pertençam, e de que cousas se pagam, e a ma-
neira, que se tem na arrecadação delles, e sobre
que pessoas está carregado, e o que até agora
arrecadaram, e se ha ahi casa Ordenada para
¦ \ ...
¦ .
A-,"/A-

¦"¦... '". ':'*';: '.*¦'.


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,; ' "¦¦ 'to


to.C V:
'

a dita arrecadação e que assim vos escrevam',


que artilharia, armas, e munições minhas ha
na tal Capitania, e se está tudo carregado em
receita sobre meus Officiaes. E sendo-vos in-
formado, que em alguma das ditas Capitanias
não ha Officiaes de minha fazenda escrevereis
o sobredito ads Capitães, ou pessoas, que es-
tiverem em seu lugar.
Item. Tanto que na dita Bahia a terra esti-
ver assentada dareis ordem, que se façam umas
casas, para Alfândega perto do mar em lugar
conveniente para despacho das partes, e arre-
cadação de meu direito, e vereis, que Officiaes
ao presente são necessários para a dita Alfan-
dega, e dareis conta disso ao dito Thomé de
Souza para elle com vosso parecer prover dos
Officios, que se logo não puderem escusar aquel-
Ias pessoas, que vir, que nisso me podem bem
servir até eu prover delles a quem houver por
meu serviço; e «porem estando.lá a pessoa, que
é provida do Officio ele Provedor de minha Fa-
zendada Capitania da dita Bahia elle servirá de
Juiz da dita Alfândega, segundo fôrma do Regi-
mento dos Provedores; e as pessoas, que, forem
encarregadas dos ditos Officios haverão jura-
mento, que bem, e verdadeiramente (sic).
Item. Ordenareis, que na dita Alfândega haja
Livros; a saber um ela Receita, e Despesa dos
rendimentos delia, e outro, eni que se registe o
foral, e Regimento dos Officios, e quaesquer
outras Provisões, que adiante se passarem sobre
a arrecadação cios Direitos da dita Alfândega,
os quaes Livros serão etontados, e assignados
em cada folha pelo dito Provedor.
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Item. Ordenareis casa, em que se faça o


negocio de minha Fazenda, e Contos; e para
o dito negocio se farão Livros a saber: um em
eme se assentarão lodalas rendas, e direitos, que
eu tenho nas ditas Capitanias a saber; as ren-
das de cada uma por titulo por si, declarando
se pagam os ditos
que cousas^ e por que maneira
direitos, e" Ordenados, e mantimentos, que ora
têm,, e adiante tiverem os Officiaes de minha
Fazenda, e quaesquer outras pessoas, e assim
tenças, que se lá mandarem pagar, e haverá
outro Livro, em que se assentem os contratos,
e arrendamentos, que se fizerem, e outro, em
é
que. se registem os foraes, e Regimentos, quaes-sobre
quer outras Provisões que se passarem assim
cousas, que toquem a minha Fazenda; e
se fará um Livro para matricula, em que se
assente a gente de soldo, que ora vae nesta ar-
mada, ou ao diante for, e cada pessoa terá ti-
tulo apartado, em que se decrare o nome da
filho é, e o
pessoa, e alcunha se a tiver', e cujo
Lugar aonde é morador, e o soldo, que ha de
haver, e o tempo, que servir, e os pagamentos,
outro Livro,
que lhe forem feitos,, e assim se fará
em que se assentem todolos Officiaes, que tive-
rem Cargo de receber nas ditas terras do Brasil
minhas rendas e direitos, declarando o tempo,
em que começaram a servir para tanto que for
tempo de darem suas contas serem para isso
chamados; e assim se farão quaesquer outros
Livros, e Ementas, que para os negócios da dita
fazenda forem necessários, e encarregareis uma
y;-A*yr
das ditas
pessoa apta, que sirva de Porteiro e
¦j :''¦"' .¦;-''. d'".'' ¦';' d :' ¦:.' i Casas da Fazenda, e Contos, e Alfândega,

ddd.'- . ¦ ',
', -d ¦' :
tenha cuidado de guardar os Livros das ditas
'''^^USUmvm^UmmÊBUm^nU&ir

¦¦'.'

.
: ¦>"'

• — 347

Casas, os guaes Livros lhe serão carregados


em receita em um Livro, que para isso haverá,
e numeradas por
que terá as folhas assignadas,
vós, e estará em poder do Escrivão da Fazenda.
Item. Tanto que ahi ordenardes a dita Casa
Fazenda, vós com o
para o negocio de minha
Escrivão do vosso Cargo ireis a ella todolos dias,
despacho
que vos parecer, que é necessário para de
das coutas, e negócios, em que haveis prover,
¦
e de quaesquer outros que succederem.
Item. Conhecereis por acção nova no lugar
de
onde estiverdes, c a cinco léguas de redor
a minha fazenda
quaesquer casos, que tocarem
entre quaesquer partes, que o meu Procurador
avocar
nisso não seja parte; e assim podereis
tocarem
a vós quaesquer feitos, e causas, que o
á minha Fazenda, (pie se tratarem perante vos
onde
o Provedor, ou'Almoxarife do lugar
estiverdes, e nos ditos feitos, de que conhecer-
vos, proce-
des por acção nova, e avocardes a
a causa
dereis até final sentença inclusive, sendo baixo,
sobre quantia de dez mil reis, e dahi parade mor
ou sobre cousa, que os valha; e sendo o des-
Bahia para
quantia, levareis o feito á ja
pachardes pela maneira que ^fi.^^n
de ir tao cedo
char os outros, e não havendo vos
de Souza da.
o remettereis lá para o dito Thome o despa-
â elle Juizes- em vossa ausência, que
do tal lu-
chem, e como for justiça, e indo vos
sentença^^
gar- antes de tentes dada da Capita-
ditos leitos os leixareis ao Provedor
os acabara de
uiade que for o tal lugar, o qual
e determinar dando appellaçao, e
processar,
aggravo nos casos, em que couber.

¦;¦ ¦ ¦
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Item. Conhecereis de todalas appellações, e


aggravos, que sahirem dante os provedores, e
Officiaes de minha fazenda assim dessa Capi-
tania como de todalas outras Capitanias das
ditas terras do Brasil de feitos, que setra-
tarem perante ellas sobre quantia, que pas-
sar de dez mil reis, ou sobre cousa, que os va-
lha; e porém no.lugar onde vós estiverdes co-
nheoereis das appellações, e aggravos, que sa-
hirem dante os Officiaes do tal lugar, ainda que
seja de menos quantia dos ditos dez mil reis,
sendo porém de dois mil reis para cima.
Item. Emquanto estiverdes na povoação da
dita Bahia despachareis os ditos Feitos, que a
vós hão da vir por appellação, e aggravo com
dois letrados os quaes pedireis ao dito Thomé
de Souza, e elle vol-os dará, quando cumprir, e
não os havendo será com duas pessoas quaes lhe
a elle bem parecer; e com as ditas pessoas de-
terminareis os ditos feitos de qualquer quantia,
que forem sem appellação, nem aggravo. E pela
mesma maneira determinareis os feitos, que le-
vardes das outras Capitanias; e assim aquelles
que na dita Capitania da Bahia se tratarem pe-
rante Vós por aeção nova, ou avocardes do Pro-
vedor, e Almoxarife delia.
Item. Hei por bem, que outrosim conhe-
çaes por aeção nova assim na Capitania da Ba-
hia, como em qualquer outra onde fordeS e es-
tiverdes de todalas duvidas, e feitos, que se mo-
verem sobre as Sesmarias e dadas de terra, e
águas ante o Capitão em cuja Capitania esti-
verem as ditas terras, e águas, e outras pessoas,
qu entre quaesquer outras partes, e assim jk)-
dereis avocar a vós quaesquer feitos, e causas,
349

que sobre as ditas dadas d'é terras, e águas se 'A'-'' ¦''¦¦'. ¦¦''.
:''¦
l

{ratarem entre os Provedores, e assim das ap-


pelláções, e aggravos, que dante elles sahirem,
e de tudo conhecereis na maneira, e com a
mesma alçada que haveis de ter nos outros fei-
tos acima conteúdos.
Item. Pelo regimento, que leva Thomé de
Souza lhe mando que depois de chegar á Bahia
tanto que o tempo lhe der lugar, e os negócios
daquella Capitania estiverem para os elle poder
leixar, vá visitar as outras Capitanias; quando
assim for vós ireis com elle para o ajudardes
nas cousas de meu Serviço, que nas ditas Capi-
tanias ha de fazer e para também vos proverdes
em cada uma dellas nas cousas que tocar a
vosso cargo, e que ora por este Regimento mando,
que façaes.
Item. Em cada uma das ditas Capitanias,
tanto que nellas fardes fareis vir perante vós o
Provedor Almoxarife, è Officiaes de minha
fazenda, que nella houver, e sendo presente o
Escrivão de Vosso Cargo vos informareis dos
ditos Officiaes, que rendas, e direitas tenho, e
me pertencem na tal Capitania, e como se arre-
cadaram até então, e se foram arrecadados, ou
se arrecadaram para mim, e se foi tudo carre-
gado em Receita, e porque pessoas, e sobre
que Officiaes, e em'que se dispendeu o dito ren-
dimento; e para isso tomareis conta ás ditas
: pessoas, e o que achardes, que dispenderam lhe
levareis em conta, e o que ficarem devendo
¦¦ ' ¦', ¦
...

fareis arrecadar delles aos tempos, e pela ma-


neira, que mais meu serviço vos parecer, e o
traslado das arrecadações das contas, que se
tomarem enviareis aos meus Contos do Reino.
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Offi-
Item Não havendo na tal Capitania
mim, ou
ciaes de minha fazenda providos por
necessários; da-
faltando alguns dos que forem
elle com
reis disso conta a Thomé de Souza para forem
vosso parecer prover dos Officios, que aptas
forem
necessários pessoas, que para isso
se assim pro-
e escrever-me-eis os Officios, que
mandar acerca
verem, e a que pessoas para eu
disso o que houver por meu serviço. or-
Item Em cada uma das ditas Capitanias
e Com
denareis que haja casas para Alfândega,casas da
ditas
tos, e livros para o Negocio das
na Bahia, e
maneira, que o haveis de ordenar
Provedores.
como se contém no Regimento dos ramos
Item Assim ordenareis de fazer em
eu tiver,
apartados as rendas, e Direitos, que
Capitanias
e me pertencerem em cada uma das
das ditas
annexando a cada ramo aquella parte se me-
rendas, e Direitos que vos parecer, que
se iara
lhor poderão nelle arrecadar, de que
da Provedoria
assento no Livro dos Regimentos
mandarei»
da dita Capitania; e as ditas rendas
metter em pregão por ramos, ou juntamente
e as arre-
como vos mais meu serviço parecer:
matareis a quem por ellas mais der guardando
Fazenda,
nisso a fôrma do Regimento de, minha carre-
e as quantias dos arrendamentos fareis
Almoxarife. para tu
gar em receita sobre o dito a dita
cuidado de tomar as fianças, e arrecadar
no Regmientc, de
quantia segundo se contém conformareis
minha Fazenda, com o qual vos
'em tudo o este.
que for contrario a a caaa
Item. Em cada um anno escrevereis
'

Vos
um dos Provedores de minha Fazenda, que minhas
mandem por Certidão o que renderam
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rendas, e direitos, de sua Provedoria o anno


atrás., e o que dellas dlspendeu, e em que cousas,
e que todo o mais enviem a entregar ao meu
Thesoureiro, que ha de estar na dita Bahia
para receber todas as ditas rendas, e eu lhes
mando em seu Regimento, que assim o façam.
Item. Tereis cuidado de tanto, que cada Al-
moxarife tiver recebido cinco annos lhe mandar
notificar, que vá dar s*ua conta á Bahia na Casa
dos Contos, que ahi ha de estar, e que leve para
jsso todos seus Livros, e papeis1, e ao Provedor
da tal Provedoria escrevereis, que recenseie ao
Almoxarife sua conta primeiro que vá á
" dito
dita Bahia, e arrecade delle o que achar, que
fica devendo;, e o envie logo ao dito Meu! Thesou-
reiro, e que assim vos escreva, que pessoas ha
na dita Provedoria, que sejam aptas para rece-
ber as rendas emquanto o Almoxarife der sua
conta, e vós encarregareis do dito recebimento
uma das ditas pessoas, que o Provedor vos no-
mear.
Item. Tanto que o dito Almoxarife for na Ba-
hia para dar sua conta lha fareis tomar, e como
for acabada será vista por vós, e ficando o Al-
moxarife devendo alguma cousa lha fareis pagar,
e depois de ter dado conta com entrega lhe pas-
sareis Provisão para tornar a servir seu Cargo,
declarando nella como tem dado a dita Conta
comi entregi e o recebedor, que estiver servindo
o dito Cargo acabará de servir aquelle anno,
o dito Almoxa-
que tiver começado, posto que Provi-
rife dentro nó dito anno leve a dita
dita
são para poder tomar, e receber, e pela
conta,
maneira virão os recebedores dar sua
acabado o tempo. -: >
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As duvidas, que houver nas ditas contas de-


terminareis com um letrado, que pedireis ao
dito Thomé de Souza, ou com qualquer outra
Ordenar, e não sendo
pessoa, que elle para isso
ambos' conformes em algumas das ditas duvi-
das o dito Thomé de Souza dará outra pessoa
dois for determinado
para terceiro, e o que por
se cumprirá.
desta
Quando pelo tempo em diante depois
uma das ditas Capi-
primeira vez fardes a cada
tanias vos informareis como os ditos Provedores,
Almoxarifes, Recebedores, e outros Officiaes de
minha Fazenda servem seus Cargos, e achando
nelles, o que não
pela dita informação, que fazem
devem, tirareis sobre isso inquirição devassa,
e procedereis contra os culpados, como for jus-
tiça, determinando seus feitos na Bahia, como
haveis de fazer nos outros feitos, e se suspen-
derdes alguns dos ditos Officiaes de seus Cargos
o fareis saber a Thomé de Souza para elle pro-
ver pessoas, que o sirvam; e não sendo o dito
Thomé de Souza presente na Capitania, em que
os assim suspendèrdes vós os provereis dando-
lhe juramento.
Hei por bem que daqui em diante pessoa
alguma não faça nas ditas terras do Brasil navio,
nem Caravéllão algum sem licença do dito Tho-
mé de Souza, a qual lhe elle dará nos lugares
onde for presente, e naquelles em que o não
"dareis vós a dita licença se ahi estiverdes,
for
e não estando a dará em vossa ausência o Pro-
vedor da dita Capitania donde • o tal navio se
houver de fazer, as quaes licenças darão a pes-
soas abastadas, e seguras, e que dêm fianças
de

''¦¦'•,-'-'-.-¦.,¦¦-.--¦
por que se obriguem, que quando houverem,
¦ ...
353 —
ir tratar com o tal navio o façam saber ao Pro-
vedor da dita Capitania donde partir, e que
cumpram inteiramente o que sobre isto é con-
teudo no Regimento dos Provedores.
Trabalhareis com as pessoas, que vos pedi-
rem licença para fazerem os ditos navios, que
os façam de remo, e sendo de quinze bancos
ou dahi para cima, e que tenham de banco a
banco três palmos de goa hei por bem, que
não paguem direitos nas minhas Alfândegas do
Reino de todalas munições, e apparelhos, que
para os taes navios forem necessários, e fazen-
do-os de dezoito bancos, e dahi piara cima ha-
verão mais além: dos ditos direitos quarenta cru-
zados de mercê a custa de minha Fazenda das
rendas, que se arrecadarem das ditas terras do
Brasil, e isto para ajuda de os fazerem como
é conteúdo, no Regimento dos ditos Provedores,
os quaes quarenta cruzados lhe vós mandareis
pagar nas ditas rendas com Certidão do Prove-
dor da Capitania onde se houverem de fazer
de como ihe tem dado fiança a o fazer dentro
de um anno, e tereis cuidado de saber se aquel-
les que se obrigaram' fazer os ditos navios, se
o fizeram, e cumpriram suas obrigações, para
que achando, que as não cumpriram1 se arrecade
delles. e de seus fiadores os ditos quarenta cru-
zados segundo é conteúdo no Regimento dos
ditos Provedores.
Se ao dito Thomé de Souza parecer meu
Serviço fazer-se em alguma das ditas Capita-
nias algum navio a custa de minha fazenda para
defensão da Costa vós dareis ordem, e maneira
como sé faça, conforme ao que elle nisso or-
denar, e o tal navio será carregado em receita

a .->.-, . .
a J\:.- ri
354
em que
sobre o Almoxarife daquella Capitania,
munições, que
se fizer, e assim a artilharia, e
"V' ao dito Thomé de Souza parecer necessária para
se armar, quando cumprir.
E porque será meu Serviço, e proveito de
meus Reinos pela abastança de madeiras, que
naus:
ha nas ditas terras do Brasil fazerem.se lá
terra
hei por bem, que as pessoas, que na dita
toneis,
do Brasil as fizerem de cento, e trinta
das
ou dahi para cima hajam a mercê, e gozem
liberdades, de que gozam por bem do Regimento
dita
de minha Fazenda os que fazem naus da
a qual mercê haverão
grandura nestes Reinos,
nas minhas rendas das ditas terras do Brasil.
Informar-vos-eis do que se fez da artilha-
ria. armas, e munições minhas, que estavam
na Fortaleza Velha de Pernambuco, e fal-a-eis
arrecadar em receita sobre o Almoxarife, e pela
Ca-
mesma maneira vos informareis em cada
ha alguma artilha-
pitania onde fordes, se nella e
ria, armas, é munições, que me pertençam,
achando-as as fareis arrecadar pela dita manei-
ra, e as fareis carregar em receita sobre o dito
Almoxarife. , >
Tendo alguns Capitães, ou pessoas outras
das ditas Capitanias necessidade de alguma ar-
tilharia para seu uso na terra, e defensão delia
a pedirão a Thomé de Souza, e elle lha man-
dará dar dos meus armazéns se lhe bem pare-
cer, e será pelo preço, que achardes, que me
custa posta lá, e para isso levareis daqui por
Certidão do Provedor dos meus Armazéns o
lá,
que cada uma das ditas Cousas custa posta
e o preço por que se assim der ás ditas pessoas
se carregará em receita sobre o Almoxarife, que
a der.
'"'¦; H
W: " \

X- ,]U

-355-
:, aa
Eu tenho ordenado, que os Capitães das
Capitanias da dita terra, e os Senhorios dos En-
delia sejam obrigados a
genhos, e moradores . ..

ter as armas, e artilharia seguinte. Cada Capitão /

em sua Capitania ao menos dois falcões, e seis


berços, e seis meios berços, e vinte arcabuzes,
ou espingardas;, e sua pólvora necessária, e vinte
bestas, e vinte lanças, ou chuços, e quarenta
espadas, è quarenta corpos dVmas de algodão
dos que na dita terra do Brasil se costumam, e
os Senhorios dos Engenhos, e fazendas, que hão
de ter casas fortes tenham ao menos quarenta
berços, e dez espingardas, e dez bestas, e vinte
espadas, e (dez lanças, ou chuços, e vinte Corpos
das ditas armas de algodão, e todo morador das
ditas terras, que nellas tiver casas terras, ou
águas, ou navios tenha ao menos besta, ou espin-
os que não
garda, espada, lança, ou chuço, e que
tiverem as ditas armas se pro vejam dellas da
notificação a um anno, e passado o dito anno
achando-se, que as não têm paguem em dobro
a valia das armas das que lhe fallecerem das
os
que são obrigados a ter a metade para quem E
accusar, e a outra metade para os Captivos.
correrdes
portanto vós tereis cuidado quando
as ditas Capitanias de saber se as ditas pessoas
têm as ditas armas,, e de executar as penas so-
breditas nos que nellas incorrerem. E porque
no Regimento dos Provedores tenho mandado,
ditas Capitanias
que quando vós não fordes ás dita
cada um delles em sua Provedoria faça a
diligencia, e autos do que nisso achar, e vol-os <%<
assim enviarem, quando vol-os assim envia-
rem, procedereis por elles segundo forma des-
te Capitulo. E também sabereis se as pessoas

^SHB
356
hão de ter artilha-
que por este Capitulo e a dita dili-
ria têm a que são obrigados,
ditos Provedores, na
gencia fareis vós, ou os são obn-
artilharia e armas, que os Capitães
deste Capitulo, e com as
gados a ter por-virtude a dita
outras pessoas farão os ditos Capitães
cada um
diligencia da artilharia, e armas, que
somente
ha de ter porque com os ditos Capitães
Diligen-
fareis vós ou os ditos Provedores a dita
cia! 1 e não com as outras (pessoas.
E querendo algumas das ditas pessoas pro-
dellas hei
ver-se lá das ditas cousas, ou d'alguma
dar dos meus ar-
por bem, que vós lhas façaes se
mazens, havendo-as nelles pelos preços, que
adiar, que me custaram lá postas.
Porque o assucar, que nas ditas terras do
e
Brasil se houver de fazer seja da bondade,
Ordenareis, que em
perfeição, que deve de ser vos,
cada Capitania haja Alcaldador elegido por
sendo ausente pelo
quando fordes presente, e
Provedor da tal Capitania com o Capitai) delia,
e Officiaes da Câmara, e a pessoa, que assim
o
for elegida servirá o dito Cargo emquanto
Ca-
bem fizer, e lhe será dado juramento em
mara para que sirva o dito Cargo bem, e verda-
e
deiramente, e de todo o assucar que alcaidar,
se carregar para fora haverá de seu prêmio
o
um real por arroba, a custa das pessoas, cujo
dito assucar for. E as pessoas, que fizerem ^o
dito assucar o não tirarão da Casa de purgar
de
sem primeiro ser visto, e alcaldado sob pena
o perder,, e o Alcaldador será avisado, que não
alcalde assucar algum senão sendo da bondade,
e perfeição, que deve na sorte de que cada
um for.

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357 -r-

De todas as cousas, que por este Regimento


sempre conta ao
vos mando, que façaes dareis
no lugar, onde
dito Thomé de Souza estando vós
fordes dif-
elie estiver, e se em algumas cousas
o que elie
ferente do seu parecer, se cumprirá
ordenar, e mandar. Re-
Encommendo-vos, e mando-vos, que este
inteiramente,
fiimentò cumpraes, e guardeis
Domingos de
como de vós confio, que o fareis.
de De-
Figueiredo o fez em Almeirim a dezesete
e oito,
zembro de mil, quinhentos, e quarenta
O qual He-
e eu Manoel de Moura o fiz escrever.
Sua Alteza, e com
Rimento vinha assignádo por O
vista nelle posta pelo Conde da Castanheira.
da Costa Escrivão
qual eu Francisco Mendes do
da Fazenda pelo dito Senhor nestas partes ad
Brasil aqui registei, e trasladei de verbo
verbum, e fielmente.

Doação de Dom Anlonio de Athaide


Conde da Castanheira das Ilhas de Taparwa,
e Tamarandiva.
Por-
Dom João por graça de Deus Rei de
Mar em
tugal, e dos Algarves daquem, e dalem'
Nave-
África Senhor de Guiné, e da Conquista,
Arábia Pérsia e
gação Commereio de Ethiopia, virem
da índia ela A quantos esta minha Carta Deus,
faco saber que vendo eu quanto serviço de
. e meu, é ser a Costa, terras, e Ilhas das Partes
do Brasil povoadas, e aproveitadas assim para
em
com isso os gentios naturaes da terra virem
como
conhecimento da nossa Santa Fé CathoUca,
¦

'v ''¦¦'¦'. '¦*'**¦¦¦-' ' '•%¦';¦':--¦¦


¦... ¦¦'R..--R'"- .'¦". '''¦¦:' .-R: A-

-358-

também pelo proveito, que a meus Reinos, e


Senhorios, e aos naturaes, e subditos delles virá
de as ditas terras se povoarem, e aproveitarem.
E por folgar de fazer mercê a Dom Antônio de
Athaide Conde da Castanheira esguardando aos
muitos, e mui continuados serviços, que delle
tenho recebido, c espero, que adiante me faça,
e como por elles, e pelos muitos merecimentos
de sua pessoa! é razão, que receba de mim honra,
e mercê hei pjor bem, e me praz pelos ditos res-
sciencia, Po-
peitos de meu próprio moto, certa
der Real, e absoluto de lhe fazer, como de feito
mercê, e irre-
por esta presente Carta lhe faço
vogavel doação entre vivos valedora deste dia
•para todo sempre de jure, e herdade para elle,
e todos seus herdeiros, e Suceessores, que her-
darem, e suecederem os bens do Morgado, que
fez, e instituiu Dona Violante de Tavora Mãe
delle dito Conde, e ella ora possue das Ilhas de
Taparica, e Tamarandiva, que estão na entrada
da Bahia da Cidade do. Salvador da Capitania
de todolos Santos das ditas partes do Brasil da
banda do Leste da dita Cidade, estão cercadas
de todas as partes de mar assim do da costa,
como do da Bahia da dita Cidade. E quero, e
me praz, que elle dito Conde, e todos seus her-
deiros, e suceessores, que as ditas Ilhas herdam,
¦ ¦¦¦
.

¦'.'.¦
¦
'

..¦:.¦'

e suecederem se possam chamar, e chamem Ca-


lhe faço
.:.-.¦
^¦1..

pitães, e Governadores deilas. E assim


doação, e mercê de jure, e herdade para sempre
•£*,*•*'R--'-' RR- ,. ,.;'sV. ;''|^
RR;',.R> RR ¦ '; -'R

modo so-
para elle, e todos seus Suceessores no
bredito da jurisdição Civel, e Crime das ditas
Ilhas, da qual elle dito Conde, e seus SuCces-
sores poderão usar, e usarão na fôrma, e ma-
neira seguinte: Poderão por si, e por seu Ou-

y\
M^MHMMflpg^^MnJMWMMMMBE"»"»»*"''"1"**1 illiwiMMmM»w™ni

vidor estar á eleição dos Juizes, e Officiaes, e


íilimpar, e apurar as pautas, e passar Cartas de
Confirmação aos ditos Juizes, e Officiaes, os
dito Capitão, e Gover-
quaes se chamarão pelo
nador, e elle porá Ouvidor, que poderá co-
nhecer de acções novas, e de appellações, e ag-
e os ditos Juizes darão
gravos nas ditas- Ilhas,
appellação para o dito seu Ouvidor nas quan-
tias, que mandam minnas Ordenações. E do que
nova,
o dito seu Ouvüídor julgar assim por ;acção
cau-
como por appellação, e aggravo sendo em
sas eiveis não haverá appellação, nem aggravo
cima
até quantidade de cem mil reis, e dahi para
dará appellação,, e aggravo,, e á parte que quizer
bem que
appellar: e nos casos crimes hei por
o dito Capitão, e Governador tenham jurisdição,
escravos,
e alçada de morte natural inclusive em
e gentios, e assim terão a dita alçada em peões
os casos
Christãos, homens Livres, e em todos
sem
assim para absolver, como para condemnar, nas
e
delles haver appellação, nem aggravo;
terão alçada de dez
pessoas de mor qualidade de pena
annos de degredo, e até cem cruzados e po-
sem appellação nenhuma, nem aggravo;
rém nos quatro casos seguintes: heresia, quandoe
o herético lhe for entregue pelo Ecclesiastico,em
alçada
traição Sodomia, e moeda falsa terão seja
>
toda a pessoa de qualquer qualidade que
condemnar os culpados á morte, e dar suas
para nem ag-
Sentenças a execução,sem appellação
casos para
gravo: e porém nos ditos quatro ">e
absolver de morte, posto que outra P™«appe
morte darão
queiram dar menos de dJw
.ação, e aggravo, e appellação por-parte> e uo
Capitão,
tiça. Assim me praz que o dito '''
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vernador, e todos seus suecessores possam por


si fazer Villas todas, e quaesquer povoações,
que se nas ditas Ilhas fizerem', e lhes a elles pa-
recer, que o devem de ser, as quaes se chama-
não Villas, e terão termo, jurisdição, e liberdade,
e insígnias de Villas, segundo foro, e costume
de meus Reinos, e ao tempo, que assim fize-
rem as taes Villas lhes limitarão, e assignarão
logo termo para ellas, e depois não poderão da
terra, que assim tiverem dada por termo fazer
mais outra Villa sem minha Licença. B assim
me praz, que o dito Capitão, e Governador, e
todos seus herdeiros, e Suecessores a que a Ca-
pitania das ditas Ilhas vier possam novamente
criar, e prover por suas Cartas os Tabelliães do
publico, judicial, e assim o Officio de Meirinho
dante o seu Ouvidor, e Escrivães, e quaesquer
outros Officiaes necessários, e acostumados as-
sim agora oonu> pelo tempo adiante, e dos ditos
Officios lhe darão suas Cartas assignadas por
elles, e selladas com seu Sello. E lhes tomarão
juramento, que sirvam seus Officios bem; e ver-
dadeiramente, e os ditos Tabelliães, Escrivães,
e Officiaes, e outros, que pela dita maneira pro-
verem, servirão pelas ditas Cartas, sem mais
tirarem outras de minha Chancellaria, e quando
os ditos Officios vagarem por morte, ou por
erros de se assim é, ou por renunciação os po-
derão também dar, e ás pessoas, que dos taes
Officios por qualquer maneira proverem darão
Regimentos por que os hajam de servir oonfor-
mes aos que se dão em minha i Chancellaria. E
hei por bem, que os ditos Tabelliães, e Officiaes
outros se possam chamar, e chamem pelo dito
Capitão, e governador, e os Tabelliães lhe pa-

A/ .
fôrma do foral, que
garão suas pensões segundo
ora para as ditas Ilhas mandei fazer, das quaes
faço doação, e
pensões pela dita maneira lhe
mercê de jure, e herdade para sempre para elle,
e todos seus Successores. Item1 e assim lhes faço
doação,, e mercê de jure, e de herdade para sem-
seus Sueces-
pre para elle dito Conde, e todos
sores das Alcaidarias-mores de todas as Villas,
e Povoações das ditas Ilhas, com todas as Ren-
das, direitos, foros, e tributos, que a elles per-
tencerem, segundei é declarado no foral, as quaes
rendas foros, direitos o dito Capitão, e Gover-
nador, e seus Successores haverão, e arrecada-
rão para si no modo, e maneira quanto no dito
foral, e segundo fôrma delle. E ás pessoas a que
as ditas Alcaidarias-mores forem entregues da
mão do dito Capitão e governador, lá lhes toma-
rão a homenagem dellas, segundo fôrma de mi-
nhas Ordenações. Item e assim me praz por
fazer mercê ao dito Conde, e a todos seus Sue-
em
cessores a que a dita Capitania pelo tempo
e
diante vier que elles tenham, e hajam de jure,
herdade para sempre todas as moendas d'agua,
marinhas do-Sal, e quaesquer outros Engenhos
ditas
de qualquer qualidade que seja,,que nas
Ilhas se puderem fazer: e hei por bem que pes-
g // , «-
soa alguma não possa fazer as dftas moendas,
marinhas, ou Engenhos senão o dito Capitão,
isso
e Governador, ou aquelle a que elle para
toro,
der licença, de que lhe pagarão aquelle
ou outro tributo, em que se com elles concertar.
buc- 'xÇy

Item o dito'Capitão,-e Governador, e seus


/

tatiota,
cessores poderão arrendar, e aforar em
bem
ou em pessoas, ou como quizerem, e lhes
e tri-
vier as terras das ditas Ilhas pelos foros, O X::
butos, que quizerem, as dilas terras não sendo
; dellas, quando o forem
virão sempre a quem suCceder nesta Capitania
doação.
pelo modo conteúdo nesta
Item das novidades, que Deus der nas ditas
terras não serão o dito Capitão, e Governador,
nem as pessoas, que de sua mão as trouxerem
obrigados a me pagar-foro, nem Direilo algum
somente o Dizimo de Deus á Ordem do Mestrado
de Nosso Senhor Jesus Christo segundo é de-
clarado no Foral.
liem e assim lhe faço doação, e mercê das
ditas Ilhas digo, e mercê de jure, e de herdade
das
para sempre da meia dizima dov pescado
ditas Ilhas, que é de vinte peixes um, que tenho
ordenado, que se pague além da Dizima inteira,
lhe faço doa-
que pertence á Ordem. Item mais
sempre
ção, e mercê de jure, e de herdade para
da redizima de todas as rendas, e direitos, que
á dita Ordem, e a mim de Direito nas ditas
Ilhas pertencer: que de todo o rendimento, que
á dita Ordem e a mim couber assim dos Di-
zimos, como de quaesquer outras rendas, ou
Direitos de qualquer qualidade, que sejam ha-
uma
jam o dito Governador, e seus Successores
Dizima, eme é de dez partes uma.
Item) e assim me praz por respeito do cuida-
da, que o (dito Capitão, e Govíernador, e seus Sue-
cessores hão de ter de guardar, e conservar o
brasil, que nas ditas Ilhas houver, de lhe fazer
doação e mercê de jure, e de herdade para
sempre da vintena parte do que liquidamente
render para mim forro de todos os direitos o
brasil, que se das ditas Ilhas trouxer a estes
Reinojsi, e a conta do tal rendimento se fará na
casa da Mina desta Cidade de Lisboa, onde o
dito Brasil ha de vir, e na dita casa tanto que
o Brasil for vendido, e arrecadado o dinheiro
delle lhe será logo pago, e entregue era dinheiro
de contado pelo feitor, e Officiaes delia aquillo,
montar, e
que por boa conta na dita vintena
isto porquanto todo o Brasil, que nas ditas Ilhas
houver ha de ser sempre meu, e de meus Sue-
cessores, sem o dito Capitão, e Governador, nem
outra alguma pessoa poder, tratar nelle, nem
Ca-
vendel-o para fera, somente poderão o dito
das ditas Ilhas apro-
pitão), e assim os moradores lhes
veitar-se do dito Brasil lá na terra, no que
e
for necessário segundo é declarado no foral,
tratando nelle ou vendendo para fora incorrer
rão nas penas contendas no dito Foral.
dito
Item, e assim me praz fazer mercê ao
de
Capitão, e Governador, e a seus Successores
dos escra-
jure e de herdade para sempre, que na terra
vos, que elles resgatarem, e houverem
vinte
do Brasil possam mandar a estes Remos
fazerem
e quatro peças em cada um anno para
escravos
dellas o que lhes bem vier, os quaes
Lisboa e nao
virão ao Porto desta Cidade de
elles Cer-
a outro algum-porto, e mandarão com
Ilhas de como
tidão dos meus Officiaes das ditas
os ditos es-
são seus: pela qual Certidão lhe "¦"-.¦'-;7
delles pagar
cravos serão cá despachados, sem.
.... v-:.7:.:Y:\)

e alem das
direito algum, nem cinco por cento;
cada anuo
ditas vinte e quatro peças, que assim
hei por bem, que pos-
poderão mandar forras; em eus
sam' trazer por marinheiros, e grumetes Uh»
navios todos os escravos, que r«m 7;
me praz po.
necessário forem. Item, e ass^
ditas Ilhas digo,
fazer mercê ao dito Capitão das -• • Y-Y;'^
— 364 —

Successores, e
Capitão, e Governador, e a seus
ditas Ilhas, que
aos vizinhos, e moradores das
algum haver di-
nellas não possam'em tempo
saboanas, nem
reitos de sisas, nem imposições,
Direi.os, nem
tributos do sal, nem outros alguns sejam salvo
tributos de qualquer qualidade, que e do toral
doação,
áquelles, que por tem desta
esta Capitania,
são ordenados, que haja. Item
delia hei por bem,
e governança, rendas, e bens de jure e
e me pra? que se. herde, e succeda
successores,
de herdade para todo sempre pelos
os bens do mor-
que herdarem, e succederem
a dita Dona Violante
gado, que fez, e instituiu filho, e elle
de Tavora para o dito Conde seu
doação é
ora possue como no principio desta bein,
declarado, porquanto me praz, e hei por unida,
que a dita Capitania ande sempre ejunta, bens delia,
e vinculada com o dito morgado, vier
e a ipessoa a que por bem da dita instituição
succeda,
a Successão do dito morgado herde,
maneira,
e haja a dita Capitania, assim, e da
ha de herdar,
que por bem da dita instituição
e succeder os bens do dito Morgado, regulando-
Ca-
se em todo, e por todo a successão da dita
e maneira de succe-
pitania pela Ordem, fôrma, e com
der, e possuir dos bens do dito morgado,
todas as obrigações, cláusulas, condições, e penas
e
conteudas,. e declaradas na dita instituição,
lu-
declarações delia, a qual instituição haverá
e governam
gar na successão da dita Capitania,
tão inteiramen-
ça, rendas, e íbens delia assims e se
te,' como se para este caso fora feita, e como
as ditas Ilhas, Capitanias, governança, rendas,
e
e bens delia, tora cada uma das propriedades,
Insta-
heranças conteudas, e nomeadas na dita

-V.d:d-.-.:'.-. ¦.. y::'.'


':e - .'.;¦' «*3
.'.'. /¦¦¦¦ ¦,;¦
¦¦•*...

-365-

tuição, porque assim é minha mercê com tal


declaração, que em tempo algum se não possa a
dita Capitania, e cousas delia, de.que por esta
doação faço mercê ao dito Conde partir, nem
escambar, espedaçar, nem tem outro modo alhear,
a
nem em casamento a filho, ou filha, nem
filho,
outra pessoa dar, nem para tirar pae, ou
ou outra alguma pessoa de captivo, nem para
outra alguma obra, posto que seja mais piedo-
é que a
sa- porque minha teiição, e vontade
e. bens
dita Capitania, governança, rendas,
andem
delia que assim dou ao dito Conde
nem alie-
sempre juntas, e se não apartem, ou
nem em tempo algum; e aquelle que apartar,
casamento,
alienar, ou espedaçar, ou der em
de ser par-
ou fizer outra eousa por onde haja
esse mes-
tida ainda que seja muito piedosa por
mo feito perca a dita Capitania, e governança,
houvera de
e passe direitamente aquelle a que
do morgado
de ir, segundo fôrma da instituição
desta Capi-
do dito Conde, por que a successão
e dedgwfe
tania se ha de regular, como acima
fosse morto
se o tal, que isto assim não cumprir
algum de
Item assim me praz, que por caso
k.

seja, que o «to Capitão,


qualquer qualidade, que tempo
e Governador, ou cada um dos que pelosegundo
em diante forem commetam, por que a
direito, e leis destes Reinos mereçam perder
dellas a nao
dita Capitania, jurisdição, e rendas
se for trmdor a Co-
perca sen Successor, salvo outras oousa^
rôa destes Reinos, e em todas as
e cascado «santo
qne comtneter será provido o seu Successor mio
oi crime o pbrigar; e porém
Capitama governança,
perderá por isso a dita como dito é.
jurisdição, e rendas delia,

¦ >.'
o dito
Item hei por bem, e me praz, que a dita
a que
Conde e todos seus Successores, tateBT^
«f»
Capitania, e governança vier
e alçada nesta doa-
de toda a jurisdição, poder,
e da maneira, que nella
ção contenda assim, delles
é declarado, porque pela confiança, quecumpre
o que
tenho, que guardarão nisso tudo
e bem do povo, e di-
a serviço de Deus, e meu, bem.
reitos das partes o hei assim por terras da
Item, e assim me praz, que nas
entrar em
dita Capitania não entre, nem possa
alçada nem ou-
tempo algum Corregedor, nem
ditas ilhas usar
trás algumas justiças para nas
via, nem
de jurisdição alguma por nenhuma
dito Capitão
modo, que seja, nem menos será o
delia >
suspenso da dita Capitania, e jurisdição
em algum
e porém quando o oito Capitão cair
e deva
erro, ou fizer cousa, por que mereça,
o manda-
ser castigado, eu ou meus Successores sua
remos vir a nós para ser ouvido com toda
castigo*,
Justiça, e lhe ser dada aquella pena, ou
merecer.
que de Direito por tal caso Se-
Item esta mercê lhe faço como Rei, e

¦¦ ¦

nhor destes Reinos, e assim como Governador


e perpetuo Administrador, que sou da Ordem,
e Cavaliaria do Mestrado de Nosso Senhor Jesus
ao
Christo, e pior esta presente Carta dou poder
lhe
¦

dito Conde, que elle possa, e por quem


Cor-
aprouver possa tomar, e tome a posse Real,
Capitania, e Go*
poral, e actual das ditas,Ilhas e
vernança, Jurisdição, rendas, e bens dellas;
use de tudo inteiramente, como. se contém nesta
doação, a qual hei por bem quero, e mando,
e por todo
que se cumpra, e guarde em todo,
com todalas cláusulas, condições, e declarações

"¦¦ .i.fl6&3Mffifc;.' àmÈÈÈ

¦¦áá
'¦¦'':

-.

1A7

nellas oonteudas, e declaradas sem mingua, nem


desfaliecimento algum.
E para todo o que dito é derogo e hei por
derogada a Lei mental, e quaesquer outras Leis,
Ordenações, direitos, glosas, e costumes, que em
contrario disto haja, ou possa haver por qual-
sejam
quer via, ou modo, que seja, posto que
taes, que fosse necessário serem aqui expressas,
e declaradas de verbo ad verbum sem embargo
da Ordenação do Segundo Livro titulo 49 que
diz, que guando se as taes Leis, e direitas dero-
dellas, e da
garem se faça expressa menção
substancia dellas. E por esta prometto ao dito
Conde, e a todos seus Successores, que nunca
em tempo algum vá -nem consulta ir contra
esta minha doação em parte; nem em todo, e
rogo, e lencommendo a todos-meus Successores,
mandem cum-
que esta cumpram, e guardem, e
os Cor-
prir, e guardar. E assim mando a todos
regedores, e Desembargadores, Ouvidores, Jui-
zes, e Justiças, Officiaes, e pessoas outras de
meus Reinos, Senhorios, que cumpram e guar- ^
dem, e façam inteiramente cumprir, e guardar
esta minha Carta de doação, e todas as causas
nellas oonteudas, sem duvida, embargo, nem con-
tradição alguma, que lhe a elle seja posto, por-
firmeza do
que assim é minha mercê. E por
Carta por
que dita é lhe mandei dar esta dita
mim assignada, e sellada com o meu sello pen-
dente. Bartholomeu Froes a fez em Lisboa dez
de Novembro do Anno do Nascimento de Nosso
Senhoi Jesus Christo de mil quinhentos e cm-
coenta e teeis annos. A qual Doação eu Sebastião
de Rabello Escrivão da Fazenda aqui trasladei
a
bem, e fielmente sem duvida, que a elle faça
doze de Março de 1558.
368-

Traslado do Foral do Conde da Casta-


Tamaran-
nheira das Ilhas de Taparica e
diva.
Rei de Por-
Dom João por graça de Deus
e dalem mar em
tuaal e dos Algarves daquem,
Conquista, Nave-
África Senhor de Guiné, e da Arábia Pérsia,
fiação Commercio de Ethiopia, minha Carta vi-
e da índia etc. A quantos esta e mercê
rem faço saber que eu fiz ora doação da Casta-
a Dom Antônio de Athaide Conde
sempre para
nheira de jure, e de herdade para
elle e todos seus herdeiros, e Successores, que
morgado,
do
herdarem, e suceederem os bens Tavora mae
Violante de
que fez,, e instituiu Dona da Capitania
delle dito Conde, e elle ora tfossue
das Ilhas de Taparica, e Tamarandiva, Salvadorque es-
do
tão na entrada da Bahia da Cidade do
da Capitania de todos os Santos das partes conteu-
Brasil, segundo mais compridamente e das
do e declarado na Carta de doação, quemuito
ditas Ilhas lhe mandei passar, e por ser tribu-
e
necessário naver foral dos ditos foros, asisun
tos, que se nas ditas Ilhas hão de pagar
mim, e
do que das ditas cousas pertencem a
á Coroa de meus Reinos, como do que pertence eu
ao dito Capitão por bem da dita sua doação e
Ilhas,
havendo respeito a qualidade das ditas
a se ora novamente haverem de povoar, morar, mais
e aproveitar; e porque se isto melhor, e
dito
cedo faça. E por folgar de fazer mercê ao
Capitão, e moradores das ditas Ilhas houve^ por
foral
bem de mandar Ordenar, e fazer o dito
na fôrma, e maneira seguinte.

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-369-

Item havendo nas terras da Capitania das


ditas Ilhas Costa, mares, Rio, e Bahias dellas
ou-
qualquer sorte de pedraria, pérolas, aljofar,
ro, prata, ooral, cobre, estanho, chumbo, ou ou-
tra qualquer sorte de metal, pagar-se-á a mim
o quinto, do qual quinto haverá o Capitão sua
dizima, como se contém em sua doação, e ser-
lhe-ão entregues a parte, que na dita Dizima
montar ao tempo, que se o dito quinto por meus
Officiaes para mim arrecadar.
Item! o páu do Brasil das ditas Ilhas, e assim
de qualquer
qualquer especiaria, ou drogaria
qualidade, que seja, que nella houver pertencerá
a mimj, e será tudo sempre meu, e de meus Sue-
cessores sem o dito Capitão, nem outra alguma
nem em
pessoa poder tratar nas ditas cousas,
alguma dellas lá na terra, nem as poderão ven-
der, nem tirar para meus Reinos, e Senhorios, j$S
nem para fora delles, sob pena de quem o con-
trario fizer perder por isso toda sua fazenda
degradado para a
para a Coroa do Reino, e ser
Ilha de São Thomé para sempre; e porem
o dito Capi-
quanto ao brasil hei por bem, que
tãoi, e íassim os moradores das ditas Ilhas se pos-
for
sam aproveitar delle na terra no que lhes
necessário, não sendo em o queimar; porque
ditas penas. Item
queimando-o incorrerão nas
de todo o pescado, que se na dita Capitania pes-
car não sendo á canna se pagará a Dizima a
"Mestrado
Ordem do de Nosso Senhor Jesus
da
Christo, que é de dez peixes um; e alem
mais
dita Dizima hei por bem, que se pague
meia dizima que é de vinte peixes um; a qual
meia dizima o Capitão da dita Capitama haverá,
delia
e arrecadará para si porquanto lhe tenho
feito mercê. . >

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-370 —

Item querendo o dito Capitão, moradores^


ou mandar
e povoadores das ditas Ilhas trazer,
Reinos, ou
trazer para si, ou por outrera a meus
Senhorios quaesquer sortes de mercadorias, que
tirando es-
na dita terra, e partes delia houver,
cravos e as outras cousas defesas, podei-Orão em
fazer e serão recolhidos, e agasalhados dos
Villas, e lugares
quaesquer portos, Cidades, vierem
ditos meus Reinos, e Senhorios, a que
a descarregar
portar e não serão constrangidos
em algum dos
suas mercadorias, nem as vender
suas von-
ditos portos, Cidades, e Villas contra ir
tades se para outras partes antes quizerem
vender nos
fazer seus proveitos, e querendo-as nao
ditos lugares de meus Reinos ou Senhorios
alguns somente a sisa
pagarão dellas direitos Foraes, Re-
do que venderem, posto que pelos
lugares fossem
gimentos, ou costumes dos taes tributos,
obrigados a pagar outros Direitos, ou
merca-
e poderão as ditas pessoas vender suas
fora do
dorias a quem quizerem, e leval-as para
ditos
Reino se lhes bem vier; sem embargo dos
em con-
foraes, Regimentos, ou costumes, que
trario haja. _ . e
Item todos os navios de meus Remos,
mer-
Senhorios, que ás ditas Ilhas forem com
direitos
cadorias, de que j á cá tenham pago os
Cei -
em minhas Alfândegas, e mostrarem disso
ditas
tidão dos Officiaes dellas não pagarão nas
mer-
Ilhas direitos alguns; e se lá carregarem
cadorias da terra para tora do Reino, pagarão
o Ca-
da sahida dizima a mim da qual dizima
pitão haverá sua Redizima, como se contem
mer-
em sua doação • e porém trazendo as taes
nao
cadorias para meus Reinos, ou Senhorios,

¦ ¦
¦, ¦ •

¦'¦'/¦.;'. ;
¦'

', 'xt'y' '. ¦ '¦'.;:'¦¦'¦

%¦[¦:'!'¦¦¦¦' ¦
cousa alguma, e os que as-
pagarão da sahida
sim trouxerem as ditas mercadorias para meus
Reinos, ou Senhorios, serão obrigados a dentro
emllm anno primeiro seguinte levarem, ou en-
viarem a cada uma das ditas Ilhas donde parti-
rem Certidão dos Officiaes de minhas Alfande-
de como as-
gas do lugar donde descarregarem
sim descarregaram em meus Reinois, e as qua-
lidades das mercadorias, que descarregaram, e
a dita Certidão
quantas eram, e não mostrando
dentro, no dito tempo pagarão a dizima das ditas
mercadorias, ou daquella parte dellas, que nos
ditos meus Reinos, ou Senhorios não descarre-
hão de pagar
garam, assim e da maneira que
a dita Dizima nas ditas ilhas se carregarem para
fora do Reino, e se for pessoa, que não haja
de tornar ás ditas Ilhas dará lá fiança ao que
montar na dita dizima para dentro no dito tem-
de como vem
po de um anno mandar Certidão e
descarregar em meus Reinos ou Senhorios;
não mostrando a dita Certidão no dito tempo
se arrecadará, e JiaVerá para mim; a dita dizima
pela dita fiança.
Item quaesquer pessoas estrangeiras, que
não forem naturaes de meus Reinos, ou Senho-
rios, que ás ditas Ilhas levarem, ou mandarem
le-
levar quaesquer mercadorias, posto que as
ca
vem de meus Reinos ou Senhorios, e que
di-
tenham pago dizima, pagarão lá da entrada
leva-
zima a mim das mercadorias, que assim
rem; e carregando nas ditas Ilhas mercadorias
das
da terra para fora pagarão também dizima
dizimas
sahidas das taes mercadorias, das quaes
se con-
o Capitão haverá sua redizima segundo
tém em sua doação, ser-lhe-á a dita Redizima
— 372 —

entregue por meus Officiaes ao tempo, que se


as ditas dizimas para mim arrecadarem.
Item dos mantimentos, armas, e artilharia,
chumbo, e quaesquer
pólvora, e salitre, enxofre,
outras cousas de munição de guerra, que á dita
Capitania levarem, ou mandarem, o Capitão, e
moradores delia, ou quaesquer outras pessoas
bem
assim naturaes como estrangeiros hei por
alguns, e as
que se não paguem direitos levarem asque
pessoas, que as ditas cousas uma dellas pos- nas
sato livremente vender, e cada
ditas Ilhas ao Capitão, moradores, povoadores
dellas.
Item quaesquer pessoas que nos Portos das
ditas Ilhas carregarem seus navios serão obri-
carregar, e antes
pados antes que o comecem a
de o fazer sa-
que saiam fora da dita Capitania e ver,
ber ao Capitão delia para proVer, que se
não tirem mercadorias defesas, nem partirão da
dita Capitania sem licença do dito Capitão, e não
o fazendo a saber assim, ou partindo seto a dita
licença, perder-se-ão em dobro para mim todas
as mercadorias, que carregarem posto que se-
emquan-
jam defesas,, e isto porém se entenderá ou 01-
to na dita Capitania não houver feitor,
ficial meu deputado para isso, porque havendo
as ditas Licenças (sic).
0 Capitão das ditas Ilhas, e os povoadores,
e moradores dellas poderão livremente tratar,
comprar, e vender suas mercadorias corpa os
,.> Capitães das outras. Capitanias das ditas partes
do Brasil, e oom os moradores, e povoadores
dellas a saber de umas Capitanias para outras,
das quaes mercadorias, e compras, e vendas dei-
Ias não pagarão uns, nem outros direitos alguns.
-373- '-' '¦';¦•' '::'7^A%7;f*

Item os Alcaides-mores da dita Capitania,


e das Villas, e Povoações dellas haverão, e arre-
eadarão para si todos os foros, direitos, e tribu-
tos, que em meus Reinos, e Senhorios por bem
de minhas Ordenações pertencem, e são coiice-
didos em meus Reinos aos Alcaides-mores.
Item nos rios das ditas Ilhas, em que hou-
ver necessidade de pôr barcas para a passagem
delles o Capitão as porá, e levará dellas aquelle
direito, ou tributo, que lá em Câmara for ta-
xado, que leve sendo confirmado por mim, e
ou bar-
pela dita maneira poderá pôr a barca,
cas, que forem necessárias para a passagem de
uma das Ilhas para outras.
Item cada um dos Tabelliães do publico
das ditas
judicial, que nas Villas, e povoações
Ilhas houver será obrigado de pagar ao dito
Capitão quinhentos reis de pensão em cada um
anno.
Item os povoadores, moradores, e povo das
ditas Ilhas serão obrigados em tempo de guer-
ra a servir nella com o dito Capitão se lhe ne-
cessario for, notifico assim ao Capitão da dita
Capitania, que ora é e adiante for, e ao meu
Feitor e Aímoxarife, e Officiaes delia, e aos Jui-
zes, Justiças das ditas Ilha», e. a todas as outras
Justiças, e Officiaes oe meus Reinos, e Se-
e
nhorios assim da Justiça, conto da Fazenda,
mando a todos em gerail e a cada um em.espe-
ciai, que cumpram, guardem, e façam inteira- ¦'
üe i

mente cumprir, e guardar esta minha Carta


y

foral assim e da maneira que se nella contem


elle
sem duvida nem contradição alguma, que a
seja posto, porque assim é minha mercê, e por
firmeza do que dito é mandei passar esta Carta
nM ^^91 iBHoVRoBolo^o^oMMolIBBolô^o^ —
jBBEBBBH^^PlHoWBoBoBoWo^o^o^o^o^oww^o^o^o^o^^"™-^-
¦*"¦--¦?:'- '.."''¦""- x!: ¦ " - *¦¦';; ',y"V''"'v''V '^-t- 'xx:'xxA)^X(X--'A-- ¦'.>
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¦':'¦¦¦-¦.-: ¦;.¦¦¦'- ;;-.. . - - .^ 3.;;^ \ \.X X -'X ¦¦-¦¦-....¦¦ \, >.: X . \ .... X:X';X, \j- ., tXy''
' ' - '
, ..-:¦''-. .

do meu Sello pen-


por mim assignada, e sellada
registe no Livro
dente, a qual mando, que se
Cidade de Lis-
dos Registos d'Alfândega desta
minha Feitoria da
boa. e assim nos Livros da
das Câmaras das
dita Capitania, e nos Livros
a todos seja
Villas e Povoações delia para que
e se cumprir
notório o conteúdo neste Foral, Froes
inteiramente, como dito é. Bartholomeudo Anno
o fez em Lisboa a dez de Novembro
Jesus Christo
do Nascimento de Nosso Senhor
O qual eu Se-
de quinhentos, e (cincoenta e seis.
aqui trás-
bastião Babello Escrivão da Fazenda
faça aos
ladei fielmente, sem duvida, que a ello
e ancoen-
dezeseis de Março de mil, quinhentos,
de lo58.
ta e oito digo faça aos 15 de Março,
El-Rei
Diz o Conde da Castanheira, que
de jure,
vosso Avô, que está em Gloria fez mercê
haja das
e herdade ao Conde seu Pae, que/Deus;
estão
Ilhas de Taparica, e Tamarandiva, que
defronte da Cidade do Salvador no Brasil piara
elle. e ps Suecessores do Morgado instituído pora
ora
Dona Violante de Tavora sua Avó, que
se
elle pertence, como consta da doação, que
delia,
fez: e porque queria mandar tomar posse
iez
e das mais terras, que o dito Senhor lhe
Alteza,
mercê emas ditas partes. Pede a Vossa
mande passar Pro-
que respeitanto ao dito lhe doa-
visão para que elle possa usar das ditas
Pae, sem embar-
ções, assim como o Conde seu nas úh&*
e
go, de não estarem confirmadas; paraProcurador
'I partes do Brasil poder pedir por
seu
ao Governador, e mais Officiaes dellas a posse
das ditas terras, e que havendo algumas pessoas,
ou embargo
que a ello ponham alguma duvida,
o venha cá allegar. E receberá mercê.
-375-

Eu El-Rei. Faço saber a quantos este Alvará


Pe-
virem, que havendo respeito ao que diz na
hei
lição atrás escripta o Conde da Castanheira
elle possa usar da doa-
por bem', e me praz, que
rão de que na Petição faz menção por tempo de
dois annos não estando eu primeiro no despa-
o fez
cbo das confirmações. Domingos d'Aguiar
de 1565.
em Lisboa a sete dias de Setembro
João de Barros o fez escrever. O Cardeal.
acima
Hei por bem, e mando, que o Alvará
como que
escripto valha, e tenha força, e vigor,
mim assi-
fosse Carta feita em meu nome por
Ordenação do segundo
gnada sem embargo da fez em Lis-
Livro em contrario. Roque Vieira a
Antônio Viei-
boa. a seis de Novembro de 1565.
ra a fez escrever. am-
A qual Petição, Alvará, e Postula, que
ntante
bos estavam assignadas pelo Carteai do 1 ro-
eu Escrivão registei aqui por mandado
vedor-mor, e vae tudo na verdade quatoKá?
de, Oliva que
outubro de 1566 annos. Manoel
o escrevi.

de
.Doação, e confirmação das terras
Francisco Toscano.
Deus Rei^de
Dom Sebastião por graça de
e dalem Mar
Portugal, e dos Algarves daquem,
Conqui a Na
em África Senhor de Guiné, e da
Ara a, te
vegaçâo, Commercio de Ethiopia,
a nunha.Carta
sia e da índia etc. Aos que es
de
virem faço saber que por parte me foi
Évora^™
Toscano morador na Cidade de
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-,376 —

apresentado o traslado de uma Carla de dada,


e* confirmação de uma terra, que Mem de Sá
do meu Conselho, que está por Capitão na Ci-
dade do Salvador da Capitania da Bahia de
todolos Santos partes do Brasil, e Governador
Geral da dita Capitania, e das outras Capitanias
das ditas partes dera ao dito Francisco Toscano,
de que tudo o traslado de verbo ad verbum é o
seguinte.
Saibam quantos este Instrumento de Carta
de dada de Sesmaria virem que no Anno do
Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de
mil quinhentos, e sessenta e um1 annos em os
do
quinze dias do mez de Julho em' esta Cidade
Salvador Bahia de todos os Santos me foi ap^re-
sentada uma Petição por parte de Francisco
Tosácano com um despacho nella posto do Se-
nhor Mem de Sá do Conselho d'El-Rei Nosso
Senhor Capitão desta Cidade e Governador Ge-
ral de toda esta Costa do Brasil de que o trás-
lado da dita Petição, e Despacho é o seguinte.
Senhor. Diz Francisco Toscano que dentro desta
Bahia de todos os Santos da Cidade do Salvador
da Barra do Rio de Peroaçú da banda do Norte
até onde se acaba a dada da terra de sesmaria
de duas léguas, e meia, ao longo do mar, que
começa de meia légua da barra do Rio de Ser-
'gipe
para esoontra posese (sic), medindo di-
reito para esoontra com dito rio de Peroaçú, e
quatro léguas para o Sertão, de que Vossa Se-
nhoria tem feito mercê a Fernão Rodrigues de
Castel Branco estão umas terras em mattos ma-
ninhos por aproveitar, as quaes estão vagas,
e devolutas sem serem dadas a pessoa alguma,
que poder tivesse para as dar; e porquanto as

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377 —

elle quer aproveitar pede a Vossa Senhoria lhe


faça mercê dellas, e de lhe dar, e mandar pas-
sar Carta de Sesmaria em fôrma a saber da
barra do dito Rio de Peroaçú da parte do Norte
até onde se acaba a dita dada de Fernão Ro-
drigues de Castel Branco, que serão duas léguas
pouco mais, ou menos, ou o que for ao Longo
da Costa do mar medindo direito sem rodear, e
para o sertão ao longo do dito Rio de Peroaçú
acima até uma água, que se chama Ubirapitan
inclusive com a dita água, que se vae metter no
dito rio de Peroaçú, que serão quatro Léguas,
ou que for, cortando direito pelo sertão até
a dita dada de Fernão Rodrigues de Castel Bran-
oo com todas as mais águas, que estão dentro
nas ditas terras, e limite dellas com todas as
suas entradas, e sahidas, pastos, e mattos, e lo-
gradouros, que nesta dada entrarem, e couberem
para suas criações de gados. E receberá mercê.
E visto pelo dito Senhor Governador seu dizer,
e pedir ser justo, e havendo respeito ao proveito,
que se pôde seguir acerca da terra, e da Repu-
blioa, e por ser serviço de Deus, e d'El-Rei Nos.-
so Senhori, e por se a terra povoar dou ao Sup-
plicante Francisco Toscano a terra, que pede a
saber da barra do Rio de Peruaçú até onde se ,''¦¦¦
v:j^

acaba a dada de Fernão Rodrigues de Castel ".. 'ih4


Branco,, e para o Sertão ao longo do Rio até a
água, de que sua petição faz menção, que pôde
ser quatro léguas pouco mais, ou menos, e lhè
dou a dita água com todas as mais, qué na dita
dada estiverem, a qual dada cortará para o ser-
tão direito até a dita dada de Fernão Rodrigues,
como melhor consta pelo despacho da dita pe-
tição,\a qual terra; e água lhe assim dou segun-
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i"A'' ¦' ' • ^ do fôrma do seu Regimento, de que o traslado


delle. e o seguinte despacho do Senhor Gover-
nador. Dou ao Supplicante Francisco Toscano
a terra, que pede da barra do Rio de Peruaçu
até onde se acaba a dada de Fernão Rodrigues
de Castel Branco, e para o Sertão ao longo do
Rio até uma água, que se chama Ubirapitam,
mais ou me-
que pode ser quatro laguas pouco
nos, e lhe dou a dita água com todalas mais
águas, que estão dentro nas ditas terras, a qual
dada para o Sertão cortará direito até a dita
dada âe Fernão Rodrigues, como se na dita
de Julho
petição pede hoje doze dias do mez
de mil quinhentos, e sessenta e um annos. Trás-
lado do Regimento d'El-Rei Nosso Senhor. As
terras, e águas, que estiverem dentro do termo
e limite da dita Cidade, que são seis léguas para
cada parte, que não forem dadas a pessoas, que
, as aproveitem, e estiverem vagas, e devolutas
seja
para mim, por qualquer via, ou modo, que
podereis dar de Sesmaria ás pessoas, que vol-a
pedirem, as. quaes terras assim dareis livremen-
te sem outro algum foro, nem tributo somente
oi dizimo á Ordem de Nosso Senhor Jesus Chris-
to, e com as condições, e obrigações do foral
dado ás ditas terras, e de minha Ordenação do
quarto livro titulo das Sesmarias com con-
dição, que a tal pessoa ou pessoas residam na
povoação da Capitania da dita Bahia, ou das
terras, que lhe assim forem dadas ao menos três
annos, e que dentro no dito tempo as não pos-
sam vender, nem alhear, e tereis lembrança,
que não dareis a cada pessoa mais terra, que
aquella pessoa, digo aquella, que segundo pos-
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sibilidade virdes, ou vos parecer, que pode apro-
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veitar. e se algumas pessoas a que forem dadas
terras no dito termo, e as tiverem perdidas por
as não aproveitarem, e vol-as tornarem a pedir
vós lhas dareis de novo para as aproveitarem
com as condições, e obrigações conteudas neste
Capitulo, o qual se trasladará nas Cartas das di-
tas Sesmarias. Segundo Capitulo do Regimento.
As águas das Ribeiras, que estiverem dentro
do dito termo, em que houver disposição para
se poderem fazer Engenhos de assucares, ou de
outras quaesquer cousas dareis também de Ses-
maria livremente sem foro algum, e as que der-
des para Engenhos de assucares serão pessoas,
que tenham possibilidade para os poderem fa-
zer dentro do tempo, que lhe limitardes, que
será o que vos bem parecer, e para isso e
meneio dos ditos Evangelhos de assucar lhe
dareis a terra, que virdes, que é necessária, e
as ditas pessoas farão obrigação de cada um
em sua terra fazer uma torre, ou casa forte da
feição, que segundo o lugar, que estiver vos
En-
parecer necessário para segurança do dito
obri-
genho, e povoadóres de seu limite, e serão
e águas,
gados a aproveitarem as ditas terras,
como dito é, sem as poderem vender nem trás-
via i
passar a outras pessoas, nem por outra
alhear por tempo de três annos ;e para se assim
cumprir se trasladará nas Cartas de Sesmarias
lhe forem passadas este Capitulo, e assim o que
está atrás deste; e se algumas pessoas a que
forem dadas as águas no dito termo, antes de
se despovoar a dita Bahia assim presentes, como
ausentes as quizerem agora aproveitar, e vol-as
t\«i

pedirem,, e requererem para isso lhas podereis


dar com as condições, e obrigações conteudas
(

— 380 —

neste Capitulo, e isto não sendo já dadas a ou-


trás pessoas. Terceiro Capitulo. Além da terra,
que para cada Engenho haveis de dar para ser-
viço, e meneio deile lhe limitareis a terra, que
vos bem parecer, e o Senhorio delia será obri-
gado de no dito Engenho lavrar aos moradores,
que no dito limite houverem de suas novidades
ao menos seis mezes do anno, que o tal Engenho
lavrar, e por lhes lavrar levarão os Senhorios
dos ditos Engenhos aquella parte que pela in-
formação, que lá tomareis vos parecer bem, e
de maneira, que fique o partido favorável aos
Lavradores para com elles com melhor vonta-
de folgarem de aproveitar as terras, e com' esta
obrigação, e declaração do partido, que hão de
levar as ditas cannas se lhes passarão suas Car-
tas de Sesmarias, com' as quaes condições, e obri-
gações lhe assim deu o dito Senhor Governador
as ditas terras, e águas, que na dita terra esti-
verem ao Supplicante Francisco Toscano, e para
sua guarda lhe mandou ser feita esta Carta,
pela qual manda, que elle haja posse, e Senho-
rio das ditas terras, e águas deste dia para todo
sempre para si e para seus herdeiros descendeu-
tes, e ascendentes, que após elle vierem com
tal condição., e entendimento, que elle tenna,
e aproveite, e justifique ás ditas terras da dada
desta Carta em três annos primeiros seguintes,
porque não o fazendo elle assim passados os
ditos três annos, que não tenha aproveitado as
ditas terras se darão de Sesmaria a quem as
pedir para as aproveitar, e ser-lhe-á deixado
algum logradouro do que aproveitado não tiver,
e sobretudo pagará mil reis para as obras do
Conselho e dará pelas ditas terras caminhos,

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381 --

serventias, ordenados, e necessários para o Con-


selho para pontes, e fontes, e não tolherá pedra,
nem madeira, que na dita terra houver, o que
tudo manda, que se cumpra, e guarde como por
elle é mandado, e qüe esta Carta seja registada
dentro eta um anno nos Livros da Fazenda, <¦ >¦¦

como o dito Senhor quer, e manda, e declarou


¦'¦'!

Oi Senhor Governador que quanto ao fazer da


torre, «ou casa, e o partido de como havia de la-
vrar as cannas aos moradores, que quando fi-
zesse o dito Engenho, ou quizesse fazer, então
assentaria o partido como havia de ser, e a
fortaleza de que tamanho e artilharia; e por
verdade lhe mandou ser feita esta Carta em
este Livro de notas, e por verdade assignou, e
Eu Francisco Vidal Escrivão das Sesmarias em
esta Cidade, e seu termo por El-Rei Nosso Se-
nhor, e este instrumento escrevi, e este traslado
delle tirei na verdade, e com a própria o con-
certei sem cousa, que duvida faça, e aqui meu
publico signal fiz, que tal é. Pedindo-me o dito
Francisco Toscano, que porquanto elle queria
aproveitar a dita terra houvesse por bem de lha
confirmar para a ter, e possuir assim! e da ma-
neira, que lhe foram dadas pelo dito Mem de Sá. 1
E havendo eu respeito ao que diz, e como pelas
diligencias, que se fizeram em minha Fazenda,
e informação, que nellas se houve se achou ser
meu Serviço, povoarem-se as ditas terras do
Brasil lha confirmo e hei por confirmada assim,
e da maneira, que lhe foram dadas pelo dito •v,
Mem: de Sá, e com todalas cláusulas, e condições,
e obrigações conteudas na dita Carta aqui in-
corporada, pelo que o hei por bem, e meu ser-
viço, e para firmeza do que dito é lhe mandei ''¦'¦' ¦ '•-¦¦< f
' ' 'C-fek-X- ' .•• ', ¦. /' .'.'
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.O;' .; :',, :'¦-,¦ C :X, --. ,. - ¦¦'¦,.o, I
de Confirmação, que
passar esta minha Carta
se cumprirá inteiramente como dito é Baltha-
zar Ribeiro a fez em Lisboa a vinte de Maio
Anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus
Christo de mil, quinhentos, e sessenta, e quatro
eu Bartholomeu Froes a fiz escrever.
A qual Carta eu Manoel de Oliva Escrivão
da Fazenda destas partes do Brasil a registei
aqui, e vae na verdade, a qual vinha assignada
registada na ver-
por Bartholomeu Froes, e está — dentro
dade. Vão as entrelinhas que dizem:
— e tudo fiz
e o concertado que diz — Lavrar
de mil qui-
por ser verdade, trinta de Maio
nhentos, e sessenta e seis annos. Oliva.

Foral desta Capitania desta Cidade do


Salvador.

Dom João por graça de Deus Rei de Por-


tugai, e dos Algarves daquem, e dal em Mar em
'África, Senhor de Guiné, e da Conquista, Na-
vegação Commercio de Ethiopia Arábia Pérsia,
e da índia. A quantos esta minha Carta virem
faço saber que eu fiz ora doação, e mercê a
Francisco Pereira Coutinho Fidalgo de minha
Casa para elle, e todos seus filhos, netos, her-
deiros, e Successores de jure, e herdade para
¦

sempre da Capitania, e Governança de cinco-


enta léguas de terra na minha Costa do Brasil,
as quaes começam na ponta do Rio de São
Francisco, e correm para o sul até a ponta da
A- A- A."-.av:.
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. Bahia de todos os Santos, segundo mais intei-
•, ' ' - ramente é conteúdo, e declarado na Carta de
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doação, que da dita terra lhe tenho passada, e I
por ser muito necessário naver ahi foral dos
direitos, foros, tributos, e cousas, que se na
dita terra hão de pagar, assim do que a mim,
e á Coroa de meus Reinos pertence, como do I
que jjertenòe ao dito Capitão por bem da dita
doação eu havendo respeito á qualidade da dita
terra, e a se ora novamente povoar, morar, e H
aproveitar, e porque se isto melhor, e mais cedo H
faça, sentindono assim por serviço de Deus, e
meuj, elbem do dito Capitão, e moradores da dita
terra, e por folgar de lhe fazer mercê houve
por bem-de mandar fazer e ordenar o dito
Foral na fôrma, e maneira seguinte.
Primeiramente o Capitão da dita Capitania
e seus Successores darão, e repartirão todas as
terras delia de Sesmaria a qüaesquer pessoas de
qualquer qualidade, e condição, que sejam, com-
tanto qüe sejam Christãos Livremente sem foro,
nem direito algum somente o dizimo, que serão
obrigados de pagar á Ordem do Mestrado de
Nosso Senhor Jesus Christo de todo o que nas
ditas terras houver, as quaes Sesmarias darão
da fôrma, e maneira, que se contém em minhas
Ordenações, e não poderão tomar terra alguma
de Sesmaria para si, nem para sua mulher, nem
para o filho herdeiro da dita Capitania, e porém
podel-a-á dar aos outros filhos se os tiver, que
não forem herdeiros da dita Capitania, e assim
aos seus parentes, como se contém em sua doa-
her-
ção, e se algum dos filhos, que não forem
deiros da dita Capitania, ou qualquer outra • pes-
soa tiver alguma Sesmaria por qualquer ma-
neira, que atenha, e vier a herdar a dita Capita-
nia será obrigado do dia, que nella suceeder
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384 —

a um anno de a largar, e traspassar a tal iSesma-


ria em outra pessoa e hão a traspassando no dito
tempo, perderá para mim a dita Sesmaria com
mais outro tanto preço quanto ella valer; e por
esta mando ao mfeu Feitor, ou Almoxarife, que
por mim na dita Capitania estiver, que em tal
Caso lance logo mão da dita terra para mim, e
a faça assentar no Livro dos meus próprios,
e faça execução, pela valia delia, e não o fa-
zendo assim hei por bem. que perca seu Offi-
cio, e me pague de sua fazenda outro tanto
quanto montar na valia da dita terra.
Havendo nas terras da dita Capitania, Costa,
mares, rios, e bahias delia qualquer sorte de
pedrarias, pérolas, aljofar, ouro, prata, coral,
cobre, estanho, e chumbo, ou qualquer outra
sorte de metal pagar-se-á a mim o quinto, do
qual quinto haverá o Capitão sua dizima, como
se contém em sua doação, e ser-lhe-á entregue
a parte, que na dita dizima montar ao tempo,
que se o dito, quinto por meus Officiaes para
mim arrecadar.
O páu de Brasil da dita Capitania, e assim
qualquer especiaria, ou drogaria de qualquer
qualidade que seja, que nella houver perten-
cera a mim, e será sempre tudo meu, e de meus
Successores, sem o dito Capitão, nem outra
alguma pessoa poder tratar nas ditas cousas,
nem em alguma dellas lá na terra nem as po-
derão vender, nem tirar para meus Reinos, e
'
Senhorios, nem para fora delles, sob pena de
quem o contrario fizer perder por isso toda a
sua.fazenda para a Coroa do Reino, e ser de-
gradado para a Ilha de São Thomé para sem-
pre, e porém quanto ao Brasil hei por bem,
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que o dito Capitão, e assim1 os moradoras da


dita Capitania se possam aproveitar delle no
eme lhe abi na terra for necessário, não sendo
em o queimar, porque queimando-o incorrerá
nas ditas penas.
De todo o pescado, que se na dita Capitania
pescar não sendo á canna se pagará a dizima
que é de dez peixes um á Ordem; e além da
dita dizima hei por bem que se pague mais
meia dizima, que é de vinte peixes um; a qual
meia dizima, o Capitão da dita Capitania ha-
verá, e arrecadará para si porquanto lhe tenho
delia feito mercê, como se contém em sua
doação.
Querendo o dito Capitão, moradores, e po-
voadores da dita Capitania trazer, ou mandar
trazer por si, ou por outrOm a meus Reinos
ou Senhorios, quaesquer sortes de mercadorias,
que na dita terra e partes delia houver, tirando
escravos, e as outras cousas, que acima são
defesas, podel-o-ão fazer, e serão recolhidos, e
agasalhados em quaesquer portos, e Cidades,
Villas, oudugares dos ditos meus Reinos, e Se-
nhorios, em que vier aportar, e não serão cons-
trangidos a descarregar suas mercadorias, nem
as vender em algum dos ditos portos, Ci-
dades, ou Villas contra suas vontades se para
outras partes quizerem antes ir fazer seu pro-
veito, e querendo-as vender nos ditos lugares
de meus Reinos, ou Senhorios, não pagará dei-
Ias direitos alguns somente a sisa do que ven-
derem, posto que pelos foraes, Regimentos, ou
Costumes dos taes lugares forem obrigados a
pagar outros direitos, ou tributos, e poderão
os sobreditos. vender suas mercadorias a quem
386
do Reino se lhes
quizerem, e leval-as para fora
¦

bem vier sem embargo dos ditos Foraes, Re-


isso haja.
girnentos, e Costumes que contra
aa.;..;v

Dizima.

Todos os navios de meus Reinos, e Senho-


rios, que á dita terra forem com mercadorias,
de qm já cá tenham pagos os Direitos em mi-
nhas Alfândegas, e mostrarem disso Certidão
de meus Officiaes dellas não pagarão na dita
terra do Brasil Direito algum, e se lá carrega-
rem mercadorias da.terra para fora do Reino
da qual Di-
pagará da sahida Dizima a mim,
zima o Capitão, haverá sua Redizima, como*se
contém em sua doação; e porém trazendo as
taes mercadorias para meus Reinos, ou Senho-
rios serão obrigados de dentro em um anno
levar, ou enviar a dita mercadoria digo, á dita
Capitania Certidão dos Officiaes de Minhas Al-
fandegas do lugar onde descarregarem de como
assim descarregaram em meus Reiros, e qualida-
de das mercadorias, que descarregaram, e quan-
tas eraihi, e não mostranto a dita Certidão den-
tro no dito tempo pagará a Dizima das ditas
mercadorias, ou daquella parte, que nos ditos
meus Reinos, ou Senhorios não descarregarem,
assim, e da maneira, que hão de pagar,a dita
Dizima na dita Capitania se carregarem para
fora do Reino, e se for pessoa que não haja de
tomar á ,dita. Capitania darão lá fiança ao que
montar na dita Dizima, para dentro no dito
tempo de um anno mandar Certidão de como
i i?*5* veiu descarregar em meus Reinos,\ou Senhorios,

¦'i....
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Cftototor'-r-
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' "'to -"-í

e não mostrando a dita Certidão no dito tempo


se arrecadará1, e haverá a dita Dizima pela dita
fiança to
Quaesquer pessoas estrangeiras, que não, fo-
rein naturaes de meus Reinos, ou Senhorios, que
a dita terra levarem, ou mandarem levar quaes-
quer mercadorias posto que as levem de meus
Reinos ou Senhorios, e que cá tenha pago di-
zima pagarão iá da entrada dizima a mim das
mercadorias^ que assim levarem, e carregando
na dita Capitania mercadorias da terra para
fora piagar-menão assim mesmo dizima da sa-
hida das taes mercadorias, das quaes dizimas
o Capitão haverá sua Redizima segundo se con- •
tém em sua doação, e ser-lhe-á a dita Redizima
entregue pelos meus Officiaes ao tempo que
se as ditas Dizimas para mim arrecadarem.
De mantimentos, armas, artilharia, pólvora,
salitre, enxofre, chumbo, e quaesquer outras ©ou-
sas de munição de guerra, que á dita levarem',
ou mandarem levar, o Capitão, e moradores
delia ou quaesquer outras pessoas assim natu-
raes, como estrangeiros, hei por bem, que se
não paguem direitos alguns, e que os sobredi-
tos possam livremente vender todas as ditas cou-
sas, e'cada uma dellas na dita Capitania ao dito
Capitão, moradores, e povoadores dellas, que
forem Christãos, e meus Subditos.
Todas as pessoas assim cfe meus Reinos, e
Senhorios como de fora delles, que á dita Capi-
IC tania forem não poderão tratar, nem comprar
"terra;
nem vender cousa alguma aos gentios da C'C' *C C-ito;

e tratarão somente com o Capitão, e povoadores


delia, tratando, vendendo, e resgatando com elles
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tudo o que puder haver; e quem o contrario fizer •" ' CCCC to
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- 388 -
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hei por bem, que perca em dobro toda a mer-


'cousas, que com os ditos gentios con-
cadoria, e
tratarem, de que será a terça parte para minha
Camara-, e a outra terça parte para quem os ac-
cusar, e a outra terça parte para o Hospital,
no havendo abi
que na dita terra houver, e não
será para a fabrica da Igreja delia.
Quaesquer pessoas, que na dita Capitania
carregarem seus navios serão obigados antes que
comecem a carregar, e antes, que saiam fora da
dita Capitania de o fazer a saber ao Capitão
delia piara prover, e ver, que se não tirem mer-
cadorias defesas, néhi partirão por isso mesmo
da dita Capitania sem licença do dito Capitão,
e não o fazendo assim, ou partindo sem a dita
licença perder-se-ão em dobro para mim todas
as mercadorias, que carregarem posto que não
sejam defesas, e isto porém se entenderá em-
Official
quanto na dita Capitania não houver
meu Deputado para isso; porque havendo-o ahi
a elle se fará saber o que dito é;, e a elle perten-
cera fazer a dita diligencia, e dar as ditas li-
cenças.
0 Capitão da dita Capitania, è os morado-
res, e piovoadores delia poderão livre tratar, e
comprar, e vender suas mercadorias com os Ca-
pita es das outras Capitanias, que tenho pro-
vidos na dita Costa do Brasil, e com os mora-
dores, e piovoadores dellas a saber de umas Ca-
pitanias para as outras, das quaes mercadorias,
e compras, e vendas dellas não pagarão uns,
nem outros direitos alguns.
Todo vizinho, e morador, que viver na dita
Capitania, e for feitor, ou tiver companhia com
alguma pessoa, que viver fora de meus Reinos
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ou Senhorios não poderá tratar com os Brasis
da terra posto que sejam Christãos, e tratando
com elles hei por bem, que perca toda a .fazenda,
com que tratar, da qual será um terço para quem
o aeeusar, e os dois terços para as obras dos
muros da dita Capitania.
Os Alcaides-mores da dita Capitania, e das
Villas, e Povoações delia haverão, e arrecadarão
para si todolos foros, e tributos que em meus
Reinos, e Senhorios por bem de minhas Orde-
nações pertencem, e são concedidos aos Alcaides-
mores.
Nos rios da dita Capitania, em que houver
necessidade de pôr barcas para passagem delles'
o Capitão as porá, e levará dellas aquelle di-
reito, ou tributo, que lá em Câmara for taxado,
que leve, sendo confirmado por mim.
Os moradores, povoadores, e povo da dita
Capitania serão obrigados em tempo de guerra
de servir nella com o Capitão se lhe necessário
for.
Cada um dos Tabelliães do publico, e judi-
ciai que nas Villas, e Povoações da dita Capita-
nia houver serão obrigados a pagar ao dito Ca-
pitão quinhentos reis de pensão em cada um
anno.
Notifico assim ao Capitão da dita Capita-
nia que ora é, e adiante for, e ao meu Feitor vz.,,,.
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e Almoxarife, e Officiaes delia, e aos Juizes, Jus-


tiças da dita Capitania, e a todalas outras Justi-
ças, e Officiaes de meus Reinos, e Senhorios as- d idi
sim da Justiça como da Fazenda, e mando a todos
em geral, e Cada um em especial, que cumpram,
guardem/,e façam inteiramente cumprir, e guar-
dar esta minha Carta de Foral assim, e da ma-
neira, que se nella contém sem lhe nisso ser pos-
to, duvida, embargo, nem contradição alguma,
porque assim é minha mercê; e por firmeza
delle lhe mandei dar esta Carta por mim assi-
gnada, e sellada de meu Sello pendente, a qual
mando, que se registe no Livro dos Registos de
minha Alfândega de Lisboa, e assim nos Livros
de minha feitoria da dita Capitania, e pela mes-
ma maneira se registará nos Livros das Cama-
ras das Villas, e povoações da dita Capitania
para que a todos seja notório o conteúdo neste
Foral, e se cumprir inteiramente. Manoel da
Costa a fez em Évora a vinte, e seis dias do mez
de Agosto. Anno do Nascimento de Nosso Se-
nhor Jesus Christo de mil quinhentos e trinta,
e quatro.
A qual eu Manoel de Oliva registei aqui da
própria, que estava escripta em pergaminho as-
signada por El-Rei Dom João, que está em Glo-
ria o terceiro deste nome, e sellada com o sello
pendente, que diz ser registada na Chancellaria,
com a entrelinha, que diz — esta Carta — que
está nesta banda em cima de tudo. E a registei
em os vinte e quatro dias de Outubro, mil qui-
nhentos, e sessenta e sete. Manoel de Oliva de
Mendonça.
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Doaçm da Capitania de Petoaçú de


Dom Aldaro da Cosia.

Saibam quantos este Instrumento dado em


publica fôrma com o traslado de uma doação
d'EFRei Nosso .Senhor virem, que no Anno do
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Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil
dias
quinhentos, e setenta, e um annos aos treze
do mez de Março em a Cidade de Lisboa na
rua do Vidro nas Casas da morada de mim
Notario geral em minha presença appareceu o
Senhor Dom Álvaro da Costa Armador-mor d'El-
Rei Nosso Senhor Capitão, e Governador da
Capitania de Peruaçú, que é na Bahia de todos
os Santos, e me apresentou uma doação, que
lhe El-Rei Nosso Senhor fizera escripta em
Infante
pergaminho, e assignada pelo Cardeal
Governador destes Reinos passada pela Chan-
cellaria, ,e bom o sello pendente das Armas Reaes
em chumbo posto em cordões de seda branca,
e vae limpo, sem vicio, nem borradura, reque-
rendo-me lhe desse o traslado delia em1 publica
fôrma, porquanto a queria mandar para fora,
de que o traslado de verbo ad verbum é o se-
guinte. ele
Dom Sebastião
'dos por graça de Deus^Rei
Portugal, e Algarves daquem, e dalém mar
em África Senhor de Guiné, e da Conquista,
navegação, Commercio de Ethiopia, Arábia, Per-
sia e (da índia ¦ etc. A quantos esta minha Carta
Cos-
virem faço saber, que por Dom' Álvaro da
ta Fidalgo de minha Casa me foi apresentado
um Instrumento de Carta de Sesmaria, que pa-
recia ser escripta, e assignada do Signal publi.
das
co de Ehofre Pinheiro Carvalho Escrivão
Sesmarias da Cidade do Salvador da Capitania
do
da Bahia de Todos os Santos das partes
Instru-
Brasil, da qual Carta, e assim do outro
dita
mento de posse, que está nas costas da
bs-
Carta feito,, e assignado por Aires Qumteiro
íriSeit. <:.. ¦ - ¦.

e uma
crivão da Provedoria da dita Capitania

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Provisão minha de confirmação, que está junta


aos ditos Instrumentos o traslado de verbo ad
verbum é o seguinte.
Saibam quantos este Instrumento de Carta
de Sesmaria virem, que no Anno do Nascimen-
to de Nosso Senlior Jesus Christo de mil crai-
/ nhentos, e cincoenta e oito annos aos dezeseis
dias de Janeiro na Povoação de Pereira termo
da Cidade do Salvador da Bahia de todos os
Santos perante mim Escrivão appareceu Pedro
Criado do Senhor Dom Álvaro da Costa, e por
parte do dito Seu Senhor me apresentou uma
petição com um Despacho nella do Senhor Dom
Duarte da Costa do Conselho dEl-Rei Nosso
Senhor Capitão da dita Cidade, e Governador
Geral mestas partes do Brasil, e por a qual pe-
tição se continha entre outras cousas em ella
conteudas, que dentro nesta Barra; convém saber
da barra do Rio de Peroaçú até a barra do
Rio de Jaguaripe estava umas terras em1 mattos
maninhos por aproveitar, as quaes estavam va-
gas, e devolutas sem serem dadas a pessoa ai-
guma, e que porquanto as ditas terras estavam1
assim vagas em maninhos por aproveitar, elle
Supplicante as queria povoar, e aproveitar:
pedia ao Senhor Governador, que dellas lhe fi-
zesse mercê, e lhe mandasse passar sua Carta
de Sesmaria, convém a saber; da parte da
barra do dito Rio de Peroassú da parte do Sul
até a barra do Rio de Jaguaripe por costa, que
' ':¦¦.- poderá ser quatro léguas de costa pouco mais,
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ou menos, ou aquella quantidade que houver
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deste Limite, e para o sertão pelos ditos rios
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acima dez léguas de terra, e isto entrando dentro
todalas Ilhas,, que estiverem ao longo da Costa

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— 393

desta dada, e água de Iguarassú, que está pelo


Rio de Peroaçú dentro da parte do Sul para
nelle fazer Engenno d'assuear, com todas as
suas entradas, e sabidas, pastos, e mattos, lo-
gradouros, que nesta dada couberem para suas
criações de gados; e visto pelo dito Senhor Go-
vernador seu dizer, e pedir ser justo, e havendo
respeito ao proveito, que se pode seguir a honra
da Republica, e ser serviço de Deus e de El-
Rei Nosso Senhor, e por a terra se povoar lhe
deu as ditas terras, e águas pela maneira atrás
dito, e declarado, e isto não sendo dado a ou-
trem, e Havendo El-Rei Nosso Senhor por bem,
o que tudo lhe deu, e concedeu na maneira
abaixo declarada segundo fôrma de seu Regi-
mento de eme o traslado' é o seguinte. Despacho
do Senhor Governador. Dou a Dom Álvaro meu
filho estas terras, e águas, que pede não sendo
dadas a outrem, e havendo-o El-Rei Nosso Se-
nhor por bem, e com esta condição mando ao
Escrivão das Sesmarias, que lhe passe sua Carta
em fôrma hoje dezeseis de Janeiro de mil qui-
nhentos, e cincoenta, e sete annos.
Traslado do Regimento de El-Rei Nosso Sc-
nhor tanto que tiverdes assentado a terra para
seguramente se poder aproveitar dareis de Ses-
maria as terras, que estiverem dentro no dito
termo ás pessoas que vol-as pedirem não sendo
ir
já dadas a outras pessoas que as quizerem isso
lhe para
povoar, e aproveitar no tempo, que
ha de ser notificado, as quaes terras dareis livre-
mente sem foro algum somente pagarão o dizimo
á Ordem de Nosso Senhor Jesus Christo e com
as
as condições, e obrigações do Foral dado
ditas terras, e de minha Ordenação do quarto

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Livro titulo das Sesmarias com condição, que


resida na povoação da dita Bahia, ou das terras
que lhe assim forem dadas três annos dentro
do qual tempo as não poderá vender nem
alhear, e não dareis a cada pessoa mais terra,
que aquella, que boamente segundo sua pos-
sibil idade vos parecer, que poderá aproveitar,
e se as pessoas, que já tiverem terras dentroí
no dito termo assim aquellas, que se acharem
presentes na dita Bahia, como as que depois
forem a ella dentro no tempo, que lhe ha de
ser notificado quizerem aproveitar as ditas ter-
ras, que já tinha, vós lhas tomareis a dar de
novo para as aproveitarem com a obrigação
acima dita, e não indo alguns dos ausentes
dentro no dito tempo, que lhes assim ha de ser
notificado: aproveitar as terras, que dantes tinha,
vós as dareis pela dita maneira a quem1 as apro-
veitej, e este Capitulo se trasladará^nas Cartas das
ditas Sesmarias. As terras, e águas das Ribeiras,
que estiverem dentro no termo, è Limite da dita
Cidade, que são seis Léguas para cada parte, que
não forem dadas a pessoas, que as aproveitem,
e estiverem vagas, e devolutas para mim por
qualquer via, ou modo, que seja podereis dar de
sesmaria ás pessoas, que vol-ãs pedirem, as quaes
terras assim dareis livremente sem outro algum
foro ou tributo somente o Dizimo á ordem de
Nosso Senhor Jesus Christo, e com as condições,
e obrigações do foral dado ás ditas-terras, e de
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minha Ordenação do quarto livro titulo das Ses-
marias, e com condição que a tal pessoa, ou
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pessoas resida na pqvoação da dita Bahia, ou
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das terras, que lhe assim forem dadas ao menos
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três annos e que dentro no dito tempo as não


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— 395 —

possa vender, nem alhear, e tereis lembrança,


que não deis a cada pessoa mais terra que aquel-
Ia, que segundo sua possibilidade virdes, ou vos
parecer, que pôde aproveitar, e se algumas pes-
soas a que forem dado terras no dito termo,
que as tiverem perdidas por as não aprovei-
tarem vol-as tornarem a pedir, vós lhas dareis
de novo para as aproveitarem com as condi-
ções, e obrigações conteudas neste Capitulo, o
qual se trasladará nas Cartas das Sesmarias. Âs
águas, das Ribeiras, que estiverem dentro do
dito termo, em que' houver disposição para sev
poderem fazer Engenhos d'assucar, ou d'outras
quaesquer cousas dareis também de Sesmaria
livremente sem foro algum, è as que derdes
para Engenho d'assucar será a pessoas, que te-
nham possibilidade para os poderem fazer no
tempo,, que lhes limitardes, que será o que vos
bem parecer, e para serviço, e meneio dos ditos
'Engenhos
d'assucar dareis a terra, mie virdes,
qua é.necessária, e as ditas pessoas farão obriga-
ção de cada um em sua terra fazer uma torre, ¦;

ou casa forte da feição, e grandura, que segundo


o lugar onde estiver vos parecer necessária para
segurança do dito Engenho, e povoadores do
seu limitej, e serão obrigados a aproveitarem as
ditas terras,, e águas como dito é, sem as pode-
rem vender, nem traspassar a outras pessoas,
nem por outra via alhear por tempo de três
annos, e para se assim cumprir se traslade nas
Cartas de Sesmarias, que lhe forem passadas este
Capitulo,, e assim o que está atrás deste, e se ai-
águas no dito
gumásapessoas a que foram dadas
termo, antes de se povoar a dita Bahia assim
agora
presentes, como ausentes as quizerem'
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— 396

aproveitar, e vol-as pedirem, e requererem1 para


isso lhas podereis dar com as condições, e obn
gações conteudas neste Capitulo, e isto não sen-
do j'á dadas a outras pessoas. Eu ordenei,, elman-
dei que para segurança das povoações das ditas
partes fossem obrigados os Capitães das ditas
Capitanias, e Senhorios dos Engenhos, e mora-
radores dellas a terem artilharia, e armas se-
guintes, a saber, cada um dos Capitães em sua
Capitania fosse obrigado a ter ao menos dois
falcões, e seis berços, e seis meios berços, e
vinte arcabuzes, ou espingardas, e os pelouros,
e pólvora para isso necessária, e vinte bestas,
e vinte lanças, ou chuços, e quarenta espadas,
e quarenta corpos d'armas d'algodão das que
se usa nas ditas partes do Brasil, e cada um dos
Senhorios dos Engenhos, e fazendas, que hão
de ter terras, ou casas fortes fossem obrigados
a ter ao menos quatro berços, dez espingardas,
e a pólvora necessária, dez bestas,, dez lanças,
ou chuços, vinte espadas, vinte cprpos d'armas
d'algodão, e cada morador, que nás ditas partes
tivesse casas, terras, águas, ou navio tivesse ao
menos besta, espingarda, lança, ou chuço, e
mandei a Thomé de Souza por um Capitulo de
seu Regimento, que fizesse notificar, e apregoar
em cada uma das ditas Capitanias, que os que
não tivessem1 a dita artilharia, pólvora, e armas,
que se provesse dellas do tempo da dita notifi-
cação a Um anno, e que passado o dito anno as
não tivessem como eram obrigados se haver de
executar nelles em ddbro a valia das armas, que
lhes fallecessem das que assim mandava, que
tivessem para quem os accusasse, e a outr°
metade para os captivos,: e ao Provedor-mor
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de minha Fazenda, e Provedores das Capita-
nias onde o dito Provedor-mor fosse ausente
mandei por seus Regimentos, que tivessem cui-
dado de uma vez cada anno saberem se tinham
os Capitães de cada uma das ditas Capitanias a
artilharia, e armas, que eram' obrigados ter,
e que os ditos Capitães cada um em sua Ca-
outras
pitania farão as ditas diligencias oom as
pessoas, que por bem do dito Capitulo haviam
de ter artilharia(, e armas', e nos que as não tives-
sem executassem as. ditas penas, como mais Lar-
dito Pro-
gamente é conteúdo nos Regimentos do
vedor-mor, e Provedores das ditas Capitanias, e
á segu-
por isto ser cousa muito importante
rança, e defensa das ditas povoações; hei por
bem, e vos mando, que além do cuidado, que d
dito Provedor-mor ha de ter deste negocio vós
oi tenhaes também de lho lembrar, e saber o que
se nisso faz, e trabalheis pior a dita diligencia
se fazer todos os annos uma vez cada anno,
como dito é; e querendo algumas pessoas pro-
ver-se lá das ditas armas, ou de alguma dellas
lhe serão dadas do meu Armazém havendo-as
da
nelle, e não sendo necessárias para defensa
dita Cidade do Salvador e dar-se-lhe-A pelo
meus Officiaes, de
preço, que lá custarem a ora serve
que mandei a Antônio Cardoso, queCertidão rio
de Provedor-mor, que levasse uma
de
Provedor de meus Armazéns desta Cidade
armas
Lisboa, e o próprio porque se as ditas
o Almo-
devem de carregar em Receita sobre
xarife, que as der, ou sobre o meu Thesourei-
conheci-
ro da dita Bahia, que passará dellas sua
mento em fôrma ao dito Aímoxarife para
as armas,
conta, como vos bem parecer; e se \y

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lá são enviadas forem já despesas, e vos


enviarem-se outras
parecer, que será necessário
mo fareis saber por vossa Carta, em que será
declarado as que devem ser, e quantas de cada
sorte para se prover nisso. E declarou o Senhor
Governador, que fazendo o Senhor Dom Álvaro
da Costa Engenho d'assucar nas ditas terras, e
águas que lhe assim' deu, e povoando as ditas ter-
ras. que o Governador, que ao tal tempo for lhe
declarará o partido a que ha de lavrar as ditas
cannas aos moradores que nas ditas terras mo-
rarem, e assim a feição, e grandura da Casa
forte, ou torre, que é obrigado ter, e fazer
com sua artilharia, e armas como é contendeu
nos Capítulos do Regimento d'El-Rei Nosso Se-
nhor. que nesta Carta vão trasladados, e que
antes que elle o tal Engenho faça, e povoara, "
elle o fará saber ao Governador para lhe de-
clarar. e dizer a maneira, que ha de ser o tal
assento feito para segurança do tal Engenho,
e vizinhos, que nelle viverem, pelo que assim1
o ha por serviço de Deus e d'El-Rei Nosso Se-
nhor. Além da terra que a cada Engenho haveis,
de dar para seu serviço e meneio delle lhe li-
mitareis a terra, que vos Bem parecer, e os
Senhorios dellas serão obrigados de no dito En-
genho Lavrar aos Lavradores, que no dito li-
mite houverem ao menos seis mezes do anno,
que o tal Engenho lavrar, e por lhes lavrar le-
varão os Senhorios dos ditos Egenhos aquella
parte, que pela informação, que lá tomareis vos
parecer bem da maneira, que fique o partijdo
favorável aos lavradores para elles com melhor
vontade folgarem de aproveitar as terras; e com
%
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esta obrigação, e declaração do partido a que


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— 399 —

hão de lavrar as ditas cannas se lhe passará suas


gartas de sesmarias, com as quaes condições,
e declarações lhe assim dou as ditas terras, e
águas de sesmaria, e para sua guarda lhe man-
-Carta,
dei passar esta pela qual mando, que
elle haja a posse, e Senhorio dellas para sem-
pre para si, e seus herdeiros, e successores, que
após elle vierem, com tal condição, e entendi-
mento, que elle dê por ellas caminhos, e ser-
ventias para fontes, pontes, vieiros, e pedreiras,
mesmo
que ao povo necessárias forem; e isso
terras, e
que elle povoe, e aproveite as ditas
águas da dada desta em cinco annos primeiros
seguintes ? e não, o fazendo assim se dará as ditas
terras, e águas a quem as pedir, as quaes ter-
ras, e laguas lhe dará forras, e. isentas sem foro,
nem tributo nenhum somente de todo o que
lhe o Senhor Deus nellas der de suas novidades,
e criações pagará o Dizimo á Ordem' de Nosso
Senhor Jesus Christo conforme ao dito Regi-
mento; e porque o sobredito Senhor Dom Al-
varo da Costa todo prometteu de cumprir pela
dita maneira lhe mandou ser feita esta Carta,
e por verdade eu Onofre Pinheiro Carvalho Es-
crivão das Sesmarias por El-Rei Nosso Senhor
em esta sua Cidade do Salvador, e seus termos,
de meus
que este instrumento escrevi, e o tirei
livros dos tombos, que em meu poder ficam,
onde fica assignado pelo dito Senhor Governa-
dor em elle de meu publico signal assignei, que
tal é. Aires Quinteiro Escrivão dante o Prove-
dor desta Capitania dará posse desta Sesmaria
a Doto Álvaro da Costa, ou a seu Procurador,
de1 que fará assento nas costas desta Carta a
vinte efelete de Janeiro de mil quinhentos, e cin-
coenta e sete. Borges. .:....i
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Anno do Nascimento de nosso Senhor Jesus


Christo de mil quinhentos, e cincoenta e sete
annos aos vinte e oito dias do mez de Janeiro
do dito anno em o Rio de Peroaçú, que é termo
da Cidade do Salvador Bahia de todolos Santos
terra do Brasil indo eu Escrivão da Provedoria
desta Capitania item na galé Com o Escrivão
digo na Galé Conceição de Sua Alteza em com-
da Costa foi re-
panhia do Senhor Dom Álvaro
virtude da
querido a mim Escrivão, que por
Carta de Sesmaria atrás lhe desse posse das
terras, e Ilhas conteudas na dita Carta, a qual
Carta me deu a mim Escrivão perante as teste-
munhas tudo ao diante nomeado, e com um
despacho do Doutor Pedro Borges do Desem-
bargo d'El-Rei Nosso Senhor, e seu Provedor-
mor nestas ditas partes, no qual manda a mim
Escrivão, que lhe dê posse das ditas terras ao
dito Dom Álvaro, e logo puzemos em terra assim
'sendo nella o, dito Dom Álvaro se
juntamente; e
metteu de posse das ditas terras, e Ilhas cor-
tando com um terral, e mandou cortar do matto,
e hervas e tomou da terra, e dos paus com suas
mãos eu Escrivão perante as ditas testemunhas
o metti de posse dellas, mettendo-lhe, nas mãos
as ditas cousas, e desta maneira ficou mettido
de posse Real, actual, e corporal, o qual se
houve em posse das ditas terras deste dia em
diante para as lograr, e possuir por suas, assim
e da maneira, que se contém na dita Carta de
Sesmaria, a qual diligencia, e posse, que assim
foi feita foi no lugar de dentro da barra de
Peroassú da banda do Sul, e isto feito lhe tor-
nei a entregar a dita Carta nas costas da qual
1 fiz este auto da dita posse no qual assigtnaram
401

Vasco Rodrigues de Caldas. Francisco de L #


bruza de Espinoza. Antônio Alia Foral. Manoel
Lopes Escrivão do dito Bergantim. Gaspar Dias
moradores na dita Cidade, que a tudo foram
presentes por testemunho, as quaes assignaram
aqui commigo eu Aires Quinteiro Escrivão da
Provedoria, que o escrevi.

Eu El-Rei Faço saber a quantos este meu


Alvará virem, que por parte de Dom Álvaro da
Costa Fidalgo de minha Casa me foi apresen-
tada a Carta de dada de sesmaria atrás es-
cripta feita a dezeseis dias de Janeiro do anno
de mil, quinhentos, e cincoenta e sete annos
por que Dom Duarte da Costa do meu Conse-
lho, que esteve por Capitão dá Capitania da
Bahia de todolos Santos, e Governador das
Dom ^m
partes do Brasil dera de Sesmaria ao dito
Álvaro umas terras, que estavam da barra do
Rio de Peroasslú da parte do sul até a barra
do Rio de Jaguaripe por costa, que poderia ser
quatro léguas de Costa pouco mais, ou menos,
e para o sertão, pelos ditos rios acima dez léguas,
e isto entrando todas as Ilhas, que estiverem t

ao longo da Costa desta dadá[, e a água de íga-


rassú, que está no Rio, de Peroassü dentro da
d'as-
parte do Sul para nelle fazerem Engenho
sucar, e com todas suas entradas, sahidas, pas-
tos, mattos, logradouros, que nesta dada coubes-
sem para suas criações de gados, pedindo-me o
dito Dom Álvaro por mercê, que lhe confir- . i V
masse as ditas terras sem; embargo de não re-
sidir nellas todos os três annos como era obri-
cinco annos
gado, e de as não aproveitar nos "
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conforme a dita Carta, o que diz não fez por a u4


terra estar de guerra, e por outros justos im-
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— 402 —

teve, e assim me pie-


pedimentos, que para isso dos ditos cinco
diu que lhe reformasse o tempo
e a fôrma
annos- e (havendo eu a isso respeito, es-
da dita Carta, e instrumento de posse, que
mercê hei
tava tudo junto, e por lhe fazer
confirmar, e por este
por bem; e me praz de lho ditas terras
confirmo!, e hei por confirmadas as
longo da
com todas as Ilhas, que estiverem ao
Costa dellas*, e águas, entradas, e sahidas, pastos,
de
mattos e logradouros para suas criações
gados assim', e da maneira e com todas as con-
'dições. e obrigações, com que lhe foram dadas
Pae, como tudo mais
pelo dito Dom Duarte seu a
largamente na dita Carta da dada de Sesmaria
mais
este junto é contendo, e declarado, e as
de
conteudas no foral dado ás ditas terras, e
das
minha Ordenação no Livro quarto, titulo
Sesmarias, com tanto que o dito Dom Alvará
seja obrigado a dar pelas ditas terras caminhos,
e serventias para fontes,, pontes, vieiros, e pe-
dreiras, que ao povo necessárias forem, e isto
sem embargo de os cinco annos, em que será
obrigado a povoar0 e aproveitar as ditas terras
sejam passados; porquanto hei por bem;, que
comece dá feitura deste meu Alvará em diante,
e
e isto se entenderá não sendo as ditas terras,
águas, ou alguma parte dellas dadas a outras
ditas partes
pessoas pelo meu Governador das
antes da feitura deste meu Alvará, porque sendo
dadas a outras pessoas por o dito Dom Álvaro
hão'Cumprir as condições, e obrigações da dita
Carta lhes não prejudicará este meu Alvará.
Notifico assim ao meu Governador das ditas
Partes do Brasil, e ao Capitão da Capitania da
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for, è ao Provedor de minha Fazenda nas ditas
Partes e Provedor da dita Capitania, e quaes-
quer outros Officiaes, e pessoas assim dajus-
tiça, como de minha fazenda a que este meu
Alvará for mostrado, e o conhecimento delle ¦
pertencer, e anando-lhe, que o cumpra, e guarde,
e faça mui inteiramente cumprir, e guardar,
como se nelle contém, porque assim é minha
mercê, o qual hei por bem, que valha, tenha
força, e ivigor, como se fosse Carta feita emi meu
nome, e sellada de meu Sello pendente sem em-
bargo da Ordenação do segundo LiVro titulo
20, que diz que as cousas, cujo effeito houver
de durar mais de um anno passe por Cartas,
e passando por Alvarás não valha. Balthazar
Ribeiro o fez em Lisboa a doze de março de
mil quinhentos, e sessenta e dois, e eu Bartholo-
meui Froes o fiz escrever. E sendo as ditas*, terras,
ou ajguas, ou alguma parte dellas dadas a algu-
mas outras pessoas antes da feitura deste meu
Alvará ficará resguardado ao dito Dom Álvaro
poder requerer contra elles sua justiça, porque
Al-
posto, que. se dêm depois da feitura deste
vara não terá força, nem vigor a tal dada, nem'
se fará
pelas Cartas, que dellas forem passadas
obra alguma, e se cumprirá este como se nelle
contém. Pedindo-me o dito Dom Álvaro por
mercê, que porquanto elle queria povoar, e apíro-
veitar as ditas terras, e fazer nellas villas, e ou-
trás povoações houvesse por bem de lhe fazer
dellas mercê em Capitania, como o era os outros
Capitães dás terras da dita Costa do Brasil, e
corressem
que as ditas dez léguas para o sertão
sempre com a largura, que houvesse entre os
ditos dois rios de Peroassú, e Jaguaripe até se ¦-¦jjjS

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• 404 —

acabarem as ditas dez léguas, posto que em


algumas partes houvesse mais largura, que as
ditas quatro léguas, que pouco mais, ou menos
Costa de um rio ao
pode haver ao longo da
outro, E vendo eu quanto Serviço de Deus e
meu e proveito de meus Reinos, e Senhorios,
e ser a costa, e terras do dito Brasil povoadas,
e aproveitadas assim para com isso os gentios,
e naturaes da terra virem em' conhecimento da
nossa Santa Fé Catholica, como pelo proveito,
naturaes, e
que aos ditos meus Reinos, e aos
subditos delles se seguirá de as ditas terras se
também
povoarem, e aproveitarem, e havendo
respeito aos serviços, que do dito Dom Álvaro
tenho recebido, e espero, que ao diante me fará
hei por bem, e me praz pelos ditos respeitos
de lhe fazer mercê, e irrevogável doação entre
vivos valedora deste dia para todo sempre de
jure, e herdade para elle, e todos seus herdeiros,
e Successores, que após elle vierem1 assim' des-
cendentes, como transversaes, e collateraes como
ao diante será declarado das ditas terras con-
teudas no dito Instrumento de dada de Sesmaria
com a largura, que houver entre os ditos dois rios
até se acabarem as ditas dez léguas pelo Sertão,
'Como dito é, e a Capitania' delia; e quero, e me
praz, que elle dito Dom Álvaro, e seus herdei-
ros, e Successores, que as ditas terras herdarem,
e sudcéderem se possam chamar, e chamem Ca-
'Governadores dellas, e assim lhe faço
pitães, e
mercê, e doação de jure, e herdade para sempre
so-
para elle, e todos seus Successores no modo
bretíito da jurisdição Civel, e Crime, da qual
elle dito'Dom Álvaro, e seus Successores usarão
má fôrma, e maneira seguinte. Poderá por si,

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e seu Ouvidor, que poderá pôr na dita Capi^


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nla digo pôr, e ter na dita Capitania estar á


eleição dos Juizes, e Officiaes e alimpar; e apu-
rar as pautas, e passar Cartas de Confirma-
ção aos ditos Juizes, e Officiaes, os quaes se cha-
márão pielo dito Capitão, e Governador, e o dito
seu Ouvidor poderá conhecer na dita Capitania
de aoções novas, e appellações, e aggravos, e
os ditos Juizes darão apipellaeão para o dito seu
'Ouvidor nas quantias, que mandam minhas Or-
denações. Em qualquer Villa, e lugar da dita Ca-
pitania, em que o dito Ouvidor estiver poderá
conhecer de appellações, e aggravos, que a elle
honverem de ir, e do que o dito seu Ouvidor,
apipel-
julgar assim por acção nova, como por
lação, e aggravo^ sendo em causas eiveis não
haverá apfpellação, \ aggravo até quantia de vin-
te mil reis, e dahi para cima dará appellação,
e aggravo á parte, que quizer appellar ou ag- ^
gravar.
E nos casos crimes hei por bem1, que o dito
Capitão, e Governador, e seu Ouvidor tenham,
ou gentios,
jurisdição., e alçada em escravos,
em que por di-
que forem accüsados de casos, de
reite de minhas Ordenações, é posta pena
era
açoites, e cortamlento de orelhas, e assim
em que pelo
pieões Christãos livres nos casos, de-
mesmo modo, é posta pena de açoites, ou oe
e nos casos
gredo até tres annos somente, alçada
pessoas de mais qualidade terá.somente e
até um anno de degredo fora da Capitania,nos
nas penas pecuniárias até vinte cruzados,
a execução
quaeí casos se dará sua sentençatodolos outros
sem appellação, nem aggravo em ap- .•: ?m.
casos, que não forem' dos acima ditos darão ¦

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— 406

Ouvidor Geral,
pellação, e aggravo para o meu
todolos Santos,
que ha de residir na Capitania de
ou appellará por parte da Justiça, quando não
houver parte, que queira appeilar, e isto na-
minhas Or-
quelles casos, em que por bem de
denações se deve appeilar pior parte da Justiça.
É assim me praz, que o dito Capitão, a Go-
vernador possa pôr meirinho dante o seu Ouvi-
dor, e Escrivão de seu Cargo, e quaesquer Of-
ficiaes necessários, e costumados neste Reino
assim na Correição da Ouvidoria, como nas
Villas, e lugares, que houver ná dita Capitania,
e governança, e outrosim me praz que o dito
Capitão, e Governador, e todos seus successores
possam por si fazer Villas quaesquer povoa-
ções que se nas ditas terras fizerem, e lhe a
elle parecerem, que o devem de ser, as quaes
se chamarão Villas, e terão termo, jurisdição,
Liberdades, insígnias de Villas, segundo foro, e
costume de meus Reinos; e ao templo, que assim
fizerem as taes Villas lhes • limitaraí,, e assignará
logo termo para ellas conveniente, e depois não
poderão da terra, que tiverem dada por termo
'fazer
mais outra Villa sem minha Licença. E
¦& Governa-
assim me praz, que o dito Capitão,
dor, e íodos seus herdeiros, e Successores a que
a dita Capitania vier possam novamente criar,
e prover por suas Cartas os Tabelliãés do pu-
blieo, e judicial, que lhes parecer necessários
nas Villas, e povoações da dita Capitania, e
quaesquer outros Officiaes necessários, e acos-
tumados nestes Reinos assim agora, como pelo
tempo em diante, e dos ditos Officios lhes dará
suas Cartas assignadas por elle, e selladas com o
seu sello, e lhes tomará juramento, que sirva
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— 407 —

seus Officios bem, o verdadeiramente e os ditos


Tabelliães, Escrivães, e Officiaes outros, que
pela dita maneira proverem servirão pelas ditas
Cartas sem mais tirarem outras de minha Chan-
cellaria, e quando os ditos Officios vagarem por
morte, ou por erros, se assim é, ou por renun-
ciação os poderá também dar, e ás pessoas, que
dos taes Officios de qualquer maneira prove-
rem dará regimento por que os haja de servir
conforme aos que se dão em minha Chancel-
laria, e hei por bem que os ditos Tabelliães, e
Officiaes outros se possa chamar, a chame pelo
dito Capitão, e Governador, e os ditos Tabel-
liães lhe pagará suas pensões segundo fôrma do
foral das terras das ditas partes do Brasil, das
quaes pensões lhe pela dita maneira faço doa-
ção, e mercê de jure, e herdade para sempre
para elle, e todos seus herdeiros, e successores.
E assim lhe faço doação e mercê de jure, e
herdade piara sempre para elle dito Dom Al-
varo, e todos seus Successores das Alcaidarias-
mores das Villas, e Povoações da dita Capitania
com todas as rendas, direitos, foros, tributos,
no
que a ellas pertencerem segundo é declarado dito
foral, as quaes rendas, foros, a direitos o
Capitão, e Governador e todos seus Successores
haverão, e arrecadarão para si no modo, e ma-
neira conteúdo no dito foral, e segundo fôrma
delle, e as pessoas a que as ditas Alcaidarias-
mores forem entregues da mão do dito Capitão,
e. Governador, elle lhes tomará homenagem
dellas segundo fôrma de minhas Ordenações. ' ' 'yí>

E assim me praz, por fazer mercê ao dito Ca-


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pitão, e Governador, e todos seus Successores,


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a que a dita Capitania pelo tempo em. diante


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— 408

vier, que elles tenham, e hajam de jure, e her-


dade para sempre todas as moendas d'aguas,
marinhas do sal, e quaesqüer outros Engenhos
de qualquer qualidade, que seja, que na dita Ca-
pitania se poderem fazer, e hei por bem que
pessoa alguma não possa fazer as ditas moendas,
marinhas, ou Engenhos senão o dito Capitão, e
Governador, ou aquelles a que elle para isso der
licença, de que lhe pagará aquelle foro, ou outro
tributo, em que se com elles concertar. O dito
Capitão, e Governador, nem os que após elle
vierem não poderão tomar terra alguma de Ses-
maria na dita Capitania para si, nem para sua
mulher, nem para filho herdeiro delia, antes
poderão dar, é repartir as ditas terras de Ses-
maria por quaesqüer pessoas de qualquer qua-
lidade, e condição, que sejam, e lhes bem pa-
recer livremente sem foro, nem tributo algum
somente o dizimo a Deus serão obrigados pagar
á] ordem de tudo o que nas ditas terras houverem)
como é declarado no foral, e' pela mesma ma-
neira as poderá dar, e repartir por seus filhos
fora do morgado, e assim por seus parentes; e
porém aos ditos filhos, e parentes não poderão
dar mais terra de que derem ou tiverem dada
a qualquer outra pessoa estranha, e todas as
ditas terras, que assim der de Sesmaria a uns,
e outros serão conforme a Ordenação das Ses-
marias, e com obrigação dellas; as quaes ter-
ras o dito Capitão, e seus Sudcessores hão por
derão em tempo algum tomar para si, nem para
filho herdeiro, como dito é, nem1 pol-as em our
trem para depois virem a elles por modo algum,
que seja, somente as poderá haver por titulo
de compra ordinária das pessoas; qué lhas qui-

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1
— 409

zerem vender passados oito annos depois de


as ditas terras serem aproveitadas, e cm outra
maneira não. E assim lhe faço doação, e mercê
oe jure;, e herdade para sempre da meia dizima
do plèscado da dita Capitania, que é de vinte
peixes um, que tenho ordenado, que se pague
\

além da Dizima inteira, que pertence á Ordem


segundo é jdecl arado no foral.
E mais lhe faço doação de jure, e herdade §§
para sempre da redizima de todas as rendas, e
Direitos, que á dita Ordem, e a Mim de Di-
reito na dita Capitania pertence, convém1 a saber,
que de todo o Rendimento, que á dita Ordem,
e a Mim couberem assim dos Dizimos, como
de quaesquer outras rendas, ou Direitos de qual-
quer qualidade, que seja haja o dito Governador,
e seus Successores uma dizima, que é de dez
partes uma; e assim me praz por respeito do
cuidado, que o dito Capitão, e Governador, e
seus Successores hão de ter de guardar, e con-
¦i

servai o Brasil, que na dita Capitania houver


de lhe fazer doação, e mercê de jure, e herdade
para sempre da Vintena parte, do que liquida-
mente render para mim, forro de todolos custos
oi Brasil que se da dita Capitania trouxer a estes
Reinos;, e a conta do tal rendimento se fará na
Casa da Mina desta Cidade de Lisboa onde o
dito Brasil ha de Vir, e na dita Casa tanto que
o dito Brasil for vindo, e arrecadado o dinheiro
delle lhe será logo pago entregue em dinheiro
de contado pelo Feitor, e Officiaes delia aquillo
montar, e
que por boa conta na dita vintena
isto porquanto todo o Brasil, que na dita Ca-
e de
pitania houver ha de ser sempre meu,
meus Successores, sem o dito Capitão, e Gover-
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•410 —
*
tratar
nadar, nem outra pessoa alguma poder
nelle, nem vendei-o para fora; somente poderá
da dita
o dito Capitão, e assim os moradores
na terra
Capitania aproveitar-se do dito Brasil
no que lhe for necessário, segunda é declarado
no foral, e tratando elle, ou vendendo-o para
nas
fora em Correição digo fora, incorrerão
Foral. E assim me praz
penas oonteudas no dito e
fazer mercê ao dito Capitão, e Goveraaoor,
sem-
a seus Successores de jure, e herdade para
elles resgata-
pre, que de todos os escravos, que Brasil
rem, e houverem na dita terra do possa
mandar á este Reino vinte e quatro peças em
bem
cada um anno para fazer delles o que lhes
Ci-
vier, os quaes escravos virão ao porto desta
e
dâde de Lisboa, e não a outro algum porto,
mandará com elles Certidão dos meus Officiaes
da dita Capitania de como são seus, pela qual
Certidão lhe os ditos escravos serão cá despa-
chados sem delles pagarem direitos alguns, nem
cinco por cento, è além das ditas vinte e quatro
mandar
peças, que assim cada anno poderão
forras hei por bem, que possam trazer por mari-
nheiros, e tgrumetes em seus navios todos os es-
cravos, que quizerem, e lhes necessário forem.
E assim me praz por fazer mercê ao dito
Capitão, e Governador, > seus Successores, e
aos Vizinhas e [moradores da dita Capitania, que
lá não possa em tempo algum haver direitos
de sisas, nem imposições, saboarias, nem tribu-
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'¦.•-'- '¦...': toS de sal, nem outros direitos alguns de qual-
quer qualidade, que sejam, salvo aquelles, que
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por bem desta doação, e. foral são obrigados,


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E esta Capitania, e governança, e bens delia


hei por bem, e me praz, que se herde, e sue-
ceda de jure, e herdade para sempre pelo dito
Capitão, e seus descendentes filhos, e filhas le-
emquanto hou-
gitimos com tal declaração, que
ver filho legitimo varão no mesmo gráo não
succeda filha posto que seja de maior idade, que
o filho,, e não havendo macho, ou havenjdo-o,
e não sendo em tão próximo grau ao ultimo
eme então succeda a
possuidor como a fêmea,
fêmea emquanto houver descendentes legítimos
machos, ou fêmeas, que não succeda na dita Ca-
havendo desceu-
pitania bastardo algum, e não de
dentes machos, e fêmeas, não sendo porém
damnado coito, e suecederá pela mesma ordem
as
dos Legítimos primeiro os machos, e depois
se
fêmeas em igual grau com tal condição, que
dei-
o possuidor da dita Capitania quizer antes
des-
xar a um seu parente transversal, que aos
oendentes bastardos quando não tiver legítimos
ma-
o possa fazer; e não havendo descendentes
da
chos, ou fêmeas legítimos, nem, baátardos
os
maneira, que dito é, cm tal caso suecederao
os ma-
ascendentes machos, e fêmeas, primeiro
nao ha-
chos, em defeito delles as fêmeas, e
vendo descendentes, nem ascendentes suecederao
os transversaes pelo modo sobredito, sempre pri-e
meiro os machos, que forem em igual grau o
depois as fêmeas; e no caso dos bastardos
se quizer deixar a dita capi-
possuidor poderá -a aos,
tania a um transversal legitimo, e tira em
bastardos, posto que sejam descendentes
assim, por
muito mais próximo grau, e isto hei '1
diz que
bem sem embargo da Lei mental, que
nem trans-
não sutícedam fêmeas, nem bastardos,
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sem embargo
versaes nem ascendentes porque succedam
de tudo me praz, que nesta Capitania
de damnado coito
fêmeas e bastardos não sendo
modo que ia
e transVersaes, e ascendentes do
é declarado.
em tempo
Outrosim quero, e me praz, que
e cousas
algum se não possa a dita Capitania,
mercê ao
delia de que* por esta doação faço
espe-
dito Dom Álvaro partir, nem esoambar,
nem em
daçar nem em outro modo alhear,
casamento a filho, ou filha, nem a outra pessoa
alguma
dar, nem para tirar pae, ou filho, ou outra
outra alguma obra,
pessoa de captivo nem para minha ten-
posto que seja mais piedosa porque
Capitania, e gover-
ção e vontade é que a dita
nança. rendas bens delia ao dito Capitão por
e se
esta doação dadas andem sempre juntas,
e
não partam, nem alienem em tempo algum1
ou
aquelle que a partir, ou alienar, espedaçar,
der 'em casamento, ou fizer outra cousa. por
onde haja de ser partida inda que seja muito
a dita
piedosa, por esse mesmo effeito perca
Capitania, e governança, e passe direitamente
aquelle que houvera de ir pela sobredita Ordem
de succeder, como se o tal, que isto assini não
cumprir fosse morto. E assim me praz, que por
caso algum de qualquer qualidade, que seja, que o
dito Capitão, e Governador, e cada um dos que
pelo tempo em diante forem commetam', por
mereça
que segundo direito, e Leis deste Reino
e rendas
perder a dita Capitania, jurisdição,
delia, a não perca seu Successor, salvo se for
traidor á Coroa destes Reinos, e em todos os
outros casos, que commeter será punido, e cas-
tigado, quanto o crime' obrigar, e porém seu
/¦!

successor não perderá por isso a dita Capitania,


e governança, e jurisdição, e rendas delia, '--P Como
dito é. ' \- Dom
Hei por bem, e me praz, que o dito
Álvaro, e todos seus nerdeiros, e successores
vier, usem
a que a dita Capitania, e governança e ai-
inteiramente de toda a jurisdição, poder, ma-
assim, e da
cada nesta doação conteudas, con-
neira que nella é declarado, porque pela nisso
fiança, que delles tenho, que guardará meu,
e
tudo o que cumpre a serviço de Deus, assim
hei
e bem do povo, e direito das partes o
faço, como Rei, e
pior bem. Esta mercê lhe Governador,
Senhor destes Reinos, e assim como
da Ordem,
e perpetuo Administrador, que sou
Senhor Jesus
e Cavallaria do Mestrado de Nosso e
Christo, e por esta presente Carta dou poder, si,
elie por
autoridade ao dito Dom Álvaro, que e tome
e por quem lhe aprouver possa tomar,
da dita Capitania,
p^e M e «°*P°rm, a actual
jurisdição, rendas, e bens delia e
governança, e use do
mais cousas conteudas nesta doação a qual
tudo inteiramente Como se nella contem,
doação hei por bem, e quero, e mando, com que se
todo o-
cumpra, e guarde em todo, e por neUa
dalas cláusulas, e condições, declarações nem des-
conteudas, e declaradas sem mingua, -'
o que doe
fatlecimento algum; e para todo e
derogo, e hei por derogada a lei mental, qua*,
direitos glosa
quer outras Leis, Ordenaçõesdisto haja, ou pos
e costumes, que em contrario seja,
sa haver por qualquer via, ou modo, que se-
tosse uecessano
posto que^ossem taes, que de verto^ ad
rem aqui expressas, e declaradas do segun
verbum sem embargo da Ordenação

I
• -: '¦¦¦'¦ 1
— 414 —

diz que
do Livro titulo quarenta e nove, que
e direitos derogarem se
quando se as taes Leis
faça menção dellas, e da substancia dellas, e por
esta prometto ao dito Dom Álvaro., e todos seus
Successores, que nunca em tempo algum vá, nem
consinta ir contra esta minha doação em parte
nem em todo, e rogo, e encommendo a todos
meus Successores, que lha cumpram, e guar-
dem, e mandem cumprir, e guardar, e assim
mando a todos os Corregedores, Desembargado-
res, Ouvidores, Juizes, e Justiças, Officiaes, e
Reinos, e Senhorios, que
pessoas outras de meus
cumpram, e guardem, e façam mui inteiramente
oumipriri, e guardar esta minha Carta de doação,
e todalas cousas nella condeudas sem duvida,
nem embargo nem contradição alguma, que lhe
a elle seja posto, porque assim é minha mercê,
e por firmeza do que dito é lhe mandei dar esta
dita Carta por mim assignada, e sellada oom o
meu sello pendente Balthazar Ribeiro a fez em
Lisboa a vinte de Novembro Anno do Nasci-
mento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil
m Bartholo-
B quinhentos, e sessenta, e cinco e eu
meu Froés a fiz escrever. O Conde Infante.
Mando a Gabriel de Moura, que assente esta
doação no Livro, que tem em seu poder, posto
que seja passado o tempo, em que a houvera
de assentar em Lisboa a vinte e nove de Março
B .
BB - de mil quinhentos, e sessenta e seis. 0 Cardeal
B
H Infante. Dom Gilyanes. Carta por que Vossa Al-
if:"-; **S"d> ¦ d ' ¦'
teza fez mercê, e doação de jure, e herdade
de
Hj . para sempre a Dom Álvaro da Costa filho
ii Dom Duarte da Costa da Capitania, e Gover-
nança das quatro léguas de terra de largo, e
dez de comprido conteudas nesta doação, que

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-

lhe o ditb seu Pae deu de sesmaria no Brasil e


Governador, das ditas partes, com todos os di-
reitos foros, tributos, que têm os Capitães das
outras Capitanias das ditas partes pela maneira .
declarada nesta doação, e assim com jurisdi-
deze-
ção nella conteudas. Dom Simão. Pagou
sete mil, duzentos reis em Lisboa a vinte e
um de Março de mil quinhentos, e sessenta, e
seis. Antônio Vieira* e aos Officiaes dez mil, e
novecentos reis. Registada na Chancellaria. João
da Costa. Fica assentada, e por ser de juro com
todas as cousas nella declaradas. Pagou seis
mil, e cem reis, Gabriel de Moura. O qual trás-
lado eu Martim Affonso Notario Geral por El-
Rei Nosso Senhor nesta Cidade de Lisboa, e
sua Correição fiz trasladar do próprio bem, e
fielmente, que ficou ao Senhor Dom- Álvaro, e
concertei, e subscrevi, e assignei de meu signal,
Oliva Escrivão da
que tal é. B eu Manoel de
Fazenda d'El-Rei Nosso Senhor'trasladei aqui
de verbo ad Verbum o dito instrumento, que
No-
vinha assignado pelo dito Martim Affonso
a
tario Geral por mandado do Provedor-mOr, e
bas-
requerimento de Pedro Carreiro Procurador
Ver-
tanto de Dom Álvaro da Costa, e vae na
dade sem cousa, que duvida faça em' os trmtae
é três de Agosto de mil quinhentos, e setenta,
um annos. Oliva.
Simão da Gama. j
•¦v-t,

0 Doutor Pedralvares da Silveira Correge-


¦'¦'¦.. -vf:

nesta
dor com alçada por El-Rei Nosso Senhor esta *** '
* .#":
Comarca d'Elvas etc. Faço saber aos que ¦
trasia-
Carta testemunhavel virem dada com o
«Mel
'...:'".'¦''-.

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-.' - '• ¦'¦'•:. -' ¦'-'..';£"• :"-m.
— 416 —
,.a
do de uma Petição que me fez o Doutor Brás
Fragoso do Desembargo do dito Senhor, e seu
Corregedor da Alçada, que sua Alteza mandou
á Comarca d'Alemtejo, e Reino do Aigarve, e
assim de uma confirmação de umas terras, da
mercê, e assim de
qual lhe sua Alteza tem feito
um contrato, que teto feito com Amador de
Oliveira seu criado, e de uma doação, e confir-
mação de sua Alteza das terras de Simão da
Gama d'Andrade morador na Cidade do Sal-
vador nas partes do Brasil, e o traslado da dita
Petição!, e doação, e eohfirmaçãofé o seguinte.
Anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus
Christo de mil quinhentos, e setenta e um1 annos
,aos dezoito dias do mez de Junho em' esta Cidade
d'Elvas nas pousadas do Doutor Pedralvar.es da
Silveira Corregedor nesta Comarca d'Elvas pe-
rante elle appareceü um criado do Doutor Brás
Fragoso do Desembargo d'El-Rei Nosso Senhor
Corregedor d'alçada da Comarca d'Alemtejo, e
Reine do Aigarve, e apresentou a petição se-
guinte Bastião Carvalho, que o. escrevi.

Diz o Doutor Brás Fragoso do Desembargo


d'El-Rei Nosso Senhor, fe Corregedor desta ai-
cada, e Reino do Aigarve, que. elle tem neces-
sidade do traslado de uma doação, © confirma-
ção de terras de que lhe Sua Alteza tem feito
mercê, e Ide um contrato, que fez a Amajdor de
Oliveira seu criado estante no Brasil, e de uma
doação, e confirmação de Sua Alteza das terras
de Simão da Gama de Andrade, morador em a
Cidade do Salvador das partes do Brasil para

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mi
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— 417 —

a mandar por duas vias. Pede a Vossa mercê


lhe mande dar em modo, que faça fé, no que
receberá justiça, e mercê.
Seja-lhe passado o traslado em maneira, que
faça fé como pede. Silveira.

Dom Sebastião por graça de Deus Rei de


Portugal, e dos Algarves daquem, e dalem1 Mar
em África Senhor de Guiné, e da Conquista,
Navegação, Commercio de Ethiopia, Arábia, Per-
sia, e da índia etc. Faço saber aos que esta
Carta de Confirmação dada das terras de Sesma-
ria virem, que por parte de Simão da Gama
d'Andrade Fidalgo de minha Casa me foram
apresentados dois instrumentos de dada de Ses-
mária jiara sempre de umas terras, que estão
nas partes do Brasil na Capitania de todolos
Santos da Bahia, dos quaes instrumentos o trás-
lado é o seguinte. Saibam quantos este Instru-
mento de Carta de Sesmaria virem, que no Anno
*Nosso Senhor Jesus Christo r
do Nascimento de
de mil e quinhentos, e cincoenta e dois annos
aos-dezenove dias do mez de Maio do dito anno
Salvador da Bahia de todolos
" na Cidade do
Santos perante mim Escrivão abaixo nomeado
appareceu Simão da Gama d'Andrade, e me
apresentou uma petição com; um Despacho nella
de Thomé de Souza Capitão da dita CUdade,
e Governador Geral nestas partes do Brasil, em
a qual petição se continha entre outras cousas
esta
nella contendas, que quando aqui veiu a
Baptis-
Cidade pior Capitão do Galeão São João
ta desejando de viver nesta terra, que f oi no anno
ao
de cincoenla, elle Supplicante fizera petição
li-
Senhor Governador, em que lhe pedira lhe
418 —

zesse mercê de lhe dar de Sesmaria aquella parte


de terra, que se contém da ponta da Praia ao
Longo1 do Mar para o Norte até en testar com as
terras da dada de Afíonso. de Torres, e da dita
ponta da Praia na enseada ao longo d'água até a
ribeira da praia, cortando assim direito pelo dito
Rio para Leste uma Légua com todas ãs águas,
que se nesta terra acharem, que podem1 aprovei-
tar para Engenhos, e para outras quaesquer
cousas, que as elle quizer aproveitar; e assim
daquella água, que do Rio de Pira já sobejar do
Engenho de João de Velhoza (sic) e porque neste
Limite, que pede estão algumas dadas a pes-
soas, que as não aproveitavam Vossa Senhoria
lhe faça iriercê dellas se as não aproveitarem seus
donos no tempo, que eram obrigados, o mesmo
lhe p|ede nesta, e assim até a fclos Frades, e o as-
sento das Casas, em que vive junto de Diogo Mu-
nis Barreto no Cabo da Cidade na Rua dei Souza,
o; qual assento tem de comprido por fora da Rua
doze braças cora cincoenta digo, braças com seu
quintal, que chega té o Caminho, dos Soldados,
pedindo ao Senhor Governador que lhe desse
as ditas terras, e águas, e ilha, e assento de
casas de Sesmaria, porquanto as queria povoar,
e aproveitar, e que dellas lhe mandasse passar
sua Carta de Sesmaria em forma, e visto pelo
dito Senhor Governador seii dizer, e pedir ser
justo, e havendo respeito ao proveito, que se
pode seguir acerca da Republica, e ser serviço
.*. .: ¦?¦¦.; ¦¦ri,. ¦".!;¦;; ni' .¦¦.¦
de Deus, e de El-Rei Nosso Senhor, e por a
terra se povoar lhe dou as ditas terras, e.águas, e
Ilha com suas águas, e assento de casas de Ses-
maria, que está nos ditos.lugares, os quaes têm
a dita medida, e partem pelas ditas confron-

'.'", ' . "... - .- :ki,

¦'....¦¦¦¦'¦
. .Y -.,. ¦..-.:/•. m

419 —

tações, como tudo é dito, e conteúdo;, e a braça,


será braça, craveira a saber duas varas de
medir por uma como se no Reino costuma de
medir, o que tudo lhe dou, e concedo na ma-
neira abaixo declarada segundo fôrma do seu
Regimento, que o traslado tal é. Despacho do
Governador. Por virtude do meu Regimento, que
tenho d'El-Rei meu Senhor dou a Simão da
Gama d5Andrade o que me pede nesta petiçãq
atrás èscripta, como lhe tenho dado nesta outra,
as mesmas
que com esta jne apresenta, e com de Pirajá
declarações; a'saber da ponta do rio
dada de Sieísma-.
para o Norte até ir dar com a
ria, que tem Affonso Torres, e para o Sertão
'Légua, no-
uma que será a que alvidrar três
mens bons, ou aquella medida, que melhor for
uma légua, e isto
para se saber a grandura de
sei entenderá tirando as terras, que já tiver dado,
no dito limite, ou meu antecessor, aproveitam
do-as as pessoas, cujas forem, porque pedindo-as
sua culpa serão
para as não aproveitarem por Li-
do dito Simão da Gama, e havendo no dito
mite, que lhe assim nomeio águas para Enge-
eu
nhos, ou para quaesquer outras moendas,
lhas dou coto tal declaração, que não imfpida
nojo
a raoenda de João de Veloza, nem lhe faça
lazer
algum, e havendo águas onde se possa
obri-
engenhe d'assucares, elle Supplicânte será era
dentro
gado de o fazer moente, e corrente o,
três annos, e não o fazendo assim poderá a
dar
dito Senhor, ou quem meu Cargo tiver mais
dita água a quem a aproveite, e condas todas
condições de meu Regimento, que serão e
trasladadas na mesma Carta de Sesmaria o
ordenar fazei
quando o dito Simão da Gama
¦ ':
¦ ¦¦ ' ¦'¦¦"..¦,. -;
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— 420 —

dito Engenho, ou Engenhos lhe assignarei, ou


I
quem meu Cargo tiver, de que grandura será a
fortaleza, que fizer, e que artilharia será obri-
gado a ter o que tudo será segundo a disposi-
sição da terra onde fizer os ditos Engenhos, e
assim lhe dou; o chão das Casas, donde ora pousa,
que está no Cabo da Rua de Souza, e parte com
Diogo Munis Barreto de uma parte; e da outra
com travessa, que vae para a estrada dos Sol-
dados, pela qual estrada parte o quintal das ditas
casas, e assim lhe dou a Ilha dos Frades, que
está dentro nesta Bahia, com todas as águas,
que se nella acharem, e sendo para Engenhos
com as condições acima declaradas, que o dito
Supplicante viva nesta Cidade, ou em seus ter-
mos da feitura desta a um anno, e meio. Paulo
da Fonseca a fez a dezesete de Janeiro de mil
quinhentos, e cincoenta e dois annos. Traslado
do Regimento. Tanto que tiverdes a terra as-
sentada para seguramente se poder aproveitar
dareis de Sesmaria as terras, que estiverem' deu-
tro do dito termo ás pessoas, que vol-as pe-
direm, não sendo, já dadas a pessoas, que as
queiram ir povoar, e aproveitar no tempo, que
para isso ha de ser notificado, as quaes terras
dareis Livremente sem foro algum somente pa-
gará o dizimo á Ordem de Nosso Senhor Jesus
Christo, e com as condições, e obrigações do
Foral dado ás ditas terras, se de minha Ordena-
ção do 4.° Livro titulo das Sesmarias com con-
dição, que resida na povoação da dita Bahia,
oü das terras, que lhe assim forem1 dadas ao
menos três annos.dentro do qual tempp não p.o-
derão vender, nem alhear, e não dareis a cada
pessoa mais terra que aqueila, que boamente

l .-
-í-.0-;,.'V--., ¦\-.-r--:: d:--:Sd ^^'d-^^-d^C^^d: "X"'• ¦

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— 421 — '¦
1 . .to

segundo sua possibilidade vos parecer, que po-


dera aproveitar, e se as pessoas que já tiverem
terras dentro do dito termo assim as que se
acharem presentes na dita Bahia como as. que
depois forem a ella dentro no tempo, que lhes ¦

to
ha de ser notificado quizerem aproveitar as ditas ¦'*

terras, que já tinha, vós lhas tomareis a dar '¦'¦%

de nüvo para as aproveitarem com a obriga-


¦
'.,¦¦¦';c"
,'i§*

cão acima dita, e não indo algum dos ausenteis


dentro no dito tempo, que lhe assim ha de ser
notificado aproveitar as terras, que dantes tinha,
vós as dareis pela sobredita maneira a quem as
aproveite, e este Capitulo se trasladará nas Car-
tas das ditas Sesmarias, e as águas, que estive-
rem digo, e as águas das Ribeiras, que estive-
rem dentro do dito termo, em que houver dis-
d'assucar, ou
posição para se fazerem Engenhos
de outras quaesquer cousas dareis de, Sesmaria
Livremente sem foro algum, e as que dendês
a pessoas que
para Engenhos d-assucares serão den-
tenham possibilidade para o poderem fazer
tro do tempo que lhe limitardes, que será o que
vos bem parecer, e para o serviço, e mteneio
aquel-
dos ditois Engenhos d'assuCares lhes dareis
"¦¦ ¦¦- ¦/
\ o.

ditas
Ia terra, que para isso for necessária, e as
cada um em sua
pessoas se obrigarão a fazer e gran-
terra uma torre ou casa forte da feição,
será
dura: a Qual lhe declarardes nas Cartas, que
esti-
a que vos parecer, segundo o lugar, em que dito
do
verem, que bastará para segurança
e assim
Engenho, e povoadores de seu limite, as ¦ ¦> ¦ ¦•¦ •¦: ... ' "'-fet E

se obrigarão de povoarem, e aproveitarem


',
vender,
ditas terras, e águas sem as poderem
tempo de
nem tjraspassar a outras pessoas por
tréi arniofa, e nas ditas Cartas de Sesmaria, que
¦' '¦¦ ¦ -;3sá
¦ •¦. •

' ¦¦¦..¦",:-¦
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422 — -

lhes assim passardes se trasladará este Capitulo.


Item e jalem da terra, que a cada Engenho haveis
de dar para serviço, e meneio delles lhe limita-
reis a terra, que vos parecefr, e o Senhorio delia
será obrigado de no dito Engenho lavrar aos
Lavradores, que no dito limite houverem de
suas novidades ao menos seis mezes do anno,
que o tal Engenho lavrar, e por lhas lavrar le-
varão os Senhorios dos ditos Engenhos aquella
parte, que pela informação:, que lá tomareis vos
parecer bem de maneira que fique o partido
favorável aos Lavradores para elles com melhor
vontade folgarem de aproveitar a.s terras, e com
esta obrigação:, e declaração do partido, que hão
de lavrar as ditas cannas se lhe passarão suas
Cartas de Sesmaria, com as quaes condições,
e declarações lhe assim dou as ditas terras de
Sesmaria, e (para sua guarda lhe mandou passar
esta Carta pela qual manda, elle haja a posse,
e Senhorio dellas para sempre para si, e para
seus herdeiros, e Suecessores, que após elle vie-
rem, com tal condição e entendimento, que elle
desse por elles quaesquer caminhos, e serventias,
que necessárias forem para o Conselho, para
fontes, e plantes, vieiros, e pedreiras, que lhes
necessárias forem, e isso mesmo, que elle rompa,
e aproveite as ditas terras^ e as fortifique da
data desta Carta em' três annos primeiros se-
guintes, e não o fazendo elle assim passados os
ditos três annos se darão as ditas terras, que apro-
'"-¦-:"''¦- -./¦;>.^'''' "-_ '¦':'¦
Veítadas não tiver de sesmaria a quem as pedir,
.V .'"'
;/íT^"v'; ."'¦'¦¦:
e lhe será leixado algum logradouro, do que
aproveitado não tiver, e sobretudo pagará mil
Ai£:A- ¦ ¦'¦' T '','¦' ';-¦'¦
'"¦'¦'
.'-í-&"'-..>¦.." reis para o Conselho;, e isso mesmo fará de ma-
V
" neira„ que dentro em quatro mezes primeiros
5É&-\'v-ís ¦ ¦ --' - "'-- ¦ '~:'r'?í'

-"-* '
¦•¦-. - :- : '
1

¦ ¦¦•¦¦ :-°y% A:víh7-'-. .J:-".y^vjjB

seguintes tenham, feito nellas algum1 proveito,, e - • \


mantimentos, e icomo forem cumpridos os ditos 1
annos, que as tenha aproveitadas, como dito é
sob as ditas (penas as quaes terras lhe assim; dará
torras,, e isentas sem pagar nenhum1 foro, nem
tributo somente de todo o que lhe Nosso Se-
nhor nellas der de suas novidades, e criações
fór-
pagará o Dizimo a Nosso Senhor segundo
ma do dito Regimento, o que assim mando, que
se cumpra, -e guarde, senl outra nenhuma du-
vida, que se em ello pionha, e que esta Carta
seja registada dentro em um anno no Livro da
Fazenda como.o dito Senhor manda sob pena
conteuda em seu Regimento, e por verdade eu
Onofre Pinheiro Carvalho o escrevi. A qual Car-
ta, e traslado pela sobredita maneira eu Onofre
Pinheiro Carvalho Escrivão das Sesmarias por
El-Rei Nosso Senhor em esta sua Cidade da
Bahia de todolos Santos, e seus termos assim;
tirei dos ditos Livros, que em meu poder tenho
onde fora assignado pelo dito Governador Tho-
mé de Souza por mandado do Doutor Fernão
da Silva Ouvidor Geral, e Provedor-mor nestas
meu signal raso,
partes do Brasil, e em elle.de
e costumado assignei concertei com o Escrivão
abai lo. nomeado a quatro de Abril de mil qui-Fi-
nhentos, e sessenta, e nove annos. Onofre
nheiro Carvalho Concertado por mim Escri-
vão. Lopo de Rabello.
-'.ayfii
.Saibam m
Traslado do outro Instrumento.
dada de Carta de
quantos este Instrumento de
Sesmaria virem, que no anno do Nascimento no
de nosso Senhor Jesus Christo virem,, que
anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus
-;. ... \, a-,-.*".-..

y AAi :AA'.:'s-A:'r77'aV.z-.¦.•'.'.¦--->. -y"AA. ¦.;


'

— 424
. ¦' ^t^BBBmnuwÊmmwBmKi'

Christo (sic) da era de mil quinhentos e sessen-


ta, c dois annos em os vinte, e um dias do mez
de Julho do dito anno em esta Cidade do Sal-
vador da Bahia de todos os Santos em casas de
morada de mim Escrivão ao diante nomeado
por um criado de Bastião de Pontes Cunhado
de Simão da Gama morador em esta Cidade me
foi apresentada uma Petição, com um Despa-
cho em ella posto do Senhor Mem1 de Sá do Con-
selho d'El-Rei Nosso Senhor Capitão desta Ci-
dade e Governador Geral de toda esta Costa do
Brasil,, de que o traslado da dita petição, e des-
pachoi é o: jseguinte. Senhor. Diz Simão da Gama,
que no tempo, que aqui veiu o Galeão São João
sendo Governador destas partes Thomé de Souza
o dito Thomé de Souza lhe deu dé sesmaria
aquella parte de terra,, que se contém da ponte
de Pirajá para o Norte até en testar com1 a dada
de Affonso de Torres,, digo, que foi de Affonso
de Torres,, e para o Leste, que é para o Sertão
desta sua dada uma légua, e assim a Ilha dos
Frades, eítoda esta terra lhe deu com esta con-
dição, que elle Supplieante trouxesse do Reino
dentro em um anno;, e meio sua mulher, e fami-
lia, e fizesse um1 Engenho de assucar em uma
água, que nesta dada está, e juntamente com ella
lhe deu, e por elle Supplieante cumprir toldaiasí
condições,, com que foi dada a dita terra, por-
que ha elle de trazer do Reino com muita des-
pesa sua Casa, e familia está agora fazendo um
Engenho,, que é muito serviço d'El-Rei Nosso
Senhor,, e bem desta terra, e algumas piessoas o
perturbam' com pedirem subrepticiamente a Vos-
sa Senhoria dadas a este seu Limite. Pede a
Vossa Senhoria, que havendo respeito as cousas

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— 425 — '•'.',.
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acima ditas lhe faça mercê de lhe confirmar a


dita dada assim, e da maneira, que o dito Gover-
¦

nador Thomé de Souza lha deu, e pelos mesmos '


I
rumos,, e confrontações, e assim lhe faça nova- a ¦
¦

mente mercê de lhe dar de Sesmaria um pedaço


de terra, que está na Cabeceira desta sua dada
até entestar com a Ribeira da Pitanga, que po-
dera ser pouco mais,, ou menos meia légua, a
e
qual esta em mattos maninlios desaproveitada,,
elle Supplicante quer aproveitar, porque ha
muito mister para o toeneio,, e negociação do dito
Engenho,, que faz, no que tudo Receberá mer- I
cê, pedindo elle Supplicante ao Senhor Gover-
nador, que pela sobredita maneira lhe tornas,
se a confirmar a dita dadei,, e lhe desse a meia
légua de terra novamente, e visto pielo Senhor
Governador seu dizer, e pedir ser justo, e ha-
Vendo respeito ao proveito da terra, e Republica,
c por a terra ir em aCcrescentamento, se povoar
dou pior ser Serviço de Deus, e d'El-Rei Nosso Se-
nhor ao Supplicante Simão da Gama a dita ter-
ra eonteuda na dita petição, a qual lhe assim
Despa-
dou de Sesmaria, e lha dou, como pelo
do dito
choi do dito Senhor consta, e por virtude
Seu Regimento, de que o traslado, é o seguinte.
a
Despacho do Senhor Governador. Confirmo
lhe deu
Simão da Gama a dada de terra, que
Thomé de Souza ,em Pirajá pelas confronta-
e assim lhe dou
ções em sua Carta conteudas, esta na
de Sesmaria uto pedaço de terra, que
a Bi-
Cabeceira da sua dada até entestar com
de
beira de Pitanga, comtanto que não passe
manmhos
meia légua, visto como está em mattos
vmte
segundo diz, e elle a quer aproveitar hoje
e ses»
dias do mez de Julho de mil quinhentos,
:¦¦¦'¦'.'¦'¦;. <:¦. ¦..¦"¦...,.-¦¦.¦¦¦ ,- ';. -A'..'

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— 426

senta e dois annos Traslado do Regimento d'El


Rei Nosso Senhor. As terras, e águas das Ri-
beiras, que estiverem dentro do termo., e limite
da dita Cidade, que são seis léguas para cada
as
parte, que não forem dadas a pessoas, que
aproveitem, e estiverem vagas, e devolutas para
mim, por qualquer via, ou modo, que seja po-
dereis dar de Sesmaria ás pessoas que yol-as
pedirem, as quaes terras assim dareis livremente,
sem outro algum foro, nem tributo somente o
Dizimo á iOrdem de Nosso Senhor Jesus Christo,
e com as condições, e obrigações do foral dado
ás ditas terras, e de minha Ordenação do 4.°
LiVro titulo das Sesmarias, com condição, que
a tal pessoa, ou pessoas resida na povoação da
dita Bahia, ou das terras, que lhe assim forem
Idadas ao menos três annos, e que dentro no dito

L tempo, as não possa vender, nem alhear, e


tereis lembrança, que não deis a cada pessoa
mais terra, que aquella, que segundo sua pos-
Sibilidade virdes, ou vos parecer, que pode apro-
veitar, e se algumas pessoas a que forem dadas
terras no dito termo as tiverem perdidas por as
não aproveitarem vol-as tornarem a pedir, vós
lhas dareis de novo para as aproveitar com as
¦jt.}

condições, e obrigações conteudas neste Capi-


lulo, oJqual se trasladará nas Cartas da dita Sés-
maria, com as cuiaes condições e obrigações, e
declarações, lhe assim dou as ditas terras, e lhas
"dd$- houve pior dadas, e confirmadas como pelo Go-
Vernador passado Thomé de Souza lha tinha
dada, e para sua guarda lhe mandou ser feita
esta Carta, e pela qual manda que elle haja a
posse, e Senhorio das ditas terras desde dia
para todo sempre para si, e para seus herdeiros

.,, ij.
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— 427 — ¦

descendentes, e ascendentes, que após elle vie-


rem com tal condição, e entendimento, que elle
viva nesta Cidade, ou em seus termos três ánnos,
dentro do qual tempo elle não poderá vender,
nem alhear as ditas terras por nenhuma via,
ou de
que seja sem licença do dito Senhor,
de
quem a tiver para lha dar, e acabante
serem cumpridos os ditos Ires annos, em que
tenha aproveitadas as ditas terras como' de cousa
sua própria, e idará pelas ditas terras caminhos,
e serventias, Ordenados, e necessários para o
Conselho para fontes, e pontes, vieiros, e pe-
dreirast; e se não aproveitarem as ditas terras em
três annos, como dito é se darão as ditas terras,
Sesmaria a quem
que aproveitadas não tiver de
as pedir para as aproveitar, e sobre tudo pa-
e lhe será dei-
gará mil reis para o Conselho, não
xado algum logradouro do que aproveitado
em
tiver, e que esta Carta seja registada dentro
Se-
um anno nos Livros da Fazenda como dito
nhor em Seu Regimento manda: e por verdade
as-
lhe mandou ser feito este Instrumento e o
eu
signou de seu Signal, o qual Instrumento
Sesma-
Onofre Pinheiro Carvalho Escrivão das
sua Ci-
rias por Ell-Rei Nosso Senhor em esta
Livros
dade do Salvador, e seus termos tirei dos
estão
das* Nl0itas, e tomarias, que em meu poder Ou-
Fernão da Silva
por mandado do Doutor do dito
vidor Geral, e Provedor-mor da Fazenda
Senhor em estas partes do Brasil por petição,
Simão da Gama, di-
que para isso lhe fez o dito Carta que
zendo, que tinha pedida a primeira
os Franceses
lhe fora dada em um navio, que
Brasil para o
tomaram indo destas partes do
BasUao de
Reino, o qual era fte seu cunhado

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— 428-

Pontes, a qual Carta pela sobredita maneira


está nos ditos Livros feita por um Francisco
Vidal, que ao tal tempo serviu o dito Officio cm
ausência de mim Escrivão, e assignada pelo dito
Senhor Governador Mem de Sá, e eu tirei dos
ditos livros bem e fielmente, e por mim a corri
com a própria, e concertei com o Escrivão
abaixo assignado, e eu Onofre Pinheiro Carva-
lho, que o escrevi em ella de meu próprio si-
gnal costumado assignei, que tal é. Concertado
commigo Escrivão Lopo de Bebello. Pedindo-
me o dito Simão da Gama de Andrade que por-
quanto elle se fora morar ás ditas partes com
sua mulher,, e filhos, e família, e tinha feito na
dita terraj que lhe foi dada de Sesmaria um En-
genho d'assucar o melhor que havia nas ditas
partes, e terras nella, muita Criação de gajdp,
e tem 1'eitas' outras muitas bemfeitorias e aju-
dou apoMoar, e a sustentar a dita Capitania, em
que me fizera muito serviço, como tudo se veria
do instrumento, que apresentava lhe confirmas-
se os ditos dois instrumentos de cartas de dadas
de Sesmaria, e visto seu requerimento tenho
por bemf, e lho confirmo, e hei por confirmadas,
e mando,, que se oumjpra, e guarde inteiramente
para sempre ao dito Simão da Gama d'Andrade,
e a todos seus herdeiros, e Successores, que de-
pois delle vierem assim, e da maneira, que se nel-
les contém;, e mando ao Provedor-mor da Fazen-
dâ digo de minha Fazenda das ditas partes do
Brasil, que lhe fará registar esta Carta no Li-
vro da dita Fazenda onde se registam as seme-
lhantes Cartas. Dada na Cidade de Évora a
vinte e sete de Março. El-Rei Nosso Senhor o
¦
..¦-. ¦¦.:¦¦. v mandou por Dom Martinho Pereira do seu Con-
V» :X-X'X^ --¦¦¦\'X.-x
¦¦•¦-'... ¦-.¦:.o'
¦ .

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429
a ¦¦*" ¦¦^¦'," y.. -

selho vedor de sua Fazenda. Pedro Fernandes a


fez. Anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus
Ciiristo de mil quinhentos,, e setenta annos. Fer-
não Nunes da Costa a fiz escrever. Dom '¦
:¦'

Martinho Pereira. Vista. Pedro Fernandes. Pa-


gou quarenta reis, e aos Officiaes quinhentos.
Pedro Fernandes. Registada na Chancellaria.
Pedro de Oliveira a folhas cincoenta e cinco.
'Simão. Carta
Dom de Confirmação de terras
dadas de Sesmaria a Simão da Gama d'Andra-
de Fidalgo de Vossa Casa, que está nas partes
do Brasil no termo da Cidade do Salvador Bahia
de todos os Santos pela maneira acima decla-
racla.
A qual Carta testemunhavel eu Antônio Coe-
lho trasladei dos próprios autos originaes, que
ficam em poder do Doutor Braz Fragoso, a
-
qual foi concertada com elles por Bastião Car-
valho Escrivão nesta Comarca d'Elvas, e com
o Escrivão abaixo momeado, e ¦ vae assignada
pelo dito Corregedor Pedralves da Silveira, vae
eseripita em seis meias folhas de papel em El vas
a vinte e nove de Junho de mil quinhentos, e
setenta e um annos. Bastião Carvalho o fiz es-
crever. Pedralvares da Silveira. Concertado por
mim Bastião Carvalho. Diogo de Soveral. •
-o;

A qual Carta eu Manoel de Oliva trasladei,


e registei na verdade por mandado do Provedor-
mor em os quatorze de Maio de 1622 annos.

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...
• »

> ' *s&f a •

Confirmação das terras, que Egas Mu-


niz tem no Paraçã.

Dom Sebastião por graça de Deus Rei de


Portugal, e dos Algarves daquem, e dalem mar
em África, Senhor de Guiné, e da Conquista Na-
vegação Commercio de Ethiopia Arábia, Per-
sia, e da índia etc. Faço saber aos que esta
Carta virem que por parte de Egas Muniz Bar-
reto morador na Villa do Maohico da Ilha da
Madeira me foi apresentado um instrumento em
de uma Carta que
publica fôrma elle o traslado
lhe passou Mem de Sá do meu Conselho que ora
está por Capitão da Cidade do Salvador da Ba-
hia de todolos Santos da Costa do Brasil, e por
Governador das terras,, e Capitanias da dita Cos-
ta por que lhe deu de Sesmaria uma Légua de
terra em quadra dom' uma água para um En-
Francezes,
genho, e luma Ilha, que se chama dos
do qual Instrumento, e Carta o traslado é o se-
de Car-
ghinte. Saibam quantos este Instrumento
ta de Sesmaria virem que no Anno do Nasci-
mento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil
dias
quinhentas e sessenta e três annos aos vinte
de Fevereiro na Cidade do Salvador da Bahia
de todolos Santos perante mim Escrivão appa-
reoeu um moço de Diogo Muniz Barreto, e por
parte de Egas Muniz me apresentou uma Peti-
ção com um Despacho nella do Senhor Mem de
Sá do Conselho tf El-Rei Nosso Senhor Capitão
da dita Cidade, e Governador Geral nestas partes
'--.-
,aa ;í;-£-, ¦ ;•-' ¦< ¦ .- ¦¦'
*< ¦¦¦¦..-.. ¦
...¦¦ .

do Brasil, da qual petição, e Despacho o trás-


lado, é o seguinte. Senhor. Egas Muniz morador
na Ilha da madeira na Villa de Machíco peço
a Vossa Senhoria uma Légua, e meia de terra

' ¦
. . a '.: :, ¦'¦::-.¦ .¦....- ..- ¦' ¦ =¦¦ .' a . ¦¦¦"-•
-.:¦ ¦¦-¦ '
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... :.¦ ' ._ .

431- V' ¦

de Sesmaria no Rio de Parassú da banda de


Jaguaripe, a qual se começará do porto dê Ma-
giba, que é (defronte da Ilha dos Francezes indo
pelo Rio acima, assim, e da maneira, que o rio \
corre, e outra légua e meia de largo, que tamJ-
bem começará do próprio Porto de Magiba para
o sul com as águas, que na dita terra estiverem,
por que pelo tempo em diante espera fazer En-
cin-
genho para assucar, porque tem mulher, e
co filhos quatro machos, e uma fêmea; dois dei-
les, e a fêmea passa de vinte annos, e espero de
ir por minha mulher, e filhos, e assentar na
terra, e fazer fazenda, e assim lhe faça mercê
da Ilha, que está defronte de Sesmaria, que se
chama dos Francezes no que receberá mercê.
Pedindo, ao dito Senhor Governador, que da dita
terra, e ilha pela sobredita maneira lhe faça
mercê de lhe mandar passar sua Carta de Sesma-
ria em fôrma,, e visto pelo dito Senhor Governa-
dor seu fpjedir^ e dizer ser justo, e havendo respei-
to ao (proveito., que sie pode seguir acerca daRepu-
blica, e per Serviço de Deus;, e de El-Rei Nosso
Senhor, e por se a terra povoar dou ao sobre-
dito Egas Muniz uma Légua de terra ao longo
do rioj, e outra para o Sertão pelas confronta,-
é assim
ções, que em sua petição aponta, que
uma iegua em quadra, e uma água para um En-
está defronte,
genho, è (assim lhE dou a Ilha, que
dos Francezes,
que se chama,, segundo diz a Ilha
se já não são dadas a terra, e Ilha a outrem: a
qual terra, e água, e. Ilha estão
nos ditos luga-
res atrás ditos, e declarados, e lhas dou, e con-
I
fôr-
cedo na maneira abaixo declarada segundo
ma de seu Regimento:, de que o traslado! e o se- %
medida, e demar-
guinte e a ltegua de terra será

" -í
.... ¥. »~. j. ,\f. tf':tf:
— 432 —

cada pelo conto milhas medidas, como se


conta, e é uso, e costume de medir, e demarcar.
Despacho do Senhor Governador. Dou a Egas
Muniz uma légua de terra ao longo do rio, e
outra légua para o sertão pelas confrontações,
é assim uma le-
que em sua petição aponta, que
um Engenho;
gua em quadra, e uma água para
e assim lhe dou a Ilha, que está defronte, que
se Chama segundo diz, a Ilha dos Franeezes se
do mez de Feve-
já não! é dada hoje vinte dias
reiro de mil quinnentos, e sessenta, e três annos.
Traslado do Regimento d'El-Rei Nosso Senhor.
As terras, e águas das Ribeiras, que estiverem
dentro do termo, e limite da dita Cidade que
são seis léguas para cada parte, que não forem
dadas a pessoas, que as aproveitem, e estiverem
vagas, e devolutas para mim por qualquer via,
ou modo, que seja podereis dar de Sesmaria ás
terras da-
pessoas, que vol-as pedirem1, as quaes
reis assim livremente sem outro algum foro,
nem tributo somente o Dizimo á Ordem de
Nosso Sennor Jesus Christo, e com as condições,
e obrigações do foral dado ás ditas terras, e de
* minha Ordenação do
quarto Livro, titulo das
Sesmarias, com condição, que a tal pessoa, ou
pessoas residam na povoação da dita Bahia,
ou das terras, que lhe assim forem dadas ao
menos três annos, e que deniro do dito tempo
as não possam alhear, e tereis lembrança que
hão deis a cada pessoa mais terra, que aquella
.: ;
-.. ¦:¦. ¦¦¦*¦¦¦¦¦, *
¦ *
¦
que virdes ou vos parecer, que segundo sua
possibilidade pode aproveitar; e se algumas pes-
soas a que forem dadas terras no dito termo,
e as tiverem perdidas por as não aproveitarem e
pedirem vós lhas dareis de novo para as aprovei-
— 433 —

tarem com as condições, e obrigações conteu-


das neste Capitulo, o qual se trasladará nas
Cartas das ditas Sesmarias, com as quaes con-
dições, e dedarações lhe assim dou as ditas
terras e [água para engenho, e Ilha de Sesmaria,
e para sua guarda lhe mandou ser feita esta
Carta pela qual manda, que elle haja a posse,
e Senhorio dellas para sempre para si, e para
seus herdeiros, e successores, que após elle vie-
rem com tal condição, e entendimento, que elle
rompa, e aproveite as ditas terras, e Ilha da
dada desta a três annos primeiros seguintes, e
assim fará de maneira, que em quatro mezes
primeiros seguintes tenha feito nellas algum1 pro-,
veito, e plantados alguns mantimentos de ma-
neira, que como forem cumpridos os ditos três
annos as tenha aproveitadas, como dito é, por-
os ditos
que não b fazendo elle assim passados
três annos sedarão as ditas terras, que aprovei-
fadas; não tiver de Sesmaria a quem as pedir
alguns
para as aproveitar, e lhe será deixado tiver, e
logradouros do que aproveitado não
sobretudo pagará mil reis para o Concelho,, as
lhe dava forras,
quaes terras pela dita maneira .'.¦*!

e isentas com a dita água e Ilha sem pagar foro,


nem tributo algum somente de tudo o que lhe
e
o Senhor Deus nellas der de suas novidades,
Je-
criações pagará os Dízimos a Nosso Sennor
dis-
sus Christo conforme ao dito Regimento, e
se, e declarou o dito Senhor Governador que
os Senhorios dos
quanto era ao partido a que can-
ditos Engenhos eram obrigados a lavrar as
ou
nas aos Lavradores do seu limite, e a casa,
ditos
torre forte, que são obrigados a ter nos
Engenhos para segurança de seus moradores,
-
7*. 7.7- ¦;.¦¦:'. ¦'V* ' .
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ii*/"' '.-.-" -.: 77,7 - ¦-¦¦:"
•;-..¦.; --b ::a ¦ ¦',.
r7'7.77'. . .; 77;;
-434 —

com
e as mais condições de armas, e artilharia
a ter,
as mais munições, que elles são obrigados
houver de fazer p tal
que ao tempo, que elle de
engenho faça tudo conforme ao Regimento
Sua Alteza, e que então lhe passará os Capitulos
desta
do Regimento de Sua Alteza nas Costas
Carta, Oi que tudo manda se cumpra, e guarde
sem outra nenhuma duvida, que se em ello po-
nha, e que esta Carta seja registada nos Livros
da Fazenda dentro em um anno, como o dito
Senhor em seus Regimentos manda sob as penas
nelle oonteudas e porque o sobredito Egas Mu-
niz tudo prometteu de ter, e cumprir pela so-
bredita maneira lhe mandou ser feita eísta Car-
ta, e por verdade, eu Onofre Pinheiro Carva-
lho Escrivão das Sesmarias por El-Rei Nosso
Senhor em esta Sua Cidade do Salvador, e seus
termos, que este instrumento escrevi,* e o tirei
de meu livro de Notas, que em meu poder
fica onde fica assignado pelo dito Senhor Go-
'com o
vernador, e q Concertei próprio, o
no-
qual vae sem borradura, nem entrelinha
doa, que duvida faça em elle de meu pu-
blico* signal costumado assignei, que tal é,
Pagou deste com. nota. cento e vinte reis.
Pedindo-me o dito Egas Muniz, que lhe confir-
massc a dita Carta por que lhe o dito Mem de
Sá assim deu a dita légua de terra, água, e Ilha,
üe que na dita Carta faz menção, e visto seu re-
querimento, e como nesta Cidade de Lisboa pelos
Lugares públicos delia se lançaram pregões para
Légua
que tendo alguma pessoa direito na dita
de terra, e Ilha o viesse requerer, e não haver
me
quem a isso puzesse duvida: Hei por bem, e
praz de lhe confirmar, e por esta lhe hei por
-435*

confirmada a dita Carta, e isto quanto á dita


légua de terra em quadra, e água somente; por-
que quanto, á Ilha dos Francezes de que na dita
Carta faz menção lhe não confirmo por ora
a dita Carta, porque quero primeiro mandar
fazer sobre isso certa diligencia a qual confir- k'''/".. .' --J.S

mação lhe faço com todas as condições declara-


das, e [obrigações na dita Carta declaradas quan-
to á dita légua de terra, e água somente como
dito é. E mando que conforme a dita Carta lhe
seja dada a (posse da dita terra, e água, lançando-
se primeiro no Brasil, antes que lhe a dita posse
seja dada outros taes pregões, como se lançaram
nesta Cidade, para que se alguma pessoa na
dita légua de terra, e água tiver algum direito
o possE requerer, embargar a dita posse, e por ' .'
firmeza de todo o sobredito lhe mandei dar
esta minha Carta por mim assignada, e siellada
de meu sello pendente. Diogo Fernandes a fez
em Lisboa a dez de Novembro Anno do Nasci-
mento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil,
da
quinhentos, e sessenta, e cinco. Balthazar
Costa a fez .escrever. Nos quaes pregões se as-
signarà termo conveniente a quaesquer partes m
o
que no sobredito pretender ter direito, que no
venham dentro nelle requerer, e não vindo ^';.'íkkk-.-/¦.A
¦;;-v.' ¦-.
- -;'-'¦!,
-,
dito termo se passará disso "será Certidão ao dito
Egas Muniz, e com eila lhe dada a dita
declaração
posse, fazendo-se no instrumento
disto. A qual Carta, que estava assignada pelo
os
Cardeal Infante, que então regia, e governava
Reinos de Portugal eu Manoel de Oliva trás-
e
ladei e registei aqui na verdade em os vinte
¦
I

e
dois dias de Julho de mil seiscentos e vinte
três annos. Oliva. A
' •

— 436 —

Registo da Carta de Miguel de Moura


Paraaassú.

Saibam quantos este Instrumento de Carta


Nascimen-
de Sestoiaria virem, que no Anno do
mil, e qui-
to de Nosso Senhor Jesus Christo de
dias
nhentos. e setenta e sete annos em os quatro
Pereira na
do mez de Abril na Povoação de
Ba-
Villa Velha termo da Cidade do Salvador da
hia de todolos Santos terra do Brasil por parte
uma
de Miguel de Moura me foi apresentado
nella do Senhor Luiz
petição com um Despacho
de Britto d'Almeida dio Conselho d'El-Rei Nosso
Senhor Capitão desta dita Cidade do Salvador,
e Governador do Estado do Brasil a qual Peti-
Diz Christovão
ção. e Despacho é o seguinte.
Brandão como Procurador de Miguel de Moura,
de doze léguas
que sua Alteza fez mercê ao dito
de terra, a carta das quaes Vossa Senhoria lhe
deu, a qual foi dada a Estacio de Sá defunto
ora é informa-
por a não aproveitar; e por que
do, que entre a dita dada, e a de Gaspar Folgado
está muita terra devoluta. Pede a Vossa Senho-
ria lhe faça mercê de toda a terra; que houver
entre a dada do dito Estacio de Sá para o dito
Miguel de Moura até partir com* a terra do dito
Gas(piar Folgado, e pelo Sertão outro tanto, como
tem a outra dada-, que foi de Estacio de Sá, o
dada
que pede sem embargo de ser a dita terra
a outras pessoas, que as não aproveitaram no
"tempo do Regimento, visto como Sua Alteza pela
dita Provisão manda," que lhe sejahl dadas as
taes terras, que o dito Miguel de .Moura quer
aproveitai no que receberá mercê, pedindo ao
djto Senhor Governador, que pela sobredita ma-
— 437 —

neira lhe fizesse mercê da dita terra, e delia lhe


mandasse passar sua Carta de Sesmaria em for-
ma; e visto pelo dito Senhor Governador seu
dizer, e $edir ser justo, havendo respeito o pro-
veito, que se pôde seguir acerca da Republica, ¦:

e a serviço de Deus, e d'El-Rei Nosso Senhor,


e por a ferra se povoar deu, e concedeu a terra
conteuda em sua petição, e despacho ao dito
Miguel de Moura pelos rumos, e condições, digo
rumos, e confrontações em sua petição declara-
das, a qual lhe concedeu por virtude de seü
Regimento de sua Alteza de que o traslado é o
seguinte.

Despacho do Senhor Governador

Passe-se Carta assim como pede, visto como ^^


a Provisão íd'El-Rei Nosso Senhor dá lugar a
isso, como se delia verá hoje quatro de Abril
de mil quinhentos, e setenta e sete. O Gover-
nadof. ,

Traslado
'
do Regimento dEÍ-Rei Nosso Senhor. .-*"¦'¦' I

-,
......

Asj terras, e águas das ditas Ribeiras, que es-


tiveremr dentro do termo, e limite da dita Cidade,
que são seis léguas para cada parte, que não :;¦<..-.: "'1
forem dadas a pessoas, que as aproveitarem, e
estiverem! vagas, e idevolutas para mim por qual-
quer via, ou mio-do, que seja podereis dar de
Sesmaria ás pessoas, que vohas pedirem, as quaes'
terras assim dareis livremente sem outro algum
foro nem tributo somente o Dizimo; á Orjdem de
Nosso Senhor Jesus Christo, e com as condições,
e obrigações do Foral dado ás ditas terras, e " - V' ^ ' ' ;-'í
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— 438 —

Livro titulo das


de minha Ordenação do quarto ou
Sesmarias com condição, que a tal pessoa,
da dita Bahia, ou
pessoas residam na povoação ao menos
das terras, que lhe assim forem dadas
as não
três annos, e que dentro no dito tempo
e tereis lembrança,
possam vender, nem alhear, mais terra, que
que não dareis a cada pessoa virdes,
aquella. que segundo sua possibilidade
algu-
¦

ou vos parecer, que pode aproveitar, e se


no dito
mas pessoas a que forem' dadas terras
termo, e as tiverem perdidas por as não apro-
lhas
veitarem, e vol-as tornarem a. pedir vós
con-
dareis de novo para as aproveitarem, com as
o
dições e obrigações contendas neste Capitulo
das ditas Ses-
qual se trasladará nas Cartas
marias.
Com as quaes condições, e declarações lhe
sua
assim: deu as ditas terras de Sesmaria, e para]
Carta pela qual
guarda lhe mandou passar esta
manda, que elle haja posse, e Senhorio dellas
de Moufra, e
para sempre para elle dito Miguel
seus herdeirois* e Successores, que após elle vie-
rem com tal condição, e entendimento, que elle
rompa, e aproveite as ditas terras, è as fortifi-
que da data desta Carta em três annos primeiros
seguintes, porque não o fazendo elle assim aca-
bados os ditos três annos se darão as ditas ter-
ras que aproveitadas não tiver de Sesmaria a
lhe será
quem as pedir para as aproveitar, e
.. I -
deixado algum logradouro, do que aproveitado
*
¦
nao tiver, e sobretudo pagará mil reis para o
Conselho; e outrosim será obrigado á fazer re-
nos Livros
gistar esta Carta dentro de um annó
da Fazenda de Sua Alteza como em seu Regi-
mento manda sob as penas nelle conteudas, e
'• ¦
•" '¦''¦>
.
:,. -'.' . ... ¦:¦¦¦" ; .¦

como Pro-
porque o dito Christovão Brandão
curador do dito Miguel de Moura todo prometteu
de ter, e cumprir pela dita maneira o dito Se-
nhor Governador lhe mandou ser feita esta Car-
ta de Sesmaria, e por verdade eu Diogo Ribeiro
Escrivão da dada, e Sesmarias por El-Rei Nosso
Senhor nesta Cidade do Salvador, e Capitania
de Sesmaria em
que este instrumento de Carta
meu Livro de Notas tomei, onde fica assignádo
o trasladei por
pelo Senhor Gdviernador, e delle ¦

minha mão na verdade bem, e fielmente sem


-.
¦

cousa, que duvida faça, e aqui meu próprio


signal fiz, que tal é. E eu Francisco de Arauto
Escrivão d'Alfândega a fiz escrever, e subscrevi
em vinte de Fevereiro de 1578 annos. Francisco

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' ' '^ ÍNDICE -¦:


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I
Carta por onde os Padres de Jesus hão
de haver seu mantimento cada mez.
Carta por onfle ha de haver Luiz Mar-
tins 40$ reis cada anno de ordenado
. • 6
para ver os metaes etc. . : .
Alvará por onde o Licenciado Braz Fra-
Par-
goso. serve de Ouvidor Geral das
tes do Brasil com 200$ reis^de Orde-
nado cada anno, e começa de vencer
de 4 dias do Me* de Dezembro dé
1559 annos. ... • • • • • • *
Alvará por onde o Licenciado Braz Fra-
Fazen-
goso serve de Provedor da
da do dito Senhor das Partes do
Brasil, começou a vencer o dito Car-
Dezembro de
go a 4 dias do Mez de 9
1550 annos •
Alvará por onde Boz Fragoso ha de
haver mantimento para dois homens
11
seus a 600 reis por mez . , . • •
Alvará, por onde o Licenciado Braz Fra-
assen-
goso possa ter dois homens 12
tados em soldo . . . • • • • •¦ •
Carta, por onde as Dignidades, Conegos,
Capellães, e Moços do Coro hão de
haver acerescentamento de seus Or-
denados, além do que têm por outra
• • 13
Provisão dfÉÍrRei , .' . • • i
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Carta por onde Pedro da Fonseca Cie-


£ »-•

rigo de Missa ha de haver de servir


de Conego da Sé da Cidade do Sal*
vador. ......-••• 1 15
1

Provisão, por que Sua Alteza manda que


se pague ao Bispo, e Cabido da Sé
das Rendas desta Cidade, de Per-
nambuco, e dos Ilhéus. ...... 17
Alvará por onde El-Rei Nosso Senhor
• manda dar á Sé desta Cidade cem
mil reis cada anno ...... 20
Alvará, por que Sua Alteza accrescentou .
-
mais Conegos na Sé da Cidade do
Salvador 22
Alvarlá para que o Bispo Dí Pedro Leitão
possa visitar os Clérigos desta Costa
do Brasil. « • 23
¦---
-
Alvará para o Almoxarife d'El-Rei dar
azeite, vinho, e-farinha á Sé desta
-

•Cidade 25
Alvará, por onde Antônio Ribeiro serve
de Provedor desta Capitania até ter
Provisão de Sua Alteza :,-', ...... 26
Alvará de Sua Alteza para haver um tan-
gedor, na Sé desta Cidade que tanja
os Orgãojs, • 27
Alvará, por que Sua Alteza ha por bem
que, se paguem á Sé, e gastem nas
Obras delia 100$ rei . . . . , • 28
Alvará para se fazer Aljube nesta Ci-
..:¦'-.,¦..- ¦;.,->¦¦¦¦

dade do Salvador ....... 30


Outro Alvará sobre os que servem dois
Cargos . . . . \ « • • •¦¦-•• * • ^*

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445
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Traslado da Carta do Officio de Escrivão '


da Fazenda de -Manoel de Oliva >' . 32
I WBÊ Provisão do Officio de Provedor da Fa-
zenda da Capitania da Bahia de An-
'

tonio Ribeiro . . . . . . . . . 37
¦
.

Carta, por que Súa Alteza dá poder ao


Governador para apresentar em No-
me de Sua Alteza as Dignidades
desta Sé . ... . . . . * • ? 42
Alvará, por que Sua Alteza ha por bem,
que se dê embarcação ao* Bispo
quando for visitar . . . . . . * 45
Provisão do Governador por que manda
dar a Antônio Homem dez cruzados. 45
Nomeação, e Apresentação da Conezia
. 46
para Ruy Pimenta . . . ...
Ordem Regia, que manda pagar ao Vi-
gario Geral Francisco Fernandes o
48 jjj
que gastou na Visita do Bispado .
Alvará, por que Sua Alteza manda dar
ao Bispo 200$ reis mais por três '^
annos . . . . . .....'. * * ? • 49' .."'' d' ;;;;;;^|
Provisão do Governador, por que man-
da dar ao. Mestre Affonso 6$ reis . 51 ^ '.
¦¦.y-"x .':¦¦; , ¦
Traslado de uma Postula da Letra, e I
:d v % ]\

. Signal do Governador ...... . . *


Provisão do Governador para Gaspar de
Barros servir de Contador . . .
Carta de Paios Dias . ... *
Provisão de Pedro Teixeira de Escrivão
da Provedoria, e Alfândega desta
Capitania * * • • • •

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— 446 —

Confirmação de uma das Conezias da


Sé em Ruy Pimenta ...... 60
Confirmação do Deão Marcos Pires . . 63
Carta do Officio de Almoxarife de Dio-
65
go Lopes de Meira ......
Alvará por que foram providos Gaspar
de Barros, e Diogo Lopes de Meira
- de Juizes dos Feitos da Fazenda na
ausência do Governador Mem de Sá
..... 67
para o Rio de Janeiro
Confirmação de Bartholomeu Garcia a
uma das Conezias da Sé , . . . 68
Carta da Conezia de Affonso Pires, em
. 70
que serviu Domingos Martins .
Carta da Capellania de Pero Gonçalves. 72
Carta da Conezia de Pedro da Fonseca. 74
Confirmação do Chantre Ruy Pimenta. 77
Confirmação da Meia Conezia de An-
tonio Pinto ..-,'. ...... • 80
Confirmação da Meia Conezia de Fran-
cisoo.de Paiva ... . . . . . 83
Alvará do Bispo para resgatar . . . 85
Confirmação da Meia Conezia de Fran-
cisco de Argolo . . . . . . . . 87
Certidão do Bispo em que Certifica o
tempo., que começaram a servir seus
Benefícios os Clérigos nella Con-
teudos . . . . ... . ¦ ... . • . M
Outra Certidão . . . . . . . . . . 90
Nomeação de Moço do Coro da Sé a
Diogo filho de Diogo Rodrigues . 91

f .¦ 0,
-447

Carta Regia para haver um Mestre da


Capella da Sé . . . . • • • • • 92
ssentamento das Dignidades, Conegos,
Meios Conegos, Capellães, e Moços
do Coro *
utra Provisão dos 200$ reis . . .
Alvará para se passar, Certidão do que
se liquidamente deve nestas Partes
ao Doutor Francisco Fernandes para
z lhe ser pago no Reino '.' ."-í.-mI
-¦- - 5j

' ' z\
Alvará, por que Sua Alteza manda dar vi'

'di.- ao* Vigário Geral Francisco Fernan-


dddíddd
des embarcação para se transportar
ao Reino . . . . > . . . d .i *
Carta, por que Sua Alteza reoommenda
ao Doutor Francisco Fernandes aju-
de com o seu parecer ao Bispo D.
Pedro Leitão, demorando-se para
isso nesta Cidade o tempo, que for
114 !
preciso, não passando de um anno.
Carta dé Sua Alteza èscripta ao Bacha-
rei Francisco Fernandes . .¦•..¦•¦
Provisão do Cabido para o Doutor Fran-
cisco Fernandes servir de Provisor,
e Vigário Geral . ...... 117 '1

Certidão do Bispo, do dia, que o Dou-


tor Francisco Fernandes entrou a
servir de Vigário Geral, que foi no
dia' em que chegou a esta Cidade
' .
com o. mesmo Bispo ¦-.-¦ . • • • 119
Cartf Regia pela qual Sua Alteza man-
da dar agasalho, e embarcação para
— 448 —
f

o Doutor Pero Borges regressar


dada
para o Reinos logo que tiver
I sua residência 119
Provisão da Vigairaria de João Bar{an-
tessda Igreja da Villa Velha . . . 120
Carta da Meia Conezia de Marcai Ror
drigues1 . . , • • 122
Carta da Capellania de Miguel Martins. 125
Carta do Officio de Escrivão do The-
souro de Rodrigo de Freitas , . . 127
Confirmação da Capellania de Diogo
Rodrigues; ...*,. ¦ . . . • • 130
Provisão de Sebastião Alves de Escri-
vão do Thesouro . . . . . • • 132
.... ¦
Provisião de João de Castilho para ser-
vir de Condestavel dos Bombardeiros
". • • • 134
',".. -¦ 'AM''- 'a-
2:\
'¦¦' '.;.¦"*.. '¦'. de Porto Seguro . . . .
Confirmação de uma Capellania da Sé
a Vicente Rolão . . ... . • • 135
Provisão do Cura da Igreja de Igaraçü
emi Pernambuco Pedro Ahes do Vale. 137
Provisão dê Antônio Serrão de Esçri-
vão da Armada, que foi para o Rio
de Janeiro . . . . . . . . . • 138
Confirmação da Capellania de Manoel
Affonso, filho do Mestre Affonso . 140
Confirmação da Conezia de Francisco
de Paiva . . . ... . . . . . 142
Carta de Mercê, que o Senhor Governa-
dor Mem de Sá fez a Vasco. Ródri-
gues de Caldas e a 100 homens, que
vão com elle a descobrir Minas . . 144
- R ¦-.

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.'• -R.fV- ¦¦
— 44') —

Carta da Chantria de Ruy Pimenta


Chantre da Sé desta Cidade , . ,
Traslado da Provisão por onde Pedro
Teixeira serve de Contador . . ,
Traslado de uma Provisão, que El-Rei
Nosso Senhor fez a Feraão Vaz da
Costa de Contador destas Partes do
Brasil ' • • * ' 152
Traslado de uma Carta que El-Rei Nosr
.; so Senhor fez Mercê a Francisco de
';¦'

¦- .' lv

Barbudo (de Escrivão dos Feitos)


..
¦
¦

' '. ¦¦¦:f-;-r\: !*

destas Partes do Brasil . • • • • 155


Provisão de Affonso Rodrigues Bacelar
Provedor da Capitania de Tamaracá. 160
'¦:¦'-.,¦:'. '• -.,':'R,-'.iê.
R. ,'•¦-':..,..,vV
?Carta do Officio de Pedro Teixeira de -¦.,.. - ¦ ..>.<". .,¦¦¦¦ .¦;,»'.. .y

Almoxarife dos Armazéns .... 161 .


¦
¦-.¦¦'..-¦ .r ¦'¦.'¦ ¦ ¦'

Provisão de Salvador da Fonseca de Es-


crivão* dante o Provedor da Cidade
do Salvador) . . . . v . . . • • \ 163 ¦ ;
Traslado da Provisão dos Vigários da
Villa Velha, e da Fazenda de Torres. 165 ;

Provisão para o Bispo poder prover os


Officiaes' da Sé pelos ausentes . .
Alvará para o Bispo haver os 20$ reis
ordenados para o Pregador da Sé,
emquanto este não for provido . .
Alvará, por que Sua Alteza manda ac-
crescentar 10$ reis ao Ordenado do
Mestre da Capella . . ,. • • -c (
Confirmação da Cápellaniá de Henrique
s Rodrigues • • *

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-*¦¦*¦:¦*

-450— ':• Vp

Provisão de Francisco Homem para o


Officio de Carcereiro . . . ... 175
'
£§tft '.'..' .:..-¦¦ ¦...:_'

Confirmação da Vigairaria da nova Pa-


rochia da Villa Velha em Pedro da
Fonseca . . . • • • • .. .r. *, 176
Verba, que declara, que se passou uma
'
Carta contra o Almoxarife dos Ilhéus
para pagar o Ordenado'do Vigário. 179
Carta do Almoxarife João de Castro de
Porto Seguro 179
Confirmação do Vigário de Pernambuco
Silvestre Lourenço . . ... • • 180
Confirmação de Pedro Barbosa no Be-
neficio da Capitania de Olinda da
nova Lusitânia ......... 183
Confirmação da Vigairaria de Vicente
Rolão. I85
Alvará de Antônio Ribeiro Provedor da
Fazenda da Cidade da Bahia . . . . 187
Provisão de Domingos Martins Monteiro
de Vigário da Capitania de Tama-
racá ... . . . . . > . . ... , 189
Provisão do Provedor-Mor para o Viga-
rio Domingos Martins ser pago do,
seu ordenado ... .....' . . .-M. 190
Provisão para servir o Padre Simão Gori-
çalves de Cura da Sé Vago pelos
Crimes do Padre João Lourenço, que
o exercia .... . . .'•.«'.'' 192
Provisão de Christovão Pires de Escrivão
do Thesouro desta Capitania . • • ^3
-451 —

Provisão para Jaoome Pinheiro servir


de Escrivão da Armada, que vae cor-
rer a Costa, e povoar o Rio de .¦-'.;.;..

195
\

Janeiroí ... ... .....


Registo da Petição de Diogo Zorrilla e ¦

Provisão, por que o Governador o


¦

proveu do Officio, que requereu,


transcripías somente do. que foi per-
ceptivel, por estarem muito estragadas
pelo tempo . . . . . . . . . . • . 196
Traslado do Regimento dos Provedores
das Capitanias de todo o estado do
Brasil de como hão dé servir . . . 201
Traslado, e Registo da Provisão, que o
Governado». D. Duarte deu, e con-
firmou a Diogo Gonçalves Vieira no
Officio de Provedor da Capitania de
Tamaraeá somente ......< 202
Traslado da doação da Capitania de
Duarte Coelho,1 231
Traslado das duas Postulas, que estão'*
até a' subsdripição . . . * • *£?
Traslado do Foral da Capitania dé
Duarte Coelho! . . ., V, ¦.'.....¦ . . >. 246
Traslado da Doação da Capitania de
Pero do Campo . : \: .1 ....;¦ * >'• • 254
Traslado dó Foral e Privilegio da Ca- > . ^_v;>*!vv?ivVív; ír-V.iV.N.^j,.; .-s.^ .,,;._,
Brasil,
pitania de Porto Seguro do 269 '
.i'' ^Xy ¦''¦¦¦¦'')'¦•'¦¦¦¦'¦''':r.';;.'^'-'':hi'i.:.;'-'*¦'"¦¦'"'\V-i ¦'.-'
.. . ,
que é de Pero do Campo . ¦
.
' .
í ,¦¦¦;

traslado do Foral da Capitania do Es- v\ ¦¦


Santo, de que é Capitão Vasco . _
yy. V"'vv'K;v7vv;.v.
pirito *77.
Fernandes Coutinho ..,.,.,...•• 'J-"' v "
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---452-

Traslado da Doação da Capitania do Es-


Vasco
pirito Santo-, de que é Capitão 285
Fernandes Coutinho ....•••
*da Postula,
Traslado que está até a
subscripção , • 298
Traslado da Doação da Capitania de São
Vicente, de que é Capitão Martim
Affonso de Souza ....._••• 299
Traslado do Foral da Capitania de São
Vicente de que é Capitão Martim
: •.¦'
Affonso de Souza ...•••• 313
Traslado da Doação da Capitania dos
1 Ilhéus, de que é Capitão, e Governa-
I
dor Jorge de Figueiredo Corrêa . 321
l
¦"¦:¦<¦¦
Traslado do Foral da Capitania dos
Ilhéus, de que é Capitão Jorge de Fi-
335
gueiredo Corrêa
Traslado do Regimento do Provedor-mor
da Fazenda d'El-Rei Nosso Senhor
destas partes do Brasil . . • v 343
Doação de Dom Antônio de Athaide Con-
de da Castanheira das Ilhas de Tâ-.
357
(parica, e Tamarandiva . . ...
Traslado do Foral do Conde da Casta-
nheira das Ilhas de Taparica e Ta-
'•. • • • • »
marandiva ... . . • • 368
Doação, e confirmação das terras de
Francisco Toscano . . . . * í*;.f» 375
Foral desta Capitania desta Cidade do
Salvador .:.-.'.- . . . . í; -, . • • 382
Doação da Capitania de Peroaçú de Doto
Al varo da Costa . . ... . • • 390
*l

~
A -. • ¦

—453-

Confirmação das terras, que Egas Mu-


niz tem no Par açu . . . . ... . ¦ 430

Registo da Carta de Miguel de Moura


Paraoassu .... . . ...-•• 436

¦
--452- ¦¦:::/¦ >'v-
'

Capitania do Es-
Traslado da Doação da
é Capitão Vasco
ÍrUo Santo, de que ...-•• 285
Fernandes Coutinho
'da Postula, que está até a
Traslado 298
• - •
subscripção . . . • •
*

de São
Traslado da Doação da Capitania Martim
,'

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A\-vA}.A ny:^-'i;V\' ¦'.'¦'-¦'¦¦'• -'"-'.¦ ¦,-',-"?

Vicente, de que é Capitão 299


• • • *
Affonso de Souza . .. •
de São
raslado do Foral da Capitania
Martim
Vicente de que é Capitão 313
• • *
i
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Affonso de Souza . . • •'
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Traslado da Doação da Capitania
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Ilhéus, de que é Capitão, e Governa- 321
.
dor Jorge de Figueiredo Corrêa
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Traslado do Foral da Capitaliá
Fi-
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Ilhéus, de que é Capitão Jorge de 335
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gueiredo Corrêa . . .
Traslado do Regimento do Provedor-mor
da Fazenda d'El-Rei Nosso Senhor 343

destas partes do Brasil . .- . •
Con-
Doação de Dom Antônio de Athaide
de da Castanheira das Ilhas de Ta- 357
-. . • •
jparica, e Tamarandiva .
Traslado do Foral do Conde da Casta-
nheira das Ilhas de Taparica e Ta-
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niz tem no Paraçú .... . . .. ¦ • ¦ '
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Registo da Carta de Miguel de Moura


Paraoassu . . .... . • . . . ¦ 436

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