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Ao que tudo indica, a ideia original do padre Pequito era criar na serra um
centro religioso de peregrinação inspirado no santuário português de Fátima.
Este santuário teve sua pedra fundamental abençoada e lançada no dia 13 de
junho de 1943. A bênção da primeira pedra foi proferida pelo padre José
Aparício sj, que durante 12 anos havia sido confessor de Lúcia, uma das videntes
de Fátima. Em um panfleto divulgado em maio daquele ano, o padre José
Antonio Pequito detalhou seu projeto:
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[1] A data (dia e mês) não é precisa pois não consta no Livro do Tombo a ata da posse ou
qualquer outro dado oficial sobre o período em que o Padre José Antonio Pequito administrou a
paróquia de Mulungu.
[6] Idem, p. 44
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Leia também:
FREGUESIA DE MULUNGU: O começo da nossa história
A obra me foi entregue juntamente com um bilhete que dizia: "É com grande
alegria que conheci a cidade de Mulungu com uma missão de entregar para o
pároco desta paróquia este livro que conta a história de uma filha deste lugar".
Logo folheei o livro e descobri a surpreendente história de Maria do Carmo
Chaves, mulunguense que assumiu o nome de Irmã Maria Tereza de Jesus e foi
a quarta cofundadora da Congregação das Irmãs Carmelitas da Divina
Providência. No livro vários trechos do diário escrito pela própria religiosa,
informam sobre sua vida, pensamento e sofrimentos. No trecho a seguir, irmã
Tereza fala sobre sua origem:
Consta ainda no diário que, por ocasião de uma visita pastoral em Mulungu,
recebeu, na Matriz de São Sebastião, o sacramento da crisma das mãos de Dom
Joaquim José Vieira, Bispo de Fortaleza. Irmã Maria Tereza conta da
dificuldade para ir à missa dominical:
"Meu pai morava longe da Igreja. Só aos domingos eu podia comungar com
grande sacrifício, porque tinha que ir, a pé, uma légua distante de nossa casa"
(p. 32).
Desde cedo interessou-se pelo serviço à Igreja. Contava que desde pequena sua
vocação era ser catequista. Em conversas com suas irmãs de congregação
dizia: "Lá no Ceará...então, eu dava catecismo pra todo lado que me
chamavam..., eu ia preparar as meninas para a Primeira Comunhão..." (p.
323)
Aos quatorze anos teve que abandonar os estudos para ajudar a mãe no serviço
de casa e, ao mesmo tempo o pai, ajudando os trabalhadores na medição do
café. Sempre devota, ia com as irmãs até a capela próxima (capela de Santa
Luzia no distrito de Lameirão) para fazer suas pequenas orações.