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Novena Permanente

Santo Antonio de Pádua e Lisboa


Todo dia 13 do mês

FEVEREIRO DE 2023
Oração Inicial
Em nome do Pai, e do Filho, e do Espirito Santo. Amém!

Se milagres desejais
Contra os males e o demônio
Recorrei a Santo Antônio
E não falhareis jamais
Pela sua intercessão
foge a peste o erro a morte
Quem é fraco fica forte
mesmo o enfermo fica são
Rompem-se as mais vis
prisões
recupera-se o perdido
Cede o mar embravecido
no maior dos furacões
Penas mil e humanos ais
se moderam, se retiram
Isto digam os que o viram,
os paduanos e outros mais.

Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.


Como era no princípio, agora e sempre, amém.
Breve história de Santo Antônio
Em 1220, os freis missionários que Fernando havia
conhecido foram martirizados na África, despertando
enorme comoção nos portugueses, de modo que o príncipe
de Portugal, irmão do rei, conseguiu providenciar
junto aos mouros o translado dos despojos mortais dos
mártires, que foram abrigados na basílica real do mosteiro
de Santa Cruz. Nesse momento de grande emoção,
Fernando decidiu tornar-se franciscano, com a condição de
também ser enviado à terra dos sarracenos e alcançar a
glória do martírio. Ao vestir o rudimentar hábito franciscano,
recebe o nome de Antônio, em homenagem a Santo
Antônio do Egito (ca. 251-356), mais conhecido no Brasil
como Santo Antão, um eremita dos primórdios do
cristianismo, considerado pai do monaquismo cristão. De
fato, ao assumir esse nome, Antônio de certo modo estava
se dispondo a trazer consigo e assumir como parte de sua
história, para o bem dos irmãos, todo um patrimônio
espiritual, cultural e teológico que consolidou em seus anos
de vida contemplativa segundo a Regra de Santo
Agostinho.
Antônio finalmente parte para a região do atual Marrocos,
mas fica impossibilitado de pregar, devido a uma misteriosa
enfermidade que o obriga a fazer repouso. A doença não se
esvai e ele acaba tendo de retornar a Portugal, numa
embarcação que ventos contrários conduzem, à deriva, até
a costa da Sicília, onde se recupera depois de alguns meses.
Na festa de Pentecostes do ano 1221, estará pela primeira
vez diante de São Francisco.

Santo Antônio de Pádua. Sermões do Domingo de Septuagésima a


Pentecostes. Vol 1. Ed. Paulus)
Contexto Histórico dos
Sermões de Santo Antônio
É importante diferenciar o Santo Antônio que pregava para
as multidões do Santo Antônio autor dos Sermões.
Segundo a tradição, ele chegava a pregar para milhares de
pessoas, que podiam ouvi-lo e entendê-lo perfeitamente,
fato esse que se costuma associar ao milagre de sua língua
incorrupta, bem como de seu aparato vocal, prodígio
evidenciado na última exumação de seus restos mortais,
ocorrida em 1981. Sua pregação também foi acompanhada
por milagres e prodígios [...]. Alguns de seus milagres estão
representados magnificamente em altos-relevos
esculpidos no mármore que se encontram em sua basílica
em Pádua. Santo Antônio de Pádua. Sermões do Domingo de
Septuagésima a Pentecostes. Vol 1. Ed. Paulus)

Meditação I: Sermão de Santo Antônio


3. “Jesus foi conduzido ao deserto.” “Eu lhes dei um exemplo,
para que vocês façam do modo como eu fiz” (Jo 13,15). O que
Jesus fez? Foi conduzido pelo Espírito ao deserto. E você que
crê em Jesus e dele espera a salvação, permita-se ser
conduzido, esconjuro-o, no deserto da confissão pelo espírito
de contrição, para completar de modo perfeito o número
quarenta da satisfação (reparação).
Observe que a contrição do coração é chamada de “espírito”,
sopro; de fato, Davi diz: “Como o vento do Oriente, que
destroça os navios de Társis” (Sl47,8). Társis significa “busca do
prazer”. Os navios de Társis representam as aspirações dos
seculares, que, através do mar deste mundo, são levados, pela
vela da concupiscência carnal e pelo vento da vanglória, à busca
do prazer do bem-estar mundano.
Portanto, no vento impetuoso da contrição, o Senhor destroça
os navios de Társis, ou seja, as aspirações dos seculares, para
que, transformados pela contrição, não busquem o falso
prazer, mas o verdadeiro.
Observe que o espírito (vento) de contrição é chamado de
“impetuoso” por dois motivos: porque eleva a mente
(vehemens, vehit sursum mentem), e porque suprime o eterno
“ai de vocês!”. Desse espírito se diz no Gênesis: “Soprou-lhe nas
narinas um sopro de vida, e o homem tornou-se um ser vivente”
(Gn 2,7). O Senhor soprou no rosto da alma o hálito de vida, que
é a contrição do coração, quando a imagem e a semelhança de
Deus, deturpadas pelo pecado, se imprimem novamente na
alma, e se renovam, por meio da contrição do coração.
4. O salmista indica qual deve ser a contrição ao dizer:
“Sacrifícios para Deus são espíritos alquebrados. Corações
alquebrados e abatidos, ó Deus, tu não os desprezas” (Sl 50,19).
Nesse versículo são indicados quatro atos: o arrependimento
do coração entristecido pelo pecado, a reconciliação do
pecador, a universal contrição de todos os pecados, a contínua
humilhação do pecador contrito. Diz, portanto: o espírito do
penitente, o qual, pelos pecados que são como tríbulos, é
atribulado e compungido, é sacrifício a Deus, ou seja, aplaca [a
ira de] Deus em relação ao pecador e reconcilia o mesmo
pecador com Deus. E, porquanto a contrição deve ser universal,
acrescenta “coração contrito”.
Observe que ele não diz apenas tritum (triturado), mas
contritum (triturado junto). O pecador deve ter o coração
triturado e contrito: triturado, para quebrá-lo com o martelo da
contrição, e para que a espada de dor o divida em tantos
pedaços, e um pedaço seja posto sobre todo pecado mortal, e
chore na dor, e se entristeça no pranto, e sofra sobremaneira
por um pecado mortal cometido, mais do que se tivesse
perdido o mundo todo e tudo o que nele se encontra.
De fato, com o pecado mortal, ele perdeu o Filho de Deus, que é
mais digno, mais caro e mais precioso que tudo o que foi criado.
Deve ter, além disso, o coração contrito, isto é, triturado junto,
para afligir-se por
todos os pecados cometidos, por todos os pecados de omissão e
por aqueles esquecidos, por todos globalmente.
E, uma vez que a perfeição de todo bem é a humildade, em quarto e
último lugar se diz: [um coração] “humilhado Deus não despreza”.
Pelo contrário, conforme diz Isaías: “O Excelso e Sublime, que tem
uma sede eterna, tem sua morada no espírito contrito e humilde,
para reavivar o espírito dos humildes e vivificar o espírito dos
contritos” (Is 57,15).
A bondade de Deus! Ó dignidade do penitente! Aquele que tem
uma sede também habita no coração do humilde e no espírito do
penitente! É próprio do coração verdadeiramente contrito
humilhar-se em tudo e considerar-se um cachorro morto e uma
pulga (cf. 1Sm 24,15). (Santo Antônio de Pádua. Sermões do Domingo de
Septuagésima a Pentecostes. Vol 1. Ed. Paulus.
Tema: A Contrição do Coração)

Milagres em vida:
O Milagre do Vinho e da Taça
Antônio e um frade desciam da França para a Itália e estavam
tomados pela fome. Chegaram e um povoado pobre e fala ao
companheiro: “Irmão, quando estamos com fome podemos
pedir esmola, sem ter vergonha disto. Jesus foi pobre e viveu
de esmolas”.
Batem à porta de uma casa e uma velhinha pobre e viúva vem
atendê-los. Cheia de compaixão pelos frades, manda-os
entrar e participar de sua mesa: meio pão seco, algumas
azeitonas e algumas nozes. Desce à adega e traz um jarrinho
de vinho para que bebam. Como tem apenas um cálice, vai a
vizinha e pede um emprestado.
Os frades, dando graças a Deus, iniciam a refeição. E
começam os problemas. O companheiro de Antônio,
desajeitado, bate com o copo na mesa e o parte em dois. A
pobre mulher fica sem jeito, pois o cálice era emprestado.
Mas faz que não viu.
Desce à adega para trazer mais um pouquinho de vinho e,
assustada, viu que deixou a torneirinha aberta e todo o
vinho estava derramado pelo chão. Retorna triste: “Ai de
mim, perdi todo o vinho e já não posso servi-los...”
Antônio, comovido pela dupla desgraça, inclina-se sobre a
mesa e se recolhe em oração. Após alguns minutos, o cálice
partido se recompõe como se fosse novo e a mulher exulta
de alegria. Mas o Santo continua: “Vá a adega e encha a jarra
de vinho, pois meu companheiro está com a garganta seca”.
A mulher, mesmo sabendo que o vinho estava todo
derramado, desceu. E, maravilhada, encontra a pipa cheia de
vinho, fervilhando como se fosse novo. Sobe depressa para
agradecer ao bom homem. Mas eles já tinham ido embora,
pois receavam que o povo, sabendo do fato, os enchesse
de honras.

Meditação II: Momento de Deserto


1.O que a vida de Santo Antônio tem a me ensinar no dia de hoje?
Se fossemos nós os convidados ou enviados ao martírio, como
estaria o seu coração?

2."Nesse versículo são indicados quatro atos: o arrependimento


do coração entristecido pelo pecado, a reconciliação do pecador,
a universal contrição de todos os pecados, a contínua humilhação
do pecador contrito”. Hoje seria um belo dia para uma boa
reflexão de vida, não? Rezar e pedir a Deus um coração contrito,
pedir arrependimento e buscar o sacramento da reconciliação.
Oração Final

Glorioso Santo Antônio, pai dos pobres e consolador


dos aflitos, que com tanta solicitude viestes em meu
auxílio e assim me consolastes; eis-me a vossos pés
para vos trazer o meu agradecimento. Aceitai-o
junto com a promessa, que vos renovo, de viver
sempre no amor de Jesus e do próximo. Continuai a
me conceder vossa proteção e obtende-me a graça
final de poder entrar um dia no céu para cantar
convosco as divinas misericórdias. Assim seja.

Comunidade católica Novo Ardor

www.novoardor.com.br

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